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Guanambi, v. 1, n. 1, p. 69-84, jan./jun. 2010 | 69 TEORIA E PRÁTICA: a educação ambiental para uma transformação social Inalice Donato Primo Menezes 1 RESUMO É indiscutível a importância que a educação ambiental (EA) vem ganhando nos últimos tempos, no intuito de garantir a existência de ambientes saudáveis para a perpetuação e a sobrevivência das espécies. A escola, como centro de produção do conhecimento, assume o suporte essencial para o desenvolvimento da consciência ambiental. O objetivo deste trabalho é analisar a metodologia trabalhada pela Escola Municipal Professora Marlene Flores, a influência da educação ambiental na vida dos alunos, bem como mudanças de comportamento e ações de preservação para com o meio ambiente. O estudo de caso mostrou que a escola propõe atividades relacionadas à educação ambiental, mas que a falta de estrutura e de recursos não permite que os projetos tenham maior abrangência, limitando-se à participação de professores e alunos. Porém, os resultados alcançados representam um avanço frente às tradições e à condição social da comunidade. Palavras chave: Educação ambiental. Consciência Comportamento. Comunidade. Escola. THEORY AND PRACTICE: environmental education for social transformation ABSTRACT Indeed the importance of environmental education (EE) has been gaining in recent times in order to assure the existence of healthy environments for the perpetuation and survival of the species. Thus, the school as a center of production of knowledge takes the essential support for the development of environmental awareness. The objective of this study is to the methodology 1 Licenciada em Geografia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e pós-graduada em Educa- ção Ambiental pela Unidade Baiana de Ensino, Pesquisa e Extensão (UNIBAHIA).

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TEORIA E PRÁTICA: a educação ambiental para uma

transformação social

Inalice Donato Primo Menezes1

RESUMO

É indiscutível a importância que a educação ambiental (EA) vem ganhando nos últimos tempos, no intuito de garantir a existência de ambientes saudáveis para a perpetuação e a sobrevivência das espécies. A escola, como centro de produção do conhecimento, assume o suporte essencial para o desenvolvimento da consciência ambiental. O objetivo deste trabalho é analisar a metodologia trabalhada pela Escola Municipal Professora Marlene Flores, a influência da educação ambiental na vida dos alunos, bem como mudanças de comportamento e ações de preservação para com o meio ambiente. O estudo de caso mostrou que a escola propõe atividades relacionadas à educação ambiental, mas que a falta de estrutura e de recursos não permite que os projetos tenham maior abrangência, limitando-se à participação de professores e alunos. Porém, os resultados alcançados representam um avanço frente às tradições e à condição social da comunidade.

Palavras chave: Educação ambiental. Consciência Comportamento. Comunidade. Escola.

THEORY AND PRACTICE: environmental education for social transformation

ABSTRACT

Indeed the importance of environmental education (EE) has been gaining in recent times in order to assure the existence of healthy environments for the perpetuation and survival of the species. Thus, the school as a center of production of knowledge takes the essential support for the development of environmental awareness. The objective of this study is to the methodology

1 Licenciada em Geografia pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB) e pós-graduada em Educa-ção Ambiental pela Unidade Baiana de Ensino, Pesquisa e Extensão (UNIBAHIA).

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worked out by the Municipal School called “Professora Marlene Flores”, the influence of environmental education in the lives of students as well as changes of behavior and actions to preserve the environment. The case study showed that the school offers activities related to environmental education, but the lack of infrastructure and resources do not allow that the projects to have greater coverage, limited itselves to participation of teachers and students. However, the results represent an advance forward to the traditions and the social condition of the community.

Keywords: Environmental education. Wareness. Behavior. Community. School.

INTRODUÇÃO

No intuito de facilitar a compreensão das relações entre ensino e meio ambiente, este texto tece algumas considerações sobre a metodologia adotada pela Escola Municipal Professora Marlene Flores (EMPMF), localizada no bairro Lagoa das Flores, em Vitória da Conquista, Bahia, analisando a influência da educação ambiental na vida dos alunos do 2º ano do Ciclo IV, bem como as mudanças de comportamento e ações de preservação para com o meio ambiente. Neste estudo, buscou-se observar a importância do fortalecimento da educação ambiental, bem como sua aplicabilidade na instituição escolar e na prática dos alunos.

As culturas de hortaliças e flores no bairro Lagoa das Flores são responsáveis pelo desenvolvimento econômico do local e ao mesmo tempo o único meio de sobrevivência de alguns moradores. A agricultura, em sua maior parte, é praticada por pessoas com baixo grau de instrução e de maneira ainda rudimentar O uso dos defensivos agrícolas é feito com muito pouco cuidado.

Ações já foram desenvolvidas para alertar esses agricultores sobre cuidados básicos ao fazer uso dos agrotóxicos, mas com poucos resultados satisfatórios. A utilização desses produtos de maneira incorreta atinge o meio ambiente, pois provoca a contaminação do solo e do lençol freático, e atinge também os próprios agricultores, ao manterem contato direto e utilizarem a água das cisternas para o consumo, prática até pouco tempo bastante comum.

Partindo dessa realidade e da dificuldade de prosseguir, frente às tradições e costumes da população, acredita-se que, com a educação de base, é possível mudar o modo de pensar e agir dos futuros agricultores. É nesse contexto que se insere o papel da escola como mediadora entre o conhecimento científico e a prática cotidiana, buscando promover, por meio da disseminação de informações, a conscientização ambiental entre seus alunos.

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Desse modo, o educador deve buscar caminhos que levem o aluno a refletir sobre a importância da preservação do meio ambiente, principalmente, porque o futuro da humanidade depende da relação entre o homem e a natureza, bem como da utilização racional de seus recursos naturais.

Assim, surge a necessidade de repensar as práticas pedagógicas, adotando metodologias mais dinâmicas e estimulantes, que instiguem o educando a construir seus próprios valores ambientais a partir da sua vivência.

O texto tem como principal objetivo analisar se a educação ambiental na EMPMF motiva uma transformação social. Seus objetivos específicos são verificar se o projeto político-pedagógico da escola contempla o proposto nos Parâmetros Curriculares Nacionais sobre educação ambiental; verificar se as práticas docentes adotadas na sala de aula condizem com a realidade do aluno; analisar se a educação ambiental vem provocando ou não mudanças comportamentais entre os alunos.

Os dados foram coletados por meio de entrevistas estruturadas a partir da identificação do sujeito e das questões investigativas. Na classe discente os questionamentos foram realizados por meio do preenchimento de um formulário por cada um dos 69 (Sessenta e nove) alunos das duas turmas de 2º ano do ciclo IV. Posteriormente, foi entrevistado um representante de cada disciplina.

As informações coletadas foram relacionadas com o projeto político-pedagógico da escola, no intuito de identificar como a educação ambiental ensinada pelos professores da Escola Municipal Professora Marlene Flores vem contribuindo para a prática de atitudes conscientes de preservação ambiental na comunidade.

As entrevistas realizadas com a comunidade escolar e o projeto político-pedagógico foram analisados conjuntamente, e demonstraram que, apesar dos esforços dos professores, os ensinamentos adquiridos na escola não resultam em mudanças significativas para a localidade, sendo necessário que a instituição adote uma metodologia mais dinâmica e eficaz.

AS QUESTÕES AMBIENTAIS E A SOCIEDADE

As relações tecidas no âmbito social envolvem as interações dos indivíduos de diversas classes e grupos sociais com a natureza, tendo em vista que as alterações do espaço são alavancadas pela evolução da humanidade, em diferentes tempos e lugares.

As sociedades agrícolas já produziram impactos na dinâmica dos ecossistemas e na distribuição das espécies, na medida em que desmatavam para a utilização do solo. No início da industrialização, a intervenção continuou por meio da exploração e exportação dos recursos

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naturais, de modo a garantir as condições de sobrevivência da população. Hoje, os padrões da sociedade são os principais responsáveis pela crise ambiental.

Desse modo, a formação de uma consciência política e ambiental é um grande desafio para a sociedade. É necessário pensar em modelos de desenvolvimento economicamente viáveis, responsáveis e socialmente aceitáveis, que contribuam para a redução da miséria e para a conservação dos recursos naturais e da biodiversidade.

Surge, então, a noção de desenvolvimento sustentável, que considera que o crescimento econômico deve, no mínimo, conduzir a uma reciclagem dos recursos físicos, ao invés do seu esgotamento, além de reduzir os níveis de poluição. O desenvolvimento sustentável foi definido pelo Relatório de Brundtland como:

O uso de recursos renováveis para promover o crescimento econômico, a pro-teção das espécies animais e da biodiversidade e o compromisso com a manu-tenção da pureza do ar, da água e da terra. Além de ser aquele que “atende às necessidades de hoje, sem comprometer a capacidade de as próximas gerações atenderem às suas próprias necessidades”. (GIDENS, 2005, p. 487)

Os atuais padrões de consumo produzem impactos severos no meio ambiente. Sendo assim,

busca-se no campo educacional expandir o debate ambiental entre as comunidades, visando minimizar os danos causados à natureza e garantir qualidade de vida para as atuais e futuras gerações.

Portanto, o foco da educação, nesse novo paradigma ambiental, é compreender, além do ecossistema natural, as relações socioambientais historicamente configuradas e movidas pelas tensões e conflitos sociais. A seguir, faz-se um resgate histórico, no intuito de facilitar a compreensão dos acontecimentos humanos que permearam o processo de valorização da educação ambiental.

EDUCAÇÃO AMBIENTAL: UMA LEITURA HISTÓRICA

Na história das civilizações, cada vez mais o homem detém o domínio da natureza. Inicialmente, a dependência dele em relação à natureza se resumia à obtenção de alimentos. Com o passar dos tempos, a fixação em determinado lugar o obrigou a desenvolver habilidades essenciais para sua sobrevivência, como: construção de casas, manejo do solo, uso do fogo, entre outras. O grau de modificação é em parte determinado pela necessidade de mudar, em parte pelo modo de se relacionar com o ambiente, surgindo espaços diferenciados ao longo

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do tempo. Porém, as transformações do meio reduzem a disponibilidade e comprometem a qualidade dos recursos naturais.

A atividade humana gera impactos ambientais que repercutem nos meios fí-sico-biológicos e socioeconômicos, afetando os recursos naturais e a saúde humana, podendo causar desequilíbrios ambientais no ar, nas águas, no solo e no meio sociocultural. Algumas das formas mais conhecidas de degradação ambiental são: a destruição, a desestruturação física (erosão, no caso de so-los), a poluição e a contaminação. (BRASIL, 1998, p. 182)

A materialização dos processos de interação entre a sociedade e a natureza é compreendida em uma dimensão histórica. Neste sentido, até o surto industrial e tecnológico do século XIX, a transformação do meio ambiente era produto das atividades agrícolas, de maneira que a água, o solo e a vegetação eram os mais afetados (DREW, 1989, p. 193).

No século XX, após a Segunda Guerra Mundial, a concentração de capital atingiu níveis altíssimos em decorrência da utilização de conhecimentos científicos e tecnológicos. Os reflexos da expansão capitalista pós-guerra atingiram o Brasil nas décadas de 1950 e 1960, elevando o crescimento do setor industrial e agrícola, bem como acelerando a urbanização.

A irracionalidade do modelo de desenvolvimento capitalista foi questionada após a contaminação do ar em Londres, em 1952, que provocou a morte de milhares de pessoas, e em Nova York, em 1960. Em 1962, foi publicado o livro Primavera silenciosa, no qual Rachel Carson aborda o problema dos agrotóxicos e seus efeitos sobre os recursos naturais.

Todavia, apenas em 1968 surge a primeira publicação abordando as questões ambientais e os limites para o desenvolvimento humano. Com o título Os limites do crescimento, a obra, publicada em Roma, descreve as reservas naturais e discorre sobre a capacidade do planeta de suportar os impactos e o crescimento populacional.

A década de 1970 foi marcada pelo agravamento dos problemas ambientais, e, consequentemente, pela maior conscientização desses problemas em todo o mundo. O 1º Seminário Internacional de educação ambiental aconteceu em Belgrado, em 1975, e produziu um dos mais importantes documentos relativos à educação ambiental: a Carta de Belgrado.

A educação ambiental busca formar uma população mundial consciente e pre-ocupada com o ambiente e com os problemas que lhe dizem respeito, uma população que tenha os conhecimentos, as competências, o estado de espírito, as motivações e o sentido de participação e engajamento que lhe permitam tra-balhar individual e coletivamente para resolver os problemas atuais e impedir que se repitam. (UNESCO, 1975)

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Desse modo, a educação ambiental passa a ser vista como uma ferramenta educativa capaz de gerar novos valores, atitudes e habilidades, enfocando a melhoria da qualidade de vida.

A educação ambiental é parte do movimento ecológico. Surge da preocupa-ção da sociedade com o futuro da vida e com a qualidade de existência das presentes e futuras gerações. Nesse sentido, podemos dizer que a EA [...] está entre as alternativas que visam construir novas maneiras de os grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente. (CARVALHO, 2004, p. 51)

A institucionalização da educação ambiental se deu com a formalização da Política Nacional da Educação Ambiental no Brasil. A Lei 9.795/99, em seu artigo 2º, reforça que “a educação ambiental é um componente permanente da educação nacional, devendo estar presente, de forma articulada, em todos os níveis de ensino e modalidades do processo educativo, em caráter formal e não formal”. Em seu artigo 3º, ressalta ainda que “todos têm direito à educação ambiental”.

Essa lei estabeleceu a definição normativa, legalizou os princípios básicos e os objetivos da educação ambiental, transformando-a em objeto de uma política pública. O Ministério da Educação formalizou, em seus pareceres, a necessidade de inclusão da educação ambiental nos conteúdos a serem explorados nas propostas curriculares das escolas de ensino fundamental e médio. Também recomendou a incorporação de temas ambientais da realidade local dos alunos e a integração escola-comunidade como uma estratégia de aprendizagem.

2.2 Educação ambiental na escola

Sob a perspectiva ambiental, o mundo é um emaranhado de inter-relações e interdependências dos distintos elementos na formação e perpetuação da vida. No campo da educação, esse aspecto evidencia um trabalho pautado em uma ampla visão do meio ambiente, cujas transformações envolvem tanto os elementos naturais, físicos e biológicos como os elementos construídos nas relações humanas em sociedade.

A educação ambiental representa um grande desafio para os educadores, na medida em que visa trabalhar o tema meio ambiente como uma contribuição relevante para a formação da cidadania. Seu objetivo maior é preparar o indivíduo para decidir e agir na realidade socioambiental, comprometendo-se com a qualidade de vida de cada um e da sociedade, seja em âmbito local ou global.

Trata-se, então, de desenvolver o processo educativo contemplando tanto o conhecimento científico como os aspectos subjetivos da vida, que incluem as representações sociais, assim como o imaginário acerca da natureza e da relação do ser humano com ela. Isso significa trabalhar os vínculos de identidade com o entorno socioambiental. (BRASIL, 1998, p. 182).

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A educação ambiental exerce relevante papel, ao buscar uma vinculação entre o contexto próprio do aluno e o saber significativo, crítico e historicamente contextualizado. A escola deve atentar para a inserção da educação ambiental em um projeto político-pedagógico que valorize os ideais de solidariedade, igualdade e diversidade.

Como perspectiva educativa, a educação ambiental deve estar presente no currículo de todas as disciplinas, uma vez que permite a análise de temas que enfocam as relações entre a humanidade, o meio natural e as relações sociais, sem deixar de lado suas especificidades. (VIEIRA, 2008)

Uma educação ambiental crítica e emancipatória colabora para que os educandos se percebam como sujeitos ativos na aquisição do conhecimento, seja ele referente ao meio natural ou cultural, e se vejam como agentes de mudanças da realidade em que vivem, podendo tornar-se essenciais para a sua transformação.

Sob essa perspectiva, cabe à escola propiciar um ambiente adequado e condizente com o que se pretende trabalhar, para que, na prática, os ensinamentos possam contribuir para a formação de uma identidade cidadã, capacitando os alunos para assumir atitudes responsáveis para com o meio ambiente, que resultem em melhorias na sua relação com ele.

Para desenvolver um bom trabalho em educação ambiental, faz-se necessária a aquisição de conhecimentos e informações por parte dos membros da escola envolvidos com o processo de aprendizagem. Para Zakrzevski (2004), o fato de existir mais de uma concepção de educação ambiental não constitui um problema. A questão está no fato de que muitas visões conduzem à sua prática reduzida. Isto é, a falta de clareza entre os fundamentos destas concepções provoca uma ruptura entre teoria e prática.

Vale ressaltar que não apenas a escola é responsável pela educação, mas também a família, a comunidade, os meios de comunicação exercem a função de agentes educativos, mesmo que, às vezes, sejam fontes de informações superficiais e tendenciosas. Cabe à instituição escolar partir desse conhecimento prévio para estabelecer relações entre os dois universos no reconhecimento dos valores de comportamento, técnicas, manifestações artísticas e culturais. Torna-se importante o professor mediar essas mensagens, ao mostrar que elas traduzem um posicionamento diante da realidade, mas existem outros.

Desenvolver essa postura crítica é muito importante para os alunos, pois isso lhes permite reativar essas informações, percebendo os vários determinantes da leitura, os valores a elas associados e aqueles trazidos de casa. Isso os ajuda a agir com visão mais ampla e, portanto, mais segura ante a realidade em que vivem. (BRASIL, 1998, p. 182)

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Com base nesse pressuposto, o ponto de partida para inserir a educação ambiental na sala de aula pode ser o ambiente onde o aluno vive; as proximidades da escola, o bairro, a cidade. Entretanto, deve-se ter o cuidado de não reduzir essa prática pedagógica a eventos isolados, como datas comemorativas e a semana do meio ambiente. Não se deve limitar a questão ambiental a atividades de reciclagem de lixo, ou voltá-la apenas para a preservação do espaço natural.

A escola deve contribuir para a construção de uma sociedade mais equitativa e com responsabilidade ecológica, por intermédio do olhar da educação ambiental. Sendo assim, respeitar e cuidar da comunidade em que se vive é um princípio ético que se reflete na nossa sobrevivência e na das gerações futuras. Assim, observam-se a seguir as práticas educacionais desenvolvidas na escola municipal professora Marlene Flores sobre a educação ambiental.

TEORIA E PRÁTICA NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Diante de práticas sociais que agridem permanentemente o meio ambiente, surge a necessidade de desenvolver uma educação ambiental articulada, buscando integrar os atores educacionais e os moradores da localidade. Assim, os projetos realizados em âmbito escolar tendem a ganhar abrangência social, e a comunidade também assumiria responsabilidade pelo sucesso de sua efetivação.

Levando em consideração os métodos de educação ambiental adotados pela Escola Municipal Professora Marlene Flores (EMPMF), percebe-se que, para que o desenvolvimento de ações integradas aconteça, ainda seriam necessárias muitas reuniões para discussões sobre o tema, além de os moradores desenvolverem uma consciência ambiental. Isto não significa dizer que essa escola não vem se esforçando para desenvolver uma educação ambiental de qualidade, que possa transformar a realidade local.

Seguem-se as reflexões tecidas sobre as respostas obtidas por meio de documentos e de membros da comunidade escolar.

Projeto político-pedagógico

A elaboração do projeto político-pedagógico da EMPMF está pautado nas proposições da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional – Lei 9.394/96. Em seus artigos 12 e 13, a lei determina que cada instituição elabore e execute sua proposta pedagógica, com a participação de toda a comunidade, bem como que organize e operacionalize os planos de estudo e de trabalho do professor, razão pela qual se insere o aspecto legal consubstanciado em uma prática

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pedagógica comprometida com a realidade da conjuntura social, uma vez que, como afirma Freire (2002), não há possibilidade de ensinar sem comprometimento, sem coerência entre aquilo que é dito e aquilo que é feito.

É pertinente comentar que, apesar de o projeto ter sido elaborado a partir de reuniões do conselho formado pelos representantes da comunidade escolar (alunos, pais de alunos, funcionários, professores, coordenadores, diretores), nem todos conhecem sua proposta. Alguns pais e alunos nem sabem de sua existência.

O último projeto político-pedagógico, elaborado para atender às metas do biênio 2008-2009, intitulado “Educação, seriedade, ação e cidadania”, revela o avanço da educação ambiental na história dessa escola. Na primeira versão do documento, elaborado para os anos de 2005-2006, foi possível identificar um projeto de meio ambiente e palestras sobre consciência ambiental, a utilização e o perigo dos agrotóxicos.

O projeto “A vida é feita de valores e saberes” objetivou a reflexão do aluno na prática educativa, resgatando valores que harmonizam a convivência e conservam o ambiente escolar. O projeto: “Eu sou a natureza – educação ambiental” procurou conscientizar o aluno de seu papel como sujeito transformador de sua história. Com este propósito, a escola incentivou a manutenção da horta orgânica, com a perspectiva de ampliação para uma horta comunitária. Os professores disponibilizaram aos alunos informações sobre reciclagem, cuidados com o lixo, poluição do bairro da Lagoa, alimentos orgânicos, além de sensibilizá-los para o cuidado com as plantas da escola.

Foi possível perceber que a escola busca a qualidade do ensino-aprendizagem e a instalação de um modelo de gestão balizado no princípio democrático, pelo qual todos os envolvidos no processo escolar se sintam motivados a participar de forma ativa e consciente na construção do que se acredita ser uma escola de qualidade.

Na educação, a relação entre teoria e prática é muito complexa, principalmente quando se lida com alunos envoltos em problemas familiares graves, que recebem educação quase que exclusivamente da escola. Dessa forma, a vontade de desenvolver um bom trabalho esbarra em questões estruturais, físicas, sociais e humanas.

Comunidade escolar

Foram entrevistados os professores das seguintes disciplinas: Matemática, Português, História, Geografia, Ciências, Ética, Educação Física, Artes, Inglês, Educação Ambiental que atuam do 2º ano do Ciclo IV. Após a análise das respostas, é característica do grupo docente uma visão de educação ambiental fundamentada na relação do homem com a natureza, que considera que no convívio em sociedade deve haver cuidado e respeito pelo meio ambiente. Isso pode ser observado na tabela a seguir, cuja indagação se refere ao que é educação ambiental em sua opinião.

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DEFINIÇÃO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL PELOS DOCENTES.

CATEGORIAS RESPOSTAS Nº (%)

Preservação do meio ambiente.

“EA é a realização de trabalho coletivo no sentido de conscientizar a preservação do meio ambiente”.

“É uma ação de cuidar bem do meio ambiente (casa, escola, bairro, sua cidade, etc)”.

6 (60%)

Relação homem e natureza na vida

cotidiana.

“Relação de respeito e de responsabilidade do homem com a natureza e com seu lugar de vivência”. 4 (40%)

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Ao comparar a ideia de educação ambiental expressa pelos professores com as informações colhidas nos formulários dos alunos, percebe-se que tanto os primeiros como os últimos a identificam como o trato com o meio ambiente, mesmo que utilizando categorias distintas.

Apesar de a educação ambiental estar sempre relacionada ao cuidado e preservação do meio ambiente, foi possível perceber diferenciações entre as respostas. Os professores compreendem que os ensinamentos devem ter abrangência mais ampla, referindo-se ao meio ambiente como o espaço de interferência social. Segundo Effting, a educação ambiental é aprendizagem de como gerenciar e melhorar as relações entre a sociedade humana e o ambiente, de modo integrado e sustentável. (2007, p.12)

Por outro lado, os alunos criam uma relação mais íntima entre meio ambiente e os aspectos naturais, defendendo o fim dos desmatamentos e da poluição, ou se expressam de forma bastante vaga quando se fala da importância da conscientização, sem abordar os efeitos práticos que isto representa. Por exemplo, “é uma maneira de aprendizagem muito importante para nosso dia a dia”, ou “a educação ambiental é uma coisa que discute sobre o meio ambiente”.

De acordo com Capra (2006), a educação ambiental tem como proposta viabilizar um processo que inclua homem e meio ambiente em uma perspectiva pluralista, a qual facilite a construção da imagem de pertencimento do homem ao sistema planetário. A tabela a seguir ilustra o modo superficial como os alunos tratam o meio ambiente, demonstrando que poucos têm conhecimento das complexas relações que tecem sobre as questões ambientais.

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IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA.

CATEGORIAS RESPOSTAS Nº (%)

Preservação e cuidado

“A importância é que podemos aprender que temos de cuidar na nossa escola”.

“Preservar a natureza e ensinar o que pouca gente faz”.

“Incentiva os alunos cuidar melhor da natureza”.

39 (56,9%)

Conscientização

“É importante para a conscientização dos alunos e também como saber lidar com tudo ao nosso redor”.

“Conscientizar, educar e orientar os alunos”.“Porque há vários alunos que não têm consciência que

nós dependemos do meio ambiente”.

16 (22,8%)

Aprendizado“É muito bom porque esse tema é como se fosse outra

matéria qualquer”.“A gente aprende várias coisas importantes”.

14 (20,3%)

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

Vale ressaltar que um dos obstáculos enfrentados pela educação ambiental está justamente na falta de consciência e de responsabilidade com relação aos problemas ambientais. Estes, às vezes, são vistos como algo distante da vivência cotidiana, como problemas de competência governamental ou das grandes empresas, e seu enfrentamento e solução, portanto passam longe de uma ação individual.

A inserção da educação ambiental no currículo escolar visa estender suas práticas para além da semana do meio ambiente ou de projetos esporádicos. Assim, o projeto político-pedagógico busca oportunizar sua prática em todo o período letivo, de maneira que ela seja abordada também nas demais disciplinas.

Embora 20% do professores entrevistados não tenham conhecimento do projeto político- pedagógico da escola, todos demonstraram preocupação com as questões ambientais. Trabalham temas relacionados ao cuidado com o meio ambiente, buscam informações sobre problemas que permeiam a vida dos alunos.

Os professores da área das exatas possuem mais dificuldades de inserir a temática ambiental no conteúdo específico de cada disciplina. Por outro lado, as disciplinas que trabalham com leitura e interpretação de textos, bem como as que abordam os espaços naturais, conseguem inserir com maior facilidade a educação ambiental em suas aulas.

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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), o tema meio ambiente deve estar integrado a todas as áreas do conhecimento e deve ser abordado em uma relação de transversalidade, de modo que a prática educativa proporcione uma visão global e abrangente das questões ambientais. Ainda segundo os PCNs:

Trabalhar de forma transversal significa buscar a transformação dos conceitos, a explicação de valores e a inclusão de procedimentos, sempre vinculados à realidade cotidiana da sociedade, de modo que obtenha cidadãos partici-pantes. Cada professor, dentro de especialidade de sua área, deve adequar o tratamento dos conteúdos para contemplar o tema meio ambiente. (BRASIL, 1998)

Com exceção dos projetos propostos pela escola, a prática dos professores mostra-se bastante restrita a textos e discussões, materiais de baixo custo, que incentivam os alunos a questionar, mas que dificilmente os confrontam com a sua realidade ou exigem deles mudanças de atitude.

Os alunos reconhecem que transformações precisam ocorrer principalmente no que diz respeito aos métodos de ensino. Consideram que em sua maioria são muito teóricos e por vezes de difícil compreensão. Afirmam também que o espaço físico limitado dificulta a realização de atividades extraclasse. Mesmo compreendendo as limitações da escola, desejam que as aulas sejam mais práticas e dinâmicas. A preferência dos discentes pode ser vista no gráfico abaixo.

Fonte: Pesquisa de campo, 2009.

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Nesse contexto, a escola representa um suporte material e humano importante para a prática pedagógica, mesmo que, por vezes, não consiga atuar com eficiência. Mesmo com o trabalho prejudicado, é difícil apontar os responsáveis, pois são conhecidos os problemas estruturais no sistema educacional do país. Apesar disso, a participação de toda a comunidade escolar faz grande diferença no enfrentamento dos problemas detectados.

Para o aluno é muito difícil compreender as complexas relações que estão por trás das instituições educacionais, como agravante a classe docente vem enfrentando dificuldades que atingem diretamente o seu desempenho em sala de aula. A jornada de 60 horas, por exemplo, é um dos artifícios do profissional para melhorar seus rendimentos, mas reflete-se na falta de tempo para planejamento e resulta em aulas improvisadas.

A queda na qualidade de ensino vem se intensificando a cada dia. Acrescentam-se a isto as questões sociais, fruto do sistema capitalista, que, em um ritmo acelerado, desvaloriza as pessoas e os recursos naturais. Em meio a esse emaranhado de relações, faz-se necessário um comprometimento ainda maior de professores e alunos frente ao aprendizado.

Grande parte dos alunos considera que o conhecimento sobre educação ambiental aprendido em sala de aula resultou em mudanças de comportamento em casa e na escola. Por outro lado, os professores acreditam que o retorno dos alunos por meio de ações positivas é bastante restrito. Acreditam que ações para conscientização devam ser intensificadas, pois, mesmo detendo o conhecimento, poucos alunos mudaram seu comportamento.

Os professores apontam também que a escola sozinha não consegue dar conta desse trabalho. Surge, então, a necessidade de intervenção familiar no sentido de cobrar atitudes responsáveis de seus filhos, porém a comunidade ainda é bastante falha nessa questão.

Apenas alguns pais e alunos se veem como agentes transformadores capazes de intervir em sua localidade. Nos questionamentos sobre as ações de redução dos impactos ambientais causados pelos agrotóxicos e pelo lixo, foi possível perceber que poucos se mobilizam em solucionar o problema. Um grande problema enfrentado pela escola é a isenção de responsabilidades por parte dos alunos

Atende-se para esta afirmação: “Eu não posso fazer nada para ajudar o meio ambiente, mas o que devemos fazer é não jogar lixo nas ruas, não poluir os rios, etc”. O aluno que a fez acredita que as outras pessoas fazem mal ao meio ambiente. É bastante comum dizer que o homem polui, mas quem é esse homem? Diante disso, faz-se necessário que os professores criem mecanismos de ensino para que o aluno se veja nesse homem, para assim atuar positivamente em defesa do meio ambiente.

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Considerações finais

No âmbito escolar, a educação ambiental se insere no sentido de articular as ações educativas de proteção, recuperação e melhoria do meio ambiente, potencializando o poder da educação de promover transformações culturais e sociais.

A escola deve optar por métodos mais eficazes, para que o aluno compreenda a relação dos fenômenos naturais com a ação humana e perceba suas implicações para a humanidade como um todo, para os outros seres vivos e o espaço em que habitam. Espera-se que o aluno desenvolva suas potencialidades, adotando posturas construtivas e ambientalmente corretas frente à comunidade.

As dificuldades enfrentadas pela educação pública são recorrentes, porém não se pode abandonar o que já foi construído. Os conteúdos ambientais vão permeando as disciplinas curriculares e contextualizando-se com a realidade do bairro. Mesmo os resultados escassos não podem ser considerados insignificantes, pelo contrário, representam o primeiro passo já dado no longo caminho a percorrer.

Portanto, não se pode desconsiderar que a Escola Municipal Professora Marlene Flores, juntamente com o seu quadro docente, vem desenvolvendo atividades que buscam uma educação ambiental de qualidade e que tenha efeito positivo na transformação da comunidade.

Todavia, é verdade também que muito ainda está por fazer para alcançar os objetivos do seu projeto político-pedagógico, bem como para que o ideal de educação seja efetivado na instituição. A falta de esgotamento sanitário, o uso de agrotóxicos, o descarte de lixo em terrenos baldios, entre outros, devem ser encarados como incentivos para a comunidade escolar implementar ações de educação ambiental.

A escola assume grande relevância nesse cenário, pois cabe a ela romper com paradigmas culturais e promover a formação de cidadãos responsáveis, que consigam transformar a teoria em uma prática construtivista, questionadora e justa. Desse modo, os conhecimentos ambientais representarão ensinamentos para a vida.

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TEORIA E PRÁTICA: a educação ambiental para uma transformação social

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Inalice Donato Primo Menezes

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