Tese_MSc_Leonardo_Almeida - Controle a Geracao

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    ALMEIDA, LEONARDO PINTO DE

    Análise de Desempenho do Controle

    Automático de Geração e do Controle

    Secundário de Tensão [Rio de Janeiro] 2004

    XVII, 166 p. 29,7 cm (COPPE/UFRJ,

    M.Sc., Engenharia Elétrica, 2004)

    Tese – Universidade Federal do Rio de

    Janeiro, COPPE1.  Operação de Sistemas de Potência

    2.  Controle Automático de Geração

    3.  Controle Secundário de Tensão

    I. COPPE/UFRJ II. Título ( série )

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     Dedico esta tese aos meus pais, Waldir e Sônia

    e a minha avó, Aurélia

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    Agradecimentos

    Agradeço acima de tudo a Deus, por estar sempre presente de uma forma ou de

    outra em todo lugar, iluminando e guiando meus passos.

    Agradeço também a minha família; meu pai Waldir e minha mãe Sônia, a

    quem devo o que sou hoje. Além de me darem a vida me incentivaram nos

    momentos mais difíceis me dando apoio incondicional e pela participação na

    minha formação não só profissional e racional, mas também moral. Agradeçotambém a minha avó Aurélia que sempre me concedeu seu total carinho

    durante toda minha vida.

    Agradeço a todos os meus professores tanto da UFRJ como da COPPE/UFRJ e

    ao meu orientador Professor Glauco Nery Taranto, que contribuíram na minha

    formação.

    Aos colegas e amigos do CEPEL aos quais expresso meu muito obrigado pelacompanhia e amizade, especialmente aos amigos Ricardo Henriques, João

    Alberto e Ricardo Diniz pelas modificações feitas nos programas e aos amigos

    Júlio Cezar e Camilo Braga pelas discussões técnicas.

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    Resumo da Tese apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos necessários

     para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)

    ANÁLISE DE DESEMPENHO DO CONTROLE AUTOMÁTICO DE GERAÇÃO E

    DO CONTROLE SECUNDÁRIO DE TENSÃO

    Leonardo Pinto de Almeida

    Março/2004

    Orientador: Glauco Nery Taranto

    Programa: Engenharia Elétrica

    Esta tese aborda principalmente o problema do Controle Carga-Frequência em

    Sistemas Elétricos de Potência, voltando o seu enfoque para o controle da malha de

    regulação secundária, mais comumente denominado Controle Automático de Geração(CAG). O objetivo primordial deste tipo de controle é de restabelecer a freqüência ao

    seu valor de referência. No sistema elétrico brasileiro a freqüência de referência é

    fixada em 60 HZ. É feita uma revisão dos conceitos básicos dos controles responsáveis

     pela regulação primária e secundária.

    Esta tese também trata de assuntos relacionados ao problema de estabilidade de

    tensão, enfocando principalmente o Controle Secundário de Tensão (CST), controle este

    responsável pela regulação da tensão ao nível da transmissão.

    Os controles, tanto o CAG como o CST, são implementados em um programa

    comercial de análise de transitórios eletromecânicos. As simulações são realizadas

    utilizando-se dois sistemas, a saber: um sistema teste de pequeno porte e outro real de

    grande porte. Estas simulações visam à fixação dos conceitos e a avaliação do

    comportamento dos controles secundários de freqüência e tensão.

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    Abstract of Thesis presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the

    requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)

    PERFORMANCE ANALISYS OF AUTOMATIC GENERATION CONTROL AND

    SECONDARY VOLTAGE CONTROL

    Leonardo Pinto de Almeida

    March/2004

    Advisor: Glauco Nery Taranto

    Department: Electrical Engineering

    This thesis mainly approaches the problem of Load-Frequency Control in

    Electric Power Systems, emphasizing the secondary control, more commonly

    denominated as Automatic Generation Control (AGC). The primordial objective of thistype of control is to restore the frequency to its reference value. In the Brazilian electric

    system the reference frequency is set to 60 HZ. A revision of the basic concepts of the

     primary and secondary controls is made.

    This thesis also deals with matters related to voltage stability problem, focusing

    mainly the Secondary Voltage Control (SVC), which is responsible for the voltage

    regulation at the transmission level.

    The controls, both AGC and SVC, are implemented in a transient stability

     program. The simulations are accomplished using two systems, namely: a small test

    system and a large interconnected one. These simulations intend to the fixation of the

    concepts and the evaluation of the secondary controls’ behavior of frequency and

    voltage.

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    Sumário vii

    Sumário

    Lista de Figuras ............................................................. ........................................................................ ......ix 

    Lista de Tabelas.........................................................................................................................................xiv 

    Lista de Símbolos .............................................................. .............................................................. ...........xv 

    Capítulo I Introdução...................................................................................................................................1 

    I.1  Considerações Gerais.....................................................................................................................1 

    I.2  Estrutura da Tese............................................................................................................................8 

    Capítulo II Modelagens Específicas............................................................ ............................................. 10 

    II.1  Modelo de Máquina Síncrona .................................................... ............................................. 10 

    II.2  Modelos de Turbinas...............................................................................................................15 II.2.1  Modelo para Turbinas Térmicas.........................................................................................16 

    II.2.2  Modelo para Turbinas Hidráulicas ............................................................. ........................18 

    Capítulo III Controle Carga-Freqüência........................................................... ........................................ 21 

    III.1  Introdução................................................................................................................................21  

    III.2  Regulação Própria .......................................................... ......................................................... 22 

    III.3  Regulação Primária ................................................................ ................................................. 25 

    III.3.1  Reguladores de Velocidade Isócronos...........................................................................26 

    III.3.2  Reguladores de Velocidade com Queda de Velocidade.................................................29 

    III.4  Regulação Secundária .......................................................... ................................................... 35 

    III.5  Operação em Sistemas Interligados.........................................................................................42 

    III.5.1  Operação sem regulação secundária ...................................................................... ........42 

    III.5.2  Operação com regulação secundária..............................................................................48 

    III.5.2.1  Ajuste do Bias (B).....................................................................................................50  

    Capítulo IV Controle Coordenado de Tensão ..................................................................... .....................53 

    IV.1  Introdução................................................................................................................................53  

    IV.2   Níveis Hierárquicos............................... ................................................................ ..................54 

    IV.2.1  Controle Primário de Tensão (CPT) ................................................................... ...........55 IV.2.2  Controle Secundário de Tensão (CST) ................................................................ ..........55 

    IV.2.3  Controle Terciário de Tensão (CTT) ....................................................... ......................56 

    IV.3  Implementação do Controle Secundário de Tensão (CST) ..................................................... 57 

    Capítulo V Simulações............................................................... ............................................................. .60 

    V.1  Sistema teste de pequeno porte................................................................................................60 

    V.1.1  Dados do sistema................................................................................................................61 

    V.1.2  Sistema sem regulação secundária......................................................................................63 

    V.1.3  Inclusão do CAG ............................................................. ................................................... 67 

    V.1.3.1  Aumento de 40MW na carga da barra 5 – operação em modo TLB......................... 70 

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    Sumário viii

    V.1.3.2  Aumento de 40MW na carga da barra 5 – operação em modo FF............................73 

    V.1.3.3  Mudança na referência de potência do intercâmbio – operação em modo TLB .......76 

    V.1.3.4  Abertura da interligação............................................................................................78 

    V.1.3.5  Sensibilidade quanto ao ajuste do bias......................................................................84  

    V.1.4  Inclusão do CAG e do CST............................................................... .................................87 V.1.4.1  Chaveamento de um banco de capacitores................................................................90 

    V.1.4.2  Mudança na referência de tensão da barra piloto......................................................93 

    V.1.4.3  Mudança na referência de potência do intercâmbio..................................................94 

    V.1.4.4  Abertura da interligação............................................................................................96 

    V.1.4.5  Aumento em rampa no carregamento do sistema ..................................................... 99 

    V.2  Sistema de grande porte ................................................................ ........................................ 103 

    V.2.1  Interligações Inter-regionais................................................................... ..........................108 

    V.2.1.1  Interligação entre as regiões SUL e SUDESTE ...................................................... 109 

    V.2.1.2  Interligação entre as regiões Norte, Nordeste e Sudeste ......................................... 111 V.2.2  Dados do Sistema ............................................................... .............................................. 113 

    V.2.3  Ajuste do ganho do CAG..................................................................................................116 

    V.2.3.1  CAG da Área Norte.................................................................................................117 

    V.2.3.2  CAG da Área Nordeste ................................................................. ..........................121 

    V.2.3.3  CAG da Área Sul ............................................................... ..................................... 124 

    V.2.3.4  CAG da Área Sudeste ............................................................... .............................. 128 

    V.2.4  Degrau de -10% na carga do sistema................................................................................131 

    V.2.5 

    Perda da Interligação SE-NE............................................................................................133 V.2.6  Perda das Interligações N-SE e SE-NE........................................................... .................135 

    V.2.7  Degrau de 600MW na Referência da Interligação SE-N..................................................137 

    V.2.8  Rampa de 600MW na Referência da Interligação SE-N .................................................. 139 

    V.2.9  Perda de uma Unidade Geradora ........................................................... ...........................140 

    V.2.10  Variação de Carga em Rampa......................................................................................141 

    V.2.11  Variação da Carga na Área Rio ............................................................... ....................143 

    V.3  Tempo computacional...........................................................................................................147 

    Capítulo VI Conclusão ........................................................ ................................................................... 148 

    VI.1  Considerações Gerais ........................................................... ................................................. 148 VI.2  Sugestões para Trabalhos Futuros.........................................................................................150 

    Referências Bibliográficas........................................................................................................................152 

    Apêndice A ............................................................. ........................................................... .................155 

    A.1  Dados para Estudo de Fluxo de Potência ............................................................... ...............155 

    A.2  Dados para Estudo de Transitórios Eletromecânicos ............................................................ 156 

    A.3  Controlador Definido pelo Usuário do CAG.........................................................................160 

    A.4  Controlador Definido pelo Usuário do CST..........................................................................164 

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    Lista de Figuras ix

    Lista de Figuras

    Figura I.1: Estrutura funcional de um SEP...................................................................................................1 

    Figura I.2: Integração EletroEnergética........................................................................................................3 

    Figura I.3: Principais malhas de controle associadas a um SEP...................................................................5 

    Figura II.1: Máquina Síncrona ............................................................. ...................................................... 11 

    Figura II.2: Diagrama de blocos da equação swing....................................................................................14 

    Figura II.3: Diagrama de blocos da equação swing com desvios de potência ........................................... 15 

    Figura II.4: Percurso do vapor em uma unidade com reaquecimento .................................................. ......16 

    Figura II.5: Diagrama esquemático para uma unidade com reaquecimento...............................................17 Figura II.6: Diagrama de blocos para uma unidade com reaquecimento.................................................... 17 

    Figura II.7: Diagrama de blocos reduzido para uma unidade com reaquecimento.................................... 18 

    Figura II.8: Diagrama de blocos para uma unidade sem reaquecimento................................................... 18 

    Figura II.9: Representação esquemática de uma unidade hidráulica..........................................................19 

    Figura II.10: Função de transferência para turbinas hidráulicas.................................................................20 

    Figura II.11: Resposta à um degrau unitário aplicado à função de transferência de uma turbina hidráulica

    ..........................................................................................................................................................20  

    Figura III.1: Resultado de uma análise de fluxo de potência......................................................................21 

    Figura III.2: Curva diária de carga ............................................................... .............................................. 22 

    Figura III.3: Curva Carga x Freqüência......................................................................................................23 

    Figura III.4: Diagrama de blocos com amortecimento...............................................................................24 

    Figura III.5: Diagrama de blocos do sistema..............................................................................................24 

    Figura III.6: Regulador de Velocidade Isócrono .................................................... .................................... 26 

    Figura III.7: Diagrama de blocos de um regulador de velocidade isócrono...............................................27 

    Figura III.8: Reposta no tempo de uma unidade geradora com regulado de velocidade isócrono ............28 

    Figura III.9: Regulador com queda de velocidade......................................................................................29 

    Figura III.10: Diagrama de blocos de um regulador de velocidade com queda de velocidade...................30 Figura III.11: Resposta no tempo de uma unidade geradora com regulador de velocidade com estatismo31 

    Figura III.12: Característica Freqüência x Potência ..................................................................................32  

    Figura III.13: Ajuste do parâmetro R .................................................... ..................................................... 33 

    Figura III.14: Característica Freqüência x Potência para R=0...................................................................34 

    Figura III.15: Divisão de carga por duas unidades geradoras dotadas de reguladores com estatismo .......35 

    Figura III.16: Dispositivo de variação de velocidade.................................................................................37 

    Figura III.17: Sinal de Controle Secundário...............................................................................................37 

    Figura III.18: Malha de Controle Secundário.............................................................................................38 

    Figura III.19: Característica  P  f  ×  com Regulação Secundária ............................................................ ..39 

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    Lista de Figuras x

    Figura III.20: Diagrama de blocos com regulação primária e secundária .................................................. 41 

    Figura III.21: Diagrama de blocos com regulação primária e secundária e com controle de intercâmbio.42 

    Figura III.22: Representação esquemática de um sistema com com duas áreas interligadas .....................43 

    Figura III.23: Diagrama de blocos para sistema de duas áreas interligadas sem regulação secundária......44 

    Figura III.24: Sistema com três áreas de controle interligadas...................................................................47 Figura III.25: Diagrama de blocos para sistema de duas áreas interligadas com regulação secundária..... 48 

    Figura III.26: Relação T  F    ∆×∆ ..............................................................................................................49  Figura IV.1: Níveis Hierárquicos ........................................................... .................................................... 54 

    Figura IV.2: Estrutura hierárquica do Controle Coordenado de Tensão .................................................... 56 

    Figura IV.3: Controle de Tensão e Repartição de Potência Reativa...........................................................58 

    Figura IV.4: Malha de controle de tensão da barra piloto .................................................................. ........58 

    Figura IV.5: Malha de controle de repartição de reativo............................................................................59 

    Figura V.1: Sistema Teste de Pequeno Porte..............................................................................................60 

    Figura V.2: Regulador de Tensão...............................................................................................................63 Figura V.3: Regulador de Velocidade e Turbina........................................................................................63 

    Figura V.4: Carregamento do Sistema ....................................................... ................................................ 64 

    Figura V.5: Tensão nas barras 4 e 5 .................................................................... ....................................... 64 

    Figura V.6: Freqüência do Sistema ................................................................ ............................................ 65 

    Figura V.7: Potência ativa dos geradores ........................................................ ........................................... 65 

    Figura V.8: Potência reativa dos geradores................................................................................................66 

    Figura V.9: Fluxo de potência na interligação............................................................................................66 

    Figura V.10: Freqüência do sistema com e sem CAG................................................................................68 Figura V.11: Fluxo de potência na interligação com e sem CAG.............................................................. 68 

    Figura V.12: Potência ativa dos geradores .................................................................. ............................... 69 

    Figura V.13: Erro de controle de área (ECA).............................................................................................69 

    Figura V.14: Integral do ECA ............................................................. ....................................................... 70 

    Figura V.15: Carregamento do sistema ............................................................ .......................................... 70 

    Figura V.16: Freqüência do sistema...........................................................................................................71 

    Figura V.17: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................71 

    Figura V.18: Potência ativa dos geradores .................................................................. ............................... 71 

    Figura V.19: Erro de controle de área ............................................................. ........................................... 72 Figura V.20: Integral do ECA ............................................................. ....................................................... 72 

    Figura V.21: Carregamento do sistema ............................................................ .......................................... 74 

    Figura V.22: Freqüência do sistema...........................................................................................................74 

    Figura V.23: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................74 

    Figura V.24: Potência ativa dos geradores .................................................................. ............................... 75 

    Figura V.25: Erro de controle de área ............................................................. ........................................... 75 

    Figura V.26: Integral do ECA ............................................................. ....................................................... 75 

    Figura V.27: Carregamento do sistema ............................................................ .......................................... 76 

    Figura V.28: Freqüência do sistema...........................................................................................................77 

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    Lista de Figuras xi

    Figura V.29: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................77 

    Figura V.30: Potência ativa dos geradores .................................................................. ............................... 77 

    Figura V.31: Erro de controle de área ............................................................. ........................................... 78 

    Figura V.32: Integral do ECA ............................................................. ....................................................... 78 

    Figura V.33: Implementação da banda morta.............................................................................................79 Figura V.34: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................79 

    Figura V.35: Variação de freqüência na área 1 .................................................................. ........................ 80 

    Figura V.36: Variação de tensão na barra 4 ........................................................... .................................... 80 

    Figura V.37: Variação da potência dos geradores da área 1.......................................................................81 

    Figura V.38: ECA da área 1 ......................................................... ............................................................ ..81 

    Figura V.39: Integral do ECA da área 1.....................................................................................................82 

    Figura V.40: Variação de freqüência na área 2 .................................................................. ........................ 82 

    Figura V.41: Variação de tensão na barra 5 ........................................................... .................................... 83 

    Figura V.42: Variação da potência do gerador da área 2............................................................................83 Figura V.43: ECA da área 2 ......................................................... ............................................................ ..84 

    Figura V.44: Integral do ECA da área 2.....................................................................................................84 

    Figura V.45: Freqüência do sistema para diferentes valores de Bias da Área 1......................................... 85 

    Figura V.46: Esforço de controle área 1 para diferentes valores de Bias da Área 1..................................86 

    Figura V.47: Esforço de controle área 2 para diferentes valores de Bias da Área 1..................................86 

    Figura V.48: Carregamento do Sistema ........................................................... .......................................... 88 

    Figura V.49: Freqüência do sistema...........................................................................................................88 

    Figura V.50: Tensão na barra 4.............................................................. .................................................... 89 

    Figura V.51: Tensão na barra 5.............................................................. .................................................... 89 

    Figura V.52: Potência reativa dos geradores 1 e 2 ............................................................... ......................90 

    Figura V.53: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................90 

    Figura V.54: Valor do shunt  da barra 4......................................................................................................91 

    Figura V.55: Tensão da barra 4 com e sem CST........................................................................................91 

    Figura V.56: Potência reativa dos geradores da área 1 (sem CST) ............................................................ 92 

    Figura V.57: Potência reativa dos geradores da área 1 (com CST)............................................................92 

    Figura V.58: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................93 

    Figura V.59: Tensão da barra 4.............................................................. .................................................... 93 Figura V.60: Tensão da barra 5.............................................................. .................................................... 94 

    Figura V.61: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................94 

    Figura V.62: Tensão da barra 4 com e sem CST........................................................................................95 

    Figura V.63: Tensão da barra 5 com e sem CST........................................................................................95 

    Figura V.64: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................96 

    Figura V.65: Fluxo de potência na interligação..........................................................................................97 

    Figura V.66: Variação de freqüência na área 1 .................................................................. ........................ 97 

    Figura V.67: Variação de tesão na barra 4 .................................................................... ............................. 98 

    Figura V.68: Repartição de potência reativa Q2/Q1...................................................................................98 

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    Lista de Figuras xii

    Figura V.69: Variação de freqüência na área 2 .................................................................. ........................ 99 

    Figura V.70: Variação de tesão na barra 5 .................................................................... ............................. 99 

    Figura V.71: Carregamento da barra 4 .......................................................... ........................................... 100 

    Figura V.72: Perfil de tensão na barra 4...................................................................................................100 

    Figura V.73: Perfil de tensão na barra 5...................................................................................................101 Figura V.74: Variação de freqüência........................................................................................................101 

    Figura V.75: Potência reativa dos geradores............................................................................................102 

    Figura V.76: Repartição de potência reativa Q2/Q1.................................................................................102 

    Figura V.77: Sistema de Transmissão do Sistema Interligado Nacional..................................................107 

    Figura V.78: Subsistemas do Sistema Interligado Nacional.....................................................................108 

    Figura V.79: Configuração da Interligação Sul/Sudeste e os principais pontos de medição do intercâmbio

    ........................................................................................................................................................110  

    Figura V.80: Configuração da Interligação Norte/Nordeste/Sudeste e os principais pontos de medição do

    intercâmbio ........................................................... ................................................................... .......112 Figura V.81: Desvio de Freqüência..........................................................................................................117 

    Figura V.82: Desvio de Intercâmbio ...................................................................... .................................. 118 

    Figura V.83: Erro de Controle de Área ............................................................. ....................................... 118 

    Figura V.84: Desvio de Freqüência..........................................................................................................119 

    Figura V.85: Desvio de Intercâmbio ...................................................................... .................................. 119 

    Figura V.86: Erro de Controle de Área ............................................................. ....................................... 119 

    Figura V.87: Desvio de Freqüência..........................................................................................................120 

    Figura V.88: Desvio de Intercâmbio ...................................................................... .................................. 120 

    Figura V.89: Erro de Controle de Área ............................................................. ....................................... 120 

    Figura V.90: Desvio de Freqüência..........................................................................................................121 

    Figura V.91: Desvio de Intercâmbio ...................................................................... .................................. 121 

    Figura V.92: Erro de Controle de Área ............................................................. ....................................... 122 

    Figura V.93: Desvio de Freqüência..........................................................................................................122 

    Figura V.94: Desvio de Intercâmbio ...................................................................... .................................. 122 

    Figura V.95: Erro de Controle de Área ............................................................. ....................................... 123 

    Figura V.96: Desvio de Freqüência..........................................................................................................123 

    Figura V.97: Desvio de Intercâmbio ...................................................................... .................................. 123 Figura V.98: Erro de Controle de Área ............................................................. ....................................... 124 

    Figura V.99: Desvio de Freqüência..........................................................................................................124 

    Figura V.100: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 125 

    Figura V.101: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 125 

    Figura V.102: Desvio de Freqüência........................................................................................................125 

    Figura V.103: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 126 

    Figura V.104: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 126 

    Figura V.105: Desvio de Freqüência........................................................................................................126 

    Figura V.106: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 127 

  • 8/17/2019 Tese_MSc_Leonardo_Almeida - Controle a Geracao

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    Lista de Figuras xiii

    Figura V.107: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 127 

    Figura V.108: Desvio de Freqüência........................................................................................................128 

    Figura V.109: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 128 

    Figura V.110: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 129 

    Figura V.111: Desvio de Freqüência........................................................................................................129 Figura V.112: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 129 

    Figura V.113: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 130 

    Figura V.114: Desvio de Freqüência........................................................................................................130 

    Figura V.115: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 130 

    Figura V.116: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 131 

    Figura V.117: Desvio de Freqüência........................................................................................................132 

    Figura V.118: Desvio de Intercâmbio ............................................................... ....................................... 132 

    Figura V.119: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 133 

    Figura V.120: Intercâmbio entre as áreas.................................................................................................134 Figura V.121: Geração na área Nordeste..................................................................................................134 

    Figura V.122: Freqüência em Itumbiara e Luiz Gonzaga ............................................................. ...........135 

    Figura V.123: Fluxo no intercâmbio Norte-Nordeste...............................................................................136 

    Figura V.124: Freqüência em Tucuruí ............................................................. ........................................ 136 

    Figura V.125: Freqüência em Itumbiara...................................................................................................136 

    Figura V.126: Geração nas áreas Nordeste e Norte..................................................................................137 

    Figura V.127: Fluxo nos Intercâmbios.....................................................................................................138 

    Figura V.128: Geração da área norte........................................................................................................138 

    Figura V.129: Fluxo nos Intercâmbios.....................................................................................................139 

    Figura V.130: Geração da área norte........................................................................................................140 

    Figura V.131: Geração da área norte........................................................................................................140 

    Figura V.132: Intercâmbio da área norte..................................................................................................141 

    Figura V.133: Erro de controle da área norte ........................................................... ................................ 141 

    Figura V.134: Carregamento do Sistema .................................................................... ............................. 142 

    Figura V.135: Freqüência do Sistema ......................................................... ............................................. 142 

    Figura V.136: Variação de potência das áreas de controle.......................................................................143 

    Figura V.137: Erro de Controle de Área ........................................................... ....................................... 143 Figura V.138: Carregamento da Área Rio................................................................................................144 

    Figura V.139: Perfil de tensão da barra de Jacarepaguá 345kV...............................................................144  

    Figura V.140: Freqüência do Sistema ......................................................... ............................................. 145 

    Figura V.141: Potência reativa gerada ................................................................... .................................. 145 

    Figura V.142: Variação de potência ativa gerada.....................................................................................146 

    Figura V.143: Intercâmbio líquido da área sudeste..................................................................................146 

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    Lista de Tabelas xiv

    Lista de Tabelas

    Tabela III.1: Desvio de freqüência e intercâmbio para uma variação de carga .......................................... 46 

    Tabela V.1: Dados de linha utilizados no estudo de fluxo de potência ...................................................... 61 

    Tabela V.2: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência (dados de barra)..................................... 61 

    Tabela V.3: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência (dados de geração) ................................62 

    Tabela V.4: Resultados obtidos no estudo de fluxo de potência (dados de carga) .................................... 62 

    Tabela V.5: Dados dinâmicos dos geradores..............................................................................................62 

    Tabela V.6: Dados do CAG........................................................................................................................67 

    Tabela V.7: Valores de ganhos para os CSTs.............................................................................................87 Tabela V.8: Modelagem de Carga do SIN................................................................................................105 

    Tabela V.9: Pontos de medição dos intercâmbios considerados (S/SE)...................................... .............110 

    Tabela V.10: Pontos de medição dos intercâmbios considerados ............................................................ 112 

    Tabela V.11: Carga própria das áreas de controle....................................................................................113 

    Tabela V.12: Geração Sincronizada das áreas de controle.......................................................................114 

    Tabela V.13: Valores de bias adotados nas simulações ............................................................. ..............115 

    Tabela V.14: Usinas sob atuação do CAG ................................................................ ............................... 115 

    Tabela V.15: Intercâmbios líquidos de cada área.....................................................................................116 

    Tabela V.16: Locais de medição de freqüência........................................................................................116 

    Tabela V.17: Tempo Computacional – Sistema de Pequeno Porte .......................................................... 147 

    Tabela V.18: Tempo Computacional – Sistema de Grande Porte ............................................................ 147 

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    Lista de Símbolos xv

    Lista de Símbolos

    AP: Alta Pressão

    B: Bias

    BP: Baixa Pressão

    CA: Corrente Alternada

    CAG: Controle Automático de Geração

    CC: Corrente Contínua

    CCF: Controle Carga-Freqüência

    CCT: Controle Coordenado de Tensão

    CPT: Controle Primário de Tensão

    CST: Controle Secundário de Tensão

    CTT: Controle Terciário de Tensão

    D: Coeficiente de Amortecimento

    fdE : Tensão de campo

    EAT: Extra Alta Tensão

    ECA: Erro de Controle de Área

    ESP: Estabilizador de Sistema de Potência

    f: Freqüência da Tensão

    FF:  Flat Frequency

    FTL:  Flat Tie Line Control

    H: Constante de Inércia

    J: Momento de Inércia Combinado

    GiIK : Ganho do integrador associado ao gerador i

    GiPK : Ganho proporcional associado ao gerador i

    VIK : Ganho do integrador da malha de controle de tensão

    VPK : Ganho proporcional da malha de controle de tensão

    P: Potência Elétrica Ativa

    PI: Pressão Intermediária

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    Lista de Símbolos xvi

    Q: Potência Elétrica Reativa

    R: Estatismo

    ar : Resistência de armadura

    RAT: Regulador Automático de TensãoRAV: Regulador Automático de Velocidade

     NS : Potência Elétrica Aparente

    SEP: Sistema Elétrico de Potência

    SIN: Sistema Interligado Nacional

    t : Tempo

    aT : Torque Acelerante

    mT : Torque Mecânico

    eT : Torque Elétrico

     NT : Torque Nominal Elétrico

    TLB: Tie Line Bias Control  

    V: Magnitude da Tensão

     bV : Tensão terminal do gerador

     piloto barraV :

    Tensão da barra pilotoTV : Tensão terminal da máquina

    CSTV : Tensão de referência para a malha de controle de tensão

    shr V : Tensão de referência para a malha de controle de potência reativa

    ref V : Referência de tensão para o regulador automático de tensão

    CSTref V : Tensão de referência da barra piloto

    dX : Reatância de eixo diretoqX : Reatância de eixo de quadratura

    'dX : Reatância transitória de eixo direto

    'qX : Reatância transitória de eixo de quadratura

    ''dX : Reatância sub-transitória de eixo de quadratura

    lX : Reatância de dispersão

    α : Fator de Participação

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    Lista de Símbolos xvii

    β : Característica Natural

    δ : Posição Angular do Rotor

    m0ω : Velocidade Angular Nominal do Rotor em Radianos Mecânicos

    mω : Velocidade Angular do Rotor em Radianos Mecânicos

    r ω : Velocidade Angular do Rotor em Radianos Elétricos

    0ω : Velocidade Angular Nominal do Rotor em Radianos Elétricos

    A∆ : Variação da Abertura da Admissão

    F∆ : Variação da Freqüência

    mP∆ : Variação de Potência Mecânica

    e

    P∆ : Variação de Potência Elétrica

    DP∆ : Variação da Carga (parcela variante com a freqüência)

    LP∆ : Variação da Carga (parcela invariante com a freqüência)

    GP∆ : Variação da Geração

    shr Q∆ : Erro de repartição de potência reativa

    T∆ : Variação de Intercâmbio

    CSTV∆ : Erro de tensão da barra piloto

    γ∆ : Sinal do Controle Secundário

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    Capítulo I - Introdução 1

    Capítulo I

    Introdução

    I.1  Considerações Gerais

    A função principal de um Sistema Elétrico de Potência (SEP) é de converter

    formas de energia presentes na natureza em forma de eletricidade, e de

    transportá-la até os centros consumidores. Por exemplo, converter e

    transportar até os centros consumidores a energia potencial da água ou a

    energia liberada na queima de combustíveis fósseis. A energia, contudo, é

    raramente consumida sob a forma de eletricidade sendo convertida em calor,

    luz ou energia mecânica. A grande vantagem da energia elétrica é que podemos transportá-la e controlá-la com relativa facilidade e com alto grau de

    eficiência e confiabilidade [Kundur 1994].

    Como descrito em [Falcão 2000] de um ponto de vista funcional, os SEPs

    apresentam uma estrutura como mostrado na Figura I.1.

    Geração DistribuiçãoTransmissãoEnergiaPrimária

    Consumidores

    Transmissão

    Interligação comoutros Sistemas

     

    Figura I.1: Estrutura funcional de um SEP

  • 8/17/2019 Tese_MSc_Leonardo_Almeida - Controle a Geracao

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    Capítulo I - Introdução 2

    Seus principais componentes são os subsistemas de:

    •  Geração:  composto pelas usinas ou centrais geradoras. Estas

    centrais podem ser do tipo hidrelétrica, térmica (carvão, óleo, gás

    natural, etc...), nuclear ou eólica. Ao final de 2002 a capacidade

    de geração instalada no Sistema Interligado Nacional (SIN)

    correspondia à aproximadamente 73 GW sendo 80% de origem

    hidráulica. Em um sistema hidrotérmico com predominância

    hidráulica, como o brasileiro, as usinas são construídas onde

    melhor se pode aproveitar as afluências e os desníveis dos rios,

    geralmente distantes dos centros consumidores. Neste contexto

    grandes blocos de energia precisam ser transmitidos das regiões de produção para as regiões de consumo sendo necessário

    desenvolver um extenso, e portanto complexo, sistema de

    transmissão.

    •  Transmissão:  constituído pelas linhas de transmissão e

    equipamentos auxiliares necessários para transmitir a potência

     produzida nas centrais geradoras até os centros consumidores. Os

    sistemas de transmissão podem ser em corrente alternada (CA) ou

    em corrente contínua (CC), sendo os últimos utilizados apenas no

    caso de transmissão de grandes blocos de potência a distâncias

    muito elevadas. Ao final de 2002, a rede de transmissão do SIN

    era formada por mais de 72.000 Km de linhas de transmissão em

    tensões superiores a 230 kV. Formando caminhos alternativos, a

    rede de transmissão permite transportar a energia produzida até os

    consumidores com um maior grau de confiabilidade. Mais ainda,

    as grandes interligações possibilitam a troca de energia entre

    regiões, permitindo obter benefícios a partir da diversidade de

    comportamento das vazões entre rios de diferentes bacias

    hidrográficas.

    •   Distribuição:  constituído pelas subestações e alimentadores

    responsáveis pela distribuição da energia elétrica aosconsumidores industriais, comerciais e residenciais. Em geral,

  • 8/17/2019 Tese_MSc_Leonardo_Almeida - Controle a Geracao

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    Capítulo I - Introdução 3

    incluem também uma parte local do sistema de transmissão, em

    tensões mais baixas (geralmente 69 kV e 138 kV), o qual recebe a

    denominação de subtransmissão.

    A Figura I.2 ilustra as principais bacias hidrográficas utilizadas nos

    aproveitamentos hidrelétricos do sistema elétrico brasileiro, assim como as

    grandes distâncias a serem percorridas pelas linhas de transmissão em extra

    alta tensão (EAT) para atender a carga dos grandes centros consumidores. 

    Figura I.2: Integração EletroEnergética

    Um SEP devidamente projetado e operado deve satisfazer os seguintes

    requisitos fundamentais:

  • 8/17/2019 Tese_MSc_Leonardo_Almeida - Controle a Geracao

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    Capítulo I - Introdução 4

    •  O sistema deve ser capaz de suprir as contínuas mudanças na

    carga. A eletricidade não pode ser armazenada de maneira

    conveniente em grandes quantidades, portanto, uma adequada

    reserva girante de potência ativa e reativa deve ser mantida e

    apropriadamente controlada.

    •  O sistema deve suprir energia com o menor custo econômico e

    impacto ecológico possível.

    •  A qualidade no suprimento de energia deve atender um

    desempenho mínimo em relação à variação de freqüência, à

    variação de tensão e ao nível de confiabilidade.

    Vários níveis de controle, com inúmeros dispositivos, são utilizados para fazer

    com que os SEPs sejam capazes de atender aos requisitos acima citados. Os

    objetivos destes controles dependem do estado de operação em que se

    encontram os SEPs. Em condições normais, o objetivo dos controles é

     basicamente de manter a tensão e a freqüência próximas de seus valores

    nominais da maneira mais eficiente possível. Quando em condições adversas,novos objetivos devem ser alcançados fazendo com que o SEP retorne para sua

    condição normal de operação [Kundur 1994].

    O controle de SEPs é facilitado pela aplicação da propriedade de

    desacoplamento entre os pares de variáveis: potência ativa ( P ) – freqüência da

    tensão nas barras (  f  ) e potência reativa ( Q ) – magnitude da tensão nas barras

    (V ). Ou seja, os fluxos de potência ativa e potência reativa em um SEP são

    razoavelmente considerados independentes um do outro e influenciados por

    diferentes ações de controle [Kundur 1994]. Embora variações em  P  possam

    afetar V   e mudanças em Q  possam influenciar  f  , dentro da faixa normal de

    operação estes efeitos cruzados são apenas marginais. Assim, controlando-se o

    torque entregue pelas máquinas primárias aos geradores controla-se

    essencialmente a potência ativa e conseqüentemente a freqüência. Da mesma

    forma, através de variações apropriadas da excitação de campo dos geradores

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    Capítulo I - Introdução 5

    controla-se a potência reativa e conseqüentemente a tensão terminal da

    máquina.

     Na Figura I.3 são identificadas as principais malhas de controle associadas aum sistema de potência.

    Sistema Elétrico

    (rede / carga)

    GrupoTurbina - Gerador 

    Sistema de Excitação

    Sistema de Regulação Primária( Regulador de Velocidade )

    Controle Secundário de Tensão

    Sistema de Regulação Secundária( Controle Automático de Geração )

    correntede campo

    tensão

     potência

    velocidade

     potênciamecânica

    velocidade

     potência

    elétrica

    tensão de

    referência

     potência de

    referência

    tensão da barra piloto

    frequência

    intercâmbio

    geraçãocontroles de uma

    unidade geradora

     

    Figura I.3: Principais malhas de controle associadas a um SEP

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    Capítulo I - Introdução 6

    O controle do sistema de excitação consiste, basicamente, da atuação do

    regulador automático de tensão (RAT). Esse controle procura manter a tensão

    terminal da máquina igual ao valor de referência definido pelos operadores do

    sistema ou por controles de nível mais elevado. O sistema de excitação,

    através de estabilizadores de sistema de potência (ESP), ainda auxilia no

    amortecimento das oscilações do rotor da máquina quando da ocorrência de

     perturbações no sistema. Esta última função advém do fato de que a tensão de

    campo do gerador afeta significativamente o torque de amortecimento da

    máquina. As constantes de tempo do sistema de excitação são da ordem de

    milisegundos.

    O Controle Secundário de Tensão (CST) consiste de uma malha de controle

    mais externa que regula a tensão do lado da transmissão através de barras

    chamadas barras piloto. Isso é feito através do ajuste das tensões de referência

    do RAT. Trata-se de um sistema de controle centralizado e cujas constantes de

    tempo são da ordem de poucos minutos.

    O controle do sistema de regulação primária consiste, basicamente, da atuação

    do regulador automático de velocidade (RAV). Esse controle monitora a

    velocidade do eixo do conjunto turbina-gerador e controla o torque mecânico

    da turbina de modo a fazer com que a potência elétrica gerada pela unidade se

    adapte às variações de carga. As constantes de tempo do controle primário são

    da ordem de alguns segundos.

    Como a atuação do controle primário normalmente resulta em desvios de

    freqüência, é necessário que se conte com a atuação de um outro sistema de

    controle para restabelecer a freqüência ao seu valor nominal. Este sistema é

    chamado de Sistema de Regulação Secundária ou Controle Automático de

    Geração (CAG). No caso de sistemas interligados este controle secundário tem

    ainda a incumbência de manter o intercâmbio de potência entre regiões

    vizinhas tão próximo quanto possível dos valores previamente programados.

    Atualmente os CAGs são baseados em integrais do erro de controle, definidos

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    Capítulo I - Introdução 7

    mais comumente como Erro de Controle de Área (ECA). As empresas que

    operam o CAG são denominadas controladoras de área e as outras empresas

    controladas. Trata-se de um sistema de controle centralizado e cujas

    constantes de tempo são da ordem de minutos.

    O projeto de um sistema de potência de grande porte, como o brasileiro, que

    assegure uma operação estável a um baixo custo é um problema bastante

    complexo. Os SEPs são sistemas extremamente não lineares. Para executar as

    tarefas relacionadas ao planejamento e operação dos SEPs os engenheiros

    necessitam de ferramentas computacionais para análise, simulação e controle.

    Essas ferramentas permitem aos engenheiros a tomada de decisão com relaçãoao planejamento da expansão, à melhor estratégia de operação e ao efetivo

    controle do sistema. No Brasil da mesma forma que em diversos países, o

    sistema é projetado para atender o critério N-1, ou seja, no caso de falta

    temporária de um elemento de geração ou transmissão, outras fontes ou

    caminhos alternativos de suprimento existem, de forma a permitir a

    continuidade do fornecimento de energia aos centros de consumo.

     Nos estudos convencionais de desempenho dinâmico à freqüência fundamental

    não são levadas em consideração as variações lentas que ocorrem com a carga,

     preocupando-se apenas com o comportamento do sistema frente a defeitos de

    rápida duração, como por exemplo, curto-circuito seguido da abertura de

    linhas.

    Esta tese aborda principalmente o problema do Controle Carga-Frequência

    (CCF) em SEPs, voltando o seu enfoque para o controle da malha de regulação

    secundária, mais comumente denominado Controle Automático de Geração

    (CAG). O objetivo primordial deste tipo de controle, como citado

    anteriormente, é de restabelecer a freqüência ao seu valor de referência. No

    Sistema Interligado Nacional a freqüência de referência é fixada em 60 HZ.

  • 8/17/2019 Tese_MSc_Leonardo_Almeida - Controle a Geracao

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    Capítulo I - Introdução 8

    É feita uma revisão dos conceitos básicos dos controles responsáveis pela

    regulação primária e secundária. Esta tese também trata de assuntos

    relacionados ao problema de estabilidade de tensão, enfocando principalmente

    o Controle Secundário de Tensão (CST), controle este responsável pela

    regulação da tensão ao nível da transmissão. Os controles, tanto do CAG como

    do CST, são implementados em um programa comercial de análise de

    transitórios eletromecânicos. Um sistema fictício e outro real são simulados.

    Diversas simulações dinâmicas são efetuadas com o objetivo de fixação dos

    conceitos e validação dos modelos de CAG e CST.

    I.2  Estrutura da Tese

    Esta tese esta organizada da seguinte forma.

    O Capítulo I apresenta a introdução deste trabalho.

    O Capítulo II apresenta o desenvolvimento das equações diferenciais que

    descrevem o comportamento dinâmico do sistema e suas respectivas funções

    de transferência. São apresentadas modelagens específicas para máquinas

    síncronas e as funções de transferência que regem o comportamento das

    turbinas.

    O Capítulo III aborda os aspectos teóricos do problema de controle carga-

    freqüência. São discutidos os níveis de controle de freqüência e apontadas as

    suas deficiências. O enfoque maior incide sobre a malha de regulação

    secundária e seu comportamento na operação de sistemas interligados. A

    utilização de bias diferente da característica da área é apresentada.

    O Capítulo IV trata de questões relacionadas ao problema de estabilidade de

    tensão, enfocando principalmente o Controle Secundário de Tensão (CST). Aimplementação de um CST é apresentada.

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    Capítulo I - Introdução 9

    O Capítulo V apresenta as simulações feitas com dois sistemas: um sistema de

     pequeno porte, sendo utilizado um sistema de 6 barras com duas áreas, e um

    sistema de grande porte, sendo utilizado o Sistema Interligado Nacional (SIN).

    Estas simulações visam avaliar o comportamento dos controles secundários de

    freqüência e tensão.

    O Capítulo VI apresenta as conclusões deste trabalho e sugestões para

    trabalhos futuros.

    O programa utilizado para a implementação dos controles e para a realização

    das simulações foi o Programa de Análise de Transitórios Eletromecânicos

    ANATEM do CEPEL [CEPEL 2002]. Foram também utilizados os programas

    ANAREDE (Programa de Análise de Redes) e PlotCEPEL (Programa de

    Visualização de Gráficos), desenvolvidos pelo CEPEL [CEPEL

    2003a][CEPEL 2003b].

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    Capítulo II – Modelagens Específicas 10

    II 

    Capítulo II

    Modelagens Específicas

    II.1  Modelo de Máquina Síncrona

    Para estudar um sistema, é necessário que este seja convenientemente descrito

    através de equações matemáticas. As equações diferenciais que descrevem o

    comportamento dinâmico do sistema podem ser obtidas através de um balanço

    de potência em cada máquina do sistema.

    Seja a máquina síncrona representada na Figura II.1, a segunda Lei de Newton

    em sua forma rotacional fornece:

    am T 

    dt 

    d  J    =   (1)

    Onde:

    → J   momento de inércia combinado (gerador-turbina), [2

    mkg ⋅ ].

    →m  velocidade angular do rotor em radianos mecânicos, [  srad  ].

    →aT   torque acelerante, [ m N  ⋅ ].

    →t   tempo, [ s ].

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 11

     

    Figura II.1: Máquina Síncrona

    O torque acelerante ( aT  ) é o torque resultante da diferença entre o torque

    mecânico e o torque elétrico.

    ema T T T    −=   (2)

    Onde:

    →mT   torque mecânico, [ m N  ⋅ ].

    →eT   torque elétrico, [ m N  ⋅ ].

    Em regime esta diferença é nula e não há aceleração ( 0=aT  ). Durante perturbações, contudo, 0≠aT  .

    Definindo-se a constante de inércia  H como:

    máquinadanominal aparente potência

    nominal velocidadeàarmazenadacinéticaenergia H  =   (3)

    Tem-se:

     N 

    m

     J  H 

    20

    2

    1   ω =   (4)

    Onde:

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 12

    →m0  velocidade angular nominal do rotor em radianos mecânicos, [  srad  ].

    → N S   potência aparente nominal da máquina, [VA ].

    O momento de inércia  J em termos de  H  fica:

     N m

    S  H 

     J 20

    2

    ω =   (5)

    Substituindo as Equações (2) e (5) na Equação (1) tem-se:

    emm

     N m

    T T dt 

    d S 

     H −=

    ω 20

    2  (6)

    m

     N 

    em

    m

    m

    S T T 

    dt 

    d  H 

    0

    0

    2

    ω ω 

    ω    −=⎟⎟

     ⎠

     ⎞⎜⎜⎝ 

    ⎛   (7)

     Notando-se que:

     N m

     N  T S 

    =0ω 

      (8)

    r r 

    m

    m

    np

    npω 

    ω 

    ω 

    ω ω 

    ω ===

    000

      (9)

    Onde:

    → N T   torque nominal da máquina, [ m N  ⋅ ].

    →r   velocidade angular do rotor em radianos elétricos, [  srad  ].

    →0  velocidade angular nominal do rotor em radianos elétricos, [  srad  ].

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 13

    →r ω   velocidade angular do rotor em radianos elétricos, [ pu ].

    →np  número de par de pólos

    Substituindo-se as Equações (8) e (9) na Equação (7) tem-se:

    emr  T T 

    dt 

    d  H    −=

    ω 2 (10)

    Onde:

    →mT   torque mecânico, [ pu ].

    →eT   torque elétrico, [ pu ].

    Ao invés de medir a posição angular em relação a um eixo fixo, é mais

    conveniente fazê-lo em relação a um eixo de referência que gira à velocidade

    síncrona em relação ao eixo fixo. Seja δ  a posição angular do rotor, emradianos elétricos, em relação ao eixo de referência que gira à velocidade

    síncrona, e 0δ  , a sua posição em t  igual a zero, tem-se:

    )( 00   δ ω δ    +−= t t r    (11)

    Derivando-se a Equação (11) em relação ao tempo, duas vezes consecutivas,obtém-se:

    r  sr dt 

    d ω ω ω 

    δ ∆=−=   (12)

    dt 

    dt 

    dt 

    d  r r    ω ω δ    ∆==2

    2

      (13)

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 14

    dt 

    dt 

    dt 

    d  r r    ω ω ω 

    ω δ    ∆

    == 0022

      (14)

    Substituindo-se dt d  r ω   na Equação (10) tem-se:

    em T T dt 

    d  H −=

    2

    2

    0

    2   δ 

    ω   (15)

    A Equação (15) representa a equação de movimento de uma máquina síncrona,

    comumente chamada de equação swing .

    A Figura II.2 mostra o diagrama de blocos das Equações (10) e (15).

     Hs2

    1mT 

      +

    r ω ∆Σ

    eT 

     s0 δ 

     

    Figura II.2: Diagrama de blocos da equação swing

    Em estudos do tipo carga-freqüência é comum representar a relação acima em

    termos de potência mecânica e elétrica ao invés do torque. A relação entre a

     potência  P  e o torque T  é dada por:

    T  P  r ω =   (16)

    Considerando pequenos desvios em torno do valor nominal, e negligenciando

    os termos de segunda ordem em diante tem-se:

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 15

    r r 

    T T T 

     P  P  P 

    ω ω ω    ∆+=

    ∆+=

    ∆+=

    0

    0

    0

      (17)

    ( )( )T T  P  P  r    ∆+∆+=∆+ 000   ω    (18)

    r T T  P    ∆+∆=∆ 00   (19)

    r ememem T T T T  P  P    ∆−+∆−∆=∆−∆ )()( 000   (20)

    Como em regime permanente os torques elétricos e mecânicos são iguais

    ( 00 em T T    = ), e com a velocidade expressa em  pu , 10  = , tem-se:

    emem T T  P  P    ∆−∆=∆−∆   (21)

    O diagrama de blocos da Figura II.2 pode ser reescrito da forma mostrada na

    Figura II.3.

     Hs21+

    r ω ∆Σ

    e P ∆

     s0 δ m P ∆

     

    Figura II.3: Diagrama de blocos da equação swingcom desvios de potência

    II.2  Modelos de Turbinas

     Neste item serão analisadas as funções de transferência que definem o

    comportamento das turbinas. Uma modelagem rigorosa destas funções de

    transferência necessitaria de um maior detalhamento das próprias turbinas, o

    que se considera fora do escopo desta tese. Portanto serão apenas apresentados

    os resultados destas modelagens.

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 16

    II.2.1  Modelo para Turbinas Térmicas

    Uma turbina a vapor consiste basicamente de aletas montadas sobre um eixo,

     projetadas para extrair a energia térmica e de pressão do vapor superaquecido,

    originário da caldeira, e converter esta energia em energia mecânica. O vapor é

    admitido na turbina via válvula de controle, a alta temperatura e pressão. Na

    saída, o vapor é entregue ao condensador, a baixa pressão e baixa temperatura.

    Em geral, as turbinas são compostas por diferentes estágios, em função do

    nível da pressão do vapor. No caso geral, uma turbina pode ter três estágios: de

    alta, intermediária e baixa pressão (AP, PI e BP respectivamente). Em turbinas

    com reaquecimento, o vapor que sai do estágio de AP é levado de volta à

    caldeira para ter sua energia térmica aumentada antes de ser introduzido no

    estágio de PI (ou BP). O objetivo é aumentar a eficiência da turbina.

    O percurso do vapor em uma unidade com reaquecimento está representado na

    Figura II.4. A Figura II.5 representa o diagrama de blocos relacionando a posição das válvulas de controle de admissão de vapor e a potência mecânica

    da turbina.

    Válvula de controlede admissão de vapor 

    Turbinade AP

    Reaquecedor 

    Regulador de Velocidade

    Vapor 

    Condensador 

    Turbinade BP

     

    Figura II.4: Percurso do vapor em uma unidade com reaquecimento

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 17

    Válvulade controlede admissão

     de vapor 

    Comando doreg. de veloc.

    Tubulação de entradae câmara

     de vapor (AP)

     AP  F 

    Reaquecedor Câmara de

    vapor de BP

    ∑m P ∆

     

    Figura II.5: Diagrama esquemático para uma unidade com reaquecimento

    O comportamento da válvula de controle é afetado pelo fato de que o fluxo de

    vapor na válvula é uma função não-linear da posição da válvula, apresentando

    efeito de saturação quando a abertura aumenta. Entre as variações de fluxo de

    vapor na válvula e o fluxo de entrada na turbina de AP existe um atraso de

    tempo devido às próprias tubulações de entrada e à câmara de vapor. A turbina

    de AP extrai uma fração (  AP  F  ) da potência térmica do vapor, transformando-a

    em torque mecânico. O estágio de BP (e PI, se houver), transforma a fração

    restante de potência térmica em potência mecânica. Antes de o vapor chegar

    aos estágios de PI e/ou BP, contudo, ele deve retornar à caldeira via

    reaquecedor. Este, portanto, introduz um novo atraso no sistema térmico.

    O diagrama de blocos da Figura II.6 apresenta em detalhes as funções de

    transferência descritas acima.

    C  sT +1

    1

     AP  F 

     R sT +11

     A∆

     AP  F −1

    m P ∆+

    +

     

    Figura II.6: Diagrama de blocos para uma unidade com reaquecimento

    Reduzindo-se este diagrama de blocos, obtém-se o diagrama de blocos

    mostrado na Figura II.7.

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 18

    ( )( )( ) RC 

     R AP 

     sT  sT 

    T  sF 

    +++

    11

    1 A∆ m P ∆

     

    Figura II.7: Diagrama de blocos reduzido para

    uma unidade com reaquecimento

    O modelo para turbinas de condensação direta, ou seja, sem reaquecimento, é

    um caso particular da função de transferência de turbinas com reaquecimento,

    onde 1= AP  F  . Para este caso teremos o diagrama de blocos mostrado na

    Figura II.8.

    ( )C  sT +11 A∆ m P ∆

     

    Figura II.8: Diagrama de blocos parauma unidade sem reaquecimento

    II.2.2  Modelo para Turbinas Hidráulicas

    A Figura II.9 representa esquematicamente o reservatório, o conduto forçado, o

    distribuidor e a turbina de uma unidade hidráulica. Onde  H  é a altura de água

    do reservatório em relação ao nível do distribuidor, u  é a velocidade da água

    no conduto forçado e  L  é o comprimento do conduto forçado.

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 19

     

    Figura II.9: Representação esquemática de uma unidade hidráulica

    A representação da turbina hidráulica em estudos de estabilidade énormalmente baseada nas seguintes aproximações [Kundur 1994]:

    •  A tubulação do conduto forçado é inelástica e a água é

    incompressível.

    •  A velocidade da água é diretamente proporcional a abertura da

    válvula e a raiz quadrada da coluna hidráulica líquida.

    •  A potência da turbina é proporcional ao produto entre altura da

    água e a vazão.

    •  As perdas de pressão no conduto forçado são desprezíveis.

    Usando as hipóteses acima citadas pode-se desenvolver o modelo da turbina

    apresentado em [Kundur 1994].

    O diagrama de bloco que representa a função de transferência desta turbina é

    mostrado na Figura II.10.

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    Capítulo II - Modelagens Específicas 20

    21

    1

    ω 

    ω 

    T  s

     sT 

    +

    − A∆ m P ∆

     gH 

    uLT   =ω 

     

    Figura II.10: Função de transferência para turbinas hidráulicas

    Esta função de transferência representa um sistema de fase não mínima, ou

    seja, a variação inicial da potência é oposta à variação final. Pode-se observar

    que, caso se aplique um degrau unitário àquela função de transferência tem-se:

     sT  s

     sT  s P m

    1

    21

    1)(   ⋅

    +

    −=∆

    ω 

    ω   (22)

    O que passando para o domínio do tempo.

    13)(2

    +−=∆ − t T m et  P    ω    (23)

    A Equação (23) é representada pela curva da Figura II.11.

    Figura II.11: Resposta à um degrau unitário aplicadoà função de transferência de uma turbina hidráulica

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 21

    III 

    Capítulo III

    Controle Carga-Freqüência

    III.1  Introdução

    Os estudos elétricos de sistemas de potência que retratam o desempenho em

    regime permanente analisam as condições destes sistemas para uma certa

    condição específica do mesmo. Isto significa uma fotografia do sistema

    naquele instante. Geralmente são analisadas as condições mais severas de

    carga, como por exemplo, carga pesada e carga mínima. Uma premissa

    adotada para estes estudos é considerar a freqüência do sistema constante e

    igual a 60 HZ, no caso do sistema brasileiro. A Figura III.1 ilustra umresultado de uma análise de fluxo de potência.

    Figura III.1: Resultado de uma análise de fluxo de potência

    Mas na realidade o comportamento do sistema elétrico é bem diferente. As

    cargas nos diversos barramentos variam a cada instante fazendo com que o

    estado de equilíbrio carga-geração seja sempre alterado. À medida que a carga

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 22

    do sistema se altera, é necessário que também se altere a potência mecânica dos

    geradores do sistema, pois a variação de carga é suprida inicialmente pela

    energia cinética das massas girantes provocando desvios de velocidade de

    rotação das máquinas e conseqüentemente desvios de freqüência.

    A Figura III.2 mostra uma curva da variação da carga diária do sistema

     brasileiro.

    Figura III.2: Curva diária de carga

    Portanto, um SEP deve possuir um sistema de controle adequado no sentido de

    fazer com que o mesmo restabeleça um estado de equilíbrio apropriado instante

    a instante. O controle da geração e da freqüência é comumente denominado

    Controle Carga-Freqüência (CCF).

    III.2  Regulação Própria

    Todo sistema de potência possui uma capacidade inerente de alcançar um novo

    estado de equilíbrio carga-geração [Vieira Filho 1984][Kundur 1994]. Isto se

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 23

    explica pelo fato da carga ser variável com a freqüência, e portanto, em geral,

    quando a freqüência decai também decai o valor absoluto da carga, indicando

    uma tendência do próprio sistema de se auto-regular, ou seja, de atingir um

    novo estado de equilíbrio. Esta propriedade é denominada  Regulação Própria 

    do sistema.

    A regulação própria é quantificada por meio do parâmetro  D, chamado de

    Coeficiente de Amortecimento.

     F 

     P 

     D

     D

    =   (24)

    Onde:

    →∆  D P    representa a variação da carga sensível à freqüência.

    →∆ F    representa a variação da freqüência.

    A Figura III.3 mostra uma curva característica da variação da carga com a

    freqüência.

    Figura III.3: Curva Carga x Freqüência

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 24

    Em um sistema de potência de grande porte como o brasileiro as variações de

    carga (  D P ∆ ) podem atingir valores consideráveis. Por outro lado, valores

    típicos de  D   para tais sistemas são relativamente baixos (variando de 1% a

    2%) mostrando que variações inadmissíveis de freqüência podem seralcançadas.

    O diagrama de blocos do sistema incluindo o efeito de amortecimento da carga

    é mostrado na Figura III.4.

     s

    1

     D

     M  P ∆

     L P ∆  D P ∆

    +

    −  − r ∆Σ

     

    Figura III.4: Diagrama de blocos com amortecimento

    Sendo:

     E  D L  P  P  P    ∆=∆+∆   (25)

    Onde:

    →∆  L P    representa a variação da carga não sensível à freqüência.

    O diagrama de blocos da Figura III.4 pode ser reduzido como ilustrado naFigura III.5.

     D Ms +1

     M  P ∆

     L P ∆

    +

    −r ∆Σ

     

    Figura III.5: Diagrama de blocos do sistema

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 25

    III.3  Regulação Primária

    Como visto no item anterior, um sistema de potência tem uma característica

    inerente, que denominamos Regulação Própria, de alcançar um novo ponto de

    equilíbrio quando de um desbalanço carga-geração. Entretanto, esta auto-

    regulação pode levar o sistema a níveis operativos inaceitáveis (variações de

    freqüência de grande porte). Torna-se portanto necessária a atuação de um

    controle que auxilie na condução do sistema a um novo ponto de equilíbrio

    mais favorável.

    Por esta razão as unidades geradoras são dotadas de mecanismos de regulação

    de velocidade automática que atuam no sentido de aumentar ou diminuir a

     potência gerada quando a velocidade (ou freqüência) se afasta da velocidade

    (ou freqüência) de referência. Este primeiro estágio de controle de velocidade

    em uma unidade geradora é denominado  Regulação Primária [Vieira Filho

    1984].

    A seguir são apresentados os tipos de reguladores de velocidade existentes.

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 26

    III.3.1  Reguladores de Velocidade Isócronos

    Um regulador de velocidade isócrono é do tipo indicado na Figura III.6.

    Figura III.6: Regulador de Velocidade Isócrono

    As esferas indicadas giram em sincronismo com a turbina e a força que se

    exerce sobre elas é função da velocidade de rotação. A cada valor de

    velocidade (ou freqüência) da máquina corresponde uma posição do ponto  B.

    Dessa forma, podemos verificar que o fluxo de óleo no distribuidor será uma

    função da freqüência, sendo que existe somente uma posição dos êmbolos do

    distribuidor para a qual o fluxo de óleo é interrompido, e esta corresponde àvelocidade nominal da turbina (freqüência nominal).

    Supondo-se uma diminuição na freqüência devido a um aumento de carga no

    sistema. A tendência do ponto B, cuja posição é regida pela força centrífuga

    das esferas, é elevar-se, deslocando os êmbolos e provocando a abertura da

     parte superior do distribuidor, e como conseqüência uma injeção de óleo no

     pistão que fará uma abertura maior na admissão da turbina. Este movimento

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    44/183

     

    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 27

    continuará até que se atinja exatamente o valor da freqüência nominal do

    sistema, única para a qual cessarão as injeções de óleo no distribuidor.

    A Figura III.7 mostra o diagrama de blocos da função de transferência de umregulador de velocidade isócrono.

     s

     K − F ∆  A∆

     

    Figura III.7: Diagrama de blocos de um regulador

    de velocidade isócrono

     Na Figura III.7,  F ∆  representa a variação da freqüência do sistema em  pu e

     A∆  representa a variação da abertura da admissão em  pu .

    Somente em um caso pode-se conceber tal tipo de regulação, sem se introduzir

    danos para a estabilidade do sistema. Este seria o caso simplista de uma única

    máquina suprindo uma única carga [Vieira Filho 1984].

    A Figura III.8 mostra a resposta no tempo de uma unidade geradora, dotada de

    um regulador isócrono, quando submetida a um aumento de carga.

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 28

     

    Figura III.8: Reposta no tempo de uma unidade geradoracom regulado de velocidade isócrono

    A operação em paralelo de unidades geradoras com controle do tipo isócrono,

     possui uma séria dificuldade, pois é praticamente impossível estabelecer e

    manter valores de referência idênticos nos diversos controladores de

    velocidade do sistema. A implementação deste tipo de controle promove uma

    disputa entre as unidades no sentido de cada uma buscar estabelecer para osistema a freqüência definida no seu próprio valor de referência. Como a

    freqüência é única ao longo de todo o sistema, no final deste processo teríamos

    um colapso, com algumas unidades tendendo ao seu despacho máximo

    enquanto outras tenderiam ao seu despacho mínimo.

    Portanto, em sistemas de potência com mais de uma unidade geradora suprindo

    as diversas cargas, este tipo de regulador embora apresente a vantagem de fazer

    com que a freqüência retorne ao seu valor original, traz sérios problemas de

    instabilidade e impossibilidade de repartição adequada da carga entre as

    unidades geradoras.

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    Capítulo III – Controle Carga-Freqüência 29

    III.3.2  Reguladores de Velocidade com Queda de Velocidade

    Para que se tenha uma divisão estável da carga entre duas ou mais unidades

    geradoras operando em paralelo, os reguladores destas unidades devem

    apresentar uma característica de queda de velocidade. A Figura III