Tese+final+Divino
-
Upload
meghan-ellis -
Category
Documents
-
view
19 -
download
0
Transcript of Tese+final+Divino
-
DOUTORADO EM ODONTOLOGIA
JOS DIVINO BEZERRA FERREIRA
A INFLUNCIA DO TABAGISMO NA APOSIO SSEA PERI-
IMPLANTAR AO REDOR DE MICRO-IMPLANTES REMOVIDOS DE
MAXILARES HUMANOS
Guarulhos 2012
-
JOS DIVINO BEZERRA FERREIRA
A INFLUNCIA DO TABAGISMO NA APOSIO SSEA PERI-
IMPLANTAR AO REDOR DE MICRO-IMPLANTES REMOVIDOS DE
MAXILARES HUMANOS
Tese apresentada Universidade Guarulhos para
obteno do ttulo de Doutor em Odontologia, rea
de concentrao em Implantodontia.
Orientador: Prof. Dr. Jamil Awad Shibli
Co-Orientador: Prof. Dr. Jose Augusto Rodrigues
Guarulhos 2012
-
Ferreira, Jos Divino Bezerra
F383i A influncia do tabagismo na aposio ssea Peri-implantar ao redor de micro-implantes removidos de maxilares humanos / Jos Divino Bezerra Ferreira. Guarulhos, SP, 2012.
76 f.; 31 cm Tese (Doutorado em Odontologia, rea de concentrao
Impantodologia) - Centro de Ps-Graduao e Pesquisa, Universidade Guarulhos, 2012.
Orientador: Prof. Dr. Jamil Awad Shibli
Bibliografia: f. 62-68
1. Implantes osseointegrados. 2. Superfcie de implantes /
Osseointegrao. 3. Tabagismo. 4. Cicatrizao de feridas. 5. Histologia humana. I. Ttulo. II. Universidade Guarulhos.
CDD 22st 617.6 Ficha catalogrfica elaborada pela Biblioteca Fernando Gay da Fonseca
-
Dedico este trabalho aos meus dois filhos; Rodrigo Bezerra Braga
e Heloisa Bezerra Braga, fontes fecundas e infindas de inspirao
e fora, que com seus sorrisos sempre afastam de mim o cansao
e me lembram da presena de Deus em minha vida.
-
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Ao G..A..D..U.. inspirao e fora dos obreiros da obra eterna da Maonaria e a
todos os meus Irmos, que compreenderam as minhas ausncias do cargo de O..
quando de minhas viagens;
Ao Prof. Dr. Jamil Awad Shibli, que durantes estes anos, mais do que um orientador
foi um amigo e parceiro;
Ao Prof. Dr. Jose Augusto Rodrigues, meu co-orientador pela incansvel busca da
perfeio;
A todos os professores do Doutorado da UNG, que sem exceo, aceitaram dividir
comigo seus conhecimentos e suas experincias;
A todos os pacientes que participaram de minha pesquisa, cujos corpos deram
testemunho in vivo para o progresso do conhecimento humano;
s minha amigas Rosangela Araujo e Patrcia Lenora, que foram minhas parceiras
na vida e que em pocas distintas acompanharam meu progresso cientfico;
Ao Sr. Cel. PM Nazareno de Souza vila, amigo, parceiro e colega por 15 na Polcia
Militar, que me permitiu continuar meus estudos e ao Sr. Cel. PM Marco Tvora
Capela, pela amizade e companheirismo nesta reta final;
A toda minha equipe na Policlnica da Polcia Militar, oficiais e praas que do
contribuio silente segurana pblica do Estado do Amap;
Ao Dr. Washington Santana, que comigo, partilhou os primeiros passos na
implantodontia;
Ao Dr. Euclides Barbosa, que me inspirou a buscar o conhecimento na medicina
para elevar o nvel tcnico da odontologia.
-
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar o efeito do tabagismo no contato precoce (inicial)
osso implante, a densidade na rea das espiras, bem como a densidade fora da
rea de espiras ao redor de micro-implantes com superfcie tratada com jateamento
e ataque cido removidos de maxilares humanos. Um total de 22 pacientes (mdia
de idade de 55,44 4,5 anos) foram divididos em dois grupos: Fumantes (n=11
indivduos) e no fumantes (n=11 indivduos). Cada indivduo recebeu 1 micro-
implante durante cirurgia convencional de insero de implantes. Aps 8 semanas,
os implantes e tecidos circunvizinhos foram removidos e preparados para anlise
histomorfomtrica. Dois micro-implantes colocados em pacientes fumantes no
mostraram osseointegrao. Estgios precoces de maturao e de formao de
osso novo estavam presentes principalmente em no fumantes. Perda ssea
marginal e presena de espao com tecido fibroso foram encontrados principalmente
em micro-implantes retirados de pacientes fumantes. Avaliao histomorfomtrica
indica que a mdia de contato osso-implante variou entre 25,97 9,02% e 40,01
12,98% em fumantes e no-fumantes respectivamente (p
-
ABSTRACT
This study evaluated the effect of cigarette smoking on early bone-to-implant contact
(BIC%), the bone density in the threaded area (BA%) as well as the bone density
outside the threaded area (BD%) around micro-implants with sandblasted acid
etched surface retrieved from human jaws.total of 22 subjects (mean age 55.44 4.5
years) were divided in 2 groups: Smokers (n=11 subjects) and non-smokers (n=11
subjects). Each subject received 1 micro-implant during conventional mandible or
maxilla implant surgery. After 8 weeks, the micro-implants and the surrounding tissue
were removed and prepared for histomorphometric analysis. Two micro-implants
placed in smokers showed no osseointegration. Early stages of maturation of the
newly-formed bone were present, mainly in the non-smokers. Marginal bone loss,
gap and fibrous tissue were present around implants retrieved from smokers.
Histomorphometric evaluation indicated that the mean BIC% ranged between 25.97
9.02% and 40.01 12.98% for smokers and non-smokers, respectively (p0.05). Cigarette smoking has a detrimental effect on early
bone tissue response around sandblasted acid etched implant surface topographies.
Key-words: Dental implants. Implant Surface Topography / Osseointegration.
Smoking. Wound Healing. Human Histology.
-
SUMRIO
1 INTRODUO E JUSTIFICATIVA 9
1.1 Influncia de diferentes topografias de implantes sobre o tecido
sseo peri-implantar
11
1.2 Tabaco e implantes osseointegrados 27
1.3 Componentes do cigarro e seus efeitos sobre o organismo 29
2 PROPOSIO 32
3 ARTIGO: CIGARETTE SMOKING AFFECTS EARLY
HUMAN PERI-IMPLANT BONE HEALING
33
4 CONSIDERAES FINAIS 55
5 CONCLUSO 56
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS 57
-
9
1 INTRODUO E JUSTIFICATIVA
Os resultados funcionais, estticos e a previsibilidade bem documentada a longo
prazo dos implantes osseointegrveis os coloca como uma alternativa segura para a
reposio de edentulismos unitrios, mltiplos ou totais (ALISSA e OLIVER, 2012).
Apesar da grande taxa de sucesso, os implantes osseointegrados so
susceptveis a complicaes locais e sistmicas que eventualmente podem levar a
perda dos implantes, e as pesquisas tem se concentrado em identificar estes fatores
(ALISSA e OLIVER, 2012; CORREA et al., 2009).
Os fatores de risco para os implantes osseointegrados podem ser divididos
em dois grupos. O primeiro grupo incluem os fatores relacionados tcnica
cirrgica, tipo e localizao dos implantes, intervalo entre extrao dentria e
colocao dos implantes e o intervalo de tempo entre implantao e a colocao em
carga. O segundo grupo inclui os riscos relacionados ao paciente, tais como,
diabetes, lcool e tabagismo (SVERZUT et al., 2008).
O tabagismo reconhecido como um fator de risco para complicaes ps-
operatrias em muitos tipos de cirurgias (RODRIGUEZ-ARGUETTA et al., 2011).
H mais de 50 anos existem evidncias cientficas irrefutveis de que o
consumo do tabaco ou a exposio fumaa proveniente do cigarro causam danos
ao corpo humano com consequncias fatais (BALSHE at al., 2008; US
DEPARTAMENT OF HEALTH AND HULMAN SERVICES, 2010), sendo o papel do
fumo na gnese de diversas patologias pulmonares e cardiovasculares conhecido e
seu efeitos deletrios no processo de reparao e cicatrizao das feridas, bastante
estudado (SILVESTEIN, 1992).
Previses com bases em grandes estudos populacionais indicam que metade
dos fumantes de longo prazo, em especial aqueles que iniciaram o hbito na
juventude iro morrer de doenas relacionadas ao fumo. Os pacientes tabagistas
vivem 10 anos menos que os paciente no fumantes e tem o dobro de chances de
infarto do miocrdio e este comumente ocorre 10 anos antes do que o paciente no
tabagista (DOLL et al., 1994).
O tabagismo considerado como a maior causa evitvel de mortes em todo o
mundo (CENTER FOR DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2011). Estes
-
10
dados caracterizam o tabagismo como um grave problema de sade pblica que
despende grande parte dos recursos destinados ao sistema de sade.
O Center for Disease Control and Prevention (CDC) estimou no ano de 2010
uma populao total de 45,3 milhes de fumantes nos Estados Unidos, o que
representa 19,3% da populao com idade superior a 18 anos (CENTER FOR
DISEASE CONTROL AND PREVENTION, 2011).
No Brasil os dados oficiais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatstica) baseados no censo de 2008 apresenta uma populao total de
fumantes, com idade superior a 15 anos, estimada em 24,6 milhes de pessoas,
17,2% da populao em geral (21,6% dos Homens e 17,2% da populao feminina),
sendo que, a maior parcela destes consumia entre 15 e 24 cigarros por dia (IBGE,
2009).
Face aos dados apresentados, podemos prever uma grande populao
tabagista que potencialmente precisa ou precisar de reposies dentrias por meio
de implantes osseointegrados. Com o objetivo de reduzir o impacto negativo do
tabagismo nos resultados dos implantes, alguns autores tem proposto o uso de
superfcies tratadas, superfcies estas, que tem propriedades que podem estimular a
formao ssea (CORREA et al., 2009).
O processo de reparao ssea e a influencia dos mtodos de tratamento de
superfcie so abordados no captulo do livro a seguir.
-
1Introduo
Baseado nos conceitos clssicos sobre a osseoin-tegrao,1-2 o uso de implantes osseointegrveis na reabilitao de indivduos parcial ou total-mente edntulos tem aumentado consideravel-mente nos ltimos anos. A definio de osseoin-tegrao ou anquilose funcional considerava o percentual de contato entre o tecido sseo e a superfcie do implante sob funo, quando vis-to em microsco pia ptica normal. Entretanto, quando vista em microscopia eletrnica de var-redura, havia a interposio de uma fina cama-da de glicopro tenas entre o tecido sseo e o im-plante (Fig. 1.1A-C). Logo, a unidade funcional e estrutural de toda a Implantodontia foi alicer-ada sob o conceito do contato osso-implante e consequentemente de todos os eventos que in-fluenciam neste processo.
Nos ltimos anos, fatores relacionados ao implante dentrio osseointegrvel (forma do im-plante, tipo e composio qumica da superfcie) e ao hospedeiro (fatores locais e sistmicos) fo-ram avaliados visando aprimorar e desenvolver tecnologias para melhorar e aumentar o contato osso-implante e, consequentemente, aumentar o sucesso a longo prazo dos implantes osseointe-grveis, uma vez que, teoricamente, quanto me-lhor o contato osso-implante, maior ser a longe-vidade deste implante.
Logo, o objetivo do presente estudo foi abor-dar, de maneira sistemtica, a influncia de su-perfcies de implantes diferentes sobre o tecido sseo humano, assim como os efeitos de possveis fatores de risco como o diabetes, o fumo e a osteo-porose sobre a osseointegrao em humanos.
Osseointegrao
O processo de osseointegrao muito similar ao observado em fraturas sseas, no qual exis-te a ativao da matriz ssea frente a qualquer dano ou leso ao tecido sseo. Quando a matriz ssea exposta ao fluido extracelular, protenas e fatores de crescimento iniciam o processo de aposio ssea ao redor de implantes osseointe-grados. A leso torna-se povoada por clulas os-teoprogenitoras oriundas do tecido sseo medu-lar, do peristeo e da regio endocortical, que so direcionadas regio por meio de quimiotaxia. A proliferao e diferenciao das clulas osteo-progenitoras em osteoblastos iniciam o depsito de matriz ssea sobre a superfcie do implante. Nesse momento, alguns osteoclastos podem estar presentes, embora a sua atuao neste processo ainda seja controversa.3 A ativao deste proces-so inicia-se imediatamente aps a insero do implante e continua entre a segunda e terceira semanas, na qual atinge seu potencial mximo na quarta semana, diminuindo a partir da oita-
CaptuloInfluncia de Diferentes
Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar Jamil Awad Shibli Susana dAvila Daniel S. Ferrari Jos Divino Ferreira Jos Augusto Rodrigues Alessandra Cassoni Adriano Piattelli
1
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
2
ABROSS2012
conectar a superfcie do implante osseointegra-do s paredes do leito sseo receptor (osteog-nese de contato ou direta) quando este implante apresenta superfcie tratada. Em implantes com superfcie lisa acontece o inverso: a aposio do tecido sseo neoformado ocorre do tecido sseo preexistente para o implante6 (Fig. 1.2A,B).
A adaptao do tecido sseo a esforos mas-tigatrios, ou 2a fase, ocorre entre a 6a a 20a se-manas ps-insero. A estrutura do tecido sseo neoformado sofre mudanas com predomnio do tecido sseo lamelar. A orientao das fibras co-lgenas depende, alm de todo este processo, da presena ou ausncia de ativao imediata do im-plante osseointegrado, que pode ser obtido com a restaurao ou carga imediata. Estudos recentes7
tm mostrado que implantes submetidos a carga
va semana.4 Didaticamente, o processo de cica-trizao ssea peri-implantar pode ser dividido em 3 fases:5 1a fase incorporao e formao do tecido sseo medular; 2a fase adaptao do tecido sseo a esforos mastigatrios (depsito de matriz ssea na superfcie do implante); e 3a fase adaptao da estrutura ssea a esforos mastigatrios (remodelao ssea).
A 1a fase ocorre at a 6a semana ps-inser-o do implante, no qual ocorre a incorporao e formao do tecido sseo medular. Este tecido caracterizado pela ausncia no padro de orien-tao, concomitantemente com a presena de fi-bras colgenas e inmeros ostecitos, presentes em uma massa tecidual pouco mineralizada. Este tecido funciona como arcabouo para a formao de todo o tecido que ser mineralizado, alm de
Fig. 1.1 (A) Aspecto histolgico de implante de hexgono interno de superfcie tratada (Universal 2, De Bortolli, So Paulo, SP) removido da regio posterior da maxila aps 5 anos em funo de mau posicionamento tridimensional (Fucsina bsica e azul de toluidina, 14x); (B) detalhe da rea delimitada em A. Note o contato direto do tecido sseo neoformado (ON) com a superfcie do implante (setas). (Fucsina bsica e azul de toluidina, 200x); (C) fotomicrografia obtida por microscpio eletrnico de varredura de implante com superfcie tratada com laser, detalhando o verdadeiro contato osso (ON) e implante (Ti) (seta).
A B
C
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
3
ou restaurao imediata apresentam orientao perpendicular das fibras colgenas em relao superfcie do implante, enquanto implantes que so ativados 3 a 6 meses aps a cicatrizao apre-sentam, na sua maioria, fibras colgenas orienta-das paralela em relao superfcie do implante (Fig. 1.3A-C). Esta variao pode alterar as pro-priedades mecnicas do tecido sseo e, assim, in-fluenciar a longevidade dos implantes.
Nesta fase, ocorre ainda o depsito de tecido sseo maduro formado inicialmente durante a 1a fase ou oriundo pela proximidade do leito recep-tor que circunda todo o implante osseointegrado. Este processo deve-se presena do tecido sseo necrtico superficial ocorrido pela interrupo do suprimento sanguneo e pela fresagem do te-cido sseo para o preparo do leito cirrgico. O tecido necrtico reabsorvido e inicia-se o de-psito de nova matriz ssea e, caso haja trans-misso de esforos mastigatrios precoces, este esforo pode influenciar na orientao das fibras colgenas, como j citado. Cumpre salientar que, caso haja superaquecimento do leito receptor aci-ma de 47oC, ocorrer a formao de uma massa necrtica que, ao invs de ser reabsorvida e ne-oformada, fornecer clulas de tecido conjuntivo frouxo para a formao do processo denominado fibro-osseointegrao, ou seja, falha no processo de neoformao ssea e consequente perda do implante osseointegrado8 (Fig. 1.4A-C).
A remodelao do tecido sseo peri-implan-tar o ltimo estgio da osseointegrao ou 3a fase. Inicia-se a partir do 3o ms e continua ao longo de todo o perodo em que o implante se mantm osseointegrado. A remodelao ssea ocorre nos tecidos cortical e medular. A ativa-o e remodelao iniciam-se com a atividade osteoclstica seguida pela aposio de tecido sseo neoformado. Este balano determina a quantidade de perda ssea ou aposio, depen-dendo do grau e intensidade da aplicao da carga mastigatria.
Influncia de Superfcies de Implantes Diferentes
Estudos clnicos9-11 e histolgicos12-16 tm propos-to que implantes osseointegrveis que apresen-tam superfcies tratadas ou texturizadas, podem receber carga mastigatria em um perodo menos extenso ao preconizado anteriormente.17-18 Esses estudos clnicos e laboratoriais avaliaram o per-centual de osseointegrao, buscando aperfei-oar o tipo de superfcie ou microestrutura dos implantes.
O percentual de osseointegrao depende, alm do tipo de microestrutura, da tcnica cirr-gica, condies sistmicas do indivduo, disponi-bilidade e qualidade do tecido sseo.19-20 A dispo-nibilidade ssea reduzida aps a perda do dente
A B
Fig. 1.2 (A) Osteognese de contato ou direta: nesta situao, o tecido sseo neoformado (ON) apresenta contato direto com a superfcie do implante jateada e tratada por cidos (I) (setas) sem, no entanto, haver extenso do tecido sseo neoformado (ON) com o tecido sseo preexis-tente (OP) (Fucsina bsica e azul de toluidina, 200x); (B) osteogse indireta: nesta situao, o tecido sseo neoformado (ON) forma-se do leito da loja cirrgica superfcie lisa do implante. Note que no h formao ssea do implante para o leito (osteognse direta) (Fucsina bsica e azul de toluidina, 200x).
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
4
ABROSS2012
A B
C D
Fig. 1.3 (A) Aspecto histolgico do implante removido aps 10 meses de sobrecarga oclusal (Fucsina bsica, 14x) e (B) vista por meio de micros-cpio com luz polarizada do mesmo corte em A. Por meio de software apropriado, a imagem B dissociada em duas cores (azul e violeta), obtendo-se uma viso das (C) fibras tranversais e (D) fibras paralelas. As fibras transversais perfazem 76,5% do total da rea ssea peri-implantar.
e reabsoro do tecido sseo alveolar, principal-mente em regies posteriores de maxila.21-23 A taxa de contato osso-implante reportada entre 25 e 65% para a superfcie de titnio comercial-mente puro (Ticp) e de 45 a 70% para as super-fcies de titnio tratadas, tanto para estudos em animais24-28 quanto em humanos.15,29-33 Tais inves-tigaes mostraram ainda que implantes dent-rios osseointegrveis de superfcies lisas, coloca-dos em osso tipo IV (regio posterior da maxila e reas enxertadas) apresentam ndices de insuces-so altos comparados com outras reas de melhor densidade ssea.19,34 Consequentemente, a modi-ficao ou texturizao da superfcie do implante pode facilitar a cicatrizao como o aumento da
porcentagem do contato osso-implante em reas de tecido sseo com menos densidade.19,22,34
As qualidades biolgicas do implante dent-rio dependem das propriedades qumicas, fsi-cas, mecnicas e topogrficas da superfcie. Es-sas propriedades diferentes interagem entre si, influenciando na atividade celular ao redor da superfcie de implante.35 A partir desses dados, vrios estudos tm investigado superfcies de implante diferentes, obtidas por meio de tcni-cas de adio (recobertas com plasma de titnio, hidroxiapatita) ou subtrao (jateamento com di-ferentes tipos de materiais como xido de titnio ou alumnio, tratadas com cidos e preparadas com laser36 (Fig. 1.5).
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
5
As propriedades destas novas superfcies in-fluenciam nas clulas sseas que migram e pro-liferam do leito cirrgico realizado para a inser-o do implante, apresentando melhores taxas de contato osso-implante, devido ao aumento da rea de contato da superfcie do implante.25,35,37-38
Complementarmente, essa rugosidade de super-fcie fornece uma configurao que melhora a reteno do cogulo sanguneo, estimula e facili-ta o processo de osseointegrao e, consequente-mente, permite que estes implantes possam ser submetidos carga prottica aps um tempo de reparo menor.14,39-40
Estudos em humanos
Embora escassos, alguns estudos investigaram de maneira sistemtica o processo de osseointegra-
o nos maxilares humanos. Estudos prvios13,15 investigaram o efeito de topografias diferentes de implantes nos maxilares humanos. Estes estudos avaliaram histologicamente a osseointegrao,13 utilizando implantes com dimenses reduzidas (microimplantes) com superfcie de titnio jateada com xido de titnio (TiO
2) e superfcie lisa. Vinte e
sete pacientes receberam dois microimplantes cada, um teste (TiO
2) e controle (liso). Os microimplantes
foram retirados com trefinas aps um pe rodo de cicatrizao mdio de 6 meses para a maxila e 4 para a mandbula. A avaliao histomorfomtrica apresentou um contato osso-implante significati-vamente maior para os implantes jateados, tanto na mandbula quanto na maxila.
Valendo-se da mesma metodologia, o mes-mo grupo15 avaliou, histologicamente, a respos-
A B
C
Fig. 1.4 (A) Parafuso bicortical removido aps 12 anos de funo na regio anterior da mandbula (Fucsina bsica e azul de toluidina, 14x); (B) detalhe da regio delimitada em A. Note a presena de tecido conjuntivo (TC) entre o tecido sseo (OP) e o implante (Fucsina bsica e azul de toluidina, 140x); (C) outro detalhe evidenciando a ausncia do tecido sseo preexistente (OP) e a superfcie do implante devido presena de TC (Fucsina bsica e azul de toluidina, 140x).
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
6
ABROSS2012
Fig. 1.5 Microscopia eletrnica de varredura de (A) microimplante utilizado nas avaliaes histolgicas; (B) superfcie lisa ou polida (Conexo Sistema de Implantes, barra=50m); (C) superfcie jateada com xido de titnio e tratada com cidos ntrico e fluordrico (Conexo Sistema de Implantes, barra=50m); (D) superfcie anodizada (Actives, Conexo Sistema de Implantes); (E) superfcie tratada com laser de alta potncia e cido; (F) superfcie com duplo tratamento cido (Intra-Lock, USA); (G) nanossuperfcie (Ossean, Intra-Lock, USA); H) superfcie jateada com xido de alumina e tratada com cido ntrico (Titanium-Fix, S. Jose dos Campos, SP); (I) superfcie jateada com xido de titnio e tratada com cido ma-leico (De Bortoli, So Paulo, SP); e (J) superfcie tratada com fluoreto de sdio (Conexo Sistema de Implantes, SP).
A B
C
E
D
F
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
7
ta ssea frente ao microimplante com superfcie anodizada e lisa em humanos. Aps o perodo de cicatrizao de 6 meses na maxila e 3,5 meses na mandbula, observaram que a superfcie anodi-zada apresentou percentual de osseointegrao mais alto e maior preenchimento sseo entre as espiras do implante.
Outros autores14 avaliaram a influncia de superfcies diferentes preparadas no mesmo mi-croimplante, inseridos em osso de baixa densi-dade. Cada microimplante foi inserido na regio posterior da maxila de 11 pacientes parcialmen-te edntulos e removidos aps um perodo de 60 dias. Utilizando luz polarizada e microsco-pia ptica convencional, os autores observa-ram um percentual de contato osso-implante de 19,00% 14,68% e 47,81% 14,01% para a su-perfcie lisa e jateada/tratada por cidos respec-tivamente. Ainda, utilizando a tcnica de super-
posio de imagens, os autores observaram que a superfcie lisa apresentou diminuio de conta to osso-implante de 44,7%.
Em uma srie de estudos desenvolvidos por nosso grupo,16,30-33 3 tipos de topografias de im-plantes foram avaliadas histologicamente aps 60 dias da insero em maxilares humanos. Mi-croimplantes com superfcies tratadas com ci-dos e jateadas com xido de titnio, anodizadas e Ticp foram inseridos na maxila e na mandbula, e avaliados histologicamente. A superfcie lisa (Ticp) apresentou as menores mdias de contato osso-implante e densidade ssea restrita rea das espiras do implante quando comparados com as duas superfcies tratadas. Histologicamente, o tecido sseo peri-implantar que circundava os microimplantes mostrava sinais de normalidade para todos os grupos. O tecido sseo preexistente era, na maioria das vezes, lamelar e compacto,
G
I
H
J
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
8
ABROSS2012
com numerosos ostecitos em suas lacunas com reas entrelaadas de tecido sseo mineralizado. J o tecido sseo neoformado, presente na inter-face osso-implante, apresentava vrios estgios de maturao e remodelao, sendo esta caracte-rstica acentuada nos microimplantes que apre-sentavam tratamento de superfcie. Em alguns casos, osteoblastos estavam conectados ao tecido sseo neoformado, sugerindo uma formao ssea progressiva. Entre as espiras dos microimplantes, foram encontradas menos aposio de tecido s-seo neoformado, embora este tecido apresentasse
sinais de imaturidade. Alguns microimplantes do grupo controle, ou seja, sem tratamento de super-fcie, apresentavam a descon tinuidade entre as finas trabculas sseas localizadas junto ao leito receptor e superfcie do implante. J para os mi-croimplantes com tratamento de superfcie, uma fina camada de tecido sseo trabecular estava in-terposta entre o osso preexistente e a superfcie do implante. A rea ao redor dos microimplantes com superfcie Ticp apresentava uma fina cama-da de tecido conjuntivo denso entre a interface osso-implante (Figs. 1.6 e 1.7A-C).
Fig. 1.6 Mdia do contato osso-implante (COI) e densidade ssea (DO) restrito rea das espiras do implantes removidos aps 60 dias de cicatrizao. Os implantes avaliados neste estudo foram a superfcie lisa, jateada e tratada com cidos (Porous) e anodizada (Vulcano).
A
CB
Fig. 1.7 (A) Aspecto histolgico de superfcie de implante liso (Ticp) removido aps 60 dias de cicatrizao mostrando osteognse indireta (se-tas) (Fucsina bsica e azul de toluidina, 140x); (B) osteognse de contato evidenciado pelo contato do tecido sseo neoformado (ON) com a super-fcie do implante jateado e tratadao por cidos (Porous) (Fucsina bsica e azul de toluidina, 140x); (C) formao de matriz ssea (setas) delineada por osteoblastos em direto contato com a superfcie anodizada (Vulcano) (Fucsina bsica e azul de toluidina, 200x).
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
9
Em outros estudos desenvolvidos por nosso grupo,41,42 superfcies tratadas com laser de alta intensidade e nanossuperfcies foram avaliadas em osso tipo IV. Valendo-se de metodologia se-melhante realizada em estudos prvios,16,30-31 os autores avaliaram a influncia desta superf-
cies 60 dias aps sua insero. Observou-se que ambas as superfcies apresentaram valores de contato osso-implante mais altos que os seus respectivos controles e que ambas deveriam ser indicadas principalmente para osso tipo IV (Figs. 1.8 e 1.9A,B).
A B
Fig. 1.8 Presena de tecido sseo neoformado (ON) em contato com a superfcie do implante tratada com laser (Fucsina bsica e azul de toluidina, 200x).
Fig. 1.9 (A) Imagem histolgica de implante com nanossuperfcie (Ossean, Intra-Lock USA) removido da regio posterior da maxila aps 60 dias (Fucsina bsica e azul de toluidina, 14x); (B) detalhe da rea delimitada em A evidenciado a osteognese de contato (setas) e neoformao de tecido sseo (ON) (Fucsina bsica e azul de toluidina, 140x).
Fatores Sistmicos do Hospedeiro
Alm dos fatores relacionados aos implantes os-seointegrados, os inerentes ao hospedeiro tam-bm podem influenciar na taxa de osseointe-grao e, consequentemente, no sucesso a longo prazo das restauraes implantossuportadas.43 Fatores como diabetes, tabagismo e osteoporose tm sido extensivamente avaliados por vrios pesquisadores utilizando modelos histolgicos
em animais e alguns estudos clnicos em huma-nos. Estes fatores tm em comum a influncia no processo de reparo do tecido sseo.
Tabagismo
O tabagismo tem sido relacionado como fator de risco de doenas periodontal e peri-implantar.44 Outros estudos tm ainda correlacionado o taba-gismo com a perda precoce dos implantes, au-
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
10
ABROSS2012
mento da perda ssea mar ginal, problemas de cicatrizao do tecido mole.44-46 Alguns estudos utilizando modelos animais47-48 mostraram o efeito deletrio da inalao da fumaa de cigarro e da injeo de nicotina e cotinina na aposio de tecido sseo na superfcie do implante. Es-tes estudos mostram que o cigarro influencia na cica trizao do tecido sseo peri-implantar, tan-to pelo efeito local (calor e fumaa) quanto pelo efeito sistmico da inalao de todas as subs-tncias txicas presente no cigarro, reduzindo o contato osso-implante e aumentando a taxa de perda de implantes antes da conexo da prtese (falhas precoces).
Outro estudo utilizando microimplantes em humanos49 compararam o percentual de ossoin-tegrao em microimplantes com superfcie lisa removidos de maxilares humanos aps 60 dias de osseointegrao de pacientes fumantes e no fumantes. Os pacientes foram considerados fu-mantes caso consumissem mais de 10 cigarros por dia h no mnimo 5 anos. Os resultados preli-minares mostraram que o percentual de contato osso-implante em pacientes fumantes reduzida em 50% quando comparada com a de pacientes no fumantes (Fig. 1.10). Este dado ratifica acha-dos prvios47,48 realizados em animais, nos quais a taxa de osseointegrao foi drasticamente re-duzida na presena do cigarro.
Osteoporose
Osteoporose uma doena sistmica que influen-cia na qualidade do tecido sseo fazendo com que o mesmo seja suscetvel a fraturas. Nor-malmente est correlacionado com a idade e encon trado especialmente em mulheres aps a menopausa.50-51 Embora a osteoporose no seja um risco substancial de osseointegrao, o seu tratamento importante para a sade dos pa-cientes.52-54
Estudos histolgicos55-58 de implantes os-seointegrados removidos por fratura do implante ou fratura do componente prottico mostraram que o tecido sseo peri-implantar ao redor destes implantes apresentava sinais de normalidade e que, aparentemente, a osteoporose no influen-ciou a cicatrizao ssea peri-implantar.
Diabetes mellitus
O diabetes um distrbio endcrino causado por insuficincia de insulina ou por resistncia do tecido em relao insulina.59 A insulina um hormnio que promove a entrada de glicose nas clulas e possibilita a obteno de energia atravs desse metabolismo. Quando falta a in-sulina ou quando esta no utilizada, a clula comea a metabolizar gordura, produzindo ac-mulo de cido graxo que causa a arterioescle-rose e ange te obliterante, depois passa a meta-bolizar protenas causando a depresso proteica com emagrecimento acelerado do indivduo.
O diabetes altera o metabolismo dos car-boidratos, lipdios e protenas, causando imu-nodepresso, microangete obliterante, arterio-esclerose precoce, complicaes neuropticas, retinopatia, nefropatia, perda de sensibilidade, dificuldade de cicatrizao e facilidade de infec-o. Estima-se que 10% da populao brasilei-ra entre 30 e 69 anos de idade seja portadora de Diabetes Mellitus (Diabetes Clnico) e, nesta faixa de idade, que se encontra a maioria dos pacien-tes que necessitam de tratamento com implantes osseointegrveis.60
Outro estudo59 avaliou 34 pacientes diabti-cos que receberam 227 implantes. Todos os pa-cientes receberam antibioticoterapia prvia cirurgia e aconselhamento para manterem o diabetes controlado. No perodo de 1 ano, obser-vou-se sucesso de osseointegrao em 214 im-plantes (94,3%). Entre os implantes perdidos, 3 foram com carga imediata e um por bruxismo. Concluiu-se que o uso de implantes dentrios em diabticos pode ser utilizado, se estes pacientes estiverem com a doena controlada.
Teoricamente, podemos afirmar que, devido a todas as alteraes que o diabetes causa, esta doena no controlada seria uma contraindica-o para o tratamento com implantes, mas fal-tam estudos prospectivos e acompanhamento a longo prazo para comprovarem esta afirmao.
Fig. 1.10 Mdia do contato osso-implante (COI) de vrias superfcies de implante entre os pacientes fumantes e no fumantes. Note que o COI aps 60 dias de cicatrizao para os pacientes fumantes reduzi-do em quase 50% quando comparado ao dos pacientes no fumantes. (Fig. 1.6)
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
11
Comentrios gerais e perspectivas
futuras
Implantes com tratamento de superfcie apresen-tam percentuais de contato osso-implante mais altos. As topografias produzidas na super fcie do Ticp pelas diversas modalidades de tratamento de superfcie (adio ou subtrao) apresentam uma geometria que pode funcionar como restri-o para o componente celular do citoesqueleto de clulas osteoblsticas envolvidas na disperso e locomoo celulares,61-62 tal caracte rstica tam-bm poderia explicar o aumento e a rapidez com que ocorre a integrao do tecido sseo neofor-mado na interface osso-implante ao redor de su-perfcies com topografias mais complexas como as recobertas por plasma ou hidroxiapatita.63-64
Sobre as superfcies tratadas foi possvel observar a presena de osteoblastos em contato direto com a superfcie dos implantes, sugerin-do que a topografia da superfcie de suma im-portncia para a resposta do tecido sseo, pelo menos em condies nas quais os implantes no foram submetidos carga oclusal.13,15,24,27 Alguns pesquisadores mostraram tambm que a proli-ferao e diferenciao de clulas osteoblsticas so aumentadas por meio da rugosidade da su-perfcie do implante.62,65
Como visto, o processo de cicatrizao ini-cia-se logo aps a insero dos implantes, com a formao do cogulo sanguneo sobre a super-fcie do implante, originando uma fina camada de fibrina.48,66-68 Os implantes com superfcies tratadas ou texturizadas mostram alto ndice de densidade ssea compreendida entre as espiras. Tal fenmeno pode ser explicado pela maior re-teno da rede de fibrina e, consequentemente, maior quantidade de clulas mesenquimais indi-ferenciadas para futura diferenciao em osteo-blastos. O perfil perfilomtrico destas topogra-fias pode tambm fornecer melhor condio para a estabilizao do cogulo, facilitando a cicatri-zao ssea sobre a superfcie do implante.67,69
Outros estudos tm mostrado que a topogra-fia da superfcie do implante pode afetar no s a expresso gnica do osteoblasto, mas tambm a diferenciao das clulas em osteo blastos.65 Es-tes autores sugerem ainda que a interao das clulas com os componentes da matriz extrace-lular e a organizao do citoesqueleto associada topografia do implante podem influenciar na
expresso gentica da clula e aumentar a for-mao de uma matriz ssea em contacto perfeito com a superfcie do implante.
Os dados observados para os implantes com superfcie lisa (Ticp)16,19,22,35 mostram que esta superfcie no prov uma forte ancoragem jun-to ao tecido sseo, sobretudo em reas de baixa densidade, como os localizados em regio poste-rior da maxila e reas enxertadas. Essas obser-vaes explicam o alto ndice de perdas relatado em varias investigaes.22,33 Portanto, a topogra-fia superficial pode ser considerada um dos fa-tores mais importantes que poderia influenciar na longa durao ou sobrevida das restauraes implantossuportadas em osso tipo IV.
Estudos tm demonstrado ainda que os im-plantes lisos necessitam de tempo de cicatrizao mais prolongado.17,19 Contudo, estudos13,15 tm avaliado o contato osso-implante com superfcies lisas inseridas em maxilares humanos mostrando, aps um perodo de cicatrizao de 5 a 6 meses, um percentual de contato osso-implante ao redor de 9 a 13%. Estes valores foram mais baixos quando comparados com os 19% de contato osso-implante apresentados por outros autores,14,16,34 que avalia-ram microimplantes inseridos na regio posterior da maxila de humanos, aps 60 dias de cicatriza-o, sugerindo que a superfcie lisa depende muito mais da densidade ssea do leito receptor do que da sua propriedade osteocondutora.
Os fatores sistmicos do indivduo tambm influenciam na biologia ssea peri-implantar. Fa-tores como tabagismo e osteoporose podem au-mentar a perda clnica de insero periodontal,70
mas, aparentemente, h evidncias cientficas para uma clara influncia negativa na osseoin-tegrao somente do tabagismo.47-48 O taba gismo tem sido correlacionado a altos ndices de perda de implantes precoces, alm de reduzir e retar-dar o processo de osseointegrao.49 Os compo-nentes do cigarro interagem de maneira negativa durante os estgios iniciais da cicatrizao s-sea, retardando e at mesmo evitando a minera-lizao do tecido neoformado. A nicotina e a fumaa do cigarro inibem a vascularizao nos processos de cicatrizao ssea e a produo de vrias citocinas.71-72
A osteoporose tem sido relacionada aos insu-cessos em Implantodontia. Entretanto, basea do nos estudos realizados sobre implantes removi-dos de pacientes com e sem osteoporose,57 ob-
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
12
ABROSS2012
servou-se que os percentuais mdios de contato osso-implante foram semelhantes. O estudo ava-liou o tecido sseo peri-implantar de implantes removidos de pacientes com osteoporose tipo I (osteo porose ps-menopausa), segundo o critrio da World Health Organization (WHO). Embora o estudo no possa determinar a influncia da os-teoporose na osseointegrao, pode sugerir que os implantes, que foram removidos por motivos de quebra dos implantes e dos componentes pro-tticos, pelo menos aps o perodo de funo que variou entre 12 a 100 meses, apresentaram ca-ractersticas histolgicas idnticas aos observa-dos nos pacientes sem osteoporose. Entretanto, o presente estudo apresenta limitaes, como obteno da amostra (estudo retrospectivo) o que pode limitar o poder dos resultados. A per-da do implante osseointegrado multifatorial, o que pode dificultar a determinao do fator etio-lgico exato. Outros pontos devem ser associa-dos com a perda dos implantes como nmero e posio dos implantes, na arcada, direo e in-tensidade da fora oclusal, condio dos dentes remanescentes, principalmente quanto doena periodontal.
ConclusoBaseado em nossos achados, pode-se concluir que os principais fatores que influenciam na biologia ssea peri-implantar foram os tipos de superfcie e o tabagismo. Entretanto, mais estu-dos devem ser realizados para um entendimen-to completo da biologia ssea peri-implantar e a possvel influncia de outros fatores sistmicos, como a osteoporose e diabetes.
Agradecimentos
Os dados apresentados neste captulo so, em par-te, oriundos dos projetos desenvolvidos no Progra-ma de Ps-graduao em Odontologia, Doutorado e Mestrado, reas de Periodontia e Implantodontia no Curso de Especializao em Implantodontia da Universidade Guarulhos (UnG). Alguns destes pro-jetos foram fomentados pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Cientfico e Tecnolgico (CNPq), Fundao de Amparo Pesquisa do Estado de So Paulo (FAPESP), Conexo Sistema de Implantes, So Paulo, SP; Titanium Fix, So Jos dos Cam-pos, SP; Intra-Lock International, USA; Intra-Lock Brasil, Sao Paulo, SP e De Bortoli, So Paulo, SP.
RefernciasBrnemark P-I, Hanson BO, Adell R, Breine U, Lindstrom J, 1. Hallen O, et al. Osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaw. Experience from a 10-year period. Scand J Plast Reconstr Surg Suppl. 1977;16:1-132.Brnemark P-I. Osseointegration and its experimental ba-2. ckground. J Prosthet Dent. 1983 Sep;50(3):399-410. Assenza B, Scarano A, Petrone G, Iezzi G, Thams U, San 3. Roman F, et al. Osteoclast activity around loaded and un-loaded implants: a histological study in the beagle dog. J Oral Implantol. 2003;29(1):1-7.Schenk RK. Cytodynamics and hystodynamics of primary 4. bone repair. In: Lane, JM ed. Fracture healing. New York: Churchill Livingstone; 1987:23-32.Schenk RK, Buser D. Osseointegration: a reality. Periodon-5. tol 2000. 1998 Jun;17:22-35.Davies JE. Mechanisms of endosseous integration. The In-6. ternational Journal of Prosthodontics 1998;11:391-401.Traini T, Degidi D, Strocchi R, Caputi S, Piatelli A. Collagen 7. fiber orientation near dental implants in human bone: do their organization reflect differences in loading? J Biomed Mater Res B Appl Biomater. 2005 Jul;74(1):538-46. Eriksson AR, Albrektsson T. Temperature threshold levels 8. for heat-induced bone tissue injury: a vital-microscopic study in the rabbit. J Prosthet Dent. 1983 Jul;50(1):101-7. Hallgren C, Reimers H, Gold J, Wennerberg A. The impor-9. tance of surface texture for bone integration of screw sha-ped implants: an in vivo study of implants patterned by photolithography. J Biomed Mater Res 2001;57:485-496.Brunski JB, Puelo DA, Nanci A. Biomaterials and biome-10. chanics of oral and maxillofacial implants: current status and future developments. Int J Oral Maxillofac Implants 2000;15:15-46.Lekholm U, Immediate/early loading of oral implants in 11. compromised patients. Periodontol 2000. 2003;33:194-203. Rocci A, Martignoni M, Burgos PM, Gottlow J, Sennerby 12. L. Histology of retrieved immediately and early loaded oxidized implants: light microscopic observations after 5 to 9 months of loading in the posterior mandible. Clinical Implant Dentistry and Related Res 2003;5:88-94.Ivanoff CJ, Hallgren C, Widmark G, Sennerby L, Wenner-13. berg A. Histologic evaluation of the bone integration of TiO
2 blasted and turned titanium microimplants in hu-
man. Clin Oral Implants Res 2001;12:128-134.Trisi P, Lazzara R, Rebaudi A, Rao W, Testori T, Porter SS. 14. Bone-implant contact on machined and dual acid-etched surfaces after 2 months of healing in the human maxilla. J Periodontol 2003; 74:945-956.Ivanoff CJ, Widmark G, Johansson C, Wennerberg A. His-15. tologic evaluation of bone response to oxidized and turned titanium micro-implants in human jawbone. Int J Oral Maxillofac Implants 2003;18:341-348.
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
13
Shibli JA, Grassi S, Figuereido LC, Feres M, Marcantonio 16. Jr E et al. Influence of implant surface topography on ear-ly osseointegration: A histological study in human jaws. J Biomed mater Res B Appl Biomater 2007; 80:377-385.Adell R, Lekholm U, Rockler B, Brnemark P-I. A 15-year 17. study of osseointegrated implants in the treatment of the edentulous jaws. Int J Oral Surg 1981; 10;6:387-416.Albrektsson T, Brnemark P-I, Hansson HA, Lindstrom J. 18. Osseointegrated titanium implants. Requirements for en-suring a long-lasting, direct bone-to-implant anchorage in man. Acta Orthop Scand 1981; 52;2:155-70.Jaffin RA, Berman CL. The excessive loss of Brnemark 19. fixtures in type IV bone. A 5-year analysis. J Periodontol 1991; 62:2-4.Quirynen M, Vogels R. Clinical relevance of surface charac-20. teristics on the formation of plaque on teeth and implants. Ned Tijdschr Tandheelkd. 2002 Nov;109(11):422-9. Adell R, Eriksson B, Lekholm U, Brnemark P-I, Jemt T. 21. A long-term follow-up study of osseointegrated implants in the treatment of the totally edentulous jaw. Int J Oral Maxillofac Implants 1990;5:347-359.Friberg B, Jemt T, Lekjolm U. Early failures in 4641 conse-22. cutively placed Branemark dental implants. A study from stage I surgery to the connection of completed prostheses. Int J Oral Maxillofac Implants 1991;6:142-146.Beck-Neto RJ, Gabrielli MFR, Lia RCC, Marcantonio E, 23. Shibli JA, Marcantonio Jr E. Histomorphometrical analy-sis of bone formed after maxillary sinus floor augmenta-tion by grafting with a combination of autogenous bone and DFDBA or hydroxylapatite. J Periodontol 2002;73:266-279.Buser D, Schenk RK, Steineman S, Fiorellini JP, Fox CH, 24. Stich H. Influence of surface characteristics on bone inte-gration of titanium implants. A histomorphometric study in miniature pigs. J Biomed Mater Res 1991;25:889-902.Wennerberg A, Albrektsson T, Andersson B, Kroll JJ. A 25. histomorphometrical and removal torque study of screw-shaped titanium implants with three different surface to-pographies. Clin Oral Implants Res 1995;6:24-30.Piattelli A, Manzon L, Scarano A, Paolantonio M, Piattelli 26. M. Histologic and histomorphometric analysis of the bone response to machined and sandblasted titanium implants: an experimental study in rabbits. Int J Oral Maxillofac Implants. 1998 Nov-Dec;13(6):805-10. Buser D, Nydegg T, Oxland T, Cochran DL, Schenk RK, Hirt 27. HP, et al. Interface shear strength of titanium implants with a sandblasted and acid etched surface: a biomechani-cal study in the maxilla of miniature pigs. J Biomed Mater Res. 1999;45:75-83.Gotfredsen K, Berglundh T, Lindhe J. Anchorage of tita-28. nium implants with different surface characteristics: an experimental study in rabbits. Clin Implant Dent Relat Res. 2000;2(3):120-8.
Kohal RJ, Bachle M, Emmerich D, Beschnidt SM, Strub 29. JR. Hard tissue reaction to dual acid-etched titanium implants: influence of plaque accumulation. A histo-logical study in humans. Clin Oral Implants Res. 2003 Aug;14(4):381-90. Shibli JA, Feres M, Figueiredo LC, Iezzi G, Piattelli A. His-30. tological comparison of bone to implant contact in two types of dental implant surfaces: a single case study. J Contemp Dent Pract. 2007 Mar 1;8(3):29-36.Shibli JA, Grassi S, Figueiredo LC, Feres M, Iezzi G, Piat-31. telli A. Human peri-implant bone response to turned and oxidized titanium implants inserted and retrieved after 2 months. Implant Dent. 2007 Sep;16(3):252-9.Grassi S, Piattelli A, Figueiredo LC, Feres M, de Melo L, 32. Iezzi G et al. Histologic evaluation of early human bone response to different implant surfaces. J Periodontol. 2006 Oct;77(10):1736-43.Grassi S, Piattelli A, Ferrari DS, Figueiredo LC, Feres M, Iezzi 33. G et al. Histologic evaluation of human bone integration on machined and sandblasted acid-etched titanium surfaces in type IV bone. J Oral Implantol. 2007;33(1):8-12.Quirynen M, Naert I, van Steenberghe D, Teerlinck J, 34. Dekeyser C, Theuniers G. Periodontal aspects of osseoin-tegrated fixtures supporting an overdenture. A 4-year re-trospective study. J Clin Periodontol. 1991;18:719-728.Matsuo M, Nakamura T, Kishi Y, Takahashi K. Microvascu-35. lar changes after placement of titanium implants: scan-ning electron microscopy observations of machined and titanium plasma-sprayed implants in dogs. J Periodontol. 1999 Nov;70(11):1330-8.Wong M, Eulenberger J, Schenk R, Hunzinker E. Effect of 36. surface topology on the ossointegration of implant mate-rial in trabecular bone. Biomaterials 1995;29:1567-1575.Cochran DL, Schenk RK, Lussi A, Higginbottom FL, Buser 37. D. Bone response to unloaded and loaded titanium implant with a sandblasted and acid-etched surface: a histome-tric study in the canine mandible. J Biomed Mater Res 1998;40:1-11.Placko HE, Mishra S, Weimer JJ, Lucas LC. Surface cha-38. racterization of titanium-based implant materials. Int J Oral Maxillofac Implants 2000; 15:355-363.Lazarra RJ, Porter SS, Testori T, Galante J, Zetterqvist 39. L. A prospective multicenter study evaluating loading of osseotite implants two months after placement: one-year results. J Esthet Dent. 1998; 10: 280-289 Lazarra RJ, Testori T, Trisi P, Porter S, Weinstein R. A hu-40. man histologic analysis of Osseotite and machined surfa-ces using implants with 2 opposing surfaces. Int J Perio-dontics Restorative Dent 1999;19:117-129. Shibli JA, Mangano C, Davila S, Piattelli A, Pecora GE, 41. Mangano F et al. Influence of direct laser fabrication im-plant topography on type IV bone: A histomorphometric
-
Implantodontia Clnica Baseada em Evidncia Cientfica
14
ABROSS2012
study in humans. J Biomed Mater Res part A. 2009; jul 9, DOI : 10.1002/jbm.a.32566.Shibli JA, Grassi S, Piattelli A, Pecora GE, Ferrari DS, Onu-42. ma T, dAvila S, Coelho PG, Barros R, Iezzi G. Histomor-phometric Evaluation of Bioceramic Molecular Impregna-ted and Dual Acid-Etched Implant Surfaces in the Human Posterior Maxilla. Clin Implant Dent Relat Res. 2009; Apr 23, DOI: 10.1111/j.1708-8208.2009.00174.x.Van Steenberghe D, Jacobs R, Desnyder M, Maffei G, Qui-43. rynen M. The relative impact of local and endogenous pa-tient-related factors on implant failure up to the abutment stage. Clin Oral Implants Res 2002;13:617-62.Schwartz-Arad D, Samet N, Samet N, Manlinder A. Smo-44. king and complications of endosseous dental implants. J Periodontol. 2002 Feb;73(2):153-7. De Bruyn H, Collaert B. The effect of smoking on early im-45. plant failure. Clin Oral Implants Res. 1994 Dec;5(4):260-4. Lindquist LW, Carlsson GE, Jemt T. A prospective 15-year 46. follow-up study of mandibular fixed prostheses supported by osseointegrated implants. Clinical results and marginal bone loss. Clin Oral Implants Res. 1996 Dec;7(4):329-36. Csar-Neto JB, Benatti BB, Sallum EA, Sallum AW, Nociti 47. FH Jr. Bone filling around titanium implants may benefit from smoking cessation: a histologic study in rats. J Perio-dontol. 2005 Sep;76(9):1476-81. Balatsouka D, Gotfredsen K, Srensen L, Lindh CH, Ber-48. glundh T. Effect of systemic administration of nicotine on healing in osseous defects. An experimental study in rab-bits. Part II. Clin Oral Implants Res. 2006 Oct;17(5):488-94.Shibli JA, dAvila S, Iezzi G, Piattelli A. Effect of implant sur-49. face topography on smokers: a histologic study in humans jaws. Academy of Osseointegration, Boston 2008. p. 12.Friberg B. Treatment with dental implants in patients 50. with severe osteoporosis: A case report. Int J Periodontics & Restorative Dentistry 1994;14:349-353.Jeffcoat MK. Safety of Oral Bisphosphonates: Controlled 51. studies on alveolar bone. Int J Oral Maxillofac Implants 2006;21:349-353.Amorin MA, Takayama L, Jorgetti V, Pereira RM. Compa-52. rative study of axial and femoral bone mineral density and parameters of mandibular bone quality in patients recei-ving dental implants. Osteoporos Int 2006;17:1494-1500.Dao TT, Anderson JD, Zarb GA. Is osteoporosis a risk for 53. osseointegration of dental implants? Int J Oral Maxillofac Implants 1993;8:137-144.Fujimoto T, Niimi A, Nakai H, Ueda M. Osseointegrated 54. implants in a patient with osteoporosis: a case report. Int J Oral Maxillofac Implants 1996;11:539-542.Melo L, Piattelli A, Lezzi G, dAvila S, Zenbio EG, Shibli 55. JA. Human histologic evaluation of a six-year-old threa-ded implant retrieved from a subject with osteoporosis. J Contemp Dent Pract. 2008 Mar 1;9(3):99-105.
Shibli JA, Aguiar KC, Melo L, Ferrari DS, dAvila S, Iezzi 56. G et al. Histologic analysis of human peri-implant bone in type 1 osteoporosis. J Oral Implantol. 2008;34(1):12-6.Shibli JA, Aguiar KC, Melo L, dAvila S, Zenbio EG, Faveri 57. M et al Histological comparison between implants retrie-ved from patients with and without osteoporosis. Int J Oral Maxillofac Surg. 2008 Apr;37(4):321-7.Shibli JA, Grande PA, dAvila S, Iezzi G, Piattelli A. Eva-58. luation of human bone around a dental implant retrieved from a subject with osteoporosis. Gen Dent. 2008 Jan-Feb;56(1):64-7.Baishi J. Wolfinger Dental Implants in the Diabetic Pa-59. tient: A Retrospective Study. Implant Dent. v. 8, n. 4, p. 355-359, Jun./Dec. 1999.Cassino PM, Filho FF, Castilho L, Fraige A, Noschang F, Ge-60. bara AM et al. Diabetes Clnica, 2006, v. 10, n. 2.Den Braber ET, De Ruijter JE, Smits HTJ, Ginsel LA, Von 61. Recum AF, Jansen JA. Effect of parallel surface micro-grooves and surface energy on cell growth. J Biomed Ma-ter Res 1995;29:511-518.Klokkevold PR, Johnson P, Dadgostari S, Caputo A, Davies 62. JE, Nishimura RD. Early endosseous integration enhance by dual acid etching of titanium: a torque removal study in the rabbit. Clin Oral Implant Res 2001;12:350-357.Abrahamsson I, Berglundh T, Linder E, Lang NP, Lindhe 63. J. The Early bone formation adjacent to rough and turned endosseous implant surfaces. An experimental study in the dog. Clin Oral Implants Res. 2004;15:381-92.Martin JY, Schwartz Z, Hummert TW, Schraub DM, 64. Simpson J, Cochran DL. Effect of titanium surface rou-ghness on proliferation, differentiation and protein syn-tesis of human osteoblast-like cells. J Biomed Mater Res 1995;29:389-401.Schwartz Z, Lohmann CH, Oefinger J, Bonewald LF, Dean 65. DD et al. Implant surface characteristics modulate diffe-rentiation behavior of cells in the osteoblastic lineage. Adv Dent Res 1999; 13:38-48.DHoedt B. The influence of implant materials and material 66. surfaces on blood clotting: a scanning electron microscopy study. In: van Sttenberghe D, Albrektsson T, Brnemark P-I, Henry PJ, Holt R, Linden C, eds. Tissue integration in oral and maxillofacial recontruction. Proceedings of an International Congress. Current Clinical Practice Series 1985;29:46-50.Meyer A, Baier R, Natiella J, Meenagha M. Investigation 67. of tissue/implant interactions during the first two hours of implantation. J Oral Implantology 1988;14:363-379.Wen X, Wang X, Zhang N. Microrough surface of metallic 68. biomaterials: a review. Biomedical Materials and Engine-ering 1996;6:173-189.Shibli JA, Martins MC, Nociti Jr. FH, Garcia VG, Marcan-69. tonio Jr. E. Treatment of ligature-induced peri-implantitis
-
Captulo 1 Influncia de Diferentes Topografias de Implantes sobre o Tecido sseo Peri-implantar
15
by lethal photosensitization and guided bone regenera-tion: a preliminary histologic study in dogs. J Periodontol 2003;74:338-345.Grossi SG, Skrepecinski FB, DeCaro T, Robertson Dc, Ho 70. AW, Dunford RG et al. Treatment of periodontal disease in diabetics reduces glycated hemoglobin. J Periodontol. 1997 Aug;68(8):713-9.
Riebel GD, Boden SD, Whitesides TE, Hutton WC. The 71. effect of nicotine on incorporation of cancellous bone graft in an animal model. Spine. 1995 Oct 15;20(20):2198-202.Hollinger JO, Schmitt JM, Hwang K, Soleymani P, Buck D. 72. Impact of nicotine on bone healing. J Biomed Mater Res. 1999 Jun 15;45(4):294-301.
-
27
1.2 Tabaco e implantes osseointegrados
Vrios estudos reconhecem que determinados grupos de pacientes
concentram um risco para falha de implantes, perdendo um numero desproporcional
destes, fenmeno denominado em ingls como Clusterization (ALISSA e OLIVER,
2012). Segundo Davies (1998) o tabaco um dos mais significantes fatores de risco
para os implantes osseointegrados, apresentando uma predisposio em particular
para perdas mltiplas em um nico paciente.
Embora comumente se atribua a Bain e Moy (1993) a primeira associao do
tabagismo e falha de implantes j em 1992 Jones e Triplett relatavam a alta
incidncia de complicaes de implantes em pacientes fumantes.
Wallace (2000) relata os efeitos deletrios do cigarro sobre a osseointegrao
e propem que o cigarro seja considerado uma contraindicao relativa para os
implantes, assim, todos os pacientes tabagistas que iro se submeter a
procedimento de colocao de implantes devem ser informados que existe um
aumento de risco de perda dos implantes e peri-implantite (HEITZ-MAYFIELD,
2009).
Embora alguns trabalhos no demonstrem diferenas estatsticas na taxa de
sucesso dos implantes osseointegrados entre fumantes e no fumantes (MINSK et
al., 1996; BAIN et al., 2002; KUMAR et al., 2002), a maioria dos estudos
demonstram que a taxa de sucesso dos implantes osseointegrados diminui em
pacientes fumantes e que o cigarro tem um papel deletrio sobre a osseointegrao,
cicatrizao dos enxertos e na sade dos tecidos periodontais e peri-implantares
(LAMBERT et al., 2000; LIRA e SCHWARTZ-ARAD, 2005; STRIETZEL et al., 2007;
JAVED et al., 2012; SNIDER et al., 2011; AGLIETTA et al., 2011), conforme tabela
1.
-
28
Tabela 1. Comparao da taxa de sucesso de implantes em diferentes trabalhos
Autor Ano Grupo Pacientes (Implantes)
Tx de Sucesso
Observaes
Bay e Moy 13
1993 No Fumantes: Fumantes:
540 Total
(1804) (390)
95,23% 88,72%
Um dos primeiros trabalhos a relacionar o tabagismo com a falha de implantes. No apresenta o nmero em cada grupo
De Bruyn e Collaert 26
1994 No Fumantes: Fumantes:
1019 458
(2307) (1113)
97,10% 94,50%
Autores relatam um maior nmero de falhas de implantes na maxila.
Keller et al 27
1999 No Fumantes: Fumantes:
20 08
(73) (32)
94,50% 78,10%
Todos os implantes foram colocados em seios maxilares e regies antrais enxertadas.
Jones et al 28
1999 No Fumantes: Fumantes:
44 19
(217) (126)
97,70% 90,47%
Foram utilizados implantes plasma spray de titnio (TPS) e TPS + hidroxiapatita
Wallace 29
2000 No Fumantes: Fumantes:
39 17
(115) (72)
93,10% 83,40%
Encontrado um maior nmero de falhas nos implantes curtos
Geurs et al 30
2001 No Fumantes: Fumantes:
100 Total
(267) (62)
95,30% 88,70%
Implantes colocados em maxilas aps cirurgias de levantamento de seio maxilar
Vehemente et al 31
2002 No Fumantes: Fumantes:
620 57
(620) (57)
92,91% 73,47%
Seguimento de 5 anos, Implantes Bicon . Foi randomizado um implante
por paciente.
Schwartz-Arad et al32
2002 No Fumantes: Fumantes:
172 89
(579) (380)
98,44% 96,00%
Os tabagistas foram divididos por quantidade de cigarro/dia e por anos de hbito
De Luca et al 33
2006 No Fumantes: Fumantes:
285 104
(1045) (494)
86,67% 76,92%
Nmero de falhas aumenta proporcionalmente ao nmero de cigarros/dia
Sanchez-Perez et al 34
2007 No Fumantes: Fumantes:
26 40
(70) (95)
98,60% 84,20%
Os tabagistas foram divididos em grupos pelo nmero de cigarro/dia. Tabagistas pesados 31% de perdas
Sverzut e al 3
2008 No Fumantes: Fumantes:
574 76
(1431) (197)
97,19% 96,80%
Diferena encontrada no foi significativa estatisticamente
Koldsland et al 35
2009 No Fumantes: Fumantes:
50 59
(130) (242)
98,00% 84,70%
Forte relao tambm entre a perda de implantes e histria de periodontite
Cavalcanti et al 36
2011 No Fumantes: Fumantes:
1019 458
(3882) (1961)
97,10% 94,50%
Taxa de sucesso aos 5 anos de seguimento.
Rodrigues-Arguetta et al 37
2011 No Fumantes: Fumantes:
182 113
(644) (389)
97,20% 96,40%
O trabalho analisou alm da perda de implantes, as complicaes apresentadas.
Vervaeke et al 38
2012 No Fumantes: Fumantes:
235 60
(849) (244)
96,80% 87,80%
Os implantes utilizados eram de superfcie modificada (fluoreto)
Lin et al39
2012 No Fumantes: Fumantes:
47 28
(94) (62)
84,60% 78,10%
Os implantes foram colocados imediatamente aps levantamento de seio maxilar
Os trabalhos apresentados acima apresentam uma diversidade de metodologias, mas nos servem como premissa de que pacientes fumantes apresentam
-
1.3 Componentes do cigarro e seus efeitos sobre o organismo
O processo de reparao de uma ferida pode ser definido como uma
organismo para restaurar a continuidade e funo de um rgo ou tecido d
A variedade de complicaes na cicatrizao associadas ao cigarro, suge
pode ter um impacto em diferentes nveis. No entanto o impacto patofisi
tabaco sobre a cicatrizao permanece no totalmente esclarecido (SO
2012).
O Tabaco possui aproximadamente 4000 diferentes gases e su
divididas em fase Gasosa e particulada, incluindo: nitrognio, monxido d
dixido de carbono, amnia, cianeto de hidrognio, benzeno, nicotina, n
anatabine e anabasine entre outras (LIRA e SCHWARTZ-ARAD, 2005).
O Tabaco tem um efeito marcante na resposta inflamatria, a
nmero, a resposta quimiottica, a funo migratria, a liberao de
proteolticas e os mecanismos bactericidas dos neutrfilos. Ocorre uma n
uma linfopenia, similar ao encontrado em outros estudos em pacientes sub
estresse (NOBLE e PENNY, 1975).
Eichel e Shahrik (1969) observaram que o tabaco afeta diretamente
dos leuccitos. Eles notaram uma total inibio dos leuccitos expost
gasosa de um cigarro, e atriburam este efeito especialmente a acrolina e a
Eles tambm notaram, pelo menos, uma reduo de 50% no metabolismo
aerbico e na gliclise anaerbica.
O Tabaco aumenta a formao de trombos, e diminui a infiltrao
inflamatrias. Altera a funo celular inflamatria levando a uma degrada
devida a excessiva liberao de proteases concomitante a uma reduo d
destas. Todas estas alteraes juntas diminuem a defesa do organism
infeces (EICHEL e SHAHRIK, 1969).
A nicotina, um dos principais componentes do cigarro, a mais cito
mais vasoativa constituinte da fase particulada do tabaco, tem marcante e
o sistema cardiovascular e a principal responsvel pelo desenvolv
dependncia (ZEVIN et al., 1998; SALDANHA et al., 2004).
-
30
A Nicotina estimula a atividade dos nervos simpticos, atravs da ligao com
os receptores colinrgicos nicotnicos, que so encontrados no crebro, gnglios
autonmicos e na juno neuromuscular.
A ligao a estes receptores ativa a liberao de neurotransmissores como,
acetilcolina, noradrenalina, dopamina, serotonina, beta-endorfina, glutamato e
outros. A nicotina tambm facilita a liberao de hormnio do crescimento e ACTH
(hormnio adrenocorticotrfico) (ZEVIN et al., 1998).
A liberao de epinefrina causa vasoconstrio perifrica, diminui a perfuso
tecidual e aumenta a viscosidade do sangue, visto que causa uma diminuio da
fibrinlise e um aumento da adeso plaquetria, o que diminui o fluxo de oxignio
para o local de aposio peri-implantar.
O monxido de carbono, outro dos principais constituintes do tabaco, se liga
fortemente hemoglobina, formando um complexo carboxiemoglobina, A afinidade
do monxido de carbono pela hemoglobina 200 vezes maior que a do oxignio,
consequentemente o monxido de carbono inibe a ligao oxignio-hemoglobina,
diminuindo a capacidade de transporte de oxignio pelo sangue, com consequente
reduo tambm da quantidade de oxignio que chega aos tecidos perifricos
(SILVESTEIN, 1992; GUO e DIPIETRO, 2010).
Os mecanismos pelos quais o cigarro contribui com os eventos vasculares,
incluem induo de um estado de hipercoagubilidade, aumento do esforo do
miocrdio, reduo da capacidade sangunea de transportar oxignio devido ao
monxido de carbono, vasoconstrio coronria e perifrica e liberao de
catecolaminas (ZEVIN et al., 1998).
A nicotina suprime a proliferao de osteoblastos e inibe a expresso de
alguns mediadores osteognicos e angiognicos em modelos experimentais in vitro
(YUHARA et al., 1999; MA et al., 2011). Estes efeitos inibitrios da nicotina na
atividade dos osteoblastos podem refletir em certo grau, em um efeito prejudicial do
uso do tabaco na taxa de sucesso dos implantes osseointegrados (MA et al., 2011).
Sialoproteinas sseas (BSP Bone Sialoprotein), que atual na mineralizao
ssea precoce so diminudas quando o tecido exposto a nicotina. A diminuio da
densidade ssea tambm contribui para o aumento da taxa de insucessos nos
implantes osseointegrados (NAKAYAMA ET AL., 2009).
-
31
. A fumaa concentrada do cigarro diminui a proliferao dos fibroblastos e
citotxico para fibroblastos gengivais humanos. In Vitro a profilerao celular diminui
em 50% quando a concentrao de fumaa superior a 200g/ml (ZHANG et al.,
2009). Segundo os mesmos autores, cada cigarro rende 26,1mg de fumaa
condensada. Considerando de meio a um pacote de cigarros por dia (10-20 cigarros)
e uma media de produo salivar de 1 a 1,5 litros a exposio do tabagista varia de
174 522g/ml .
O condensado de fumaa do tabaco tambm altera a produo e a localizao
das metaloproteinases (MMPs) e dos inibidores teciduais das metaloproteinases
(TIMPs) (ZHANG et al., 2009).
A saliva de pacientes fumantes apresenta uma maior atividade da arginase. O
aumento da arginase diminui a produo de xido ntrico, consequentemente
aumentando a susceptibilidade a infeces (QUEIROZ et al., 2009).
Revises sistemticas consistentes (HEITZ-MAYFIELD, 2009; KLOKKEVOLD
e HAN, 2007) concluem que o tabagismo um fator que diminui a taxa de sucesso
dos implantes, e que apesar de no ser uma contraindicao absoluta, os pacientes
devem ser informados do maior risco de complicaes.
Visando diminuir os efeitos deletrios do tabagismo sobre a cicatrizao inicial
dos implantes, protocolos tm sido sugeridos de suspenso do hbito. Bain (1996)
demonstra que a suspenso do tabagismo uma semana antes da cirurgia de
implantao at oito semanas aps, reduz o nmero de perdas de implantes nos
tabagistas a valores comparveis aos no fumantes.
Sorensen et al. (2003) demonstrou em trabalho experimental em feridas
cutneas humanas, que 4 (quatro) semanas de abstinncia do fumo aps a cirurgia
reduziam o nmero de complicaes.
Uma reviso sistemtica sobre intervenes pr-operatrias e cessao do
hbito em fumantes concluiu que a suspenso do hbito tabagista reduz a
morbidade ps-operatria em cirurgias e que Perodos superiores a quatro semanas
antes da cirurgia tem impacto positivo sobre a cicatrizao porm salienta que o
tempo e tipo ideal de interveno permanece desconhecido (THORDIS et al., 2010).
-
32
2 PROPOSIO
O objetivo do presente trabalho foi avaliar o contato osso implante e densidade
ssea dentro e fora da rea de espiras de micro-implantes de superfcie tratada por
jateamento e ataque cido em pacientes fumantes apos dois meses de cicatrizao.
-
33
3 ARTIGO:
CIGARETTE SMOKING AFFECTS EARLY HUMAN PERI-IMPLANT
BONE HEALING
Jos Divino Bezerra Ferreira, Adriano Piattelli, Giovanna Iezzi, Ronaldo Iurovschi,
Magda Feres, Paulo G. Coelho, Jamil Awad Shibli
Department of Periodontology and Oral Implantology, Dental Research Division,
Guarulhos University, Guarulhos, SP, Brazil
Department of Oral Medicine and Pathology, University of Chieti-Pescara, Chieti,
Italy
Department of Biomimetics, School of Dental Medicine, New York University, NY,
USA.
Correspondence to:
Prof. Jamil Awad Shibli
Centro de Ps-Graduao e Pesquisa CEPE, Universidade Guarulhos
Praa Tereza Cristina, 229 Centro
07011-040 Guarulhos, SP - Brazil
e-mail: [email protected]
FAX: +55 11 24641758
Running title: Effect of smoking on early osseointegration
-
34
ABSTRACT
Objective: This study evaluated the effect of cigarette smoking on early bone-to-
implant contact (BIC%), the bone density in the threaded area (BA%) as well as the
bone density outside the threaded area (BD%) around micro-implants with
sandblasted acid etched surface retrieved from human jaws.
Material and Methods: A total of 22 subjects (mean age 55.444.5 years) were
divided in 2 groups: Smokers (n=11 subjects) and non-smokers (n=11 subjects).
Each subject received 1 micro-implant during conventional mandible or maxilla
implant surgery. After 8 weeks, the micro-implants and the surrounding tissue were
removed and prepared for histomorphometric analysis.
Results: Two micro-implants placed in smokers showed no osseointegration. Early
stages of maturation of the newly-formed bone were present, mainly in the non-
smokers. Marginal bone loss, gap and fibrous tissue were present around implants
retrieved from smokers. Histometric evaluation indicated that the mean BIC% ranged
between 25.979.02% and 40.0112.98% for smokers and non-smokers,
respectively (p0.05).
Conclusion: Cigarette smoking has a detrimental effect on early bone tissue
response around sandblasted acid etched implant surface topographies.
KeyWords: Dental implants; Implant Surface Topography / Osseointegration;
Smoking; Wound Healing; Human Histology.
-
35
INTRODUCTION
Smoking tobacco has been shown to be a risk factor for bone healing 3,4. The
detrimental effect of smoking and its components on bone-to-implant contact (BIC),
bone mineral density and bone healing has been evaluated in a several histologic
animal models5-7.
Cigarette smoking is composed of over 4,700 toxins that potentially undermine
the peri-implant bone healing process. Smoking delays the normal bone healing
process by a mechanism that inhibits proliferation of precursor cells essential to bone
healing8. Toxins such as nicotine, carbon monoxide, nitrosamines, benzenes,
aldehydes, and hydrogen cyanide have been shown to affect processes essential to
bone healing9. Nicotine is a potent vasoconstrictor that reduces not only blood flow
and nutrient delivery to the surgical implant site but also inhibits proliferation of
fibroblasts, red blood cells and macrophages10. Carbon monoxide decreases the
oxygen carrying capacity of red blood cells while hydrogen cyanide leads to hypoxia.
On the other hand, peri-implant bone healing might also be affected by the
different dental implant surface topographies.. This complex process involves a
cascade of synthesis and activation of matrix proteins, growth factors, cytokines, and
angiogenic stimulators that coordinate the restoration of mechanical stability of bone
at the peri-implant interface.1,2 Each of these bone-healing processes is affected by
physicochemical interaction between the molecules and cells around peri-implant
area. The surface topography properties as well as the specific properties of
individual proteins, determine the organization of the adsorbed protein layer2.
This background triggered the search for implant-surface modifications using
techniques such as grit blasting, acid etching, anodic oxidation, nanotopographies
and laser preparation 17. The dental implant quality depends on the chemical,
physical, mechanical, and topographic properties of the surface. These different
properties interact and determine the activity of the cells close to the dental implant
surface. The sandblasted acid-etched surface is obtained by treating the
commercially pure titanium dental implant with a spray of air and abrasive material
(aluminum oxide or titanium oxide) for a certain period of time and under controlled
-
36
pressure. Next, this modified surface is pickled with acid solutions under different
temperatures and periods of time to remove any residue and to condition the blasted
surface. In addition, the properties of this surface influence cell migration and
proliferation, resulting in better BIC% 16,17,19.
Few studies and case reports have been published evaluating the peri-implant
bone response in smokers 20,Therefore, the quality of the bone-implant interface
around sandblasted acid-etched surfaces after a short period of healing on smokers
is still to be determined. The purpose of the present prospective study was to
evaluate the impact of smoking on human bone apposition around sandblasted acid-
etched surfaces after an unloaded healing period of 2 months.
MATERIAL AND METHODS
Selection of Subjects
Twenty-two partially or totally edentulous subjects (13 women; 9 men), with a
mean age of 55.444.5 years, referred for oral rehabilitation with dental implants
were included in this study (Table 1). The patients were divided into 2 groups:
smokers (n=11 patients) and non-smokers (n=11 patients). Exclusion criteria
included pregnancy, nursing and any systemic condition that could affect bone
healing.
Calculation of the sample size was based on previous study 20, where a sample
of at least 10 subjects was considered desirable. The Ethics Committee for Human
Clinical Trials at Guarulhos University approved the study protocol (#201/03), which
was explained to each subject, and all the patients signed Informed Consent.
Smoking
At baseline recruitment, patients were provided with a questionnaire to report
their smoking history. They were asked to furnish information on smoking status
(current, past and never), frequency of smoking (number of cigarettes per day or
week or a month), and number of years they smoked. Using the aforementioned
-
37
information, the patients were categorized into smokers (>10 cigarettes a day for at
least 5 years) and non-smokers 20. The non-smoking group includes only those who
never smoked to avoid bias in the present study design.
Micro-Implants and Implant Surface Topography
In this study, screw-shaped micro-implants with 2.5mm in diameter and 6.0 mm
long made of grade-4 titanium (Conexo Dental Implants, So Paulo, SP, Brazil)
were prepared by sandblasted acid-etched surface technology as previoulsy
described 21,22 (Figure 1). The acid etch process (HCl/HNO3) was controlled to create
a homogeneous implant surface topography. The experimental implants were blasted
with 25-100 m TiO2 particles. After sandblasting the dental implants were
ultrasonically cleaned with an alkaline solution, washed in distilled water and pickled
with a mixture of HNO3 and HF.
An optical laser profilometer (Mahr GmbH, Brauweg 38 Gottingen, Germany)
measured the micro-implant surface topography. The preparation process provides
an implant surface with a surface roughness with the mean and standard deviation of
the absolute values of all profile points (Ra), the root-mean-square of the values of all
points (Rq) and the average value of the absolute heights of the five highest peaks
and the depths of the five deepest valleys (Rz) of 0.87+0.14, 1.12+0.18 and
5.14+0.69m, respectively.
Experimental design
Twenty-two screw-shaped micro-implants were used in this study. Each subject
received one micro-implant, inserted in the posterior region of the mandible or of the
maxilla, always distal to the last conventional implant placed.
Surgical procedures
The conventional dental implants were placed under aseptic conditions, after a
crestal incision and the elevation of mucoperiosteal flaps. The surgical sites were
prepared either with 1.8mm diameter twist drill, in the maxilla, or, a 2.0mm twist drill
-
38
in the mandible. Afterwards, the micro-implants were inserted with a screwdriver. If
the micro-implant presented low primary stability, a second surgical site was
prepared. Drilling procedures and micro-implant placements were made under
profuse irrigation with sterile saline. The flaps were sutured with single interrupted
sutures, submerging the micro-implants. 300 mg of clindamicyn was given three
times a day for a week, in order to avoid post-surgical infection. 50 mg of potassic
diclofenac was administered for pain control, 3 times a day for 5 days. Sutures were
removed after 10 days. For postoperative dental biofilm control, subjects were
prescribed 0.12% chlorhexidine rinses twice a day during 14 days.
After healing period of 2 months, the micro-implants and the surrounding
tissues were retrieved with a 4.0mm wide trephine bur, and the specimens were fixed
by immediate immersion in 4% neutral formalin.
Processing of specimens and histometric analysis
The biopsies were processed to obtain thin ground sections (Precise 1
Automated System, Assing, Rome, Italy) as previously described.23 .The specimens
were dehydrated in an ascending series of alcohol rinses and embedded in a glycol
methacrylate resin (Technovit 7200 VLC, Kulzer, Wehrheim, Germany). After
polymerization the specimens were sectioned longitudinally along the major axis of
the implant with a high-precision diamond disk at about 150m and ground down to
about 30m. One to two slides were obtained for each implant. The slides were
stained with basic fuchsin and toluidine blue. BIC% was measured around all implant
surfaces. The bone density in the threaded area (BA%) was defined as the fraction of
mineralized bone tissue within the threaded area. All threads were measured. Bone
density (BD%) in a 200m-wide zone lateral to the implant surface was measured
bilaterally. These evaluations were performed using a light microscope connected to
a high-resolution video camera and interfaced to a monitor and personal computer.
This optical system was associated with a digitizing pad and a histometry software
package with image-capture functionalities (Image-Pro Plus 4.5, Media Cybernetics
Inc., Immagini & Computer Snc, Milan, Italy). The Mean and standard deviation of
histometric variables were calculated for each micro-implant, then for each group.
Data were first examined for normality by the Kolmogorov-Smirnov test (data not
-
39
shown); as the data did not achieve normality, analysis was performed using non-
parametric method. Mann-Whitney U test was used to compare the differences
between groups (smoker and non-smoker). The significance test was 2-tailed and
conducted at a 0.05 level of significance.
RESULTS
Clinical observations
Twenty micro-implants were clinically stable at the time of retrieval. The micro-
implants were almost all placed in the posterior maxilla24 (13 in total) being 7 and 6 in
smokers and non-smokers, respectively. The remaining micro-implants were placed
in the posterior mandible. Only 2 micro-implants placed in the posterior maxilla of
smokers (one female and one male) showed no osseointegration. These implants
were not included in the authors evaluation of the present study.
Histometric Results
The ground sections of both groups are presented in Figures 2 to 4. Tables 2 to
4 present the histometric variables. BIC% and BA% were significantly lower in
smokers (p0.05).
Tables 3 and 4 show the mean histometric values for the implants placed in the
maxilla and mandible, respectively. Smokers showed lower mean percentages for all
histometric parameters. The mean BIC% value for the non-smokers (32.97%+8.98%)
in the maxilla was higher (p=0.03) when compared with the values observed for the
smokers (19.02%4.38%). There was significant difference shown between the
BIC% values for micro-implants inserted in the mandible in both groups (p=0.02).
The smoking influenced the bone density in the thread area (BA%) for micro-
-
40
implants retrieved from both the maxilla and mandible. The non-smokers presented
higher mean BA% values than those obtained for the smokers. However, the mean
BA% values for the maxilla and mandible did not differ significantly (p>0.05) for the
groups (Tables 3 and 4).
In addition, when intra-group analysis was performed according to the micro-
implant position in the jaw (maxilla or mandible) the histometric data showed that
both surfaces presented higher mean histometric values in the mandible (p>0.05)
(data not shown).
DISCUSSION
This present investigation demonstrated that smoking had detrimental effects
on early peri-implant bone healing around sandblasted etched-acid implant surface
topography suggesting a clear tendency toward slower wound repair. These results
confirmed previous animal and human studies that had shown that smoking
interferes negatively either with bone to implant contact (BIC) or guided bone
regeneration16-20.
The lower mean values of BIC around the micro-implants retrieved from
smokers was the result of the interaction between cigarette smoking and host
response. The peri-implant bone apposition process is a coordinated process
involving various biological factors.1 Indeed, many growth factors, expressed during
skeletal development and induced in response to injury are believed to regulate bone
tissue repair.25. Some of these molecules are also involved in angiogenesis26. The
involvement of vascular growth factors in bone tissue formation is also suggested by
its interaction with humoral factors that regulate bone homeostasis27 and by its role,
not only in bone angiogenesis but also in different aspects of bone development,
including chondrocyte differentiation, and osteoblast and osteoclast recruitment.25
Bone formation is closely linked to blood vessel invasion and therefore, angiogenesis
plays a pivotal role in all regenerative processes.1,24,27. On the other hand cigarette
smoking influences angiogenesis28, several aspects of leukocyte development and
function as well as host cytokine levels29 that could, in part, explain the worst results
observed for all histometric variables in the present study.
-
41
Furthermore, it has been known that smoking not only reduces the rate of bone
formation30 but also increase the rate of bone destruction in post-menopausal
women.31,32 Imbalances between osteoclasts and osteoblasts can arise from several
factors such as hormonal changes, enhanced production of inflammatory cytokines,
and growth factors that may result in decreased bone mass or increased bone mass.
Earlier investigations33 have shown that bone turnover is controlled by the interaction
of the receptor activator of the NF-kB ligand (RANKL) and osteoprotegerin (OPG).
RANK, RANKL and OPG are important in coordinating osteoclastogenesis and
thereby alveolar bone resorption. In a similar manner, cigarette smoking and its
components seem to suppress OPG levels and might contribute towards the
decreased peri-implant bone formation, in agreement with the results of the present
inevstigation and aforementioned animal5-7,23 and human 20 studies. However, the
precise mechanisms by which smoking exerts its deleterious effects on bone healing
remain unclear.
Long-term investigations have documented the high predictability of dental
implants to restore partially and fully edentulous patients 34,35. However, the survival
data of dental implants placed in posterior maxilla were inferior to those placed in the
anterior mandible where the bone density is frequently higher. In addition to
influencing wound healing, cigarette smoking has also been implicated in decreasing
bone density36,37. Therefore, smoking may also indirectly decrease implant success
rates by giving rise to poor-quality bone, agreeing with the data of the present study,
in which 3 implants placed in the posterior maxilla of smokers showed lack of
osseointegration. Several authors35-37 have also demonstrated that smokers had a
significantly higher overall implant failure rate when compared with non-smokers.
Marginal bone loss has been a common feature among smokers3738. In some of the
histological slides in this study, was possible to observe early marginal bone loss with
presence of several bundles of connective tissue around implant surface.
The oxidized implant surface topography evaluated in this study presented higher
mean %BIC values in non-smokers (p=0.02, Table 2), as previously demonstrated by
earlier studies.12,14,18 Although a recent study39 has shown that the survival rate of
implants with oxidized surface were not affected by smoking, the data of the present
study suggest a slower bone healing process, at least under unloaded conditions.
-
42
Although these results focused on single aspect, i.e. histometric comparison
between smoker and non-smoker, and therefore the supposed mechanisms of
smoking side effects on the peri-implant bone healing might not be completely
discovered, an enhanced risk for peri-implant bone loss and implant loss could be
expected. Therefore, a regular and strict recall of smokers undergoing to implant
treatment is pretty need for early detection of implant complications.3, 40.However, it
must be pointed out that the oxidized surface evaluated in the aforementioned
study38 underwent a different surface topography preparation from that applied to the
implant surface in the present study.
Within the limits of this study, it can be assumed that a cigarette smoking may
influence bone healing around oxidized surfaces. However, this data should be
considered with caution, and further prospective, controlled and randomized studies
evaluating the clinical and radiographic long-term success of implant-supported
restorations must be conducted.
Acknowledgements
The authors appreciate the assistance of Profs. Roberto Ferrari, Susana dAvila and
Sauro Grassi from Oral Implantogy Clinic, Guarulhos University, during the surgical
stages. The authors are indebted to Conexo Implants, So Paulo, SP, Brazil, for
providing the micro-implants.
Disclaimer
The authors declare that they have no financial interest in any of the materials related
in this study
-
43
BIBLIOGRAPHIC REFERENCES
1. Puleo DA, Nanci A. Understanding and controlling the bone-implant interface. Biomaterials. 1999; 20:2311-2321.
2. Davies JE. Bone bonding at natural and biomaterial surfaces. Biomaterials 2007;28:5058-5067.
3. Strietzel FP, Reichart PA, Kale A, Milind K, Wegner B, Kchler I. Smoking interferes with the prognosis of dental implant treatment: a systematic review and meta-analysis. J Clin Periodontol. 2007; 34:523-544.
4. Sennerby L, Roos J. Surgical determinants of clinical success of osseointegrated oral implants: a review of the literature. Int J Prosthodont. 1998; 11:408-420.
5. Correa MG, Gomes Campos ML, Csar-Neto JB, Casati MZ, Nociti FH, Sallum EA. Histometric evaluation of bone around titanium implants with different surface treatments in rats exposed to cigarette smoke inhalation. Clin Oral Implants Res. 2009; 20:588-593.
6. Csar-Neto JB, Benatti BB, Sallum EA, Nociti FH Jr. Bone density around titanium implants may benefit from smoking cessation: a histologic study in rats. Int J Oral Maxillofac Implants. 2005; 20:713-719.
7. Csar-Neto JB, Benatti BB, Sallum EA, Sallum AW, Nociti FH Jr. Bone filling around titanium implants may benefit from smoking cessation: a histologic study in rats. J Periodontol. 2005; 76:1476-1481.
8. Dahl AW, Toksvig-Larsen S. Cigarette smoking delays bone healing. A prospective study of 200 patients operated on by the hemicallotasis technique. Acta Orthop Scand. 2004; 75:347-351.
9. Yuhara S, Kasagi S, Inoue A, Otsuka E, Hirose S, Hagiwara H. Effects of nicotine on cultured cells suggest that it can influence the formation and resorption of bone. Eur J Pharmacol. 1999; 383: 387-393.
10. Yildiz D. Nicotine, its metabolism and an overview of its biological effects. Toxicon. 200