tension sitiffening

16
CMNE/CILAMCE 2007 Porto, 13 a 15 de Junho, 2007 © APMTAC, Portugal 2007 MODELOS DE FISSURAÇÃO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO VIA MÉTODO DOS ELEMENTOS FINITOS Marcelo Augusto da Silva Machado 1 *, Leandro Mouta Trautwein 2 , Américo Campos Filho 3 e Túlio Nogueira Bittencourt 4 1: Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica Escola Politécnica Universidade de São Paulo Av. Professor Almeida Prado, trav 2, 83, Cidade Universitária, São Paulo/SP-Brasil, 05508-900 e-mail: [email protected] 2: Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica Escola Politécnica Universidade de São Paulo Av. Professor Almeida Prado, trav 2, 83, Cidade Universitária, São Paulo/SP-Brasil, 05508-900 e-mail: [email protected] 3: Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil Escola de Engenharia Universidade Federal do Rio Grande do Sul Av. Osvaldo Aranha, 99, 3 andar, Porto Alegre/RS-Brasil, 90035-190 e-mail: [email protected] 4: Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica Escola Politécnica Universidade de São Paulo Av. Professor Almeida Prado, trav 2, 83, Cidade Universitária, São Paulo/SP-Brasil, 05508-900 e-mail: [email protected] Palavras-chave: Concreto Armado, Elementos Finitos, Cisalhamento, Fissuração Resumo. O trabalho realizado por Bresler e Scordelis [1] definiu conceitos seguidos na análise não-linear de estruturas de concreto armado. Em tal trabalho, estão os ensaios clássicos de doze vigas de concreto armado com o objetivo preliminar de investigar o comportamento crítico de vigas ao cisalhamento. Três destas vigas foram reproduzidas numericamente a fim de se validar a plataforma desenvolvida em elementos finitos para análise não-linear de estruturas de concreto armado sob estados planos de tensões. Os resultados obtidos numericamente de deslocamentos e modos de fissuração foram comparados com os resultados obtidos experimentalmente e também pelos softwares DIANA e FEMOOP, este último desenvolvido por Gamino [2].

description

tension sitiffening

Transcript of tension sitiffening

  • CMNE/CILAMCE 2007

    Porto, 13 a 15 de Junho, 2007

    APMTAC, Portugal 2007

    MODELOS DE FISSURAO EM ESTRUTURAS DE CONCRETO ARMADO VIA MTODO DOS ELEMENTOS FINITOS

    Marcelo Augusto da Silva Machado1*, Leandro Mouta Trautwein2, Amrico Campos Filho3 e Tlio Nogueira Bittencourt4

    1: Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotcnica

    Escola Politcnica

    Universidade de So Paulo

    Av. Professor Almeida Prado, trav 2, 83, Cidade Universitria, So Paulo/SP-Brasil, 05508-900

    e-mail: [email protected]

    2: Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotcnica

    Escola Politcnica

    Universidade de So Paulo

    Av. Professor Almeida Prado, trav 2, 83, Cidade Universitria, So Paulo/SP-Brasil, 05508-900

    e-mail: [email protected]

    3: Programa de Ps-Graduao em Engenharia Civil

    Escola de Engenharia

    Universidade Federal do Rio Grande do Sul

    Av. Osvaldo Aranha, 99, 3 andar, Porto Alegre/RS-Brasil, 90035-190

    e-mail: [email protected]

    4: Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotcnica

    Escola Politcnica

    Universidade de So Paulo

    Av. Professor Almeida Prado, trav 2, 83, Cidade Universitria, So Paulo/SP-Brasil, 05508-900

    e-mail: [email protected]

    Palavras-chave: Concreto Armado, Elementos Finitos, Cisalhamento, Fissurao Resumo. O trabalho realizado por Bresler e Scordelis [1] definiu conceitos seguidos na anlise no-linear de estruturas de concreto armado. Em tal trabalho, esto os ensaios

    clssicos de doze vigas de concreto armado com o objetivo preliminar de investigar o

    comportamento crtico de vigas ao cisalhamento. Trs destas vigas foram reproduzidas

    numericamente a fim de se validar a plataforma desenvolvida em elementos finitos para

    anlise no-linear de estruturas de concreto armado sob estados planos de tenses. Os

    resultados obtidos numericamente de deslocamentos e modos de fissurao foram comparados

    com os resultados obtidos experimentalmente e tambm pelos softwares DIANA e FEMOOP,

    este ltimo desenvolvido por Gamino [2].

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    2

    1. INTRODUO

    Este trabalho apresenta um sistema computacional, desenvolvido no software MATLAB por

    Machado [3], referenciado neste trabalho por MATLAB - Machado [3], utilizando o mtodo

    dos elementos finitos, para anlise no-linear de estruturas de concreto armado submetidas a

    estados planos de tenses.

    Considera-se o comportamento distinto do concreto trao ao seu comportamento

    compresso. Para a fissurao do concreto sob trao, utiliza-se um modelo de fissuras

    distribuidas, que leva em conta a contribuio do concreto entre fissuras. J para o concreto

    comprimido, utiliza-se uma regra de endurecimento de acordo com o Cdigo Modelo CEB-

    FIP 1990 [4].

    Introduz-se a armadura no modelo como um material mais rgido, com comportamento

    elastoplstico, no elemento de concreto. Assim, a matriz de rigidez da armadura tem as

    mesmas dimenses a matriz de rigidez do elemento de concreto e os deslocamentos da

    armadura so referenciados aos deslocamentos dos ns do elemento de concreto, somando-se

    diretamente as diversas matrizes de rigidez.

    Para validao do sistema computacional, comparam-se os resultados numricos com os

    clssicos resultados experimentais produzidos por Bresler e Scordelis [1], com o objetivo

    de se investigar o comportamento de vigas ao cisalhamento. Tambm se comparam com

    os resultados numricos produzidos pelos softwares DIANA e FEMOOP, este ltimo

    desenvolvido por Gamino [2].

    2. MODELOS DE ELEMENTOS FINITOS DOS MATERIAIS

    Para se modelar o concreto sob estado plano de tenses, utiliza-se um elemento finito

    isoparamtrico quadrangular de oito ns de famlia Serendipity, de acordo com Hinton e

    Owen [5]. Tal elemento possui dois graus de liberdade por n, deslocamentos na direes

    X e Y, com campos de deslocamentos variando de forma quadrtica e campos de

    deformaes variando de forma linear.

    J para se modelar as barras de armadura, utiliza-se um elemento finito tambm

    isoparamtrico mas unidimensional, permitindo-se modelar tanto barras retas, definidas

    por dois ns, ou curvas, definidas por trs ns. Considera-se a armadura como sendo uma

    linha ou um elemento unidimensional mais rigido dentro do elemento de concreto, que resiste

    apenas a esforos axiais, de acordo com o modelo incorporado de Elwi e Hudrey [6]. Este

    modelo Supe-se, tambm, aderncia perfeita entre o concreto e o ao. Assim, considera-se

    que ocorra a mesma deformao e deslocamento em ns da armadura e do concreto

    localizados na mesma posio. As matrizes de rigidez da armadura e do concreto possuem as

    mesmas dimenses, sendo a matriz de rigidez total de um elemento de concreto armado a

    soma das duas parcelas. Utiliza-se tambm o procedimento desenvolvido por Elwi e Hudrey

    [6] para a localizao automtica dos segmentos de armadura, dispostos de forma aleatria no

    interior da malha de elementos finitos de concreto.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    3

    3. MODELOS CONSTITUTIVOS DOS MATERIAIS

    Provavelmente, a principal caracterstica do concreto a sua baixa resistncia trao,

    quando comparada a sua resistncia compresso. Para tanto, utilizam-se dois modelos

    disitintos para descrever este comportamento.

    3.1. Concreto Comprimido

    Considera-se que o concreto comprimido tenha um comportamento elastoplstico com

    endurecimento, utilizando-se um modelo composto por um critrio de ruptura, um critrio

    de plastificao e uma regra de endurecimento. O critrio de ruptura adotado aquele

    proposto por Ottosen [7], sendo o mesmo adotado pelo Cdigo Modelo CEB-FIP 1990

    [4]. Quanto ao critrio de plastificao, considera-se que o concreto no fissurado tenha

    endurecimento isotrpico, cuja superfcie de plastificao seja quela de Von Mises,

    sendo esta um caso particular de Ottosen [7]. J para a regra de endurecimento, a qual

    define a maneira pela qual as superfcies de plastificao se movimentam (superfcies de

    carregamento), durante a deformao plstica, adota-se a relao tenso-deformao definida

    pelo Cdigo Modelo CEB-FIP 1990 [4]. No modelo implementado, considera-se plasticidade

    associada, por motivos prticos, j que h poucas evidncias experimentais disponveis para

    este fato, segundo Hinton e Owen [5]. Desta forma, dentro do domnio plstico, na relao

    tenso-deformao, o vetor de fluxo plstico normal superfcie de plastificao.

    3.2. Concreto Tracionado

    O fato de o concreto possuir baixa resistncia trao resulta na sua fissurao, para baixos

    nveis de tenso, se comparados com as tenses de falha compresso. Considera-se que o

    concreto fissurado segue o modelo de fissuras distribudas. A vantagem deste modelo que

    necessita-se apenas que se atualize a relao tenso-deformao aps a ocorrncia da fissura,

    sem modificar-se a topologia da malha de elementos finitos durante a anlise, como ocorre em

    outros modelos.

    No presente trabalho, o concreto sob trao modelado como sendo um material elstico com

    amolecimento (strain-softening) e emprega-se o critrio de ruptura de Ottosen para se

    distinguir o comportamento elstico da fratura trao. Para um ponto, no interior do

    elemento, previamente no-fissurado, as tenses principais e suas direes so avaliadas.

    Conforme o critrio estabelecido pelo Cdigo Modelo CEB-FIP 1990 [4], para um ponto de

    integrao cujo estado de tenso atingiu a superfcie de ruptura, tem-se que:

    - se 1 ftm/2, o ponto de integrao fissurou;

    - se 1 < ftm/2, o ponto de integrao esmagou.

    A fissura formada no plano ortogonal tenso principal mxima 1. Aps isso, considera-se

    o concreto ortotrpico, sendo desprezado o efeito de Poisson, conforme Hinton [8], e os eixos

    materiais locais coincidem com as direes das tenses principais. A direo da fissura

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    4

    admitida permanecer fixa, sendo isto conhecido como aproximao da fissura fixa. Como se

    trata de estado plano de tenso, permite-se apenas uma nica fissura, para cada ponto no

    interior do elemento de concreto. Para um ponto j fissurado, verifica-se a formao de uma

    segunda fissura, que, por simplicidade, seria ortogonal primeira fissura. Se ocorrerem duas

    fissuras, supe-se que o concreto no colabora mais na resistncia da estrutura, tendo suas

    tenses anuladas no ponto em questo.

    Calcula-se a direo da fissura, resolvendo-se um problema de autovetores. Calculam-se

    tambm os co-senos diretores dos ngulos formados entre o autovalor equivalente tenso

    principal mxima, 1 e o estado de tenso que originou a fissura.

    Aps a fissurao, adota-se que o concreto tracionado segue uma curva exponencial de

    amolecimento de deformaes (strain-softening), de acordo com Hinton [8]. Essa curva de

    amolecimento aplicvel somente ao concreto e desconsidera-se o efeito de rigidez trao

    pela presena da armadura.

    Assim como a tenso normal ao plano da fissura, a tenso paralela ao plano da fissura tambm

    sofre uma modificao. Duas situaes possveis podem acontecer: a deformao nesta

    direo ser de compresso, onde, para este caso, sugere-se que a tenso correspondente se

    comporte de acordo com o diagrama de um ensaio uniaxial compresso, segundo o Cdigo

    Modelo CEB-FIP 1990 [4]. Por outro lado, se a deformao, na direo analisada, for de

    trao, adota-se uma relao tenso-deformao linear. O limite superior desta relao a

    resistncia trao do concreto. Se este limite for atingido, supe-se que o concreto esteja

    fissurado nas duas direes e as tenses, no ponto, passam a serem nulas. Em ambos os casos,

    desconta-se a deformao considerada da deformao de fissurao.

    3.3. Rigidez Transversal do Concreto Fissurado

    Como uma regra geral, as primeiras fissuras que aparecem no concreto sob trao so

    perpendiculares direo da mais alta tenso principal de trao do concreto, 1. As direes

    principais se modificam, por mudanas no carregamento ou por no-linearidades da estrutura,

    produzindo deslocamentos relativos das faces rugosas da fissura. Isto causa o surgimento de

    tenses de corte no plano da fissura. O valor destas tenses de corte depende das condies

    locais na fissura. O principal mecanismo de transferncia de esforos transversais o

    engrenamento dos agregados e as principais variveis envolvidas so o tipo e a granulometria

    dos mesmos. Alm disso, o efeito de pino da armadura que cruza a fissura (dowell effect)

    tem tambm importncia na transferncia de esforos. Neste caso, as principais variveis

    envolvidas so o dimetro das barras, a taxa de armadura e a inclinao das barras em relao

    ao plano da fissura. Ambos mecanismos so controlados pela abertura da fissura, que, quando

    aumenta, faz com que se reduza a capacidade de transferncia de corte (shear transfer).

    No se pode incluir diretamente os mecanismos acima mencionados no modelo de fissuras

    distribudas. Nos modelos de fissura fixa, tais mecanismos podem ser aproximados, conforme

    sugere Cervenka [9], reduzindo-se o valor do mdulo de elasticidade transversal do concreto,

    G, atravs de um fator que varia entre 0 e 1. Para tanto, adota-se a frmula para dada por

    Cervenka [9], tambm utilizada por Hinton [8].

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    5

    4. PROGRAMA COMPUTACIONAL DIANA

    DIANA (DIsplacement Method ANAlyser) um programa de elementos finitos utilizado para

    a anlise no-linear de estruturas, desenvolvido pela TNO Building and Construction

    Research na Holanda. O DIANA oferece a possibilidade de se trabalhar com o modelo de

    fissurao discreta (discrete crack model) e com o modelo de fissurao distribuda (smeared

    crack model). As simulaes numricas realizadas neste trabalho utilizaram apenas o modelo

    de fissurao distribuda. Neste trabalho, adota-se o modelo Multi Directional Fixed Crack

    Model para se controlar a abertura e a orientao das fissuras em um determinado ponto. O

    modelo incremental Multi-Directional Fixed Crack Model caracterizado por combinar o

    modelo de fissurao distribuda para a trao e um modelo plstico para a compresso. Esse

    modelo permite abrir vrias fissuras em um mesmo ponto.

    Para representar o comportamento do concreto armado fissurado na trao, utiliza-se o

    tension stiffening. Na literatura o termo tension stiffening a contribuio do concreto

    trao nos trechos contidos entre fissuras, e est relacionado diretamente com a taxa e

    dimetro da armadura e com espaamento entre as fissuras. Aps o surgimento da primeira

    fissura, em um certo estgio de carregamento a abertura da fissura ir se estabilizar por efeito

    da armadura, e mesmo com o aumento da carga esta fissura no se propagar, apenas a

    respectiva abertura aumentar. O concreto armado fissurado capaz de transmitir tenses

    entre duas fissuras adjacentes, atravs da armadura, conferindo asssim uma certa rigidez

    adicional. A curva tenso x deformao para simular este efeito do tension stiffening

    ilustrada na Figura 1. Os parmetros deste modelo so t e m , como se observam na Figura

    1, onde m a deformao mxima do concreto na trao e t o fator que reduz a tenso de

    trao aps a formao da primeira fissura.

    Figura 1. Diagrama tension stiffening disponvel no Diana[10].

    Para o tratamento da compresso do concreto utiliza-se o modelo clssico de ruptura de Mohr-

    Coulomb. Com relao ao efeito da reduo da rigidez ao cisalhamento () nas anlises

    realizadas o parmetro foi igual a 0,2.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    6

    Para representar as armaduras utilizam-se elementos do tipo embedded reinforcement,

    permitindo simular a armadura como incorporada ao concreto. Adota-se o modelo de ruptura

    de Von Mises, com a equao constitutiva do material seguindo um modelo elasto-plstico

    perfeito para representar o comportamento do ao. Os elementos finitos utilizados para o

    concreto so os do tipo QU8 (oito ns) quadrticos para anlises em estado plano de tenses.

    Aplica-se o carregamento atravs de incrementos de deslocamentos at que se atinja a ruptura

    da viga. Adota-se uma tolerncia para o critrio de convergncia na ordem de 10-4, fazendo-se

    equilbrio de energia.

    5. DETALHES DAS VIGAS DE BRESLER E SCORDELIS[1]

    Bresler e Scordelis [1] ensairam doze vigas divididas em quatro grupos contendo trs vigas

    cada. Neste trabalho, analisam-se o grupo de vigas OA (sem armaduras de cisalhamento),

    utilizando-se o MATLAB-Machado [3], o DIANA, e o FEMOOP de Gamino [2]. A Tabela 1

    e 2 apresentam respectivamente o resumo das vigas ensaiadas e as propriedades fsicas e

    mecnicas dos materiais ao e concreto utilizados. Os detalhes da seo transversal das vigas

    so ilustrados na Figura 2.

    Viga bw(mm) h(mm) d(mm) L(mm) Vo(mm) As OA1 310 556 461 4100 3660 4 no 9

    OA2 305 561 466 5010 4570 5 no 9

    OA3 307 556 462 6840 6400 6 no 9

    Tabela 1. Detalhes das vigas ensaiadas por Bresler e Scordelis[1].

    Ao Barra Dimetro(mm) rea(mm2) fy(MPa) fu(MPa) Es(MPa) no 9 28,7 645 555 933 218.000

    no 4 12,7 127 345 542 201.000

    no 2 6,4 32,2 325 430 190.000

    Concreto Viga fc(MPa) ft(MPa) Ec (Mpa) OA1 22,6 3,97 36.500

    OA2 23,7 4,34 32.900

    OA3 37,6 4,14 34.300

    Tabela 2. Propriedades dos materiais utilizados nas vigas ensaiadas por Bresler e Scordelis[1].

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    7

    Figura 2 Detalhes da seo transversal das vigas de Bresler e Scordelis[1].

    5. RESULTADOS OBTIDOS

    Neste item compara-se os resultados numricos produzidos pelo MATLAB - Machado [3] e

    tambm pelos softwares DIANA e FEMOOP [2] com os cssicos resultados experimentais

    produzidos por Bresler e Scordelis [1]. Para a validao da anlise numrica realizada sero

    utilizadas a curvas do tipo carga-deslocamento, as tenses no concreto e o padro de

    fissurao comparado com a resposta experimental.

    A Tabela 3 ilustra os resultados obtidos em termos de carga de ruptura e deslocamentos na

    ruptura obtidos pelos trs programas utilizados nas modelagens. As curvas fora-

    deslocamento obtidas encontram-se na Figuras 3, 4 e 5.

    Pu(kN) u(mm)

    Viga Exp. Machado [3]

    DIANA Femoop [2]

    Exp. Machado [3] DIANA Femoop [2]

    OA1 334 347 358 368 6,6 7,9 7,5 6,4

    OA2 356 338 363 365 11,7 12,2 12,4 12,1

    OA3 378 374 367 380 27,9 28,5 24,6 32,4

    Tabela 3 Resultados obtidos nas modelagens das vigas ensaiadas por Bresler e Scordelis[1].

    De um modo geral obteve-se boa correlao entre as respostas numricas e os resultados

    experimentais de Bresler e Scordelis. Com relao aos deslocamentos calculados com o

    MATLAB - Machado [3] estes foram em mdia 4% superiores para as vigas OA2 e OA3 e

    cerca de 17% superior para a viga OA1 em comparao aos resultados experimentais. Os

    deslocamentos obtidos pelo programa DIANA foram em mdia 6% superiores em relao aos

    obtidos experimentalmente para as vigas OA1 e OA2. Porm a viga OA3 apresentou um

    comportamento mais rgido no DIANA em relao ao MATLAB - Machado [3] tambm ao

    experimental. As cargas de ruptura obtidas nas modelagens numricas ficaram muito

    prximos das respostas experimentais. A Tabela 4 apresenta a relao entre a carga e os

    deslocamentos de ruptura experimental e as cargas e os deslocamentos alcanadas a partir das

    modelagens realizadas.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    8

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9

    Fora (kN)

    Deslocamento (mm)

    Experimental

    FEMOOP [2]

    MATLAB -Machado [3]

    DIANA

    Figura 3. Resultados obtidos para a viga OA1.

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

    Fora (kN)

    Deslocamento (mm)

    Experimental

    FEMOOP[2]

    MATLAB -Machado[3]

    DIANA

    Figura 4. Resultados obtidos para a viga OA2.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    9

    0

    50

    100

    150

    200

    250

    300

    350

    400

    0 5 10 15 20 25 30 35

    Fora (kN)

    Deslocamento (mm)

    Experimental

    FEMOOP[2]

    MATLAB -Machado [3]DIANA

    Figura 5. Resultados obtidos para a viga OA3.

    Pu(kN) u(mm)

    Viga Vexp./Vnum

    Machado [3]

    Vexp./Vnum

    DIANA

    Vexp./Vnum

    Femoop [2]

    u exp./ u num

    Machado [3]

    u exp./ u num

    DIANA

    u exp./ u num

    Femoop [2] OA1 0,96 0,93 0,91 0,84 0,88 1,03

    OA2 1,05 0,98 0,97 0,96 0,94 0,97

    OA3 1,01 1,03 0,99 0,98 1,13 0,86

    Tabela 4 Relao entre as cargas de ruptura e os deslocamentos experimentais com os obtidos numericamente.

    Com o objetivo de validar e verificar os modelos numricos adotados as Figuras 6, 7 e 8

    apresentam respectivamente o padro de fissurao obtido experimentalmente e

    numericamente nas vigas OA1, OA2 e OA3 . As fissuras no modelo experimental e nos

    modelos numricos foram muito semelhantes. As primeiras fissuras surgiram prximas a

    regio, na qual o carregamento foi aplicado desenvolvendo-se em direo ao apoio da viga.

    Este processo foi verificado em todas as anlises realizadas.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    10

    Padro de fissurao obtido experimentalmente.

    (*) fissuras nas duas direes

    Padro de fissurao obtido pelo MATLAB - Machado [3].

    Padro de fissurao obtido pelo DIANA

    Figura 6. Padro de fissurao obtido para a viga OA1.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    11

    Padro de fissurao obtido experimentalmente.

    (*) fissuras nas duas direes

    Padro de fissurao obtido pelo MATLAB - Machado [3].

    Padro de fissurao obtido pelo DIANA.

    Figura 7. Padro de fissurao obtido para a viga OA2.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    12

    Padro de fissurao obtido experimentalmente.

    (*) fissuras nas duas direes

    Padro de fissurao obtido pelo MATLAB - Machado [3].

    Padro de fissurao obtido pelo DIANA.

    Figura 8. Padro de fissurao obtido para a viga OA3.

    As Figuras 9, 10 e 11 apresentam respectivamente as tenses de cisalhamento no concreto

    obtidas pelo MATLAB - Machado [3] e pelo programa DIANA. As tenses de cisalhamento

    obtidas eram elevadas na regio prxima ao apoio e ao local de aplicao do carregamento.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    13

    DIANA: Valores em kN/cm2

    MATLAB - Machado [3]: Valores em kN/cm

    2

    Figura 9. Tenses de cisalhamento xy no concreto obtidas para a viga OA1.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    14

    DIANA: Valores em kN/cm2

    MATLAB - Machado [3]: Valores em kN/cm2

    Figura 10. Tenses de cisalhamento xy no concreto obtidas para a viga OA2.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    15

    DIANA: Valores em kN/cm

    2

    MATLAB - Machado [3]: Valores em kN/cm

    2

    Figura 11. Tenses de cisalhamento xy no concreto obtidas para a viga OA3.

    De uma maneira geral os resultados encontrados foram satisfatrios e capazes de prever o

    comportamento das vigas OA1, OA2 e OA3 que romperam por cisalhamento.

    6. CONCLUSES

    Este trabalho procurou reproduzir numericamente os ensaios clssicos de vigas de concreto

    armado a fim de validar um programa de elementos finitos desenvolvido por Machado [3],

    MATLAB - Machado [3]. Os resultados obtidos por este programa tambm foram

    comparados com as respostas produzidas pelo FEMOOP, desenvolvido por Gamino [2] e pelo

    software DIANA. Aps a realizao destes trabalhos pode-se concluir que:

    a) De um modo geral obteve-se boa correlao entre as respostas numricas e os resultados

    experimentais de Bresler e Scordelis;

    b) Os deslocamentos determinados numericamente ficaram muito prximos das respostas

    experimentais, para as vigas OA1, OA2 e OA3;

    c) Em termos de carga de ruptura, os valores obtidos nas anlises numricas comparadas com

    os resultados experimentais apresentaram boa aproximao.

  • Marcelo A. S. Machado, Leandro M. Trautwein, Amrico Campos Fo. e Tlio N. Bittencourt

    16

    REFERNCIAS

    [1] B. Bresler e A. C. Scordelis, Shear strength of reinforced concrete beams,

    Journal of American Concrete Institute, n. 60, v.1, pp.51-72, (1963).

    [2] A. L. Gamino, Modelagem computacional de estruturas de concreto armado

    reforadas com FRP, Tese de Doutorado, Escola Politcnica da Universidade de So

    Paulo, p.275, (2007).

    [3] M. A. S. Machado, Aplicao do mtodo dos elementos finitos para anlise

    elasto-viscoplstica de peas de concreto armado e protendido, Dissertao de

    Mestrado, PPGEC Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 150p., (2002).

    [4] Comit Euro-International du Beton, CEB-FIP model code 1990, Lausanne, 1993.

    (Bulletin dInformation, 213/214).

    [5] E. Hinton e D. R. J. Owen, Finite element in plasticity: theory and practice,

    Swansea, Pineridge Press, 594p., (1980).

    [6] A. E. Elwi e T. M. Hudrey, Finite element model for curved embedded

    reinforcement, Journal of Engineering Mechanics Division, ASCE, v. 115, n. 4, pp.

    740-745, Abril, (1989).

    [7] N. S. Ottosen, A failure criterion of concrete, Journal of Engineering Mechanics

    Division, ASCE, v. 103, n. 4, pp. 527-535, Agosto, (1977).

    [8] E. Hinton, Numerical Methods and software for dynamic analysis of plates and shells,

    Swansea: Pineridge Press, 550p., (1988).

    [9] V. Cervenka, Constitutive model for cracked reinforced concrete, Journal of the

    American Concrete Institute, v.82, n.6, pp. 877-882, (1985).

    [10] TNO Building and Construction Research. Diana Users Manual Release 8.1. Delft,

    Netherlands, 2001.