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1 Negociação pela Abordagem de Ganhos Mutúos entre Municipio e Municipes da Cidade de Maputo “Poluição Sonora no Mercado Mandela II” Por Atanázio Artur Franck TRABALHO DE LINCENCIATURA EM GESTÃO Apresentado à Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane em cumprimento dos requerimentos para a candidatura ao grau de Lincenciatura em Gestão Maputo, Novembro de 2010

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Negociação pela Abordagem de Ganhos Mutúos entre Municipio e Municipes da Cidade de Maputo

“Poluição Sonora no Mercado Mandela II”

Por

Atanázio Artur Franck

TRABALHO DE LINCENCIATURA EM GESTÃO

Apresentado à Faculdade de Economia da Universidade Eduardo Mondlane em cumprimento dos requerimentos para a candidatura ao grau de Lincenciatura

em Gestão

Maputo, Novembro de 2010

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ÍNDICE

DECLARAÇÃO …...…………………………………………………………………………………………………………………………….…I

DEDICATÓRIA…..………………………………………………………………………………………………………………………………..II

EPIGRAFE ……….……………………………………………………………………………………………………………………………..…III

AGRADECIMENTOS……..………………………………………………………………………………………………………………..….IV

LISTAS DE ABREVIATURAS………..……………………………………………………………………………………………………….V

LISTA DE FIGURAS……..……………………………………………………………………………………………………………………..VI

LISTA DE ANEXOS………...………………………………………………………………………………………………………………….VII

RESUMO…………………………………………………………………………………………………………………………………………VIII

CAPITULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E METODOLÓGICO .............................................. 5

1.1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 5

1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO ....................................................................................................... 6

1.3 JUSTIFICATIVO DO TEMA ................................................................................................ 8

1.4 PROBLEMA DE PESQUISA ................................................................................................ 9

1.5 HIPÓTESES ........................................................................................................................... 9

1.6 OBJECTIVOS ....................................................................................................................... 10

1.6.1 Objectivo geral .............................................................................................................. 10

1.6.2 Objectivos específicos ................................................................................................... 10

1.7 METODOLOGIA ................................................................................................................. 11

1.7.1 Metódo de Pesquisa ...................................................................................................... 11

1.7.2 Técnica de Pesquisa ...................................................................................................... 12

1.7.3 Teorias ........................................................................................................................... 12

1.8 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA ........................................................................................ 14

1.9 ESTRUTURA DO TRABALHO.......................................................................................... 15

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CAPITULO II: ENQUADRAMENTO TEORICO .............................................................................. 16

2.1 A POLUIÇÃO SONORA ........................................................................................................... 16

2.2 O CONFLITO ....................................................................................................................... 19

2.2.2 Classificação dos Conflitos .................................................................................................. 20

2.2.3 Níveis de conflitos ............................................................................................................... 20

2.2.4 Possíveis causas de Conflito ................................................................................................ 20

2.2.5 Consequência dos conflitos ou Funções e Disfunções de Conflitos .................................... 21

2.2.6 Análise do Conflito ....................................................................................................... 22

2.2.7 Procedimento para a Gestão eficaz de Conflito ............................................................ 24

2.2.8 Instrumentos para a resolução de Conflitos. ................................................................. 25

2.3 NEGOCIAÇÃO .................................................................................................................... 26

2.3.1 Conceito ............................................................................................................................... 26

2.3.2 Modelos ou tipos de negociação .......................................................................................... 26

2.3.3 Negociação com vista ao alcance de proveitos mútuos ....................................................... 28

2.3.4 Vantagens da Negociação .................................................................................................... 29

2.4 COMUNICAÇÃO ................................................................................................................ 30

2.4.1 Conceito ............................................................................................................................... 30

2.4.2 Tipos de comunicação .......................................................................................................... 30

2.4.3 O papel da comunicação na resolução de conflitos.............................................................. 30

CAPITULO III: O MUNICÍPIO DE MAPUTO E DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDOS ....... 33

3.1 O MUNICÍPIO DE MAPUTO ................................................................................................... 33

Divisão administrativa .................................................................................................................... 34

3.2 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO ................................................................................ 36

O Mercado Mandela II .................................................................................................................. 36

O Mercado Museu ......................................................................................................................... 37

O Mercado Malhangalene ............................................................................................................. 38

O Mercado 25 de Junho ................................................................................................................ 39

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CAPITULO IV: RECOLHA E DISCUSSÃO DOS DADOS .............................................................. 40

4.1 A POLUIÇÃO SONORA NO MUNICÍPIO DE MAPUTO ...................................................... 40

Respostas dos moradores .................................................................................................................. 40

Respostas dos vendedores ............................................................................................................. 44

4.2 POSICIONAMENTO DO MUNICÍPIO .................................................................................... 46

4.3 POSICIONAMENTO DOS VENDEDORES DO MERCADO MANDELA II ........................ 47

4.4 POSICIONAMENTOS DOS MORADORES DOS ARREDORES DO MERCADO MANDELA II ................................................................................................................................... 48

CAPITULO V: ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS ....................................................... 49

5.1 ANÁLISE DA POLUIÇÃO SONORA NO MUNICÍPIO DE MAPUTO ................................. 49

Inquérito efectuados aos Moradores ............................................................................................. 49

Inquérito efectuados aos Vendedores ........................................................................................... 53

5.2 ANÁLISE DA POLUIÇÃO SONORA NO MERCADO MANDELA II .................................. 54

5.2.1 Inquérito efectuado aos moradores ...................................................................................... 54

5.2.2 Inquérito efectuado aos vendedores do mercado Mandela II ............................................... 58

5.2.3 Análise do conflito existente no mercado Mandela II.......................................................... 62

CAPITULO VI: RESOLUÇÃO DO CONFLITO PELA ABORDAGEM DE GANHOS MÚTUOS . 65

6.1 VALIDAÇÃO DO MODELO .................................................................................................... 65

6.2 APLICAÇÃO DA ABORDAGEM DE GANHOS MUTUO ............................................... 67

CAPITULO VII: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ................................................................ 71

7.1 CONCLUSÕES .......................................................................................................................... 71

7.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ................................................... 74

LISTA DE BIBLIOGRAFIA, TEXTO, SÍTIOS DA INTERNET E DOCUMENTOS OFICIAIS CONSULTADOS ................................................................................................................................. 77

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CAPITULO I: ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E METODOLÓGICO

1.1 INTRODUÇÃO As actividades de lazer, como bares, barracas, bombas de gasolina1

Existe, também na cidade de Maputo, o problema decorrente da venda de bebidas em locais

públicos como nos mercados informais, passeio e entradas dos prédios de habitação

ocasionando um fenómeno social, em que as pessoas passam a beber em área residencial com

as portas abertas e os aparelhos de som dos carros ligados nas proximidades de bares e afins,

provocando poluição sonora.

, entre outros, trazem

consigo um grande fluxo de veículos e de pessoas gerando um aumento da poluição sonora

para os munícipes na cidade de Maputo que vivem proximo destes locais.

A crescente onda de poluição sonora tem originado conflitos entre os moradores das áreas

circunvizinhas onde este fenómeno ocorre e os agentes poluidores (Os proprietários de

estabelecimento de lazer e os seus utentes). Os moradores sentem-se ignorados pelas

estruturas encarregues do controlo da poluição sonora, por isso, são muitos os casos de

denúncias e reclamações junto aos órgãos de informação relativas à poluição sonora, por

partes dos munícipes.

A constituição da Republica de Moçambique, no seu artigo 90º (direito ao ambiente)

menciona que “todo cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o dever de o

defender”, isto quer dizer que, as pessoas devem ter assegurado a sua saúde, segurança e bem

– estar (sossego). Deste modo, os agentes poluidores têm estado a violar um dos direitos

básicos dos cidadãos. A poluição sonora não é apenas um problema de desconforto acústico,

pois provoca dificuldades na concentração, irritação, cansaço, nervosismo, distúrbios do

sono, problemas auditivos, dores de cabeça e, o que deve sempre ser levado em consideração,

são os direitos do cidadão, tais como viver com dignidade, ter qualidade de vida e saúde

física e mental. Por isso, o Estado e as autarquias locais, com a colaboração das associações

de defesa do ambiente devem adoptar instrumentos que visem a gestão de conflitos sociais

que advém da poluição sonora. 1 As bombas de gasolinas não são propriamentes locais de laser mas na cidade de Maputo, são usadas com tal pelos utentes, principalmente nos finais de semana.

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1.2 CONTEXTUALIZAÇÃO

A cidade de Maputo possui uma vida nocturna muito activa devido a aglomeração de vários

estabelecimentos para diversão como bares, discotecas, bombas de gasolinas entre outros.

Porém, o exercício do direito de diversão de alguns, prejudica o direito ao descanso a muitos,

devido a poluição sonora originado pelo funcionamento destes estabelecimentos de lazer.

O presente trabalho mostra o descontentamento dos moradores das áreas circunvizinhas dos

mercados informais face ao aumento de poluição sonora que provem das barracas que

funcionam nos mercados informais da cidade de Maputo. Além da poluição sonora, os

moradores reclamam da criminalidade e prostituição dentro dos mercados no período

nocturno.

O estudo de caso foi motivado pelas denúncias e reclamações, relativa a poluição sonora, por

parte dos moradores da vizinhança do mercado Mandela II, localizado na esquina entre as

avenidas Albert Luthuli e Ho Chi Min, na cidade de Maputo.

O local onde hoje situa-se o Mercado Mandela II, era um terreno baldio, bastante tranquilo e no

inicio da década de 90 começaram a surgir os primeiros vendedores, dominado por mulheres,

estes vendiam inicialmente produtos de primeira necessidade. Nos finais de 1992, o mercado

cresce de uma forma extraordinariamente rápida e descontrolada.

Actualmente no mercado Mandela II, existe uma grande concentração de banca e barracas

especializadas em venda de bebidas alcoólicas aos melhores preços da cidade e comidas

confeccionadas no local. No período nocturno, o mercado é bastante movimentado devido a

grande procura de bebidas alcoólicas.

Os moradores da vizinhança do mercado Mandela II, reclamam que há mais de 17 anos vem

sofrendo devido a poluição sonora, prostituição, roubos, doenças, etc. O mercado não tem

horário de encerramento, funciona 24 horas por dias, o município nada faz para a segurança e

sossego dos moradores da vizinhança do mercado.

Existe ainda, reclamações que os utentes das barracas do mercado fazem barulho das 22

horas até ao amanhecer, defecam e urinam nas entradas das casas, pátios e escadas. Os

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moradores reclamam que a polícia municipal nada faz para resolver o problema da poluição

sonora.

Além da poluição sonora vindo das barracas dos mercados informais da cidade de Maputo,

existe também o problema decorrente da venda de bebidas em locais públicos como os

passeio, entradas dos prédios de habitação e bombas de gasolina ocasionando um fenómeno

social, em que as pessoas passam a beber em área residencial com as portas abertas e os

aparelhos de som dos carros ligados nas proximidades deste locais, provocando poluição

sonora.

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1.3 JUSTIFICATIVO DO TEMA

Durante muito tempo, a gestão de conflito sociais não chamava muito a atenção da maior

parte dos dirigentes, gestores, professores e investigadores. Actualmente na sociedade os

conflitos mais frequentes são de naturezas sociais (poluição sonora, criminalidades,

divórcios, etc.) consequentemente, os dirigentes e gestores sentindo – se cada vez mais

preocupados com esta questão, ainda se mostram hesitantes em relação a via a seguir: O que

fazer para gerir os conflitos? Porquê fazê-lo? Como fazê-lo?

Deste modo, este tema é relevante porque fornece e explica as ferramentas e métodos

utilizados para uma resolução e gestão eficaz de Conflitos sociais que têm surgido na nossa

sociedade.

Uma outra razão para a escolha do tema deve-se a seguintes factores:

O Município de Maputo, por não possuir um planeamento urbano adequado, em termos de

acústica, apresenta muitos locais de diversão nocturna funcionando dentro de grandes centros

residenciais, o que acarreta um grande número de denúncias por parte dos Munícipes

referentes à poluição sonora.

No referido Município, existem locais que juntam, em um mesmo espaço e ao mesmo tempo,

pessoas, veículos, música, bebida, prostituição, provocando excesso de ruído na área,

podendo ocasionar conflitos entre o trio formado entre: munícipes (moradores), as

autoridades municipais e os vendedores, incluindo os clientes destes (também munícipes).

No Município, não existe uma lei específica que controle a emissão de ruído urbano. O

Município é o órgão responsável pela emissão de alvarás de funcionamento das barracas e

quiosques, porém, muitas vezes, após a concessão destes, ocorrem denúncias feitas pelos

moradores ao próprio Município devido a poluição sonora.

A poluição sonora viola o direito ao ambiente, consagrado na Constituição da Republica,

tornando-se absolutamente necessário que se estude uma política de gestão da poluição

sonora e dos conflitos gerados por estes.

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1.4 PROBLEMA DE PESQUISA

A poluição sonora na cidade de Maputo tem gerado conflitos entre Município, Vendedores e

Moradores.

O problema da poluição sonora, existe no município de Maputo desde o inicio dos anos 90 e

tem atingido proporções alarmantes nos últimos anos. Os munícipes reclamam que o

municipio pouco faz para resolver a questão e estes recorrem a imprensa para fazer as

denúncias e reclamações relativas a poluição sonora.

Questão de Pesquisa

Para o desenvolvimento de um país é necessário que a Administração esteja próxima dos

cidadãos, respondendo, em tempo útil, aos problemas, e, por isso, os municípios são as

Administrações Públicas melhor colocada para o efeito. É neste sentido que se coloca a

seguinte questão, Até que ponto os instrumentos utilizados pelas autoridades municipal da

cidade de Maputo para a gestão de conflitos sociais causada pela poluição sonora são

eficazes?

1.5 HIPÓTESES

Para o presente Estudo colocam-se as seguintes hipóteses:

• Existe na cidade de Maputo, o problema decorrente de falta de entendimento entre

Município, Vendedores e Moradores devido a poluição sonora.

• Actualmente a gestão de conflitos sociais no município de Maputo é eficiente, os

instrumentos são eficientes e existe um modelo para a resolução e gestão de conflitos

sociais.

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1.6 OBJECTIVOS

Pretende-se com o estudo atingir os seguintes objectivos:

1.6.1 Objectivo geral

Analisar os conflitos sociais gerados pela poluição sonora e propor medidas para a sua

resolução através da adopção de instrumentos de controlo e combate a Poluição Sonora no

município de Maputo.

1.6.2 Objectivos específicos

• Identificar os instrumentos usados para a gestão de conflitos sociais pelo município de

Maputo;

• Analisar a poluição sonora e o conflito gerado por este em diversos bairros do

municipio de Maputo.

• Mostrar a reacção dos moradores que vivem nas proximidades dos mercados

informais, face ao aumento da poluição sonora gerado, devido a funcionamento

destes;

• Identificar as principais fontes de poluição sonora e os agentes poluidores;

• Propor instrumentos para a resolução de conflitos sociais gerados pela poluição

sonora.

• Recomendar e apresentar proposta para controlo e combate da poluição sonora.

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1.7 METODOLOGIA

1.7.1 Metódo de Pesquisa Empregou-se na pesquisa o metódo qualitativo e quantitativo.

Método qualitativo

Optou-se pelo método observacional, porque segundo Gil (1991:34), possibilita o mais

elevado grau de precisão em ciências sociais. E pode-se afirmar com muita segurança que

qualquer investigação em ciências sociais deve valer-se, em mais de um momento, de

procedimentos observacionais.

Método quantitativo

Empregou-se o método estatístico através da utilização do Software SPSS - Statistical

Package for Social Sciences para o tratamento dos dados. Os dados estão descritos abaixo:

Universo

O Universo é constituído por inquiridos com 18 e mais anos de idade, vendedores e/ou

residentes nos bairros próximos aos mercados mandela II, Museu, Malhangalene e 25 de

Junho.

Amostra

A amostra é constituida por 110 questionários (entre vendedores e moradores), com a

seguinte distribuição proporcional por região:

• Mercado Mandela II: 40 questionários

• Mercado Museu: 25 questionários

• Malhangalene: 25 questionários

• 25 De Junho: 20 questionários

Para a difinição da amostra foi ultizada a amostragem por juízo prévio (ou opinativo).

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Segundo Salamão Munguambe (2007)2

Para o presente trabalho definiou-se 110 inqueritos como amostra pelo facto deste número ser

representativo para efeito do estudo de caso. O número de inquérito distribuído em cada

mercado teve como pressuposto o nível de denúncia e reclamações relacionada com a

poluição sonora, isto é, no mercado Mandela onde se concetra maior número de denúncia

distribuiu-se 40 questionários e assim sucessivamente.

, amostragem por juízo prévio (ou opinativo) é um

método não probabilístico que se baseia no que o investigador pensa que deve ser a melhor

maneira de formar uma amostra.

1.7.2 Técnica de Pesquisa

A informação foi recolhida através de entrevistas directa e pessoal, com base em

questionários.

Os respondentes foram seleccionados através do método de quotas, com base numa matriz

que cruzou as variáveis Sexo, Idade e local.

Também recorremos a pesquisa documental, foram consultadas obras, sites na internet, leis,

decretos, regulamentos e documentos que abordam temas ligados a poluição, conflito,

negociação e comunicação. Aliás o presente trabalho de licenciatura teve como motivação

uma denúncia publicada no jornal notícias.

1.7.3 Teorias

As teorias são muito importantes no processo de investigação em ciências sociais. Elas

proporcionam a adequada definição de conceitos, bem como o estabelecimento de sistemas

conceptuais, indicam lacunas no conhecimento, auxiliam a construção de hipóteses,

explicam, generalizam e sintetizam os conhecimentos e sugerem metodologias apropriadas

para a investigação (trujillo Ferrari, 1982:119).

Para efeitos de análise do conflito do presente trabalho foi usada a teoria da negociação

denominado “ganhos mútuos”

Teoria de ganhos mútuos

2 Texto de apoio da disciplina de método e técnicas de investigação económica, Faculdade de Economia, UEM

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A teoria de ganhos mútuos foi desenvolvida em 1996, por Lawrence Susskink e Patrick Field

ambos professores da The MIT-Harvard Public Disputes Program (Escola de Negociação do

Harvard) numa obra intitulada Dealing with an agry public: The Mutual Gains Approach to

Resolving Disputes.

A Teoria de Ganhos mútuos foi desenvolvida para negociar com um público irritado ou

revoltado mas pode também ser usada na administração pública e nas empresas privadas em

que existe conflito.

Esta teoria assenta-se em seis principios:

• Reconhecer as preocupações de outra parte;

• Encorajar a procura da solução conjunta;

• Desenvolver esforços e contingências para minimizar impactos negativos se existirem,

prometer, compensar e reconhecer qualquer impacto que seja;

• Aceitar responsabilidade, admitir erros e partilhar poderes;

• Agir de forma confiável em todos os momentos;

• Focalizar na construção de relacionamentos de longo prazo.

Estes elementos chaves ajudam as empresas e líderes de governos a negociar, em vez de

lutar, com os seus críticos.

Os seis principios que compõem a teoria parecem simples a primeira vista mas não são fáceis

de colocar em prática. A complexidade de cada situação, a falta de informação completa, a

rápidez de evoluição dos acontecimentos e as decisões necessárias para dar respostas

imediatas, bem como os pareceres oferecidos por varios conselheiros, são algumas das

situção que condicionam o sucesso da aplicação da teoria. No entanto, Susskind e Field não

afirmam que esta teoria é fácil ou que ela sempre funciona. Eles afirmam que é a melhor

alternativa para resolver disputas públicas.

A teoria de ganhos mútuos pode ser usada na situações de conflito em que:

• As promessas não foram cumpridas;

• Existe a prática de actividades que poem em risco a saúde pública;

• Foram ditas coisa em que não era verdade;

• Existe acusação de corupção ou incopetência;

• Há alegação de negligências ou omissões;

• Envolve reassentamento das populações;

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• Existe a degradação do meio ambiente e uma ameaça de catastrofe;

• Etc.

1.8 DELIMITAÇÃO DA PESQUISA

Em termos espaciais o estudo foi realizado na cidade de Maputo. A escolha desta cidade

deve-se as seguintes razões:

• O facto de ser o maior pólo económico e cultural do país.

• A cidade de Maputo, capital de Moçambique, é um pequeno observatório onde se

espelha a situação do país, representado por todos os tipos de culturas e

identidades/heterogeneidades nacionais, uma vez que aqui se podem encontrar

imigrantes provenientes de todo o país e originários quer de áreas rurais quer de

urbanas (Araújo, 1990: 80).

• Divido a exiguidade de recursos financeiros e de tempo.

Para o estudo de caso foi identificado o mercado Mandela II, este é um dos mercados

informais da cidade de Maputo onde se regista maior número de denúncia e reclamações

devido a poluição sonora. Para o presente trabalho foram também desenvolvidas pesquisas

nos seguintes mercados da cidade de Maputo: Mercado Museu vulgo “barracas do museu”;

Mercado Malhangalene e Mercado 25 de Junho (barracas do choupal)

O estudo compreende um período de análise de 1992 a 2009. Escolheu – se 1992 como

período inicial, por ser o ano que surge efectivamente o mercado.

O ano de 2009 é o período terminal por uma questão metodológica, trata-se de um ano antes

da apresentação do trabalho de fim de curso.

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1.9 ESTRUTURA DO TRABALHO

O presente trabalho é constituído por sete capítulos:

O capítulo I é o da introdução, da contextualização do tema onde se fornece uma visão do que

será tratado ao longo do trabalho, o problema e a questão de pesquisa, a relevância do tema,

as hipótese, a metodologia usada, a delimitação do tema e a estrutura do trabalho.

O capítulo II é composto pela revisão da literatura, onde serão apresentados alguns conceitos

relacionados com o tema: poluição, conflito, comunicação, negociação e outros.

O Capitulo III faz uma breve abordagem histórica do município de Maputo, as atribuições do

município. Neste capitulo faz se também a descrição dos locais onde os estudos foram

desenvolvidos.

O Capitulo IV consiste na apresentação dos dados recolhidos relacionado com a poluição

sonora nos bairros mais representativos da Cidade de Maputo. Apresenta e discute os

inquéritos efectuados aos moradores dos bairros em que existem várias denúncias acerca da

poluição sonora e dos vendedores dos mercados informais tidos como os maiores agentes

poluidores.

O Capítulo V é o centro de desenvolvimento da pesquisa propriamente dita, onde ocorre a

discussão dos resultados. Nele são apresentados as análises dos dados da poluição sonora e da

reacção da população frente ao problema.

O Capitulo VI compreende a aplicação do modelo de abordagem de ganhos mutuos na

resolução de conflitos sociais originados pela poluição sonora no municipio de Maputo.

Finalizando, o capítulo VII apresenta as principais conclusões do trabalho, resultado da

confrontação da literatura e da realidade, por fim apresenta-se uma sugestão para trabalhos

futuros.

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CAPITULO II: ENQUADRAMENTO TEÓRICO

2.1 A POLUIÇÃO SONORA Um dos motivos do desgaste da qualidade de vida nos centros urbanos esta no grande número

de fontes poluidoras responsáveis pela produção de sons e ruídos que prejudicam o bem-estar

e a saúde da população urbana.

De acordo com a lei do ambiente (lei 20/97), Poluição é a deposição, no ambiente de

substâncias ou resíduos, independente da sua forma, bem como a emissão de luz, som e

outras formas de energia, de tal modo e em quantidade tal que o afecta negativamente.

Quando a poluição deriva da emissão de som designa-se

Para melhor compreensão do conceito de poluição sonora é importante distinguir o conceito

de som e ruído, muitas vezes empregado como sinonimo. Na ausência de normalização

moçambicana, foram utilizadas as definições constante da normalização internacional.

poluição sonora

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define os dois conceitos da seguinte maneira:

Som: é qualquer vibração ou conjunto de vibrações ou ondas mecânicas que podem ser

ouvidas.

Ruído

: são os sons considerados indesejáveis ou desagradáveis, sendo que não depende

apenas das características do som emitido, mas também da atitude do indivíduo frente a este.

O ruído é considerado uma ameaça ao habitat humano, e a poluição sonora gera efeitos

auditivos (e ao organismo como um todo) prejudiciais a quem a ela se expõe, quer no

ambiente de trabalho, quer no lazer, comprometendo, sobretudo, sua qualidade de vida.

Efeito da poluição sonora

A poluição sonora constitui se não só em fontes de incomodo a população, mas, também, em

um problema de saúde publica, que contribui para a perda da qualidade de vida da população

e da não sustentabilidade das cidades.

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A poluição sonora é uma das principais causas de distúrbios mentais e psicológicos, tais

como, irritação, cansaço, nervosismo, stress, falta de concentração nas actividades diárias,

também, prejuízo a saúde humana, as quais sejam distúrbios do sono, alteração da capacidade

auditiva, dores de cabeça, tontura entre outros.

De acordo com a OMS (1999), para se ter uma ideia da gravidade do problema, os seguintes

dados foram apresentados:

• Mundialmente estima se que mais de cento e vinte milhões de pessoas tem problema

de audição causada pela poluição sonora;

• A exposição prolongada ou excessiva ao ruído, seja na comunidade ou nos ambientes

de trabalho, pode causar danos a saúde permanentes tais como a hipertensão e

doenças do coração;

• Potencialmente o ruído pode afectar o desempenho de leitura, na concentração, na

resolução de problemas e na memória. Perdas no desempenho podem ocasionar

acidentes;

• O ruído acima de 80 dB pode aumentar o comportamento agressivo;

• Uma ligação entre ruído em comunidade e problemas de saúde mental é sugerida, em

função do aumento da demanda para tranquilizantes e comprimidos para dormir, da

incidência de sintomas psiquiátricos e do número de admissões em manicómios.

Globalmente os efeitos da poluição sonora sobre o organismo humano classificam-se

em:

Efeitos auditivos

Consiste na perda da audição induzida pelo ruído. Esta perda da capacidade auditiva pode ter

causa hereditária e estar associada a seguintes factores:

• Ao próprio processo de envelhecimento natural humano (presbiacúsia);

• A admissão de medicamentos (nosoacúsia);

• A actividade social ruidosa (socioacúsia);

Efeitos não auditivos

Na categoria dos efeitos não auditivos da poluição sonora, segundo o documento da OMS

publicado em 1999 e intitulado Guidelines for Community Noise, estão incluídos todos os

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efeitos adversos a saúde e ao bem-estar causado pela exposição sonora, com excepção

daqueles relacionados a audição. Dentre esses destacam-se os efeitos de distúrbios no sono,

interferências com a Comunicação pela fala, distúrbios nas funções fisiológicas, interferência

no desempenho de tarefas, distúrbios nas saúdes mental, efeitos sociais e comportamentais e

incómodo.

Distúrbio no sono: o sono é um estado de repouso relativamente frágil que pode ser

interrompido através de estímulos diversos, dentre os quais o ruído.

Estima-se que 80 a 90% dos casos relatados de distúrbio do sono em ambiente ruidosos

estejam associados ao ruído ambiental (OMS, 1999). Consequências em longo prazo sobre a

saúde em função da redução da duração do sono, se traduzem, num sentido mais amplo, em

perda da qualidade de vida.

Efeitos Sociais comportamentais: segundo a OMS (1999), o ruído, além do incómodo, pode

produzir um grande número de efeitos sociais e de distúrbios comportamentais. Esses efeitos

incluem as mudanças nos padrões comportamentais diários (fecho de janelas, o uso de TV ou

rádio em níveis sonoros mais altos, como consequentes reclamações junto as autoridade), as

mudanças adversas nos indicadores sociais (mobilidade residencial, consumo de drogas e

altos índices de acidentes) e as mudanças no humor.

Embora as mudanças no comportamento social estejam associadas a exposição ao ruído, ela

não é suficiente para produzir comportamentos agressivos. Entretanto, o ruído acima de 80

dB (A), combinado a situações de provocações ou a raiva e hostilidade preexistentes, pode

desencadear a agressão.

Legislação referente a poluição sonora

Para efeito deste trabalho foram consultados seguintes lesgislação:

• Lei do ambiente, Lei 20/97

• Resolução nº 53/AM/2006 de 22 de Novembro – Postura sobre o Comércio Ambulante em Lugar Fixo

• Código penal

• Constituição da república de Moçambique

• Resolução nº 94/AM/2008 de 23 de Outubro – Postura sobre os Mercados e Feiras

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2.2 O CONFLITO

2.2.1 Conceito

O conflito pode considerar-se um estado de oposição, colisão, confronto ou polarização de

posições divergente entre as partes em interrelação. Há quem considere o conflito um choque

de interesses, uma luta de contrários que ajuda a crescer, mas em geral, é uma oposição

consciente entre indivíduos, grupos ou Estados. (Lopes, M.A 2006: 79).

Horton & Hunt citado por Bernades &Marcondes, define o conflito como sendo o processo

de procurar obter recompensas pela eliminação ou enfraquecimento dos competidores.

No geral o conflito representa desacordo e estes são influenciado por três variáveis culturais:

tecnologia (a forma de trabalhar), preceitos (crenças, normas e valores) e sentimentos.

Os conflitos decorrentes da tecnologia são os mais fáceis de ser resolvido por meio da

discussão racional dos pontos divergentes. Já os provocados pelo componente preceitos

exigem até mudanças culturais para a sua solução, pois decorrem do dissenso quanto a

crenças e valores interiorizados na família e sociedade e, por isso, obviamente difíceis de

acomodação. Finalmente, os induzidos por sentimentos são os mais dificultosos de resolução

por serem motivados por factores inatos e aprendidos na primeira infância.

Assim, o conflito ocorre sempre dentro de uma interdependência e é o resultado da

diversidade que caracteriza nossos pensamentos, atitudes, crenças, percepções, sistemas e

estruturas sociais; é, como a evolução, parte inerente da nossa existência.

O conceito de conflito a ser adoptado no presente trabalho será o de Fisher, R. & Ury, W

citado por Manjate, J.M (2010):

Duas ou mais partes percebem que os seus interesses são incompatíveis, e expressam

atitudes hostis – ou seguem seus interesses através de acções que prejudicam a outra parte.

Interesses podem ser acerca de ideias, distribuição ou acesso aos recursos, poder e crenças

que as partes não podem alcançar simultaneamente.

Elementos do conceito de conflito

Para Manjate, J.M (2010:56) há uma necessidade de saber observar e identificar claramente o

conflito, como ponto de partida avança os seguintes elementos do conceito de conflito:

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• Duas ou mais partes

• Envolvem-se

• Competição

• Desmedida

• Percebem

• Seus interesses

• Incompatíveis

• Expressam atitudes hostis

• Acções que prejudicam a outra parte

• Distribuição ou acesso aos recursos

• Poder e crenças

• Não podem alcançar simultaneamente

• Escassez

2.2.2 Classificação dos Conflitos

De acordo com M.A Lopes (2006), os conflitos podem ser classificados em: conflitos de

valores, organização, relacionamento e interesses.

2.2.3 Níveis de conflitos

Os conflitos podem acontecer em três níveis:

• Conflito latente: não é declarado e não há, mesmo por parte dos elementos

envolvidos, uma clara consciência de sua existência.

• Conflito emergente: aparece com um grau de consciência mais acentuado, onde as

discrepâncias são evidentes, e ainda não foi iniciada a negociação.

• Conflito manifesto: trata-se do conflito que já atingiu ambas as partes, já é percebido

por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.

2.2.4 Possíveis causas de Conflito

Depois de consultas a várias bibliografias resume-se as possíveis causas do conflito:

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• Experiência de frustração de uma ou ambas as partes: incapacidade de atingir uma

ou mais metas e/ou de realizar e satisfazer os seus desejos, por algum tipo de

interferência ou limitação pessoal, técnica ou comportamental;

• Diferenças de personalidade: são invocadas como explicação para as desavenças

tanto no ambiente familiar como no ambiente de trabalho, e reveladas no

relacionamento diário através de algumas características indesejáveis na outra parte

envolvida;

• Metas diferentes: é muito comum estabelecermos e/ou recebermos metas/objectivos

a serem atingidos e que podem ser diferentes dos de outras pessoas e de outros

departamentos, o que nos leva à geração de tensões em busca de seu alcance;

• Diferenças em termos de informações e percepções: costumeiramente tendemos a

obter informações e analisá-las à luz dos nossos conhecimentos e referenciais, sem

levar em conta que isto ocorre também como outro lado com quem temos de

conversar e/ou apresentar nossas ideias, e que este outro lado pode ter uma forma

diferente de ver as coisas.

2.2.5 Consequência dos conflitos ou Funções e Disfunções de Conflitos

Lakatos, Eva Maria (1997:109) afirma que os conflitos podem ter resultados não apenas

negativos (disfunções), mas também positivos (funções). Por sua vez, Manjate (2010:59)

distingue os conflitos funcionais dos não funcionais da seguinte maneira:

Aspectos positivos do Conflito/conflitos funcionais

• Neste tipo de conflito, maximizamos as semelhanças e minimizamos as diferenças.

• O conflito desperta atenção nas pessoas para terem mais cuidado no dia-a-dia.

• O conflito fortalece o relacionamento entre as pessoas, as partes que estão em

constante troca de ideias melhor fazem as suas tarefas.

• O conflito ajuda as pessoas a desenvolver-se.

• O conflito ajuda o desenvolvimento psicológico. Através do esforço para resolucao do

problema, controi-se uma capacidade evolutiva dentro do indivíduo.

Aspectos Negativos do Conflito (conflitos não funcionais)

• As partes em conflito procuram maximizar as diferenças e minimizar as semelhanças.

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• As partes vêem seus esforços bloqueados por outros, em função da pressão para

“ganhar”. Essa atmosfera cria mal-estar entre indivíduos e grupos, levando a

frustração, stress, hostilidade, prejudicando a habilidade de julgamento e desempenho

de tarefas. A pressão para se conformar também cresce, restringindo-se a liberdade

do indivíduo, levando o grupo a não resolver problemas de forma eficiente.

2.2.6 Análise do Conflito

Para resolver um conflito, o primeiro passo que temos que dar é identificar a base objectiva

do conflito manifesto. Ou seja, o conflito pode surgir com alguns sintomas e expressões que

não reflictam fielmente o que está realmente em disputa.

São vários os métodos de análise de conflito, mas para efeito deste trabalho será dada

especial importância a teoria da cebola (onion theory).

PARTE A PARTE B

Posição Posição

Interesse

Interesse

Necessidade Necessidade

Figura 1. A figura da cebola. Fonte: elaboração própria

Esta teoria consiste em representar graficamente a possibilidade de lhe tirar tantas camadas

quanto possíveis (camadas que foram sendo acrescentadas por meio do conflito, falta de

estabilidade e falta de confiança) e tentar resolver as necessidades autênticas, que são a base

das acções individuais e de grupo das pessoas. Um objectivo a longo prazo é melhorar a

comunicação e a confiança até o ponto em que as pessoas possam descobrir suas próprias

necessidades, compreender e tentar enfrentar as necessidades mútuas. Mas, antes que se

atinja este ponto, podemos desafiar as pessoas a examinarem se as acções e estratégias que

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adoptaram são uma boa forma de promover seus próprios interesses e enfrentar suas próprias

necessidades.

Necessidades - São aqueles satisfatórios ou condições que as partes necessitam, seja em sua

situação material ou subjectiva, e que estão presentes além de sua possível solução ou

atendimento.

Necessidade é o sentimento ou desejo de obtermos aquilo que não possuímos. Maslow

classifica as necessidades em cinco categorias: fisiológica ou biológica, segurança,

reconhecimento ou sociais, estima e auto realização. Abaixo apresentamos a pirâmide por

ordem crescente das necessidades.

Figura 2: Piramede de Maslow

Interesses - São os meios para resolver essas necessidades.

Posições - São as posturas que cada parte assume diante da situação conflituante e inclui

opiniões, avaliações e percepções sobre a mesma.

Figura 3. Pirâmide da teoria de cebola [Adaptado do apontamento de Manjante, Joaquim

(2009): técnicas de Negociação, FE-UEM]

Quando o Grupo A e o Grupo B começam a negociar, é provável que o façam tomando

posições. Neste nível, têm muito pouco em comum. Entretanto, se forem capazes de

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aprofundar mais em seus interesses e necessidades, é mais provável que encontrem alguns

pontos em comum.

Eis a importância de identificar as necessidades, interesses e posições de ambas as partes. Um

exercício que exige empatia e disposição para encontrar aspectos convergentes e opções de

solução.

A relação entre estes factores e as condições que se encontram na base dos conflitos pode

produzir ou não conflitos manifestos.

Posição – quando as partes A e B iniciam a negociação assume posições diferentes, isto é,

ficam distantes de outro.

Interesse – a medida que a negociacao avança as partes procuram conciliar os seus

interesses, pouco aos poucos vão se aproximando.

Necessidade – para que as partes sastifaçam as suas necessidades eles imperiosamente devem

se aproximar e chegarem ao acordo.

2.2.7 Procedimento para a Gestão eficaz de Conflito

A gestão de conflito deve ser feita de duas maneiras, que se complementam: por medidas

preventivas, para evitar a ocorrência, e por acções correctivas, caso o conflito já esteja

instalado. (Bernades C & Marcondes R.C, 2005:45)

Medidas preventivas

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Inicialmente, deve-se procurar fazer com que as metas sejam convergentes, bem como as

submetas, que constituem os meios para atingi-las. Deve-se fazer também o diagnóstico de

todas situações que possam originar o conflito e desenvolver um canal eficaz de

comunicação.

Medidas correctivas

O primeiro passo é reconhecer a existência do conflito entre as partes e segundo é identificar

o peso de cada uma das três variáveis culturais. O que dará uma ideia da dificuldade para

chegar a uma solução. Esta pode ser alcançada de três formas: negociação, mediação e

arbitragem.

Para que o conflito seja resolvido com sucesso é necessário que as partes tenham as seguintes

capacidades: saber comunicar; saber ouvir; saber perguntar; saber responder.

2.2.8 Instrumentos para a resolução de Conflitos.

Os instrumentos que os gestores devem utilizar para gerir os conflitos são vários, para feito

deste trabalho iremos desbrucar sobre a negociação e comunicação

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2.3 NEGOCIAÇÃO

2.3.1 Conceito

“Goste ou não, é um negociador. A negociação é uma realidade do dia-a-dia”. Diante desta

afirmação de Roger Fisher e William Ury, torna-se necessário conhecer o conceito de

negociação para melhor resolvermos os problemas do dia-a-dia, como sabemos que o conflito

é uma indústria em franca expansão.

A negociação é um meio básico para obter o que quer dos outros. É uma comunicação

recíproca para chegar a acordos quando uns interesses são partilhados e outros não. (Fisher &

Ury, 1991:15)

A negociação é um processo de comunicação recíproco com o intuito de alcançar uma

decisão comum (Fisher & Ury, 1991:50)

Para Spoelstra & Pienaar (2002:3), negociação é um processo de interacção entre partes

direccionadas a alcançar alguma forma de acordo que se baseará em interesses comuns, com

o propósito de resolver o conflito ao invés de amplamente dividindo diferenças.

A negociação é um facto da vida. Assim como não podemos viver sem a comunicação,

também não podemos viver sem a negociação. Através da negociação podem-se fazer

grandes progressos que antes não poderiam acontecer com a acção militar.

2.3.2 Modelos ou tipos de negociação

De acordo com Spoelstra & Pienaar (2002:8), a negociação classifica-se de acordo com os

objectivos, relacionamento, estilo e conteúdo

Para efeito do presente trabalho, importar a classificação de acordo com os objectivos e assim

temos três tipos de negociação:

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Negociação distributiva: win-lose (ganhar/perder)

Refere-se a forma de negociação na qual as partes competem em volta da distribuição de um

valor fixo. A questão chave não é “quem ficará com maior valor?”. Nesta negociação um dos

grupos vence o conflito atingido seus objectivos e frustrando o outro em sua tentativa de

atingir seus objectivos, fazendo-o perder. É uma situação típica de uma competição

predatória e muito destrutiva em termos de moral de equipa. As relações e a reputação não

têm importância nestas guerras.

Cada qual procurará resguardar suas posições em prejuízo do outro. Se há uma restrição

orçamentária, cada um procurará usar poder e influência para obter mais vantagens, mesmo

que isto sacrifique a organização como um todo.

Linkert e Linkert (1979:65~67) citado por Lakatos, (1997:110) enunciam três perguntas: o

que acontece quando se opta por ganhar/perder? Quais são os custos? E as consequências? E

respondem:

• Na fase intragrupal ocorrem algumas frustrações e temores e na fase intergrupal,

impaciência para iniciar a luta, profundo engajamento e aquisição de energia para

mobilizar a equipe para ganhar.

• As principais consequências são: perda de interesse para soluções mutuamente

aceitáveis. Os processos de deliberação são sempre acelerados, sem questionamento

das vantagens e desprezo pela criatividade na solução de problemas. Esses factores e

outros mais representam as bases para futuros conflitos intragrupal; ocorrem

distorções perceptivas com facilidade, crescendo as hostilidades intergrupais. A

confiança desaparece. Cada grupo pressiona seus representantes para a vitória a

qualquer custo, independentemente de soluções criativas, inovadoras ou objectivas.

Os vitoriosos são tratados como heróis e os perdedores são vistos como traidores pelo

seu próprio grupo.

Negociação destrutiva: lose-lose (perder/perder)

É um tipo de negociação onde uma parte tenta provocar danos na outra enquanto ao mesmo

tempo, não se importando com danos que esteja causando a si próprio.

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Cada grupo desiste de seus objectivos, através de uma forma de compromisso. Nenhum

grupo alcança tudo o que deseja, então, ambos perdem.

Negociação Integrativa: win-win (ganhar/ganhar)

Segundo Manjate (2010:103), a negociação integrativa (Win-win) surge como prespectiva

não realista porque é usada, muitas vezes, como forma de ganhar vantagens sobre outras

pessoas. O facto de ganho não proporcional, leva ao conflito, principalmente quando a outra

parte descobre que esta perdendo e a outra esta ganhando mais do que ela. O professor

Spoelstra propõe Win-more – Win-more, como situação em que cada parte deve garantir que

a outra tenha verdadeiramente ganhos proporcionais.

Nos dois processos, chamamos também de negociação ideal, as partes partem para a

negociação com a percepcao de ganhos equalizados e preocupados com o relacionamento

futuro, onde as relações de poderes não importam.

2.3.3 Negociação com vista ao alcance de proveitos mútuos

Fisher e Ury afirmam que independentemente do interesse em evitar uma perda conjunta, há

quase sempre a possibilidade de um ganho comum, desenvolvendo uma relação mutuamente

vantajosa ou satisfazendo os interesses de cada uma das partes através de uma solução

criativa. Para que isso aconteça é necessário que se:

• Identifique os interesses partilhados. Teoricamente, é obvio que os interesses

partilhados contribuem para que se cheque a acordo. Por definição, inventar uma ideia

que se satisfaça esses interesses é bom para si e para os outros. Mas na prática as

coisas não se afiguram tão simples.

• Articule os diferentes interesses. São inúmeros os acordos criativos que reflectem

este princípio de atingir um acordo pela diferença. As diferenças de interesses e

convicções tornam possível que uma questão lhe traga os elevados benefícios e,

simultaneamente, baixos custos para outra parte. O tipo de diferenças que melhor os

leva a adaptarem-se diferenças de interesses, convicções, do valor atribuído ao tempo,

as previsões e à aversão ao risco.

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• Informe-se das preferências deles. Uma forma de conciliar interesses é inventar

diversas opções, todas igualmente aceitável para si, e tentar saber quais as que os

outros preferem. Pretende-se saber o que é preferível e não necessariamente o que é

aceitável.

2.3.4 Vantagens da Negociação Segundo Manjate, a negociação apresenta inúmeras vantagens:

• Permite troca de informações através de comunicações;

• Constrói relações contínuas entre as partes;

• Previne conflitos;

• Cria acordos mútuos e duradouros;

• Leva as partes em compromissos e a integrarem os seus interesses;

• Reduz a resolução de problemas nos tribunais.

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2.4 COMUNICAÇÃO

2.4.1 Conceito

Dificilmente haverá um aspecto no nosso dia-a-dia que não envolva comunicações. Muitos

enganos e distorções são cometidos porque as coisas são mal compreendidas.

Minicucci (1989:202) define uma comunicação eficaz e completa como o fornecimento ou

troca de informações, ideias e sentimentos, através de palavras, escrita ou oral, ou de sinais –

é vital para o ajustamento das pessoas dentro de uma organização.

Em termos genéricos, existe comunicação (Nguyen 1991) quando uma entidade “emissor”

transmite uma informação “mensagem” a outra entidade “receptor”.

2.4.2 Tipos de comunicação

De acordo com Minicucci (1989: 216) há vários tipos de comunicação humana. A

comunicação vária de acordo com os instrumentos utilizados para estabelecer o contacto com

o outro, de acordo com as pessoas em processo de comunicação e, ainda, de acordo com os

objectivos em vista.

Quanto aos instrumentos utilizados, a comunicação pode ser verbal (linguagem falada ou

escrita) e não verbal (gestos, posturas, expressões faciais e silêncios).

Quanto as pessoas implicadas, é preciso distinguir a comunicação a dois (pessoais e

profissionais) da comunicação de grupos (intragrupo e intergrupos)

Quanto aos objectivos, podemos distinguir dois tipos de comunicação: a comunicação

consumatória (espontânea ou falar por falar) e a instrumental (utilitária)

2.4.3 O papel da comunicação na resolução de conflitos

A oportunidade de comunicar correctamente contribui inúmeras vezes para a redução do

conflito. Os meios usados e os factores situacionais afectam também a eficácia da

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31

comunicação. Assim, convém, cuidados especiais relativamente aos canais de comunicação,

aos conteúdos da comunicação, aos padrões de comunicação (M.A Lopes, 2006:91)

Para Fisher & Ury (1991:51), sem comunicação não há negociação. A negociação é um

processo de comunicação recíproco com o intuito de alcançar uma decisão comum.

A comunicação é uma das partes mais importantes na resolução de conflitos e sua ausência é

uma das causas que os iniciam também. Numa situação de conflito, todos nós desenvolvemos

percepções sobre o nosso próprio comportamento e o dos demais. É comum que por isso

formamos estereótipos e preconceitos mesmo antes de abordarmos um assunto. Para se

trabalhar produtivamente uma situação de conflito, é necessário obter uma visão objectiva do

co flito. Isto supõe nossa capacidade de compreender nossas próprias percepções e atitudes

dia te da outra parte para romper barreiras na comunicação.

A negociação é uma troca de informação através de comunicação. É comunicando que a

gente se entende, logo a comunicação aproxima as pessoas, afasta as diferenças e é uma

ferramenta eficaz para o estabelecimento de plataforma comum.

Fisher & Ury afirmam que existem três problemas na comunicação. Em primeiro lugar os

negociadores podem não estar a falar uns com os outros ou, pelo menos, não da maneira a se

fazerem-se entender. É frequente que uma das partes perca o interesse e desista de tentar

comunicar com o outro. Em vez disso, optam simplesmente para impressionar terceiros ou os

seus constituintes. Em vez de tentar acertar o passo com os seus parceiros negociais, com

vista a um resultado mutuamente satisfatório, tentam leva-los a cometer erros. Em vez de

convencerem o parceiro a enveredar por uma etapa mais construtiva, tentam levar aos

telespectadores a tomarem partido. A Comunicação efectiva entre as partes é quase

impossível se cada uma delas actuar para a plateia.

O segundo problema prende-se com o facto de os negociadores quando se dirigem aos seus

interlocutores de forma directa e clara, não são ouvidos.

O terceiro problemas é os equívocos. O que é dito por um pode não ser entendido pelo outro.

Mesmo quando os negociadores se encontram na mesma sala, a Comunicação entre ambos

pode assemelhar-se a sinais de fumo num dia de vento forte. Se as línguas forem diferentes as

probabilidades de equívoco aumentam significativamente.

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Os mesmos autores de seguida avançam com os seguintes conselhos para a solução dos três

problemas na Comunicação:

Ouça atentamente e tente compreender o que esta a ser dito. A necessidade de ouvir é

óbvia, apesar de ser difícil ouvir com atenção, particularmente em situações de grande

nervosismo, como no caso de uma negociação. Ouvir permite-lhe compreender as opiniões

dos outros, sentir as suas emoções e prestar atenção ao que estão a tentar dizer.

A técnica normal de uma boa audição é prestar o máximo de atenção ao que esta a ser dito,

pedir a outra parte que explique, devagar e com clareza, exactamente o que quis dizer com o

que disse e pedir que repita em caso de ambiguidade e incerteza.

Fale para ser percebido. Fale com os outros. Por vezes é fácil esquecer que uma negociação

não é debate. Nem julgamento. Não esta a tentar persuadir terceiros. A pessoa que tenta

persuadir esta sentada a sua mesa.

Fale de si próprios não dos outros. Em muitas negociações, cada parte leva imenso tempo a

explicar e a condenar as motivações e intenções contrária. Se falar do seu estado de espírito

dificilmente será atacado.

Fale com um objectivo. Por vezes o problema não esta na falta de comunicação, mas na

comunicação a mais. Quando a irritação e a incompreensão são grandes, e melhor não

exteriorizar determinados sentimentos.

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CAPITULO III: O MUNICÍPIO DE MAPUTO E DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDOS

3.1 O MUNICÍPIO DE MAPUTO

Maputo, antigo Lourenço Marques, é a capital e a maior cidade de Moçambique. É também

o principal centro financeiro, corporativo e mercantil do país. Localiza-se no sul do país, na

margem ocidental da Baía de Maputo.

A cidade constitui administrativamente um município com um governo eleito e tem também,

desde 1980, o estatuto de província. Não deve ser confundida com a província de Maputo que

ocupa a parte mais meridional do território moçambicano, exceptuando a cidade de Maputo.

O município tem uma área de 346,77 km² e uma população de 1 094 315 (Censo de 2007) o

que representa um aumento de 13,2% em dez anos.

A autarquia de Maputo é dirigida desde Novembro de 1998 por um Conselho Municipal,

órgão executivo colegial constituído por um Presidente eleito por voto direto para um

mandato de 5 anos e por 15 vereadores por ele designados. O governo é monitorizado por

uma Assembleia Municipal, composta por vereadores também eleitos por voto directo. Antes

desta data a cidade era dirigida por um Conselho Executivo nomeado pelo governo central.

Os seguintes presidentes dos conselhos executivo e municipal dirigiram a cidade:

Data de tomada de posse Presidente do Conselho Executivo (Nomeado)

17 de Junho de 1980 António Hama Thay 1 de Dezembro de 1982 Gaspar Horácio Mateus Zimba 28 de Maio de 1983 Alberto Massavanhame 12 de Março de 1987 João Baptista Cosme 20 de Novembro de 1997 Artur Hussene Canana

Fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo

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34

Data da tomada

de posse

Presidente do Conselho Municipal

(Eleito) Partido

27 de Novembro de 1998 Artur Hussene Canana Frelimo

19 de Novembro de 2003 Eneas da Conceição Comiche Frelimo

7 de Fevereiro de 2009 David Simango Frelimo

Fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo

Divisão administrativa

Maputo está dividido em sete distritos municipais, que se encontram, por sua vez, divididos

em bairros e povoações:

Unidade

Administrativa

Autárquica

População

(Censo 2007)

Bairros/Povoações

Distrito Urbano de

KaMpfumo

(antigo nº1)

107 530

Central A, B e C; Alto Maé A e B;

Malhangalene A e B; Polana Cimento A e B,

Coop e Sommerchield.

Distrito Urbano de

Nlhamankulu

(ou Chamanculo,

antigo nº 2)

155 385

Aeroporto A e B; Xipamanine; Minkadjuíne;

Unidade 7; Chamanculo A, B, C e D;

Malanga e Munhuana.

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Distrito Urbano de

KaMaxaquene

(ou Maxaquene,

antigo nº 3)

222 756 Mafalala; Maxaquene A, B, C e D; Polana

Caniço A e B e Urbanização.

Distrito Urbano de

KaMavota

(ou Mavota, antigo

nº4)

293 361

Mavalane A e B; FPLM; Hulene A e B;

Ferroviário; Laulane; 3 de Fevereiro;

Mahotas, Albazine e Costa do Sol.

Distrito Urbano de

KaMubukwana

(ou Mubukwane,

antigo nº5)

290 696

Bagamoyo; George Dimitrov (Benfica);

Inhagoia A e B; Jardim, Luís Cabral;

Magoanine; Malhazine; Nsalane; 25 de

Junho A e B; e Zimpeto.

Distrito Municipal

de KaTembe

(ou Catembe,

antigo nº6)

19 371 Gwachene; Chale; Inguice; Ncassene e

Xamissava.

Distrito Municipal

de KaNyaka

(ou Inhaca, antigo

nº7)

5 216 Ingwane; Ribjene e Nhaquene.

Fonte http://pt.wikipedia.org/wiki/Maputo

Page 36: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

36

Atribuições do município de Maputo

De acordo com a lei 2/97, as atribuições das autarquias locais respeitam os interesses próprios

comuns e específicos das populações respectivas é designadamente:

a) Desenvolvimento económico e social local;

b) Meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida;

c) Abastecimento público;

d) Saúde;

e) Educação;

f) Cultura, tempos livres e desporto;

g) Polícia da autarquia (policia municipal);

h) Urbanização, construção e habitação;

3.2 DESCRIÇÃO DAS ÁREAS DE ESTUDO

Segundo dados actuais (2010) da Direcção municipal de mercados e feiras existem no

município de Maputo 67 mercados, dos quais apenas 21 são informais.

A área do estudo do presente trabalho abarca os seguintes mercados informais: Mercado

Mandela II, Mercado Museu, Mercado Malhangalene e Mercado 25 de Junho.

O Mercado Mandela II

O Mercado Mandela II, fica localizado na esquina entre as avenidas Albert Luthuli e Ho Chi

Min, no Bairro de Alto maé, na cidade de Maputo.

O Mercado é uma extensão do Mercado Mandela I localizado entre as Avenidas Ho Chi Min

e Guerra popular, por sua vez, ambos são mercado satélite (pertence a jurisdição) do Mercado

do Povo, localizado na esquina entre as avenidas Karl Marx e Ho Chi Min.

Segundos dados da DMMF (2007), o mercado tem capacidade para 180 mesas/bancas e a

taxa de ocupação é de 83,3%.

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O local onde hoje situa-se o Mercado Mandela II, era um terreno baldio, um local bastante

tranquilo e no inicio da década de 90 começaram a surgir os primeiros vendedores, dominado

por mulheres, estes vendiam inicialmente produtos de primeira necessidade. Nos finais de

1992, o mercado cresce de uma forma rápida e descontrolada.

Hoje no mercado Mandela II, existe uma grande concentração de banca e barracas

especializadas em venda de bebidas alcoólicas aos melhores preços da cidade e comidas

confeccionadas no local. No período nocturno, o mercado é bastante movimentado devido a

grande procura de bebidas alcoólicas.

Tal como outros mercadores informais o Mandela II enfrenta a falta de electricidade, água

canalizada, sanitários públicos entre outros problemas.

A DMMF classifica o mercado como provisório.

O Mercado Museu

O Mercado do Museu, conhecido oficialmente como Mercado Josina Machel (por se situar

junto da escola secundária com o mesmo nome), localiza-se no Bairro da Polana, uma zona

maioritariamente habitada por cidadãos pertencentes a uma classe média a alta, numa área

que se situa junto ao Museu de História Natural, e muito perto do Hotel Cardoso.

Estrategicamente colocado junto de uma terminal de transportes públicos colectivos e semi-

colectivos (vulgo “chapa 100”) que ligam a cidade de cimento à maior parte dos subúrbios,

áreas periurbanas da cidade e à cidade da Matola, este mercado situa-se ainda junto de duas

das maiores escolas secundárias do país, a Josina Machel, virada para o ensino geral, e a

Escola Comercial de Maputo.

De acordo com as informações obtidas dos entrevistados, as primeiras ocupações do terreno

onde hoje se situa o mercado, fizeram-se em Fevereiro de 1991, quando os vendedores,

depois de terem sido sucessivamente expulsos pelas autoridades municipais de vários locais,

o último dos quais na Avenida Agostinho Neto, no mesmo bairro, onde a polícia utilizou

métodos repressivos violentos, procuravam um local para instalar os seus negócios.

Por estar situado numa área considerada pelo município como não adequada para o

desenvolvimento deste tipo de comércio, o seu estatuto é provisório. Consequentemente não

Page 38: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

38

são autorizadas construções definitivas, e o mercado não tem um sistema de saneamento,

água canalizada e electricidade, ou quaisquer outras infraestruturas melhoradas para o seu

funcionamento.

O mercado tem uma população de 580 pessoas, entre proprietários e empregados.

Desde que se instalaram neste local, os trabalhadores do mercado organizaram se numa

comissão local, na base de uma confiança mútua, para fazer face às constantes “ameaças”

vindas das autoridades municipais para abandonarem o local, e como forma de protegerem os

seus bens e interesses comuns.

A classificação como mercado provisório, parece ser, no dizer dos entrevistados, um dos

maiores constrangimentos ao seu desenvolvimento, e que tem dificultado as negociações para

a extensão das redes de água e electricidade ao mercado, e a não autorização de construção de

instalações melhoradas e definitivas para o funcionamento das bancas e barracas que se

dedicam à venda de mercadorias e prestação de serviços. A falta de uma força de segurança

no mercado para protecção de pessoas e bens, constitui também um dos problemas que

preocupam os vendedores e utentes deste mercado,

Mesmo quando há cooperação das forças policiais. Na sua relação com o concelho municipal,

os agentes informais só foram ou são autorizados a instalarem-se neste local, depois de

assinarem um documento em que se comprometem a abandonar o mesmo local quando assim

forem obrigados pelas autoridades municipais.

O Mercado Malhangalene

O Mercado da Malhangalene, conhecido oficialmente por 4 de Outubro, fica situado no

bairro com o mesmo nome, numa área urbana de transição entre uma população de classe

média e outra com maiores dificuldades económicas, vivendo em zonas de habitações

precárias. Tal como o Mercado do Museu, foi construído num terreno baldio, encravado entre

uma praça com jardim e prédios de habitações e comércio. Ocupa uma área relativamente

pequena, e enferma também de falta de água, luz, saneamento do meio e sanitários públicos

para os utentes e trabalhadores do mercado. As construções aí existentes são feitas de

Page 39: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

39

material precário, o que nos mostra a sua situação com um carácter ainda transitório. A sua

existência data dos inícios dos anos 90.

Os problemas básicos como o saneamento, a água corrente, a electricidade, e o tipo de

construções provisórias existentes tiram sono aos vendedores.

O Mercado 25 de Junho

O mercado 25 de Junho localiza-se no bairro com o mesmo nome e nas bermas da Avenida

de Moçambique, no município de Maputo. O mercado tem capacidade de 342 bancas e o grau

de ocupação é de aproximadamente 40%.

Devido a sua localização privilegiada na paragem dos transportes colectivos de passageiros

vulgo “chapa 100” e ao facto de não haver uma vedação, o local atrai vários utentes

sobretudo nos períodos nocturnos.

Mercados foi construído num terreno baldio e pantanoso na zona de Choupal, enfrenta o

problema de saneamento do meio e sanitários públicos para os utentes e trabalhadores do

mercado. As construções aí existentes são feitas de material precário, devido o facto de ainda

ser classificado como transitório pelas autoridades municipais.

Page 40: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

40

CAPITULO IV: RECOLHA E DISCUSSÃO DOS DADOS

Este capítulo consiste na apresentação dos dados recolhidos relacionado com a poluição

sonora nos bairros mais representativos da Cidade de Maputo. Apresenta e discute os

inquéritos efectuados aos moradores dos bairros em que existem variam denúncias acerca da

poluição sonora e dos vendedores dos mercados informais tidos como os maiores agentes

poluidores.

4.1 A POLUIÇÃO SONORA NO MUNICÍPIO DE MAPUTO

Para se aferir sobre a existência ou não da poluição sonora no município de Maputo foram

inqueridos 110 munícipes entre vendedores e moradores, dos quais 106 responderam aos

inquéritos. O Universo foi constituído por inquiridos com 18 e mais anos de idade,

vendedores e/ou residentes nos bairros próximos aos mercados Mandela II, Museu,

Malhangalene e 25 de Junho.

Para a recolha dos dados respeitante a poluição sonora e dos agentes poluidores no

município, bem como a reacção dos moradores relativamente a este fenómeno, foram

elaboradas uma serie de questões do tipo fechadas e abertas aos moradores e vendedores, que

se resumem nos pontos seguintes:

Respostas dos moradores Enumeramos abaixo as respostas dos inquéritos feitos aos moradores, as respostas das

questões estão apresentados em termos absolutos (Frequency) e em termos relativos ou em

percentagens (Percent).

a) Idade

O universo dos moradores foi constituído por inqueridos com 18 a 55 anos de idade, os

jovem (18 a 35 anos de idade) foram os que mais aderiram ao inquérito representando 67,9%

dos inqueridos, conforme o quadro abaixo:

Page 41: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

41

Idade

11 20.8 20.8 20.88 15.1 15.1 35.89 17.0 17.0 52.88 15.1 15.1 67.98 15.1 15.1 83.09 17.0 17.0 100.0

53 100.0 100.0

18 a 2122 a 2526 a 3031 a 3536 a 4445 a 55Total

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

b) Género

De acordo com o quadro abaixo, dos 53 moradores inqueridos 58,5% eram do sexo

masculino e 41,5% eram do sexo feminino.

Género

31 58.5 58.5 58.522 41.5 41.5 100.053 100.0 100.0

MasculinoFemininoTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

c) Local de residência Dos moradores que responderam ao inquérito, 37,7% foram inqueridos no bairro de Alto

Mae, 28,3% na Malhangalene, 20,8% no Museu e 13,2% no bairro de 25 de Junho

Bairro onde Vive

20 37.7 37.7 37.715 28.3 28.3 66.011 20.8 20.8 86.87 13.2 13.2 100.0

53 100.0 100.0

Alto MaeMalhangaleneMuseu25 de JunhoTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

d) Caracterização dos locais de residência Os moradores entrevistados, afirmam que os bairros onde residem são muitos agitados. E as

finais de semana a agitacao é maior.

Os moradores afirmam ainda que antes da existência do mercado informal nos bairros onde

residem o ambiente era muito calmo.

Page 42: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

42

Genericamente como caracteriaza o teu bairro

Genericamente como caracteriaza o teu bairro

Muito AgitadoAgitadoCalmo

Pe

rce

nt

100

80

60

40

20

0

E as fins de semana, como caracteriza o teu b

E as fins de semana, como caracteriza o teu bairro

Muito AgitadoAgitado

Pe

rce

nt

100

80

60

40

20

0

Antes da existencia deste mercado, como se c

Antes da existencia deste mercado, como se caracterizava o teu b

Nao SabeMuito AgitadoAgitadoCalmoMuito Calmo

Per

cent

40

30

20

10

0

e) Existência da poluição sonora

Conforme o gráfico abaixo, os moradores foram unânimes em afirmar que existe

exageradamente poluicao sonora nos bairros onde vivem.

Existe poluicao sonora aqui no teu bairro

Existe poluicao sonora aqui no teu bairro

Existe exageradamentExiste muita

Perc

ent

70

60

50

40

30

20

10

0

Page 43: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

43

f) Outros problemas sociais que afectam os munícipes

Quando questionamos aos moradores quais eram outros problemas que os inquietavam, para

além da poluição sonora, 34% responderam que era a criminalidade, 28,3% roubo, 34%

prostituição e 1,9% indicaram problemas de diversa ordem.

Para alem da poluicao sonora, existe dentro do mercado o problema de

18 34.0 34.6 34.615 28.3 28.8 63.518 34.0 34.6 98.1

1 1.9 1.9 100.052 98.1 100.0

1 1.953 100.0

CriminalidadeRouboProstituicaoOutrosTotal

Valid

SystemMissingTotal

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

g) Comunicação ao Município

A maioria dos moradores (41,5%) inqueridos responderam que já enviaram comunicações

escritas a denunciar elevado índice de poluição sonora nos bairros onde residem.

Mandam comunicaçao escrita ao Municipio a expor o problema do bairro

11 20.8 24.4 24.44 7.5 8.9 33.38 15.1 17.8 51.1

22 41.5 48.9 100.045 84.9 100.08 15.1

53 100.0

NuncaRaramenteAs vezesCom frequenciaTotal

Valid

SystemMissingTotal

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

h) Acções desenvolvidas pelo Município com vista a resolução do problema da poluição sonora Quase todos os moradores (79,2%) afirmarem que o município nunca desenvolve acções para

resolver o problema que envolve a poluição sonora e outros conflitos que se registam nos

bairros onde residem.

Page 44: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

44

O Municipio desenvolve acçoes para resolver o problema que envolve apoluiçao sonora e outros conflitos que se registam

42 79.2 84.0 84.06 11.3 12.0 96.02 3.8 4.0 100.0

50 94.3 100.03 5.7

53 100.0

NuncaRaramenteAs vezesTotal

Valid

SystemMissingTotal

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

Respostas dos vendedores

Enumeramos abaixo as respostas dos inquéritos feitos aos vendedores, as respostas das

questões estão apresentados em termos absolutos (Frequency) e em termos relativos ou em

percentagens (Percent).

a) Idade O universo dos vendedores foi constituído por inqueridos entre 18 a mais de 50 anos de

idade, constituido maioritariamente (34%) por vendedores de 40 a 50 anos de idade,

conforme o quadro abaixo:

Idade

4 7.5 7.5 7.59 17.0 17.0 24.5

10 18.9 18.9 43.48 15.1 15.1 58.5

18 34.0 34.0 92.54 7.5 7.5 100.0

53 100.0 100.0

18-2324-2930-3535-4040-50Mais de 50Total

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

b) Género

De acordo com o quadro abaixo, dos 53 moradores inqueridos 58,5% eram do sexo feminino e 41,5% eram do sexo masculino.

Genero

22 41.5 41.5 41.531 58.5 58.5 100.053 100.0 100.0

MasculinoFemeninoTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

Page 45: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

45

c) Local do comércio informal

Dos vendedores que responderam ao inquérito, 32,1% vende no mercado Mandela II, 24,5%

no mercado museu, 20,8% no mercado malhangalene e 22,6% no bairro de 25 de Junho

Local onde Vende

17 32.1 32.1 32.113 24.5 24.5 56.611 20.8 20.8 77.412 22.6 22.6 100.053 100.0 100.0

Mercado Mandela IIMercado MuseuMercado MalhangaleneMercado 25 de JunhoTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

d) Tipo de produto comercializado

Grandes partes dos moradores inqueridos dedicam-se a comercialização de bebidas alcoólicas

Que tipo de produtos vende na sua banca

Diversos

Produtos alimentares

Comidas prontas

Bebidas alcoolidas

e) Denúncia da poluição sonora

Quando questionado se os moradores reclamam da poluição sonora vinda das barracas,

62,3% dos inqueridos responderam que SIM e 37,7% responderam NÃO.

Os moradores reclamam da poluicao sonora vinda das barracas

33 62.3 62.3 62.320 37.7 37.7 100.053 100.0 100.0

SimNaoTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

Page 46: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

46

4.2 POSICIONAMENTO DO MUNICÍPIO

No presente trabalho o Município foi por representado pelo Senhor Hélder Tomás,

coordenador do departamento de mercados e feiras há mais de 4 anos no município de

Maputo, de referir que inicialmente a entrevista para a recolha de dados estava agendado com

o vereador da área dos mercados e feira e este remeteu o assunto para a DMMF visto que

estes estão sempre em contacto directos com os fenómenos que afectam os mercados.

O posicionamento do Município, segundo o Sr. Hélder Tomás, relativamente ao questionário

que lhe foi apresentado é o seguinte:

Por várias vezes a DMMF recebeu denúncias relacionadas com a poluição sonora feitas pelos

moradores e todas as denúncias foram enviadas ao departamento da polícia municipal porque

o departamento é responsável pela manutenção da lei e ordem no município.

A DMMF avançou que a poluição denunciada pelos moradores não é feitas pelos vendedores

dado que o mercado Mandela II não tem energia eléctrica, portanto os vendedores não tem

como utilizar aparelhos de sons de grande potência, a poluição sonora é feita pelos utentes

das barracas que ai se concentram e ligam os aparelhos de sons das suas viaturas em volume

alto.

A DMMF assegurou que a polícia municipal sempre que é alertado da existência da poluição

sonora faz-se presente ao local e soluciona o problema.

Quando questionado sobre saneamento, infra-estruturas e segurança no mercado Mandela II,

a DMMF respondeu que o mercado não pode ter uma infra-estrutura melhoradas a

semelhanças dos mercados formais, como por exemplo, o mercado central, porque o mercado

é classificado como provisório ou de carácter temporário, quanto a saneamentos e seguranças

a DMMF afirma que o Mercado recebe 10% das receitas vinda que provem da cobrança de

senhas ou taxas no Mercados, para a gestão do mercado.

O horário de fecho estabelecido para o mercado Mandela é o período compreendido entre as

19 as 21 horas e os únicos instrumentos para a gestão dos conflitos existentes no município

são as leis e as posturas municipais.

Page 47: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

47

4.3 POSICIONAMENTO DOS VENDEDORES DO MERCADO MANDELA II

Os vendedores estão representados neste trabalho pela Senhora Albertina Carlota Simango

membro da comissão dos vendedores a mais de 7 anos e chefe do mercado a 5 anos.

Abaixo arrolamos as respostas dos vendedores representados pela senhora Albertina:

O mercado Mandela II funciona das 8horas as 21 horas e dedica-se apenas a comercialização

de comidas e bebidas e enfrenta graves problemas de saneamentos. Não existe no mercado

água e luz.

Quando questionamos de como sobrevive o mercado sem água, luz e com grandes problemas

de saneamento a senhora Albertina respondeu o seguinte:

• A água é comprada no Mercado Mandela I ao preço de 2,00MT cada recipiente de 20

litros.

• Para suprimir a falta de energia os vendedores recorrem ao uso do gás e do carvão e

ainda gelos adquiridos em diversos locais para a conservação dos produtos.

• No que diz a saneamentos, a situação é crítica, os vendedores recorrem a casa de

banho privada existente ao lado do mercado, pagam o preço de 1,00 MT e 5,00 MT

para as necessidades menores e maiores respectivamente.

Diante dos problemas de saneamentos, falta de infra-estruturas adequadas, questionamos a

senhora Albertina como são geridos os valores (os 10%) que recebem do município, ela

respondeu que fazem questão de não irem levantar o valor porque o município canaliza para

este mercado apenas 500,00MT, segundo a chefe do mercado este valor é insignificante para

fazer face as necessidades do mercado Mandela II. Para a gestão do mercado a comissão

liderada pela senhora Albertina conta com a contribuição de um valor monetário por partes

dos vendedores.

A chefe do Mercado tem conhecimento de que existe poluição sonora no mercado Mandela II

e que os moradores da vizinhança do mercado nunca se dirigiram a ela para exigir uma

solução, eles dirigem se directamente ao município e muitas das vezes toma conhecimento

das reclamações dos moradores através da imprensa. Acerca da poluição a entrevistada

Page 48: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

48

afirma que as fontes poluidoras não são as barracas de vendas de comidas e bebidas

localizadas dentro do mercado e indica que os grandes agentes poluidores são os utentes das

barracas localizadas do lado de fora do mercado.

Procuramos saber da senhora Albertina o que ela tem feito para a resolver o problema da

poluição sonora, ela respondeu que como a poluição sonora não é feita pelos vendedores sob

sua responsabilidade torna-se difícil resolver o assunto. Adiantou que ela é responsavel pelos

vendedores localizados na área coberta pelo muros e que os quiosque localizados do lado de

fora não esta sob sua responsabilidade, os vendedores de bebidas localizados do lado de fora

da muro da vedação do mercado são considerados ilegais e muitas vezes o município tem

apreendidos as suas mercadorias (bebidas) como forma de repreensão.

A chefe do mercado Mandela frisou que a solução para a resolução do problema da poluição

deve ser encontrada pelo município e classifica como legitima a reclamação dos moradores.

Por último a chefe do mercado, exige que seja melhorado as infra-estruturas e o saneamento

dentro do mercado, que se invistam num mercado em condições e avança ainda se o

município não tem condições ou tem falta de vontade, basta que autorize a comissão de

vendedores para fazer as devidas melhorias, tais como, construção de bancas melhoradas,

canalização de água e luz.

4.4 POSICIONAMENTOS DOS MORADORES DOS ARREDORES DO MERCADO MANDELA II

Os moradores da vizinhança do mercado Mandela II, reclamam que há mais de 17 anos vem

sofrendo devido a poluição sonora, prostituição, roubos, doenças, etc. O mercado não tem

horário de encerramento, funciona 24 horas por dias, o município nada faz para a segurança e

sossego dos moradores da vizinhança do mercado.

Existe ainda, reclamações que os utentes das barracas do mercado fazem barulho das 22

horas até ao amanhecer, defecam e urinam nas entradas das casas, pátios e escadas. Os

moradores reclamam que a polícia municipal nada faz para resolver o problema da poluição

sonora.

Page 49: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

49

CAPITULO V: ANALISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS

Este capítulo consiste no centro de desenvolvimento da pesquisa, onde ocorre a discussão dos

resultados. Nele são apresentadas as análises dos dados da poluição sonora e da reacção da

população frente ao problema.

5.1 ANÁLISE DA POLUIÇÃO SONORA NO MUNICÍPIO DE MAPUTO

As actividades de lazer, como bares, discoteca, lojas de conveniência em postos de gasolina,

os quiosques nos mercados informais, entre outros existentes na cidade de Maputo, em dias

de funcionamento, trazem consigo um grande fluxo de veículos e de pessoas no entorno,

gerando, consequentemente, um aumento da poluição sonora em suas vizinhanças e em zona

pública, este facto tem originado descontentamento no seio de vários munícipes que varias

vezes recorrem as estruturas municipais, as rádios, as TV e aos jornais para mostrar os seus

desagrados perante a crescente onda da poluição sonora no município.

Para a realização da pesquisa, escolheram-se 04 pontos (Mercado Mandela II, Malhangalene,

Museu e 25 de Junho), com base nos dados de denúncias e de reclamações, relativas à

poluição sonora, por parte da população.

Através de uma simples observação, concluiu-se a prior que existe degradação da qualidade

de vida dos munícipes e a violação do direito ao ambiente consagrado na Constituição da

Republica. Além disso, no decorrer da análise da percepção das pessoas em relação a esse

acréscimo de poluição, verificou-se que em todos os pontos já ocorreram várias denúncias e

abaixo-assinados às autoridades competentes. Outro facto que foi observado é que em todos

esses pontos analisados, não existe a observância do horário de funcionamento estabelecido

pelo município de Maputo.

Inquérito efectuados aos Moradores

Dos inquéritos efectuados aos 53 moradores dos quais 58,5% do sexo masculino e 41,5% do

sexo feminino, nos 04 pontos chegamos as seguintes conclusões:

Page 50: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

50

Dos 53 Moradores questionado sobre a existência ou não da poluição sonora no bairro onde

moram 33 inqueridos responderam que existe exageradamente, 19 responderam que existe

muito e apenas 01 não respondeu a questão.

O quadro abaixo mostra as respostas dos inqueridos nos 04 pontos em que se analisou a

poluição sonora.

Existe poluicao sonora aqui no teu bairro

19 35.8 36.5 36.533 62.3 63.5 100.052 98.1 100.0

1 1.953 100.0

Existe muitaExiste exageradamenteTotal

Valid

SystemMissingTotal

Frequency Percent Valid PercentCumulative

Percent

Bairro onde Vive * Existe poluicao sonora aqui no teu bairro Crosstabulation

6 14 2030.0% 70.0% 100.0%

4 11 1526.7% 73.3% 100.0%

5 6 1145.5% 54.5% 100.0%

4 2 666.7% 33.3% 100.0%

19 33 5236.5% 63.5% 100.0%

Count% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde Vive

Alto Mae

Malhangalene

Museu

25 de Junho

BairroondeVive

Total

Existe muita

Existeexageradamente

Existe poluicao sonoraaqui no teu bairro

Total

Os inqueridos avançam que a poluição sonora nos 04 pontos é intensa durante todo o dia e

que tanto no meio da semana e como nos finais de semana os 04 pontos são muito agitados,

conforme o gráfico que a seguir se apresentam:

Page 51: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

51

A que horas do dia a poluicao sonora e mais in

A que horas do dia a poluicao sonora e mais intensa

Todo o diaNoitesTardes

Per

cent

70

60

50

40

30

20

10

0

Por sua vez quando questionado sobre outros problemas que afectam os 04 pontos, a resposta

foi a seguinte:

Outros Problemas

34.62 / 34.0%

28.85 / 28.3%

34.62 / 34.0%

Prostituicao

Roubo

Criminalidade

Os inquiridos dizem estar agastado com o município visto que por várias vezes alertaram o

município sobre a poluição sonora exagerada existentes nos seus bairro e o município nada

ou pouco vez para estancar a desordem. 80%, 92.9%, 72.7% e 100% dos inqueridos

residentes no bairro de Alto Mae, Malhangalene, Museu e 25 de Junho, respectivamente,

responderam que o Município nunca desenvolve acções para resolver o problema que

envolve a poluição sonora e outros conflitos que se registam.

Page 52: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

52

Bairro onde Vive * O Municipio desenvolve acçoes para resolver o problema que envolve a poluiçaosonora e outros conflitos que se registam Crosstabulation

16 4 2080.0% 20.0% 100.0%

13 1 1492.9% 7.1% 100.0%

8 2 1 1172.7% 18.2% 9.1% 100.0%

5 5100.0% 100.0%

42 6 2 5084.0% 12.0% 4.0% 100.0%

Count% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde ViveCount% within Bairro onde Vive

Alto Mae

Malhangalene

Museu

25 de Junho

BairroondeVive

Total

Nunca Raramente As vezes

O Municipio desenvolve acçoes pararesolver o problema que envolve apoluiçao sonora e outros conflitos

que se registamTotal

Procuramos perceber dos nossos inqueridos nos 04 pontos para além dos mercados informais

quais outros locais que são fontes da poluição sonora e as respostas foram:

No bairro de Alto Mae 25% identificou as bombas de gasolina, 20% a zona do forno, 20% o

bairro todo e os restantes apontaram diversas zonas como outras fontes poluidoras para além

do Mercado Mandela II.

No bairro da Malhangalene, os inqueridos indicaram o próprio mercado, aparelhos de som

dos carros e o bairro inteiro como locais de muita poluição.

Por sua vez, no bairro do Museu 18,2% indicaram as bombas de gasolina e 63,6%

responderam que as paragens de chapas são outras fontes poluidoras para além do Mercado

Museu.

E por fim, para além do Mercado 25 de Junho foram indicados a paragem dos chapas100, os

camionistas e os chapeiros como fontes poluidoras no bairro.

Page 53: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

53

Bairro onde Vive * Para alem do mercado, quais sao outros locais do bairro que sao fontes da poluicao sonora Crosstabulation

1 1 5 2 4 3 4 205.0% 5.0% 25.0% 10.0% 20.0% 15.0% 20.0% 100.0%

1 2 4 4 4 156.7% 13.3% 26.7% 26.7% 26.7% 100.0%

2 1 1 7 1118.2% 9.1% 9.1% 63.6% 100.0%

1 1 2 1 2 714.3% 14.3% 28.6% 14.3% 28.6% 100.0%

1 1 3 7 1 1 2 5 8 4 10 1 9 531.9% 1.9% 5.7% 13.2% 1.9% 1.9% 3.8% 9.4% 15.1% 7.5% 18.9% 1.9% 17.0% 100.0%

Alto Mae

Malhangalene

Museu

25 de Junho

BairroondeVive

Total

A Zonade

BelitaA zona domercado

Aparelhosdos

carros

Bombasde

gasolina CamionistasCamionistas

e chapasJardim dosMadjerman

Nazonado

fornoNaoSabe

OMercado

Obairrotodo

OsChapeiros

Paragensde

chapas

Para alem do mercado, quais sao outros locais do bairro que sao fontes da poluicao sonora

Total

Depois de analisados os dados do inquérito dos moradores podemos aferir que no município

existe exageradamente a poluição sonora.

Inquérito efectuados aos Vendedores

Foram inqueridos igualmente 53 vendedores e 62,3% destes reconhecem que existe poluição

sonora nos pontos onde vendem conforme os dados abaixo

Local onde Vende * Os moradores reclamam da poluicao sonora vinda das barracasCrosstabulation

12 5 17

70.6% 29.4% 100.0%

10 3 13

76.9% 23.1% 100.0%

7 4 11

63.6% 36.4% 100.0%

4 8 12

33.3% 66.7% 100.0%

33 20 53

62.3% 37.7% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Sim Nao

Os moradoresreclamam da poluicao

sonora vinda dasbarracas

Total

Page 54: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

54

Por sua vez os vendedores afirmam que várias vezes envolveram-se ou presenciaram

conflitos com os moradores originados pela poluição sonora e para além da poluição sonora

existe nos pontos onde vendem os problemas relacionados com roubos, agressões físicas e

verbais conforme os dados constante nas tabelas abaixo:

Alguma vez envolveu-se ou presenciou um conflito com os moradores porcausa da poluicao sonora

5 9.4 9.4 9.430 56.6 56.6 66.018 34.0 34.0 100.053 100.0 100.0

NuncaVarias vezesPoucas vezesTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

Tem havido roubos, agressoes fisicas e verbais neste mercado

20 37.7 37.7 37.726 49.1 49.1 86.8

7 13.2 13.2 100.053 100.0 100.0

Quase sempreSempreRara vezesTotal

ValidFrequency Percent Valid Percent

CumulativePercent

5.2 ANÁLISE DA POLUIÇÃO SONORA NO MERCADO MANDELA II

5.2.1 Inquérito efectuado aos moradores

Os dados abaixo mostram as reacções dos moradores da vizinhança do mercado Mandela II

face a poluição sonora.

Caracterização do bairro

De acordo com as tabelas abaixo, quase a totalidade dos moradores da vizinhança do

mercado Mandela II entrevistados (90%) caracterizaram o bairro como muito agitado.

Page 55: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

55

Junto ao Mercado * Genericamente como caracteriaza o teu bairro Crosstabulation

2 1 3 6

33.3% 16.7% 50.0% 100.0%

2 13 15

13.3% 86.7% 100.0%

2 18 20

10.0% 90.0% 100.0%

2 9 11

18.2% 81.8% 100.0%

2 7 43 52

3.8% 13.5% 82.7% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Calmo Agitado Muito Agitado

Genericamente como caracteriaza o teubairro

Total

Os nossos entrevistados (40%) afirmam que antes da existência do mercado, o bairro era

muito calmo. 95% Dos moradores entrevistados responderam que o bairro é muito agitado

aos finais de semana (Sexta-feira, Sábado e Domingo).

Junto ao Mercado * Antes da existencia deste mercado, como se caracterizava o teu bairro Crosstabulation

3 1 2 6

50.0% 16.7% 33.3% 100.0%

7 1 1 6 15

46.7% 6.7% 6.7% 40.0% 100.0%

5 8 1 6 20

25.0% 40.0% 5.0% 30.0% 100.0%

5 1 1 4 11

45.5% 9.1% 9.1% 36.4% 100.0%

17 13 3 1 18 52

32.7% 25.0% 5.8% 1.9% 34.6% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Muito Calmo Calmo Agitado Muito Agitado Nao Sabe

Antes da existencia deste mercado, como se caracterizava o teubairro

Total

Page 56: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

56

Junto ao Mercado * E as fins de semana, como caracteriza o teu bairro Crosstabulation

2 4 6

33.3% 66.7% 100.0%

15 15

100.0% 100.0%

1 19 20

5.0% 95.0% 100.0%

11 11

100.0% 100.0%

3 49 52

5.8% 94.2% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Agitado Muito Agitado

E as fins de semana,como caracteriza o teu

bairroTotal

Poluição sonora

Quando questionamos os moradores sobre a existência da poluição sonora, 70% responderam

que existe exageradamente e os restantes 30% responderam que existe muita poluição sonora

nos arredores do mercado Mandela II. Igualmente 70% responderam que a poluição é

predominante durante todo o dia.

Junto ao Mercado * Existe poluicao sonora aqui no teu bairro Crosstabulation

4 2 6

66.7% 33.3% 100.0%

4 11 15

26.7% 73.3% 100.0%

6 14 20

30.0% 70.0% 100.0%

5 6 11

45.5% 54.5% 100.0%

19 33 52

36.5% 63.5% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Existe muita

Existeexageradamente

Existe poluicao sonoraaqui no teu bairro

Total

Page 57: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

57

Junto ao Mercado * A que horas do dia a poluicao sonora e mais intensa Crosstabulation

2 4 6

33.3% 66.7% 100.0%

8 7 15

53.3% 46.7% 100.0%

6 14 20

30.0% 70.0% 100.0%

1 3 7 11

9.1% 27.3% 63.6% 100.0%

1 19 32 52

1.9% 36.5% 61.5% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Tardes Noites Todo o dia

A que horas do dia a poluicaosonora e mais intensa

Total

Relacionamento com o município Quanto a existencia de diálogo entre o município, vendedores e moradores 52,6%

responderam que o diálogo é raro, 31,6% responderam que nunca existe diálogo e que 15,8%

afirmaram que as vezes têm surgido o diálogo acerca da poluição sonora.

Junto ao Mercado * Existe dialogo entre o municipio, vendedores e os moradores Crosstabulation

3 2 5

60.0% 40.0% 100.0%

6 5 1 12

50.0% 41.7% 8.3% 100.0%

6 10 3 19

31.6% 52.6% 15.8% 100.0%

5 5 1 11

45.5% 45.5% 9.1% 100.0%

20 22 5 47

42.6% 46.8% 10.6% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Nunca Raramente As vezes

Existe dialogo entre o municipio,vendedores e os moradores

Total

A maioria dos entrevistados (66,7%) afirmam que já mandaram comunicação escrita ao município a denunciar o elevado índice da poluição sonora existente no bairro.

Page 58: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

58

Junto ao Mercado * Mandam comunicaçao escrita ao Municipio a expor o problema do bairro Crosstabulation

4 1 5

80.0% 20.0% 100.0%

2 1 3 5 11

18.2% 9.1% 27.3% 45.5% 100.0%

3 2 1 12 18

16.7% 11.1% 5.6% 66.7% 100.0%

2 1 4 4 11

18.2% 9.1% 36.4% 36.4% 100.0%

11 4 8 22 45

24.4% 8.9% 17.8% 48.9% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Nunca Raramente As vezesCom

frequencia

Mandam comunicaçao escrita ao Municipio a exporo problema do bairro

Total

De acordo com o quadro abaixo, 80% afirmaram que o município nunca desenvolve acções para resolver o problema da poluição sonora

Junto ao Mercado * O Municipio desenvolve acçoes para resolver o problema que envolve apoluiçao sonora e outros conflitos que se registam Crosstabulation

5 5

100.0% 100.0%

13 1 14

92.9% 7.1% 100.0%

16 4 20

80.0% 20.0% 100.0%

8 2 1 11

72.7% 18.2% 9.1% 100.0%

42 6 2 50

84.0% 12.0% 4.0% 100.0%

Count% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao MercadoCount% within Juntoao Mercado

25 de Junho

Malhangalene

Mandela II

Museu

Junto aoMercado

Total

Nunca Raramente As vezes

O Municipio desenvolve acçoes pararesolver o problema que envolve apoluiçao sonora e outros conflitos

que se registamTotal

5.2.2 Inquérito efectuado aos vendedores do mercado Mandela II

Caracterização do Mercado

Dos vendedores entrevistados, 41,2% vendem bebidas alcoólicas, 52,9% comercializam

comidas e os restantes comercializam produtos diversos.

Page 59: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

59

Local onde Vende * Que tipo de produtos vende na sua banca Crosstabulation

7 9 1 17

41.2% 52.9% 5.9% 100.0%

6 6 1 13

46.2% 46.2% 7.7% 100.0%

6 4 1 11

54.5% 36.4% 9.1% 100.0%

4 1 4 3 12

33.3% 8.3% 33.3% 25.0% 100.0%

23 20 4 6 53

43.4% 37.7% 7.5% 11.3% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Bebidasalcoolidas

Comidasprontas

Produtosalimentares Diversos

Que tipo de produtos vende na sua banca

Total

Conforme o quadro abiaxo, 64,7% Dos vendedores afirmam que já envolveram – se ou

presenciaram conflitos com moradores por causa da poluição sonora. 52,9% Dos inquiridos

responderam que tem havido roubo, agressões físicas e verbais no mercado.

Local onde Vende * Alguma vez envolveu-se ou presenciou um conflito com os moradores por causa dapoluicao sonora Crosstabulation

1 11 5 17

5.9% 64.7% 29.4% 100.0%

1 8 4 13

7.7% 61.5% 30.8% 100.0%

1 5 5 11

9.1% 45.5% 45.5% 100.0%

2 6 4 12

16.7% 50.0% 33.3% 100.0%

5 30 18 53

9.4% 56.6% 34.0% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Nunca Varias vezes Poucas vezes

Alguma vez envolveu-se ou presenciou umconflito com os moradores por causa da

poluicao sonoraTotal

Page 60: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

60

Local onde Vende * Tem havido roubos, agressoes fisicas e verbais neste mercado Crosstabulation

5 9 3 17

29.4% 52.9% 17.6% 100.0%

7 5 1 13

53.8% 38.5% 7.7% 100.0%

4 5 2 11

36.4% 45.5% 18.2% 100.0%

4 7 1 12

33.3% 58.3% 8.3% 100.0%

20 26 7 53

37.7% 49.1% 13.2% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Quasesempre Sempre Rara vezes

Tem havido roubos, agressoesfisicas e verbais neste mercado

Total

Os vendedores reclamam da falta de infra-estruturas e saneamento básico no mercado e

quando questionamos o que eles gostariam de ver resolvido dentro do mercado, 35,3%

solicitaram água e luz, 47,1% reclamaram da falta de casas de banhos, 5,9% clamam pela

limpeza e 11,8% reivindicam a segurança no mercado.

Local onde Vende * Quais sao os problemas que gostaria de ver resolvido pelo Municipio Crosstabulation

6 8 1 2 17

35.3% 47.1% 5.9% 11.8% 100.0%

1 1 7 2 2 13

7.7% 7.7% 53.8% 15.4% 15.4% 100.0%

2 1 1 2 2 1 2 11

18.2% 9.1% 9.1% 18.2% 18.2% 9.1% 18.2% 100.0%

1 1 1 4 3 2 12

8.3% 8.3% 8.3% 33.3% 25.0% 16.7% 100.0%

10 3 2 21 8 1 8 53

18.9% 5.7% 3.8% 39.6% 15.1% 1.9% 15.1% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Agua e luzArrumacaodas barrac

Bancasmelhoradas

Casas debanho Limpeza

Reducaodas taxas Seguranca

Quais sao os problemas que gostaria de ver resolvido pelo Municipio

Total

Horário de funcionamento A maioria dos vendedores (58,8%) encerram as bancas no período compreendido entre as 19

a 22 horas de segunda a sexta-feira e aos finais de semana 52,9% encerram as barracas para

além das 22 horas.

Page 61: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

61

Local onde Vende * A que horas encerra a sua barraca de segunda a sexta-feira Crosstabulation

1 2 10 4 17

5.9% 11.8% 58.8% 23.5% 100.0%

1 9 3 13

7.7% 69.2% 23.1% 100.0%

4 5 2 11

36.4% 45.5% 18.2% 100.0%

3 2 6 1 12

25.0% 16.7% 50.0% 8.3% 100.0%

4 9 30 10 53

7.5% 17.0% 56.6% 18.9% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Apartir das 17 17 a19 19 a 2222 ate ao

amanhecer

A que horas encerra a sua barraca de segunda asexta-feira

Total

Local onde Vende * A que horas encerra a sua barraca nos finais de semana Crosstabulation

1 2 5 9 17

5.9% 11.8% 29.4% 52.9% 100.0%

1 5 7 13

7.7% 38.5% 53.8% 100.0%

1 4 6 11

9.1% 36.4% 54.5% 100.0%

4 1 2 5 12

33.3% 8.3% 16.7% 41.7% 100.0%

5 5 16 27 53

9.4% 9.4% 30.2% 50.9% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Apartir das 17 17 a 19 19 a 2222 ate ao

amanhecer

A que horas encerra a sua barraca nos finais desemana

Total

De acordo com os dados abaixo, podemos constatar que os vendedores de bebidas alcoólicas

praticam o comércio fora das horas normais de funcionamento, isto é, no mercado Mandela

56,5% enceram as barracas até as 22 horas e 34,8% operam para além das 22 horas.

Page 62: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

62

Que tipo de produtos vende na sua banca * A que horas encerra a sua barraca de segunda a sexta-feira Crosstabulation

2 13 8 23

8.7% 56.5% 34.8% 100.0%

1 3 14 2 20

5.0% 15.0% 70.0% 10.0% 100.0%

2 1 1 4

50.0% 25.0% 25.0% 100.0%

1 3 2 6

16.7% 50.0% 33.3% 100.0%

4 9 30 10 53

7.5% 17.0% 56.6% 18.9% 100.0%

Count% within Que tipode produtos vendena sua bancaCount% within Que tipode produtos vendena sua bancaCount% within Que tipode produtos vendena sua bancaCount% within Que tipode produtos vendena sua bancaCount% within Que tipode produtos vendena sua banca

Bebidas alcoolidas

Comidas prontas

Produtos alimentares

Diversos

Que tipo deprodutos vendena sua banca

Total

Apartir das 17 17 a19 19 a 2222 ate ao

amanhecer

A que horas encerra a sua barraca de segunda asexta-feira

Total

Poluição sonora

Quando questionamos aos vendedores sobre se os moradores reclamam da poluição sonora vinda das barracas, a maioria (70,6%) responderam SIM e 29,4% responderam NÃO.

Local onde Vende * Os moradores reclamam da poluicao sonora vinda das barracasCrosstabulation

12 5 17

70.6% 29.4% 100.0%

10 3 13

76.9% 23.1% 100.0%

7 4 11

63.6% 36.4% 100.0%

4 8 12

33.3% 66.7% 100.0%

33 20 53

62.3% 37.7% 100.0%

Count% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde VendeCount% within Localonde Vende

Mercado Mandela II

Mercado Museu

Mercado Malhangalene

Mercado 25 de Junho

LocalondeVende

Total

Sim Nao

Os moradoresreclamam da poluicao

sonora vinda dasbarracas

Total

5.2.3 Análise do conflito existente no mercado Mandela II

Segundo Manjate (2010 71), o diagnóstico do conflito é a primeira etapa ou contacto com o

conflito, que se assemelha a uma pessoa doente que vai ao médico, este procura ouvir e

observar atentamente, sem tomar parte. Isto significa que o médico usa o domínio que tem da

Page 63: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

63

área para dizer que este doente tem esta ou aquela doença pelos sintomas, indícios, atitudes e

comportamento.

O conflito existente na zona do Mercado Mandela II é um conflito manifesto.

De acordo com M.A Lopes (2006), conflito manifesto trata-se do conflito que já atingiu

ambas as partes, já é percebido por terceiros e pode interferir na dinâmica da organização.

Abaixo analisamos o conflito existente no mercado Mandela II por meio da teoria da cebola.

De salientar que neste conflito estão envolvido três partes ou protagonistas: Moradores,

Vendedores e o Municipio.

Iniciaremos por analisar o conflito entre duas partes (moradores e vendedores) e de seguinte

analisaremos o conflito incluído as três partes.

Análise do Conflito entre Moradores e Vendedores

Moradores Vendedores

[

Posição

1. Acabar com a poluição so-nora

2. Encerrar as barracas as 21h (horario legal)

Interesses

Garantir a tranquilidade e segurança no bairro

Necessidades

1. Preservação da saúde pública no bairro

2. Segurança e ordem pública no bairro

3. Reconhecimento, Respeito e estabelecimento de um clima harmonioso com os vendedores e o

i i i

Posição

1. Não existe poluicao, o som é moderado

2. Não fechar as barracas enquanto ainda houver cliente para consumir

Interesses

Maximizar o lucro e desenvolver o comércio sem obstaculo

Necessidades

1. Obtenção de recursos para subsistência, atraves da preservacao da saude pública.

2. Segurança e estabilidade.

3. Reconhecimento atraves de uma ocupação face ao desemprego

Page 64: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

64

Análise do Conflito entre Moradores, Vendedores e Municipio de Maputo

a) Posição – aquilo que as partes dizem que querem. É o que demonstram em primeira

mão. As posições tomadas por cada parte do conflito existente no mercado Mandela II

são divergentes. Os vendedores tomam posições contrárias aos moradores e o

município por sua vez tema posição completamente afastada de ambos. Neste caso as

posições tomadas por cada interveniente afasta e coloca cada parte muito distante das

outras.

b) Interesse – é tudo aquilo que as partes exactamente querem expressar: o desejo e as

necessidades. As partes integrante no conflito existente no Mandela II estão

interessados em ver seus interesses satisfeitos, neste caso concreto procuram ter um

ambiente estável e sustentável tanto ao nível de qualidade de vida, negócio e boa

governação. Isto é, poucos aos poucos as partes vão se aproximando a fim de

restabelecer a plataforma comum.

c) Necessidade – é tudo aquilo que falta as partes. As três partes tem a necessidade de

lograr os seus intentos, os moradores querem a preservação da saúde pública e

estabelecimento de um ambiente estável e harmonioso através da eliminação da

poluição sonora, os vendedores estão engajados na obtenção de recursos para as suas

subsistência e para tal devem reduzir a poluição por forma não verem as suas licenças

confiscada e o município precisa de ambos reconciliados como forma de garantir o

desenvolvimento social e económico do município. Tudo isto leva as partes a se aproximarem

para resolver o conflito existente.

Page 65: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

65

CAPITULO VI: RESOLUÇÃO DO CONFLITO PELA ABORDAGEM DE GANHOS MÚTUOS

Neste capítulo iremos fazer a análise da aplicabilidade da teoria de ganho mútuo e a sua

posterior aplicação.

6.1 VALIDAÇÃO DO MODELO

Pressupostos

Resultado

As promessas foram cumpridas?

Não

Existe a prática de actividades que põem

em risco a saúde pública?

Sim

Foram ditas coisa em que não era

verdade?

Sim

Existe acusação de corrupção ou

incompetência?

Sim

Há alegação de negligências ou omissões?

Sim

Envolve reassentamento das populações?

Sim

Existe a degradação do meio ambiente e

uma ameaça de catástrofe?

Sim

O conflito existente entre os moradores, vendedores e o município reúne todos os requisitos para a aplicação da abordagem de ganhos mútuos.

Page 66: Tese Atanazio Vesao Final. VERSAO 2.doc Biblioteca 2

66

Promessas que não foram cumpridas

Durante as campanhas eleitoral o governo municipal prometeu melhorar as condições dos mercados, a vida dos munícipes e estes factos de momento não estão a se verificar.

Como podemos observar nas eleições municipais de 2008, os candidatos a presidência do município despenderam mais de 40% do tempo das campanhas eleitorais nos mercados informais.

Prática de actividades que põem em risco a saúde pública

Segundo a OMS a poluição sonora representa um risco para a saúde pública. A falta de

saneamento básico nos mercados constitui também perigo tanto para os vendedores e

moradores.

Foram ditas coisa em que não era verdade

Podemos assumir que durante as campanhas eleitorais os candidatos à presidência do

município disseram coisas que a prior não eram verdade com o objectivo de conquistar o voto

dos munícipes.

Existe acusação de incompetência

Os moradores reclamam da incompetência do município em resolver o problema da poluição

sonora.

Há alegação de negligências ou omissões

O município negligencia os problemas que o mercado tem, limitando a cobrar as senhas pela

ocupação das bancas. Para a manutenção das condições do mercado o município canaliza

mensalmente apenas 500,00MT do total das receitas cobradas no mês, ao invés dos 10% da

receita como vem estipulado na postura sobre os mercados e feira da cidade de Maputo.

Envolve reassentamento das populações

A solução do problema exige o encerramento ou a transferência para outro local de barracas

que violam a postura e o cancelamento do negócio de vendas de bebidas alcoólicas do lado de

fora do mercado fora das horas normais de funcionamento do mercado.

Existe a degradação do meio ambiente e uma ameaça de catástrofe

A poluição seja ela de qualquer natureza, ela degrada o meio ambiente, a falta de saneamento básico contribui para o surgimento de doenças graves a população, como são os casos da cólera visto que no local são confeccionadas alimentos.

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67

6.2 APLICAÇÃO DA ABORDAGEM DE GANHOS MUTUO Antes de avançar suportes para a resolução da disputa importa rever as atribuições do município e definir o papel do município na resolução de conflitos. Atribuições do Município

De acordo com a lei 2/97, as atribuições das autarquias locais respeitam os interesses próprios

comuns e específicos das populações respectivas e designadamente

a) Desenvolvimento económico e social local

b) Meio ambiente, saneamento básico e qualidade de vida

c) Abastecimento público

d) Saúde

e) Educação

f) Cultura, tempos livres e desporto

g) Polícia da autarquia (policia municipal)

h) Urbanização, construção e habitação

O papel da autoridade municipal na resolução de conflitos

A função de serviço público nos coloca no centro de uma grande quantidade de relações

sociais e políticas que se tornam conflituantes na medida em que foram adquiridas atribuições

para a administração de recursos públicos, para a tomada de decisões, para a condução de

processos de desenvolvimento, para gestão de pessoal, etc.

Da mesma maneira temos que nos capacitar para cumprir as responsabilidades específicas do

nosso cargo, é necessários que nos preparemos na gestão da nossa função como facilitadores

na solução dos diversos conflitos que enfrentamos nas relações quotidianas.

Uma autoridade ou dirigente que conheça novas possibilidades e ferramentas para a gestão de

conflitos poderá, sem dúvida:

• Fortalecer sua liderança: por ser capaz de relacionar-se de maneira produtiva com

outros na busca de soluções mais adequadas e convenientes para todos.

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• Facilitar o trabalho em equipa: pois promove o esforço colectivo harmónico e

respeitoso, resolve problemas organizacionais e interpessoais.

• Melhorar as relações com a cidadania: pois oferece mecanismos para encontrar

respostas mais próximas das necessidades da população e gera uma interlocução

positiva diante de interesses em conflito.

• Obter melhores resultados: por ser capaz de identificar e seleccionar opções, assim

como unir recursos e esforços para melhorar a situação de sua comunidade. Da

mesma forma para a defesa dos interesses municipais frente a outras instâncias de

governo.

• Conhecer melhor seu município: por ser capaz de identificar melhor os interesses e

necessidades de seu município, assim como a forma de negociá-los com outros.

Estas condições, por sua vez, lhe permitirão impulsionar com maior dinamismo e consenso

suas tarefas e suas propostas para o desenvolvimento municipal.

APLICAÇÃO DA TEORIA DE GANHOS MÚTUO A abordagem de ganhos mútuos difere das demais abordagens por seu um conjunto de

princípios e estratégias que permite (i) maximizar as chances de se encontrar seus interesses,

ao mesmo tempo em que as outras partes também alcançam seus interesses, e (ii) criar e

manter um bom relacionamento entre as partes que estão na negociação. Essa abordagem

garante que o processo seja eficiente, viabiliza a realização de ganhos mútuos e, caso os

negociadores não alcancem o acordo, sairão menos desgastados.

O foco central da abordagem de ganhos mútuos e o foco nos interesses, não em posições. A

forma de condução da negociação nos dois focos pode ser verificada nos seguintes exemplo:

• Foco na posição: Desejamos eliminar 100% a poluição.

• Foco no interesse: Desejamos reduzir a poluição.

Focar no interesse é melhor para uma negociação, pois interesses são objectivos que se

desejam alcançar em uma negociação e oferece maior flexibilidade para se alcançar acordo.

A autoridade municipal, depois da análise criativa do problema existente no mercado

Mandela II devera aplicar os seguintes princípios que assentam a teoria de ganhos mútuos:

• Reconhecer as preocupações de outra parte

• Encorajar a procura da solução conjunta

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• Desenvolver esforços e contingências para minimizar impactos negativos se existirem,

prometer, compensar e reconhecer qualquer impacto que seja.

• Aceitar responsabilidade, admitir erros e partilhar poderes

• Agir de forma confiável em todos os momentos

• Focalizar na construção de relacionamentos de longo prazo

1. Reconhecer as preocupações de outra parte

Muitas vezes, a maneira mais eficaz de lidar com as emoções humanas, como irritação, a

frustração e outras emoções negativas, é ajudar as pessoas a libertarem esses sentimentos. O

simples processo de exteriorização de todos os seus ressentimentos alivia psicologicamente.

Portanto o Conselho Municipal devera ouvir e analisar todos os pontos colocados tanto pelos

vendedores pelos moradores e responde-las em tempo real.

Todas as reclamações devem ser classificadas e processadas em um Software que permita um

feedback com os munícipes e estes sentirão confortável em saber que as suas preocupações

são tratadas e levadas em consideração.

2. Encorajar a procura da solução conjunta

O envolvimento das partes para a resolução dos problemas que as afectam mutuamente traz

confiança e sinergia. As partes devem desenvolver uma relação mutuamente vantajosa ou

satisfazendo os interesses de cada uma das partes através de uma solução criativa. O

município, os moradores e vendedores devem buscar meios conducentes a resolução do

conflito existente.

3. Desenvolver esforços e contingências para minimizar impactos negativos se

existirem, prometer, compensar e reconhecer qualquer impacto que seja.

Neste ponto, o município deve focar-se em arrolar os impactos negativos da poluição sonora

na vida da comunidade e desenvolver instrumentos que reduzam a poluição sonora, como é o

caso de aumento da fiscalização.

4. Aceitar responsabilidade, admitir erros e partilhar poderes

É responsabilidade do município controlar a poluição sonora nos mercados portanto se o

problema chegou a imprensa e outros órgãos é porque o município foi ignorando as

denúncias dos moradores, deste modo eles devem assumir o erro de ter negligenciado o caso

e prometer resolver o problema.

O problema do poder e da sua influência nos processos negociais tem sido largamente

ignorado pelos investigadores. O poder na negociação é um termo inevitável porque tem sido

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um dos focos do conflito. Hans Morgantau citado por Manjate define o poder como sendo a

capacidade de influenciar a mente das outras pessoas para aderirem aos nossos objectivos.

Na negociação podem ser exercidos diferentes tipos de poder:

• Poder de legitimo – pode ser uma legitimidade tradicional herdada, ou autoridade

atribuída ou conferida por lei para ser exercida num momento ou espaço especifico,

tal como e o poder de decidir durante a negociação

• Poder de referência – é o ponto que guia as pessoas para alcançarem resultados na

negociação

• Poder de informação – pode-se ter a informação que os outros não têm.

• Poder coercivo – uma das partes decide condicionar certa decisão ao poder da força

monetária ou espiritual para que a outra parte possa ceder.

• Poder carismático – carisma e necessário para o líder da negociação e é importante

para o facilitador ou mediador no desenvolvimento da negociação para persuadir as

partes a aceitarem o acordo.

De um modo geral, o poder é considerado irrelevante ou nocivo, prejudicando o sucesso

das negociações. Alguns autores chegam a sustentar que a fraqueza pode ser um trunfo

negocial. O município na resolução do problema da poluição sonora devera partilhar

poder, isto é, não usar o seu poder legítimo e nem em algum momento usar o poder

coercivo através do uso da polícia municipal, pelo contrário devera ouvir as partes e

juntos chegar a um acordo.

5. Agir de forma confiável em todos os momentos

O município não pode prometer medidas que a prior sabe que não ira cumprir, com isso não

quero dizer que não se deve mentir durante a negociação, podemos mentir mas sem

prejudicar a outra parte. O município não pode perder a confiança do povo, não pode fazer o

povo sentir-se órfão, deve sempre transmitir a confiança ao povo de que os seus problemas

serão resolvidos.

6. Focalizar na construção de relacionamentos de longo prazo

O município não deve-se concentrar em resolver problemas que tragam soluções de curto

prazo, eles devem focar em construir relações de longo prazo e que tais acções garantam a

sua reeleição nas próximas eleições e para tal deve fortalecer sua liderança, facilitar o

trabalho em equipa, melhorar as relações com a cidadania, obter melhores resultados nas suas

actividades e conhecer melhor seu município.

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CAPITULO VII: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

7.1 CONCLUSÕES

O presente estudo pretendeu verificar se os instrumentos utilizados pelas autoridades

municipais da cidade de Maputo para a gestão de conflitos sociais causada pela poluição

sonora são eficazes.

1. Respondendo a questão da pesquisa concluímos que, os instrumentos utilizados pelo

município são ineficiente e aceitamos a hipótese de que existe na cidade de Maputo, o

problema decorrente de falta de entendimento entre Município, Vendedores e Moradores

originado pela poluição sonora.

2. O presente trabalho analisou um dos problemas ambientais causadores de perturbações à

saúde das pessoas: a poluição sonora, sendo essa muito quotidiana na cidade de Maputo,

na qual ainda não há consciência dos poluidores de que estão ocasionando impactos

ambientais, muitas vezes irreversíveis.

3. No decorrer da pesquisa, percebeu-se, indubitavelmente, que, nos bairros analisados, há

um abuso de sons advindos de pessoas e de veículos em área residencial até altas horas

da noite, vindo a perturbar o sossego público em períodos de descanso.

4. Analisando os casos estudados, percebe-se que está ocorrendo um impacto ambiental,

devido ao aumento da poluição sonora em área residencial, impossibilitando o repouso

dos moradores próximos aos estabelecimentos de lazer nocturno da cidade, apresentando-

se, o mencionado impacto, diferentemente de acordo com as características de poluição

sonora. Ademais, a referida poluição sonora ocasiona a desvalorização imobiliária em

alguns locais analisados, levando à ocorrência de prejuízos aos proprietários e

possuidores dos imóveis desvalorizados.

5. Varias vezes os denunciantes, aqueles prejudicados pelo incómodo provocado pela

poluição sonora se socorrerem nos órgão de informação. Neste caso os denunciantes

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(moradores) não acreditam mais nas estruturas municipais, isto quando não actua contra o

município.

6. É responsabilidade da fiscalização, a repressão a violação do sossego público, fonte

poluidora do ambiente urbano, regulada no ordenamento jurídico municipal, cujos

instrumentos não se tem mostrado eficazes para alcançar o objectivo que é, de forma

mediata, melhorar a qualidade de vida urbana.

7. A maior dificuldade enfrenta pelo poder público, mais especificamente, a fiscalização

administrativa, se apresenta na caracterização do sujeito poluidor ou os infractores.

As questões legais não estão a ser cumpridas, existe um incumprimento dos dispositivos

legais sobre a poluição sonora, tais como:

• Resolução nº 53/AM/2006 de 22 de Novembro – Postura sobre o Comércio

Ambulante em Lugar Fixo

• Código penal

• Constituição da república de Moçambique

• Resolução nº 94/AM/2008 de 23 de Outubro – Postura sobre os Mercados e Feiras

Abaixo passamos cada um dos casos da violação dos dispositivos sobre a poluição no

mercado Mandela II:

• A constituição da Republica de Moçambique, no seu artigo 90º (direito ao ambiente)

menciona que “todo cidadão tem o direito de viver num ambiente equilibrado e o

dever de o defender”, isto quer dizer que, as pessoas devem ter assegurado a sua

saúde, segurança e bem – estar (sossego). Os vendedores e utentes do mercado

Mandela II violam este direito constitucional de todos cidadãos.

• O código penal no seu artigo 279º determina que quem, não observar disposições

legais, regulamentares ou obrigações impostas pela autoridade competente, por

exemplo, provocar poluição sonora mediante utilização de aparelhos técnicos ou de

instalações, em especial de máquinas ou veículos terrestres, flutuáveis, marítimos ou

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aéreos de qualquer natureza de forma grave, é punido com pena de prisão até três anos

ou com pena de multa ate 600 dias. Este dispositivo também não é cumprido

• Não se respeita o horário de funcionamento no Mercado Mandela II, estipulado na

Resolução nº 53/AM/2006 de 22 de Novembro – Postura sobre o Comércio

Ambulante em Lugar Fixo, como sendo das 6 horas as 21 horas. Algumas barracas do

mercado Mandela funcionam além do horário estabelecido (das 22horas até ao

amanhecer).

• O município não aplica as multas, que variam de 5.000 a 15.000,00 (Tabela 14 da

Postura sobre o Comércio Ambulante em Lugar Fixo) em caso da violação da postura

sobre a poluição sonora.

• Não existe a fiscalização no mercado Mandela II conforme o artigo 108º da Resolução

nº 94/AM/2008 de 23 de Outubro – Postura sobre os Mercados e Feiras.

• Segundo a postura sobre o Comercio Ambulante em Lugar Fixo no seu artigo 25º não

é permitido o comercio ambulante fixo, junto e nos estabelecimentos de ensino,

unidades sanitárias, militares e paramilitares, acesso a residências, passeios públicos

em condições que dificultam a circulação de peões. Estes factos não são respeitados

na maioria dos casos no município de Maputo, a título de exemplos têm várias

barracas e quiosques que se dedicam a venda de bebidas alcoólicas e diversos, junto

as escolas Francisco Manyanga, Estrela Vermelha, Josina Machel e outras.

• Por último o artigo 22º da Postura sobre o Comércio Ambulante em Lugar Fixo

determina que no Distrito Municipal N1 (Bairro Central A, B e C; Alto Maé A e B;

Malhangalene A e B; Polana Cimento A e B, Coop e Sommerchield) as barracas estão

proibidas de comercializar bebidas alcoólicas. Este artigo também não é respeitado

8. Contudo apesar de todos os esforços para atingir a uma conclusão final reconhecemos

que dela estamos longe, muito longe, pois o tema é complexo, envolvendo, por isso

mesmo muitas dimensões. A cada indagação novas indagações surgiam, a cada resposta,

novas questões eram levantadas. Assim sendo, reconhecemos que o trabalho não

apresenta soluções e sim desperta novas questões, abrindo caminhos para novas

pesquisas ligadas à temática estudada.

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7.2 RECOMENDAÇÕES PARA TRABALHOS FUTUROS

A partir do desenvolvimento da pesquisa, sugere-se alguns trabalhos a serem realizados, a

fim de contribuir com a continuidade deste e com o conforto acústico dos moradores e

reduzir o conflito originado pela poluição sonora, uma vez que no município de Maputo

existe uma carência de estudos nessa área e também de uma lei específica sobre o ruído

urbano. A seguir são citadas algumas ideias de sugestões de trabalhos futuros.

Recomendações gerais

• Executar um mapeamento acústico da cidade de Maputo, visando à obtenção de dados

acústicos reais da cidade para servir de base em consultas tanto do Poder Público, no

momento da concessão de alvarás aos estabelecimentos e da elaboração de leis, como

também para os construtores em geral, na verificação da necessidade de isolamento

para a sua obra;

• Elaboração de um planeamento urbano que contemple um local, definido no Plano

Director Municipal, para a realização de diversão nocturna.

• Realização de uma campanha sobre ruído urbano na cidade, através de uma

mobilização da população em favor da redução deste e uma busca por educação

ambiental sobre esse tema entre os moradores da cidade.

• Maior fiscalização por parte da polícia municipal e dos fiscais aos estabelecimentos e

as zonas tidas como mais poluidoras.

• Aplicação das penas constante no código civil, na Postura sobre o Comércio

Ambulante em Lugar Fixo e noutros dispositivos legais aos agentes poluidores.

• Elaboração de uma legislação sobre o ruído nas zonas habitacionais

• Melhoramento das infra-estruturas nos mercados informais

• Para casos de resolução de conflito, o município devera adoptar instrumentos

baseados na teoria de ganhos mútuos.

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Recomendações específicas

1. ELABORAÇÃO DE UMA POLÍTICA MUNICIPAL DE GESTÃO DA

POLUIÇÃO SONORA

Durante a pesquisa constatamos que acções que tem em vista a gestão da poluição sonora não

são coordenadas e estruturadas, assim também as competências e as responsabilidades

associadas encontram-se dispersas e não estão claramente estabelecidas.

O presente trabalho de licenciatura preconiza que o caminho para reestruturação constitui-se

na adopção de uma Politica Municipal de Gestão da Poluição Sonora. Esta politica visa a

redução dos níveis da poluição sonora e consequentemente, a redução da exposição sonora e

dos danos causados a saúde a população.

Para tal são delineado a seguir o conteúdo da política, são sugeridas apenas as acções que

devem ser conduzidas na estratégia de implementação da política.

Princípios

• Prevenção da emissão do ruído

• Tratamento do ruído na fonte

• Redução de conflitos sociais causados pela poluição sonora

Fundamentos

• A participação da comunidade

• A responsabilização dos emissores de ruídos pelos dados a população

• Instrumentos para resolução de conflitos causados pela poluição sonora baseada em

ganhos mútuos

• Definição do papel da polícia de protecção civil (PRM) perante a poluição sonora

Directrizes

• Abordar a poluição sonora como uma questão de saúde pública

• Preservar o conforto e a saúde da população

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• Promover estudos e pesquisas para caracterizar o município de Maputo quanto a

poluição sonora.

• Consciencializar os dirigentes municipais e os munícipes em relação a poluição

sonora.

• Fomentar a formação de técnicos especialistas na prevenção e controle da poluição

sonora.

2. ELABORAÇÃO DO MAPA DE RUÍDOS

Um Mapa de Ruído é uma representação visual da distribuição espacial dos índices de ruído

ambiente, constituindo-se como um meio de diagnóstico e revelador, em detalhe, das

emissões sonoras, da influência das diferentes fontes e da exposição das populações ao ruído

ambiente.

O Mapa de Ruído do município de Maputo afigura-se como uma ferramenta essencial ao

ordenamento e planeamento urbano, permitindo que o ruído seja integrado conjuntamente

com todos os outros indicadores ambientais, de forma a um crescimento sustentável, que vise

garantir a qualidade do ambiente sonoro nas habitações, locais de trabalho e de lazer.

Sabe-se que a adequada gestão do ruído deve considerar o mapa de ruído como uma

ferramenta fundamental de diagnóstico. O mapa de ruído permite conhecer o ambiente

sonoro de um determinado lugar em um determinado momento, identificando-o como um

instrumento indispensável para o estudo e controle do ruído ambiental.

Um mapa de ruído tem como objectivo desenhar uma representação visual de um ambiente

acústico específico em uma determinada área geográfica. Estes mapas podem, ainda,

demonstrar como se altera a distribuição espacial dos níveis de ruído com o tempo, e podem

informar não só no nível do solo mas, também, podem destacar as fontes de ruído dominante

e os sectores mais sensíveis ao ruído.

A elaboração e utilização do mapa de ruído podem ser uma estratégia clara e objectiva de

avaliar a exposição ao ruído, de intercambiar informações mútuas e ainda de subsidiar

informações à comunidade sobre o grau de exposição ao ruído urbano.

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77

LISTA DE BIBLIOGRAFIA, TEXTO, SÍTIOS DA INTERNET E DOCUMENTOS OFICIAIS CONSULTADOS

Bibliografia

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• Condesso, Fernando Dos Reis (2001) Direito do Ambiente, Almadina,

Coimbra

• Chiavenato, Adalberto (1999) Introdução a Teoria Geral da Administração,

Makron Books, São Paulo

• __________________________ (2002) Gestão de Pessoas – O Capital

Humano nas organizações, Editora Campus, São Paulo.

• Fisher, Roger e Ury, William (1981) Getting to yes, New York

• Fisher, Ury, Patton (1991) Como conduzir uma negociação, edições asa, São

Paulo

• Gil, António Carlos (1999) Métodos e Técnicas de Pesquisa Social, Altas,

São Paulo

• Jesuino, Jorge Correia (1992) A Negociação: Estratégias e Tácticas, Texto

editora, Porto

• Lokatos, Eva Maria (1997) Sociologia de Administração, Altas, São Paulo

• Lopes, Maria Antónia (2006) Os Empresários da Construção Civil e as

Relações de trabalho, Imprensa Universitária, Maputo

• Manjate, Joaquim Marcos (2010) Saber Negociar, Diname, Maputo

• Moreau, Franck (2002) Compreender e gerir os risco, Bertrand Editora,

Lisboa

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• Minicucci, Agostinho (1989) Psicologia aplicada a administração, Altas, São

Paulo

• Richardson, Roberto (1999) Pesquisa Social: Métodos e Técnicas, Altas, São

Paulo

• Rodrigues, José (2001) Legislação sobre o Ruído, Rei dos Livros, Lisboa

• Santos, Boaventura de Sousa (2003) Conflito e Transformação social: Uma

Paisagem das Justiças em Moçambique, Edições Afrontamento, Porto

• Spoelstra, Manie e Pienaar (2002) Negatiation: Theories, Strategies & Skills,

2ª edição, Juta editora

• Susskink, Lawrence e Field, Patrick (1996) dealing with an angry public: The

Mutual Gains Approach to Resolving Disputes, Juta editora

Textos

• Como as pessoas gerem o conflito nas organizações: Estratégias individuais negociais:

SCOTT ELMES McINTYRE, Instituto Superior de Maia (www.ismai.pt), Portugal

• Lições aprendidas com o processo de Autorização no âmbito da Reforma

Administrativa em Moçambique: José Chivava, UEM, Maputo

• O papel da Associação dos Operadores e Trabalhadores do Sector Informal –

ASSOTSI: Teresa Cruz e Cunha

• As condições de inserção socioeconómicas dos Jovens moçambicanos no meio

urbano: o caso da cidade de Maputo: INEFP e UEM, Maputo

• Perfil dos municípios em Moçambique 1998 – 2003: Mitier

Sítios da Internet

• www.logolinkla.org/conteudos/documentos/cesem.pdf: Manual de Instrumento de

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pesquisado em 14 de Dezembro de 2009 as 14:05

• http://home.fmh.utl.pt/~arosado/Gestao%20de%20conflitos.pdf, pesquisado em 22 de

Dezembro de 2009 as 19:37

Publicações

• Constituição da Republica de Moçambique

• PARPA II

• Lei do ambiente, Lei 20/97

• Lei 19/2007, Lei do Ordenamento do Território

• Lei 2/97, O quadro jurídico para implantação das autarquias locais

• Estatuto Orgânico dos serviços técnicos e administrativos do município de

Maputo, Resolução 63/2007 da assembleia Municipal

• Regulamento do comércio ambulante em lugar fixo, Resolução 63/AM/2006

• Postura sobre Mercado e Feira do Municipio de Maputo

Jornais

• Jornal Noticias de 23 de Novembro de 2009, Pagina de Leitor: Exigimos horário de

fecho no mercado Mandela 2 por M. Sozinho