Terapia Cognitiva e comportamental para dependência química
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TERAPIA EM GRUPO
Para o tratamento da Dependncia Qumica
ORGANIZADOR: ANDR LUIZ CHAVES YANG
SOROCABA
2014
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[2]
TERAPIA EM GRUPO
Para o tratamento da Dependncia Qumica
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[3]
Introduo
Nessa apostila ns iremos estudar a dependncia qumica naquilo que
interessa ao indivduo que est tentando parar o consumo de substncia
psicoativas.
Existe real escolha quando no se tem informao? Quando so veiculados
muito mais preconceitos e mitos sobre determinados assuntos do que fatos
cientficos e estatsticas bem feitas? Ou ser que nesse caso trata -se de
manipulao, travestida de escolha?
So vrias as informaes que podem ajudar. As decises tendem a ter
mais fora quando so fundamentadas, quando existem motivos claros e
consistentes para sustentar a mudana e, esse estudo tem como funo
principal trazer informaes cientficas, tornando conhecido os efeitos do
lcool e outras drogas no corpo, mente e comportamento, para que o
indivduo obtenha as informaes necessrias para tomar sua deciso. O
objetivo fornecer informaes cientficas sobre uma rea dominada po r
crenas e preconceitos.
Dentro dessa perspectiva fica minha sugesto: aproveite suas reunies.
Fique atento, aprenda, escute e pergunte, afinal a sua vida que est em
jogo e voc tem o dever de decidir, conscientemente, como quer conduzi-
la.
Atenciosamente Andr Luiz Chaves Yang
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[4]
Um olhar para a Dependncia Qumica
A Dependncia Qumica a manifestao de um sintoma e, desta forma apenas
consequncia das causas bastante peculiares para cada um.
Os aspectos individuais so determinantes na instalao do problema, no entanto, no
podemos deixar de considerar o papel social em que o lcool e outras drogas esto
inseridos. A humanidade cria suas prprias armadilhas, incentiva a criao de
subterfgios para lidar com: angustia, a impotncia, o limite, a falta de identidade,
entre outros, oferecendo produtos sedutores com promessas de resultados imediatos,
na fantasia de outra condio de vida. Nas prticas do consumo contnuo e
substitutivo, tudo h que se esperar do objeto, nada do sujeito, nem sequer a
memria, menos ainda a crtica; o sujeito do consumo desaparece por trs do objeto
que satisfaz e que, a partir de ento, o constitui.
A dependncia se configura numa condio fsica, psicolgica e social, muitas vezes
fruto da tentativa do indivduo de lidar com seus conflitos. Onde quer que a droga
aparea, ela sempre busca apresentar-se como a questo essencial; contudo, quanto
mais profundamente a encaramos, perceberemos a configurao de um sintoma, na
tentativa de calar aspectos fundamentais da vida e da subjetividade nos nossos dias.
A mudana se constitui na capacidade mnima de o indivduo lidar com as perdas,
sejam estas da sensao de um refgio imediato ou mesmo da perda de uma ideia de
companheira de todas as horas, encontrada no lcool, no tabaco e outras drogas.
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[5]
INTRODUO 3
UM OLHAR PARA A DEPENDNCIA QUMICA 4
PARTE 1 SNDROME DE ABSTINNCIA 6
PARTE 2 O QUE A DEPENDNCIA QUMICA 9
PARTE 3 FARMACOLOGIA 13
PARTE 5 TERAPIA COGNITIVA E COMPORTAMENTAL 28
MATRIZ DECISRIA 29
SITUAES DE ALTO RISCO 30
ASSERTIVIDADE 33
HABILIDADE DE INICIAR CONVERSAES 36
HABILIDADE DE FAZER E RECEBER CRTICAS. 39
HABILIDADES DE RECUSA 46
OUVIR E FALAR SOBRE SENTIMENTOS E OPINIES 48
DAI - DECISES APARENTEMENTE IRRELEVANTES 52
HABILIDADE DE RESOLUO DE PROBLEMAS 55
AUMENTO DE ATIVIDADES AGRADVEIS 58
MANEJO DO PENSAMENTO DISFUNCIONAL 60
MANEJO DA RAIVA 64
VERGONHA 67
PLANEJAMENTO PARA EMERGNCIAS 78
CONTATO: 81
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Parte 1 Sndrome de abstinncia
Iniciamos nosso estudo pelo tema sndrome de abstinncia e isto no por acaso. A
grande maioria dos indivduos que desenvolveram alguma dependncia, quando
cessam o uso, iro sentir os sintomas da ausncia da substncia. No decorrer dos anos
de trabalho percebi que de grande valor falar sobre a sndrome de abstinncia para
que quando o indivduo sinta qualquer um desses sintomas possa agir de forma
coerente.
O processo de retirada das drogas desagradvel. Alguns podem sentir intensamente
os sintomas, outros podem passar com menos perturbao, dependendo do tipo de
droga, o nvel de dependncia e a reao de seu organismo retirada e ao
medicamento disponvel. O mais importante saber que essa fase inevitvel, mas
que com o tempo os sintomas iro diminuir e, eventualmente, desaparecer, ento
vamos enfrent-los agora, no podemos mais adiar essa atitude.
Afinal o que sndrome de abstinncia
A palavra sndrome quer dizer: conjunto de sinais e sintomas e, abstinncia quer dizer:
deixar de fazer algum comportamento, logo, uma interpretao vlida para sndrome
de abstinncia, na dependncia qumica, : um conjunto de sinais e sintomas que
aparece quando paramos de usar.
Sndrome de abstinncia do lcool
A sndrome de abstinncia inicia-se horas aps a interrupo ou diminuio do
consumo. Tremores nas extremidades e nos lbios so sintomas mais comuns, alm de
nuseas, vmitos, sudorese, ansiedade e irritabilidade.
Casos mais graves podem evoluir para convulses, Alucinose alcolica e delirium
tremens.
Convulses
A retirada ou diminuio da ingesto de lcool abrupta do organismo pode ocasionar
convulses. Das convulses resultantes da cessao ou reduo do consumo de lcool
90% ocorrem at 48h aps a interrupo do uso
Delirium Tremens
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[7]
Delirium Tremens uma forma grave de abstinncia, geralmente iniciando-se entre
um e quatro dias aps a interrupo do uso de lcool, com durao de at trs ou
quatro dias. caracterizado pelo rebaixamento do nvel de conscincia, com
desorientao, alteraes senso perceptivas, tremores e sintomas autonmicos
(taquicardia, elevao da presso arterial e da temperatura corporal).
Alucinose alcolica
Alucinao mais tipicamente auditiva que ocorre aps um perodo de pesado consumo
alcolico. uma complicao da abstinncia alcolica. As alucinaes so vvidas, e
costumam ocorrer num cenrio de clara conscincia. Incluem som de tiques, rugidos,
baladas de sinos, cnticos e vozes que normalmente ocorrem 48 horas aps a cessao
ou reduo do consumo.
Os paciente expressam medo, ansiedade e agitao decorrentes dessas experincias.
Sndrome de abstinncia da Maconha
Estudos demonstraram que sujeitos que haviam cessado o consumo dirio de
maconha relataram esses sintomas algumas horas aps a ltima ingesto
Desassossego interno
Irritabilidade
Calores repentinos
Insnia
Suores
Inquietude
Coriza
Soluos
Diminuio do apetite
Nuseas
Dores musculares
Ansiedade
Sensao de frio
Diarreia
Sensibilidade aumentada luz
Vontade intensa de usar a droga
Depresso
Perda de peso
Tremores discretos.
Sndrome de abstinncia da Cocana/Crack
A sndrome de abstinncia da cocana pode ser dividida em trs fases:
1. Crash
Ocorre uma drstica reduo do humor e da energia, 15 a 30 mim aps o ltimo uso.
Experimentam craving fissura, depresso, ansiedade e paranoia. O craving diminui
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de 1 a 4 horas depois e substitudo por um forte desejo de dormir, consiste em
hipersonolncia, que dura de 8 horas a 4 dias e normaliza o humor.
2. Abstinncia
Essa fase comea de 12 a 96 horas aps o crash e pode durar de 2 a 12 semanas.
Decorre do aumento do nmero e da sensibilidade dos receptores de dopamina. A
anedonia (perda da capacidade de sentir prazer) importante nesse perodo e
contrasta com as memrias eufricas do uso. A presena de fatores e situaes
desencadeadoras de craving normalmente supera o desejo de se manter a abstinncia
e as recadas so comuns nessa fase. Ansiedade, hiper/hipossonia, hiperfadiga e
alteraes psicomotoras (tremores, dores musculares, movimentos involuntrios) so
outros sintomas tpicos dessa fase.
3. Extino
Nessa fase, ocorre a resoluo completa dos sinais e sintomas fsicos. O craving
sintoma residual que aparece eventualmente, condicionado a lembranas do uso e
seus efeitos. Seu desaparecimento gradual e podem durar meses ou anos.
Sndrome de abstinncia da nicotina
Em um perodo que pode ser de poucos minutos alguns fumantes j comeam a
apresentar os primeiros sintomas da sndrome de abstinncia. Seus sintomas e a
intensidade destes podem persistir por meses, e, dependendo da gravidade, so pouco
tolerados.
Os sintomas psicolgicos relacionados falta de nicotina so humor disfricos ou
deprimido, insnia, irritabilidade, frustrao, raiva, ansiedade e dificuldade de
concentrao.
J os sinais fsicos so taquicardia, hipertenso tremores e sudorese.
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[9]
Parte 2 O que a dependncia qumica
Fundamentos
... Toda a nossa vida e nossos pensamentos estavam centrados em drogas, de uma forma ou de outra obtendo, usando e encontrando maneiras e meios de conseguir mais. Um adicto simplesmente um homem ou uma mulher cuja vida controlada pelas drogas. Estamos nas garras de uma doena progressiva, que termina sempre da mesma maneira: prises, instituies e morte. (Narcticos Annimos, 2006)
O texto, retirado do texto bsico de Narcticos Annimos, ilustra o contexto no qual se encontra o indivduo que desenvolveu a dependncia qumica. Esse indivduo encontra-se gravemente perturbado pelos efeitos que o uso contnuo do lcool e outras drogas pode causar. Esclarecer sobre o que a dependncia qumica pode ajudar o indivduo que tem problemas devido ao abuso de substncias.
O que so drogas?
Drogas so substncias que produzem mudanas nas sensaes, no grau de conscincia
e no estado emocional das pessoas. As alteraes causadas por essas substncias variam
de acordo com as caractersticas de quem as usa. Da drogas escolhida, da quantidade,
frequncia, expectativas e circunstncias em que consumida.
Essa definio inclui produtor ilegais (cocana, maconha, ecstasy, herona...) e tambm
produtos como bebidas alcolicas, cigarros, remdios, que so legais, apesar de haver
restries em sua comercializao. Por exemplo: proibida a venda de bebidas
alcolicas para menores de idade.
reas afetadas pelo consumo de drogas
BIO: biolgica.
Sabemos que as drogas causam uma srie de danos sade do indivduo, isso inclui, principalmente, danos ao corao, pulmo, rins, estmago, fgado e crebro. Apesar do grande prejuzo, normalmente, quando no h danos irreversveis, a parte fsica a mais rpida de se recuperar. a primeira parte a ser tratada atravs, principalmente, da cessao da ingesto da substncia, de uma alimentao nutritiva, atividade fsica, o sono regular e todos os cuidados mdicos necessrios. Em cerca de dois a trs meses j
no se percebe que o indivduo fazia o uso de lcool eou outras drogas.
PSICO: Psicolgica.
Baixa autoestima, descontrole emocional, pensamento distorcido, depresso e ansiedade so alguns dos danos que a droga e o estilo de vida do dependente qumico causam na mente.
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[10]
SOCIAL: a vida social, ou seja, trabalho, escola, famlia, relacionamentos, etc.
Com a progresso da doena o indivduo comea, naturalmente, a selecionar ambientes que aprovam seu consumo, se afastando de ambiente saudveis. Com o aumento do tempo necessrio para uso, decorrente do desenvolvimento de tolerncia, ele prejudica sua capacidade de trabalhar, estudar ou manter qualquer atividade que exija pontualidade e disciplina. O relacionamento familiar piora no mesmo padro em que a doena progride, a famlia s vezes se torna um inimigo, um obstculo entre o dependente e a droga.
Caractersticas comuns em pacientes que desenvolveram a dependncia
qumica. O Quadro abaixo mostra algumas caractersticas comuns, mas no
regras, em pessoas que desenvolveram a dependncia qumica. A presena
ou no desses fatores na vida de um dependente pode variar em quantidade
e intensidade.
Abuso na infncia, doenas psiquitricas
associadas (comorbidades), consumo como
forma de resoluo de conflito, apreo
pelos efeitos vivenciados.
Predisposio gentica, sistema de
recompensa cerebral do SNC, resistncia
aos efeitos da substncia
Baixa escolaridade, Excluso Social, Famlia desestruturada, Ambientes permissivos,
Estimulo ao consumo.
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[11]
Uso, Abuso e Dependncia.
No existe uma fronteira clara entre uso, abuso e dependncia. Podemos definir uso
como qualquer consumo de substncias, seja para experimentar, seja espordico ou
episdico; uso nocivo definido como consumo de substncia j associado a algum
tipo de prejuzo (biolgico psicolgico ou social); e, por fim dependncia como
consumo sem controle, geralmente associado a srios danos para o usurio.
Uma coisa a pessoa intoxicar-se. Outra coisa , por estar intoxicada ou intoxicar-se
frequentemente, sofrer um acidente, desenvolver uma cirrose, brigar com o patro ou
com os familiares, ser detida por policiais, etc. a figura a seguir mostra essas diferenas
e dimenses. No eixo horizontal temos a dimenso Dependncia. No eixo vertical,
est representada a ampla variedade de problemas associados ao uso de drogas,
incluindo os de natureza fsica, psicolgica, familiar e social.
A figura abaixo nos d uma boa ideia sobre uso abuso e dependncia:
Quadrante A: neste quadrante, localizamos os indivduos que, independentemente de
seus padres de uso, no apresentam indicao alguma de dependncia, nem
problemas associados ao uso. Pensando no lcool, seriam os chamados bebedores
sociais.
Quadrante B: aqui encontramos os indivduos cujo
padro de uso j lhes traz algum tipo de dano,
prejuzo, complicao, ou problema que afeta seu
funcionamento fsico, psquico, familiar, ou social.
No entanto, no evidenciam o menor grau de
dependncia. Seriam os usurios nocivos
Quadrante C: representa os indivduos cujos
padres de ingesto acham-se evidentemente,
associados a danos, prejuzos, complicaes, ou problemas e que apresentam,
inequivocamente, algum grau de dependncia. Esses indivduos so os dependentes
propriamente ditos.
Quadrante B: uma possibilidade inexistente, uma vez que inconcebvel um
indivduo com algum grau de dependncia, mesmo que mnimo, sem que ao menos o
prprio diagnstico de dependncia no seja considerado um problema.
B C
D A
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Veja quais so os critrios para diagnosticar uma pessoa como dependente qumico ou
usurio nocivo:
Critrios da Classificao Internacional de Doenas Dcima edio (CID-10) para dependncia de substncias
CID-10 Critrios para dependncia de substncias
O diagnstico de dependncia deve ser feito se trs ou mais dos seguintes critrios so experincia dos ou manifestos durante os ltimos 12 meses:
Um desejo forte ou senso de compulso para consumir a substncia
Dificuldades em controlar o comportamento de consumir a substncia em termos de incio, trmino e nveis de consumo.
Estado de abstinncia fisiolgica, quando o uso da substncia cessou ou foi reduzido, como evidenciado por: sndrome de abstinncia caracterstica para substancia, ou o uso da mesma substncia (ou de uma intimamente relacionada) com a inteno de aliviar ou evitar os sintomas de abstinncia.
Evidncia de tolerncia, de tal forma que doses crescentes da substncia psicoativa so requeridas para alcanar efeitos originalmente produzidos por doses mais baixas
Abandono Progressivo de prazeres ou interesses alternativos em favor do uso da substncia psicoativa: aumento da quantidade de tempo necessrio para obter ou tomar a substncia ou recuperar-se de seus efeitos
Persistncia no uso da substncia, a despeito de evidncia clara de consequncias manifestamente nocivas, tais como danos ao fgado por consumo excessivo de bebidas alcolicas, estados de humor depressivos como consequncia do consumo excessivo da substncia, ou comprometimento do funcionamento cognitivo relacionado com a droga: deve-se procurar determinar se o usurio estava realmente consciente da natureza e extenso do dano
Critrios da classificao estatstica internacional de doenas dcima edio (CID-10) para uso nocivo de substncias
CID 10 Critrios para o uso nocivo de substncias
O diagnstico requer que um dano real tenha sido causado sade fsica e mental do usurio
Padres nocivos de uso so frequentemente criticados por outras pessoas e esto associados a consequncias sociais adversas de vrios tipos
A intoxicao aguda ou a ressaca no por si mesma evidncia suficiente do dano sade requerido para codificar o uso nocivo
Uso nocivo no deve ser diagnosticado se a sndrome de dependncia, um distrbio psictico ou outra forma especfica de distrbio relacionado com lcool ou drogas estiver presente.
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[13]
Parte 3 Farmacologia
Conceito
Farmacologia a cincia que estuda como as substncias qumicas interagem com os
sistemas biolgicos.
Farmacologia da Cocana/Crack
O uso da cocana comeou nos pases andinos (Peru, Bolvia, Equador e Colmbia) h
mais de 2.000 anos. Seu isolamento qumico foi feito por um alemo, chamado Albert
Niemann.
Koller, mdico oftalmologista austraco, descreveu as propriedades anestsicas da
cocana e introduziu seu uso em cirurgias oftalmolgicas
O uso de cocana apresentou vrios danos sade, e tal fato levou a proibio e ela
quase desapareceu no comeo do sculo XX. Seu reaparecimento foi em 1960, como
droga de elites econmicas.
Formas de Consumo
A cocana pode ser injetada, inalada ou fumada (crack). Assim, o crack no uma
droga nova: uma forma de cocana que pode ser administrada via pulmonar. A
diferena que a absoro mais rpida e produz, aparentemente, um efeito mais
intenso.
Na farmacologia ela tem trs efeitos principais:
1. Anestsico local
2. Vasoconstritor
3. Um poderoso psicoestimulante
Principais efeitos cardiovasculares:
1. Taquicardia
2. Aumento da presso arterial
Ao mesmo tempo em que o corao est sendo estimulado, a vasoconstrio privam o
msculo cardaco do sangue necessrio. Essa combinao pode causar grave arritmia
ou ataque cardaco (mesmo em jovens usurios). Alm disso a vasoconstrio pode
causar danos a outros rgos: aos pulmes de indivduos que fumam cocana;
destruio da cartilagem nasal de quem inala e danos ao trato gastrointestinal
Efeitos sobre o SNC
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[14]
Com o uso continuado, esses sistema passa a necessitar da droga para exercer suas
funes e os estmulos naturais para ativ-lo tornam-se insuficientes. O uso crnico de
estimulantes resulta no esvaziamento dos neurotransmissores que produzem a
sensao de prazer.
As sinapses operam usando um sistema de feedback negativo. Logo, mudanas
compensatrias ocorrem pra permitir que os neurnios se adaptem s alteraes
causadas (tolerncia).
Alm da dependncia, a intoxicao do SNC pode causar dores de cabea, perda de
conscincia temporria, convulses e morte; Alguns desses efeitos so decorrentes do
aumento da temperatura corporal.
Efeitos Psicoativos que favorecem a Dependncia
Os efeitos estimulantes da cocana parecem aumentar as habilidades fsica e mentais
dos usurios. Experimentam euforia, exaltao da energia e da libido, diminuio do
apetite, exacerbao do estado de alerta e aumento da autoconfiana. Altas doses da
cocana intensificam a euforia, a agilidade, a verbosidade e os comportamentos
estereotipados e alteram o comportamento sexual. Esses efeitos positivos encorajam o
uso e a dependncia dessa droga. Esses sentimentos de alegria e confiana causados
pela cocana podem transformar-se facilmente em irritabilidade, inquietude e
confuso. O uso da cocana aumenta o risco de suicdio, traumas maiores e crimes
violentos.
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[15]
Os diversos efeitos do uso agudo so descritos no quadro a seguir;
Sistema Efeitos do uso agudo
Geral: Psicolgicos
Euforia
Sensao de bem-estar
Estimulao mental e motora (ficar Ligado)
Aumento da autoestima
Agressividade
Irritabilidade
Inquietao
Sensao de anestesia
Geral: Fsico
Aumento do tamanho das pupilas
Sudorese
Diminuio do apetite
Diminuio da irrigao sangunea dos rgos
Neurolgico Tiques (coordenao motora diminuda)
Derrame cerebral
Convulso
Dor de cabea
Desmaio
Tontura
Tremores
Tinido no ouvido
Viso embaada
Psquico
Depresso (efeito rebote da intensa excitao)
Desconfiana e sentimento de perseguio (Noia)
Cardiovascular
Aumento dos batimentos cardacos
Batimento cardaco irregular
Aumento da presso arterial
Ataque cardaco
Respiratrio Parada respiratria
Tosse
Social
Isolamento
Falar muito
Desinibio
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[16]
Efeitos do uso Crnico
O uso prolongado da cocana faz com que o SNC promova algumas modificaes para
adaptar-se nova situao.
Tolerncia
a necessidade de doses cada vez maiores para se obter o efeito esperado. No caso da
cocana, a tolerncia aparece para os efeitos euforizantes e cardiovasculares.
A sensao de EUFORIA desaparece completamente com o uso de doses regulares.
A TOLERNCIA CARDIACA parcial: com o uso repetido, h a diminuio da frequncia
cardaca, apesar de ainda manter-se acima da mdia.
Sensibilizao
a exacerbao da atividade motora e dos comportamentos fixos aps a exposio a
doses repetidas de cocana. A depleo dopaminrgica, resultado do uso crnico de
cocana, provoca alteraes anatmicas e funcionais nos receptores neurais: h um
aumento do nmero e da sensibilidade dos receptores ps-sinpticos de dopamina.
Com a administrao de cocana, a dopamina liberada na fenda, alm de permanecer
mais tempo por ali, encontrar um nmero maior de receptores mais sensveis para
estimular.
Kindling
O processo de sensibilizao pode levar ao aparecimento de convulses.
Neurnios de determinadas regies do crebro expostos intermitentemente s
propriedades anestsicas da cocana tornam-se mais sensveis aos seus efeitos e
disparam com maior rapidez a cada exposio. Com o uso crnico, a resposta neural
intensa, mesmo perante baixas doses da substncia. O sistema lmbico tem seu
funcionamento eltrico alterado e essa disfuno pode se espalhar, causando
convulses generalizadas.
Overdose
Uma dose suficientemente alta pode levar a falncia de um ou mais rgos do corpo,
provocando overdose, que pode acometer qualquer tipo de usurio (crnico, eventual
ou iniciante). Os principais sistemas envolvidos na overdose so o circulatrio, o
nervoso central, o renal e o trmico.
A overdose acontece em duas fases:
A excitao inicial seguida por fortes dores de cabea, vmitos e convulses graves.
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[17]
Perda de conscincia, depresso respiratria e falha cardaca, levando morte.
Complicaes Psiquitricas
Altas doses podem provocar alteraes graves de comportamento devido ao prejuzo
na capacidade de julgamento, da memria e do controle do pensamento.
A sensao intensa de medo e paranoia pode levar o indivduo a recorrer de violncia.
Formigamento e sensao de insetos rastejando sob a pele podem levar a escoriaes
na pele.
Ansiedade, insnia e depresso so exacerbadas com o uso.
Entre uma ingesto e outra os usurios ficam irritveis e disfricos.
Complicaes sociais
Nas dcadas de 1960 e 1970 pensava-se que os estimulantes promoviam o convvio e
eram utilizados como drogas de festas. As pessoas os usavam inicialmente para
reduzir a inibio social e promover a comunicao interpessoal.
No entanto, o uso continuado provoca paranoia. Logo, os usurios passam a evitar
aqueles que julgam poder prejudic-los.
Consequncias sociais
Menor participao social
Menor capacidade de julgamento, resultando em dificuldades profissionais,
familiares, sociais e comportamentos de risco.
Prejuzo da capacidade para o trabalho
Comportamento violento a principal causa de morte entre usurios
(acidentes, suicdio, homicdio).
Atividade criminosa Roubo para manuteno do uso
Prostituio como moeda de troca.
Comportamento sexual de risco sexo desprotegido e com mltiplos parceiros.
Disseminao de doenas e infeces (HIV Seringas e sexo)
Efeitos sobre as crianas maus tratos, maus cuidados, abuso, prejuzos no
desenvolvimento...
Rompimento de vnculos familiares.
Custos econmicos: internaes, tratamento do usurio e familiares.
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[18]
Farmacologia lcool
Introduo
O uso do lcool detectado desde os tempos pr-bblicos, mas somente na virada do
sculo XVIII para o sculo XIX, aps a revoluo industrial inglesa, que aparece, na
literatura, o conceito do beber nocivo.
A produo do lcool at o sculo XVIII era artesanal. Com a revoluo industrial
inglesa, passou-se a produzi-las em larga escala, reduzindo o seu custo. Soma-se a isso
o fato de que, com a urbanizao, o perfil das relaes sociais foi modificado e o lcool
tem um importante papel nessas relaes.
Todas essas mudanas permitiram que um nmero muito maior de pessoas passassem
a consumir o lcool com maior frequncia. Foi a partir da que alguns mdicos
comearam a observar uma srie de complicaes fsicas e mentais, decorrentes desse
uso excessivo.
Frases da poca
Beber comea com um ato de liberdade, caminha para o habito e, finalmente, afunda
na necessidade
Benjamim Rush mdico 1790
O hbito da embriaguez uma doena da mente.
Thomas Trotter, mdico, sc. XIX
Transtornos fsicos
Transtornos
Gastroenterolgicos
Transtornos
Musculoesquelticos
Transtornos Endcrinos
Cncer
Doenas cardiovasculares
Doenas respiratrias
Transtornos metablicos
Transtornos hematolgicos
Transtornos do SNC e
perifricos
Doenas hepticas
Os danos ao fgado constituem as consequncias mais srias do consumo excessivo do
lcool. Mudanas irreversveis tanto na estrutura quanto no funcionamento do fgado
so comuns. A maioria das mortes (75%) atribudas ao alcoolismo causada por
cirrose.
So elas:
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[19]
Fgado gorduroso
Hepatite alcolica
Cirrose alcolica
Transtornos Psiquitricos
Intoxicao alcolica aguda
Convulses
Delirium tremens
Alucinose alcolica
Intoxicao patolgica
Blackouts alcolicos
Depresso
Suicdio
Hipomanaca
Ansiedade
Cime patolgico
Transtornos de personalidade
Transtornos alimentares
Esquizofrenia
Complicaes sociais
Intoxicao Aguda
A intoxicao aguda quando o indivduo ingere uma grande quantidade da
substncia. As alteraes de comportamento decorrentes da intoxicao alcolica
aguda incluem comportamento sexual inadequado, agressividade, diminuio do
julgamento crtico e funcionamento social e ocupacional prejudicados.
Intoxicao Patolgica
Incio sbito de comportamento agressivo e frequentemente violento, no tpico do
indivduo quando sbrio, que ocorre logo aps a ingesto do lcool. Existe
classicamente uma amnsia para o evento e o que se alega que o agressor estava em
um estado de transe ou automatismo. O episdio normalmente seguido por um
longo perodo de sono.
Blackouts alcolicos
Referem-se a perda de memria induzida pela intoxicao. Essas ocorrncias so
relatadas em 1/3 dos indivduos dependentes e, tambm, so relativamente comuns
em usurios sociais, aps um episdio de uso pesado. Podem ser em bloco (densa e
total) ou fragmentria (fragmentos de amnsia). Durante um blackout, uma pessoa
pode realizar qualquer tipo de atividade sem parecer estar num estado mental
alterado.
Complicaes sociais
Uma complicao social implica no fracasso em cumprir adequadamente um papel
social desejado, ser pai/me, marido/esposa, filho/filha, profissional, estudante,
motorista, etc. e que resulta em prejuzos para si mesmo e, quase que
inevitavelmente, para outras pessoas. O indivduo alcoolista geralmente perde sua
reputao e a maneira como as outras pessoas pensam ou regem em relao a ele
acaba reforando seu novo papel como alcoolista
reas mais afetadas:
Funcionamento familiar
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[20]
Problemas no trabalho
Habitao
Dificuldades financeiras
Crimes
Dirigir alcoolizado
Vitimizao
Funcionamento familiar e violncia domestica
O uso abusivo do lcool (e outras drogas) est frequentemente associado a mau
funcionamento familiar, violncia domstica e abuso fsico e sexual de crianas.
Problemas no trabalho
So muitas as influncias adversas que o uso abusivo do lcool pode ter sobre o
trabalho acometem desde a presidncia ao cho da fbrica. Os perigos e prejuzos
variam de acordo com a profisso.
Habitao
Nas reas urbanas, os problemas de habitao e os problemas com uso abusivo de
lcool geralmente caminham juntos. So eles:
M manuteno da casa
Problemas com os vizinhos
Falta de pagamento de aluguis e taxas
Muitas mudanas de endereo
Dificuldades financeiras
Beber excessivamente um ato dispendioso. Alm das despesas com si prprios,
muitos usurios gastam dinheiro com amigos, taxis para voltar pra casa, almoos fora
de casa, consumo aumentado de cigarros, jogos uma demisso de emprego, etc.
Crimes
Com muita frequncia o lcool parece ser o responsvel pela desinibio e liberao
de comportamentos violentos ou sexualmente agressivos, mas isso no prova que o
lcool causou o comportamento criminoso, apesar de estar cada vez mais comprovada
essa ligao genuna.
Dirigir alcoolizado
Apesar da legislao atual o ndice de pessoas que dirigem alcoolizadas de 16%
Vitimizao
Uma pessoa embriagada torna-se alvo fcil de ladres e pessoas violentas.
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[21]
Farmacologia Tabaco
Introduo
A organizao mundial da sade (OMS) estima que um tero da populao mundial
seja fumante. 1.200.000.000 pessoas fumantes.
No Brasil, segundo pesquisa do centro brasileiro de informaes sobre drogas
psicotrpicas (CEBRID) o nmero de pessoas que j experimentaram tabaco de 44%,
sendo que 10,1% so dependentes da nicotina
O Tabagismo uma pandemia (epidemia que atinge propores mundiais) responsvel
pela segunda causa principal de morte. Atualmente , responsvel pela morte de 1 a
cada 10 adultos no mundo (aproximadamente 5 milhes de mortes a cada ano).
Acredita-se que metade das pessoas que fumam hoje morrer eventualmente em
decorrncia de doenas relacionadas ao tabaco.
Farmacologia
A nicotina uma droga vasoconstritora (reduz o tamanho das veias/ artrias),
hipertensora e agregante plaquetria (acumula placas de gordura).
O tabagismo fator de risco para mais de 50 doenas. Entre elas podemos citar:
Doenas cardiovasculares
Angina
Infarto agudo do miocrdio
Acidente vascular cerebral
Tromboangiite obliterante
Cnceres
Pulmo
Boca
Laringe
Esfago
Rim
Bexiga
tero
Fgado
Faringe
Pncreas
Doenas pulmonar obstrutiva crnica:
Bronquite/ enfisema
Citam-se ainda:
Hipertenso arterial
Leucemia
Catarata
Menopausa precoce
lcera pptica
Disfuno ertil
Impotncia sexual
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Farmacologia Maconha
Introduo
O primeiro registro do uso de Cannabis Aparece no Book os Drugs, escrito em 2737
a.C. pelo imperador chins Shen Nung: prescrevia Cannabis para tratamento de gota,
malria, dores reumticas e doenas femininas. Aparentemente os chineses tinham
muito respeito pela planta. Durante milhares de anos, utilizavam-na medicinalmente e
dela extraam fibras para fabricao de tecido. Porm, foi somente no incio do sculo
XX que o uso da Cannabis como medicamento praticamente desapareceu no mundo
ocidental, em razo da descoberta de drogas sintticas.
Recentemente voltou-se a discutir o uso teraputico da maconha, gerando
considervel controvrsia a respeito. Por um lado, estudos j demonstraram que o
princpio ativo puro da maconha [delta-9-tetra-hidrocanabinol (THC)] til no alvio de
nuseas e vmitos e na estimulao do apetite. Os efeitos analgsicos,
antiespasmdicos, anticonvulsivantes, de bronco dilatao em casos de alvio da
presso intraocular em casos de glaucoma requerem mais pesquisas. Porm, por outro
lado, existem medicamentos sintetizados, para essas finalidades, mais seguros e
eficazes, no justificando a utilizao de uma droga que pode gerar dependncia e
cujos efeitos nocivos ainda no so completamente conhecidos.
A maconha a droga ilcita mais consumida no mundo. Em, 2006, o United Nations
Office on Drugs na Crime (UNODC) estimou que 166 milhes de pessoas ou 3,9% da
populao mundial, de idades entre 15 e 64 anos, consumiram maconha.
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Efeitos do uso agudo
Gerais Relaxamento
Euforia
Aumento do prazer sexual
Pupilas dilatadas/ conjuntivas vermelhas
Boca seca
Aumento do apetite
Alvio da dor
Dores de cabea
Tontura
Nusea reduzida
Risco maior de acidentes
Cansao
Psquicos Ansiedade, leve grave
Ataques de pnico
Risco aumentado de sintomas psicticos
Pensamentos profundos / mudanas de nvel de conscincia
Sentidos mais aguados
Neurolgios Ateno e memria alteradas
Lentido
Coordenao motora alterada
Respiratrios Rinite/faringite
Tosse, asma, etc.
Cardiovasculares Palpitao, agitao/tenso
Aumento da presso arterial
Efeitos do uso crnico
Dependncia
Fadiga crnica e letargia (moleza)
Dor de cabea
Irritabilidade
Dor de garganta crnica
Problemas respiratrios (bronquite, piora da asma, tosse, etc.)
Diminuio a coordenao motora
Alteraes da ateno, concentrao e memria
Depresso
Ansiedade
Mudanas rpidas de humor
Isolamento social
Afastamento das atividades escolares e de trabalho, lazer e outras atividade sociais
Sndrome amotivacional
Ataques de pnico
Mudanas de personalidade
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Problemas Associados ao Uso de Maconha
1. Uso precoce
Estudos recentes mostram evidncias que o uso precoce da maconha um preditor de
uso nos anos subsequentes: um estudo com jovens australianos mostra que de cada 5
indivduos que fizeram o uso de maconha em algum momento da vida quatro
continuaro depois. Alm disso, quanto mais precoce for o incio maiores os prejuzos
da droga no organismo.
2. Dependncia
A dependncia da maconha diagnosticada, h algum tempo, nos mesmos padres
que outras substncias. Muitos estudos comprovam que estes critrios de
dependncia aplicam-se to bem dependncia da maconha quanto a outras drogas.
Comparada outras drogas, um entre dez indivduos que usaram maconha na vida se
torna dependente num perodo de quatro a cinco anos de consumo pesado. Este risco
comparvel ao risco de dependncia do lcool (15%) do que de outras drogas
(tabaco 32% e opiides 23%).
3. Sndrome de abstinncia
Verificar parte 1, sndrome de abstinncia de maconha.
4. Alterao das funes cognitivas
O uso prolongado de maconha pode acarretar alteraes sutis na memria, ateno,
organizao e interao de informaes complexas. Apesar de sutis, essas alteraes
podem afetar o funcionamento do dia-a-dia. Chegou-se a observar que usurios de
maconha tendem a obter resultados inferiores a no usurios em testes que medem a
capacidade intelectual (QI).
No se sabe ainda se os danos podem ser completamente revertidos aps a cessao
do uso de maconha, mas os principais sintomas tendem a desaparecer com a
continuidade da abstinncia.
5. Prejuzo das vias respiratrias
O uso crnico da maconha est associado bronquite crnica, provocando danos a
longo prazo s vias respiratrias, o que pode levar, em ltima instncia, ao cncer de
pulmo e destas vias.
6. Sndrome amotivacional
Dentre os efeitos negativos do uso da maconha mais mencionados na prtica clnica e
em estudos, a sndrome amotivacional, que a perda de vontade, energia e motivao
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para realizar as atividades rotineiras, a amais evidente. Os usurios de maconha no
abandonam suas ocupaes, compromissos sociais e familiares, mas se sentem muito
estagnados e paralisados para perseguir outros objetivos ou mesmo modificar algo
que, nesta situao, os incomoda.
Mitos e verdades
MITO: A maconha pode deixar o usurio louco
VERDADE: A maconha pode induzir a uma psicose aguda (desorganizao mental
grave), com os seguintes sintomas: confuso mental, perda da memria, delrio,
alucinaes, ansiedade, agitao. Este quadro est muito associado ao perodo de
intoxicao. A maconha pode precipitar quadros psicticos como a esquizofrenia em
pessoas vulnerveis. Pode tambm exacerbar sintomas naquelas pessoas que j
apresentaram alguma doena mental, como esquizofrenia e depresso.
MITO: Fumar maconha durante a gravidez no to perigoso
VERDADE: Estudos sugerem que o uso da maconha durante a gravidez, principalmente
no primeiro semestre, gera dificuldades de desenvolvimento fetal e nascimento de
bebs abaixo do peso, pois esta droga estimula parto prematuro, aumenta a
possibilidades de defeitos no nascimento, os bebs podem apresentar distrbios de
comportamento e desenvolvimento durante as primeira semanas aps o nascimento e
mais tarde dos 4 aos 12 anos.
MITO: A maconha no gera dependncia
VERDADE: A maioria das pessoas que experimenta esta droga no se torna usurio
regular e, destes, poucos se tornam dependentes. Um estudo recente nos Estados
Unidos mostrou que 10% dos que experimentam maconha se tornam dependentes,
15% dos que experimentam lcool se tornam dependentes e 17% dos que
experimentam cocana se tornam dependentes, ela possui sndrome de abstinncia
(ver parte 1 sndrome de abstinncia de maconha) e evidncia de tolerncia. Hoje em
dia, a dependncia de maconha vista da mesma forma que a de outras drogas.
MITO: Fumar maconha faz menos mal que cigarro
VERDADE: No porque o cigarro uma droga considerada legal que faa menos mal
que a maconha. O cigarro de maconha possui tambm o alcatro, entre outra
substncias, que um dos mais nocivos componentes que o cigarro possui. Mas a
maconha e o cigarro compartilham alguns efeitos tanto agudos como crnicos, dentre
eles os efeitos irritativos nos pulmes e efeitos estimulantes, tanto na nicotina como
no THC, no corao, principalmente para indivduos com algum problema prvio neste
rgo. No que se refere aos efeitos crnicos, tanto cigarro quanto a maconha geram
distrbios respiratrios crnicos, tipo bronquite, cncer de pulmo, boca, esfago e
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estmago. A quantidade de cigarros de tabaco fumadas maior que a mdia dos que
fumam maconha, mas o tempo que o usurio de maconha retm a fumaa nos
pulmes e o fato de fumarem sem filtro, o que faz com que sua fumaa tenha 50%
mais substncias cancergenas que o tabaco, facilita ainda mais o aparecimento de
irritao e cncer nas vias respiratrias.
MITO: Fumar maconha faz menos mal que lcool.
VERDADE: O uso agudo da maconha traz pelo menos os mesmo riscos do que a
intoxicao pelo lcool. As duas drogas produzem:
1. Dependncia.
2. Alteraes mentais significativas.
3. Comprometimento do desempenho profissional.
4. Aumento da mortalidade por acidentes, suicdio e violncia.
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REFERNCIA BIBLIOGRFICAS
- FLIGIE, Neliana Buzi; Bordin, Selma; LARANJEIRA, Ronaldo. Aconselhamento em
dependncia qumica. Segunda edio. So Paulo: Roca, 2010.
- ZANELATTO, Neide A.; LARANJEIRA, Ronaldo. O tratamento da dependncia
qumica e as terapias cognitivo-comportamentais. Terapia Cognitivo-
Comportamental em Grupos. Porto Alegre: Artmed, 2013.
- Bieling, Peter J.; McCABE, Randi E.; ANTONY, Martin M.; Terapia Cognitivo-
Comportamental em Grupos. Traduo Ivo Haun de Oliveira Porto Alegre:
Artmed, 2008.
- BECK, Judith S.; Terapia Cognitiva: teoria e prtica. Tradutora Sandra Costa.
Porto Alegre: Artmed, 1997.
- JUNGERMAN, Flvia S.; SILVA, Neide A. Zanelatto da. Tratamento psicolgico do
usurio de maconha e seus familiares: uma manual para terapeutas So
Paulo: Roca, 2007.
- BRASIL. Presidncia da Repblica. Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas.
Drogas: cartilha sobre tabaco. Braslia: Presidncia da Repblica. Secretaria
Nacional de Polticas sobre Drogas, 2010.
- BRASIL. Presidncia da Repblica. Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas.
Drogas: cartilha sobre maconha, cocana e inalantes. Braslia: Presidncia da
Repblica. Secretaria Nacional de Polticas sobre Drogas, 2010.
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Parte 5 Terapia Cognitiva e
Comportamental
Introduo
Esse captulo foi elaborado para treinar os indivduos que tentam deixar o uso de
drogas com tcnicas eficientes no tratamento da dependncia qumica. As tcnicas
utilizadas so baseadas na terapia cognitivo-comportamental (TCC) em grupos. A TCC
tem uma enorme quantidade de estudos atestando sua eficcia, o que a levou ao
status de mais importante e mais bem validadas entre as abordagens psicoterpicas.
A TCC em grupo uma abordagem respeitosa e colaborativa que fomenta a auto
eficcia do paciente. compatvel com os tratamentos mais amplamente disponveis
como os 12 passos. Em virtude de seu forte foco em habilidades, a TCC grupal ideal
para pessoas que carecem de habilidades especficas de manejo tanto na relao
direta com o uso da droga (por exemplo, capacidade de recusar bebidas e outras
drogas, manejo emocional) quanto ao ato de lidar com as circunstncias de vida que
podem desencadear o uso.
Uma sesso aps a outra, o indivduo ir conhecer as tcnicas necessrias para
conquistar e manter a abstinncia. O Desenvolvimento dessas habilidades no
adquirido como mgica e muitas vezes pode no ocorrer naturalmente. algo que
precisa ser praticado com persistncia. Por tanto, existe a necessidade de
comprometimento, pacincia e muito treino.
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Matriz Decisria
Nesta reunio iremos discutir sobre os prs e contras de alterar o comportamento de
uso da droga. Para isso iremos utilizar um instrumento que ajuda a tomar decises
chamado matriz decisria. Este instrumento pode ser usado para outras finalidades
como mudar ou no de um emprego, afastar-se ou no de um amigo...
Instrues:
1- Preencher no primeiro espao os prs de continuar usando
2- Preencher no segundo quadro os contras de continuar usando
3- Preencher no primeiro espao os prs de manter a abstinncia
4- Preencher no segundo quadro os contras de manter a abstinncia
Prs de continuar usando Contras de continuar usando
De que voc gosta na droga? De que voc no gosta na droga?
De que voc gosta em si mesmo quando usa? De que voc no gosta em si mesmo
Consequncia na famlia, trabalho, sade... Consequncia na famlia, trabalho,
sade...
Prs de manter a abstinncia Contras de manter abstinncia
De que voc gosta em si mesmo De que voc no gosta em si
mesmo
Quando no usa? Quando no usa?
Consequncia na famlia, trabalho, sade... Consequncia na famlia, trabalho,
sade...
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Situaes de Alto Risco
Fundamentos
Uma anlise de 311 episdios de recada, Cummins, Gordon e Marlett
identificaram trs situaes primrias de alto risco associadas a 75% de todas as
recadas:
I. Estados emocionais negativos = 35%
II. Presso social = 20%
III. Conflito interpessoais = 16%
Sendo assim fica evidente a importncia de identificarmos as situaes que podem
oferecer risco nossa meta de manter a abstinncia. Nessa sesso iremos aprender
somente a identifica-las e na prxima sesso iremos conhecer algumas tcnicas para
lidar com essas situaes.
Mas afinal o que uma situao de alto risco (SAR)?
Uma SAR aquela que impe uma ameaa ao indivduo e o impede de se controlar.
Exemplos de situaes de alto risco
Estados emocionais negativos (35%):
Frustrao
Raiva
Depresso
Medo
Solido...
Estados fsicos e fisiolgicos negativos:
Abstinncia
Dor
Contuso
Estados emocionais positivos:
Teste de controle pessoal: expor-se a situaes de alto risco para testar sua habilidade
de controlar-se
Conflito com companheiro, famlia ou amigos que gera (16%):
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Frustrao ou Raiva;
Outros sentimentos (ansiedade, apreenso, etc.).
Presso social (20%):
Direta: Ex. quando amigos insistem para que entre na roda de maconha.
Indireta: Ex. quando cede ao uso ao pensar no pai, que seu modelo e tem o
habito de beber.
Tcnicas para identificar situaes de alto risco
As situaes de alto risco so diferentes para cada pessoa, por isso cada um
deve aplicar as tcnicas aqui apresentadas para definir com maior clareza
quais so as suas prpria situaes de alto risco.
1 Tcnicas do auto monitoramento
Mtodo: Registro da compulso, e desejos de uso. Anotar tambm as
habilidades usada para evit-los e se foram bem sucedidas ou no.
2 Avaliaes de auto eficcia
Mtodo: fazer uma lista de situaes de alto risco.
1. Numerar de 0 a 10 o grau de tentao que sentir;
2. Numerar de 0 a 10 o grau de segurana para lidar com a situao.
3. O que voc realmente faria nessa situao?
Objetivo: verificar as quais as habilidades de enfrentamento eu preciso para
manter a abstinncia e o quanto eu estou preparado para lidar com ela.
3 Descries de episdios anteriores ou fantasias de recada
Mtodo: Analisar as recadas pelas quais passou, ou teme passar, pode ser
uma fonte de informao e aprendizado.
Para conduzir sua reflexo nessa tcnica, voc pode responder as perguntas
que seguem, como um roteiro:
1. Quais foram as circunstancia que culminaram ou culminariam com o
uso inicial?
2. Que habilidades seriam necessrias para enfrentar essa situao?
3. De que maneira o uso inicial evolui para uma recada?
4. O que pensou a respeito do uso inicial?
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32 | P g i n a
Tarefa
1. Identifique duas situaes que representam alto risco para sua
recuperao e diga qual foi o mtodo utilizado para identific-las.
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33 | P g i n a
Assertividade
Fundamento
Assertividade a habilidade social de fazer afirmao dos prprios direitos e expressar
pensamentos, sentimentos e crenas de maneira direta, clara, honesta e apropriada ao
contexto, de modo a no violar o direito das outras pessoas. A postura assertiva uma
virtude, pois se mantm no justo meio-termo entre dois extremos inadequados, um
por excesso (agresso), outro por falta (submisso). Ser assertivo dizer "sim" e "no"
quando for preciso
Direitos significam:
- Expressar sua opinio
- Falar sobre seus sentimentos
- Pedir que outros mudem o comportamento que o afeta
- Aceitar ou recusar qualquer coisa que peam
H quatro estilos de comportamento ou resposta: passivo, agressivo, passivo-
agressivo e assertivo.
Passivo: pessoas que tendem a abrir mo de seus direitos, quando acreditam na
possibilidade de que para defend-los precisam entrar em conflito com algum.
Normalmente no deixam os outros saberem o que pensam ou sentem, escondendo
seus sentimentos, mesmo quando isso no necessrio. Consequentemente esto
sempre se sentindo ansiosas ou com raiva. s vezes ficam deprimidas com sua falta de
efetividade, ou magoadas com os outros. As pessoas no tm como saber o que esse
indivduo pensa ou deseja e acabam fazendo as coisas do jeito que querem. Alm
disso, podem ficar ressentidas por no dizerem o que desejam.
Agressivo: so aquelas que agem para proteger os seus direitos, mas ao fazerem isso
acabam subestimando o direito dos outros. Apesar de terem suas necessidades
imediatas satisfeitas, os resultados da agressividade so frequentemente negativos em
longo prazo. Como desconsideram as necessidades alheias para conseguirem o que
querem, acabam por entrar em suas listas negras e podero sofrer retaliaes no
futuro.
Passivo-agressivo: so pessoas cujo comportamento exteriorizado no corresponde
exatamente quilo a que pensam ou sentem. Podem indicar o que querem, fazendo
comentrios sarcsticos ou murmurando coisas, sem dizer diretamente o que est em
suas mentes. Ou, ento, podem dizer o que sentem batendo portas, agindo com
indiferena com relao pessoa, atrasando-se... s vezes, podem conseguir o que
querem sem negociar diretamente. No entanto, as pessoas ao redor normalmente no
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34 | P g i n a
intendem a mensagem e se sentem confusas ou com raiva e o passivo-agressivo acaba
se sentindo frustrado e vtima da situao.
Assertivo: a pessoa assertiva decide o que quer, planeja uma forma de conseguir e
age. Normalmente, o plano mais eficaz deixar claro suas opinies e sentimentos e
solicitar ao outros as mudanas que gostaria que fizesse, diretamente, evitando
ameaas e declaraes negativas. No entanto uma pessoa assertiva pode decidir que
uma resposta passiva a melhor (com um chefe insensvel), ou que uma resposta
agressiva necessria (com pessoas que inmeras solicitaes feitas de maneira
assertiva no tenham funcionado). tpico da pessoa assertiva que adapte seu
comportamento situao. Geralmente, sentem-se satisfeitas e so bem vistas. A
assertividade o modo mais efetivo de fazer com que as pessoas saibam o que se
passa com voc ou que efeito o comportamento dele tem sobre voc. Ao se expressar
assertivamente voc pode resolver sentimentos desconfortveis que, de outra
maneira, permaneceriam e cresceriam e geralmente resulta na soluo de problemas e
em sentir o controle da prpria vida. A pessoa assertiva no se sente vtima das
circunstncias. No entanto, importante deixar claro que suas metas no podem ser
atingidas em todas as situaes, uma vez que nunca se pode controlar a resposta dos
outros.
Tcnicas de manejo
Pensar antes de falar. Identifique aquilo a que voc est reagindo. O que a outra
pessoa lhe fez? Tente no tirar concluses sobre as intenes dela. No assume que
ela deve saber o que se passa em sua mente.
Planeje melhor o jeito de falar. Seja direto e especfico naquilo que disser. Evite
misturar outros assuntos. Seja positivo, sem pedir desculpas ou fazer apologias. No
deixe a outra pessoa mal. Culpa-la somente ir provocar uma reao defensiva e
diminuir probabilidade de que ela o oua.
Preste ateno sua linguagem corporal. Contato visual, gestos, postura, expresses
faciais e tom de voz. Suas palavras e expresses devem levar a mesma mensagem. Fale
firmemente.
Mostre vontade de ser compreensivo. As pessoas ouviro se souberem que voc
trabalhar para resolver a situao. Ningum quer sair com a sensao de fracasso.
Tente achar um jeito para que ambos ganhem. Tente compreender seu ponto de vista
e pea esclarecimentos, se forem necessrios. Se discordar de algo, fale sobre isso.
No domine, nem submeta. Busque um senso de igualdade no relacionamento.
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35 | P g i n a
Insista. Se voc achar que no est sendo ouvido, precisar agir novamente. Em
algumas circunstncias, persistncia e consistncia sero necessrias assertividade.
Mudar uma forma habitual de responder requer esforos conscientes e o desejo de
conviver com o no natural por certo perodo. Algum no assertivo ter que se
esforar inicialmente, j que a resposta no assertiva ocorrer quase
automaticamente. O primeiro passo ficar atento sua forma habitual de responder e
fazer um esforo consciente de mudana
Lembre-se tenha sempre em mente ao praticar a assertividade:
Pense um pouco antes de falar.
Seja especfico e direto naquilo que disser.
Preste ateno sua linguagem corporal.
Esteja disposto a se comprometer.
Repita novamente, se achar que no foi ouvido.
Exerccio prtico
Este exerccio tem a finalidade de ajud-lo a identificar o estilo que voc tem usado
nas vrias situaes sociais. Eleja trs situaes sociais diferentes antes da prxima
reunio, descreva-as e a forma como voc respondeu.
Exemplo:
Situao Um:
_______________________________________________________________________
Sua Resposta:
_______________________________________________________________________
Qual foi o estilo utilizado? ( ) Passivo ( ) Agressivo ( ) Passivo-Agressivo ( ) Assertivo
Como voc poderia ter respondido assertivamente a cada uma dessas trs situaes
(caso no tenha sido)?
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36 | P g i n a
Habilidade de Iniciar Conversaes
Fundamentos
Conversar o primeiro passo para estabelecer contatos casuais ou ntimos com outras
pessoas. uma habilidade de comunicao bsica.
Algumas pessoas tm mais facilidade e outras, mais dificuldade. De qualquer forma
sempre podemos melhorar.
As pessoas, de uma maneira geral, sentem-se mal quando uma conversa vazia e bem
quando agradvel e interessante.
H uma grande relao entre habilidade e conforto em estabelecer conversaes e
problemas com lcool/drogas:
Algumas pessoas usam lcool/drogas porque acreditam que isso as ajuda a conversar
com as pessoas em festas e encontros e se sentem desconfortveis ou incapazes sem o
uso.
Algumas pessoas evitam se socializar ou encontrar pessoas em virtude dessa
dificuldade, o que contribui para solido, tdio e isolamento (situao de risco).
Frequentemente pessoas que usam drogas tm amigos que tambm usam drogas. As
pessoas que decidem parar de usar podem se sentir solitrias e muito importante
comear a conhecer novas pessoas e construir novas amizades, como alternativa para
reduzir a tentao de retornar aos lugares e amizades anteriores.
Tcnicas de manejo
Falsas percepes que podem ser obstculo no incio de conversaes:
Que se deva apenas falar de assuntos importantes, srios e de grande relevncia.
No necessrio iniciar uma conversa sobre a fome do mundo ou sobre as polticas
nacionais. No precisamos resolver os problemas do mundo na primeira conversa com
algum. A conversa deve ser divertida, uma forma de compartilhar ideias, ou de
conhecer pessoas de uma maneira confortvel. Logo, no h problema em comear
uma conversa com assuntos pequenos e menos relevantes. Esportes, o clima, as
pessoas conhecidas em comum so boas e simples portas de acesso a conversas.
Que voc totalmente responsvel por manter uma conversa. Conversar um
processo de duas vias, em que cada pessoa contribui igualmente. Assim, comece com
um assusto que proporciona que a outra pessoa possa responder fcil e
confortavelmente.
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37 | P g i n a
Que voc nunca deve falar de voc mesmo. Alguns aprendem que falar sobre si
mesmo no polido e geralmente se sentem desconfortveis nessas situaes. Alguns
estudos de psicologia social mostra que pessoas gostam de pessoas que tem interesses
e atitudes semelhantes. A nica maneira de conseguir saber quais so as ideias e os
gostos que compartilhamos falar sobre isso, de forma a estimular que o outro fale
tambm. Falando de ns abrimos a porta para que o outro fale sobre ele. D o
exemplo. bom falar sobre ns mesmos. Voc pode falar sobre si mesmo enquanto
conversa sobre coisas simples. Se a conversa tiver como tema automveis, voc pode
dizer, por exemplo, por que gosta de determinado modelo. O nvel das revelaes
varia de situao a situao, de pessoa a pessoa.
Aqui esto algumas sugestes que ajudam no incio de uma conversa.
Oua e observe. As pessoas do pistas que podem ajud-lo a decidir sobre o assunto
que da conversa. Essas pistas esto nas conversas que esto tendo com outras pessoas
ou nas coisas em que esto interessadas. Como voc percebe se as pessoas esto
interessadas ou aborrecidas? Aproxime-se de algum quando este no em alguma
atividade, com pressa, ou no meio de uma conversa. Se essa pessoa estiver em meio a
um grupo, espere at que haja uma brecha no assunto. No hesite nem interrompa.
Deixe que a pessoa saiba que voc quer falar. Estabelea contato visual e dizendo
algo primeiro, em vez de permanecer ali e esperar que ele fale. Perceba se sua xcara
de caf est vazia e sugira que completem sua xcara juntos. Pergunte se conhece
algum ali. Lembre-se a conversa no tem que ser de peso.
Use questes de final aberto. Essa uma tcnica simples e muito efetiva em manter
uma conversao. Uma pergunta de final aberto encoraja uma discusso, enquanto
uma fecha pode ser respondida com um simples sim ou no. Por exemplo: o que voc
achou do filme? versus voc gostou do filme?. Perguntas abertas sinalizam que
voc quer conversar.
Checar se a conversa est sendo bem recebida. Como o outro est respondendo? As
respostas s suas perguntas esto sendo curtas? A pessoa est devolvendo perguntas
e comentrios? Est olhando para o relgio, olhando para outros pontos, ou por trs
de voc? Ou est mantendo contato visual posicionado sua frente? Se parecer que a
pessoa no est interessada, termine a conversa. Voc no tem de dizer tudo na
primeira conversa. Lembre-se que a conversa deve ser divertida e fcil. Se alguma das
partes no tiver aproveitando, termine a conversa de maneira delicada. As conversas
podem ser longas ou breves. preciso ter cuidado para no sobrecarregar o
interlocutor. Se achar que o assunto no est interessante ou est desconfortvel para
o outro, mude-o.
Termine a conversa delicadamente. Quando a conversa tiver chagando a um final ou
algum tiver que ir embora, voc pode terminar a conversa de maneira educada,
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38 | P g i n a
dizendo algo agradvel a respeito do quanto aproveitou ou gostou da conversa. Voc
pode mencionar que tem de sair ou que percebe que ela tem de ir embora e talvez se
encontrem mais tarde. Basicamente, o apropriado aqui deixar seu convite com a
sensao de que voc gostou da conversa e que seu sentimento sincero. Terminar de
forma agradvel aumenta a probabilidade de que a pessoa queira voltar a falar com
voc.
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39 | P g i n a
Habilidade de fazer e receber crticas.
1- Fazer crticas: Fundamentos
s vezes desaprovamos ou achamos desagradveis algumas coisa que outras pessoas
fazem. importante saber dizer-lhes isso e pedir-lhes que mudem, sem, no entanto,
mago-las ou causar discusses.
Fazer isso pode ser muito difcil. Muitas pessoas falham por diversas razes
- Acham que fazer isso feio.
- Querem evitar magoar a outra pessoa.
- Tm medo de perder a pessoa ou de serem rejeitadas.
- Tm medo de comear uma briga.
Essa relutncia normalmente, resultado de anos de experincia com a crtica
destrutiva. As habilidades a serem praticadas aqui se referem a como fazer uma
crtica construtiva.
H muitas razes para aprender a fazer crticas construtivas:
- Muitas vezes, as pessoas fazem coisas que irritam as pessoas sua volta e nem
mesmo percebe e isso pode limitar sua habilidade de interagir com sucesso. Ao
dizermos que seu comportamentos desagradvel (interromper quem fala estar
sempre muito atrasado, no cumprir o que promete, etc.) estaremos ajudando-
as.
- Se ficarmos durante muito tempo evitando fazer uma crtica necessria,
provavelmente acabaremos nos sentindo estressados e desconfortveis com o
relacionamento. Depois de algum tempo, sentiremos raiva, frustrao ou
ressentimento e esses sentimentos se refletiro no dia a dia no nosso
comportamento com essa pessoa.
- Alm de mudanas positivas, nossa habilidade em fazer crticas construtivas nos
ajudar (e ao outro) a nos sentirmos bem sobre nossas capacidades de discutir e
resolver nossas dificuldades.
- Uma crtica destrutiva no traz resultados positivos, pois percebida como
ataque pessoal. Diante de um ataque a pessoa tem duas opes, fugir
(ressentida) ou atacar (defender-se). O resultado um distanciamento ou uma
sria discusso.
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40 | P g i n a
Muitos usurios relatam que fazem o uso de drogas quando se sentem frustrados ou
com raiva de outras pessoas por causa de conflitos interpessoais. Esses conflitos
podem ser gerados por crticas colocadas de maneira destrutiva.
Tcnicas de manejo
Acalme-se. Se estiver com raiva ou a ponto de explodir, espere alguns minutos at
sentir-se calmo, antes de falar.
Ao fazer uma crtica, fale sobre seu sentimento e no sobre o comportamento do
outro. Por exemplo, imagine que seu filho no telefonou como disse que faria. Ao
invs de lhe dizer voc nunca cumpre o que promete, voc no se importa com
ningum, diga-lhe senti-me ignorada, desprezada e muito aflita por voc no ter
telefonado como disse que faria. Isso tem menos probabilidade de gerar um
comportamento de defesa e de provocar uma discusso. Uma boa forma de lembrar-
se disso usar o seguinte tipo de frase: quando voc faz X, eu me sinto Y. Perceba
como isso diferente de X uma coisa rui de se fazer.
Faa uma crtica com um tom de voz firme e claro, mas no raivoso. Se a crtica for
recebida em um contexto de exploso emocional, ser menor a probabilidade de ser
internalizada. O sarcasmo, a raiva e a ironia podem ser efetivos para punir e esse no
o objetivo da crtica construtiva.
Dirija sua crtica ao comportamento da pessoa e no a pessoa como um todo. Todos
ns aceitamos o fato de que, s vezes, fazemos coisas que aborrecem as outra
pessoas. No entanto, muito provvel que nos tornemos defensivos e argumentativos
se nos fizerem uma crtica pessoal ou nos ofenderem. Um comportamento que
aborrece no faz de ningum uma m pessoa. Por exemplo: imagine que tenha usado
a calculadora de uma pessoa e que tenha se esquecido de coloc-la no lugar. Ao
chegar, lhe diz ele: como voc burro, no sabe que no para deixar minhas coisas
por a?. Como voc se sentiria? Como reagiria? E se a crtica fosse colocada dessa
maneira: voc no guardou minha calculadora e isso me incomoda. Como voc se
sentiria? Como reagiria?
Solicite uma mudana de comportamento especfica. s vezes, presumimos que o
outro sabe o que deve ser feito para nos agradar. Mas, geralmente, no sabe. Aquilo
que pode ser completamente obvio para uma pessoa pode no ser para outra. Assim,
ao fazer uma crtica sobre determinado comportamento, diga, especificamente, o que
voc gostaria que tivesse sido feito. No exemplo do segundo item, devemos
acrescentar crtica formulada senti-me ignorada, desprezada e muito aflita por voc
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no ter telefonado como disse que faria. Gostaria que tivesse cumprido o combinado.
O exemplo do quarto item ficaria assim: voc no guardou minha calculadora e isso
me incomoda. Eu gostaria de encontr-la no lugar quando precisar dela.
Esteja disposto a firmar um compromisso com a pessoa. A meta no ganhar uma
batalha, mas alcanar uma soluo mutuamente satisfatria. Por exemplo, voc pode
estar insatisfeito com seu irmo por que este frequentemente traz amigos para fazer
festa em casa, que geralmente termina muito mais tarde que o combinado. Ao
contrrio de ficar insistindo para que ele termine no horrio permitido, ou brigar para
no ter mais festas, voc pode fazer um compromisso de concordar com longas festas,
mas num intervalo de dois meses e num dia que lhe seja adequado.
Inicie a conversa com comentrio positivos. A melhor crtica aquela que contm um
elogio. Podemos reforar um ponto forte da pessoa que poder ajudar a reforar um
ponto fraco. Por exemplo: filho voc sempre respeitou a privacidade minha e de seu
pai, consultando-nos sobre as pessoas que pretendia traze a nossa casa. No entanto,
hoje de manh, surpreendi-me quando dei de cara com uma garota em nosso
banheiro. Fiquei assustada, a princpio, e depois zangada. Gostaria de ter sido
consultada antes. Estou certa de que uma pessoa to zelosa, como voc, tomar essa
precauo da prxima vez.
2- Receber crticas Fundamentos
As crticas so frequentes na vida de todas as pessoas, todos os dias, e recebe-las de
forma educada uma das coisas mais difceis em nossa interao com os demais.
As crticas, quando feitas e recebidas apropriadamente, nos fornecem uma chance
valiosa de aprender sobre ns mesmos e sobre a forma como afetamos as outra
pessoas. Sempre h o que ser melhorado e o feedback construtivo de outras pessoas
nos ajuda a melhorar.
Outra razo para praticar a habilidade de receber uma crtica educadamente que isso
nos ajuda a evitar argumentos desnecessrios e permite s outras pessoas saber que
estamos abertos a ouvir seu ponto de vista. A pessoa que responde agressivamente a
uma crtica desencoraja o outro a voltar a falar numa prxima vez, o que pode levar a
uma consequncia mais danosa (um empregado que no sabe receber uma crtica
educadamente pode perder o emprego ou uma oportunidade de crescer
profissionalmente; um marido que no pode aceitar uma crtica de maneira apropriada
prejudica uma conversao que pode contribuir para um relacionamento satisfatrio).
As crticas podem ser feitas de duas formas distintas: construtivas (assertivas) ou
destrutivas (passivas e agressivas):
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- As crticas construtivas so dirigidas ao comportamento e no as pessoas. Nesse
caso a pessoa descreve os sentimentos que se relacionam a algo que voc fez e
solicita a mudana.
- As crticas destrutivas ocorrem quando algum nos crtica como pessoas, ai invs
de criticar nosso comportamento. Este tipo de crtica est mais frequentemente
relacionado ao estado emocional do outro ou a uma provocao para a discusso
do que para o seu comportamento.
Tanto para o caso da crtica construtiva quanto da crtica destrutiva, vale a pena estar
atento reao emocional que a sucede. Brigas e discusses, de um modo geral, no
conduzem a qualquer caminho positivo.
Relao entre essa habilidade e o problema com lcool e drogas:
- Conflitos interpessoais e a raiva ou outros sentimentos negativos resultantes
deles so situaes de alto risco para recadas. Falhar em responde efetivamente
s crticas pode levar a srios conflitos interpessoais, ao passo que responder de
uma maneira efetiva pode reduzir os conflitos e a probabilidade de fazer o uso
das substncias.
- O problema com lcool e drogas provoca rupturas no funcionamento da pessoa
de vrias maneiras (com os pais, cnjuge, colegas de trabalho, etc.) e torna o
usurio suscetvel a uma variedade de crticas a respeito de seu comportamento.
Esse aumento da probabilidade de receber crticas torna essa habilidade
especialmente importante.
Receber crticas a respeito do beber/usar
Em funo do contexto em que feita, a crtica do beber/uso pode tomar a
forma de acusao ou interrogatrio (voc est atrasado e sei que voc estava
usando de novo), ainda que a pessoa que receba a crtica esteja
comprometida com a deciso de parar de usar e aderida ao tratamento. A
confiana perdida demora para ser restabelecida e a vigilncia reduzida. O
excesso de vigilncia poder gerar uma percepo distorcida da situao,
levando a crticas infundadas, no entanto, em determinadas situaes a crtica
ser pertinente. Em ambos os casos, importante ser capaz de responder s
crticas de modo a permitir uma comunicao produtiva, ao invs de iniciar
uma relao agressiva.
A crtica sobre beber pode se focar no passado e tanto poder ser destrutiva
(voc foi horrvel durante os anos em que bebia, arruinou nosso lar e a nossa
famlia) quanto construtiva (estou feliz com suas mudanas, mas algumas
vezes fico frustrada com tudo o que sofremos no passado. Penso que me
sentiria melhor e mais esperanosa sobre ns se voc voltasse a jantar conosco
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novamente e ouvisse das crianas como foi seu dia na escola). Nem sempre
quem faz crticas consegue manter-se focado no aqui e agora.
Durante a fase inicial da abstinncia, possvel que as crticas sobre o beber
sejam ocasionadas por outros comportamentos associados ao uso e que
incomodam outras pessoas, como por exemplo, uma esposa que se ressente
com o isolamento ou o comportamento instvel do marido e, ao invs de
manifestar este sentimento, pode focar-se no passado ou no risco presente de
voltar a usar. Essa crtica mal dirigida pode ocorrer porque o comportamento
de beber esteve associado a esses outros comportamentos no passado e talvez
por ser mais fcil ou automtico criticar o uso do que abordar outro problema.
Uma postura aberta no defensiva, com perguntas esclarecedoras sobre o
contedo da crtica, permitir uma melhor compreenso da percepo e do
sentimento de quem lhe dirige a crtica.
Tcnicas de manejo
O principal objetivo do treino da habilidade em receber crticas (sejam construtivas ou
no) manter uma postura assertiva. Sempre que possvel, uma segunda meta
poderia ser tentada: a de mudar a natureza da crtica e ajudar a outra pessoa a se
comunicar de maneira mais produtiva. Mesmo um crtica destrutiva, colocada da pior
maneira possvel, pode conter alguma informao til.
No fique na defensiva, no entre numa discusso e no contra-ataque. Fazer
isso s aumentar a argumentao e diminuir a chance de uma comunicao
efetiva entre voc e o outro. Considere a seguinte situao: um marido que
est indo pescar e recebe crticas da esposa a respeito do seu ato de pescar. O
marido replica: Quem voc para dizer se pescar bom ou no? Voc no
entende nada de pescaria. Esse tipo de colocao absolutamente ofensivo e
agrava os sentimentos entre o marido e a sua esposa, levando a esse tipo de
argumentao.
Faa pergunta outra pessoa para tentar, sinceramente, esclarecer e
especificar melhor a crtica para que voc perceba seu contedo e propsito.
Fazendo mais perguntas sobre a colocao da crtica, voc encoraja o outro a
formul-la de uma forma mais provvel de melhorar a comunicao mtua.
Continuando com o exemplo anterior, uma resposta no defensiva e que
ajudaria a esclarecer a crtica poderia ser: percebo que o fato de eu ir pescar
est te incomodando, mas no sei como. Poderia me dizer?.
Encontra algo na crtica com o que voc concorde e apresente ao seu
interlocutor de forma mais direta. Isso particularmente importante quando a
crtica est 100% correta. Ao invs de responder com culpa ou hostilidade,
aceite-a de modo assertivo e admita se for negativo. Voltando ao exemplo
anterior: Voc est certa. Estou deixando-a sozinha com muita frequncia nas
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ltimas semanas. Essa abordagem retira grande parte do impacto negativo da
crtica e ajuda a quem faz a crtica a ser mais objetivo em seus feedbacks.
Proponha um compromisso que voc possa assumir. Isso significa propor
alguma mudana de comportamento adequada crtica. No exemplo anterior,
essa proposta poderia ser, por exemplo, ir pescar essa semana e ir ao cinema
com a esposa (ou alternativa que a agradasse) na outra semana.
Rejeite uma crtica injusta. Muitas vezes, uma crtica no tem justificativa.
Nessas situaes, importante rejeit-la de maneira polida, porm firme. Por
exemplo, o marido chega em casa e diz agressivamente para a esposa: parece
que um ciclone passou por esta casa e as crianas ainda no jantaram. s vezes
acho que a nica coisa que voc faz ficar sentada dentro de casa, enquanto
estou trabalhando. Uma resposta apropriada da esposa seria dizer, de
maneira firme e no raivosa: de fato, a casa hoje est uma baguna e eu estou
atrasada com o jantar das crianas. Mas hoje eu no me senti bem durante o
dia todo e no gosto da maneira como est falando comigo.
Exerccios prtico - Habilidade de fazer crticas
Lembre-se
Primeiro: acalme-se.
Coloque a crtica em termos de seus sentimentos, no em termos de fatos
absolutos.
Critique comportamento, no a pessoa.
Solicite uma mudana de comportamento especfica.
Esteja aberto a negociar um compromisso.
Inicie e comece de maneira positiva.
Use um tom de voz claro e firme e no raivoso. Exerccio prtico
Aproxime-se de uma pessoa a qual tenha a intenso de dizer algo negativo. Faa
crticas construtivas. Tente seguir as recomendaes aqui apresentadas.
Antes de terminar a reunio responda:
I. Identifique o problema:
II. Qual sua meta nessa situao?
Depois de ter conversado com a pessoa registre o que aconteceu:
I. O que disse a ele/ela?
II. Como ele/ela respondeu?
III. Quais sugestes anteriores voc utilizou?
Exerccio prtico - Habilidade de receber crticas
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Lembre-se
- No fique na defensiva, no discuta no contra-ataque.
- Encontre algo com que concordar.
- Faa perguntas para esclarecimentos.
- Proponha um compromisso realizvel.
Exerccio prtico
Fique atento, at nossa prxima reunio, a qualquer crtica que venha a receber e
tente responder a ela de acordo com os parmetros discutidos aqui e depois faa suas
anotaes:
Descreva a situao:
Descreva sua resposta:
Verifique:
- Voc se comportou como se a crtica no valesse a pena? ( ) SIM ( ) NO
- Voc encontrou algo com o que concordar? ( ) SIM ( ) NO
- Voc fez perguntas para esclarecer a crtica? ( ) SIM ( ) NO
- Voc props um compromisso? ( ) SIM ( ) NO
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Habilidades de recusa
Fundamentos
Receber convite ou presso para beber/usar uma situao de alto risco comum.
Ser capaz de recusar um convite para o uso requer muito mais do que uma sincera
deciso de parar de beber. Requer assertividade especfica para agir de acordo com
essa deciso.
O uso social do lcool muito comum em nossa cultura e podemos encontra-lo em
uma grande variedade de lugares e situaes. Assim, mesmo aquela pessoa que evita
todos os bares se encontrar em situaes em que outras pessoas estaro bebendo ou
fazendo planos para beber em encontros familiares, festas no escritrio, restaurantes,
jantares na casa de amigos etc. Muitas pessoas podero oferecer-lhe um drinque
(parentes, amigos, encontros de negcios etc.) e esses convites podero ser casuais ou
at mesmo repetitivos ou argumentativos. Diferentes situaes sero mais ou menos
difceis para diferentes pessoas.
Praticar a recusa uma habilidade que permite responder mais rpida e efetivamente
quando essas situaes reais ocorrem.
Tcnicas de manejo
A natureza especfica de uma resposta assertiva a um convite para beber varivel,
dependendo de quem o est oferecendo e de como a oferta feita. Muitas vezes, um
simples no, obrigado ser o suficiente. Compartilhar um problema com outras
pessoas poder ser til em alguns momentos e em outros no.
Comportamentos no verbais Fale de maneira clara, firme e com voz no hesitante. Caso contrrio, deixar a pessoa
em dvida sobre o que voc realmente quer dizer.
Olhe nos olhos da pessoa. Isso aumenta a efetividade de sua mensagem.
No se sinta culpado. Voc no magoa ningum por no querer beber/usar e, em
muitas situaes as pessoas nem vo saber se voc bebeu ou no. Voc tem o direito
de no beber.
Comportamentos Verbais
No deveria ser a sua primeira palavra, pois termina logo com o assunto. Se voc
hesitar em dizer no, as pessoas ficaro em dvida sobre o que realmente quer dizer.
Voc pode sugerir uma alternativa: um caf, um sorvete, um suco, um lanche, uma
caminhada, uma volta de carro, etc.
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Solicite uma mudana de comportamento. Se a pessoa estiver repetidamente
insistindo, pea-lhe que no mais lhe oferea um drinque/dose. Por exemplo se a
pessoa disser vamos l s essa pela nossa amizade, uma resposta apropriada seria
se voc quiser ser meu amigo, no me oferea mais isso.
Depois de dizer no, mude de assunto para algo que evite entrar em uma longa
discusso sobre o uso. Por exemplo no, obrigado, eu no bebo. Estou feliz por ter
vindo a esta festa. H muitas pessoas que no via h muito tempo, inclusive voc. O
que tem feito?.
Evite desculpas (como estou tomando remdios) e o uso de respostas vagas (hoje
no). Querem dizer que outro dia voc aceitar. Apesar de ser prefervel evitar as
desculpas, em algumas circunstncias podero ser teis.
Lembre-se
Sua primeira palavra dever ser no.
Sua voz deve ser clara, firme e no hesitante.
Olhe diretamente nos olhos.
Sugira uma alternativa (algo a fazer ou algo para comer/beber).
Pea pessoa que pare de lhe oferecer bebida.
Mude de assunto.
Evite o uso de respostas vagas.
No se sinta culpado.
Exerccio prtico
1. Faa uma lista de pessoas que possam lhe oferecer drogas no futuro. Pense a
seguir na maneira como voc ir respond-las, elabore uma dramatizao para
apresentar ao grupo e descreva qual tcnica voc usou.
Colega de trabalho:_______________________________________________________
Chefe:_________________________________________________________________
Uma pessoa que voc acaba de conhecer:_____________________________________
Garom (com outras pessoas presentes):_____________________________________
Parente, numa festa de famlia:_____________________________________________
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Ouvir e Falar sobre Sentimentos e
Opinies
Fundamentos
Algo que todos temos em comum so os sentimentos. Todos ns j experimentamos raiva, tristeza, frustao, alegria, realizao, medo etc. Experimentamos sentimentos diferentes em situaes diferentes e cada um sua maneira. Experimentamos esses sentimentos de forma mais ou menos intensa. Mas todos j experimentamos uma grande variedade de sentimentos. H duas habilidades relacionadas expresso de sentimentos: a de compartilhar sentimentos, opinies atitudes com outras pessoas; e de ouvir outras pessoas, de forma, a saber, que so importantes e que entendemos o que compartilham conosco. Apesar de muitas pessoas terem dificuldades em compartilhar e ouvirem ativamente, estas so habilidades de comunicao que podem ser melhoradas com prtica. H muitos benefcios em compartilhar emoes com outras pessoas: - Intensifica o relacionamento com familiares e outras pessoa que queremos conhecer
melhor. a melhor maneira de construir afeto e confiana entre pessoas. - Facilita o conhecimento do outro, pois a melhor forma de conhecer mais sobre algum
compartilhando sentimentos sobre alguma coisa (como se sente sobre crescer numa cidade pequena? O que achou daquele filme? O que achou da sua viagem? E como est no trabalho? Como se sente em relao ao uso de drogas?). Compartilhar sentimentos com outros, ajudando-o a se sentir mais prximo de voc possibilita a ambos a descoberta de coisas em comum. Quanto mais voc souber sobre o outro, maior ser o sentimento de amizade. E isso verdadeiro tanto para desconhecidos quanto para os prprios familiares: apesar de muita gente estar junta todos os dias, os sentimentos podem ficar fora das conversas. Quanto menos se fala sobre sentimentos, mais distantes uns dos outros nos sentimos.
- Permite ao outro saber que ode compartilhar algo importante com voc. Falar sobre si mesmo contem a mensagem falar sobre sentimentos bom.
- Compartilhar sentimentos com algum pode ser uma importante forma de dar apoio a algum (ou a si mesmo). Frequentemente, pessoas ficam aliviadas ao saberem que no esto sozinhas ao sentirem algo.
Ouvir atentamente quando algum compartilha algo conosco e importante, se quisermos conhecer ou nos aproximarmos dessa pessoa. O uso dessa habilidade tem vrias consequncias positivas: permite que o outro saiba que estamos interessados e queremos atend-los; encoraja-o a falar mais sobre si mesmo; e nos permite saber mais a seu respeito. Relao dessas habilidades e o uso de drogas: - Os adictos, na tentativa de se livrarem de sentimentos desagradveis, descobrem que a
abstinncia traz, inicialmente, uma intensificao dos mais variados sentimentos. Conversar com os amigos ou familiares favorece o recebimento de apoio e o senso de proximidade.
- Alguns usurios relatam que usam drogas para ajuda-los a expressar sentimentos positivos (afeto, carinho, proximidade). Para essas pessoas, compartilhar sentimentos positivos, sem drogas, ser uma valiosa ajuda para manter a abstinncia.
- O uso da droga prejudica a habilidade de ouvir, mesmo naquele que eram bons nisso, por terem perdido sua capacidade de concentrao. E essa habilidade pode demorar a retornar, mesmo aps a abstinncia. Assim, a prtica importante, tanto para quem est aprendendo quanto para quem est reaprendendo.
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- Muitos usurios relatam sentimentos de solido e, muitas vezes, a droga utilizada para acabar com ela. Outras vezes, esse sentimento pode vir com o prprio uso, porque o distancia de amigos e familiares. Em ambos os casos, aprender a resolver a solido ajudar a prevenir a recada. E as habilidades de ouvir e falar so importantes para isso.
Tcnicas de manejo
Habilidade de falar sobre sentimentos:
- bom falar sobre sentimentos. Todos ns temos bons e maus sentimentos. - importante compartilhar tano os bons quanto os maus sentimentos. Alguns se
sentem mais confortveis falando sobre os positivos e outros sobre os negativos. Mas as pessoas nos conhecero melhor se falarmos tanto de um quanto do outro.
- Raiva, tristeza, e medo esto sempre presentes em familiares e usurios de drogas. E importante saber comunica-los diretamente, evitando a comunicao indireta, amis prejudicial. Tambm importante deixarmos claros os comportamentos que nos despertam sentimentos negativos.
Por exemplo: Sinto-me... quando voc...:
Sinto-me ansioso quando voc demora a chegar.... Sinto raiva quando voc no cumpre o que prometeu. Fico triste quando voc no me ouve. Tenho medo que voc se prejudique por usar maconha. Fico feliz, quando voc chega a casa cedo. Sinto-me orgulhosa pelos seus resultados na escola.
Habilidade de ouvir:
- Ouvir mais do que simplesmente sentar e ouvir passivamente enquanto o outro fala. Ouvir uma habilidade ativa porque envolve uma tentativa de compreender o que o outro est comunicando e no apenas esperar sua vez de falar.
- Seu comportamento no verbal pode dar um apoio para que o outro continue falando. Manter o olhar, acenar com a cabea, dar um toque simptico ou murmurar so expresses que indicam que voc est interessado e que est ouvindo. Olhar para o relgio, ou para outras coisas distrai quem est falando e revela que voc no est realmente interessado no que est sendo dito. O comportamento no verbal a primeira coisa que as pessoas notam, quando esto monitorando a forma como esto sendo recebida.
- Reconhecer o comportamento no verbal de quem fala outra caracterstica importante dos bons ouvintes. Estes esto afinados com os sentimentos do outros; ouvem a mensagem que est por trs da palavra. O tom de voz e a expresso facial fornecem vrias informaes, alm daquela que esto sendo expressas em palavras. Por exemplo, algum falando sobre uma casamento pode falar sobre o vestido, a recepo, a comida etc., mas com um comportamento
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no verbal pode transmitir um sentimento de tristeza. O bom ouvinte pode perguntar sobre suas recordaes em relao ao casamento, sobre seus sentimentos ou diretamente sobre a tristeza, ajudando-a a falar sobre o que a experincia significou para ela.
- Fazer perguntas, parafrasear o que foi dito, ou acrescentar comentrio (puxa que legal!) so formas verbais de dizer: estou ouvindo, estou ligado.
- Um bom ouvinte compartilha sentimentos semelhantes. Faz parte do dar e receber da conversa. Mas conveniente esperar que o outro tenha terminado. Interromp-lo prejudica a comunicao.
Exerccios
Importante
- Essas habilidades demandam tempo para serem aprimoradas. - Voc no mudar de um momento para o outro, mas aos poucos. E o outro pode
demorar a perceber que voc mudou. - Conte com o insucesso inicialmente. Persista como aprender a andar. No
samos andando simplesmente, comeamos nos agarrando em mveis, que nos suporta apenas alguns segundos... Camos muitas vezes, antes de aprender. Erramos muito antes de acertar.
Lembre-se
Ao falar:
- bom falar sobre seus sentimentos, tanto positivos quanto negativos.
- Defina aquilo que dir (uma parte do que quer compartilhar).
- Voc compartilhar mais com aquela pessoa de quem se sente mais
prximo do que com aquela pessoa que acabou de conhecer.
Ao ouvir:
- Use a expresso corporal para mostrar que est ouvindo (olhar nos
olhos, acenar a cabea).
- Preste ateno ao tom de voz, expresso facial e linguagem corporal
da outra pessoa, para