Teoria dos jogos, cooperação social e ganhos

13
Teoria dos Jogos, cooperação social e ganhos subótimos: a experiência de moradores de Piúma/ES Cristiano das Neves Bodart [email protected] Carlos Alberto Costa [email protected]

Transcript of Teoria dos jogos, cooperação social e ganhos

Teoria dos Jogos, cooperação social e ganhos subótimos:

a experiência de moradores de Piúma/ES

Cristiano das Neves Bodart [email protected]

Carlos Alberto Costa [email protected]

Introdução

• Estudo de caso: mutirões comunitários realizados em Piúma/ES, onde os moradores pavimentam suas ruas em parceria com o Poder Público Municipal.

• Base teórica: Teoria dos Jogos e da Escolha Racional.

• A metodologia adotada: além da revisão de literatura, pesquisa de campo com entrevistas abertas e fechadas.

Principais questões levantadas

• Por que mesmo acreditando ser obrigação do poder público pavimentar as ruas participaram de tal empreitada?

• Qual a racionalidade dessa ação?

• Como superaram o dilema da ação coletiva?

O dilema da ação coletiva

• O poder público tem a obrigação de pavimentar as ruas, mas há anos vem prometendo pavimentá-las, mas nunca a fizera. Havia agora uma proposta mais concreta para pavimentar as ruas, porém por meio da parceria, tendo assim custos significativos.

O dilema do prisioneiro e sua colaboração no estudo de caso

As Três possibilidades: 1. Situação ótima:

O poder público, exclusivamente, vir a pavimentar as ruas, cumprindo as promessas anteriores;

2. Situação subótima: Aceitar a oferta da prefeitura em fazer uma parceria (assumir custos – proposta concreta).

3. Tragédia: Esperar mais uma vez pela ação exclusiva do Poder Público e esse nada fazer (Já se configurou um jogo repetitivo).

O dilema do prisioneiro e sua colaboração no estudo de caso

A situação intermediária (subótima) foi a escolhida, seguindo a lógica do dilema do

prisioneiro.

Por que optaram pela situação subótima? Estariam os indivíduos motivados pela escolha racional marcada

pela avaliação custo-benefício?

A Escolha Racional Um indivíduo racional escolhe com base em suas crenças que lhe indicam a “melhor escolha”. Ou seja, o processo pode ser racional, mas mesmo assim não atingir a verdade (ELSTER, 1994, p.41).

– Teria os indivíduos da comunidade realizado a escolha errada?

– Aceitar a pavimentação por meio do mutirão não seria uma atitude alienada?

– Não deveriam despender suas forças para pressionar o poder público local a cumprir com suas promessas?

A Escolha Racional (TER) Perigos da Escolha Racional

• i) a existências de poucas evidências para efetivar a escolha ótima: poucos moradores tiveram acesso às informações de que a prefeitura havia aprovado um orçamento relativamente elevado destinado à pavimentação de ruas, o que seria um indicador forte de que com parceria ou não da comunidade a obra seria realizada;

• ii) a demora para a tomada de decisão : Uma demora em aceitar a proposta poderia fazer com que o cronograma fosse preenchido pela demanda de outros bairros.

A Escolha Racional (TER)

TER tem como princípio o individualismo, a otimização e o egocentrismo.

– Estariam essas três características presentes nessas comunidades?

• Notamos que maior parte dos entrevistados não paga IPTU, buscando assim maximizar seus benefícios.

• Não se engajam em questões coletivas relacionadas à busca de provimento de bens públicos

Teoria dos Jogos

“(...) a cooperação é difícil de se sustentar quando o jogo não se repete (ou tem um fim), quando falta informação

sobre os outros jogadores e quando há um grande número de jogadores” (NORTH, 1990).

– A situação era de um jogo repetido, onde promessas de

pavimentação das ruas eram realizadas anualmente pelos políticos locais, porém não cumpridas.

– Havia agora um novo jogo cujas regras não estavam ainda claras devido ser a primeira rodada.

Teoria dos Jogos Como iniciar o novo jogo?

Os envolvidos na ação coletiva (os não-egoístas): • Os kantianos, caracterizados por querer fazer aquilo que

seria melhor se todos o fizessem. • Os utilitaristas, marcados por desejar prover o bem

comum. • Os motivados pela norma de eqüidade, ou seja, “não

querem andar de carona na cooperação dos outros, mas também não querem cooperar quando poucos outros o fazem”

(ELSTER. 1994, p. 159).

A solução hobbesiana

O papel das instituições em alterar o preço pago pelos indivíduos e embutir suas ideias, ideologias e dogmas, influenciando nas escolhas dos indivíduos (NORTH, 1990).

– O papel da Associação dos Moradores.

Considerações Finais

• A racionalidade dos indivíduos e o jogo repetido os levou a buscar um ganho subótimo;

• Os Utilitaristas, seguido pelos Kantianos, foram importantes para iniciar o novo jogo, dando maiores garantias de que o mutirão iria ser realizado.

• A Associação dos Moradores também colaborou ao tomar a função hobbesiana.

• Julgaram que o custo era menor do que o benefício.