TESE DE DOUTORADO · 2017-11-03 · Nascimento, Alexsandra Rodrigues do – Síntese e...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA TESE DE DOUTORADO Síntese e caracterização de materiais mesoporosos para a captura de CO 2 : influência do óxido de níquel Alexsandra Rodrigues do Nascimento Orientador: Prof. Dr. Marcus Antônio de Freitas Melo Coorientador: Prof. Dr. Marcelo José Barros de Souza Natal / RN Setembro / 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE TECNOLOGIA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA

TESE DE DOUTORADO

Síntese e caracterização de materiais mesoporosos

para a captura de CO2: influência do óxido de níquel

Alexsandra Rodrigues do Nascimento

Orientador: Prof. Dr. Marcus Antônio de Freitas Melo

Coorientador: Prof. Dr. Marcelo José Barros de Souza

Natal / RN

Setembro / 2014

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Alexsandra Rodrigues do Nascimento

Síntese e caracterização de materiais mesoporosos para

a captura de CO2: influência do óxido de níquel

Natal / RN

Setembro / 2014

Tese de Doutorado apresentada ao

Programa de Pós-graduação em

Engenharia Química da Universidade

Federal do Rio Grande do Norte

como parte dos requisitos necessários

para obtenção do título de Doutor em

Engenharia Química, sob a orientação

do Prof. Dr. Marcus Antônio de

Freitas Melo e coorientação do Prof.

Dr. Marcelo José Barros de Souza.

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Catalogação da Publicação na Fonte.

UFRN / CT / DEQ

Biblioteca Setorial “Professor Horácio Nícolás Sólimo”.

Nascimento, Alexsandra Rodrigues do.

Síntese e caracterização de materiais mesoporosos para a captura de CO2:

influência do óxido de níquel / Alexsandra Rodrigues do Nascimento. - Natal, 2014.

131 f.: il.

Orientador: Marcus Antônio de Freitas Melo.

Coorientador: Marcelo José Barros de Souza.

Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de

Tecnologia. Departamento de Engenharia Química. Programa de Pós-graduação em

Engenharia Química.

1. Adsorventes - Tese. 2. Dióxido de carbono - Adsorção - Tese. 3. Materiais

porosos - Tese. I. Melo, Marcus Antônio de Freitas. II. Souza, Marcelo José Barros

de. III. Universidade Federal do Rio Grande do Norte. IV. Título.

RN/UF CDU 661.183(043.2)

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Nascimento, Alexsandra Rodrigues do – Síntese e caracterização de materiais mesoporosos

para a captura de CO2: influência do óxido de níquel. Tese de doutorado, UFRN, Programa de

Pós-Graduação em Engenharia Química. Área de Concentração: Engenharia Química,

Natal/RN, Brasil.

Orientador: Prof. Dr. Marcus Antônio de Freitas Melo

Coorientador: Prof. Dr. Marcelo José Barros de Souza

__________________________________________________________________________________

Resumo: Diversos materiais estão atualmente em estudo para o processo de captura de CO2, a

exemplo dos óxidos metálicos e óxidos metálicos mistos, zeólitas, materiais carbonáceos,

estruturas metal-orgânicas (MOF’s), organosílica e superfícies de sílica modificadas. Neste

trabalho, analisou-se a capacidade de adsorção de CO2 em materiais mesoporosos de

diferentes estruturas, como o MCM-48 e SBA-15, sem impregnação e impregnados com

níquel nas proporções 5 %, 10 % e 20 % (m/m), denominados como 5Ni-MCM-48, 10Ni-

MCM-48, 20Ni-MCM-48 e 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15. Os materiais foram

caracterizados através das análises de difração de raios X (DRX), análise térmica (TG e

DTG), espectroscopia na região do infravermelho com transformada de Fourier (FT-IR),

adsorção e dessorção de N2 (BET) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) com EDS. O

processo de adsorção foi realizado variando-se a pressão de 100 - 4000 kPa e mantendo-se a

temperatura constante e igual a 298 K. Na pressão de 100 kPa, as maiores concentrações de

adsorção ocorreram para os materiais 5Ni-MCM-48 (0,795 mmol g-1

) e SBA-15 (0,914 mmol

g-1

) não impregnado, e, na pressão de 4000 kPa, para os materiais MCM-48 (14,89 mmol g-1

)

e SBA-15 (9,97 mmol g-1

) não impregnados. Os resultados mostraram que a capacidade de

adsorção varia positivamente com a área específica, no entanto, apresenta uma dependência

direta com o tipo e geometria dos canais da estrutura porosa. Os dados obtidos foram

ajustados através dos modelos de Langmuir e Freundlich e os parâmetros termodinâmicos

avaliados foram energia livre de Gibbs e entropia do sistema de adsorção.

Palavras-chave: SBA-15, MCM-48, materiais mesoporosos, níquel, captura de CO2.

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Nascimento, Alexsandra Rodrigues do – Synthesis and characterization of mesoporous

materials for CO2 capture: influence of nickel oxide. Thesis of doctorate, UFRN, Postgraduate

Program in Chemical Engineering. Area of Concentration: Chemical Engineering, Natal / RN,

Brazil.

___________________________________________

Abstract

Several materials are currently under study for the CO2 capture process, like the metal

oxides and mixed metal oxides, zeolites, carbonaceous materials, metal-organic frameworks

(MOF's) organosilica and modified silica surfaces. In this work, evaluated the adsorption

capacity of CO2 in mesoporous materials of different structures, such as MCM-48 and SBA-

15 without impregnating and impregnated with nickel in the proportions 5 %, 10 % and 20 %

(m/m), known as 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 and 5Ni-SBA-15, 10Ni-

SBA-15, 20Ni-SBA-15. The materials were characterized by means of X-ray diffraction

(XRD), thermal analysis (TG and DTG), Fourier transform infrared spectroscopy (FT-IR), N2

adsorption and desorption (BET) and scanning electron microscopy (SEM) with EDS. The

adsorption process was performed varying the pressure of 100 - 4000 kPa and keeping the

temperature constant and equal to 298 K. At a pressure of 100 kPa, higher concentrations of

adsorption occurred for the materials 5Ni-MCM-48 (0.795 mmol g-1

) and SBA-15 (0.914

mmol g-1

) is not impregnated, and at a pressure of 4000 kPa for MCM-48 materials (14.89

mmol g-1) and SBA-15 (9.97 mmol g-1) not impregnated. The results showed that the

adsorption capacity varies positively with the specific area, however, has a direct dependency

on the type and geometry of the porous structure of channels. The data were fitted using the

Langmuir and Freundlich models and were evaluated thermodynamic parameters Gibbs free

energy and entropy of the adsorption system.

___________________________________________________________________________

Keywords: SBA-15, MCM-48, mesoporous materials, nickel, capture of CO2.

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Agradecimentos

Ao Prof. Dr. Marcus Antônio de Freitas Melo, pela orientação para a realização desse

trabalho.

Ao Prof. Dr. Marcelo José Barros de Souza pelas orientações ao longo deste trabalho,

pela amizade e apoio demonstrado, não somente neste trabalho, mas ao longo da minha vida

acadêmica.

A Profª Drª Dulce Maria de Araújo Melo pela orientação, disposição e paciência para

a realização desse trabalho.

Ao Programa de Pós-graduação em Engenharia Química da UFRN (PPGEQ),

especialmente a Secretária Mazinha pela atenção e auxilio que me concedeu.

Ao meu amigo Gilvan, pela sua disponibilidade, pelas sugestões, discussões, e

contribuição na realização deste trabalho.

Aos meus amigos do laboratório LabTam/LCR que me deram apoio e incentivo, além

dos momentos de descontração, Fátima, Larissa, Gabi, Gicélia, Elania, Juliana, Talitha,

Ercília, Marcel, Marielze, Dani Montenegro, Cíntia, João, Lorena, Asenete, Hena, Flávia,

Vilsinéia, Alexandre, Tiago, José Antônio, Natane, Gineide, Cássia, Bruna, Rayssa, Rodrigo

Melo e especialmente a Rodolfo pela paciência e auxílio nas análises deste trabalho.

Aos Laboratórios de Tecnologia Ambiental e de Catálise e Refino (LabTam-LCR),

situado no Núcleo de Processamento Primário e Reuso de Água Produzida e Resíduos

(NUPPRAR) da UFRN, pela infraestrutura necessária para a realização das Sínteses

Hidrotérmicas e análises necessárias.

Ao Laboratório de Peneiras Moleculares (LABPEMOL) da UFRN pela realização das

análises de DRX a baixo ângulo.

Ao Centro de Tecnologia do Gás e Energias Renováveis (CTGAS-ER/RN) pela

realização dos testes de adsorção dos materiais sintetizados.

Aos professores doutores Eledir Vitor Sobrinho, Luciene da Silva Santos, Flávia de

Medeiros Aquino e Joana Maria Farias Barros pela participação na banca e contribuição para

a melhoria dessa Tese.

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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), pela bolsa

de estudos concedida.

A todas as pessoas que de alguma forma colaboraram para a realização deste trabalho.

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Sumário

1 Introdução e Objetivos .................................................................................................................... 2

1.1 Introdução ................................................................................................................................... 2

1.2 Objetivos ..................................................................................................................................... 4

1.2.1 Objetivo Geral ......................................................................................................................... 4

1.2.2 Objetivos Específicos .............................................................................................................. 4

2 Revisão Bibliográfica ...................................................................................................................... 6

2.1 Dióxido de carbono (CO2) ....................................................................................................... 6

2.2 Tecnologias para a captura de CO2 ............................................................................................... 7

2.2.1 Processo de absorção .................................................................................................................. 9

2.2.2 Processo de adsorção ................................................................................................................ 12

2.2.2.1 Forças íon-dipolo................................................................................................................... 14

2.2.2.2 Forças dipolo-dipolo ............................................................................................................. 14

2.2.2.3 Forças de dispersão de London ............................................................................................. 15

2.2.2.4 Ligação de Hidrogênio .......................................................................................................... 16

2.2.2.5 Isotermas de adsorção .......................................................................................................... 17

2.2.2.6 Materiais adsorventes ............................................................................................................ 21

2.2.3 Processo com membranas ........................................................................................................ 38

2.2.4 Processo de separação criogênica............................................................................................. 39

2.3 Modelos cinéticos teóricos e parâmetros termodinâmicos .................................................... 41

2.3.1 Modelo cinético de Langmuir ........................................................................................... 41

2.3.2 Modelo cinético de Freundlich ................................................................................................. 43

2.3.4 Parâmetros termodinâmicos ..................................................................................................... 44

3. Metodologia experimental ......................................................................................................... 50

3.1 Materiais ................................................................................................................................ 50

3.2 Métodos ...................................................................................................................................... 51

3.2.1 Planejamento experimental ...................................................................................................... 51

3.2.2 Síntese hidrotérmica do MCM-48 ............................................................................................ 52

3.2.3 Síntese hidrotérmica da SBA-15 .............................................................................................. 54

3.2.4 Impregnação das amostras MCM-48 e SBA-15 ....................................................................... 56

3.2 Caracterização dos materiais ................................................................................................. 57

3.2.1 Difração de raios X ........................................................................................................... 57

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3.2.2 Análise térmica da TG/DTG ............................................................................................. 58

3.2.3 Espectroscopia na região do infravermelho ...................................................................... 58

3.2.4 Adsorção e dessorção de N2 .............................................................................................. 58

3.2.5 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) com energia dispersiva (EDS) .................... 59

3.3 Teste de adsorção .................................................................................................................. 60

3.4 Modelos cinéticos teóricos e parâmetros termodinâmicos .................................................... 61

3.4.1 Modelo cinético de Langmuir .................................................................................................. 61

3.4.2 Modelo cinético de Freundlich ................................................................................................. 62

3.4.3 Parâmetros termodinâmicos (ΔG e ΔS) ............................................................................. 62

4. Resultados e discussões ............................................................................................................. 65

4.1 Planejamento experimental para o MCM-48 ........................................................................ 65

4.2 Planejamento experimental para a SBA-15 ........................................................................... 70

4.3 Caracterização dos materiais MCM-48 e SBA-15 ................................................................ 77

4.3.1 Caracterização de DRX ..................................................................................................... 77

4.3.2 Caracterização da TG e DTG ............................................................................................ 81

4.3.3 Caracterização da espectroscopia na região do infravermelho .......................................... 84

4.3.4 Caracterização da adsorção e dessorção de N2 .................................................................. 88

4.3.5 Caracterização de microscopia eletrônica de varredura com EDS .................................... 93

4.4 Testes de adsorção ................................................................................................................. 98

4.5 Métodos cinéticos teóricos e parâmetros termodinâmicos .................................................. 104

4.5.1 Modelo cinético de Langmuir ......................................................................................... 104

4.5.2 Modelo cinético de Freundlich ........................................................................................ 106

4.5.3 Parâmetros termodinâmicos (ΔG e ΔS) ........................................................................... 109

5. Conclusões .............................................................................................................................. 114

6. Sugestões para trabalhos futuros ............................................................................................. 117

Referências bibliográficas ............................................................................................................... 119

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Lista de Figuras

Figura 2.1 Processos físicos e químicos para separação de CO2 de correntes gasosas. Fonte:

(Olajire, 2010).............................................................................................................................9

Figura 2.2 Fluxograma dos principais tipos de forças intermoleculares. Fonte: (Brow et al.,

2005).........................................................................................................................................17

Figura 2.3 Classificação das isotermas de adsorção de acordo com a classificação da

(Figueiredo & Ribeiro, 1989)....................................................................................................18

Figura 2.4 Mesofases típicas da família M41S. Fonte: (Auvray et al., 1989)..........................28

Figura 2.5 Possível mecanismo de formação da família M41S. Fonte: (Kresge et al., 1992)..29

Figura 2.6 Modelo representativo para a estrutura cúbica do MCM-48. Fonte: (Shi et al.,

2004).........................................................................................................................................30

Figura 2.7 Estrutura molecular do copolímero tribloco P123. Fonte: (Fusco et al., 2006)......32

Figura 2.8 Microporos e mesoporos da SBA-15. Fonte: (Luz Jr et al., 2010)..........................33

Figura 3.1 Fluxograma do procedimento de síntese do MCM-48............................................54

Figura 3.2 Fluxograma do procedimento de síntese da SBA-15..............................................55

Figura 3.3 Principais etapas do processo de impregnação dos adsorventes mesoporosos

MCM-48 e SBA-15...................................................................................................................56

Figura 1.4 Diagrama esquemático da balança utilizada para de captura de CO2. Fonte:

(Belmabkhout et al., 2009).......................................................................................................61

Figura 4.1 Difratogramas de raios X das amostras de MCM-48 referentes aos ensaios I e II a

temperatura de 100 °C e 150 °C com tempo de envelhecimento de 24 horas, e aos ensaios III

e IV a temperatura de 100 °C e 150 °C com tempo de envelhecimento de 72 horas...............65

Figura 4.2 Difratogramas de raios X das amostras de MCM-48 referentes aos ensaios V, VI e

VII a temperatura de 125 °C com tempo de envelhecimento de 48 horas...............................66

Figura 4.3 Superfície de resposta das variáveis tempo e temperatura em função do diâmetro de

poros para o MCM-48...............................................................................................................70

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Figura 4.4 Difratogramas de raios X das amostras de SBA-15 referentes aos ensaios I e II a

temperatura de 80 °C e 120 °C com tempo de envelhecimento de 24 horas, e aos ensaios III e

IV a temperatura de 80 °C e 120 °C com tempo de envelhecimento de 72 horas....................71

Figura 4.5 Difratogramas de raios X das amostras de SBA-15 referentes aos ensaios V, VI e

VII a temperatura de 100 °C com tempo de envelhecimento de 48 horas................................71

Figura 4.6 Superfície de resposta das variáveis tempo e temperatura em função do diâmetro de

poro para a SBA-15...................................................................................................................76

Figura 4.7 Superfície de resposta das variáveis tempo e temperatura em função do volume de

poro para a SBA-15...................................................................................................................76

Figura 4.8 Difratograma de raios X da amostra MCM-48 com seus picos característicos.......78

Figura 4.9 Difratogramas de raios X das amostras (a) 5Ni-MCM-48, (b) 10Ni-MCM-48 e (c)

20Ni-MCM-48..........................................................................................................................79

Figura 4.10 Difratograma de raios X da amostra SBA-15 com seus picos característicos.......80

Figura 4.11 Difratogramas de raios X das amostras (a) 5Ni-SBA-15, (b) 10Ni-SBA-15 e (c)

20Ni-SBA-15............................................................................................................................81

Figura 4.12 Curvas TG e DTG das amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e 20Ni-

MCM-48....................................................................................................................................82

Figura 4.13 Curvas TG e DTG das amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-

SBA-15......................................................................................................................................83

Figura 4.14 Espectro de infravermelho para as amostras (a) MCM-48, (b) 5Ni-MCM-48, (c)

10Ni-MCM-48 e (d) 20Ni-MCM-48........................................................................................85

Figura 4.15 Espectro de infravermelho para as amostras (a) SBA-15, (b) 5Ni-SBA-15, (c)

10Ni-SBA-15 e (d) 20Ni-SBA-15............................................................................................86

Figura 4.16 Isotermas de adsorção-dessorção de N2 a 77 K para as amostras a) MCM-48, b)

5Ni-MCM-48, c) 10Ni-MCM-48 e d) 20Ni-MCM-48.............................................................89

Figura 4.17 Isotermas de adsorção-dessorção de N2 a 77 K para as amostras a) SBA-15, b)

5Ni-SBA-15, c) 10Ni-SBA-15 e d) 20Ni-SBA-15...................................................................90

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Figura 4.18 Distribuição do tamanho de poros para as amostras a) MCM-48, b) 5Ni-MCM-48,

c) 10Ni-MCM-48 e d) 20Ni-MCM-48......................................................................................92

Figura 4.19 Distribuição do tamanho de poros para as amostras a) SBA-15, b) 5Ni-SBA-15,

c) 10Ni-SBA-15 e d) 20Ni-SBA-15..........................................................................................93

Figura 4.20 Micrografias das amostras a) MCM-48, b) 5Ni-MCM-48, c) 10Ni-MCM-48 e d)

20Ni-MCM-48..........................................................................................................................94

Figura 4.21 Micrografias das amostras a) SBA-15, b) 5Ni-SBA-15, c) 10Ni-SBA-15 e d)

20Ni-SBA-15............................................................................................................................95

Figura 4.22 Espectro de energia dispersiva das amostras a) 5Ni-MCM-48, b) 10Ni-MCM-48 e

c) 20Ni-MCM-48......................................................................................................................96

Figura 4.23 Espectro de energia dispersiva das amostras a) 5Ni-SBA-15, b) 10Ni-SBA-15 e c)

20Ni-SBA-15............................................................................................................................97

Figura 4.24 Quantidade de CO2 adsorvido na pressão de 100 kPa para as amostras MCM-48

(MCM), 5Ni-MCM-48 (5MCM), 10Ni-MCM-48 (10MCM), 20Ni-MCM-48 (20MCM) e

SBA-15 (SBA), 5Ni-SBA-15 (5SBA), 10Ni-SBA-15(10SBA), 20Ni-SBA-15 (20SBA).......99

Figura 4.25 Quantidade de CO2 adsorvido na pressão de 4000 kPa para as amostras MCM-48

(MCM), 5Ni-MCM-48 (5MCM), 10Ni-MCM-48 (10MCM), 20Ni-MCM-48 (20MCM) e

SBA-15 (SBA), 5Ni-SBA-15 (5SBA), 10Ni-SBA-15(10SBA), 20Ni-SBA-15 (20SBA).....100

Figura 4.26 Isotermas de adsorção de CO2 para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-

MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15...............101

Figura 4.27 Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Langmuir para as

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e 20Ni-MCM-48...................................104

Figura 4.28 Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Langmuir para as

amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15...........................................105

Figura 4.31 Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Freundlich para as

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e 20Ni-MCM-48...................................107

Figura 4.32 Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Freundlich para as

amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15...........................................108

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Figura 4.33 Variações de entropia (Δ) e energia livre de Gibbs ( ) na adsorção de CO2, na

faixa de pressão de 100 a 4000 kPa, para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-

48 e 20Ni-MCM-48................................................................................................................111

Figura 4.34 Variações de entropia (Δ) e energia livre de Gibbs ( ) na adsorção de CO2, na

faixa de pressão de 100 a 4000 kPa, para as amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e

20Ni-SBA-15..........................................................................................................................112

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Lista de Tabelas

Tabela 2.1 Trabalhos na literatura relacionados à separação de gases através do processo de

absorção....................................................................................................................................11

Tabela 2.2 Comparativo entre adsorção física e química.........................................................13

Tabela 2.3 Massas moleculares, momentos de dipolo e pontos de ebulição de algumas

substâncias orgânicas comuns...................................................................................................15

Tabela 2.4 Tipos de histereses de acordo com a classificação da IUPAC...............................19

Tabela 2.5 Equações para diferentes isotermas e suas respectivas aplicações.........................20

Tabela 2.6 Dados da literatura da adsorção de CO2 em carbonos ativados e nanotubos de

carbono a baixa pressão............................................................................................................22

Tabela 2.7 Dados da literatura de alguns MOF’s aplicados na adsorção de CO2....................26

Tabela 2.8 Trabalhos na literatura relacionados à separação de gases através do processo de

separação com membranas........................................................................................................39

Tabela 2.9 Trabalhos na literatura relacionados à separação de gases através do processo

criogênico..................................................................................................................................40

Tabela 3.1 Reagentes precursores utilizados para a síntese do MCM-48 e da SBA-15...........50

Tabela 3.2 Matriz experimental para síntese de MCM-48........................................................52

Tabela 3.3 Matriz experimental para síntese da SBA-15..........................................................52

Tabela 3.4 Parâmetros utilizados nas análises de adsorção de CO2..........................................60

Tabela 3.5 Fator de compressibilidade do dióxido de carbono.................................................63

Tabela 4.1 Propriedades texturais das amostras de MCM-48...................................................67

Tabela 4.2 Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro área específica (SBET).............67

Tabela 4.3 Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro diâmetro de poros (dp)...........68

Tabela 4.4 Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro volume de poros (Vp)............68

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Tabela 4.5 Análise da variância (ANOVA) para o ajuste do modelo matemático para o

parâmetro diâmetro de poros....................................................................................................69

Tabela 4.6 Propriedades texturais das amostras da SBA-15....................................................72

Tabela 4.7 Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro área específica (SBET).............73

Tabela 4.8 Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro diâmetro de poros (dp)...........73

Tabela 4.9 Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro volume de poros (Vp)............73

Tabela 4.10 Análise da variância (ANOVA) para o ajuste do modelo matemático para o

parâmetro área específica..........................................................................................................75

Tabela 4.11 Faixas de temperatura e suas respectivas perdas de massa para os materiais

MCM-8 e SBA-15 não impregnados e impregnados................................................................83

Tabela 4.12 Valores referentes às frequências vibracionais observadas e suas respectivas

atribuições feitas para o espectro de infravermelho dos materiais MCM-48............................84

Tabela 4.13 Valores referentes às frequências vibracionais observadas e suas respectivas

atribuições feitas para o espectro de infravermelho dos materiais SBA-15..............................88

Tabela 4.14 Propriedades texturais das amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48,

20Ni-MCM-48, SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15……………………..91

Tabela 4.15 Quantidade de níquel nos materiais obtidos através da análise de EDS...............98

Tabela 4.16 Dados de adsorção em determinadas faixas de pressões para diversos materiais

encontrados na literatura.........................................................................................................103

Tabela 4.17 Parâmetros de ajuste ao modelo cinético de Langmuir para adsorção de CO2 das

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15,

10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15..................................................................................................105

Tabela 4.18 Parâmetros de ajuste ao modelo cinético de Freundlich para adsorção de CO2 das

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15,

10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15..................................................................................................108

Tabela 4.19 Valores obtidos a partir dos cálculos da energia livre de Gibbs em função da

pressão e entropia do sistema de adsorção para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-

MCM-48, 20Ni-MCM-48, SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15...............110

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Lista de Abreviaturas

BET Brunauer-Emmett-Teller

BJH Barret-Joiyner-Halenda

CTMABr Brometo de Cetiltrimetilamônio

DRX Difração de raios X

DTG Diferencial Termogravimétrica

EDS Energy-Disperse X-Ray Spectroscopy

FT-IR Infrared with Fourier Transformed

IUPAC International Union of Pure and Applied Chemistry

MCM Mesoporous Composition of Matter

MCM-48 Mesoporous Composition of Matter N° 48

MEV Microscopia Eletrônica de Varredura

P123 Pluorônico 123

PEO Poli(óxido de etileno)

PPO Poli(óxido de propileno)

SBA Santa Barbara Amorphous

TEOS Tetraetilortosilicato

TG Termogravimetria

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Nomenclatura Utilizada para Identificação das Amostras

Neste trabalho as amostras de adsorventes foram designadas pelos seguintes códigos:

5Ni-MCM-48: 5 % de níquel suportado em MCM-48.

10Ni-MCM-48: 10 % de níquel suportado em MCM-48

20Ni-MCM-48: 20 % de níquel suportado em MCM-48

5Ni-SBA-15: 5 % de níquel suportado em SBA-15

10Ni-SBA-15: 10 % de níquel suportado em SBA-15

20Ni-SBA-15: 20 % de níquel suportado em SBA-15

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CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO E OBJETIVOS

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2

1 Introdução e Objetivos

1.1 Introdução

O relatório pertencente ao projeto Carbono Global, realizado por cientistas de diversas

partes do mundo, mostrou que foram emitidas 39,8 bilhões de toneladas de dióxido de

carbono no ano passado, uma alta de 2,3 % em relação a 2012 (Le Quéré et al., 2014). Se esta

tendência continuar, as emissões irão atingir uma trajetória que corresponde a um aumento da

temperatura média global em cerca de 6 °C a longo prazo. Quanto maiores à emissão de gases

de efeito estufa, como o CO2, maior será o aquecimento e a gravidade das consequências

associadas.

A quantidade de CO2 liberada na atmosfera pode ser reduzida através da utilização de

fontes alternativas de energia, tais como energia hidrelétrica, eólica, solar, nuclear, entre

outras. Cada uma delas tem suas limitações e ainda haverá grande dependência de

combustíveis fósseis para o transporte e produção de energia por algum tempo. Durante a

queima desses combustíveis há uma elevada produção de CO2, que é liberado diretamente na

atmosfera. Portanto, a captura e estocagem de CO2 será uma importante contribuição para a

redução da emissão desse gás poluente.

A captura de CO2 pode ser realizada diretamente nas principais fontes de emissão,

como as usinas que geram eletricidade; nas indústrias de produção de aço, ferro e cimento que

geram CO2 como subprodutos; e na exploração do gás natural antes de sua utilização como

combustível.

Para que o CO2 seja armazenado de forma eficiente, se faz necessário a sua separação

de outros gases de escape. Nesse caso, a técnica mais usada atualmente para captura do CO2

emprega soluções alcalinas que podem solubilizar ou sequestrar o CO2, a exemplo das

aminas. Elas absorvem CO2 através de interações intermoleculares devido ao caráter ácido-

base desses constituintes, particularmente quando estão sob alta pressão e baixas

temperaturas. Esse processo é chamado de lavagem e a solução resultante é então aquecida à

pressão é reduzida, liberando CO2 concentrado. No entanto, o uso de aminas apresenta

desvantagens por ser dispendiosa e causar problemas de corrosão.

Por conseguinte, a adsorção gás-sólido torna-se uma técnica de separação promissora

para evitar os problemas com o uso de aminas. Neste caso, o processo de adsorção ocorre

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3

devido à existência de forças atrativas não compensadas na superfície do adsorvente.

Dependendo da natureza e magnitude das forças envolvidas, poderá haver adsorção física,

causada por forças de interação moleculares fracas ou adsorção química, envolvendo o

rearranjo dos elétrons do gás que interage com o sólido, sendo estas interações tão fortes

quanto uma ligação química.

Diversas pesquisas têm encontrado relevantes resultados com adsorventes

mesoporosos devido ao seu sistema particular de poros ordenados e a alta estabilidade

hidrotérmica. A parede dos canais dos materiais mesoporosos é constituída essencialmente

por SiO2 amorfo, onde a superfície exibe caráter neutro, apresentando poucos sítios ácidos. O

dióxido de carbono é um ácido de Lewis, que aceita elétrons a partir de bases de Lewis

(doadores de elétrons) (Jang & Park, 2012). Nesse sentido, modificações com aminas têm

sido propostas no sentido de obter sólidos com melhores propriedades ácido-base. No entanto,

aminas são volumosas e apresentam dificuldade de difusão para o interior dos poros dos

materiais mesoporosos, reduzindo sua capacidade de adsorção. Assim, partículas de óxidos

metálicos apontam como promissores nesses processos de modificação, uma vez que podem

melhorar a dispersão nos poros dos materiais.

Nesse cenário vem ganhando destaque o óxido de níquel, já amplamente empregado

em reações de reforma a seco de metano, onde a etapa determinante é a adsorção do CO2

sobre o níquel metálico depositado sobre o suporte poroso (Zukal et al., 2013; Meshkani et

al., 2014).

Jang & Park (2012) realizaram um estudo da influência do óxido de níquel na

adsorção de CO2 em carbonos ativados, obtendo como resultado um aumento na capacidade

de adsorção dos materiais. Os autores basearam-se em trabalhos na literatura onde o óxido de

cobre foi depositado na superfície de carbonos ativados, obtendo-se um aumento na

capacidade de adsorção de CO2, sendo este resultado atribuído às propriedades ácido-base

adquiridas com o óxido de cobre.

De modo geral, quanto melhor for a propriedade textural do adsorvente, maior será a

capacidade de dispersão da fase ativa e, consequentemente, maior a capacidade de adsorção.

A escolha desses materiais no presente trabalho foi devido às diferenças na estrutura dos

adsorventes e seus sistemas de poros, onde o MCM-48 apresenta uma estrutura cúbica com

um sistema de poros tridimensionais, enquanto que, a SBA-15, apresenta uma estrutura

hexagonal com um sistema de poros unidimensionais. Apesar de suas propriedades texturais

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diferenciadas, os materiais mesoporosos MCM-48 e SBA-15 têm sido pouco estudados em

processos de modificação com níquel para adsorção de CO2.

Os materiais mesoporosos reportados nesse trabalho têm diâmetro de poro maior do

que o diâmetro cinético do dióxido de carbono e apresentam diferentes arquiteturas e

estruturas dos canais porosos o que torna esse trabalho estratégico na avaliação de diferentes

estruturas no processo de impregnação do níquel e na captura de CO2.

Portanto, com o objetivo de associar as excelentes propriedades texturais dos materiais

mesoporosos e as propriedades de atividade do óxido de níquel, esse trabalho foi

desenvolvido visando estudar o comportamento de adsorção de CO2 em materiais tipo MCM-

48 e SBA-15, como também a influência de diferentes teores de níquel nos adsorventes para a

captura de CO2.

1.2 Objetivos

1.2.1 Objetivo Geral

O objetivo deste trabalho é otimizar as metodologias de síntese do MCM-48 e SBA-15

e avaliar a aplicação dos mesmos na adsorção de CO2, como também estudar a influência de

diferentes teores de níquel na adsorção do dióxido de carbono e nas propriedades texturais dos

adsorventes.

1.2.2 Objetivos Específicos

Este trabalho tem como objetivos específicos:

Otimizar a síntese dos materiais mesoporosos MCM-48 e SBA-15;

Obter suportes mesoporosos MCM-48 e SBA-15 impregnados com níquel em

diferentes proporções, visando a depositar espécies NiO sobre a superfície;

Obter isotermas de CO2 dos adsorventes mesoporosos tipo MCM-48 e SBA-15 na

forma calcinada e impregnada;

Estudar a influência do teor de níquel na adsorção de CO2 e nas propriedades texturais

dos adsorventes.

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CAPÍTULO 2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

6

2 Revisão Bibliográfica

2.1 Dióxido de carbono (CO2)

No período da revolução industrial, houve uma grande demanda na utilização de

carvão mineral e petróleo como fontes de energia, gerando consequentemente aumento da

concentração de CO2 na atmosfera, proveniente do processo de combustão desses

combustíveis fósseis. Desde então, a concentração de CO2 registra um grande crescimento a

cada ano. Em 2013, esse aumento correspondeu a 2,3 % em relação a 2012 e a um aumento de

61% desde 1990, ano que foi realizado o acordo global definindo os limites para os níveis de

emissões de dióxido de carbono. Este acréscimo na concentração de CO2 resulta no aumento

da capacidade da atmosfera em reter calor e no aumento da temperatura do planeta. O

aumento da temperatura média global deve ser inferior a 2 ºC neste século, estabelecendo que,

as emissões de CO2 sejam mantidas em torno de 44 bilhões de toneladas até 2020

(International Energy Agency, 2013).

Com o intuito de reduzir a quantidade de CO2 liberada na atmosfera, a utilização de

fontes alternativas de energia, tais como energia hidrelétrica, eólica, solar, nuclear, entre

outras, podem ser empregadas. Cada uma delas tem suas limitações e ainda haverá grande

dependência de combustíveis fósseis para o transporte e produção de energia por algum tempo

(International Energy Agency, 2013; Benson & Orr Jr, 2008). Durante a queima de

combustíveis fósseis há uma elevada produção de CO2, que é liberada diretamente na

atmosfera, portanto, a captura e o armazenamento de CO2 torna-se uma importante

contribuição para a redução da emissão desse gás poluente.

A captura de CO2 pode ser realizada diretamente nas principais fontes de emissão,

como as usinas que geram eletricidade; nas indústrias de produção de aço, ferro e cimento que

geram CO2 como subprodutos; e na exploração do gás natural antes de sua utilização como

combustível (Macario et al., 2005).

O uso de CO2 tem sido proposto como uma possível alternativa ou complemento para

o armazenamento geológico, que poderia aumentar o valor econômico para o dióxido de

carbono capturado. Muitas aplicações para o CO2 são conhecidas, embora a maioria delas

permaneça em pequena escala. Entre 80 e 120 milhões de toneladas de dióxido de carbono

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

7

são vendidas comercialmente a cada ano para uma ampla variedade de aplicações, estas

incluem o uso como solventes químicos; na descafeinação de café; carbonatação de bebidas

não alcoólicas e fabricação de fertilizantes. Alguns desses aplicativos, como refrigerantes e

solventes, exigem pequenas quantidades, menos de 1 Mt de CO2 por ano, enquanto que, na

indústria de bebidas, são utilizados 8 Mt/ano. O maior uso é para a recuperação avançada de

petróleo, que consome mais de 60 Mt CO2/ano. Outros usos estão em crescimento, como a

produção de plásticos e o aprimoramento no cultivo de algas para produtos químicos e

combustíveis, estão ainda em pequena escala e requerem desenvolvimento técnico

(International Energy Agency, 2013).

O uso químico de CO2, que é uma fonte relativamente abundante de carbono,

permanece limitado porque o CO2 é inerte e, geralmente, requer grandes quantidades de

energia para romper suas ligações químicas. Esta é a mesma propriedade que o torna um gás

inerte e seguro no subsolo. A investigação sobre os catalisadores que possam reduzir a energia

necessária para a conversão de CO2 é uma área a ser pesquisada.

2.2 Tecnologias para a captura de CO2

As metodologias para a captura e armazenamento de carbono (Carbon Capture and

Storage - CCS) compreendem três etapas: captura, transporte e armazenamento de CO2.

Abordagens para a captura de CO2 podem ser designadas pelos seguintes processos:

Captura pós-combustão: este método exige a separação do CO2 a partir de uma

mistura de gases no final do processo de combustão. Sistemas de captura pós-

combustão podem ser aplicados a gases de exaustão gerados a partir da queima de

qualquer tipo de combustível. Quando queimados com o oxigênio do ar, os

combustíveis fósseis produzem uma mistura gasosa que é basicamente formada de

CO2, CO, N2, O2 e H2O. Gases de exaustão provenientes da combustão de carvão

contém também poluentes do ar como SOx, NOx, HCl, HF, particulados e outros

traços de contaminastes orgânicos e inorgânicos (Rao et al., 2006). As desvantagens

para a captura pós-combustão está na perda de solvente no processo e no consumo de

energia devido à regeneração de solvente.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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Captura pré-combustão: na captura de pré-combustão, o combustível reage com

oxigênio ou ar e, em alguns casos vapor, para dar principalmente monóxido de

carbono e hidrogênio. Este processo é conhecido como gaseificação, oxidação parcial

ou reforma. A mistura de CO e H2 é levada para um reator catalítico, chamado de

conversor de deslocamento, em que o CO reage com vapor para dar CO2 e mais H2. O

CO2 é separado e o resultado é um combustível enriquecido com hidrogênio que pode

ser utilizado em aquecedores, fornos, turbinas a gás, motores e em células a

combustível (Macario et al., 2005; Olajire, 2010).

Combustão Oxi-combustível: o combustível é queimado em oxigênio puro, o que

resulta em elevada concentração de CO2 nos gases de combustão. A vantagem da

combustão de oxigênio é que o gás de combustão tem uma concentração de CO2 em

mais de 80 %, por isso é necessária uma simples purificação do CO2. Outra vantagem

é que a formação de NOx é suprimida e o volume do gás a ser tratado na etapa de

dessulfurização de gases de combustão é muito reduzida. Além disso, com exceção de

uma etapa de dessulfurização de gases, o oxi-combustível baseia-se principalmente em

processos de separação física para a extração de oxigênio do ar e captura CO2 evitando

assim a utilização de um reagente e/ou solvente que contribui para custos de operação

e à eliminação de resíduos sólidos ou líquidos para o meio ambiente. A principal

desvantagem da combustão oxi-combustível é a necessidade de uma grande

quantidade de oxigênio, o que é dispendioso, tanto em termos de custo e consumo de

energia (Macario et al., 2005; Olajire, 2010).

Separação inerente: a geração de CO2 concentrado é uma parte intrínseca do processo

de produção (por exemplo, processamento de gás e biocombustíveis à base de

fermentação). Sem a captura, o CO2 gerado é normalmente levado para a atmosfera

(Macario et al., 2005).

As tecnologias existentes para a separação de CO2 de correntes gasosas (Figura 2.1)

são baseadas em diferentes processos físicos e químicos, incluindo absorção, adsorção,

criogenia e membranas (Olajire, 2010). A escolha de uma tecnologia apropriada depende das

características do fluxo de gás de combustão.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

9

Figura 2.1 Processos físicos e químicos para separação de CO2 de correntes gasosas. Fonte:

(Olajire, 2010).

2.2.1 Processo de absorção

A absorção é um processo comum na indústria química e é utilizado, entre outros, no

tratamento das correntes de gases industriais que contêm gases ácidos como H2S, CO2 e NOx.

Nestes processos de tratamento de gases, são utilizadas soluções aquosas, geralmente

alcanolaminas. No entanto, a absorção apresenta algumas desvantagens (Knudsen et al.,

2009): (i) a aplicação de solventes cíclicos têm limitado a capacidade de carregamento de

CO2; (ii) promovem a corrosão do equipamento; (iii) a regeneração do solvente requer alto

consumo de energia; (iv) uma significativa quantidade de solvente é perdida por evaporação;

e (v) o solvente degrada em uma atmosfera rica em oxigênio.

Técnicas de separação de CO2

Absorção Adsorção Criogênico Membrana

s

Química

Física

Alumina MEA, AMP, KS-1

Aquamonia

Dual-alcalino

Carbonato

propileno

NMP – Purisol

(N-Methyl-2-pyrollidone)

Zeólita

Carbono ativado

Métodos de

regeneração

Oscilação de pressão

Oscilação de temperatura

Lavagem

CLC Separação de gás

Polidimetil

siloxano

Absorção de gás

Polipropileno

Sistema baseado

em cerâmica

Membrana/DEA

Adsorventes

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

10

Lee et al. (2008) testaram vários solventes amínicos para captura de CO2 do gás de

combustão de uma instalação de unidade de energia usando uma planta piloto de 2 ton-

CO2/dia. Mesmo variando algumas condições experimentais, os autores observaram que a

melhor recuperação de CO2 foi obtida com aminas primárias.

Uma alternativa para os processos baseados em aminas é a utilização de amônia

refrigerada, conhecido como processo CAP (Chilled Ammonia Process). É um processo à

base de solvente regenerável que absorve o CO2 do gás de combustão a temperaturas baixas

(0 - 20 °C) utilizando amônia como solvente. Nesta faixa de temperatura, a precipitação

ocorre no absorvedor e a dessorção ocorre a temperaturas elevadas (100 - 200 °C) (Darde et

al., 2010). Nesse caso, o calor de absorção de CO2 é significativamente menor, apresentando

baixo requerimento de energia.

Processos cíclicos de carbonatação/calcinação têm sido testados para a captura de CO2.

Consiste em dois reatores de leito fluidizado (absorvedor e regenerador) que operam em

pressão atmosférica. No absorvedor, CaO é carbonatado para CaCO3 a uma temperatura em

torno de 600 - 700 °C. O absorvente é regenerado por calcinação de CaCO3 que produz um

fluxo concentrado de CO2 em temperatura mais elevada (superior a 900 °C) (Li et al., 2008b;

Lu et al., 2008; Manovic et al., 2009b). A grande preocupação é a redução da atividade do

absorvente com os ciclos de carbonatação/calcinação (Blamey et al., 2010).

A utilização de sais ácidos aminados foi estudada por alguns autores para captura de

CO2 (Majchrowicz et al., 2009). Estas soluções são caracterizadas por: (i) baixa volatilidade

(devido à natureza iônica) e elevada tensão superficial; (ii) aumento da estabilidade na

presença de compostos oxidantes (menor produção de produtos tóxicos de degradação); e (iii)

elevada reatividade química com CO2 (formação de precipitados sólidos ao absorver CO2)

(Majchrowicz et al., 2009). Alguns trabalhos da literatura relacionados a estudos sobre a

captura de CO2 com base em processos de absorção são apresentados na Tabela 2.1.

A energia requerida é um inconveniente do processo de absorção e outras tecnologias

estão sendo estudadas.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

11

Tabela 2.1: Trabalhos na literatura relacionados à separação de gases através do processo de

absorção.

Processos Trabalhos na literatura Referências

Processo à base de amina Estudo da recuperação de CO2 em

função de diversos parâmetros

operacionais em uma planta piloto de

2 ton-CO2/dia para recuperação de

CO2.

(Lee et al.,

2008)

Avaliação das futuras reduções de

custos de processo de captura de CO2

com base em amina.

(Rao et al.,

2006)

Desenvolvimento de absorventes à

base de amina terciária com alta taxa

de absorção e baixos calores de

reação.

(Chowdhury et

al., 2009)

Estudo experimental de captura de

CO2 em uma planta piloto com três

solventes.

(Mangalapally et

al., 2009)

Processo com amônia

refrigerada

Operação inicial do processo de

amônia refrigerada (CAP) para

capturar 35 ton-CO2/dia a partir de

gases de combustão.

(Kozak et al.,

2009)

Modelo eletrólito UNIQUAQ para

descrever as propriedades do sistema

NH3 - CO2 - H2O.

(Darde et al.,

2010)

Aplicação de um modelo aproximado

para avaliar a massa, a energia e

entropia.

(Valenti et al.,

2009)

Análise termodinâmica e simulação

de processos do amoníaco.

(Mathias et al.,

2010)

Ciclos de

carbonatação/calcinação

Resultados experimentais de uma

instalação de pequeno teste (30 kW)

operado em modo contínuo utilizando

dois reatores CFB interligados como

gaseificador e calcinador.

(Alonso et al.,

2010)

Integração e avaliação de uma planta

de energia com um sistema de captura

de CO2 baseado em CaO.

(Yang et al.,

2010b)

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

12

Processos Trabalhos na literatura Referências

Ciclos de

carbonatação/calcinação

Soluções de sais de ácidos

aminados

Estudo de captura de CO2 do gás de

combustão em um pequeno reator de

leito com calcário.

Análise do processo de captura de

CO2 (balanço de calor e massa)

utilizando três absorventes.

(Fang et al.,

2009a)

(Li et al., 2008b)

Teste de sais de ácidos aminados para

a captura de CO2 do gás de

combustão sob diferentes condições

operacionais.

(Majchrowicz et

al., 2009)

Avaliação da captura de CO2 de sais

ácidos aminados com a adição de

agentes de ativação (fosfatos).

(Lu et al., 2009)

Estudo da cinética de absorção de

CO2 em vários sais ácidos aminados

na temperatura de 298 K.

(Van Hoist et

al., 2009)

Avaliação do potencial de captura de

CO2 de sais ácidos aminados

(Aronu et al.,

2010)

2.2.2 Processo de adsorção

A adsorção depende da existência de um campo de força na superfície de um sólido

que reduz a energia potencial de uma molécula adsorvida. Dependendo da natureza das forças

da superfície, haverá adsorção física e química. A adsorção física pode consistir de forças de

dispersão de London, ligação de hidrogênio e dipolo-dipolo, também conhecidas como forças

de van der Waals. Outro tipo de força atrativa, conhecida como íon-dipolo, é importante em

soluções de substancias iônicas em líquidos polares. Todas essas forças são eletrostáticas por

natureza, evolvendo atrações entre espécies positivas e negativas, tendendo a ser menos fortes

que as ligações covalentes e iônicas.

As forças envolvidas na quimissorção são muito mais fortes e envolvem um grau

substancial de transferência de elétrons ou a partilha de elétrons. Como resultado, a

quimissorção é altamente específica e as energias de adsorção são geralmente maiores em

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

13

comparação a adsorção física (Drage et al., 2009). A Tabela 2.2 apresenta um comparativo

entre adsorção física e química.

Tabela 2.2 Comparativo entre adsorção física e química.

Adsorção física Adsorção química

Adsorvente

Todos os sólidos

Alguns sólidos

Adsorvido Todos os vapores Alguns gases

Zona de temperatura Baixa Geralmente alta

Quantidade adsorvida por

unidade de massa

Alta Baixa

Adsorção a baixa P

Baixa

Alta

Adsorção a alta P Alta Ligeiro aumento

Especificidade Baixa (toda a superfície

disponível)

Alta (adsorção só em

centros ativos)

Cobertura superficial Camadas múltiplas Monocamada

Reversibilidade Reversível Frequentemente

irreversível

Calor de adsorção Baixo (0,5 – 5 kcal mol-1

) Alto (5 – 100 kcal mol-1

)

Energia de ativação Baixa (< 1 kcal mol-1

) Alta

Fonte: (Figueiredo & Ribeiro, 1989).

O calor liberado por um mol de gás adsorvido na adsorção física é geralmente em

torno de 2 a 6 kcal mol-1

, podendo em alguns casos alcançar 20 kcal mol-1

. Na adsorção

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

14

química podem ser encontrados valores acima de 20 kcal mol-1

para o calor de adsorção

(Ciola, 1981).

Se a adsorção é muito forte, a ligação com a superfície é difícil de quebrar e a

substância atua como um veneno ao material, porém, se a adsorção for muito fraca, a

concentração de espécies adsorvidas será muito pequena e a reação será muito lenta. Para a

maioria dos metais, verifica-se que a força de adsorção dos gases obedece à sequência: O2 >

C2H2 > C2H4 > CO > H2 > CO2 > N2, ou seja, os gases mais reativos são mais fortemente

adsorvidos (Figueiredo & Ribeiro, 1989).

2.2.2.1 Forças íon-dipolo

A força íon-dipolo existe entre um íon e a carga parcial de uma molécula polar

(dipolos). Os íons positivos são atraídos pelo lado negativo de um dipolo, enquanto os

negativos são atraídos pelo lado positivo. A magnitude da atração aumenta conforme a carga

do íon ou a magnitude do dipolo aumenta (Brow et al., 2005).

2.2.2.2 Forças dipolo-dipolo

As forças dipolo-dipolo ocorrem quando o lado positivo das moléculas polares neutras

esta próximo do lado negativo de outra molécula, tornando-se efetivas quando as moléculas

polares estão muito próximas. Para moléculas de massas e tamanhos aproximadamente iguais,

a força das atrações intermoleculares aumenta com o aumento da polaridade (Brow et al.,

2005). A Tabela 2.3 relaciona algumas substâncias com massas moleculares similares, mas

com diferentes momentos de dipolo, onde pode ser observado que o ponto de ebulição

aumenta com o aumento do momento dipolo.

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Tabela 2.3: Massas moleculares, momentos de dipolo e pontos de ebulição de algumas

substâncias orgânicas comuns.

Substância Massa molecular

(u)

Momento

dipolo μ (D)

Ponto de ebulição

(K)

Propano (CH3CH2CH3) 44 0,1 231

Éter dimetílico (CH3OCH3) 46 1,3 248

Cloreto de metila (CH3Cl) 50 1,9 249

Acetaldeído (CH3CHO) 44 2,7 294

Acetonitrila (CH3CN) 41 3,9 355

Fonte: (Brow et al., 2005).

As moléculas devem conseguir se aproximar com a orientação correta para que as

forças dipolo-dipolo possam atuar, sendo que, geralmente, as moléculas de menores volumes

sofrem maiores forças atrativas dipolo-dipolo.

2.2.2.3 Forças de dispersão de London

Em átomos e moléculas apolares não pode haver forcas dipolo-dipolo, entretanto, o

movimento de elétrons em um átomo ou molécula pode criar um momento de dipolo

instantâneo. Como os elétrons se repelem, os movimentos em um átomo influenciam os

movimentos dos elétrons em seus vizinhos. O dipolo temporário em um átomo pode induzir

um dipolo similar em um átomo adjacente fazendo com que os átomos sejam atraídos entre si.

Essa interação atrativa é chamada força de dispersão de London, sendo significativas quando

as moléculas estão próximas, assim como ocorrem com as forças dipolo-dipolo (Brow et al.,

2005).

A facilidade com que a distribuição de cargas em uma molécula pode ser distorcida

por um campo elétrico externo é chamada polarizabilidade. Quanto maior a polarizabilidade

de uma molécula, mais facilmente sua nuvem eletrônica será distorcida para dar um dipolo

momentâneo, nesse sentido, moléculas mais polarizáveis tem forcas de dispersão de London

mais fortes. A polarizabilidade geralmente é maior em moléculas grandes devido ao maior

numero de elétrons que, por sua vez, estão mais afastados do núcleo. Portanto, a intensidade

das forcas de dispersão de London tende a aumentar com o aumento do tamanho molecular.

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Uma vez que, o tamanho molecular e a massa geralmente assemelham-se, as forças de

dispersão aumentam em intensidade com o aumento a massa molecular.

As forças de dispersão são aproximadamente iguais quando as moléculas têm massas

moleculares e formas comparáveis, nesse caso, as diferenças em magnitudes das forças

atrativas devem-se às diferenças nas forças de atração dipolo-dipolo, onde a maioria das

moléculas polares tem as atrações mais fortes. Quando as moléculas diferem muito em suas

massas moleculares, as forças de dispersão tendem a ser decisivas, onde as diferenças nas

magnitudes das forcas atrativas podem ser associadas com as diferenças nas massas

moleculares (Brow et al., 2005).

2.2.2.4 Ligação de Hidrogênio

A ligação de hidrogênio é um tipo de interação intermolecular entre o átomo de

hidrogênio em uma ligação polar (ligação H - F, H - O ou H - N) e um par de elétrons não

compartilhado em um íon ou átomo pequeno e eletronegativo que esteja próximo (geralmente

um átomo de F, O ou N em outra molécula). As ligações de hidrogênio podem ser

consideradas atrações dipolo-dipolo impares. Como F, N e O são muito eletronegativos, uma

ligação entre hidrogênio com um desses elementos é bastante polar. As energias das ligações

de hidrogênio variam aproximadamente de 4 kJ mol-1

a 25 kJ mol-1

, sendo portanto mais

fortes que as forças dipolo-dipolo e de dispersão (Brow et al., 2005). A Figura 2.2 apresenta

uma maneira sistemática de identificar os tipos de forças intermoleculares em um sistema.

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Figura 2.2 - Fluxograma dos principais tipos de forças intermoleculares. Fonte: (Brow et al.,

2005).

2.2.2.5 Isotermas de adsorção

A determinação de isotermas de adsorção é a base para caracterização das

propriedades superficiais dos materiais. Parâmetros como: área específica, volume de poros e

distribuição de tamanho de poros são normalmente determinados a partir das isotermas de

equilíbrio de adsorção física de um vapor. A isoterma de adsorção sobre um adsorvente é a

função que relaciona, sob temperatura constante, a quantidade de substância adsorvida em

equilíbrio com a sua pressão ou concentração na fase gasosa. Segundo a classificação da

IUPAC, a maioria dos sólidos corresponde a um dos seis tipos de isotermas de adsorção

existentes, como mostra a Figura 2.3.

Sim Não

Não Sim Sim Não

Sim Não

Íons ou moléculas

interagindo

Existem íons

envolvidos?

Existem moléculas

polares e íons

presentes?

Existem

moléculas polares

envolvidas?

Os átomos de hidrogênio

estão ligados a átomos de

N, O ou F?

Apenas forças

de London

(dipolos

induzidos)

Ex: Ar (l), I2

(s)

Forças de

dipolo-

dipolo

Ex: H2S,

CH3Cl

Ligação de

hidrogênio

Ex: H2O,

NH3, HF

Forças íon-

dipolo

Ex: KBr

em H2O

Ligações

iônicas

Ex: NaCl,

NH4NO3

Forças de van der Waals

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Figura 2.3 - Classificação das isotermas de adsorção de acordo com a classificação da IUPAC

Fonte: (Figueiredo & Ribeiro, 1989).

As isotermas do tipo 1 são características de sólidos microporosos com superfícies

externas relativamente pequenas. A quantidade adsorvida tende para um valor limite quando

(P/P0) tende a 1, dependendo do volume de microporos. A adsorção química também pode

ser representada por esta isoterma, no qual o valor limite corresponde à formação de uma

camada monomolecular adsorvida. Materiais sólidos não porosos ou macroporosos

correspondem às isotermas do tipo 2 ou 3, onde a quantidade adsorvida tende para o infinito

quando (P/P0) tende a 1, ocorrendo adsorção em camadas múltiplas sobrepostas. Quando o

sólido apresenta mesoporos (2 – 50 nm), as isotermas 4 e 5 correspondem respectivamente às

isotermas 2 e 3. A quantidade adsorvida tende para um valor máximo finito correspondendo

ao enchimento completo dos capilares com adsorvido no estado liquido. A isoterma do tipo 6

ocorre em superfícies uniformes não porosas e a altura do degrau corresponde a capacidade da

monocamada em cada camada adsorvida. Resultam quando existe pouca interação entre o

adsorvente e o adsorbato, como no tipo 3 (Figueiredo & Ribeiro, 1989; Ciola, 1981).

Quando o processo de evaporação difere do processo de condensação, as curvas de

adsorção e dessorção geram diferentes caminhos que são caracterizados por histerese. Sólidos

mesoporosos dão origem a isotermas do tipo 4 com o fenômeno de histerese que será mais

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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pronunciado quanto maior for à dispersão de tamanhos de poro. A ausência de histerese não

significa a ausência de porosidade, já que alguns formatos de poro podem levar a processos

iguais de adsorção e dessorção. Quatro tipos de histereses podem ser identificados, que

correspondem a diferentes estruturas de poros, como mostra a Tabela 2.4.

Tabela 2.4 – Tipos de histereses de acordo com a classificação da IUPAC.

Histereses Características

Tipo H1

Está associada a materiais porosos

constituídos por aglomerados rígidos de

partículas esféricas de tamanho uniformes

ordenado regularmente.

Tipo H2

Corresponde a uma distribuição de tamanho

e formas de poros definida. Associa-se este

tipo de histerese aos diferentes mecanismos

de condensação e evaporação em poros com

um gargalo estreito e corpo largo.

Tipo H3

Esta associada a agregados não rígidos de

partículas em forma de placa, originando

poros em fenda.

Tipo H4

Está associado a poros estreitos em fenda.

Fonte: (Figueiredo & Ribeiro, 1989; Ciola, 1981).

Nas isotermas de adsorção física, a histerese esta associada à condensação capilar em

estruturas mesoporosas. A condensação capilar pode ser descrita pela equação de Kelvin, que

relaciona a curvatura do menisco liquida no poro com a pressão relativa P/P0 para o qual se

verifica a condensação, representada pela Equação (2.1):

(2.1)

Onde:

Volume molar do líquido

σ = Tensão superficial do gás adsorvido no ponto de ebulição (8,85 ergs cm-2

a 77 K)

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Raio do poro

Pressão relativa do gás adsorvido

T = Temperatura de adsorção (77 K para o Nitrogênio)

R = Constante de gás (8,314x107 ergs deg

-1 mol

-1).

Vários modelos são propostos na literatura para determinar o volume de gás adsorvido

em função da pressão relativa. A Tabela 2.5 apresenta algumas equações de isotermas

utilizadas no estudo da adsorção.

Tabela 2.5 – Equações para diferentes isotermas e suas respectivas aplicações.

Equação de Isoterma Aplicação Equação

Langmuir

Adsorção física e

química

(2.2)

Freundlich

V = kP1/n

n > 1

Adsorção física e

química

(2.3)

Henry

V = k’ P

Adsorção física e

química

(2.4)

Temkin

Adsorção química

(2.5)

Brunauer,

Emmett,

Teller (BET)

Adsorção física em

multicamada

(2.6)

Onde: V = volume adsorvido (expresso em cm3 ou ml em condições normais de temperatura e

pressão); Vm = volume requerido para cobrir a superfície do adsorvente com uma camada

monomolecular do adsorbato; θ = fração da monocamada coberta à pressão de equilíbrio P; P0

= pressão de vapor de saturação do adsorbato. Fonte: (Ciola, 1981).

Diversos materiais estão atualmente em estudo para o processo de captura de CO2, a

exemplo dos óxidos metálicos e óxidos metálicos mistos, zeólitas, argilas pilarizadas,

materiais carbonáceos, estruturas metal-orgânicas (MOF’s), organosilica e superfícies de

sílica modificadas (Bhagiyalakshmi et al., 2011). Estes adsorventes diferem uns dos outros

com base na sua estrutura química, composição e tipo de sítios de adsorção (Zukal et al.,

2011; Belmabkhout et al., 2011; Belmabkhout, & Sayari, 2009).

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2.2.2.6 Materiais adsorventes

Uma variedade de materiais adsorventes pode ser empregada para a captura de CO2

dos gases de combustão. Alguns fatores são importantes para que os adsorventes tenham

características adequadas ao processo, tais como:

Alta capacidade de adsorção de CO2

Elevada seletividade para CO2

Condições brandas para regeneração

Estabilidade durante extensos ciclos de adsorção-dessorção

Tolerância à presença de umidade e outras impurezas na alimentação

Baixo custo

a) Carbonos ativados

Devido à sua ampla disponibilidade, os materiais a base de carbonos, como os

carbonos ativados (ACs) e nanotubos de carbono (CNT), são os materiais mais investigados

na literatura. Existe uma numerosa quantidade de carbonos ativados com uma ampla

variedade de estruturas microporosas e mesoporosas. O carbono ativado pode ser produzido a

partir de diversas matérias-primas como o carvão, coque de breu, madeira ou fontes de

biomassa (serragem, cascas de coco), sendo geralmente realizado através das etapas de

carbonização e ativação (Sayari et al., 2011). Apesar do caráter hidrofóbico dos adsorventes à

base de carbono, a sua capacidade de adsorção de CO2 é afetada pela presença de vapor de

água. A Tabela 2.6 apresenta dados da literatura para a capacidade de adsorção de CO2 em

carbonos ativados e nanotubos de carbono, na faixa de pressão de 0,1 a 0,4 bar a 298 – 333 K.

Embora a capacidade de adsorção varie consideravelmente para diferentes carbonos ativados

em alta pressão, a capacidade de adsorção a baixa pressão é menos sensível à natureza dos

carbonos.

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Tabela 2.6 - Dados da literatura da adsorção de CO2 em carbonos ativados e nanotubos de

carbono a baixa pressão.

Material a base de

carbono

Temperatura

(K)

Capacidade de

adsorção a 0,1 - 0,4

bar (mmol g-1

)

Referências

Carbono ativado 298 0,6 – 1,5 (Na et al., 2010)

Carbono ativado 328 0,25 – 0,8 (Na et al., 2010)

SWCNT (Single-

walled carbon

nanotubes

308 0,5 – 1,25 (Cinke et al., 2013)

MWCNT (Multiwalled

carbon nanotubes)

333 0,34 – 0,91 (Su et al., 2009)

Como pode ser visto na Tabela 2.6, a capacidade de adsorção de CO2 dos carbonos

ativados na pressão de 0,1 bar é de 1,1 mmol g-1

, a temperatura ambiente, mas diminui

rapidamente para 0,25 mmol g-1

a 328 K. Em termos de capacidade de adsorção de CO2, os

carbonos ativados podem ser particularmente interessantes para a remoção de CO2 em pressão

elevada.

No estudo realizado por Yi et al. (2013), isotermas de equilíbrio de adsorção de

dióxido de carbono, metano e nitrogênio utilizando carvão ativado em três temperaturas (298,

308 e 323 K) foram obtidos por um instrumento de volume estático. O efeito competitivo para

a adsorção de vários componentes ocasionou uma grande perda na quantidade de gás

adsorvido. As capacidades de adsorção dos gases puros CO2, CH4 e N2 foram de 2,13; 0,98 e

0,33 mmol g-1

a 298 K e pressão de 100 kPa. Os resultados indicaram que o CO2 ainda

domina o sistema de adsorção nas misturas ternárias.

Wang et al. (2013) testaram carbonos mesoporosos carregados com 65 % em peso de

polietilenamina (PEI) para a captura de CO2 a 75 °C e obtiveram uma capacidade de adsorção

de 4,82 mmol g-1

. Os adsorventes apresentaram boa tolerância a água, o que torna-se

interessante para eliminar a necessidade de controle de umidade rigorosa antes da captura de

CO2.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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Lee et al. (2014) prepararam carbonos ativados utilizando KOH como agente de

ativação química para a adsorção de CO2 a baixa pressão e temperatura de 25 °C. Os autores

observaram que a adsorção é controlada pelas propriedades estruturais do adsorvente. As

amostras ativadas exibiram uma maior capacidade de adsorção, atingindo um máximo de 4,61

mmol g-1

a pressão de 100 kPa.

Alguns carbonos ativados podem conter grupos funcionais que interagem fortemente

com o CO2, evitando assim a dessorção completa. A cinética de adsorção de CO2 em carbonos

ativados é geralmente comparável com as das zeólitas, e depende do tipo de difusão

envolvida, ou seja, de macroporos, microporoso ou difusão de superfície, como também, da

heterogeneidade do material (Sayari et al., 2011).

Os nanotubos de carbono (CNT) surgiram como uma nova classe de materiais com

propriedades de superfície mais homogênea e com poros bem definidos. Utilizando simulação

molecular, Huang et al. (2007) mostraram que, independentemente do diâmetro dos poros, da

pressão e temperatura, o CNT apresentou maior seletividade para CO2 em comparação aos

carbonos ativados.

A estratégia para aumentar a força de interação com CO2 através da modificação da

superfície desses materiais, a baixa pressão, torna-se promissor.

b) Zeólitas

As zeólitas são aluminosilicatos hidratados com uma estrutura cristalina e poros de

tamanho uniformes, formando canais de dimensões moleculares, com propriedades singulares

de adsorção e troca iônica seletiva. A razão Si / Al e a natureza dos cátions da rede pode ser

variada sistematicamente, contribuindo para um importante controle das propriedades de

adsorção do CO2. Estudos mostraram que as zeólitas mais promissoras para adsorção de CO2

são caracterizadas por uma baixa razão de Si / Al, correspondente a um alto teor de cátions na

rede. A presença de átomos de alumínio geram cargas negativas na rede, sendo compensadas

com cátions dentro dos poros (Sayari et al., 2011).

Uma das primeiras patentes de zeólita foi publicada como GB871750, na qual gases

contendo CO2 foram separados. A zeólita foi primeiramente ativada por aquecimento para

remover a água e para produzir uma estrutura cristalina com lacunas intersticiais em escala

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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nanométrica. O adsorvente foi regenerado por passagem de um gás de regeneração aquecido

(Li et al., 2013).

O tamanho do poro e arquitetura dos adsorventes zeolíticos, assim como a composição

química, afeta o desempenho da adsorção desses materiais. Park et al. (2012) realizaram a

síntese da zeólita 13X utilizando butanol como um agente de dilatação, resultando em maior

volume de poros. O adsorvente foi impregnado com PEI (polietilenoimina) para a captura de

CO2 e alcançou a capacidade máxima de adsorção de 4,95 mmol g-1

com 70 % em peso de

PEI, a 75 °C. A redução da relação Si / Al na zeólita 13X levou a um aumento da adsorção de

dióxido de carbono.

Chen et al. (2014) prepararam zeólita13X usando bentonita como matéria-prima por

fusão alcalina, seguido por um tratamento hidrotérmico, sem qualquer adição de fontes de

sílica ou alumina adicional. O desempenho de captura do CO2 para a zeólita 13X preparada

foi analisada sob condições estáticas e de fluxo. A capacidade de adsorção obtida neste

trabalho foi de 4,79 mmol g-1

a pressão de 100 kPa e temperatura de 25 °C. Adicionalmente, o

material mostrou rápida cinética adsortiva e estabilidade no desempenho de adsorção e

dessorção, nas temperaturas de 25 °C e 200 °C.

A zeólita mesoporosa LTA (Meso - LTA) foi preparada utilizando um surfactante

organosilano, dimetiloctadecil [3 (trimetoxissilil) propil] de cloreto de amônio, como um

agente direcionador e aplicada na adsorção de CO2 a pressão de 100 kPa a 25 °C. A zeólita

LTA microporosa (Micro-LTA), apresentou cinética de adsorção de CO2 mais rápida a baixas

pressões enquanto que, a zeólita LTA mesoporosa, apresentou cinética de adsorção de CO2

mais rápida em condição de pressão acima de 1000 kPa (Chen & Ahn, 2011).

Os materiais zeolíticos exibem boa capacidade de adsorção e seletividade a baixa

pressão, porém, eles são muito sensíveis à presença de água, o que inibe fortemente a

adsorção de CO2. Isto levou algumas investigações sobre a capacidade das zeólitas de elevado

teor de sílica hidrofóbica, como a MWW e a NaZSM-5, para remover o CO2. Dentre as

zeólitas, 13X é o material mais investigado para fins de captura de CO2 (Zukal et al., 2009). O

contínuo trabalho para desenvolver zeólitas mais seletivas pode reduzir consideravelmente o

custo de captura do CO2.

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c) Rede metal-orgânica (MOF’s)

A rede metal-orgânica (MOF’s) são materiais cristalinos porosos compostos por

espécies metálicas auto-organizadas e ligantes orgânicos. O tamanho e a forma dos poros

podem ser ajustados alterando tanto os ligantes orgânicos, quanto os aglomerados metálicos.

Os MOF’s são tipicamente materiais rígidos, mas alguns deles exibem flexibilidade estrutural

sobre a adsorção e dessorção de gases ou líquidos. A diversidade de materiais MOF’s,

combinada com as suas propriedades desejáveis, tais como a sua área específica elevada, tem

atraído diversas pesquisas para a sua aplicação no armazenamento de gases leves (H2, CH4) e

armazenamento e separação de CO2.

Caskey et al. (2008) utilizaram Mg/DOBDC (Mg-MF-74) na adsorção de CO2,

alcançando uma capacidade adsortiva de 5,36 mmol g-1

a 10 kPa, em temperatura ambiente.

A maioria dos MOF’s exibem isotermas de adsorção desfavoráveis para CO2 em

condições de baixa pressão. Além disso, a maioria desses materiais adsorvem quantidades

consideráveis de N2, que conduzem a uma baixa seletividade para CO2. A Tabela 2.7

apresenta as propriedades de adsorção de diferentes tipos de MOF’s à baixa pressão.

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Tabela 2.7 - Dados da literatura de alguns MOF’s aplicados na adsorção de CO2.

MOF’s Temperatura

(K)

Capacidade de adsorção em

mmol g-1

a 10 – 40 kPa

Referências

MOF-508

323

0,1 – 0,7

(Bastin et al.,2008)

Cu-BTC 298 0,5 – 2 (Yang et. al., 2007)

MIL-53

303 0,5 – 1,15 (Finsy et al., 2009)

Ni/DOBDC 296 2,7 – 4,01 (Caskey et al., 2008;

Yazaydin et al.,

2009)

CO/BOBDC 296 2,8 – 5,36 (Caskey et al. 2008;

Yazaydin et al.,

2009)

Mg/DOBDC

(Mg-MOF-74)

296 5,36 – 6,8 (Britt et al., 2009;

Caskey et al., 2008)

ZIF-78 298 0,77 – 1,36 (Banerjee et al.,

2009; Phan et al.,

2010)

Como pode ser observado na Tabela 2.7, a capacidade de adsorção, assim como a

seletividade de CO2/N2 para a maioria dos materiais, foram muito baixos e diminuiu

drasticamente quando a temperatura aumentou (298 - 323 K). O problema mais crítico para

esses adsorventes é a sua estabilidade hidrotérmica. O comportamento dos MOF’s em

condições hidratadas varia amplamente, desde materiais que se degradam de forma

irreversível, mesmo sob condições moderadas, a materiais que são altamente estáveis em água

a temperatura mais elevada.

Novos materiais com sítios de adsorção não hidrofílicos, denominadas como estruturas

orgânicas covalentes (COFS), foram desenvolvidos. COFS são materiais orgânicos cristalinos

porosos sem íons metálicos. Estudos com esses materiais demonstraram alta capacidade de

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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adsorção para CO2, porém, a capacidade de adsorção em condições de baixas pressões é

menor em comparação aos materiais com íons metálicos Mg-MOF-74 (Sayari, et al., 2011).

Em resumo, MOF e COFS são materiais promissores para a remoção de CO2, desde que

isotermas mais favoráveis de adsorção de CO2 sejam obtidas.

d) Peneiras moleculares mesoporosas

Pesquisadores da Mobil Oil Corporation descobriram a família dos silicatos e

aluminossilicatos mesoposoros M41S (Beck et al., 1992; Kresge et al., 1992). Esses materiais

tinham como principais características o seu sistema particular de poros, sendo estes

excepcionalmente largos da ordem de 2 - 10 nm, além de áreas de superfície elevadas (700 -

1500 m2). De acordo com a IUPAC, os materiais porosos seguem uma classificação em

relação aos diâmetros de seus poros:

Microporosos: dp < 2 nm (dp < 20 Å);

Mesoporosos: 2 < dp < 50 nm (20 < dp < 500 Å);

Macroporosos: dp > 50 nm (dp > 500 Å).

Os principais sólidos porosos da família de materiais M41S são compostos por MCM-

41, MCM-48 e MCM-50 (Mobil Crystalline Material (MCM)). O MCM-41 consiste numa

fase ordenada possuindo uma matriz hexagonal formada por canais uniformes e

unidimensionais. O MCM-48 consiste em uma fase cúbica formada por um sistema de poros

tridimensionais e o MCM-50 consiste em uma fase lamelar estabilizada de alto fator de

empacotamento. As outras fases consistem do MCM-41 desordenados, apresentando sistema

particular de poros bem definido para cada nanotubo, porém ausência de regularidade em

termos de padrão hexagonal e o octâmero cúbico que constitui uma fase de espécies de sílica

com caráter instável. A Figura 2.4 ilustra mesofases típicas da família M41S:

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

28

Figura 2.4 - Mesofases típicas da família M41S. Fonte: (Auvray et al., 1989).

A formação dos materiais mesoporosos da família M41S obedece fundamentalmente

aos mecanismos mostrados na Figura 2.5, no qual são incluídas nesse mecanismo as

formações da hexagonal (MCM-41), cúbica (MCM-48) e lamelar (MCM-50) (Auvray et al.,

1989). Esses materiais são preparados através do processo sol-gel, utilizando-se geralmente

surfactantes catiônicos quaternários de amônio, a exemplo do brometo de cetiltrimetilamonio

(CTABr), como direcionador na síntese do material altamente organizado. Os direcionadores

são moléculas volumosas compostas de partes polares (hidrofílicas) e não polares

(hidrofóbicas). Quando adicionados em água formam micelas e, em torno delas, ocorre a

condensação do precursor inorgânico para a formação da estrutura mesoporosa. O

direcionador, responsável pela formação dos poros do catalisador, é removido após

calcinação. Nesse sistema, a organização molecular é dirigida por interações eletrostáticas

entre os surfactantes carregados positivamente e as espécies de silicato carregadas

negativamente em solução (Vartuli et al., 2013; Hoffmann et al., 2006).

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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Figura 2.5 - Possível mecanismo de formação da família M41S. Fonte: (Kresge et al., 1992).

e) Peneira molecular tipo MCM-48

A peneira molecular MCM-48 (Mobil Composition of Matter n° 48) tem uma estrutura

cúbica indexada no grupo espacial Ia3d, possuindo duas redes contínuas interpenetrantes de

canais quirais, separados por uma parede inorgânica que segue uma giróide de superfície

mínima (Figura 2.6).

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

30

Figura 2.6 - Modelo representativo para a estrutura cúbica do MCM-48. Fonte: (Shi et al.,

2004).

A abertura de poro tridimensional do MCM-48 aumenta o número de interações entre

reagentes e sítios catalíticos, resultando em uma maior atividade e resistência ao

bloqueamento de poros (Selvam & Dapurkar, 2004). Nesse sentido, o MCM-48 vem se

mostrando eficiente para aplicações em adsorção, catálise, cromatografia, separação de gás,

entre outros. Em relação à adsorção, o MCM-48 apresentou bons resultados na captura de

CO2 e diversas modificações no adsorvente são empregadas para melhorar a sua capacidade

adsortiva. A parede dos canais dos materiais mesoporosos é constituído essencialmente por

SiO2 amorfo, onde a superfície exibe caráter neutro, apresentando poucos sítios ácidos. O

dióxido de carbono é um ácido de Lewis, que aceita elétrons a partir de bases de Lewis,

doadores de elétrons (Jang & Park, 2012). Nesse sentido, modificações com aminas têm sido

propostas no sentido de obter sólidos com melhores propriedades ácido-base.

MCM-48 foi sintetizado utilizando cinzas da casca do arroz e o efeito do grupo

funcional amina na adsorção de CO2 foi investigada por Jang et al. (2009) através de um

reator de leito fixo nas temperaturas de 298 K, 323 K e 348 K. Os autores observaram que a

capacidade de adsorção diminuiu com o aumento da temperatura, alcançando um máximo de

adsorção de 0,069 mmol g-1

na temperatura de 323 K para a amostra sem amina e de 0,639

mmol g-1

a temperatura de 298 K para a amostra com amina. Isto pode está atribuído ao fato

de que a amina contida nos materiais mesoporosos tem uma interação específica com CO2, o

que resulta em maior capacidade de adsorção.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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Bhagiyalakshmi et al. (2010) também utilizaram as cinzas da casca do arroz como

fonte de sílica para a síntese do adsorvente MCM-48 e modificaram o material com aminas de

cadeia linear TEPA (Tetraethylenepentamine) e de cadeia ramificada TREN (Tris(2-

aminoethyl)amine) para a adsorção de CO2 a baixas temperaturas (25, 50 e 75 °C) e em

pressão atmosférica. Observou-se que a amina ramificada MCM-48 / TREN apresentou maior

adsorção de CO2 (1,5909 mmol g-1

), em comparação ao adsorvente MCM-48 / TEPA. O

aumento da temperatura mostrou uma redução da quantidade adsorvida de CO2 pelos

materiais, provavelmente devido ao aumento da energia cinética das moléculas de CO2,

resultando em uma menor acessibilidade do grupo amina.

Aminas são volumosas e apresentam dificuldade de difusão para o interior dos poros

dos materiais (Oliveira et al., 2014), reduzindo sua capacidade de adsorção. Assim, partículas

de óxidos metálicos apontam como promissores nesses processos de modificação, uma vez

que podem melhorar a dispersão nos poros dos materiais.

A capacidade de adsorção de CO2 do material MCM-48 foi estudada por

Bhagiyalakshmi et al. (2011) utilizando o adsorvente impregnado com heteropoliácido

encapsulado com cobre, onde foi observado um aumento na capacidade de captura de CO2 do

adsorvente. Na síntese de heteropoliácidos com encapsulamento de cobre suportados em

MCM-48 a capacidade de adsorção de CO2 do Cu-HPA-MCM-48 foi de 1,591 mmol g-1

a 25

°C. A energia de dessorção e o calor da reação (DHR) foram de 21,2 kJ mol-1

e 490 Btulb-1

,

respectivamente, conforme determinado pela temperatura programada de redução de CO2 e

DSC. Como o valor de DHR do Cu-HPA-MCM-48 se aproximou do valor de referência de

CO2 (580 Btulb-1

), o material apresentou melhoria na capacidade de captura de CO2 (1,591

mmol g-1

).

Nesse cenário, ganha destaque o óxido de níquel, amplamente empregado em reações

onde a adsorção de CO2 é uma etapa determinante, como na reforma a seco de metano

(Meshkani et al., 2014). Nessa transformação, a etapa determinante é a adsorção do CO2

sobre o níquel metálico depositado sobre o suporte poroso. De modo geral, quanto melhores

forem as propriedades texturais do suporte, maior será a capacidade de dispersão da fase ativa

e, consequentemente, maior a capacidade de adsorção.

Jang e Park, 2012, realizaram um estudo da influência do óxido de níquel na adsorção

de CO2 em carbonos ativados. Os autores utilizaram teor de níquel em cerca de 5 % em peso e

testaram a capacidade de adsorção de CO2 em um Analisador de gás de adsorção (BEL-

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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SORP) a 298 K e 1,0 atm. Esse estudo foi baseado em trabalhos na literatura onde o óxido de

cobre foi depositado na superfície de carbonos ativados, obtendo-se um aumento na

capacidade de adsorção de CO2, sendo este resultado atribuído às propriedades ácido-base

adquiridas com o óxido de cobre. Com a impregnação do níquel, foi observado um aumento

da capacidade de adsorção do CO2, alcançando um máximo de 2,019 mmol g-1

para o

NiO/ACS, em comparação ao material não impregnado (1,667 mmol g-1

ACS) nas condições

de pressão e temperatura estudadas.

Apesar de suas propriedades texturais diferenciadas, os materiais mesoporosos MCM-

48 e SBA-15 têm sido pouco estudados em processos de modificação com níquel para

adsorção de CO2.

A obtenção de sílicas mesoporosas foi inicialmente realizada através da síntese em

meio básico, mas é possível a obtenção de sílicas mesoporosas em condições fortemente

ácidas (pH < 2), resultando na série SBAn, com destaque para a SBA-15 (Zhao et al., 1998;

Hoffmann et al., 2006).

f) Peneira molecular tipo SBA-15

Os materiais do tipo SBA-15 fazem parte da família dos silicatos mesoporosos que

foram desenvolvidos por Zhao et al. (1998a) na Universidade da Califórnia – Santa Bárbara,

Estados Unidos, no final da década de 1990, sendo normalmente sintetizados em meio ácido e

com o uso de surfactantes catiônicos, oligoméricos não iônicos ou copolímero tribloco.

Copolímeros do tipo tribloco, como o plurônico P123 (EO20-PO70-EO20), são formados por

um bloco central de polioxipropileno (PPO) e blocos terminais de polioxietileno (PEO), como

mostra a Figura 2.7.

Figura 2.7 - Estrutura molecular do copolímero tribloco P123. Fonte: (Fusco et al., 2006).

Como acontece na síntese do MCM-48, as moléculas do surfactante se organizam para

formar micelas, que, posteriormente, agrupam-se formando tubos cilíndricos. Ocorre então

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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uma série de reações de condensação e polimerização das espécies de silício sobre a interface

dos tubos. Na estrutura da SBA-15 é observada a presença de microporos que conectam os

canais mesoporosos entre si de forma aleatória. A presença desses microporos na estrutura da

SBA-15 se deve ao caráter hidrofílico das cadeias do grupo de óxido de etileno que são

capturados durante o processo de condensação de espécies de silício (Kruk et al., 2000). Na

Figura 2.8 estão apresentados os micros e mesoporos da SBA-15.

Figura 2.8 - Microporos e mesoporos da SBA-15. Fonte: (Luz Jr et al., 2010).

Considerado como um dos mais promissores substituintes do MCM-41, a peneira

molecular SBA-15 apresenta maior estabilidade térmica, poros em torno de 300 a 500 Å, área

superficial em torno de 600 a 1000 m2g

-1, volume de poros até 2,5 cm

3g

-1 e espessas paredes

dos poros (30 a 60 Å) (Abdullah et al., 2009; Zhao et al., 1998). Estes materiais podem ser

sintetizados a baixas temperaturas, entre 35 °C e 80 °C, resultando em uma ampla faixa de

tamanhos de poros, área superficial e espessura de parede, sendo utilizados em uma ampla

área de aplicações como separação, catálise, adsorção, entre outras.

Óxido de magnésio em material mesoporoso foi sintetizado utilizando CMK-3,

obtidos a partir da SBA-15 como exotemplate, por Bhagiyalakshmi et al. (2010). A SBA-15,

sintetizada utilizando-se cinzas da casca de arroz como fonte de sílica, foi subsequentemente

tratada com sacarose e ácido sulfúrico para se obter o carbono mesoporoso CMK-3. O

Mesoporos

Microporos

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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material proporcionou seletividade para CO2, além de ser termicamente estável e regenerável,

apresentando um máximo de adsorção de dióxido de carbono em 2,27 mmol g-1

a 100 °C e

cerca de 1,818 mmol g-1

a 25 °C. Os sítios ativos da superfície do material inicialmente retém

as moléculas de CO2 com menor afinidade e as prendem nos poros através da reação química

entre MgO e CO2 para formar MgCO3. Apesar da quimissorção reversível de CO2, a

recuperação completa do MgO mesoporoso necessita de elevada temperatura de regeneração

e/ou exposição prolongada do gás de regeneração a 450 - 500 °C.

Zukal et al. (2013) prepararam adsorventes mesoporosos para a captura do dióxido de

carbono, através da introdução de óxido de magnésio e carbonato de potássio em SBA-15,

SBA-16 e MCM-48. Foi observado que as propriedades de adsorção dos materiais são

influenciadas pelo tipo de estrutura mesoporosa, sendo que o material Mg/K-SBA-15

apresentou maior capacidade de adsorção de CO2 em relação as amostras preparadas de SBA-

16 e MCM-48. A quantidade de CO2 adsorvida em 10 e 100 kPa para a amostra de Mg-SBA-

15 são iguais a 0,0687 mmol g-1

e 0,4935 mmol g-1

, respectivamente. No entanto, após a

promoção com K2CO3, à quantidade de adsorção aumentou para 0,315 mmol g-1

e 0,7605

mmol g-1

, para as respectivas amostras.

No trabalho realizado por Mello et al. (2011) amina foi inserida na superfície da sílica

com o intuito de aumentar a capacidade de sorção do MCM-41. O material funcionalizado,

MCM-41-NH2, exibiu uma maior adsorção de CO2 a pressões muito baixas em comparação

com o material puro. A adsorção de dióxido de carbono foi investigada por microcalorimetria

e indicou diferentes mecanismos de adsorção de MCM-41 e MCM-41 modificado com amina.

A Fisissorção de CO2 ocorreu sobre o material não modificado enquanto que, no material

modificado com amina, a quimissorção de CO2 ocorreu a baixas pressões (até 10 kPa),

seguido por fisissorção após a saturação dos grupos amina reativos. A alta entalpia de

adsorção de CO2 (cerca de -100 kJ mol-1

) indicou que o material modificado com amina é

interessante para a recuperação de CO2 a baixas pressões (Mello et al., 2011).

Yue et al. (2008) realizaram um estudo de dispersão de misturas de aminas

tetraetilenopentamina (TEPA) e dietanolamina (DEA) na sílica mesoporosa SBA-15 e

testaram na adsorção de CO2. O adsorvente resultante apresentou uma alta capacidade de

adsorção de CO2 com a mistura de aminas, obtendo um valor máximo de adsorção de 3,704

mmol g-1

. O material foi facilmente regenerado e utilizado por um prolongado ciclo

operacional.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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SBA-15, carregada com diferentes quantidades de polietilenoimina (PEI), tem sido

sistematicamente estudada por (Wang et al., 2013) e caracterizados por diversas técnicas. O

resultado da análise mostrou que a mesoestrutura da SBA-15 foi mantida após o carregamento

de PEI. No entanto, a intensidade dos picos de difração característicos mudou com o aumento

da carga de PEI utilizada. A intensidade dos picos de difração para PEI-30/SBA-15 foi quase

o mesmo que o descrito para SBA-15, enquanto que as intensidades de PEI-50/SBA-15 e PEI-

70/SBA-15 foram muito mais baixas. As intensidades de difração estão relacionadas com a

extensão do enchimento dos poros, assim, a diminuição da intensidade de difração indica que

o carregamento de PEI preencheu os mesocanais de SBA-15. O polímero é imobilizado

dentro dos canais da estrutura mesoporosa para construir um cesto molecular altamente

seletivo a CO2. Com esta configuração do material, uma grande quantidade de gás CO2 pode

assim ser ”embalado'' para a cesta molecular de forma condensada, alcançando elevada

capacidade de adsorção do mesmo. O efeito da temperatura e o carregamento de PEI na

capacidade de sorção de CO2 dos adsorventes PEI/SBA-15 foram analisados através de um

sistema de leito fixo, utilizando um modelo de gás de combustão contendo 15 v% CO2, 4.5

v% O2 e 80.5 v% N2. Os autores observaram que, com o aumento da temperatura, a difusão de

CO2 foi acelerada e mais sítios de amina tornaram-se acessíveis para CO2, aumentando assim,

a capacidade de sorção. No entanto, em temperatura mais elevada, por exemplo, 100 °C, a

capacidade de sorção diminui devido à dessorção dominante. Além disso, o comportamento

da SBA-15 e PEI/SBA-15 a elevadas pressões de CO2 (até 5000 kPa) mostraram que a

adsorção de CO2 em materiais PEI/SBA-15 ocorre principalmente por meio de adsorção

química, mesmo sob condições pressurizadas.

Yan et al. (2013) avaliaram a capacidade de adsorção de CO2 da SBA-15 utilizando o

processo de adsorção volumétrica em três diferentes temperaturas de 273 K, 278 K e 283 K. A

amostra de SBA-15 exibiu maior adsorção de CO2 em relação ao material modificado com

amina. Esse resultado foi associado com a área de superfície total das amostras que foi

reduzida com a impregnação. Estes resultados revelaram a importância da área específica na

concepção de um adsorvente para CO2.

No trabalho realizado por Gil et al. (2011), o adsorvente MCM-48 foi sintetizado e

funcionalizado com 3-aminopropiltrietoxissilano (APTES) e utilizado para a adsorção de

CO2. Os resultados mostraram que a adsorção de CO2 nos materiais modificados envolve

tanto a quimissorção como a fisissorção. Este material demonstrou uma alta eficiência na

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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captura de CO2, com concentração de adsorção de 0,5 mmol g-1

a 5 kPa e máximo de 1,68

mmol g-1

a 101.325 kPa.

g) Óxido de níquel

Os óxidos de metais têm atraído à atenção devido as suas propriedades físicas e

químicas. A natureza da dispersão e tamanho das partículas de óxido de metal são fatores

importantes na determinação da atividade e seletividade dos materiais suportados. Estes

materiais são tipicamente carregados em suportes porosos, o que impede a aglomeração e

torna a recuperação mais fácil. Algumas mudanças na natureza química do suporte, assim

como as propriedades de acidez, basicidade ou redox podem ser introduzidos para ajustar

ainda mais a atividade adsortiva das nanopartículas através da interação metal-suporte.

O estudo de materiais a base de níquel em materiais mesoporosos como o MCM-41 e

AlMCM-41 foi realizado por (Wojcieszak et al., 2014). A presença de níquel não alterou a

estrutura química dos materiais, mas a natureza da matriz influenciou na formação de espécies

de níquel na superfície dos mesmos: Ni2O3 e NiSiO3 foram evidenciados através de XPS e

TPR para Ni/MCM-41 e Ni/AlMCM-41 respectivamente. A dispersão de metal na superfície

dos catalisadores diminuiu na presença de alumínio. A redutibilidade de espécies Ni depende

da interação suporte-níquel, o que parece ser maior quando alumínio está presente no material

utilizado. Quanto maior a interação, mais forte a ligação do NiO com o suporte.

Consequentemente, isto leva a uma interação mais difícil com hidrogênio, na reação de

hidrogenação de benzeno realizada pelos autores.

No trabalho realizado por Laribi et al (2012), sílica mesoporosa foi impregnada com

diferentes teores de níquel e sua atividade catalítica foi testada na reação de benzilação de

benzeno com cloreto de benzilo. Os materiais mesoporosos contendo níquel apresentaram

elevada atividade e seletividade para a reação, sendo observado que este catalisador

permaneceu ativo e seletivo para moléculas grandes, como os compostos nafténicos, tais

como metilnaftaleno, sendo reutilizados para uma nova reação de benzilação de benzeno,

apresentando resultados favoráveis.

Frey & Hinrichsen (2012), funcionalizaram MCM-48 com níquel e alumínio através

do método de troca iônica e impregnação incipiente, e a atividade catalítica dos materiais foi

determinada na reação de etileno/propeno, comparando os resultados às técnicas de

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

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preparação e caracterização utilizadas. A análise textural mostrou que a estrutura do suporte

foi mantida com a impregnação, porém, foi parcialmente afetada pela troca iônica. Após

impregnação, pequenas partículas de óxido de níquel foram formadas sobre a superfície do

material. Os catalisadores impregnados com nitrato de níquel foram em todos os casos mais

ativos em termos de alta conversão de etileno e seletividade ao propeno, sendo que, os

catalisadores mais ativos para a reação apresentavam concentração de impregnação a 1% em

peso.

Park & Lee (2010) estudaram a capacidade de armazenamento de hidrogênio do

Ni/MCM-41 e concluíram que a presença de níquel no material mesoporoso criou sítios

favoráveis para hidrogênio, aumentando a sua capacidade de armazenamento. Essa maior

capacidade de armazenamento foi influenciada pela quantidade de óxido de níquel que

resultou em uma interação entre Ni/MCM-41 e as moléculas de hidrogênio. De acordo com

os autores, a capacidade de adsorção é fortemente dependente da área específica e diâmetro de

poros dos adsorventes, e, na presença de níquel, o diâmetro e volume de poros foram

fundamentais na capacidade de armazenamento de hidrogênio. Além disso, observou-se que o

hidrogênio nos mesoporos do Ni/MCM-41 é ligeiramente mais estabilizado em comparação

ao MCM-41, devido ao óxido metálico na superfície mesoporosa. Portanto, as propriedades

físicas e químicas suporte, assim como sua acidez e o grau de interação com o metal ativo, são

de fundamental importância para um bom desempenho dos materiais metálicos suportados

(Park & Lee, 2010).

Jang & Park, 2012, realizaram um estudo da influência do óxido de níquel na adsorção

de CO2 em carbonos ativados. Os autores utilizaram teor de níquel em cerca de 5 % em peso e

testaram a capacidade de adsorção de CO2 em um Analisador de gás de adsorção (BEL-

SORP) a 298 K e 1,0 atm. Os autores basearam-se em trabalhos na literatura onde o óxido de

cobre foi depositado na superfície de carbonos ativados, obtendo-se um aumento na

capacidade de adsorção de CO2, sendo este resultado atribuído às propriedades ácido-base

adquiridas com o óxido de cobre. Os metais de transição, como o níquel, têm característica de

ácido (receptores de elétrons), no entanto, na forma de óxido, apresenta característica de base,

sendo, portanto, eletrodoadores. Na literatura, poucos trabalhos são encontrados para o estudo

da influência do óxido de níquel na estrutura dos adsorventes que, consequentemente,

influenciam na capacidade de adsorção de CO2 dos materiais. A melhoria na capacidade de

adsorção dos adsorventes com níquel é geralmente obtida em condições de baixa pressão e

temperatura (Jang & Park, 2012).

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

38

2.2.3 Processo com membranas

O processo de separação utilizando membranas é uma tecnologia de baixo custo, que

apresenta vantagens como (i) aplicação para processos industriais (separação de ar,

recuperação de hidrogênio e captura do dióxido carbono) e (ii) alta densidade de

empacotamento que requer pequenas instalações (Bounaceur et al., 2006).

A separação do CO2 pode ser realizada por membranas com alta permeabilidade a CO2

e seletividade para CO2 / N2. No entanto, o tratamento de um grande fluxo de gases de

combustão requer uma área de membrana muito grande e, consequentemente, aumenta o

custo desta tecnologia de captura. Merkel et al. (2010) desenvolveram membranas com

permeabilidade a CO2 dez vezes mais altas do que as membranas comerciais. Os autores

consideraram o aumento da permeabilidade da membrana um passo importante para a redução

do custo da tecnologia para capturar CO2 do gás de combustão.

Na separação de CO2 a partir dos gases de combustão, componentes secundários,

como SO2, H2O, influenciam a permeação do gás ao material. A água, por exemplo, presente

no gás de combustão, reduz a capacidade de recuperação de CO2 devido à adsorção

competitiva e a plastificação do polímero (Scholes et al., 2009, Scholes et al., 2010). A

Tabela 2.8 apresenta algumas questões relevantes sobre os estudos de separação por

membranas para a captura de CO2.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

39

Tabela 2.8 - Trabalhos na literatura relacionados à separação de gases através do processo de

separação com membranas.

Processos Trabalhos na literatura Referências

Revisão sobre membranas

poliméricas para separar

N2/CO2 de misturas gasosas.

(Powell & Qiao,

2006)

Comparação das membranas

poliméricas densas com

absorção de amina para

captura de CO2 na pós-

combustão.

(Favre, 2007)

Separação de gases

com membranas

Avaliação da redução dos

custos de captura do CO2 dos

gases de combustão através

da separação por membranas

sob condições de vácuo.

(Ho et al., 2008a)

Avaliação de desempenho de

uma membrana seletiva com

carreadores de amina móvel e

fixo para a captura de CO2 a

partir de misturas de gases

industriais.

(Huang et al., 2008)

Descrição das equações de

balanços de massa e energia e

simulação do desempenho da

membrana em diferentes

condições de operação.

(Zhao et al., 2008)

2.2.4 Processo de separação criogênica

A separação criogênica é um processo que ocorre quando componentes gasosos de

uma mistura são separados por condensação. As temperaturas criogênicas são obtidas através

de um ciclo fechado realizado por um sistema de refrigeração, consistindo de um compressor,

uma válvula Joule - Thompson (JTV), trocadores de calor e expansores. Filtros de diferentes

temperaturas criogênicas são incorporados ao sistema para condensar os componentes do ar

em diferentes temperaturas (Pfaff & Kather, 2009). O método criogênico pode capturar o CO2

no estado líquido, sendo mais fácil o transporte e armazenamento.

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

40

Tuinier et al. (2010) propuseram um processo criogênico, onde CO2 e H2O são

separados a partir do gás de combustão, com base em diferenças pontos de orvalho e

sublimação. A principal vantagem deste processo é a separação simultânea de CO2 e H2O do

gás de combustão, evitando o uso de solventes e pressões elevadas. A principal preocupação

desta metodologia é que o teor de água no fluxo de alimentação de unidades de arrefecimento

deve ser minimizado para impedir o entupimento por gelo ou o elevado aumento da queda de

pressão durante o funcionamento. O principal custo dessa metodologia é a refrigeração.

Outra aplicação para o processo criogênico é a separação de gases ácidos do gás

natural. (Northrop & Valencia, 2009) estudaram uma tecnologia que envolve um processo de

etapa única para separação de gases ácidos. Esta tecnologia é capaz de separar o metano sem

limitação na quantidade de CO2 e H2S no gás de alimentação, onde os componentes do gás

ácido são separados como um fluxo líquido de alta pressão. A Tabela 2.9 apresenta alguns

trabalhos na literatura sobre a separação criogênica na captura de CO2.

Tabela 2.9 - Trabalhos na literatura relacionados à separação de gases através do processo

criogênico.

Processo criogênico Trabalhos na literatura Referências

Separação criogênica Avaliação do impacto da

tecnologia de separação de

ar no oxi-combustível.

(Pfaff & Kather, 2009)

Apresentação de uma planta

piloto para captura

criogênica de CO2 a partir do

gás natural e comparação

econômica com o processo

de absorção com aminas.

(Hart & Gnanendran, 2009)

Estudo experimental e

modelagem da captura de

CO2 na pós-combustão

através do processo

criogênico.

(Tuinier et al., 2010)

Avaliação de desempenho de

um sistema híbrido

composto por membrana e

processo criogênico para

separar o oxigênio do ar para

a combustão de oxi-

combustível.

(Burdyny & Struchtrup, 2010)

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

41

2.3 Modelos cinéticos teóricos e parâmetros termodinâmicos

2.3.1 Modelo cinético de Langmuir

Vários modelos são propostos na literatura para determinar o volume de gás adsorvido

em função da pressão relativa. Entre eles esta o modelo de Langmuir (Equação 2.7).

(2.7)

Onde:

V = volume adsorvido (expresso em cm3 ou ml em condições normais de temperatura e

pressão)

Cmmol = concentração requerido para cobrir a superfície do adsorvente com uma camada

monomolecular do adsorbato

θ = fração da monocamada coberta à pressão de equilíbrio P

P = pressão de vapor de saturação do adsorbato

K = constante de Langmuir relacionada à energia de adsorção.

Langmuir visualizou o equilíbrio dinâmico entre as moléculas de adsorbato da fase

gasosa a pressão P e as entidades adsorvidas na camada superficial, sendo θ a fração da

superfície recoberta (Ciola, 1981). No processo de adsorção segundo o modelo de Langmuir,

considerando a interação entre o adsorbato A e os sítios ativos na superfície S do sólido,

representa-se o fenômeno por uma equação típica de interação reversível (Equação 2.8), no

qual ocorre evolução cinética com possibilidade de equilíbrio entre as etapas de adsorção e

dessorção, representado por:

(2.8)

A velocidade de adsorção está relacionada através da Equação (2.9):

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

42

(2.9)

Onde :

= constante de velocidade

θ = fração da superfície ocupada

= pressão de equilíbrio

A velocidade de dessorção está relacionada através da Equação (2.10):

(2.10)

Onde :

= constante de velocidade

Estabelecendo o equilíbrio, obtém-se então a Equação (2.11):

(2.11)

Rearranjando a Equação (2.11) tem-se então a Equação (2.12):

(2.12)

Sendo a constante de equilíbrio de adsorção

, a equação (2.12) pode ser

representada pela Equação (2.13):

(2.13)

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

43

Reescrevendo a Equação (2.13) segundo a equação de isoterma de Langmuir, tem-se

Equação (2.14):

(2.14)

Sabendo-se que

representa a fração de sítios superficiais ocupados por

adsorção, a Equação (2.14) então será representada pela Equação (2.15):

(2.15)

Onde:

V = quantidade adsorvida

= quantidade máxima adsorvida (capacidade da monocamada)

Linearizando a Equação (2.15), obtém-se a Equação (2.16):

(2.16)

2.3.2 Modelo cinético de Freundlich

A isoterma de adsorção de Freundlich é usada para descrever dados de adsorventes

heterogêneos, sugerindo que a energia de adsorção decresce logaritmicamente à medida que a

superfície vai se tornando coberta pelo soluto, o que a diferencia da equação de Langmuir. O

modelo de Freundlich admite adsorção em multicamadas, onde a capacidade de adsorção Q é

dada pela Equação (2.17) (Kalavathy et al., 2005):

(2.17)

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

44

Onde :

= Constante de Freundlich relacionado com a capacidade de adsorção;

Parâmetro empírico que está relacionado com a intensidade de adsorção;

Ce = Concentração no equilíbrio do soluto em solução (mg.L-1

).

Valores de na faixa 1< < 10 indicam adsorção favorável. A representação linear da

Equação (2.17) de Freundlich é dada através da Equação (2.18):

(2.18)

Em função da pressão, a Equação (2.18) passa a ser representada pela Equação (2.19):

(2.19)

O gráfico de em função de é uma reta com interseção igual a e

inclinação igual a

2.3.4 Parâmetros termodinâmicos

A energia livre de Gibbs é uma função termodinâmica que exprime as transformações

espontâneas em termo em termos das funções de estado do sistema (Atkins & Paula, 2013). A

energia de Gibbs (G) é definida pela Equação (2.20):

(2.20)

Como H, T e S são funções de estado, G também é uma função de estado. Quando um

sistema sofre uma mudança de estado, G se altera, pois H, T e S também se alteram. A

variação da energia livre de Gibbs (ΔG), a temperatura constante, surge devido às variações

de entalpia e entropia, dadas pela Equação (2.21):

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

45

(2.21)

Para temperatura constante e pressão variável, considerando que não existe troca de

calor no processo, ΔH = 0. Obtemos então a Equação (2.22):

(2.22)

Em função da variação de entropia (ΔS), a Equação (2.22) passa a ser representada

pela Equação (2.23):

(2.23)

Se a entropia do sistema se mantém constante, então, em qualquer processo

espontâneo deverá ter um aumento da entropia da vizinhança, que será alcançado se a energia

do sistema diminuir à medida que o sistema cede energia para o exterior (Atkins & Paula,

2013).

A variação da energia livre de Gibbs de um sistema pode ser considerada como uma

função da pressão e da temperatura. Em função da temperatura, a variação da energia livre de

Gibbs está relacionada à entalpia pela equação de Gibbs-Helmholtz. A energia de Gibbs dos

gases varia linearmente com o logaritmo da pressão. A variação da energia de Gibbs com a

pressão, a temperatura constante, pode ser determinada através da Equação (2.24):

(2.24)

Esta expressão sugere que G possa ser expressa como uma função de P e de T.

Fazendo-se dT = 0, teremos então a Equação (2.25):

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

46

(2.25)

A integração da Equação (2.25) resulta na Equação (2.26):

(2.26)

A variação do volume de uma fase condensada com a pressão é muito pequena. Então,

podemos admitir que V seja constante e, consequentemente, retirá-lo da integral, como mostra

a Equação (2.27):

(2.27)

Os gases reais exibem desvios em relação à lei dos gases perfeitos porque as

moléculas interagem entre si. As forças repulsivas são significativas quando as moléculas

estão quase em contato e, em virtude de serem interações de curto alcance, as repulsões se

tornam significativas quando a separação média entre as moléculas é pequena. Este é o caso

em pressão elevada, quando um grande número de moléculas ocupa um volume pequeno. As

forças intermoleculares atrativas tem alcance relativamente grande e são efetivas em

distâncias de vários diâmetros moleculares (Atkins & Paula, 2013).

O desvio de comportamento de um gás real, em relação ao de um gás ideal, pode ser

expresso por meio de um fator empírico introduzido na equação dos gases ideais, chamado

fator de compressibilidade Z (em função da T e P), como mostra a Equação (2.28):

(2.28)

Em função de Z, a Equação (2.28) é representada pela Equação (2.29):

(2.29)

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

47

O fator de compressibilidade Z de um gás é a razão entre o volume molar do gás e o

volume molar de um gás perfeito, nas mesmas condições de temperatura e pressão, Equação

(2.30):

(2.30)

Para um gás perfeito, Z = 1, e em quaisquer condições, o desvio de Z em relação a 1 é

uma medida do afastamento do gás em relação ao comportamento ideal. Em pressões muito

baixas, todos os gases tem Z ≈ 1 e comportam-se quase como perfeitos. Em pressões

elevadas, todos os gases tem Z > 1, indicando um volume molar maior do que um gás

perfeito. As forças repulsivas são dominantes. Em pressões intermediárias, a maioria dos

gases tem Z < 1, indicando que as forças atrativas estão reduzindo o volume molar em

comparação ao de um gás perfeito (Atkins & Paula, 2013).

Considerando , a Equação (2.28) é representada pela Equação (2.31):

(2.31)

Substituindo na Equação (2.27), teremos então a Equação (2.32):

(2.32)

Considerando , a Equação (2.32) passa a ser representada pela Equação

(2.33):

(2.33)

Admitindo , teremos então a Equação (2.34):

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Capítulo 2 – Revisão Bibliográfica Tese de doutorado

48

(2.34)

Portanto, a energia livre de Gibbs de uma amostra gasosa, aumenta logaritmicamente

com a pressão.

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CAPÍTULO 3

METODOLOGIA

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

50

3. Metodologia experimental

3.1 Materiais

Para as sínteses dos materiais mesoporosos MCM-48 e SBA-15, foram utilizados os

reagentes de partida apresentados na Tabela 3.1.

Tabela 3.1 - Reagentes precursores utilizados para a síntese do MCM-48 e da SBA-15.

Reagentes MCM-48 SBA-15 Procedência Pureza

(%)

Surfactante

Brometo de

cetiltrimetilamônio

(CTMABr)

Copolímero

tribloco

(Pluoronic 123)

Vetec e Sigma

Aldrich

98 e 99

Fonte de

sílica

Tetraetilortosilicato (TEOS)

Sigma

Aldrich

99

Agente

mineralizante

Agente

Diluente

NaOH

HCl

Vetec

Vetec

99

37

Solvente

Água destilada

Fonte de

níquel

Nitrato de níquel hexahidratado Sigma Aldrich 98

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

51

3.2 Métodos

3.2.1 Planejamento experimental

A síntese de materiais é fundamentalmente afetada pela escolha de seus parâmetros,

como tempo e temperatura de envelhecimento, entre outros. O planejamento experimental

possibilita a obtenção de um modelo matemático que determina as condições favoráveis para

a síntese dos materiais MCM-48 e SBA-15. Dessa maneira, torna-se possível obter área

específica, diâmetro e volume de poros de interesse, minimizando assim os erros

experimentais.

Com a utilização do planejamento experimental fatorial foi possível realizar um estudo

mais abrangente das variáveis tempo e temperatura, realizando de maneira mais organizada

uma quantidade mínima de experimentos (Calado & Montgomery, 2003). A metodologia de

superfície de resposta é uma técnica estatística utilizada para a modelagem e análise de

problemas nos quais a variável resposta é influenciada por vários fatores, cujo objetivo é a

otimização dessa resposta. A metodologia consiste em estimar coeficientes de regressão

polinomial para a geração de um modelo empírico que aproxime uma relação entre os fatores

e as respostas de um processo (Rodrigues & Lemma, 2005). A primeira etapa desta

metodologia consiste na modelagem, que é feita ajustando-se modelos polinomiais a

resultados experimentais, obtidos por meio de planejamentos fatoriais. Após essa etapa, é

possível deslocar-se sobre a superfície de resposta ajustada, a fim de localizar regiões que

satisfaçam condições de interesse, calculando-se seus pontos extremos.

Através da realização de um planejamento fracionado 22, foi possível determinar as

condições para otimização da síntese dos materiais MCM-48 e SBA-15. Foram realizados sete

ensaios sendo três deles repetições no ponto central. As Tabelas 3.2 e 3.3 apresentam as

variáveis utilizadas no planejamento e as combinações de níveis superior (+), inferior (-) e

ponto central (0) para as variáveis utilizadas, para as amostras de MCM-48 e SBA-15,

respectivamente.

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

52

Tabela 3.2 - Matriz experimental para síntese de MCM-48.

Ensaios Temperatura (°C) Tempo (h)

I 100 (-) 24 (-)

II 150 (+) 24 (-)

III 100 (-) 72 (+)

IV 150 (+) 72 (+)

PC 125 (0) 48 (0)

PC 125 (0) 48 (0)

PC 125 (0) 48 (0)

Tabela 3.3 - Matriz experimental para síntese da SBA-15.

Ensaios Temperatura (°C) Tempo (h)

I 80 (-) 24 (-)

II 120 (+) 24 (-)

III 80 (-) 72 (+)

IV 120 (+) 72 (+)

PC 100 (0) 48 (0)

PC 100 (0) 48 (0)

PC 100 (0) 48 (0)

Os efeitos, os erros e as superfícies de respostas foram obtidos através do programa

computacional Statistica 7.0.

3.2.2 Síntese hidrotérmica do MCM-48

A preparação dos adsorventes mesoporosos tipo MCM-48 foi realizada através do

método hidrotérmico, seguindo procedimento descrito na literatura (Doyle & Hodnett, 2003),

com as devidas adaptações. As composições químicas molares dos géis de síntese foram

obtidas com base na seguinte formula geral: 0,25Na2O–1SiO2–0,55CTMABr–100H2O. O

procedimento geral de síntese consistiu no preparo de uma solução geral, sem controle de pH,

contendo o direcionador da estrutura e hidróxido de sódio na quantidade de água requerida

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

53

para a síntese. As quantidades de cada precursor foram medidas em uma balança analítica

com precisão de quatro casas decimais modelo Mettler. A solução foi submetida à agitação na

temperatura de 50 °C até solubilização do direcionador. Em seguida a fonte de silício (TEOS)

foi adicionada lentamente e a solução permaneceu em agitação à temperatura de 50 °C

durante 40 minutos, sendo observada a formação de um gel branco. O material obtido foi

transferido para uma autoclave de teflon encamisado em aço inox e conduzida à estufa

mantida a 150 °C por 24 horas. O material obtido foi retirado da autoclave e filtrado a vácuo

em papel de filtro, seguido de lavagem com água destilada e secagem em estufa a 100 ºC.

Após a síntese hidrotérmica, o material obtido foi submetido à calcinação em uma

Mufla Quimis. O método de calcinação visa remover as micelas tensoativas dos poros do

material obtido. Em uma mufla tipo tubular com programação de tempo e temperatura, as

amostras foram aquecidas a uma temperatura de 550 °C por 2 horas, sendo o aquecimento

feito a 10 °C min-1

, sob o fluxo de 100 mL min-1

de ar sintético. A temperatura empregada

para o processo de calcinação, visando à remoção do direcionador orgânico, foi determinada

através da análise térmica (TG e DTG) dos materiais. Ao final da calcinação, foi obtido um

material de coloração branca, evidenciando a remoção das espécies de CTMA+ coqueadas

durante a calcinação. O procedimento de síntese está esquematizado na Figura 3.1.

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

54

Figura 3.1 - Fluxograma do procedimento de síntese do MCM-48.

3.2.3 Síntese hidrotérmica da SBA-15

A preparação dos adsorventes mesoporosos tipo SBA-15 foi realizada através do

método hidrotérmico, seguindo procedimento descrito na literatura (Zhao et al., 1998) com as

devidas adaptações. As composições químicas molares dos géis de síntese foram obtidas com

base na seguinte formula geral: 2,8HCl–1SiO2–0,017P123–180H2O. O procedimento geral de

síntese consistiu no preparo de uma solução geral, sem controle de pH, contendo o

copolímero tribloco P123, HCl concentrado e água destilada. A solução foi submetida à

agitação constante a temperatura de 45 °C, até solubilização do copolímero. Em seguida, foi

adicionada lentamente a fonte de silício (TEOS) e a solução permaneceu em agitação por 24

horas a temperatura de 45 °C. O material obtido foi colocado em autoclave de teflon

encamisado em aço inox e conduzido à estufa mantida a 100 °C por 24 horas. O material

NaOH

Água

destilada

CTMABr

Solução

Agitação por 40

min a 50 °C

Estufa a 150 °C

por 24 hs

Calcinação a

550 °C por

2 hs

Água

destilada

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

55

obtido foi retirado da autoclave e filtrado a vácuo em papel de filtro, seguido de lavagem com

água destilada e secagem em temperatura ambiente. Após a síntese hidrotérmica, o material

obtido foi submetido à calcinação em uma mufla tipo tubular, com programação de tempo e

temperatura. As amostras foram aquecidas a uma temperatura de 500 °C por 2 horas, sendo o

aquecimento feito a 10 °C min-1

, sob o fluxo de 100 mL min-1

de ar sintético. O procedimento

de síntese está esquematizado na Figura 3.2.

Figura 3.2 - Fluxograma do procedimento de síntese da SBA-15.

Solução

HCl conc.

Água

destilada

Agitação a

45 °C até

solubilização

P123

Solução com

P123

solubilizado

TEOS

Agitação a

45 °C por

24 hs

Estufa a

100 °C por

24 hs

Calcinação a

500 °C por

2 hs

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

56

3.2.4 Impregnação das amostras MCM-48 e SBA-15

As amostras de MCM-48 e SBA-15 isentas de direcionador orgânico, foram

impregnadas com níquel nas proporções 5 %, 10 % e 20 % (m/m), usando uma solução de

nitrato de níquel hexahidratado dissolvido em álcool isopropílico, por impregnação pós-

síntese através do processo de contato. Os cálculos para as concentrações de níquel desejadas

foram realizadas em função da massa das amostras utilizadas. Cada adsorvente, juntamente

com o nitrato de níquel dissolvido em álcool, foi submetido à agitação por 2 horas a

temperatura ambiente, e, após esse tempo, os materiais foram secos em estufa a 60 °C por 2

horas. Neste caso, mais uma etapa de calcinação foi necessária para decomposição do sal

precursor de níquel em óxido sobre a superfície dos suportes mesoporosos. Os materiais

obtidos foram calcinados a temperatura de 450 oC por 2h, sob o fluxo de 100 mL min

-1 de ar

sintético. O procedimento de impregnação está esquematizado na Figura 3.3.

Figura 3.3 – Principais etapas do processo de impregnação dos adsorventes mesoporosos

MCM-48 e SBA-15.

MCM-48

/ SBA-15

Ni(NO3)2 .6H2O +

álcool isopropílico

Agitação em T

ambiente por 2 h

Secagem em

estufa a 60 °C

por 2 h

Fase de

impregnação

Calcinação a

450 °C por 2 h

5 %, 10 %, 20 % em

peso

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

57

3.2 Caracterização dos materiais

3.2.1 Difração de raios X

A análise de DRX pelo método do pó foi realizada nas amostras MCM-48, 5Ni-

MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-

SBA-15, nas faixas angulares de 2° - 80° e 0,5°- 80°, respectivamente, com o objetivo de

verificar se houve a formação das estruturas cúbica e hexagonal mesoporosas como também,

identificar a presença do níquel na estrutura dos materiais analisados. As análises de MCM-48

foram realizadas em um equipamento da Shimadzu modelo XRD 7000. O ensaio foi

conduzido utilizando radiações de CuKa e filtro de níquel com uma voltagem e corrente do

tubo de 30 kV e 30 mA, respectivamente. A fenda apresentou uma abertura de 0,15 graus e o

feixe de raios X foi defasado em relação à amostra com uma velocidade de 0,5° min-1

e passo

de 0,02°. As análises de SBA-15 foram realizadas em um aparelho Bruker D2 Phaser

utilizando radiação CuKα (λ = 1,54 Å) com um filtro de níquel, com passo de 0,01º, corrente

de 10 mA, voltagem de 30 kV, utilizando um detector Lynxeye.

Os adsorventes MCM-48 e SBA-15 apresentam padrões bem definidos de difração

de raios X. De acordo com a literatura (Doyle & Hodnett, 2003), o MCM-48 possui oito

reflexões. A primeira de elevada intensidade com índice de Miller em (211), seguido de um

pico de menor intensidade em (220), alem de reflexões de maior ângulo (4 – 5°) referentes

aos planos (321), (400), (420), (322), (422) e (431), indexados no grupo espacial Ia3d. O

parâmetro de estrutura mesoporosa (a0) pode ser obtido através do valor da distância

interplanar referente ao plano (211) (Equação 3.1).

3.1

Para a SBA-15 são observadas três reflexões, sendo a primeira de maior intensidade

(100), seguido de dois picos de menor intensidade, correspondentes aos planos (110) e (200)

(Zhao et al., 1998). Essas reflexões são referentes ao arranjo hexagonal dos canais da SBA-

15, e o parâmetro de estrutura mesoporosa desse material é determinado pela expressão

apresentada pela Equação (3.2), sendo d100 corresponde a distancia interplanar (100),

apresentando relação com o diâmetro de poros e a espessura da parede.

3.2

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

58

3.2.2 Análise térmica da TG/DTG

A análise térmica através da TG é um experimento que consiste em avaliar a variação

de massa de uma determinada substância sob aquecimento ou resfriamento a uma taxa

controlada, tendo como variáveis o tempo e/ou temperatura. Da análise TG se obtém um

gráfico de perda de massa no eixo da ordenada versus temperatura ou tempo no eixo da

abscissa. A partir da derivada da curva TG se obtém a curva DTG, que mostra a taxa de perda

de massa em função da temperatura ou do tempo. Da curva DTG também podem ser

visualizados o início e o término de cada evento de perda de massa. A avaliação térmica dos

materiais foi realizada com o intuito de verificar a decomposição e estabilidade térmica dos

materiais mesoporosos MCM-48 e SBA-15. Os ensaios termogravimétricos foram realizados

em uma termobalança modelo SDTQ600 – TA Instruments (TG/DTA/DSC). As amostras

foram aquecidas da temperatura ambiente até 800 °C em uma taxa de aquecimento de 10 °C

min-1

, sob atmosfera dinâmica de nitrogênio (N2).

3.2.3 Espectroscopia na região do infravermelho

Os espectros de absorção das amostras de MCM-48 e SBA-15 foram obtidos na região

do infravermelho médio na faixa de 400 – 4000 cm-1

com resolução de 4 cm-1

. As amostras

foram diluídas em KBr numa concentração de aproximadamente 2 % em peso. O material

obtido foi homogeneizado e prensado hidraulicamente com 6 toneladas e as pastilhas obtidas

encaminhadas ao espectrômetro Perkin Elmer. O objetivo dessa técnica foi verificar quais são

as principais frequências vibracionais e suas respectivas atribuições na estrutura das peneiras

moleculares e monitorar a eficiência do processo de calcinação na remoção do direcionador

pelo desaparecimento de suas bandas características, como também verificar a presença de

grupos funcionais característicos do NiO.

3.2.4 Adsorção e dessorção de N2

Através dessa análise foi possível determinar as propriedades superficiais dos

catalisadores preparados, como por exemplo, área superficial, volume e distribuição do

tamanho de poros. O equipamento utilizado foi uma BET da Quantachrome modelo Nova

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

59

2000. A determinação das áreas superficiais dos materiais mesoporosos obtidos foi realizado

correlacionando os dados das isotermas de adsorção de nitrogênio a 77 K pelo modelo de

BET (Brunauer et al., 1938) na faixa de P/P0 de 0,05 – 0,35. As distribuições de diâmetros de

poros dos materiais mesoporosos foram obtidas correlacionando os valores de volume

adsorvido em função da pressão relativa (P/P0) nos algoritmos propostos por BJH (Brunauer

et al., 1945) em uma faixa de poros de 1 – 100 nm (10 – 1000 Å).

3.2.5 Microscopia eletrônica de varredura (MEV) com energia dispersiva

(EDS)

As micrografias obtidas com auxílio do MEV foram realizadas nas amostras MCM-48,

5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-

SBA-15, com o objetivo de observar a morfologia dos materiais adsorventes sintetizados. O

EDS (Energy Dispersive X-ray detector, EDX ou EDS) é um acessório essencial no estudo de

caracterização microscópica de materiais metálicos e cerâmicos. Quando o feixe atinge a

amostra, seus átomos são excitados e, ao voltarem para o estado fundamental, emitem fótons

com energias características do átomo. Os fótons são assim identificados em termos de sua

energia e contados pelo detector de raios X localizado dentro da câmara de vácuo. Desta

forma o conjunto software do sistema gera o espectro relativo ao número de contagens em

função da energia, em keV, identificando os elementos químicos presentes na amostra. A

microscopia eletrônica de varredura apresenta excelente profundidade de foco, permitindo

analisar superfícies irregulares, dando ideia de morfologia. Os elétrons são acelerados na

coluna do microscópio através de duas ou três lentes eletromagnéticas por tensões de 1 a 30

kV, estas lentes fazem com que um feixe de elétrons (50 a 200 Å de diâmetro) atinja a

superfície da amostra. Bobinas de varredura fazem com que o feixe varra a superfície da

amostra na forma de uma varredura quadrada similar a uma tela de televisão (Dedavid et al.,

2007). A corrente passa pela bobina de varredura de maneira sincronizada pelas

correspondentes bobinas de deflexão de um tubo de raios catódicos de modo a produzir uma

imagem similar. Os elétrons emitidos atingem um coletor e a corrente resultante é amplificada

e utilizada para modular o brilho do tubo de raios catódicos (Dedavid et al., 2007).

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

60

3.3 Teste de adsorção

Os testes de adsorção foram realizados no Centro de Tecnologia do Gás e Energias

Renováveis (CTGAS-ER/RN), através do método gravimétrico, esquematizado na Figura 3.4,

em um micro-adsorvedor da marca Rubotherm, constituído de uma cesta onde é colocado

cerca de 0,3 g de adsorvente e inserido em um recipiente resistente à pressão em até 5000 kPa.

A medida de adsorção alcança o fim quando atinge o equilíbrio, ou seja, sem variação na

massa da amostra. Os resultados da medida de adsorção foram expressos por meio de gráficos

da relação entre a massa adsorvida e a massa de adsorvente em função da pressão (Isoterma).

Os parâmetros utilizados para a realização das análises são apresentados na Tabela 3.4.

Tabela 3.4 - Parâmetros utilizados nas análises de adsorção de CO2.

Parâmetros para adsorção Valores

Temperatura K 298

Pressão absoluta (kPa) 100 a 4000

Temperatura de ativação da amostra (K) 398

Pressão de ativação da amostra Vácuo

Tempo de ativação (h) 2

Adsorbato CO2

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

61

Figura 2.4 - Diagrama esquemático da balança utilizada para de captura de CO2. Fonte:

(Belmabkhout et al., 2009).

3.4 Modelos cinéticos teóricos e parâmetros termodinâmicos

3.4.1 Modelo cinético de Langmuir

O modelo de Langmuir linearizado foi aplicado para ajustar os dados obtidos do teste

de adsorção, utilizando a Equação (3.3), onde foram plotados os gráficos de 1/V versus 1/P.

(3.3)

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

62

Onde:

V = volume adsorvido (expresso em cm3 ou ml em condições normais de temperatura e

pressão);

Cmmol = quantidade máxima adsorvida (capacidade da monocamada);

K = constante de Langmuir relacionada à energia de adsorção;

P = pressão de equilíbrio.

3.4.2 Modelo cinético de Freundlich

O modelo de Freundlich linearizado foi aplicado para ajustar os dados obtidos do teste

de adsorção, utilizando a Equação (3.4), onde foram plotados os gráficos de log V versus log

P.

(3.4)

Onde:

V = Capacidade de adsorção;

= Constante de Freundlich relacionado com a capacidade de adsorção;

Parâmetro empírico que está relacionado com a intensidade de adsorção;

P = Pressão de equilíbrio.

3.4.3 Parâmetros termodinâmicos (ΔG e ΔS)

Para o estudo dos parâmetros termodinâmicos de adsorção foi investigado o fator de

compressibilidade Z para cada pressão de operação. Os dados de Z foram obtidos mediante a

interpolação dos valores apresentados na Tabela 3.5 para o dióxido de carbono, na

temperatura de 298 K, encontrados no manual Perry & Chilton de engenharia química (1980).

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Capítulo 3 – Metodologia Tese de doutorado

63

Tabela 3.5 - Fator de compressibilidade do dióxido de carbono.

T (K) Pressão (kPa)

100 300 500 1000 2000 3000 4000

298 0,99485 0,983448 0,97315 0,94505 0,883545 0,818218 0,75205

Com os dados de Z obtidos foram calculados o volume para cada pressão, a

temperatura constante, do processo de adsorção (Equação 3.3).

(3.3)

Com os dados do volume, foi calculada a variação da energia livre de Gibbs (Equação

3.4) e da Entropia (Equação 3.5).

(3.4)

(3.5)

A energia livre de Gibbs é uma função termodinâmica que exprime as transformações

espontâneas em termos das funções de estado do sistema (Atkins & Paula, 2013).

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Capítulo 4

Resultados e Discussão

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

65 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

4. Resultados e discussões

4.1 Planejamento experimental para o MCM-48

As Figuras 4.1 e 4.2 apresentam os difratogramas de raios X das amostras sintetizadas

na forma calcinada e não calcinada, obtidas dos ensaios da matriz experimental da Tabela 4.1.

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0

600

1200

1800

2400

3000

3600

4200

Inte

nsi

dad

e (

cp

s)

I Calcinada

I Não calcinada

T = 100 °C a 24 hs

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0

1200

2400

3600

4800

6000

7200 II Calcinada

II Não calcinada

T = 150 °C a 24 hs

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0

600

1200

1800

2400

3000

3600

4200 III Calcinada

III Não calcinada

T = 100 °C a 72 hs

Inte

nsi

dad

e (

cp

s)

2 (graus)

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

0

400

800

1200

1600

2000

2400

2 (graus)

IV Calcinada

IV Não calcinada

T = 150 °C a 72 hs

Figura 4.1 - Difratogramas de raios X das amostras de MCM-48 referentes aos ensaios I e II a

temperatura de 100 °C e 150 °C com tempo de envelhecimento de 24 horas, e aos ensaios III

e IV a temperatura de 100 °C e 150 °C com tempo de envelhecimento de 72 horas.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

66 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

2 4 6 8 10

0

200

400

600

800

1000

V Calcinada

V Não calcinada

T = 125 °C a 48 hs

2 4 6 8 10

Inte

nsi

dad

e (

cp

s)

VI Calcinada

VI Não calcinada

T = 125 °C a 48 hs

2 (graus)

2 4 6 8 10

VII Calcinada

VII Não calcinada

T = 125 °C a 48 hs

Figura 4.2 - Difratogramas de raios X das amostras de MCM-48 referentes aos ensaios V, VI

e VII a temperatura de 125 °C com tempo de envelhecimento de 48 horas.

De acordo com os difratogramas da Figura 4.1, observa-se que a temperatura interage

negativamente com o tempo de envelhecimento do gel de síntese, isso significa que, quando

passamos dos níveis maiores de temperatura e tempo simultaneamente, (150 °C a 72 horas),

não há formação da estrutura do MCM-48. Portanto, para sínteses com temperatura elevada,

deve-se reduzir o tempo de reação para que a estrutura do material seja formada. A

temperatura pode ter afetado o equilíbrio dinâmico das moléculas do direcionador, evitando

dessa forma que atingisse o equilíbrio dinâmico entre os seus agregados cilíndricos (Turro &

Chungt, 1984; Alexandrids & Hatton, 1995). Nas sínteses realizadas com níveis inferiores de

temperatura e níveis superiores e inferiores de tempo de reação, houve a formação da

estrutura do MCM-48. As propriedades texturais das amostras sintetizadas, tais como, área

superficial, volume e diâmetro de poros, parâmetro de estrutura mesoporosa e espessura da

parede, são apresentados na Tabela 4.1.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

67 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.1 - Propriedades texturais das amostras de MCM-48.

Ensaio a0 (nm) SBET (m2g

-1) Vp (cm

3g

-1) Dp (nm) W (nm)

I 8,417 1008 0,026 4,031 0,706

II 8,881 924 0,087 3,249 1,227

III 8,639 1010 0,015 3,267 1,160

IV - - - - -

V 8,203 1080 0,068 3,253 1,062

VI 8,259 1102 0,062 3,265 1,081

VII 8,203 1067 0,065 3,258 1,075

Onde: a0 = parâmetro de estrutura mesoporosa ( ), SBET = área específica, Vp =

volume de poros, Dp = diâmetro de poros, W = espessura da parede, sendo W = a0 - Dp.

As Tabelas 4.2, 4.3 e 4.4 apresentam os efeitos, em cada combinação de níveis, para as

variáveis tempo e temperatura de envelhecimento, como também o valor de P e os

coeficientes para a construção do modelo matemático, para a resposta área específica,

diâmetro de poro e volume de poro, respectivamente.

Tabela 4.2 - Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro área específica (SBET).

Fator

Efeito Desvio

padrão

P Coeficiente

Média 1167,457 49,673 0,00185 1167,457

(1)Tempo (h) 402,205 157,081 0,12464 201,103

(2)Temperatura (°C) 215,806 157,081 0,30320 107,903

1 com 2 300,225 157,081 0,19613 150,113

Para que a variável seja considerada estatisticamente significativa, o valor de P deve

estar abaixo de 0,05. Nesse caso, os valores de P obtidos (P = 0,12464 para o tempo e 0,30320

para a temperatura) (Tabela 4.2) mostram que as variáveis tempo e temperatura de

envelhecimento não foram consideradas significativas, ou seja, as variáveis utilizadas não

influenciaram significativamente no aumento da área específica do material, sendo outros

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

68 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

fatores que interferem nesse parâmetro, como por exemplo, a quantidade estequiométrica dos

reagentes. Nas condições de tempo e temperatura de envelhecimento utilizadas, foram obtidas

áreas especificas nas faixas de 924 – 1102 m2g

-1.

Tabela 4.3 - Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro diâmetro de poros (dp).

Fator

Efeito Desvio

padrão

P Coeficiente

Média 3,546 0,0023 0,000000 3,546

(1)Tempo (h) 0,243 0,0061 0,000618 0,122

(2)Temperatura (°C) 0,225 0,0061 0,000722 0,112

1 com 2 1,006 0,0061 0,000036 0,503

De acordo com os dados da Tabela 4.3, observa-se que os valores de P obtidos (P =

0,000618 para o tempo e 0,000722 para a temperatura) estão abaixo de 0,05, mostrando que

as variáveis utilizadas tempo e temperatura de envelhecimento influenciam significativamente

no diâmetro de poros dos materiais sintetizados.

Tabela 4.4 - Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro volume de poros (Vp).

Fator

Efeito Desvio

padrão

P Coeficiente

Média 0,0575 0,0139 0,0257 0,0575

(1)Tempo (h) -0,0391 0,0368 0,3657 -0,0196

(2)Temperatura (°C) 0,0332 0,0368 0,4331 0,0166

1 com 2 -0,0278 0,0368 0,5044 -0,0139

De acordo com os dados da Tabela 4.4, observa-se que os valores de P obtidos (P =

0,3657 para o tempo e 0,4331 para a temperatura) foram maiores que 0,05, mostrando que as

variáveis tempo e temperatura de envelhecimento não influenciaram significativamente no

aumento do volume de poros do material, como ocorrido para o parâmetro área específica.

Através dos coeficientes da reta do ajuste linear, apresentados na Tabela 4.3, foi obtido

o modelo matemático para o diâmetro de poros (Equação 4.1). De acordo com esse modelo

pode-se obter, a partir do diâmetro de poro de interesse, os valores ótimos de tempo e

temperatura de envelhecimento do gel para futuras sínteses do MCM-48. Sua aplicação

permite selecionar a combinação de níveis maximizados na obtenção da melhor resposta para

cada situação.

3,546 + 0,122xT(h) + 0,112xT(°C) + 0,503xT(h)xT(°C) (4.1)

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

69 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Para o ajuste do modelo linear, foi realizada uma análise da variância (ANOVA), onde

são apresentados os valores de P (Tabela 4.5) referentes a cada variável utilizada, para a

resposta diâmetro de poros, que apresentou valores de P < 0,05.

Tabela 4.5 - Análise da variância (ANOVA) para o ajuste do modelo matemático para o

parâmetro diâmetro de poros.

Fonte de

Variação

Soma

Quadrática

Grau de

Liberdade

Quadrado

Médio

P

Diâmetro

de poro

(1)Tempo (h) 0,1744 1 0,1744 0,00021

(2)Temperatura

(°C)

0,1829 1 0,1829 0,00020

1 com 2 0,0000 1 0,0000 0,95098

Erro puro 0,000073 2 0,000037

Total 0,4972 5

Com relação ao valor de P, verifica-se que o modelo é estatisticamente significativo,

onde o tempo (P = 0,00021) e a temperatura (P = 0,00020) foram considerados significativos,

exercendo influência relevante na síntese do MCM-48.

Após ajuste do modelo aos valores dos resultados experimentais, foram obtidas as

superfícies de respostas com o intuito de verificar as condições para obtenção do MCM-48

com elevado diâmetro de poros. As superfícies de resposta foram construídas para todas as

possíveis combinações das variáveis tempo e temperatura de envelhecimento. Na Figura 4.3 é

apresentado o gráfico referente à superfície de resposta otimizada, para obtenção das melhores

condições de diâmetro de poros.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

70 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Figura 4.3 - Superfície de resposta das variáveis tempo e temperatura em função do diâmetro

de poros para o MCM-48.

Pode-se observar na superfície de resposta da Figura 4.3, que, para níveis superiores

de temperatura e tempo obtém-se menores diâmetros de poros. Este fato corrobora com os

parâmetros texturais apresentados na Tabela 4.1, onde foi observado que no ensaio II,

correspondente ao tempo superior, houve formação do material com menor diâmetro poros,

como também corrobora com o difratograma de raios X (Figura 4.1) onde foi observado que,

para níveis superiores de temperatura e tempo (ensaio IV), não houve formação da estrutura

mesoporosa. Nas condições de tempo e temperatura de envelhecimento utilizadas, foram

obtidos diâmetros poros nas faixas de 3,2 – 4,0 nm.

4.2 Planejamento experimental para a SBA-15

As Figuras 4.4 e 4.5 apresentam os difratogramas de raios X das amostras sintetizadas

na forma calcinada e não calcinada, obtidas dos ensaios da matriz experimental da Tabela 3.2.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

71 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

1 2 3 4 5

0

4000

8000

12000

16000

20000In

ten

sid

ade

(cp

s) I Calcinada

I Não calcinada

T = 80 °C a 24 hs

1 2 3 4 5

0,0

5,0k

10,0k

15,0k

20,0k

25,0k

III Calcinada

III Não calcinada

T = 120 °C a 24 hs

1 2 3 4 5

0

2500

5000

7500

10000

12500 II Calcinada

II Não calcinada

T =80 °C a 72 hs

Inte

nsi

dad

e (c

ps)

2 (graus)

1 2 3 4 5

0,0

7,0k

14,0k

21,0k

28,0k

35,0k

2 (graus)

IV Calcinada

IV Não calcinada

T = 120 °C a 72 hs

Figura 4.4 - Difratogramas de raios X das amostras de SBA-15 referentes aos ensaios I e II a

temperatura de 80 °C e 120 °C com tempo de envelhecimento de 24 horas, e aos ensaios III e

IV a temperatura de 80 °C e 120 °C com tempo de envelhecimento de 72 horas.

1 2 3 4 5

0

6000

12000

18000

24000

30000

Inte

nsid

ade

(cps

)

V Calcinada

V Não calcinada

T = 100 °C a 24 hs

1 2 3 4 5

2 (graus)

VI Calcinada

VI Não calcinada

T = 100 °C a 24 hs

1 2 3 4 5

VII Calcinada

VII Não calcinada

T = 100 °C a 24 hs

Figura 4.5 - Difratogramas de raios X das amostras de SBA-15 referentes aos ensaios V, VI e

VII a temperatura de 100 °C com tempo de envelhecimento de 48 horas.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

72 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

De acordo com os difratogramas da Figura 4.4, observa-se que a temperatura e o

tempo de envelhecimento do gel de síntese, 120 °C a 24 horas, influenciou negativamente na

formação da estrutura da SBA-15. Possivelmente, o tempo de envelhecimento utilizado (24

horas) para a temperatura de 120 °C não foi suficiente para a formação da estrutura

mesoporosa. A temperatura pode ter afetado o equilíbrio dinâmico das moléculas do

copolímero, evitando dessa forma que atingisse o equilíbrio entre os seus agregados

cilíndricos. As propriedades texturais das amostras sintetizadas, tais como, área superficial,

volume e diâmetro de poros, parâmetro de estrutura mesoporosa e espessura da parede, são

apresentados na Tabela 4.6.

Tabela 4.6 - Propriedades texturais das amostras da SBA-15

Ensaio a0 (nm) SBET (m2g

-1) Vp (cm

3g

-1) Dp (nm) W (nm)

I 9,745 562.734 0.519 5,8797 3,065657

II 10,536 561.365 0.542 6,1924 2,03462

III 10,779 567.216 0.502 6,1837 3,295322

IV 12,350 566.9194 0.491 5,6324 3,148195

V 11,676 545.4635 0.530 6,1214 3,55534

VI 11,041 557.652 0.580 6,0757 2,966048

VII 11,358 533.275 0,555 6,09855 3,260694

Onde: a0 = parâmetro de estrutura mesoporosa ( , SBET = área específica, Vp =

volume de poros, Dp = diâmetro de poros, W = espessura da parede sendo W = a0 - Dp.

As Tabelas 4.7, 4.8 e 4.9 apresentam os efeitos, em cada combinação de níveis, para as

variáveis tempo e temperatura de envelhecimento, como também o valor de P e os

coeficientes para a construção do modelo matemático, para as respostas área específica,

diâmetro de poros e volume de poros, respectivamente.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

73 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.7 - Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro área específica (SBET).

Fator

Efeito Desvio

padrão

P Coeficiente

Média 557,5178 4,60682 0,000068 557,5178

(1)Tempo (h) 1,0182 12,18850 0,819283 1,5836

(2)Temperatura (°C) 3,1672 12,18850 0,941033 0,5091

1 com 2 -3,4638 12,18850 0,802989 -1,7319

Para que a variável seja considerada estatisticamente significativa, o valor de P deve

estar abaixo de 0,05. Nesse caso, os valores de P obtidos (P = 0,819283 para o tempo e

0,941033 para a temperatura) (Tabela 4.7) mostram que as variáveis tempo e temperatura de

envelhecimento não foram consideradas significativas, ou seja, as variáveis utilizadas não

influenciaram significativamente no aumento da área específica do material, sendo outros

fatores que interferem nesse parâmetro, como por exemplo, a quantidade estequiométrica dos

reagentes. Nas condições de tempo e temperatura de envelhecimento utilizadas, foram obtidas

áreas especificas nas faixas de 533 – 567 m2g

-1.

Tabela 4.8 - Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro diâmetro de poros (dp).

Fator

Efeito Desvio

padrão

P Coeficiente

Média 6,9822 0,008507 0,000001 6,9822

(1)Tempo (h) -3,0060 0,022508 0,000056 -1,5030

(2)Temperatura (°C) 3,2290 0,022508 0,000049 1,6145

1 com 2 -3,3100 0,022508 0,000046 -1,6550

Tabela 4.9 - Cálculo dos efeitos das variáveis para o parâmetro volume de poros (Vp).

Fator

Efeito Desvio

padrão

P Coeficiente

Média 0,587429 0,009449 0,000259 0,5874

(1)Tempo (h) -0,208500 0,025000 0,014074 -0,1042

(2)Temperatura (°C) 0,191500 0,025000 0,016619 0,0958

1 com 2 -0,180500 0,025000 0,018648 -0,0902

De acordo com os dados das Tabelas 4.8 e 4.9, observa-se que os valores de P obtidos

(P = 0,000056 e 0,014074 para o tempo e 0,000049 e 0,016619 para a temperatura) estão

abaixo de 0,05, mostrando que, as variáveis utilizadas tempo e temperatura de envelhecimento

influenciam significativamente no diâmetro e volume de poro dos materiais sintetizados.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

74 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Pode-se observar que os valores para o efeito do tempo e da interação do tempo e temperatura

de envelhecimento apresentados nas referidas Tabelas são negativos. Conclui-se então que o

aumento ou redução simultâneo dessas variáveis afetam negativamente no diâmetro e volume

dos poros.

Através dos coeficientes da reta do ajuste linear, apresentados nas Tabelas 4.8 e 4.9,

foram obtidos os modelos matemáticos para o diâmetro de poros (Equação 4.2) e volume de

poros (Equação 4.3). De acordo com esse modelo podem-se obter, a partir do diâmetro e

volume de poros de interesse, os valores ótimos de tempo e temperatura de envelhecimento do

gel para futuras sínteses da SBA-15. Sua aplicação permite selecionar a combinação de níveis

maximizados na obtenção da melhor resposta para cada situação.

6,98 + 1,50xT(h) + 1,61xT(°C) - 1,66xT(h)xT(°C) (4.2)

0,587 + 0,104xT(h) + 0,096xT(°C) – 0,090xT(h)xT(°C) (4.3)

Para o ajuste do modelo linear, foi realizada uma análise da variância (ANOVA), onde

são apresentados os valores de P (Tabela 4.10) referentes a cada variável utilizada, para as

respostas diâmetro e volume de poros, que apresentaram valores de P < 0,05.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

75 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.10 - Análise da variância (ANOVA) para o ajuste do modelo matemático para o

parâmetro área específica.

Fonte de

Variação

Soma

Quadrática

Grau de

Liberdade

Quadrado

Médio

P

Diâmetro

de poros

(1)Tempo (h) 9,03604 1 9,03604 0,000056

(2)Temperatura

(°C)

10,42644 1 10,4264 0,000049

1 com 2 10,95610 1 10,9561 0,000046

Erro puro 0,00101 2 0,00051

Total 34,52568 5

Volume

de poros

(1)Tempo (h) 0,043472 1 0,043472 0,014074

(2)Temperatura

(°C)

0,036672 1 0,036672 0,016619

1 com 2 0,032580 1 0,032580 0,018648

Erro puro 0,001250 2 0,000625

Total 0,11949 5

Com relação ao valor de P, verifica-se que o modelo é estatisticamente significativo,

onde o tempo (P = 0,000056 e 0,014074), temperatura (P = 0,000049 e 0,016619) e a

interação entre a variável tempo e temperatura de envelhecimento (P = 0,000046 e 0,018648)

foram considerados significativos, exercendo influência relevante na síntese da SBA-15.

Após ajuste do modelo aos valores dos resultados experimentais, foram obtidas as

superfícies de respostas com o intuito de verificar as condições para obtenção da SBA-15 com

elevados diâmetro e volume de poros. As superfícies de resposta foram construídas para todas

as possíveis combinações das variáveis tempo e temperatura de envelhecimento. Nas Figuras

4.6 e 4.7 são apresentados os gráficos referentes às superfícies de resposta otimizadas, para

obtenção das melhores condições de diâmetro e volume de poros, respectivamente.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

76 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Figura 4.6 - Superfície de resposta das variáveis tempo e temperatura em função do diâmetro

de poro para a SBA-15.

Figura 4.7 - Superfície de resposta das variáveis tempo e temperatura em função do volume

de poro para a SBA-15.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

77 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Pode-se observar na superfície de resposta das Figuras 4.6 e 4.7, que, para níveis

superiores de temperatura é necessário reduzir o tempo de reação para se obter maiores

diâmetros de poros e volume de poros, corroborando com os parâmetros texturais

apresentados na Tabela 4.6, onde foi observado que na temperatura superior e tempo superior

(ensaio IV), houve formação do material com menor diâmetro e volume de poros. Nas

condições de tempo e temperatura de envelhecimento utilizados, foram obtidos diâmetros e

volumes de poros nas faixas de 5,6 – 6,1 nm e 0,49 – 0,58 cm3g

-1, respectivamente.

Através dos resultados obtidos do planejamento experimental para os materiais MCM-

48 e SBA-15, foi possível determinar as melhores condições para a síntese dos adsorventes,

nesse caso, levando-se em consideração as características texturais obtidas nas Tabelas 4.1 e

4.6 para as amostras de MCM-48 E SBA-15, a temperatura e o tempo de envelhecimento.

Uma seleção foi realizada a partir dos resultados obtidos dos parâmetros texturais dos

materiais já sintetizados para o planejamento. Neste caso, para o MCM-48 foram selecionados

os materiais sintetizados a Temperatura = 150 °C e Tempo = 24 hs. Para a SBA-15, realizou-

se uma nova síntese para obtenção dos materiais com as variáveis Temperatura = 100 °C e

Tempo = 24 hs, que está dentro da faixa de planejamento realizada.

Os materiais selecionados foram então submetidos à etapa de impregnação, sendo

caracterizados em seguida e testados na adsorção de CO2.

4.3 Caracterização dos materiais MCM-48 e SBA-15

4.3.1 Caracterização de DRX

Através dos difratogramas de raios X (Figura 4.8), foram observados a formação dos

picos de difração para o MCM-48, reportado na literatura, referentes aos planos, cujos índices

são (211), sendo este mais intenso, (220) (321), (400), (420), (322), (422) e (431).

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

78 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

43

142

233

2

42

0

40

0

32

1

22

0

21

1

Inte

nsi

dad

e (c

ps)

2 (graus)

MCM-48

Figura 4.8 - Difratograma de raios X da amostra MCM-48 com seus picos característicos.

Os difratogramas de raios X para as amostras 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e 20Ni-

MCM-48 são apresentados na Figura 4.9. Os materiais apresentaram os picos típicos

característicos do material, indicando que a estrutura cúbica mesoporosa foi mantida ordenada

mesmo após a impregnação. Após a calcinação dos materiais, o nitrato de níquel foi

transformado em óxido de níquel e sua presença foi identificada através da biblioteca do

International Center for Diffractional Data (ICDD) (com registro JCPDS: 01-073-1523),

onde foram identificados picos (2θ) em 37,16; 43,26 e 62,79. De acordo com a literatura (Liu

et al., 2009), a presença da fase NiO é um indicativo de que parte do óxido permaneceu na

parte externa do suporte.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

79 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

2 3 4 5 6 30 40 50 60 70 80

2 (graus)

C)

Inte

nsi

dad

e (

cp

s)

B)

A)

MCM-48

NiO: Registro JCPDS

01-073-1523

Figura 4.9 - Difratogramas de raios X das amostras (a) 5Ni-MCM-48, (b) 10Ni-MCM-48 e (c)

20Ni-MCM-48.

A Figura 4.10 apresenta o difratograma de raios X para a amostra de SBA-15. Foi

observada a formação dos principais picos de difração da fase mesoporosa hexagonal, sendo o

primeiro mais intenso, correspondente ao plano (100), seguido de dois picos de menor

intensidade, correspondentes aos planos (110) e (200). Esses planos, segundo a literatura

(Zhao et al., 1998), são característicos de uma estrutura formada por canais hexagonais

ordenados.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

80 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 5,0

200

110

100

Inte

nsi

dad

e (

cp

s)

2 (graus)

SBA-15

Figura 4.10 - Difratograma de raios X da amostra SBA-15 com seus picos característicos.

Os difratogramas de raios X para as amostras 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-

SBA-15 são apresentados na Figura 4.11. Os materiais apresentaram os picos típicos

característicos do material, indicando que a estrutura hexagonal mesoporosa foi mantida

ordenada mesmo após a impregnação. Após a calcinação dos materiais, o nitrato de níquel foi

transformado em óxido de níquel e sua presença foi identificada através da biblioteca do

International Center for Diffractional Data (JCPDS) (Registro JCPDS: 01-073-1523), onde

foram identificados picos (2θ) em 37,16; 43,26 e 62,79, da mesma forma apresentado para o

MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

81 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0 1 2 3 4 5 30 40 50 60 70 80

2 (graus)

C)

Inte

nsi

dad

e (

cp

s)

B)

A)

SBA-15

NiO: Registro JCPDS

01-073-1523

Figura 4.11 - Difratogramas de raios X das amostras (a) 5Ni-SBA-15, (b) 10Ni-SBA-15 e (c)

20Ni-SBA-15

4.3.2 Caracterização da TG e DTG

Através da análise de TG e DTG foi possível analisar os perfis de decomposição e

verificar a estabilidade térmica das amostras de MCM-48 e SBA-15. As Figuras 4.12 e 4.13

mostram as isotermas de TG e DTG para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-

48, 20Ni-MCM-48, SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15.

As variações de massa e suas respectivas faixas de temperatura podem ser visualizadas

na Tabela 4.11. Para as amostras não impregnadas foram observados três eventos principais

de variação de massa ocorrendo na faixa de 30 – 100 °C para o MCM-48 e de 30 – 80 °C para

a SBA-15, relativo à dessorção de água fisicamente adsorvida, a segunda na faixa de 100 –

300 °C para o MCM-48 e de 200 – 350 °C para a SBA-15 correspondendo à decomposição do

surfactante ocluído nos poros dos materiais e a terceira na faixa de 330 – 500 °C para o

MCM-48 e de 350 – 500 °C para a SBA-15 no qual observa-se que o material continua a

perder massa de forma constante devido a eliminação de água pela condensação dos grupos

silanóis da superfície interna dos poros que interagem com as moléculas do direcionador. As

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

82 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

amostras impregnadas de MCM-48 e SBA-15 apresentaram apenas um evento de perda de

massa na faixa entre 30 – 100 °C e 30 – 80 °C respectivamente, ocasionado pela dessorção de

água fisicamente adsorvida nos materiais.

100 200 300 400 500 600 700 800

0,00

0,12

0,24

0,36

MCM-48 Não calcinado

MCM-48 Calcinado

5Ni-MCM-48

10Ni-MCM-48

20Ni-MCM-48

DT

G (

% /

°C

)

Temperatura (°C)

100 200 300 400 500 600 700 800

40

60

80

100

MCM-48 Não calcinado

MCM-48 Calcinado

5Ni-MCM-48

10Ni-MCM-48

20Ni-MCM-48

Mass

a (

%)

Figura 4.12 - Curvas TG e DTG das amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e

20Ni-MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

83 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

100 200 300 400 500 600 700 800

0,00

0,12

0,24

0,36

SBA-15 Não calcinada

SBA-15 Calcinada

5Ni-SBA-15

10Ni-SBA-15

20Ni-SBA-15

DT

G (

% /

°C

)

Temperatura (°C)

100 200 300 400 500 600 700 800

40

60

80

100

SBA-15 Não calcinada

SBA-15 Calcinada

5Ni-SBA-15

10Ni-SBA-15

20Ni-SBA-15

Mass

a (

%)

Figura 4.13 - Curvas TG e DTG das amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-

SBA-15.

Tabela 4.11 - Faixas de temperatura e suas respectivas perdas de massa para os

materiais MCM-8 e SBA-15 não impregnados e impregnados.

ΔT1 ΔT2 ΔT3

Amostra 30 - 100 °C 100 - 300 °C 330 - 500 °C

MCM-48 7 % 47 % 2 %

MCM-48 Calcinado 4 % - -

5Ni-MCM-48 3 % - -

10Ni-MCM-48 3 % - -

20Ni-MCM48 2 % - -

ΔT1 ΔT2 ΔT3

Amostra 30 - 80 °C 200 - 350 °C 350 - 500 °C

SBA-15 3 % 41 % 6 %

SBA-15 Calcinada 7 % - -

5Ni-SBA-15 6 % - -

10Ni-SBA-15 6 % - -

20Ni-SBA-15 5 % - -

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

84 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

4.3.3 Caracterização da espectroscopia na região do infravermelho

As Figuras 4.14 e 4.15 apresentam os espectros de infravermelho para as amostras

MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-

SBA-15, 20Ni-SBA-15, respectivamente. A Tabela 4.12 apresenta as principais frequências

vibracionais e suas respectivas atribuições para o MCM-48 com base em diversos trabalhos da

literatura (Souza et al., 2005; Iglesias et al., 2006).

Tabela 4.12 - Valores referentes às frequências vibracionais observadas e suas respectivas

atribuições feitas para o espectro de infravermelho dos materiais MCM-48.

Número de onda (cm-1

)

Atribuições

3462 – 3446

Grupos hidroxilas internos e externos na

estrutura mesoporosa e água adsorvida

2924 – 2854 Estiramentos entre o C-H dos grupos CH2 e

CH3 do CTMA+

1652 – 1642 Água adsorvida na superfície do material

1484 Deformação do íon CTMA+

1232 – 1222 Estiramento Si-O assimétrico

1090 – 1062 Vibrações nos tetraedros da ligação Si-O-Si

962 – 946 Vibração ≡ Si-OH ou ≡ Si-O

800 – 790 Estiramento simétrico da ligação Si-O

466 – 450

440 – 460

Estiramento assimétrico da ligação Si-O

Vibração da ligação Ni-O

Fonte: (Souza et al., 2005; Iglesias et al., 2006)

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

85 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

Número de onda (cm-1)

a)

454

795956

1229 1075

1644

3456

b)

Tra

nsm

itâ

ncia

(%

)

c)

MCM-48

d)

Figura 4.14 - Espectro de infravermelho para as amostras (a) MCM-48, (b) 5Ni-MCM-48, (c)

10Ni-MCM-48 e (d) 20Ni-MCM-48.

A ausência das bandas em torno de 1484 cm-1

e na faixa de 2924 – 2854 cm-1

(Figura

4.14), referentes às deformações do íon CTMA+ e a estiramentos entre as ligações C-H dos

grupos CH2 e CH3 do íon CTMA+, respectivamente, demonstram que o processo de

calcinação empregada removeu o direcionador orgânico dos poros do MCM-48. Para os

materiais estudados, foi observada a presença das bandas em 3456 cm-1

referente a grupos

hidroxilas internos e externos interagindo com moléculas de água por ligações de hidrogênio

e, em 1644 cm-1

, atribuída às vibrações angulares das moléculas de água adsorvida na

superfície do material (Ho & Chou, 1995; Broyer et al., 2002; Souza et al., 2005). Os

espectros dos materiais apresentaram uma banda vibracional em 1075 cm-1

referente às

vibrações dos estiramentos assimétricos da ligação Si–O–Si do tetraedro SiO4 presentes na

estrutura mesoporosa. No caso da sílica amorfa essa banda é observada tipicamente em torno

de 1115 cm-1

e representa o estiramento assimétrico da ligação Si-O. Em todas as amostras

estudadas não foi observado o deslocamento para posições próximas a essa banda, tornando-

se um indicativo de que não ocorreu um colapso estrutural após a calcinação (Chen et al.,

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

86 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

1997). As amostras exibiram uma banda em 956 cm-1

que está relacionada a estiramentos

vibracionais simétricos dos grupos Si-OH. As frequências vibracionais em 454, 795 e 1229

cm-1

são observadas para as amostras de MCM-48 não impregnada e impregnadas. Essas

bandas estão relacionadas aos estiramentos assimétrico (1229 e 454 cm-1

) e simétrico (795

cm-1

) da ligação Si-O dos materiais.

Os materiais impregnados exibiram espectros de absorção no infravermelho

semelhantes ao do material não impregnado, apresentando apenas pequenos deslocamentos

nos comprimentos de onda das bandas vibracionais. Observou-se um pequeno alargamento da

banda em torno de 454 cm-1

que pode está associado à vibração da ligação Ni-O, com bandas

em torno de 440 e 460 cm-1

(Davar et al., 2009). Os picos fracos são devidos à baixa

cristalinidade dos silicatos de níquel formados e pela sobreposição do pico em 454 cm-1

referente ao estiramento assimétrico da ligação Si-O.

4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500

Número de onda (cm-1)

a)

460

802956

10691229

1644

3456

b)

c)

Tra

nsm

itância

(%

)

d)

SBA-15

Figura 4.15 - Espectro de infravermelho para as amostras (a) SBA-15, (b) 5Ni-SBA-15, (c)

10Ni-SBA-15 e (d) 20Ni-SBA-15.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

87 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Observa-se no espectro da amostra calcinada da SBA-15 (Figura 4.15), a presença de

uma banda de vibração na frequência de 1069 cm-1

que corresponde ao estiramento

assimétrico atribuído aos grupos Si-O-Si. As bandas vibracionais em 460 e 802 cm-1

correspondem ao estiramento simétrico de Si-O-Si do material. Uma banda de absorção em

956 cm-1

corresponde ao estiramento dos grupos silanol (Si-OH) presentes no interior dos

mesoporos (Zhao et al., 1998). Da mesma forma ocorrida para a amostra de MCM-48, os

materiais impregnados exibiram espectros de absorção no infravermelho semelhantes a SBA-

15 calcinada, apresentando apenas pequenos deslocamentos nos comprimentos de onda das

bandas vibracionais. As bandas de vibração da ligação Ni-O geralmente são observadas na

faixa de 440 a 460 cm-1

. O alargamento da banda em torno de 460 cm-1

observado nas

amostras impregnadas pode estar associado à vibração da ligação Ni-O que está sobreposta

pelo estiramento assimétrico da ligação Si-O-Si.

A ausência da banda na faixa de 1300-1500 cm-1

, e das bandas em torno de 2868 e

2933 cm-1

, referentes às deformações do copolímero P123 e a estiramentos simétrico e

assimétrico entre as ligações C-H dos grupos CH2, respectivamente, demonstram que o

processo de calcinação empregado removeu o direcionador orgânico dos poros da SBA-15.

Observou-se uma banda vibracional em 1229 cm-1

, correspondente ao estiramento assimétrico

da ligação Si-O dos materiais.

Para os materiais investigados, foi observada a presença das bandas em 3456 cm-1

referente a grupos hidroxilas internos e externos interagindo com moléculas de água por

ligações de hidrogênio e, em 1644 cm-1

, atribuída às vibrações angulares das moléculas de

água adsorvida na superfície do material.

A Tabela 4.13 apresenta as principais frequências vibracionais e suas respectivas

atribuições para a SBA-15 com base em diversos trabalhos da literatura (Silverstein et al.,

1991; Bérubé & Kaliaguine, 2008).

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

88 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.13 - Valores referentes às frequências vibracionais observadas e suas respectivas

atribuições feitas para o espectro de infravermelho dos materiais SBA-15.

Número de onda (cm-1

)

Atribuições

3350 – 3550

Grupos hidroxilas internos e externos na

estrutura mesoporosa

2933 Estiramento assimétrico entre o C-H dos

grupos CH2 do copolímero P123

2868 Estiramento simétrico entre o C-H dos

grupos CH2 do copolímero P123

1628 Água adsorvida na superfície do material

1300 – 1500 δ CH3- Presença do copolímero P123

1232 – 1222 Estiramento Si-O assimétrico

1080 – 1160 Estiramento assimétrico Si-O-Si

960 Vibração ≡ Si-OH ou ≡ Si-O

810 Estiramento simétrico da ligação Si-O

460

440 - 460

Vibração de deformação Si-O-Si

Vibração da ligação Ni-O

Fonte: (Silverstein et al., 1991; Bérubé & Kaliaguine, 2008).

4.3.4 Caracterização da adsorção e dessorção de N2

As Figuras 4.16 e 4.17 apresentam as isotermas de adsorção para as amostras MCM-

48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15,

20Ni-SBA-15, respectivamente. Em todos os casos foram obtidas isotermas do tipo 4,

segundo a classificação da IUPAC, características de materiais mesoporosos. A Figura 4.16

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

89 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

mostra que o MCM-48 apresenta histerese tipo H2. Segundo a IUPAC, este tipo de histerese

indica que o MCM- 48 possui poros com gargalo estreito e corpo largo. O estreitamento nas

histereses em amostras mesoporosas pode ser atribuída a partículas com tamanho de poros em

torno de 40 Å (4 nm) ao longo dos canais (Kruk et al., 2005), como pode ser visto na

distribuição do tamanho poros para o MCM-48, apresentada na Figura 4.18. A Figura 4.17

mostra que a SBA 15 apresentou histerese tipo H1, com ponto de inflexão em pressões

relativas (P/P0) entre 0,6 – 0,8, mostrando que a SBA-15 apresentou uma estrutura hexagonal

mesoporosa ordenada com canais cilíndricos (Zhao et al., 1998). A impregnação da SBA-15

proporcionou um aumento na simetria das histereses, sugerindo que houve a formação de uma

camada de NiO no interior dos mesoporos (Yan et al., 2013).

150

200

250

300

350

400

450

500

550

MCM-48 5Ni-MCM-48

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

150

200

250

300

350

400

450

10Ni-MCM-48

Pressão relativa (P/P0)

Vo

lum

e a

dso

rvid

o (

cm

3g

-1)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

20Ni-MCM-48

Figura 4.16 - Isotermas de adsorção-dessorção de N2 a 77 K para as amostras a) MCM-48, b)

5Ni-MCM-48, c) 10Ni-MCM-48 e d) 20Ni-MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

90 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

100

150

200

250

300

350

400

450

500

SBA-15 5Ni-SBA-15

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

50

100

150

200

250

300

350

400

10Ni-SBA-15

Vo

lum

e a

dso

rvid

o (

cm

3g

-1)

0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0

20Ni-SBA-15

Pressão relativa (P/P0)

Figura 4.17 - Isotermas de adsorção-dessorção de N2 a 77 K para as amostras a) SBA-15, b)

5Ni-SBA-15, c) 10Ni-SBA-15 e d) 20Ni-SBA-15.

As propriedades texturais dos materiais investigados estão indicadas na Tabela 4.14.

As faixas de volume de poros e de áreas específicas obtidas para o MCM-48 foram de 0,05 a

0,1 cm3g

-1 e de 798 a 924 m

2g

-1, respectivamente. A SBA-15 apresentou volumes de poros na

faixa de 0,48 a 0,64 cm3g

-1 e áreas específicas totais na faixa de 248 a 587 m

2g

-1. Para as

amostras de SBA-15 impregnadas observa-se uma relação direta entre o aumento do teor de

níquel (5, 10 e 20 % em peso) e o aumento da espessura da parede com consequente

diminuição da área específica. Isso pode estar relacionado ao óxido de níquel depositado na

superfície dos poros do material, causando o bloqueio local dos canais porosos, dificultando a

difusão do N2 até os sítios ativos presentes no interior dos poros. Essa dificuldade de acesso

de gás aos sítios de adsorção reduz, progressivamente, os valores de área específica do

material (Beck et al., 1992). Essa relação não foi observada para as amostras de MCM-48

impregnadas. Isso se deve as diferenças estruturais entre esses mesoporosos. A SBA-15, de

estrutura hexagonal altamente ordenada com canais cilíndricos (histerese tipo H1), apresenta

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

91 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

estrutura mais favorável ao fenômeno da difusão do que o MCM-48, com sua estrutura cúbica

de poros com gargalo estreito e corpo largo (histerese tipo H2).

O diâmetro médio de poros foi estimado através das curvas de distribuição de poros

obtidas pelo método BJH e apresentaram valores na faixa de 3,2 a 3,9 nm para o MCM-48 e

valores na faixa de 4,0 a 6,7 nm para a SBA-15. As Figuras 4.18 e 4.19 apresentam a

distribuição do tamanho de poros para as amostras de MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-

48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15, respectivamente.

Observa-se que, para o MCM-48, o aumento do teor de impregnação reduz a quantidade de

poros menores, favorecendo o surgimento dos poros grandes, responsáveis, nesse caso, pelo

maior percentual do volume de poros. Por sua vez, na SBA-15, a impregnação com níquel

favorece a redução da quantidade de poros grandes, revelando, dessa forma, poros menores,

os quais são os principais responsáveis pelo volume de poros referentes a esses materiais.

Esse comportamento diferente pode estar relacionado com a diferença na arquitetura dos

canais dos poros desses materiais (Kruk et al., 2005; Yan et al., 2013).

Tabela 4.14 - Propriedades texturais das amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48,

20Ni-MCM-48, SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15.

Amostra a0 (nm) Dp (nm) Wt (nm) Vp(cm3g

-1) SBET (m

2g

-1)

MCM-48 8,88

3,25 1,23 0,087 924

5Ni-MCM-48 8,72

3,21 1,21

0,054 904

10Ni-MCM-48 8,72

3,96 0,84

0,11 971

20Ni-MCM-48 8,64

3,23 1,18

0,074 798

SBA-15 10,49

6,78 3,71

0,56 587

5Ni-SBA-15 9,95

4,02 5,93

0,57 420

10Ni-SBA-15 10,95

4,03 6,92

0,64 323

20Ni-SBA-15 11,51

4,51 7,00

0,48 248

Onde: a0 = Parâmetro de estrutura mesoporosa ( para o MCM-48;

para a SBA-15); Dp = Diâmetro de poros; Wt = Espessura da parede de sílica,

sendo W = a0 - Dp; Vp = Volume de poros; SBET = Área específica.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

92 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

20 40 60 80 100 120 140

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007D

v/d

r (c

m3

g-1

A-1

) a) MCM-48

20 40 60 80 100 120 140

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

b) 5Ni-MCM-48

20 40 60 80 100 120 140

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

Dv

/dr

(cm

3 g

-1 A

-1)

Diâmetro de poros (A)

c) 10Ni-MCM-48

20 40 60 80 100 120 140

0,000

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

Diâmetro de poros (A)

d) 20Ni-MCM-48

Figura 4.18 - Distribuição do tamanho de poros para as amostras a) MCM-48, b) 5Ni-MCM-

48, c) 10Ni-MCM-48 e d) 20Ni-MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

93 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

20 40 60 80 100 120 140

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

a) SBA-15D

v/d

r (c

m3

g-1

A-1

)

20 40 60 80 100 120 140

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

b) 5Ni-SBA-15

20 40 60 80 100 120 140

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

c) 10Ni-SBA-15

Dv

/dr

(cm

3 g

-1 A

-1)

Diâmetro de poros (A)

20 40 60 80 100 120 140

0,00

0,01

0,02

0,03

0,04

0,05

d) 20Ni-SBA-15

Diâmetro de poros (A)

Figura 4.19 - Distribuição do tamanho de poros para as amostras a) SBA-15, b) 5Ni-SBA-15,

c) 10Ni-SBA-15 e d) 20Ni-SBA-15.

4.3.5 Caracterização de microscopia eletrônica de varredura com EDS

As Figuras 4.20 e 4.21 apresentam as imagens de microscopia eletrônica de varredura

das amostras de MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-

SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15, respectivamente. Os espectros por energia dispersiva

dos materiais com níquel em diferentes concentrações, na forma de óxidos suportados sobre

os materiais MCM-48 e SBA-15, são apresentados nas Figuras 4.22 e 4.23, para as

respectivas amostras.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

94 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Figura 4.20 - Micrografias das amostras a) MCM-48, b) 5Ni-MCM-48, c) 10Ni-MCM-48 e d)

20Ni-MCM-48.

A morfologia das partículas das amostras de MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48

e 20Ni-MCM-48 se mostraram similares entre si. Em todos os casos foram observadas

partículas na sua maioria uniformes, dando o aspecto de cubos interligados, indicando ser

provavelmente essa a fase correspondente ao MCM-48, já que as análises de DRX e adsorção

de nitrogênio mostraram que essas amostras são puras e apresentam alto grau de ordenação.

Com o aumento de 20000 x na micrografia (a), é possível observar a superfície

uniforme e rachaduras oriundas do estado de agregação das partículas. Nas amostras (b) 5Ni-

MCM-48, (c) 10Ni-MCM-48 e (d) 20Ni-MCM-48, observa-se a presença de rugosidades na

superfície dos materiais, tornando-se mais nítidas com o aumento do teor de impregnação. A

apresentação de superfícies rugosas nas amostras, observadas através das micrografias, podem

ser atribuídas as partículas de NiO e estão de acordo com os difratogramas de raios X

apresentados, onde a presença de óxido de níquel para os materiais impregnados foi

identificada, como também estão de acordo com a distribuição do tamanho de poros, onde foi

observada a redução do volume referente aos poros menores e a revelação dos poros maiores

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

95 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

do MCM-48, ocasionado pela obstrução dos poros de diâmetros menores pelo NiO formado

na entrada do canal do poro, discutidos anteriormente. Pode-se observar também, para a

amostra 10Ni-MCM-48, a ocorrência de uma distribuição bastante heterogênea do óxido de

níquel na superfície do material, ocasionando a obstrução de poucos poros em regiões

preferenciais da amostra. Como pode ser observada na Tabela 4.14, essa amostra foi a que

apresentou maior diâmetro de poro e área específica. Por sua vez, a amostra 20Ni-MCM-48

apresentou uma distribuição bastante homogênea das partículas do óxido de níquel, isso

explica o fato dessa amostra apresentar um reduzido tamanho de poro e área específica, mais

uma vez devido o bloqueio da entrada dos canais dos poros. Além disso, de acordo com a

literatura (Monta ez et al., 2014), a natureza do precursor de níquel influencia na dispersão e

no tamanho médio das partículas de óxido de níquel sobre a superfície. Nitrato de níquel

como precursor interage fracamente com o suporte de sílica, resultando em cristais grandes na

superfície externa do suporte após calcinação. Apenas uma pequena quantidade do

componente de metal situa-se no interior dos mesoporos.

Figura 4.21 - Micrografias das amostras a) SBA-15, b) 5Ni-SBA-15, c) 10Ni-SBA-15 e d)

20Ni-SBA-15.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

96 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

As imagens de microscopia eletrônica de varredura (Figura 4.21) mostram que as

amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15 possuem uma morfologia tipo

vermicular na forma de tubos cilíndricos, consistindo de agregados tipo corda, conforme a

literatura (Zhao et al., 1998). Com o aumento de 7000 x na micrografia (a), também é

possível observar rachaduras oriundas do estado de agregação das partículas. Nas amostras (b)

5Ni-SBA-15, (c) 10Ni-SBA-15 e (d) 20Ni-SBA-15 observa-se a presença de rugosidades na

superfície dos materiais, tornando-se mais nítidas com o aumento da concentração de

impregnação. Nesse caso, observa-se uma distribuição uniforme do óxido de níquel sobre a

superfície e nos poros do material, ao contrário do que ocorreu com o MCM-48. Isso revela o

comportamento da distribuição do tamanho de poros e área específica conforme evidenciado

pelas análises de DRX e adsorção de nitrogênio (Tabela 4.14).

Através dos pontos escolhidos por amostragem para realização da análise EDS, foi

verificada a presença de Si, O e Ni nas amostras investigadas, como mostram as Figuras 4.22

e 4.23.

Figura 4.22 – Espectro de energia dispersiva das amostras a) 5Ni-MCM-48, b) 10Ni-MCM-48

e c) 20Ni-MCM-48.

a)

c)

b)

0

10

20

30

40

50

60

Ni Ni

O

Si

Cou

nts

5Ni-MCM-48

0

5

10

15

20

25

30

O

Si

NiNi

Cou

nts

10Ni-MCM-48

0 2 4 6 8 10 12 14

0

5

10

15

20

25

30

35

Ni

O

Ni

Si

Cou

nts

KeV

20Ni-MCM-48

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

97 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Figura 4.23 – Espectro de energia dispersiva das amostras a) 5Ni-SBA-15, b) 10Ni-SBA-15 e

c) 20Ni-SBA-15.

Observou-se que a quantidade de níquel nos materiais se aproximou ao teor de

impregnação (5%, 10% e 20% em peso) utilizados nas amostras, como pode ser observado na

Tabela 4.15.

a)

c)

b)

0

10

20

30

40

50

60

Ni

O

Ni

Si

Cou

nts

5Ni-SBA-15

0

20

40

60

80

Ni

O

Ni

Si

Cou

nts

10Ni-SBA-15

0 2 4 6 8 10 12 14

0

10

20

30

40

Ni

Ni

O

Si

Cou

nts

KeV

20Ni-SBA-15

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

98 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.15 - Quantidade de níquel nos materiais obtidos através da análise de EDS.

5Ni-MCM-48 10Ni-MCM-48 20Ni-MCM-48

Elemento Intensidade %Peso Intensidade %Peso Intensidade %Peso

O 15,063 51,622 8,802 50,539 11,312 43,717

Si 46,688 42,693 26,248 41,219 31,294 35,963

Ni 0,477 5,685 0,417 8,242 1,494 20,320

Total 100 100 100

5Ni-SBA-15 10Ni-SBA-15 20Ni-SBA-15

Elemento Intensidade %Peso Intensidade %Peso Intensidade %Peso

O 25,003 60,702 37,270 58,526 15,842 51,506

Si 49,212 32,912 74,477 32,461 29,472 28,310

Ni 0,764 6,386 1,662 9,013 1,820 20,184

Total 100 100 100

4.4 Testes de adsorção

As Figuras 4.24 e 4.25 mostram os resultados dos testes de adsorção de CO2 dos

adsorventes investigados, nas pressões de 100 e 4000 kPa, respectivamente. Pode-se observar

na Figura 4.24 que, para o adsorvente MCM-48, a impregnação com níquel nas proporções de

5 % e 10 % em peso, proporcionou um ligeiro aumento na capacidade de adsorção de CO2 do

material em baixa pressão, possivelmente devido à contribuição da interação entre o óxido de

níquel e o CO2 (Jang & Park, 2012). Já para a SBA-15, observa-se que a impregnação com

diferentes teores de níquel diminuiu a capacidade de adsorção de CO2 revelando que o óxido

de níquel não contribui positivamente, nesse caso, para o a quantidade adsorvida.

Por sua vez, os dados apresentados na Figura 4.25, revelam que, a quantidade de CO2

adsorvida pelos materiais foi muito superior àquela apresentada quando se opera a 100 kPa. A

SBA-15 apresentou comportamento similar ao apresentado quando submetido a 100 kPa, com

redução da quantidade adsorvida a medida que aumenta o teor de níquel impregnado. Por sua

vez, o MCM-48 apresentou uma acentuada mudança de comportamento, principalmente na

quantidade adsorvida nas amostras impregnadas. Isso pode ser um reflexo das diferentes

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

99 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

características texturais do MCM-48 e SBA-15, observadas na Tabela 4.14. Portanto, pode-se

concluir que diferentes estruturas mesoporosas apresentam comportamentos distintos quando

submetidas a diferentes pressões de operação na adsorção de CO2.

0,00

0,14

0,28

0,42

0,56

0,70

0,84

0,98

20SBA

10SBA

5SBA

SBA

20MCM10MCM

5MCM

MCM

qC

O2

(m

mo

l g

-1)

Pressão (kPa)

Figura 4.24: Quantidade de CO2 adsorvido na pressão de 100 kPa para as amostras MCM-48

(MCM), 5Ni-MCM-48 (5MCM), 10Ni-MCM-48 (10MCM), 20Ni-MCM-48 (20MCM) e

SBA-15 (SBA), 5Ni-SBA-15 (5SBA), 10Ni-SBA-15(10SBA), 20Ni-SBA-15 (20SBA).

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

100 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0

2

4

6

8

10

12

14

16

20SBA

10SBA

5SBA

SBA

20MCM

10MCM

5MCM

MCMq

CO

2

(m

mo

l g

-1)

Pressão (kPa)

Figura 4.25: Quantidade de CO2 adsorvido na pressão de 4000 kPa para as amostras MCM-48

(MCM), 5Ni-MCM-48 (5MCM), 10Ni-MCM-48 (10MCM), 20Ni-MCM-48 (20MCM) e

SBA-15 (SBA), 5Ni-SBA-15 (5SBA), 10Ni-SBA-15(10SBA), 20Ni-SBA-15 (20SBA).

A Figura 4.26 apresenta as isotermas de adsorção de CO2 dos adsorventes em estudo.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

101 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0 600 1200 1800 2400 3000 3600 4200

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Pressão (kPa)

qC

O2

(m

mo

l g

-1)

MCM-48

5Ni-MCM-48

10Ni-MCM-48

20Ni-MCM-48

0 600 1200 1800 2400 3000 3600 4200

0

2

4

6

8

10

12

14

16

qC

O2

(m

mo

l g

-1)

Pressão (kPa)

SBA-15

5Ni-SBA-15

10Ni-SBA-15

20Ni-SBA-15

Figura 4.26 - Isotermas de adsorção de CO2 para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-

MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15.

Através das isotermas apresentadas na Figura 4.26, observa-se que a adsorção de CO2

apresentou um aumento uniforme ao longo da faixa de pressão investigada. Este fato pode ser

atribuído ao aumento das interações intermoleculares dentro do reator, onde o quadripolo de

dióxido de carbono interage mais fortemente com a superfície a base de sílica dos materiais

mesoporosos em pressões mais elevadas, onde há maior aproximação entre adsorbato e os

sítios ativos do adsorvente, ocasionando uma maior adsorção de CO2 (Wang et al., 2013; Frey

& Hinrichsen, 2012).

Observa-se uma tendência global em relação à capacidade de adsorção para os

materiais investigados da seguinte forma: MCM-48 > 20Ni-MCM-48 > 5Ni-MCM-48 >

10Ni-MCM-48 e SBA-15 > 5Ni-SBA-15 >10Ni-SBA-15 > 20Ni-SBA-15. Para a SBA-15,

nota-se uma relação de proporcionalidade entre a diminuição da área específica (Tabela 4.14)

e a redução da quantidade de CO2 adsorvido pela amostra quando aumenta-se o teor de óxido

de níquel impregnado, possivelmente relacionada ao bloqueio no sistema de poros da SBA-15

devido ao óxido de níquel. Por sua vez, o MCM-48, com estrutura cúbica de poros com

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

102 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

gargalo estreito e corpo largo, não apresenta esse comportamento regular quando impregnado.

Observa-se, nesse caso, que não há relação crescente ou direta de capacidade adsortiva com o

teor de níquel. Conforme micrografias apresentadas para as amostras de MCM-48 (Figura

4.20), a amostra 20Ni-MCM-48 apresentou uma distribuição bastante homogênea das

partículas do óxido de níquel, proporcionando uma maior capacidade de adsorção de CO2 em

comparação as amostras 5Ni-MCM-48 e 10Ni-MCM-48.

Comparando os resultados obtidos de adsorção de CO2 com os dados da literatura,

observa-se que a SBA-15 se aproxima da capacidade adsortiva do carvão ativado em

condições de baixa pressão, como mostra a Tabela 4.16. Com o aumento da pressão, a

capacidade de adsorção dos materiais aumenta, obtendo valores próximos, e em alguns casos

até mesmo superiores, aos adsorventes modificados e reportados na literatura.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

103 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.16: Dados de adsorção em determinadas faixas de pressões para diversos materiais

encontrados na literatura.

Materiais Faixa de pressão

(kPa)

Capacidade de

adsorção de CO2

(mmol g-1

)

Referências

Zeolita LiX 100-1000 3,2 – 5,4 (Park et al., 2014 )

Carvão ativado 100-1000 1,1 -6,2 (Park et al., 2014)

Tripe-MCM-41 100-2500 2,42 – 6,50 (Belmabkhout et al.,

2011)

PEI-50/SBA-15 5000 2 (Wang et al., 2013)

APTS-MCM-48

(RHA)

100 0,64 (Jang et al., 2009)

MCM-48 (RHA)

100 0,033 (Jang et al., 2009)

Mg/K-SBA-15 100 0,7605 (Zukal et al., 2013)

MCM-48 100 - 1000 0,72- 4,75

Presente trabalho

MCM-48 2000 - 4000 7,87-15,83 Presente trabalho

SBA-15 100 - 1000 0,91 - 4,19

Presente trabalho

SBA-15 2000 - 4000 6,26- 8,36 Presente trabalho

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

104 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

4.5 Métodos cinéticos teóricos e parâmetros termodinâmicos

4.5.1 Modelo cinético de Langmuir

Os dados obtidos da adsorção foram ajustados ao modelo de Langmuir e são

apresentados nas Figuras 4.27 e 4.28 para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-

48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15, respectivamente.

A Tabela 4.17 descreve os dados obtidos do ajuste ao modelo cinético de Langmuir para as

amostras investigadas.

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,010

0,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

qC

O2

(1

/mm

ol

g-1

)

MCM-48

Modelo de Langmuir

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,3

0,6

0,9

1,2 5Ni-MCM-48

Modelo de Langmuir

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

qC

O2

(1

/mm

ol

g-1

)

Pressão (1/kPa)

10Ni-MCM-48

Modelo de Langmuir

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

Pressão (1/kPa)

20Ni-MCM-48

Modelo de Langmuir

Figura 4.27 - Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Langmuir para as

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e 20Ni-MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

105 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

qC

O2

(1

/mm

ol

g-1

)

SBA-15

Modelo de Langmuir

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5 5Ni-SBA-15

Modelo de Langmuir

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,3

0,6

0,9

1,2

1,5

1,8

Pressão (1/kPa)

qC

O2

(1

/mm

ol

g-1

)

10Ni-SBA-15

Modelo de Langmuir

0,000 0,002 0,004 0,006 0,008 0,0100,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

Pressão (1/kPa)

20Ni-SBA-15

Modelo de Langmuir

Figura 4.28 - Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Langmuir para as

amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15.

Tabela 4.17 - Parâmetros de ajuste ao modelo cinético de Langmuir para adsorção de CO2 das

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15,

10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15.

Amostras

MCM-48

0,9989

4,68E-4

14,89

15,83

5Ni-MCM-48

0,9918 1,49E-3 7,37 5,94

10Ni-MCM-48

0,9889 1,76E-3 6,12 4,76

20Ni-MCM-48

0,9946 1,03E-3 8,97 7,47

SBA-15 0,9948 1,19E-3 9,97 8,36

5Ni-SBA-15

0,9868 1,46E-3 7,67 5,43

10Ni-SBA-15

0,9874 1,50E-3 6,38 4,58

20Ni-SBA-15 0,9859 1,65E-3 5,32 3,81

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

106 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Os suportes MCM-48 e SBA-15 apresentaram a maior capacidade de adsorção de CO2

em relação às amostras impregnadas, alcançando um máximo de 14,89 e 9,97 mmol g-1

,

respectivamente. Este valor experimental está próximo ao valor teórico obtido através do

modelo de Langmuir que foi de 15,83 e 8,36 mmol g-1

para as respectivas amostras, como

mostra a Tabela 4.17. O coeficiente de correlação R2 para todas as amostras apresentou

valores próximos a 1, mostrando que o modelo cinético de Langmuir se ajusta bem aos dados

experimentais.

De modo geral, quando os materiais foram impregnados, observou-se que os valores

de adsorção diminuíram, e as constantes de energia de ligação aumentaram. De acordo com

Linhares et al. (2008), os materiais adsorvem uma menor quantidade de CO2, porém, a

energia que os mantém adsorvidos são mais estáveis, pois apresentam uma constante k maior.

No caso do MCM-48, a maior constante de equilíbrio k pode confirmar a ocorrência de

quimissorção do CO2 nos sítios ativos do material impregnado.

4.5.2 Modelo cinético de Freundlich

Concomitantemente, os dados obtidos da adsorção foram ajustados ao modelo de

Freundlinch e são apresentados nas Figuras 4.29 e 4.30 para as amostras MCM-48, 5Ni-

MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-

SBA-15, respectivamente. A Tabela 4.18 descreve os dados obtidos do ajuste ao modelo

cinético de Freundlich para as amostras investigadas.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

107 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0

-0,4

0,0

0,4

0,8

1,2

1,6

2,0

MCM-48

Modelo de Freundlich lo

gV

(m

mo

l g

-1)

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

5Ni-MCM-48

Modelo de Freundlich

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

log

V (

mm

ol

g-1

) 10Ni-MCM-48

Modelo de Freundlich

logP (kPa)

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

logP (kPa)

20Ni-MCM-48

Modelo de Freundlich

Figura 4.31 - Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Freundlich para as

amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48 e 20Ni-MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

108 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

log

V (

mm

ol

g-1

) SBA-15

Modelo de Freundlich

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

5Ni-SBA-15

Modelo de Freundlich

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

logP (kPa)

log

V (

mm

ol

g-1

)

10Ni-SBA-15

Modelo de Freundlich

1,6 2,0 2,4 2,8 3,2 3,6 4,0-0,4

-0,2

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

logP (kPa)

20Ni-SBA-15

Modelo de Freundlich

Figura 4.32 - Ajuste dos dados de adsorção de CO2 ao modelo cinético de Freundlich para as

amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15.

Tabela 4.18 - Parâmetros de ajuste ao modelo cinético de Freundlich para adsorção de CO2

das amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-

15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15.

Amostras n

MCM-48

0,9994

0,018

1,25

5Ni-MCM-48

0,9994 0,054 1,69

10Ni-MCM-48

0,9994 0,057 1,78

20Ni-MCM-48

0,9997 0,032 1,47

SBA-15 0,9991 0,052 1,58

5Ni-SBA-15

0,9991 0,038 1,58

10Ni-SBA-15

0,9992 0,035 1,61

20Ni-SBA-15 0,9992 0,035 1,67

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

109 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Através das Figuras 4.31 e 4.32 observa-se que os dados obtidos da adsorção de CO2

ajustaram-se adequadamente ao modelo de Freundlich, apresentando valores de correlação

linear R2 próximos a 1. De acordo com a Tabela 4.18, nota-se que, para as amostras de MCM-

48, a constante n, relacionada à afinidade de adsorção do CO2 ao material, aumenta com a

impregnação de níquel, ao mesmo tempo em que a constante k, relacionada à capacidade

adsortiva do MCM-48 aumenta. Essa relação foi observada para as amostras 5Ni-MCM-48 e

10Ni-MCM-48 a baixa pressão. No entanto, em alta pressão, observou-se uma redução na

quantidade adsorvida de CO2 para as amostras impregnadas, ocorrida possivelmente devido

ao bloqueio na entrada dos canais porosos dos adsorventes, na etapa de impregnação,

dificultando o acesso de CO2 aos sítios de adsorção. Para as amostras de SBA-15 foi

observado comportamento contrário. O aumento do teor de níquel aumenta a afinidade do

CO2 com a superfície do adsorvente, porém, a constante k diminui com a impregnação,

corroborando com os dados obtidos de adsorção em baixa e alta pressão, onde foi observada a

redução da capacidade adsortiva do gás para os materiais modificados. Nesse caso, pode-se

concluir previamente que o CO2 interage fortemente com sítio de níquel impedindo que novas

moléculas possam adsorver, refletindo em menor quantidade de CO2 adsorvido quando

aumenta-se o teor de níquel. Todos os materiais investigados apresentaram valores de ,

mostrando que as condições de adsorção de CO2 foram favoráveis.

4.5.3 Parâmetros termodinâmicos (ΔG e ΔS)

Através dos dados obtidos dos cálculos da variação de energia livre de Gibbs em

função da pressão e da aplicação do fator de compressibilidade para correção do desvio de

comportamento de um gás real, foram obtidas a energia e entropia do sistema de adsorção,

observados na Tabela 4.19, para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-48, 20Ni-

MCM-48 e SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15, 20Ni-SBA-15.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

110 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Tabela 4.19 - Valores obtidos a partir dos cálculos da energia livre de Gibbs em função da

pressão e entropia do sistema de adsorção para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-

MCM-48, 20Ni-MCM-48, SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15.

Amostras de MCM-48 na

forma não impregnada e

impregnada

Amostras de SBA-15 na

forma não impregnada e

impregnada

Pressão

(kPa)

Z ΔG

(kJ mmol-1

)

ΔS

(kJ mmol-1

K-1

)

ΔG

(kJ mmol-1

)

ΔS

(kJ mmol-1

K-1

)

100 0,99485 -394,36 1,323355705 -394,36 1,323355705 300 0,983448 -131,389455 0,440904212 -131,371779 0,440844896 500 0,97315 -78,81643995 0,264484698 -78,80106567 0,264433106

1000 0,94505 -39,39740339 0,132206052 -39,38672315 0,132170212 2000 0,883545 -19,69452637 0,066089015 -19,68803087 0,066067218 3000 0,818218 -13,12887983 0,044056644 -13,12432691 0,044041365 4000 0,75205 -9,84669845 0,033042612 -9,843294431 0,033031189

Os valores apresentados na Tabela 4.19 mostram que o processo de adsorção de CO2

ocorreu de forma espontânea, uma vez que a variação da energia livre de Gibbs foi negativa.

As Figuras 4.33 e 4.34 apresentam as variações da energia livre de Gibbs e entropia para a

faixa de pressão investigada na adsorção de CO2 para os materiais MCM-48, 5Ni-MCM-48,

10Ni-MCM-48, 20Ni-MCM-48, SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e 20Ni-SBA-15,

respectivamente. Observa-se que, para as pressões inferiores a 1000 kPa, o processo de

adsorção é mais espontâneo e para pressões acima de 1000 kPa, as energias livres de Gibbs

são praticamente constante, observando-se apenas pequenas variações. Assim, está em

concordância com a entropia, visto que, para pressões inferiores a 1000 kPa, ocorre uma

diminuição na entropia, confirmando que o processo de adsorção ocorre de forma espontânea

(Atkins & Paula, 2013).

Com a diminuição da entropia, as moléculas de CO2 adsorvidas perdem seu grau de

liberdade e diminuem a desordem do sistema (Atkins & Paula, 2013). Para pressões acima de

1000 kPa, a entropia se aproxima do zero, isto pode estar relacionado ao comportamento do

gás real, uma vez que as forças repulsivas são significativas quando as moléculas estão em

contato e, em virtude de serem interações de curto alcance, as repulsivas se tornam

significativas quando a separação média entre as moléculas é pequena. Este é o caso em

pressão elevada, quando um grande número de moléculas ocupa um volume pequeno. As

forças intermoleculares atrativas tem alcance relativamente grande e são efetivas em

distancias de vários diâmetros moleculares (Atkins & Paula 2013).

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

111 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0 1000 2000 3000 4000

-420

-350

-280

-210

-140

-70

0

S

(k

J m

mo

l-1 K

-1)

G

(k

J m

mo

l-1)

Pressão (kPa)

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

Figura 4.33 - Variações de entropia (Δ) e energia livre de Gibbs ( ) na adsorção de CO2, na

faixa de pressão de 100 a 4000 kPa, para as amostras MCM-48, 5Ni-MCM-48, 10Ni-MCM-

48 e 20Ni-MCM-48.

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Capítulo 4 – Resultados e Discussão Tese de doutorado

112 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

0 1000 2000 3000 4000

-420

-350

-280

-210

-140

-70

0

Pressão (kPa)

G

(k

J m

mo

l-1)

-1,0

-0,5

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

S

(k

J m

mo

l-1 K

-1)

Figura 4.34 - Variações de entropia (Δ) e energia livre de Gibbs ( ) na adsorção de CO2, na

faixa de pressão de 100 a 4000 kPa, para as amostras SBA-15, 5Ni-SBA-15, 10Ni-SBA-15 e

20Ni-SBA-15.

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Capítulo 5

Conclusões

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Capítulo 5 – Conclusões Tese de doutorado

114 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

5. Conclusões

Neste trabalho, foram apresentados os resultados experimentais sobre a síntese,

caracterização e comportamento adsortivo dos adsorventes tipo MCM-48 e SBA-15 não

impregnados e impregnados com níquel, frente à adsorção de CO2 em uma determinada faixa

de pressão.

O planejamento de experimentos realizado através do programa Statistica 7.0 permitiu

a obtenção das melhores condições de síntese para os materiais adsorventes investigados,

sendo que, para o MCM-48, T = 150 °C a 24 hs e para a SBA-15, T = 100 °C a 24 hs.

Através das análises texturais dos adsorventes, foram observadas a obtenção de

isotermas com perfil do tipo 4, segundo a classificação IUPAC, aos quais são atribuídos a

características de materiais mesoporosos. Os diâmetros médios de poros foram estimados

através das curvas de distribuição de poros obtidas pelo método BJH e apresentaram valores

na faixa de 3,2 a 3,9 nm para o MCM-48 e valores na faixa de 4,0 a 6,7 nm para o SBA-15.

Através do método BET foram observadas áreas superficiais na faixa de 798 a 924 m2g

-1 para

as amostras de MCM-48 e de 248 a 587 m2g

-1 para as amostras de SBA-15.

A distribuição de tamanho de poros para o MCM-48 mostrou que, o aumento do teor

de impregnação reduz a quantidade de poros menores, favorecendo o surgimento dos poros

grandes, responsáveis, nesse caso, pelo maior percentual do volume de poros. Por sua vez, na

SBA-15, a impregnação com níquel favorece a redução da quantidade de poros grandes,

revelando, dessa forma, poros menores, os quais são os principais responsáveis pelo volume

de poros referentes a esses materiais. Esse comportamento diferente pode estar relacionado

com a diferença na arquitetura dos canais dos poros desses materiais.

A morfologia das amostras não impregnadas e impregnadas mostrou-se similares entre

si, apresentando partículas na sua maioria uniformes com aspecto de cubos interligados para o

MCM-48 e morfologia tipo vermicular na forma de tubos cilíndricos, consistindo de

agregados tipo corda para a SBA-15. Para os adsorventes impregnados, observou-se a

presença de rugosidades na superfície dos materiais, tornando-se mais nítidas com o aumento

do teor de níquel.

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Capítulo 5 – Conclusões Tese de doutorado

115 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

Na pressão de 100 kPa, as maiores concentrações de adsorção ocorreram para os

materiais 5Ni-MCM-48 (0,795 mmol g-1

) e SBA-15 (0,914 mmol g-1

) não impregnado; com a

pressão em 4000 kPa, para os materiais MCM-48 (14,89 mmol g-1

) e SBA-15 (9,97 mmol g-1

)

não impregnados.

Os dados obtidos dos testes de adsorção se ajustam melhor ao modelo de Freundlich,

pois apresentam coeficientes de correlação próximos a 1, como também mostram que o

processo de adsorção é favorável, de acordo com o parâmetro do modelo de

Freundlich.

A termodinâmica de adsorção mostra que o processo é espontâneo, pois a variação da

energia livre de Gibbs é negativa, assim como a variação de entropia que diminui em pressões

inferiores a 1000 kPa, confirmando que o processo de adsorção ocorre de forma espontânea.

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Capítulo 6

Sugestões para trabalhos futuros

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Capítulo 6 – Sugestões para trabalhos futuros Tese de doutorado

117 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

6. Sugestões para trabalhos futuros

Com base nas técnicas empregadas e resultados obtidos nesse trabalho, podemos sugerir

para trabalhos futuros:

Estudar a incorporação de outras fases ativas sobre materiais mesoporosos tipo MCM-

48 e SBA-15 e verificar a sua capacidade de adsorção de CO2;

Buscar um método de impregnação que melhore a dispersão do metal na superfície do

material e/ou adição de um promotor que aumente a dispersão do metal no suporte;

Avaliar o comportamento dos materiais MCM-48 e SBA-15 na reação de reforma seca

do metano.

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119 Alexsandra Rodrigues do Nascimento, Setembro/2014

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