Terceira Parte 11

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    O Livro dos EspíritosParte Terceira – Capítulo 11

    Lei de justiça, amor e caridade

    Justiça e direitos naturais – Direito de propriedade. Roubo –Caridade e amor ao próximo – Amor maternal e filial

    Justiça e direitos naturais

    87 O sentimento de justiça ! natural ou ! resultado de id!ias

    ad"uiridas#

    – É tão natural que vos revoltais com o pensamento de uma inustiça. !pro"resso moral desenvolve# sem d$vida# esse sentimento# mas não od%& Deus o colocou no coração do 'omem( por isso encontrareis# muitasve)es# nos 'omens simples e primitivos noç*es mais exatas de ustiçado que naqueles que t+m muito con'ecimento.

    87$ %e a justiça ! uma lei natural, por "ue os &omens aentendem de maneiras di'erentes, e "ue um considere justo o

    "ue parece injusto a outro#

    – É que , -ei se misturam freqentemente paix*es que alteram essesentimento# como acontece com a maior parte dos outros sentimentosnaturais# e fa)em o 'omem ver as coisas sob um falso ponto de vista.

    87( Como se pode de'inir a justiça#

    – A ustiça consiste no respeito aos direitos de cada um.

    87( a O "ue determina esses direitos#

    – /ão determinados por duas coisas& a lei 'umana e a lei natural. 0endoos 'omens feito leis apropriadas aos seus costumes e car%ter# essas leisestabeleceram direitos que variaram com o pro"resso doscon'ecimentos. !bservai que as vossas leis atuais# sem serem perfeitas# % não consa"ram os mesmos direitos da 1dade 23dia. 4o entanto#esses direitos antiquados# que vos parecem monstruosos# pareciam ustos e naturais naquela 3poca. ! direito estabelecido pelos 'omens

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    nem sempre# portanto# est% de acordo com a ustiça. Re"ula apenasal"umas relaç*es sociais# enquanto# na vida particular# '% umaimensidão de atos unicamente inerentes , consci+ncia de cada um.

    87) *ora do direito consa+rado pela lei &umana, "ual ! a ase da

     justiça 'undada sore a lei natural#

    – ! Cristo disse& 54ão façais aos outros o que não quereis que vosfaçam6. Deus colocou no coração do 'omem a re"ra de toda averdadeira ustiça pelo deseo que cada um tem de ver respeitados osseus direitos.

    4a incerte)a do que fa)er em relação ao semel'ante numa determinadacircunst7ncia# o 'omem deve per"untar8se como desearia que sefi)esse com ele na mesma circunst7ncia& Deus não poderia l'e dar um"uia mais se"uro do que a própria consci+ncia.

    ☼ O critério da verdadeira justiça é, de fato, desejar aos outros o que sedeseja para si mesmo, e não desejar para si o que se desejaria para osoutros, o que não é a mesma coisa. Como não é natural desejar o mal para si, se tomarmos o desejo pessoal como norma e ponto de partida,estaremos sempre certos de apenas desejar o bem para o próximo. Emtodos os tempos e todas as crenças, o homem tem sempre procuradofaer prevalecer seu direito pessoal. A sublimidade da reli"ião cristã foitomar o direito pessoal por base do direito do próximo.

    877 - necessidade para o &omem de viver em sociedade l&eimp.e ori+aç.es particulares#

    – /im# e a primeira de todas 3 a de respeitar os direitos dossemel'antes. Aquele que respeitar esses direitos sempre ser% usto. 9mvosso mundo# onde tantos 'omens não praticam a lei da ustiça# cadaum usa de repres%lias# e isso "era perturbação e confusão em vossasociedade. A vida social d% direitos e imp*e deveres rec:procos.

    878 Podendo o &omem se en+anar sore a e/tens0o de seudireito, "uem pode 'a23lo con&ecer esse limite#

    – ! limite do direito ser% sempre o de dar aos seus semel'antes omesmo que quer para si# em circunst7ncias i"uais e reciprocamente.

    878 a 4as se cada um conceder a si mesmo os direitos de seusemel&ante, em "ue se torna a suordinaç0o em relaç0o aossuperiores# 50o causar6 a anar"uia de todos os poderes#

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    – !s direitos naturais são os mesmos para todos# desde o menor at3 omaior( Deus não fe) uns mais puros que outros# e todos são i"uaisdiante d;9le. 9sses direitos são eternos.

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    – /im# mas quando 3 apenas para si e para satisfação pessoal 3e"o:smo.

    88 a %er6 le+ítimo o desejo de possuir, para n0o se tornar pesopara nin+u!m#

    – 9xistem 'omens insaci%veis que acumulam bens sem proveito paranin"u3m# só para satisfa)er as paix*es. Acreditais que isso sea bemvisto por Deus= Aquele que# ao contr%rio# unta por seu trabal'o paraaudar seus semel'antes pratica a lei de amor e caridade e seu trabal'o3 abençoado por Deus.

    88$ O "ue ! uma propriedade le+ítima#

    – /ó 3 propriedade le":tima a que foi adquirida sem preudicar nin"u3m.>?ea a questão @@.B

    ☼  # lei de amor e de justiça, ao ensinar que devemos faer aos outros oque querer"amos que nos fiessem, condena, por isso mesmo, todomeio de !anho contr$rio a essa lei.

    88( O direito de propriedade ! ilimitado#

    – /em d$vida# tudo o que 3 adquirido de forma le":tima 3 umapropriedade.

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     # caridade, para %esus, não se limita ' esmola. Ela abran!e todas asrelaç(es com nossos semelhantes, sejam inferiores, i!uais ousuperiores. Ensina a indul!)ncia, porque temos necessidade dela, e nãonos permite humilhar os outros, ao contr$rio do que muitas vees sefa. *e uma pessoa rica nos procura, temos por ela mil atenç(es, mil

    amabilidades+ se é pobre, parece não haver necessidade de nosincomodar. orém, quanto mais lastim$vel sua posição, mais se deverespeitar, sem nunca aumentar sua infelicidade pela humilhação. Ohomem verdadeiramente bom procura elevar o inferior aos seus próprios olhos, diminuindo a dist-ncia entre ambos.

    887 Jesus tam!m disse? @-mai at! mesmo os inimi+osA: Por!m,o amor aos inimi+os n0o ! contr6rio Bs nossas tend2nciasnaturais# - inimiade n0o prov!m da 'alta de simpatia entre osEspíritos#

    – /em d$vida# não se pode ter pelos inimi"os um amor terno eapaixonado( não foi o que Jesus quis di)er. Amar aos inimi"os 3 perdoare pa"ar o mal com o bem. A"indo assim nos tornamos superiores aeles( pela vin"ança# nos colocamos abaixo deles.

    888 O "ue pensar da esmola#

    – ! 'omem redu)ido a pedir esmola se de"rada moral e fisicamente& elese embrutece. 4uma sociedade baseada na lei de Deus e na ustiça#deve8se prover a vida do fraco sem 'umil'ação e "arantir a exist+ncia

    daqueles que não podem trabal'ar sem deixar sua vida sueita ao acasoe , boa vontade.

    888 a >s reprovais a esmola#

    – 4ão( não 3 a esmola que 3 reprov%vel# 3 muitas ve)es a maneiracomo 3 dada. ! 'omem de bem que compreende a caridade# comoJesus# vai at3 o infeli) sem esperar que ele estenda a mão.

    A verdadeira caridade 3 sempre boa e benevolente# tanto no ato quantona forma. Gm serviço que nos 3 oferecido com delicade)a tem seu valor

    aumentado( mas se 3 feito com ostentação# a necessidade pode fa)ercom que sea aceito# por3m o coração não se sente tocado.

    -embrai8vos tamb3m que a ostentação tira# aos ol'os de Deus# o m3ritodo benef:cio. Jesus ensinou& 5Hue a mão esquerda não saiba o que fa) adireita6# ensinando a não ofuscar a caridade com o or"ul'o.

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    É preciso distin"uir a esmola propriamente dita da benefic+ncia. ! maisnecessitado nem sempre 3 aquele que pede( o temor da 'umil'açãotol'e o verdadeiro pobre# que sofre sem se lamentar( 3 a esse que o'omem verdadeiramente 'umano deve procurar sem ostentação.

    Amai8vos uns aos outros# eis toda a lei. -ei divina pela qual Deus"overna os mundos. ! amor 3 a lei de atração para os seres vivos eor"ani)ados( a atração 3 a lei de amor para a mat3ria inor"7nica.

    4unca vos esqueçais de que o 9sp:rito# sea qual for seu "rau deadiantamento# sua situação como reencarnado ou no mundo espiritual#est% sempre colocado entre um superior que o "uia e aperfeiçoa e uminferior diante do qual tem esses mesmos deveres a cumprir.

    /ede caridosos# praticando não apenas a caridade que tira do bolso aesmola que dais friamente ,quele que ousa pedir# mas a que vos leve aoencontro das mis3rias ocultas. /ede indul"entes para com os defeitos devossos semel'antes. 9m ve) de despre)ar a i"nor7ncia e o v:cio# instru:8os e morali)ai8os. /ede doces e benevolentes para todos que sãoinferiores( sede doces e benevolentes mesmo em relação aos seres maisinsi"nificantes da criação e tereis obedecido , lei de Deus.

    /ão ?icente de priaculpa#

    – /em d$vida( mas se uma boa educação moral l'es ensinasse apraticar a lei de Deus# não cairiam nos excessos que causam suaperdição( 3 da:# especialmente# que depende o mel'oramento de vosso"lobo. >?ea a questão .B

    -mor maternal e 'ilial

    8< O amor materno ! uma virtude ou um sentimento instintivocomum aos &umanos e animais#

    – 0anto um quanto outro. A nature)a deu , mãe o amor pelos fil'os nointeresse de sua conservação( mas no animal esse amor est% limitado,s necessidades materiais e termina quando os cuidados tornam8sein$teis. 4o 'omem# ele persiste por toda a vida e comporta umdevotamento e um desinteresse que são virtudes. /obrevive at3 mesmo, morte e prosse"ue no mundo espiritual. !bservai bem que '% neleoutra coisa a mais que no animal. >?ea as quest*es IE e @E.B

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    81 Dma ve "ue o amor materno est6 na naturea, por "ue &6m0es "ue odeiam seus 'il&os desde o nascimento#

    – É al"umas ve)es uma prova escol'ida pelo 9sp:rito da criança# ou umaexpiação# se ele mesmo foi um mau pai# mãe ou um mau fil'o em uma

    outra exist+ncia. >?ea a questão I.B 9m todos os casos# a mãe ruimsó pode ser animada por um mau 9sp:rito que se empen'a em dificultara exist+ncia do fil'o para que ele fracasse nas provas que aceitou. 2asessa violação das leis da nature)a não ficar% impune e o 9sp:rito dacriança ser% recompensado pelos obst%culos que ten'a superado.

    8= uando os pais t2m 'il&os "ue causam des+ostos, n0o s0operdo6veis por n0o terem a mesma ternura "ue teriam em casocontr6rio#

    – 4ão# porque 3 um encar"o a eles confiado e 3 sua missão fa)er todosos esforços para recondu)i8los ao bem >?ea as quest*es E@I e [email protected] disso# esses des"ostos são freqentemente o resultado dos mauscostumes que foram dados desde o berço& eles então col'em o quesemearam.