Teoria da Literatura I - · PDF fileAutora Regina Zilberman 2009 Teoria da Literatura I...

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  • AutoraRegina Zilberman

    2009

    Teoria da Literatura I

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    Z69 Zilberman, Regina. / Teoria da Literatura I. / Regina Zilber-man. Curitiba : IESDE Brasil S.A. , 2009.

    140 p.

    ISBN: 978-85-7638-848-7

    1. Lngua portuguesa Redao. 2. Literatura pica. 3. Narrativa Literatura. I. Ttulo.

    CDD 808.0469

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  • Sumrio

    Apresentao | 5

    Conceito, histria e tendncias contemporneas | 7Conceito de Teoria da Literatura | 7Objetivos da Teoria da Literatura | 8Histria da Teoria da Literatura | 9Antecedentes da Teoria da Literatura | 10Principais linhas e expoentes da Teoria da Literatura | 11

    Fundamentos e fronteiras da Teoria da Literatura | 17Objeto da Teoria da Literatura | 17O literrio e o no-literrio | 17O literrio no passado e no presente | 20Imaginao e verossimilhana | 21

    A potica clssica: Plato e Aristteles | 25Um pouco de histria | 25Antes de Plato | 26Plato e a mmesis | 28Aristteles: potica, mmesis e espcies de poesia | 30

    Formalismo e Estruturalismo | 35Adeus Histria da Literatura | 35O Formalismo Russo | 37O Estruturalismo Tcheco | 41

    A obra literria enquanto estrutura | 47Coordenadas histricas | 47A estrutura da obra literria | 48Descrio e interpretao de um texto literrio | 52

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  • Discurso literrio e intertextualidade | 57Funes da linguagem | 57Literaridade | 60Intertextualidade | 61

    Mmesis e diegese: os modos de narrar | 67A diegese desde os antigos at os modernos | 67O narrador em crise | 69Tipologias do narrador | 70

    A estrutura da narrativa | 79A narrativa entre o discurso e a histria | 79Da morfologia do conto estrutura da narrativa | 80A lgica da narrativa | 84

    Literatura e sociedade | 89A literatura para alm do texto | 89Literatura e sociedade | 90Sociologia da literatura | 93

    A literatura, o escritor e a modernidade | 99O escritor e a sociedade | 99O autor como produtor | 101O artista moderno | 102Perda da aura e indstria cultural | 104

    A literatura, o pblico e o leitor | 109A catarse | 109O estranhamento | 110A emancipao | 112

    Os desafios da Teoria da Literatura | 119Teoria da Literatura, ensino superior e modernidade | 119A batalha do cnone | 121A guerra dos sexos | 123O preo da liberdade intelectual | 125

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  • Apresentao

    A Teoria da Literatura constitui um dos fundamentos dos currculos de Letras, ao lado da Lingstica e do conhecimento da lngua materna. Ela se organiza a partir do reconhecimento de que um patrimnio da huma-nidade a literatura, enquanto conjunto das expresses verbais que, por escrito ou oralmente, contm um pendor artstico requer estudo, anlise e posicionamento crtico.

    Nos dias de hoje, a maioria da populao, no Brasil e no mundo, est alfabetizada e conta com um letramento literrio bsico, transmi-tido pela escola ou pelos meios de comunicao de massa, e adquirido por meio da experincia e do amadurecimento existencial. Esse patamar faculta s pessoas a insero do universo da literatura, mas no as torna especialistas, nem detentoras de um saber que as habilita ao exerccio de uma atividade profissional. A tais funes pode levar a Teoria da Literatura, enquanto parte do corpo de disciplinas fundamentais do curso de Letras. Por essa razo, o componente terico includo em seu ttulo supe uma aplicabilidade que se manifesta, quando se transita da aprendizagem dos conceitos ao entendimento das obras literrias.

    Os captulos que se seguem procuram alcanar esse objetivo.Tomando como ponto de partida a explicitao da natureza da Teoria da Literatura e o estabelecimento de seu campo de atuao, trs caminhos so percorridos ao longo deste livro:

    o primeiro toma a histria como guia, examinando, desde a po-::::tica clssica at as tendncias mais atuais, os rumos adotados pela Teoria da Literatura, vias essas decorrentes das relaes dos pensadores, crticos e artistas com os processos econmicos, sociais, polticos e culturais experimentados em pocas distintas;

    o segundo enfatiza as tendncias que privilegiam o estudo da ::::obra literria enquanto objeto autnomo, apto a requerer uma cincia especfica como a Teoria da Literatura examinam-se, nesse caso, as concepes de estrutura da obra literria, a fun-o potica e as concepes referentes s formas narrativas;

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  • o terceiro retoma as relaes entre a obra literria e o mun-::::do extraliterrio para verificar em que medida a primeira responde s exigncias do segundo sem perder de vista sua identidade, independncia e autoconscincia dos processos artsticos.

    Espera-se, com isso, garantir a exeqibilidade, o vigor e a atuali-dade dos estudos dedicados literatura, resumidos na cincia que toma seu nome a partir de seu objeto Teoria da Literatura.

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  • Conceito, histria e tendncias contemporneas

    Regina Zilberman*

    Conceito de Teoria da LiteraturaA Teoria da Literatura a cincia qual compete estudar as manifestaes literrias. Considerar

    a Teoria da Literatura uma cincia significa afirmar que corresponde a uma rea de conhecimento que requer peritos (tcnicos) detentores de competncias especializadas para exerc-la. Se todo o leitor se posiciona perante obras literrias que leu, comentando-as e formulando juzos subjetivos, o terico da literatura examina o mesmo material de modo objetivo, procurando descrever suas caractersticas mais constantes e as tendncias vigentes para definir as marcas dominantes, apresentar propostas de inter-pretao e estabelecer padres de qualificao. A Teoria da Literatura pode ser integrada s Cincias, porque classifica e ordena o material com que trabalha; e pertence, em especial, s Cincias Humanas porque interpreta e avalia o conjunto de obras que so o foco de sua investigao.

    Seu objeto , pois, a Literatura, tal como ela se corporifica em diferentes manifestaes, todas de natureza verbal. O termo Literatura provm de littera, letra, em latim, o que assinala sua relao com a escrita. Contudo, as manifestaes verbais, s quais se relaciona a Literatura, no se apresentam neces-sariamente por escrito, determinando a necessidade de se responder a uma primeira pergunta: o que pertence literatura? Ou, em outra formulao, o que so as manifestaes literrias estudadas pela Teoria da Literatura?

    Da resposta a essa pergunta nasce a primeira tarefa da Teoria da Literatura, pois lhe compete definir seu prprio objeto, o que a particulariza enquanto cincia. Outras disciplinas, como a Geografia, entre as Cincias Humanas, ou a Fsica, entre as Cincias Exatas, no precisam explicar qual sua matria de estudo, ainda que as duas lidem com o espao. No esse, porm, o caso da Teoria da Literatura, que

    * Doutora em Romanstica pela Universidade de Heidelberg, Alemanha. Ps-doutorado na Brown University, Estados Unidos. Professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e da Faculdade Porto-Alegrense de Educao, Cincias e Letras.

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  • necessita, permanentemente, esclarecer qual a natureza do produto sobre o qual dirige sua ateno. Por outro lado, estaremos praticando esta cincia a cada vez que buscarmos conceituar o que entende-mos por Literatura, manifestao literria, fenmeno literrio, obra literria, texto literrio expresses, todas essas, que do conta do campo sobre o qual se estendem suas consideraes de ordem classifica-tria, crtica e interpretativa.

    Ao escolher a Literatura como seu objeto, a Teoria da Literatura faz uma opo: elege como foco de observao textos que se transmitem por intermdio da escrita. Contudo, os primeiros produtos literrios do Ocidente, como a Ilada e a Odissia, poemas picos atribudos a Homero e que circularam na Grcia desde o sculo VIII a. C., foram difundidos oralmente, declamados em ocasies festivas por profissionais chamados de rapsodos ou aedos. O mesmo ocorreu na Idade Mdia, quando foram elabo-radas epopias como a Cano de Rolando ou o Poema do Cid, cujos autores so desconhecidos. Esses poemas passavam de boca em boca entre menestris e admiradores dos heris daqueles versos. Nos nossos dias, a cultura popular rica em poemas conhecidos apenas por aqueles que decoram seus ver-sos e estrofes, mas isso no significa que no pertenam Literatura. Portanto, o termo Literatura pode ser um tanto inexato para definir seu material, tendo de ser utilizado com ressalvas para no excluir as ricas manifestaes poticas de exclusiva circulao oral.

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