Tese ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA E TREINAMENTO MUSCULAR ... · Bibliotecária Responsável: Marlene...

159
Tese ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA E TREINAMENTO MUSCULAR INSPIRATÓRIO NA REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR Graciele Sbruzzi

Transcript of Tese ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA E TREINAMENTO MUSCULAR ... · Bibliotecária Responsável: Marlene...

Tese

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA E TREINAMENTO MUSCULAR

INSPIRATÓRIO NA REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR

Graciele Sbruzzi

ii

INSTITUTO DE CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL

FUNDAÇÃO UNIVERSITÁRIA DE CARDIOLOGIA

Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde

Área de Concentração: Cardiologia

ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA E TREINAMENTO MUSCULAR

INSPIRATÓRIO NA REABILITAÇÃO CARDIOPULMONAR

Autora: Graciele Sbruzzi

Orientador: Prof Dr. Rodrigo Della Méa Plentz

Co-orientadora: Profa Dra. Beatriz D`Agord Schaan

Tese submetida como requisito para

a obtenção do grau de Doutor ao

Programa de Pós-Graduação em

Ciências da Saúde: Cardiologia do

Instituto de Cardiologia do Rio

Grande do Sul / Fundação

Universitária de Cardiologia.

Porto Alegre

2011

Bibliotecária Responsável: Marlene Tavares Sodré da Silva

CRB 10/1850

S276e Sbruzzi, Graciele.

Estimulação elétrica e treinamento muscular inspiratório na reabilitação cardiopulmonar / Graciele Sbruzzi; orientação [por] Rodrigo Della Méa Plentz;Beatriz D´Agord Schaan – Porto Alegre, 2011.

157f ; tab.

Tese (Doutorado) - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia - Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde, 2011. 1.Reabilitação.2.Estimulação elétrica.3.Exercícios respiratórios.4.Insuficiência cardíaca.5.Cirurgia torácica. I.Rodrigo Della Méa Plentz.II.Beatriz D´Agord Schaan.III.Título.

CDU: 616.12-008.315:612.21-047.75

iii

Dedico esta conquista aos meus

pais, Juarez e Leda, que sempre

foram meu porto seguro e nunca me

faltaram, me apoiando sempre com

estímulo e compreensão. Sem vocês,

não teria forças para lutar e

alcançar mais esta conquista. Muito

obrigada!!

iv

AGRADECIMENTOS

À minha família, meus pais, Juarez Paulo Sbruzzi e Leda Garbin Sbruzzi, que

iluminam meus caminhos e me dão forças para lutar. Vocês são meus exemplos de

vida. Muito obrigada!!!

Ao meu mestre, Prof. Dr. Rodrigo Della Méa Plentz, exemplo de luta e motivo

da minha admiração pela profissão e pela vida acadêmica. Pessoa fundamental, mais

uma vez, na realização desse trabalho. Tu foste mais do que um orientador, foste um

amigo. Foste a pessoa que me deu forças para eu trilhar esse longo e árduo caminho e

realizar mais essa conquista. Em todos os momentos, quando alguma coisa dava

errada, quando não conseguimos levar adiante o projeto de pesquisa original, quando

eu me desesperava e me estressava (que não foram poucas vezes...), quando eu não

entendia o porquê dos porquês, você procurava resolver os problemas como um amigo

procura ajudar nos momentos mais difíceis, me apoiando com toda tua calma e

sabedoria. Eu te agradeço muito por todos os ensinamentos, pela paciência e amizade

ao longo destes anos, por ter contribuído imensamente para o meu crescimento

pessoal e profissional, e por incentivar-me a nunca desistir de meus sonhos, por mais

difíceis que eles fossem. Foi uma honra ser tua aluna!!

À Profa. Dra. Beatriz D`Agord Schaan, por todo apoio, incentivo e

oportunidades fornecidas, pelos grandes ensinamentos e pela confiança depositada ao

longo do período de mestrado e doutorado.

À Profa Dra. Maria Claudia Irigoyen pelos ensinamentos, pela confiança e

pelo acolhimento e carinhosa receptividade nos períodos de treinamento e cursos no

Incor em São Paulo.

v

Ao Dr. Otávio Berwanger e aos pesquisadores do Instituto de Ensino e

Pesquisa do HCor pelos ensinamentos, acolhimento e treinamento nos estudos de

revisão sistemática e metanálise.

Ao Dr. Iran Castro, pelos ensinamentos, disponibilidade e enorme ajuda na

construção e coleta de dados do terceiro artigo produzido nessa tese.

Ao Dr. Rodrigo Antonini Ribeiro, pela amizade, ajuda e ensinamentos durante

a construção das revisões sistemáticas e pelas oportunidades profissionais oferecidas.

Aos amigos Thiago Dipp, Luiz Ulisses Signori, Antônio Marcos Vargas da

Silva pelos incentivos, apoio e ajuda sempre constante e principalmente pela amizade

conquistada.

A bolsista de iniciação científica Aline Chagastelles Pinto de Macedo pela

ajuda na seleção dos pacientes, coleta dos dados e busca de artigos.

Aos amigos e pesquisadores do LIC (Laboratório de Investigação Clínica),

LCMC (Laboratório de Cardiologia Molecular e Celular) e LEA (Laboratório de

Experimentação Animal): Karina Rabelo Casalli, Andréia Vargas, Melissa Markoski,

Isabel Lameirinhas, Ludmila Markoski, Lucinara Dadda Dias, Bruna Eibel, Cinara

Stein pela amizade, carinho e incentivo depositados.

Ao Programa de Pós Graduação em Ciências da Saúde do Instituto de

Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia, em

especial a Profa Dra. Lucia Campos Pellanda pelo apoio, oportunidades oferecidas e

confiança. As secretárias do PPG – Débora Fraga de Campos Velho, Madalena

Cristina Francisco dos Santos e Fernanda Poester, aos colegas e aos professores do

PPG, meus sinceros agradecimentos e gratidão por toda a ajuda e aprendizado.

vi

Ao Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia Cardiorrespiratória do

IC/FUC, ao MSc. Christian C. Coronel e a Dra Silvia Goldmeier pelo apoio,

confiança e oportunidades profissionais oferecidas.

À Unidade de Pesquisa – Rita Timmers Townsend, Stephanie Schlatter Pilotti

Martins, Maurício Mesquita Reche, Maurício da Silva Hoffmann, Douglas Sartori,

Sérgio Kakuta Kato, Vânia Naomi Hinhata, Maria Lucia Guedes, e à biblioteca -

Lílian Flores e Marlene Tavares, pelo apoio, atenção e ajuda em todos os momentos.

Ao CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)

e a CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) pelo

apoio e concessão das bolsas de estudo durante o doutorado.

Aos pacientes que se propuseram a participar de todas as avaliações realizadas.

Sem vocês seria impossível a realização de parte dessa pesquisa.

A Deus, pelo apoio e fortaleza em todos os momentos de mais essa etapa em

minha vida.

vii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

• EEF – Estimulação elétrica nervosa transcutânea;

• IC – Insuficiência Cardíaca;

• TENS – Estimulação elétrica nervosa transcutânea;

• PEDro – Physiotherapy Evidence Database;

• CVF - Capacidade vital forçada;

• IC95% - Intervalo de confiança de 95%;

• L – Litros;

• FVC - Forced vital capacity;

• ECRs - Ensaios clínicos randomizados;

• PRISMA - Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-

analyses: The PRISMA Statement;

• EVA - Escala analógica visual;

• I2 – Teste de inconsistência;

• CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico;

• CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior;

• DP - Desvio padrão;

• F - Frequência de estimulação;

• T – Tempo do pulso;

• NI - Não informado;

• PO - Pós-operatório;

• IMT - Inspiratory muscle training;

• CHF – Chronic heart failure;

• 6-MWT - Six-minute walk test;

viii

• PImax - Maximal static inspiratory pressure;

• Peak VO2 - Peak oxygen consumption;

• 95% CI – 95% confidence interval;

• m – Meter;

• cmH2O – Centímetros de água;

• ml/kg/min-1 - Mililitros de oxigênio por quilo de peso corporal

• ICC - Insuficiência cardíaca crônica;

• TMI – Treinamento muscular inspiratório;

• VO2 pico - Consumo máximo de oxigênio;

• TC6 – Teste de caminhada de seis minutos;

• RCTs - Randomized controlled trials;

• NYHA – New York Heart Association;

• AE - Aerobic exercise;

• SD - Standard deviation;

• P-IMT - Placebo-inspiratory muscle training;

• PASP – Pulmonary artery systolic pressure;

• SBP – Systolic blood pressure;

• DBP – Diastolic blood pressure;

• HR – Heart rate.

ix

SUMÁRIO

1 BASE TEÓRICA..................................................................................................... 01

1.1 INTRODUÇÃO................................................................................................... 01

1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA............................................................................. 04

1.2.1 Reabilitação Cardiopulmonar.................................................................. 04

1.2.2 Estimulação Elétrica.................................................................................

1.2.2.1 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea no Pós-operatório de

Cirurgias Torácicas....................................................................................................

1.2.3 Treinamento Muscular Inspiratório.......................................................

1.2.3.1 Treinamento Muscular Inspiratório na Insuficiência Cardíaca.................

07

10

14

17

2 JUSTIFICATIVA.................................................................................................... 23

3 OBJETIVOS............................................................................................................ 24

3.1 OBJETIVO GERAL............................................................................................ 24

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS............................................................................... 24

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA BASE TEÓRICA............................ 25

5 ARTIGO 1................................................................................................................ 43

RESUMO...................................................................................................................

ABSTRACT...............................................................................................................

44

45

INTRODUÇÃO......................................................................................................... 46

MÉTODOS................................................................................................................ 48

Critérios de elegibilidade........................................................................................ 48

Estratégia de busca.................................................................................................. 48

Seleção dos estudos e extração dos dados.............................................................. 49

Avaliação do risco de viés........................................................................................ 50

Análise dos dados..................................................................................................... 50

x

RESULTADOS.........................................................................................................

Descrição dos estudos..............................................................................................

Risco de viés..............................................................................................................

Efeito das intervenções............................................................................................

51

51

51

52

DISCUSSÃO.............................................................................................................

Sumário das evidências...........................................................................................

Pontos fortes e limitações da revisão......................................................................

Comparação com outras revisões...........................................................................

55

55

55

57

CONCLUSÃO........................................................................................................... 58

AGRADECIMENTOS.............................................................................................. 58

REFERÊNCIAS........................................................................................................ 59

LEGENDAS DAS FIGURAS................................................................................... 62

TABELAS.................................................................................................................. 63

FIGURAS.................................................................................................................. 80

6 ARTIGO 2................................................................................................................ 85

ABSTRACT...............................................................................................................

RESUMO...................................................................................................................

86

87

BACKGROUND........................................................................................................ 88

METHODS................................................................................................................ 89

Eligibility criteria..................................................................................................... 89

Search strategy and study selection…………........................................................ 89

Data extraction…………………………………..................................................... 90

Assessment of risk of bias........................................................................................ 91

Data analysis.............................................................................................................

Summary of evidence: GRADE-criteria…………………………………………

91

92

xi

RESULTS..................................................................................................................

Description of studies...............................................................................................

Risk of bias………………………………………………………………………...

Effects of interventions……………………………………………………………

92

92

93

93

DISCUSSION............................................................................................................

Summary of evidence...............................................................................................

Strengths and limitations of the review………………………………………….

96

96

99

CONCLUSION..........................................................................................................

SOURCES OF FUNDING........................................................................................

101

101

CONFLICT OF INTEREST…………………………...……...................................

REFERENCES..........................................................................................................

101

102

FIGURE LEGENDS.................................................................................................. 106

TABLES…………….……….................................................................................... 107

FIGURES................................................................................................................... 112

7 ARTIGO 3................................................................................................................. 116

ABSTRACT...............................................................................................................

BACKGROUND.......................................................................................................

118

120

METHODS................................................................................................................ 121

RESULTS.................................................................................................................. 124

DISCUSSION........................................................................................................... 126

ACKOWLEDGEMENTS......................................................................................... 129

REFERENCES......................................................................................................... 130

FIGURE LEGENDS................................................................................................ 136

TABLES.................................................................................................................... 137

FIGURES.................................................................................................................. 140

xii

8 CONCLUSÕES GERAIS........................................................................................ 143

9 ANEXOS................................................................................................................... 144

1

1 BASE TEÓRICA

1.1 INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares são responsáveis atualmente por uma elevada

taxa de mortalidade e de internações hospitalares, sendo consideradas como um grave

problema social e de saúde pública 1. A reabilitação cardiopulmonar e metabólica esta

indicada para os pacientes que apresentam essas doenças, já que o treinamento físico

resulta na melhora da capacidade funcional, qualidade de vida e morbi-mortalidade

destes indivíduos. Portanto, a prática de exercício físico regular é indicada para esses

pacientes (recomendação grau A e nível de evidência 1) 2.

Porém, alguns indivíduos não podem realizar reabilitação cardiopulmonar

convencional, ou por estarem muito debilitados ou por não se adaptarem à realização

de exercício ou por não suportarem até mesmo baixos níveis de esforços. Assim,

tratamentos alternativos como a estimulação elétrica 3-6 e o treinamento muscular

inspiratório (TMI) 7-10 têm sido propostos e têm apresentado resultados positivos na

reabilitação desses pacientes.

Recentemente, nosso grupo de pesquisa demonstrou através de uma revisão

sistemática com metanálise de ensaios clínicos randomizados que o tratamento com

estimulação elétrica funcional (EEF) em pacientes com insuficiência cardíaca (IC)

promove um ganho similar na distância percorrida no teste de caminhada de 6

minutos e na força muscular quando comparado ao exercício aeróbio convencional.

Também foi observado um aumento no consumo máximo de oxigênio quando o

tratamento com EEF foi comparado a grupo controle (EEF placebo). Assim, concluiu-

2

se que a EEF pode ser uma alternativa em relação ao exercício aeróbio convencional

para pacientes com ICC que não podem realizar essa forma de exercício 6.

No entanto, existem situações e determinadas doenças na cardiologia em que

os resultados das intervenções, estimulação elétrica e TMI, ainda são controversos

quanto aos seus efeitos e benefícios.

Na IC, que é uma doença de alta prevalência e que apresenta impactos

importantes para a saúde das pessoas, bem como para a sociedade 1, 11, observa-se que

o tratamento com TMI promove resultados benéficos, porém os ensaios clínicos

existentes sobre o assunto possuem número amostral pequeno, baixa qualidade

metodológica e resultados inconclusivos 7, 12-14.

Além disso, algumas situações como as doenças isquêmicas do coração,

necessitam de procedimentos cirúrgicos a céu aberto devido a sua gravidade ou

mesmo como única forma de tratamento e, entre os procedimentos adotados, a

cirurgia torácica é amplamente utilizada para tratamento dessas doenças. Além da

analgesia medicamentosa, a estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS)

associada ao uso de analgésicos, vem sendo utilizada como meio de alívio da dor,

melhora da mecânica da caixa torácica e, consequentemente, redução de possíveis

complicações respiratórias após a realização das cirurgias torácicas 15-21. Apesar da

existência de ensaios clínicos com o uso da TENS no pós-operatório de cirurgias

torácicas (cardíacas e pulmonares), as informações são inconclusivas sobre a eficácia

dessa intervenção. Recentemente foi publicada uma revisão sistemática sobre esse

assunto 3 na qual não foi realizada metanálise sobre o principal desfecho de interesse

que é a dor. Além disso, essa revisão incluiu apenas estudos em inglês e estudos que

realizaram cirurgia torácica com abordagem cirúrgica somente por toracotomia

3

posterolateral, sem levar em consideração as cirurgias cardíacas com abordagem por

esternotomia mediana.

Assim, considerando a necessidade de sumarizar as evidências sobre os efeitos

da estimulação elétrica no pós-operatório de cirurgia torácica (cardíaca e pulmonar), e

do TMI na IC, como alternativas para a reabilitação cardiopulmonar, a realização de

revisões sistemáticas com metanálise sobre esses assuntos tornam-se pertinentes. A

constatação da ausência na literatura de estudos que expliquem o mecanismo

fisiológico promovido pelo TMI na melhora dos desfechos pulmonares nesses

pacientes, também foi objetivo dessa tese avaliar o efeito agudo do TMI na pressão da

artéria pulmonar em pacientes com IC.

Dessa forma, o presente trabalho tem como objetivo verificar quais os efeitos

da estimulação elétrica e do treinamento muscular inspiratório na reabilitação

cardiopulmonar, assim dividido: 1 - revisar sistematicamente os efeitos da

estimulação elétrica nervosa transcutânea no pós-operatório de cirurgias torácicas; 2 -

revisar sistematicamente os efeitos do treinamento muscular inspiratório em pacientes

com insuficiência cardíaca crônica; 3 - avaliar o efeito agudo do treinamento muscular

inspiratório na pressão da artéria pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca.

Inicialmente será apresentada uma revisão narrativa da literatura

contextualizando os assuntos expostos acima e introduzindo alguns conceitos

referentes aos temas estudados, como forma de evidenciar o tema investigado.

4

1.2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

1.2.1 Reabilitação Cardiopulmonar

A reabilitação cardiopulmonar e metabólica define a reabilitação como a

integração de intervenções denominadas “ações não farmacológicas”, e tem como

objetivo proporcionar melhores condições funcionais, psicológicas e sociais para

pacientes com doença cardiovascular, pulmonar e metabólica 22. A reabilitação

cardiopulmonar é recomendada, com base em evidências científicas e de comprovadas

vantagens de ordem econômica e social, para pacientes com doenças

cardiovasculares, tais como a doença coronária aterosclerótica 23, 24, IC 25, 26,

hipertensão arterial sistêmica 27, 28; doenças pulmonares, como a doença pulmonar

obstrutiva crônica 29, 30 e doenças metabólicas, como a obesidade31, síndrome

metabólica 32 e diabetes mellitus 33.

Além dessas, outras doenças e situações clínicas também são elegíveis para a

reabilitação cardiopulmonar e metabólica como: pacientes com asma, doença

isquêmica do coração, pós-operatório de cirurgia cardíaca, pacientes sem doença

coronariana clinicamente manifesta, mas considerados de alto risco, e pacientes com

distúrbios circulatórios arteriais (doença arterial periférica), venosos (varizes) e

linfáticos 2.

No passado não muito distante, pacientes com IC eram aconselhados a evitar o

esforço físico com o objetivo de que o repouso no leito poderia minimizar os sintomas

da doença 34 e acreditava-se que a realização de atividades físicas poderia acelerar a

progressão da disfunção ventricular esquerda 35. Entretanto, já está bem elucidado na

literatura que a redução na atividade física pode levar a um estado de

descondicionamento físico que contribui para o agravamento dos sintomas e piora na

5

evolução clínica dos pacientes 36. Vários estudos envolvendo pacientes com IC e

exercício, mostraram que exercício físico regular pode ser um eficiente agente

terapêutico de auxílio ao tratamento da IC 26, 37, pois aumenta a tolerância à atividade,

melhora o estado clínico do paciente e melhora sua capacidade física 38-40.

Segundo a III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica 41 e as

Diretrizes para o Diagnóstico e Tratamento da Insuficiência Cardíaca em Adultos do

American College of Cardiology Foundation/American Heart Association 42,

programas de treinamento físico em associação com o tratamento farmacológico

otimizado são recomendados para melhorar a condição clínica e a capacidade

funcional de pacientes com IC estável, sendo considerado um tratamento custo efetivo

41. Assim, o exercício físico faz parte integrante do tratamento da IC, tendo

recomendação grau A e nível de evidência 1 2.

Evidências demonstram que o treinamento físico, praticado regularmente,

pode reverter várias alterações fisiopatológicas provocadas pela IC como: melhora do

controle autonômico através do aumento do tônus vagal e redução da ativação

simpática 43, 44, melhora da disfunção endotelial 45, diminuição do estresse oxidativo

46, redução da resistência vascular sistêmica 47, aumento da massa muscular 48,

aumento do fluxo sanguíneo periférico 40, provoca alterações do metabolismo

incluindo aumento da capacidade oxidativa dos músculos esqueléticos, melhorando a

eficiência do metabolismo aeróbio 38, 39 e mudanças na estrutura do músculo

esquelético através do aumento das fibras do tipo I e diminuição das fibras do tipo II

40, 49.

Além disso, podemos observar através de algumas revisões sistemáticas que o

condicionamento físico alcançado pelo treinamento reduz a taxa de mortalidade e o

6

número de hospitalizações, e melhora a tolerância ao exercício e a qualidade de vida

dos pacientes com IC 26, 50, 51.

A reabilitação cardiopulmonar tem enfatizado atividades rítmicas, contínuas e

aeróbias para aumentar a resistência cardiorrespiratória. Entretanto, treinamentos de

resistência ou com peso, quando prescritos e supervisionados adequadamente,

também têm mostrado efeitos benéficos na força, resistência cardiovascular,

capacidade funcional, além de apresentar impacto positivo sobre fatores de risco

cardiovasculares 52. As atuais evidências sugerem que exercícios de resistência

dinâmicos apropriados, de baixa ou moderada intensidade, devem ser recomendados

como um modo de treinamento seguro e efetivo (complementar ao treinamento

aeróbio convencional 53) para melhorar as alterações provocadas pela IC 54, e devem

ser parte das intervenções não farmacológicas na reabilitação cardíaca 55, 56.

Segundo um consenso da American Heart Association e da American

Association of Cardiovascular and Pulmonary Rehabilitation 57, os programas de

reabilitação cardíaca devem oferecer uma abordagem multidisciplinar para a redução

do risco cardiovascular global, incluindo avaliação inicial do paciente,

aconselhamento nutricional, manejo dos fatores de risco (lipídios, pressão arterial,

peso, diabetes mellitus, tabagismo), intervenções psicosociais e aconselhamento para

atividade física e exercício físico.

Em relação ao exercício físico, este consenso preconiza que deve ser prescrito

treinamento aeróbio e de resistência de forma individualizada. Para o exercício

aeróbio é indicado que seja prescrito: 3-5 dias por semana, com intensidade referente

a 50-80% da capacidade funcional, devem ser realizados 20-60 minutos diariamente, e

a modalidade de treinamento deve ser contínua ou intervalar como caminhada, esteira,

ciclismo, remo, subir escadas e ergometria de braços ou pernas. Para o exercício de

7

resistência é indicado que seja realizado 2-3 dias por semana, com intensidade de 10-

15 repetições, definido como fadiga moderada, duração de 1-3 séries, cada uma

composta por 8-10 exercícios diferentes de membros superiores e inferiores, e as

modalidades de treinamento pode ser ginástica, elásticos, halteres, pesos livres e

polias. Além disso, em cada sessão de treinamento devem ser incluídos períodos de

aquecimento, desaquecimento e alongamento. A escala de Borg pode ser utilizada na

prescrição da intensidade do exercício, especialmente em pacientes em uso de beta-

bloqueadores. O limiar anaeróbio geralmente ocorre com uma percepção de esforço

entre 13 e 15 da referida escala 58.

A IC, considerada uma das doenças cardiovasculares mais prevalentes

atualmente, é uma síndrome clínica complexa caracterizada por anormalidades

cardiovasculares, músculo-esqueléticas, neuro-hormonais, respiratórias e metabólicas.

Dessa forma, podemos observar que o treinamento físico resulta na reversão dessas

diversas alterações fisiopatológicas que limitam a capacidade funcional destes

indivíduos. Portanto, pacientes com IC devem praticar exercício físico regularmente

59.

Porém, alguns indivíduos não podem realizar reabilitação cardiopulmonar

convencional, ou por estarem muito debilitados ou por não se adaptarem a realização

de exercício ou por não suportarem até mesmo baixos níveis de esforços. Assim,

treinamentos alternativos como a estimulação elétrica 3-6 e o TMI 7-10 têm sido

propostos e tem apresentado resultados positivos na reabilitação desses pacientes.

1.2.2 Estimulação Elétrica

A aplicação terapêutica da corrente elétrica teve início na antiguidade com o

emprego da eletricidade animal. Nesta época, a eletroterapia era considerada uma

8

forma de tratamento e não apresentava nenhum fundamento científico para sua

utilização. Os médicos utilizavam o peixe-torpedo ou enguias para transmitir corrente

elétrica aos pacientes com propósitos terapêuticos, que variavam do controle da dor

até o ressuscitamento. Relata-se que no tempo do imperador romano Tiberius, um

escravo chamado Antero, estava caminhando as margens do rio Tibre quando

tropeçou em um peixe elétrico e ficou curado de sua gota. Desta forma empírica, o

emprego da eletroterapia manteve-se até o século XVI 60.

No século XVI, William Gilbert escreveu sobre suas descobertas em relação

ao uso da eletricidade com finalidades terapêuticas e passou a ser considerado o pai da

eletroterapia moderna. Na metade do século XVII, Francesco Redi realizou pesquisas

com o peixe elétrico e concluiu que a energia era originada de músculos altamente

especializados 61.

Em 1780 surgiu a corrente galvânica. As experiências de Luigi Galvani

demonstraram que o músculo pode manifestar qualidades contráteis quando

submetido a um estímulo elétrico eficaz. Em uma série de experimentos, Galvani,

trabalhando na Universidade da Bolonha, Itália, descobriu que a corrente elétrica

liberada por um jarro de Leyden ou um gerador eletrostático rotatório causava a

contração dos músculos na perna de um sapo e muitos outros animais, tanto ao aplicar

a carga no músculo, quanto no nervo 61.

Foi Alessandro Volta, o descobridor da pilha elétrica (pilha voltaica), quem

deduziu que a eletricidade originada do contato de dois metais diferentes era capaz de

provocar contrações musculares. Mais tarde Galvani foi capaz de demonstrar que o

disparo do músculo ocorria tanto pelo contato com o nervo quanto com o metal e foi

consagrado como o descobridor do fenômeno da contração muscular sob o efeito da

corrente elétrica 61.

9

Em 1831, Michael Faraday descobriu a corrente farádica, surgindo a

possibilidade de estimular músculos com correntes elétricas alternadas sob controle 61.

O primeiro pesquisador a introduzir o uso da estimulação elétrica para excitar nervos

em humanos foi Duchenne de Boulogne, em 1876. Ele colocou eletrodos sobre nervos

e pontos motores musculares e verificou a presença de excitabilidade nos músculos,

sendo o precursor do eletrodiagnóstico moderno 61.

A partir da primeira e segunda guerra mundial, com o desenvolvimento das

válvulas e dos transistores, um grande número de aparelhos foi surgindo, tornado

possível o emprego da estimulação elétrica com várias finalidades, tanto no

diagnóstico como no tratamento das doenças. Assim, em 1921, Bernard instituiu a

corrente diadinâmica e em 1950, Nemec, a corrente interferencial 61. O primeiro

aparelho portátil de estimulação elétrica funcional foi desenvolvido em 1960 por

Wladimir Liberson para ser utilizado como órtese funcional em pacientes

hemiplégicos 62.

O desenvolvimento da estimulação elétrica nervosa transcutânea está baseado

diretamente no trabalho inovador de Melzack & Wall (1965) que constituiram a teoria

da comporta para explicar o controle e modulação da dor 63. Essa teoria consiste na

hipótese de que a percepção da dor é regulada por uma comporta que pode ser aberta

ou fechada por meio de impulsos provenientes dos nervos periféricos ou sistema

nervoso central regulando, assim, a sensibilidade dolorosa 64.

Em 1967, Wall & Sweet testaram essa teoria e relataram a abolição

temporária da dor por meio da estimulação elétrica de nervos periféricos, usando

eletrodos sobre a superfície da pele. Essa técnica tornou-se conhecida como

estimulação elétrica nervosa transcutânea – TENS. Assim, a TENS tem sido

10

amplamente utilizada no alívio sintomático da dor, através da estimulação das fibras

nervosas que transmitem sinais ao encéfalo, interpretados pelo tálamo como dor. 65.

Vários trabalhos têm relatado o uso da TENS em diversas condições de dores

agudas, como por exemplo: pós-operatório de cirurgias torácicas 3, salas de

emergência 66, durante o trabalho de parto 67, nas lesões medulares agudas 68 e nas

lesões desportivas 69; e também tem sido utilizada para o tratamento de dores

crônicas, como: neuropatia diabética 70, câncer 71 e esclerose múltipla 72.

1.2.2.1 Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea no Pós-operatório de Cirurgias

Torácicas

Apesar da evolução tecnológica observada na medicina e na área cirúrgica de

um modo geral e da utilização de métodos menos invasivos cada vez mais

proeminentes, ainda é grande o número de doenças que requerem intervenções com

abordagem cirúrgica aberta. Além disso, o aumento da prevalência da doença

isquêmica do coração na população motivou o surgimento de grande número de

estudos visando ao aprimoramento de seu tratamento, diagnóstico e profilaxia 73.

A cirurgia torácica surgiu no final do século XIX e progrediu rapidamente no

século XX a partir do aprimoramento da anestesia, do controle da infecção e da

reposição sanguínea 74. Esses procedimentos são acompanhados de métodos para

controle da dor, os quais auxiliam na recuperação e na qualidade de vida dos

pacientes15.

As cirurgias torácicas são divididas em dois tipos principais: pulmonares e

cardíacas. Nas pulmonares, a abordagem cirúrgica predominante é via toracotomia; já

nas cardíacas, a esternotomia mediana é a incisão mais usada, sendo melhor para a

11

exposição da região, porém pode alterar significativamente a função pulmonar pela

extensão da incisão e gerar consequente instabilidade do tórax superior 75.

A dor tem sido apontada como uma das principais fontes de preocupação para

os pacientes no pós-operatório de cirurgia torácica, e sabe-se que o tipo de abordagem

cirúrgica gera diferentes níveis de dor 15. Em estudo realizado com pacientes que

realizaram cirurgia cardíaca, foi observado que a dor não se relacionou com o tipo de

procedimento cirúrgico realizado (revascularização miocárdica, troca valvar e

ressecção valvar parcial com envolvimento da artéria torácica interna, veia safena e

colocação de válvulas metálicas) 76. Mueller et al. 77, também não encontraram

diferença nas características da dor quando comparados diferentes tipos de cirurgia,

mesmo em procedimentos mais profundos. Porém, Benedetti et al. 15 encontraram

diferença nos níveis de dor de acordo com o tipo de abordagem cirúrgica,

demonstrando maior percepção de dor nas abordagens por toracotomia póstero-lateral.

Isso ocorre por várias causas tais como a incisão, a retração dos tecidos, a

utilização de drenos torácicos após a cirurgia, local dos drenos e pelo processo

inflamatório. Essa situação clínica pode colaborar com o aumento das complicações

pulmonares no pós-operatório, tais como diminuição da força muscular respiratória,

dos volumes e capacidades pulmonares, bem como a redução da efetividade da tosse e

aumento de infecções, as quais interferem no quadro evolutivo do paciente e são

consideradas as principais causas de morbidade e mortalidade nesses casos 76, 78.

Sasserson et al. 79 realizaram um estudo com objetivo de avaliar a intensidade

e a localização da dor durante o período de internação e suas repercussões na função

respiratória de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca eletiva. Foram avaliados 31

pacientes e observou-se que o local com maior frequência de dor referida foi o esterno

e sua intensidade foi maior no primeiro dia de pós-operatório, tendo piora em relação

12

aos obtidos no pré-operatório não sendo observado retorno aos valores pré-operatórios

até o 5º dia de pós-operatório em todas as variáveis observadas. Também foi

observada uma correlação negativa entre a dor e a pressão inspiratória máxima no

primeiro dia de pós-operatório. Assim, os autores concluíram que a dor pós-operatória

diminuiu a função respiratória nos pacientes avaliados, prejudicando a realização de

inspirações profundas, principalmente no primeiro dia de pós-operatório.

Segundo Renault et al. 80, os prejuízos na reinsuflação pulmonar podem

culminar na perpetuação ou agravamento do quadro, favorecendo o desenvolvimento

de processos pneumônicos e atelectasias que estão relacionados à deterioração nas

trocas gasosas e à diminuição nos volumes pulmonares, reduzindo a capacidade

residual funcional e a complacência pulmonar. Essas alterações são consideradas

clinicamente relevantes quando progridem em extensão ou são persistentes. Sua

ocorrência, quando associadas à hipoxemia, provoca aumento do trabalho respiratório

ou outro sinal de esforço.

Além da analgesia farmacológica, a eletroanalgesia tem sido proposta como

um tratamento auxiliar para o alívio da dor pós-operatória, com consequente melhora

da mecânica da caixa torácica e redução de possíveis complicações respiratórias nas

cirurgias torácicas. A TENS é um recurso amplamente utilizado no alívio sintomático

da dor 64, podendo ser utilizada na rotina pós-operatória hospitalar como coadjuvante

da analgesia convencional, pois além de ser não invasiva e não farmacológica é

confortável. Além disso, alguns estudos observaram menor necessidade do uso de

fármacos no controle da dor quando associada a TENS 20, 81.

Entretanto há divergência de resultados entre os estudos. Gregorini et al. 20

demonstraram que a TENS é eficaz no controle da dor no pós-operatório de cirurgia

cardíaca e proporciona melhora da força muscular respiratória e aumento dos volumes

13

e capacidades pulmonares. Stratton & Smith 82 além de relatarem uma melhora na

capacidade vital forçada, sugerem uma melhora também na expansão torácica e

mobilidade do paciente, após o uso da TENS. Porém, Stubbing & Jellicoe 83

demonstraram que a TENS não alterou o quadro de dor dos pacientes pós-cirurgia

torácica, gerando a necessidade de sistematização das informações existentes.

Bjordal et al. 81 publicaram uma revisão sistemática com metanálise com

ensaios clínicos randomizados que utilizavam a TENS vs. TENS placebo como

recurso analgésico no período pós-operatório. Os estudos foram incluídos no período

de 1966 a 2001. Nessa revisão, os autores demonstraram que a TENS reduz o

consumo de analgésicos e pode ser utilizada como uma alternativa para o alívio da dor

no período pós-operatório.

Em uma publicação mais recente, Freynet & Falcoz 3 concluíram que a

associação entre analgesia farmacológica e a TENS é eficaz no alívio da dor no pós-

operatório de cirurgia torácica por toracotomia. Embora exista uma revisão

sistemática recente sobre o assunto, a mesma não utilizou metanálise, incluiu apenas

estudos em inglês e estudos que realizaram abordagem somente por toracotomia

póstero-lateral. Considerando a necessidade de sumarizar evidências sobre os efeitos

da TENS no pós-operatório de cirurgia torácica (tanto na abordagem por toracotomia

quanto por esternotomia) como estratégia para garantir um adequado tratamento

fisioterapêutico em relação ao período pós-operatório, faz-se necessário uma nova

revisão sistemática com metanálise sobre o assunto.

14

1.2.3 Treinamento Muscular Inspiratório

Devido à dificuldade que alguns pacientes com IC possuem para realizar

treinamento físico aeróbico regular, o TMI pode ser outra alternativa para a

reabilitação cardiopulmonar desses pacientes.

Existem três modos principais que podem ser usados para treinamento da

musculatura inspiratória: a respiração com o uso de equipamento que impõe

resistência inspiratória (Threshold®); a respiração orientada para aumentar os

volumes respiratórios (com uso de incentivadores respiratórios) e a eletroestimulação

do nervo frênico 84.

A maioria dos estudos realiza TMI por meio do Threshold inspiratório®, que é

um equipamento de baixo custo e de qualidade consistente. O Threshold inspiratório®

corresponde a um cilindro de plástico que contém uma válvula de fluxo de ar e um

regulador interno (êmbolo) que controla a intensidade da pressão inspiratória máxima

(PImax) e não depende do fluxo inspiratório do paciente. O peso do êmbolo permite

uma carga linear e estável, mesmo em altas cargas inspiratórias 85. O paciente realiza

o treinamento com as narinas ocluídas e a inspiração é feita por meio do bucal por via

oral, gerando assim uma pressão negativa favorecendo a contração máxima da

musculatura inspiratória 84. Desta forma, o treinamento com carga pressórica linear é

mais indicado em função do controle e administração da carga inspiratória, além da

não alteração do padrão respiratório.

O TMI pode ser indicado na reabilitação cardiopulmonar para o tratamento de

várias doenças. Uma das indicações do TMI é na reabilitação de pacientes com

doença pulmonar obstrutiva crônica. Uma revisão sistemática com metanálise

incluindo 32 ensaios clínicos randomizados foi realizada para demonstrar os efeitos

do TMI nos pacientes acometidos por essa doença. Concluiu-se que o TMI melhora a

15

força e a resistência muscular inspiratória, capacidade funcional, dispneia e qualidade

de vida. Além disso, em pacientes com fraqueza muscular inspiratória, a adição do

TMI a um programa de exercício aeróbio convencional, melhora a PImax e a

capacidade funcional 86.

O TMI também demonstrou ser efetivo no tratamento de pacientes com asma.

Turner et al. 87 randomizaram 15 pacientes com asma para receber TMI com 50% da

PImax ou TMI com 15% da PImax (TMI placebo) durante 6 semanas. Foi observado

que o TMI com 50% da PImax promoveu atenuação da fadiga muscular inspiratória,

reduziu a percepção de dispneia, e aumentou a tolerância ao exercício nesses

pacientes.

Outra indicação do TMI é na reabilitação de pacientes com hipertensão arterial

sistêmica. Foi demonstrado recentemente através de um ensaio clínico randomizado

com 13 pacientes com hipertensão, que o TMI realizado com 30% da PImax durante 8

semanas, foi capaz de reduzir a pressão arterial sistólica e diastólica de 24 horas e

diurna, comparado ao TMI placebo (sem carga inspiratória). Em relação ao controle

autonômico cardiovascular, os autores demonstraram que o TMI promoveu aumento

da modulação parassimpática e redução na modulação simpática, demonstrando

efeitos benéficos desse tratamento na modulação cardiovascular de pacientes

hipertensos 8.

O TMI também pode ser utilizado na reabilitação de pacientes após cirurgia de

revascularização do miocárdio. Em estudo realizado, 43 pacientes submetidos a essa

cirurgia foram randomizados para receber TMI ou cuidados usuais pré e pós cirurgia.

O grupo que recebeu TMI apresentou uma recuperação mais rápida da força muscular

inspiratória, capacidade funcional, permanência na unidade de terapia intensiva,

16

qualidade de vida e status psicossocial, comparado aos cuidados usuais, após cirurgia

de revascularização do miocárdio 88.

Também foi demonstrado em um ensaio clínico randomizado os efeitos

benéficos do TMI realizado no período pré-operatório de cirurgia bariátrica. Trinta e

duas mulheres foram randomizadas para receber TMI ou controle usual. O grupo que

recebeu tratamento com TMI no pré-operatório teve um aumento na força muscular

inspiratória e menos efeitos deletérios da cirurgia bariátrica no período pós-operatório

89, o que também foi demonstrado por Casali et al. 90.

Outra indicação para reabilitação com TMI é para pacientes com diabetes

mellitus. Recentemente, um ensaio clínico randomizado foi realizado com 25

pacientes com diabetes mellitus e fraqueza muscular inspiratória. Desses, 12

receberam TMI e 13 receberam TMI placebo por oito semanas. Os autores

observaram que o TMI aumentou a força muscular inspiratória nesses pacientes, mas

sem alteração na capacidade funcional e no controle autonômico 91.

O TMI também promove efeitos benéficos em pacientes com doenças

neurológicas, como demonstrado em estudo com pacientes com esclerose lateral

amiotrófica. Nesse trabalho, o TMI atenuou a fadiga muscular inspiratória, reduziu a

percepção de dispneia, e concluiu-se que esse treinamento pode fortalecer a

musculatura inspiratória e retardar o declínio da função respiratória em pacientes com

essa doença 92. Esses efeitos também foram demonstrados em estudo com pacientes

com esclerose múltipla, em que o TMI realizado por 10 semanas promoveu aumento

da força muscular inspiratória e resultou em melhora na função pulmonar expiratória

93.

O número de estudos com TMI vem aumentando e seus efeitos têm sido

analisados também em outras populações, entre elas: indivíduos jovens saudáveis 94,

17

fibrose cística 95, pré e pós-operatório de ressecção pulmonar 96, desmame da

ventilação mecânica 97, tetraplegia 98, distrofia neuromuscular 99, miastenia gravis 100,

insuficiência renal crônica em hemodiálise 101, e em pacientes com IC 7, 13, 14, 102, 103.

Os benefícios fisiológicos do TMI ocorrem quando os estímulos são

apropriados, respeitando três princípios básicos: sobrecarga, especificidade e

reversibilidade. O princípio da sobrecarga refere-se a que o músculo deve ser

solicitado em níveis superiores ao usual para que as células musculares aumentem em

tamanho ou capacidade funcional. O da especificidade, refere-se a que o treinamento

deve ser direcionado especificamente para as propriedades do músculo, ou seja,

diferentes rotinas de treinamento são necessárias para obter aumento de força e

resistência. O princípio de reversibilidade refere-se a que os efeitos do treinamento

são transitórios e reversíveis, portanto há necessidade de se estabelecer uma rotina de

TMI 84.

1.2.3.1 Treinamento Muscular Inspiratório na Insuficiência Cardíaca

A IC representa, atualmente, uma das mais prevalentes doenças do sistema

cardiovascular, acarretando elevados custos sociais e econômicos. Estima-se que

80.000.000 de indivíduos (aproximadamente 1 em cada 3) tenham um ou mais tipos

de doença cardiovascular. Destes, estima-se que 38.100.000 tenham 60 anos ou mais

de idade. Dentre as doenças cardiovasculares, grande parcela da população possui

hipertensão arterial sistêmica (73.600.000) 104, enquanto 5.700.000 apresentam

diagnóstico de IC 105.

A taxa anual de novos casos de IC por 1000 habitantes é de 15,2% para

homens e 8,2% para mulheres entre 65 e 74 anos de idade, 31,7% e 19,8% para

aqueles entre 75 e 84 anos e 65,2% e 45,6%, respectivamente, para idade superior a

18

85 anos. Os custos estimados diretos e indiretos para esta doença nos Estados Unidos

para 2009 foram de U$ 37,2 bilhões 104. No Brasil, em 2009, a IC foi a quarta causa

clínica responsável pelo maior número de hospitalizações no Sistema Único de Saúde

(SUS) 106.

Apesar da taxa de hospitalização por IC e a taxa de mortalidade terem

declinado substancialmente de 1998 a 2008 nos Estados Unidos, essas taxas ainda

permanecem altas 107. Dessa forma, a IC se constitui um problema grave e atual nos

âmbitos da cardiologia e da saúde pública. Apesar dos progressos ocorridos nas

últimas duas décadas no entendimento dos mecanismos mais íntimos da falência

ventricular como uma síndrome endócrino-metabólica, a IC continua sendo

responsável por elevada morbidade e mortalidade em todo o mundo 1, sendo que a

taxa de mortalidade tende a aumentar com os anos a partir do início dos sintomas 11.

A IC é uma síndrome clínica complexa que pode resultar a partir de qualquer

distúrbio cardíaco estrutural ou funcional que compromete a capacidade do ventrículo

esquerdo de encher ou ejetar sangue. As manifestações da IC caracterizam-se por

dispnéia e fadiga, que podem limitar a tolerância ao exercício, e retenção de líquidos,

que pode levar à congestão pulmonar e edema periférico. Ambas as anormalidades

podem prejudicar a capacidade funcional e a qualidade de vida dos indivíduos

acometidos por essa doença 108. Doença arterial coronariana, hipertensão arterial

sistêmica e cardiomiopatia dilatada são as causas principais de IC. De fato, quase

qualquer forma de doença cardíaca pode levar a IC 108, 109.

Na IC, o grau de disfunção ventricular esquerda vem sendo relacionado como

o principal determinante do prognóstico da doença 110, 111. Em resposta à diminuição

da funcionalidade do ventrículo esquerdo, ocorre uma série de episódios

compensatórios, na tentativa de manter um débito cardíaco adequado: 1) hipertrofia e

19

dilatação ventricular: provê mais massa e superfície para que as cargas sejam

distribuídas, permitindo ao ventrículo suportar a sobrecarga, porém contribui para o

esgotamento da reserva contrátil cardíaca; 2) estimulação do sistema nervoso

simpático: provoca taquicardia, vasoconstrição periférica, aumento das catecolaminas

e redistribuição do fluxo sanguíneo, porém aumenta o consumo de oxigênio

miocárdico e pode comprometer o fluxo coronariano pelo encurtamento da diástole;

3) mecanismo de Frank-Starling: o ventrículo responde a um aumento na pré-carga

com um aumento na força de contração; 4) ativação do sistema renina-angiotensina-

aldosterona: ocasiona vasoconstrição e aumento no volume sanguíneo através da

retenção de sal e água 112-114.

Evidências defendem a hipótese de que a intolerância ao exercício em

pacientes com falência cardíaca crônica não é somente uma consequência da função

cardíaca reduzida, mas é também um resultado de alterações no metabolismo

oxidativo do músculo esquelético 38, 115, já que estudos têm demonstrado que existe

uma pobre relação entre medidas de desempenho cardíaco e os sintomas produzidos

pela doença 116.

Dessa forma, a função cardíaca comprometida levaria a alterações periféricas

secundárias, como a disfunção endotelial (tanto no leito arterial 117, quanto no leito

venoso 118), estresse oxidativo 119, anormalidades no metabolismo do tecido muscular

esquelético 120, deficiências no fluxo sanguíneo periférico 121 e hiperatividade

simpática 122, 123, que limitam ainda mais o desempenho físico do indivíduo 108, 113 e

despertam cada vez mais os interesses de pesquisadores já que as alterações centrais

hemodinâmicas, por si só, não são capazes de explicar a intolerância ao esforço na IC

124, 125.

20

A atrofia muscular esquelética é outro fator comum em pacientes com IC,

podendo contribuir para a intolerância ao exercício, levando frequentemente, ao

estado de caquexia 126, 127 e também contribuindo para anormalidades metabólicas

musculares 128. As causas prováveis para esse estado estão relacionadas à inatividade

física progressiva e ao aumento dos níveis plasmáticos de citocinas, ocorrendo

diminuição da massa muscular esquelética, principalmente com diminuição das fibras

musculares oxidativas (tipo I) e aumento das fibras glicolíticas (tipo II) 40.

Além dessas alterações, pacientes com IC comumente apresentam

anormalidades no sistema pulmonar que envolvem tanto a musculatura respiratória,

quanto os tecidos intersticiais. Dentre essas podemos citar fraqueza dos músculos

respiratórios,129 resistência das vias aéreas elevadas,130 posicionamento diafragmático

alterado,131 capacidade de perfusão alvéolo-capilar diminuída132 e anormalidades na

ventilação-perfusão.133 Como a maioria dos pacientes com IC apresentam limitações

nas suas atividades físicas devido à fadiga e à dispneia,134 tem sido sugerido que a

fraqueza muscular respiratória predispõe à fadiga dos músculos respiratórios e

contribui para a percepção de dispneia,135 podendo causar implicações importantes

para a capacidade de exercício, qualidade de vida e prognóstico desses pacientes.136

Pacientes com IC também apresentam um componente restritivo na ventilação

pulmonar, devido à diminuição da capacidade pulmonar total, capacidade vital e

aumento no produto entre volume expiratório forçado no primeiro segundo e

capacidade vital forçada 137. O componente restritivo deve-se primariamente à

diminuição do volume pulmonar e secundariamente ao aumento cardíaco, aumento

alveolar, fluído intersticial e a formação de derrame pleural 138 o que leva a um

aumento do trabalho respiratório e como consequência a dispneia.

21

Ainda, pode-se demonstrar que a congestão pulmonar estimula receptores

localizados no interstício e a isquemia na região diafragmática ativa ergorreceptores

139. Esses estímulos físicos convergem para o sistema nervoso central, causando

aumento da frequência respiratória e a sensação de desconforto respiratório 140.

Devido à dificuldade que alguns pacientes com IC possuem para realizar o

treinamento físico convencional, o TMI pode ser uma alternativa para a reabilitação

cardiopulmonar desses pacientes, pois pode diminuir as alterações ocasionadas pela

doença e trazer benefícios semelhantes aos observados no treinamento aeróbio através

dos seus efeitos nos sistemas respiratório e cardiovascular 7, 12, 13.

Para testar essa hipótese, Dall’Ago et al. 7 realizaram um ensaio clínico

randomizado com 32 pacientes com IC e fraqueza muscular inspiratória. Foi

observado que os pacientes que realizaram TMI com 30% da PImax tiveram um

aumento na força muscular inspiratória, na capacidade funcional, na eficiência

ventilatória e na qualidade de vida comparado ao TMI placebo.

Bosnak-Glucu et al.12 recentemente realizaram também um ensaio clínico

randomizado com 30 pacientes com IC que receberam TMI com 40% da PImax ou

TMI placebo (TMI com 15% da PImax) por 6 semanas. Foi observado que TMI com

40% da PImax promoveu melhora da capacidade funcional, força muscular

respiratória e percepção de dispneia nesses pacientes, sugerindo que esse treinamento

pode ser incluído no programa de reabilitação cardiopulmonar.

Winkelmann et al. 141 testaram a hipótese de que a adição do TMI ao exercício

físico aeróbio melhora as respostas cardiovasculares. Para isso os autores

randomizaram 24 pacientes com IC para realizar TMI (30% da PImax) juntamente

com exercício aeróbio ou realizar somente exercício aeróbio durante 12 semanas. Foi

observado que a adição do TMI ao exercício aeróbio promoveu melhora nas respostas

22

cardiovasculares como melhora no VO2max, na força muscular inspiratória e na

eficiência ventilatória, podendo ser um complemento ao treinamento convencional

nesses pacientes.

Laoutaris et al. 134 também realizaram treinamento com pacientes com IC,

porém o TMI foi feito com 60% da PImax comparado a um grupo controle que

realizou TMI com 15% da PImax. Ambos os grupos foram treinados durante 10

semanas. Os autores puderam observar que TMI com 60% da PImax promoveu

aumento da força e resistência muscular inspiratória, alívio da dispneia e melhorou a

capacidade funcional em pacientes com IC.

Dessa forma, estudos prévios demonstraram resultados positivos do TMI nessa

população e sugerem que a carga de treinamento deve ser mantida entre 20% a 40% 7,

12, 13. Alguns autores também defendem o uso de TMI com altas intensidades de

treinamento (60% da PImax) 134, mas mais estudos ainda são necessários para definir

qual a melhor carga de treinamento para esses pacientes.

Porém, como os estudos possuem um número amostral pequeno e alguns

efeitos de tratamento divergentes, faz-se necessária uma revisão sistemática com

metanálise sobre esse assunto para sumarizar os resultados e gerar um melhor nível de

evidência.

23

2 JUSTIFICATIVA

As doenças cardiovasculares são responsáveis atualmente por uma elevada

taxa de mortalidade e de internações hospitalares, sendo consideradas como um

problema grave e atual nos âmbitos da cardiologia e da saúde pública. A reabilitação

cardiopulmonar e metabólica esta indicada para esses pacientes, já que o treinamento

físico resulta na melhora da capacidade funcional, qualidade de vida e morbi-

mortalidade destes indivíduos.

Porém, alguns indivíduos não podem realizar reabilitação cardiopulmonar

convencional, ou por estarem muito debilitados ou por não suportarem até mesmo

baixos níveis de esforços. Assim, tratamentos alternativos como a estimulação elétrica

e treinamento muscular inspiratório têm sido propostos e têm apresentado resultados

positivos na reabilitação desses pacientes. No entanto, existem situações em que ainda

os resultados dessas intervenções são controversos quanto aos seus efeitos e

benefícios.

Assim, considerando a necessidade de sumarizar evidências sobre os efeitos da

estimulação elétrica no pós-operatório de cirurgia torácica, e do treinamento muscular

inspiratório na insuficiência cardíaca, como alternativas para a reabilitação

cardiopulmonar, a realização de revisões sistemáticas com metanálises sobre esses

assuntos tornam-se pertinentes. A partir da constatação da ausência na literatura de

estudos que expliquem o mecanismo fisiológico promovido pelo TMI na melhora dos

desfechos pulmonares nesses pacientes, foi também objetivo desse trabalho avaliar o

efeito agudo do treinamento muscular inspiratório na pressão da artéria pulmonar em

pacientes com insuficiência cardíaca.

24

3 OBJETIVOS

3.1 OBJETIVO GERAL

Verificar os efeitos da estimulação elétrica e do treinamento muscular

inspiratório na reabilitação cardiopulmonar.

3.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Revisar sistematicamente os efeitos da estimulação elétrica nervosa

transcutânea sobre a dor e a função pulmonar no pós-operatório de cirurgias torácicas.

Revisar sistematicamente os efeitos do treinamento muscular inspiratório

sobre a capacidade funcional e a força muscular inspiratória em pacientes com

insuficiência cardíaca crônica.

Avaliar o efeito agudo do treinamento muscular inspiratório na pressão da

artéria pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca crônica.

25

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DA BASE TEÓRICA

1. American Heart Association. Heart Disease and Stroke Statistical update

[database on the Internet]. http://www.americanheart.org/statistics. 2005 [cited

13/12/2009].

2. Guideline for cardiopulmonary and metabolic rehabilitation: practical aspects.

Arq Bras Cardiol 2006 Jan;86(1):74-82.

3. Freynet A, Falcoz PE. Is transcutaneous electrical nerve stimulation effective

in relieving postoperative pain after thoracotomy? Interact Cardiovasc Thorac Surg

2010;10(2):283-8.

4. Langer D, Hendriks E, Burtin C, Probst V, van der Schans C, Paterson W, et

al. A clinical practice guideline for physiotherapists treating patients with chronic

obstructive pulmonary disease based on a systematic review of available evidence.

Clin Rehabil 2009 May;23(5):445-62.

5. Couillard A, Prefaut C. [Electrostimulation in the rehabilitation of patients

with severe COPD: pertinent or not]. Rev Mal Respir Feb;27(2):113-24.

6. Sbruzzi G, Ribeiro RA, Schaan BD, Signori LU, Silva AM, Irigoyen MC, et

al. Functional electrical stimulation in the treatment of patients with chronic heart

failure: a meta-analysis of randomized controlled trials. Eur J Cardiovasc Prev

Rehabil 2010;17(3):254-60.

7. Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle

training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized

trial. J Am Coll Cardiol 2006 Feb 21;47(4):757-63.

8. Ferreira JB, Plentz RD, Stein C, Casali KR, Arena R, Lago PD. Inspiratory

muscle training reduces blood pressure and sympathetic activity in hypertensive

patients: A randomized controlled trial. Int J Cardiol 2011.

26

9. Reid WD, Geddes EL, O'Brien K, Brooks D, Crowe J. Effects of inspiratory

muscle training in cystic fibrosis: a systematic review. Clin Rehabil 2008 Oct-

Nov;22(10-11):1003-13.

10. Geddes EL, O'Brien K, Reid WD, Brooks D, Crowe J. Inspiratory muscle

training in adults with chronic obstructive pulmonary disease: an update of a

systematic review. Respir Med 2008 Dec;102(12):1715-29.

11. Rassi S, Barretto AC, Porto CC, Pereira CR, Calaca BW, Rassi DC. Survival

and prognostic factors in systolic heart failure with recent symptom onset. Arq Bras

Cardiol 2005 Apr;84(4):309-13.

12. Bosnak-Guclu M, Arikan H, Savci S, Inal-Ince D, Tulumen E, Aytemir K, et

al. Effects of inspiratory muscle training in patients with heart failure. Respir Med

2011;105(11):1671-81.

13. Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. A randomized controlled trial of

inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart J 1998

Aug;19(8):1249-53.

14. Martinez A, Lisboa C, Jalil J, Munoz V, Diaz O, Casanegra P, et al. [Selective

training of respiratory muscles in patients with chronic heart failure]. Rev Med Chil

2001 Feb;129(2):133-9.

15. Benedetti F, Amanzio M, Casadio C, Cavallo A, Cianci R, Giobbe R, et al.

Control of postoperative pain by transcutaneous electrical nerve stimulation after

thoracic operations. Ann Thorac Surg 1997 Mar;63(3):773-6.

16. Chandra A, Banavaliker JN, Das PK, Hasti S. Use of transcutaneous electrical

nerve stimulation as an adjunctive to epidural analgesia in the management of acute

thoracotomy pain. Indian J Anaesth 2010 Mar;54(2):116-20.

27

17. Emmiler M, Solak O, Kocogullari C, Dundar U, Ayva E, Ela Y, et al. Control

of acute postoperative pain by transcutaneous electrical nerve stimulation after open

cardiac operations: a randomized placebo-controlled prospective study. Heart Surg

Forum 2008;11(5):E300-3.

18. Erdogan M, Erdogan A, Erbil N, Karakaya HK, Demircan A. Prospective,

Randomized, Placebo-controlled Study of the Effect of TENS on postthoracotomy

pain and pulmonary function. World J Surg 2005 Dec;29(12):1563-70.

19. Ferraz FS, Moreira CMC. Eletroanalgesia com utilização de TENS no pós-

operatório de cirurgia cardíaca. Fisioterapia em Movimento 2009;22(1):133-9.

20. Gregorini C, Cipriano Junior G, Aquino LM, Branco JN, Bernardelli GF.

Short-duration transcutaneous electrical nerve stimulation in the postoperative period

of cardiac surgery. Arq Bras Cardiol 2010 Mar;94(3):325-31, 45-51.

21. Luchesa CA, Greca FH, Guarita-Souza LC, dos Santos JL, Aquim EE. The

role of electroanalgesia in patients undergoing coronary artery bypass surgery. Rev

Bras Cir Cardiovasc 2009 Sep;24(3):391-6.

22. Rehabilitation after cardiovascular diseases, with special emphasis on

developing countries. Report of a WHO Expert Committee. World Health Organ Tech

Rep Ser 1993;831:1-122.

23. Hambrecht R, Walther C, Mobius-Winkler S, Gielen S, Linke A, Conradi K, et

al. Percutaneous coronary angioplasty compared with exercise training in patients

with stable coronary artery disease: a randomized trial. Circulation 2004 Mar

23;109(11):1371-8.

24. Taylor RS, Brown A, Ebrahim S, Jolliffe J, Noorani H, Rees K, et al.

Exercise-based rehabilitation for patients with coronary heart disease: systematic

28

review and meta-analysis of randomized controlled trials. Am J Med 2004 May

15;116(10):682-92.

25. Belardinelli R, Georgiou D, Cianci G, Purcaro A. Randomized, controlled trial

of long-term moderate exercise training in chronic heart failure: effects on functional

capacity, quality of life, and clinical outcome. Circulation 1999 Mar 9;99(9):1173-82.

26. Piepoli MF, Davos C, Francis DP, Coats AJ. Exercise training meta-analysis

of trials in patients with chronic heart failure (ExTraMATCH). Bmj 2004 Jan

24;328(7433):189.

27. Dickinson HO, Mason JM, Nicolson DJ, Campbell F, Beyer FR, Cook JV, et

al. Lifestyle interventions to reduce raised blood pressure: a systematic review of

randomized controlled trials. J Hypertens 2006 Feb;24(2):215-33.

28. Whelton SP, Chin A, Xin X, He J. Effect of aerobic exercise on blood

pressure: a meta-analysis of randomized, controlled trials. Ann Intern Med 2002 Apr

2;136(7):493-503.

29. Golmohammadi K, Jacobs P, Sin DD. Economic evaluation of a community-

based pulmonary rehabilitation program for chronic obstructive pulmonary disease.

Lung 2004;182(3):187-96.

30. Salman GF, Mosier MC, Beasley BW, Calkins DR. Rehabilitation for patients

with chronic obstructive pulmonary disease: meta-analysis of randomized controlled

trials. J Gen Intern Med 2003 Mar;18(3):213-21.

31. Ross R, Janssen I, Dawson J, Kungl AM, Kuk JL, Wong SL, et al. Exercise-

induced reduction in obesity and insulin resistance in women: a randomized

controlled trial. Obes Res 2004 May;12(5):789-98.

29

32. Franks PW, Ekelund U, Brage S, Wong MY, Wareham NJ. Does the

association of habitual physical activity with the metabolic syndrome differ by level

of cardiorespiratory fitness? Diabetes Care 2004 May;27(5):1187-93.

33. Herman WH, Hoerger TJ, Brandle M, Hicks K, Sorensen S, Zhang P, et al.

The cost-effectiveness of lifestyle modification or metformin in preventing type 2

diabetes in adults with impaired glucose tolerance. Ann Intern Med 2005 Mar

1;142(5):323-32.

34. McDonald CD, Burch GE, Walsh JJ. Prolonged bed rest in the treatment of

idiopathic cardiomyopathy. Am J Med 1972 Jan;52(1):41-50.

35. Hochman JS, Healy B. Effect of exercise on acute myocardial infarction in

rats. J Am Coll Cardiol 1986 Jan;7(1):126-32.

36. McKelvie RS, Teo KK, McCartney N, Humen D, Montague T, Yusuf S.

Effects of exercise training in patients with congestive heart failure: a critical review.

J Am Coll Cardiol 1995 Mar 1;25(3):789-96.

37. Nunes R, Dall'Ago P. The functional response and the anti-inflammatory

effect of the physical exercise in the cardiac insufficiency. ConScientiae Saúde

2008;7(1):15-22.

38. Hambrecht R, Niebauer J, Fiehn E, Kalberer B, Offner B, Hauer K, et al.

Physical training in patients with stable chronic heart failure: effects on

cardiorespiratory fitness and ultrastructural abnormalities of leg muscles. J Am Coll

Cardiol 1995 May;25(6):1239-49.

39. Belardinelli R, Georgiou D, Scocco V, Barstow TJ, Purcaro A. Low intensity

exercise training in patients with chronic heart failure. J Am Coll Cardiol 1995

Oct;26(4):975-82.

30

40. Larsen AI, Lindal S, Aukrust P, Toft I, Aarsland T, Dickstein K. Effect of

exercise training on skeletal muscle fibre characteristics in men with chronic heart

failure. Correlation between skeletal muscle alterations, cytokines and exercise

capacity. Int J Cardiol 2002 Apr;83(1):25-32.

41. III Diretriz Brasileira de Insuficiência Cardíaca Crônica. Arq Bras Cardiol

2009;93(1 supl 1):1-71.

42. Hunt SA, Abraham WT, Chin MH, Feldman AM, Francis GS, Ganiats TG, et

al. 2009 Focused update incorporated into the ACC/AHA 2005 Guidelines for the

Diagnosis and Management of Heart Failure in Adults A Report of the American

College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on

Practice Guidelines Developed in Collaboration With the International Society for

Heart and Lung Transplantation. J Am Coll Cardiol 2009 Apr 14;53(15):e1-e90.

43. Antunes-Correa LM, Melo RC, Nobre TS, Ueno LM, Franco FG, Braga AM,

et al. Impact of gender on benefits of exercise training on sympathetic nerve activity

and muscle blood flow in heart failure. Eur J Heart Fail 2010 Jan;12(1):58-65.

44. Roveda F, Middlekauff HR, Rondon MU, Reis SF, Souza M, Nastari L, et al.

The effects of exercise training on sympathetic neural activation in advanced heart

failure: a randomized controlled trial. J Am Coll Cardiol 2003 Sep 3;42(5):854-60.

45. Gielen S, Erbs S, Schuler G, Hambrecht R. Exercise training and endothelial

dysfunction in coronary artery disease and chronic heart failure. From molecular

biology to clinical benefits. Minerva Cardioangiol 2002 Apr;50(2):95-106.

46. Ennezat PV, Malendowicz SL, Testa M, Colombo PC, Cohen-Solal A, Evans

T, et al. Physical training in patients with chronic heart failure enhances the

expression of genes encoding antioxidative enzymes. J Am Coll Cardiol 2001

Jul;38(1):194-8.

31

47. Coats AJ, Adamopoulos S, Radaelli A, McCance A, Meyer TE, Bernardi L, et

al. Controlled trial of physical training in chronic heart failure. Exercise performance,

hemodynamics, ventilation, and autonomic function. Circulation 1992

Jun;85(6):2119-31.

48. Hare DL, Ryan TM, Selig SE, Pellizzer AM, Wrigley TV, Krum H. Resistance

exercise training increases muscle strength, endurance, and blood flow in patients

with chronic heart failure. Am J Cardiol 1999 Jun 15;83(12):1674-7, A7.

49. Hambrecht R, Fiehn E, Yu J, Niebauer J, Weigl C, Hilbrich L, et al. Effects of

endurance training on mitochondrial ultrastructure and fiber type distribution in

skeletal muscle of patients with stable chronic heart failure. J Am Coll Cardiol 1997

Apr;29(5):1067-73.

50. Smart N, Marwick TH. Exercise training for patients with heart failure: a

systematic review of factors that improve mortality and morbidity. Am J Med 2004

May 15;116(10):693-706.

51. Rees K, Taylor RS, Singh S, Coats AJ, Ebrahim S. Exercise based

rehabilitation for heart failure. Cochrane Database Syst Rev 2004(3):CD003331.

52. Umpierre D, Stein R. Hemodynamic and vascular effects of resistance

training: implications for cardiovascular disease. Arq Bras Cardiol 2007

Oct;89(4):256-62.

53. Guidelines for cardiac rehabilitation. Arq Bras Cardiol 2005 May;84(5):431-

40.

54. Volaklis KA, Tokmakidis SP. Resistance exercise training in patients with

heart failure. Sports Med 2005;35(12):1085-103.

55. Verrill DE, Ribisl PM. Resistive exercise training in cardiac rehabilitation. An

update. Sports Med 1996 May;21(5):347-83.

32

56. Cornelissen VA, Fagard RH. Effect of resistance training on resting blood

pressure: a meta-analysis of randomized controlled trials. J Hypertens 2005

Feb;23(2):251-9.

57. Balady GJ, Williams MA, Ades PA, Bittner V, Comoss P, Foody JM, et al.

Core components of cardiac rehabilitation/secondary prevention programs: 2007

update: a scientific statement from the American Heart Association Exercise, Cardiac

Rehabilitation, and Prevention Committee, the Council on Clinical Cardiology; the

Councils on Cardiovascular Nursing, Epidemiology and Prevention, and Nutrition,

Physical Activity, and Metabolism; and the American Association of Cardiovascular

and Pulmonary Rehabilitation. Circulation 2007 May 22;115(20):2675-82.

58. Pina IL, Apstein CS, Balady GJ, Belardinelli R, Chaitman BR, Duscha BD, et

al. Exercise and heart failure: A statement from the American Heart Association

Committee on exercise, rehabilitation, and prevention. Circulation 2003 Mar

4;107(8):1210-25.

59. Dall'Ago P, Stein R, Ribeiro JP. Exercício em pacientes com insuficiência

cardíaca: do dogma às evidências. Revista da Sociedade de Cardiologia do Rio

Grande do Sul 2005(4):1-6.

60. Kane K, Taub A. A history of local electrical analgesia. Pain 1975

Jun;1(2):125-38.

61. Basmajian JV, DeLuca CJ. Control properties of motor units. In: Basmajian

JV, DeLuca CJ, editors. Muscles Alive: their functions revealed by electromyography.

Baltimore: Williams & Wilkins; 1985.

62. Kitchen S. Eletroterapia: prática baseada em evidências. 11, editor. São Paulo:

Manole; 2003.

33

63. Frampton V. Estimulação nervosa elétrica transcutânea (TENS). In: Kitchen S,

Bazin S, editors. Eletroterapia de Clayton. 10 ed. São Paulo1998.

64. Melzack R, Wall PD. Pain mechanisms: a new theory. Science 1965 Nov

19;150(699):971-9.

65. Barr JO. Estimulação elétrica nervosa transcutânea para o controle da dor. In:

Nelson RM, Hayes KW, Currier DP, editors. Eletroterapia clínica. 3 ed. Saõ

Paulo2003.

66. Ordog GJ. Transcutaneous electrical nerve stimulation versus oral analgesic: a

randomized double-blind controlled study in acute traumatic pain. Am J Emerg Med

1987 Jan;5(1):6-10.

67. Dowswell T, Bedwell C, Lavender T, Neilson JP. Transcutaneous electrical

nerve stimulation (TENS) for pain relief in labour. Cochrane Database Syst Rev

2009(2):CD007214.

68. Richardson RR, Meyer PR, Jr., Cerullo LJ. Transcutaneous electrical

neurostimulation in musculoskeletal pain of acute spinal cord injuries. Spine (Phila Pa

1976) 1980 Jan-Feb;5(1):42-5.

69. Milachowski KA. [Transcutaneous electric nerve stimulation and electronic

muscle stimulation in athletic injuries. Pain patients under current]. MMW Fortschr

Med 2003 Sep 25;145(39):17.

70. Dubinsky RM, Miyasaki J. Assessment: efficacy of transcutaneous electric

nerve stimulation in the treatment of pain in neurologic disorders (an evidence-based

review): report of the Therapeutics and Technology Assessment Subcommittee of the

American Academy of Neurology. Neurology Jan 12;74(2):173-6.

34

71. Robb KA, Bennett MI, Johnson MI, Simpson KJ, Oxberry SG.

Transcutaneous electric nerve stimulation (TENS) for cancer pain in adults. Cochrane

Database Syst Rev 2008(3):CD006276.

72. Chitsaz A, Janghorbani M, Shaygannejad V, Ashtari F, Heshmatipour M,

Freeman J. Sensory complaints of the upper extremities in multiple sclerosis: relative

efficacy of nortriptyline and transcutaneous electrical nerve stimulation. Clin J Pain

2009 May;25(4):281-5.

73. Lotufo PA. [Premature mortality from heart diseases in Brazil. A comparison

with other countries]. Arq Bras Cardiol 1998 May;70(5):321-5.

74. Franco T, dos Santos EG. [Women and surgeons]. Rev Col Bras Cir

Feb;37(1):72-7.

75. Giacomazzi CM, Lagni VB, Monteiro MB. Postoperative pain as a contributor

to pulmonary function impairment in patients submitted to heart surgery. Braz J

Cardiovasc Surg 2006;21(4):386-92.

76. Giacomazzi CM, Lagni VB, Monteiro MB. A dor pós-operatória como

contribuinte do prejuízo na função pulmonar em pacientes submetidos à cirurgia

cardíaca. Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular 2006;21(4):386-92.

77. Mueller XM, Tinguely F, Tevaearai HT, Revelly JP, Chiolero R, von Segesser

LK. Pain location, distribution, and intensity after cardiac surgery. Chest 2000

Aug;118(2):391-6.

78. Forster EL, Kramer JF, Lucy SD, Scudds RA, Novick RJ. Effect of TENS on

pain, medications, and pulmonary function following coronary artery bypass graft

surgery. Chest 1994 Nov;106(5):1343-8.

35

79. Sasseron AB, Figueiredo LC, Trova K, Cardoso AL, Lima NM, Olmos SC, et

al. Does the pain disturb the respiratory function after open heart surgery? Rev Bras

Cir Cardiovasc 2009 Dec;24(4):490-6.

80. Renault JA, Costa-Val R, Rossetti MB. Respiratory physiotherapy in the

pulmonary dysfunction after cardiac surgery. Rev Bras Cir Cardiovasc 2008

Dec;23(4):562-9.

81. Bjordal JM, Johnson MI, Ljunggreen AE. Transcutaneous electrical nerve

stimulation (TENS) can reduce postoperative analgesic consumption. A meta-analysis

with assessment of optimal treatment parameters for postoperative pain. Eur J Pain

2003;7(2):181-8.

82. Stratton SA, Smith MM. Postoperative thoracotomy. Effect of transcutaneous

electrical nerve stimulation on forced vital capacity. Phys Ther 1980 Jan;60(1):45-7.

83. Stubbing JF, Jellicoe JA. Transcutaneous electrical nerve stimulation after

thoracotomy. Pain relief and peak expiratory flow rate--a trial of transcutaneous

electrical nerve stimulation. Anaesthesia 1988 Apr;43(4):296-8.

84. Mancini DM, Henson D, La Manca J, Donchez L, Levine S. Benefit of

selective respiratory muscle training on exercise capacity in patients with chronic

congestive heart failure. Circulation 1995 Jan 15;91(2):320-9.

85. Chen RC, Que CL, Yan S. Introduction to a new inspiratory threshold loading

device. Eur Respir J 1998 Jul;12(1):208-11.

86. Gosselink R, De Vos J, van den Heuvel SP, Segers J, Decramer M, Kwakkel

G. Impact of inspiratory muscle training in patients with COPD: what is the evidence?

Eur Respir J 2011;37(2):416-25.

36

87. Turner LA, Mickleborough TD, McConnell AK, Stager JM, Tecklenburg-

Lund S, Lindley MR. Effect of inspiratory muscle training on exercise tolerance in

asthmatic individuals. Med Sci Sports Exerc 2011;43(11):2031-8.

88. Savci S, Degirmenci B, Saglam M, Arikan H, Inal-Ince D, Turan HN, et al.

Short-term effects of inspiratory muscle training in coronary artery bypass graft

surgery: A randomized controlled trial. Scand Cardiovasc J 2011.

89. Barbalho-Moulim MC, Miguel GP, Forti EM, Campos Fdo A, Costa D.

Effects of preoperative inspiratory muscle training in obese women undergoing open

bariatric surgery: respiratory muscle strength, lung volumes, and diaphragmatic

excursion. Clinics (Sao Paulo);66(10):1721-7.

90. Casali CC, Pereira AP, Martinez JA, de Souza HC, Gastaldi AC. Effects of

inspiratory muscle training on muscular and pulmonary function after bariatric

surgery in obese patients. Obes Surg 2011;21(9):1389-94.

91. Correa AP, Ribeiro JP, Balzan FM, Mundstock L, Ferlin EL, Moraes RS.

Inspiratory muscle training in type 2 diabetes with inspiratory muscle weakness. Med

Sci Sports Exerc 2011;43(7):1135-41.

92. Cheah BC, Boland RA, Brodaty NE, Zoing MC, Jeffery SE, McKenzie DK, et

al. INSPIRATIonAL - INSPIRAtory muscle Training In Amyotrophic Lateral

sclerosis. Amyotroph Lateral Scler 2009 Jul 28:1-9.

93. Fry DK, Pfalzer LA, Chokshi AR, Wagner MT, Jackson ES. Randomized

control trial of effects of a 10-week inspiratory muscle training program on measures

of pulmonary function in persons with multiple sclerosis. J Neurol Phys Ther 2007

Dec;31(4):162-72.

37

94. Enright SJ, Unnithan VB, Heward C, Withnall L, Davies DH. Effect of high-

intensity inspiratory muscle training on lung volumes, diaphragm thickness, and

exercise capacity in subjects who are healthy. Phys Ther 2006 Mar;86(3):345-54.

95. Enright S, Chatham K, Ionescu AA, Unnithan VB, Shale DJ. Inspiratory

muscle training improves lung function and exercise capacity in adults with cystic

fibrosis. Chest 2004 Aug;126(2):405-11.

96. Weiner P, Man A, Weiner M, Rabner M, Waizman J, Magadle R, et al. The

effect of incentive spirometry and inspiratory muscle training on pulmonary function

after lung resection. J Thorac Cardiovasc Surg 1997 Mar;113(3):552-7.

97. Martin AD, Davenport PD, Franceschi AC, Harman E. Use of inspiratory

muscle strength training to facilitate ventilator weaning: a series of 10 consecutive

patients. Chest 2002 Jul;122(1):192-6.

98. Liaw MY, Lin MC, Cheng PT, Wong MK, Tang FT. Resistive inspiratory

muscle training: its effectiveness in patients with acute complete cervical cord injury.

Arch Phys Med Rehabil 2000 Jun;81(6):752-6.

99. Koessler W, Wanke T, Winkler G, Nader A, Toifl K, Kurz H, et al. 2 Years'

experience with inspiratory muscle training in patients with neuromuscular disorders.

Chest 2001 Sep;120(3):765-9.

100. Fregonezi GA, Resqueti VR, Guell R, Pradas J, Casan P. Effects of 8-week,

interval-based inspiratory muscle training and breathing retraining in patients with

generalized myasthenia gravis. Chest 2005 Sep;128(3):1524-30.

101. Weiner P, Ganem R, Zamir D, Zonder H. [Specific inspiratory muscle training

in chronic hemodialysis]. Harefuah 1996 Jan 15;130(2):73-6, 144.

102. Padula CA, Yeaw E, Mistry S. A home-based nurse-coached inspiratory

muscle training intervention in heart failure. Appl Nurs Res 2009 Feb;22(1):18-25.

38

103. Weiner P, Waizman J, Magadle R, Berar-Yanay N, Pelled B. The effect of

specific inspiratory muscle training on the sensation of dyspnea and exercise tolerance

in patients with congestive heart failure. Clin Cardiol 1999 Nov;22(11):727-32.

104. Lloyd-Jones D, Adams R, Carnethon M, De Simone G, Ferguson TB, Flegal

K, et al. Heart disease and stroke statistics--2009 update: a report from the American

Heart Association Statistics Committee and Stroke Statistics Subcommittee.

Circulation 2009 Jan 27;119(3):480-6.

105. World Health Organization. The Global Burden of Disease: 2004 Update

[database on the Internet]. http://www.who.int/. 2008 [cited 13/12/2009].

106. DataSus. 2009.

107. Chen J, Normand SL, Wang Y, Krumholz HM. National and regional trends in

heart failure hospitalization and mortality rates for Medicare beneficiaries, 1998-2008.

JAMA 2011 Oct 19;306(15):1669-78.

108. Hunt SA, Abraham WT, Chin MH, Feldman AM, Francis GS, Ganiats TG, et

al. 2009 focused update incorporated into the ACC/AHA 2005 Guidelines for the

Diagnosis and Management of Heart Failure in Adults: a report of the American

College of Cardiology Foundation/American Heart Association Task Force on

Practice Guidelines: developed in collaboration with the International Society for

Heart and Lung Transplantation. Circulation 2009 Apr 14;119(14):e391-479.

109. Dickstein K, Cohen-Solal A, Filippatos G, McMurray JJ, Ponikowski P,

Poole-Wilson PA, et al. ESC guidelines for the diagnosis and treatment of acute and

chronic heart failure 2008: the Task Force for the diagnosis and treatment of acute and

chronic heart failure 2008 of the European Society of Cardiology. Developed in

collaboration with the Heart Failure Association of the ESC (HFA) and endorsed by

39

the European Society of Intensive Care Medicine (ESICM). Eur J Heart Fail 2008

Oct;10(10):933-89.

110. Gosker HR, Lencer NH, Franssen FM, van der Vusse GJ, Wouters EF, Schols

AM. Striking similarities in systemic factors contributing to decreased exercise

capacity in patients with severe chronic heart failure or COPD. Chest 2003

May;123(5):1416-24.

111. Rubim VS, Drumond Neto C, Romeo JL, Montera MW. Prognostic value of

the Six-Minute Walk Test in heart failure. Arq Bras Cardiol 2006 Feb;86(2):120-5.

112. Francis GS, Tang WH. Pathophysiology of congestive heart failure. Rev

Cardiovasc Med 2003;4 Suppl 2:S14-20.

113. Jackson G, Gibbs CR, Davies MK, Lip GY. ABC of heart failure.

Pathophysiology. Bmj 2000 Jan 15;320(7228):167-70.

114. Jessup M, Brozena S. Heart failure. N Engl J Med 2003 May

15;348(20):2007-18.

115. Opasich C, Ambrosino N, Felicetti G, Aquilani R, Pasini E, Bergitto D, et al.

Heart failure-related myopathy. Clinical and pathophysiological insights. Eur Heart J

1999 Aug;20(16):1191-200.

116. Franciosa JA, Ziesche S, Wilen M. Functional capacity of patients with

chronic left ventricular failure. Relationship of bicycle exercise performance to

clinical and hemodynamic characterization. Am J Med 1979 Sep;67(3):460-6.

117. Katz SD, Biasucci L, Sabba C, Strom JA, Jondeau G, Galvao M, et al.

Impaired endothelium-mediated vasodilation in the peripheral vasculature of patients

with congestive heart failure. J Am Coll Cardiol 1992 Apr;19(5):918-25.

118. Rabelo ER, Ruschel K, Moreno H, Jr., Rubira M, Consolim-Colombo FM,

Irigoyen MC, et al. Venous endothelial function in heart failure: comparison with

40

healthy controls and effect of clinical compensation. Eur J Heart Fail 2008

Aug;10(8):758-64.

119. Landmesser U, Spiekermann S, Dikalov S, Tatge H, Wilke R, Kohler C, et al.

Vascular oxidative stress and endothelial dysfunction in patients with chronic heart

failure: role of xanthine-oxidase and extracellular superoxide dismutase. Circulation

2002 Dec 10;106(24):3073-8.

120. Harrington D, Anker SD, Chua TP, Webb-Peploe KM, Ponikowski PP, Poole-

Wilson PA, et al. Skeletal muscle function and its relation to exercise tolerance in

chronic heart failure. J Am Coll Cardiol 1997 Dec;30(7):1758-64.

121. Minotti JR, Christoph I, Oka R, Weiner MW, Wells L, Massie BM. Impaired

skeletal muscle function in patients with congestive heart failure. Relationship to

systemic exercise performance. J Clin Invest 1991 Dec;88(6):2077-82.

122. Marin-Neto JA, Pintya AO, Gallo Junior L, Maciel BC. Abnormal baroreflex

control of heart rate in decompensated congestive heart failure and reversal after

compensation. Am J Cardiol 1991 Mar 15;67(7):604-10.

123. Wang W, Chen JS, Zucker IH. Carotid sinus baroreceptor reflex in dogs with

experimental heart failure. Circ Res 1991 May;68(5):1294-301.

124. Skaluba SJ, Litwin SE. Mechanisms of exercise intolerance: insights from

tissue Doppler imaging. Circulation 2004 Mar 2;109(8):972-7.

125. Sullivan MJ, Hawthorne MH. Exercise intolerance in patients with chronic

heart failure. Prog Cardiovasc Dis 1995 Jul-Aug;38(1):1-22.

126. Anker SD, Coats AJ. Cardiac cachexia: a syndrome with impaired survival

and immune and neuroendocrine activation. Chest 1999 Mar;115(3):836-47.

41

127. Harrington D, Coats AJ. Skeletal muscle abnormalities and evidence for their

role in symptom generation in chronic heart failure. Eur Heart J 1997

Dec;18(12):1865-72.

128. Mancini DM, Walter G, Reichek N, Lenkinski R, McCully KK, Mullen JL, et

al. Contribution of skeletal muscle atrophy to exercise intolerance and altered muscle

metabolism in heart failure. Circulation 1992 Apr;85(4):1364-73.

129. Evans SA, Watson L, Hawkins M, Cowley AJ, Johnston ID, Kinnear WJ.

Respiratory muscle strength in chronic heart failure. Thorax 1995 Jun;50(6):625-8.

130. Witte KK, Morice A, Clark AL, Cleland JG. Airway resistance in chronic

heart failure measured by impulse oscillometry. J Card Fail 2002 Aug;8(4):225-31.

131. Caruana L, Petrie MC, McMurray JJ, MacFarlane NG. Altered diaphragm

position and function in patients with chronic heart failure. Eur J Heart Fail 2001

Mar;3(2):183-7.

132. Guazzi M, Reina G, Tumminello G, Guazzi MD. Alveolar-capillary

membrane conductance is the best pulmonary function correlate of exercise

ventilation efficiency in heart failure patients. Eur J Heart Fail 2005 Oct;7(6):1017-22.

133. Wada O, Asanoi H, Miyagi K, Ishizaka S, Kameyama T, Seto H, et al.

Importance of abnormal lung perfusion in excessive exercise ventilation in chronic

heart failure. Am Heart J 1993 Mar;125(3):790-8.

134. Laoutaris I, Dritsas A, Brown MD, Manginas A, Alivizatos PA, Cokkinos DV.

Inspiratory muscle training using an incremental endurance test alleviates dyspnea

and improves functional status in patients with chronic heart failure. Eur J Cardiovasc

Prev Rehabil 2004 Dec;11(6):489-96.

42

135. McConnell AK, Romer LM. Dyspnoea in health and obstructive pulmonary

disease : the role of respiratory muscle function and training. Sports Med

2004;34(2):117-32.

136. Ribeiro JP, Chiappa GR, Neder JA, Frankenstein L. Respiratory muscle

function and exercise intolerance in heart failure. Curr Heart Fail Rep 2009

Jun;6(2):95-101.

137. Braga JC, Reis F, Aras R, Costa ND, Bastos C, Silva R, et al. [Clinical and

therapeutics aspects of heart failure due to Chagas disease]. Arq Bras Cardiol 2006

Apr;86(4):297-302.

138. Hosenpud JD, Stibolt TA, Atwal K, Shelley D. Abnormal pulmonary function

specifically related to congestive heart failure: comparison of patients before and after

cardiac transplantation. Am J Med 1990 May;88(5):493-6.

139. Piepoli MF. Exercise tolerance measurements in pulmonary vascular diseases

and chronic heart failure. Respiration 2009;77(3):241-51.

140. Fishman AP, Ledlie JF. Dyspnea. Bull Eur Physiopathol Respir 1979 Sep-

Oct;15(5):789-804.

141. Winkelmann ER, Chiappa GR, Lima CO, Viecili PR, Stein R, Ribeiro JP.

Addition of inspiratory muscle training to aerobic training improves cardiorespiratory

responses to exercise in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness.

Am Heart J 2009 Nov;158(5):768 e1-7.

43

5 ARTIGO 1

Este artigo foi submetido para publicação na Revista Brasileira de Cirurgia Cardiovascular.

Estimulação elétrica nervosa transcutânea no pós-operatório de cirurgia torácica:

revisão sistemática e metanálise de ensaios clínicos randomizados

Título em inglês: Transcutaneous electrical nerve stimulation post-thoracic surgery:

systematic review and meta-analysis of randomized clinical trials

Autores e instituições:

Graciele Sbruzzi1, Scheila Azeredo Silveira1, Diego Vidaletti Silva1, Christian Correa

Coronel1 e Rodrigo Della Méa Plentz1,2

1 Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia, Porto

Alegre, RS, BRASIL.

2

Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, Porto Alegre, RS, BRASIL.

Instituição e endereço onde o trabalho foi realizado:

Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/Fundação Universitária de Cardiologia.

Avenida Princesa Isabel, 370. Bairro Santana. Porto Alegre, RS, Brasil. CEP: 90620-000.

Autor correspondente:

Dr. Rodrigo Della Méa Plentz

Av Princesa Isabel, 370, 3º andar, Bairro Santana, Porto Alegre, RS, Brasil. CEP: 99620-000

Tel: +55 51 32232746, Fax: +55 51 32232746

Email: [email protected]

44

Resumo

Objetivo: Avaliar os efeitos da estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) sobre a dor

e a função pulmonar no pós-operatório de cirurgias torácicas através de uma revisão

sistemática e metanálise de estudos randomizados.

Métodos: A busca incluiu as bases MEDLINE, PEDro, Cochrane CENTRAL, EMBASE e

LILACS, além de busca manual, do início até agosto de 2011. Foram incluídos estudos

randomizados comparando TENS associada ou não a analgesia farmacológica vs. TENS

placebo associada ou não a analgesia farmacológica ou vs. analgesia farmacológica

controlada, que avaliaram dor e/ou função pulmonar representada pela capacidade vital

forçada (CVF) em pacientes no pós-operatório de cirurgia torácica (pulmonar ou cardíaca

com abordagem por toracotomia ou esternotomia).

Resultados: Dos 2.489 artigos identificados, 12 estudos foram incluídos. Na abordagem por

toracotomia, a TENS associada à analgesia farmacológica reduziu a dor comparada com

TENS placebo associada à analgesia farmacológica (-1,29; IC95%: -1,94 a - 0,65). Na

abordagem por esternotomia, a TENS associada à analgesia farmacológica também reduziu a

dor comparada a TENS placebo associada à analgesia farmacológica (-1,33; IC95%: -1,89 a -

0,77) e comparada à analgesia farmacológica controlada (-1,23; IC95%: -1,79 a -0,67). Não

foi observado melhora significativa na CVF (0,12 L; IC95%: -0,27 a 0,51).

Conclusão: A TENS associada à analgesia farmacológica promoveu maior alívio da dor

comparada a TENS placebo em pacientes em pós-operatório de cirurgia torácica

tanto na

abordagem por toracotomia quanto por esternotomia. Na esternotomia, também se mostrou

mais efetiva que a analgesia farmacológica controlada no alívio da dor, porém sem efeito

significativo na função pulmonar.

Palavras-chave: Estimulação elétrica nervosa transcutânea; cirurgia torácica; revisão.

45

Abstract

Objectives: To evaluate the effects of transcutaneous electric nerve stimulation (TENS) on

pain and pulmonary function during the postoperative period after thoracic surgery by

performing a systematic review and meta-analysis of randomized trials.

Methods: The search strategy included MEDLINE, PEDro, Cochrane CENTRAL, EMBASE

and LILACS, besides a manual search, from inception to August, 2011. Randomized trials

were included, comparing TENS associated or not with pharmacological analgesia vs. placebo

TENS associated or not with pharmacological analgesia or vs. pharmacological analgesia

alone to assess pain and/or pulmonary function represented by forced vital capacity (FVC) in

postoperative thoracic surgery patients (pulmonary or cardiac with approach by thoracotomy

or sternotomy).

Results: Of the 2.489 articles identified, 12 studies were included. In the approach by

thoracotomy, TENS associated with pharmacological analgesia reduced pain compared to the

placebo TENS associated with pharmacological analgesia (-1.29; CI95%: -1.94 to – 0.65). In

the approach by sternotomy, TENS associated with pharmacological analgesia also reduced

pain compared to the placebo TENS associated with pharmacological analgesia (-1.33;

95%CI: -1.89 to -0.77) and compared to pharmacological analgesia alone (-1.23; CI95%: -

1.79 to -0.67). There was no significant improvement in FVC (0.12 L; 95%CI: -0.27 to 0.51).

Conclusion: TENS associated with pharmacological analgesia provides pain relief compared

to the placebo TENS in postoperative thoracic surgery patients both approached by

thoracotomy and sternotomy. In the sternotomy it also provides more effective pain relief

compared to pharmacological analgesia alone

, but has no significant effect on pulmonary

function.

Key words: Transcutaneous electric nerve stimulation; thoracic surgery; review.

46

INTRODUÇÃO

Apesar da evolução tecnológica observada na medicina e na área cirúrgica de um

modo geral e, a utilização de métodos menos invasivos cada vez mais proeminentes, ainda é

grande o número de doenças que requerem intervenções com abordagem cirúrgica aberta. A

cirurgia torácica surgiu no final do século XIX e, progrediu rapidamente no século XX a

partir do aprimoramento da anestesia, do controle da infecção e da reposição sanguínea.

As cirurgias torácicas são divididas em dois tipos principais: pulmonares e cardíacas.

Nas pulmonares, a abordagem cirúrgica predominante é via toracotomia, já nas cardíacas a

esternotomia mediana é a incisão mais usada, sendo melhor para a exposição da região, porém

pode alterar significativamente a função pulmonar pela extensão da incisão e gerar

consequente instabilidade do tórax superior [3].

[1].

Esses procedimentos são acompanhados de métodos para controle da dor, os quais auxiliam

na recuperação e na qualidade de vida dos pacientes [2].

A dor tem sido apontada como uma das principais fontes de preocupação para os

pacientes no pós-operatório de cirurgia torácica, e sabe-se que o tipo de abordagem cirúrgica

gera diferentes níveis de dor [2]. Isso ocorre por várias causas tais como a incisão, a retração

dos tecidos, a utilização de drenos torácicos após a cirurgia, local dos drenos e pelo processo

inflamatório. Essa situação clínica pode colaborar com o aumento das complicações

pulmonares no pós-operatório tais como diminuição da força muscular respiratória, dos

volumes e capacidades pulmonares, bem como a redução da efetividade da tosse e aumento de

infecções, as quais interferem no quadro evolutivo do paciente e são consideradas as

principais causas de morbidade e mortalidade nesses casos [3, 4].

Existem divergências quanto à intensidade da dor em relação ao tipo de abordagem

cirúrgica. Em estudo realizado com pacientes que realizaram cirurgia cardíaca, foi observado

47

que a dor não se relacionou com o tipo de procedimento cirúrgico realizado (revascularização

miocárdica, troca valvar e ressecção valvar parcial com envolvimento da artéria torácica

interna, veia safena e colocação de válvulas metálicas) [3]. Mueller et al. [5], também não

encontraram diferença significativa nas características da dor quando comparadas diferentes

tipos de cirurgia, mesmo em procedimentos mais profundos. Porém, Benedetti et al. [2]

encontraram diferença nos níveis de dor de acordo com o tipo de abordagem cirúrgica,

demonstrando maior percepção de dor nas abordagens por toracotomia posterolateral.

Além da analgesia farmacológica, a eletroanalgesia tem sido proposta como um

tratamento auxiliar para o alívio da dor pós-operatória, com consequente melhora da mecânica

da caixa torácica e redução de possíveis complicações respiratórias nas cirurgias torácicas. A

estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um recurso amplamente utilizado no

alívio sintomático da dor [6]. Dessa forma, a TENS pode ser utilizada na rotina pós-operatória

hospitalar como coadjuvante da analgesia convencional, pois além de ser não invasiva e não

farmacológica é confortável e, alguns estudos observaram menor necessidade do uso de

fármacos no controle da dor. [7].

Entretanto há divergência de resultados entre os estudos, Gregorini et al. [7]

demonstraram que a TENS é eficaz no controle da dor no PO de cirurgia cardíaca e

proporciona melhora da força muscular respiratória e aumento dos volumes e capacidades

pulmonares, já Stubbing & Jellicoe [8] demonstraram que a TENS não alterou o quadro de

dor dos pacientes pós-cirurgia torácica, gerando a necessidade de sistematização das

informações existentes.

Dessa forma, a existência de vários ensaios clínicos randomizados (ECRs) referentes a

aplicação da TENS associada ou não ao uso de fármacos no pós-operatório de cirurgia

torácica com abordagem por toracotomia e por esternotomia, a ausência de revisão sistemática

que englobe estudos com abordagem por esternotomia, e a ausência de metanálise, justificam

48

a realização de uma revisão sistemática recente sobre o assunto [9]. Assim, o objetivo desse

estudo foi avaliar os efeitos da TENS sobre a dor e a função pulmonar no pós-operatório de

cirurgia torácica (cardíaca ou pulmonar com abordagem por toracotomia posterolateral ou

esternotomia mediana) através de uma revisão sistemática e metanálise de ECRs.

MÉTODOS

O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto de

Cardiologia do Rio Grande do Sul / Fundação Universitária de Cardiologia, número 4564-10,

e segue as recomendações propostas pela Colaboração Cochrane [10] e pelo Preferred

Reporting Items for Systematic Review and Meta-analyses: The PRISMA Statement [11].

Critérios de elegibilidade

Foram incluídos ECRs com pacientes que realizaram cirurgia torácica (cardíaca ou

pulmonar com abordagem por toracotomia posterolateral ou esternotomia mediana) e que

foram tratados no pós-operatório com TENS associado ou não à analgesia farmacológica vs.

TENS placebo (corrente elétrica inoperante) associado ou não à analgesia farmacológica ou,

TENS associado à analgesia farmacológica vs. analgesia farmacológica controlada. Os

desfechos incluídos foram: dor e função pulmonar representada pela capacidade vital forçada

(CVF). Foram adotados os seguintes critérios de exclusão: cirurgias que não fossem torácicas;

estudos com dados incompletos e estudos sem dados do grupo controle. Artigos que não

mostrassem os valores de CVF em litros (L) foram excluídos da metanálise.

Estratégia de busca

Foram pesquisados os seguintes bancos de dados eletrônicos (do início até agosto de

2011): MEDLINE (acessado via PubMed), Physiotherapy Evidence Database (PEDro),

49

Register of Controlled Trials (Cochrane CENTRAL), EMBASE e LILACS. Em adição, foi

realizada uma busca manual nas referências de estudos já publicados sobre o assunto. A busca

foi realizada em 29 de agosto de 2011 e compreendeu os seguintes termos em inglês:

“transcutaneous electric nerve stimulation”, “eletric stimulation”, “electric stimulation

therapy”, “thoracic surgery”, “thoracic surgery procedures”, “sternotomy”, “coronary artery

bypass surgery”, “myocardial revascularization”, “aortic surgery”, associados a uma lista

sensível de termos para busca de ECRs, elaborada por Robinson & Dickersin [12]; e seus

descritores em português: estimulação elétrica nervosa transcutânea, estimulação elétrica,

estimulação elétrica terapêutica, cirurgia cardíaca, procedimentos cirúrgicos cardíacos,

esternotomia, cirurgia de revascularização do miocárdio, correção aórtica, ensaio clínico

randomizado. A estratégia de busca completa utilizada para o PubMed pode ser observada na

Tabela 1. Não houve restrição de idioma na busca.

Seleção dos estudos e extração dos dados

Os títulos e resumos de todos os artigos identificados pela estratégia de busca foram

avaliados por dois revisores de forma independente. Todos os resumos que não forneceram

informações suficientes sobre os critérios de inclusão e exclusão, foram selecionados para a

avaliação dos textos completos. Nessa segunda fase, os mesmos revisores avaliaram

independentemente os artigos completos e fizeram suas seleções de acordo com os critérios de

elegibilidade pré-especificados. Discordâncias entre os revisores foram resolvidas por

consenso. O desfecho principal extraído foi dor, medida pela escala analógica visual (EVA).

O outro desfecho de interesse foi a CVF em L. Quando o estudo não apresentava todos os

dados necessários para a metanálise, o autor correspondente foi contatado para solicitação dos

dados faltantes.

50

Avaliação do risco de viés

A avaliação da qualidade metodológica foi realizada por dois investigadores de forma

independente e levou em consideração as seguintes características dos estudos incluídos:

geração da sequência de randomização, sigilo de alocação, cegamento, cegamento dos

avaliadores dos desfechos, análise por intenção de tratar e descrição das perdas e exclusões.

Estudos sem uma clara descrição dessas características foram considerados como não claros

ou que não reportavam as mesmas.

Análise dos dados

A metanálise foi realizada usando modelo de efeitos randômicos e as medidas de

efeito foram obtidas pelos valores pós-intervenção. Os estudos foram analisados

separadamente em relação à abordagem cirúrgica: estudos em que o procedimento cirúrgico

foi realizado com abordagem por toracotomia posteroletaral (análise 1) e estudos em que a

abordagem foi por esternotomia mediana (análise 2). Dentro dessas análises, foram realizadas

duas comparações: estudos que comparam TENS associada ou não à analgesia farmacológica

vs. TENS placebo associada ou não à analgesia farmacológica e, estudos que comparam

TENS associada a analgesia farmacológica vs. analgesia farmacológica controlada.

Considerou-se estatisticamente significativo um valor alfa = 0,05. A heterogeneidade

estatística do efeito do tratamento entre os estudos foi avaliada através do teste Q de Cochran

e através do teste de inconsistência (I2

As análises de sensibilidade foram conduzidas considerando as características dos

estudos incluídos, em que cálculos de metanálises foram refeitos, incluindo somente estudos

), em que valores acima de 25% e 50% foram

considerados como indicativo de moderada e alta heterogeneidade, respectivamente. Todas as

análises foram conduzidas usando o software Review Manager 5.1 (Colaboração Cochrane)

[10].

51

preenchendo determinados critérios como idade dos pacientes, tempo de intervenção e de

aplicação da TENS, associação da aplicação da TENS com analgesia farmacológica e doses

de analgesia farmacológica.

RESULTADOS

Descrição dos estudos

A busca inicial identificou 2.489 artigos, dos quais 31 estudos foram considerados

como potencialmente relevantes e recuperados para análise detalhada. Desses, 19 foram

considerados potencialmente relevantes. No entanto sete foram excluídos por não relatar os

desfechos de interesse [2, 8, 13] ou por falta de dados ou dados incompletos para a metanálise

[7, 14-16], restando 12 artigos que atenderam aos critérios de elegibilidade e foram incluídos

na metanálise, totalizando 620 pacientes. Destes, seis artigos realizaram cirurgia pulmonar

com abordagem por toracotomia posterolateral [17-22] e seis estudos realizaram cirurgia

cardíaca com abordagem por esternotomia mediana [4, 23-27]. A figura 1 mostra o

fluxograma dos estudos incluídos e a Tabela 2 resume as características desses estudos.

Risco de viés

Em relação aos seis estudos que realizaram cirurgia pulmonar com abordagem por

toracotomia posterolateral [17-22], 17% foram cegados e tiveram cegamento dos avaliadores

dos desfechos. Nenhum dos estudos apresentava descrição da geração da sequência aleatória,

alocação sigilosa, descrição das perdas e exclusões e, análise por intenção de tratar. Dentre os

seis estudos que realizaram cirurgia cardíaca com abordagem por esternotomia mediana [4,

23-27], 50% apresentavam descrição da geração de sequência aleatória adequada, 17%

apresentavam a alocação sigilosa, foram cegados e tiveram cegamento dos avaliadores dos

52

desfechos e, 33% descreveram as perdas e exclusões. Nenhum dos estudos realizou análise

por intenção de tratar (Tabela 3).

Efeitos das intervenções

Análise 1: Estudos que realizaram cirurgia pulmonar com abordagem por toracotomia

posterolateral:

Dor

Cinco estudos [17-19, 21, 22] realizaram cirurgia torácica pulmonar com abordagem

por toracotomia posterolateral e avaliaram a dor no pós-operatório. Desses, quatro artigos [17-

19, 22] compararam TENS associada à analgesia farmacológica vs. TENS placebo associada à

analgesia farmacológica. Nessa comparação, observou-se que a TENS proporcionou uma

redução significativa na dor comparada ao TENS placebo [-1,29; intervalo de confiança 95%

(IC 95%): -1,94 a -0,65, I2: 83%] (Figura 2). Devido à alta heterogeneidade estatística

observada, foi realizada uma análise de sensibilidade em relação ao tempo de intervenção,

onde foram analisados separadamente os estudos em que a TENS foi aplicada em uma única

sessão no primeiro dia de pós-operatório [17, 19] e os estudos em que a TENS foi aplicada

continuamente por 48h ou mais [18, 22]. Em ambas as situações foi observado que a TENS

promoveu uma redução significativa na dor comparado a TENS placebo [(-0,83; IC95%: -

1,19 a -0,47) e (-1,60; IC 95%: -1,66 a -1,54), respectivamente] com ausência de

heterogeneidade (I2: 0%) (Figura 2). Também foi realizada análise de sensibilidade em

relação à idade dos pacientes já que o estudo de Chandra et al. [17] apresentou idade média de

27 anos, o que difere dos demais estudos em que a idade média foi de 52 anos. Excluindo esse

estudo da análise observamos que a idade dos pacientes não alterou o resultado observado,

mas pode ter sido um dos fatores causadores da heterogeneidade estatística, pois com a

53

exclusão desse estudo observamos a ausência de heterogeneidade (-1,6; IC95%: -1,66 a -1,54,

I2

Ainda, um estudo [21] comparou TENS associada à analgesia farmacológica vs.

analgesia farmacológica controlada, onde se observou que o tratamento com a TENS

associado à analgesia farmacológica não foi mais eficaz na diminuição da dor (-0,5; IC95%: -

1,27 a 0,27) comparado à analgesia farmacológica controlada no pós-operatório de cirurgia

com abordagem por toracotomia posterolateral.

: 0%).

Capacidade vital forçada

Apenas um dos estudos incluídos nessa análise avaliou CVF em L e comparou a

aplicação da TENS associada à crioterapia vs. TENS placebo associada à crioterapia [20]. Foi

observado que a TENS promoveu um aumento não significativo na CVF de 0,20 L (IC95%: -

0,05 a 0,45) comparada a TENS placebo.

Análise 2: Estudos que realizaram cirurgia cardíaca com abordagem por esternotomia

mediana:

Dor

Seis estudos [4, 23-27] realizaram cirurgia torácica cardíaca com abordagem por

esternotomia mediana e avaliaram a dor no pós-operatório, sendo que cinco estudos [4, 24-27]

compararam TENS associada à analgesia farmacológica vs. TENS placebo associada à

analgesia farmacológica e um estudo [23] comparou TENS vs. TENS placebo sem associação

com analgesia farmacológica. Analisando todos os estudos em conjunto, observou-se que a

TENS proporcionou uma redução significativa na dor comparada a TENS placebo (-1,33;

IC95%: -1,89 a -0,77, I2: 58%). Excluindo da análise o estudo de Cipriano et al. [23] que não

associou a aplicação da TENS com a analgesia farmacológica não foi observada alteração no

54

resultado (-1,38; IC95%: -2,02 a -0,73). Foi realizada uma análise de sensibilidade em relação

ao tempo de intervenção, onde foram analisados separadamente os estudos em que a TENS

foi aplicada em uma única sessão no primeiro dia de pós-operatório [24, 25] sendo também

observada uma redução significativa na dor comparada a TENS placebo, com ausência de

heterogeneidade (-1,10; IC95%: -1,70 a -0,50). (Figura 3).

Dentre esses seis estudos, três estudos [4, 24, 27] possuíam um terceiro grupo que

realizou somente analgesia farmacológica controlada, sendo possível a comparação entre

TENS associada à analgesia farmacológica vs. analgesia farmacológica controlada. Nessa

análise foi observada que a TENS associada à analgesia farmacológica reduziu a dor

comparada a analgesia farmacológica controlada (-1,23; IC95%: -1,79 a -0,67, I2: 32%)

(Figura 4). Foi realizada uma análise de sensibilidade em relação ao tempo de intervenção,

onde foram analisados separadamente os estudos em que a TENS foi aplicada continuamente

no pós-operatório [4, 27], excluindo dessa forma o estudo de Emmiler et al. [24] sendo

observada também uma redução na dor comparando TENS vs. analgesia farmacológica

controlada (-1,54; IC95%: -2,16 a -0,92, I2

Não foi necessário realizar análise de sensibilidade em relação à idade dos pacientes,

pois todos os estudos incluídos tinham em média idade de 60 anos.

: 0%) (Figura 4).

Capacidade vital forçada

Dois estudos compararam TENS vs. TENS placebo em relação à CVF [23, 27]. Foi

observado que não houve diferença significativa entre as duas intervenções [0,12 L; IC95%: -

0,27 a 0,51; I2

A alta heterogeneidade observada pode ser explicada devido ao tempo em que a

intervenção foi aplicada e a associação com analgesia farmacológica. Observou-se que o

estudo de Cipriano et al. [23] aplicou a TENS somente no terceiro dia de pós-operatório e esta

: 80%] (Figura 5).

55

não foi em associação com a analgesia farmacológica. Excluindo esse estudo observou-se que

a TENS melhora a CVF se aplicada continuamente nas primeiras 24h de pós-operatório e se

for aplicada juntamente com a analgesia farmacológica (0,30 L; IC95%: 0,12 a 0,48).

Não foi possível realizar análises de sensibilidade em relação às doses de analgésicos e

a via utilizada para a administração, devido ao protocolo analgésico que foi utilizado no

período pós-operatório ser diferente entre os estudos incluídos, sendo assim de difícil

comparação, como pode ser observado na Tabela 2.

DISCUSSÃO

Sumário das evidências

Nesse estudo foi observado que a TENS associada à analgesia farmacológica

promoveu mais alívio da dor do que comparada a TENS placebo em pacientes em pós-

operatório de cirurgia torácica

tanto na abordagem por toracotomia quanto por esternotomia.

Na esternotomia também se mostrou mais efetiva que a analgesia farmacológica controlada

no alívio da dor, porém sem efeito significativo na função pulmonar.

Pontos fortes e limitações da revisão

Esse estudo possui vários pontos metodológicos fortes como: formulação de uma

questão de pesquisa específica, realização de uma busca bibliográfica sensível, abrangente e

sistemática, com critérios de elegibilidade explícitos e reprodutíveis, sem restrição de idioma,

realizada por dois revisores independentemente; seleção dos estudos, extração dos dados e

análise da qualidade metodológica dos artigos incluídos realizada também por dois revisores

independentes; e emprego de metanálise, aumentando o poder da evidência do estudo, indo de

encontro das revisões sistemáticas anteriores.

56

Foi observado que os ECRs incluídos foram metodologicamente limitados, pois

nenhum apresentava de forma completa os itens observados na avaliação do risco de viés.

Além disso, as doses de analgésicos e a via utilizada para a administração dos mesmos no

período pós-operatório foi diferente entre os estudos incluídos, o que pode gerar diferenças

nos resultados encontrados no alívio da dor. Devido a essas diferenças metodológicas, aos

poucos estudos e ao pequeno número pacientes incluídos, as análises de sensibilidade em

relação às medicações analgésicas foram prejudicadas. Apesar disso, esse trabalho

demonstrou o papel benéfico d

Ainda, os estudos incluídos na revisão sistemática incluíam diferentes tipos de

procedimentos cirúrgicos o que pode provocar diferentes mecanismos de lesão e

consequentemente pode interferir na percepção da dor pós-operatória. Porém, em estudos

realizados com pacientes que realizaram cirurgias cardíacas foi demonstrado que não há uma

relação entre a dor e o tipo de procedimento cirúrgico [3, 5]. Por isso, as metanálises foram

realizadas separadamente em relação à abordagem cirúrgica (toracotomia ou esternotomia) já

que essa pode produzir diferentes níveis de dor [2], independente do tipo de procedimento

cirúrgico.

a TENS na redução da dor quando associada à analgesia

farmacológica, pois nos estudos incluídos existia um grupo controle que recebeu a mesma

analgesia do grupo intervenção, diferindo apenas na intervenção recebida.

Foi demonstrado que a TENS associada à analgesia farmacológica comparada a TENS

placebo associada à analgesia farmacológica promove maior redução na dor após a cirurgia

torácica, tanto nas cirurgias pulmonares com abordagem por toracotomia posterolateral

quanto nas cirurgias cardíacas com abordagem por esternotomia mediana. Isso vai ao

encontro do estudo de Freynet & Falcoz [9], que demonstraram o benefício adicional da

TENS no alívio da dor quando associada à analgesia farmacológica pós toracotomia. Vários

estudos já demonstraram que a TENS atua no alivio da dor principalmente por dois

57

mecanismos de ação: a modulação da entrada de sinais nociceptivos no corno dorsal da

medula espinhal via estimulação periférica de grandes fibras nervosas mielinizadas tipo A e, a

liberação de opióides endógenos que possuem efeito analgésico. Esses dois mecanismos

entram em ação durante a aplicação da TENS e seu efeito permanece mesmo depois de

terminada a aplicação [24]. Nas cirurgias torácicas a TENS pode ser aplicada em dermátomos

apropriados relacionados à área da incisão, proporcionando efeito diretamente sobre o local de

origem da dor, o que pode amplificar os efeitos analgésicos observados.

Nessa revisão sistemática, a TENS associada à analgesia farmacológica comparada a

TENS placebo não produziu alteração na CVF após esternotomia mediana. No entanto, foi

observada uma melhora da função pulmonar quando a TENS foi aplicada imediatamente no

primeiro dia de pós-operatório.

Essa melhora na CVF pode estar relacionada com o efeito da

redução na dor observada após a aplicação da TENS bem como a possível melhora na

mecânica respiratória e na ventilação pulmonar, o que pode reduzir as complicações

respiratórias no período pós-operatório de cirurgia torácica [7].

Comparações com outras revisões

Freynet & Falcoz [9] também realizaram uma revisão sistemática sobre esse assunto.

Porém, esse trabalho incluiu somente nove ECRs que aplicaram a TENS no pós-operatório

apenas de toracotomia, enquanto a presente revisão incluiu 12 artigos que aplicaram a TENS

no pós-operatório de cirurgias torácicas, tanto com abordagem por toracotomia quanto por

esternotomia. Além disso, os referidos autores limitaram a busca para artigos em inglês,

enquanto a revisão atual não apresentou limitação de idioma. A revisão atual apresenta

também como vantagem a realização de metanálise, aumentando o poder da evidência gerada.

Além disso as metanálises realizadas levaram em consideração o tipo de abordagem cirúrgica

utilizada nos estudos incluídos. Essa análise quantitativa dos dados não foi realizada pelos

58

referidos autores. Por esses motivos, alguns estudos incluídos na revisão de Freynet & Falcoz

[9] foram excluídos da atual revisão, ou por não preencherem os critérios de elegibilidade ou

por possuírem dados incompletos impedindo as análises estatísticas.

Outro ponto positivo do

presente estudo foi a revisão por dois investigadores independentes em todas as fases da

pesquisa, além de apresentar a avaliação do risco de viés dos estudos incluídos. Portanto,

nosso estudo gera um nível de evidência maior em relação às evidências já existentes e uma

evidência atualizada com busca na literatura realizada até agosto de 2011 em contraste com a

busca realizada pelos outros autores que foi até maio de 2009.

CONCLUSÃO

Através dessa revisão sistemática e metanálise de ECRs podemos concluir que a

TENS proporciona efeito adicional à analgesia farmacológica, pois promoveu maior alívio da

dor quando comparada a TENS placebo em pacientes em pós-operatório de cirurgia torácica

tanto na abordagem por toracotomia quanto por esternotomia. Na esternotomia, também se

mostrou mais efetiva que a analgesia farmacológica controlada no alívio da dor, porém sem

efeito significativo na função pulmonar. A TENS pode ser recomendada como tratamento

adicional para alivio da dor em cirurgias torácicas. Porém, devido à baixa qualidade

metodológica e ao pequeno número amostral dos estudos incluídos, faz-se necessários novos

ECRs com maior número de pacientes e maior rigor metodológico para ampliação do poder

da informação.

AGRADECIMENTOS

Este trabalho recebeu suporte parcial do Conselho Nacional de Desenvolvimento

Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível

Superior (CAPES).

59

REFERÊNCIAS

1. Franco T, dos Santos EG. [Women and surgeons]. Rev Col Bras Cir 2010

Feb;37(1):72-7.

2. Benedetti F, Amanzio M, Casadio C, Cavallo A, Cianci R, Giobbe R, et al. Control of

postoperative pain by transcutaneous electrical nerve stimulation after thoracic operations.

Ann Thorac Surg 1997 Mar;63(3):773-6.

3. Giacomazzi CM, Lagni VB, Monteiro MB. A dor pós-operatória como contribuinte do

prejuízo na função pulmonar em pacientes submetidos à cirurgia cardíaca. Revista Brasileira

de Cirurgia Cardiovascular 2006;21(4):386-92.

4. Forster EL, Kramer JF, Lucy SD, Scudds RA, Novick RJ. Effect of TENS on pain,

medications, and pulmonary function following coronary artery bypass graft surgery. Chest

1994 Nov;106(5):1343-8.

5. Mueller XM, Tinguely F, Tevaearai HT, Revelly JP, Chiolero R, von Segesser LK.

Pain location, distribution, and intensity after cardiac surgery. Chest 2000 Aug;118(2):391-6.

6. Melzack R, Wall PD. Pain mechanisms: a new theory. Science 1965 Nov

19;150(699):971-9.

7. Gregorini C, Cipriano Junior G, Aquino LM, Branco JN, Bernardelli GF. Short-

duration transcutaneous electrical nerve stimulation in the postoperative period of cardiac

surgery. Arq Bras Cardiol 2010 Mar;94(3):325-31, 45-51.

8. Stubbing JF, Jellicoe JA. Transcutaneous electrical nerve stimulation after

thoracotomy. Pain relief and peak expiratory flow rate--a trial of transcutaneous electrical

nerve stimulation. Anaesthesia 1988 Apr;43(4):296-8.

9. Freynet A, Falcoz PE. Is transcutaneous electrical nerve stimulation effective in

relieving postoperative pain after thoracotomy? Interact Cardiovasc Thorac Surg 2010

Feb;10(2):283-8.

60

10. Higgins J, Green S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions 5.0

ed2011.

11. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG. Preferred reporting items for systematic

reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. Int J Surg 2009;8(5):336-41.

12. Robinson KA, Dickersin K. Development of a highly sensitive search strategy for the

retrieval of reports of controlled trials using PubMed. Int J Epidemiol 2002 Feb;31(1):150-3.

13. Rooney SM, Jain S, Goldiner PL. Effect of transcutaneous nerve stimulation on

postoperative pain after thoracotomy. Anesth Analg 1983 Nov;62(11):1010-2.

14. Bayindir O, Paker T, Akpinar B, Erenturk S, Askin D, Aytac A. Use of transcutaneous

electrical nerve stimulation in the control of postoperative chest pain after cardiac surgery. J

Cardiothorac Vasc Anesth 1991 Dec;5(6):589-91.

15. Dontaille M, Reeves B. TENS and pain control after coronary artery bypass surgery.

Physiotherapy 1997;83(10):510-6.

16. Navarathnam RG, Wang IY, Thomas D, Klineberg PL. Evaluation of the

transcutaneous electrical nerve stimulator for postoperative analgesia following cardiac

surgery. Anaesth Intensive Care 1984 Nov;12(4):345-50.

17. Chandra A, Banavaliker JN, Das PK, Hasti S. Use of transcutaneous electrical nerve

stimulation as an adjunctive to epidural analgesia in the management of acute thoracotomy

pain. Indian J Anaesth 2010 Mar;54(2):116-20.

18. Erdogan M, Erdogan A, Erbil N, Karakaya HK, Demircan A. Prospective,

Randomized, Placebo-controlled Study of the Effect of TENS on postthoracotomy pain and

pulmonary function. World J Surg 2005 Dec;29(12):1563-70.

19. Liu YC, Liao WS, Lien IN. Effect of transcutaneous electrical nerve stimulation for

post-thoracotomic pain. Taiwan Yi Xue Hui Za Zhi 1985 Jul;84(7):801-9.

61

20. Rooney SM, Jain S, McCormack P, Bains MS, Martini N, Goldiner PL. A comparison

of pulmonary function tests for postthoracotomy pain using cryoanalgesia and transcutaneous

nerve stimulation. Ann Thorac Surg 1986 Feb;41(2):204-7.

21. Solak O, Turna A, Pekcolaklar A, Metin M, Sayar A, Gurses A. Transcutaneous

electric nerve stimulation for the treatment of postthoracotomy pain: a randomized

prospective study. Thorac Cardiovasc Surg 2007 Apr;55(3):182-5.

22. Warfield CA, Stein JM, Frank HA. The effect of transcutaneous electrical nerve

stimulation on pain after thoracotomy. Ann Thorac Surg 1985 May;39(5):462-5.

23. Cipriano G, Jr., de Camargo Carvalho AC, Bernardelli GF, Tayar Peres PA. Short-

term transcutaneous electrical nerve stimulation after cardiac surgery: effect on pain,

pulmonary function and electrical muscle activity. Interact Cardiovasc Thorac Surg 2008

Aug;7(4):539-43.

24. Emmiler M, Solak O, Kocogullari C, Dundar U, Ayva E, Ela Y, et al. Control of acute

postoperative pain by transcutaneous electrical nerve stimulation after open cardiac

operations: a randomized placebo-controlled prospective study. Heart Surg Forum

2008;11(5):E300-3.

25. Ferraz FS, Moreira CMC. Eletroanalgesia com utilização de TENS no pós-operatório

de cirurgia cardíaca. Fisioterapia em Movimento 2009;22(1):133-9.

26. Luchesa CA, Greca FH, Guarita-Souza LC, dos Santos JL, Aquim EE. The role of

electroanalgesia in patients undergoing coronary artery bypass surgery. Rev Bras Cir

Cardiovasc 2009 Sep;24(3):391-6.

27. Solak O, Emmiler M, Ela Y, Dundar U, Kocoiullari CU, Eren N, et al. Comparison of

continuous and intermittent transcutaneous electrical nerve stimulation in postoperative pain

management after coronary artery bypass grafting: a randomized, placebo-controlled

prospective study. Heart Surg Forum 2009 Oct;12(5):E266-71.

62

LEGENDAS DAS FIGURAS

Figura 1 - Fluxograma dos estudos incluídos na revisão. ECR - ensaio clínico randomizado;

TENS - estimulação elétrica nervosa transcutânea.

Figura 2 – Análise da dor referente aos estudos que realizaram cirurgia com abordagem por

toracotomia posterolateral - Comparação da TENS + analgesia vs. TENS placebo + analgesia.

Figura 3 - Análise da dor referente aos estudos que realizaram cirurgia com abordagem por

esternotomia mediana - Comparação da TENS vs. TENS placebo.

Figura 4 - Análise da dor referente aos estudos que realizaram cirurgia com abordagem por

esternotomia mediana - Comparação da TENS + analgesia farmacológica vs. analgesia

farmacológica controlada.

Figura 5 - Análise da capacidade vital forçada referente aos estudos que realizaram cirurgia

com abordagem por esternotomia mediana - Comparação da TENS vs. TENS placebo.

63

TABELAS

Tabela 1. Estratégia de busca utilizada no PubMed

#1 "Electric Stimulation"[Mesh] OR (Electrical Stimulation) OR (Electrical

Stimulations) OR (Stimulation, Electrical) OR (Stimulations, Electrical) OR

(Stimulation, Electric) OR (Electric Stimulations) OR (Stimulations, Electric)

#2 "Transcutaneous Electric Nerve Stimulation"[Mesh] OR (Electrical Stimulation,

Transcutaneous) OR (Stimulation, Transcutaneous Electrical) OR

(Transcutaneous Electrical Stimulation) OR (Percutaneous Electric Nerve

Stimulation) OR (Percutaneous Electrical Nerve Stimulation) OR (Transdermal

Electrostimulation) OR (Electrostimulation, Transdermal) OR (Transcutaneous

Electrical Nerve Stimulation) OR (Transcutaneous Nerve Stimulation) OR (Nerve

Stimulation, Transcutaneous) OR (Stimulation, Transcutaneous Nerve) OR

(Electric Stimulation, Transcutaneous) OR (Stimulation, Transcutaneous Electric)

OR (Transcutaneous Electric Stimulation) OR (TENS) OR (Electroanalgesia) OR

(Analgesic Cutaneous Electrostimulation) OR (Cutaneous Electrostimulation,

Analgesic) OR (Electrostimulation, Analgesic Cutaneous)

#3 "Electric Stimulation Therapy"[Mesh] OR (Therapeutic Electric Stimulation) OR

(Electric Stimulation, Therapeutic) OR (Stimulation, Therapeutic Electric) OR

(Therapy, Electric Stimulation) OR (Stimulation Therapy, Electric) OR

(Electrotherapy)

#4 #1 OR #2 OR #3

#5 "Thoracic Surgery"[Mesh] OR (Surgery, Thoracic) OR (Surgery, Cardiac) OR

(Surgery, Heart) OR (Heart Surgery) OR (Cardiac Surgery)

#6 "Thoracic Surgical Procedures"[Mesh] OR (Procedures, Thoracic Surgical) OR

(Surgical Procedures, Thoracic) OR (Thoracic Surgical Procedure) OR

64

(Procedure, Thoracic Surgical) OR (Surgical Procedure, Thoracic)

#7 "Sternotomy"[Mesh] OR (Sternotomies) OR (Median Sternotomy) OR (Median

Sternotomies) OR (Sternotomies, Median) OR (Sternotomy, Median)

#8 "Coronary Artery Bypass"[Mesh] OR "Coronary Artery Bypass Grafting" OR

"Coronary Artery Bypass Surgery" OR "Bypass, Coronary Artery" OR "Artery

Bypass, Coronary" OR "Artery Bypasses, Coronary" OR "Bypasses, Coronary

Artery" OR "Coronary Artery Bypasses" OR "Aortocoronary Bypass" OR

"Aortocoronary Bypasses" OR "Bypass, Aortocoronary" OR "Bypasses,

Aortocoronary" OR "Bypass Surgery, Coronary Artery"

#9 "Myocardial Revascularization"[Mesh] OR "Myocardial Revascularizations" OR

"Revascularization, Myocardial" OR "Revascularizations, Myocardial" OR

"Internal Mammary Artery Implantation"

#10 “Aortic surgery”

#11 #5 OR #6 OR #7 OR #8 OR #9 OR #10

#12 (randomized controlled trial[pt] OR controlled clinical trial[pt] OR randomized

controlled trials[mh] OR random allocation[mh] OR double-blind method[mh]

OR single-blind method[mh] OR clinical trial[pt] OR clinical trials[mh] OR

("clinical trial"[tw]) OR ((singl*[tw] OR doubl*[tw] OR trebl*[tw] OR

tripl*[tw]) AND (mask*[tw] OR blind*[tw])) OR ("latin square"[tw]) OR

placebos[mh] OR placebo*[tw] OR random*[tw] OR research design[mh:noexp]

OR follow-up studies[mh] OR prospective studies[mh] OR cross-over

studies[mh] OR control*[tw] OR prospectiv*[tw] OR volunteer*[tw]) NOT

(animal[mh] NOT human[mh])

#13 #4 AND #11 AND #12

65

Tabela 2. Características dos estudos incluídos

Estudo,

ano

Tipo de

intervenção

Tipo de cirurgia Pacientes

(n)

Idade

(média ± DP

ou amplitude)

Analgesia Parâmetros e tempos de

intervenção

Estudos que realizaram cirurgia pulmonar com abordagem por toracotomia posterolateral

Liu et al.,

1985

TENS +

analgesia

farmacológica

vs. TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

Lobectomia,

pneumonectomia,

segmentectomia,

extinção de tumor,

drenagem de

empiema,

piloroplastia,

jejunostomia,

esofagogastrostomia

sucção de líquido

15 / 15 51,7 / 52,7 NI 1-TENS: F = 1,5-150 pps, T = 100

µs, intensidade = 0-10 mA;

iniciado imediatamente no PO;

tempo de intervenção = 1 sessão

contínua de 20 min.

2-TENS placebo: F e intensidade

= 2; tempo de intervenção = idem

grupo TENS.

- 2 eletrodos foram posicionados

na área mais dolorosa da incisão.

66

após irrigação

Warfield et

al., 1985

TENS +

analgesia

farmacológica

vs. TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

Toracotomia

posterolateral para

ressecção pulmonar

12 / 12 NI As doses de

analgésicos não foram

padronizadas em

ambos os grupos pois

muitos pacientes

permaneceram

entubados durante o

estudo. A maioria dos

narcóticos

administrados nas 48h

foram registrados.

Narcóticos além da

morfina foram

convertidos em

1-TENS: F = 3, T = 5, amplitude =

7; iniciado nas primeiras 24h de

PO e aplicado continuamente até

48h de PO; tempo de intervenção

= contínuo por 48h.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

- 2 eletrodos colocados em ambos

os lados da incisão,

aproximadamente 2 cm da linha de

sutura.

67

equivalentes de

morfina.

Ronney et

al., 1986

TENS +

crioterapia vs.

TENS

placebo +

crioterapia

Toracotomia 25 / 25 NI A anestesia em todos

os pacientes foi com

óxido nítrico e oxigênio

complementado por

fentanil ou enflurano.

A medicação para a dor

foi dada quando

necessária para todos

os pacientes por

cuidados padrões no

PO.

1-TENS: F = 80 Hz e T = 150 µs;

iniciado nas primeiras 24h de PO.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

- eletrodos colocados 2 cm da

incisão cirúrgica.

Erdogan et

al., 2005

TENS +

analgesia

Lobectomia,

bilobectomia,

60 / 56 55,6 ± 11,9 /

52,9 ± 11,5

Após a cirurgia foi

utilizada analgesia

1-TENS: F = 100 Hz, T= 100 µs e

intensidade abaixo do limiar

68

farmacológica

vs. TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

pneumonectomia,

segmentectomia,

decorticação

padronizada com

diclofenaco sódico 75

mg/dia (durante 3 dias

pós-operatório) e

petidina HCl 20 mg/dia

(tempo de extubação).

Além disso, em ambos

os grupos, foi utilizado

petidina HCl (máximo

1 mg/kg/dia), sempre

quando solicitado mais

analgesia.

motor; iniciado nas primeiras 24h

de PO e aplicado continuamente

até 48h de PO; após foi aplicado

por 20 min com intervalo de 3h

por 3 dias.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

- 4 eletrodos colocados 2 cm

abaixo e 2 cm acima da linha de

incisão.

Chandra et

al., 2010

TENS +

analgesia

farmacológica

Toracotomia para

decorticação

30 / 30 25,1 ± 7,3 /

28,7 ± 7,5

Foi adotada uma

técnica padrão de

anestesia para todos os

1-TENS: F = 80 Hz; iniciado

imediatamente no PO; tempo de

intervenção = 1 sessão contínua de

69

vs. TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

pacientes. Os pacientes

em ambos os grupos

receberam analgesia

epidural com 10 ml de

bupivacaína a 0,125% a

cada 2 horas de

intervalo.

45 min.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

- 2 eletrodos colocados em ambos

os lados da incisão,

aproximadamente 3-4 cm da linha

de sutura.

Solak et al.,

2007

TENS +

analgesia

farmacológica

vs. analgesia

farmacológica

controlada

Lobectomia,

bilobectomia,

pneumonectomia,

entre outras

20 / 20 47,3 ± 11,7 /

53,7 ± 12,6

Metamizol foi

administrado para

ambos os grupos

através de uma via

intramuscular na dose

de 500 mg para cada

administração, quando

1-TENS: F = 3 Hz, T= 100 µs,

intensidade = 12 mA; iniciado 4 h

após a cirurgia e foi continuada

durante 10 dias de PO; tempo de

intervenção: 1 sessão diária de 30

min durante 10 dias.

2-Controle: analgesia controlada

70

o paciente referia dor

forte.

somente - administração de

morfina intra-venosa (5 mg bolus

de morfina intravenosa em

primeiro lugar, seguido por

1.2mg/h).

- 4 eletrodos colocados 2 cm

abaixo e 2 cm acima da linha de

incisão.

Estudos que realizaram cirurgia cardíaca com abordagem por esternotomia mediana

Forster et

al., 1994

TENS +

analgesia

farmacológica

vs. TENS

placebo +

analgesia

Cirurgia cardíaca

(revascularização

do miocárdio)

15 / 15 /

15

58,7 ± 8,1 /

61,7 ± 6,6 /

54,7 ± 8

Todos os pacientes

receberam morfina por

via intravenosa (doses

de 2-4 mg/15 min) ou

intramuscular (2-10 mg

/ 3-4 h) no primeiro e

1-TENS: F = 278 pps e T = 60 µs;

iniciado nas primeiras 24h de PO e

aplicado continuamente até 72h de

PO; tempo de intervenção =

contínuo por 72h.

2-TENS placebo: corrente

71

farmacológica

vs. analgesia

farmacológica

controlada

segundo dias PO e

foram prescritos

paracetamol com 30

mg de codeína (um a

dois comprimidos a

cada 3-4 h) no segundo

dia. Os medicamentos

narcótios no PO foram

fornecidos como

julgado pela equipe

médica,

independentemente do

grupo do paciente.

Narcóticos além da

morfina foram

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

3- Controle: analgesia controlada

somente.

- 2 eletrodos colocados em ambos

os lados da incisão,

aproximadamente 2 cm da linha de

sutura e 2 eletrodos colocados em

ambos os lados dos processos

espinhosos da área para-vertebral

de T1 a T5.

72

convertidos em

equivalentes de

morfina.

Cipriano et

al., 2008

TENS vs.

TENS

placebo

Cirurgia cardíaca

(revascularização

do miocárdio,

reparo valvar e

cirurgia aórtica)

23 / 22 44-77 / 41-75 O tratamento em ambos

os grupos foi aplicado

no 3º dia de PO após os

pacientes

permanecerem pelo

menos 8 h sem

analgesia

farmacológica

1-TENS: F = 80 Hz e T = 150 µs;

realizado no 3º dia de PO sem

associação com analgesia

farmacológica; tempo de

intervenção = 1 sessão contínua de

240 min.

2-TENS placebo: 350 µs a 330 µs;

tempo de intervenção = 2,37 min

de tratamento ativo.

- 2 eletrodos colocados na região

subclavicular em ambos os lados

da incisão, aproximadamente 2–3

73

cm da linha de sutura.

Emmiler et

al., 2008

TENS +

analgesia

farmacológica

vs.

TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

vs.

analgesia

farmacológica

controlada

Cirurgia cardíaca

(revascularização

do miocárdio e

reparo valvar)

20 / 20 /

20

59,3 ± 10,0 /

63,9 ± 8,9 /

61,2 ± 10,1

Os pacientes poderiam

solicitar mais analgesia

se necessário durante as

primeiras 24h após a

cirurgia, e as drogas

foram administradas a

cada pedido (petidina

HCL 0.2 mg/kg

intravenosa e

metamizol 1 g

intravenosamente). A

petidina foi

administrada para os

pacientes em que a dor

1-TENS: F = 100 Hz e T = 200 µs;

iniciado nas primeiras 24h de PO;

tempo de intervenção = 2 sessões

no mesmo dia de 1 h cada,

separadas por 1 h de intervalo.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

3- Controle: analgesia controlada

somente.

- 2 eletrodos colocados em um

lado da incisão e outros 2

colocados no outro lado,

posicionados a 1 cm da linha de

74

não era controlada com

metamizol.

sutura.

Ferraz &

Moreira,

2009

TENS +

analgesia

farmacológica

vs.

TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

Cirurgia Cardíaca

(revascularização

miocárdica, trocas

valvares e correção

de comunicação

interatrial)

10 / 10 60,9 ± 18,0 /

51,3 ± 13,4

A medicação

analgésica utilizada

para ambos os grupos

foi dipirona sódica e

cloridrato de tramadol.

1-TENS: F = 110 Hz e T = 50 µs;

iniciado imediatamente no PO;

tempo de intervenção = 1 sessão

continua de 20 min.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

- 4 eletrodos fixados de forma

peri-incisional em técnica bipolar

cruzada na região do tórax.

Luchesa et

al., 2009

TENS +

analgesia

farmacológica

Cirurgia cardíaca

(revascularização

do miocárdio com

15 / 15 61,7 ± 9,5* Todos os pacientes

estudados foram

submetidos a analgesia

1-TENS: F = 80 Hz e T = 125 µs;

iniciado nas primeiras 24h de PO e

aplicado até o 5º dia de PO; tempo

75

vs.

TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

circulação

extracorpórea e

parada cardíaca)

medicamentosa

segundo o protocolo de

analgesia da equipe

cirúrgica que realizou a

operação de

revascularização do

miocárdio.

de intervenção = 2 sessões diárias

de 50 min.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= igual ao grupo TENS.

- 2 eletrodos foram fixado 3 cm

abaixo da articulação

esternoclavicular e a 3 cm da

incisão torácica; e outros 2

eletrodos fixados 2 cm acima do

processo xifóide do

esterno e a 3 cm da incisão

torácica.

Solak et al.,

2009

TENS +

analgesia

Cirurgia cardíaca

(revascularização

25 / 25 /

25

64,5 ± 6,9 /

65 ± 6,4 /

Metamizol (500 mg

intramuscular) foi

1-TENS contínuo: F = 100 Hz e T

= 100 µs; usado continuamente

76

farmacológica

vs.

TENS

placebo +

analgesia

farmacológica

vs.

analgesia

farmacológica

controlada

do miocárdio com

artéria mamária

interna esquerda ou

veia safena)

64,9 ± 7,3 administrado para

todos os pacientes em

todos os grupos durante

as primeiras 24h após a

cirurgia.

nas primeiras 24h de PO; tempo

de intervenção = contínuo por 24h.

2-TENS placebo: corrente

inoperante; tempo de intervenção

= idem grupo TENS.

3- Controle: analgesia controlada

somente: solução padronizada de

sulfato de morfina (1 mg/mL).

- 2 eletrodos colocados em um

lado da incisão e outros 2

colocados no outro lado,

posicionados a 1 cm da linha de

sutura.

77

* Estudos não informam separadamente a média ± DP da idade e número de pacientes do sexo masculino para TENS versus grupo controle. /

TENS versus grupo controle. DP - desvio padrão; F - frequência de estimulação; T – Tempo do pulso; NI - não informado; PO - pós-operatório;

TENS - estimulação elétrica nervosa transcutânea; CVF – capacidade vital forçada.

78

Tabela 3. Avaliação do risco de viés

Estudo, ano Geração da

sequência

aleatória

Alocação

sigilosa Cegamento

Cegamento

avaliadores dos

desfechos

Descrição de

perdas e exclusões

Análise por

Intenção de

Tratar

Estudos que realizaram cirurgia pulmonar com abordagem por toracotomia posterolateral

Liu et al., 1985 Não informado Não informado Não informado Não informado Não informado Não informado

Ronney et al., 1986 Não informado Não informado Não informado Não informado Não Não informado

Warfield et al., 1985 Não informado Não informado Não informado Não informado Não Não informado

Erdogan et al., 2005 Não informado Não informado Sim Sim Não Não informado

Solak et al., 2007 Não informado Não informado Não informado Não informado Não Não informado

Chandra et al., 2010 Não informado Não informado Não informado Não informado Não Não informado

Estudos que realizaram cirurgia cardíaca com abordagem por esternotomia mediana

Forster et al., 1994 Não informado Não informado Não informado Não informado Sim Não informado

Cipriano et al., 2008 Não informado Não informado Não informado Não informado Não Não informado

Emmiler et al., 2008 Sim Não informado Não informado Não informado Não Não

79

Ferraz & Moreira, 2009 Sim Sim Não informado Não informado Não informado Não informado

Luchesa et al., 2009 Não informado Não informado Sim Sim Sim Não

Solak et al., 2009 Sim Não informado Não informado Não informado Não informado Não informado

80

FIGURAS

Figura 1.

81

Figura 2.

82

Figura 3.

83

Figura 4.

84

Figura 5.

85

6 ARTIGO 2

Este artigo foi submetido para publicação na Revista Arquivos Brasileiros de

Cardiologia

Inspiratory muscle training in patients with heart failure: meta-analysis of

randomized trials

Autores: Graciele Sbruzzi, Rodrigo Della Méa Plentz, Rodrigo Antonini Ribeiro,

Janaína Barcellos Ferreira, Pedro Dall’Ago

Título: Treinamento inspiratório em pacientes com insuficiência cardíaca: metanálise

de ensaios randomizados

Short title: Inspiratory muscle training in heart failure

Título resumido: Treinamento inspiratório na insuficiência cardíaca

Key words: Heart failure; breathing exercises; review

Palavras-chave: Insuficiência cardíaca; exercícios respiratórios; revisão

86

Abstract

Background: Patients with chronic heart failure (CHF) have lower inspiratory muscle

strength and endurance which may contribute to exercise intolerance. Inspiratory

muscle training (IMT) can have beneficial effects on these patients.

Objective: To systematically review the effects of IMT compared to control groups

(placebo-IMT or another intervention) in patients with CHF.

Methods: A search of databases (MEDLINE, Cochrane CENTRAL and PEDro) and

references of published studies, from 1960 to 2011, was conducted. Randomized trials

comparing IMT to control groups in the treatment of patients with CHF were included.

Main analysis used a random-effects model. The GRADE approach was used to

determine the quality of evidence for each outcome.

Results: Of 119 articles identified, 7 studies were included. IMT increased the distance

walked in the six-minute walk test (6-MWT) [69 m (95% CI: 7.21 to 130.79)] and

maximal static inspiratory pressure (PImax) [23.36 cmH20 (95% CI: 11.71 to 35.02)]

compared to control groups (low evidence). However, IMT provides a non-significant

gain in peak oxygen consumption (peak VO2) [1.98 ml/kg/min-1 (95% CI: -0.67 to

4.62)] compared to control groups (very low evidence).

Conclusions: Treatment with IMT improves distance walked in the 6-MWT and PImax

when compared to control groups. Hence, IMT improves functional capacity and

inspiratory muscle strength and may be an additional intervention to treat patients with

CHF, but the results should be interpreted with caution and large-scale and high quality

studies are needed to clarify the potential benefit of the IMT in these population.

87

Resumo

Introdução: Pacientes com insuficiência cardíaca crônica (ICC) possuem menor força e

resistência muscular inspiratória o que podem contribuir para a intolerância ao

exercício. O treinamento muscular inspiratório (TMI) tem demonstrado efeitos

benéficos nestes pacientes. Objetivo: Revisar sistematicamente os efeitos do TMI

comparado a grupo controle (TMI placebo ou outra intervenção) em pacientes com ICC.

Métodos: A busca incluiu as bases MEDLINE, PEDro e Cochrane CENTRAL, além de

referências de estudos publicados, de 1960 a 2011. Ensaios randomizados comparando

TMI e grupo controle no tratamento de pacientes com ICC foram incluídos. Para as

análises utilizou-se modelo de efeitos randômicos. O GRADE foi utilizado para

determinar a qualidade da evidência para cada desfecho. Resultados: Dos 119 artigos

identificados, 7 estudos foram incluídos. O TMI aumentou a distância percorrida no

teste de caminhada de seis minutos (TC6) [69 m (IC95%: 7,21 a 130,79)] e a pressão

inspiratória máxima (PImax) [23,36 cmH20 (IC95%: 11,71 a 35,02)] comparado aos

grupos controles (evidência baixa). Entretanto, o TMI promoveu um ganho não

significativo no consumo máximo de oxigênio (VO2 pico) [1,98 ml/kg/min-1 (IC95%: -

0,67 a 4,62)] comparado aos grupos controles (evidência muito baixa). Conclusões:

Tratamento com TMI melhora a distância percorrida no TC6 e a PImax quando

comparado a grupos controles. Assim, TMI melhora capacidade funcional e força

muscular inspiratória, e pode ser uma ferramenta adicional para tratar pacientes com

ICC, mas os resultados devem ser interpretados com cuidado e estudos com maior

amostra e qualidade são necessários para aumentar o poder da evidência sobre o

benefício do TMI nessa população.

88

Background

There are multiple reasons for the profound reduction of aerobic capacity in

patients with chronic heart failure (CHF) and they involve the cardiovascular, skeletal

muscle and respiratory systems. Patients with CHF may present abnormalities in

respiratory muscle function, such as reduced endurance and strength, diaphragm fiber I

atrophy1 and increased deoxygenation during exercises.2 Moreover, the physical activity

of most patients with CHF is limited by fatigue and dyspnea, and it has been suggested

that respiratory muscle weakness and deconditioning may be involved in the increased

effort required to breathe during exercise hyperpnea.3, 4 In addition, these abnormalities

may have important implications for exercise capacity, quality of life as well as in their

poor prognosis.5, 6

Although the vast majority of research into CHF has focused on

pharmacological or electrical therapies,7 programs involving inspiratory muscle training

(IMT) are increasingly propagated as a potential strategy for further improving

outcomes in CHF patients.6 IMT can reduce symptoms such as dyspnea and inspiratory

muscle fatigue, through effects on the respiratory and cardiovascular systems. Despite

this, IMT is not widely used as a nonpharmacologic modality of treatment in patients

with CHF and inspiratory muscle weakness, perhaps because few data are available

regarding its effect on functional capacity.6, 8

Randomized controlled trials (RCTs) have focused on the effects of IMT on

inspiratory muscle strength and endurance, which leads to improvement in peak oxygen

consumption, quality of life and dyspnea.8-14 However, the sample sizes of studies

comparing these benefits to those obtained with a control group in these patients have

been small.

89

Systematic review with meta-analysis of RCTs can provide more reliable

estimates of treatment effectiveness than individual trials because they have greater

statistical power. Therefore, we report a meta-analysis of RCTs comparing IMT to

control groups (placebo-IMT or another intervention) in patients with CHF.

Accordingly, the aim of the study was to estimate the effects of IMT on functional

capacity evaluated by peak oxygen consumption (peak VO2) and the 6-minute walk test

(6-MWT) and maximal static inspiratory pressure (PImax) by gathering all available

evidence.

Methods

Eligibility criteria

We included RCTs assessing IMT in the treatment of CHF patients with New

York Heart Association (NYHA) functional class I, II or III. We included studies that

compared IMT to control groups [placebo-IMT (the same regimen as the IMT group,

except that the treatment was performed with a lower inspiratory load or with no

inspiratory load) or any other intervention] and that evaluated the following outcomes:

peak VO2, distance walked in the 6-MWT and/or PImax. Exclusion criteria were the

following: (1) lack of a reliable definition of what was considered CHF; (2) absence of

IMT with inspiratory load; (3) follow-up shorter than 6 weeks; (4) lack of control group

data description.

Search strategy and study selection

We independently searched, in duplicate, the following electronic databases

(from 1960 to July 2011): MEDLINE (accessed by PubMed), Physiotherapy Evidence

90

Database (PEDro) and the Cochrane Central Register of Controlled Trials (Cochrane

CENTRAL).15 In addition, we searched the bibliographies of published 6, 16 and

unpublished studies. The search was performed in July 2011 and comprised the

following terms: “breathing exercises”, “inspiratory muscle training”, “respiratory

muscle training”, “heart failure”, “congestive heart failure”, “heart ventricles”,

“congestive cardiomyopathy”, “ventricular dysfunction” combined with a high

sensitivity combination of words used in the search for randomized clinical trials.17

There were no language or publication status restrictions. The complete search strategy

used for the MEDLINE database is shown in Appendix A.18 Details for the other

strategies used are available on request.

Titles and abstracts of all articles identified by the search strategy were

independently evaluated by two investigators (G.S. and J.B.F.), in duplicate. All

abstracts that did not provide sufficient information regarding the inclusion and

exclusion criteria were selected for full-text evaluation. In the second phase, the same

reviewers independently evaluated the full-text articles and made their selection in

accordance with the eligibility criteria. Disagreements between reviewers were solved

by consensus.

Data extraction

Using standardized forms, the same two reviewers independently conducted data

extraction with regard to the methodological characteristics of the studies, interventions

and outcomes; disagreements were also solved by consensus. The main outcome

extracted was peak VO2 in ml/kg/min-1. Other outcomes of interest were distance

walked in the 6-MWT in meters (m) and PImax in cmH2O.

91

Assessment of risk of bias

Study quality assessment included adequate sequence generation, allocation

concealment, blinding, blinding of outcome assessors, use of intention-to-treat analysis

and description of losses and exclusions. Studies without a clear description of an

adequate sequence generation were considered not to have fulfilled these criteria. A lack

of description of how the allocation list was concealed (which could include terms like

“central”, “web-based” or “telephone randomization”, or a clear statement that the

allocation list was concealed) was judged to characterize absence of allocation

concealment. Use of intention-to-treat analysis was considered as: confirmation on

study assessment that the number of participants randomized and the number analyzed

were identical, except for patients lost to follow-up or who withdrew consent for study

participation. Studies without this characteristic were considered not to have fulfilled

this criterion. Quality assessment was independently performed by the same two

reviewers (G.S. and J.B.F.).

Data analysis

Pooled-effect estimates were obtained by comparing the least square mean

percentage change from baseline to study end for each group, and were expressed as the

weighted mean difference between groups.19 Calculations were performed using a

random effects method. p value • 0.05 and 95% confidence intervals (CI) were

considered statistically significant. Statistical heterogeneity of the treatment effects

among studies was assessed using Cochran’s Q test and the inconsistency I2 test, in

which values above 25% and 50% were considered indicative of moderate and high

92

heterogeneity, respectively.20 All analyses were conducted using Review Manager

version 5.1 (Cochrane Collaboration).21

We explored heterogeneity between studies using two strategies: 1) we re-

ran the meta-analyses removing one paper at a time to check whether some individual

study explained heterogeneity; 2) we performed sensitivity analyses to evaluate

subgroups of studies most likely to yield valid estimates of intervention based on pre-

specified relevant clinical information which influences IMT effects on outcomes

[duration of the intervention, intervention performed by control group, inspiratory load

and if the studies included patients with weakness of inspiratory muscles (PImax < 70%

of predicted)].

Summary of evidence: GRADE-criteria

We presented the overall quality of the evidence using the GRADE approach as

recommended by the Cochrane Handbook for Systematic Reviews of Interventions.19

For each specific outcome, the quality of the evidence was based on 5 factors: (1)

limitations of the study design; (2) consistency of results; (3) directness; (4) precision

and (5) potential for publication bias. The quality was reduced by one level for each of

the factors not met. The GRADE approach resulted in 4 levels of quality of evidence:

high, moderate, low and very low.22 GRADE profiler software (version 3.6) was used.23

Results

Description of studies

The search strategy yielded 119 abstracts, from which 14 studies were

considered as potentially relevant and retrieved for detailed analysis. Seven of these

93

studies met the eligibility criteria and were included in the systematic review (n = 182).

However, only six studies, with a total of 150 patients with CHF, were included in the

meta-analysis.

Figure 1 shows the flow diagram of the studies included in this review and Table

1 summarizes the characteristics of these studies. Five trials8-11, 14 compared IMT to

placebo-IMT, with minimum inspiratory load or with no training effects (total n = 118,

of which 61 were on IMT), one trial12 compared IMT to another intervention [education

program (total n = 32, of which 15 were on IMT)] and one study24 compared IMT plus

aerobic exercise training (AE) to AE alone (total n = 24, of which 12 were on IMT).

This last study was not included in the meta-analysis and in the sensitivity analysis

because it was associated with another intervention (AE) with the IMT, which is

different from the other studies included.

Risk of bias

Of the included studies in the systematic review, 71.4% presented an adequate

sequence generation, 14.3% reported allocation concealment, 14.3% had blinded

patients and investigators, 57.1% had blinded assessment of outcomes, 85.7% described

losses to follow-up and exclusions, and none of the studies used the intention-to-treat

principle for statistical analyses (Table 2).

Effects of interventions

Peak oxygen consumption

Three studies8, 10, 11 assessed peak VO2 (n = 72). We observed that IMT provides

a non-significant improvement in peak VO2 compared to control groups [1.98

94

ml/kg/min-1 (95% CI: -0.67 to 4.62, p = 0.09; I2: 59%)] (Fig. 2). Based on the GRADE

approach, the quality of the evidence for this outcome was considered very low (based

on the limitations in design, imprecision and inconsistency of the results) (Table 3).

Statistical heterogeneity can be explained by Dall’Ago et al.8 which

showed a higher gain in this outcome compared to other studies. Removing this paper

from meta-analysis, there is an absence of heterogeneity (0.45 ml/kg/min-1; 95% CI: -

2.01 to 2.91), I2: 0%. In this meta-analysis, two studies8, 11 performed IMT for 12

weeks, included only patients with inspiratory muscle weakness, and had control groups

that performed placebo-IMT with no inspiratory load. In contrast, Martínez et al.10

conducted training only for 6 weeks, included patients without inspiratory weakness and

the control group performed placebo-IMT at 10% of PImax. In sensitivity analyses,

analyzing only the first two studies8, 11, we observed that IMT promoted a clinically

significant gain in peak VO2 by 3.02 ml/kg/min-1 (95% CI: 0.43 to 5.61, I2: 39%)

compared to control groups (Fig. 2).

Winkelmann et al.24 observed an improvement in peak VO2 comparing before

and after treatment measurements in the IMT plus AE group (15.1 ± 4.2 to 19.7 ± 4.1, p

< 0.001) and in the AE group (16.1 ± 4.6 to 19.2 ±

O2 in the IMT plus AE group was significantly larger than the

21% mean increment observed in the AE group.

Distance walked in the 6-MWT

Three studies8, 10, 14 assessed distance walked in the 6-MWT (n = 82). We

observed that IMT provides a significant gain in distance walked in the 6-MWT

compared to control groups [69 m (95% CI: 7.21 to 130.79; I2: 78%)] (Fig. 3).

95

According to GRADE, there was low quality evidence for this outcome based on the

limitations in design and inconsistency of the results (Table 3).

Statistical heterogeneity is also explained by Dall’Ago et al.8 who

showed a higher gain in this outcome compared to other studies. This study presented

different clinical characteristics from the other two studies10, 14: 1) IMT performed for

12 weeks, 2) control groups received placebo-IMT with no inspiratory load, and 3)

included only patients with weakness of inspiratory muscles. In sensitivity analyses,

analyzing only the other two studies10, 14 that performed IMT for 6 weeks, the control

groups received placebo-IMT with inspiratory load (10% and 15% of PImax,

respectively). We observed an absence of heterogeneity (I2: 0%), but also smaller

effect size in this outcome (43.59 m; 95% CI: 12.77 to 74.41) (Fig. 3).

In the study by Winkelmann et al.24 both groups presented similar improvement

in the distance walked in the 6-MWT (IMT plus AE = 420 ± 90 m before and 500 ± 72

m after; AE = 433 ± 108 m before and 489 ± 81 m after).

Maximal static inspiratory pressure

All articles8-12, 14 included in this meta-analysis evaluated PImax (n = 150).

There was a significant improvement in PImax when comparing IMT versus all control

groups [23.36 cmH20 (95% CI: 11.71 to 35.02; I2: 64%)] (Fig. 4). Based on the GRADE

approach, the quality of evidence for this outcome was low, based on the limitations in

design and inconsistency of the results (Table 3).

Statistical heterogeneity can be explained by Dall’Ago et al.8 and Weiner et al.11

These studies included only patients with inspiratory muscle weakness and control

groups that received placebo-IMT with no inspiratory load. Removing these articles

96

there is an absence of heterogeneity (I2: 0%). Sensitivity analysis was performed for

duration of intervention. We observed that IMT performed for 6 or 8 weeks improved

PImax by 14.56 cmH2O (95% CI: 6.38 to 22.73, I2: 0%), but studies that performed

IMT for 12 weeks led to a higher gain in PImax compared to control groups (35.17

cmH2O; 95% CI: 10.96 to 59.38) (Fig. 4).

Winkelmann et al.24 show that the IMT plus AE (57 ± 12 to 120 ± 12) and AE

group (56 ± 13 to 95 ± 14) presented significant improvements in PImax. Likewise, the

110% mean increment in PImax at 12 weeks in the IMT plus AE group was

significantly larger than the 72% mean increment observed in the AE group.

Weiner et al.11 was the only study that used high-intensity IMT (15% to 60%

PImax). The other studies performed IMT with 30%8-10, 12 or 40%14 of PImax. When

this study was omitted individually from the meta-analyses to assess possible individual

influences on results, heterogeneity and weighted mean difference remained unchanged.

Discussion

Summary of evidence

In this study, we found that IMT improves distance walked in the 6-MWT and

PImax compared to control groups. The results of this systematic review show that this

adjunctive treatment option significantly improves functional capacity and inspiratory

muscle strength.

In the meta-analysis comparing peak VO2 between IMT and control groups,

IMT provides a non-significant gain in this outcome. But, in sensitivity analyses, we

observed that studies that performed IMT for 12 weeks, with control groups that

97

received placebo-IMT with no inspiratory load and included only patients with

weakness of inspiratory muscles, treatment with IMT promoted a clinically

significant gain in peak VO2 compared to control groups. Furthermore, these clinical

characteristics, partially explained heterogeneity between IMT studies.

The improvement of peak VO2 by IMT performed for 12 weeks can be attributed

to delay in the development of diaphragmatic fatigue in patients with CHF, leading to a

reduction in the recruitment of accessory respiratory muscles, increasing ventilatory

efficiency, and/or reducing the blood flow required by the respiratory muscles during

exercise, consequently reducing sympathetic activation and improving systemic

vasodilation, perfusion of the peripheral muscles, and increasing functional capacity.25,

26 In a group of CHF patients, Chiappa et al.27 demonstrated that IMT was able to

improve blood flow to both resting and exercising limb muscles in the setting of

respiratory muscle fatigue, suggesting that the inspiratory muscle metaboreflex had

been partially attenuated.28 In our study, we demonstrated that duration of intervention

and inspiratory muscle weakness are partly responsible for the positive changes

observed in patients.

As to distance walked in the 6-MWT, we observed a clinically significant

increase29 for patients in the IMT group. Furthermore, we observed that the study that

included patients with inspiratory muscle weakness, who performed IMT for 12 weeks,

and had a control group that received placebo-IMT with no inspiratory load8 showed

greater gains in this variable. This may be due to the greater degree of impairment in the

patients included in this trial and the longer duration of the intervention and it compares

the IMT group to the control group that received placebo-IMT with no inspiratory load.

Laoutaris et al.13 demonstrated that there is an inverse correlation between change in

98

dyspnea and walking distance. This may also support the assumption that reduction in

the perception of breathlessness despite dyspnea is not analyzed in our study. The effect

is probably linked to improved exercise capacity.

In this meta-analysis, a paradoxical result was found concerning functional

capacity. We observed a significant increase in distance walked in the 6-MWT which

was not observed in relation to peak VO2. In the analysis of peak VO2, there was a small

number of patients and, according to GRADE, the quality of evidence presented by this

outcome was very low, due to the limitations in design, imprecision and inconsistency

of the results. We believe that further research may increase confidence and change the

estimates of effect.

In addition, we observed that IMT significantly improved PImax compared to

control groups. Several studies have observed that PImax is reduced in patients with

CHF. Mancini et al.30 were the first to demonstrate the beneficial effects of

selective respiratory muscle training in improving respiratory muscle strength and

overall aerobic capacity in CHF. The improvement in inspiratory muscle function may

have achieved respiratory unloading with restoration of the imbalance between the

ability of the inspiratory muscles to sustain activity and inspiratory loads. There is

evidence that respiratory muscle weakness observed in CHF patients is reversible.

Furthermore, this variable correlates significantly with peak VO2, suggesting that

respiratory muscle weakness contributes to impaired exercise capacity in CHF.28

Another aspect to note is with regard to load analyzed in articles that ranged

from 30% to 60% PImax. In a non-randomized trial, Laoutaris et al.31 compared high

intensity versus low intensity IMT in patients with CHF. The high intensity training

regimen involved repetitive efforts at 60% PImax until exhaustion, whereas the low

99

intensity group trained at 15% of PImax with only six inspiratory efforts. Patients in

both groups trained three times a week for 10 weeks. While there was a statistically

significant increase in PImax in both groups after training compared with baseline, the

gains were greater in the high intensity training group. However, in this systematic

review, Weiner et al.11 was the only RCT that used high-intensity IMT (15% to 60%

PImax) and when this study was omitted individually from the meta-analyses to assess

possible individual influences on results, heterogeneity and weighted mean difference

were unchanged.

The majority of studies with selective training IMT apply fixed or incremental

inspiratory load. However, the optimal training regimen is yet to be elucidated. The

benefit of respiratory muscle training appears to be regimen-dependent.

Strengths and limitations of the review

Our study has several methodological strengths, which are: 1. The focused

review questions, 2. A comprehensive and systematic literature search and 3. The

collaboration of a multidisciplinary team of health researchers and methodologists that

used explicit and reproducible eligibility criteria. Furthermore, we employed meta-

analysis to quantitatively express the results obtained and evaluated the quality of

evidence for each outcome analyzed.

We found that many of these RCTs were methodologically limited by a degree

of attrition bias. Only one study clearly described the blinding (patients and

therapists),14 and the confidentiality of the allocation concealment,12 and four trials

reported that the outcome evaluation was blind.8, 11, 14, 24 Moreover, one study10 also

failed to describe the losses and exclusions that occurred during the treatment period.

100

Therefore, sensitivity analyses were impaired by the methodological quality presented

by the included studies and by the small number of studies and participants.

Furthermore, the included studies do not have sufficient power, since even performing

meta-analysis, the 95% confidence intervals remained wide, suggesting that further

studies should be performed with a larger number of patients and longer follow-up

periods.

According to the GRADE approach, all outcomes presented low or very low

quality of evidence. This indicates that any estimate of effect is very uncertain and

further research is very likely to have a major impact on our confidence to estimate

effect and is likely to change the estimate22, suggesting that new studies should be

carried out with a larger number of patients.

We decided to perform a systematic review with meta-analysis since this type of

study can provide more reliable estimates of treatment effectiveness than individual

trials because they have greater statistical power. Because of statistical

heterogeneity found in the meta-analysis, we performed a detailed exploration of

possible sources of heterogeneity between studies, including a detailed description of

sensitivity analysis and subgroups analysis. The steps used to deal with the moderate

and high heterogeneity of the studies were: 1) to perform the meta-analyses removing

each paper at a time to check whether some individual study explained heterogeneity; 2)

performed sensitivity analyses based on pre-specified relevant clinical information

which influences IMT effects on outcomes [duration of the intervention, intervention

performed by control group and if the studies included patients with weakness of

inspiratory muscles (PImax < 70% of predicted)]. Using these analyses, we observe that

IMT for patients with weakness of the inspiratory muscles and undergoing IMT for 12

101

weeks increases the gains in all outcomes evaluated. Thus, the inspiratory load does not

seem to influence the results observed.

Conclusions

This systematic review with meta-analysis suggests that treatment with IMT

improves distance walked in the 6-MWT and PImax compared to control groups.

Hence, IMT improves functional capacity and inspiratory muscle strength and may be

an additional intervention for the treatment of patients with CHF. However, the

methodological quality of the studies included in this systematic review and the small

number of samples suggest that new RCTs are needed on this subject, and must be

planned with greater methodological strictness, a larger number of patients and longer

periods of intervention and follow up of the hard outcomes.

Sources of funding

This work was financially supported in part by Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) and Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

Conflict of interest

None declared.

102

References

1. Lindsay DC, Lovegrove CA, Dunn MJ, Bennett JG, Pepper JR, Yacoub MH, et

al. Histological abnormalities of muscle from limb, thorax and diaphragm in chronic

heart failure. Eur Heart J 1996 Aug;17(8):1239-50.

2. Mancini D, Nazzaro D, Ferraro N, Chance B, Wilson J. Demonstration of

respiratory muscle deoxygenation during exercise in patients with heart failure. J Am

Coll Cardiol 1991(18):492-8.

3. Nanas S, Nanas J, Kassiotis C, Alexopoulos G, Samakovli A, Kanakakis J, et al.

Respiratory muscles performance is related to oxygen kinetics during maximal exercise

and early recovery in patients with congestive heart failure. Circulation 1999 Aug

3;100(5):503-8.

4. Laoutaris I, Dritsas A, Brown MD, Manginas A, Alivizatos PA, Cokkinos DV.

Inspiratory muscle training using an incremental endurance test alleviates dyspnea and

improves functional status in patients with chronic heart failure. Eur J Cardiovasc Prev

Rehabil 2004 Dec;11(6):489-96.

5. Meyer FJ, Borst MM, Zugck C, Kirschke A, Schellberg D, Kubler W, et al.

Respiratory muscle dysfunction in congestive heart failure: clinical correlation and

prognostic significance. Circulation 2001 May 1;103(17):2153-8.

6. Ribeiro JP, Chiappa GR, Neder A, Frankenstein L. Respiratory muscle function

and exercise intolerance in heart failure. Curr Heart Fail Rep 2009 Jun;6(2):95-101.

7. Sbruzzi G, Ribeiro RA, Schaan BD, Signori LU, Silva AM, Irigoyen MC, et al.

Functional electrical stimulation in the treatment of patients with chronic heart failure: a

meta-analysis of randomized controlled trials. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil 2010

Jun;17(3):254-60.

103

8. Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle

training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a randomized

trial. J Am Coll Cardiol 2006 Feb 21;47(4):757-63.

9. Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. A randomized controlled trial of

inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart J 1998

Aug;19(8):1249-53.

10. Martinez A, Lisboa C, Jalil J, Munoz V, Diaz O, Casanegra P, et al. [Selective

training of respiratory muscles in patients with chronic heart failure]. Rev Med Chil

2001 Feb;129(2):133-9.

11. Weiner P, Waizman J, Magadle R, Berar-Yanay N, Pelled B. The effect of

specific inspiratory muscle training on the sensation of dyspnea and exercise tolerance

in patients with congestive heart failure. Clin Cardiol 1999 Nov;22(11):727-32.

12. Padula CA, Yeaw E, Mistry S. A home-based nurse-coached inspiratory muscle

training intervention in heart failure. Appl Nurs Res 2009 Feb;22(1):18-25.

13. Laoutaris ID, Dritsas A, Brown MD, Manginas A, Kallistratos MS, Degiannis D,

et al. Immune response to inspiratory muscle training in patients with chronic heart

failure. Eur J Cardiovasc Prev Rehabil 2007 Oct;14(5):679-85.

14. Bosnak-Guclu M, Arikan H, Savci S, Inal-Ince D, Tulumen E, Aytemir K, et al.

Effects of inspiratory muscle training in patients with heart failure. Respir Med 2011

May 28.

15. Moseley AM, Sherrington C, Elkins MR, Herbert RD, Maher CG. Indexing of

randomised controlled trials of physiotherapy interventions: a comparison of AMED,

CENTRAL, CINAHL, EMBASE, hooked on evidence, PEDro, PsycINFO and

PubMed. Physiotherapy 2009 Sep;95(3):151-6.

104

16. Padula CA, Yeaw E. Inspiratory muscle training: integrative review of use in

conditions other than COPD. Res Theory Nurs Pract 2007;21(2):98-118.

17. Robinson K, Dickersin K. Development of a highly sensitive search strategy for

the retrieval of reports of controlled trials using PubMed. Int J Epidemiol

2002;31(1):150-3.

18. Moher D, Liberati A, Tetzlaff J, Altman DG. Preferred reporting items for

systematic reviews and meta-analyses: the PRISMA statement. BMJ 2009;339:b2535.

19. Higgins J, Green S. Cochrane Handbook for Systematic Reviews of

Interventions 5.0 ed2008.

20. Higgins JP, Thompson SG, Deeks JJ, Altman DG. Measuring inconsistency in

meta-analyses. BMJ 2003 Sep 6;327(7414):557-60.

21. Collaboration TC. Available at: wwwcochraneorg Accessed Feb 03, 2008.

22. Guyatt GH, Oxman AD, Vist GE, Kunz R, Falck-Ytter Y, Alonso-Coello P, et

al. GRADE: an emerging consensus on rating quality of evidence and strength of

recommendations. BMJ 2008 Apr 26;336(7650):924-6.

23. Brozek J, Oxman A, Schünemann H. GRADEpro. 3.2 for Windows. URL:

http://www.cc-ims.net/revman/other-resources/gradepro ed2008.

24. Winkelmann ER, Chiappa GR, Lima CO, Viecili PR, Stein R, Ribeiro JP.

Addition of inspiratory muscle training to aerobic training improves cardiorespiratory

responses to exercise in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness. Am

Heart J 2009 Nov;158(5):768 e1-7.

25. Harms CA, Babcock MA, McClaran SR, Pegelow DF, Nickele GA, Nelson WB,

et al. Respiratory muscle work compromises leg blood flow during maximal exercise. J

Appl Physiol 1997 May;82(5):1573-83.

105

26. Piepoli M, Clark AL, Volterrani M, Adamopoulos S, Sleight P, Coats AJ.

Contribution of muscle afferents to the hemodynamic, autonomic, and ventilatory

responses to exercise in patients with chronic heart failure: effects of physical training.

Circulation 1996 Mar 1;93(5):940-52.

27. Chiappa GR, Roseguini BT, Vieira PJ, Alves CN, Tavares A, Winkelmann ER,

et al. Inspiratory muscle training improves blood flow to resting and exercising limbs in

patients with chronic heart failure. J Am Coll Cardiol 2008 Apr 29;51(17):1663-71.

28. Wong E, Selig S, Hare DL. Respiratory muscle dysfunction and training in

chronic heart failure. Heart Lung Circ 2011 May;20(5):289-94.

29. Rasekaba T, Lee AL, Naughton MT, Williams TJ, Holland AE. The six-minute

walk test: a useful metric for the cardiopulmonary patient. Intern Med J 2009

Aug;39(8):495-501.

30. Mancini DM, Henson D, La Manca J, Donchez L, Levine S. Benefit of selective

respiratory muscle training on exercise capacity in patients with chronic congestive

heart failure. Circulation 1995 Jan 15;91(2):320-9.

31. Laoutaris ID, Dritsas A, Brown MD, Manginas A, Kallistratos MS,

Chaidaroglou A, et al. Effects of inspiratory muscle training on autonomic activity,

endothelial vasodilator function, and N-terminal pro-brain natriuretic peptide levels in

chronic heart failure. J Cardiopulm Rehabil Prev 2008 Mar-Apr;28(2):99-106.

106

Figure Legends

Figure 1 - Flow diagram of included studies

CHF - chronic heart failure; IMT - inspiratory muscle training.

Figure 2 - Peak VO2 for treatment with inspiratory muscle training (IMT) versus control groups

IMT - inspiratory muscle training; CI - confidence interval; SD - standard deviation.

Figure 3 - Distance walked in the 6-MWT for treatment with inspiratory muscle training (IMT) versus control groups

IMT - inspiratory muscle training; CI - confidence interval; SD - standard deviation.

Figure 4 - Maximal inspiratory pressure for treatment with inspiratory muscle training (IMT) versus control groups

IMT - inspiratory muscle training; CI - confidence interval; SD - standard deviation.

107

Tables

Table 1 - Characteristics of studies included in this review

Study, year Methods Patients (n)

Age y

[mean ± SD or mean

(range)]

Male gender (n)

NYHA I - II - III (n) Features

IMT vs P-IMT

Johnson et al., 19989

Training group: Load: 30% PImax.

Control group: Load: 15% PImax.

8 / 8 70 ± 4.6 /

63.4 ± 4.5 15* 0 - 12 - 6*

IMT: Threshold load 30% PImax adjusted for each increment of PImax.

P-IMT: Threshold load 15% PImax not adjusted.

- Both groups: trainers for 15 min twice daily for at least 8 weeks.

Weiner et al., 199911

Training group: Load: 15% of their

PImax for 1 week and the resistance

then increased to 60%

Control group: with no inspiratory load.

10 / 10 66.2 ± 14.5 /

63.8 ± 12.6 18*

2.3 ± 0.6 /

2.4 ± 0.6

IMT: Threshold load 15% to 60% PImax. Week 1 = 15% PImax; week 2 =

+5% PImax for each session until 60% PImax is reached (should be

reached until the end of the first month); month 2 and 3 = Threshold load

60% of PImax adjusted weekly.

P-IMT: The same device although without load.

- Both groups trained 90 min daily, 6 days per week, for 12 weeks.

Martinez et al., 200110

Training group: Load: 30% PImax.

Control group: Load: 10% PImax.

11 / 9 60 ± 14 /

57 ± 13 16*

0 - 5 - 6 /

0 - 2 - 7

IMT: Workload valve load 30% PImax adjusted weekly according to

PImax.

P-IMT: Workload valve load 10% PImax adjusted weekly.

- Both groups: 15 min twice daily, 6 days per week for 6 weeks; PImax

measured weekly.

Dall’Ago et al., 20068

Training group: Load: 30% PImax

adjusted weekly to maintain 30%

PImax.

16 / 16 54 ± 3 /

58 ± 2 11 / 10

4 - 6 - 6 /

4 - 5 - 7

IMT: Threshold load 30% PImax; adjusted weekly in order to mainitain

30% PImax.

P-IMT: Threshold no load.

108

Control group: with no inspiratory load. - Both groups trained 30 min daily, 7 days per week, for 12 weeks.

Bosnak-Guclu et al., 201114

Training group: Load: 40% PImax

adjusted weekly to maintain 40%

PImax.

Control group: Load: 15% PImax.

16/14 69.5 ± 7.9 /

65.7 ± 10.5 12 / 12

0 - 11- 5 /

0 - 9 - 5

IMT: Threshold load 40% PImax; training

loads were adjusted weekly to maintain 40% of the PImax.

P-IMT: Threshold load 15% PImax not adjusted.

- Both groups: 30 min-per day, 7 days per week, for 6

weeks.

IMT vs Another intervention

Padula et al., 200912

Training group: 30% PImax.

Control group: Education program

15 / 17

76 (51 – 89) /

73 (32 – 95)

5 / 7

5 - 7 /

9 - 6

IMT: Threshold device training load 30% PImax adjusted. Individuals

trained 10 to 20 min daily, 7 days/week, for 12 weeks.

Education program: received, home visit for 12 weeks, a booklet

designed and covering information such as: basic anatomy and physiology

of the heart, diet, medication regimen, sleep, rest, and activity patterns,

and what and when to report to the doctor.

Winkelmann, 200924

Training group: IMT (30% PImax) +

aerobic exercise

Control group: Aerobic exercise

12 / 12 54 ± 12 /

59 ± 9 7 / 4 Not reported

IMT: Threshold load 30% PImax; adjusted weekly to maintain 30% PImax.

Individuals trained 30 minutes daily, 7 times per week, for 12 weeks.

Aerobic exercise: Supervised exercise program

performed 3 times per week, for 12 weeks.

* Trials did not report separate mean ± SD age, number of male subjects or functional class for IMT versus control group. / IMT versus control group. IMT - inspiratory muscle training; P-IMT - placebo-inspiratory muscle training; NYHA - New York Heart

Association; PImax - maximal inspiratory pressure.

109

Table 2 - Risk of bias of included studies

Adequate sequence generation Allocation concealment Blinding of patients

and investigators

Blinding of outcome

assessors

Description of losses and

exclusions Intention-to-treat analysis

Johnson et al., 19989 Yes No No No Yes No

Weiner et al., 199911 Yes No No Yes Yes No

Martinez et al., 200110 Yes No No No No No

Dall’Ago et al., 20068 No No No Yes Yes No

Padula et al., 200912 Yes Yes No No Yes No

Winkelmann, 200924 No No No Yes Yes No

Bosnak-Guclu et al., 201114 Yes No Yes Yes Yes No

110

Table 3 - Quality of evidence using the GRADE approach

Outcome measure N of Studies Limitations Inconsistency Indirectness Imprecision Effect

(95% CI) Quality of Evidence

Peak VO2 3 serious1 serious2 no serious indirectness serious3 1.98 (-0.67 to 4.62) Very Low

6-MWT 3 serious1 serious2 no serious indirectness no serious imprecision 69 (7.21 to 130.79) Low

PImax 6 serious1 serious2 no serious indirectness no serious imprecision 23.36 (11.71 to 35.02) Low

Peak VO2 - peak oxygen consumption; 6-MWT - 6-minute walk test; PImax - maximal static inspiratory pressure. 1 – Limitations in design; 2 – moderate heterogeneity; 3 – large confidence interval.

111

Appendix A - Literature search strategy used for the MEDLINE database

#1 Heart next failure OR cardiac next insufficienc* OR dilated next cardiomyo* OR heart ventricle OR heart failure congestive OR ventricular dysfunction OR cardiomyopathy congestive OR heart failure

#2 Respiratory muscle training OR Inspiratory muscle training OR Breathing exercises

#3 Randomized controlled trial[pt] OR controlled clinical trial[pt] OR randomized controlled trials[mh] OR random allocation[mh] OR double-blind method[mh] OR single-blind method[mh] OR clinical trial[pt] OR clinical trials[mh] OR ("clinical trial"[tw]) OR

((singl*[tw] OR doubl*[tw] OR trebl*[tw] OR tripl*[tw]) AND (mask*[tw] OR blind*[tw])) OR ("latin square"[tw]) OR placebos[mh] OR placebo*[tw] OR random*[tw] OR research design[mh:noexp] OR follow-up studies[mh] OR prospective studies[mh] OR

cross-over studies[mh] OR control*[tw] OR prospectiv*[tw] OR volunteer*[tw]

#4 #1 AND #2 AND #3

112

Figures

Figure 1.

113

Figure 2.

114

Figure 3.

115

Figure 4.

116

7 ARTIGO 3

Este artigo será submetido para publicação no Journal of the American College of

Cardiology

ACUTE INSPIRATORY MUSCLE TRAINING REDUCES PULMONARY ARTERY

PRESSURE IN PATIENTS WITH CHRONIC HEART FAILURE AND TRICUSPID

REGURGITATION: A RANDOMIZED CROSSOVER STUDY

*Graciele Sbruzzi, PT, MSc, *†‡Beatriz D’Agord Schaan, MD, PhD, *Iran Castro, MD,

PhD, §Aline Chagastelles Pinto de Macedo, *§

Rodrigo Della Méa Plentz, PT, ScD

Total word count: 4.162 words.

Brief Title: Inspiratory training in pulmonary artery pressure

The authors have no conflicts of interest to disclose regarding this paper.

Correspondence to:

Rodrigo Della Méa Plentz, PT, ScD

Physical Therapy Department – UFCSPA,

R Sarmento Leite, 245, CEP: 90050-170, Porto Alegre, RS, Brazil.

Tel: +55 51 33038833, Fax +55 51 33038810

e-mail:

[email protected]

117

*

Fundação Universitária de Cardiologia, Porto Alegre, RS, Brazil.

Laboratory of Clinical Investigation - Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul/

† Endocrine Division, Hospital de Clínicas de Porto Alegre, Porto Alegre, Brazil.

‡ Department of Internal Medicine, Faculty of Medicine, Universidade Federal do Rio

Grande do Sul, Porto Alegre, Brazil.

§

Alegre, Porto Alegre, RS, Brazil.

Physical Therapy Department - Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto

118

Abstract

Objective: To assess the acute effect of inspiratory muscle training on pulmonary artery

systolic pressure (PASP) in patients with chronic heart failure and tricuspid

regurgitation.

Background: Patients with chronic heart failure may present tricuspid regurgitation

which may lead to functional impairment and reduced survival. Inspiratory muscle

training produces hemodynamic and clinical benefits, but there is no information about

its effect on PASP in these patients.

Methods: Eight patients (6 men), 63.3 ± 8.4 years, ejection fraction 36.1 ± 9.4%,

functional class II-IV and PASP 36.4 ± 10.9 mmHg, were enrolled in a randomized

crossover trial. All patients underwent two interventions randomly defined: a session of

inspiratory muscle training with 30% of maximal static inspiratory pressure (IMT) and a

session with placebo-IMT without inspiratory load (placebo-IMT). Both interventions

were performed for 15 minutes. PASP was estimated by Doppler echocardiography and

assessed before, during and after each evaluation. Patients remained in the Fowler

position and left lateral decubitus and blood pressure and heart rate were monitored.

Results: Inspiratory muscle training promoted a reduction in PASP (37.4 ± 10.9 mmHg

vs. 31.9 ± 14.8 mmHg; p = 0.031), which was not observed in the placebo-IMT (35.4 ±

10.9 mmHg vs. 35.1 ± 10.4 mmHg; p = 0.669).

Conclusions: An inspiratory muscle training session with 30% of maximal inspiratory

pressure results in reduction in PASP in patients with chronic heart failure and tricuspid

regurgitation. Our findings suggest that inspiratory muscle training can to improve

cardiopulmonary function of patients with chronic heart failure. NCT01325597.

Key words: Heart failure; breathing exercises; pulmonary artery.

119

Abbreviations and Acronyms

IMT = inspiratory muscle training group

Placebo-IMT = placebo inspiratory muscle training group

CHF = chronic heart failure

PImax = maximal static inspiratory pressure

NYHA = New York Heart Association

PASP = pulmonary artery systolic pressure

SBP = systolic blood pressure

DBP = diastolic blood pressure

HR = heart rate

120

Chronic heart failure (CHF) is currently one of the most prevalent

cardiovascular diseases, resulting in high social and economic costs (1,2). Although the

CHF hospitalization and mortality rates had declined substantially from 1998 to 2008 in

the United States, these rates remain high (3). Thus, CHF is a serious problem in the

fields of cardiology and public health.

Tricuspid regurgitation is a common valvular lesion and is more prevalent in

patients with previous myocardial infarction or CHF (4). In patients with CHF, 35%

have moderate or severe tricuspid regurgitation and this is associated with reduced long

term survival and a poor prognosis (5,6). Chronic severe tricuspid regurgitation may

have a prolonged clinical course culminating in the development of fatigue and poor

exercise tolerance due to a reduced cardiac output. Pulmonary artery systolic pressure

(PASP) is a strong determinant of tricuspid regurgitation severity (7) and is associated

with more severe symptoms and worse outcomes in patients with CHF (8). Abnormal

PASP impairs gas exchange, decreases maximum oxygen uptake during exercise and

impairs exercise capacity (9,10). Although performed in patients with chronic

obstructive pulmonary disease, treatments aimed at lowering PASP may improve

clinical outcomes and its assessment is particularly important for determining

management of patients with CHF (11,12).

Since some patients with CHF find it difficult to perform conventional physical

training, inspiratory muscle training may be an alternative to cardiopulmonary

rehabilitation for these patients, because it may decrease the changes caused by the

disease and provide benefits similar to those observed in conventional training through

its effects on the respiratory and cardiovascular systems (13-15). However, to the best

of our knowledge, there is no information in literature about their effect on PASP in

121

patients with CHF. Thus, this study aimed to evaluate the acute effect of inspiratory

muscle training on PASP in patients with CHF and tricuspid regurgitation.

Methods

Trial Design

This is an randomized crossover study. The study was approved by the Ethical

Research Committee of the Institute of Cardiology of Rio Grande do Sul / University

Foundation of Cardiology (IC/FUC) (4546/10), and all individuals signed an informed

consent form.

Participants

Eligibility Criteria

The inclusion criteria were: patients with stable CHF, functional classes II, III or

IV (according to the New York Heart Association – NYHA), left ventricular ejection

fraction less than 45% determined by echocardiography, mild or moderate tricuspid

regurgitation and drug therapy maintained for at least one month before the beginning

of the study. The following were considered exclusion criteria: patients with

decompensated CHF, peripheral vascular disease, acute respiratory disease, unstable

angina, aortic stenosis, active smoking, end-stage chronic renal failure or on

hemodialysis, running a fever and/or infectious disease and malignant disease.

Settings and Locations

The patients were selected consecutively at the Pre-Transplant Outpatient Clinic

and in the Echocardiography Sector at IC/UFC from January to October 2011. All the

122

patients were evaluated in the Laboratory of Clinical Investigation of this hospital

between May and October 2011.

Interventions

Inspiratory Muscle Training

All patients underwent two interventions randomly defined: inspiratory muscle

training (IMT group) or placebo inspiratory muscle training (placebo-IMT group) using

the Threshold Inspiratory Muscle Training device (Threshold Inspiratory Muscle

Trainer, Healthscan Products Inc., Cedar Grove, New Jersey, USA). The two

interventions were separated by a 48 hours washout period. During interventions,

patients remained in the Fowler position and left lateral decubitus and were instructed to

maintain diaphragmatic breathing, with a breathing rate of 15 to 20 breaths/minutes

(min), for 15 min. For the IMT, the inspiratory load was set at 30% of the maximal

static inspiratory pressure. The placebo-IMT followed the same schedule, but with no

inspiratory load. This inspiratory load was used because loads less than 30% of PImax

are insufficient to induce improvement in inspiratory muscle strength (16) and previous

studies conducted training in CHF patients with this load (14,15,17,18). Measurements

of PASP as well SBP, DBP and HR were performed at baseline, during (5 and 10 min)

and at the end of each assessment (15 min).

Outcomes

Measurement of Pulmonary Artery Systolic Pressure

For the evaluation of PASP a Doppler echocardiography device (EnVisor CHD,

Philips, Bothell, WA, USA) was used, equipped with a adult cardio sector transducer,

model S4-2 (frequency range of 2 to 4 MHz). Doppler echocardiography is a low cost,

123

non-invasive method widely used for anatomical and functional assessment of the right

cardiac chambers and estimation of PASP, showing a good correlation with the

hemodynamic data and pulmonary artery mean pressure obtained by cardiac

catheterization (19-22), which is considered the gold standard for these evaluations, but

is an invasive test.

The most accurate and reliable method used by echocardiography to estimate

pulmonary artery pressures is based on the measurement of regurgitant flow velocity of

the tricuspid valve (23-25). PASP, considered as a reference of this study, was

calculated as the sum of the peak tricuspid regurgitation systolic pressure gradient

(measured by continuous-wave Doppler echocardiography) and right atrial pressure.

Right atrial pressure was considered 10 mmHg (26) (Fig. 1). All images were obtained

by the same investigator with a concomitant electrocardiographic tracing (27) and the

outcomes were blindly evaluated. During the evaluations, the patients were monitored

for systolic blood pressure (SBP), diastolic blood pressure (DBP) and heart rate (HR)

(Automatic Blood Pressure Monitor - Apa A00002, Microlife).

Measurement of Inspiratory Muscle Strength

Inspiratory muscle strength was evaluated by the maximal static inspiratory

pressure (PImax) determined in deep inspiration from residual volume against an

occluded airway with a minor air leak (2 mm) to relieve the oral pressure. The highest

pressure of five measurements was used for analysis (28). The measurement was carried

out using a digital manometer (MVD-300, Globalmed, Porto Alegre, Brazil), calibrated

in cmH2O (± 300 cmH2O). The procedure was performed as described by the American

Thoracic Society and the European Respiratory Society (29).

124

Randomisation

The order of interventions was randomized by a computer-based program

performed by a blinded investigator.

Statistical Analysis

The distribution of variables was evaluated by the Kolmogorov-Smirnov test.

Descriptive data are presented as mean ± SD. The effects of interventions and time on

continuous variables were compared by two-way analysis of variance for repeated

measures (ANOVA), and post-hoc analysis was conducted by the Bonferroni test. Data

were analyzed using the Statistical Package for Social Sciences (version 17.0, SPSS,

Chicago, Illinois).

Results

Subject Characteristics

Among 594 individuals identified, 8 patients with CHF due to dilated

cardiomyopathy and tricuspid regurgitation were included in the study (Table 1 and

Fig.2).

Echocardiography showed increased left atrium diameter (51.3 ± 9.2 mm), as

well as increased left ventricle diastolic (74.0 ± 8.7 mm) and systolic diameters (60.1 ±

9.7 mm) and reduced ejection fraction (36.1 ± 9.4%) (28). Other measures found were:

aorta diameter (35.6 ± 2.9 mm), right ventricle diameter (22.1 ± 6.7 mm),

interventricular septum (8.6 ± 2.4 mm) and posterior wall (8.7 ± 2.3 mm).

125

Evaluation of Pulmonary Artery Systolic Pressure and Cardiovascular Variables

No difference was observed in PASP (37.4 ± 11.7 mmHg vs. 35.3 ± 10.9 mmHg,

p = 0.428) before the interventions (IMT and placebo-IMT, respectively). The same

behavior was observed considering SBP (110.9 ± 15.7 mmHg vs. 106.2 ± 14.6 mmHg,

p = 0.485), DBP (68.1 ± 12.8 mmHg vs. 67.2 ± 7.8 mmHg, p = 0.867) and HR (71 ±

17.3 bpm vs. 79.9 ± 17.3 bpm, p = 0.152) in IMT and placebo-IMT, respectively for all

(Table 2).

Fifteen minutes of inspiratory muscle training promoted a reduction of 5.5

mmHg in PASP as compared to baseline (37.4 ± 10.9 mmHg vs. 31.9 ± 14.8 mmHg; p

= 0.031), which was not observed in the placebo-IMT, where the reduction was 0.2

mmHg (35.4 ± 10.9 mmHg vs. 35.1 ± 10.4 mmHg; p = 0.669). Moreover, the

inspiratory muscle training determined an incremental reduction of PASP at all

moments evaluated, as compared to baseline (5 min: p = 0.001, 10 min: p = 0.045 and

15 min: p = 0.031). However, there was no difference between IMT and placebo- IMT

(p = 0.125) (Fig.3).

No difference was observed in SBP between IMT and placebo-IMT (p = 0.720)

during the period of the evaluation (p = 0.158) and in the interaction between the

evaluations and time (p = 0.658). The same was observed considering DBP and HR

evaluated in IMT vs. placebo-IMT and considering the evaluation before and after the

interventions. However, DBP was reduced from the 5th min to the 15 min (p = 0.024)

and an increased HR was seen from the 5th min the 10th min during inspiratory muscle

training (p = 0.026) (Table 2).

126

Discussion

To the best of our knowledge, this is the first study in the literature concerning

the acute effects of inspiratory muscle training on PASP in patients with CHF, where it

was shown that an IMT session with 30% of PImax for 15 min results in a reduction of

PASP in patients with CHF and tricuspid regurgitation. These data provide the first

evidence showing the acute effects of IMT on decreased PASP in these patients.

Patients with CHF have increased difficulty of breathing and this may be due to

several mechanisms such as: 1) Impairment of ventilatory efficiency, defined as the

relation between ventilation and carbon dioxide output. This is caused by ventilation of

excess physiologic dead space (30,31). This change is associated with increased PASP

and impairment of exercise capacity. Thus, an imbalance of pulmonary vascular tone

probably leads to both pulmonary hypertension and alveolar hypoperfusion (30). 2)

Decreased lung compliance and increased intrapulmonary shunt secondary to

pulmonary vascular congestion (32). As the lung compliance decreases, respiratory

work and oxygen consumption increase to ensure adequate ventilation, requiring more

negative intrathoracic pressures to maintain pulmonary ventilation (33,34). 3) Reduction

in inspiratory muscle strength and this is an independent predictor of prognosis (35).

This is confirmed by previous reports that showed the relation between decline in

PImax and increasing NYHA functional class and the correlation between PImax and

peak O2 (32,35,36), and 4) the shift in diaphragm muscle fiber type and fiber atrophy

may also contribute to diaphragm and respiratory muscle weakness observed in these

patients (35).

Therefore, in patients with CHF, there is a relation between inspiratory muscle

dysfunction, increased ventilatory drive, peripheral vascular resistance, pulmonary

127

hypertension (37,38) and changes in pre and post capillary pulmonary pressures. These

changes are even stronger than the alteration in cardiac output (37).

The effect observed in our study of PASP reduction may be related to the

changes in intrathoracic pressure (39). Adding inspiratory load during exercise not only

increases the work of the respiratory muscles, but it also participates in the modification

of cardiac work due to alterations in intrathoracic pressure. The less negative pleural

pressure during inspiration promotes increased pulmonary venous capacitance and

reduces venous return, decreasing left ventricular filling and thereby resulting in a

reduction in stroke volume and cardiac output (39). Post-load of the left ventricle is

more faithfully related to the transmural pressure of the left ventricle than to the

pressure at the aortic root (40) and the increased inspiratory load is associated with

intrapleural and subatmospheric pressures at the peak inspiration and, precisely this

behavior of intrapleural pressure may facilitate the venous return and reduce cardiac

work (41). Furthermore, in patients with chronic obstructive pulmonary disease,

Threshold loading enhances velocity of inspiratory muscle contraction (42). This is a

favourable alteration of the breathing pattern as it shortens inspiratory time and

increases time for exhalation and relaxation (43).

There is a possibility that IMT in CHF patients also reduces PASP by improving

blood flow. Studies demonstrated that inspiratory muscle loading results in marked

reduction of blood flow to resting and exercising limbs (40) and that inspiratory muscle

training can promote the attenuation of the inspiratory muscle metaboreflex (41). In

experiments conducted in healthy subjects, Dempsey et al. (44), demonstrated that

fatiguing contractions of the inspiratory muscles and the consequent accumulation of

metabolic products activate type IV phrenic afferents, resulting in a pronounced

increase in sympathetic vasoconstrictor activity, known as inspiratory muscle

128

metaboreflex. This mechanism is thought to be particularly important during sustained

heavy intensity exercise where it modulates the competition for blood flow between the

respiratory and working locomotor muscles (44).

The magnitude of the training response is proportional to the duration and

intensity (load) of the training stimulus. In our study training load is selected equivalent

to 30% of a patient's PImax because loads less than 30% of PImax are insufficient to

induce improvement in inspiratory muscle strength (16) and previous studies conducted

training in CHF patients with this load (14,15,17,18).

In this study it was also seen that an acute session of IMT did not change the

SBP, but led to an increased HR from 5 min to 10 min and reduction of DBP in relation

to the baseline. This behavior observed may be the result of the complex changes

provoked by inspiratory muscle training in the ventilatory volumes and in venous return

due to a difference in intrathoracic pressure (39), in the activation of mechanoreceptors

of the diaphragmatic and intercostal muscles, and by activation of the chemoreceptors

(40,45,46).

Our findings indicate that the acute effect of inspiratory muscle training results

in a significant decrease of PASP in the patients with CHF and tricuspid regurgitation.

Tricuspid regurgitation is a common vascular lesion and is more prevalent in patients

with a history of myocardial infarction and CHF. This is associated with reduced long

term survival (4-6). The results suggest that inspiratory muscle training is a intervention

that can be considered for the management of patients with PASP, however further

studies are needed to assess the chronic effect of the interventions are needed.

In conclusion, an inspiratory muscle training session with 30% of PImax for 15

min results in a reduction in PASP in patients with CHF and tricuspid regurgitation. Our

129

findings suggest that inspiratory muscle training can to improve cardiopulmonary

function of patients chronic heart failure.

Acknowledgements

The study was financially supported in part by Conselho Nacional de

Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) as well as by Coordenação de

Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

130

References

1. American Heart Association. Heart Disease and Stroke Statistical update.

http://www.americanheart.org/statistics., 2005.

2. Rassi S, Barretto AC, Porto CC, Pereira CR, Calaca BW, Rassi DC. Survival

and prognostic factors in systolic heart failure with recent symptom onset. Arq

Bras Cardiol 2005;84:309-13.

3. Chen J, Normand SL, Wang Y, Krumholz HM. National and regional trends in

heart failure hospitalization and mortality rates for Medicare beneficiaries, 1998-

2008. JAMA 2011;306:1669-78.

4. Singh JP, Evans JC, Levy D, et al. Prevalence and clinical determinants of

mitral, tricuspid, and aortic regurgitation (the Framingham Heart Study). Am J

Cardiol 1999;83:897-902.

5. Koelling TM, Aaronson KD, Cody RJ, Bach DS, Armstrong WF. Prognostic

significance of mitral regurgitation and tricuspid regurgitation in patients with

left ventricular systolic dysfunction. Am Heart J 2002;144:524-9.

6. Nath J, Foster E, Heidenreich PA. Impact of tricuspid regurgitation on long-term

survival. J Am Coll Cardiol 2004;43:405-9.

7. Mutlak D, Aronson D, Lessick J, Reisner SA, Dabbah S, Agmon Y. Functional

tricuspid regurgitation in patients with pulmonary hypertension: is pulmonary

artery pressure the only determinant of regurgitation severity? Chest

2009;135:115-21.

8. Damy T, Goode KM, Kallvikbacka-Bennett A, et al. Determinants and

prognostic value of pulmonary arterial pressure in patients with chronic heart

failure. Eur Heart J;31:2280-90.

131

9. Troisi F, Greco S, Brunetti ND, Di Biase M. Right heart dysfunction assessed

with echography, B-type natriuretic peptide and cardiopulmonary test in patients

with chronic heart failure. J Cardiovasc Med (Hagerstown) 2008;9:672-6.

10. Vonbank K, Funk GC, Marzluf B, et al. Abnormal pulmonary arterial pressure

limits exercise capacity in patients with COPD. Wien Klin Wochenschr

2008;120:749-55.

11. Sims MW, Margolis DJ, Localio AR, Panettieri RA, Kawut SM, Christie JD.

Impact of pulmonary artery pressure on exercise function in severe COPD.

Chest 2009;136:412-9.

12. Irwin RB, Luckie M, Khattar RS. Tricuspid regurgitation: contemporary

management of a neglected valvular lesion. Postgrad Med J 2010;86:648-55.

13. Bosnak-Guclu M, Arikan H, Savci S, et al. Effects of inspiratory muscle training

in patients with heart failure. Respir Med 2011;105:1671-81.

14. Dall'Ago P, Chiappa GR, Guths H, Stein R, Ribeiro JP. Inspiratory muscle

training in patients with heart failure and inspiratory muscle weakness: a

randomized trial. J Am Coll Cardiol 2006;47:757-63.

15. Johnson PH, Cowley AJ, Kinnear WJ. A randomized controlled trial of

inspiratory muscle training in stable chronic heart failure. Eur Heart J

1998;19:1249-53.

16. Larson JL, Kim MJ, Sharp JT, Larson DA. Inspiratory muscle training with a

pressure threshold breathing device in patients with chronic obstructive

pulmonary disease. Am Rev Respir Dis 1988;138:689-96.

17. Martinez A, Lisboa C, Jalil J, et al. [Selective training of respiratory muscles in

patients with chronic heart failure]. Rev Med Chil 2001;129:133-9.

132

18. Padula CA, Yeaw E, Mistry S. A home-based nurse-coached inspiratory muscle

training intervention in heart failure. Appl Nurs Res 2009;22:18-25.

19. Kuecherer HF, Will M, da Silva KG, et al. Contrast-enhanced doppler

ultrasound for noninvasive assessment of pulmonary artery pressure during

exercise in patients with chronic congestive heart failure. Am J Cardiol

1996;78:229-32.

20. McLaughlin VV, Archer SL, Badesch DB, et al. ACCF/AHA 2009 expert

consensus document on pulmonary hypertension a report of the American

College of Cardiology Foundation Task Force on Expert Consensus Documents

and the American Heart Association developed in collaboration with the

American College of Chest Physicians; American Thoracic Society, Inc.; and

the Pulmonary Hypertension Association. J Am Coll Cardiol 2009;53:1573-619.

21. Berger M, Haimowitz A, Van Tosh A, Berdoff RL, Goldberg E. Quantitative

assessment of pulmonary hypertension in patients with tricuspid regurgitation

using continuous wave Doppler ultrasound. J Am Coll Cardiol 1985;6:359-65.

22. Lang RM, Bierig M, Devereux RB, et al. Recommendations for chamber

quantification: a report from the American Society of Echocardiography's

Guidelines and Standards Committee and the Chamber Quantification Writing

Group, developed in conjunction with the European Association of

Echocardiography, a branch of the European Society of Cardiology. J Am Soc

Echocardiogr 2005;18:1440-63.

23. Sbano JCN, Tsutsui JM, Terra-Filho M, Junio WM. Evaluation of pulmonary

hypertension with dopper echodopplercardiography. J Bras Pneumol

2004;30:78-86.

133

24. Yock PG, Popp RL. Noninvasive estimation of right ventricular systolic

pressure by Doppler ultrasound in patients with tricuspid regurgitation.

Circulation 1984;70:657-62.

25. Mancuso FJ, Matsumoto AY, Tatani SB, et al. Value of different methods of

Doppler echocardiography in the diagnosis of pulmonary hypertension. Rev

Bras Ecocardiogr 2008;21:16-22.

26. Abaci A, Kabukcu M, Ovunc K, et al. Comparison of the three different

formulas for Doppler estimation of pulmonary artery systolic pressure.

Angiology 1998;49:463-70.

27. Pedone MD, Castro I, Hatem D, Haertel JC, Feier F, Pandolfo F. Changes in the

parameters of left ventricular diastolic function according to age on tissue

Doppler imaging. Arq Bras Cardiol 2004;83:466-9; 461-5.

28. Neder JA, Andreoni S, Lerario MC, Nery LE. Reference values for lung

function tests. II. Maximal respiratory pressures and voluntary ventilation. Braz

J Med Biol Res 1999;32:719-27.

29. ATS/ERS Statement on respiratory muscle testing. Am J Respir Crit Care Med

2002;166:518-624.

30. Reindl I, Wernecke KD, Opitz C, et al. Impaired ventilatory efficiency in

chronic heart failure: possible role of pulmonary vasoconstriction. Am Heart J

1998;136:778-85.

31. Robbins M, Francis G, Pashkow FJ, et al. Ventilatory and heart rate responses to

exercise : better predictors of heart failure mortality than peak oxygen

consumption. Circulation 1999;100:2411-7.

134

32. Nanas S, Nanas J, Kassiotis C, et al. Respiratory muscles performance is related

to oxygen kinetics during maximal exercise and early recovery in patients with

congestive heart failure. Circulation 1999;100:503-8.

33. Mancini DM, Henson D, LaManca J, Levine S. Evidence of reduced respiratory

muscle endurance in patients with heart failure. J Am Coll Cardiol 1994;24:972-

81.

34. Naughton MT, Floras JS, Rahman MA, Jamal M, Bradley TD. Respiratory

correlates of muscle sympathetic nerve activity in heart failure. Clin Sci (Lond)

1998;95:277-85.

35. Meyer FJ, Borst MM, Zugck C, et al. Respiratory muscle dysfunction in

congestive heart failure: clinical correlation and prognostic significance.

Circulation 2001;103:2153-8.

36. Meyer FJ, Zugck C, Haass M, et al. Inefficient ventilation and reduced

respiratory muscle capacity in congestive heart failure. Basic Res Cardiol

2000;95:333-42.

37. Filusch A, Ewert R, Altesellmeier M, et al. Respiratory muscle dysfunction in

congestive heart failure--the role of pulmonary hypertension. Int J Cardiol

2011;150:182-5.

38. Nishimura Y, Maeda H, Tanaka K, Nakamura H, Hashimoto Y, Yokoyama M.

Respiratory muscle strength and hemodynamics in chronic heart failure. Chest

1994;105:355-9.

39. Harms CA, Wetter TJ, McClaran SR, et al. Effects of respiratory muscle work

on cardiac output and its distribution during maximal exercise. J Appl Physiol

1998;85:609-18.

135

40. Chiappa GR, Roseguini BT, Vieira PJ, et al. Inspiratory muscle training

improves blood flow to resting and exercising limbs in patients with chronic

heart failure. J Am Coll Cardiol 2008;51:1663-71.

41. Ribeiro JP, Chiappa GR, Neder JA, Frankenstein L. Respiratory muscle function

and exercise intolerance in heart failure. Curr Heart Fail Rep 2009;6:95-101.

42. Villafranca C, Borzone G, Leiva A, Lisboa C. Effect of inspiratory muscle

training with an intermediate load on inspiratory power output in COPD. Eur

Respir J 1998;11:28-33.

43. Lotters F, van Tol B, Kwakkel G, Gosselink R. Effects of controlled inspiratory

muscle training in patients with COPD: a meta-analysis. Eur Respir J

2002;20:570-6.

44. Dempsey JA, Amann M, Romer LM, Miller JD. Respiratory system

determinants of peripheral fatigue and endurance performance. Med Sci Sports

Exerc 2008;40:457-61.

45. Belman MJ, Botnick WC, Nathan SD, Chon KH. Ventilatory load

characteristics during ventilatory muscle training. Am J Respir Crit Care Med

1994;149:925-9.

46. Bellemare F, Grassino A. Effect of pressure and timing of contraction on human

diaphragm fatigue. J Appl Physiol 1982;53:1190-5.

136

Figure legends

Figure 1.

Title – Noninvasive estimation of pulmonary artery systolic pressure by Doppler

echocardiography in patients with chronic heart failure and tricuspid regurgitation

Caption – PG = pressure gradient.

Figure 2.

Title – Flow diagram of patients

Caption – IMT = inspiratory muscle training.

Figure 3.

Title – Pulmonary artery systolic pressure in IMT and placebo-IMT

Caption – IMT = inspiratory muscle training; placebo-IMT = placebo-inspiratory

muscle training; min = minutes. * p = 0.031 difference between baseline and 15 min for

IMT; # p = 0.001 difference between 5 min and 15 min for IMT; $ p = 0.045 difference

between 10 min and 15 min for IMT.

137

Tables:

Table 1 Characteristics of patients

Variables Patients (n = 8)

Age (years) 63.3 ± 8.4

Gender, male – n (%) 6 (75)

BMI (kg/m2) 27 ± 3.3

Ejection fraction (%) 36.1 ± 9.4

Functional class (II-III-IV) 3 – 4 – 1

PASP (mmHg) 37 ± 11.8

PImax (cmH2O) - 85.5 ± 27.7

Inspiratory muscle weakness* n (%) 3 (38)

Medications (n)

ACE inhibitors

Diuretics

Spironolactone

Beta-blockers

Digitalis

Angiotensin receptor antagonist

Non-steroidal anti-inflammatory

Statins

Vasodilator

Anticoagulant

6

8

5

8

5

3

3

4

1

4

Values are expressed as mean ± standard deviation. * PImax < 70% of predicted. BMI =

body mass index; PASP = pulmonary artery systolic pressure; PImax = maximal

inspiratory pressure; ACE = angiotensin-converting enzyme.

138

Table 2 Cardiovascular responses to inspiratory muscle training and placebo-inspiratory

muscle training

Variables IMT Placebo-IMT p value

between

interventions

p value within

interventions

p value

interaction

(intervention

vs. moment)

SBP 0.720 0.158 0.658

Baseline 110.9 ± 14.7 106.3 ± 14.6

5 min 109.0 ± 16.5 105.9 ± 16.7

10 min 108.5 ± 17.4 105.6 ± 14.9

15 min 109.8 ± 19.8 111.1 ± 11.5

DBP 0.993 0.344 0.000

Baseline 68.1 ± 12 67.3 ± 7.8

5 min 67.1 ± 9.8 67.9 ± 8.1

10 min 67.4 ± 7.1 64.3 ± 12.7

15 min 64.4 ± 10.3* 67.5 ± 8.1

HR 0.369 0.735 0.041

Baseline 71.0 ± 16.2 79.9 ± 17.4

5 min 71.3 ± 12.9 76.4 ± 16.8‡

10 min 75.1 ± 12.6† 73.8 ± 15.5§

15 min 72.1 ± 12.5 76.0 ± 16.3

Values are expressed as mean ± SD. IMT = inspiratory muscle training group; Placebo-

IMT = placebo inspiratory muscle training group; SBP = systolic blood pressure; DBP

= diastolic blood pressure; HR = heart rate; min = minutes.

139

* p = 0.024 difference between 5 min and 15 min for TMI; † p = 0.026 difference

between 5 min and 10 min for TMI; ‡ p = 0.001 difference between baseline and 5 min

for placebo-IMT; § p = 0.002 difference between baseline and 10 min for placebo-IMT.

140

Figures:

Figure 1.

141

Figure 2.

594 individuals identified: 247 – Pre-Transplant

Outpatient Clinic 347 – Echocardiography

Service

236 individuals excluded – within Porto Alegre and

the metropolitan area 358 selected – Porto Alegre and metropolitan

area

312 excluded – no elegibility criteria, no

phone contact, death or refusal to participate

46 performed echocardiography to

determine ejection fraction

25 evaluated for interventions

21 excluded – ejection fraction > 45%

17 excluded – no tricuspid regurgitation

8 patients included

142

Figure 3.

mm

Hg

143

8 CONCLUSÕES GERAIS

A partir da realização dessa tese podemos concluir que:

A estimulação elétrica nervosa transcutânea promove maior alívio da dor

comparada a estimulação elétrica nervosa transcutânea placebo em pacientes em pós-

operatório de cirurgia torácica tanto na abordagem por toracotomia quanto por

esternotomia, quando associada à analgesia farmacológica. Na esternotomia, também se

mostrou mais efetiva que a analgesia farmacológica controlada no alívio da dor, porém

sem efeito significativo na função pulmonar.

O treinamento muscular inspiratório melhora a distância percorrida no teste de

caminhada de 6 minutos e a pressão inspiratória máxima quando comparado a grupos

controles. Assim, treinamento muscular inspiratório melhora capacidade funcional e

força muscular inspiratória, e pode ser uma ferramenta adicional para tratar pacientes

com insuficiência cardíaca crônica.

E, uma sessão de treinamento muscular inspiratório por 15 minutos com carga

inspiratória referente a 30% da pressão inspiratória máxima resulta em redução na

pressão da artéria pulmonar em pacientes com insuficiência cardíaca crônica e

regurgitação tricúspide. Este estudo demonstrou que treinamento muscular inspiratório

melhora a função cardiopulmonar nesses pacientes.

144

9 ANEXOS

PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DO INSTITUTO DE

CARDIOLOGIA DO RIO GRANDE DO SUL

145

FICHA DE AVALIAÇÃO

Nome:_______________________________________________________________

Data de nascimento:_______________ Idade:_________ Sexo:__________________

Altura:_________________ Peso:_________________ IMC:___________________

Endereço:_____________________________________________________________

Telefone:_____________________________________________________________

Profissão:_____________________________________________________________

Data da avaliação:______________________________________________________

Responsável pela avaliação:______________________________________________

Médico responsável:____________________________________________________

Diagnóstico clínico:_____________________________________________________

Medicações:___________________________________________________________

Fração de Ejeção:____________________ Grau (segundo NYHA):_____________

Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) ( ) sim ( ) não

Há quanto tempo:________________________________________________

Mudança na terapia medicamentosa há pelo menos 1 mês ( ) sim ( ) não

Doença respiratória aguda ( ) sim ( ) não

Doença vascular periférica ( ) sim ( ) não

Doença neurológica associada ( ) sim ( ) não

Doença infecciosa ou estado febril ( ) sim ( ) não

Marcapasso cardíaco ( ) sim ( ) não

Arritmia ventricular instável ( ) sim ( ) não

Angina instável ( ) sim ( ) não

Tabagista ativo ( ) sim ( ) não

Obesidade ( ) sim ( ) não

Atividade física regular ( ) sim ( ) não

Doença músculo esquelética em membros inferiores ( ) sim ( ) não

146

Paciente: Data: VARIÁVEL PRÉ 5’ 10’ 15’

PAS

PAD

FC

PASP (mmHg)

E (m/s)

E (mmHg)

A (m/s)

A (mmHg)

TRIV (ms)

Et (m/s)

Et (mmHg)

At (m/s)

At (mmHg)

Et’ (m/s)

Et’ (mmHg)

At’ (m/s)

At’ (mmHg)

E’ LATERAL (m/s)

E’ LATERAL (mmHg)

A’ LATERAL (m/s)

A’ LATERAL (mmHg)

E’ SEPTAL (m/s)

E’ SEPTAL (mmHg)

A’ SEPTAL (m/s)

A’ SEPTAL (mmHg)