TENDÊNCIAS DE OFERTA, MATRÍCULA E EVASÃO NO ENSINO … · 2020-06-11 · As redes sociais...
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TENDÊNCIAS DE OFERTA, MATRÍCULA E EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR. O QUE O BIG DATA E AS REDES SOCIAIS REVELAM NESTE MOMENTO DE PANDEMIA DA COVID-19.
DADOS E INSIGHTS EXTRAÍDOS DE FERRAMENTAS DE BIG DATA, REDES SOCIAIS E MOTORES DE BUSCAS NA INTERNET
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Panorama e tendências no setor educacional após dois meses de pandemia
Bem como os outros setores da economia, a educação brasileira enfrenta desafios
econômicos, sociais e culturais importantes desde a crise econômica eclodida em
2015. Quando o horizonte se apresentava mais otimista ao crescimento econômico, a
inesperada crise sanitária da Covid-19 abalou todas as perspectivas positivas de
desenvolvimento dos diferentes setores educacionais em 2020.
Na seara do ensino-aprendizagem, o desafio imposto pelo isolamento social é
singular. A criação de técnicas e estratégias online por educadores se mostrou urgente
e imediata. Já a adaptação dos professores, alunos e pais neste período é um desafio
ainda sem solução perfeita, sobretudo na oferta da educação básica. Consonante a
isso, o acesso à internet de qualidade ainda é um privilégio de uma pequena parcela
da sociedade, que se beneficia dos novos formatos de interação entre educadores e
estudantes.
No ensino superior, as maiores dificuldades são de natureza educacional, econômica
e regulatória. O ambiente incerto e a necessidade de implementar uma metodologia
remota emergencial irão revolucionar o setor.
TENDÊNCIAS DE OFERTA, MATRÍCULA E EVASÃO NO ENSINO SUPERIOR.
O QUE O BIG DATA E AS REDES SOCIAIS REVELAM NESTE MOMENTO DE PANDEMIA DA COVID-19.
*Fernando Covac, especialista de Big Data e sócio da Expertise Educação *Rodrigo Capelato, economista, diretor executivo do Semesp, sócio da Expertise Educação *Dr. Covac, advogado e sócio da Expertise Educação
*
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Acostumadas a um calendário tradicional de captação, rematrículas, processos
seletivos, cumprimento de carga horária e financiamentos privados e públicos, as
instituições de ensino superior se viram em meio a um turbilhão de desafios que será
explorado no presente relatório por meio de dados importantes que visam subsidiar
a tomada de decisão dos gestores e formuladores de políticas públicas.
Com base em análises de Big Data, verificando as séries históricas dos dados de buscas
em plataformas como Google e discussões online em redes sociais (Twitter, Facebook
e Instagram), sites, fóruns e blogs, levantadas por meio de ferramentas de business
intelligence, foi possível identificar as perspectivas de mudança drástica e de
tendências para a educação a curto prazo.
Vai ter Enem ou quando será?
Um dos principais assuntos comentados nas redes sociais desde o começo da
pandemia foi a realização ou não do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na data
prevista. O ministro da educação Abraham Weintraub já anunciou que o Enem terá
alteração na data de novembro para dezembro de 2020 ou janeiro de 2021.
Analisando os dados de buscas no Google por Enem desde o início da pandemia no
Brasil, ao final de fevereiro, a procura por informações sobre a prova se intensificou.
O volume de buscas pelo Enem no Brasil, entre 1 de março e 17 de maio em 2020,
cresceu 88% em comparação com a média do mesmo período dos últimos cinco anos,
conforme gráfico abaixo.
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INTERESSE POR ENEM NO GOOGLE
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
As redes sociais repercutem a opinião sobre o adiamento do Enem
No mês de maio, o Ministério da Educação (MEC) divulgou propaganda a favor do não
adiamento da prova, com a campanha “Tempo de Aprender”. Mesmo com as
incertezas envolvendo a realização do exame, o número de inscritos superou a marca
de cinco milhões.
Nas redes sociais, estudantes divergem opiniões sobre o adiamento da prova. A
nuvem de palavras abaixo apresenta os termos mais recorrentes utilizados nas
discussões online.
4 5 7 8
39 35
2010 8
48 46
1512 11 12 921
65 68
3928
35
100
46
01-MAR
08-MAR
15-MAR
22-MAR
29-MAR
05-APR
12-APR
19-APR
26-APR
03-MAY
10-MAY
17-MAY
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Com base na análise de 239.921 comentários nas redes sociais (Facebook, Twitter e
Instagram), sites, blogs e fóruns online sobre o Enem 2020, entre 17 de março e 17 de
maio, nota-se que 72,5% são a favor de que a prova seja adiada ou cancelada. Os
alunos e responsáveis alegam que a competição não será justa, haja vista que a
oportunidade de ensino, enquanto durar a pandemia, está prejudicada para aqueles
sem acesso integral à internet de boa qualidade.
Fonte: 239.921 comentários em redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) entre 17 de
março e 17 de maio.
Já dentre os 27,5% que pedem para que o Enem não seja adiado, 87,88% destacam
que é possível estudar em casa com material didático online.
Afavor72%
Contra28%
AdiamentodoENEM
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O problema é o reflexo do adiamento no calendário escolar das instituições de ensino
superior em 2020 por causa da pandemia. Nos últimos anos, com os resultados do
Enem sendo divulgados somente em meados de janeiro e os processos de ingressos
via SISU, PROUNI e FIES sendo realizados a posteriori, muitos alunos acabavam
ingressando em março, já dificultando muito o cumprimento do calendário escolar.
Um adiamento do exame com reflexos na postergação dos processos de seleção do
SISU, PROUNI e FIES pode inviabilizar por completo o cumprimento do calendário
escolar pelas IES em 2021.
E o interesse por processos seletivos em IES particulares?
Em relação à captação para o segundo semestre de 2020, o volume de buscas no
Google indica que o interesse por processos seletivos e vestibulares em IES
particulares está em franco declínio, como mostra o gráfico abaixo, com uma queda
de mais de 70% entre abril e maio de 2020, em comparação à média do mesmo
período dos anos de 2015 a 2019. A tendência de pesquisas de Google apresenta um
cenário preocupante para a captação no segundo semestre.
INTERESSE POR PROCESSOS SELETIVOS
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
87100
8575
65
5040 36
3038
32 29 31 30 31 3443 45 50 47
63
8675 78
55 60 64
3137 35
18 14 14 11 14 12 10 1320
8
05-JAN
12-JAN
19-JAN
26-JAN
02-FEB
09-FEB
16-FEB
23-FEB
01-MAR
08-MAR
15-MAR
22-MAR
29-MAR
05-APR
12-APR
19-APR
26-APR
03-MAY
10-MAY
17-MAY
Média2015-2019 2020
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Qual avaliação dos estudantes em relação às aulas a distância?
Com a suspensão das atividades presenciais nas IES, rapidamente as instituições de
ensino superior, sobretudo as privadas, transformaram as aulas para um formato
remoto por meio de plataformas que possibilitam a entrega de forma síncrona na casa
dos alunos. Desde o começo da pandemia, no entanto, a opinião de alunos e
responsáveis sobre as diferentes formas de ensino divergem.
Com base na análise de 89.823 menções sobre as aulas assíncronas online (TIC), entre
17 de março e 17 de maio, 65,67% de alunos e responsáveis não estão satisfeitos.
Entre as reclamações, estão comentários sobre a qualidade do ensino, dificuldade de
concentração e problemas de acesso às plataformas.
Fonte: 89.823 comentários em redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) entre 17 de
março e 17 de maio.
66%
34%
Aulasassíncronas("gravadas"- TIC)
Insatisfeitos
Satisfeitos
8
A parcela satisfeita de 34,33% do público defende que as aulas disponibilizadas em
EAD possuem qualidade e são práticas, pois colaboraram com a distribuição de tempo
do aluno, alegando também como fatores positivos a possibilidade de controle da
reprodução de conteúdo de maneira simples e acesso a qualquer momento do dia.
Na mesma amostra, 8.484 menções foram analisadas sobre aulas ao vivo, que são
realizadas a distância, porém de forma síncrona com alunos e professores conectados
e interagindo no mesmo momento.
Do total das menções sobre aulas síncronas, 78,79% dos alunos alegam que muitas
vezes as aulas são piores em comparação com as gravadas pela falta de praticidade.
São variadas as reclamações sobre incompatibilidade de horários das aulas e,
principalmente, pela infraestrutura em casa, que não suporta o acompanhamento das
aulas com qualidade. Os alunos relatam que enfrentam problemas técnico com as
transmissões frequentemente.
Fonte: 8.484 comentários em redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) entre 17 de
março e 17 de maio.
79%
21%
Aulassíncronas("aovivo"- TIC)
Insatisfeitos
Satisfeitos
9
Por outro lado, 21,21% alegam estar satisfeitos com o modelo de aulas remotas
síncronas, afirmando que o ensino é mais efetivo, permitindo um contato mais direto
com os professores e colegas de turma.
Haverá evasão?
Em virtude do isolamento social imposto pela pandemia da Covid-19, os professores
e alunos tiveram que se adaptar às aulas por meio das mais diversas tecnologias
disponíveis para a educação. Os dados demonstram que grande parte dos estudantes
teve dificuldades para se adaptar ao ensino online. É preciso destacar que as
instituições não tiveram tempo para planejar toda essa transformação e se viram
obrigadas a entregar o conteúdo de forma remota sem uma preparação prévia da
infraestrutura e do corpo docente, prejudicando a entrega com mais qualidade das
aulas.
Com o objetivo de identificar a tendência dos alunos em relação à evasão, foi realizado
um mapeamento do comportamento de buscas e menções em redes sociais sobre: a)
transferência para outros cursos ou IES; e b) trancamento e cancelamento de
matrículas.
Como pode-se notar no gráfico baixo, a transferência para outras instituições de
ensino não está no radar dos estudantes, posto que as buscas por termos referentes
à transferência entre cursos ou instituições, depois da eclosão da pandemia,
apresentam volume menor em comparação com a média do mesmo período dos
últimos cinco anos.
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INTERESSE POR TRANSFERÊNCIA ENTRE IES
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
As instituições de ensino privadas estão sofrendo grande pressão pela redução do
valor das mensalidades, concessão de descontos e renegociação de pagamentos. O
volume de buscas na internet relacionadas à negociação de desconto com IES
particulares cresceu mais de 1000% entre abril e maio em comparação com o mesmo
período do ano passado.
BUSCAS POR REGRAS DE NEGOCIAÇÃO DE DESCONTO IES
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
36
66
34
20
46
6455
73 7788
4034 38
51
26 3022
35 3829
39
66
100
70
85
55
83
53 52 54
30
1323 23
17 2026
11
36
5
05/01/20
12/01/20
19/01/20
26/01/20
02/02/20
09/02/20
16/02/20
23/02/20
01/03/20
08/03/20
15/03/20
22/03/20
29/03/20
05/04/20
12/04/20
19/04/20
26/04/20
03/05/20
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17/05/20
Média2015-2019 2020
12 133 9 6
167
144 4 6 67 5 7 5 11
4 3 9 7 412 7
15 12 10 7 3 7 8 3 4 3 4 58 6 11 8 8 11 8 3 5 4 5 75 9 8 616
7279
49
29
62
100
70
23-FEB
01-MAR
08-MAR
15-MAR
22-MAR
29-MAR
05-APR
12-APR
19-APR
26-APR
03-MAY
10-MAY
2016 2017 2018 2019 2020
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Chama atenção a procura por trancamento de cursos de graduação. Considerando a
série histórica de buscas pelo termo no Google, verifica-se que o mês de abril de 2020
atingiu o seu nível máximo, ficando mais de 80 pontos acima do início da série.
TRANCAMENTO DE CURSO DE GRADUAÇÃO
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
Considerando o acumulado de janeiro a maio de 2020, em comparação com o mesmo
período dos anos anteriores, verifica-se que, em 2020, o volume de buscas do termo
trancamento foi muito superior. Em relação ao ano de 2019, o crescimento foi de 31%.
0
20
40
60
80
100
120
May-10
Oct-10
Mar-11
Aug-11
Jan-12
Jun-12
Nov-12
Apr-13
Sep-13
Feb-14
Jul-14
Dec-14
May-15
Oct-15
Mar-16
Aug-16
Jan-17
Jun-17
Nov-17
Apr-18
Sep-18
Feb-19
Jul-19
Dec-19
May-20
Abril - 2020
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TRANCAMENTO DE CURSO DE GRADUAÇÃO
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
As dificuldades de negociação de descontos e trancamento de matrícula são refletidas
no número de buscas por decisões do Procon em favor de estudantes. Desde o final
do mês de março deste ano, o volume cresceu 127% em comparação com os anos
anteriores.
BUSCAS POR DECISÃO DE NOTAS TÉCNICAS DOS PROCONS
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
43
54 55 54 5249
63 64
535148
65 64 65
464757 59 60 59
47
73 74
100
77
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio
2016 2017 2018 2019 2020
24 19
012
24 24 1912
27
120
37
2426 22 20 2515
29
5646
65
1928
81
100
16-FEB
23-FEB
01-MAR
08-MAR
15-MAR
22-MAR
29-MAR
05-APR
12-APR
19-APR
26-APR
03-MAY
10-MAY
Média2015-2019 2020
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Nas redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter), o assunto também foi amplamente
abordado. Houve um aumento significativo de pessoas revelando intenção de
trancamento do curso de graduação no segundo semestre. Após a coleta de 101.670
menções sobre o tema, pode-se observar a evolução de 230% no número de
comentários diários sobre o tema somente em abril.
VOLUME DE MENÇÕES DIÁRIAS EM REDES SOCIAIS SOBRE TRANCAMENTO DE
MATRÍCULA EM CURSOS DE GRADUAÇÃO
Fonte: 101. 670 menções em redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter).
Para estudar com mais profundidade como a pandemia atingiu a decisão dos alunos
em cancelar a matrícula, no próximo item foi analisado um comparativo, entre os
mesmos períodos de 2019 e 2020, sobre a intenção de trancamento do curso por
parte de estudantes de instituições de ensino superior privadas.
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
mai-18
jun-18
jul-18
ago-18
set-18
out-18
nov-18
dez-18
jan-19
fev-19
mar-19
abr-19
mai-19
jun-19
jul-19
ago-19
set-19
out-19
nov-19
dez-19
jan-20
fev-20
mar-20
abr-20
mai-20
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Evasão 2019
Em 2019, a maioria dos comentários de quem explicitava intenção de trancar a
matrícula era insatisfação com o curso (31,43%), seguido de falta de tempo (25,71%).
MOTIVOS DE TRANCAMENTO 2019
Fonte: Redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) entre 17 de março e 17 de maio.
Vocação31,43%
Tempo25,71%
Problemasfinanceiros19,98%
Outros11,43%
Docentes8,57%
Dificuldadede
acompanhamentoEAD2,86%
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Evasão 2020
Já em 2020, a maioria dos comentários de quem revela intenção de trancar a
matrícula está concentrada na insatisfação dos alunos com as aulas remotas
(44,16%), seguido dos problemas financeiros (20,78%).
MOTIVOS DE TRANCAMENTO 2020
Fonte: Redes sociais (Facebook, Instagram e Twitter) entre 17 de março e 17 de maio.
Dificuldadedos
presenciaisàadaptaçãoao
EAD44,16%
Problemasfinanceiros20,78%
Vocação18,18%
Perspectivade
desemprego10,39%
Estruturadomiciliar ao
EAD2,60%
Outros2,60%
Sobrecargadeatividades1,30%
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O que os alunos estão buscando como alternativa de estudo?
Em contrapartida às dificuldades enfrentadas pelos cursos de graduação, observa-se
um crescimento da procura por outros tipos de ensino, como cursos livres pagos,
gratuitos ou mesmo especializações. O gráfico abaixo apresenta a evolução de
procuras no Google por cursos gratuitos online.
BUSCAS POR CURSOS ONLINE GRÁTIS NO GOOGLE
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
De acordo com os dados do Google Trends e ADWORDS, o volume de buscas por pós-
graduação na modalidade a distância ultrapassou pela primeira vez os cursos
presenciais deste tipo desde 2015.
53 51 52 53 50 48 53 56 53 51 49 46 47 50 49 48 48 44 4754
4352 53 54 54 55 54 52 48 52 51 49 52 48 44 42 44 46 45 43
52 52 50 52 48 4454 53 49 52 49
43 41 46 44 4438 43 44 40
48 45 46 47 51 52 48 44 40 45 45 45 43 43 40 42 39 42 41 4350 51 51 52 52 50 47 43 48 43
69
100
83
68 7367 67 69 70 68
05-Jan
12-Jan
19-Jan
26-Jan
02-Feb
09-Feb
16-Feb
23-Feb
01-Mar
08-Mar
15-Mar
22-Mar
29-Mar
05-Apr
12-Apr
19-Apr
26-Apr
03-May
10-May
17-May
2016 2017 2018 2019 2020
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BUSCAS POR PÓS GRADUAÇÃO NO GOOGLE
Fonte: Google Trends e Adwords em índice.
Considerações finais
Os dados e as análises apresentadas, com base em Big Data, retratam o momento
preocupante para o ensino superior no Brasil, no entanto, também permitem levantar
alguns insights para minimizar os impactos da crise provocada pela Covid-19. Nesse
sentido, é de suma importância que as instituições de ensino superior reflitam sobre
alguns pontos.
Apesar da maioria dos estudantes de ensino superior ter acesso a internet em casa, a
qualidade da conexão, do equipamento ou a falta de conhecimento tecnológico pode
ser um grande fator de evasão. A insatisfação das aulas ao vivo remota é elevada.
Nesse sentido, garantir que todos os alunos tenham acesso à aula com qualidade é
fundamental. As instituições precisam garantir que os equipamentos, a internet e a
usabilidade por parte dos professores e dos alunos sejam boas. Além disso, é
interessante que possam disponibilizar as aulas gravadas. Por melhor que sejam as
7866 71
8176
8173
8068 72
9583 80
6963
85
6575 68
83 82 73 7981
8278
72 77 7362
9690
78
99
7890 92 93
26
012
25
56
36
24 2514
31
12
49
2531 27
013 12
1823
37
16
38 43
32 26 27
10
40
10
7870
56 51 51
65
77
100
05-JAN
12-JAN
19-JAN
26-JAN
02-FEB
09-FEB
16-FEB
23-FEB
01-MAR
08-MAR
15-MAR
22-MAR
29-MAR
05-APR
12-APR
19-APR
26-APR
03-MAY
10-MAY
Pós2015-2019 Pós2020 PósEaD2015-2019 PósEaD2020
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condições de oferta da educação remota, problemas operacionais podem acontecer
e com frequência.
Importante lembrar que todos os alunos precisam ser acompanhados de perto. A
insatisfação de um único aluno pode gerar grandes danos à imagem do curso e da
instituição.
Existem vários casos de professores elogiados no novo formato de aula, no entanto,
muitos ainda têm dificuldades em adaptar a sua metodologia de aula. É fundamental
dar suporte ao corpo docente para que este possa reformular seus planos de aulas e
suas metodologias. Não há como simplesmente transpor uma aula presencial
expositiva para o formato de aula ao vivo online. É fundamental reduzir o tempo de
exposição e mesclar com outras atividades, incluindo as metodologias ativas.
Em virtude do crescimento explosivo do desemprego ou da perda de renda, evasão e
a inadimplência aumentaram acentuadamente. Como forma de minimizar essas
perdas, as instituições precisam estar ainda mais atentas às necessidades dos seus
alunos e ofertarem ferramentas financeiras como alternativa para os seus estudantes.
É fundamental que as IES ofertem crédito educativo próprio, permitindo que os alunos
posterguem o pagamento de parte das suas mensalidades, ou até na integralidade,
nesse momento de grave crise econômica. A única opção para o aluno não evadir por
questões financeiras é a instituição lhe provendo a solução.
A evasão já cresceu de forma acentuada no meio do semestre, porém, poderá ser
explosiva na virada para o segundo semestre. O principal motivo é a falta de
perspectiva sobre o que acontecerá com as aulas no segundo semestre. As primeiras
informações sobre retomada das aulas indicam que a volta será lenta e com um
volume muito menor de alunos presencialmente. Nesse sentido, é fundamental
planejar como serão as aulas e sinalizar para os alunos que o calendário será
integralmente cumprido. Mesmo mantendo as aulas de forma remota, os alunos
precisam saber o que vai acontecer e, sobretudo, ter a garantia de que o serviço será
prestado por completo.
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A elevação do desemprego, as suspensões de contratos ou reduções de jornada de
trabalhado e salário, bem como a obrigação de ficar em casa têm elevado a procura
por pós-graduação lato sensu. A possibilidade de aulas remotas ao vivo, combinada
com mais tempo livre e busca por maior empregabilidade, tem sido determinante para
aumentar a procura por especialização, tornando-se uma oportunidade nesse
momento.
Assim como a pós-graduação lato sensu, a oferta de cursos livres também é
interessante, mesmo no caso destes serem gratuitos, pois mantém a visibilidade da
instituição e pode gerar potenciais alunos de graduação no futuro.
Por fim, está claro que o modelo de ensino superior irá mudar. Todos os especialistas
apontam para um novo modelo que combinará aulas remotas síncronas, com aulas
online assíncronas e atividades presenciais. Apesar de estarmos vivendo no “olho do
furacão”, pensar na nova forma de ensino que virá pode ser uma grande vantagem
competitiva para a instituição.
As IES que se prepararem e conseguirem repensar seus modelos e suas estruturas
sairão na frente ao ofertarem uma educação totalmente inovadora, mas também
muita mais competitiva em termos de valores de mensalidades. A oferta de um
modelo que seja atraente aos alunos, combinada com valores de mensalidades
competitivos, provavelmente, será a vencedora na era pós-Covid.
Para mais informações e contato:
(11) 2476-3605 - [email protected]