TeseNormalizada Verso Final 14 Dez
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OSVALDO VASCONCELLOS VIEIRA
PONTO DE MATURAO IDEAL PARA COLHEITA DO GIRASSOL
VISANDO ALTA QUALIDADE DA SEMENTE
Tese apresentada no Curso de Ps-Graduao emAgronomia, rea de concentrao em Produo Vegetal,Departamento de Fitotecnia e Fitossanitarismo, Setor deCincias Agrrias, Universidade Federal do Paran,como parte das exigncias para obteno do ttulo deDoutor em Cincias.
Orientador: Prof. Dr. Edelclaiton Daros
CURITIBA - PR2005
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minha esposa Renata pelo amor, carinho,compreenso e incentivo. minha filha Isadorapela alegria da vida.
Dedico
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AGRADECIMENTOS
Ao meu pai Plato dos Santos Vieira (in memorian) e minha me IoneVasconcellos Vieira, pelo amor, educao, carinho, ateno e dedicao que deram a mim
durante minha vida.
minha av Dalila (in memorian) pelo afeto que sempre dedicou a mim.
Ao Professor Dr Edelclaiton Daros, mais que um orientador, um grande amigo,
conselheiro, apoiador incondicional, exemplo de profissionalismo, minha admirao.
Ao Dr Francisco Carlos Krzyzanowski, brilhante colega, um dos responsveis por
este desafio, pelo incentivo, sugestes, confiana, co-orientao, ensinamentos e amizade.
Aos Professores Dr Edilberto Possamai e Dr Jos Luiz Camargo Zambon membros
do comit de orientao, pela colaborao no desenvolvimento do trabalho.
Ao colega Dr Carlos Arrabal Arias, pela pacincia, sugestes e auxlio na
orientao estatstica.
Ao colega Marcelo Fernandes de Oliveira, amigo, companheiro, grande incentivador
a quem devo muito do que aprendi na cultura do girassol, minha gratido.
Ao Dr Caio Vidor, Vnia Castiglioni, Jos Renato Farias e Benami Bacaltchuk, pelo
empenho na possibilidade de poder realizar este curso.
Ao amigo Fernando Adegas pela sua amizade, disponibilidade e apoio.
colega Ivani de Oliveira Negro Lopes pelas sugestes e consideraes em
relao as anlises estatsticas.
Aos Professores Anbal de Morais, Pedro Ronzelli Jnior, Cssio Prete pela
disposio em transmitir seus conhecimentos nas disciplinas cursadas.
Aos colegas Ivnia, Ademir e Snia pela colaborao no material bibliogrfico.
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Aos colegas da equipe de girassol, Roberval, Reinaldo, Atade, Valdenir, Nilson,
Alcio, Carlos Ges e Alan pela amizade e incansvel colaborao na execuo dos
trabalhos de campo.
Neide Furukawa e Danilo Estevo pela diagramao e finalizao do trabalho.
Ao colega Alisson e equipe responsvel pelas casas de vegetao ao apoio
recebido.
Aos funcionrios do Laboratrio de Sementes da Embrapa Soja, Elisa, Vilma e
George, pelos bons momentos de convivncia e colaborao.
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuria EMBRAPA por oportunizar a
realizao do Curso e acreditar que o principal bem de uma empresa so os seus
funcionrios.
Embrapa Soja, pela disponibilizao de sua estrutura para realizao deste
trabalho.
Aos colegas do Curso de Ps-Graduao pela acolhida e feliz convivncia durante
a realizao do Curso.
Aos funcionrios tcnico-administrativos do Departamento de Fitotecnia e
Fitossanitarismo em especial a Lucimara pela compreenso e colaborao.
Silomax pela construo e cesso do prottipo do secador de sementes.
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BIOGRAFIA DO AUTOR
OSVALDO VASCONCELLOS VIEIRA, nascido no dia 30 de abril de 1962, emSanta Maria RS, filho de Plato dos Santos Vieira e Ione Vasconcelos Vieira.
Casado com Renata Martineli Vieira tem a filha Isadora Martinelli Vieira.
Engenheiro Agrnomo, formado na Faculdade de Agronomia da Universidade de
Passo Fundo RS.
Mestre em Fitotecnia, rea de Concentrao Fitotecnia, pela Universidade Federal
do Rio Grande do Sul em 1990.
Ps-Graduado, em nvel de Especializao, em Engenharia de Produo -
Marketing para Gesto Empresarial, pela Universidade Federal de Santa Catarina em 2001.PsGraduado, em nvel de Especializao, MBA em Marketing pela Fundao
Getlio Vargas em 2002.
Foi professor concursado da Faculdade de Engenharia Agrcola da Universidade
Luterana do Brasil (ULBRA) - RS, ministrando a disciplina de Cultivos Agrcolas.
Responsvel tcnico das propriedades Agropecuria PIOMA e Fazenda PIOMA da
Soledade de 1990 a 1998.
Professor da Faculdade de Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF)
RS, ministrando as disciplinas de Parques e Jardins, Olericultura, Extenso Rural I e
Extenso Rural II.
Foi Supervisor do Estgio Curricular Obrigatrio dos alunos da Faculdade de
Agronomia da Universidade de Passo Fundo (UPF).
Professor substituto concursado da Escola Agrotcnica Federal de Serto RS,
ministrando as disciplinas de Indstrias Rurais e Avicultura.
Professor concursado da Faculdade de Agronomia da Universidade de Iju (UNIJUI)
RS, ministrando a disciplina de Olericultura.
Professor concursado da Escola Agrotcnica Federal de Rio do Sul SC,
ministrando as disciplinas de Administrao Rural, Construes Rurais e Cooperativismo.
Aprovado em concurso pblico, ingressou na Embrapa Soja em 1997 na rea de
Transferncia de Tecnologia onde exerce as suas atividades at os dias de hoje.
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SUMRIO
AGRADECIMENTOS..........................................................................................................ivBIOGRAFIA DO AUTOR....................................................................................................viSUMRIO............................................................................................................................viiiLISTA DE FIGURAS ...........................................................................................................xiLISTA DE TABELAS ..........................................................................................................xiiLISTA DE ANEXOS............................................................................................................xiiiRESUMO .............................................................................................................................xviiABSTRACT .........................................................................................................................xviii
1 INTRODUO .................................................................................................................1
2 REVISO DE LITERATURA ...........................................................................................32.1 ORIGEM E DISSEMINAO DO GIRASSOL .............................................................32.2 FATORES FITOTCNICOS QUE AFETAM A PRODUO DE SEMENTES DEGIRASSOL...........................................................................................................................52.3 FORMAO DAS SEMENTES ....................................................................................72.3.1 Inflorescncia..............................................................................................................72.3.2 Florescimento .............................................................................................................92.3.3 Polinizao .................................................................................................................122.3.4 Fecundao................................................................................................................132.3.5 Semente......................................................................................................................142.4 MATURAO................................................................................................................152.5 DORMNCIA.................................................................................................................19
2.6 QUALIDADE DE SEMENTE .........................................................................................202.7 COLHEITA DE GIRASSOL...........................................................................................22
3 METODOLOGIA...............................................................................................................253.1 LOCAL ...........................................................................................................................253.2 CARACTERIZAO CLIMTICA.................................................................................253.3 CARACTERIZAO DO SOLO....................................................................................253.4 DADOS METEOROLGICOS DURANTE O PERODO EXPERIMENTAL ................253.5 DURAO DO EXPERIMENTO...................................................................................263.6 CARACTERIZAO DO GENTIPO UTILIZADO ......................................................263.7 ANLISE DO SOLO ......................................................................................................26
3.8 EXPERIMENTO DO ANO DE 2002..............................................................................263.8.1 Estabelecimento e conduo do campo de produo de sementes.........................263.8.1.1 Manejo de plantas daninhas ...................................................................................263.8.1.2 Adubao.................................................................................................................273.8.1.3 Densidade de semeadura e espaamento.............................................................273.8.1.4 Tratos culturais ........................................................................................................273.9 EXPERIMENTO DO ANO DE 2003..............................................................................273.9.1 Estabelecimento e conduo do campo de produo de sementes.........................273.9.1.1 Manejo de plantas daninhas ...................................................................................273.9.1.2 Adubao.................................................................................................................283.9.1.3 Densidade de semeadura e densidade ..................................................................293.9.1.4 Tratos culturais ........................................................................................................293.10 COLHEITA...................................................................................................................283.11 SECAGEM...................................................................................................................293.12 ARMAZENAMENTO....................................................................................................29
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3.13 QUEBRA DE DORMNCIA........................................................................................303.14 BENEFICIAMENTO.....................................................................................................303.15 TRATAMENTOS .........................................................................................................303.16 AVALIAES..............................................................................................................313.16.1 Germinao ..............................................................................................................323.16.2 Teste de Tetrazlio...................................................................................................323.16.3 Velocidade de germinao.......................................................................................333.16.4 Envelhecimento acelerado .......................................................................................333.16.5 Peso de 1000 sementes...........................................................................................343.17 PROCEDIMENTO ESTATSTICO..............................................................................34
4 RESULTADOS E DISCUSSO .......................................................................................354.1 COLHEITA COM COLHEDORA...................................................................................364.2 COLHEITA MANUAL.....................................................................................................42
5 CONCLUSES ................................................................................................................48
6 CONSIDERAES FINAIS.............................................................................................49
7 REFERNCIAS ................................................................................................................50
8 ANEXOS...........................................................................................................................65
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LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Detalhes da flor do girassol (MCGREGOR, 1976 apud SEILER, 1997)........8FIGURA 2 - Morfologia da inflorescncia do girassol (Helianthus annuus).......................11
FIGURA 3 - Morfologia da semente....................................................................................14
FIGURA 4 - Regresso da varivel germinao, em resposta a colheita comcolhedora em diferentes percentagens de umidade, nos anos de2002 e 2003 em Londrina PR. ....................................................................39
FIGURA 5 - Regresso da varivel germinao, em resposta a colheita comcolhedora em diferentes dias aps o florescimento (DAF), nos anos de
2002 e 2003 em Londrina PR. ....................................................................40FIGURA 6 - Regresso da varivel ndice de velocidade de germinao (IVG),
em resposta a colheita com colhedora em diferentes percentagens deumidade, nos anos de 2002 e 2003 em Londrina PR. ...............................40
FIGURA 7 - Regresso da varivel ndice de velocidade de germinao (IVG),em resposta a colheita com colhedora em diferentes dias aps oflorescimento (DAF), nos anos de 2002 e 2003 em Londrina PR..............41
FIGURA 8 - Regresso da varivel peso de 1000 sementes (P1000), em resposta acolheita manual em diferentes dias aps o florescimento (DAF), nos
anos de 2002 e 2003 em Londrina PR. ......................................................46
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LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Temperaturas da massa de semente durante a secagem em funo doseu grau de umidade (ALIMPIC, 1981)..........................................................29
TABELA 2 - Umidade, dias aps o florescimento (DAF) de aqunios de girassolsubmetidos a diferentes mtodos de colheita no ano de 2002. ....................31
TABELA 3 - Umidade, dias aps o florescimento (DAF) de aqunios de girassolsubmetidos a diferentes mtodos de colheita no ano de 2003. ....................31
TABELA 4 - Mdia de germinao, tetrazlio, peso de 1000 aqunios (P1000) ndicede velocidade de germinao (IVG) e envelhecimento acelerado (EA) deaqunios colhidos com colhedora em diferentes dias aps o florescimento
nos anos de 2002(1) e 2003(2)......................................................................35TABELA 5 - Mdia de germinao, tetrazlio, peso de 1000 aqunios, ndice de
velocidade de germinao e envelhecimento acelerado de aqunioscolhidos manualmente em diferentes dias aps o florescimento (DAF) nosanos de 2002(1) e 2003)2) .............................................................................35
TABELA 6 -Qualidade fisiolgica de aqunios de girassol, avaliadas pelos testes degerminao, tetrazlio e peso de 1000 sementes (P1000), submetidos acolheita com colhedora em diferentes dias aps o florescimento (DAF) namdia dos anos de 2002 e 2003 em Londrina PR .....................................36
TABELA 7 - Qualidade fisiolgica de aqunios de girassol, avaliados pelo ndice develocidade de germinao (IVG) e pelo teste de envelhecimentoacelerado (EA), submetidos a colheita com colhedora em diferentes diasaps o florescimento (DAF) nos anos de 2002 e 2003 em Londrina PR...38
TABELA 8 - Qualidade fisiolgica de aqunios de girassol, avaliados pelos testes degerminao, tetrazlio e peso de 1000 sementes (P1000), submetidos acolheita manual em diferentes dias aps o florescimento (DAF) nos anosde 2002 e 2003 em Londrina PR ................................................................43
TABELA 9 - Qualidade fisiolgica de aqunios de girassol, avaliados pelo ndice develocidade de germinao (IVG) e pelo teste de envelhecimento
acelerado (EA), submetidos a colheita manual em diferentes dias aps oflorescimento (DAF) nos anos de 2002 e 2003 em Londrina PR...............44
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LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1 - Dados de Temperatura (mdia, mnima e mxima) observados naFazenda da Embrapa Soja no perodo de janeiro a maio de 2002....................65
ANEXO 2 - Dados de Umidade Relativa observados na Fazenda da Embrapa Soja noperodo de janeiro a maio de 2002......................................................................66
ANEXO 3 - Dados de Precipitao observados na Fazenda da Embrapa Soja noperodo de janeiro a maio de 2002......................................................................67
ANEXO 4 - Dados de Radiao observados na Fazenda da Embrapa Soja no perodode janeiro a maio de 2002. ..................................................................................68
ANEXO 5 - Dados de Temperatura (mdia, mxima e mnima) observados na Fazendada Embrapa Soja no perodo de fevereiro a julho de 2003. ...............................69
ANEXO 6 - Dados de Umidade Relativa observados na Fazenda da Embrapa Soja noperodo de fevereiro a julho de 2003...................................................................71
ANEXO 7 - Dados de Precipitao observados na Fazenda da Embrapa Soja noperodo de fevereiro a julho de 2003...................................................................72
ANEXO 8 - Dados de Radiao observados na Fazenda da Embrapa Soja no perodode fevereiro a julho de 2003. ...............................................................................73
ANEXO 9 - Caractersticas qumicas do solo da rea experimental na camada de 0 a20 cm, Londrina, PR, 2002. .................................................................................74
ANEXO 10 - Caractersticas qumicas do solo da rea experimental na camada de 0 a20 cm, Londrina, PR, 2003. .................................................................................74
ANEXO 11 - Prottipo do secador ...........................................................................................74
ANEXO 12 - Avaliao de viabilidade de plntulas de girassol segundo normas daASSOCIATION OF OFFICIAL SEED ANALYSTS(AOSA)................................75
ANEXO 13 - Preparo da semente de girassol para o teste de tetrazlio proposto pelaInternational Seed Testing Association(ISTA). ..................................................75
ANEXO 14 - Sementes inviveis de girassol submetidas ao teste de tetrazlioconforme normas da International Seed Testing Association(ISTA).................76
ANEXO 15 - ANOVA para avaliaes de germinao, tetrazlio, ndice de velocidadede emergncia (IVG), envelhecimento acelerado (EA) e peso de 1000sementes (P1000), de aqunios de girassol colhidos com colhedora nosanos de 2002 e 2003 em Londrina- PR. .............................................................76
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ANEXO 16 - Regresso entre variveis, germinao, tetrazlio, ndice de velocidadede germinao (IVG), envelhecimento acelerado (EA), e peso de 1000sementes (P1000), em resposta a colheita com colhedora em diferentesumidades, nos anos de 2002 e 2003 em Londrina, PR......................................76
ANEXO 17 - Regresso entre variveis, germinao, tetrazlio, ndice de velocidadede germinao (IVG), envelhecimento acelerado (EA), e peso de 1000sementes (P1000), em resposta a colheita com colhedora em diferentesdias aps o florescimento (DAF), nos anos de 2002 e 2003 em Londrina,PR. ......................................................................................................................77
ANEXO 18 - Regresso entre variveis, germinao, tetrazlio, ndice de velocidadede germinao (IVG), envelhecimento acelerado (EA), e peso de 1000sementes (P1000), em resposta a colheita manual em diferentesumidades, nos anos de 2002 e 2003 em Londrina, PR......................................77
ANEXO 19 - Regresso entre variveis, germinao, tetrazlio, ndice de velocidadede germinao (IVG), envelhecimento acelerado (EA), e peso de 1000sementes (P1000), em resposta a colheita manual em diferentes diasaps o florescimento (DAF), nos anos de 2002 e 2003 em Londrina, PR.........77
ANEXO 20 - ANOVA para avaliaes de germinao, tetrazlio, ndice de velocidadede emergncia (IVG), envelhecimento acelerado (EA) e peso de 1000sementes (P1000), de aqunios de girassol colhidos manualmente nosanos de 2002 e 2003 em Londrina- PR. .............................................................78
ANEXO 21 - Padres de sementes de cultivares de girassol hbridas...................................79
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RESUMO
O girassol (Helianthus annuus L.) a quinta oleaginosa no mundo em produo de gros(25,23 milhes de toneladas) e a quarta em produo de leo (8,78 milhes de toneladas). Aproduo nacional de girassol cresceu 930% entre 1998 e 2004, passando de 15,8 miltoneladas para 147 mil toneladas. Com a expanso da cultura gerou um aumento nademanda por sementes, resultando na necessidade de importao de 100 toneladas desementes da Argentina na safra de 2001/2002. Este trabalho teve como objetivo identificar oponto de maturao ideal para a colheita, visando a produo de sementes com altaqualidade fisiolgica. Os trabalhos foram realizados na fazenda experimental da EmbrapaSoja em Londrina, PR (51 10 57W; 23 11 34S; altitude 628 m) nos anos de 2002 e2003. Foram utilizadas as linhagens CMS HA 30379NW22 (fmea) e 89V23965321(macho), oriundas do programa de melhoramento gentico de girassol da Embrapa Soja.Numa rea de trs ha em 2002 e de um ha em 2003 foram semeadas duas linhas de
machos e quatro linhas de fmeas, com espaamento de 90 cm entre linhas, obtendo umapopulao de 40 mil plantas ha -1. Dez dias aps o florescimento pleno (R 5.5), as linhasmacho foram eliminadas e desde o incio do florescimento pleno, foi contado o nmero dedias aps o florescimento (DAF) at a colheita. As sementes foram colhidas manualmente ecom colhedora em 2002 aos 38, 40, 41, 42, 46 e 54 dias aps o florescimento. Em 2003 acolheita foi procedida aos 34, 39, 41, 42, 46 e 51 dias aps o florescimento pleno. Odelineamento experimental foi de blocos casualizados, com seis tratamentos e quatrorepeties para cada mtodo de colheita. Foram retiradas amostras de 5 kg de sementes,de cada teor de umidade, que foram secas at atingirem o teor de 9% de umidade e,posteriormente, mantidas por 60 dias em cmara fria (10C; 35% UR), para quebra dedormncia. A qualidade fisiolgica foi avaliada mediante testes de germinao, velocidade,envelhecimento acelerado, tetrazlio e peso de 1000 sementes. Os resultados permitiram
concluir que houve diferenas estatsticas entre os anos dos experimentos em relao qualidade de sementes; que a colheita manual deve ser preconizada para linhagens esementes de alto valor agregado, com colheita aos 42 (DAF) e teor entre 15% a 18% deumidade; na colheita com colhedora no se alcanaram os padres mnimos de germinaopara comercializao; sementes colhidas manualmente obtiveram germinao padro.
Palavraschave: Helianthus annuus, maturao fisiolgica, qualidade fisiolgica,oleaginosa.
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ABSTRACT
Sunflower (Helianthus annuus L.) is worldwide considered the fifth oil producing crop inproduction (25.23 million metric tons) and the fourth in oil yielding (8.78 million metric tons).The Brazilian production of sunflower grew 930% from 1998 to 2004, increasing from 15.8thousand metric tons to 147 thousand metric tons within this period. With the expansion ofthe crop there was a consequent increase in the demand for seeds, which resulted on theimport of 100 metric tons of seeds from Argentina in the 2001/2002 growing season. Theobjective of this research work was to determine the ideal harvest time focusing theproduction of seeds with high physiological quality. The experiments were carried out at theEmbrapa Soybean Experimental Farm, in Londrina County, State of Paran, Brazil(5110`57``W; 2311`34``S; altitude 628 m) during the years 2002 and 2003. The lines CMSHA 30379NW22 (female) and 89V23965321 (male), from the Embrapa Soybean sunflowerbreeding program were used in the experiments. In a 3 ha area in 2002 and 1 ha area in
2003, two rows of male lines and four rows of female lines were sown with 90 cminterspaces, achieving a population of 40 thousand plants ha-1. Ten days after full flowering(R 5.5) the male rows were eliminated and from the beginning of flowering the number ofdays after flowering (DAF) were computed until harvest. Achenes were harvested with54DAF; 46DAF; 42DAF; 41DAF; 40DAF; and 38DAF in 2002. In 2003, harvested acheneswas 51DAF; 46DAF; 42DAF; 41DAF; 39DAF; and 34DAF. A Randomized Block, with sixtreatments and four replications was the experimental design used. A 5 kg sample wascollected from each humidity contents. These samples were then dried to reach 9% humidityand subsequently stored for 60 days in a cold chamber (10C; 35%RH) to break dormancy.Physiological quality was evaluated through tests of germination, emergence rate, aceleratedaging, tetrazolium, and weight of 100 achenes. Results allow concluding that there werestatistically significant differences between the years in relation and seed quality; that manual
harvesting is recommended at 42 DAF and humidity between 15% and 18%, for lines andseeds of high aggregated value; it was not possible to determine a standard among thedifferent treatments for the seeds harvested with a combine; seeds harvested manually hada better physiological quality.
Key words:Helianthusannuus, physiological maturity, physiological quality, oil seed.
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1 INTRODUO
Durante toda a histria da humanidade, as melhorias no modo de vida ocorrerampor meio da aplicao de novos conhecimentos. O homem capaz de aprender e de se
adaptar a mudanas culturais, sociais, econmicas, profissionais e polticas, desde que as
mudanas propostas sejam do seu interesse do interesse de sua famlia ou da comunidade.
A sustentabilidade e a competitividade do agronegcio do girassol passa pela
incorporao de novas tecnologias, novos produtos e novos servios nos diferentes
segmentos que compem este complexo agroindustrial.
O girassol (Helianthus annuus L.) destaca-se como a quinta oleaginosa em
produo de gros com estimativas de produo de 25,23 milhes de toneladas em abril de2005, e a quarta em produo de leo (8,78 milhes de toneladas) no mundo (USDA, 2005).
A produo do girassol concentra-se principalmente nos Estados de Gois, Mato
Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Mato Grosso, So Paulo e Paran, mas pode ser
cultivado em todo territrio brasileiro.
Com a expanso da cultura houve um aumento da demanda por sementes aptas
para semeadura. Para suprir esta necessidade, houve um incremento na importao de
sementes da Argentina, uma vez que praticamente toda a semente hbrida consumida no
Brasil originria desse pas. Alm da perda de divisas com a importao, corre-se o risco
da introduo de pragas e doenas que no ocorrem no Brasil. A semente importada
cumpre um longo caminho at chegar ao produtor brasileiro; neste percurso, os processos
de deteriorao afetam a qualidade da semente, interferindo na densidade de semeadura,
populao da lavoura, velocidade de emergncia e, conseqentemente, na produo.
Para suprir a demanda dos produtores de semente de girassol vital o
desenvolvimento de tecnologia de produo apropriada iniciando pela determinao do
ponto de colheita. O momento ideal de colheita e a maturao fisiolgica acham-se
estreitamente relacionados, principalmente porque todo manejo das sementes, aps a sua
retirada do campo, tem como objetivo primordial a manuteno da qualidade mxima
quando atinge o ponto de maturao fisiolgica.
A qualidade da semente a chave para o incremento da produo e produtividade
do girassol. Uma vez colhida com alto potencial fisiolgico e sendo bem armazenada, em
condies adequadas proporcionar uma boa lavoura.
O conhecimento do ponto de colheita fator preponderante para obteno de
sementes de qualidade, pois medida que as sementes permanecem no campo iniciam-se
os processos de deteriorao. A determinao do ponto ideal de colheita proporcionar
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sementes de alta qualidade fisiolgica, viabilizando a tecnologia de produo de sementes
de girassol.
Baseado no exposto, o trabalho foi conduzido com o objetivo geral de identificar o
ponto ideal para colheita visando, a produo de sementes de alta qualidade fisiolgica.Os objetivos especficos foram:
Avaliar as umidades na semente no momento de colheita e sua interferncia no
vigor;
Relacionar umidade de colheita com fator de rendimento na produo de sementes;
Verificar a influncia do mtodo de colheita na qualidade fisiolgica da semente;
Estabelecer faixa ideal de umidade para colheita obtendo sementes com alta
qualidade fisiolgica.
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2 REVISO DE LITERATURA
2.1 ORIGEM E DISSEMINAO DO GIRASSOL
Acreditou-se por muito tempo que o girassol procedia do Peru, ainda que no
houvesse provas que demonstrassem a existncia de dita espcie na Amrica do Sul,
durante a poca pr-colombiana, tanto que Dodonaeus em 1568 chamou a planta de flor de
ouro do Peru. Posteriormente em trabalhos de Linneo, 1753, De Candolle, 1828 (apud
VRNCEANU, 1977) discutiu-se que o girassol poderia ser originrio do Mxico, Canad,
Estados Unidos e inclusive do Brasil (VRNCEANU, 1977).
A hiptese mais utilizada era de que o girassol cultivado havia surgido a partir dogirassol silvestre da regio oeste dos Estados Unidos, que surgia como planta daninha nos
campos dos ndios da Amrica do Norte. Logo, o girassol foi introduzido na parte central do
pas, onde foi domesticado para ser utilizado como alimento na forma de farinha para
fabricao de pes. Outras tribos fabricavam, com a semente, uma tinta prpura para utilizar
na ornamentao de cestas e telas, alm de colorir seus corpos e cabelos em cerimnias
religiosas. Os captulos e as razes eram fervidos e utilizados no combate a malria (PUTT,
1997).
Os resqucios mais antigos j encontrados de girassol (Helianthus annuusL.) foram
descobertos recentemente em 2001, no stio arqueolgico de San Andrs, na regio de
Tabasco, Mxico. A datao dos resqucios uma semente mostram que eles so cerca
de 1200 anos anteriores aos mais antigos indcios da domestificao de girassol no leste da
Amrica do Norte (LENTZ et al., 2001).
Aliado a estudos anteriores, a descoberta de San Andrs parece indicar que o
Mxico foi o bero da domestificao do girassol. J se constatou que os girassis
domesticados modernos vieram de uma rede gentica extremamente restrita, o que sugere
que todos eles derivam de uma nica domestificao. Alm disso, os progenitores
selvagens dos girassis modernos nunca foram identificados no leste da Amrica do Norte,
apesar de pesquisas extensivas (ESTEVES, 2001).
Do continente americano, o girassol em 1510, foi levado por conquistadores
espanhis do Mxico para o jardim botnico de Madri, na Espanha e, em seguida, para a
Itlia (1597), Blgica (1576), Inglaterra (1597), Alemanha (1586) e Frana. Posteriormente,
foi difundido para outras partes do continente Europeu (Holanda e Sua). O girassol seguiu
da Alemanha para o Leste Europeu, especificamente para a Hungria. Alguns autores citam a
data de introduo no Leste Europeu em 1664 e outros afirmam que a sua introduo foi em
1798. Em plena poca da Revoluo Mercantil, o girassol foi levado para o Egito, China e
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ndia. A primeira descrio do girassol monoceflico, similar ao tipo comercial cultivado
atualmente, foi realizada por Dodonaeus, em 1568. Outros investigadores relataram vrios
tipos na Europa e o seu movimento foi dividido em duas fases, sendo uma caracterizada
como planta ornamental e na outra como planta alimentcia. Durante quase duzentos ecinqenta anos aps a sua introduo na Europa, o girassol ainda era utilizado como planta
ornamental (VRNCEANU, 1977; PUTT, 1997).
A primeira meno europia do uso do girassol como fonte de leo uma patente
de inveno inglesa (de nmero 408 na Oficina de Patentes de Londres) outorgada a Arthur
Bunyan em 1716, em plena Revoluo Industrial para extrao de leo de sementes de
girassol para indstrias de couro, txtil e de tintas (VRNCEANU, 1977; PASCALE; DE LA
FUENTE, 1994).
O girassol foi introduzido no sculo XVIII, na Rssia, com sementes provenientesda Holanda, mas ainda como planta ornamental. Em 1769, citado pela primeira vez como
planta comercial, sendo que em 1880 j era cultivado em aproximadamente 150.000
hectares, sendo at o sculo XX uma das culturas mais importantes do pas. A reintroduo
na Amrica do Norte deu-se em 1880 como planta comercial (PUTT, 1997).
Na Amrica do Sul, o girassol foi reintroduzido em meados do sculo XIX por
imigrantes russos na Argentina. A sua utilizao era em hortas para o consumo humano e
para alimentar aves (PASCALE; DE LA FUENTE, 1994; PUTT, 1997).
As primeiras referncias sobre o cultivo do girassol no Brasil datam de 1924,
embora se presuma que a cultura tenha entrado no Rio Grande do Sul no final do sculo
XIX, trazida pelas primeiras levas de colonos europeus, que consumiam as sementes
torradas e tambm fabricavam uma espcie de ch, muito rico em cafena e substituto do
caf no desjejum matinal. Os primeiros plantios comerciais foram feitos no Rio Grande do
Sul, no final da dcada de 1940 ( DALLAGNOL; VIEIRA; LEITE, 2005).
et al., 2005).
A cultura foi estimulada nas dcadas de 1960, no final da dcada de 1970 por meio
do Programa de Mobilizaco Energtica e no incio da dcada de 1990. Todas estas
tentativas foram frustradas devido a problemas comerciais e falta de tecnologia nacional
desenvolvida (DALLAGNOL; CASTIGLIONI; TOLEDO, 1994; DALLAGNOL; VIEIRA;
LEITE, 2005).
O Brasil um produtor pouco expressivo de girassol, tendo participado com
aproximadamente 0,5% da produo mundial nos ltimos dois anos. Verifica-se, no entanto,
que a produo nacional cresceu de 1998 at 2004 930%, passando de 15,8 mil toneladas
em 1998 para 147 mil toneladas em 2004, acompanhando o crescimento do consumo
interno, com substituio progressiva das importaes. Este aumento vem ocorrendo devido
incorporao de tecnologias na cultura que viabilizaram a sua produo de forma
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emergncia em at 15 dias. Os problemas relacionados com a germinao e emergncia
ocasionam desuniformidade no desenvolvimento das plantas, os quais perduram at a
colheita (CASTIGLIONI et al., 1994).
A profundidade de semeadura para a cultura do girassol oscila de 2 a 8 cm,dependendo do sistema de cultivo e do tipo de solo (TORANZO; AMARO, 1994; CASTRO et
al., 1997; CASTIGLIONI et al., 1994; VIEIRA, 1998; VIEIRA, 2000).
A temperatura um dos fatores mais importantes para que a emergncia do
girassol ocorra de forma uniforme (VRNCEANU, 1977; CONNOR; HALL, 1997). As
temperaturas cardeais para o processo germinativo so de 3 a 6C para a mnima, 26C
para a tima e 40C para a temperatura mxima (CSERESNYES, 1979; MACCHIA;
BEVENUTI; BALDANZI, 1985; MAEDA; UNGARO, 1985; GAY; CORBINEAU; CME, 1991;
TORANZO; AMARO, 1994; UHART; ECHEVERRIA; FRUGONE, 2000).No florescimento, a cultura define o nmero de flores e frutos potenciais. Nessa
fase, tambm ocorre um crescimento rpido de folhas e talos, gerando 95% da rea foliar
mxima, que determina a capacidade de captao de radiao foliar. No perodo so
acumuladas reservas de carbono e nitrognio nos rgos vegetativos e nos captulos que,
durante o enchimento dos gros, ser de grande importncia para manter a taxa de
acumulao de peso seco e leo nas sementes (UHART; ECHEVERRIA; FRUGONE, 2000).
A durao do florescimento depende principalmente do gentipo podendo e oscilar de 10 a
15 dias. Temperaturas baixas e tempo nublado e mido prorrogam o florescimento,
enquanto temperaturas altas e tempo seco aceleram o florescimento e, ocasionalmente,
dificultam a polinizao (CASTIGLIONI et al., 1994).
No enchimento de gros, a cultura finaliza a expanso foliar, determina a fixao de
frutos, seu peso, a concentrao e qualidade de leo. o perodo no qual a cultura define o
nmero de aqunios por rea, principal componente do rendimento (ANDRADE;
FERREIRO, 1996; AGUIRREZBAL; ANDRADE, 2002).
Produzir um grama de aqunios de girassol muito mais custoso em termos
energticos do que produzir quantidade similar de um cereal. O aqunio possui alta
concentrao de leo e com um grama de glicose sintetiza-se 0,33 g de leo e 0,41 g de
protena (PENNING DE VRIES, 1974; UHART; ECHEVERRIA; FRUGONE, 2000). Portanto,
necessrio 2,22 g de glicose para produzir um grama de aqunios de girassol (SINCLAIR;
WIT, 1975). A rea foliar verde durante a fase de enchimento de gros est altamente
associada com o peso e contedo de leo na semente. Restries na disponibilidade
hdrica, nutricional (principalmente nitrognio), baixa radiao solar e altas temperaturas
podem reduzir a fixao de gros, o acmulo de peso, a concentrao de leo e qualidade
do mesmo (CONNOR; HALL, 1997).
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No girassol, a taxa de enchimento de aqunios afetada pela capacidade
fotossinttica da planta durante o enchimento dos aqunios. Este efeito maior para os
aqunios que esto localizados no centro do captulo (ANDRADE; FERREIRO, 1996).
Redues no crescimento das plantas, devido ao estresse durante o perodo deenchimento de aqunios, podem levar a falta destes no centro do captulo alm do menor
peso de 1000 aqunios; conseqentemente reduo na produo (HALL et al., 1985;
DOSIO et al., 1998).
A durao do enchimento dos aqunios afetada pela quantidade de radiao
interceptada. A reduo da radiao interceptada durante o perodo de enchimento dos
aqunios (uma semana com dias nublados) afetaria mais o peso de aqunios em alguns
gentipos do que em outros. Por meio dessas trocas da taxa e durao do perodo de
enchimento dos aqunios, o peso dos aqunios encontra-se estreitamente ligado radiaointerceptada durante a fase final de florao a maturao fisiolgica (DOSIO et al., 1997;
DOSIO et al., 2000).
Altas temperaturas na fase de enchimento de aqunios diminuem esse perodo e
conseqentemente afetam o peso de 1000 sementes (PLOSCHUK; HALL, 1995). A menor
durao do perodo de enchimento foi obtida com temperatura de 25C com a mxima de
32C. Estas observaes sugerem que temperaturas mais baixas prolongam o perodo de
enchimento de aqunios e que a alta amplitude trmica favorece um maior peso de
aqunios semelhantes ao que ocorre com o milho (CHIMENTI; HALL; LPEZ, 2000).
2.3 FORMAO DAS SEMENTES
2.3.1 Inflorescncia
A inflorescncia, chamada de captulo, a parte do pice do colmo de um
alongamento discide, constituindo um receptculo onde se inserem as flores, normalmente
de 700 a 3000, distribudas em forma de arco radial saindo do centro do disco. As flores
frteis e tubulosas so as que possuem os rgos de reproduo e do origem aos frutos,
os aqunios, conforme pode ser observado na FIGURA 1 (SEILER, 1997).
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FIGURA 1. Detalhes da flor do girassol (McGregor, 1976 citado por Seiler, 1997)
FIGURA 1 Detalhes da flor do girassol.Fonte: McGregor (1976 apud SEILER, 1997 ).
As flores perimetrais ou liguladas so assexuadas e esto localizadas radialmentedispostas em uma ou duas filas. As lgulas medem de 5 a 10cm e tm forma lanceolada,
sendo normalmente de cor amarela (FIGURA 1).
O receptculo apresenta brcteas imbricadas, compridas e ovais, acuminadas,
speras e pilosas, e pode ser plano, cncavo ou convexo. O dimetro do captulo varia de 5
a 50cm apresentando uma mdia de 17 a 22cm. O captulo composto de pednculo,
receptculo, flores e invlucro (FONSECA; VZQUEZ, 1994; SEILER, 1997).
O girassol apresenta um movimento floral, denominado heliotropismo. Este
fenmeno ocorre durante todo perodo da florao plena, sendo resultado de dois
movimentos complementares, um de rotao espiralada do caule e outro de ereo das
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folhas do captulo. Pela manh, o caule encontra-se em posio normal, de frente para o
leste; com o aparecimento do sol, comea a girar e faz uma volta de mais de 90, para
chegar de frente para oeste ao anoitecer. Alm disso, existe um segundo movimento, que o
captulo e as folhas superiores realizam: ambos passam de uma posio cada aoamanhecer, para uma posio ereta, ao meio dia, terminando novamente numa posio
cada ao anoitecer. Entre o pr-do-sol e seu aparecimento no dia seguinte, esse processo
se realiza em sentido contrrio, inclusive com os captulos e as folhas chegando a uma
posio ereta meia noite. Uma vez terminado o perodo de florao, os captulos
permanecem virados para o leste at a colheita (ROSSI, 1998).
2.3.2 Florescimento
A florao precedida pela abertura do invlucro das folhas do captulo, depois da
qual aparece a primeira fila de flores liguladas. Dias depois, comea o aparecimento das
flores tubulosas, desde a borda do captulo at o centro. A durao da florao depende do
dimetro do captulo e das condies climticas. O florescimento prolongado com dias de
temperaturas amenas e nublados. A mxima intensidade de florescimento ocorre trs
quatro dias aps a abertura do captulo, durando de seis a onze dias (VRNCEANU,1977;
FONSECA; VZQUEZ, 1994; SEILER, 1997).
As flores inseridas no receptculo FIGURA 2, morfologia da inflorescncia, so de
dois tipos: liguladas e tubulosas (flores frteis).
As flores liguladas so incompletas, com um ovrio e clice rudimentar, e uma
corola transformada, parecida com uma ptala, unidas na sua base sua correspondente
plea pouco desenvolvida. A lgula como uma folha transformada, que se assemelha a
uma ptala, da cor amarelo-alaranjada, com um comprimento de trs a quatro vezes maior
que a largura (4 a 6cm). Sua lmina percorrida pr nervuras longitudinais, com nervura
central, a qual divide a lmina em duas metades. Sua forma oval lanceolada, localizando-
se em todo permetro do captulo. Geralmente, contam-se de 30 a 70 flores liguladas por
captulo (SEILER, 1997).
As flores tubulosas (FIGURA 2) esto ligadas ao receptculo por duas pequenas
folhas transformadas, chamadas pleas, que cumprem a funo de proteger o ovrio. As
pleas persistem at a maturao do captulo, formando as caractersticas cavidades
romboidais, que se assemelham a um favo de mel. As pleas e as flores frteis que contm
esto dispostas em arcos espirais, que partem desde o centro do captulo at a borda
(SEILER, 1997).
Flores tubulosas (FIGURA 2) so as flores propriamente ditas, hermafroditas,
medindo entre dez a 20 mm dependendo do seu estdio de desenvolvimento, sendo de
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nmero varivel, de acordo com a variedade ou o hbrido. Frequentemente, cada
receptculo tem de 1000 a 1800 flores frteis. As flores tubulosas tem um ciclo vital de 24 a
48h dependendo da variedade, clima e nutrio (VRNCEANU,1977; FONSECA;
VZQUEZ, 1994).Cada flor frtil (FIGURA 2) composta de clice, corola, androceu e gineceu. O
clice formado por duas pequenas folhas transformadas, chamadas papus, que se
encontram opostamente na unio do ovrio com a corola, podendo ser observadas desde a
formao das flores at a finalizao da fecundao (SEILER, 1997).
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FIGURA 2 - Morfologia da inflorescncia do girassol (Helianthus annuus)
A corola formada por quatro ptalas soldadas na base, geralmente de cor
amarelo-alaranjada, com forma de tubo. Estreita-se no extremo inferior, formando uma
globosidade em forma de anel, onde se encontram as clulas nectarferas, comunicando-se
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com o ovrio mediante um pequeno tubo da cor branca. Geralmente, mede entre sete e dez
mm de altura (VRNCEANU,1977; SEILER, 1997).
O androceu formado por cinco estames localizados dentro do tubo corolinico; tem
seus filamentos livres e de cor esbranquiada, os quais esto soldados na sua parte inferior base interna a corola, fazendo com que as anteras apaream sobre ela. As anteras so
alongadas e interligadas por meio de uma cutcula fina e elstica de colorao escura
(VRNCEANU,1977; SEILER, 1997).
O gineceu formado por um pistilo de ovrio inferior bicarpelar e uniovulado e um
estilete alongado, que em plena antese faz parecer na sua parte superior o estigma bfido
curvo, onde ficam retidos os gros de plen no momento da fecundao. O estilete e o
estigma localizam-se dentro do tubo formado pelos filamentos e pelas anteras, e o ovrio
encontra-se abaixo da corola (SEILER, 1997).A flor tubulosa tem as seguintes fases, segundo Vrnceanu (1977):
1 Abertura da corola, em concordncia com o crescimento dos filamentos
estaminais num tempo de quatro a cinco horas;
2 Sada das anteras do tubo da corola, que se verifica durante uma hora e meia.
3 Comeo do crescimento do pistilo, onde os estigmas fechados empurram
lentamente o plen para fora das anteras, ficando livre. Esta fase dura de sete
a nove horas.
4 Aparecimento do estigma e liberao total do plen, entre 16 a 17 horas.
5 Abertura dos lbulos do estigma entre s 18 e 19 horas e murcha dos estames.
6 Murcha do estigma, ocorre em condies normais de polinizao e fecundao,
na primeira metade do dia seguinte.
2.3.3 Polinizao
O girassol uma planta algama, devido discordncia morfofisiolgica de
maturao de estames e pistilos (protandria) e ao sistema gentico de
autoincompatibilidade. A polinizao em sua maior parte entomfila e pouco anemfila,
pois o plen est pouco adaptado ao transporte pelo vento, devido principalmente ao seu
peso e tamanho (34 a 45 micras). A uma velocidade do vento de 7-9 m.s -1, o plen pode
viajar a uma distncia de 200 a 250 metros A polinizao se faz na maioria dos casos por
meio de abelhas, vespas e outros insetos (VRNCEANU, 1977).
Em dias claros e ensolarados ocorre maior presena das abelhas na cultura, mas o
horrio de sua visita muito discutido por vrios autores. Singh et al., (2001) encontraram
pico de atividade de abelhas em plantaes de girassol entre s 6h e s 18h, enquanto
Satyanarayana e Seetharam (1982) verificaram pico s 10h30m e 16h30m na ndia.
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Vrnceanu (1977) afirmou que o maior pico de visita das abelhas no girassol ocorre no
horrio compreendido das 11h s 12h. No Brasil, Schinohara, Marchini e Haddad, (1987)
tambm descreveram uma maior atividade de abelhas nos girassis s 16h30min. Segundo
Vrnceanu (1977) cada abelha pode visitar de 25 a 30 flores por minuto.A secreo do nctar influenciada pela temperatura e umidade atmosfrica
durante a florao. A mais abundante secreo ocorre quando a temperatura do ar durante
a noite no inferior a 18C e durante o dia mantm-se ao redor dos 25C. O tempo
chuvoso na poca de florao influi negativamente no processo de polinizao e
fecundao, pois as chuvas lavam o plen e impedem tambm o vo das abelhas. A luz
solar direta reduz a viabilidade do plen que seca e perde sua capacidade de fecundao
(VRNCEANU, 1977).
Em plantaes de girassol, no s o nmero de sementes aumenta de acordo coma quantidade de visitas de polinizadores, mas tambm a quantidade de leo nas sementes
maior em plantas que recebem mais visitas de abelhas, uma caracterstica de grande
importncia em plantaes desse tipo (MAHMOOD; FURGALA, 1983; SKINNER,1987).
Neste sentido, numerosos autores tm medido incremento de rendimento entre 20 a 100%
com polinizao suplementar por abelhas (FONSECA; VZQUEZ, 1994).
Para um bom incremento de produo de sementes, Vrnceanu, (1977) afirma que
so necessrias de 6 a 7 caixas de abelhas ha-1.
2.3.4 Fecundao
O plen germina cinco a dez minutos depois de ser tranferido para o estigma. Por
meio do crescimento do tubo polnico, os ncleos do gameta masculino avanam para o
saco embrionrio, onde se encontram os ncleos do gameta feminino.
A penetrao do tubo polnico pela micrpila e a abertura do saco embrionrio,
ocorre 30 a 60 minutos depois da polinizao. O crescimento do tubo polnico influenciado
pelas condies climticas, especialmente temperatura. Por outro lado, seu
desenvolvimento est condicionado pela compatibilidade fisiolgica com os tecidos do
pistilo, o qual est associado a estrutura gentica do plen e do estigma. O tubo polnico
alcana o saco embrionrio, ocorrendo a fuso dos gametas masculino e feminino. O
produto dessa fuso a formao do endosperma primrio. O primeiro dar origem ao
tecido de reserva e o segundo formar o embrio (VRNCEANU, 1977; SEILER, 1997).
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2.3.5 Semente
O fruto do girassol (FIGURA 3), popularmente considerado semente, do tipo seco,
indeiscente, chamado de aqunio. constituido por pericarpo e pela semente propriamentedita (SEILER, 1997).
FIGURA 3 - Morfologia do aqunio.
O pericarpo (parede do fruto) seco, fibroso, podendo ser da cor branco-estriada,
parda, negra ou negra-estriada; est separado da semente, oferecendo proteo. A
espessura do pericarpo depende da variedade ou do hbrido; geralmente as sementes
pretas ou pretas estriadas possuem pericarpos mais finos que as branco estriadas
(VRNCEANU, 1977; SEILER, 1997).
De acordo com sua utilizao, h dois tipos de sementes de girassol: as oleosas e
as no oleosas. As sementes no oleosas so maiores, pretas, com listras e apresentam
casca grossa (40 a 45% do peso da semente), facilmente removvel. Tambm chamadas de
confectionery varieties, as sementes no oleosas tm de 25 a 30% de leo e representam
somente 5% dos gentipos de girassol. Para comercializao, as sementes no oleosas so
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torradas, embaladas e so consumidas como amndoas, misturadas com granola, bolos e
snacks, ou como rao para pssaro (CARRO-PANIZZI; MANDARINO, 1994).
As sementes oleosas so menores, com pericarpo bem aderidos, representando 20
a 30% do peso da sementes. So economicamente mais importantes e, a partir delas, soproduzidos o farelo de girassol e seus derivados, aps a extrao do leo (CARRO-
PANIZZI; MANDARINO, 1994).
O tamanho do aqunio varia de 7 a 25 mm de comprimento e 4 a 13 mm de largura.
Sementes pequenas tm 2 a 7 mm de comprimento e 1 a 2 mm de largura. O peso
individual dos aqunios de 40 a 400 mg. O peso de 1000 sementes varia de 30 a 60
gramas. O teor de leo varia de 10 a 60% (CASTIGLIONI et al., 1994).
O girassol apresenta na composio das suas sementes 4,8% de gua, 24% de
protena, 19,9% de carboidratos, e 4% de resduo mineral. A sua composio mineral mdia(mg100g-1) de 120 mg de clcio, 837 mg de fsforo, 7,1 mg de ferro, 30 mg de sdio e 920
mg de potssio. Quanto ao teor de vitaminas, a semente apresenta: vitamina A (50 UI),
tiamina (1,96mg100g-1), riboflavina (0,23mg100g-1) e niacina (5,4mg100g-1). A energia
contida na semente da ordem de 560 calorias e, dos carboidratos totais, 3,8g100g -1 so
representados pela fibra bruta (CARRO-PANIZZI; MANDARINO, 1994).
2.4MATURAO
Andrews (1965), afirma que maturao a condio que somente pode ser
entendida como o fim de vrios processos que ocorrem na semente.
Na fase de maturao, ocorrem alteraes no processo de desenvolvimento do
embrio principalmente no teor de gua, tamanho, massa da matria seca, germinao e no
vigor (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
A maturao compreende uma srie de transformaes morfolgicas, fisiolgicas,
fsicas e bioqumicas que ocorrem a partir da fecundao do vulo e prosseguem at o
momento em que as sementes se desligam fisiologicamente da planta, ou seja, atingem a
maturao fisiolgica, sendo caracterizada pelo mximo acmulo de matria seca
(DELOUCHE, 1971b).
Delouche (1980) considerou a maturao como resultante de todas as alteraes
morfolgicas e funcionais que ocorrem com as sementes desde a poca da fertilizao at o
momento em que as mesmas atingem o mximo de peso de matria seca.
A maturao de sementes envolve uma srie de processos morfolgicos,
fisiolgicos e funcionais que ocorrem a partir da fertilizao at a sua completa maturao,
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atingindo sua maior qualidade quando a semente apresenta mximo poder germinativo e
vigor, sendo denominado ponto de maturao fisiolgica (SADER; SILVEIRA, 1988).
A maturao de sementes compreende um processo em que modificaes
morfolgicas, fisiolgicas e funcionais ocorrem no vulo fertilizado, atingindo o seu clmaxquando a semente apresenta mximo poder germinativo e vigor (BITTENCOURT et al.,
1991).
O peso de matria seca tem sido apontado como o mais seguro indicador do
estgio de maturao da semente. O mximo peso de matria seca tem sido mencionado
como o ponto em que a semente atinge a maturao fisiolgica. Isto razovel desde que
se entenda por maturao fisiolgica como aquele ponto aps o qual a semente recebe
nada, ou quase nada, da planta onde ela se formou. Em outras palavras, a maturao
fisiolgica no significa necessariamente, capacidade mxima de germinao, no obstanteeles coincidem com notvel freqncia (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
O processo de maturao tem incio com a fertilizao do vulo e estende-se at o
ponto de maturao fisiolgica, ou seja, quando ento, a semente passa a sofrer mais o
efeito das condies ambientais. Durante esse processo, ocorrem transformaes
morfolgicas, fisiolgicas, bioqumicas e fsicas nas sementes, como aumento de tamanho,
alterao no teor de gua, acmulo de matria seca e modificaes no poder germinativo e
no vigor das mesmas. O conhecimento destas transformaes de fundamental importncia
no que se refere a planejamento da colheita, beneficiamento e armazenamento (VIEIRA,
2004).
A antese geralmente utilizada para medir a maturao de campo dando uma
relao de maturao com perodo de colheita (QUINBY, 1967).
No entanto, a relao entre temperatura e maturao em girassol extremamente
complicada pois a antese no girassol ocorre de forma desigual no captulo, ou seja, da
margem para o centro a planta est em diferentes estdios (ANDERSON, 1975).
O perodo de antese em girassol particularmente sensvel a fatores do meio
ambiente como estresse por deficincia de gua e temperatura, que podem variar no
decorrer dos anos (IKONNIKOV, 1972).
A maturao de campo envolve o conceito de umidade de semente e essa deve ser
suficientemente baixa, para que permita a colheita e no envolva secagem, diminuindo
assim o dano de doenas ou ataque de insetos. Mas, o mximo de qualidade fisiolgica da
semente ocorre antes do perodo em que a semente possa ser colhida. No trigo, isso
observado com 40% de gua; no sorgo 23-30% e no milho 30-37% (ANDERSON, 1975).
Estudando a maturao do girassol, Anderson (1975) definiu que a maturao
fisiolgica do girassol pode ser medida quando os aqunios tm o mximo de peso seco,
produo de leo, cidos que compem o leo e o completo desenvolvimento do embrio,
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tornando a semente vivel. Esta definio importante, pois determina o final do acmulo
de leo e, portanto, o teor de leo do aqunio, o mximo peso seco e a maior viabilidade
para o produtor de semente. O mesmo afirma que 10% do captulo est com a colorao
marrom.O estdio de maturao da semente de girassol necessita ser bem definido, pois
numa mesma poca podem ocorrer diferenas em grau de maturao entre captulos de
diferentes plantas; essa diferena maior nas variedades, pois os hbridos apresentam uma
maior uniformidade. Cabe lembrar que outros fatores podem interferir no ponto de
maturao, pois na lavoura pode haver manchas de fertilidade e profundidades de
semeadura diferentes, o que alteraria o ciclo de desenvolvimento da planta. Cada captulo
floresce aproximadamente por uma semana; as sementes localizadas em diferentes regies
do captulo podem diferir em maturao fisiolgica, uma vez que a maturao das sementesdo girassol ocorre das bordas do captulo para o centro (ZIMMERMAN; ZIMMER, 1978).
Estudando o melhor ponto de colheita do girassol, Salvador (1948) observou que o
contedo e rendimento de leo aumentaram constantemente at a completa maturao. O
mximo de germinao e vigor ocorreu quando a base dos captulos apresentou cor verde
amarelada e a brctea verde, sendo o melhor momento da colheita aquele em que o dorso
do captulo apresentava a colorao amarelada e a brctea marrom.
O critrio para estabelecer o ponto de maturao fisiolgica para girassol, segundo
Johnson e Jellum (1972), quando o dorso do captulo troca de colorao verde para
amarelo.
Maeda et al., (1986) citam que outros fatores de qualidade podem estar ligados a
esta diferena de maturao entre captulos, ou seja, germinao, dormncia, vigor e
proporo de sementes chochas.
A utilizao da escala Eppo (1990) modificada a proposta de Silveira (2000) para
estabelecer a fenologia do girassol. Para este autor o girassol estar na fase de maturao
fisiolgica quando as folhas liguladas comeam a cair e a colorao do dorso do captulo
passa de uma colorao verde para amarela. Esta uma fase de difcil identificao, pois se
baseia na troca de colorao da parte posterior da inflorescncia e sobre grande influencia
das condies ambientais.
Robinson (1971); Siddiqui, Brown e Allen (1975); Browne, (1978); Robinson (1983)
e Cetiom, (1992) estabeleceram critrios de desenvolvimento fenolgico para o girassol,
mas o critrio mais utilizado para determinar as fases de desenvolvimento da cultura do
girassol no Brasil a proposta por Schneiter e Miller (1981). O desenvolvimento da planta
dividido em duas fases: vegetativa (V) e reprodutiva (R). A fase vegetativa inclui da
germinao at o incio da formao do broto floral. A fase reprodutiva inicia-se quando do
aparecimento do broto floral at a maturao fisiolgica dos aqunios. A maturao
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fisiolgica da semente do girassol acontece no estdio fenolgico R9, cuja principal
caracterstica a transio da cor das brcteas de amarelo para marrom, sendo
normalmente medido em nmero de dias aps o florescimento (DAF). O tempo para atingir
esse estdio varia em funo do gentipo, das prticas de produo e das condiesambientais onde o mesmo est se desenvolvendo.
Para o girassol ainda no est determinado um indicador de maturao fisiolgica,
como para a cultura do milho (formao da camada negra) (CONNOR; SANDRAS, 1992).
Kole e Gupta (1982) demonstraram que existe diferena no perodo para se atingir
o ponto de maturao fisiolgica de acordo com as caractersticas genticas do girassol,
chegando a esse estdio aos 30 DAF na cultivar Modern e aos 36 DAF na cultivar EC-
68414. No Brasil, Delgado (1984) relatou que a cultivar IAC-Anhandy levou 45 DAF para
atingir o estdio de maturao fisiolgica de sementes, enquanto o cultivar Contissol, emtrabalho desenvolvido por Bittencourt et al., (1991), atingiu a maturao fisiolgica aos 37
DAF.
A fertilidade do solo, os estresses provocados por pragas, doenas e plantas
daninhas e todas as prticas agrcolas utilizadas no processo de produo podem provocar
modificaes no ponto de maturao fisiolgica da semente do girassol. Como exemplo
podem ser citados os trabalhos de anlise de maturao do cultivar IAC-Anhandy. Maeda et
al., (1987), semeando o girassol em dois anos, obtiveram na primavera, o ponto de
maturao fisiolgica ao redor dos 40 DAF. Sader e Silveira (1988), semeando girassol na
safrinha durante o ms de maro, somente com essa alterao no processo de produo,
obtiveram um perodo de 69 DAF para o cultivar atingir o mesmo estdio.
Robinson (1971) estudando a influncia da temperatura na cultura do girassol, na
latitude 44,7N, em Minessota, concluiu que o aumento da temperatura diria, registrado
atravs de graus-dia, diminuiu o ciclo do girassol e encurtou o perodo para a planta atingir a
maturao fisiolgica de sementes. O mesmo autor afirmou que vrios fatores do ambiente
afetam a maturao do girassol, mas provavelmente a temperatura o fator mais
importante. Anderson (1975) e Hammer, Goyne e Woodruff, (1982) afirmaram que a
temperatura o fator ambiental que mais afeta as fases de desenvolvimento do girassol.
A reduo de luminosidade, principalmente na fase reprodutiva, afeta o dimetro de
captulos e conseqentemente a produo das sementes e suas fases de desenvolvimento
(PALUDZYSZYN FILHO; BORDIN; ANDERSEN, 1984).
A temperatura e o fotoperodo so os principais fatores que influenciam o
desenvolvimento do girassol nas suas diferentes fases fenolgicas (ANDERSON; SMITH;
McWILLIAM, 1978; RAWSON et al., 1984; CONNOR; HALL, 1997; SILVEIRA, 2000). Alm
desses fatores, Connor e Sandras (1992) afirmaram que o nitrognio e a gua devem ser
considerados.
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Quando a semente de girassol atinge a maturao fisiolgica, a planta ainda se
encontra com uma quantidade relativamente elevada de folhas e ramos verdes e por isso
importante conhecer qual a umidade de aqunios nessa fase. Vrios autores tm procurado
relacionar esse estdio com a umidade da semente, e os resultados apontam para teores degua de 43% (DELOUCHE, 1980), 40 a 44 % (KOLE; GUPTA 1982), 41% com a variedade
Contisol (BITTTENCOURT et al., 1991), 36% (ROBERTSON; CHAPMAN; WILSON et al.,
1978), 35% com a variedade Issanka (SIMPSON; RADFORD, 1976), 32,1% e 34,2% com as
variedades Sunfola 68-2 e Hysun-30, respectivamente (GOYNE et al., 1979) e 30% para
cultivar VNIIMK 6540 (BROWNE, 1978). No entanto, existem resultados divergentes, como
os de Flint Junior (1972), que trabalhando no Mississipi com uma cultivar de origem russa, a
Perodoviki, obteve a maturao fisiolgica aos 40 DAF com apenas 17,1% de gua nos
aqunios e Almeida (1973) citado por Sader e Silveira (1988) que relataram maturaofisiolgica com umidade de 12 a 14% nos aqunios.
Dentro de uma mesma lavoura de girassol comum a ocorrncia de diferenas na
maturao entre as plantas, principalmente no caso de variedades. No prprio captulo
essas diferenas tambm acontecem, pois normalmente a fertilizao iniciada da periferia
para o centro dos mesmos (ZIMMERMAN; ZIMMER, 1978; MAEDA et al.,1987).
Tendo em vista que o florescimento de um nico captulo leva de sete a dez dias
para se completar e se faz em crculos concntricos, da periferia para o centro, Matthes e
Ungaro (1983) verificaram que para a determinao do teor de umidade das sementes, as
amostras podem ser retiradas de qualquer regio, ou seja, do captulo todo. Os resultados
obtidos por Maeda et al., (1987) so contraditrios, pois colhendo separadamente os
aqunios da periferia, da regio intermediria e do centro dos captulos, aos 10, 20, 30 e 40
DAF da cultivar IAC-Anhandy, obteve-se maior teor de umidade nos aqunios do centro do
que em relao s regies mais prximas da borda dos captulos.
Segundo alguns autores, a umidade e a concentrao de leo nos aqunios no
podem ser um indicador de maturao fisiolgica. A constncia do peso seco dos aqunios
parece ser o melhor indicador para esta fase (CONNOR; SANDRAS, 1992).
2.5 DORMNCIA
A dormncia o fenmeno pelo qual as sementes mesmo sendo viveis e estando
em um ambiente sob condies favorveis no germinam, o que proporciona, para as
espcies selvagens, a sobrevivncia e a viabilidade do banco sementes em condies
externas adversas. Para as espcies cultivadas, a dormncia pode ser um obstculo no
momento de instalao das lavouras, causando atraso, desuniformidade ou falhas na
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emergncia das plntulas. O girassol uma das espcies que apresentam esse mecanismo
(MARCOS FILHO; KOMATSU; BARZAGHI et al., 1987).
O perodo de durao da dormncia dos aqunios do girassol aps a colheita
muito variado. Armazenando as sementes em ambiente no controlado, Kumar e Sastry(1975) constataram que a dormncia foi superada cerca de 50 dias aps a colheita.
Cseresnyes (1979) encontrou perodos variveis de 15 a 40 dias, dependendo da cultivar
testada, enquanto Frana Neto et al., (1983) verificaram dormncia no armazenamento em
laboratrio, at 55 dias aps a colheita.
2.6 QUALIDADE DE SEMENTE
A partir da maturao fisiolgica no h qualquer procedimento que possa melhorar
o potencial fisiolgico da semente. Considera-se que, at atingir o ponto de maturao
fisiolgica, a semente no tem oportunidade para iniciar o processo de deteriorao, porque
ainda no constitui uma unidade biolgica independente da planta me (MARCOS FILHO,
1998).
O ponto de maturao fisiolgica , teoricamente, o mais indicado para colheita,
pois representa o momento em que a semente atinge o mximo potencial de germinao e
vigor. Dentre as fases de um sistema de produo, o momento da colheita muito
relevante; quando as sementes atingem o ponto de maturao fisiolgica, j est
praticamente desligada da planta me. Dependendo das condies climticas
predominantes, o processo de deteriorao acelerado, como conseqente perda da
qualidade, germinao e vigor (VIEIRA, 2004).
A temperatura ambiente governa as reaes qumicas, determinando, portanto, a
maior ou menor velocidade do processo de envelhecimento ps-maturao. Por outro lado,
a ocorrncia de temperaturas elevadas durante a maturao provoca a reduo da
translocao de fotossintatos para as sementes, especialmente em perodos com baixos
ndices pluviais (VIEIRA, 2004).
Quando ocorre algum problema de estresse na fase de desenvolvimento da
semente, a maturao acelerada, ocorrendo formao de sementes menores, mal
formadas e de baixo vigor. Na cultura da soja, as variaes freqentes da temperatura,
geralmente associadas escassez ou ao excesso de chuvas durante a maturao,
acarretam a reduo na qualidade fisiolgica e sanidade das sementes (MARCOS FILHO,
1998). Resultados contraditrios foram obtidos por Vieira; Tekrony e Egli (1992) em relao
ao potencial de germinao e de vigor de sementes de soja.
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A ocorrncia de condies climticas desfavorveis durante o desenvolvimento da
semente ou a exposio a perodos de alta umidade e temperatura aps a maturao,
quando ainda no campo, tem causado danos fisiolgicos e, conseqentemente, prejudicado
a qualidade das sementes (COSTA, 1979; VIEIRA et al., 1987). Danos mecnicos maisdrsticos influenciam diretamente a performance das sementes no campo (McDONALD,
1999).
Sementes de soja quebradas e expostas condio de alta taxa de oxignio, foram
mais suscetveis degradao de lipdios do que sementes intactas, ficando demonstrado
que a preservao da estrutura externa das sementes pode exercer proteo (PRIESTLE;
WERNER; LEOPOLD, 1985).
A deteriorao da semente um processo degenerativo contnuo, que tem incio
logo aps a maturao fisiolgica e continua at a perda da viabilidade da semente. Adeteriorao para Delouche e Baskin (1973) uma seqncia hipottica de eventos, que se
inicia com a desorganizao de membranas e a perda da sua seletividade, culminando com
a reduo do vigor e morte da semente. O envelhecimento pode ser descrito segundo
Matthews (1985) como a soma dos processos deteriorativos que levam morte da semente.
Os eventos deteriorativos esto ligados ao aumento ou diminuio na atividade de
um determinado grupo de enzimas, alm de alteraes em componentes de reserva, como
a queda na sntese e contedo de protenas, variaes na disponibilidade e na estrutura dos
carboidratos, diminuio no contedo de lipdios e aumento dos cidos graxos livres,
alteraes na permeabilidade de membranas, alteraes nas atividades respiratrias e
alteraes no DNA (BASRA, 1994; MCDONALD, 1999).
Halder e Gupta (1980) constataram que aqunios de girassol armazenados por
mais de 90 dias com umidade relativa elevada e temperaturas de 25C provocaram o
aumento da lixiviao de eletrlitos, da solubilidade de nitrognio, de carboidratos e do nvel
de aminocidos.
As anlises bioqumicas tm associado alteraes em diferentes componentes de
reserva de vrias espcies. Estas alteraes provocam a deficincia de processos
metablicos que conduz em perda de viabilidade das sementes. Isso foi observado por
Halder, Kole e Gupta (1983) em que a reduo no contedo de lipdios em aqunios de
girassol ocasionou a diminuio da viabilidade.
Um dos fatores que levam reduo no contedo de lipdios a peroxidao de
lipdios. Talvez a peroxidao seja a causa mais freqente de deteriorao e perda de
viabilidade de sementes. A peroxidao de lipdios muitas vezes ativada pela ao do
oxignio sobre um cido graxo poliinsaturado, como os cidos olicos e linolico, que est
presente nas membranas das sementes. A perda da integridade das membranas tem sido
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constatada como um dos processos iniciais de deteriorao de sementes (McDONALD,
1999).
Kar e Gupta (1991), trabalhando com aqunios de girassol, referiram-se que
quando aumentava a degradao do RNA e h acrscimos do nvel de malonaldedo, umproduto da peroxidao de cidos graxos insaturados, aumentava a deteriorao de
sementes envelhecidas.
Bailly et al., (1996) verificaram em aqunios de girassol, aumentos significativos nos
nveis de malonaldedo, sugerindo que a peroxidao de lipdios foi acelerada durante o
armazenamento, o que pode ser comprovada pelo acmulo de perxidos.
O estresse oxidativo afetou a qualidade dos aqunios de girassol, pois Reuzeau e
Cavali (1995) verificaram redues em defesas antioxidantes como a ineficincia das
enzimas glicose-6-fosfato desidrogenase, superxido dismutase, catalase e glutamatoredutase.
Aqunios de girassol submetidos a envelhecimento obtiveram alteraes nas
protenas. O RNAm reduzido em aqunios envelhecidos (GIDROL;NOUBHANI; PRADET,
1990). possvel que as protenas estejam envolvidas na organizao celular, mobilizao
de reservas e reparo de danos nas clulas (REUZEAU; CAVALI, 1997).
2.7 COLHEITA DE GIRASSOL
A colheita de girassol representa uma prtica essencial dentro da tecnologia de
produo, uma vez que as caractersticas prprias da planta e as condies climticas,
dependendo da regio, dificultam a sua realizao. Dentre os fatores que interferem no
processo podemos destacar a desuniformidade da lavoura, desprendimento dos gros, peso
de mil aqunios, plantas daninhas, restos vegetais, acamamento e quebra de plantas, danos
pelos pssaros, chuva na colheita e umidade no caule e no captulo (BALLA; CASTIGLIONI;
CASTRO, 1997).
Um dos principais problemas da colheita de girassol a umidade dos captulos. A
umidade dos aqunios pode ter 14% mas o captulo se encontra muito mido, com
percentagem de 60% ou maiores o que traz o inconveniente na utilizao da colhedora, pois
alm dos aqunios umedecerem-se no processo de trilha os mesmos no ficam limpos de
forma adequada. Contudo a demora de colheita significa tambm um maior risco de perdas
por ao de pssaros, vento, e de outros fatores climticos. Deve-se ter em conta que o
girassol um dos cultivos mais propensos ao ataque de pssaros sobre tudo pombas e
caturritas, que podem originar perda (DIOS, 1988).
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As perdas estimadas pelo ataque de pssaros so de 2 a 5% nos Estados Unidos
(HANZEL, 1992). Em outros locais do mundo, as perdas pelo ataque de pssaros so
estimadas de 14% no Paquisto, 3 a 5% na Iugoslvia, 10 % na Hungria, 30 a 60% na
Nambia (LINZ; HANZEL, 1997).Com base nos problemas que possam ocorrer na colheita necessrio que esta
ocorra o mais rpido possvel para minimizar os efeitos de perda de produtividade e
qualidade de aqunios (BALLA; CASTIGLIONI; CASTRO, 1997).
Os principais problemas que ocorrem na colheita mecanizada do girassol esto
relacionados com a eleio do momento ideal de colheita e com a preparao adequada da
colhedora. A umidade tima para realizar a colheita de 10 a 12%. Neste teor as perdas de
colheita so de 2,7%. Se a colheita for realizada com umidade de 6 a 8% as perdas de
colheita sero de 8 a 12% (VRNCEANU, 1977).O teor de umidade ideal para colheita seria de 11 a 13%, no entanto, se as
condies climticas no permitirem o atingimento desse baixo teor, as sementes podero
ser colhidas com 20 a 25% de umidade, desde que se providencie secagem imediata
(BOLSON, 1981).
Muitos produtores realizam a colheita com a umidade de 11% para no ter a
necessidade de secar a semente. Uma boa recomendao de que a colheita seja
realizada com umidade de 14%. possvel realizar a colheita de girassol com maiores
umidades, at uns 20%. Mas nesta condio geralmente os aqunios tero mais impurezas.
Outro cuidado o perigo dos aqunios serem prensados no cilindro devido a maior umidade
da massa, aumentando o dano mecnico (DIOS, 1988, 1994). Penna (1988) recomendou a
realizao da colheita com 10% de gua nos aqunios.
A colheita antecipada compromete a qualidade do produto final, por meio do
aumento da porcentagem de gros quebrados, podendo atingir 25 a 30%, alm de aumentar
as impurezas no produto. Considera-se, de modo geral, como ponto ideal de colheita,
quando os aqunios apresentam umidade de 14 a 16% e as demais partes da planta em
torno de 25% de umidade. Colheita com baixa umidade ocasiona aumento de aqunios
descascados e queda considervel no rendimento (BALLA; CASTIGLIONI; CASTRO, 1997).
A colheita pode comear com umidade de 16%, mas sempre que possvel deve-se
faz-la quando a umidade estiver de 11 a 13%. Com umidade superior a 16% ocorre um
aumento das impurezas alm de tambm aumentar os custos para secagem. Colheita com
umidade dos aqunios inferior a 9% representa uma perda de peso que no
recompensada com as bonificaes de preo (BRAGACHINI; MARTIN; MNDEZ, 2002).
Os problemas ligados umidade de colheita o efeito desta sobre o dano
mecnico. A manifestao do dano mecnico sobre a qualidade das sementes pode ser por
meio de efeitos imediatos e efeitos latentes. Os efeitos imediatos caracterizam-se pela
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reduo imediata da germinao e vigor logo aps a semente ter sido injuriada. Os efeitos
latentes podem no afetar de imediato a viabilidade, porm durante o armazenamento as
sementes injuriadas sofrem redues do vigor e germinao (ESCASINAS; HILL, 1994;
CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).Delouche (1980) afirmou que as perdas na qualidade da semente no so
amenizadas pelo armazenamento quando as sementes so oriundas de campos com
condies climticas adversas antes da colheita ou so mecanicamente injuriadas.
Gonalves (1981) e Sato (1991) verificaram que a colheita mecnica para milho
apresentou altos ndices de danos mecnicos e reduo do vigor, quando comparadas com
a colheita manual de espigas.
Em trabalhos com diferentes processos de colheita de milho, Nascimento et al.,
(1994) concluram que sementes provenientes da colheita mecnica apresentaram maiornvel de danificao mecnica e estas reduziram significativamente o vigor das sementes.
Com o objetivo de avaliar o efeito do mtodo de colheita na qualidade fsica,
fisiolgica e sanitria de sementes de milho, colhidas com diferentes umidades, Oliveira et
al., (1997) observaram que tanto a colhedora como a despalhadora, provocaram maiores
danos s sementes colhidas em espigas na umidade de 28% do que aquelas colhidas a
18%. E estes danos refletiram sobre a sua qualidade fisiolgica inicial. As sementes colhidas
manualmente foram superiores s colhidas mecanicamente, em funo do menor ndice de
danos mecnicos ocorridos.
A colheita manual, ainda bastante usada nas pequenas propriedades das regies
produtoras de girassol do Brasil, se bem executada pode trazer maiores benefcios do que a
colheita mecnica para a obteno de lotes de sementes de alta qualidade (BOLSON,
1981).
Para Channakeshava, Chikkadevaiah e Somasekhara et al., (2000) a qualidade de
semente o ponto chave para o incremento da produo e produtividade de girassol. A
semente colhida com alta qualidade de vigor e germinao e sendo bem armazenada
proporcionar uma boa lavoura, j a perda destas caractersticas resultar num baixo
estande de plantas e, conseqentemente numa baixa produo.
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3 METODOLOGIA
3.1 LOCAL
O trabalho foi conduzido na Fazenda Experimental da Embrapa Soja, no distrito da
Warta, no municpio de Londrina, localizado na regio norte do Estado do Paran, nas
coordenadas 23e 11 34 S e 51e 10 57 W com altitude de 628 metros.
3.2 CARACTERIZAO CLIMTICA
O clima, na classificao de Kppen, tipo Cfa, ou seja, clima subtropical mido
com chuva em todas as estaes, podendo ocorrer seca no perodo de inverno (MAAK,
1968). A temperatura mdia anual de 20,7C. A precipitao mdia anual de 1615 mm
(CORRA; GODOY; BERNARDES, 1982). A radiao solar global diria, mdia anual de
16 MJ m-2 dia e a insolao diria, mdia anual de seis horas (ATLAS SOLARIMTRICO
DO BRASIL, 2000).
3.3 CARACTERIZAO DO SOLO
O solo do local um Latossolo Vermelho Distrofrrico (EMBRAPA, 1999).
3.4 DADOS METEOROLGICOS DURANTE O PERODO EXPERIMENTAL
As temperaturas mximas, mnimas e mdias dirias, a umidade relativa mdia do
dia, a precipitao diria e a radiao solar diria observadas durante o perodo
experimental de 2002 esto apresentadas nos ANEXOS 1, 2, 3 e 4. Os observados durante
o perodo experimental de 2003 esto apresentados nos ANEXOS 5, 6, 7 e 8,
respectivamente.
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3.5 DURAO DO EXPERIMENTO
Para o estudo da determinao de ponto de colheita foram realizados experimentos
nos anos de 2002 e 2003. Seguiu-se a poca recomendada para semeadura de girassol naregio que de 20 de janeiro a final de fevereiro (CASTRO et al., 1997; VIEIRA, 1998;
VIEIRA, 2000).No ano de 2002, o campo de produo de sementes foi implantado no dia 24
de janeiro e a ltima colheita foi realizada no dia 23 de maio. No ano de 2003, o campo de
produo de semente foi implantado no dia 27 de fevereiro e a ltima colheita foi realizada
no dia quatro de julho.
3.6 CARACTERIZAO DO GENTIPO UTILIZADO
As sementes utilizadas foram as linhagens CMS HA 30379NW22 fmea e
89V2396)5321 macho, oriundas do Banco de Germoplasma do Programa de Melhoramento
Gentico de girassol da Embrapa Soja. O hbrido escolhido representa as caractersticas
desejadas para cultivo no Brasil, precoce, alto teor de leo, boa sanidade e ampla
adaptao s condies edafoclimticas do pas.
3.7 ANLISE DO SOLO
Aps a safra de inverno dos anos 2001/2002 e 2002/2003 o solo foi amostrado na
profundidade de 0 a 20 cm. Suas amostras foram encaminhadas para o Laboratrio de
Solos da Embrapa Soja para realizao das anlises qumicas. Os resultados das anlises
esto apresentados nos ANEXOS 9 e 10 respectivamente.
3.8 EXPERIMENTO DO ANO DE 2002
3.8.1 Estabelecimento e conduo do campo de produo de sementes
3.8.1.1 Manejo de plantas daninhas
A rea escolhida para implantao do campo de semente foi de trs hectares. A
rea foi dessecada com glifosate na dose de trs L ha-1 do produto comercial, trs dias
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antes da semeadura do girassol. A aplicao do herbicida foi realizada com pulverizador de
barras.
3.8.1.2 Adubao
A adubao foi realizada conforme anlise do solo (ANEXO 9). Foram aplicados
290 kg ha-1 da frmula 8-28-16 no momento da semeadura para atender as necessidades
da cultura.
3.8.1.3 Densidade de semeadura e espaamento
A semeadura foi em plantio direto no dia 24 de janeiro de 2002 com semeadoraPAR 2800 com 6 linhas fmeas e 2 linhas de macho. O espaamento entre linhas foi de
0,90 m. ha-1.As parcelas tinham 20 metros de comprimento e quatro linhas teis perfazendo
a rea de 72m2. A emergncia ocorreu no dia 28 de janeiro. Posteriormente, foi realizado
desbaste para resultar numa populao de 40.000 plantas ha-1.
3.8.1.4 Tratos culturais
Foi realizada adubao de cobertura com nitrognio na dose de 100 kg ha-1 de
sulfato de amnia 30 dias aps a semeadura. Para adubao de boro foram realizadas
aplicao com pulverizador de barras do produto comercial Solubor (10% de B) na
dosagem de 1,30 kg ha-1 mais 0,270 kg ha-1 do elemento boro diludo em 130 l ha-1 30 dias
aps a semeadura. Para o controle de Diabrotica speciosa e Bemisiasp. foram aplicados
monocrotophos na dose de 0,6 l ha-1 do produto comercial e triclorfon na dosagem de 0,4 L
ha-1 do produto comercial 30 dias aps a semeadura. Devido ao incio do ataque de lagartas
foi aplicado diflubenzuron na dose de 80 g ha-1 do produto comercial aos 40 dias da
semeadura. O roguing foi realizado aos 52 dias da semeadura.
3.9 EXPERIMENTO DO ANO DE 2003
3.9.1 Estabelecimento e conduo do campo de produo de sementes
3.9.1.1 Manejo de plantas daninhas
A rea deste ano foi de um hectare. O manejo de plantas daninhas foi realizado
com trifluralin na dose de 2 l ha-1 do produto comercial em pr plantio incorporado.
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3.9.1.2 Adubao
A adubao utilizada foi conforme a anlise do solo (ANEXO 10), na dose de 400
kg ha-1
da frmula 8-28-16 aplicado a lano com distribuidor hidrulico antes da arao.
3.9.1.3 Densidade de semeadura e densidade
A semeadura foi realizada no dia 27 de fevereiro de 2003 com semeadora PAR
2800 com 6 linhas fmeas e 2 linhas de macho. O espaamento foi de 0,90 m. Foi realizado
desbaste para ficar com populao de 40.000 plantas ha-1. A emergncia ocorreu do dia 07
at o dia 10 de maro de 2003. As parcelas tinham 20 metros de comprimento e quatro
linhas teis perfazendo uma rea de 72m2.
3.9.1.4 Tratos culturais
A adubao de cobertura foi realizada 30 dias aps a semeadura com sulfato de
amnio na dose de 100 kg ha-1 e aplicao de cido brico na dose de 11,76 kg ha -1. O
adubo foi incorporado com a capina realizada com cultivador. Em virtude do ataque de
Diabrotica speciosafoi realizado controle com monocrotofs na dose de 0,6 l ha-1 do produto
comercial 31 dias aps a semeadura. Devido ao ressurgimento de Diabrotica speciosa
(vaquinha) e de lagartas, foi realizado controle com clorpirifs na dose de 0,5 l ha-1 do
produto comercial para o controle de Diabrotica speciosae 100 g ha-1 de diflubenzuron para
o controle das lagartas 46 dias aps a semeadura. Em relao a percevejos, foi realizado
controle com metamidofs na dosagem de 0,6 L ha-1 do produto comercial 67 dias aps a
semeadura. Foi realizado roguing do campo aos 55 dias aps a semeadura.
3.10 COLHEITA
A colheita dos campos de produo de sementes nos anos de 2002 e 2003 foram
realizadas com colhedora SLC 6200 obedecendo aos critrios de regulagem conforme os
propostos por Balla, Castiglioni, Castro (1997). A rotao do cilindro de 350 a 400 rpm,
abertura do cncavo entre 20 e 25 mm na entrada e 18 e 20 mm na sada. A velocidade de
deslocamento foi de 4 a 6 km h-1. A ventilao foi reduzida drasticamente para impedir a
sada das sementes pela ventilao.
Tanto a colheita mecnica quanto a manual foi iniciada em maturao fisiolgica
(R9), segundo a descrio proposta por Schneiter e Miller (1981). Onde a parte posterior
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dos captulos torna-se amarelada, as brcteas adquirem colorao amarelo a castanho e as
folhas inferiores esto senescidas. As amostras de sementes para tomada de umidade
foram obtidas aps o descarregamento do silo graneleiro da colhedora (colheita mecnica) e
no momento da debulha manual dos captulos no campo. Para tomada da amostra manual,foram colhidos 150 captulos por parcela. Estas amostras foram remetidas para o
Laboratrio de Sementes para medio de umidade seguindo as regras de Anlise de
Sementes propostas por Brasil (1992). No momento da colheita foi tambm encerrada a
contagem dos dias aps o florescimento (DAF). O florescimento foi estabelecido pelo
estdio determinado por Schneiter e Miller (1981) como estdio R5.5 onde 50% das flores
do captulo esto abertas (florao plena).
3.11 SECAGEM
Aps a colheita dos aqunios nas safras de 2002 e 2003, estes foram secadas em
um prottipo de um secador estacionrio desenvolvido para a realizao deste trabalho
conforme ANEXO 11.
A tempe