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    MMTEOLOGIA DO

    VELHOTESTAMENTO

    A SUA UNO VOS ENSINA A RESPEITO DE TODAS AS COISAS

    1 Jo 2.27

    A sabedoria a coisa principal; adquire pois, a sabedoria; sim com tudo o que possuis adquire oconhecimento (Pv 4.7)

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    TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO

    DEFINIO

    Teologia a cincia que trata do nosso conhecimento de Deus, e das coisas divinas. A teologia

    abrange vrios ramos, vejamos:

    Teologia exegtica Exegtica vem da palavra grega que significa extrair. Esta teologia procuradescobrir o verdadeiro significado das Escrituras.

    Teologia Histrica Envolve o Estudo da Histria da Igreja e o desenvolvimento da interpretaodoutrinria.

    Teologia Dogmtica o estudo das verdades fundamentais da f como se nos apresentam noscredos da igreja.

    Teologia Bblica Traa o progresso da verdade atravs dos diversos livros da Bblia e descreve amaneira de cada escritor em apresentar as doutrinas mais importantes.

    Teologia SistemticaNeste ramo de estudo os ensinamentos concernentes a Deus e aos homensso agrupados em tpicos.

    INTRODUO

    Devido a vastido de assuntos, e a profundidade dos mesmos, bem como o curto espao detempo para exposio, estaremos deparando com uma grande dificuldade. Outra dificuldade a falta defamiliaridade com o Velho Testamento, a negligncia ao estudo do mesmo tem causado muitosembaraos aos leitores da Bblia.

    Para facilitar o estudo, estaremos dando nfase a introdues de apenas algumas doutrinas, vistoque, sero abordados mais profundamente quando do estudo da referida doutrina.

    O Velho Testamento a parte preparatria de Deus para revelaes maiores e mais profundas aohomem. Por isso especial. Deus providenciou uma revelao e mostrou seus diferentes mtodos:

    Sonhos -Joel 2:28 E h de ser que, depois derramarei o meu Esprito sobre toda a carne, evossos filhos e vossas filhas profetizaro, os vossos velhos tero sonhos, os vossos jovens tero vises.

    Jeremias 23:32 Eis que eu sou contra os que profetizam sonhos mentirosos, diz o SENHOR, e

    os contam, e fazem errar o meu povo com as suas mentiras e com as suas leviandades; pois eu no osenviei, nem lhes dei ordem; e no trouxeram proveito algum a este povo, diz o SENHOR.

    Vises - Atos 7:31Ento Moiss, quando viu isto, se maravilhou da viso; e, aproximando-separa observar, foi-lhe dirigida a voz do Senhor, ( Uma Viso espiritual )

    Aparies -Isaas 6:1 No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi tambm ao Senhor assentadosobre um alto e sublime trono; e o seu squito enchia o templo.

    Histrico - A Melhor forma de revelao de Deus ao homem sem dvida atravs da histria.Atravs da convivncia com Deus, atravs das experincias adquiridas com Ele.

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    Os Perodos Histricos da Teologia do Velho Testamento

    Assim como os apstolos do NT com suas epstolas eram de muitas maneiras, os intrpretes dosAtos e dos Evangelhos, assim tambm a teologia do AT poderia semelhantemente comear com os

    profetas por um motivo bem semelhante. No entanto, mesmo para o fenmeno da profecia bblica,havia a realidade sempre presente da histria de Israel. Toda a atividade salvfica de Deus em temposanteriores tinha que ser reconhecida e confessada antes de algum poder ver mais firme a revelaoadicional de Deus. Devemos, portanto, comear onde comeou: na histria histria verdadeira ereal.

    A Era Pr-patriarcal

    Sem dvida, Abrao ocupou um lugar de destaque no auge da revelao. O texto avana daextenso desde a criao e descreve a trplice tragdia do homem como resultado da queda, do Dilvioe da fundao de Babel para a universalidade da nova proviso da salvao da parte de Deus para todos

    os homens, atravs da descendncia de Abrao.

    A palavra principal Beno repetida da parte Deus que existia apenas no estadoembrionrio. No inicio, trata-se da Bno da ordem criada. Depois, a Bno da famlia e da

    Nao, em Ado e No. O auge veio na quntupla Bno para Abrao em Gnesis 12:1-3, queinclua bnos materiais e espirituais.

    A Era Patriarcal

    Esta era foi to significativa que Deus Se anunciava como Deus dos patriarcas, ou Deus de

    Abrao, de Isaque e de Jac. Alm disto, os patriarcas eram considerados profetas (Gn 20:7; SI105:15). Aparentemente era porque pessoalmente recebiam a palavra de Deus. Freqentemente, apalavra do Senhor veio a eles de modo direto (Gn 12:1; 13:14; 21:12; 22:1) ou o Senhor apareceu aeles numa viso (12:7; 15:1; 17:1; 18:1) ou na personagem do Anjo do Senhor (22:11,15).

    Os perodos de vida de Abrao, Isaque e Jac formam outro tempo distintivo no fluxo dahistria. Estes trs privilegiados da revelao viram, experimentaram e ouviram tanto, ou mais, duranteo conjunto de dois sculos representado pelas vidas combinadas deles, do que todos aqueles queviveram durante os milnios anteriores! Como conseqncia, podemos, com toda a segurana, delinearGnesis 12-50 como nosso segundo perodo histrico no desdobrar da teologia do AT, exatamentecomo foi feito por geraes posteriores que tinham o registro escrito das Escrituras.

    A Era Mosaica

    Israel foi ento chamado reino de sacerdotes e nao santa (xodo 19:6). Deus, com todo oamor, delineava os meios morais, cerimoniais e civis de se cumprir to alta vocao. Viria no ato

    primrio do xodo, com a graciosa libertao de Israel do Egito, operada por Deus, a subseqenteobedincia de Israel, em f, aos Dez mandamentos, a teologia do tabernculo e dos sacrifcios, esemelhantes detalhes do cdigo da aliana (xodo 21-23) para o governo civil.

    Toda a discusso quanto a ser um novo povo de Deus se derivava de xodo 1-40; Levtico 1-27;e Nmeros 1-36. Durante esta era inteira, o profeta de Deus foi Moiss um profeta sem igual entre os

    homens ( Nmeros 1-36 ). De fato, Moiss foi o padro para aquele grande Profeta que estava para vir,o Messias. ( Deuteronmio 16:15-18 )

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    A Era Pr-Monrquica

    Uma das partes da promessa de Deus que recebeu uma descrio detalhada foi a conquista daterra de Cana.

    Esta histria se estende ao longo do perodo dos juizes para incluir a teologia das narrativas daarca da aliana em 1 Samuel 4-7 os tempos se tornaram to distorcidos e tudo parecia estar em tantasmudanas subseqentes devido ao declnio moral do homem e falta da revelao da parte de Deus. Defato, a palavra de Deus se tornara rara naqueles dias em que Deus falou a Samuel (1 Samuel 3:1).Conseqentemente, as linhas de demarcao no se escrevem to nitidamente, embora os temascentrais da teologia e os eventos-chave sejam bem registrados historicamente.

    A histria de Josu, Juzes e at Samuel e Reis, so momentos significantes na histria darevelao deste perodo, so usualmente reconhecidos pela maioria dos telogos bblicos de hoje.

    O melhor que se pode dizer do perodo pr-monrquico que era um tempo de transio. osurgimento de exigncia de um rei para reinar sobre uma nao que se cansou da sua experincia emteocracia conforme ela era praticada por uma nao rebelde.

    Depois da Lei at Davi no h avano teolgico. Neste perodo, deus revelado como Santo,como Esprito Santo, como Eterno. A vida de Cristo mais precisamente predita, nos sacrifcios, eofertas e no propiciatrio.

    A Era Monrquica

    O pedido do povo no sentido de lhe ser dado um rei, quando Samuel era juiz (1 Sm 8-10). e ato reinado de Saul nos preparam negativamente para o grandioso reinado de Davi (1 Sm 11 2 Sm 24:1Reis l-2.)

    A histria e a teologia se combinavam para enfatizar os temas de uma dinastia real continuada, eum reino perptuo com um domnio e alcance que se tornaria universal na sua extenso e influncia.Mesmo assim, cada um destes motivos rgios foi cuidadosamente vinculado com idias e palavras detempos anteriores: uma descendncia um nome que habitava num lugar de descanso, umabno para toda a humanidade, e um rei que agora reinava sobre um reino que duraria parasempre.

    Este perodo caracterizado historicamente pela prtica desenfreada do pecado e declnio deIsrael.

    Os quarenta anos de Salomo foram marcados pela edificao do templo e por outroderramamento de revelao divina. A Sabedoria. Assim, a lei mosaica pressupunha a promessa

    patriarcal e edificava sobre ela, assim tambm a sabedoria salomnica pressupunha a promessaabramico-davdica como a lei mosaica. O conceito-chave era o temor do Senhor uma idia que jcomeou na era patriarcal (Gn 22:12; 42:18; J 1:1, 8-9; 2-2).

    Agora que a casa de Davi e o templo de Salomo tinham sido estabelecidos, sendo assim, osprofetas poderiam agora focalizar sua ateno sobre o plano e reino de Deus no seu alcance mundial.

    Infelizmente, porm, o pecado de Israel tambm exigiu boa parte da ateno dos profeta.

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    Com essas revelaes o mundo deveria esperar at que chegasse a Plenitude dos Tempos ,Glatas 4.4; Pedro 1.10-12.

    Questes Importantes Sobre Revelao

    1) Distino entre revelao e apreenso: A compreenso vinha a medida que o homemponderava a revelao feita.

    2)Revelao Parcial: Algumas coisas foram reveladas, mas no foram explicadas. A explicaopode vir mais tarde, ou no vir jamais, Dt 29.29. Tambm no Novo Testamento h coisas reveladas masno explicadas: Nascimento virginal de Jesus, Trindade, Dupla Natureza de nosso Senhor.

    3)Revelao Universal: A revelao foi feita com o objetivo de se estender a humanidade toda:Emti sero bendita todas as naes, Deus disse a Abrao. (Gnesis 12.3)

    Divises da teologia do Velho testamentoAs divises naturais incluem as grandes doutrinas a serem discutidas:1. A Doutrina da Criao2. A Doutrina de Deus3. A Doutrina do Homem e do Pecado4. A Doutrina da Salvao.

    A Doutrina da Criao

    A Constatao de um princpio claramente definido, tanto nas referncias cosmolgicas quanto

    bblicas, podem desencadear novas e fascinantes descobertas que confirmem ainda mais, as sbiaspalavras das Escrituras.

    Podemos dizer que a Cincia e a Religio so como duas janelas na mesma casa, atravs deambas contemplamos as obras do Criador.

    O Deus Criador

    Os ensinos do Velho Testamento sobre Deus como Criador do universo constituem umaparte indispensvel da teologia bblica.

    Deus se apresenta como inteiramente independente da sua obra da criao. O Criador preserva as obras da criao e dirige as estrelas nos seus movimentos. O mesmo poder Que criou o universo tambm o poder que criou o homem. O mesmo

    poder que dirige o mundo fsico dirige tambm o homem. A diferena est no mundoinanimado e o homem criado imagem de Deus, com a prerrogativa de exercer a sua prpriavontade at o ponto de impedir, em parte pela menos, a direo divina.

    A Revelao de Deus nas Obras da Criao1. O Velho Testamento no faz distino especial entre a revelao geral ou natural, e a

    revelao direta aos escritores da Bblia (PG. 43).2. No h no hebraico a palavra natureza, mas as obras do mundo fsico, segundo os escritores

    bblicos, dependem absolutamente de Deus, o seu Criador e Sustentador (PG. 44).3. Como o controlador do mundo, Deus usa a natureza para revelar o seu poder, a sua

    sabedoria, a sua glria e a sua benignidade (Am 5.8; J 38; Is 40.12,26; Pv 8,9; Sl 104).

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    (PG. 44).4. Devido psicologia dos hebreus, difcil encontrar no Velho Testamento qualquer apoio do

    conceito moderno da revelao natural ou geral, no sentido de que o homem, sem qualquerorientao divina, capaz de descobrir, nas obras da natureza, provas satisfatrias daexistncia de Deus (PG. 45).

    Teorias Referente a CriaoTeoria da Grande Exploso (BIG BANG). A partir do estudo de Einstein. sobre a Teoria da

    Relatividade, outros cientistas acreditam que o Universo era uma bola imensa de hidrognio que seexpandiria indefinidamente e alcanaria distncias quase infinitas. Eles imaginam que, em algumtempo indecifrvel. houve uma grande exploso desta imensa bola de hidrognio. Da, surgiram osmundos, as galxias. Na tentativa de definir as origens do Universo, procuram determinar a sua idade,sugerindo a cifra de 12 bilhes de anos. De fato, esta teoria acredita na eternidade da matria, mas aBblia a refuta, quando declara que tudo em algum tempo comeou a existir, No princpio, criou Deusos cus e a terra.

    A teoria do Pantesmo . O Pantesmo declara que Deus e a Natureza so a mesma coisa e estoinseparavelmente ligados. A idia bsica desta teoria que o Senhor no cria nada, mas tudo emana efaz parte dEle. Entretanto, a revelao bblica no aceita, de modo algum, este ensinamento, pois oCriador no parte do Universo, e , sim, este foi criado por Ele. (SI 6)

    A Teoria Evolucionista. Criada por Charles Darwin, ensina que a matria eterna, preexistente.A partir da, mediante processos naturais e por transformao gradual, os seres passaram a existir.Entretanto, a Bblia declara que Deus criou todas as coisas, isto , tudo teve um comeo. As provasdiretas da criao, alm da Cincia, esto expostas na Bblia Gn 1.1.

    Teoria da Criao, a partir do nada ( Catastrfica ). Esta talvez, a mais difundida, ensinada e

    pregada no meio evanglico. Declara que Deus criou tudo do nada, mediante o poder de sua palavra.Utiliza-se como base, para a afirmao desta idia, o texto de Hebreus 11.3, o qual diz que os mundosforam criados pelapalavra de Deus, de maneira que aquilo que se v no foi feito do que aparente.Ora, entendemos que aquilo qual no aparente, no quer dizer do nada, mas pode referir-se coisasimateriais.

    Gnesis 1.1 No princpio criou Deus os cus e a terra.

    Uma leitura atenta nos trar importantes informaes, sobre a origem do Universo, com poucaspalavras este verso nos traz quatro dados importantes:

    1 - O Tempo da Criao2 - O Ato da Criao3 - O Autor da Criao

    O Tempo da Criao

    Quando tudo comeou?

    Joo 1.1-2: No princpio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Eleestava no princpio com Deus.

    Provrbios 8.23:Desde a eternidade fui ungida, desde o princpio, antes do comeo da terra.

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    O Princpio o espao existente antes da criao

    O Ato da Criao

    No original hebraico o termo Criar aparece como Bara termo este que na Bblia s empregado para designar atos especiais de Deus. Seu significado mais amplo trazer a existncia o que

    antes no existia. Somente Ele possui este poder.Salmo 8.3-4: Quando vejo os teus cus, obra dos teus dedos, a lua e as estrelas que preparaste;

    que o homem mortal para que te lembres dele? e o filho do homem, para que o visites?

    O Autor da Criao

    A Suprema preciso com que todos os astros se movem e sua disposio no universo demonstraque tudo isto no apareceu por acaso.

    Salmo 19.1: Os cus declaram a glria de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mos.

    Salmo 119.90-91: A tua fidelidade dura de gerao em gerao; tu firmaste a terra, e elapermanece firme. Eles continuam at ao dia de hoje, segundo as tuas ordenaes; porque todos soteus servos.

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    A Doutrina de DeusO CONHECIMENTO DE DEUS SEGUNDO O VELHO TESTAMENTO

    1. Para os escritores do Velho Testamento no surgiram dvidas sobre a existncia de Deus.(PG.57).

    2. No Antigo Testamento Deus se apresenta nas experincias religiosas dos homens, e no nassuas especulaes filosficas. (PG.58).

    3. A premissa bsica de todos escritores da Bblia que Deus pode ser conhecido. Mas elesensinam tambm como Deus pode ser conhecido, reconhecendo sempre que conhecido medida quese revela a si mesmo nas suas comunicaes aos homens. (PG.58).

    4. O vocabulrio da revelao: 1

    Essas passagens (Sl 103.7; Ex 6.3; Nm 12.6-8; Ez 20.5) usam as formas passivas oureflexiva do

    verbo Yada ((adfy), conhecer, ra, ver, e a forma intensiva do verbo dabar rfbfD,falar. Todos esses verbos so palavras cognitivas. O hebraico no possui um substantivo que

    signifique revelao; possui o verbogalhflfG,revelar. A raiz ocorre cerca de 180 vezes noAntigo Testamento. Ela contm dois conceitos bsicos: desvendar, revelar, e ir embora, seraberto (Jr 32.11,14). Em alguns casos refere-se revelao do prprio Iav. usada em Gn 35.7 () emreferncia ocasio em que Deus apareceu a Jac em Betel, quando este fugia de Esa. E edificou ali

    um altar e ao lugar chamou El Betel;porque ali Deus se lhe revelou (Ul:gin) [perf. Nifal] quandofugia da presena de seu irmo.

    A forma participial nifal degl usada em Dt 29.29 () em referncia Tora como as [coisas]reveladas: As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas

    (tol:giNah:w) pertencem a ns e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas aspalavras desta lei. Esse versculo indica que algumas coisas so reveladas e eles eram responsveis porexecuta-las, enquanto algumas eram secretas (no reveladas). Eles no tinham conhecimento delas.

    Eles no tinham responsabilidade por coisas no reveladas. Os versculos 21-27 de Dt 29 referem-se auma poca em que Israel quebraria a aliana, cultuando outros deuses, e isso os levaria ao exlio. Elestinham sido alertados que isso ocorreria se no obedecessem s palavras reveladas da lei.

    Peter Craigie disse que seria pretenso supor que essa revelao lhes dava conhecimento total deDeus. Talvez jamais seja possvel conhecer todas as coisas, as coisas encobertas, pois a mentehumana restrita pelos limites de sua infinitude [...] e possvel conhecer a Deus de um modo

    profundo e vivo, por meio de sua graa, sem jamais ter captado ou compreendido as coisasencobertas.

    A palavra gl usada em referncia a uma poca em que Samuel no conhecia o Senhor.

    Porm Samuel ainda no conhecia o Senhor, e ainda no lhe tinha sido manifestada (helfGiy)[imperf. Nifal] a palavra do SENHOR (1Sm 3.7).

    Usa-se gl em 2Sm 7.27 quando Davi alegou que o Senhor dos Exrcitos descobriu seusouvidos, revelando-lhe que Deus lhe construiria uma casa ou seja, uma dinastia. Isaas afirmou queDeus desvendou-se ou revelou-se aos ouvidos de Isaas, dizendo que o pecado que o profeta haviaidentificado no seria perdoado (Is 22.24). O termo gl usado para falar da revelao da palavra deIav (1Sm 2.27), de sua glria (Is 40.5), de seu brao (Is 53.1), de sua salvao (Is 56.1), das coisassecretas Dt 29.29; Am 3.7) e do mistrio (Dn 2.19,22,28,29,30,47). O povo no Antigo Testamento criaque Deus havia se revelado muitas vezes, mas em modos, lugares e momentos escolhidos por ele.

    5. O significado da revelao: 2

    O Antigo Testamento fala com freqncia em conhecer (Yada) ou no conhecer Iav(compare Is 1.3; Jr 2.8; 4.22; 31.34; Os 2.20; 4.1,6; 5.3,4; 6.6; 13.4). O conhecimento no Antigo

    Testamento bem diferente de nosso entendimento do termo. Para ns, conhecimento implica1 SMITH Ralph L. Teologia do Antigo Testamento. So Paulo: Vida Nova, 2001, p. 94-95.2 SMITH Ralph L. Op. Cit., p. 95-96.

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    compreender coisas pela razo, analisar e buscar relaes de causa e efeito. No Antigo Testamento,conhecimento significa comunho, familiaridade ntima com algum ou algo.

    Falando em Nome de Deus a Israel, Ams disse:

    De todas as famlias da terra a vs somente conheci; portanto, todas asvossas injustias visitarei sobre vs.

    (Am 3.2, ARC)Vriezen disse que o Antigo Testamento faz do conhecimento de Deus a primeira exigncia da

    vida, jamais explica o significado do termo. O propsito da revelao divina no declaradoespecificamente no Antigo Testamento. A revelao no se baseia em alguma necessidade de Deus.Deus no criou o mundo nem revela a si mesmo para ter algum que guarde o sbado, como diziamalguns rabinos antigos. O conhecimento de Deus mais que um mero conhecimento intelectual; dizrespeito vida humana como um todo.

    essencialmente uma comunho com Deus e tambm f; um conhecimento docorao que exige o amor do homem (Dt 4); sua exigncia vital que o homem aja deacordo com a vontade de Deus e ande humildemente nos caminhos do Senhor (Mq 6.8).

    o reconhecimento de Deus como Deus, a rendio total a Deus como Senhor.

    Gerhard von Rad entende que o conhecimento de Deus significa compromisso, confiana,obedincia vontade divina. O conhecimento efetivo de Deus a nica coisa que coloca uma pessoanum relacionamento correto com os objetos de sua percepo. A f como comum crer hoje noobstrui o conhecimento; pelo contrrio, ela o libera.

    Assim, conhecer a Iav ser obediente a ele, ter um compromisso com ele. No conhecer aDeus significa rebelar-se contra ele, negar o compromisso com ele. Em Osias, o significado dotermo conhecimento de Deus ampliado para incluir a moralidade do israelita como indivduo. Oconhecimento de Deus pode ser identificado como a prtica da moralidade hebraica tradicional,integridade moral (Os 4.1,2).

    A expresso hebraica o conhecimento de Deus traz assim pelo menos trs conotaes: (1) osentido intelectual, (2) o sentido emocional e (3) o sentido volitivo. O verbo conhecer (yada) refere-se basicamente ao que chamamos atividade intelectual, cognitiva; mas a psicologia hebraica noconhecia uma faculdade especfica que compreendesse o intelecto ou a razo.

    O hebraico no possui uma palavra que signifique crebro. A palavra mais comum usada emlugar de mente em hebraico corao, Lb (1 Sm 9.20; Is 46.8). 0 corao considerado sede dointelecto, bem como da vontade e das emoes. O hebraico antigo no supunha que as pessoas

    pensavam com a mente, sentiam com as emoes e tomavam decises com a vontade. Todas essasatividades eram desempenhadas pela pessoa como um todo.

    Conhecer a Deus significava ter um entendimento intelectual de quem ele era, ter umrelacionamento pessoal e emocional com ele e ser obediente sua aliana e mandamentos. Umverdadeiro conhecimento de Deus sempre resultava numa conduta tica Jeremias disse ao perverso reiJeoiaquim a respeito de seu pai justo:

    Acaso, teu pai no comeu, e bebeu,e no exercitou o juzo e a justia?

    Por isso, tudo lhe sucedeu bem.Julgou a causa do aflito e do necessitado;

    por isso, tudo lhe ia bem..Porventura, no isso conhecer-me?

    diz o SENHOR.

    (Jr 22.15-16)No conhecer a Deus no Antigo Testamento no significa necessariamente ignorncia acercade Deus; s vezes significa falta de disposio para obedecer a ele.

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    6. O conhecimento de Deus revelado aos homens justamente aquele que satisfaz sua fome

    da sua natureza espiritual. A palavra Yada((adfy)significa conhecer pessoalmente (Gn 12.11:x 33.17; Dt 34.10); conhecer por experincia (Js 23.14); ganhar conhecimento (Sl 119.152);conhecer o carter de uma pessoa (2Sm 3.25); Ter relaes amistosas com algum (Gn 29.5; x1.8; J 42.11); conhecer a Deus (x 5.2). A palavra descreve tambm p profundo conhecimento queDeus tem de pessoas (Os 5.3; J 11.11; 1Rs 8.30; 2Sm 7.30; Sl 1.6). O conhecimento de Deus resulta

    em adorao e obedincia inteligente sua vontade (Jz 2.10; 1Sm 2.12; Os 8.2; Sl 79.6). Segundo osprofetas, o conhecimento de Deus o discernimento da natureza divina por parte do conhecedor quefica habilitado a reconhecer as verdadeiras manifestaes ou revelaes da natureza e da vontade doSenhor. (PG. 58,59).

    7. no esforo prolongado de entender a nossa relao com Deus que chegamos a entender asnossas relaes com os outros (John Baillie).

    8. A experincia de Isaas com Deus transformou a sua vida, e determinou o carter do seuservio na direo da histria do seu povo.

    1 No ano em que o rei Uzias morreu, eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e aaba de sua veste enchia o templo. 5 Ento gritei: Ai de mim! Estou perdido! Pois sou um homem delbios impuros e vivo no meio de um povo de lbios impuros; os meus olhos viram o Rei, o Senhor dos

    Exrcitos! 6 Logo um dos serafins voou at mim trazendo uma brasa viva, que havia tirado do altarcom uma tenaz. 7 Com ela tocou a minha boca e disse: Veja, isto tocou os seus lbios; por isso, a suaculpa ser removida, e o seu pecado ser perdoado (Is 6.1,5-7).

    9. As Escrituras ensinam tambm que Deus no pode ser conhecido. Estas vrias declaraescontraditrias entendem-se como antinomias3. Apresentadas juntas, explicam-se facilmente (PG.59-61).

    10. A Bblia no nos explica em que sentido Deus pode ou no ser visto; como pode ou no serconhecido. Mas perfeitamente claro que os homens do Velho Testamento entenderam aimpossibilidade de conhecer a Deus na glria da sua transcendncia. Porm o conhecimento daPessoa de Deus, com o discernimento da parte do conhecedor que o habilita a reconhecer o Criador detodas as coisas, o Senhor dos cus e da terra.

    11. Para os hebreus o conhecimento de Deus no era especulao sobre o Ser Eterno ouPrincpio Transcendente, mas era o reconhecimento e o entendimento do Senhor, que atua sabiamente,com plano e propsitos, e exige obedincia aos seus mandamentos por causa da sua prpria natureza,como o Santo de Israel (Dt 11.2-7; Is 41.20).

    12. dever principal do homem receber e desenvolver seu conhecimento de Deus. Sabe, pois,hoje, e reflete no teu corao, que o Senhor Deus em cima nos cus, e embaixo na terra; no hnenhum outro (Dt 4.39).

    Is 43.10,11: Vocs so minhas testemunhas, declara o Senhor, e meu servo, a quem escolhi,para que vocs saibam e creiam em mim e entendam que eu sou Deus. Antes de mim nenhum deus seformou, nem haver algum depois de mim. 11 Eu, eu mesmo, sou o Senhor, e alm de mim no hsalvador algum.

    Os 6.6: Pois desejo misericrdia, e no sacrifcios; conhecimento de Deus em vez deholocaustos.

    13. A finalidade da Bblia a de fazer Deus conhecido por suas atividades na histria e nasexperincias que homens fiis tenham com ele. Pois o conhecimento mais importante de Deus, segundoa Bblia, esta comunho pessoal com ele. O intercurso pessoal com o Senhor resolveu para J as suasdvidas e os seus problemas, no porque Deus lhe tivesse oferecido uma explicao intelectual dosmistrios da sua providncia na vida dos justos, mas porque inspirou nele a confiana na bondade e na

    justia divina.3 Do gr. Antinomia. Contradio entre duas leis ou princpios. Conflito entre duas asseres demonstradas ou refutadas,aparentemente com igual rigor.

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    J 42.5,6: Meus ouvidos j tinham ouvido a teu respeito, mas agora os meus olhos te viram. Porisso menosprezo a mim mesmo e me arrependo no p e na cinza.

    14. O homem pode receber o conhecimento de Deus por vrios meios. Encontrar-se com Deusno exerccio da sua inteligncia, no estudo das maravilhas da natureza, na atividade direta de Deus nasua conscincia, na experincia da providncia de Deus, na profecia, no milagre e at nos sonhos e nassuas meditaes.

    O Nome de Deus4

    hyh re$ hyh51. No mundo antigo o nome de uma pessoa usava-se no somente para distingui-la de outras

    pessoas, mas tambm para indicar ou descrever a sua prpria natureza. Quando um homem tinha umanova experincia de significao especial ele recebia um novo nome. Assim Abro recebeu o novonome Abrao, e Jac (suplantador) recebeu o nome de Israel (Prncipe de Deus). (PG.61).

    2. Usa-se freqentemente no Velho Testamento a frase O Nome do Senhor (}Odf) {$shem adonai) ou O Nome de Deus ({yiholE) {$ shem Elohim). Faam-me um altar deterra e nele sacrifiquem-me os seus holocaustos e as suas ofertas de comunho, as suas ovelhas e os

    seus bois. Onde quer que eu faa celebrar o meu nome (yim:$ te)Et shemi), virei a vocs e osabenoarei (x 20.24). Refere-se freqentemente ao santurio, o lugar do culto, onde habita o Nomedo Senhor (Dt 12.11). A bno sacerdotal mais do que uma prece a Deus em favor de Israel. ummeio de comunicar ao povo o poder ou a influncia doNome do Senhor (Nm 6.24-27). Assim poro o

    meu Nome (yim:$-te)) sobre os filhos de Israel, e eu os abenoarei.3. Usa-se tambm O Nome de Iav para indicar o prprio Senhor. Em ti exultem os que

    amam o teu nome (;!em:$) (Sl 5.11). Darei graas ao Senhor por sua justia; ao nome doSenhor (hfwh:y-{$ = SHEM YAHWEH) Altssimo cantarei louvores (Sl 7.17). Os que

    conhecem o teu nome (!em:$) confiam em ti (Sl 9.10). O nome do Senhor(hfwh:y-{$) uma torre forte; os justos correm para ela e esto seguros (Pv 18.10).

    4. O Nome do Senhor associa-se tambm com o conceito da soberania e da glria de Deus.5. propsito do Senhor, por amor do seu Nome, revelar-se a todas as naes do mundo

    como o nico e o verdadeiro Deus.

    Os Nomes Particulares de Deus 6O termo Nome refere-se principalmente natureza de Deus, ou para usar uma palavra moderna,

    personalidade de Deus, no sentido do conjunto de suas caractersticas ou atributos distintivos.1. Os nomes Elohim e Iav (YAHWEH) so os mais usados pelos escritores bblicos.

    2. Elohim ({yiholE)) o nome mais usado no Velho Testamento para expressar oconceito de divindade. Usa-se Elohim como o nome do Criador de todas as coisas. Quando se refere srelaes do Senhor com as naes, ou s suas relaes csmicas, usa-se em quase todas as partes doVelho Testamento o nome Elohim.

    3. Mas quando se trata das relaes do Senhor com o povo de Israel, ou quando se refere s

    atividades do Senhor na histria deste povo do seu concerto, usa-se o nome Iav - hwhy(YAHWEH).

    4. Entre os povos semticos o nome de antigidade remota de Deus EL. Segundo a opinio demuitos, a palavra deriva-se de uma raiz que significa ser forte, ser poderoso, ou talvez ligar,mas ainda no h certeza quanto a estas derivaes.

    4 CRABTREE. A. R. TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO. 2 ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1977, p. 61-62.5 CRABTREE. A. R. Op. Cit., p. 68-71.6 CRABTREE. A. R. Op. Cit., p. 62-63.

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    5. Desde tempos remotos El e Elohim eram os nomes usados nas lnguas semticas paradesignar os espritos ou demnios que, na crena popular se associavam com objetos, tais comorvores, pedras e lugares. Em Gn 33.20 usa-se EL como o nome de Deus, bem como o nome do altarlevantado por Jac. Ali edificou um altar e lhe chamou El Elohe Israell)fr:&iyyholE) l)(El, oDeus de Israel).

    6. Iav -hwhy(YAHWEH) ocorre cerca de 6.700 vezes.

    7. Elohim ({yiholE))s ocorre 2.500 vezes.8. Iav -hwhyYAHWEH, no Elohim, era o nome do Deus a ser cultuado. Durante boa

    parte da histria do Antigo Testamento o nome Iav parece Ter sido usado livremente por todo equalquer israelita. Mas no perodo ps-exlico o nome foi retirado do uso geral, provavelmente portemor do julgamento divino, caso o nome fosse pronunciado em vo. Na poca de Jesus o nome erausado s em certas ocasies no Templo, mas no mais nos cultos em sinagogas. Essa hesitao em

    pronunciar o nome reflete-se na maneira pela qual o nome aparece no texto massortico. Em geral eleaparece como quatro consoantes, YHWH, junto com as vogais da palavra ADONAI, criando umacombinao (Jeov) que nenhum israelita jamais pronunciava. Em Israel, no pr-exlio, provvel queo nome fosse pronunciado Iav ou Iav.

    9. Palavra Jeov reflete a pronncia alem, uma vez que oJalemo usado em lugar do Y, e oW pronunciado V em alemo. A pronncia Jeov jamais foi usada pelos judeus. Eles liam epronunciavam a palavra como adonay. Entretanto, quando a palavra aparece antes do tetragrama naBblia Hebraica (310 vezes), as vogais da palavra elohim so usadas com as quatro consoantes, e a

    palavra pronunciada Elohim.10. Ao revelar seu nome a Moiss e, por sua vez, a Israel, Deus escolhe ser descrito como o

    definvel, o distintivo, o indivduo. Desse modo a f israelita ope-se ao conceito abstrato de divindadee tambm contra uma base de existncia sem nome. Tanto os equvocos intelectualistas de Deus comoos msticos so rejeitados.

    11. Isso bem diferente da descrio abstrata de Deus dada por Paulo Tillich, como aquele que mistrio ltimo, a profundeza infinita, a base, o poder e a fonte de todo ser. Essa definio no chega

    perto do Definido, o Deus Vivo, o Salvador Vindouro do antigo Testamento. O nome Iav um nomepessoal, no abstrato. Baseado numa forma do verbo ser, relaciona-se de algum modo idia deexistncia: passada, presente e futura.

    12. Esse nico Deus definvel e distinto (Iav - hwhy YAHWEH) escolheu um homem(Abrao) e um povo (Israel) e firmou uma aliana especial com eles. Por meio deles Deus abenoariatodas as naes.

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    NOMES DE DEUSNOMES SENTIDO/SIGNIFICADO REFERNCIAS

    BBLICASIav IAHWEHJeovCampos: 86

    YHWH hyh

    O auto-existente. Alguns acham que ele destaca anatureza ontolgica de Deus: EU SOU O QUE SOU;outros crem que apresenta a fidelidade de Deus: Eusou [ou serei] quem eu tenho sido, ou Eu serei quemeu serei. Esse nome o nome prprio e pessoal deDeus.

    x 3.14,15; cf. Gn 12.8;13.4; 26.25; x 6.3; 7;20.2; 33.19; 34.5-7; Sl68.4;76.1; Jr 31.31-34

    Iav JirehCampos: 87

    O Senhor prover;he)fry hfwh:y

    Gn 22.8-14

    Iav NissiCampos: 87

    O Senhor minha bandeirayiSin hfwh:y

    x 17.15

    Iav ShalomCampos: 88

    O Senhor paz{Olf$ hfwh:y

    Jz 6.24

    Iav Sabaoth O Senhor dos Exrcitos

    tO)fb:c hfwh:y1Sm 1.3; 17.45; Sl 24.10;46.7,11

    Iav MacadeshmCampos: 87

    O Senhor o vosso Santificador;{ek:$iDaq:m hfwh:y = $dq hwhy

    x 31.13

    Iav Raah (Rohi)Campos: 87

    O Senhor meu pastor = yi(or hfwh:yh(r hwhy

    Sl 23.1

    Iav TsidknuCampos: 88

    O Senhor nossa justia

    wnqdc hwhy = hfqfd:cU hfwh:yJr 23.6; 33.16

    Iav el Gemolah O Senhor o Deus da retribuio Jr.51.56

    Iav Nakehhkn hwhy

    O Senhor que fere;heKam hfwh:y

    Ez 7.9

    Iav Sham O Senhor que est presente/ou est alihfMff$ ;hfwh:y

    Ez 48.35

    Iav Raf O Senhor que sara = !e):por hfwh:y x 15.26

    Adonai

    }Odf)Senhor, Mestre; o nome de Deus usado em lugar deIav quando o nome prprio de Deus passou a serconsiderado muito sagrado para ser pronunciado

    x 4.10-12; Js 7.8-11Campos: 84,85

    Elohim

    {yiholE)Poderoso; termo plural aplicado a Deus, que

    geralmente se refere sua majestade ou suaplenitude. Campos: 81

    Gn 1.1,26,27; 3.5; 31.13;Dt 5.9; 6.4;Sl 5.7; 86.15; 100.3

    El Elion;}Oy:le( l) Altssimo (literalmente, o poderoso mais forte). usadocom referncia aos seus monarcas. Campos: 82 Gn 14.18, 20; Nm 24.16;Is 14.13,14; Sl 82.6El Roi O Poderoso que v = yi)or l) Gn 16.13

    El ShadaiyaDa$ l)

    Deus Todo-Poderoso ou Deus Todo-Suficiente Gn 17.1-20

    El OlamCampos: 83

    Deus Eterno ou Deus da EternidadeGn 21.33:;{flO( l) hfwh:y Is 40.28: hfwh:y{flO( yholE)

    Gn 21.33; Is 40.28

    El Elohe Israel Deus, o Deus de Israel = l)fr:&iy yholE) l) Gn 33.20

    Goel l)oGRemidor/Redentor Era tanto o Parente Remidor como tambm oParente Vingador (Nm 35.12-19; Lv 25) Is 44.6; 48.17; 59.20; Rt3.6-9;

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    O Nome Especial de Deus Iav 7

    1. O nome especial de Deus Iav IAHWEH8 hwhy. Baseando-se na associao de Iav comtroves e relmpagos (Ex 19.16; 20.18; 1Rs 18.38; J 37.5; Am 1.2; Sl 18.14), alguns julgam queele era o deus do firmamento. Convm notar, porm, que estes trechos descritivos podem ser

    poticos ou figurativos. Os inimigos de Israel pensaram que os seus deuses eram deuses dosmontes (1Rs 20.23). Mas Iav manifestava-se tambm no fogo, na sara (Ex 3.2) e na coluna

    guiadora de nuvem e de fogo (x 13.21). Falou com Elias, no no vento poderoso, nem noterremoto, nem no fogo, mas na voz mansa e delicada (1Rs 19.12).

    2. Eruditos modernos levantam dvidas sobre a origem e o significado do nome, segundo Ex 3.14,

    onde o escritor liga o nome com o verbo hebraico hava (hfwfh),9 ser ou haver.O substantivoJeveh, formado da primeira pessoa do singular do imperfeito do verbo ser, significa Eu Sou. Assimo Senhor disse a Moiss: Eu sou o que sou. claro que os israelitas no puderam usar esta formado nome, derivado da primeira pessoa do verbo. Ento disse Deus a Moiss: Assim dirs aos filhos

    de Israel: Javehhfwh:y(Iav) Deus de vossos pais, o Deus de Abrao, o Deus de Isaque e oDeus de Jac, me enviou a vs; este o nome eternamente, e este meu memorial de gerao emgerao (Ex 3.15). (PG. 64).

    3. Todos os estudantes do assunto reconhecem agora que Jeov no pode ser a pronncia certa dotetragrama IHVH. A palavra Jeov resultou no uso das vogais de Adonai -}Odf) (Senhor) comas quatro consoantes do nome sagrado, e foi introduzida no tempo da reforma, cerca de 1520. No sesabe como foi pronunciado antes do tempo, quando os israelitas, por reverncia, deixaram demencionar o Nome Inefvel. A opinio de que era pronunciado Yahweh (Iav ou Iav em portugus)

    prevaleceu, e este o termo geralmente usado pelos telogos modernos. (PG. 64).4. tO)fb:c hfwh:y- Iav Sabaoth, ou Iav Elohe Sabaoth, o Senhor dos Exrcitos, um ttulo

    especial de Iav. A teoria, ou a interpretao, provavelmente errada, que Sabaoth refere-se aosexrcitos militares de Israel. Esta interpretao baseia-se nas referncias em 1Sm 4.4; 17.45; 2Sm6.2. Mas a nica passagem que d esta interpretao definitiva 1Sm 17.45.

    5. Quando os israelitas deixaram de pronunciar o nome indizvel IHVH, eles o substituram pelo nomeAdonai, Senhor. A Septuaginta traduziu as quatro letras msticas com as vogais de Adonai porKrios. E quase todas as modernas da Bblia, nas muitas lnguas, traduzem o nome do Deus deIsrael pelo termo que significa Senhor. (PG. 65).

    O nome denota essncia 10

    O conhecimento de Deus no Antigo Testamento brota no s da histria, palavra, criao eteofania, mas tambm da revelao do nome Iav. Concorda-se em geral que entre povos primitivos eem todo o antigo Oriente, o nome denota a essncia de algo: chamar algo pelo nome conhec-lo e, porconseguinte, possuir poder sobre ele.

    Os israelitas no eram exceo a essa regra geral entre os povos primitivos. Eles supunham quea essncia total da pessoa concentrava-se em seu nome. O nome estava relacionado natureza docarter da pessoa. O nome de Eva, vida, ligava-a ao homem (Gn 2.18-23). Esa disse que as aes deJac refletiam seu nome (Gn 27.36). Nabal era como seu nome, um tolo (lSm 25.25).

    Von Rad e Jacob argumentaram que o nome de um deus no mundo antigo encerrava poder epodia ser ou perigoso ou beneficente. Era, assim, importante conhecer o nome do Deus.

    7 CRABTREE. A. R. TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO. 2 ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1977, p. 63-65.8

    Para um estudo profundo do Nome de Deus ver o Dic. Int. de Teologia do Velho Testamento (484a, b), PG. 345-349.9 Em todas as formas desta palavra tenho usado a letra v, ao invs dey, como a transliterao do hebraico yodh, seguindo oespanhol e o portugus.10 SMITH, Ralph. Teologia do Antigo Testamento. 1 ed. So Paulo: Editora Vida Nova, 2001, p. 111-116.

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    A invocao do nome

    No Antigo Testamento, era necessrio invocar o nome de Iav para aproximar-se dele. Aprimeira palavra de muitas das oraes nos salmos uma invocao, Iav (3.1; 6.1; 7.1; 8.1; 12.1).Entretanto, em algumas oraes, Elohim, Deus, usado em seu lugar. A doxologia de Davi comeacom a palavra Iav (1Cr 29.10-11). A invocao do nome era ainda importante na poca do NovoTestamento. Jesus ensinou seus discpulos a comear assim suas oraes: Pai nosso [...] santificadoseja o teu nome (Mt 6.9).

    Quando Deus tomou a iniciativa de revelar-se, comeou pronunciando o prprio nome: Eu souIav (Gn 35.11; x 6.2; 20.1; 34.5-6). Mas a revelao do nome no tornou Iav acessvel e familiar.Israel considerava o nome de Iav santo e insistia que ele no devia ser profanado (Lv 22.2, 32; S1103.1; 105.3; 111.9; 145.21; Ez 20.39; 36.20-23; 39.7; 43.7; Am 2.7). O nome de Iav substitua o

    prprio Deus, representando toda sua presena santa.A invocao do nome era parte importante do culto. Se Iav no tivesse revelado seu nome, o

    adorador no poderia invoc-lo e no haveria culto. Childs reconheceu que a ligao entre o nome e oculto vlida. Mas quando Deus deu seu nome a Moiss (x 3.14), a questo era mais de relacionar o

    chamado de Moiss ao nome pela autoridade de Deus que pelo culto.O significado e a importncia do nome do Deus de Israel

    O nome Iav parece vir de uma forma imperfeita do verbo hebraico hay (hfwfh), ser outornar-se. Albright argumentou que o nome vem da forma hifil (causativa) do verbo, de modo quesignifica aquele que causa a existncia e, portanto, o criador. Muitos dos alunos de Albrightapresentam propostas semelhantes. David Noel Freedman entende que o tetragrama YHWHdeve sertraduzido ele cria. Frank Cross pensava que Iav era originariamente um nome cultual de El. A frasecultual El que cria tornou-se mais tarde Iav, o criador.

    Philip Hyatt afirmou que em lugar de ver Iav como uma divindade originariamente criadora,devia-se entend-lo como a divindade padroeira de um dos ancestrais de Moiss. Seu nome poderia tersignificado ele causa a existncia (do ancestral) ou ele sustenta (o ancestral).

    William Brownlee, especialista no material de Qumran, entende com base no uso que o Manualde Disciplina faz de 1 Samuel 2.3 e em outros indcios que o significado de Iav deve ser aquele quefaz acontecer.Brownlee disse que esse nome combina com o anncio de que Iav livraria os hebreusda escravido. A situao deles parecia desesperadora. O que eles precisavam era a garantia de que oDeus deles, Iav, podia fazer as coisas acontecerem e cumprir as promessas que lhes havia feito porintermdio de Moiss.

    A idia de que Iav significa o criador pode ser questionada seriamente porque se baseia napressuposio de que o nome Iav vem da forma hifil (causativa) do verbo ser. A forma hifil desseverbo jamais ocorre no Antigo Testamento. Tanto Jacob como Von Rad criam que o significadobsico de Iav presena, estarei convosco (x 3.12; cf. Gn 28.20; Js 3.7; Jz 6.12).

    Terrien disse: Ao vacilante Moiss, Iav primeiro deu segurana ao afirmar: Estarei contigo.Pela revelao de seu nome, Iav, Eu sou ou Eu serei, Deus estava prometendo sua presena aMoiss. Deus estaria com ele. Na Grande Comisso, Jesus prometeu estar com os discpulos sempre,at o fim dos tempos (Mt 28.20).

    Deus estava se revelando quando deu seu nome a Moiss? Ou estava sendo evasivo, recusando-se a dar uma resposta a Moiss, quando disse: EU SOU O QUE SOU (x 3.14)? Deus recusou-se adar o nome a Jac (Gn 32.30) e a Mano (Jz 13.17-18). A. M. Dubarle concluiu que Deus recusa-se arevelar o nome a Moiss em xodo 3.14 porque isso comprometeria sua liberdade de ser Deus. Dubarleentendia que Deus estava dizendo: Meu nome no lhe diz respeito. Ludwig Khler tambm

    interpretou xodo 3.14 como uma resposta evasiva pergunta. Deus oDeus absconditus.11

    11 O Deus abscndito. Embora o Antigo Testamento reconhea que, em certo sentido, todo o mundo est ciente do divino oudo sagrado, ele se refere com freqncia ao Deus abscndito. J cria em Deus, mas no conseguia encontr-lo

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    Alguma ambivalncia aparece no texto, mas o propsito principal revelar o que Deus far, eno a essncia de seu ser. Assim, embora Iav tenha revelado seu nome a Moiss e a Israel e se tenha

    permitido ser invocado por eles, ou se entregado em compromisso e confiana s a Israel, ele aindamanteve sua liberdade.

    Zimmerli disse que a liberdade de Iav significa que ele jamais um simples objeto. Ainda quese tenha revelado liberalmente, ele deu o Terceiro Mandamento do Declogo para proteger essaliberdade contra abusos religiosos.

    A origem do nome

    O nome Iav mais antigo que Moiss? Iav aparece como nome de Deus a partir do segundocaptulo de Gnesis. Entretanto, xodo 6.3 diz: Apareci a Abrao, a Isaque e a Jac como Deus Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, O SENHOR [Iav], no lhes fui conhecido. Por indcios bblicos eextrabblicos, provvel que o nome divino Iav existisse fora de Israel antes de Moiss; mas aindano temos prova conclusiva disso. O elemento Jo em Joquebede, nome da me de Moiss, d aentender um uso bblico de Ja (Yah) antes de Moiss. A respeito de indcios extrabblicos, PG. D.Miller disse: O nome Iav em si agora amplamente confirmado em inscries na Judia (mais de

    trinta casos) e no h referncias a outras divindades.Childs disse que devemos reconhecer os cognatos do nome divino encontrados no antigoOriente Prximo e at contar com uma longa pr-histria do nome antes de sua entrada em Israel, maso autor permaneceu aberto possibilidade de Israel ter atribudo um significado totalmente novo aonome. Walter Harrelson admitia que o aparecimento da crena em Deus sob o nome pessoal Iav anterior ao perodo mosaico.

    W. H. Schmidt chegou a dizer: O nome Iav no se restringe a Israel e, alm disso, anteriorao Antigo Testamento, ou seja, bem possvel que no seja israelita de origem. R. W. L. Moberlyalegou recentemente com veemncia que o nome Iav foi primeiro revelado a Moiss e que empregosanteriores em Gnesis so anacronismos.Podemos concluir apenas que a questo da origem do nomeIav ainda no tem resposta.

    O nome de Deus e sua presena

    Deuteronmio fala com freqncia de fazer o nome de Deus habitar ou morar em certolugar (Dt 12.5,11). Obviamente, Israel no podia contar demais com a presena de Deus na adorao.S Deus podia garantir sua presena. O nome de Iav representa sua presena, poder e autoridade.Talvez esse seja o motivo pelo qual o nome Iav ocorre com tanta freqncia (cerca de 6.700 vezes) noAntigo Testamento, enquanto Elohim s ocorre 2.500 vezes. Iav, no Elohim, era o nome do Deus aser cultuado. Durante boa parte da histria do Antigo Testamento o nome Iav parece ter sido usadolivremente por todo e qualquer israelita. Mas no perodo ps-exlico o nome foi retirado do uso geral,

    provavelmente por temor do julgamento divino, caso o nome fosse pronunciado em vo. Na poca de

    Jesus o nome era usado s em certas ocasies no Templo, mas no mais nos cultos em sinagogas. Essahesitao em pronunciar o nome reflete-se na maneira pela qual o nome aparece no texto massortico.Em geral ele aparece como quatro consoantes, YHWH, junto com as vogais da palavra adonay, criandouma combinao (Jeov) que nenhum israelita jamais pronunciava. Em Israel, no pr-exlio,

    provvel que o nome fosse pronunciado Iav.A palavra Jeov reflete a pronncia alem, uma vez que o Jalemo usado em lugar do Y, e o

    W pronunciado V em alemo. A pronncia de Jeov jamais foi usada pelos judeus. Eles liam epronunciavam a palavra como adonay. Entretanto, quando a palavra aparece antes do tetragrama naBblia Hebraica (310 vezes), as vogais da palavra elohim so usadas com as quatro consoantes, e a

    palavra pronunciada Elohim.

    Resumo

    (transcrio do Livro: Teologia do Velho Testamento de Ralph Smith, PG. 98.17

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    Iav era o nome especial de Israel para seu Deus. Ao revelar seu nome a Moiss e, por sua vez,a Israel, Deus escolhe ser descrito como o definvel, o distintivo, o indivduo. Desse modo a fisraelita ope-se ao conceito abstrato de divindade e tambm contra uma base de existncia semnome. Tanto os equvocos intelectualistas de Deus como os msticos so rejeitados.

    Isso bem diferente da descrio abstrata de Deus dada por Paulo Tillich, como aquele que omistrio ltimo, a profundeza infinita, a base, o poder e a fonte de todo ser. Essa definio no chega

    perto do Definido, o Deus Vivo, o Salvador Vindouro do Antigo Testamento. O nome Iav um nomepessoal, no abstrato. Baseado numa forma do verbo ser, relaciona-se de algum modo idia deexistncia: passada, presente e futura.

    Ele est ligado ao passado no que diz respeito a Moiss. Iav o mesmo nome do Deus dos paisAbrao, Isaque e Jac (Ex 3.16). Ele tambm o Deus do futuro: Este o meu nome eternamente, eassim serei lembrado de gerao em gerao (Ex 3.15b). O nome tambm possui urna dimensoescatolgica no Antigo Testamento. Pode haver uma ligao entre o nome Iav e a origem daescatologia, pois um Deus que se define como eu sou no descansa at que esse ser e essa presenasejam concretizados em sua perfeio.

    O profeta do exlio podia referir-se a Iav como Oprimeiro e o ltimo Criador, Senhor da

    histria e nico Salvador (Is 41.4; 43.10; 44.6; 48.12-13; 49.6, 26; cf. Ap 22.13). Pelos atos poderososde Iav na histria, o fara, os egpcios, as naes e Israel saberiam que Iav era Deus (Eu sou Iav Ex7.5; 8.10, 22; 9.1 10.2; Ez 20.26, 38; 24.24, 27; 34.27; 35.9, 15; 36.11, 23, 38; 38.23; 39.6, 28). Essenico Deus definvel e distinto Iav escolheu um homem (Abrao) e um povo (Israel) e firmou urnaaliana especial com eles. Por meio deles Deus abenoaria todas as naes.

    A ESSNCIA E OS ATRIBUTOS NATURAIS DE DEUS 12

    A Essncia de Deus

    1. No encontramos no Antigo Testamento qualquer declarao que defina a essncia doSenhor. Mas o Novo Testamento ensina diretamente que Deus Esprito. A declarao de Jesus: Deus Esprito, e importa que os que o adoram o adorem em esprito e em verdade, concorda perfeitamentecom o pensamento dos profetas do Velho Testamento. A espiritualidade de Deus subentendida, verdade bsica, em toda as experincias religiosas dos hebreus com ele (Is 31.3).

    2. Em x 20.4 proibida a representao do Senhor por qualquer imagem material.3. O piedoso salmista, descrevendo a sua experincia espiritual com Deus, declara:4. Para onde poderia eu escapar do teu Esprito? Para onde poderia fugir da tua presena? Se

    eu subir aos cus, l ests; se eu fizer a minha cama no Sheol, tambm l ests. Se eu subir com as asasda alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mo direita me guiar e me suster. (Sl139.7-10).

    5. Assim a presena do Esprito de Deus a presena dele mesmo. Tudo que Deus , e tudo

    que possa significar para o homem representado pelo ministrio do seu Esprito que vida e poder. o Esprito de Deus, operando no esprito do homem piedoso do Velho Testamento, como no esprito docrente do Novo Testamento, que produz a vida de justia, retido, felicidade, e paz.

    6. Qualquer conhecimento que o hebreu tenha recebido dos atributos de Deus foi-lhecomunicado diretamente no intercurso do seu esprito com o Esprito Supremo, o Senhor Deus deIsrael.

    7. O Cria em mim um corao puro, Deus, e renova dentro de mim um esprito estvel. Nome expulses da tua presena, nem tires de mim o teu Santo Esprito. Devolve-me a alegria da tuasalvao e sustenta-me com um esprito pronto a obedecer. Ento ensinarei os teus caminhos aostransgressores, para que os pecadores se voltem para ti (Sl 51.10-13).

    12 CRABTREE. A. R. TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO. 2 ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1977, p. 75-97.18

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    O Deus Vivo

    1. Deus vida e a fonte ltima de toda a vida. O Deus Espiritual da Bblia apresenta-se comoDeus Vivo (PG. 76).

    2. Nos ensinos religiosos dirigidos ao povo de Israel, em todas as grandes pocas da sua

    histria, desde Moiss at Malaquias, os profetas falaram no Senhor de Israel como o Deus Vivo (PG.76).3. Deus tem caractersticas semelhantes aos nossos, mas so infinitamente superiores. um

    instinto verdadeiro no homem que atribui a Deus as caractersticas da personalidade, pois na suanatureza pessoal que o homem leva a imagem divina (PG. 76).

    4. A vida pessoal concedida ao homem testifica poderosamente da existncia do Deus Vivo(PG. 76).

    5. As manifestaes do seu poder entre os homens so provas de que ele o Deus Vivo.Assim sabero que o Deus vivo est no meio de vocs e que certamente expulsar de diante de vocsos cananeus, os hititas, os heveus, os ferezeus, os girgaseus, os amorreus e os jebuseus (Js 3.10). Vivo(PG. 76, 77).

    6. Os santos do VT regozijaram-se na comunho espiritual com o Deus Vivo. Em contrastecom os dolos impotentes, o Deus de Israel o Deus Vivo, a fonte das guas vivas (Jr 2.13). Quandoo salmista se achava abatido e desalentado, o seu esprito suspirava por Deus.

    7. Como a cora anseia por guas correntes, a minha alma anseia por ti, Deus. A minha almatem sede de Deus, do Deus vivo (Sl 42.1,2).

    8. Este nome, O Deus Vivo, significa mais do que um contraste com os deuses das naes.Explica a razo dos desejos ardentes dos homens de Deus. Nada mais do que a Pessoa Suprema podesatisfazer fome e sede do esprito do homem mortal, que fica desassossegado at que descanse emDeus. O regozijo do salmista caracterstico das experincias dos homens em comunho com Deus.

    9. Como agradvel o lugar da tua habitao, Senhor dos Exrcitos! A minha alma anela, eat desfalece, pelos trios do Senhor; o meu corao e o meu corpo cantam de alegria ao Deus vivo (Sl

    84.1,2).10. Jr 10.10: Mas o Senhor o Deus verdadeiro; ele o Deus Vivo; o rei eterno. Quando ele se

    ira, a terra treme; as naes no podem suportar o seu furor.11. Quando Osias contemplava o futuro do povo de Israel, em contraste com as circunstncias

    do tempo, ele os viu como a areia do mar, que no se pode medir, nem contar, e continua: Contudo osisraelitas ainda sero como a areia da praia, que no se pode medir nem contar. No lugar onde se dizia aeles: Vocs no so meu povo, eles sero chamados filhosdo Deus vivo (BJ).

    12.Na figura de ossos secos, Ezequiel viu os israelitas no cativeiro, mas o Senhor lhe disse:Ento ele me disse: Profetize a estes ossos e diga-lhes: Ossos secos, ouam a palavra do SENHOR!Assim diz o Soberano, o SENHOR, a estes ossos: Farei um esprito entrar em vocs, e vocs tero vida(Jr 37.4,5 BJ).

    13. A idia da vida de Deus encontra-se com maior freqncia no juramento, prestado com amo levantada, por exemplo, no santurio: To certo como vive Iav; Pela vida de IAHWEH - BJ(Jz 8.19 e muitas outras).13

    14. A frmula de juramento se assemelha terminologia do louvor, com o qual o oradorsintetiza de forma genrica o seu agradecimento a Deus pela redeno da aflio:

    15. Vive Iav, e bendita seja a minha rocha! Exaltado seja o Deus da minha salvao (Sl18.47).

    16. O Senhor vive! Bendita seja a minha Rocha! Exaltado seja Deus, o meu Salvador! (BJ, Sl18.46).

    17. Certamente Deus no AT nunca se chama a vida. O AT pode designar Iav de fonte da

    vida (Sl 36.10; Jr 2.13; 17.13). O AT transferiu a concepo da vida de Deus para a relao entreDeus e as pessoas (1Sm 2.6; 2Rs 5.7).

    13 Transcrio do Livro: A F do Antigo Testamento de Werner H. Schmidt. Ed. Sinodal. Pg. 243.19

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    1. AUTO-EXISTNCIA.14Auto-existncia a perfeio de Deus em poder existir por si mesmo, na completa autonomia de

    qualquer fonte, origem ou energia. Ele no tem dependncia intrnseca com qualquer coisa existente ouainda por existir. Sua existncia depende dEle mesmo, da Sua prpria natureza. A auto-existncia deDeus est implcita no nome IAHWEH (Ex 3.14):

    E disse Moiss a Deus: Eis que quando eu vier aos filhos de Israel e lhes disser o

    Deus de vossos pais enviou-me a vs, e diro para mim: Qual o seu nome? Quedirei a eles?. E disse Deus a Moiss: Serei O Que Serei. E disse: Assim dirs aos

    filhos de Israel: Serei enviou-me a vs.

    Qualquer pessoa familiarizada com a lngua hebraica sabe que YHWH est associado noode tempo, uma vez que contm o radical do verbo existir ou do verbo SER. Como a lngua hebraica nodeclina o verbo ser no presente, YHWH parece ser uma mistura dos verbos ele ser, ele foi e ele somado ao gerndio do verbo SER. J outros preferem a leitura do Tetragrama como umarepresentao do tempo presente (YHWH) sendo precedido pela partcula Y, que lhe d um sentido dofuturo. Nesta leitura, Deus se define como a prpria fora motriz do tempo.

    A idia da auto-existncia de Deus era geralmente expressa pelo termo asseidade, significandoauto-originado. Mas alguns telogos preferiram a palavra independncia, para dizer que Deus no s independente em Seu Ser, mas independente em tudo mais: virtudes, obras, etc. Entretanto, auto-existncia o termo mais comum para expressar a vida de Deus absolutamente independente, seno deSua prpria natureza.

    O Deus Vivo o Deus Eterno

    1. Este conceito da eternidade de Deus, subentende-se em toda parte da Bblia. Como o DeusVivo, a fonte e o Criador de todas as formas da vida, o Senhor no teve princpio, e nunca ter fim. Aexistncia prpria de Deus subentende-se no nome Iav, Eu Sou. A essncia de Deus, tudo que ele em si mesmo, o Ser no causado. Jeremias entendeu isto quando disse que O Deus Vivo o Reisempiterno (10.10). No seu louvor a Deus, o salmista declara:

    Sl 90.1,2: Senhor, tu s o nosso refgio, sempre, de gerao em gerao. Antes de nascerem osmontes e de criares a terra e o mundo, de eternidade a eternidade tu s Deus.

    2. INFINIDADE.15

    A infinidade de Deus a qualidade de Deus ser isento de toda e qualquer limitao imposta pela

    criao. No pode haver qualquer limitao do Ser de Deus e dos Seus atributos, imposta pelo universo.Textos como J 11.7-9; Sl 145.3 e Rm 11.33 falam da infinidade divina. Este atributo est intimamenterelacionado com alguns outros.

    A Infinidade de Deus pode ser vista de duas maneiras:

    1) Quando vista com relao ao tempo a chamamos de Eternidade;2) E quando a vemos com relao ao espao a chamamos de Imensido ou Onipresena.

    ETERNIDADE: Gn 21.33; Sl 90.2; 102.27; Is 57.15; 1Tm 1.17; Hb 1.2; 11.3

    14 Transcrio da apostila do Pr. Bentes: A Doutrina de Deus, p. 21.15 Transcrio da apostila do Pr. Bentes: A Doutrina de Deus, p. 22.

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    Eternidade a infinidade de Deus em relao ao tempo. Ele dura pelos sculos sem fim (Sl90.2; 102.12; Ef 3.21). A Bblia fala da eternidade de Deus como durao infinitamente prolongada,

    para trs e para frente. Esta uma maneira popular de representar aquilo que transcende todas aslimitaes temporais (2Pe 3.8). A nossa vida tem passado, presente e futuro, mas no assim comDeus. Ele o eterno Eu Sou. Berkhof define a eternidade de Deus como a perfeio de Deus pelaqual Ele elevado acima de todos os limites temporais e de toda sucesso de momentos e tem atotalidade da Sua existncia num nico presente indivisvel.

    IMENSIDADE: A imensidade de Deus a Sua infinidade em relao ao espao (1Rs 8.27; Is66.1). Pode ser definida como a perfeio do Ser divino pela qual Ele transcende todas as limitaesespaciais e, contudo, est presente em todos os pontos do espao com todo o Seu Ser. Portanto, atranscendncia e a imanncia de Deus esto presentes na idia de imensidade (1Rs 8.27; 2 Cr 2.6; Jr23.24; Sl 139.7; Is 66.1; At 17.28).

    ONIPRESENA.

    Por Onipresena no se deve entender que Deus enche o espao como faz o universo. A relaode Deus com o espao no a mesma que existe entre este e a matria. E por conseguinte, no devemosafirmar que Deus est presente em toda parte como o universo est em alguma parte. Sendo Deus

    Esprito, no ocupa espao. S matria ocupa espao.A verdadeira idia da Onipresena de Deus que Ele age com a mesma facilidade como pensa e

    quer, porque para Deus no h espao, nem tempo.

    A Bblia ensina a Onipresena de Deus: Sl 139.7-9; Jr 23.23,24; At 17.27,28; Rm 10.6-8.

    A Onipresena de Deus uma fonte de conforto para o crente. A natureza espiritual de Deuspermite seja Ele Onipresente e ao mesmo tempo, esteja mui prximo de ns (At 17.27,28):

    ...ainda que no est longe de cada um de ns; porque nele vivemos, e nos movemos, eexistimos, como tambm alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos tambm sua gerao.

    Enquanto a imensido d nfase Transcendncia de Deus, a onipresena d nfase suaimanncia. Deus est em todas as suas criaturas, em sua criao total, mas de maneira algumaencerrado por ela (L. Berkhof).

    Como a eternidade a perfeio por meio da qual Deus no tem comeo nem fim, como aImutabilidade a perfeio pela qual ele no tem aumento nem diminuio, assim a Imensido ouOnipresena a perfeio pela qual ele no tem fronteira nem limitao. Como ele est presente emtodo tempo, tambm est acima e alm do tempo; assim como ele est em todos os lugares, todavia,est acima e alm da limitao espacial (Charnock).

    O Deus Vivo imutvel

    1. Nas suas experincias religiosas, atravs da sua longa histria, os profetas, salmistas e homenspiedosos aprenderam que o Senhor, na sua prpria natureza, no muda. Sendo perfeito nos seusatributos e na sua vontade, a mudana da sua natureza para menos perfeita contraria a sua

    perfeio. Seria tambm impossvel a mudana da natureza perfeita de Deus para melhor. Asfundaes da terra e dos cus, obras de Deus, perecero, mas tu s o mesmo, e os teus anos nuncatero fim (Sl 102.25-27). Pois Eu, Iav, no mudo (Ml 3.6).

    2. Com imutabilidade16 queremos dizer que em essncia, atributos, conscincia e vontade, Deus Imutvel. Deus s tem uma substncia, por isso imutvel. Todas as mudanas tm que ser paramelhor ou para pior. Mas Deus no pode mudar para melhor, pois absolutamente perfeito; nemto pouco mudar para pior, pela mesma razo. Ele nunca poder ser mais sbio, mais santo, mais

    misericordioso, mais verdadeiro. Tampouco mudam seus planos e propsitos.

    16 Transcrio da apostila do Pr. Bentes: A Doutrina de Deus, Pg. 21.21

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    As Escrituras ensinam a Imutabilidade de Deus: Tg 1.17; Ml 3.6; Sl 33.1; 102.26,27; Hb 1.12;Rm 4.20,21; Is 46.10; Rm 11.29; 1 Rs 8.56; 2 Co 1.20; Sl 103.17; Gn 18.25; Is 28.17.

    Como harmonizar as Escrituras que dizem que Deus no se arrepende (Nm 23.19; 1 Sm 15.29;Sl 110.4) com outras passagens que O mostram se arrependendo (Gn 6.6; x 32.14; 2 Sm 24.16)? Daseguinte maneira: A Imutabilidade de Deus no como a pedra que no reage s mudanas sua volta,mas como a de uma coluna de mercrio que sobe e desce conforme as mudanas de temperatura. Sua

    Imutabilidade consiste em sempre fazer o que certo e em adaptar o tratamento de suas criaturas svariaes de seu carter e conduta. Deus diz: se a tal nao se converter da maldade contra a qual eufalei, tambm eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe (Jr 18.8): Rasgai o vosso corao, eno as vossas vestes, e convertei-vos ao SENHOR, vosso Deus, porque ele misericordioso, ecompassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal (Jl 2.13). Em outras

    palavras, as ameaas de Deus so s vezes de natureza condicional, como quando Ele ameaou destruirIsrael (x 32.9,10,14) e Nnive (Jn 1.2; 3.4,10).

    Deus Imutvel no Seu Ser: Tg 1.17; Sl 102.25-27;

    Deus Imutvel nos Seus Decretos: J 23.13,14; 42.2; Pv 19.21; Is 14.24-27; 43.13;

    Deus Imutvel nas Suas Promessas: 2Tm 2.13; Gn 12.1-3; Gl 3.14-22;

    Deus Imutvel nos Seus Atributos;

    Deus Imutvel na Concesso dos Seus Dons: Tg 1.17; Ml 3.6; Rm 11.29;

    Deus Imutvel em Sua Verdade: Lc 21.33; Sl 119.89;

    Deus Imutvel em Sua Misericrdia: Ml 3.6; Sl 103.10; 100. 5; Is 54.10.

    O Conhecimento do Deus Vivo

    Os escritores do VT usam as palavras perceber (bin }yiB),conhecer (Yada - ((adfy),e ser sbio (hakam - {fkfx), com os seus respectivos substantivos, para descreverem oconhecimento do Senhor. Deus a fonte, o doador de todo o conhecimento, todo o entendimento e todaa sabedoria humana. O Senhor deu a sabedoria ou a habilidade aos homens escolhidos para fazer asobras artsticas do santurio (Ex 31.6; 35.35; 36.1,2). Deus deu a Salomo sabedoria, entendimento emalto grau e largos conhecimentos (1Rs 4.29).

    O Poder do Deus Vivo

    As atividades do Senhor testificam do seu poder, bem como da sua sabedoria.

    1. Em todos os perodos do Antigo Testamento, a majestade divina despertou no homem o temor doSenhor, que sempre o princpio da sabedoria.2. Os primeiros onze captulos de Gnesis explicam a atividade de Deus na criao do mundo.3. No perodo patriarcal, Deus o Todo-Poderoso, que chama Abrao em Ur dos caldeus, dando

    incio ao plano de usar o povo de Israel como vaso de bno para todas as famlias da terra .17

    17 Se a histria de Abrao no foi escrita em sua forma final at alguns sculos depois da poca patriarcal, segundo a crticaliterria, este fato, por si s, no negaria: em absoluto as verdades bsicas das tradies. Seja qual for a data da ltimaredao de Gnesis, o livro representa as convices religiosas e a teologia dos redatores, firmemente estabelecidas, eevidentemente por muito tempo.Os Textos de Nuzu foram escritos pelos horeus (Gn 14.8), contemporneos dos patriarcas bblicos. Os documentos foramescritos na poca, e descrevem vrios hbitos e costumes praticados pelos horeus atravs de algum tempo, e estes

    correspondem perfeitamente com a sociedade representada no livro de Gnesis. Estes documentos constituem umtestemunho poderoso em favor da autenticidade das narrativas de Gnesis.A obra de John Bright, Early Israel in Recent History Writing, representa a notvel mudana de opinies de estudantes doAntigo Testamento sobre a autenticidade das tradies do povo de Israel.

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    Deus Um

    1. difcil determinar quando os escritores chegaram a crer que o seu Deus, Iav, era o nico Deus.2. Os hebreus chegaram ao seu conceito da unidade de Deus pelas experincias religiosas, e no porum processo de anlise lgica.3. Unidade. Este atributo salienta a unidade e a unicidade de Deus, isto , Deus um e nico.

    Implica que existe um s Deus, soberano; tudo mais depende dEle. O politesmo no cabe no conceitobblico de Deus. A idia de dois ou mais deuses em si contraditria, porque cada qual limita o outroe assim cada qual destri a divindade do outro. A unidade de Deus implica tambm em que no hdiviso ou conflito no Ser ou na natureza de Deus. Trata-se de uma unidade interior e qualitativa do Serdivino. A unidade de Deus, entre outras passagens, ensinada em Dt 6.4; 1Rs 8.60; Is 44.6; 1Co 8.6; Ef4.5,6; 1Tm 2.5.

    dfxe) hfwh:y UnyholE) hfwh:y l)fr:&iy (am:$:Dt 6.4.

    Dt 6.4 em hebraico diz: Ximah Israel Iahweh Eloheinu Iahweh Errad, que traduzido fielmentesignifica: Escuta Israel: O eterno nosso Deus, O Eterno um (Traduo do rabino Meir MasliahMelamed).

    Deus um. Esta afirmao do texto bblico, mais do que um algoritmo 18 ou hierarquia, umaexpresso metafsica com grandes implicaes. O Gnesis, a Criao, s foi possvel atravs da geraode dualidade e de diversidade. Separa-se a luz da escurido, os cus da terra, o homem da mulher eramificam-se espcies ampliando a biodiversidade, e assim se cria. O UM, entretanto, no se inclui sejana diversidade, seja na Criao. O UM uma grave afirmao que ressoa de canto a canto de nossaconscincia. Nele h informaes preciosas sobre a natureza e o ocultamento de Deus - (NiltonBonder SOBRE DEUS E O SEMPRE).

    A Personalidade de Deus

    1. Muitas das citaes bblicas sobre outros atributos de Deus falam tambm da sua Pessoa.2. Deus vivo, poderoso, sbio e ativo; tem propsitos e planos.3. A Bblia menciona os atributos de Deus na discusso das suas relaes com o mundo fsico e com

    a humanidade, mas no os descreve sistematicamente.4. Deus, como Pessoa, tem outros atributos pessoais que no pertencem ao homem.5. O atributo de Deus que mais distintivo e mais acentuado no Velho Testamento a sua

    personalidade.6. Todos os livros da Bblia ensinam a direo prpria e a determinao racional do Senhor.

    Esprito como Pessoa19

    Discusses sobre a deidade e personalidade do Esprito, em livros de teologia, giramprincipalmente em torno de textos do Novo Testamento e do dilogo filosfico. Embora a deidade doEsprito de Deus no Antigo Testamento geralmente no seja negada, a personalidade do Espritogeralmente posta em dvida. O Esprito de Deus, em ambos os testamentos, parece preferir um papelvelado. Tudo isto dificulta mostrar a obra do Esprito como ama pessoa mais do que somente umindicador da obra de Deus, de sua vontade, poder e atividade. Alm disso, o argumento de J . B. Paynede que o Antigo Testamento enfatiza a unidade de Deus e assim evita a revelao do trinitarianismo

    para resguardar-se do politesmo pode ser vlida. Mas a principal dificuldade em apresentar a

    18 al.go.rit.mo. s. m. Sistema particular de disposio que se d a uma sucesso de clculos numricos: Algoritmo de clculodiferencial.19 Transcrio do livro: Teologia do Esprito de Deus no Antigo Testamento, Wilf Hildebrant, Pg. 106-108.

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    personalidade do Esprito Santo no Antigo Testamento devido ao foco do mesmo sobre os atos do Es-prito em relao humanidade. Assim, palavras e frases no pessoais so usadas para descrever oEsprito como a energia divina, como vento e fogo, como luz e espao.

    Referncias para o ruah em relao a Deus, na concepo Hebraica so entendidas como aextenso da personalidade Deus, por meio da qual os planos divinos so efetuados. Assim, o

    pensamento hebreu normalmente associou o rah com poder, habilidade, criatividade e o viu como umaextenso da presena de Deus. 0 rah foi entendido descritivamente para indicar a atividade de Deus esua presena de alguma forma. Isto passa longe de afirmar que o Antigo Testamento apresenta umentendimento ontolgico do rah como uma pessoa ao longo do cnon hebraico. Embora A. B.Davidson afirme que a linguagem usada sobre o Esprito expresse a concepo do Esprito como umasoa distinta, ele colocas que a idia de personalidade no a que podemos esperar encontrar no AntigoTestamento. O termo rah em vrias tradues, concebido como uma fora impessoal. Contudo, oresumo de PG. K. Jewett de ajuda aqui:

    Parece que os hebreus, falam de Deus deste modo porque eles o concebem em seu ser essencial,como o Poder (Energia) atrs de tudo que h o flego criativo pelo qual as criaturas viventes, defato, todo o universo, animado. Ainda no contexto do Antigo Testamento como um todo evidente que este Poder animador, este Flego criativo, no entendido como uma fora impessoal,mas mais do que isso como um sujeito vivo. A energia pessoal que est em Deus mesmo, o flego

    pelo qual Ele chama os mundos existncia (Sl 33.6) em primeira instncia, a Energia pela qualDeus ser o que Ele . Ele quem pelo seu prprio atuar; que seu ser de forma pessoal, ser que

    pode ser entendido somente como um ego autodeterminado, um Eu.

    Dos muitos sufixos possessivos e estados construtos com rah e o divino, fica evidente que oshebreus percebiam o rah como sendo uma personalidade independente em alguns exemplos (cf. 1Rs2:21-22; Is 63:11; Sl 51:11). Atividades pessoais e algumas disposies atribudas ao rah (Gn 6:3; 2Sm 23:2; Is 4:4; 63:10; Ne 9:20). Tem sido argumentado que trs pessoas divinas so referidas em Is48:16, o profeta registra: E agora o Soberano, o Senhor, enviou-me, com seu Esprito, contudo, istoaparenta mais que seja um lder real profeta) que clama ser comissionado e enviado por Yahweh e pelo

    rito. Outros afirmam que, em Is 61:1, a divindade est trabalha nem conjunto de uma forma trplice OEsprito do Soberano Senhor sobre mim, porque o Senhor tem me ungido para pregar as boas as para o

    pobre. Nesta passagem, o Senhor unge o Messias com Esprito. Est implcito que o rah no erasomente um mensageiro divino que tinha o poder de efetuar a vontade divina, mas tambm se cria queera uma pessoa.

    Talvez a tentativa de J. Moltmann de desenvolver uma pneumatologia trinitariana fora daexperincia e teologia do Esprito Santo providencia a mais frutfera discusso recente sobre a questoda personalidade. Sua metodologia envolve uma investigao dedutiva nas metforas que expressam aoperao do Esprito. Ele afirma que Na operao do Esprito n6s experimentamos a operao do

    pr6prio Deus, e todas as metforas usadas para o Esprito Santo so metforas para Deus em sua vindaat n6s, e, em sua presena conosco. Assim, esta forma de revelao ajuda-nos a entender Deus emgeral, e como Deus relaciona-se com a humanidade em particular. O estudo de Moltmann sobre asmetforas para a experincia do Esprito no Antigo Testamento levam-no para esta definio: A

    personalidade de Deus, o Esprito Santo, amvel, auto-comunicativa, fortalecedora e derramadora dapresena da vida eterna do Deus trino.78 Para dizer mais do que isso nos levar a uma intrusoespeculativa nas referncias do Antigo Testamento. O Novo Testamento desenvolve a concepoontolgica do Esprito como uma pessoa em muitos e maiores detalhes que algum poderia esperar narevelao progressiva das Escrituras. A revelao do Novo Testamento sobre o Esprito como a terceira

    pessoa da Trindade necessria para apreciar totalmente a pneumatologia do Antigo Testamento. Aomesmo tempo, a concepo neotestamentria do Esprito Santo como uma pessoa est baseada sobre edesenvolvida das Escrituras do Antigo Testamento.

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    A Santidade de Deus

    1. No h outra palavra que, no seu pleno sentido bblico, descreva mais perfeitamente a natureza deDeus do que o termo santidade.2. Santidade. a traduo da palavra hebraica qodesh ($edoq), que tem uma longa e complicadahistria, e que tem sido usada em vrios outros sentidos, mas exclusivamente para expressar idias

    religiosas. Idias Primitivas de Santidade

    Entre os hebreus a santidade se referia primeiramente ao mysterium tremendum, aonuminous,20 ou as caractersticas da Divindade que a separa de tudo que comum, tudo que domundo fsico ou da humanidade. Com esta idia de otherness, separao de Deus, o termo santoaplicava-se s coisas e aos homens separados para o Senhor.

    A Santidade de Iav, o Deus de IsraelA Santidade no propriamente um atributo de Deus. Descreve antes a prpria natureza de Deus.1. Santidade abrange, ou compreende, todos os atributos de Deus.2. na santidade que Deus transcendente, ficando, na sua Divindade, por cima de tudo eindependente de toda a sua criao.

    A Justia do Deus

    1. A justia do Senhor o atributo de perfeio moral que caracteriza a sua Santidade, a sua prpriaNatureza, a sua Divindade.2. O padro divino da justia to eterno como o prprio Deus.3. Um ato de Deus justo simplesmente porque ele o praticou.

    O Amor de Deus

    A palavra hebraica aheb muito usada, e, como verbo, pode significar todas as qualidades deamor e de gosto, mas o que mais nos interessa o seu LISO no sentido religioso. usada trinta e duasvezes expressando o amor de Deus: duas vezes o seu amor a Jerusalm, sete vezes o seu amor justiae vinte e trs vezes o seu amor a Israel, ou a pessoas em particular. O substantivo usado quatro vezesexpressando o amor de Deus para com o seu povo e uma vez quanto ao seu amor para com Jerusalm.Em resumo, a raiz da palavra usada vinte e sete vezes para expressar o amor de Deus para com ohomem, e vinte e quatro vezes quanto ao amor do homem para com Deus.

    A palavra hashaq (qa$fx) (Dt 7.7; 10.15) refere-se ao amor de Deus, no sentido de ter afeio

    a Israel, ou assentar o seu amor nele. Assim, sinnimo de ahabah (hfbAha)), ou o amor queescolheu a Israel. Ezequias declara, na sua ao de graas (Is 38.17), que o Senhor amou a sua alma eassim a livrou da cova da corruo.21

    Moiss declara (Dt 33.3) que Deus ama, habab, os povos, todos os santos de Israel.H vrias passagens (Dt 33.12, Sl 60.5 e outras) que falam do amado, yadid, do Senhor.A palavra raham traduzida poucas vezes como amor, mas freqentemente significa a

    compaixo, a piedade, a misericrdia do Senhor.

    20 Numinous. 1.Filos. Segundo Rudolf Otto (1869-1927), telogo e filsofo alemo, o sentimento nico vivido na

    experincia religiosa, a experincia do sagrado, em que se confundem a fascinao, o terror e o aniquilamento.21O texto, neste caso, no certo. Os crticos, em geral, preferem hashak (reter) em vez de hashaq. Pem de lado a palavramais rica e mais significativa.

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    H duas palavras que se referem a pessoas ou atos de pessoas que agradam ao Senhor. Estestermos, haphets e ratsah, talvez sejam do vocabulrio tcnico dos sacrifcios ou de atos generosos deespritos nobres.

    O Amor Eletivo de Deus

    1. Os escritores bblicos maravilhavam-se da eleio de Israel, mas no tentavam explicar por queDeus escolheu o seu povo, ao invs de qualquer outro, para ser a nao sacerdotal entre as naesdo mundo.

    2. Mas reconheceram que o amor de Deus para com Israel era soberano e irrevogvel.3. Israel deve obedecer ao Senhor motivado pelo seu prprio amor. Ouve, Israel, o Senhor nosso

    Deus o nico Senhor. Amars, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu corao, e de toda a tuaalma (desejo) e de todo o teu poder (Dt 6.4,5).

    4. Os motivos divinos que determinaram a escolha de Israel como o povo do concerto encerram-seno seu eterno propsito revelado em Efsios 3.1-6. A eleio encaminhava, atravs de Israel, oamor do Senhor a todas as famlias da terra (Gn 12.3).

    5. O amor do Senhor para com Israel no foi devido a qualquer mrito deste povo.

    6. O amor de Deus a fora operativa no estabelecimento da justia no mundo.7. O amor de Deus exigia de Israel obedincia fiel, e a responsabilidade de cumprir as condies do

    concerto generoso que Deus fez com ele, Ele te fez conhecer, homem, o que bom; O que que o Senhor requer de ti, seno fazer a justia, e amar a beneficncia, e andar humildemente como teu Deus? (Mq 6.8).

    8. O Deus do Velho Testamento o Deus de amor, o mesmo que se apresenta no Novo Testamento.O Senhor no assentou (hashaq) a sua afeio em vs, e vos escolheu, porque reis maisnumerosos do que outros povos ' mas porque o Senhor vos amava (Dt 7.7,8). Com amor

    [ahabah -hfbAha)] eterno te amei, com amorvel benignidade [hesed desex] te atra(Jr 31.3).

    A Significao do Hesed do Senhor

    No fcil traduzir o sentido exato desta palavra hebraica, usada to freqentemente comreferncia ao concerto entre Deus e o seu povo escolhido. Nas verses da Bblia em portugus traduzida por bondade, beleza, glria, benevolncia, beneficncia, benignidade, amorvel benignidade,misericrdia e compaixo. Na verso inglesa, que precedeu a famosa King James, Miles Coverdaletraduziu a palavra por loving kindness, que significa mais ou menos a amorvel benignidade deAlmeida, em Jeremias 31.2. Snaith traduz o termo porcovenant love, e a nova verso em ingls, TheRevised Standard verteu-a porsteadfast love. Outras verses trazem os termos amor eterno. Luterausou a palavra Gnade, a mesma que usou no Novo Testamento para traduzir a palavra grega, charis

    (graa). Quando hesed usada referindo-se relao de Deus com o povo do concerto, tem o sentidocada vez mais perto de graa. Quando o plural do substantivo hasidim usado referindo-se aos homensfiis, especialmente nos Salmos (30.4; 37.28, e muitos outros versculos), traduzido em portugus porsantos (ver 2 Pedro 1.6).

    Parecem infrutferas as discusses sobre a etimologia de hesed. Segundo a opinio de Brown,Driver e Briggs, o sentido radical da palavra avidez, vivacidade, zelo intenso, e zelo geralmentecaracteriza o significado do termo no Velho Testamento.

    A palavra era usada primeiro para designar a fidelidade dos contratantes de qualquer pacto. Porexemplo, no pacto entre Davi e Jnatas (1 Sm 20.14-16), eles prometem usar, um para com o outro, oamor fiel (hesed) do Senhor. Um pacto assim selado pelo hesed do Senhor nunca podia ser desfeito.

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    At o revoltoso Absalo ficou espantado quando Husai veio aderir ao seu partido (2 Sm 16.17)contra Davi. Perguntou-lhe: esta a tua fidelidade (hesed) para com o teu amigo? Mas foi a astciade Husai para com Absalo, e o seu amor fiel a Davi, que salvou o rei da morte.

    Estes exemplos nos ajudam a entender a fora da palavra, quando usada no sentido da fidelidadedo Senhor em manter e observar as condies do seu concerto com o povo de Israel. W. F. Lofthouse,W. Eichrodt e Norman H. Snaith tm demonstrado que a palavra hesed representa o amor fiel eimutvel de Deus no cumprimento das suas promessas feitas a Israel no concerto.

    A Doutrina do Homem e do Pecado

    A Origem, a Natureza e o Destino do Homem 22

    A Criao do Homem1. O Velho Testamento ensina a unidade da raa.2. O livro de Gnesis apresenta duas explicaes da criao do homem (1.26-30; 2.4-7,18-22).

    De acordo com a segunda, que geralmente considerada a mais antiga, Deus formou o corpo dohomem do p da terra e soprou-lhe nas narinas o flego da vida, e o homem se tornou alma vivente.Os animais tambm so denominados almas viventes (Gn 2.19);

    3. Uma nao se originou de Abrao, como tambm do seu filho Isaque;4. Todos os descendentes de Jac constituem o povo de Israel.5. Todos os povos, raas e naes so descendentes de No;6. Todas as pessoas so dependentes das suas respectivas unidades sociais, naes, tribos, cls

    e famlias. A variedade de naes devida s lnguas diferentes, lutas e guerras, migraes, eadaptaes s condies geogrficas histricas.

    22 CRABTREE. A. R. TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO. 2 ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1977, p. 125-145.27

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    A Natureza do Homem do Velho TestamentoAs palavras bassar - rf&fB (corpo, carne), leb (bl), lebab (bfbl) (corao), kely (hfy:liK) (rins)

    referem-se a rgos do corpo.Nephesh (alma) e ruah (esprito) referem-se a elementos invisveis do homem. A relao entre a mente

    e o corpo do homem um estudo de interesse perene para o psiclogo moderno, como o para oestudante e o telogo do Velho Testamento.

    Em Eclesiastes 3.18-21, ruah tem quase o mesmo sentido de nephesh (alma). Em Isaas 26.9 e J 7.11,ruah e nephesh so sinnimos. A palavra nephesh, como ruah, usada em vrios sentidos, masno o equivalente geral de ruah.

    Deus forma o esprito no homem (Zc 12.1);E o preserva (J 10.12).Quando o homem morre, o esprito volta a Deus (Ec 12.7). Assim o esprito geralmente reconhecido

    como o elemento mais importante do homem, o qual ele recebe de Deus.O esprito que o homem recebe de Deus o flego de vida (nishmath hayim).A palavra leb ou lebab significa corao, mente, inteligncia, vontade, conscincia, ntimo. Depois

    a conscincia (leb) doeu a Davi, por ter cortado a orla do manto de Saul (1 Sm 24.5). O corao geralmente considerado como a sede da inteligncia e da vontade (Is 10.7).

    difcil fazer uma distino exata entre nephesh, ruah e leb do homem.O pensamento pode representar a atividade de qualquer um destes trs rgos, mas isto no quer dizerque as palavras so sinnimos, a no ser em sentido muito limitado.

    Na totalidade do seu ser, o homem pode ser designado por nephesh, mas ele tem um ruah e um leb.Convm lembrar que nephesh tem vrios outros sentidos.

    Os rins (kelayoth), as entranhas (mayim), e uma vez o fgado (kabad) so representados como rgosda emoo ou dos sentimentos. O corao o rgo de todas as qualidades de pensamento e deemoes que revelam o carter do homem.

    A Natureza Religiosa do HomemO esprito o elemento humano que est mais aliado com Deus, e que tem o poder ou a capacidade de

    receber a orientao divina e as influncias benficas do Esprito do Senhor. este esprito invisvel que distingue o homem das outras criaturas de Deus.

    1. O Velho Testamento reconhece que o homem foi criado para Deus, e que no pode ser felizsem achar descanso no seu Senhor.

    Caractersticas do Pensamento do Homem do Velho Testamento1. Crendo na afinidade do seu esprito com o Esprito do Senhor e que foras de fora podiam

    invadir o esprito humano, o hebreu julgava-se capaz de reconhecer a operao do Esprito de Deus noseu corao e na sua vida.

    2. O modo de pensar do hebreu era notavelmente teocntrico.3. No se pode identificar o homem do Velho Testamento com qualquer elemento do seu corpo

    ou do seu esprito. um ser vivente, uma realidade.4. No se esforava para analisar a sua natureza.5. Reconhecia a interdependncia do corpo e da inteligncia, sem se envolver em problemas de

    psicologia.6. No entrava no seu pensamento a idia de que o pecado residisse na matria ou na carne do

    homem.7. A interdependncia do corpo e do esprito tambm complicava, para ele, o problema do seu

    destino depois da morte.

    O Homem Criado Imagem e Semelhana do Deus

    1. A imagem ou a semelhana de Deus mencionada apenas em Gnesis 1.26,27; 5.1 e9.6.2. O esprito do homem veio do Esprito de Deus (Gn 2.7), e isto explica a afinidade do homem

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    com o Esprito de Deus.3. A possibilidade de comunho entre Deus e homem depende absolutamente desta semelhana

    entre Deus e o homem.4. Alguns pensam que a imagem divina significa apenas a autoridade do homem sobre os

    animais.5. A mera autoridade sobre os animais tem pouca importncia em relao com a imagem divina

    no ser humano.6. em virtude de sua semelhana com Deus que o homem recebe a promessa de autoridade

    sobre os animais.7. A imagem e a semelhana divina se acham na personalidade do homem.8. Deus se apresenta como Pessoa atravs de todas as Escrituras do Velho Testamento. H duas

    caractersticas essenciais da personalidade: a conscincia prpria e a direo prpria.9. Podemos verificar, pelas Escrituras, que Deus e o homem tm as seguintes caractersticas em

    comum: as faculdades de sentir, raciocinar e querer.10. Deus tem estes poderes em absoluta perfeio.11.Nota-se, todavia, que ele no precisa raciocinar, como ns, para descobrir a verdade por um

    processo de lgica.

    12. A Bblia nos revela o fato de que Deus freqentemente ajuda os seus mensageiros, noprocesso de raciocinar e esclarecer as mensagens divinas dirigidas aos seus ouvintes (Sl 94.9; Ams3.2; Is 1.18) e em todos os apelos inteligncia do homem.

    13. O homem tambm tem afinidade com Deus na sua capacidade de sentir emoes e entender,em parte pelo menos, o amor de Deus.

    14. Assim sendo, a imagem natural entre Deus e o homem durar para sempre, porque o homemno poder jamais deixar de ser um esprito como Deus o . Da mesma forma, a semelhana naturalentre Deus e o homem perdura sempre, porque o homem no poder jamais deixar de ser uma pessoacomo Deus o . O esprito no homem corresponde ao Esprito do seu Criador, e sustentado por Ele.Foi declarado que o esprito do homem, o esprito que est nele, s ele conhece as coisas relacionadascom o homem, , portanto anlogo ao Esprito Divino, que o nico que conhece as coisas de Deus (1

    Co 2.11).

    A DOUTRINA DO PECADO 23

    O conceito que qualquer pessoa, ou qualquer povo, tenha do pecado determinado por seuentendimento do carter de Deus e da natureza do homem.

    A Moralizao do Conceito do Pecado

    Entre os povos primitivos o pecado era considerado simplesmente como ofensa contra Deus, e por

    algum tempo alguns israelitas tiveram esta mesma opinio.1. A lei moral associava-se, s vezes, com o costume do povo.2. A natureza tica e moral da religio dos hebreus estabelecida por Moiss sempre lutava

    contra as influncias insidiosas do baalismo e da imoralidade dos cananeus.3. Com o entendimento cada vez mais claro da justia absoluta de Deus, o povo compreendia

    mais perfeitamente que o Senhor, como o Juiz supremo, exigia a justia do homem nas relaes com oseu prximo.

    4. Com a nfase nos pecados sociais, os profetas chegaram a entender mais claramente anatureza dos pecados cometidos diretamente contra o Senhor.

    23 CRABTREE. A. R. TEOLOGIA DO VELHO TESTAMENTO. 2 ed. Rio de Janeiro, JUERP, 1977, p. 149-167.29

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    Palavras Hebraicas que Descrevem a Natureza do PecadoO portugus, bem como o ingls, luta com dificuldade na traduo de uma palavra hebraica por

    uma s palavra que d o sentido exato em nosso vernculo. A classificao das palavras hebraicas emgrupos, de acordo com o seu sentido geral, facilita a explicao da natureza das vrias formas do

    pecado.

    H vrios termos que so utilizados na bblia para referir-se idia do pecado. Estes termospodem nos fornecer aspectos do conceito bblico do assunto.No Antigo Testamento, os principais termos hebraicos para pecado so:a) bar - raBffai((x 38.26; Dt 2.14; J 13.13) transgredir.

    b) sham -{f$f)(Lv 5.5-8; Jz 21.22; Sl 34.21-23; Os 10.2; 13.1; Is 24.6; Jl 1.18) O sentidoprincipal da palavra sham parece ser o de culpa. Todavia, o sentido varia desde a ao quetraz culpa at a condio de culpa e, ainda, at o ato de punio.

    c) ashemah - hfm:$a) (Lv 4.3; 22.16). Pecado, culpa, iniqidade, aes pecaminosas,culpabilidade.

    d) Awon - }owf( (1Rs 17.18). Com a idia de torcer, e refere-se culpa produzida pelo pecado,iniqidade.

    e) Chath - hf)f+Ax (Ex 32.30), seu cognato chete - )i:+x (Sl 51.9), significando errar oalvo ou falhar (= Hamartia). Chath - hf)ff+ax = pecado.

    f) Pesha - (a$eeP (Pv 28.13). Quer dizer rebelio ativa, uma transgresso da vontade de Deus.g) Peraq qar:P (Despedaar, romper, pecados. A palavra usada mais no sentido literal).

    Pecado Social1. Do ponto de vista dos escritores bblicos, o pecado entre o povo escolhido essencialmente

    a infidelidade dos homens de Israel no cumprimento das suas responsabilidades perante Deus, deacordo com o concerto entre Deus e o povo da sua escolha.

    2. Estas responsabilidades incluem a prtica de justia e retido entre os homens.3. A prtica da justia entre os homens a vontade de Deus.

    4. Os profetas condenaram os pecados sociais porque eram ofensas contra Deus, e contra obem-estar do povo escolhido (Mq 6.8).

    A Origem do PecadoTelogos modernos do Velho Testamento dizem pouco, ou nada, sobre a origem do pecado, ou a queda

    do homem. Dizem que o Antigo Testamento no tem nenhuma doutrina da queda do homem.Apresenta-se em vrios escritos