Teste3 Falacias, Retorica e Conhecimento
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FILOSOFIA
FALÁCIAS INFORMAIS
Argumentos em que as premissas não sustentam a conclusão em virtude doseu conteúdo ou de defeitos na linguagem.
É possivel classificar as falácias formais em três tipos:
- Falácias da irrelevância: as premissas não são relevantes para sustentar asconclusões.
- Falácias da insuficiência de dados: as premissas não fornecem dadossuficientes para garantir a verdade das conclusões.
- Falácias da ambiguidade: as premissas estão formuladas numa linguagemambígua.
1- Falácias da Irrelevância
Falácia Ad Baculum ou Recurso à força - o argumento recorre aameaças explícitas ou implícitas, físicas ou psicológicas para levar osouvintes a aceitar uma afirmação. Ex: O dinheiro ou a vida.
Falácia Ad Hominem ou Contra a pessoa - o argumento pretende
mostrar que uma afirmação é falsa, atacando e desacreditando a pessoaque a emite. Ex: Quem és tu para falar de poupar, se gastas o dinheiro emtrês dias?
Falácia Ad Ignorantiam ou da Ignorância - argumento que consiste emrefutar um enunciado, só porque ninguém provou que é verdadeiro, ou emdefendê-lo, só porque ninguém conseguiu provar que é falso. Ex: Ninguémprovou a existência de Deus, logo Deus não existe.
Falácia Ad Misericordiam ou da Misericórdia – argumento que consisteem pressionar psicologicamente o auditório, desencadeando sentimentos depiedade ou compaixão. Ex: Por favor não me despeça, tenho filhos e mulherpara sustentar.
Falácia Ad Populum ou Populista – criação de um ambiente deentusiasmo e encantamento que propicie a adesão a uma determinada teseou produto, cuja origem ou apresentação se devem a uma pessoa credorade popularidade. Ex: Comprem estas chuteiras, pois o Cristiano Ronaldotambém as usa.
Falácia Ex Populum ou Demagógica – tentativa de imposição de um
tese, invocando que ela é aceite pela generalidade das pessoas. Ex: Toda agente usa o Perfume X, compre-o!
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Falácia Ad Verecundiam ou da Autoridade – tentativa de sustentar umatese, apelando aum personalidade de reconhecido mérito, mesmo que nãotenha conhecimentos naquela área especifica. Ex: Vá ao Banco Y, pois oFigo também vai.
2- Falácias da Insuficiência de Dados
Falácia da Generalização Precipitada - argumento que enuncia uma leiou uma regra geral a partir de dados não representativos ou insuficientes.
a) Enumeração Incompleta: indução ou generalização a partir deobservações insuficientes. Ex: A Ana tem 16 anos, o Gonçalo tem 16anos, a Teresa tem 16 anos. Logo, todos os alunos do 11ºC têm 16anos.
b) Acidente Convertido: tomar por essencial o que é acidental, porfrequente o que é excepcional. Ex: Quando não estudei para Filosofiative boa nota. Logo, se não estudar tenho boas notas.
Falácia da Falsa Causa-
a) Non Causa Pro Causa: atribuição da causa de umfenómeno a outro fenómenos sem haver relação causal entreeles.
b) Post Hoc Ergo Propter Hoc: atribuição da causa de umfenómeno a outro fenómeno só por e preceder no tempo.
Falácia da Falsa Analogia – tirar conclusões de um objecto ou de umasituação para outra semelhante, sem dar atenção às diferençassignificativas. Ex: Alguns dinossauros voam, tal como as aves. Logo, osdinossauros são aves.
Falácia da Petição de Principio - consiste em adoptar, para premissa deum raciocínio, a própria conclusão que se quer demonstrar. Ex: Está frioporque as temperatura estão baixas.
Falácia da Pergunta Complexa – adicionar duas perguntas ou fazer umapergunta que pressupões a resposta a outra pergunta, de modo a que ointerlocutor fique numa situação embaraçosa, quer responda afirmativa ounegativamente. Ex: Então agora já tratas bem os teus filhos?
3- Falácias da Ambiguidade
Falácia da Equivocidade – introdução de um termos que não tem só umsignificado. Ex: As mesas têm pés. Os homens têm pés. Logo, os homenssão mesas.
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cidadão, dá origem à rétorica. A Retórica torna-se assim a forma de colocaros problemas, de os esclarecer e os resolver.
Isto aconteceu precisamente na antiga Grécia, onde os cidadãos tinham umpapel muito activo na vida política. A vida pública em Atenas sustinha-se
sobre dois pilares fundamentais: a democracia e a retórica, na medida emque a primeira consistia na participação de todos os cidadões na tomada dedecisões de interesse para a cidade, e a segunda consistia na necessidadede convencer as pessoas a tomar as decisões mais acertadas, pelo dom dapalavra.
CARACTERIZAR O CONFLITO ENTREFILÓSOFOS E RETORES
Os Sofistas foram os primeiros importantes protegonistas da retórica gregae eram mestres na arte de bem falar, considerando-se “os sábios”. Oconflito entre este grupo de retores e os filósofos baseava-se na disputa dolugar de educadores dos futuros cidadãos.
Os filósofos, por um lado, defendiam a existência de verdades únicas e a
sua actividade baseava-se na procura dessas verdades. Por outro lado, ossofistas defendiam que a verdade é relativa a cada homem, ou seja, cadaum mede o mundo consoante a sua personalidade. Daí vem a famosa frasede Protágora, “O homem é a medida de todas as coisas”.
Os sofistas eram mestres da retórica, e por isso ensinavam os futurospolíticos gregos segundo temas relativos à moral, política, economia,filosofia e retórica. Estes homens eram uma espécie de professores, queandavam de cidade em cidade, garantindo aos seus alunos uma educaçãoeficiente e prática, que os deixava aptos para a vida democrática.
EXPLICITAR O PONTO DE VISTAPLATÓNICO ÀCERCA DA RETÓRICA
Platão demonstra sempre aversão à retórica, acabando por publicar osdiálogos Górgias e Protágoras, onde aponta a culpa da decadência da polisateniense aos sofistas.
Platão considera a retórica uma arte de enganar, que se baseia nasaparência e não na realidade. Assim, afirma que a retórica é um simulacro
da politica, e não a verdadeira politica, sendo por isso uma máscara. Estefilósofo defende que a retórica é o uso abusivo da manipulação, que leva as
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pessoas a acreditarem (“gera a crença…”) e não a saberem (“…e não aciência”).
Platão defende que o retórica só pode ser bem usada se for ao serviço dafilosofia, na medida em que esta arte é util na comunicação das verdades
absolutas, contribuindo para um melhor esclarecimento do público. Assim,quando o filósofo encontra a verdade, deve usar a retórica para a explicitaraos seus ouvintes ou leitores. Esta á uma retórica subordinada à filosofia, aoserviço das verdades universais e indiscutiveis, e não me meras opiniõesrelativas.
EXPLICITAR O PONTO DE VISTAARISTOTÉLICO ÀCERCA DA RETÓRICA
Aristóteles, ao contrário de Platão, considera a retórica importante em
alguns dominios. É o primeiro filosofo a estudar a retórica, deixando notratado “Arte retórica”, o seu conceito de auditório e salientando as técnicasde persuasão a utilizar (ethos, pathos e logos).
Segundo Aristóteles, devemos utilizar a demonstraçãi para garantir averdade das afirmações que se fazem no âmbito das ciências objectivas,como a matemática. Por outro lado, devemos utilizar a retórica no âmbitodas acções e valores ou seja, das ciências sociais e humanas, como apolítica, onde não há verdades absolutas mas sim opiniões mais ou menosplausiveis.
Ao contrário de Sócrates, que acreditava que a retórica era sempre má emanipuladora, quando fora da filosofia, Aristóteles defende que esta artestem dois usos: o bom, em que são respeitadas certas regras; e o mau uso,em que o objectivo é só manipular e enganar.
Aristóteles estabalece ainda um elo de ligação entre retórica e filosofia, namedida em que a primeira é uma ramo da Dialética, que por sua vez é umaparte da filosofia.
A DECADÊNCIA DA RETÓRICA
É importante conhecer a importância da retórica durante o ImpérioRomano. É nesta época que é criado o maior tratado sobre a retórica,redigido por Quintiliano. Os discursos são fundamentais durante o domínioromano. Como exemplo fundamental temos o discurso proferido por MarcoAntónio após a morte de César, que é bastante importante, uma vez que oorador consegue mudar completamente o pensamento do público, queestava a favor da morte de César e passa a estar de acordo com as ideiasde Marco António.
No início da Idade Média, a retórica é uma das disciplinas leccionadas
nos mosteiros. O saber estava, então, dominado pelo Clero, que ensinavaaté nas Universidades. Assim, a retórica foi perdendo alguma das suaspartes ligadas à liberdade de pensamento e expressão, como a
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investigação. Essa liberdade vai-se perdendo devido à aceitação dosdogmas religiosos, que impedem as pessoas de aceitar ideias diferentesdaquelas que a Igreja defende. A arte da oratória passa então a ser a artede “muito falar e pouco dizer”, uma vez que os discursos que eram feitostinham muitos floreados e pouca argumentação. O conteúdo é entãodominado pela forma. Esta é uma decadência que se vai estendendo aolongo de toda a Idade Média, Renascimento e Idade Moderna e por isso sediz que a retórica passa a “sofrer duma enfermidade crónica”.
Na idade Moderna os filósofos, como Kant e Descartes, contestam aretórica, defendendo que a filosofia se prova e demonstra tal como aMatemática, usando-se sempre uma lógica demonstrativa e nãoargumentativa. Estes filósofos acreditam que as ideias fundamentais podemser demonstradas. Um exemplo importante é o de Descartes, que achavaque se podia provar a existência de Deus.
A esta perspectiva filosófica, acrescem outros factores. O primeiro é osurgimento do Romantismo, que se opõe à retórica, uma vez que seacreditava que para convencer bastava ser sincero e que as palavrasservem para exprimir sentimentos e não persuadir. Os Romantistas sãocontra a retórica e a favor da sintaxe, na medida em que interessa apenas alíngua, para falarmos de nós. Continuando com a recusa da retórica, oPositivismo vem também defender que tudo pode ser demonstrado e que aargumentação não tem utilidade. Assim, no século XIX, a retórica sai doscurrículos escolares.
MOSTRAR A IMPORTÂNCIA DA RETÓRICANA ACTUAL DEMOCRACIA
No século XX, iniciam-se os Movimentos de Nova Retórica, um poucopor toda a Europa, passando a retórica da Filosofia um pouco para aLiteratura. Entende-se que a retórica é importante e volta-se a achar que,tal como Aristóteles defendia, não há outra maneira de manter ademocracia a não ser usando a retórica. É no século XX que algumas
ditaduras se apoderam da Europa, desde Portugal (com Salazar) até àRússia (com Estaline), e é nestes ambientes que a retórica perde aimportância. Para contrapôr e recuperar a liberdade perdida na ditadura, aretórica e a argumentação passa a ser amplamente usada. A argumentaçãopassa de novo a ser estudada na filosofia.
Assim, a antiga retórica nascida na antiga pólis, ressurge com todo o vigornos dias de hoje, tirando parte de todos os aspectos que melhor se adaptamà participação democrática que a todos se exige na actualidade.Reconhecem-se inumero aspectos positivos na prática da argumentação: orepúdio do dogmatismo, a oposição a verdades únicas, a promoção do
diálogo, a valorização da racionalidade intersubjectiva (os interlocutores
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valorizam as soluções colectivamente encontradas) e o incremento daparticipação.
BOM USO DA RETÓRICAO objectivo da “boa retórica” é o de persuadir, ou seja, dar a conhecer asminhas razões e argumentá-las de modo a levar o outro a aceitá-las, semintenção de iludir ou enganar. Podemos dizer que esta persuasão tem comoobjectivo agradar o auditório, na medida em que agradar significa fazer comque o auditório se identifique com o discurso, e assim ficar agradado. Numdiscurso em que se usa a persuasão, deve haver um acordo sobre ideiasadmitidas, ou seja, há um acordo de conceitos, que significam o mesmopara o orador e para o auditório.
A retórica, no seu bom uso, constitui uma importante ferramenta deconstituição da sociedade ideal. Por exemplo, quando um politicoargumenta sobre o que devemos ou não fazer, está a pensar numasociedade ideal, não a real. Outro exemplo: quando dizemos que algo é
justo ou injusto, bonito ou feio, significa que é ou não é como deveria ser,numa sociedade ideal. Tudo isto são usos da retórica, que é imprescindivelpara justificar juízos de valor como estes.
ENUNCIAR OS PRINCIPIOS DAARGUMENTAÇÃO ETICAMENTE ACEITÁVEL
Existem alguns principios éticos, que através do seu cumprimento permitemsupor que os participantes estão a agir de boa fé. Estes principios são comodefesas para evitarmos cometer falácias ou erros. Se cumprirmos todosestes principios durante uma argumentação, certamente não estaremos aagir de má fé nem a cometer erros.
O principios são os seguintes:
Principio da cooperação: todos os participantes devem comprometer-se arespeitar os objectivo comuns do diálogo. Qualquer intervenção que seafasta do tema nuclear do diálogo arrisca-se a ser posta de lado
Principio da quantidade: todos devem contribuir com informações uteisao bom andamento do diálogo. Devem-se evitar a omissão dessasinformações e a apresentação de informação excessiva.
Principio da qualidade: os participantes devem ser sinceros, não podemfazer afirmações falsas nem afirmações para as quais não hajam provas
exactas.
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Principio da prova: todos os intervinientes são obrigados a fundamentaras suas afirmações, desde que isso lhes sejas exigido.
Principio da precisão: nenhum interviniente pode distorcer as afirmaçõesfeitas pelos outros, evitando assim a falácia do espantalho.
Principip da coerência: os participantes devem manter-se leais às suasopiniões durante todo o diálogo, rejeitando afirmações contraditórias.
Principio da modo: os intervinientes devem expor claramente as suasintervenções, evitando assim discursos ambiguos, longos e desordenados.
Principio da livre expressão: todos os participantes têm a liberdade dese exprimir, não podendo impedir a opinião dos outros.
MAU USO DA RETÓRICAEstamos perantes um mau uso da retórica quando o objectivo do orador é amanipulação, na medida em que esta é a utilização indevida daargumentação com o intuito de levar o auditório a aderir acritica einvoluntariamente às propostas do orador. O orador pretende enganar oauditório, através da mentira.
Antes de explicitar este uso da retórica, é importante estabelecer adiferença entre erro, mentira e engano. Estamos perante um erro quando é
dita uma afirmação falsa, acreditando que é verdadeira; estamos peranteuma mantira quando o locutor afirma falsidades com más intenções, tendototal noção da falsidade das suas afirmações; estamos perantes o enganoquando o auditório, ao ouvir a mentira, adere a ela, deixando-se enganar.Assim, o erro não se presta a manipular ninguém, a mentira é uma tentativade manipulação e o engano ocorre quando há manipulação.
Na manipulação, estamos no dominio da sedução, uma vez que somoslevados à persuasão irracionalmente. Falamos do dominio da atracção, emque é dificil resistir. O orador utilizada a trivialidade do preconceito, ou seja,
joga-se com os preconceitos e tenta-se convencer o outro de forma nãoracional usando dogmas, conceito aceites sem qualquer questionamento.
Podemos então dizer que a manipulação é uma perversão do discursoideológico, uma vez que utiliza os tais preconceitos (afirmaçõesconservadoras, que pretendem defender o estado das coisas) paraconvencer o auditório de uma determinada tese.
O DISCURSO PUBLICITÁRIO
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O discurso publicitário e um discurso que estamos habituados a ver, onde opathos domina sempre. Como há uma estratégia que predomina sobre asoutras, estamos perantes um discurso manipulador, e não persuasivo.
O discurso publicitário tem como objectivo levar ao consumo de um
produto, utilizando a linguagem da sedução: faz apelo aos desejosinconscientes, às mensagens subliminares, à esfere do afectividade,procurando uma atracção irracional e acritica. A publicidade estabelece umarelação imaginária e mágica entre o consumidor e o produto: adquirir oproduto é adquirir o conjunto de qualidades simbólicas a ele associadas eque vão de encontro aos desejos e valores do consumidor.
Os objectos deixam de ser simples objectos, e transformam-se em sonhos,desejos, sentimentos, valores: o valor simbólico do objecto é tão forte quese é levado ao consumo, não pela necessidade, mas pelo valor mágico quelhe é atribuido. A marca faz a pessoa, define o que se é.
O DISCURSO POLITICO
A necessidade de ir ao encontro do grande público leva os politicos adesenvolver a arte da manipulação e seduzir para mobilizar, usandoestrategicamente a retórica.
No âmbito da politica, o mau uso da retórica acontece nas seguintes
situações: os politicos não olham a meios para fazer acreditar a suamensagem; ridicularizam e discordam das opiniões dos seus adversários,mesmo que estas sejam válidas; insistem na optimização dos seus pontosde vista.
Também os eleitores contribuem para o mau uso da manipulação quando:avaliam a qualidade das propostas apenas pela cor partidária que asrepresenta; manifestam ignorância e impreparação quanto à participaçaoem debates politicos; deixam-se aprisionar pela comodidade das atitudespassivas.
Em todos estes casos, fazem-se atentados à ética, ignorando os principiosque anteriormente foram referidos.
O CONHECIMENTO
GNOSIOLOGIA
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Estudo do conhecimento, do acto cognitivo e não de todos osconhecimentos que existem
Abordagem etimológica:
- cognoscente; - incognoscivel; - cognitico; - cognoscitivo
Conhecer é, então, ter uma apreensão conjunta de algo ( éuma apreensão total)
Abordagem metafórica:
1- A Maria anda com os olhos tapados
A Maria não quer ver a realidade, não quer conhecer as coisas comoelas são.
Assim sendo, conhecer é ver. (metáfora visual)
2- Fui a uma palestra de Fisica, mas não apanhei nada.
Não consegui apreender nada.
Assim sendo, conhecer é apanhar, ficar com algo de fora, fazerum movimento de apropriação. (metáfora táctil)
3- Estou a processar o que ouvi.
Estou a assimilar, absorber.
Assim sendo, conhecer é assimilar, e essa coisa que seassimilia vai fazer parte da pessoa.
Portanto, conhecer implica uma visão geral das coisas, depoisapanhar essa coisa e por fim asimilá-la.
COGNOSCERE
Cum + gnoscere
Conjunto Apreensão
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DISTINGUIR CONHECIMENTO COMOPROCESSO DE CONHECIMENTO COMO
PRODUTOÉ importante estabelecer a diferença entre CONHECIMENTO eCONHECIMENTOS. O Conhecimento é o processor, o modo como adquirimosos conhecimentos. Os Conhcimentos são o resultado do processo deconhecimento, aquilo que fica na nossa memória.
Não há conhecimento sem conhecimentos, nem conhecimentos semconhecimento.
“Pelo acto da visão, sei que está um carro a passar”Conhecimento Conhecimentos
DIFERENTES MODOS E NIVEIS DECONHECIMENTO
Existem dois niveis de conhecimentos: o conhecimento superficial e oprofundo. Com o conhecimento superficial, está-se mais longe daverdade; com o conhecimento profundo, está-se muito perto ou mesmodentro da verdade.
Por outro lado, existem vários modos de conhecimento:
Conhecimento sensivel – dado pelos orgãos dos sentidos. Ex: visão
≠Conhecimento inteligivel – dado pela inteligencia. Ex: o conhecimento
de noções matemáticas.
Conhecimento intuitivo – captar algo imediatamente; acto imediato.Ex: conhecimento dado pelos sentidos.
≠Conhecimento discursivo – deriva do acto de discorrer; acto mediato.Ex: noções matemáticas.
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Conhecimento por contacto – dado pela experiência vivida. Ficamosmuito mais envolvidos quando conhecemos por estarmos presentes. Ex:conhecer o deserto, por estar lá.
≠Conhecimento proposicional – dado pela experiência de outrém, é-nosdito mas não presenciamos, logo ficamos menos envolvidos. Ex: conhecer odeserto, pelo que me disseram.
Conhecer é muitas vezes utilizado como sinónimo de saber, palavra quederiva do latim “sapere”. Curiosamente, esta palavra derivou duashomónimas: o saber de conhecer e o saber no sentido gostativo, o que nosleva a pensar se saber, logo conhecer, não é também saborear as coisas.
O saber está dividido em três tipos: o saber que (é um saber informativo); osaber como (é um saber prático, implica procedimento); o saber porquê (éum saber maior que os outros, que acaba por incluir os outros).
DISTINGUIR DESCRIÇÃO EINTERPRETAÇÃO DO CONHECIMENTO
Descrever um objecto consiste numa observação rigorosa, uma exame
atento e obejectivo, insento de parecer particulares ou de opiniões pessoais.Na descrição do acto cognoscitivo, usa-se a fenomenologia, que vaidescrevê-lo segundo a nossa consciência, esclarecendo os elementos desteacto e o modo como se relacionam.
Interpretar algo já reflecte o ponto de vista o sujeito que elabora ainterpretação, e por isso as interpretações são sempre subjecticas, pelo queestão na origem de explicações ou teorias diferentes. Interpretar o actocognoscitivo é evidenciar o nosso próprio ponto de vista. Para isso,socorremo-nos da gnosiologia.
DESCRIÇÃO FENOMENOLÓGICA DO ACTODE CONHECER
Na descrição fenomenológica, os conceitos-chave são os seguintes:
- conhecimento: acto pelo qual o sujeito apreende ou representa o objecto.
- sujeito cognoscente: aquele que apreender e representa o objecto
- objecto cognoscivel: aquilo que é apreendido, conhecido pelo sujeito
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- representação: resultado do acto de conhecer. Esta representação podeser uma imagem (representação imagética) ou um conceito (representaçãoconceptual)
Sujeito Objecto
Descrição do acto cognitivo:
1-No acto de conhecer intervém dois elementos oposto: o sujeito
cognoscente e o objecto cognoscivel. O conhecimento é a relação quese estabelece entre ambos.
2-Há uma relação reciproca entre sujeito e objecto: o sujeito só o éem função do objecto; o objecto só o é em função do sujeito.
3-A correlação entre sujeito e objecto não significa que sejamelemento permutáveis: o sujeito não pode ser objecto, nem o oobjecto pode ser sujeito, pois os seus papeis são diferentes.
4-O papel do sujeito é activo: conhecer o objecto. O papel do objectoé passivo: ser conhecido pelo sujeito.
5-Sujeito e objecto unem-se no acto de aconhecer, mas a sua uniãonão anula a oposição entre ambos, mantém-se opostos em todo oacto.
6-Há três momentos no acto de conhecer: o sujeito sai de si emdirecção à esfera do objecto; o sujeito está fora de si e apreender asqualidades do objecto; o sujeito regressa a si para introduzir na sua
esfera as qualidades do objecto.
7-No conhecimento o objecto não se altera: as suas qualidades nãolhe são retiradas. O sujeito sofre alterações: nasce nele a consciênciaou imagem do objecto. As qualidades apreendidas não entramfisicamente na consciência do sujeito, sendo representadas sob aforma de imagem ou conceito.
Representação