Teoria pedagógicas conteporâneas
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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA E
INOVAÇÃO
INSTITUTO DE MATEMÁTICA E ESTATÍSTICA
COORDENADORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
NOVAS TECNOLOGIA PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA
INFORMÁTICA EDUCATIVA I
Aluno: ELIAS BATISTA DOS SANTOS JUNIOR
Tutora: ARILZA VIEIRA SOARES (TD)
Objetivo
O objetivo deste trabalho é destacar uma das teorias
pedagógicas citadas no texto “AS TEORIAS PEDAGÓGICAS
MODERNAS RESIGINIFICADAS PELO DEBATE
CONTEMPORÂNEO NA EDUCAÇÃO” de José Carlos
Libâneo no contexto da Cibercultura, ou seja, como essas
tecnologias podem ser utilizadas na educação segundo a teoria
pedagógica escolhida. Neste caso daremos ênfase as Teorias e
Correntes Pedagógicas Contemporâneas, mais precisamente a
corrente racional-tecnológica.
Teorias e Correntes Pedagógicas Contemporâneas
Em seu texto “AS TEORIAS PEDAGÓGICAS MODERNAS RESIGINIFICADASPELO DEBATE CONTEMPORÂNEO NA EDUCAÇÃO”, José Carlos Libâneo dar algunstraços gerais que caracterizam a condição pós-moderna, sintetizando sugestões de vários autores(Giroux, McLaren, Giddens, Silva, Rouanet).
- Mudanças no processo de produção industrial ligadas aos avanços científicos etecnológicos, mudanças no perfil da força de trabalho, intelectualização do processoprodutivo;
- Novas tecnologias da comunicação e informação, ampliação e difusão da informação,novas formas de produção, circulação e consumo da cultura, colapso da divisão entrerealidade e imagem, arte e vida;
- Mudanças nas formas de fazer política: descrédito nas formas mais convencionais eemergência de novos movimentos e sujeitos sociais, novas identidades sociais eculturais;
- Mudanças nos paradigmas do conhecimento, sustentando a não separação entresujeito e objeto, a construção social do conhecimento, o caráter não-absolutizado daciência, a acentuação da linguagem.
- Rejeição dos grandes sistemas teóricos de referência e de ideias-força formuladas natradição filosófica ocidental tais como a natureza humana essencial, a ideia de umdestino humano coletivo e de que podemos ter ideais que justificam nossa ação, a ideiade totalidade social. Em troca, o que há são ações específicas de sujeitos individuais ougrupos particulares, existências particulares e locais.
Libâneo menciona alguns aspectos que o pensamento e a condição pós-moderna trazem para a educação escolar:
- Relativização do conhecimento sistematizado, especialmente do poder da ciência,destacando o caráter instável de todo conhecimento, acentuando-se, por outrolado, a ideia dos sujeitos como produtores de conhecimento dentro de sua cultura,capazes de desejo e imaginação, de assumir seu papel de protagonistas naconstrução da sociedade e do conhecimento.
- Mais do que aprender e aplicar o conhecimento objetivo, os indivíduos e asociedade progridem à medida que se empenham em alcançar seus própriosobjetivos.
- Não há cultura dominante, todas as culturas têm valor igual. Os sujeitos devemresistir às formas de homogeneização e dominação cultural.
- É preciso buscar critérios de restabelecimento da unidade do conhecimento e daspráticas sociais que a modernidade fragmentou, por meio do principio daintegração, onde os saberes eliminem suas fronteiras e comuniquem-se entre si.
- Não há uma natureza humana universal, os sujeitos são construídos socialmentee vão formando sua identidade, de modo a recuperar sua condição de construtoresde sua vida pessoal e seu papel transformador, isto é, sujeito pessoal e sujeito dasociedade.
- Os educadores devem ajudar os estudantes a construírem seus próprios quadrosvalorativos a partir do contexto de suas próprias culturas, não havendo valores comsentido universal. Os valores a serem cultivados dentro de grupos particulares sãoa diversidade, a tolerância, a liberdade, a criatividade, as emoções, a intuição.
QUADRO DAS CORRENTES PEDAGÓGICAS CONTEMPORÂNEAS
Correntes Modalidades
1. Racional-tecnológica Ensino de excelência
Ensino Tecnológico
2. Neocognivistas Construtivismo pós-piagetiano
Ciências cognitivas
3. Sociocríticas Sociologia crítica do currículo
Teoria histórico-cultural
Teoria sócio-cultural
Teoria sócio-cognitiva
Teoria da ação comunicativa.
4.“Holísticas” Holismo
Teoria da Complexidade
Teoria naturalista do conhecimento
Ecopedagogia
Conhecimento em rede
5. “Pós-modernas” Pós-estrutruralismo
Neo-pragmatismo
A corrente racional-tecnológica
Essa corrente corresponde à concepção que tem
sido designada de neotecnicismo e está associada a uma
pedagogia a serviço da formação para o sistema
produtivo. Pressupõe a formulação de objetivos e
conteúdos, padrões de desempenho, competências e
habilidades com base em critérios científicos e técnicos.
Diferentemente do cunho acadêmico da pedagogia
tradicional, a corrente racional-tecnológica busca seu
fundamento na racionalidade técnica e instrumental,
visando a desenvolver habilidades e destrezas para
formar o técnico.
Metodologia da Corrente Racional-Tecnológica
Metodologicamente, caracteriza-se pela introduçãode técnicas mais refinadas de transmissão de conhecimentosincluindo os computadores, as mídias. Uma derivação dessaconcepção é o currículo por competências, na perspectivaeconomicista, em que a organização curricular resulta deobjetivos assentados em habilidades e destrezas a seremdominados pelos alunos no percurso de formação.
Apresenta-se sob duas modalidades:
a) ensino de excelência, para formar a elite intelectual etécnica para o sistema produtivo;
b) ensino para formação de mão-de-obra intermediária,centrada na educação utilitária e eficaz para o mercado.
Outros traços da Corrente Racional-Tecnológica
Outros traços dessa corrente: centralidade no
conhecimento em função da sociedade tecnológica,
transformação da educação em ciência (racionalidade
científica), produção do aluno como um ser tecnológico
(versão tecnicista do “aprender a aprender”), utilização
mais intensiva dos meios de comunicação e informação
e do aparato tecnológico.
QUE É CIBERCULTURA? Qual sua influência na Correntes
Racional-Tecnológica.
A cibercultura é a cultura contemporânea estruturada pelo
uso das tecnologias digitais em rede nas esferas do ciberespaço e
das cidades. Compreendemos tais esferas como espaços tempos
cotidianos de ensino aprendizagem, que preferimos nomear de
redes educativas ou espaços multirreferenciais de aprendizagem.
Redes educativas são espaços tempos que se instituem em
múltiplos contextos, nos quais vamos tecendo o conhecimento
(Alves, 2010). Os espaços multirreferenciais de aprendizagem
são aqueles que contemplam e articulam diversos espaços,
tempos, linguagens, tecnologias para além dos espaços
legitimados pela tradição da ciência moderna. Aprendemos com a
diversidade e a pluralidades de referências.
No texto “TEMPOS DE MOBILIDADE EREDES SOCIAIS: CONVERSANDO COM OSCOTIDIANOS de EDMÉA SANTOS (PROPED/UERJ)nos mostra que vivemos em sociedades capitalistas eque essas dinâmicas da cibercultura são tambémengendradas por sua lógica, que em nosso tempo énomeada por “capitalismo cognitivo”, uma vez que osmodos e meios de produção estão diretamente ligadosaos processos de produção, difusão de informações econhecimentos. Por outro lado, como nos explicouCastells (2003), não podemos analisar a ciberculturaapenas pela ótica singular da cultura empresarial. Estanão age sozinha e não domina os meios exclusivamenteem processos de difusão de informações.
Fazer circular uma informação, provocar uma
discussão, articular e reconfigurar contextos, técnicas,
discussões pode provocar mediações diversas,
instituindo assim atos de currículos em espaços
multirreferenciais de aprendizagem. Sendo assim,
destacamos a importância de compreendermos os
fenômenos da cibercultura, suas potencialidades
comunicacionais e pedagógicas para que possamos não
só interagir com nossos estudantes, que são em sua
maioria praticantes, como também para instituirmos
currículos mais sintonizados com as culturas do nosso
tempo.
Educação on-line
A educação online é o conjunto de ações de
ensino aprendizagem mediadas por interfaces digitais
em rede no ciberespaço (interfaces, ambientes virtuais
de aprendizagem, redes sociais da internet) e nas
cidades (laboratórios de informática, infocentros,
telecentros, lan houses, computadores e dispositivos
móveis em espaços multirreferenciais – escolas, ONGs,
empresas e universidades, entre outros). Essas ações
podem ser planejadas ou espontâneas.
Avanço Tecnológicos e Acesso as Redes Educacionais
Além do desenvolvimento tecnológico e do acesso deboa parte da população a esses recursos, vivenciamos umcrescente movimento de redes educativas que articulam efazem convergir o ciberespaço e as cidades. As noções de“redes educativas” e de espaços multirreferenciais deaprendizagem dão conta dos espaços tempos plurais ediversos, em que os praticantes ensinam aprendeminstituindo itinerâncias cotidianas no e com o mundo. Com aevolução dos computadores, dos dispositivos e das conexõesmóveis que se comunicam em rede e a convergência demídias, a Mobilidade passou a ser uma das palavras-chaveda cibercultura atual, ainda que não defina uma realidadetotalmente nova.
Em tempos de mobilidade e de conexões
generalizadas e em rede, podemos compartilhar e
acessar simultaneamente vários lugares. Isto devido o
crescimento da comercialização de notebooks, laptops e
celulares, aliado aos avanços vertiginosos das
operadoras de telefonia. Com a expansão das mídias
digitais em rede (ciberespaço) e das mídias móveis,
temos a possibilidade não só de produzir como também
de fazer circular informações para além do desktop. A
mobilidade física, tecnológica, conceitual,
sociointeracional e temporal é realidade.
COMO LANÇAR MÃO DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS
EM REDE E DA CIBERCULTURA PARA EDUCAR
MAIS E MELHOR EM NOSSO TEMPO?Por mais que reconheçamos o potencial das
redes e de suas conexões dentro fora dociberespaço, para mais e melhores atos de currículoem espaços multirreferenciais de aprendizagemcontamos com muitos colegas docentes emprocessos de exclusão cibercultural. A inclusãomeramente tecnológica não garante a “inclusãocibercultural”, mas sabemos também que, semaquela, esta não é possível. O acesso aos meiostecnológicos é fundamental, porém a instituição depráticas e políticas formativas é também essencial.
É evidente a necessidade de investimento emformação inicial e continuada de professores parauso das tecnologias digitais na educação, emsintonia com a fase atual da cibercultura. Emtempos de cibercultura, precisamos aprender a noscomunicar em rede, temos de fazer redes e nosaproximar mais dos nossos colegas e estudantes.Contudo, não podemos perder o foco da formaçãoinicial e continuada de professores, por mais emelhores formações via pesquisa que articulemquestões e práticas dos cotidianos com os estudos dacibercultura e suas interfaces com a educação.
Bibliografia
• ALVES, Nilda. O uso de artefatos tecnológicos em redes educativas e nos contextos deformação. In: V Colóquio Luso-brasileiro sobre Questões Curriculares. Mesa-redonda Currículo e tecnologias, 2010.
• CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar,2003.
• GIDDENS, Anthony. As consequências da modernidade. S.Paulo, Unesp,.1991.
• GIROUX, Henry A. O pós-modernismo e o discurso da crítica educacional. In: Silva, Tomaz T. Teoria educacional crítica emtempos pós-modernos. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.
• ______. As teorias pedagógicas modernas revisitadas pelo debate contemporâneo na educação. In: LIBÃNEO, José Carlos;SANTOS, Akiko (Orgs.). Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplinaridade. Campinas: Alínea, 2005. p. 19-63.
• MCLAREN, Peter. Pós-modernismo, pós-colonialismo e pedagogia. In: Silva, Tomaz T. (Org.). Teoria educacional crítica emtempos pós-modernos. Porto Alegre, Artes Médicas, 1993.
• ROUANET, Sérgio P. Do pós-moderno ao neo-moderno. Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, (84):86-97, jan./mar. 1986.
• SANTOS, Edméa. TEMPOS DE MOBILIDADE E REDES SOCIAIS: CONVERSANDO COM OS COTIDIANOS. Disponível em:http://www.abt-br.org.br/abt-palestras/29ciber.ppt. Acesso em 20 de agosto de 2014.
• SILVA, Tomás T. da. (Org.). Teoria educacional crítica em tempos pós-modernos. Porto Alegre: Artes Médicas, l993.