Tese Daniel Vilela

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DANIEL VILELA APLICAÇÃO DE MÉTODOS NUMÉRICOS DE OTIMIZAÇÃO AO PROBLEMA CONJUNTO DA DIRIGIBILIDADE E CONFORTO VEICULAR São Paulo 2010

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  • DANIEL VILELA

    APLICAO DE MTODOS NUMRICOS DE OTIMIZAO AO

    PROBLEMA CONJUNTO DA DIRIGIBILIDADE E CONFORTO

    VEICULAR

    So Paulo

    2010

  • DANIEL VILELA

    APLICAO DE MTODOS NUMRICOS DE

    OTIMIZAO AO PROBLEMA CONJUNTO DA

    DIRIGIBILIDADE E CONFORTO VEICULAR

    Tese apresentada Escola Politcnica da

    Universidade de So Paulo para obteno

    do Ttulo de Doutor em Engenharia.

    rea de Concentrao:

    Engenharia Mecnica

    Orientador:

    Prof. Dr. Roberto Spinola Barbosa

    So Paulo

    2010

  • FICHA CATALOGRFICA

    Vilela, Daniel

    Aplicao de mtodos numricos de otimizao ao problema conjunto da dirigibilidade e conforto veicular / D. Vilela. -- So Paulo, 2010.

    320 p.

    Tese (Doutorado) - Escola Politcnica da Universidade de So Paulo. Departamento de Engenharia Mecatrnica e de Sistemas Mecnicos.

    1. Conforto veicular 2. Mtodos numricos (Otimizao; Apli- caes) I. Universidade de So Paulo. Escola Politcnica. Depar- tamento de Engenharia Mecatrnica e de Sistemas Mecnicos II. t.

  • ii

    Agradecimentos

    minha esposa Simone pelo suporte e incentivo em todas as situaes e minha

    filha Clara que, recm-chegada, me enche de alegria e esperana para continuar

    progredindo no trabalho, nos estudos e como pessoa.

    A meus pais, minha famlia e amigos pelo suporte sempre recebido.

    Ao Prof. Dr. Roberto Spinola Barbosa pela orientao na execuo da tese e aos

    demais professores da Escola Politcnica da USP que me ajudaram a chegar at aqui

    atravs de orientao e compartilhamento dos seus conhecimentos.

    Um agradecimento especial ao Prof. Dr. Edilson Tamai, que me orientou durante o

    meu mestrado e que sempre foi um dos grandes incentivadores durante minha

    trajetria acadmica desde 1996 quando ingressei no PET da Capes.

    General Motors do Brasil e a todos aqueles que contriburam de uma forma ou de

    outra propiciando as ferramentas para a concluso deste trabalho.

    Um agradecimento especial a todos integrantes e ex-integrantes do time de Anlise e

    Simulao da General Motors do Brasil com os quais tive o privilgio de trabalhar e

    que vem me auxiliando, suportando e incentivando durante todo o perodo no qual

    temos trabalhado juntos.

    Ao grupo de Engenharia Matemtica da Pirelli do Brasil, especialmente ao Dr.

    Argemiro Costa, pelo pronto suporte sempre oferecido no decorrer dos ltimos anos.

    Acima de tudo e todos a Deus, que sempre a Luz que ilumina meus caminhos e me

    guia por onde quer que eu siga.

  • iii

    Mensagem

    Aquele que somente segue os outros estar sempre atrs

    (annimo)

  • iv

    Sumrio

    SUMRIO .................................................................................................................... IV

    LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. IX

    LISTA DE TABELAS ................................................................................................ XX

    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ............................................................ XXIV

    LISTA DE SMBOLOS ........................................................................................... XXV

    RESUMO .............................................................................................................. XXXIV

    ABSTRACT ........................................................................................................... XXXV

    CAPTULO 1 INTRODUO ................................................................................... 1

    CAPTULO 2 - REVISO DA LITERATURA ......................................................... 10

    2.1. MODELOS PARA SIMULAO DINMICA DO VECULO ...................................... 10

    2.2. AVALIAO OBJETIVA DE CONFORTO .............................................................. 14

    2.3. AVALIAO OBJETIVA DE DIRIGIBILIDADE ...................................................... 21

    2.4. METODOLOGIAS DE OTIMIZAO ..................................................................... 24

    CAPTULO 3 A DINMICA VERTICAL DO VECULO ................................... 31

    3.1. DESCRIO DA FERRAMENTA DE SIMULAO DA DINMICA VERTICAL .......... 31

    3.2. OBTENO DAS EQUAES DINMICAS ........................................................... 42

    3.3. CORRELAO COM RESULTADOS EXPERIMENTAIS ........................................... 48

    3.4. CORRELAO DAS MTRICAS DE CONFORTO ................................................... 51

    3.5. VARIAO NAS AVALIAES SUBJETIVAS E PRECISO DOS RESULTADOS ....... 61

  • v

    3.6. CONCLUSES SOBRE A FERRAMENTA DE SIMULAO DO CONFORTO

    VIBRACIONAL .......................................................................................................... 66

    CAPTULO 4 A DINMICA LATERAL DO VECULO .................................... 68

    4.1. EQUACIONAMENTO BSICO DA DINMICA LATERAL ....................................... 68

    4.1.1. Teorema do Movimento do Baricentro (TMB) .......................................... 70

    4.1.2. Teorema do Momento Angular (TMA) ...................................................... 73

    4.1.3. Caso Particular 1: Regime Quase-Esttico com Raio Constante ............. 76

    4.1.4. Caso Particular 2: Velocidade Constante e Raio Varivel ...................... 79

    4.2. MTRICA DE GRADIENTE DE ROLAGEM (ROLL GRADIENT) ................................ 82

    4.2.1. Rigidez de Rolagem ................................................................................... 85

    4.2.2. Centro de Rolagem .................................................................................... 88

    4.2.3. Gradiente de Rolagem ............................................................................... 91

    4.2.4. Medies Experimentais de Gradiente de Rolagem .................................. 92

    4.2.5. Clculo de Gradiente de Rolagem com Modelo Multicorpos Detalhado 100

    4.2.6. Comparativos de Resultados de Gradiente de Rolagem ......................... 103

    4.3. MTRICA DE GRADIENTE DE ESTERAMENTO (UNDERSTEER GRADIENT) ........ 106

    4.3.1. Geometria de Esteramento em Curva.................................................... 110

    4.3.2. Dinmica Lateral do Pneu ...................................................................... 111

    4.3.3. Modelo de Bicicleta ................................................................................. 123

    4.3.4. Variao do Gradiente de Esteramento com o Momento Auto-Alinhante

    ........................................................................................................................... 128

    4.3.5. Variao da Carga Vertical por Roda devida Acelerao Radial ...... 129

    4.3.6. Influncia da Rigidez dos Sistema de Suspenso e Direo do Veculo no

    Gradiente de Esteramento ............................................................................... 131

  • vi

    4.3.7. Variao de Esteramento das Rodas com o Curso da Suspenso ........ 136

    4.3.8. Efeitos Combinados no Gradiente de Esteramento ............................... 146

    4.3.9. Medies Experimentais de Gradiente de Esteramento ........................ 147

    4.3.10. Clculo de Gradiente de Esteramento com Modelo Multicorpos

    Detalhado .......................................................................................................... 153

    4.3.11. Comparativos de Resultados de Gradiente de Esteramento ............... 155

    4.4. MTRICA DE SENSIBILIDADE DE ESTERAMENTO (STEERING SENSITIVITY) ...... 158

    4.4.1. Relao de Direo ................................................................................. 161

    4.4.2. Sensibilidade de Esteramento ................................................................ 162

    4.4.3. Medies Experimentais de Sensibilidade de Esteramento................... 162

    4.4.4. Comparativos de Resultados de Sensibilidade de Esteramento ............ 163

    4.5. MTRICA DE PICO DE GRADIENTE DE ROLAGEM (PEAK ROLL GRADIENT) ....... 166

    4.5.1. Resposta Harmnica de um Sistema Massa-Mola-Amortecedor ............ 168

    4.5.2. Resposta de Rolagem do Veculo para Excitao Peridica .................. 171

    4.5.3. Clculo de Resposta de Rolagem em Frequncia com Modelo Multicorpos

    Detalhado .......................................................................................................... 175

    4.5.4. Comparativos de Resultados de Resposta de Rolagem em Frequncia .. 177

    4.6. MTRICA DE RESPOSTA DE ACELERAO LATERAL DO VECULO PARA

    EXCITAO PERIDICA ......................................................................................... 180

    4.6.1. Formulao da Resposta de Acelerao Lateral do Veculo para

    Excitao Peridica .......................................................................................... 181

    4.6.2. Limite de Resposta Plana de Acelerao Lateral (Lateral Acceleration

    Bandwidth) ........................................................................................................ 190

  • vii

    4.6.3. Clculo de Resposta de Acelerao Lateral em Frequncia com Modelo

    Multicorpos Detalhado ...................................................................................... 194

    4.6.4. Comparativos de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral em

    Frequncia ......................................................................................................... 196

    4.6.5. Sensibilidade da Resposta de Acelerao Lateral em Frequncia para a

    Velocidade Longitudinal ................................................................................... 198

    4.6.6. Comparao de Resposta Modal dos Modelos Analticos com Modelo

    Multicorpos Detalhado ...................................................................................... 201

    4.7. CONCLUSES SOBRE OS MODELOS DE CLCULO DAS MTRICAS DE

    DIRIGIBILIDADE ..................................................................................................... 203

    CAPTULO 5 MTODOS DE OTIMIZAO ................................................... 205

    5.1. MTRICA PARA OTIMIZAO CONJUNTA ........................................................ 206

    5.2. MTODO SIMPLEX DESCENDENTE (DOWNHILL SIMPLEX METHOD) ................. 216

    5.2.1. Exemplo de Aplicao ............................................................................. 220

    5.3. MTODO DA ENGENHARIA ROBUSTA (MTODO DE TAGUCHI) ....................... 227

    5.3.1. Definio do Parmetro de Rudo ........................................................... 231

    5.3.2. Matriz de Experimentos ........................................................................... 232

    5.3.3. Estimao do Efeito dos Parmetros de Controle .................................. 237

    5.3.4. Considerao dos Parmetros de Rudo ................................................. 239

    5.3.5. Exemplo de Aplicao ............................................................................. 240

    5.4. METODOLOGIA DE SUPERFCIE DE RESPOSTA (RSM RESPONSE SURFACE

    METHOD) ............................................................................................................... 244

    5.4.1. Definio da Estratgia de Explorao do Espao das Variveis de

    Otimizao ......................................................................................................... 246

  • viii

    5.4.2. Construo do Modelo Emprico ............................................................ 250

    5.4.3. Exemplo de Aplicao ............................................................................. 256

    CAPTULO 6 MODELO, SIMULAO, RESULTADOS E ANLISE .......... 263

    6.1. MODELO ESTUDADO ....................................................................................... 263

    6.2. SIMULAO, RESULTADOS E ANLISE ............................................................ 280

    6.2.1. Mtodo Simplex Descendente .................................................................. 280

    6.2.2. Mtodo da Engenharia Robusta (Taguchi) ............................................. 284

    6.2.3. Metodologia da Superfcie de Resposta (RSM) ....................................... 290

    6.3. ANLISE COMPARATIVA ENTRE MTODOS DE OTIMIZAO .......................... 297

    CAPTULO 7 - CONCLUSES ................................................................................ 307

    REFERNCIAS .......................................................................................................... 311

  • ix

    Lista de Figuras

    Figura 3.1 Estados de uma Massa e um Momento de Inrcia ...................................... 32

    Figura 3.2 Sistema com Dois Graus de Liberdade e Matriz de Influncia

    Correspondente ......................................................................................................... 35

    Figura 3.3 Sistema com Quatro Graus de Liberdade Incluindo Rotaes ................... 37

    Figura 3.4 Sistema Simplificado de um Veculo ......................................................... 38

    Figura 3.5 Fluxograma Geral da Simulao Dinmica do Veculo ............................. 41

    Figura 3.6 Sistema Linear com Excitao e Matriz de Influncia Respectiva............. 43

    Figura 3.7 Sistema Linear + Rotacional e Matriz de Influncia Respectiva ................ 46

    Figura 3.8 Foras Medidas na Torre do Amortecedor Dianteiro ................................. 49

    (Azul medido / Vermelho simulado)......................................................................... 49

    Figura 3.9 - Espectro de Frequncia das Foras Medidas na Torre do Amortecedor

    Dianteiro (Azul medido / Vermelho simulado) .................................................. 50

    Figura 3.10 Aceleraes Verticais Medidas na Junta Esfrica do Brao de Controle

    (Azul medido / Vermelho simulado) .................................................................. 50

    Figura 3.11 Espectro de Frequncia das Aceleraes Verticais Medidas na Junta

    Esfrica do Brao de Controle (Azul medido / Vermelho simulado) ................ 51

    Figura 3.12 Trecho de Pista de Paraleleppedos (Simulao de Aspereza) ................. 53

    Figura 3.13 Trecho de Pista com Olhos de Gato (Simulao de Capacidade de

    Absoro) ................................................................................................................. 54

  • x

    Figura 3.14 Trechos de Pista com Buracos de Maior Amplitude (Simulao de

    Entrada de Batente) .................................................................................................. 54

    Figura 3.15 Trecho de Pista com Vala de Chuva (Simulao de Balano) ................. 55

    Figura 3.16 Esquema Geral de Funcionamento - Virtual Ride .................................... 57

    Figura 3.17 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Aspereza ....................................................... 58

    Figura 3.18 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Capacidade de Absoro .............................. 59

    Figura 3.19 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Entrada de Batente ....................................... 59

    Figura 3.20 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Balano ........................................................ 60

    Figura 3.21 Correlao Geral de Conforto Entre os Resultados do Virtual Ride e os

    Resultados Avaliados em Campo de Provas ............................................................ 61

    Figura 3.22 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Aspereza ....................................................... 63

    Figura 3.23 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Capacidade de Absoro .............................. 63

    Figura 3.24 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Entrada de Batente ....................................... 64

    Figura 3.25 Correlao Entre os Resultados do Virtual Ride e os Resultados

    Avaliados em Campo de Provas Para Balano ........................................................ 64

    Figura 3.26 Correlao Geral de Conforto Entre os Resultados do Virtual Ride e os

    Resultados Avaliados em Campo de Provas ............................................................ 65

  • xi

    Figura 4.1 Vista de Topo (Plano Global XY) do Veculo em Trajetria Curvilnea ... 69

    Figura 4.2 Vista Frontal (Plano Global YZ) do Veculo em Trajetria Curvilnea ..... 69

    Figura 4.3 z em Funo de para Pista sem Irregularidades ....................................... 79

    Figura 4.4 ngulo de Rolagem do Veculo em Curva em Regime Permanente.......... 84

    Figura 4.5 Definio do Gradiente de Rolagem (Roll Gradient) ................................. 84

    Figura 4.6 Elementos Principais para o Clculo da Rigidez Torcional do Veculo ..... 86

    Figura 4.7 Altura do Centro de Rolagem Dianteiro (Suspenso McPherson) no

    Plano yz ................................................................................................................. 89

    Figura 4.8 Altura do Centro de Rolagem Traseiro (Suspenso Eixo Toror) no

    Plano yz (referncia Milliken 1995) ...................................................................... 90

    Figura 4.9 Eixo de Rolagem e Definio do Brao Efetivo de Rolagem .................... 91

    Figura 4.10 Esquema da Condio de Teste em Raio Constante ................................. 93

    Figura 4.11 Veculo em Manobra de Raio Constante .................................................. 93

    Figura 4.12 Veculo 1 1a Medio de ngulo de Rolagem x Acelerao Lateral .... 94

    Figura 4.13 Veculo 1 2a Medio de ngulo de Rolagem x Acelerao Lateral .... 94

    Figura 4.14 Veculo 1 3a Medio de ngulo de Rolagem x Acelerao Lateral .... 95

    Figura 4.15 Veculo 1 1a Medio Acelerao Lateral e ngulo de Rolagem

    Amostrados no Tempo ............................................................................................. 96

    Figura 4.16 Veculo 1 1a Medio Acelerao Lateral e Velocidade

    Longitudinal Amostrados no Tempo ........................................................................ 97

    Figura 4.17 Veculo 2 1a Medio de ngulo de Rolagem x Acelerao Lateral .... 97

    Figura 4.18 Veculo 2 2a Medio de ngulo de Rolagem x Acelerao Lateral .... 98

    Figura 4.19 Veculo 2 1a Medio Acelerao Lateral e ngulo de Rolagem

    Amostrados no Tempo ............................................................................................. 99

  • xii

    Figura 4.20 Veculo 2 1a Medio Acelerao Lateral e Velocidade

    Longitudinal Amostrados no Tempo ........................................................................ 99

    Figura 4.21 Representao Grfica do Modelo Multicorpos Detalhado em

    ADAMS

    ................................................................................................................ 101

    Figura 4.22 Veculo 1 Comparativo de Curvas de ngulo de Rolagem x

    Acelerao Lateral calculados com o Modelo Multicorpos Detalhado e Medies

    Experimentais ......................................................................................................... 102

    Figura 4.23 Veculo 2 Comparativo de Curvas de ngulo de Rolagem x

    Acelerao Lateral calculados com o Modelo Multicorpos Detalhado e Medies

    Experimentais ......................................................................................................... 103

    Figura 4.24 Comparativo de Resultados de Gradiente de Rolagem do Veculo 1 ..... 104

    Figura 4.25 Comparativo de Resultados de Gradiente de Rolagem do Veculo 2 ..... 105

    Figura 4.26 Definio do Gradiente de Esteramento (Understeer Gradient) .......... 106

    Figura 4.27 Definio dos Conceitos de Veculo Sub-Esterante, Sobre-Esterante

    e Neutro .................................................................................................................. 107

    Figura 4.28 Definio do ngulo de Esteramento de Ackerman............................. 110

    (figura adaptada de Gillespie 1992) ........................................................................... 110

    Figura 4.29 Escorregamento e Mecanismo de Produo de Fora Lateral em Pneus 112

    (figura adaptada de Gillespie 1992) ........................................................................... 112

    Figura 4.30 Relao entre Fora Lateral e Escorregamento Aplicado ao Pneu ......... 113

    Figura 4.31 Relao entre Fora Lateral, ngulo de Escorregamento e Carga

    Vertical (Normal) Aplicados ao Pneu P195/60 R15 .............................................. 115

    Figura 4.32 Relao entre Fora Lateral e ngulo de Cambagem para o Pneu

    P165/70 R13 ........................................................................................................... 116

  • xiii

    Figura 4.33 Comparao entre os Efeitos do ngulo de Cambagem e ngulo de

    Escorregamento na Gerao de Fora Lateral para o Pneu P165/70 R13 .............. 117

    Figura 4.34 Relao entre Momento Auto-Alinhante e Escorregamento Aplicado

    ao Pneu ................................................................................................................... 118

    Figura 4.35 Determinao da Faixa Linear na Relao entre Fora Lateral e ngulo

    de Escorregamento para o Pneu P195/60 R15 sob Carga Vertical de 4022 N ....... 120

    Figura 4.36 Determinao da Faixa Linear na Relao entre Fora Lateral e ngulo

    de Escorregamento para o Pneu P195/60 R15 sob Carga Vertical de 2516 N ....... 120

    Figura 4.37 Determinao da Faixa Linear na Relao entre Fora Lateral e ngulo

    de Escorregamento para o Pneu P165/70 R13 sob Carga Vertical de 3468 N ....... 121

    Figura 4.38 Determinao da Faixa Linear na Relao entre Fora Lateral e ngulo

    de Escorregamento para o Pneu P165/70 R13 sob Carga Vertical de 2139 N ....... 122

    Figura 4.39 Esquema do Modelo de Bicicleta ........................................................... 124

    Figura 4.40 Esquema de Clculo das Foras Laterais por Eixo Dianteira e Traseira 125

    Figura 4.41 Variao da Carga Vertical por Roda devida Acelerao Radial no

    Eixo Dianteiro ........................................................................................................ 129

    Figura 4.42 Variao da Carga Vertical por Roda devida Acelerao Radial no

    Eixo Traseiro .......................................................................................................... 130

    Figura 4.43 Ilustrao do Efeito da Rigidez dos Sistemas de Suspenso e Direo

    no ngulo Final na Roda ........................................................................................ 132

    Figura 4.44 Efeito da Altura Incorreta do Centro de Giro da Caixa de Direo nas

    Trajetrias da Suspenso e do Brao de Direo ................................................... 138

    Figura 4.45 Variao do ngulo de Esteramento devido Altura Incorreta do

    Centro de Giro da Caixa de Direo ...................................................................... 138

  • xiv

    Figura 4.46 Efeito do Comprimento Incorreto do Brao da Caixa de Direo nas

    Trajetrias da Suspenso e do Brao de Direo ................................................... 139

    Figura 4.47 Variao do ngulo de Esteramento devido ao Comprimento

    Incorreto do Brao da Caixa de Direo ................................................................ 139

    Figura 4.48 Esquema do Carro Rolando para a Esquerda ......................................... 140

    Figura 4.49 Esteramento das Rodas Dianteiras com Curso da Suspenso para

    Veculo 1 Determinao Cinemtica com Modelo Multicorpos Detalhado ....... 143

    Figura 4.50 Esteramento das Rodas Dianteiras com Curso da Suspenso para

    Veculo 2 Determinao Cinemtica com Modelo Multicorpos Detalhado e

    Comparao com Valores Medidos Experimentalmente ....................................... 143

    Figura 4.51 Esteramento das Rodas Traseiras com Curso da Suspenso para

    Veculo 1 Determinao Elasto-Cinemtica com Modelo Multicorpos

    Detalhado ................................................................................................................ 144

    Figura 4.52 Esteramento das Rodas Traseiras com Curso da Suspenso para

    Veculo 2 Determinao Elasto-Cinemtica com Modelo Multicorpos

    Detalhado ................................................................................................................ 145

    Figura 4.53 Veculo 1 1a Medio de ngulo Mdio de Esteramento dos Pneus

    x Acelerao Lateral para Manobra de Raio Constante = 25 m ............................. 147

    Figura 4.54 Veculo 1 2a Medio de ngulo Mdio de Esteramento dos Pneus

    x Acelerao Lateral para Manobra de Raio Constante = 25 m ............................. 148

    Figura 4.55 Veculo 1 3a Medio de ngulo Mdio de Esteramento dos Pneus

    x Acelerao Lateral para Manobra de Raio Constante = 25 m ............................. 148

    Figura 4.56 Veculo 1 1a Medio Acelerao Lateral e ngulo Mdio de

    Esteramento dos Pneus Amostrados no Tempo ................................................... 150

  • xv

    Figura 4.57 Veculo 2 1a Medio de ngulo Mdio de Esteramento dos Pneus

    x Acelerao Lateral para Manobra de Raio Constante = 25 m ............................. 150

    Figura 4.58 Veculo 2 2a Medio de ngulo Mdio de Esteramento dos Pneus

    x Acelerao Lateral para Manobra de Raio Constante = 25 m ............................. 151

    Figura 4.59 Veculo 2 1a Medio Acelerao Lateral e ngulo Mdio de

    Esteramento dos Pneus Amostrados no Tempo ................................................... 152

    Figura 4.60 Veculo 1 Comparativo de Curvas de ngulo Mdio de Esteramento

    dos Pneus x Acelerao Lateral calculados com Modelo Multicorpos Detalhado

    e Medies Experimentais ...................................................................................... 154

    Figura 4.61 Veculo 2 Comparativo de Curvas de ngulo Mdio de Esteramento

    dos Pneus x Acelerao Lateral calculados com Modelo Multicorpos Detalhado

    e Medies Experimentais ...................................................................................... 154

    Figura 4.62 Comparativo de Resultados de Gradiente de Esteramento Veculo 1 156

    Figura 4.63 Comparativo de Resultados de Gradiente de Esteramento Veculo 2 157

    Figura 4.64 Definio da Sensibilidade de Esteramento (Steering Sensitivity) ....... 158

    Figura 4.65 Variao Tpica da Relao de Direo.................................................. 161

    Figura 4.66 Comparativo de Resultados de Sensibilidade de Esteramento

    Veculo 1 ................................................................................................................ 164

    Figura 4.67 Comparativo de Resultados de Sensibilidade de Esteramento

    Veculo 2 ................................................................................................................ 165

    Figura 4.68 Definio do Pico do Gradiente de Rolagem (Peak Roll Gradient) ....... 167

    Figura 4.69 Sistema Massa-Mola-Amortecedor Simples sem Excitao Externa e

    Sistema Torcional Equivalente ............................................................................... 169

  • xvi

    Figura 4.70 Sistema Massa-Mola-Amortecedor Simples com Excitao Externa e

    Sistema Torcional Equivalente ............................................................................... 170

    Figura 4.71 Foras atuando na Rolagem do Veculo ................................................. 172

    Figura 4.72 Veculo 1 Resposta de Gradiente de Rolagem em Frequncia

    calculada com Modelo Multicorpos Detalhado ...................................................... 176

    Figura 4.73 Veculo 2 Resposta de Gradiente de Rolagem em Frequncia

    calculada com Modelo Multicorpos Detalhado ...................................................... 177

    Figura 4.74 Comparativo de Resultados de Resposta de Rolagem em Frequncia

    Veculo 1 ................................................................................................................ 178

    Figura 4.75 Comparativo de Resultados de Resposta de Rolagem em Frequncia

    Veculo 2 ................................................................................................................ 179

    Figura 4.76 Definio do Limite de Resposta Plana de Acelerao Lateral (Lateral

    Acceleration Bandwidth) ........................................................................................ 191

    Figura 4.77 Veculo 1 Resposta de Gradiente de Acelerao Lateral em

    Frequncia calculada com Modelo Multicorpos Detalhado ................................... 195

    Figura 4.78 Veculo 2 Resposta de Gradiente de Rolagem em Frequncia

    calculada com Modelo Multicorpos Detalhado ...................................................... 195

    Figura 4.79 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral (dB)

    em Frequncia Veculo 1 ..................................................................................... 196

    Figura 4.80 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral (linear)

    em Frequncia Veculo 1 ..................................................................................... 197

    Figura 4.81 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral (dB)

    em Frequncia Veculo 2 ..................................................................................... 197

  • xvii

    Figura 4.82 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral (linear)

    em Frequncia Veculo 2 ..................................................................................... 198

    Figura 4.83 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral em

    Frequncia do Veculo 1 variando-se a Velocidade Longitudinal ......................... 199

    Figura 4.84 Anlise do Local das Razes da Resposta de Acelerao Lateral em

    Frequncia do Veculo 1 variando-se a Velocidade Longitudinal ......................... 200

    Figura 5.1 Funo de Avaliao da Mtrica de Gradiente de Rolagem..................... 210

    Figura 5.2 Funo de Avaliao da Mtrica de Gradiente de Esteramento ............. 210

    Figura 5.3 Funo de Avaliao da Mtrica de Sensibilidade de Esteramento ....... 211

    Figura 5.4 Funo de Avaliao da Mtrica de Razo Pico/Esttico de Gradiente de

    Rolagem em Frequncia ......................................................................................... 211

    Figura 5.5 Funo de Avaliao da Mtrica de Limite de Resposta Plana de

    Acelerao Lateral em Frequncia ......................................................................... 212

    Figura 5.6 Funo de Ponderao Proposta ............................................................... 215

    Figura 5.7 Movimentos possveis para um simplex (PRESS, 1992) ......................... 219

    Figura 5.8 Funo usada para estudo do mtodo de simplex descendente ................ 223

    Figura 5.9 Ampliao da funo usada para estudo do mtodo de simplex

    descendente na rea de mnimo global ................................................................... 224

    Figura 5.10 Convergncia do Mtodo Simplex Descendente para o Exemplo

    Criado ..................................................................................................................... 225

    Figura 5.11 Detalhe do Grfico de Convergncia do Mtodo Simplex Descendente

    para o Exemplo Criado ........................................................................................... 225

    Figura 5.12 Grfico de Influncia dos Diversos Parmetros de Controle nos Nveis

    Considerados para a Otimizao ............................................................................ 238

  • xviii

    Figura 5.13 Representao Grfica da Relao S/R dos Parmetros de Controle ..... 242

    Figura 5.14 Exemplo de Superfcie de Resposta ....................................................... 244

    Figura 6.1 Suspenso Dianteira do Tipo Mc Pherson com Componentes Dinmicos

    Modelados .............................................................................................................. 266

    Figura 6.2 Perna da Suspenso Dianteira do Tipo Mc Pherson com Pontos de

    Articulao e Aplicao de Foras Modelados ...................................................... 266

    Figura 6.3 Brao de Controle da Suspenso Dianteira do Tipo Mc Pherson com

    Pontos de Articulao e Aplicao de Foras Modelados...................................... 267

    Figura 6.4 Batente da Suspenso Dianteira do Tipo Mc Pherson com Pontos de

    Articulao e Aplicao de Foras Modelados ...................................................... 267

    Figura 6.5 Barra Estabilizadora da Suspenso Dianteira do Tipo Mc Pherson com

    Pontos de Articulao e Aplicao de Foras Modelados...................................... 268

    Figura 6.6 Grfico de Fora (N) x Deflexo (mm) da Mola Dianteira Base do

    Estudo ..................................................................................................................... 270

    Figura 6.7 Grfico de Fora (N) x Deflexo (mm) do Batente Dianteiro Base do

    Estudo ..................................................................................................................... 270

    Figura 6.8 Grfico de Fora (N) x Velocidade (m/s) do Amortecedor Dianteiro

    Base do Estudo ....................................................................................................... 271

    Figura 6.9 Suspenso Traseira do Tipo Semi-Independente com Barra de Toro

    com Componentes Dinmicos Modelados ............................................................. 272

    Figura 6.10 Vista Lateral da Suspenso Traseira do Tipo Semi-Independente com

    Barra de Toro com Pontos de Articulao e Aplicao de Foras Modelados ... 273

  • xix

    Figura 6.11 Vista Longitudinal da Suspenso Traseira do Tipo Semi-Independente

    com Barra de Toro com Pontos de Articulao e Aplicao de Foras

    Modelados .............................................................................................................. 273

    Figura 6.12 Grfico de Fora (N) x Deflexo (mm) da Mola Traseira Base do

    Estudo ..................................................................................................................... 275

    Figura 6.13 Grfico de Fora (N) x Deflexo (mm) do Batente Traseiro Base do

    Estudo ..................................................................................................................... 275

    Figura 6.14 Grfico de Fora (N) x Velocidade (m/s) do Amortecedor Traseiro

    Base do Estudo ....................................................................................................... 276

    Figura 6.15 Evoluo da Mtrica de Otimizao no Mtodo Simplex Descendente. 281

    Figura 6.16 Evoluo das Mtricas de Conforto e Dirigibilidade por Carregamento

    no Mtodo Simplex Descendente ........................................................................... 282

    Figura 6.17 Evoluo das Mtricas de Conforto e Dirigibilidade por Carregamento

    no Mtodo Simplex Descendente Normalizada ..................................................... 282

    Figura 6.18 Resultados em Termos de Relao S/R da Engenharia Robusta para os

    Parmetros de Otimizao ...................................................................................... 287

    Figura 6.19 Resultados Individuais de Relao S/R da Engenharia Robusta para os

    Parmetros de Otimizao ...................................................................................... 288

    Figura 6.20 Resultados da Mtrica Global Conjunta de Dirigibilidade e Conforto

    para Cada Mtodo de Otimizao Estudado .......................................................... 301

    Figura 6.21 Resultados Individuais das Mtricas de Dirigibilidade e Conforto para

    Cada Mtodo de Otimizao Estudado .................................................................. 305

    Figura 6.22 Comparao Qualitativa entre os Mtodos de Otimizao Estudados ... 306

  • xx

    Lista de Tabelas

    Tabela 3.1 Organizao da Matriz de Influncia ......................................................... 34

    Tabela 3.2 Matriz de Influncia do Sistema com Dois Graus de Liberdade com

    Coluna de Excitao Preenchida .............................................................................. 36

    Tabela 3.3 Matriz de Influncia do Sistema com Dois Graus de Liberdade com

    Coluna de Excitao e Linha do Sistema de Ligao 2 Preenchidas ....................... 36

    Tabela 3.4 Matriz de Influncia Completa do Sistema com Dois Graus de

    Liberdade .................................................................................................................. 37

    Tabela 3.5 Matriz de Influncia Completa do Sistema com Quatro Graus de

    Liberdade Incluindo Rotaes .................................................................................. 37

    Tabela 3.6 Matriz de Influncia Completa do Sistema Simplificado de um Veculo .. 38

    Tabela 3.7 Variao Observada nas Avaliaes Subjetivas......................................... 62

    Tabela 4.1 Gradiente de Rolagem do Veculo 1 Medies Experimentais............... 96

    Tabela 4.2 Gradiente de Rolagem do Veculo 2 Medies Experimentais............... 98

    Tabela 4.3 Comparativo de Resultados de Gradiente de Rolagem do Veculo 1 ...... 104

    Tabela 4.4 Comparativo de Resultados de Gradiente de Rolagem do Veculo 2 ...... 105

    Tabela 4.5 Dados do Pneu P195/60 R15 utilizado no Veculo 1 para Validade da

    Hiptese de Linearidade ......................................................................................... 119

    Tabela 4.6 Dados do Pneu P165/70 R13 utilizado no Veculo 2 para Validade da

    Hiptese de Linearidade ......................................................................................... 121

    Tabela 4.7 Gradiente de Esteramento do Veculo 1 Medies Experimentais ..... 149

  • xxi

    Tabela 4.8 Gradiente de Esteramento do Veculo 2 Medies Experimentais ..... 151

    Tabela 4.9 Comparativo de Resultados de Gradiente de Esteramento Veculo 1 . 156

    Tabela 4.10 Comparativo de Resultados de Gradiente de Esteramento Veculo 2157

    Tabela 4.11 Sensibilidade de Esteramento do Veculo 1 Med. Experimentais ..... 163

    Tabela 4.12 Sensibilidade de Esteramento do Veculo 2 Med. Experimentais ..... 163

    Tabela 4.13 Comparativo de Resultados de Sensibilidade de Esteramento

    Veculo 1 ................................................................................................................ 164

    Tabela 4.14 Comparativo de Resultados de Sensibilidade de Esteramento

    Veculo 2 ................................................................................................................ 165

    Tabela 4.15 Comparativo de Resultados de Resposta de Rolagem em Frequncia

    Veculo 1 ................................................................................................................ 178

    Tabela 4.16 Comparativo de Resultados de Resposta de Rolagem em Frequncia

    Veculo 2 ................................................................................................................ 179

    Tabela 4.17 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral em

    Frequncia Veculo 1 ........................................................................................... 196

    Tabela 4.18 Comparativo de Resultados de Resposta de Acelerao Lateral em

    Frequncia Veculo 2 ........................................................................................... 197

    Tabela 4.19 Comparativo de Resultados de Resposta Modal do Modelo

    Multicorpos Detalhado com Modelos Analticos Veculo 1 ............................... 201

    ponto mais baixo ........................................................................................................... 219

    Tabela 5.1 Matriz ortogonal para uma otimizao de 4 parmetros a 3 nveis cada . 234

    Tabela 5.2 Arranjo Ortogonal L4(23) ......................................................................... 240

    Tabela 5.3 Matriz de experimentos do L4 com 1 fator de rudo de 2 nveis distintos 241

    Tabela 5.4 Resultados das simulaes ....................................................................... 241

  • xxii

    Tabela 5.5 S/R dos parmetros de controle ................................................................ 241

    Tabela 5.6 Identificao do Resultado timo ............................................................ 243

    Tabela 5.7 Variveis Regressoras Mais Significativas .............................................. 259

    Tabela 5.8 Resultados do Estudo de Variabilidade em Funo da Carga .................. 262

    Tabela 6.1 Dados Gerais do Veculo Modelado ........................................................ 264

    Tabela 6.2 Dados do Conjunto Motor/Transmisso .................................................. 265

    Tabela 6.3 Modelagem dos Pontos Geomtricos da Suspenso Dianteira do Tipo

    Mc Pherson ............................................................................................................. 269

    Tabela 6.4 Modelagem dos Pontos Geomtricos da Suspenso Traseira do Tipo

    Semi-Independente com Barra de Toro .............................................................. 274

    Tabela 6.5 Propriedades do Pneu P195/60 R15 com Presso de Enchimento igual a

    30 psi (Pneu Base do Estudo) ................................................................................. 277

    Tabela 6.6 Parmetros de Otimizao Estudados e Limites Empregados ................. 277

    Tabela 6.7 Variao da Rigidez Radial do Pneu P195/60 R15 Estudado em Funo

    da Presso de Enchimento ...................................................................................... 278

    Tabela 6.8 Variao da Rigidez Lateral do Pneu P195/60 R15 Estudado em Funo

    da Presso de Enchimento ...................................................................................... 278

    Tabela 6.9 Variao da Rigidez Auto-Alinhante do Pneu P195/60 R15 Estudado

    em Funo da Presso de Enchimento ................................................................... 278

    Tabela 6.10 Variao do Brao Pneumtico do Pneu P195/60 R15 Estudado em

    Funo da Presso de Enchimento ......................................................................... 278

    Tabela 6.11 Critrios (Objetivos) a serem perseguidos para Mtricas Objetivas de

    Dirigibilidade .......................................................................................................... 279

  • xxiii

    Tabela 6.12 Nveis Adotados para os Parmetros de Otimizao para Estudo de

    Engenharia Robusta (Taguchi) ............................................................................... 285

    Tabela 6.13 Matriz Ortogonal para Estudo de Engenharia Robusta (Taguchi) ......... 285

    Tabela 6.14 Resultados dos Experimentos de Engenharia Robusta (Taguchi) .......... 286

    Tabela 6.15 Resultados de Otimizao por Engenharia Robusta (Taguchi) .............. 289

    Tabela 6.16 Resultados de Conforto e Dirigibilidade por Carregamento na

    Engenharia Robusta (Taguchi) ............................................................................... 289

    Tabela 6.17 Variveis Regressoras Mais Significativas do Modelo Inicial............... 291

    Tabela 6.18 Variveis Regressoras Mais Significativas do Modelo com x7 = -1 ...... 293

    Tabela 6.19 Comparativo de Preciso dos Modelos Analticos da RSM .................. 293

    Tabela 6.20 Resultados do Estudo de Variabilidade em Funo da Carga para

    Modelo com x7 = -1 ................................................................................................ 296

    Tabela 6.21 Variao dos Resultados de Cada Mtodo de Otimizao Empregado

    em Funo do Carregamento do Veculo ............................................................... 302

    Tabela 6.22 Valores timos das Variveis de Otimizao Estudadas ....................... 303

    Tabela 6.23 Comparao entre os Valores de Sinal/Rudo da Engenharia Robusta e

    Coeficientes de Regresso Parcial da RSM............................................................ 304

  • xxiv

    Lista de Abreviaturas e Siglas

    ADAMS

    Automatic Dynamic Analysis of Mechanical Systems, ou Anlise

    Dinmica Automtica para Sistemas Mecnicos

    CPCA Campo de Provas de Cruz Alta

    GMB General Motors do Brasil

    GPS Global Positioning System, ou Sistema de Posicionamento Global

    RMS Root Mean Square, ou Mdia Quadrtica

    RSM Response Surface Methodology, ou Metodologia de Superfcie de Resposta

    SUV Sport Utility Vehicle, ou Veculo Utilitrio Esportivo

    TMA Teorema do Momento Angular

    TMB Teorema do Movimento do Baricentro

    VPG Virtual Proving Ground, ou Campo de Provas Virtual

  • xxv

    Lista de Smbolos

    La acelerao lateral do veculo

    oa

    acelerao relativa neste ponto O

    ra

    acelerao no referencial acelerado fixo ao CG do veculo

    A1 at A11 variveis auxiliares na formulao da resposta de acelerao lateral do

    veculo para excitao peridica

    b distncia do CG do veculo at o eixo dianteiro

    b' distncia do CG do veculo at o ponto de aplicao da resultante de fora lateral

    gerada pelo pneu dianteiro

    b estimador de mnimos quadrados para a matriz de coeficientes de regresso

    parcial da RSM

    Bf parmetro de correo do ngulo de esteramento pela rigidez da suspenso no

    eixo dianteiro

    Br parmetro de correo do ngulo de esteramento pela rigidez da suspenso no

    eixo traseiro

    c amortecimento linear da massa do sistema massa-mola-amortecedor

    c distncia do CG do veculo at o eixo traseiro

    C rigidez lateral ou rigidez de deriva do pneu

    Cf coeficiente de rigidez lateral dianteiro

    Cr coeficiente de rigidez lateral traseiro

  • xxvi

    c distncia do CG do veculo at o ponto de aplicao da resultante de fora lateral

    gerada pelo pneu traseiro

    Cf coeficiente de rigidez lateral dianteiro corrigido

    Cr coeficiente de rigidez lateral traseiro corrigido

    CG centro de gravidade

    Cmz rigidez de momento auto-alinhante do pneu

    CT amortecimento de rolagem total do veculo

    e vetor de resduos da RSM

    exc excitao

    F fora

    F

    somatria das foras externas atuantes ao veculo

    F(t) fora de excitao do sistema massa-mola-amortecedor

    F0 amplitude da fora de excitao peridica do sistema massa-mola-amortecedor

    F0 valor de teste da funo F do modelo ajustado da RSM

    aF

    fora fictcia de arrastamento

    FAMORT fora de amortecimento

    cF

    fora fictcia de Coriolis

    fconforto mtrica global de conforto

    fdirigibilidade mtrica global de dirigibilidade

    Fext,yf fora lateral externa gerada pelos pneus dianteiros

    Fext,yr fora lateral externa gerada pelos pneus traseiros

    FMOLA fora de mola

    fotimizao mtrica global conjunta de dirigibilidade e conforto

    ftol tolerncia de valor mnimo do simplex

  • xxvii

    Fy fora lateral desenvolvida pelo pneu

    Fyf fora lateral centrpeta dianteira

    Fyi fora lateral gerada pelos pneus do lado interno da curva

    Fyo fora lateral gerada pelos pneus do lado externo da curva

    Fyr fora lateral centrpeta traseira

    Fzi fora vertical transmitida pela suspenso do lado interno da curva

    Fzo fora vertical transmitida pela suspenso do lado externo da curva

    F,k, n-k-1 distribuio Fisher-Snedecor com confiana , k graus de liberdade no

    numerador e (n-k-1) graus de liberdade no denominador

    G polo para o clculo dos momentos

    Groll () ganho de gradiente de rolagem em frequncia

    Gs () ganho de sensibilidade de esteramento em frequncia

    Hcg altura do centro de gravidade em relao ao solo

    Hcg altura do centro de gravidade em relao ao solo

    Hr brao efetivo de rolagem do veculo

    Hrcg altura do centro de rolagem na linha do CG

    Hrcg altura do centro de rolagem na linha do CG

    Hrf altura do centro de rolagem dianteiro

    Hrr altura do centro de rolagem traseiro

    I momento de inrcia

    J matriz de inrcia do veculo

    J momento de inrcia rotativo do sistema massa-mola-amortecedor torcional

    JG matriz de inrcia do veculo com relao ao polo G

    K gradiente de esteramento

  • xxviii

    K rigidez do sistema de ligao

    k rigidez linear da massa do sistema massa-mola-amortecedor

    Kbf rigidez equivalente da barra estabilizadora dianteira (linear vertical na linha do

    eixo dianteiro)

    Kbr rigidez equivalente da barra estabilizadora (ou eixo) traseira (linear vertical na

    linha do eixo traseiro)

    Kfyf rigidez de ngulo de esteramento gerado por fora lateral no eixo dianteiro

    Kfyr rigidez de ngulo de esteramento gerado por fora lateral no eixo traseiro

    Kmzf rigidez de ngulo de esteramento gerado por momento auto-alinhante no eixo

    dianteiro

    Kmzr rigidez de ngulo de esteramento gerado por momento auto-alinhante no eixo

    traseiro

    Kobj critrio objetivo para otimizao da mtrica de gradiente de esteramento

    Kroll gradiente de rolagem do veculo

    Kroll, pico ganho mximo de gradiente de rolagem em frequncia

    Kroll,obj critrio objetivo para otimizao da mtrica de gradiente de rolagem

    Ks sensibilidade de esteramento

    Ks,obj critrio objetivo para otimizao da mtrica de sensibilidade de esteramento

    Ksbf rigidez linear das duas molas e da barra estabilizadora dianteiras em conjunto

    Ksbr rigidez linear das duas molas e da barra estabilizadora traseiras em conjunto

    Ksf rigidez equivalente da suspenso dianteira

    Ksr rigidez equivalente da suspenso traseira

    KT rigidez de rolagem total do veculo

    Ktf rigidez de rolagem dianteira total

  • xxix

    Ktirf rigidez radial do pneu dianteiro

    Ktirr rigidez radial do pneu traseiro

    Ktr rigidez de rolagem traseira total

    Ktsbf rigidez de rolagem dianteira devida somente barra estabilizadora e as molas

    Ktsbr rigidez de rolagem traseira devida somente barra estabilizadora e as molas

    Kttf rigidez de rolagem dianteira devida aos pneus

    Kttr rigidez de rolagem traseira devida aos pneus

    L brao

    L distncia entre-eixos do veculo

    L soma balanceada dos resultados dos experimentos da matriz ortogonal

    m massa

    m massa do sistema massa-mola-amortecedor

    M massa total do veculo

    Mext,zf momento auto-alinhante externo gerado pelos pneus dianteiros

    Mext,zr momento auto-alinhante externo gerado pelos pneus traseiros

    ext

    GM

    somatria dos momentos externos aplicados no corpo com relao ao polo G

    MSE mdia quadrtica da estimativa do modelo ajustado da RSM

    MSR mdia quadrtica residual da RSM

    Mz momento auto-alinhante desenvolvido pelo pneu

    N nmero de dimenses do simplex

    n nmero de experimentos da matriz ortogonal

    n nmero de experimentos da RSM

    NEX nmero de excitaes externas do sistema de ligao

    NI nmero de momentos de inrcia do sistema de ligao

  • xxx

    NM nmero de massas do sistema de ligao

    O centro da curva

    O ponto de referncia

    p nmero de coeficientes de regresso parcial da RSM

    P ponto da extremidade do simplex

    p1 at p5 fatores de ponderao das mtricas individuais de dirigibilidade

    pconforto fator de ponderao da mtrica global de conforto

    pdirigibilidade fator de ponderao da mtrica global de dirigibilidade

    R raio da curva

    r relao entre frequncia de excitao e frequncia natural no-amortecida do

    sistema massa-mola-amortecedor

    R2 coeficiente de correlao de regresso linear

    rdir relao de direo

    rpico relao entre frequncia de excitao com ganho mximo de gradiente de

    rolagem em frequncia e frequncia natural no-amortecida do sistema

    Rroll razo entre pico de gradiente de rolagem em frequncia e gradiente de rolagem

    quase-esttico

    Rroll,obj critrio objetivo para otimizao da mtrica de razo pico/esttico de

    gradiente de rolagem em frequncia

    S/R relao sinal/rudo

    SL sistema de ligao

    SSE soma dos quadrados dos resduos do modelo ajustado da RSM

    SSR parcela residual de erro do modelo de regresso adotado pela RSM

    SST erro total do modelo de regresso adotado pela RSM

  • xxxi

    t bitola mdia do veculo

    t brao pneumtico do pneu

    t tempo

    T(t) momento de excitao do sistema massa-mola-amortecedor torcional

    Tf bitola dianteira

    tf brao pneumtico dos pneus dianteiros

    tol tolerncia de convergncia do simplex

    Tr bitola traseira

    tr brao pneumtico dos pneus traseiros

    Troll momento de rolagem aplicado ao veculo

    Vf vetor de velocidade do pneu dianteiro

    Vr vetor de velocidade do pneu traseiro

    Vx velocidade longitudinal do veculo

    w peso de balanceamento da matriz ortogonal

    x deslocamento linear da massa do sistema massa-mola-amortecedor

    x posio linear

    x velocidade linear

    x acelerao linear

    X() ganho de resposta em frequncia do sistema massa-mola-amortecedor

    X, Y, Z sistema de coordenadas absoluto (inercial)

    x, y, z sistema de coordenadas do veculo (no-inercial)

    xi variveis de entrada ou regressores da RSM

    y resposta da funo da RSM

    y estimador da resposta da RSM

  • xxxii

    Zi curso vertical da suspenso no lado interno curva

    Zo curso vertical da suspenso no lado externo curva

    Zroll brao do momento de rolagem

    ngulo de escorregamento do pneu

    f ngulo de escorregamento do pneu dianteiro

    r ngulo de escorregamento do pneu traseiro

    ngulo de escorregamento lateral

    posio angular

    velocidade angular

    i coeficientes de regresso parcial da RSM

    ngulo de esteramento mdio dos pneus

    ngulo de esteramento mdio dos pneus corrigido pelo esteramento por

    rolagem

    i ngulo do esteramento do pneu interno curva

    o ngulo do esteramento do pneu externo curva

    RS ngulo de esteramento por movimentao vertical mdio dos pneus

    RSi ngulo de esteramento por movimentao vertical do pneu interno curva

    RSo ngulo de esteramento por movimentao vertical do pneu externo curva

    vol ngulo de esteramento do volante

    vol amplitude de excitao peridica no volante

    Wf transferncia de carga vertical devido acelerao lateral no eixo dianteiro

    Wr transferncia de carga vertical devido acelerao lateral no eixo traseiro

    z altura relativa entre lado direito e lado esquerdo do veculo

  • xxxiii

    erro do modelo de regresso linear da RSM em relao funo y real

    fator de amortecimento do sistema massa-mola-amortecedor

    resultado individual de experimento da matriz ortogonal

    deslocamento angular da massa do sistema massa-mola-amortecedor torcional

    () ganho de ngulo de rolagem em frequncia

    constante caracterstica do simplex

    micro-deformao (micro-strain)

    resultado logartmico de um experimento individual da matriz ortogonal

    m resultado logartmico mdio de uma matriz ortogonal

    2 estimativa do erro quadrtico do modelo ajustado da RSM

    () fase de resposta em frequncia do sistema massa-mola-amortecedor

    velocidade angular

    d frequncia natural amortecida do sistema massa-mola-amortecedor

    n frequncia natural no-amortecida do sistema massa-mola-amortecedor

    nulo frequncia de excitao onde o ganho de sensibilidade de esteramento nulo

    pico frequncia de excitao com ganho mximo de gradiente de rolagem

    plana faixa de resposta plana de acelerao lateral

    plana,obj critrio objetivo para otimizao da mtrica de faixa de resposta plana de

    acelerao lateral

    velocidade angular de giro

  • xxxiv

    Resumo

    O trabalho desenvolvido tem como objetivo aplicar metodologias de otimizao de

    suspenso para veculos de passageiro e comerciais leves, baseando-se em

    parmetros de dirigibilidade e conforto veicular, atravs do uso de simulao

    numrica computacional. So apresentadas mtricas objetivas utilizadas para a

    avaliao de um veculo com relao ao seu desempenho em termos de dirigibilidade

    e conforto e proposta uma nova mtrica global conjunta. So desenvolvidos no

    trabalho modelos analticos para quantificar as mtricas de dirigibilidade. Os

    resultados obtidos foram comparados com medies experimentais e resultados de

    modelos multicorpos mais complexos, atingindo o nvel de correlao necessrio

    para os propsitos deste trabalho. Alguns dos modelos analticos desenvolvidos so

    contribuies inovadoras deste trabalho, no tendo correspondente anterior na

    literatura. apresentada a modelagem dinmica vertical que possibilita avaliar as

    mtricas de conforto, cuja aplicao foi feita em conjunto com os modelos analticos

    de dirigibilidade desenvolvidos, obtendo-se uma avaliao global conjunta. Trs

    ferramentas de otimizao so apresentadas e avaliadas na aplicao ao problema de

    otimizao global. A anlise comparativa dos resultados dos mtodos de otimizao

    permite identificar qual mtodo mais adequado com relao ao desempenho

    computacional, praticidade de uso e disponibilidade de informao. Finalmente,

    demonstra-se que a aplicao da otimizao numrica proporciona resultados

    efetivos para melhoria do produto, trazendo ganhos de tempo e custo no

    desenvolvimento de um novo projeto.

  • xxxv

    Abstract

    This work is intended to apply suspension set-up optimization methodologies to

    passenger vehicles and pick-up trucks based on their ride and handling parameters

    through the use of numerical computational simulation. Metrics used to evaluate a

    vehicle regarding its performance in terms of ride and handling are shown and a new

    global single metric for ride and handling is proposed. Analytical models are

    developed to quantify the vehicle handling metrics. The results obtained were

    compared with experimental measurements and the results of more complex

    multibody models, achieving the correlation level required for the purposes of this

    work. Some of the analytical models herein developed are new contributions from

    this work and were not previously available in the literature. The vertical dynamic

    model that allows the computation of the ride comfort metrics is shown, and its

    application simultaneously with the analytical handling models developed allows the

    calculation of the proposed global single ride and handling metric. Three different

    optimization techniques are presented and studied in order to compare their

    performance for the proposed problem. The comparative analysis among the

    optimization results allows determining where each method is more adequate with

    respect to computational performance, usage friendliness and information

    availability. Finally, it is shown that the application of numerical optimization is

    effective to improve the product performance, with gains in terms of development

    time and cost for a new project.

  • 1

    Captulo 1 Introduo

    As caractersticas de dirigibilidade e conforto de um veculo so fatores importantes

    para a avaliao do potencial consumidor de um novo produto e, mais que isto,

    fatores extremamente importantes para a fidelizao de um consumidor a um

    determinado produto ou marca. Por se tratarem de propriedades de carter subjetivo

    em sua natureza, o desenvolvimento de um veculo com relao a estas

    caractersticas de conforto e dirigibilidade um trabalho que ainda hoje demanda

    muito tempo e recursos durante o desenvolvimento de um novo produto,

    especialmente por este trabalho ainda se basear muito em verificaes em prottipos

    fsicos.

    Um desenvolvimento baseado em prottipos fsicos implica em altos custos para as

    empresas. Some-se a isto o fato de que uma avaliao correta demanda a construo

    de veculos representativos do produto idealizado, geralmente disponveis apenas nos

    ciclos finais de um projeto, limitando bastante o tempo necessrio para a otimizao

    do conforto e dirigibilidade do veculo. Deve-se ter em mente que o prprio processo

    iterativo inerente a qualquer tipo de otimizao neste caso penalizado com os

    atrasos gerados pelos prazos necessrios obteno de componentes prottipos que

    possam ser avaliados. Este processo experimental acaba ento por demandar muitos

    recursos durante o desenvolvimento e pode acabar deixando mais longo o prprio

    ciclo de lanamento de um novo produto, o que no desejvel nos dias de hoje,

  • 2

    onde existe uma alta demanda por novidades no setor por parte dos consumidores e

    todas empresas competem entre si para chegar mais cedo com novos produtos ao

    mercado.

    Por outro lado, existem hoje disponveis diversas tcnicas de simulao

    computacional que permitem a obteno das grandezas dinmicas de um veculo

    quando submetido a alguma determinada condio de excitao (excitao esta que

    pode se tratar do perfil que a pista impe ao veculo para avaliaes de conforto e da

    atuao do condutor no volante do veculo para avaliaes de dirigibilidade). Estas

    ferramentas utilizam-se para isto de um modelo matemtico que seja adequado e

    representativo para a obteno destas grandezas dinmicas, sendo que estas variveis

    so passveis de serem confrontadas com medies num veculo real instrumentado

    para tal. Da confrontao entre os valores calculados e experimentais, possvel se

    escolher a ferramenta mais adequada para um determinado problema atravs da

    preciso demonstrada nos seus resultados e outros fatores, tais como velocidade de

    processamento e facilidade de uso.

    Uma dificuldade inicial que se impe simulao de conforto e dirigibilidade de um

    veculo a natureza subjetiva destas caractersticas, o que implica na necessidade de

    ferramentas que consigam estabelecer uma boa correlao entre as percepes

    subjetivas do usurio e variveis objetivas que possam ser medidas e posteriormente

    calculadas atravs de ferramentas computacionais. Muitos dos trabalhos de

    otimizao numrica existentes, mais focados no tratamento dos algoritmos de

    otimizao em si, acabam por adotar algumas variveis objetivas sem a preocupao

  • 3

    de verificar a correlao entre estas variveis e a percepo subjetiva dos usurios e

    avaliadores, o que acaba comprometendo a qualidade do trabalho final, alm de

    dificultar a implementao efetiva da utilizao destas ferramentas em ambientes

    onde j exista uma tradio na utilizao de avaliaes subjetivas durante o

    desenvolvimento.

    Ainda neste ponto, uma parte considervel dos trabalhos disponveis na literatura

    tenta tratar os modelos de conforto e dirigibilidade de uma forma nica, encontrando

    funes descritivas que possibilitem a obteno mais fcil de gradientes, que por sua

    vez facilitam a aplicao de rotinas de otimizao numrica. O grande problema

    neste enfoque que, de maneira geral, existe uma perda na qualidade da correlao

    entre os modelos e as avaliaes subjetivas dos usurios ao tentar linearizar e unificar

    os modelos utilizados, tambm levando a uma deteriorao da qualidade geral do

    resultado obtido com a otimizao desta maneira.

    No outro extremo, existe hoje a possibilidade de se utilizar modelagens bastante

    complexas, que primam por uma representatividade dos modelos matemticos em

    faixas bem amplas de aplicao, como exemplo tpico os modelos com centenas de

    graus de liberdade utilizados com o software ADAMS

    (sigla em ingls para

    Automatic Dynamic Analysis of Mechanical Systems, ou Anlise Dinmica

    Automtica para Sistemas Mecnicos). Se por um lado estes modelos so bastante

    representativos do veculo, podendo levar em considerao uma vasta gama de

    parmetros que acabam sendo desprezados nos modelos mais simplificados, por

    outro eles acabam demandando muito mais dados para a montagem dos modelos

  • 4

    iniciais e por vezes tiram a percepo do analista dos parmetros que realmente so

    importantes para um determinado fenmeno estudado. Ainda com relao a estes

    modelos com alto grau de complexidade, mesmo com os recentes avanos de

    capacidade computacional, eles ainda so bastante pesados para trabalhar com

    rotinas de otimizao, degradando significativamente o desempenho das mesmas ou

    limitando uma aplicao mais extensiva destas ferramentas numricas de otimizao.

    Por definio adotada para este trabalho, ser denominada como mtrica cada um dos

    atributos ou variveis objetivas que estar sendo avaliado pela ferramenta de

    simulao. O resultado numrico (valor quantitativo) que se persegue para cada uma

    das mtricas ser denominado valor ou critrio objetivo para esta mesma mtrica. Os

    valores calculados foram normalizados individualmente, de forma que os resultados

    variem em uma faixa de 0 a 10, sendo que o maior valor o objetivo.

    O modelo para obteno das mtricas de conforto que ser utilizado neste trabalho

    o mesmo que foi estudado por Vilela (2003) na dissertao de mestrado na aplicao

    de mtodos numricos para otimizao de conforto. As vantagens relativas

    aplicao de tal modelo so:

    Tcnica de modelagem por sistemas de ligao que permite trabalhar bem a no-

    linearidade dos componentes de suspenso;

    Boa correlao entre resultados das mtricas da ferramenta de simulao e

    avaliaes subjetivas dos usurios. Esta correlao tem sido comprovada por

  • 5

    diversas aplicaes na General Motors do Brasil (GMB) ao longo dos ltimos

    anos e os resultados mais importantes sero apresentados neste trabalho.

    Com relao s avaliaes de dirigibilidade, a inteno trabalhar com o modelo

    matemtico mais simples possvel que consiga obter uma boa correlao entre os

    resultados objetivos calculados e os subjetivos avaliados pelo usurio. Para isto, ser

    utilizado inicialmente um modelo de bicicleta com a representao do veculo para

    manobras em regime permanente, adicionando caractersticas e detalhamentos neste

    modelo at o ponto em que seja possvel obter uma boa correlao entre as mtricas

    calculadas e as mesmas grandezas medidas fisicamente em pista, sendo que este

    desenvolvimento est detalhado neste trabalho. As mtricas propostas se baseiam na

    identificao dos parmetros objetivos que melhor se correlacionam com as

    avaliaes subjetivas dos usurios, possibilitando assim a utilizao desta ferramenta

    de avaliao para finalidades de otimizao numrica simultnea de conforto e

    dirigibilidade.

    Vencidas as etapas iniciais, segue-se o fato de que a otimizao de conforto e

    dirigibilidade usualmente conflitante no tocante configurao de suspenso tima

    para cada caso: por exemplo, uma suspenso menos rgida em geral melhor no

    isolamento das irregularidades da pista, otimizando assim o conforto vibracional dos

    ocupantes. Por outro lado, a otimizao da dirigibilidade em geral demanda

    suspenses mais rgidas para garantir boa aderncia e minimizar a rolagem do

    veculo. Desta forma, importante a escolha da ferramenta adequada de otimizao

    que possa lidar com a natureza conflitante deste problema. Tambm importante

  • 6

    lembrar que a maioria dos mtodos de otimizao existentes tenta abordar o

    problema atravs do estudo dos gradientes das funes a serem estudadas. Como no

    possvel obter uma formulao analtica relativamente simples para tratar os

    problemas de conforto e dirigibilidade simultaneamente, existe um problema

    complexo ao se tentar utilizar rotinas de otimizao que dependam diretamente dos

    gradientes das funes de avaliao. No atual estgio de desenvolvimento destas

    tcnicas, a avaliao dos gradientes das funes em torno de um ponto passaria

    necessariamente pela necessidade de um mapeamento destas mesmas funes em

    torno deste ponto com uma resoluo adequada este mapeamento seria ento muito

    oneroso do ponto de vista numrico, uma vez que cada ponto utilizado para este

    mapeamento demandaria uma rodada completa de simulaes de conforto e

    dirigibilidade.

    A respeito das vantagens apresentadas pela utilizao dos mtodos aqui propostos,

    podem ser citadas:

    Dispensa a necessidade do veculo prottipo, deixando a construo deste apenas

    para o final do projeto, com o nico intuito de confirmao dos resultados

    previstos atravs da simulao e realizao de ajustes finos;

    Reduz drasticamente o tempo necessrio execuo das iteraes durante o

    processo de otimizao, pois alm de dispensar a construo de componentes

    fsicos durante este processo, deve-se levar em considerao de modo geral que

  • 7

    as ferramentas de simulao hoje disponveis so extremamente mais rpidas que

    a avaliao em campo de um prottipo;

    Permite uma avaliao objetiva tanto do conforto quanto da dirigibilidade de um

    veculo, ajudando a entender e direcionar a resoluo de eventuais conflitos de

    otimizao entre estas duas caractersticas e eliminando o fator de subjetividade

    que pode deturpar um processo mais refinado de otimizao;

    Leva os engenheiros e tcnicos envolvidos no desenvolvimento a um

    conhecimento mais profundo do funcionamento e influncia dos diversos

    componentes do veculo, considerando-se que os mesmos devero desenvolver

    modelos que sejam capazes de representar fielmente o comportamento do veculo

    em campo.

    Com relao aos argumentos que podem ser considerados como desvantagens na

    utilizao de um processo de otimizao atravs de simulao neste caso, poderiam

    ser citados:

    Torna-se necessria a aquisio inicial de um hardware (no caso computadores,

    perifricos e infra-estrutura para o funcionamento dos mesmos) que seja

    compatvel com as ferramentas de simulao a serem utilizadas, tendo-se em

    mente que quanto maior a demanda computacional das ferramentas de simulao

    escolhidas, mais oneroso se torna o equipamento necessrio;

  • 8

    Desenvolvimento e/ou aquisio de ferramentas de simulao que permitam um

    satisfatrio nvel de correlao com os testes de campo para que se torne possvel

    a utilizao da mesma no processo de desenvolvimento de um veculo. Deve-se

    levar em conta que, numa primeira etapa, isto envolve a utilizao de veculos

    instrumentados que permitam a realizao de correlaes entre os resultados

    obtidos em campo com os obtidos atravs dos modelos computacionais;

    Treinamento de pessoal para a utilizao destas ferramentas, bem como a

    construo dos modelos matemticos para representao dos veculos de

    interesse;

    No observao de fenmenos e variveis que no foram consideradas para a

    otimizao numrica. Torna-se importante ter em mente que, ao aplicar

    extensivamente mtodos de otimizao numrica, os maiores ganhos so obtidos

    ao abrir o espao de avaliao das variveis de entrada (aqui se subentenda por

    abrir os limites de especificao dos componentes de suspenso a serem

    utilizados nos estudos). Quando se faz isto, existe uma possibilidade de que a

    soluo encontrada, apesar de ser tima para todas aquelas caractersticas

    observadas no tocante a conforto e dirigibilidade, possa encontrar barreiras outras

    como: acomodao fsica dos componentes no veculo (packaging em ingls),

    problemas com manufaturabilidade dos componentes especificados, entre outros.

  • 9

    Levando-se em considerao os prs e contras, fica evidente que as vantagens

    apresentadas na utilizao da simulao so suficientes para justificar um estudo

    mais aprofundado em favor desta. Este trabalho se prope ento a explorar uma

    maneira eficiente de utilizar estas ferramentas numricas no processo de otimizao

    de parmetros de componentes de suspenso para a melhoria do conforto e

    dirigibilidade veicular como um todo.

  • 10

    Captulo 2 - Reviso da Literatura

    2.1. Modelos para Simulao Dinmica do Veculo

    Todo corpo sob ao de foras externas pode ser descrito pelas equaes bsicas da

    dinmica clssica, como descrito por Frana e Matsumura (2001). Atravs dos

    Teoremas do Movimento do Baricentro (TMB) e Teorema do Momento Angular

    (TMA) possvel fazer o equacionamento bsico necessrio para a obteno das

    equaes dinmicas que governam o movimento deste corpo.

    O desenvolvimento dos modelos de dinmica lateral utilizados para a obteno das

    respostas de dirigibilidade neste trabalho baseado nestas tcnicas e o

    desenvolvimento dos mesmos ser demonstrado adiante.

    A modelagem atravs do mtodo de multicorpos tambm amplamente utilizada

    para a avaliao dinmica de veculos terrestres. Conforme relatado por Prado

    (2003), a dinmica de sistemas multicorpos baseada na mecnica clssica, sendo

    que o elemento mais simples de um sistema multicorpos a partcula livre das

    equaes de Newton, cuja publicao inicial data de 1684. O conceito de corpo

    rgido foi introduzido por Euler em 1775, sendo que este utilizou o princpio do

    corpo livre com foras resultantes para modelar os vnculos entre os corpos rgidos.

    As equaes obtidas por Euler so conhecidas como equaes de Newton-Euler.

  • 11

    Um sistema de corpos rgidos vinculados foi trabalhado por DAlembert em 1743,

    onde ele distingue as foras de aplicao e reao. Coube a Lagrange a

    fundamentao da formulao matemtica de DAlembert utilizando o princpio do

    trabalho virtual, obtendo um conjunto de equaes diferenciais ordinrias de segunda

    ordem.

    Durante a dcada de 60, devido basicamente s caractersticas dos projetos espaciais

    e do aumento da complexidade necessria ao desenvolvimento destes projetos, teve

    incio o desenvolvimento de uma nova rea da mecnica: a dinmica de sistemas

    multicorpos (Costa Neto, 1991 apud Prado, 2003). Vrios formalismos foram ento

    desenvolvidos para a modelagem de mecanismos com um nmero grande de corpos

    rgidos interconectados entre si e a dcada de 70 presenciou o surgimento de

    programas de simulao numrica baseados nesta abordagem de multicorpos um

    exemplo bastante conhecido o ADAMS

    (sigla em ingls para Automatic

    Dynamic Analysis of Mechanical Systems, ou Anlise Dinmica Automtica para

    Sistemas Mecnicos). O ADAMS

    um programa de simulao de sistemas tri-

    dimensionais que utiliza tcnicas de matrizes esparsas para a resoluo de equaes

    algbricas lineares e o mtodo de Gear para a integrao das equaes diferenciais. O

    ADAMS

    descreve as equaes dinmicas do sistema como equaes de Lagrange e

    os vnculos so descritos por multiplicadores de Lagrange.

    Existem vrios trabalhos que exploram a correlao entre grandezas dinmicas

    simuladas atravs da modelagem por multicorpos com o software ADAMS

    , como

  • 12

    em Vilela (2001), Prado et all (2001) e Fernandes/Okano (2003). De forma geral, os

    resultados so bastante satisfatrios em termos de uma representao fidedigna

    destes modelos matemticos em ADAMS

    com relao s grandezas dinmicas

    estudadas.

    A tcnica abordada neste trabalho para os modelos de conforto, da descrio dos

    sistemas multicorpos atravs de matrizes de influncia, utilizada por Gueler (1992)

    na modelagem de sistemas de suspenso automotiva. De construo bastante similar

    com aquela empregada na modelagem por elementos finitos, esta abordagem, apesar

    de ser menos genrica que a utilizao das equaes de Lagrange (o que a princpio

    dificulta a construo de programas comerciais para mecanismos genricos baseados

    nesta metodologia, como acontece com o ADAMS

    ), torna bem mais simples o

    equacionamento de mecanismos definidos, como o caso das suspenses utilizadas

    em veculos comerciais e de passageiros.

    A tcnica de multicorpos por matrizes de influncia foi empregada dentro da GMB

    (General Motors do Brasil) na elaborao dos programas VPG (sigla em ingls para

    Virtual Proving Ground, ou Campo de Provas Virtual), utilizado para determinao

    de carregamentos dinmicos em componentes para clculos de durabilidade em

    fadiga, e do Virtual Ride, que o software utilizado para avaliao de conforto, cuja

    modelagem dinmica do veculo idntica quela utilizada pelo VPG.

    Outras abordagens de modelagem para avaliao de conforto so encontradas na

    literatura, como o desenvolvimento de um modelo de veculo completo com 10 graus

  • 13

    de liberdade mostrado por Greco, Barcellos e Rosa Neto (2001), onde o

    equacionamento do modelo trabalhado no ambiente de programao

    Matlab

    /Simulink

    . Soliman et all (2008) trabalham um modelo de meio veculo

    para estudar a resposta de conforto vibracional do mesmo. zcan et all (2008)

    estudam modelos simplificados de um quarto e meio veculo para avaliar mtricas de

    conforto vibracional e dirigibilidade, aplicando programao quadrtica sequencial

    para otimizar uma mtrica composta proposta escalando curvas de molas e

    amortecedores, posteriormente confirmando os resultados desta otimizao em um

    modelo mais complexo desenvolvido no software comercial Carmaker

    .

    Indo mais a fundo na questo do detalhamento da modelagem, Perseguim (2005)

    demonstra em sua tese o efeito de adio de complexidade no modelo de avaliao

    de conforto, avaliando a influncia de cada parmetro adicionado ao modelo.

    No que se refere aos modelos de dinmica lateral, uma abordagem largamente

    utilizada a simplificao da representao do veculo atravs dos modelos de

    bicicleta, onde as rodas esquerda e direita do veculo so agrupadas numa s

    entidade na linha central do carro, agrupando as caractersticas de massa,

    propriedades de pneu e de suspenso pertinentes. Praticamente toda literatura bsica

    trata o problema atravs desta abordagem, como Gillespie (1992), Milliken (1995) e

    Wong (2001). Esta abordagem tambm ser empregada neste trabalho, levando-se

    em considerao os ganhos na simplificao dos modelos matemticos utilizados e a

    boa preciso desta aproximao para os objetivos de otimizao aqui considerados.

    Em trabalhos mais recentes disponveis na literatura, vrios autores utilizam esta

  • 14

    mesma simplificao, como Data et all (2002) no seu trabalho de avaliao objetiva

    de dirigibilidade e Miano et all (2004) no seu trabalho de otimizao de

    dirigibilidade voltado seleo de parmetros de pneus.

    Quando se trata o problema da dinmica lateral, um fator de influncia fundamental

    o pneu. Pacejka (2002) trabalha modelos paramtricos de pneu como o Magic

    Formula, que consegue capturar a no linearidade nas relaes entre fora lateral e

    momento auto-alinhante com os ngulos de escorregamento e cambagem do pneu

    para amplas faixas de variao de carga vertical no mesmo. Tambm para efeitos de

    simplificao dos modelos e aproveitando-se do fato de que os parmetros de

    dinmica lateral aqui trabalhados so focados em faixas de trabalho de acelerao

    lateral mais baixas (valores de acelerao lateral inferiores 0,4 g), o presente

    trabalho tem como objetivo utilizar somente o trecho linear dos modelos de pneu,

    mantendo todavia a considerao da influncia da carga vertical no comportamento

    da dinmica lateral do mesmo.

    2.2. Avaliao Objetiva de Conforto

    A avaliao de conforto em termos vibracionais em geral estudada para frequncias

    de excitao at aproximadamente 25 Hz (Gillespie, 1992). Existem na literatura as

    mais diversas abordagens para a parte relacionada avaliao objetiva de conforto.

    Apesar das diferenas encontradas em termos de implementao, todas tm alguns

    objetivos em comum, sendo entre eles os mais importantes:

  • 15

    Eliminar e/ou reduzir sensivelmente a subjetividade do processo de

    desenvolvimento de um veculo em termos de conforto vibracional, deixando as

    avaliaes subjetivas apenas como auxiliar durante a fase de refino final de

    componentes de suspenso;

    Utilizao de tcnicas de avaliao objetiva em conjunto com tcnicas de

    simulao, objetivando uma otimizao do processo de desenvolvimento tanto

    em termos de tempo, como de recursos financeiros (atravs da eliminao de

    prottipos fsicos).

    Amdio (1995) mostra na sua dissertao de mestrado o desenvolvimento de

    parmetros objetivos de conforto baseados na norma ISO 2631, que uma norma

    genrica para conforto vibracional e analisa frequncias de excitao at 80 Hz,

    tendo um escopo mais amplo do que somente a rea automotiva. Esta norma

    considera o aspecto de como o corpo humano reage a vibraes verticais e

    longitudinais em diferentes frequncias, sendo baseada numa pesquisa onde foram

    avaliados vrios tipos de pessoas aptas a suportarem um trabalho normal dirio de

    oito horas. Ela define para a avaliao diferentes limites, variveis com a frequncia

    de excitao, sendo estes limites:

    Preservao de conforto: limite de conforto (permite aos passageiros comer,

    beber, ler, etc);

    Preservao da eficincia do trabalho: limite de fadiga associado eficincia com

    que uma pessoa consegue efetuar tarefas e trabalhos;

    Preservao da sade: limites de exposio.

  • 16

    No desenvolvimento do seu trabalho, Amdio considera a utilizao das tcnicas de

    avaliao objetiva de conforto para veculos militares, sendo que a norma ISO 2631

    bastante interessante para este caso. Para a avaliao de conforto em veculos de

    passageiros aqui utilizada, a aplicao direta desta norma torna-se mais difcil, pela

    necessidade de se adaptar a mesma aos diversos critrios de avaliao empregados

    atravs da correlao de resultados objetivos com os avaliados subjetivamente em

    testes de avaliao no campo de provas. Outra dificuldade de implementao dos

    conceitos da ISO 2631 que, ao fazer uma avaliao que funo da frequncia, ela

    no se preocupa necessariamente em estabelecer um valor escalar nico para

    conforto, que de extrema importncia quando se cogita utilizar mtodos de

    otimizao para o problema este fator poderia ser contornado pela aplicao de

    uma integral na resposta em frequncia, o que levaria a um valor nico escalar para

    uma determinada faixa de frequncias de interesse novamente porm, existiria a

    dificuldade de correlacionar estes valores com os as avaliaes subjetivas em campo

    de provas.

    Ainda no mesmo trabalho, Amdio demonstra a utilizao do conceito de Potncia

    Absorvida (PA). Desenvolvido por Pradko-Lee (1967) para o exrcito americano,

    tem a vantagem de resumir a mtrica de conforto para um nico valor escalar, que a

    princpio excelente para a utilizao em conjunto com mtodos de otimizao.

    Novamente aqui, o problema que esta mtrica foi criada para utilizao em faixas

    mais amplas de conforto para um veculo militar fora-de-estrada, e de se esperar

    que o mesmo seja desenvolvido para atingir uma robustez maior em termos de

  • 17

    durabilidade e que os critrios de conforto vibracional para os ocupantes sejam

    relegados a um plano um pouco inferior, concentrando-se no problema de

    preservao de eficincia de trabalho e limites de exposio do que numa faixa mais

    refinada, como o que se espera de veculos comerciais e de passageiros. De toda

    forma, este conceito poderia a princpio ser utilizado, desde que se criassem faixas

    diferentes de valores que representassem o problema adequadamente.

    Arvidson, Schmechtig e Lennartsson (2000) descrevem em seu trabalho uma

    avaliao objetiva totalmente baseada na movimentao de arfagem do veculo

    (rotao em torno do eixo lateral do veculo) a base desta avaliao bastante

    semelhante quela empregada neste trabalho para a avaliao da caracterstica de

    balano do veculo (que avalia justamente o comportamento de arfagem do mesmo,

    quando passando por obstculos como lombadas ou valetas). Apesar deste fato, o

    desenvolvimento mostrado neste trabalho no foi em nenhum momento baseado no

    trabalho de Arvidsson, Schmechtig e Lennartsson.

    Alguns trabalhos na rea de avaliao objetiva de conforto trabalham diretamente

    com prottipos fsicos e medies experimentais, como o caso dos trabalhos

    publicados por Se-Jin Park (1998 e 2001), onde so demonstrados mtodos de

    instrumentao (atravs de acelermetros) de pontos especficos do corpo do

    motorista e passageiro para avaliao dos sinais medidos em um trecho determinado

    da pista. Este tipo de avaliao tem como caracterstica principal (alm do fato bvio

    de necessitar de prottipos fsicos) o fato de que avalia o conforto vibracional

    proveniente de fatores no s da suspenso, como tambm do prprio assento

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    (banco) no qual o motorista e passageiro esto sentados. Sabe-se que o assento tem

    um papel importante no conforto vibracional, mas para alguns estudos (como a

    otimizao de parmetros de suspenso, ao qual este trabalho de dissertao se

    prope), torna-se interessante eliminar a varivel assento do estudo, porque a

    princpio pode-se dizer que a vibrao que chega ao assento a varivel de entrada

    de um outro sistema mecnico distinto, e que esta vibrao na entrada do assento o

    que se deseja minimizar.

    Hanada (2002) vai um pouco mais a fundo no aspecto mdico e fisiolgico do

    problema de conforto, desenvolvendo experimentalmente um equipamento que,

    segundo ele, capaz de reproduzir mecanicamente a estrutura da espinha dorsal, com

    a vantagem de que neste equipamento possvel realizar uma instrumentao

    interna, o que refletiria exatamente aquilo que incomoda as pessoas no tocante s

    vibraes s quais esto submeti