TEORIAS DA PERSONALIDADE - Tradução da 9ª edição norte-americana

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Teorias da Personalidade - tradução da 9ª edição norte-americana - é uma obra abrangente que enfoca as teorias de diversos cientistas, desenvolvidas ao longo do último século. De Sigmund Freud a Erikson, passando por Adler, Maslow, entre outros, são apresentadas teorias que analisam diversas influências (como idade, sexo, raça, etnia, religião e orientação sexual) na definição das características de personalidade do ser humano, e como essas características determinam o comportamento dos indivíduos. Este livro apresenta um texto didático, dinâmico, atualizado e eficaz, pois reflete a evolução científica na área e estimula o leitor a procurar um aprofundamento no tema, levando as teorias para a vida dos estudantes e apontando caminhos para suas pesquisas.

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Sumário

Prefácio da Nona Edição.......................................................................... xiii

Introdução – O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria ..........................................................................................1O Estudo da Personalidade .....................................................................................................................2O Lugar da Personalidade na História da Psicologia ..........................................................................3Definições de Personalidade ...................................................................................................................5Questões de Gênero e Etnia na Personalidade .....................................................................................7Psicologia Intercultural .............................................................................................................................8A Avaliação no Estudo da Personalidade ..............................................................................................8A Pesquisa no Estudo da Personalidade .............................................................................................21A Teoria no Estudo da Personalidade .................................................................................................27Resumo do Capítulo ...............................................................................................................................33Perguntas de Revisão ..............................................................................................................................34Sugestões de Leitura ...............................................................................................................................35

Parte 1 – O Enfoque Psicanalítico .............................................................37

Capítulo 1 – Sigmund Freud: Psicanálise ...................................................39A Vida de Freud (1856-1939) .................................................................................................................39Instintos ou Pulsões: As Forças Propulsoras da Personalidade ........................................................44Os Níveis da Personalidade ............................................................................................................................46A Estrutura da Personalidade.................................................................................................................47Ansiedade: Uma Ameaça ao Ego ..........................................................................................................50Defesas Contra a Ansiedade ...................................................................................................................51Estágios Psicossociais do Desenvolvimento da Personalidade .........................................................54Questões sobre a Natureza Humana ....................................................................................................60A Avaliação na Teoria de Freud .............................................................................................................61A Pesquisa na Teoria de Freud ...............................................................................................................63Extensões da Teoria Freudiana ..............................................................................................................75Reflexões sobre a Teoria de Freud ........................................................................................................77Resumo do Capítulo ................................................................................................................................79Perguntas de Revisão ...............................................................................................................................80Sugestões de Leitura ................................................................................................................................81

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viii Teorias da Personalidade

Parte 2 – O Enfoque Neopsicanalítico ......................................................83

Capítulo 2 – Carl Jung: Psicologia Analítica ..............................................85A Vida de Jung (1875-1961) ...................................................................................................................85Energia Psíquica: Opostos, Equivalência e Entropia .........................................................................88Os Sistemas de Personalidade ................................................................................................................90O Desenvolvimento da Personalidade ..................................................................................................96Questões sobre a Natureza Humana ....................................................................................................99A Avaliação na Teoria de Jung ...............................................................................................................99A Pesquisa na Teoria de Jung ...............................................................................................................102Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................107Perguntas de Revisão .............................................................................................................................108Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................109

Parte 3 – Alfred Adler: Psicologia Individual ...........................................111A Vida de Adler (1870-1937) ...............................................................................................................111Sentimentos de Inferioridade: A Fonte da Luta Humana ...............................................................113A Luta pela Superioridade ou Perfeição .............................................................................................115Estilo de Vida .........................................................................................................................................116Interesse Social .......................................................................................................................................118A Posição na Ordem de Nascimento ..................................................................................................119Questões sobre a Natureza Humana ..................................................................................................121A Avaliação na Teoria de Adler ...........................................................................................................121A Pesquisa na Teoria de Adler .............................................................................................................124Reflexões sobre a Teoria de Adler .......................................................................................................129Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................131Perguntas de Revisão .............................................................................................................................132Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................133

Capítulo 4 – Karen Horney: Necessidades e Tendências Neuróticas ..... 135A Vida de Horney (1885-1952) ..........................................................................................................136A Necessidade de Segurança na Infância ..........................................................................................138Ansiedade Básica: O Alicerce da Neurose ........................................................................................139Necessidades e Tendências Neuróticas ..............................................................................................140A personalidade submissa ....................................................................................................................141A Autoimagem Idealizada ...................................................................................................................144Psicologia Feminina: O Mesmo Caminho de Mamãe ou Uma Carreira de Verdade? .................145Questões sobre a Natureza Humana ..................................................................................................148A Avaliação na Teoria de Horney .......................................................................................................148A Pesquisa na Teoria de Horney ........................................................................................................149Reflexões sobre a Teoria de Horney ...................................................................................................151Resumo do Capítulo .............................................................................................................................152Perguntas de Revisão ............................................................................................................................153Sugestões de Leitura .............................................................................................................................153

Capítulo 5 – Henry Murray: Personologia ............................................... 155A Vida de Murray (1893-1988) ...........................................................................................................155

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viii Teorias da Personalidade

Parte 2 – O Enfoque Neopsicanalítico ......................................................83

Capítulo 2 – Carl Jung: Psicologia Analítica ..............................................85A Vida de Jung (1875-1961) ...................................................................................................................85Energia Psíquica: Opostos, Equivalência e Entropia .........................................................................88Os Sistemas de Personalidade ................................................................................................................90O Desenvolvimento da Personalidade ..................................................................................................96Questões sobre a Natureza Humana ....................................................................................................99A Avaliação na Teoria de Jung ...............................................................................................................99A Pesquisa na Teoria de Jung ...............................................................................................................102Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................107Perguntas de Revisão .............................................................................................................................108Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................109

Parte 3 – Alfred Adler: Psicologia Individual ...........................................111A Vida de Adler (1870-1937) ...............................................................................................................111Sentimentos de Inferioridade: A Fonte da Luta Humana ...............................................................113A Luta pela Superioridade ou Perfeição .............................................................................................115Estilo de Vida .........................................................................................................................................116Interesse Social .......................................................................................................................................118A Posição na Ordem de Nascimento ..................................................................................................119Questões sobre a Natureza Humana ..................................................................................................121A Avaliação na Teoria de Adler ...........................................................................................................121A Pesquisa na Teoria de Adler .............................................................................................................124Reflexões sobre a Teoria de Adler .......................................................................................................129Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................131Perguntas de Revisão .............................................................................................................................132Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................133

Capítulo 4 – Karen Horney: Necessidades e Tendências Neuróticas ..... 135A Vida de Horney (1885-1952) ..........................................................................................................136A Necessidade de Segurança na Infância ..........................................................................................138Ansiedade Básica: O Alicerce da Neurose ........................................................................................139Necessidades e Tendências Neuróticas ..............................................................................................140A personalidade submissa ....................................................................................................................141A Autoimagem Idealizada ...................................................................................................................144Psicologia Feminina: O Mesmo Caminho de Mamãe ou Uma Carreira de Verdade? .................145Questões sobre a Natureza Humana ..................................................................................................148A Avaliação na Teoria de Horney .......................................................................................................148A Pesquisa na Teoria de Horney ........................................................................................................149Reflexões sobre a Teoria de Horney ...................................................................................................151Resumo do Capítulo .............................................................................................................................152Perguntas de Revisão ............................................................................................................................153Sugestões de Leitura .............................................................................................................................153

Capítulo 5 – Henry Murray: Personologia ............................................... 155A Vida de Murray (1893-1988) ...........................................................................................................155

Sumário ix

Os Princípios da Personologia ............................................................................................................158As Divisões da Personalidade .............................................................................................................159Necessidades: A Motivação do Comportamento ............................................................................160O Desenvolvimento da Personalidade na Infância ..........................................................................163Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................164A Avaliação na Teoria de Murray .......................................................................................................165A Pesquisa na Teoria de Murray .........................................................................................................167Reflexões sobre a Teoria de Murray ....................................................................................................171Resumo do Capítulo .............................................................................................................................172Perguntas de Revisão ............................................................................................................................173Sugestões de Leitura .............................................................................................................................174

Parte 3 – A Abordagem de Estágios Contínuos ...................................... 177

Capítulo 6 – Erik Erikson: Teoria da Identidade ..................................... 179A Vida de Erikson (1902-1994) ..........................................................................................................179Estágios Psicossociais do Desenvolvimento da Personalidade .....................................................181Fraquezas Básicas ..................................................................................................................................187Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................188A Avaliação na Teoria de Erikson ......................................................................................................189A Pesquisa na Teoria de Erikson ........................................................................................................190Resumo do Capítulo .............................................................................................................................203Perguntas de Revisão ............................................................................................................................204Sugestões de Leitura .............................................................................................................................205

Parte 4 – A Abordagem dos Traços: A Genética da Personalidade ........207

Capítulo 7 – Gordon Allport: Motivação e Personalidade ........................... 209A Vida de Allport (1897-1967) ...........................................................................................................210A Natureza da Personalidade ..............................................................................................................212Traços de Personalidade .......................................................................................................................212O Desenvolvimento da Personalidade na Infância: O Self Singular ............................................217A Personalidade Adulta Saudável .......................................................................................................218Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................219A Avaliação na Teoria de Allport .......................................................................................................220A Pesquisa na Teoria de Allport .........................................................................................................221Resumo do Capítulo .............................................................................................................................225Perguntas de Revisão ............................................................................................................................226Sugestões de Leitura .............................................................................................................................226

Capítulo 8 – Raymond Cattell, Hans Eysenck e Outros Teóricos dos Traços ................................................................................................229A Vida de Cattell (1905-1998) .............................................................................................................230A Abordagem de Cattell sobre os Traços de Personalidade ..........................................................231Traços Originais: Os Fatores Básicos da Personalidade ..................................................................234Traços Dinâmicos: As Forças Motivadoras ......................................................................................234As Influências da Hereditariedade e do Ambiente ..........................................................................236

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x Teorias da Personalidade

As Fases do Desenvolvimento da Personalidade .............................................................................237Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................238A Avaliação na Teoria de Cattell .........................................................................................................239A Pesquisa na Teoria de Cattell ...........................................................................................................241Reflexões sobre a Teoria de Cattell .....................................................................................................242Genética Comportamental ..................................................................................................................242Hans Eysenck (1916-1997) ..................................................................................................................243As Dimensões da Personalidade .........................................................................................................243Robert McCrae e Paul Costa: O Modelo dos Cinco Fatores .........................................................246Arnold Buss e Robert Plomin: A Teoria do Temperamento .........................................................251Estudos de Gêmeos e Outras Pesquisas ...........................................................................................253Reflexões sobre a Abordagem dos Traços ........................................................................................254Resumo do Capítulo .............................................................................................................................255Perguntas de Revisão ............................................................................................................................256Sugestões de Leitura ..................................................................................................................256

Parte 5 – A Abordagem Humanista ........................................................259

Capítulo 9 – Abraham Maslow: Teoria da Hierarquia de Necessidades . 261A Vida de Maslow (1908-1970) ..........................................................................................................261O Desenvolvimento da Personalidade: A Hierarquia das Necessidades ......................................263O Estudo dos Autorrealizadores ........................................................................................................268Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................273A Avaliação na Teoria de Maslow ......................................................................................................274A Pesquisa na Teoria de Maslow ........................................................................................................274Estudos Correlacionais ........................................................................................................................275Teoria da Autodeterminação ................................................................................................................278Reflexões sobre a Teoria de Maslow ...................................................................................................278Resumo do Capítulo .............................................................................................................................279Perguntas de Revisão ............................................................................................................................280Sugestões de Leitura .............................................................................................................................281

Capítulo 10 – Carl Rogers: A teoria da Autoatualização ..........................283A Vida de Rogers (1902-1987) ............................................................................................................283O Self e a Tendência à Atualização ....................................................................................................285O Mundo Experiencial .........................................................................................................................287O Desenvolvimento do Self na Infância ...........................................................................................287Características de Pessoas de Pleno Funcionamento ......................................................................290Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................291A Avaliação na Teoria de Rogers ........................................................................................................292A Pesquisa na Teoria de Rogers ..........................................................................................................294Reflexões sobre a Teoria de Rogers ...................................................................................................297Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................298Perguntas de Revisão ............................................................................................................................299Sugestões de Leitura .................................................................................................................299

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x Teorias da Personalidade

As Fases do Desenvolvimento da Personalidade .............................................................................237Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................238A Avaliação na Teoria de Cattell .........................................................................................................239A Pesquisa na Teoria de Cattell ...........................................................................................................241Reflexões sobre a Teoria de Cattell .....................................................................................................242Genética Comportamental ..................................................................................................................242Hans Eysenck (1916-1997) ..................................................................................................................243As Dimensões da Personalidade .........................................................................................................243Robert McCrae e Paul Costa: O Modelo dos Cinco Fatores .........................................................246Arnold Buss e Robert Plomin: A Teoria do Temperamento .........................................................251Estudos de Gêmeos e Outras Pesquisas ...........................................................................................253Reflexões sobre a Abordagem dos Traços ........................................................................................254Resumo do Capítulo .............................................................................................................................255Perguntas de Revisão ............................................................................................................................256Sugestões de Leitura ..................................................................................................................256

Parte 5 – A Abordagem Humanista ........................................................259

Capítulo 9 – Abraham Maslow: Teoria da Hierarquia de Necessidades . 261A Vida de Maslow (1908-1970) ..........................................................................................................261O Desenvolvimento da Personalidade: A Hierarquia das Necessidades ......................................263O Estudo dos Autorrealizadores ........................................................................................................268Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................273A Avaliação na Teoria de Maslow ......................................................................................................274A Pesquisa na Teoria de Maslow ........................................................................................................274Estudos Correlacionais ........................................................................................................................275Teoria da Autodeterminação ................................................................................................................278Reflexões sobre a Teoria de Maslow ...................................................................................................278Resumo do Capítulo .............................................................................................................................279Perguntas de Revisão ............................................................................................................................280Sugestões de Leitura .............................................................................................................................281

Capítulo 10 – Carl Rogers: A teoria da Autoatualização ..........................283A Vida de Rogers (1902-1987) ............................................................................................................283O Self e a Tendência à Atualização ....................................................................................................285O Mundo Experiencial .........................................................................................................................287O Desenvolvimento do Self na Infância ...........................................................................................287Características de Pessoas de Pleno Funcionamento ......................................................................290Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................291A Avaliação na Teoria de Rogers ........................................................................................................292A Pesquisa na Teoria de Rogers ..........................................................................................................294Reflexões sobre a Teoria de Rogers ...................................................................................................297Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................298Perguntas de Revisão ............................................................................................................................299Sugestões de Leitura .................................................................................................................299

Sumário xi

Parte 6 – A Abordagem Cognitiva ........................................................... 301

Capítulo 11 – George Kelly: Teoria do Constructo Pessoal ......................303O Movimento Cognitivo na Psicologia .............................................................................................303A Vida de Kelly (1905-1967) ...............................................................................................................304A Teoria do Constructo Pessoal ..........................................................................................................306Modos de Antecipar os Eventos da Vida ..........................................................................................307Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................311A Avaliação na Teoria de Kelly ...........................................................................................................312A Pesquisa na Teoria de Kelly .............................................................................................................316Reflexões sobre a Teoria de Kelly ......................................................................................................318Resumo do Capítulo .............................................................................................................................319Perguntas de Revisão ............................................................................................................................320Sugestões de Leitura .............................................................................................................................320

Parte 7 – A Abordagem Comportamental ..............................................323

Capítulo 12 – B. F. Skinner: Teoria do Reforço .......................................325Ratos, Pombos e um Organismo Vazio .............................................................................................325A Vida de Skinner (1904-1990) ...........................................................................................................326Reforço: A Base do Comportamento ................................................................................................327Condicionamento Operante e a Caixa de Skinner ...........................................................................329Esquemas de Reforço ............................................................................................................................331Aproximações Sucessivas: A Modelagem do Comportamento ......................................................332Comportamento Supersticioso ...........................................................................................................334O Autocontrole do Comportamento ........................................................................................334As Aplicações do Condicionamento Operante ................................................................................335Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................337A Avaliação na Teoria de Skinner .......................................................................................................338Observação Direta do Comportamento ...........................................................................................339A Pesquisa na Teoria de Skinner ........................................................................................................340Reflexões sobre a Teoria de Skinner ...................................................................................................341Resumo do Capítulo .............................................................................................................................343Perguntas de Revisão .............................................................................................................................344Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................345

Parte 8 – A Abordagem da Aprendizagem Social ...................................347

Capítulo 13 – Albert Bandura: Teoria da Modelagem ..............................349A Vida de Bandura (1925) ...................................................................................................................350Modelagem: A Base da Aprendizagem de Observação ..................................................................350Os Processos de Aprendizagem de Observação .......................................................................354Autorreforço e Autoeficácia .................................................................................................................356

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xii Teorias da Personalidade

Os Estágios de Desenvolvimento de Modelagem e Autoeficácia .................................................359Modificação do Comportamento .......................................................................................................361Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................363A Avaliação na Teoria de Bandura .....................................................................................................365A Pesquisa na Teoria de Bandura .......................................................................................................365Reflexões sobre a Teoria de Bandura ..................................................................................................370Resumo do Capítulo .............................................................................................................................371Perguntas de Revisão ............................................................................................................................372Sugestões de Leitura .................................................................................................................373

Parte 9 – Avanços na Teoria da Personalidade ........................................375

Capítulo 14 – Facetas da Personalidade ...................................................377Julian Rotter: Locus de Controle .........................................................................................................377Marvin Zuckerman: a Busca de Sensação ..........................................................................................382Martin E. P. Seligman: Desamparo Aprendido e o Estilo Explicativo Optimistic/Pessimistic .388Psicologia Positiva .................................................................................................................................398Comentário .............................................................................................................................................403Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................404Perguntas de Revisão .............................................................................................................................405Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................406

ePílogo – Personalidade em Perspectiva .................................................409O Fator Genético ...................................................................................................................................409O Fator Ambiental ................................................................................................................................410O Fator da Aprendizagem ...................................................................................................................411O Fator Parental .....................................................................................................................................412O Fator do Desenvolvimento .............................................................................................................414O Fator da Consciência ........................................................................................................................416O Fator do Inconsciente ......................................................................................................................417Questões de Revisão ..............................................................................................................................418

Glossário .................................................................................................. 419

Referências ...............................................................................................429

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xii Teorias da Personalidade

Os Estágios de Desenvolvimento de Modelagem e Autoeficácia .................................................359Modificação do Comportamento .......................................................................................................361Questões sobre a Natureza Humana .................................................................................................363A Avaliação na Teoria de Bandura .....................................................................................................365A Pesquisa na Teoria de Bandura .......................................................................................................365Reflexões sobre a Teoria de Bandura ..................................................................................................370Resumo do Capítulo .............................................................................................................................371Perguntas de Revisão ............................................................................................................................372Sugestões de Leitura .................................................................................................................373

Parte 9 – Avanços na Teoria da Personalidade ........................................375

Capítulo 14 – Facetas da Personalidade ...................................................377Julian Rotter: Locus de Controle .........................................................................................................377Marvin Zuckerman: a Busca de Sensação ..........................................................................................382Martin E. P. Seligman: Desamparo Aprendido e o Estilo Explicativo Optimistic/Pessimistic .388Psicologia Positiva .................................................................................................................................398Comentário .............................................................................................................................................403Resumo do Capítulo ..............................................................................................................................404Perguntas de Revisão .............................................................................................................................405Sugestões de Leitura ..............................................................................................................................406

ePílogo – Personalidade em Perspectiva .................................................409O Fator Genético ...................................................................................................................................409O Fator Ambiental ................................................................................................................................410O Fator da Aprendizagem ...................................................................................................................411O Fator Parental .....................................................................................................................................412O Fator do Desenvolvimento .............................................................................................................414O Fator da Consciência ........................................................................................................................416O Fator do Inconsciente ......................................................................................................................417Questões de Revisão ..............................................................................................................................418

Glossário .................................................................................................. 419

Referências ...............................................................................................429

xiii

Prefácio da Nona Edição

Cada edição de um livro-texto tem de ser tão imprescindível, dinâmica e sensível às mudanças quanto a área que cobre. Para ser um instrumento de ensino eficaz, ela precisa refletir a evolução da área e desafiar os seus leitores. Vimos o foco da personalidade mudar, começando com a teoria psicanalítica das neuroses do século XIX indo até a explorações de dimensões mais limitadas da personalidade do século XXI. E vimos também a base da exploração da personalidade mudar dos estudos de caso de pessoas emocionalmente perturbadas para pesquisas com maior base científica entre populações diferentes. O trabalho contemporâneo na área reflete diferenças no sexo, na idade, na orientação sexual e herança étnica, racial, religiosa e cultural.

Abrangência nova e mais ampla Entre as principais mudanças desta edição está o material biográfico dos teóricos, que é apresenta-do para assegurar como a evolução de suas teorias pode ter sido influenciada por eventos de suas vidas particulares e profissionais. Essa abordagem mostra aos alunos que a evolução da ciência através da teoria e da pesquisa nem sempre é totalmente objetiva, podendo derivar também da in-tuição e da experiência pessoal, posteriormente refinadas e ampliadas por processos mais racionais e analíticos. As influências culturais e sociais nas crenças dos teóricos sobre a natureza humana serão descritas.

As seções sobre a pesquisa da personalidade foram atualizadas com mais de 300 referên-cias novas para manter a ênfase nas questões atuais. Considerável material foi acrescentado sobre os efeitos do gênero, da etnia e da cultura sobre as questões do desenvolvimento da personalidade, desempenho em testes e concepções mais amplas sobre a natureza humana. Apresentamos os resul-tados de pesquisas interculturais e diversos exemplos de pesquisas de mais de 45 nações em todo o mundo, não apenas de países de língua inglesa, mas da Europa, Ásia, Oriente Médio, África e América do Sul. Ampliamos a abrangência das questões étnicas na avaliação da personalidade para afro-americanos, asiático-americanos, hispano-americanos e populações americanas nativas.

Há material novo sobre a avaliação da personalidade que inclui a realização de testes computadorizados e o uso de dispositivos eletrônicos pessoais como diários em que são registradas amostras de pensamentos e de comportamentos. Descrevemos o uso crescente da internet como laboratório psicológico para colher amostras de diversos e variados sujeitos on-line.

Para a teoria freudiana, acrescentamos mais de duas dezenas de novos estudos sobre con-ceitos como a influência do inconsciente, controle do ego, resiliência do ego, agressão deslocada, repressores e não-repressores e conteúdo de sonhos. Para Jung, discutimos as pesquisas no desen-volvimento do Indicador de Tipo Myers-Briggs e as diferenças comportamentais em função do tipo psicológico. Acrescentamos pesquisas sobre a crise da meia-idade nas mulheres, uma fase da vida de Jung considerada como particularmente importante. Além disso, incluímos mais descrições das sessões de psicoterapia de Jung com seus pacientes. Sobre Adler, apresentamos novos achados sobre lembranças precoces, ordem de nascimento e interesse social. Sobre Horney expandimos a cobertura sobre competitividade neurótica.

No capítulo sobre Murray há material suplementar sobre a necessidade de realização e afi-liação. Em Erikson, há extenso material bibliográfico de um novo livro escrito por sua filha. Além

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xiv Teorias da Personalidade

disso, abordamos mais amplamente os estágios psicológicos de identidade, identidade étnica, iden-tidade de preferência sexual, diferenças culturais na pesquisa sobre a identidade e o papel da in-ternet na criação de identidades virtuais. Como para outras idades da população em geral, temos mais pesquisas disponíveis sobre as questões da generatividade na meia-idade e a integridade do ego na idade avançada.

Em Allport, discutimos mais pesquisas sobre o comportamento expressivo, reconhecimento computadorizado de expressões faciais e emoções e a transmissão computadorizada de expressões faciais por meio do uso de “emoticons”.

Para reforçar as pesquisas sobre bases genéticas da personalidade, apresentamos novas pes-quisas em desenvolvimento sobre o trabalho de Eysenck sobre o modelo de 5 fatores. O capítulo sobre Maslow contém trabalhos suplementares sobre a auto-estima e o capítulo sobre Skinner inclui pesquisas com sujeitos humanos sobre o comportamento supersticioso e o autocontrole. O capítulo sobre Bandura contém mais material sobre autoeficácia, sobre a relação entre vi-deogames e comportamento agressivo, e sobre o efeito da música rap sobre o comportamento agressivo. O capítulo sobre Rotter apresenta novo material biográfico e pesquisas atualizadas sobre locus de controle.

O capítulo sobre as teorias de domínio limitado ou sobre o estudo de facetas específicas da personalidade avalia novas formas de busca de sensações como a tatuagem, o body piercing e a dependência de internet. São relatadas diferenças culturais entre otimismo e pessimismo, bem como pesquisas interculturais sobre a psicologia positiva e os diferentes tipos de felicidade.

A Organização do TextoA nona edição de Teorias da Personalidade dirige-se a alunos universitários que tiveram pouco contato anterior com as teorias da personalidade. O objetivo aqui e auxiliar alunos iniciantes e facilitar as suas tarefas de aprender sobre o estudo da personalidade. Nós escolhemos teóricos que representam enfoques psicanalíticos, neopsicanalíticos, estágios da vida, traços humanísticos, cognitivos, comportamentais e de aprendizagem social, bem como trabalhos clínicos e experi-mentais. O capítulo de conclusão revê as sete perspectivas principais pelas quais se pode encarar o desenvolvimento da personalidade e sugere formas de ajudar os alunos a tirarem conclusões e conseguir dar um desfecho aos seus estudos.

Cada teoria no texto é tratada como uma unidade. Embora reconheçamos o valor de um enfo-que de questões e problemas que compara as teorias no tocante a pontos específicos, acreditamos que um livro assim orientado é mais adequado para alunos de nível mais elevado. O texto voltado para teorias é mais fácil para alunos iniciantes captarem os conceitos essenciais e o gosto geral pela teoria. Apresentamos cada teoria da forma mais transparente possível, transmitindo as ideias, hipóteses, definições e métodos mais importantes e discutimos os métodos de avaliação e pesquisa empírica de cada teórico, oferecendo as nossas avaliações e reflexões. A seção “Questões sobre a Natureza Humana”, de cada teórico, lida com seis questões fundamentais: livre-arbítrio versus determinismo, natureza versus criação, experiências infantis, peculiaridade versus universalidade, metas e otimismo versus pessimismo.

Exceto pela colocação de Freud em primeiro lugar. Reconhecendo a sua prioridade cronológi-ca, não dispusemos as teorias de acordo com a nossa ordem de importância. Elas são apresentadas em nove partes, colocando cada uma delas na perspectiva de pontos de vistas concorrentes.

Uma Nota sobre a DiversidadeA primeira pessoa a propor uma teoria abrangente da personalidade foi Sigmund Freud, um neuro-logista clínico que formulou suas teorias enquanto tratava de pacientes em Viena, Áustria, no século XIX. Seu trabalho, conhecido como “psicanálise”, fundamentou-se em grande parte em sessões com mulheres brancas, europeias e ricas que vinham a ele se queixando de aflição emocional e de ideias

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xiv Teorias da Personalidade

disso, abordamos mais amplamente os estágios psicológicos de identidade, identidade étnica, iden-tidade de preferência sexual, diferenças culturais na pesquisa sobre a identidade e o papel da in-ternet na criação de identidades virtuais. Como para outras idades da população em geral, temos mais pesquisas disponíveis sobre as questões da generatividade na meia-idade e a integridade do ego na idade avançada.

Em Allport, discutimos mais pesquisas sobre o comportamento expressivo, reconhecimento computadorizado de expressões faciais e emoções e a transmissão computadorizada de expressões faciais por meio do uso de “emoticons”.

Para reforçar as pesquisas sobre bases genéticas da personalidade, apresentamos novas pes-quisas em desenvolvimento sobre o trabalho de Eysenck sobre o modelo de 5 fatores. O capítulo sobre Maslow contém trabalhos suplementares sobre a auto-estima e o capítulo sobre Skinner inclui pesquisas com sujeitos humanos sobre o comportamento supersticioso e o autocontrole. O capítulo sobre Bandura contém mais material sobre autoeficácia, sobre a relação entre vi-deogames e comportamento agressivo, e sobre o efeito da música rap sobre o comportamento agressivo. O capítulo sobre Rotter apresenta novo material biográfico e pesquisas atualizadas sobre locus de controle.

O capítulo sobre as teorias de domínio limitado ou sobre o estudo de facetas específicas da personalidade avalia novas formas de busca de sensações como a tatuagem, o body piercing e a dependência de internet. São relatadas diferenças culturais entre otimismo e pessimismo, bem como pesquisas interculturais sobre a psicologia positiva e os diferentes tipos de felicidade.

A Organização do TextoA nona edição de Teorias da Personalidade dirige-se a alunos universitários que tiveram pouco contato anterior com as teorias da personalidade. O objetivo aqui e auxiliar alunos iniciantes e facilitar as suas tarefas de aprender sobre o estudo da personalidade. Nós escolhemos teóricos que representam enfoques psicanalíticos, neopsicanalíticos, estágios da vida, traços humanísticos, cognitivos, comportamentais e de aprendizagem social, bem como trabalhos clínicos e experi-mentais. O capítulo de conclusão revê as sete perspectivas principais pelas quais se pode encarar o desenvolvimento da personalidade e sugere formas de ajudar os alunos a tirarem conclusões e conseguir dar um desfecho aos seus estudos.

Cada teoria no texto é tratada como uma unidade. Embora reconheçamos o valor de um enfo-que de questões e problemas que compara as teorias no tocante a pontos específicos, acreditamos que um livro assim orientado é mais adequado para alunos de nível mais elevado. O texto voltado para teorias é mais fácil para alunos iniciantes captarem os conceitos essenciais e o gosto geral pela teoria. Apresentamos cada teoria da forma mais transparente possível, transmitindo as ideias, hipóteses, definições e métodos mais importantes e discutimos os métodos de avaliação e pesquisa empírica de cada teórico, oferecendo as nossas avaliações e reflexões. A seção “Questões sobre a Natureza Humana”, de cada teórico, lida com seis questões fundamentais: livre-arbítrio versus determinismo, natureza versus criação, experiências infantis, peculiaridade versus universalidade, metas e otimismo versus pessimismo.

Exceto pela colocação de Freud em primeiro lugar. Reconhecendo a sua prioridade cronológi-ca, não dispusemos as teorias de acordo com a nossa ordem de importância. Elas são apresentadas em nove partes, colocando cada uma delas na perspectiva de pontos de vistas concorrentes.

Uma Nota sobre a DiversidadeA primeira pessoa a propor uma teoria abrangente da personalidade foi Sigmund Freud, um neuro-logista clínico que formulou suas teorias enquanto tratava de pacientes em Viena, Áustria, no século XIX. Seu trabalho, conhecido como “psicanálise”, fundamentou-se em grande parte em sessões com mulheres brancas, europeias e ricas que vinham a ele se queixando de aflição emocional e de ideias

Prefácio da Nona Edição xv

e comportamentos perturbadores. Com base nas observações da evolução de cada uma delas – ou da ausência da mesma –, ele ofereceu uma teoria para explicar as personalidades de todo mundo.

O seu sistema foi importante tanto pelos conceitos que propôs – muitos dos quais hoje em dia são parte da cultura popular – como pela oposição que provocou, inspirando outros teóricos a examinar e a divulgar suas próprias ideias para explicar a personalidade.

Hoje, os teóricos e pesquisadores da personalidade reconhecem que uma explicação baseada em um pequeno segmento homogêneo da população não pode ser aplicada a vários grupos diferen-tes de pessoas que compartilham um espaço no mundo. A situação é semelhante na medicina. Mé-dicos e pesquisadores reconhecem que alguns medicamentos e tratamentos adequados para jovens adultos não são adequados para crianças ou pessoas idosas. Algumas doenças predominantes em alguns grupos étnicos são raras em outros, o que exige diferenças na triagem e nos testes médicos de populações diferentes.

A teoria e pesquisa contemporâneas tentam ser abrangentes, estudando as influências de idade, sexo, raça, origem étnica, crenças religiosas e orientação sexual. Vemos exemplos dessa diversidade ao longo de todo o livro.

AgradecimentosAgradecemos aos colegas e alunos que nos escreveram sobre o livro oferecendo sugestões para esta edição, e especialmente aos seguintes revisores: Charisse Chappell, Salisbury University; Travis Langley, Henderson State University; Pamela Mulder, Marshall University, Ken Pearce, California Baptist University; Linda Rangell, New York Institute of Technology.

Duane P. SchultzSydney Ellen Schultz

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Introdução

O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria

Você está prestes a iniciar uma jornada fascinante que aborda as várias ideias pelas quais psicó-logos e outros cientistas avançaram para explicar a personalidade humana – a sua personalida-de. Ela também conta a história das vidas de grandes teóricos e como suas próprias experiências podem ter influenciado as explicações que propuseram. Você já sabe o quanto a personalidade é importante. Tudo o que aprendeu até o momento, suas expectativas para o futuro e até mesmo seu estado de saúde são influenciados pela sua personalidade e a personalidade das pessoas com quem interage.

Organizamos as teorias pela sua perspectiva sobre a natureza humana, começando por Sigmund Freud. Consideramos extensões de sua teoria da psicanálise e discutimos os homens e as mulheres que revisaram suas ideias ou rebelaram-se contra seu sistema. Esses capítulos são seguidos de uma abordagem biográfica, rastreando o desenvolvimento da personalidade do nascimento à velhice. Nós, então, discutimos as teorias que enfatizam os tratos da personalidade individual, a saúde mental, os padrões predeterminados de comportamento e o aprendizado cognitivo a partir de situ-ações sociais. Também introduzimos uma ideia para o século XXI, o tipo feliz de personalidade. O capítulo final desta obra oferece conclusões para nossa exploração da personalidade.

Nós também reconhecemos que os teóricos do último século raramente consideraram a im-portância da diversidade étnica e cultural. Você pode rapidamente perceber que não é apropriado generalizar tudo a todos, por exemplo, ideias formadas por um teórico que se baseou na observação clínica de mulheres neuróticas europeias, ou outro teórico que realizou testes em homens univer-sitários nos Estados Unidos. Portanto, quando discutimos as pesquisas conduzidas a partir dessas teorias, e descrevemos seu uso para os problemas de diagnóstico e terapia da vida real, demonstra-mos a influência da idade, gênero, etnia, origem, crenças religiosas e orientação sexual.

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Introdução

O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria

Você está prestes a iniciar uma jornada fascinante que aborda as várias ideias pelas quais psicó-logos e outros cientistas avançaram para explicar a personalidade humana – a sua personalida-de. Ela também conta a história das vidas de grandes teóricos e como suas próprias experiências podem ter influenciado as explicações que propuseram. Você já sabe o quanto a personalidade é importante. Tudo o que aprendeu até o momento, suas expectativas para o futuro e até mesmo seu estado de saúde são influenciados pela sua personalidade e a personalidade das pessoas com quem interage.

Organizamos as teorias pela sua perspectiva sobre a natureza humana, começando por Sigmund Freud. Consideramos extensões de sua teoria da psicanálise e discutimos os homens e as mulheres que revisaram suas ideias ou rebelaram-se contra seu sistema. Esses capítulos são seguidos de uma abordagem biográfica, rastreando o desenvolvimento da personalidade do nascimento à velhice. Nós, então, discutimos as teorias que enfatizam os tratos da personalidade individual, a saúde mental, os padrões predeterminados de comportamento e o aprendizado cognitivo a partir de situ-ações sociais. Também introduzimos uma ideia para o século XXI, o tipo feliz de personalidade. O capítulo final desta obra oferece conclusões para nossa exploração da personalidade.

Nós também reconhecemos que os teóricos do último século raramente consideraram a im-portância da diversidade étnica e cultural. Você pode rapidamente perceber que não é apropriado generalizar tudo a todos, por exemplo, ideias formadas por um teórico que se baseou na observação clínica de mulheres neuróticas europeias, ou outro teórico que realizou testes em homens univer-sitários nos Estados Unidos. Portanto, quando discutimos as pesquisas conduzidas a partir dessas teorias, e descrevemos seu uso para os problemas de diagnóstico e terapia da vida real, demonstra-mos a influência da idade, gênero, etnia, origem, crenças religiosas e orientação sexual.

2 Teorias da Personalidade

O Estudo da Personalidade

Todos têm uma Todos têm uma personalidade e a sua vai ajudar a determinar os limites do sucesso, felicidade e realização na sua vida. Não é exagero afirmar que sua personalidade é um de seus patrimônios mais importantes. Ela já ajudou a modelar grande parte da sua vida e continuará a fazê-lo no futuro. Tudo o que você conseguiu até agora, tudo o que espera conseguir, se vai ser um bom cônjuge, bom pai ou boa mãe e até mesmo seu estado geral de saúde podem ser influenciados pela sua personali-dade e pela das pessoas com quem você interage. Sua personalidade pode limitar ou expandir suas opções e escolhas, impedi-lo de partilhar certas experiências, ou permitir que você saiba aproveitá--las. Ela restringe certas pessoas, e abre o mundo para outras.

Quantas vezes você já descreveu alguém como tendo uma personalidade maravilhosa? Com isso, você está querendo dizer que essa pessoa é afável, agradável, boa companhia e alguém com quem é fácil se dar bem – o tipo de pessoa que selecionaria como amiga, companheira de casa ou colega de trabalho. Se você for um gerente, talvez opte por contratá-la; se estiver preparado para se envolver em um relacionamento, talvez se case com essa pessoa baseando-se na sua percepção da persona-lidade dela. Mas também já conheceu pessoas cuja personalidade descreveria como péssima. Elas podem ser indiferentes, hostis, agressivas, descorteses ou alguém com quem é difícil se dar bem. Você não as contrataria ou se associaria a elas e elas também poderiam, igualmente, ser rejeitadas e isoladas pelos outros.

Enquanto você julga a personalidade dos outros, eles também estão julgando a sua. Essas opiniões mútuas que moldam tanto a vida dos julgadores como a dos julgados são dadas inúmeras vezes no decorrer de nossa vida, sempre que nos deparamos com uma situação social que exige interação com novas pessoas. Obviamente, a quantidade e a variedade de situações sociais de que você está disposto a participar também são determinadas pela sua personalidade – por exemplo, a sua relativa sociabilidade ou timidez. Você sabe em que posição se encontra em relação a esse fator, assim como indubitavelmente tem um quadro razoavelmente claro da sua personalidade geral.

Descrevendo a sua personalidade Claro que é fácil e rápido tentar somar o conjunto das características de personalidade de uma pessoa utilizando termos vagos como “maravilhosa” ou “péssima”. O assunto personalidade é complexo demais para uma descrição tão simplista, pois os seres humanos são demasiadamente complexos e mudam em situações diferentes, bem como com pessoas diferentes. Nós temos de ser mais precisos na nossa linguagem para definir e descrever adequadamente a personalidade. Por esse motivo, os psicólo-gos vêm se esforçando consideravelmente para elaborar testes que avaliem a personalidade.

Você pode achar que não precisa de testes psicológicos para lhe dizer como é a sua perso-nalidade e, no geral, até pode estar certo. Afinal, provavelmente conhece a si mesmo melhor do que ninguém. Se lhe pedissem para descrever a sua personalidade, sem dúvida o faria sem pensar muito. Então, façamos isso.

Pegue papel e lápis e escreva a maior quantidade de adjetivos que conseguir para descrever como você realmente é e não como gostaria de ser ou como quer que os seus professores, pais ou amigos pensem que você é. Tente não usar a palavra extraordinária, mesmo que se aplique ao seu caso. Quantas palavras selecionou? Seis? Dez? Algumas a mais? Um teste de personalidade am-plamente utilizado – a Lista de Conferência de Adjetivos – oferece uma quantidade surpreendente de 300 adjetivos para descrever a personalidade. As pessoas que estão fazendo o teste escolhem aqueles que melhor lhes descrevem. Não lhe pediremos para verificar os 300 adjetivos, somente os 30 que apresentamos no Quadro 1. Assinale aqueles que acredita que se aplicam a você. Agora, você tem uma descrição mais detalhada da sua personalidade, mas lembre-se de que, no teste de verdade, teria mais 270 para escolher.

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Introdução O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria 3

QUADRO 1 Lista de verificação de adjetivos

––––– afetuosa ––––– alegre ––––– ambiciosa ––––– assertiva ––––– cínica ––––– compreensiva ––––– confiante ––––– descontraída ––––– desinibida ––––– dominadora ––––– exigente ––––– forte ––––– generosa ––––– impaciente ––––– introvertida ––––– irritável ––––– mal-humorada ––––– meiga ––––– orgulhosa ––––– otimista ––––– persistente ––––– pudica ––––– receosa ––––– sarcástica ––––– sensível ––––– sociável ––––– submissa ––––– teimosa ––––– tolerante ––––– vingativa

Como a personalidade se desenvolve? O foco neste livro não é determinar como é a sua personalidade. Você não precisa de um curso de psicologia para aprender isso. O que estudaremos são as forças e os fatores que modelam a sua personalidade. Mais adiante neste capítulo, e ao longo de todo o livro, analisaremos algumas questões básicas sobre a natureza da personalidade, por exemplo: se nascemos com determinado tipo de personalidade ou se ela é formada a partir do que aprendemos com nossos pais; se ela é influenciada por forças inconscientes ou se muda depois da nossa infância.

Neste livro, descrevemos uma série de teorias que foram propostas para ajudar a responder a essas e outras perguntas relacionadas com a natureza humana. Depois de discuti-las – o que são, como se desenvolveram e o seu status atual –, avaliamos a sua utilidade para responder às nos-sas questões e contribuir para uma compreensão do desenvolvimento da personalidade. Podemos pensar em cada um desses teóricos como peças que contribuem para a construção de um grande quebra-cabeça. É por isso que estudamos as suas ideias, embora alguns dos seus conceitos tenham sido formulados há décadas. Os psicólogos continuam tentando encaixar essas peças para formar uma imagem mais clara, um quadro mais completo do que nos faz ser como somos e determina o modo com que encaramos o mundo.

O Lugar da Personalidade na História da Psicologia Como o estudo da personalidade é tão fundamental para a compreensão da natureza humana, você poderia pressupor que ela sempre ocupou um lugar de destaque na psicologia. Por mais da metade da história da psicologia como ciência, no entanto, os psicólogos deram relativamente pouca aten-ção à personalidade.

A psicologia surgiu como uma ciência independente e basicamente experimental a partir de uma fusão de ideias emprestadas da filosofia e da fisiologia. Nasceu no final do século XIX, na Alemanha, e foi em grande parte obra de Wilhelm Wundt, que criou o primeiro laboratório de psi-cologia em 1879 na University of Leipzig.

O estudo da consciênciaA nova ciência da psicologia concentrou-se na análise da experiência consciente nas suas partes fundamentais. Os seus métodos tiveram como modelo o enfoque utilizado nas ciências naturais. A Física e a Química aparentemente estavam desvendando os segredos do universo físico, reduzindo toda a matéria aos seus elementos básicos e analisando-os. Se o mundo físico podia ser compreen-dido sendo desmembrado em elementos, a mente ou o mundo mental não poderia ser estudado do mesmo modo?

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Introdução O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria 3

QUADRO 1 Lista de verificação de adjetivos

––––– afetuosa ––––– alegre ––––– ambiciosa ––––– assertiva ––––– cínica ––––– compreensiva ––––– confiante ––––– descontraída ––––– desinibida ––––– dominadora ––––– exigente ––––– forte ––––– generosa ––––– impaciente ––––– introvertida ––––– irritável ––––– mal-humorada ––––– meiga ––––– orgulhosa ––––– otimista ––––– persistente ––––– pudica ––––– receosa ––––– sarcástica ––––– sensível ––––– sociável ––––– submissa ––––– teimosa ––––– tolerante ––––– vingativa

Como a personalidade se desenvolve? O foco neste livro não é determinar como é a sua personalidade. Você não precisa de um curso de psicologia para aprender isso. O que estudaremos são as forças e os fatores que modelam a sua personalidade. Mais adiante neste capítulo, e ao longo de todo o livro, analisaremos algumas questões básicas sobre a natureza da personalidade, por exemplo: se nascemos com determinado tipo de personalidade ou se ela é formada a partir do que aprendemos com nossos pais; se ela é influenciada por forças inconscientes ou se muda depois da nossa infância.

Neste livro, descrevemos uma série de teorias que foram propostas para ajudar a responder a essas e outras perguntas relacionadas com a natureza humana. Depois de discuti-las – o que são, como se desenvolveram e o seu status atual –, avaliamos a sua utilidade para responder às nos-sas questões e contribuir para uma compreensão do desenvolvimento da personalidade. Podemos pensar em cada um desses teóricos como peças que contribuem para a construção de um grande quebra-cabeça. É por isso que estudamos as suas ideias, embora alguns dos seus conceitos tenham sido formulados há décadas. Os psicólogos continuam tentando encaixar essas peças para formar uma imagem mais clara, um quadro mais completo do que nos faz ser como somos e determina o modo com que encaramos o mundo.

O Lugar da Personalidade na História da Psicologia Como o estudo da personalidade é tão fundamental para a compreensão da natureza humana, você poderia pressupor que ela sempre ocupou um lugar de destaque na psicologia. Por mais da metade da história da psicologia como ciência, no entanto, os psicólogos deram relativamente pouca aten-ção à personalidade.

A psicologia surgiu como uma ciência independente e basicamente experimental a partir de uma fusão de ideias emprestadas da filosofia e da fisiologia. Nasceu no final do século XIX, na Alemanha, e foi em grande parte obra de Wilhelm Wundt, que criou o primeiro laboratório de psi-cologia em 1879 na University of Leipzig.

O estudo da consciênciaA nova ciência da psicologia concentrou-se na análise da experiência consciente nas suas partes fundamentais. Os seus métodos tiveram como modelo o enfoque utilizado nas ciências naturais. A Física e a Química aparentemente estavam desvendando os segredos do universo físico, reduzindo toda a matéria aos seus elementos básicos e analisando-os. Se o mundo físico podia ser compreen-dido sendo desmembrado em elementos, a mente ou o mundo mental não poderia ser estudado do mesmo modo?

4 Teorias da Personalidade

Wundt e outros psicólogos de sua época que estavam preocupados em estudar a natureza humana foram muito influenciados pelo enfoque das ciências naturais e continuaram a aplicá-lo no estudo da mente. Como esses pesquisadores se limitaram ao método experimental, eles estudaram somente os processos mentais que poderiam ser afetados por algum estímulo externo que pudesse ser manipulado e controlado pelo experimentador. Nesse enfoque de psicologia experimental, não havia espaço para um tópico tão complexo e multidimensional como a personalidade. Ele não era compatível com o assunto ou os métodos da nova psicologia.

O estudo do comportamento Nas primeiras décadas do século XX, o psicólogo norte-americano John B. Watson, na Universi-dade John Hopkins, em Baltimore, Maryland, provocou uma revolução contra o trabalho de Wi-lhelm Wundt. O movimento de Watson, denominado behaviorismo, opunha-se ao foco de Wundt na experiência consciente. Mais dedicado que Wundt a um enfoque das ciências naturais, Watson argumentou que se a psicologia quisesse ser uma ciência, teria de se concentrar somente nos as-pectos tangíveis da natureza humana – o que pode ser visto, ouvido, registrado e mensurado. Só o comportamento evidente – e não o consciente – poderia ser o tópico legítimo da Psicologia.

Behaviorismo Escola da psicologia, fundada por John B. Watson, que se concentrava na psicologia como um estudo

do comportamento evidente em vez de processos mentais.

A consciência, disse Watson, não pode ser vista ou experimentada. Consequentemente, como o conceito de alma para os filósofos, o conceito de consciência não tem significado para a ciência. Os psicólogos precisam lidar somente com o que podem manipular e medir, isto é, estímulos exter-nos e as respostas comportamentais das pessoas a eles. Segundo Watson, o que acontece dentro da pessoa após o estímulo ser apresentado e antes de a resposta ser dada não pode ser visto. Como só podemos especular sobre isso, não é de interesse ou de valor para a ciência.

O behaviorismo apresenta uma visão mecanicista dos seres humanos como máquinas bem re-guladas que respondem automaticamente a estímulos externos. Foi dito que o behaviorismo vê as pessoas como uma espécie de máquina automática de venda de refrigerantes. Colocam-se os estímu-los, e as respostas adequadas, aprendidas com as experiências passadas, saem. Nessa teoria, a perso-nalidade é um acúmulo de respostas aprendidas ou sistemas de hábitos, uma definição apresentada posteriormente por B. F. Skinner. Portanto, os behavioristas reduziram a personalidade ao que podia ser visto e observado objetivamente e não havia lugar na teoria para as forças do consciente e do in-consciente. No entanto, os teóricos mais recentes da aprendizagem social, que oferecem explicações derivadas das versões de behaviorismo de Watson e Skinner, restituíram à personalidade alguma medida de consciência.

Se Watson e os primeiros psicólogos comportamentais descartaram todas essas noções, sen-timentos e complexidades que vêm à mente quando utilizamos a palavra personalidade, então de onde vêm estas ideias? O que acontece com a nossa consciência enquanto estamos acordados? Onde estão as forças inconscientes que às vezes parecem nos levar a agir de uma maneira sobre a qual sentimos não ter controle?

O estudo do inconsciente Esses aspectos da natureza humana foram enfocados por uma terceira linha de questionamento, que surgiu independente de Wundt e Watson, e foram investigados por Sigmund Freud a partir da década de 1890. Freud, um médico de Viena, Aústria, chamou o seu sistema de psicanálise.

Psicanálise A teoria da personalidade e o sistema de terapia de Sigmund Freud para tratar distúrbios mentais.

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Introdução O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria 5

Psicanálise e psicologia não são sinônimos ou termos permutáveis. Freud não era psicólogo, mas um médico que exercia clínica particular e trabalhava com pessoas que sofriam de proble-mas emocionais. Embora treinado como cientista, ele não utilizou o método experimental; em vez disso, elaborou a sua teoria da personalidade com base na observação clínica de seus pacientes. Durante uma longa série de sessões psicanalíticas, aplicou sua interpretação criativa com base no que os pacientes lhe contavam sobre os seus sentimentos e experiências passadas, tanto os reais quanto os fantasiados. Portanto, o seu enfoque diferencia-se muito da investigação laboratorial rigorosa dos elementos da experiência consciente ou do comportamento.

Inspirado pelo enfoque psicanalítico de Freud, um grupo de teóricos da personalidade desen-volveu conceitos peculiares do comportamento humano fora da corrente principal da psicologia experimental. Esses teóricos, os neopsicanalistas, concentravam-se na pessoa como um todo de acordo com a maneira como ela agia no mundo real, e não em elementos de comportamento ou de unidades de estímulos-respostas, como estudado na psicologia de laboratório. Os neopsicana-listas aceitavam a existência de forças conscientes e inconscientes, e os behavioristas, a existência apenas do comportamento observável. Consequentemente, os primeiros teóricos da personalidade eram especulativos em seus trabalhos, fundamentando-se mais em deduções baseadas na observa-ção do comportamento de seus pacientes do que na análise quantitativa dos dados de laboratório.

O estudo científico da personalidadeVemos então que a psicologia experimental e o estudo formal da personalidade começaram em duas tradições separadas, utilizando métodos distintos e visando atingir objetivos diferentes. É pre-ciso observar que a psicologia experimental, nos seus anos de formação, não ignorava totalmente a personalidade – estudavam-se alguns de seus aspectos –, mas não existia uma área de especializa-ção distinta denominada personalidade, como havia na psicologia infantil ou social.

Somente no final da década de 1930 o estudo da personalidade foi formalizado e sistematiza-do na psicologia norte-americana, principalmente com o trabalho de Gordon Allport, da Harvard University. O livro mais importante de Allport, Personality: A Psychological Interpretation, é con-siderado o marco do início formal do estudo da personalidade. Depois dos seus esforços iniciais, surgiram outros livros e revistas profissionais, jornais foram fundados, as universidades passaram a oferecer cursos e a fazer pesquisas. Essas atividades sinalizavam um reconhecimento cada vez maior de que algumas áreas que preocupavam os psicanalistas e neopsicanalistas poderiam ser in-corporadas à psicologia. Os psicólogos acadêmicos começaram a crer que era possível desenvolver um estudo científico da personalidade.

De 1930 até hoje, surgiu uma grande variedade de abordagens para o estudo da personali-dade. Neste livro, além dos enfoques psicanalíticos e behavioristas acima citados, discutiremos vários outros, como a abordagem do curso de vida que argumenta que a personalidade continua a desenvolver-se durante toda a trajetória de nossas vidas; a abordagem dos traços, que defende que grande parte de nossa personalidade é herdada; a abordagem humanista, que enfatiza as forças humanas, virtudes, aspirações e a realização de nosso potencial; e a abordagem cognitiva, que lida com as atividades mentais conscientes.

Para terminar, exploraremos os trabalhos de teóricos que se concentraram em questões mais limitadas da personalidade, como a necessidade de realização, locus de controle, comportamento de busca de sensações, o desamparo aprendido e otimismo/pessimismo. Examinaremos, então, o que cada abordagem pode nos ensinar sobre a personalidade e concluiremos com uma nota posi-tiva e alegre sobre a descrição da assim chamada personalidade feliz.

Definições de Personalidade Frequentemente utilizamos a palavra “personalidade” ao descrevermos outras pessoas e a nós mes-mos. Mas sabemos o que ela significa? Talvez. De acordo com um psicólogo, poderemos até ter uma ideia se examinarmos o que queremos ao utilizar a palavra eu (Adams, 1954). Ao dizer eu,

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Introdução O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria 5

Psicanálise e psicologia não são sinônimos ou termos permutáveis. Freud não era psicólogo, mas um médico que exercia clínica particular e trabalhava com pessoas que sofriam de proble-mas emocionais. Embora treinado como cientista, ele não utilizou o método experimental; em vez disso, elaborou a sua teoria da personalidade com base na observação clínica de seus pacientes. Durante uma longa série de sessões psicanalíticas, aplicou sua interpretação criativa com base no que os pacientes lhe contavam sobre os seus sentimentos e experiências passadas, tanto os reais quanto os fantasiados. Portanto, o seu enfoque diferencia-se muito da investigação laboratorial rigorosa dos elementos da experiência consciente ou do comportamento.

Inspirado pelo enfoque psicanalítico de Freud, um grupo de teóricos da personalidade desen-volveu conceitos peculiares do comportamento humano fora da corrente principal da psicologia experimental. Esses teóricos, os neopsicanalistas, concentravam-se na pessoa como um todo de acordo com a maneira como ela agia no mundo real, e não em elementos de comportamento ou de unidades de estímulos-respostas, como estudado na psicologia de laboratório. Os neopsicana-listas aceitavam a existência de forças conscientes e inconscientes, e os behavioristas, a existência apenas do comportamento observável. Consequentemente, os primeiros teóricos da personalidade eram especulativos em seus trabalhos, fundamentando-se mais em deduções baseadas na observa-ção do comportamento de seus pacientes do que na análise quantitativa dos dados de laboratório.

O estudo científico da personalidadeVemos então que a psicologia experimental e o estudo formal da personalidade começaram em duas tradições separadas, utilizando métodos distintos e visando atingir objetivos diferentes. É pre-ciso observar que a psicologia experimental, nos seus anos de formação, não ignorava totalmente a personalidade – estudavam-se alguns de seus aspectos –, mas não existia uma área de especializa-ção distinta denominada personalidade, como havia na psicologia infantil ou social.

Somente no final da década de 1930 o estudo da personalidade foi formalizado e sistematiza-do na psicologia norte-americana, principalmente com o trabalho de Gordon Allport, da Harvard University. O livro mais importante de Allport, Personality: A Psychological Interpretation, é con-siderado o marco do início formal do estudo da personalidade. Depois dos seus esforços iniciais, surgiram outros livros e revistas profissionais, jornais foram fundados, as universidades passaram a oferecer cursos e a fazer pesquisas. Essas atividades sinalizavam um reconhecimento cada vez maior de que algumas áreas que preocupavam os psicanalistas e neopsicanalistas poderiam ser in-corporadas à psicologia. Os psicólogos acadêmicos começaram a crer que era possível desenvolver um estudo científico da personalidade.

De 1930 até hoje, surgiu uma grande variedade de abordagens para o estudo da personali-dade. Neste livro, além dos enfoques psicanalíticos e behavioristas acima citados, discutiremos vários outros, como a abordagem do curso de vida que argumenta que a personalidade continua a desenvolver-se durante toda a trajetória de nossas vidas; a abordagem dos traços, que defende que grande parte de nossa personalidade é herdada; a abordagem humanista, que enfatiza as forças humanas, virtudes, aspirações e a realização de nosso potencial; e a abordagem cognitiva, que lida com as atividades mentais conscientes.

Para terminar, exploraremos os trabalhos de teóricos que se concentraram em questões mais limitadas da personalidade, como a necessidade de realização, locus de controle, comportamento de busca de sensações, o desamparo aprendido e otimismo/pessimismo. Examinaremos, então, o que cada abordagem pode nos ensinar sobre a personalidade e concluiremos com uma nota posi-tiva e alegre sobre a descrição da assim chamada personalidade feliz.

Definições de Personalidade Frequentemente utilizamos a palavra “personalidade” ao descrevermos outras pessoas e a nós mes-mos. Mas sabemos o que ela significa? Talvez. De acordo com um psicólogo, poderemos até ter uma ideia se examinarmos o que queremos ao utilizar a palavra eu (Adams, 1954). Ao dizer eu,

6 Teorias da Personalidade

na verdade você está resumindo tudo sobre si mesmo – do que gosta ou não, os seus temores e virtudes, pontos fortes e fracos. A palavra eu é o que o diferencia como indivíduo, separadamente de todos os outros.

Como os outros nos veem Para definir a palavra mais precisamente, podemos examinar a sua origem. “Personalidade” vem da palavra latina persona, que se refere à máscara utilizada pelos atores em uma peça. É fácil per-ceber como persona passou a se referir à aparência externa, a face pública que mostramos aos que nos rodeiam.

Portanto, baseados na sua derivação, podemos concluir que a personalidade diz respeito às nossas características externas e visíveis, àqueles nossos aspectos que os outros podem ver; seria, então, definida em termos da impressão que provocamos nas pessoas, isto é, aquilo que aparen-tamos ser. A sua definição em um dicionário comum concorda com esse raciocínio. Ela afirma que personalidade é o aspecto visível do caráter de uma pessoa, à medida que ela impressiona as outras.

Mas isso é tudo o que queremos dizer quando usamos a palavra personalidade? Estamos falando do que podemos ver ou do que uma pessoa parece ser para nós? A personalidade refere-se unicamente à máscara que utilizamos e ao papel que representamos? É evidente que, ao falarmos de personalidade, nos referimos a mais do que isso. Nós incluímos vários atributos de uma pessoa, o total ou um conjunto de características que vão além das qualidades físicas superficiais. A pala-vra também engloba uma série de qualidades sociais e emocionais subjetivas – as quais talvez não possamos ver diretamente – que uma pessoa pode tentar esconder de nós ou que podemos tentar esconder dos outros.

Características permanentes e estáveis

Ao fazermos uso da palavra personalidade, podemos também estar nos referindo a características permanentes: pressupomos que ela seja relativamente estável e previsível. Embora reconheçamos, por exemplo, que um(a) amigo(a) possa estar calmo(a) na maior parte do tempo, sabemos que ele ou ela pode se exaltar ou entrar em pânico em outras ocasiões. Assim, nossa personalidade pode variar conforme a situação. Entretanto, embora não seja rígida e imutável, em geral é resistente a mudanças repentinas.

Na década de 1960 surgiu um debate dentro da psicologia sobre o impacto relativo de variá-veis pessoais permanentes, como traços e necessidades versus variáveis situacionais (veja Mischel, 1968, 1973). A controvérsia continuou por 20 anos e terminou com a conclusão de que a “dicoto-mia duradoura e geradora de controvérsias entre o efeito da situação versus o efeito da pessoa sobre o comportamento... é e sempre foi falsa” (Funder, 2001, p. 200). Assim, a questão foi solucionada aceitando-se um enfoque interativo, em que os traços pessoais permanentes, os aspectos mutáveis da situação e a interação entre eles devem ser levados em consideração para proporcionar uma explicação completa da natureza humana.

Características peculiares A nossa definição de personalidade pode incluir também o conceito da peculiaridade humana. Nós vemos similaridades entre as pessoas, mas sentimos que cada um de nós possui proprieda-des especiais que nos diferenciam dos outros. Assim sendo, podemos dizer que a personalidade é um agrupamento permanente e peculiar de características que podem mudar em resposta a situações diferentes.

PersonalidadeOs aspectos internos e externos peculiares relativamente permanentes do caráter de uma pessoa que

influenciam o comportamento em situações diferentes.

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Introdução O Estudo da Personalidade: Avaliação, Pesquisa e Teoria 7

Essa também não é uma definição com a qual todos os psicólogos concordam. Para maior precisão, analisemos o que cada teórico da personalidade quer dizer com o termo. Cada um deles oferece uma visão pessoal da natureza da personalidade e esse ponto de vista tornou-se a definição deles. E é disso que trata este livro: conseguir entender as várias versões do conceito de personali-dade e analisar as diversas maneiras de definir a palavra eu.

Questões de Gênero e Etnia na PersonalidadeOs teóricos da personalidade aqui discutidos oferecem visões diferentes da natureza da persona-lidade humana. No entanto, apesar das suas divergências, eles compartilham de algumas caracte-rísticas definidoras: todos são brancos, de origem europeia ou norte-americana e na maioria são homens. Não havia nada de extraordinário nessa situação, dado o período no qual a maioria desses pesquisadores e teóricos estava desenvolvendo suas ideias. Naquela época, quase todos os gran-des avanços nas artes, filosofia, literatura e ciências, inclusive a elaboração do método científico, foram propostos por homens brancos norte-americanos ou europeus. Na maioria dos campos, as oportunidades educacionais e profissionais eram limitadas para as mulheres, negros e pessoas de outros grupos étnicos.

Além disso, na área de teoria da personalidade, quase todos os pacientes, clientes e pessoas estudadas em pesquisas nas quais essas teorias se baseavam também eram brancos – até mesmo os ratos de laboratório. Mas a maioria dos pacientes e sujeitos era formada por homens. No entanto, os teóricos de personalidade confiantemente ofereciam teorias que, por dedução, deveriam ser vá-lidas para todas as pessoas, independente do gênero sexual, raça ou origem étnica.

Nenhum dos teóricos afirmou explicitamente que suas visões se aplicavam somente a homens ou a brancos ou a norte-americanos ou que suas ideias poderiam não ser úteis para explicar a per-sonalidade de pessoas que fugiam a esse padrão. Embora os teóricos aceitassem, até certo ponto, a importância das forças sociais e ambientais na modelagem da personalidade, eles tenderam a ignorar ou minimizar a influência de antecedentes ligados ao gênero sexual e à etnia.

Nossas próprias experiências nos dizem que nossos irmãos foram expostos na infância a influências diferentes daquelas a que nós fomos e que, como resultado, cresceram com persona-lidades diferentes. Sabemos também de pesquisas em psicologia social e sociologia que crianças de ambientes diferentes – como de uma cidade do Meio-Oeste dos Estados Unidos com uma po-pulação predominantemente branca, uma comunidade de imigrantes asiáticos, um bairro hispâni-co de Los Angeles, uma aldeia dos Montes Apalaches, uma reserva de índios americanos ou um subúrbio negro abastado – são expostas a influências sociais e culturais diferentes. Se o mundo no qual as pessoas vivem e os fatores que afetam a sua criação diferem tanto, então com certe-za podemos esperar como resultado que as suas personalidades sejam também diferentes umas das outras.

E são, como demonstrado em um crescente corpo de pesquisa. Por exemplo, pense em um es-tudo clássico comparando a personalidade de universitários chineses em Hong Kong e no Canadá. Os que moravam em Hong Kong, uma cultura oriental, eram mais introvertidos do que os que mo-ravam no Canadá, uma cultura ocidental, dado que confirma uma pesquisa anterior que mostrava que as sociedades orientais no geral são mais introvertidas do que as ocidentais.

No mesmo estudo, imigrantes chineses que chegaram recentemente ao Canadá apresentaram um baixo nível de introversão similar ao dos chineses de Hong Kong. Contudo, os imigrantes chi-neses que residiam no Canadá há pelo menos dez anos e, por conseguinte, tiveram uma exposição maior à cultura ocidental, tiveram uma pontuação consideravelmente mais alta em extroversão do que os imigrantes mais recentes ou os residentes em Hong Kong. Nesse caso, as forças culturais provocaram um impacto na característica básica da personalidade (McCrae, Yik, Trapnell, Bond, Paulhus, 1998).

Meninos e meninas ainda são criados, em geral, segundo os estereótipos tradicionais e esse tipo de criação influencia a personalidade de diferentes modos. As pesquisas têm documentado

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Essa também não é uma definição com a qual todos os psicólogos concordam. Para maior precisão, analisemos o que cada teórico da personalidade quer dizer com o termo. Cada um deles oferece uma visão pessoal da natureza da personalidade e esse ponto de vista tornou-se a definição deles. E é disso que trata este livro: conseguir entender as várias versões do conceito de personali-dade e analisar as diversas maneiras de definir a palavra eu.

Questões de Gênero e Etnia na PersonalidadeOs teóricos da personalidade aqui discutidos oferecem visões diferentes da natureza da persona-lidade humana. No entanto, apesar das suas divergências, eles compartilham de algumas caracte-rísticas definidoras: todos são brancos, de origem europeia ou norte-americana e na maioria são homens. Não havia nada de extraordinário nessa situação, dado o período no qual a maioria desses pesquisadores e teóricos estava desenvolvendo suas ideias. Naquela época, quase todos os gran-des avanços nas artes, filosofia, literatura e ciências, inclusive a elaboração do método científico, foram propostos por homens brancos norte-americanos ou europeus. Na maioria dos campos, as oportunidades educacionais e profissionais eram limitadas para as mulheres, negros e pessoas de outros grupos étnicos.

Além disso, na área de teoria da personalidade, quase todos os pacientes, clientes e pessoas estudadas em pesquisas nas quais essas teorias se baseavam também eram brancos – até mesmo os ratos de laboratório. Mas a maioria dos pacientes e sujeitos era formada por homens. No entanto, os teóricos de personalidade confiantemente ofereciam teorias que, por dedução, deveriam ser vá-lidas para todas as pessoas, independente do gênero sexual, raça ou origem étnica.

Nenhum dos teóricos afirmou explicitamente que suas visões se aplicavam somente a homens ou a brancos ou a norte-americanos ou que suas ideias poderiam não ser úteis para explicar a per-sonalidade de pessoas que fugiam a esse padrão. Embora os teóricos aceitassem, até certo ponto, a importância das forças sociais e ambientais na modelagem da personalidade, eles tenderam a ignorar ou minimizar a influência de antecedentes ligados ao gênero sexual e à etnia.

Nossas próprias experiências nos dizem que nossos irmãos foram expostos na infância a influências diferentes daquelas a que nós fomos e que, como resultado, cresceram com persona-lidades diferentes. Sabemos também de pesquisas em psicologia social e sociologia que crianças de ambientes diferentes – como de uma cidade do Meio-Oeste dos Estados Unidos com uma po-pulação predominantemente branca, uma comunidade de imigrantes asiáticos, um bairro hispâni-co de Los Angeles, uma aldeia dos Montes Apalaches, uma reserva de índios americanos ou um subúrbio negro abastado – são expostas a influências sociais e culturais diferentes. Se o mundo no qual as pessoas vivem e os fatores que afetam a sua criação diferem tanto, então com certe-za podemos esperar como resultado que as suas personalidades sejam também diferentes umas das outras.

E são, como demonstrado em um crescente corpo de pesquisa. Por exemplo, pense em um es-tudo clássico comparando a personalidade de universitários chineses em Hong Kong e no Canadá. Os que moravam em Hong Kong, uma cultura oriental, eram mais introvertidos do que os que mo-ravam no Canadá, uma cultura ocidental, dado que confirma uma pesquisa anterior que mostrava que as sociedades orientais no geral são mais introvertidas do que as ocidentais.

No mesmo estudo, imigrantes chineses que chegaram recentemente ao Canadá apresentaram um baixo nível de introversão similar ao dos chineses de Hong Kong. Contudo, os imigrantes chi-neses que residiam no Canadá há pelo menos dez anos e, por conseguinte, tiveram uma exposição maior à cultura ocidental, tiveram uma pontuação consideravelmente mais alta em extroversão do que os imigrantes mais recentes ou os residentes em Hong Kong. Nesse caso, as forças culturais provocaram um impacto na característica básica da personalidade (McCrae, Yik, Trapnell, Bond, Paulhus, 1998).

Meninos e meninas ainda são criados, em geral, segundo os estereótipos tradicionais e esse tipo de criação influencia a personalidade de diferentes modos. As pesquisas têm documentado

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