Teste 8ano Março15

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5/19/2018 Teste8anoMaro15-slidepdf.com http://slidepdf.com/reader/full/teste-8ano-marco15 1/5 Leitura / Educação Literária Lê atentamente o texto A 5 1 0 1 5 2 0 Da nossa literatura vê-se o mar  Em mais de 800 anos os autores !ortu"ueses #$eram do mar uma !ersona"em %ue &oi revelando as suas várias &aces do descon'ecido ao !eri"oso da !romessa ( decadência da es!erança ( triste$a)  Da minha língua vê-se o mar. Da minha língua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvirá o da foresta ou o silêncio do deserto. Por isso a voz do mar oi a da nossa inquietação ”, escreveu Vergílio Ferreira. Essa língua, portuguesa, nossa, teve sempre o gosto salgado e o cheiro da maresia. Dos primórdios da portugalidade, com as costas voltadas para Castela, só havia um caminho: o mar. E esse mar, vizinho, desconhecido, oi sendo um mar e!perimentado, de ri"uezas, de desgra#as e desilus$es % mas sempre presente.    re!resentação do mar na literatura " tão antiga quanto a !r#!ria literatura ”, a&rma ao $%&  'os( C)ndido *artins, proessor de +iteratura no Centro egional de -raga da niversidade Católica. '/ os poetas trovadorescos, dos s(culos 011 a 01V, se reeriam a um mar “conotado com o !erigo ou com a re!resentação sim'#lica do homem amado ou distante”. *artim Coda!, um dos e!poentes desta literatura galaico2portuguesa, compunha a can#3o de amigo: “ %ndas do (ar de )igo*, se vistes meu amigo+ ai Deus, se verrá cedo+* %ndas do mar levado,* se vistes meu amado+* ai Deus, se verrá cedo+ ”. 456  7van#ando sempre mais, os portugueses rede&nem o mundo, tra#am2lhe rotas, agigantam2no mas tam8(m o domam. E a literatura re9ete isso, com %s &usíadas como seu e!poente m/!imo. or"ue a epopeia de Cam$es cele8ra uma viagem histórica, contra o tempo % a desco8erta do caminho marítimo para a ;ndia, com todos os perigos "ue houve "ue enrentar, desde o medo do desconhecido aos enómenos naturais, da ome < doen#a, at( < morte, nesse cemit(rio de portugueses "ue era o mar. 456  =a transi#3o do s(culo 010 para o 00, ser/ a (ensagem, de Fernando essoa, a cele8rar novamente as aventuras marítimas, por"ue mar e ortugal n3o podem ser separados % “ mar salgado,  quanto do teu sal* $ão lágrimas de Portugal+* Por te cruzarmos, quantas mães choraram,* uantos /lhos em vão rezaram+ ”. >egundo C)ndido *artins, o poeta tra#ou “uma imagem que su'linha os custos, as !erdas. (as, infuenciado !or 0am1es, ala do (ostrengo, que se verga 2 vontade do rei D. 3oão 44 e do  !ovo !ortuguês ”. '/ aul -rand3o, n? %s Pescadores, retrata um mar realista, de todos os @  , >*E= De!artamento de L*n"uas +ortu"uês 8, ano Ano Letivo 201/2015 .este de avaliação Aluno =ome: =.G Hurma Data I  I  +ro&essor Encarre"ado de Educação Classi&ca#3o: 7ssinatura:  7ssinatura: 

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teste texto narrativo

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EB 2,3 NAVEGADOR RODRIGUES SOROMENHODepartamento de LnguasPortugus 8 ano

Ano Letivo 2014/2015 Teste de avaliao

Aluno

Nome:_____________________________________________ _______________ N. ___ Turma ___ Data ___ / ___ / ___

ProfessorEncarregado de Educao

Classificao:_______________________________________ Assinatura: _________________________________________Assinatura:_____________________

Leitura / Educao LiterriaL atentamente o texto A

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Da nossa literatura v-se o mar Em mais de 800 anos, os autores portugueses fizeram do mar uma personagem que foi revelando as suas vrias faces, do desconhecido ao perigoso, da promessa decadncia, da esperana tristeza.

Da minha lngua v-se o mar. Da minha lngua ouve-se o seu rumor, como da de outros se ouvir o da floresta ou o silncio do deserto. Por isso a voz do mar foi a da nossa inquietao, escreveu Verglio Ferreira. Essa lngua, portuguesa, nossa, teve sempre o gosto salgado e o cheiro da maresia. Dos primrdios da portugalidade, com as costas voltadas para Castela, s havia um caminho: o mar. E esse mar, vizinho, desconhecido, foi sendo um mar experimentado, de riquezas, de desgraas e desiluses mas sempre presente. A representao do mar na literatura to antiga quanto a prpria literatura, afirma ao SOL Jos Cndido Martins, professor de Literatura no Centro Regional de Braga da Universidade Catlica. J os poetas trovadorescos, dos sculos XII a XIV, se referiam a um mar conotado com o perigo ou com a representao simblica do homem amado ou distante. Martim Codax, um dos expoentes desta literatura galaico-portuguesa, compunha a cano de amigo: Ondas do Mar de Vigo/, se vistes meu amigo! E ai Deus, se verr cedo!/ Ondas do mar levado,/ se vistes meu amado!/ E ai Deus, se verr cedo!. [] Avanando sempre mais, os portugueses redefinem o mundo, traam-lhe rotas, agigantam-no mas tambm o domam. E a literatura reflete isso, com Os Lusadas como seu expoente mximo. Porque a epopeia de Cames celebra uma viagem histrica, contra o tempo a descoberta do caminho martimo para a ndia, com todos os perigos que houve que enfrentar, desde o medo do desconhecido aos fenmenos naturais, da fome doena, at morte, nesse cemitrio de portugueses que era o mar. [] Na transio do sculo XIX para o XX, ser a Mensagem, de Fernando Pessoa, a celebrar novamente as aventuras martimas, porque mar e Portugal no podem ser separados mar salgado, quanto do teu sal/ So lgrimas de Portugal!/ Por te cruzarmos, quantas mes choraram,/ Quantos filhos em vo rezaram!. Segundo Cndido Martins, o poeta traou uma imagem que sublinha os custos, as perdas. Mas, influenciado por Cames, fala do Mostrengo, que se verga vontade do rei D. Joo II e do povo portugus. J Raul Brando, nOs Pescadores, retrata um mar realista, de todos os dias, com pescadores que morrem no mar na luta pela sobrevivncia diria, sem fins de riqueza ou fama, que nascem e morrem annimos e esquecveis. Texto de Ana Cristina Cmara in Tabu, n. 216, 22 de outubro de 2010 (adaptado e com supresses)

Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientaes que te so dadas. Responde com palavras tuas e frases completas.1. Associa cada elemento da coluna A ao elemento da coluna B que lhe corresponde, de acordo com o sentido do texto.Coluna AColuna B

1. O mar representa o desconhecido, os perigos e as doenas que os portugueses tiveram de enfrentar na descoberta do caminho martimo para a ndia.2. O mar representa o perigo a distncia e a ausncia do ser amado.3. O mar representa o sacrifcio da nao portuguesa e a sua temeridade.

a. Camesb. D. Joo IIc. Fernando Pessoad. Jos Cndido Martinse. Martim Codax

2. Rel o terceiro pargrafo do texto e indica a que se refere o pronome isso (l. 14). ______________________________________________________________________________________________________________________3. Seleciona, em cada item (3.1. a 3.5.), a opo que permite obter a afirmao adequada ao sentido do texto.3.1. Ao dizer Da minha lngua v-se o mar. (l. 1) Verglio Ferreira utilizaa. uma personificao.b. uma metfora.c. uma anttese.

3.2. Ao referir-se ao mar (ll. 1-2), Verglio Ferreira salientaa. o som emitido pelas ondas do mar ao embaterem na costa portuguesa.b. o desassossego que o rumor do mar lhe provoca.c. a influncia exercida pelo mar na cultura portuguesa.

3.3. Depois de citar Verglio Ferreira, Ana Cristina Cmaraa. emite a sua opinio, discordando do escritor.b. transmite o seu ponto de vista, complementando a citao.c. revela-se imparcial e objetiva.

3.4. Na expresso A representao do mar na literatura to antiga quanto a prpria literatura (l. 7) estabelece-se uma relao dea. contraste.b. causa.c. comparao.

3.5. A palavra esquecveis (l. 27) pode ser substituda pora. que podem ser lembrados.b. que no devem ser esquecidos.c. que podem ser esquecidos.

Parte BL atentamente o texto. Em caso de necessidade, consulta o vocabulrio apresentado.

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Era ento muito novo, quase um garoto, e sonhava com as aventuras que me haviam de oferecer as bases de uma vida distante do tdio e do enfado. No estava sozinho nos meus sonhos. Tinha um Tio: assim mesmo, com maisculas. Era o meu tio Pepe, que herdara mais o carcter indmito1 da minha av basca que o pessimismo do meu av andaluz. O meu tio Pepe. Voluntrio das Brigadas Internacionais durante a guerra civil espanhola. Uma fotografia ao lado de Ernest Hemingway era o nico patrimnio de que se orgulhava, e repetia-me constantemente a necessidade de cada um descobrir o seu caminho e pr-se a andar. Nem vale a pena dizer que o Tio Pepe era a ovelha negrssima da famlia e que, quanto mais eu crescia, mais clandestinos se tornavam os nossos encontros. Foi dele que recebi os primeiros livros, os que me aproximaram de escritores que nunca mais esquecerei: Jlio Verne, Emilio Salgari, Jack London. Foi dele tambm que recebi uma histria que me marcou a vida: Moby Dick,, de Herman Mellville. Tinha catorze anos quando li esse livro, e dezasseis quando j no consegui resistir mais ao apelo do sul. No Chile as frias de vero vo de meados de dezembro a meados de maro. Soube por outras leituras que nos confins continentais pr-antrticos fundeavam vrias pequenas frotas de barcos baleeiros, e ansiava por conhecer esses homens que imaginava herdeiros do Capito Achab. S graas ajuda do meu Tio Pepe foi possvel convencer os meus pais da necessidade dessa viagem, e foi ele, alm disso, que me financiou a passagem at Puerto Montt. Os primeiros mil e tal quilmetros do encontro com o mundo do fim do mundo, fi-los de comboio, at Puerto Montt. Ali, diante do mar, acabavam de repente as linhas do caminho de ferro. Depois, o pas divide-se em milhares de ilhas, ilhotas, canais, braos de mar, at s proximidades do Polo Sul, e na parte continental, as cordilheiras, os montes de neve acumulados (ventisqueros), os bosques impenetrveis, os gelos eternos, as lagoas, os fiordes e os rios caprichosos impedem o traado de caminhos ou de linhas frreas. Em Puerto Montt, graas aos bons ofcios do meu Tio benfeitor2, aceitaram-me como tripulante de um barco que ligava essa cidade com Punta Arenas, no extremo sul da Patagnia, e com Ushuaia, a mais austral3 do mundo na Terra do Fogo, trazendo e levando mercadorias e passageiros. O capito do Estrella del Sur chamava-se Miroslav Brandovic, e era um descendente de emigrantes jugoslavos que conheceu o meu Tio durante as suas incurses em Espanha e depois com os maquis4 franceses. Aceitou-me a bordo como ajudante de cozinha, e logo depois da largada recebi uma faca afiada e ordem para descascar um saco de batatas.

Lus Seplveda, Mundo do Fim do Mundo, Edies Asa

___________________________________1indmito indomvel; destemido.2 benfeitor aquele que faz ou propicia bem a outrem.3 austral mais a sul.4 maquis membros da resistncia francesa durante a segunda guerra mundial.

Responde agora s perguntas. Escreve frases completas e usa as tuas palavras.1. Qual o sonho que a personagem principal tinha desde criana?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________2. Quem ajudou o rapaz (personagem principal) a concretizar o seu sonho?_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3. Tendo em conta o sentido do texto, ordena as frases (de 1 a 6) que se referem s atitudes do tio para com o sobrinho. Pediu ao capito de um barco para o aceitarem como tripulante.Pagou-lhe a passagem at Puerto Montt. Ofereceu-lhe livros de escritores clebres. Incitou-o ao sonho. Convenceu os pais do rapaz do rapaz da necessidade da viagem. Encontrava-se com o sobrinho clandestinamente.4. O rapaz (personagem principal) bastante influenciado pela leitura do romance Moby Dick, cuja personagem principal o capito Achab. 4.1. Copia do texto uma frase que mostre o efeito que esta obra tem sobre o rapaz._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________5. Indica a idade que o rapaz tinha quando decidiu viajar para Sul______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________6. A personagem deixou o seu lugar de origem e partiu de comboio para Puerto Montt.6.1. Quantos quilmetros percorreu na sua viagem?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________7. Indica duas razes para as linhas de caminho de ferro no se prolongarem para alm da cidade de Puerto Montt._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8. Em Puerto Montt, o rapaz entrou para um barco.8.1. Como se chamava o barco?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8.2. Qual o percurso que esse barco faz?______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________8.3. Indica a profisso que o rapaz ir exercer a bordo do barco._____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________3