Temporada 2011 | Agosto

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Transcript of Temporada 2011 | Agosto

www.filarmonica.art.br

R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG [email protected]

AGOSTO 2011

REALIZAÇÃO

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Caros amigos,

Depois de intensa e exitosa série de concertos durante o mês de julho, a Filarmônica traz em agosto apresentações que estão sendo esperadas com grande ansiedade. Receberemos dois dos maiores violinistas da atualidade, Vadim Gluzman e Joshua Bell, que, unidos à Filarmônica, proporcionarão momentos de rara beleza para todos os nossos ouvintes. Além disso, apresentaremos o pianista francês Pascal Rogé, detentor de inúmeros prêmios que o consagram como um dos músicos mais importantes daquele país.

Como parte de nossa constante missão de fomentar e incentivar jovens talentos, estrearemos a peça Aura, do compositor mineiro Sergio Rodrigo, obra esta encomendada pela Filarmônica como resultado do Festival Tinta Fresca, realizado no ano passado.

A Filarmônica continuará divulgando esse nosso grande projeto cultural de Minas Gerais em participações importantes nas temporadas de reabertura dos teatros municipais de São Paulo e Rio de Janeiro, além de trazer a beleza da música clássica sinfônica em concerto aberto na Praça JK e na série de Concertos para a Juventude que, agora, passam a ser apresentados no mais novo espaço cultural da cidade, o Sesc Palladium.

Sempre grato pelo continuado entusiasmo que temos recebido do público mineiro, desejo a todos que desfrutem desse calendário vigoroso proporcionado pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

FABiO MeCheTTi

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West Side Story – música de Bernstein e letra de Stephen Sondheim – estreou na Broadway em 1957. Uma das maiores obras do teatro musical, sua montagem original teve mais de setecentas apresentações.

A música sinfônica está em toda parte.

Ela é presente não só na vida dos apaixonados por essa arte, como também no dia a dia de quem ainda não se sente íntimo dela.

Você pode não ter percebido, mas a música sinfônica está no cinema antigo, no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais de TV, nas discotecas dos anos 1970, em novelas, nas artes plásticas e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo.

Em 2011, os cadernos das séries Allegro e Vivace vão recordar esses momentos e lugares inesperados em que a música sinfônica se apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar as salas de concerto.

Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes, conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandes as chances de você também se apaixonar.

Leonard Bernstein, cuja Serenata poderá ser ouvida pelo público da Filarmônica de Minas no mês de agosto, é um dos personagens mais importantes da música do século XX. Compositor e regente, dividiu seu talento entre a música sinfônica e o teatro musical.

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PATroCÍNIo

APoIo CULTUrAL

DIVULgAção

APoIo INSTITUCIoNAL

rEALIZAção

SérieS AlleGrO e vivAce

Ministério da Cultura apresenta

Natural de São Paulo, Fabio Mechetti é Regente Titular e Diretor Artístico da Orquestra Sinfônica de Jacksonville desde 1999. Foi também Regente Titular da Orquestra Sinfônica de Syracuse e da Orquestra Sinfônica de Spokane, da qual é, agora, Regente emérito. Desde 2008 é Diretor Artístico e Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, trabalho que lhe deu o Xii Prêmio Carlos Gomes na categoria Melhor Regente brasileiro em 2008.

Foi regente associado de Mstislav Rostropovich na Orquestra Sinfônica Nacional de Washington e com ela dirigiu concertos no Kennedy Center e no Capitólio norte-americano. Da Orquestra Sinfônica de San Diego foi Regente Residente.

Fez sua estreia no Carnegie hall de Nova York conduzindo a Orquestra Sinfônica de Nova Jersey e tem dirigido inúmeras orquestras norte-americanas, como as de Seattle, Buffalo, Utah, Rochester, Phoenix, Columbus, entre outras. É convidado frequente dos festivais de verão nos estados Unidos, entre eles os de Grant Park em Chicago e Chautauqua em Nova York.

Realizou diversos concertos no México, espanha e Venezuela. No Japão dirigiu as Orquestras Sinfônicas de Tóquio, Sapporo e hiroshima. Regeu também a Orquestra Sinfônica da BBC da escócia, a Filarmônica de Auckland, Nova Zelândia, e a Orquestra Sinfônica de Quebec, Canadá.

Vencedor do Concurso internacional de Regência Nicolai Malko, na Dinamarca, Mechetti dirige regularmente na escandinávia, particularmente a Orquestra da Rádio Dinamarquesa e a de helsingborg, Suécia. Recentemente fez sua estreia na Finlândia dirigindo a Filarmônica de Tampere, com a qual voltará a realizar uma série de concertos em 2011.

No Brasil foi convidado a dirigir a Sinfônica Brasileira, a estadual de São Paulo, as orquestras de Porto Alegre e Brasília e as municipais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Trabalhou com artistas como Alicia de Larrocha, Thomas hampson, Frederica von Stade, Arnaldo Cohen, Nelson Freire, emanuel Ax, Gil Shaham, Midori, evelyn Glennie, Kathleen Battle, entre outros.

igualmente aclamado como regente de ópera, estreou nos estados Unidos dirigindo a Ópera de Washington. No seu repertório destacam-se produções de Tosca, Turandot, Carmen, Don Giovanni, Cosi fan Tutte, Bohème, Butterfly, Barbeiro de Sevilha, La Traviata e As Alegres Comadres de Windsor.

Fabio Mechetti recebeu títulos de Mestrado em Regência e em Composição pela prestigiosa Juilliard School de Nova York.

Fabio MechettiDiretor Artístico e Regente Titular

Orquestra Filarmônica de Minas Gerais

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Fabio Mechetti regênciaVadim Gluzman violino

Programa

Leonard BErNSTEIN Serenata (1954) [31min] I. Phaedrus: Pausanias – Lento e Allegro marcatto II. Aristophanes: Allegretto III. Erixymathus: Presto IV. Agathon: Adagio V. Sócrates: Alcibíades – Molto tenuto e Allegro molto vivace

Solista: Vadim Gluzman

INTErVaLo

richard WagNEr Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Isolda (1857) [17 min]

Piotr Ilitch TCHaIKoVSKY Francesca da Rimini, op. 32 (1877) [22 min]

sÉRie aLLeGRo4 De AGOSTO 20h30

GRANDe TeATRO DO PALÁCIO DAS ARTeS

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O maravilhoso Vadim Gluzman foi tecnicamente preciso, dramaticamente feroz e simplesmente estarrecedor do começo ao fim.

The Guardian, novembro de 2008, sobre execução do Concerto para Violino de Tchaikovsky

em técnica e sensibilidade, o violinista israelense Vadim Gluzman remonta à idade de ouro dos violinistas dos séculos XiX e XX, pos-suindo a paixão e a energia do século XXi. Louvado por crítica e público como um intérprete de grande intensidade, virtuosismo e técnica brilhante, Gluzman vem se apresentando em todo o mundo como solista e em duo formado com sua esposa, a pianista Angela Yoffe.

Logo que iniciou sua carreira, Gluzman recebeu incentivo e apoio de isaac Stern e, em 1994, recebeu o prestigiado henrik Szeryng Foudation Carrer Award. O violinista se apresenta com um extraor-dinário Stradivarius de 1690, cedido ao artista pela Sociedade Stradivari de Chicago.

Vadim Gluzman apresenta-se regularmente com as maiores orquestras do mundo, como a Filarmônica de Londres, Sinfônica de Chicago, Filarmônica de israel, sinfônicas de San Francisco, Cincinnati, Detroit, houston, Vancouver e Seattle, Orquestra Real Nacional da escócia, Deutsches Symphonie Orchester Berlin, Orquestra de Minnesota, filarmônicas de Munique, Dresden e Czech, Orquestra da Rádio de Stuttgart, Orquestras NhK e KBS, colaborando com os mais destacados regentes do mundo, como Yehudi Menuhin, Neeme Järvi, Andrew Litton, Marek Janowski, itzhak Perlman, Peter Oundjian, Dmitri Kitaenko, Paavo Järvi, Jésus López-Cobos, Yan Pascal Tortellier, Claus Peter Flor e James DePriest. Grandes festivais também já contaram com sua participa-ção, entre eles Verbier, Ravinia, Lockenhaus, Pablo Casals, Colmar, Jerusalem, the Schwetzinger Festspiele e Festival de Radio France.

Na próxima temporada, Vadim Gluzman estreiará com a Sinfônica de Chicago, sob regência de Paavo Järvi, e no Wigmore hall de Londres, em recital. Fará turnê nos eUA com a Orquestra de Câmara Orpheus, incluindo um concerto no Carnegie hall, e fará apresentações com várias orquestras nos eUA, europa e Austrália.

Artista exclusivo do selo BiS Records tem, entre lançamentos recentes, gravações dos concertos para violino de Glazunov e Tchaikovsky, com regência de Andrew Litton à frente da Bergen Philharmonic, álbum destacado pelas revistas ClassicFM Magazine, Strad Magazine e Fireworks.

Nascido em 1973 na Ucrânia, Gluzman começou seus estudos de violino aos sete anos, sendo aluno de Zakhar Bron. em israel teve aulas com Yair Kless; nos eUA, estudou com Arkady Fomin e, na Juilliard School, com Dorothy DeLay e Masao Kawasaki.

VadiM GLuzManVIOLINO

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LeonaRd beRnstein(eUA, 1918 – 1990)

Serenata (segundo “O Banquete” de Platão) para violino, cordas, harpa e percussão

Leonard Bernstein foi um importante regente e compositor norte- americano. De estilo eclético, sua música combina características de jazz e de compositores contemporâneos, como Copland, Stravinsky e Gershwin. Bernstein disse uma vez que todas as suas composições poderiam ser consideradas peças teatrais. A Serenata (segundo “O Banquete” de Platão) é um concerto em cinco movimentos. No livro O Banquete, Platão descreve um diálogo de diferentes personagens sobre o tema do amor, onde cada um fala de uma perspectiva dife-rente. Os cinco movimentos da Serenata refletem, em seu andamento e caráter, a carga emocional presente na argumentação dos diversos discursos apresentados no debate.

I) Phaedrus: Pausanias – Lento e Allegro marcattoO primeiro movimento inicia-se com um solo de violino, muito leve, no registro agudo. À medida que outras linhas instrumentais vão entran-do e se acumulando, o violino solista intensifica seu caráter passional e lírico. Após um clímax, a forma se articula com uma mudança de an-damento e caráter. essa segunda seção, mais rápida e dançante, sub-divide-se em trechos diferenciados pela densidade da orquestração. há seções mais fortes, com caráter festivo e brilhante, alternando-se com outras mais leves, onde o solista se projeta de modo mais claro.

II) Aristophanes – AllegrettoO segundo movimento apresenta uma forma do tipo A B A. Nas seções inicial e final, uma figura melódica em ostinato – com pequenas varia-ções – acompanha o violino solista com frases calmas e sustentadas. Na parte B ouve-se um tema com variações. Sua textura caracteriza-se pela presença de dois planos melódicos complementares, por vezes imitativos.

III) Erixymathus – Prestoesse movimento inicia-se com alternâncias entre solista e orquestra,

Bernstein disse uma vez que todas as suas composições poderiam ser consideradas peças teatrais. A Serenata é um concerto em cinco movimentos que refletem a carga emocional dos discursos do livro O Banquete, de Platão.

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Para oUVIr_CD Bernstein – Symphony 2 –

Serenade After Plato’s Symposium – New York Philharmonic – Leonard Bernstein, regente –

isaac Stern, violino – Sony Music

Para oUVIr_CD Wagner – Prelúdio e Morte de isolda – Orquestra Filarmônica de Nova York – Leonard Bernstein, regente – Sony – 1993

Para LEr_história da Música Ocidental – Jean e Brigitte Massin – Nova Fronteira – 1997

como em um desafio de virtuosidade. Após a exposição do tema cro-mático, ouve-se um fugato onde o tema é apresentado sucessivamen-te em diferentes naipes instrumentais, e outras camadas melódicas são superpostas à textura contrapontística. Após o clímax, o tema é reexposto no diálogo entre solista e conjunto.

IV) Agathon – AdagioO movimento é muito expressivo, evocando algo dos adagios de Mahler. O motivo que havia iniciado a peça retorna, imitado entre violinos e violoncelos, com função de acompanhamento. Sobre esse fundo tran-quilo, o solista expõe uma melodia de caráter lírico, no registro agudo. Após um clímax, ouve-se a cadência do solista, sustentado por acor-des em tremolo na orquestra.

V) Sócrates: Alcibíades – Molto tenuto e Allegro molto vivaceA “voz” de Sócrates irrompe forte e dramática, em uma textura de acordes dissonantes pontuada pelos sinos. em uma segunda seção, ouve-se um dueto de violino e violoncelo, cada qual em uma tonali-dade diferente. Seria uma metáfora do diálogo amoroso? Após esse momento, a tensão se apazigua, progressivamente. O Allegro molto vivace é um rondó em que um tema rítmico retorna, incessantemente variado, e é intercalado por seções contrastantes. Ouvem-se referên-cias a Stravinsky (história do Soldado) e mesmo ao jazz.

Rogério Vasconcelos BarbosaProfessor da escola de Música da UFMG.

(Alemanha, 1813 – Itália, 1883)

Tristão e Isolda: Prelúdio e Morte de Isolda

Do Orfeu de Monteverdi ao Tristão e Isolda de Wagner, passan-do pela Flauta Mágica de Mozart, há um diálogo entre música, mito-logia e teatro. A ópera traz uma re-volução: uma nova música expressa as paixões e os afetos humanos.

RichaRd WaGneR

Do Orfeu de Monteverdi ao Tristão e isolda de Wagner, passando pela Flauta Mágica de Mozart, há um diálogo complexo entre mú-sica, mitologia e representação teatral. No século XVii, surgindo a ópera, ocorre uma revolução: uma nova música expressa as paixões e os afetos humanos. O princípio psicológico que a orienta é a expec-tativa de resolução e afrouxamento produzidos por tensões e disso-nâncias: o movimento se dirige para o repouso e a dissonância, para a consonância. Como resultado desses fatos psicológicos e musicais aparentemente simples emerge um modo de expressão complexo e sutil: o discurso tonal.

O Prelúdio do drama wagneriano Tristão e isolda sintetiza os pro-cedimentos utilizados pelo compositor e leva o discurso tonal a um extremo que o coloca em xeque. Seu cromatismo expressa a ideia do desejo como tensão em direção a um fim que se desloca continua-mente; o ponto de chegada dessa melodia infinita é a libertação pela morte. Os leitmotiven do filtro do amor, do desejo e da morte tecem uma trama sonora que influencia toda a geração de Bruckner, César Franck, Mahler e Richard Strauss. A lenta agonia do discurso tonal provocada pelo Tristão termina em 1908, quando Schoenberg com-põe O livro dos jardins suspensos, extraordinário ciclo de canções, e anuncia uma nova música e um novo tempo.

Rubner de Abreu Júnior Professor da Fundação de educação Artística.

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Para oUVIr_CD Tchaikovsky – Symphony nº 4, Francesca da Rimini – New York Philharmonic Orchestra – Leonard Bernstein, regente – Deutsche Grammophon – 1991

Para LEr_Dante Alighieri – A divina comédia – São Paulo – editora 34 – 2010

Francesca, filha de Guido da Polenta, Senhor de Ravena, nasceu por volta de 1260. Partidário do Papa, Guido precisou se aliar a Malatesta da Verucchio, Senhor de Rimini, para expulsar os partidários do Sa-cro império Romano-Germânico. Para selar a aliança entre as duas famílias, Guido deu sua jovem e bela filha de 15 anos em casamento ao filho mais velho de Malatesta, Giovanni, homem rude e feio. A lenda conta que os Malatesta, imaginando que Francesca poderia recusar o casamento, enviaram o irmão mais jovem de Giovanni, Paolo, o Belo, para realizar o enlace por procuração. Francesca teria visto Paolo pela janela e imaginara que seria seu esposo. Ao acordar em Rimini, quão surpresa ela deve ter ficado ao ver Giovanni ao seu lado. O casal teve uma filha e um filho: Concordia e Francesco.

isso é tudo que sabemos de Francesca pelos documentos históricos. A continuação da história devemos a um contemporâneo seu, Dante Alighieri, que a encontra, juntamente com Paolo, no inferno (A Divina Comédia, inferno, Canto 5). No segundo círculo do inferno, onde se encontram os que viveram uma vida de luxúria, uma tempestade de vento atormenta a todos, fazendo-os rodopiar no ar, sem descanso. Dante percebe que duas almas giram constantemente abraçadas e pergunta a Virgílio como fazer para conversar com elas. Virgílio lhe diz que espere passar perto mais uma vez e lhes dirija a palavra com amor. As duas almas param de girar e se aproximam. Francesca vem contar sua história. Diz que não há dor maior que recordar-se do tempo feliz, quando se está na miséria. Mas, como o poeta deseja sinceramente saber de sua história, ela conta que ambos se apaixo-naram enquanto liam as histórias de Lancelot. Um belo dia, come-çaram a se observar. Dos olhares vieram os sorrisos e dos sorrisos, o primeiro beijo: “desse dia em diante não lemos mais”. Um dia, seu marido os surpreendeu e os matou violentamente. Francesca e Paolo continuaram juntos no inferno e, enquanto Francesca contava sua história, Paolo chorava copiosamente, ao ponto de Dante sentir tanta piedade de ambos que tombou como tomba um corpo morto.

PiotR iLitch tchaiKoVsKY(Rússia, 1840 – 1893)

Francesca da Rimini

Escrita em um único movimento, a peça inicia-se com a descida de Dante ao inferno. A seção dedica-da a Francesca e suas memórias tem algumas das mais belas me-lodias de Tchaikovsky. O final é forte e comovente.

em agosto de 1876, Tchaikovsky, que já havia desejado transformar a história em uma ópera, escrevia de Paris ao irmão, dizendo es-tar “inflamado pelo desejo de escrever um poema sinfônico sobre a Francesca”. No início de outubro, de volta a Moscou, ele pôde, final-mente, se dedicar à obra. em cinco semanas esta obra monumental de aproximadamente 25 minutos estava pronta. Sua estreia se deu em 9 de março de 1877, em Moscou, pela Sociedade Musical Russa, sob a regência de Nikolai Rubinstein.

escrita em um único movimento, a peça inicia-se com a representa-ção da descida de Dante ao inferno (Andante lugubre). Desta seção somos conduzidos à seção seguinte (Allegro vivo) que representa o momento em que Dante testemunha o fenômeno da tempestade de vento que faz as almas girarem. Francesca e Paolo param de girar e ela conta sua história (Andante cantabile non troppo). A seção dedica-da a Francesca e suas memórias inicia-se com um belo solo de cla-rineta e apresenta algumas das mais belas melodias de Tchaikovsky. A tempestade de vento retorna (Allegro vivo), levando embora as duas almas, e a obra chega ao fim, de maneira forte e comovente.

Guilherme NascimentoProfessor da escola de Música da UeMG e da Fundação de educação Artística.

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Fabio Mechetti regênciaPascal Rogé piano

Programa

Sergio roDrIgo Aura (2011) [15 min] *Estreia mundial. Obra comissionada pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Camille SaINT-SaËNS Concerto para piano e orquestra nº 5 em Fá maior, op. 103, “Egípcio” (1896) [30 min] I. Allegro animato II. Andante III. Finale: Molto Allegro

Solista: Pascal Rogé

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maurice raVEL Daphnis et Chloé: Suíte nº 1 (1911) [12 min] I. Noturno II. Interlúdio III. Dança guerreira

maurice raVEL Daphnis et Chloé: Suíte nº 2 (1913) [18 min] I. Nascer do dia II. Pantomina III. Dança geral

sÉRie ViVace16 De AGOSTO 20h30

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Rogé sabe como capturar a personalidade de cada obra, alcançando um efeito acumulativo de cor extraordinária.

The Guardian, janeiro de 2003

Pascal Rogé representa hoje o que há de melhor na performance pianística da música do seu país; suas interpretações de Poulenc, Satie, Fauré, Saint-Saëns e, especialmente, de Ravel, são caracte-rizadas pela elegância, beleza e delicadeza no fraseado – é artista reconhecido mundialmente quando se trata de repertório francês.

Nascido em Paris, Pascal Rogé tornou-se, aos dezessete anos, artista exclusivo do selo Decca. Conquistou inúmeros prêmios de prestígio, incluindo dois Gramophone, um Grand Prix du Disque e um prêmio edison por suas destacadas interpretações de concer-tos de Ravel e Saint-Saëns. Outras gravações incluem um ciclo de Debussy e um ciclo de Bartók com a Orquestra Sinfônica de Londres. Para o especial de Poulenc, lançado em 1999, Rogé executou dois concertos para piano – Aubade e Champêtre Concerto – sob regên-cia de Charles Dutoit.

Para o Oehms Classics, Rogé gravou o Concerto em Sol e o Concerto para Mão esquerda, ambos de Ravel, além da Rhapsody in Blue e Um Americano em Paris, de Gershwin, com a Orquestra Sinfônica da Rádio de Viena. Seu projeto mais recente é o Rogé edition, lançado pelo selo Onyx Classics. O primeiro CD inaugurou seu primeiro ciclo completo de Debussy contendo os Prelúdios, seguido de um segundo CD com estampas e ainda um terceiro contendo imagens. O selo Onyx também lançou os Concertos para piano e orquestra de Mozart, com a Orquestra Sinfônica de indianápolis, um álbum dedicado ao repertório francês para quatro mãos e dois pianos, com a participação de sua esposa, a pianista Ami Rogé, e finalmente o álbum Poètes du Piano – gravação ao vivo de um recital dedicado a Chopin, Debussy, Fauré , Poulenc e Ravel.

Pascal Rogé já esteve em quase todas as grandes salas de concerto do mundo. entre as orquestras com as quais se apresen-tou estão a Orquestra da Filadélfia, Sinfônica de Montreal, Orquestra de Paris, Orquestra Nacional da Radio France, Royal Concertgebouw Orchestra Amsterdam, NhK Orquestra Sinfônica de Tóquio, Orquestra Sinfônica de Viena, Orchestre de la Suisse Romande, Orquestra Gewandhaus de Leipzig e as principais orquestras de Londres. Pascal Rogé apresenta-se regularmente nos estados Unidos e é convidado frequente no Japão, Austrália e América Latina.

PascaL RoGÉPIANO

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seRGio RodRiGo(Brasil, 1983)

Aura

Sergio Rodrigo é compositor, violonista e pianista. estudou na Funda-ção de educação Artística e na escola de Música da UFMG. Tem par-ticipado de importantes festivais nacionais e internacionais de com-posição. Foi duas vezes vencedor do prêmio de composição Camargo Guarnieri (2009 e 2010) e vencedor da edição 2010 do Festival Tinta Fresca, promovido pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

No dicionário, a palavra “aura” remete a duas definições diferentes: 1) vento brando, aragem ou sopro; 2) atmosfera que rodeia ou ema-na de um corpo. Sergio Rodrigo parece partir do primeiro significado para irrigar sua imaginação. Assim, na partitura, há algumas palavras emblemáticas marcando o início de seções da peça: “linha,” “giro”, “gesto”, “paisagem” e “atmosfera”. essas palavras estão associadas a qualidades do movimento: movimento linear, por oposição a circular; movimento com deslocamento, em contraste à mobilidade interna. A partir dessa espécie de “pontos cardeais”, o espaço dos movimentos se estrutura e dá nascimento aos diferentes tipos sonoros presentes em Aura. O compositor explora a interação dessas forças de movimen-to e organiza o percurso temporal de suas ideias sonoras através do contraste apropriado entre elas. Assim, há seções estáticas seguidas por trechos movidos ou precipitados; há momentos em que a escuta se perde em uma indiferenciação harmônica e outros, onde há refe-rências nítidas de notas pivôs. Nesse caso, a recorrência das mesmas notas estabelece um retorno ao mesmo lugar, ou um tipo de movi-mento sem deslocamento espacial: mobilidade interna. e todas essas forças se apresentam à nossa imaginação, podendo se associar, de modo imprevisível, às metáforas mais sutis. Tudo depende de nossa imaginação criadora, ou da capacidade de nossa escuta se aliar às provocações e desafios do compositor para completar sua obra. isso porque a música só se completa em nós, isto é, ela necessita de nos-sos sonhos para abrigar sua efemeridade; suas construções voláteis se elevam sobre nossa memória, sua intensidade nos atravessa e tor-na-se preciso converter as sensações em sentidos.

Compositor, violonista e pianista, Sergio Rodrigo foi duas vezes vencedor do prêmio de composição Camargo Guarnieri e vencedor da edição 2010 do Festival Tinta Fresca, promovido pela Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

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Para LEr_Sérgio Freire, Alice Belém, Rodrigo Miranda –

Do conservatório à escola: 80 anos de criação musical em Belo horizonte – editora UFMG – 2006

entretanto, a segunda definição de “aura”, mencionada acima, re-torna após a escuta da música de Sergio Rodrigo. há uma atmosfera expressiva que nos envolve e que nasce – ou emana – diretamente do som. isso ocorre, acredito, de modo crescente no desdobramento temporal da composição, de modo que, ao final, a escuta é presentea-da de modo surpreendente com algo que, até então, aparecia de modo elusivo e pouco evidente.

habituamo-nos a associar ideias musicais a melodias. As melodias recortam-se com clareza do fundo harmônico e da trama orquestral. Quando a escuta é desafiada a compreender qualidades de movimen-to, precisamos apreender outro tipo de relações de natureza diferen-te. Trata-se de buscar características globais que se definem entre conjuntos de elementos, a textura. Para isso, é necessário alargar o campo da escuta e ouvir as interferências que os diversos elementos estabelecem entre si. Precisamos perceber as direções que os sons parecem criar, as sensações de proximidade e distância, as impres-sões de velocidade e lentidão. Precisamos, ainda, captar as atmosfe-ras, seguir as linhas, reconhecer a direção dos gestos, a recorrência dos giros e a imobilidade das paisagens sonoras.

Rogério Vasconcelos BarbosaProfessor da escola de Música da UFMG.

(França, 1835 – 1921)

Concerto para piano n° 5, op. 103

Saint-Saëns marcou profunda-mente a vida intelectual de seu tempo. Produto e artífice de uma época, manteve-se fiel à estética romântica que ajudara a conso-lidar e que lhe parecia suficiente aos seus propósitos expressivos.

caMiLLe saint-saËns

Camille Saint-Saëns começou a estudar piano antes dos três anos e, aos dez, já se apresentava em público tocando concertos de Beethoven e de Mozart. Sua primeira sinfonia, composta na adolescência, re-cebeu elogios de Liszt e suscitou o célebre comentário de Berlioz: “ele sabe tudo, só lhe falta inexperiência”. em 1896, comemorando o Jubileu de Ouro como compositor, Saint-Saëns estreou, na sala Pleyel, seu quinto e último concerto para piano. Chamado “O egípcio”, foi motivado por uma viagem ao país do Nilo e contém alguns tre-chos que evocam o Oriente, embora de maneira apenas convencio-nalmente estilizada.

No primeiro movimento, Allegro animato, após breve introdução da orquestra, o piano apresenta o tema principal, de simplicidade arcaica, sobre o acorde de Fá maior. O segundo tema, de caráter lírico, desenho melódico instável e sincopado, em tom menor, é também confiado ao solista. Um elaborado diálogo entre os temas, com contrastes por vezes dramáticos, atinge grande densidade polifônica. No desenvolvimento, curiosamente, há uma citação da ária Mon coeur s’ouvre à ta voix, da ópera Sansão e Dalila, de autoria de Saint-Saëns. No final, omite-se a tradicional cadência virtuosística e a coda termina com o piano retomando o segundo tema.

O movimento seguinte, Andante, tem caráter rapsódico e pretensa-mente oriental. O tema do Allegretto central deriva, segundo indi-cações precisas do compositor, de uma nativa canção de amor ou-vida por ele enquanto descia o Nilo. entretanto, transfigurado pela sensibilidade europeia do compositor, o canto dos barqueiros núbios mostra-se aqui pouco característico e superficialmente exótico.

O Finale, molto allegro, exuberante e expansivo, desenvolve seus te-mas em numerosas variações pianísticas, sobre uma orquestração refinada. A coda apresenta um turbilhão de oitavas cintilantes e con-clui a obra de maneira eminentemente virtuosística.

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Para oUVIr_CD Camille Saint-Saëns – Concertos para Piano nº 2 e nº 5

– Orquestra da Rádio de Luxemburgo – Louis de Froment, regente – Gabriel Tacchino, piano – Padrão Distribuição de

fonogramas Ltda – 1976

CD Saint-Saëns – Concertos para Piano – Royal Philharmonic Orchestre – Charles Dutoit, regente – Pascal

Rogé, piano – DeCCA

Para LEr_Otto Maria Carpeaux – Uma nova história da música –

ediouro – 1999

Saint-Saëns marcou profundamente a vida intelectual de seu tem-po com a multiplicidade de suas atividades – compositor, pianis-ta, organista, professor, maestro, influente crítico musical, revisor e editor de grandes autores do passado, poeta, dramaturgo, geó-logo e astrônomo amador. Com o passar dos anos, consagrou-se internacionalmente, recebendo importantes títulos honorários e empreendendo longas turnês pelos cinco continentes. em 1899 es-teve no Brasil, apresentando na capital paulista seu Scherzo para dois pianos, ao lado de henrique Oswald. Sua cantata Le feu céleste abriu a exposição Universal de Paris (1900) e uma nova turnê norte- americana, em 1915, confirmou o imenso prestígio do compositor e pianista de oitenta anos.

Mas todo esse brilho não impediu o eclipse parcial de sua música, face às inúmeras correntes vanguardistas das primeiras décadas do século XX. O longevo compositor, ainda em plena atividade, pare-cia, então, anacrônico. Produto e artífice de uma época, Saint-Saëns manteve-se fiel à estética romântica que ajudara a consolidar e que lhe parecia suficiente aos seus propósitos expressivos. inquestio-nável é sua importância histórica no renascimento da música ins-trumental francesa: em 1871, Saint-Saëns fundou a Sociedade Na-cional da Música (à qual se filiaram César Franck, Massenet, Lalo, Fauré e Duparc, entre outros), voltada exclusivamente para a inter-pretação de obras de compositores franceses vivos.

Paulo Sérgio Malheiros dos SantosProfessor na escola de Música da UeMG.

(França 1875 – 1937)

Daphnis et Chloé, suítes nos 1 e 2

“Meu trabalho de composição começa com um longo período de gestação consciente e, em geral, necessário. Posso ficar ocupado por anos sem escrever uma única nota. Após esse perí-odo, a escrita flui rapidamente.” Maurice Ravel

MauRice RaVeL

Ravel não parece se encaixar na imagem popular dos gênios subju-gados por inspirações arrebatadoras, que passam dias compondo à exaustão e que emergem do transe com uma obra que parece ter surgido por vontade própria. Ravel não compunha diariamente, em-bora fosse capaz de compor rapidamente, quando necessário. Suas ocupações diárias eram as mesmas de qualquer pessoa comum: ele gostava não apenas de música, mas também de cuidar do jardim, de passear ao ar livre e de observar as estrelas.

“Meu trabalho de composição começa com um longo período de gestação consciente e, em geral, necessário. Posso, portanto, ficar ocupado por anos sem escrever uma única nota. Após esse período, a escrita flui rapidamente.”

existia, entretanto, algo que despertava nele o ímpeto de compor: a aparição de um novo “problema” a ser solucionado. e os “proble-mas” geralmente vinham na forma de encomendas de novas obras. As encomendas costumavam trazer sugestões de universos sono-ros que dificilmente lhe ocorriam se deixado por conta própria. em 1909, Sergei Diaghilev encomendou, a Ravel, um balé sobre a his-tória de Daphnis e Chloé, no mesmo ano em que encomendava, a Stravinsky, um balé sobre o conto de fadas russo O Pássaro de Fogo. O jovem Stravinsky, de 27 anos, era desconhecido fora da Rússia, enquanto Ravel, sete anos mais velho, já se tornava relativamente famoso em toda a europa. Ravel começou imediatamente a compor o balé, mas só viria a terminá-lo três anos mais tarde, em 1912. Nesse meio tempo, os Ballets Russes estrearam o Pássaro de Fogo de Stravinsky, assim como seu segundo balé, Petrushka, enquan-to Ravel orquestrava suas próprias composições Ma mère l’oye e Valses nobles et sentimentales.

Daphnis e Chloé é um dos mais antigos e conhecidos romances gre-gos. escrito por volta do século ii d.C., sua autoria é atribuída a um

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autor de nome Longus, a respeito do qual pouco se sabe. A histó-ria fala da vida do pastor Daphnis e da pastora Chloé, seu amor e suas aventuras. Ambos foram abandonados pelos respectivos pais quando muito pequenos, na ilha de Lesbos, e criados por pastores: Daphnis por Lamon e Chloé por Dryas. À medida que cresciam, as crianças Daphnis e Chloé se apaixonavam um pelo outro, sem com-preenderem o significado do amor que sentiam. em um dia de festa, Chloé é sequestrada por piratas, Daphnis chora e reza para que ela retorne com vida. O deus Pan o ajuda e resgata Chloé. Todos come-moram seu regresso, uma grande festa é armada e os dois podem, finalmente, se casar.

O balé é dividido em três partes. A primeira inicia-se com uma dança religiosa em que vários pastores tomam parte, incluindo Daphnis e Chloé, até o momento em que Chloé é sequestrada pelos piratas e os pastores invocam o deus Pan. A segunda parte se passa no acam-pamento dos piratas; Chloé tenta, em vão, fugir, mas é recapturada. O deus Pan surge. Na terceira parte, Chloé é trazida de volta, os pas-tores se alegram, dançam uma dança frenética e Daphnis e Chloé se reúnem finalmente.

Ravel participou da elaboração do argumento, juntamente com Michel Fokine, coreógrafo dos Ballets Russes. A partitura para piano ficou pronta em maio de 1910, mas a orquestração só seria finaliza-da no dia 5 de abril de 1912, dois meses antes da estreia. A primeira apresentação, no dia 8 de junho de 1912, no Théâtre du Châtelet, em Paris, teve Pierre Monteux como regente, Vaslav Nijinsky no papel de Daphnis, Tamara Karsavina no de Chloé, coreografia de Michel Fokine, cenário e figurinos de Léon Bakst e corpo de bailarinos do Ballets Russes. A apresentação foi um sucesso e ajudou a estabe-lecer a reputação de Ravel como um dos principais compositores franceses da época.

O balé Daphnis et Chloé emprega a maior orquestra já utilizada por Ravel. Seu papel é imprescindível, não apenas interpretando as ce-nas como dando suporte à dança. A orquestra é ainda responsável por garantir a clareza das passagens, em um balé cuja ação é extre-mamente complexa. As cordas sustentam o edifício musical, tocan-do constantemente em divisi, permitindo, assim, uma maior liber-dade às madeiras para interpretar as sutilezas dos personagens, e aos metais para representar as multidões. Um coro, colocado atrás da cena, canta as notas sem texto e adiciona efeitos maravilhosos a diversas passagens (nessas suítes de concerto, o coro pode ser substituído por uma versão gravada).

Daphnis et Chloé, uma das obras essenciais da música do século XX, nos permite apreciar Ravel em um de seus melhores momentos, não apenas como grande compositor e refinado orquestrador, mas,

também, como habilidoso construtor de cenas. em 1911, antes de terminar a orquestração do balé, Ravel extraiu, da música que havia composto até aquele momento, uma suíte de concerto. intitulada Suíte no 1, ela foi estreada antes do balé, no dia 2 de abril de 1911, pela Orquestra Colonne, com regência de Gabriel Pierné. Após a es-treia do Balé, Ravel trabalhou na elaboração da Suíte no 2, que só seria estreada em 1913. O material musical da Suíte no 1 (Nocturne, interlude e Danse guerrière) foi retirado das partes 1 e 2 do balé, desde a dança dos pastores e o sequestro de Chloé até o seu res-gate pelo deus Pan. O material musical da Suíte no 2 (Lever du jour, Pantomime e Danse générale) foi retirado da parte 3 do balé: do dia seguinte ao resgate até a dança final da união dos amantes.

Guilherme NascimentoProfessor na escola de Música da UeMG e na Fundação de educação Artística.

Para oUVIr_CD Ravel – Daphnis et Chloé, La Valse – Berliner Philharmoniker – Pierre Boulez, regente – Deutsche Grammophon – 1995

CD Lorin Maazel conducts Ravel – Boléro, Daphnis et Chloé suites 1 & 2, La Valse, Rapsodie espagnole – Berliner Philharmoniker – Lorin Maazel, regente – RCA Victor – 1997

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Fabio Mechetti regênciaJoshua Bell violino

Programa

alberto gINaSTEra Variaciones concertantes, op. 23 (1953) [21 min]

mozart Camargo gUarNIErI (*) Suíte Vila Rica (1958) [19 min] I. Maestoso II. Andantino III. Misterioso IV. Scherzando V. Agitato VI. Alegre VII. Valsa VIII. Saudoso IX. Humorístico X. Gingado

INTErVaLo

Piotr Ilitch TCHaIKoVSKY Concerto para violino e orquestra em Ré maior, op. 35 (1881) [35 min] I. Allegro moderato II. Canzonetta III. Allegro vivacissimo

Solista: Joshua Bell

(*) Osesp – Edição Criadores do Brasil

sÉRie aLLeGRo25 De AGOSTO 20h30

GRANDe TeATRO DO PALÁCIO DAS ARTeS

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Bell evoluiu do gênio técnico para o verdadeiro artista e intelectual, cuja música se alimenta tanto de seu cérebro quanto de seu coração.

Newsweek, agosto de 1999

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Joshua Bell tem encantado plateias em todo mundo com seu tom de rara beleza e um virtuosismo de tirar o fôlego, qualidades que lhe renderam o título de “superstar da música clássica”. Ganhador do Prêmio Avery Fisher e premiado como melhor instrumentista de 2010 pelo Musical America’s, Joshua Bell foi recentemente nome-ado Diretor Musical da Academia de Saint Martin in the Fields. O violinista chamou a atenção aos quatorze anos em sua estreia com Riccardo Muti e a Orquestra da Filadélfia. Atualmente atua como concertista, músico de câmara, líder de orquestra e compositor que executa suas próprias cadências em muitos dos maiores concertos do repertório.

Sua agenda em 2011 inclui participações em diversos festivais, como o Ravinia, Tanglewood, Verbier e Mostly Mozart. Apresenta-se com a Filarmônica de Los Angeles e com as sinfônicas de Montreal, Dallas, Colorado, Atlanta, San Francisco e a National Symphony Orchestra. Para este ano ainda estão previstos um recital no Carnegie hall, apresentações com a Filarmônica de Nova York e turnês pela europa.

em 2012 Joshua Bell fará turnês nos eUA com a Academy of Saint Martin in the Fields. Também estão agendadas viagens pela europa com a Orquestra Filarmônica de Londres e Vladimir Jurowski, além de recital ao lado de Jeremy Denk.

Artista exclusivo do selo Sony Classical, terá um novo álbum lan-çado em janeiro de 2012: French impressions, dedicado às sonatas francesas e com participação de Jeremy Denk.

Desde seu primeiro LP, lançado aos 18 anos, Bell já gravou mais de 36 CDs que lhe renderam os prêmios Mercury, Grammy, Gramophone e echo Klassik Awards. Lançamentos recentes incluem At home With Friends, a trilha sonora do filme Defiance, As Quatro estações de Vivaldi e o Concerto para violino e orquestra de Tchaikovsky com a Orquestra Filarmônica de Berlim. Foi espe-cialmente aclamado pela crítica por suas gravações de Sibelius, Goldmark e os concertos de Beethoven e Mendelssohn, ambos com cadências escritas por ele mesmo, além da trilha sonora vencedora do Oscar do filme O Violino Vermelho.

Joshua Bell ganhou seu primeiro violino aos quatro anos e aos doze dedicava-se com seriedade ao instrumento graças à orienta-ção do violinista e pedagogo Josef Gingold.

O artista apresenta-se com um violino Gibson ex-huberman Stradivarius de 1713.

Joshua beLLVIOLINO

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Para oUVIr_CD Alberto Ginastera – Obras – israel Chamber Orchestra – Gisele Ben-Dor, regente – Naxos – 2010

Alberto Ginastera – Obras – Royal Philarmonic Orchestra – enrique Arturo Diemecke, regente – Sum Records – 2005

Alberto Ginastera ocupa um dos mais importantes lugares no pa-norama da música argentina. Sua linguagem conheceu inúmeras transformações, desde a inspiração no folclore até todas as experi-ências do século XX. A partir da Sonata nº 1 para piano (1952) e das Variações Concertantes op. 23 começa sua carreira internacional, após um período de meditação e escolha de caminhos. As Variações, dedicadas a igor Markevitch, foram estreadas por esse regente. A orquestração é composta por madeiras, metais, tímpanos, harpa e cordas. Consta de um tema para violoncelo e harpa e de onze varia-ções e interlúdios. Cada variação destaca as possibilidades e a bele-za de um instrumento solista, enquanto os interlúdios se destinam a grupos, um de todas as cordas, outro de sopros.

O acorde formado pelas cordas soltas do violão aparece na exposi-ção do tema. enquanto a harpa toca essas notas, o violoncelo expõe o tema. em outras passagens reaparece esse acorde que se encon-tra em muitas obras do autor, adquirindo valor simbólico. Na última variação surge o ritmo do Malambo, tradicional dança dos gaúchos argentinos.

equilíbrio formal, orquestração refinada, interessante uso do ma-terial temático e exemplar poder de síntese são características da obra.

Mirta Herrerapianista

aLbeRto GinasteRa(Argentina, 1916 – Suíça, 1983)

Variaciones Concertantes, op. 23

[...] um tema para violoncelo e harpa e onze variações e inter-lúdios. Cada variação destaca as possibilidades e a beleza de um instrumento solista, enquanto os interlúdios se destinam a grupos, um de cordas, outro de sopros.

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A Suíte Vila Rica foi composta a partir da trilha sonora produzida por Guarnieri em 1957 para o filme Rebelião em Vila Rica. A peça, inicialmente escrita para ilustrar as cenas do filme, foi reelaborada, no ano seguinte, sob formato orquestral e estreada em 1958 pela Orquestra Sinfônica Brasileira, no Rio de Janeiro, sob a regência do autor.

A obra desse período de Guarnieri constituiu-se em uma expres-são emblemática de aspectos peculiares do “nacional-modernismo” através de configurações rítmicas e melódicas diretamente ligadas à identidade brasileira. É possível reconhecer, na Suíte, elementos inspirados nas modinhas, toadas, cantigas infantis, rodas das violas caipiras e danças de origem africana.

em ambiente sonoro singular, os temas apresentados na Suíte ilus-tram o contexto dramático do filme inspirado nos ideais da incon-fidência Mineira, transpostos para os anos de 1940 em Ouro Preto, onde estudantes universitários se rebelam em tempos opressivos de ditadura reivindicando a demissão de um tirânico reitor. Os persona-gens da trama são batizados com nomes de personalidades históri-cas da inconfidência, como o poeta Gonzaga, a musa Marília, o herói Xavier e o traidor Silvério.

A Suíte é composta de dez curtos movimentos. O movimento de abertura, Maestoso, empregado nas cenas finais do filme, abre a Suíte com um tema executado por toda a orquestra em caráter magnifi-cente. Já no segundo movimento, Andantino, sombrio e introspecti-vo, destaca-se um delicado solo de flauta na seção intermediária. O Andantino ilustra o momento de abertura do filme durante a exibição de belas imagens da cidade ao fundo. O terceiro movimento, Misterioso, enfatiza o momento de conflito da trama, no qual se revela a ação do traidor do enredo. em contraste, surge o Scherzando, com um breve

caMaRGo GuaRnieRi(Brasil, 1907 – 1993)

Suíte Vila Rica

Em ambiente sonoro singular, os temas da Suíte ilustram o contexto do filme inspirado nos ideais da Inconfidência Mineira, transpostos para os anos 1940 em Ouro Preto, onde estudantes se rebelam em tempos de ditadura.

solo dos instrumentos de sopro em caráter leve e jocoso, ilustrando o reencontro do herói com sua amada. É no Agitato que Guarnieri emprega o tema da canção folclórica mineira Tim, tim oi lá lá. No sexto movimento, Alegre, destaca-se o diálogo entre cordas e so-pros em espírito festivo. esse movimento foi empregado durante a cena em que o poeta socorre sua musa após sofrer uma queda. A musa, em momento posterior, executa ao piano a Valsa, também apresentada no filme em versão orquestral. O Saudoso nos remete às modinhas brasileiras e ilustra o momento em que os alunos são informados do afastamento de um querido professor. em seguida surge o humorístico, movimento com caráter vivo e ritmado, ouvido quando os rebeldes se retiram da república onde residiam e passam a morar nas ruas da cidade. A conclusão da Suíte efetiva-se com o Gingado, em ritmo de baião, empregado quando o professor detes-tado pelos alunos é levado a abdicar da disputa.

este ciclo foi a única obra produzida por Guarnieri com finalidade ci-nematográfica. A composição foi dedicada ao então Ministro da edu-cação e Cultura Clóvis Salgado, no período em que Guarnieri atuou como assessor musical junto ao Ministério. Rebelião em Vila Rica foi um dos primeiros filmes coloridos produzidos no Brasil, com roteiro dos mineiros Geraldo e Renato Santos Pereira.

César BuscacioProfessor na Universidade Federal de Ouro Preto.

Para oUVIr:CD Guarnieri – Sinfonias nos 5 e 6, Suíte Vila Rica – Orquestra Sinfônica do estado de São Paulo – John Neschling, regente – BiS – 2009

Para LEr:Flávio Silva (org.) – Camargo Guarnieri: o tempo e a música – Funarte/imprensa Oficial – 2001

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Para oUVIr_CD Tchaikovsky – Violin Concerto – Berliner Philharmoniker – Michael Tilson Thomas, regente – Joshua Bell, violino – Sony – 2005

CD Tchaikovsky: Violin Concerto/Souvenir d’un lieu cher – Mahler Chamber Orchestra – Daniel harding, regente – Janine Jansen, violino – Decca – 2009

em 1877, aos 37 anos de idade, Tchaikovsky fugia para o balneário suíço de Clarens, à beira do Lago de Genebra. Após uma união de-sastrada com sua ex-aluna Antonina Miliukova, ele precisava se re-cuperar do colapso nervoso causado por um casamento que durara apenas seis semanas. A estada em Clarens, entretanto, parece ter--lhe feito muito bem. Nos seis meses que lá ficou, compôs algumas de suas obras mais importantes: a Sinfonia nº 4, a ópera eugene Onegin e o Concerto para violino e orquestra. enquanto em Clarens, Tchaikovsky recebeu a visita de um antigo aluno, o violinista Yosif Kotek, que lhe deu a assistência técnica que precisava para compor o Concerto. Composto em apenas um mês, é ainda hoje conside-rado um dos concertos mais difíceis jamais escritos para o violino. Tchaikovsky inicialmente dedicou o Concerto ao violinista Leopold Auer, professor do Conservatório e primeiro violino do quarteto de cordas da Sociedade Musical Russa e das orquestras dos teatros imperiais de São Petersburgo (Teatro imperial Bolshoi Kamenny, Te-atro imperial Mariinsky, Teatro imperial hermitage e Teatro imperial de Peterhof). Porém, Leopold Auer não se entusiasmou muito com o Concerto e o considerou impossível de ser tocado. Triste com a demora de Auer em estreá-lo, Tchaikovsky providenciou uma segun-da edição, desta vez dedicada ao violinista Adolph Brodsky, que o estreou em Viena, no dia 4 de dezembro de 1881, sob a regência de hans Richter.

O Concerto para violino e orquestra possui três movimentos. O pri-meiro (Allegro moderato) inicia-se com uma breve introdução da orquestra, seguida por um pequeno trecho em que o violino toca sozinho, preparando a entrada do tema principal (Moderato assai). O violino apresenta os temas em passagens extremamente virtuo-sísticas, ficando a orquestra encarregada de reapresentá-los logo

PiotR iiLitch tchaiKoVsKY(Rússia, 1840 – 1893)

Concerto para violino e orquestra

Composto em apenas um mês, é ainda hoje considerado um dos concertos mais difíceis escritos para o violino. Tchaikovsky ini-cialmente dedicou-o ao violinista Leopold Auer, que o considerou impossível de ser tocado.

depois. Quando já ultrapassamos a metade do movimento e cami-nhamos para o fim, o violino inicia uma longa cadência virtuosísti-ca, escrita pelo próprio compositor. Logo após, em uma passagem extremamente suave nas cordas, a flauta anuncia o tema principal. Tem início a reexposição temática, que nos conduzirá à explosão do tutti final.

O segundo movimento, uma Canzonetta (Andante), inicia-se com um belo coral das madeiras. este coral não apenas prepara a entrada do solista como, ao final, fechará o movimento criando, assim, uma moldura onde, no centro, solista e orquestra travam um belíssimo diálogo musical.

O Finale (Allegro vivacissimo) deve ser atacado logo após o segundo movimento, sem intervalo. Com temas eslavos e um jogo constante de acelerar e desacelerar, o terceiro movimento parece uma festa cigana onde o violino toca como se estivesse improvisando o tempo todo. este movimento incomodou profundamente o crítico eduard hanslick, presente na estreia. Para ele, a maneira direta com que Tchaikovsky cria a atmosfera festiva cigana era obscena e incivili-zada: “quando se escuta esta música é possível ver uma série de rostos selvagens, ouvir seu linguajar bárbaro e sentir o cheiro de bebida”. Talvez para ele, e para os vienenses da época, isto fizesse sentido. Para nós, não é nada mais que uma música divina e encan-tadora, com um sabor exótico de um mundo distante.

Guilherme NascimentoProfessor da escola de Música da UeMG e da Fundação de educação Artística.

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PaRa aPReciaR uM

conceRto

Silêncio em uma sala de concerto, o silêncio é fundamental para que você possa ouvircada detalhe da música. Ruídos incomodam e dificultam a apreciação das obras e a concentração dos músicos.

aparelhos eletrônicos O celular perturba o silêncio necessário à apreciação do concerto. Tenha certeza de que o seu está desligado.

TosseTosse chama a atenção. Como um apreciador da música, você não vai querer desviar os olhares para sua direção. Por isso, se estiver com tosse, experimente usar uma pastilha antes do concerto e aliviar alguma irritaçãona garganta antes de entrar na sala e durante os intervalos.

aplausos O aplauso é o elogio da plateia. e, como todo elogio, faz toda a diferença usá-lo na hora certa. É tradição na música clássica aplaudir apenas no final das obras, que, muitas vezes, se compõem de duas, três ou mais partes. Quando uma dessas partes termina, não significa que a música chegou ao fim.Consulte o programa para saber o número de movimentos e o final de cada obra e fique de olho na atitude e gestos do regente e dos músicos.

Pontualidadeatraso e procura de lugares As portas do Grande Teatro são fechadas após o terceiro sinal. Depois do início da apresentação, a entrada só é permitida em momentos que não interrompam o concerto. Quando você puder entrar, escolha silenciosamente um lugar vago ao fundo da sala. evite andar e trocar de poltrona durante a execução das músicas. Se tiver de sair antes do final da apresentação, aguarde o término de uma peça.

outras recomendaçõesCrianças Se você estiver com crianças muito novas, prefira os assentos próximos aos corredores. Assim, você consegue sair rapidamente se a criança se sentir desconfortável.

Comidas e bebidas O consumo de comidas e bebidas não é permitido no interior da sala de concerto.

registrosFotos e gravações em áudio e vídeo não são permitidos. Aproveite o concerto ao vivo.

Programa A leitura do programa oferece uma oportunidade de conhecer um pouco maissobre a música, os compositores e os intérpretes que se apresentam. ele será seu guia para a boa compreensão das obras executadas. Você também poderá consultá-lo no site antes de vir para o concerto.

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CULTURA

Música clássica faz bem para o coração. Se faz bem para o coração,

o Instituto Unimed-BH apoia.

A Orquestra Filarmônica de Minas Gerais conta com o apoio do Instituto Unimed-BH. Com a captação de recursos de pessoas físicas, o Programa Cultural Unimed-BH promove a dança, o teatro, a música instrumental e erudita, oferecendo ao público mineiro uma intensa programação cultural, gratuita ou a preços acessíveis. Para a Unimed-BH, é uma emoção comemorar 40 anos levando mais arte e alegria para todos.

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allegro e VivaceSão séries realizadas em noites de terça (Vivace) e quinta-feira (Allegro), no Grande Teatro do Palácio das Artes. Ambas apresen-tam repertório que inclui sinfonias e outras músicas de diferentes períodos históricos, trazendo frequentemente obras pouco conhe-cidas e inéditas, com a presença de convidados de renome interna-cional.

Concertos para a JuventudeA iniciativa recupera a tradição de concertos sinfônicos nas manhãs de domingo, dedicados à família. As apresentações têm ingressos a preços populares e contam com a participação de jovens solistas.

Clássicos no ParqueCom um repertório que abrange música sinfônica diversificada, os concertos proporcionam momentos de descontração e entretenimento a um público amplo e heterogêneo. Realizados aos domingos, nos par-ques da cidade.

Concertos DidáticosSão concertos de caráter didático, com entrada franca, para grupos de crianças e jovens da rede escolar pública e particular, institui-ções sociais e universidades. Além de apreciar a boa música, o público recebe informações sobre a orquestra, os instrumentos e as diversas formas musicais.

FestivaisSão eventos idealizados para oferecer ao público experiências mu-sicais específicas. O Festival Tinta Fresca procura identificar e pro-mover novos compositores brasileiros. O Laboratório de Regência tem por finalidade dar oportunidade a jovens regentes brasileiros, de comprovada experiência, de desenvolver, na prática, a habilidade de lidar com uma orquestra profissional.

Turnês EstaduaisAs turnês estaduais levam a música de concerto a diferentes regiões de Minas Gerais, possibilitando que novos públicos tenham o contato direto com música sinfônica de excelência.

Turnês NacionaisA Orquestra Filarmônica de Minas Gerais percorre importantes regiões e centros culturais do Brasil, a fim de divulgar a boa música e representar o estado no cenário nacional erudito.

sÉRies e outRos

conceRtos

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Qual a diferença entre orquestra Sinfônica e orquestra Filarmônica?

Não existe diferença entre uma orquestra e outra se a dúvida é sobre seu tamanho ou composições que cada uma pode tocar. Uma orquestra pode ser de câmara se tem um número pequeno de instrumentos, mas, se for completa, com todas as famílias de instrumentos, ela será sinfônica ou filarmônica. esses prefixos serviram, durante muitos anos, para designar a natureza da orquestra, se “pública” ou “privada”. isso porque se convencionou chamar de filarmônica a orquestra mantida por uma sociedade de amigos admiradores da música, enquanto sinfônica era a orquestra mantida pelo estado. hoje não se pode mais fazer essa distinção, seja no Brasil ou em outros países, já que ambas dependem do auxílio tanto da iniciativa privada como dos governos.

Originalmente, a palavra orquestra vem do grego para se referir a um grupo de instrumentistas tocando juntos. Sinfônico quer dizer “em harmonia” e filarmônico, “amigo da harmonia”. Uma orquestra filarmônica é, portanto, sinfônica, pois seus músicos devem tocar em harmonia e ser capazes de executar as composições sinfônicas criadas pelos compositores de todos os períodos da música clássica, especialmente as mais complexas, a partir do século XiX. Queremos que a nova orquestra de Minas seja de todos nós, amigos da harmonia, o que motivou a escolha do nome Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

Peças em perfeita harmonia, que despertam emoções e nos levam a vários lugares. É, temos muito em comum com a Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.A Mercedes-Benz acredita que investir em cultura é ajudar no desenvolvimento das pessoas e do país.

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PRÓXiMos

conceRtosagoSTo Série allegro

4 de agosto, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Vadim Gluzman, violino BeRNSTeiN / WAGNeR / TChAiKOVSKY

Clássicos no Parque 7 de agosto, domingo, 18h, Praça JK Marcos Arakaki, regência GLiNKA / MOZART / BiZeT / J. STRAUSS / KATChATURiAN

Série Vivace 16 de agosto, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Pascal Rogé, piano SeRGiO RODRiGO / SAiNT-SAËNS / RAVeL

rio de Janeiro 17 de agosto, quarta-feira, 20h, Theatro Municipal do Rio de Janeiro Fabio Mechetti, regência Pascal Rogé, piano SeRGiO RODRiGO / SAiNT-SAËNS / RAVeL

São Paulo 18 de agosto, quinta-feira, 21h, Theatro Municipal de São Paulo Fabio Mechetti, regência Pascal Rogé, piano SeRGiO RODRiGO / SAiNT-SAËNS / RAVeL

Série allegro 25 de agosto, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Joshua Bell, violino GiNASTeRA / GUARNieRi / TChAiKOVSKY

Concertos para a Juventude 28 de agosto, domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Rommel Fernandes, violino Nilson Bellotto, contrabaixo GUARNieRi / BOTTeSiNi / GiNASTeRA

Concertos Didáticos 29 de agosto, segunda-feira, 9h30, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Fausto Borém, contrabaixo / narrador GLiNKA / FAUSTO BORÉM / KATChATURiAN / BiZeT

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SETEmBro Série Vivace 6 de setembro, terça-feira, 20h30, Palácio das Artes Fabio Mechetti, regência Arnaldo Cohen, piano h. TAVAReS / RAChMANiNOFF

Turnê Nacional 8 a 14 de setembro Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba, Blumenau, Londrina e Paulínia Fabio Mechetti, regência Arnaldo Cohen, piano h. TAVAReS / RAChMANiNOFF

Série allegro 22 de setembro, quinta-feira, 20h30, Palácio das Artes isaac Karabtchevsky, regente convidado Sergei Nakariakov, trompete hUMMeL / ARBAN / DVORÁK

Concertos para a Juventude 25 de setembro, domingo, 11h, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Lucas Thomazinho, piano DVORÁK / SAiNT-SAËNS

Concertos Didáticos 26 de setembro, segunda-feira, 9h30, Sesc Palladium Marcos Arakaki, regência Fausto Borém, contrabaixo / narrador GLiNKA / FAUSTO BORÉM / KATChATURiAN / BiZeT

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orQUESTra FILarmÔNICa DE mINaS gEraIS | agosto | 2011DIrETor arTÍSTICo E rEgENTE TITULar Fabio Mechetti rEgENTE aSSISTENTE Marcos Arakaki

DIrETorIa ExECUTIVa

DiReTOR PReSiDeNTe

Diomar SilveiraDiReTOR ADMiNiSTRATiVO-FiNANCeiRO

Tiago Cacique MoraesDiReTOR De COMUNiCAçãO

Fernando LaraDiReTOR De MARKeTiNG e ReLACiONAMeNTO

Thiago Nagib hinkelmannDiReTOR De PRODUçãO MUSiCAL

Richard Santana

EQUIPE TéCNICa

GeReNTe De PRODUçãO MUSiCAL

Claudia GuimarãesGeReNTe De COMUNiCAçãO

Merrina Godinho Delgado

INSTITUTo CULTUraL FILarmÔNICaPRODUTORA

Carolina Debrot PRODUTOR

Luis Otávio Amorim AUXiLiAR De PRODUçãO

Lucas Barbosa ANALiSTA De COMUNiCAçãO

Andréa Mendes ANALiSTA De COMUNiCAçãO

Marcela Dantés ANALiSTA De MARKeTiNG De ReLACiONAMeNTO

Mônica Moreira ANALiSTA De MARKeTiNG e PROJeTOS Mariana Theodorica ASSiSTeNTe De COMUNiCAçãO

Mariana Garcia ASSiSTeNTe De PROGRAMAçãO MUSiCAL Francisco César Araújo

EQUIPE aDmINISTraTIVa

ANALiSTA De ReCURSOS hUMANOS

Quézia Macedo Silva ANALiSTA FiNANCeiRO

Thais Boaventura ANALiSTA ADMiNiSTRATiVO

eliana Salazar SeCReTÁRiA eXeCUTiVA

Flaviana Mendes AUXiLiAReS ADMiNiSTRATiVOS

Cristiane Reis, João Paulo de Oliveira e Vivian Figueiredo ReCePCiONiSTA

Lizonete Prates Siqueira MeNSAGeiRO

Jeferson Silva eSTAGiÁRiO

Alexandre Moreira

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PrImEIroS VIoLINoS

Anthony Flint spalla

eliseu Martins de Barros concertino

Rommel Fernandes assistente de spalla

Arthur Vieira TertoBojana PantovicMarcio CecconelloMartha de Moura PacíficoMateus FreirePatrick DesrosiersRodolfo Marques ToffoloRodrigo de OliveiraAnderson Farinelli ****elias Martins de Barros ****Luciana Arraes ****Pedro Della Rolle ****Thiago Paganini ****

SEgUNDoS VIoLINoS

Frank haemmer *Jovana Trifunovic **eri Lou Miyake NogueiraGláucia de Andrade BorgesJosé Augusto de AlmeidaLeonardo OttoniLuka MilanovicMarija Mihajlovic Radmila BocevTiago ellwangerValentina GostilovitchAnderson Cardoso ****Luiza de Castro ****Rodrigo Bustamante ****

VIoLaS

João Carlos Ferreira *Bruno Leandro da SilvaCleusa de Sana NébiasGlaúcia Martins de BarrosMarcelo NébiasNathan MedinaKatarzyna Druzd Vitaliya MartsinkevichWilliam Martins

VIoLoNCELoS

elise Pittenger ***

Camila PacíficoCamilla RibeiroLina Radovanovic Matthew Ryan-KelzenbergPedro Bielschowsky Renato de Sá ****Robson Fonseca ****

CoNTraBaIxoS

Colin Chatfield *Mark Wallace **Brian Fountain hector Manuel espinosaMarcelo CunhaNilson Bellotto Valdir Claudino

FLaUTaS

Cássia Lima*Renata Xavier **Alexandre BragaCaroline Lohmann

oBoéS

Alexandre Barros *Ravi Shankar **israel Silas MunizMoisés Pena

CLarINETES

Dominic Desautels *Marcus Julius Lander **Ney Campos FrancoAlexandre Silva

FagoTES

Catherine Carignan * Laurence Messier **Raquel Carneiro Ariana PedrosaRomeu Rabelo

TromPaS

evgueni Gerassimov *Ailton Ramez FerreiraGustavo Garcia Trindade **José Francisco dos SantosAndré Gonçalves ****

TromPETES

Marlon humphreys *erico Oliveira Fonseca **

Daniel LealRomilso Curvelo ****

TromBoNES

Mark John Mulley *Wagner Mayer **Renato Lisboa

TUBa

eleilton Cruz *

TÍmPaNoS

Ambjorn Lebech *

PErCUSSão

Rafael Costa Alberto *Daniel Lemos **Werner SilveiraSérgio AluottoFernando Rocha ****John Boudler ****Leonardo Gorosito ****Piero Guimarães ****

HarPa

Mareike Burdinski *Jennifer Campbell ****

TECLaDoS

Ayumi Shigeta *

gErENTE

Jussan Fernandes

INSPETora

Karolina Lima

aSSISTENTE aDmINISTraTIVo

Débora Vieira

arQUIVISTa

Vanderlei Miranda

aSSISTENTES

Klênio CarvalhoSergio AlmeidaYan Vasconcellos

SUPErVISor DE moNTagEm

Rodrigo Castro

moNTaDorES

Carlos NatanaelFelix de SennaMatheus Luiz Ferreira

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West Side Story – música de Bernstein e letra de Stephen Sondheim – estreou na Broadway em 1957. Uma das maiores obras do teatro musical, sua montagem original teve mais de setecentas apresentações.

A música sinfônica está em toda parte.

Ela é presente não só na vida dos apaixonados por essa arte, como também no dia a dia de quem ainda não se sente íntimo dela.

Você pode não ter percebido, mas a música sinfônica está no cinema antigo, no cinema contemporâneo, nas animações, nos comerciais de TV, nas discotecas dos anos 1970, em novelas, nas artes plásticas e até nos toques de aparelhos celulares do mundo todo.

Em 2011, os cadernos das séries Allegro e Vivace vão recordar esses momentos e lugares inesperados em que a música sinfônica se apresenta para todos, mesmo aqueles que não costumam frequentar as salas de concerto.

Assim, convidamos você a sempre voltar a esta sala, onde poderá sentir a força e a sutileza de obras criadas em períodos diferentes, conhecer compositores geniais e intérpretes que emocionam. São grandes as chances de você também se apaixonar.

Leonard Bernstein, cuja Serenata poderá ser ouvida pelo público da Filarmônica de Minas no mês de agosto, é um dos personagens mais importantes da música do século XX. Compositor e regente, dividiu seu talento entre a música sinfônica e o teatro musical.

AGOSTO 2011

PATroCÍNIo

APoIo CULTUrAL

DIVULgAção

APoIo INSTITUCIoNAL

rEALIZAção

SérieS AlleGrO e vivAce

Ministério da Cultura apresenta

www.filarmonica.art.br

R. Paraíba, 330 | 120 andar | Funcionários Tel. 31 3219 9000 | Fax 31 3219 9030 CEP 30130-917 | Belo Horizonte | MG [email protected]

AGOSTO 2011

REALIZAÇÃO

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