Tenho Medo do Mar...

Quando tinha 4 aninhos, descobri que tinha medo do mar! Ele até é bonito mas… tinha medo…Tu alguma vez sentiste medo de alguma coisa?Bem, tu deves estar a perguntar: “ Mas quem é esta criança tão mal educada que nem diz o seu nome e se põe a fazer perguntas? Pois bem, vou responder-te. Chamo-me Margarida, mas podem chamar-me só de Mágui, que é a maneira como os meus papás me tratam.E agora sim, eu vou contar-te a minha história!

A minha mamã já me tinha colocado o protector solar, o fato de banho e o chapéu da Minnie na cabeça. Estava com um lindo vestido cor-de-rosa, que combinava com o chapéu e com as sandálias.Já a minha mãe tinha um bonito vestido azul e o meu pai os seus famosos calções e t-shirt cheios de cores. Ele costumava dizer que era para dar sorte quando fosse pesca, já eu e a mamã achávamos que os peixinhos se assustavam com ele. Mas, naquele dia, ele não ia pescar.A lancheira, o chapéu, o pára-vento e as toalhas arrumadas na porta bagagens, seguimos rumo à praia.

Pfuu! Estava mesmo muito calor, eu ia a brincar com o balde da praia, sentada na cadeirinha, e a imaginar a quantidade de castelos de areia que iria fazer.

Só depois me dei conta que já não me lembrava de como era o mar! Nós não estávamos numa praia há tanto tempo! A última vez, era eu muito bébézinha…

Por fim, chegámos e eu nem me tinha dado conta, porque estava tão entretida a pensar em como ele seria… E, lá estava ele, lindo, brilhante.

Perguntei logo ao papá e à mamã se podíamos ir logo para a água e, visto que nós todos já tínhamos a digestão feita, fomos.

Meninos brincavam na areia, fazendo castelos, jogando à bola, fazendo caminhos com conchas, bolinhos de areia que ofereciam com gentileza a familiares, pessoas comiam gelados, outras riam, outras liam, outras apanhavam banhos de sol e outras simplesmente desfrutavam daquele dia de verão, refrescando-se no mar e relaxando.O meu pai pendurou o chapéu e esticou as toalhas, enquanto a minha mãe me dava outro”banho” de protector…

Peguei nas braçadeiras e no patinho, que o meu pai já tivera tempo de encher, e, assim que eles deram sinal, corremos em direcção ao mar de mão dada. Aí é que tudo se complicou! Eu até estava bem, a brincar, a divertir-me, sabia que tinha de aproveitar ao máximo pois, quando me desse a fome não viria mais para a água, iria sim, ficar a fazer castelos de areia, o que também não era mau!

Entreti-me com os meus pais a mandar água uns aos outros, o que era divertido porque o pai sempre fazia batota e mergulhava para que não o atingíssemos… mas, a certa altura, algo picou o meu pé e eu gritei. Era uma dor horrível.

O meu pai e a minha mãe levaram-me ao nadador-salvador que me tratou o pé com o seu kit de primeiros socorros.

O nadador-salvador disse que o peixinho que me picara se chamava peixe-aranha e disse também que ele só me mordeu porque teve medo de mim e se quis defender.

Desde então, eu fiquei com medo do mar. Passou-se muito tempo e eu ia á praia, mas não á água. Fazia castelos de areia com os outros meninos, mas era sempre o mesmo. A vida sem o mar, sem a água salgada na cara.

Sem o mar nada era o mesmo! Decidi então arriscar. Entrei na água a medo, mas apercebi-me que se eu andasse com os pés à superfície, nenhum peixinho seria espezinhado por mim.

Assim, superei o meu medo.

Catarina Nascimento16 anosMarinha-GrandeEscola Eng.º Acácio Calazans DuarteDisciplina de Desenho A10º Ano