Texto 1 Artigo Mockup Modelo Protipo Maquete

2
A Importância do Modelo Físico para o Desenvolvimento de um Produto prof. A.Vrubel - ago.2007 i O homem, desde tempos antigos, sente a necessidade de visualizar suas idéias para melhor entendê-las e exibí-las. As maquetes fazem parte dessa história e são até hoje, utilizadas com o mesmo propósito, por exemplo na arquitetura moderna. O design de produto segue esta mesma linha e não poderia ser diferente. Em um projeto de produto, no entanto, a visualização concreta de uma idéia antes de ser, de fato produzida, é feita através do desenvolvi- mento de modelos, mockups e protótipos. São eles que dão respaldo ao projeto, servem como forma de estudo e apresentação, e são feitos com diferen- tes finalidades em cada fase do desenvolvimento do produto. Em determinados escritórios são desenvolvidos em média três modelos para cada projeto de produto. Ou seja, em uma primeira fase de concepção da idéia é feito um modelo volumétrico, que serve para uma avalia- ção estética do conceito inicial e dá base às modificações necessárias Este modelo, em escala ou não, é o que permite, a partir de suas modificações - se forem necessárias - que uma nova fase do projeto seja iniciada. Deste modo, um novo modelo - agora mais elaborado - pode ser trabalhado para dar respaldo à fase de apresentação do modelo final com todos os detalhes necessários como acabamentos e transparências, por exemplo. Estamos falando de projetos que exigem um grande investimento, não só dos clientes, mas também do escri- tório ou projetista/ planejador/ design de produto que está encarregado de desenvolver o trabalho. No en- tanto, o nível dos modelos físicos também varia de acordo com as exigências dos clientes que encomendam um determinado serviço e, certamente, o valor do projeto vai oscilar de forma diretamente proporcional a esta variação. Mockups, Modelos e Protótipos x Maquetes Os mockups são reproduções de uma idéia que mais se aproximam da realidade, são feitos em tamanho real, mas que não precisam reproduzir, necessariamente, suas funções. Os protótipos também são feitos em escala 1:1 e têm que reproduzir as funções que o produto final vai ter, ou seja, precisam funcionar, mas não necessariamente precisam ser feitos com os mesmos materiais que serão utilizados para a fabricação do produto. Os modelos, por sua vez, não precisam funcionar e nem estar no tamanho real; podem ser confeccionados em escalas reduzidas, mas precisam ter uma precisão estética tão grande quanto os protótipos. Os três casos, assim como as maquetes, nos ajudam a entender os projetos de forma global, e muitos dos problemas futuros são antecipadamente contornados em função disso. Sem esquecer de que estamos tratando da importância do modelo físico para uma melhor visualização de uma idéia, para melhoramentos e estudos da mesma, o fato de, normalmente, os projetos de produtos serem desenvolvidos em uma escala que permite sua reprodução em um modelo de tamanho real, e muitas vezes funcional, nos dá a possibilidade de uma análise mais direta e exata daquilo que está se propondo como projeto. Permite, além disso, que sejam evitadas impossibilidades funcionais e exageros formais. Muitos dos projetos desenvolvidos não podem ser reproduzidos em forma de protótipos, ou pelo custo, ou por serem realmente em uma escala muito grande. São feitos, nestes casos, modelos em escalas reduzidas. Estes, certamente, são os que mais se assemelham as maquetes usadas na arquitetura. Apresentam normal- mente, escala três, cinco, dez, quinze ou vinte vezes menores que o produto real, enquanto as maquetes podem ser cinqüenta ou duzentas vezes menores que o projeto real. Por isso, mesmos os modelos em escala

Transcript of Texto 1 Artigo Mockup Modelo Protipo Maquete

Page 1: Texto 1 Artigo Mockup Modelo Protipo Maquete

A Importância do Modelo Físico para o Desenvolvimento de um Produto prof. A.Vrubel - ago.2007 i O homem, desde tempos antigos, sente a necessidade de visualizar suas idéias para melhor entendê-las e exibí-las. As maquetes fazem parte dessa história e são até hoje, utilizadas com o mesmo propósito, por exemplo na arquitetura moderna. O design de produto segue esta mesma linha e não poderia ser diferente. Em um projeto de produto, no entanto, a visualização concreta de uma idéia antes de ser, de fato produzida, é feita através do desenvolvi-mento de modelos, mockups e protótipos. São eles que dão respaldo ao projeto, servem como forma de estudo e apresentação, e são feitos com diferen-tes finalidades em cada fase do desenvolvimento do produto. Em determinados escritórios são desenvolvidos em média três modelos para cada projeto de produto. Ou seja, em uma primeira fase de concepção da idéia é feito um modelo volumétrico, que serve para uma avalia-ção estética do conceito inicial e dá base às modificações necessárias Este modelo, em escala ou não, é o que permite, a partir de suas modificações - se forem necessárias - que uma nova fase do projeto seja iniciada. Deste modo, um novo modelo - agora mais elaborado - pode ser trabalhado para dar respaldo à fase de apresentação do modelo final com todos os detalhes necessários como acabamentos e transparências, por exemplo. Estamos falando de projetos que exigem um grande investimento, não só dos clientes, mas também do escri-tório ou projetista/ planejador/ design de produto que está encarregado de desenvolver o trabalho. No en-tanto, o nível dos modelos físicos também varia de acordo com as exigências dos clientes que encomendam um determinado serviço e, certamente, o valor do projeto vai oscilar de forma diretamente proporcional a esta variação. Mockups, Modelos e Protótipos x Maquetes Os mockups são reproduções de uma idéia que mais se aproximam da realidade, são feitos em tamanho real, mas que não precisam reproduzir, necessariamente, suas funções. Os protótipos também são feitos em escala 1:1 e têm que reproduzir as funções que o produto final vai ter, ou seja, precisam funcionar, mas não necessariamente precisam ser feitos com os mesmos materiais que serão utilizados para a fabricação do produto. Os modelos, por sua vez, não precisam funcionar e nem estar no tamanho real; podem ser confeccionados em escalas reduzidas, mas precisam ter uma precisão estética tão grande quanto os protótipos. Os três casos, assim como as maquetes, nos ajudam a entender os projetos de forma global, e muitos dos problemas futuros são antecipadamente contornados em função disso. Sem esquecer de que estamos tratando da importância do modelo físico para uma melhor visualização de uma idéia, para melhoramentos e estudos da mesma, o fato de, normalmente, os projetos de produtos serem desenvolvidos em uma escala que permite sua reprodução em um modelo de tamanho real, e muitas vezes funcional, nos dá a possibilidade de uma análise mais direta e exata daquilo que está se propondo como projeto. Permite, além disso, que sejam evitadas impossibilidades funcionais e exageros formais. Muitos dos projetos desenvolvidos não podem ser reproduzidos em forma de protótipos, ou pelo custo, ou por serem realmente em uma escala muito grande. São feitos, nestes casos, modelos em escalas reduzidas. Estes, certamente, são os que mais se assemelham as maquetes usadas na arquitetura. Apresentam normal-mente, escala três, cinco, dez, quinze ou vinte vezes menores que o produto real, enquanto as maquetes podem ser cinqüenta ou duzentas vezes menores que o projeto real. Por isso, mesmos os modelos em escala

Page 2: Texto 1 Artigo Mockup Modelo Protipo Maquete

estão mais próximos da realidade do que as maquetes por serem submetidos a uma redução que não se distancia tanto do projeto real. Em escala ou não, hoje a tecnologia interfere direta e intensamente no desenvolvimento de um produto e isso não é diferente com relação a confecção dos protótipos, modelos e mockups. A Tecnologia no Projeto de Produto ... Um planejador ou designer de produto precisa pensar no desenvolvimento projetual e detalhamento, mas também no tempo que será necessário para desenvolver um protótipo. A Modelagem 3D...

Se fossemos pensar no projeto de produto há alguns anos atrás, iríamos nos deparar com o charme das pran-chetas, réguas, esquadros, compassos, curvas francesas, etc, que eram as ferramentas de desenvolvimento de um produto ou de um projeto de arquitetura. Certamente, junto a isso, veríamos também que era preciso um tempo maior para finalizar esse tipo de trabalho. Andando um pouco mais para frente no tempo, começamos a perceber que as pranchetas passaram a ficar obsoletas e deram espaço para os computadores e seus programas CAD, que dinamizaram os serviços de for-ma impressionante. Uma próxima etapa desse rápido desenvolvimento técnico foi o surgimento de progra-mas de modelagem 3D, que possibilitam uma visualização mais real daquilo que está sendo projetado. Tudo isso fez com que as formas de desenvolver um produto se modificassem completamente e,conseqüentemente, os prazos dos projetos foram bastante reduzidos. Por mais que softwares de modelagem 3D nos possibilitem uma visualização e uma análise mais próximos da realidade, ela não é, de fato, real. Isso nos remete novamente a importância do modelo físico que também foi fortemente modificado pelos avanços tecnológicos. Os Protótipos e a Tecnologia...

Assim como os modelos 3D virtuais e outros adventos tecnológicos exerceram forte influência e modifica-ram a maneira e a dinâmica de se projetar, a tecnologia também atingiu a modelagem física. Se há tempos demorava-se muito mais para finalizar a etapa de detalhamento de um projeto, por exemplo, demorava-se mais também para confeccionar um modelo de apresentação ou aquele que servia exclusiva-mente para estudo e amadurecimento da idéia. O ingresso de novos meios nesse processo de "fabricação" dos protótipos também modificou e dinamizou esta etapa do desenvolvimento de um produto. Isso não quer dizer que todo o maquinário utilizado em uma oficina tradicional de modelagem foi substituído, mas novas ferramentas também estão sendo empregadas. Quando falamos desta tecnologia, estamos nos referindo a algo que realmente modificou determinados parâ-metros, principalmente quando pensamos no quesito tempo. Com o dinamismo que os programas CAD e de modelagem 3D deram à fase de concepção da idéia, era necessário que a fase de confecção de um protótipo acompanhasse este novo ritmo. Para dinamizar o processo, diminuir o tempo e melhorar o nível dos modelos são utilizadas, ferramentas como as fresas CNC, os tornos CNC, prototipagem rápida, escaner 3D, etc. Peças são preparadas em pouco tempo e auxiliam os estudos para elaboração do produto como um todo. É possível atualmente, desenvolver uma pequena escala de um produto para sua pré-série no mercado, o que melhora a pesquisa que gira em torno de sua qualidade. Logicamente, tratam-se de processos caros e que são utilizados em projetos que são desenvolvidos com alto nível de investimento. i Esse artigo foi escrito com base em observações pessoais em escritórios de projetos e setores de engenharia experi- mental, além de conversas com profissionais da área de projetos.