texto comunicacional

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Artigo Cientifico Evolução em Código Descobertas sobre o modo como os genes codificam proteínas, revelam a sofisticada «programação» da Natureza para proteger a vida de erros catastróficos e acelerar a evolução. A 14 de Abril de 2003, cientistas anunciaram ao mundo a conclusão do sequenciamento do genoma humano – o arquivo de 3 biliões de pares de nucleotídeos de ADN com a receita de como se faz um ser humano. Mas encontrar todos os genes que realmente funcionam na sequência permanece um desafio, assim como compreender melhor como e quando são activados e de que modo as suas instruções influem no comportamento das moléculas de proteínas que codificam. Não surpreende que o chefe do Projecto Genoma Humano, Francis S. Collins, tenha qualificado a conquista do grupo apenas de «o fim do começo». Collins referia-se também a uma comemoração que ocorreu naquela mesma semana: o começo do começo, 50 anos antes, quando James Watson e Francis H. Crick revelaram a estrutura da molécula de ADN. Era uma época entusiasmante. Os cientistas sabiam que a molécula finalmente visualizada continha nada menos do que o segredo da vida, a possibilidade dos organismos se arquivarem num conjunto de programas e converterem essa informação em metabolismo vivo. Nos anos seguintes, o mundo científico foi seduzido pela tentativa de descobrir como se dava essa conversão. Sabia-se que o alfabeto do ADN consistia apenas em quatro tipos de nucleotídeos. Portanto, a informação codificada na espiral dupla deveria ser descodificada, obedecendo a determinadas regras, para informar as células quais os 20 aminoácidos tinham de ser ligados a fim de formar os milhares de proteínas constituintes de biliões de formas de vida. Enquanto ovos são chocados, sementes germinam, fungos se disseminam e bactérias se dividem, todo o mundo vivo está eternamente envolvido numa operação frenética de descodificação. Resumo/O Código da Vida

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Artigo Cientifico

Evolução em Código

Descobertas sobre o modo como os genes codificam proteínas, revelam a sofisticada «programação» da Natureza para proteger a vida de erros catastróficos e acelerar a evolução.

A 14 de Abril de 2003, cientistas anunciaram ao mundo a conclusão do sequenciamento do genoma humano – o arquivo de 3 biliões de pares de nucleotídeos de ADN com a receita de como se faz um ser humano. Mas encontrar todos os genes que realmente funcionam na sequência permanece um desafio, assim como compreender melhor como e quando são activados e de que modo as suas instruções influem no comportamento das moléculas de proteínas que codificam. Não surpreende que o chefe do Projecto Genoma Humano, Francis S. Collins, tenha qualificado a conquista do grupo apenas de «o fim do começo».Collins referia-se também a uma comemoração que ocorreu naquela mesma semana: o começo do começo, 50 anos antes, quando James Watson e Francis H. Crick revelaram a estrutura da molécula de ADN. Era uma época entusiasmante. Os cientistas sabiam que a molécula finalmente visualizada continha nada menos do que o segredo da vida, a possibilidade dos organismos se arquivarem num conjunto de programas e converterem essa informação em metabolismo vivo. Nos anos seguintes, o mundo científico foi seduzido pela tentativa de descobrir como se dava essa conversão. Sabia-se que o alfabeto do ADN consistia apenas em quatro tipos de nucleotídeos. Portanto, a informação codificada na espiral dupla deveria ser descodificada, obedecendo a determinadas regras, para informar as células quais os 20 aminoácidos tinham de ser ligados a fim de formar os milhares de proteínas constituintes de biliões de formas de vida. Enquanto ovos são chocados, sementes germinam, fungos se disseminam e bactérias se dividem, todo o mundo vivo está eternamente envolvido numa operação frenética de descodificação.

Resumo/O Código da Vida• As instruções genéticas para a fabricação de proteínas estão escritas em «palavras» de três letras chamadas códons que especificam cada um dos 20 aminoácidos ou um sinal para a interrupção da tradução. A organização desses códons e seus significados já foram considerados aleatórios, mas novas descobertas deixaram claro que a selecção natural escolheu e manteve essa ordem.• Simulações com computadores revelam por que: comparado com alternativas hipotéticas, o código padrão é incrivelmente eficaz na minimização do prejuízo causado por erros nos genes ou no processo de tradução de genes em proteínas.

OS AUTORES: STEPHEN J. FREELAND e LAURENCE D. HURST usam a bioinformática para estudar a biologia evolutiva. Freeland é professor assistente de bioinformática

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na Universidade de Maryland, Baltimore Country. (…) Laurence Hurst é, hoje, professor de genética evolutiva na Universidade de Bath, na Inglaterra.

Scientific American, Maio de 2004 (adaptado).

I

Após a leitura atenta do excerto deste artigo científico, responde às questões com clareza e concisão.1. Relaciona o título com o subtítulo.

2. Transcreve do primeiro e segundo parágrafos as expressões identificadoras, correspondentes aos vocábulos sublinhados:• Os cientistas fizeram uma importante comunicação ao mundo, no dia 14 de Abril de 2003;• Comemorou-se uma descoberta fundamental, «naquela mesma semana», ocorrida 50 anos antes;• O mundo científico realizou um trabalho de investigação apaixonado, nessa área, nos anos seguintes.

3. Explicita o sentido da expressão «a receita de como se faz um ser humano» .

4. Esclarece a afirmação de Francis S. Collins ao qualificar «a conquista do grupo apenas de ‘‘o fim do começo’’ ».

5. Caracteriza a investigação científica na área da Genética.

6. Relê atentamente o Resumo/O Código da Vida.6.1 Neste contexto, interpreta a expressão «Código da Vida».

7. Identifica no excerto três elementos próprios da estrutura de um artigo científico.

8. Caracteriza a linguagem utilizada, exemplificando o vocabulário específico desta tipologia textual.

IIFuncionamento da Língua

1. Selecciona do excerto três termos técnico-científicos.

2. Classifica morfologicamente as palavras: «catastróficos» (subtítulo), «segredo», «disseminam», «eternamente».

3. Apresenta os sinónimos dos vocábulos: «sofisticada» (subtítulo), «germinam», «frenética» .

4. Escreve cinco palavras da família de: descoberta, vida e evolução.

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5. Interpreta o motivo pelo qual nas linhas 15 e 16 o Presente do Modo Indicativo é privilegiado.

6. «Não surpreende que o chefe do Projecto Genoma Humano, Francis S. Collins, tenha qualificado a conquista do grupo apenas de «o fim do começo».6.1 Divide e classifica as orações da frase.6.2 Refere as funções sintácticas dos vocábulos sublinhados.

IIIExpressão Escrita

Elabora um texto cuidado em que exponhas a tua opinião sobre a importância das descobertas na área da Genética, reflectindo nas inúmeras implicações (positivas e negativas) para a Humanidade. Refere exemplos concretos para ilustrares as tuas ideias sobre esta temática.

ENTREVISTA

1. Lê a entrevista.

José Mourinho em entrevista «Não quero um Ferrari e uma quinta. Quero a alegria e ser reconhecido », diz José Mouri nho que nasceu a 20 metros do estádio do Bonfim, aprendeu a andar no relvado do estádio do Setúbal, jogou à bola com o pai (o antigo guarda redes Félix Mourinho), a quem disse que queria ser treinador de futebol. A ambição, extraordinária, é da medida do seu talento. Ninguém duvida que a carreira, a procissão, ainda vai no adro.

por Anabela Mota Ribeiro

Selecções do Reader`s Digest (SRD): Formou-se no ISEF aos 24 anos e completou um curso para treinadores na Escócia. Não é muito comum no mundo do futebol esta preocupação com a instrução.José Mourinho (JM): Sempre existiu em mim a ambição de me licenciar, independentemente da minha vocação. Talvez influenciado pela minha família: «Não sabes qual vai ser o teu futuro no futebol, pelo menos constrói algo sólido».SRD: Havia essa preocupação?JM: Havia. O meu pai esteve a vida toda ligado ao futebol com todas as

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dificuldades inerentes ao mesmo. Se eu tivesse sido mal sucedido nesta minha aposta, como treinador, na pior das hipóteses era professor de educação física. Paralelamente a esta preocupação, sabia o que aquilo me podia dar. Tenho uma máxima, que não é minha, mas que ouvi em qualquer lado e que guardei para mim: «Um treinador de futebol que só sabe de futebol é um péssimo treinador de futebol.SRD: De que outras coisas tem de saber?JM: De tudo. Há áreas científicas que nos podem ajudar no nosso trabalho, nomeadamente psicologia, pedagogia, fisiologia. Posso falar com o meu departamento médico sobre lesões, músculos, biomecânica, teoria do treino. São temas que domino. Dominar as competências psicológicas, é fundamental. Pode fazer a diferença.(…)SRD: Aos 15 anos teve a noção de que queria ser treinador. E essa noção era acompanhada de uma outra: a de que dificilmente seria um jogador de exceção.JM: Sim.SRD: Ora o que queria para si era justamente a exceção. Porquê?JM: Como qualquer miúdo, cresci a adorar jogar. Não posso dizer que não era um miúdo com talento. No meu grupo de amigos, era dos mais talentosos. Mas a via académica exigia-me responsabilidades, tive de fazer as minhas escolhas. Senti que não valia a pena arriscar porque as possibilidades de sucesso não eram grandes.SRD: Isso é que é a coisa extraordinária: ter tido essa lucidez aos 15 anos.JM: Sabia das minhas limitações e das minhas qualidades. O meu skill não era melhor do que o skill dos outros. As minhas qualidades físicas não eram de exceção; não era rápido, e a velocidade é fundamental para o futebol de alto nível. Aquilo que me fazia melhor do que os outros era a minha capacidade de ler, analisar equipas. A visão que tinha da situação. Eu conseguia ver coisas que os outros não conseguiam, inclusive adultos.SRD: É verdade que o seu pai lhe pedia para fazer a observação das equipas adversárias?JM: Sim.SRD: Foi verdadeiramente a sua escola?JM: A escola de qualquer treinador começa aí. Na capacidade de assistir a jogos com outros olhos. Não é ir para o futebol e ver o jogo como um adepto normal, preocupado se A ganha ou B ganha. É tentar perceber como é que uma equipa funciona, quais são os seus princípios de jogo.

http://www.seleccoes.pt (texto com supressões)

1. Faz a correspondência entre as duas colunas de forma a obteres

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afirmações corretas.

Aa. José Mourinho fez um curso de treinadoresb. A família sempre o incentivou a licenciar-se,c. Para se ser treinador de futebol não basta saber de futebol:d. Desde os quinze anos que queria ser treinador de futebol,e. No entanto, tinha uma talento que fez dele o treinador que hoje é:f. O seu talento excecional era reconhecido pelo pai,g. O que distingue um treinador de um adepto normal

B1. já que não sabia como iria ser a sua carreira no futebol.2. porque sabia que seria um jogador vulgar.3. por isso pedia-lhe que observasse as equipas adversárias.4. após ter concluído o curso no ISEF.5. é preciso ter conhecimento nas áreas da psicologia, pedagogia e fisiologia.6. é a sua capacidade de ler a equipa adversária.7. a capacidade de observar e analisar o jogo.

Publicada por Helena Maria em 05:37

Etiquetas: Discurso de Imprensa, Entrevista

4.6.10

Gestos sobre a paisagem

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Há anos que percorre o país procurando ver na paisagem «de onde vimos e para onde vamos». É um registo de reflexão sobre o território e o povoamento português que faz em milhares de fotografias. Um levantamento que Duarte Belo, 38 anos, irá publicar numa edição de dez volumes. (...) Ao JL, o fotógrafo fala do seu trabalho e do último livro, Terras Templários de Idanha. (...)

Poucos meses no terreno renderam mil e uma fotografias, todas a preto e branco. E delas Duarte Belo fez Terras Templárias de Idanha, um livro como uma arquitectura - os seus livros têm esse carácter construído -, em que junta o ponto de vista das imagens a texto. (...)

Arquitecto de formação, Duarte Belo, nascido em Lisboa, em 1968 - filho do poeta Ruy Belo -, faz um sistemático levantamento fotográfico do território português, uma espécie de geografia de imagens, em que essencialmente procura captar um olhar renovado sobre a paisagem. Em Novembro, irá apresentar outro projecto, com os fotógrafos José Manuel

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Rodrigues, Aníbal Lemos e David Infante: uma leitura de Évora Contemporânea, à luz da classificação de património mundial.

Jornal de Letras: O que lhe interessou particularmente neste trabalho sobre Idanha-a-Nova?Duarte Belo: Registar uma espécie de tempo longo, que está muito presente naquelas terras, que são um património natural, com uma paisagem relativamente bem preservada. Mas também com uma série de memórias muito presentes, de vários períodos históricos, desde o pré-romano ao medieval, e mesmo com lgumas marcas mais contemporâneas, de intervenções mais recentes.

Como surgiu este projecto?Já tinha feito uma exposição em Idanha-a-Nova, no Centro Cultural Raiano, em 1998. Mais recentemente, fui convidado, assim como uma série de pessoas ligadas às artes e à escrita, a passar lá um fim-de-semana. A ideia nasceu desse conhecimento, apresentei a proposta que foi imediatamente aceite e depois integrada nas comemorações dos 800 anos da doação aos Templários da vila de Idanha. Fiz o projecto num período concentrado de tempo, dois ou três meses em que estive lá a fotografar.

Qual o critério que decide a escolha das fotografias que integra no livro?Faço sempre um grande número de fotografias precisamente para poder fazer essa escolha. E tentei cobrir todas as situações que me só parecem significativas do trabalho que se desenvolveu no concelho de Idanha-a-Nova, que é o terceiro maior do país, e nessa medida tem uma paisagem muito extensa. Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha ou Monsanto são referências da paisagem portuguesa, particularmente da raia. Mas além dos lugares significativos e do seu povoamento, a escolha incidiu também sobre fotografias que revelassem aspectos sensíveis dessa realidade. E que se não fossem muito conhecidos, uma vez que são paisagens muito exploradas do ponto de vista fotográfico.

E existindo essa espécie de banalização visual, o que nessa paisagem lhe suscitou o desejo de fotografar?A fotografia, no meu caso, resulta sempre de um contacto demorado com a paisagem. É a partir dessa cumplicidade que procuro um olhar renovado sobre coisas que já foram muito fotografadas.

Regista, nesse sentido, uma geografia de imagens do país?Os geógrafos costumam gostar muito do meu trabalho e há uns anos fiz um livro sobre Orlando Ribeiro. Fiquei fascinado quando estive em sua casa, na altura em que fiz O Sabor da Terra, com José Mattoso e Suzanne

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Daveau que foi sua mulher. Porque encontrei na casa de Orlando Ribeiro, contido num só espaço pequeno, entre livros e objectos, todo o Portugal que eu tinha percorrido em grandes canseiras, durante uns anos. Por outro lado, sou licenciado em Arquitectura e sempre me interessei muito pelas questões do território e do povoamento. E procuro fazer um registo documental, constituindo um arquivo, que serve de base aos meus trabalhos. Há também uma espécie de olhar sensível, uma procura de um significado mais íntimo das presenças, do modo como o território foi ocupado ao longo do tempo e como o poderá ser no futuro.

A Arquitectura é uma ponte para esse entendimento?Sim. O que acho fascinante na Arquitectura é a possibilidade de o ser humano construir o seu próprio território. É quase uma condição natural de sermos bichos: a arquitectura é uma procura permanente desse espaço de habitar humano. O meu registo fotográfico vai nesse sentido de procurar perceber de onde vimos e para onde vamos. O que mais me seduz é esse processo de tentar compreender os gestos humanos sobre a paisagem.

Em Terras Templárias de Idanha também utiliza textos. Interessa-lhe essa interacção entre a imagem e a palavra?

Gosto muito. No caso de Idanha, através dos vários autores, também procurei que houvesse uma complementaridade com as fotografias. É quase como procurar o sentido do próprio livro. Porque há uma construção de um discurso, que é a sequência das páginas, e parece-me que outros elementos podem criar relações mais ricas, complexas e abertas a sig-nificados diferentes, conforme a pessoa que os lê e interpreta.

Um dos textos de Terras Templárias de Idanha é seu. Também escreve?Noutros livros, como O Vento Sobre a Terra ou Uma Espada Trespassa o Coração, ambos editados pela Assírio & Alvim, também há textos meus. Gosto de escrever textos curtos, que ajudem a definir um sentido. Prefiro que exista uma narrativa, que não sejam só livros de fotografia.

E faz mais livros do que exposições...Tenho tido a sorte de conseguir publicar bastante e, de facto, tenho apostado mais na edição do que nas exposições. Porque gosto particularmente de livros, talvez até por questões familiares. Embora sejam linguagens diferentes, acho que as pessoas estabelecem uma

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relação mais forte de proximidade com os livros do que com as exposições.

Maria Leonor Nunes, in Jornal de Letras, 16 a 29 de Agosto de 2006

I

1. Lê a entrevista e apresenta a sua estrutura.

2. O entrevistado é Duarte Belo.2.1 Esclarece em que consiste o seu trabalho.2.2 Refere de que modo a sua formação influencia a actividade a que se dedica.

3. O fotógrafo responde às questões que lhe são colocadas.3.1 Identifica o entrevistador.3.2 Refere o nome do jornal que publica a entrevista.

4. Idanha-a-Nova, Idanha-a-Velha e Monsanto são lugares muito fotografados do nosso país.4.1 Indica o que levou Duarte Belo a interessar-se por Idanha-a-Nova.4.2 Explica de que modo é possível fotografar o banal de forma original.

5. O olhar de Duarte Belo sobre o território considera o passado e projecta o futuro.5.1 Neste sentido, explica a afirmação: «O meu registo fotográfico vai nesse sentido de procurar perceber de onde vimos e para onde vamos.»

6. Explicita o motivo pelo qual o entrevistado cria interacção entre a fotografia e os textos, na obra Terras Templários de Idanha.

7. O artista afirma: «gosto particularmente de livros, talvez até por questões familiares».7.1 Apresenta uma interpretação destas palavras.

8. Interpreta o sentido do título da entrevista.

9. As questões colocadas pela entrevistadora são predominantemente:a) abertasb) fechadasc) directasd) indirectas

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II

1. Identifica o registo de língua utilizado pelos interlocutores (formal ou informal). Justifica.

2. Refere a forma de tratamento utilizada pela entrevistadora.

3. Neste texto, a interacção discursiva entre os falantes desenvolve-se do modo requerido.3.1 Identifica o princípio universal regulador que lhe está subjacente.

4. Classifica os actos ilocutórios presentes nas frases.a) Qual o critério que decide a escolha das fotografias que integra no livro?b) Faço sempre um grande número de fotografias precisamente para poder fazer essa escolha.

REPORTAGEM

Violência entre crianças

No rescaldo de três homicídios cometidos por crianças, a opinião pública internacional viu-se obrigada a procurar as causas e a apontar responsáveis. Os culpados até agora encontrados são a família, a sociedade e a televisão. A caixa mágica que revolucionou o mundo parece estar a inspirar alguns actos violentos praticados por crianças. Em Fevereiro de 1993 duas crianças de 11 anos raptaram um bebé de dois anos num centro comercial em Liverpool e espancaram-no até à morte. Em Outubro de 1994, três crianças de seis anos que brincavam no jardim infantil de Trondheim (Noruega) decidiram espancar uma rapariga (com cinco anos de idade) até à morte. Na mesma altura, em Chicago, um grupo de crianças atirou uma outra de um arranha-céus. Coincidências? Em comum todas estas crianças alegaram imitar o que tinham visto na TV. As crianças de Liverpool visionavam com frequência vídeos violentos que o pai de uma delas tinha em casa e as de Chicago disseram que tinham feito o mesmo que as Tartarugas Ninja, que caem e nunca se aleijam...A TV 7 Dias deslocou-se ao infantário O Ursinho, onde falou com algumas crianças e com a directora do jardim de infância. A educadora Teresa Espírito Santo é peremptória em afirmar que a televisão influencia o comportamento das crianças, tanto mais que tem visto um aumento da agressividade infantil ao longo dos anos em que exerce da profissão. "Os heróis que ele hoje imitam são cada vez mais violentos. Embora haja uma luta contra o mal, o mais importante para eles é ser forte e para isso têm de ser os mais maus. Claro que isso se reflecte nas suas brincadeiras”, refere a educadora. E tal como cada criança tem uma forma própria de mostrar a sua agressividade, também existe uma idade

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certa para serem influenciadas e entenderem aquilo que captam. A esse propósito a directora de O Ursinho diz que "a idade em que a agressividade mais se revela é entre os quatro e os cinco anos; depois quando vão para a primária começa a haver uma fase em que eles percebem que não é tanto assim, que nem sempre é o mais forte que vence, mas também vence aquele que sabe mais". As imagens que as crianças vêem na televisão interferem na formação da sua personalidade. "Aqui no jardim de infância temos crianças com uma grande carga agressiva. Muita dessa agressividade pode ser justificada pela educação e pela vivência dos miúdos, mas também pelo que eles captam das imagens televisivas", diz Teresa e acrescenta: "tínhamos uma criança extremamente agressiva e quando chegava ao infantário contava-nos que tinha visto filmes de terror. E isso revelava-se no seu comportamento. À menor briga explodia"... Em relação aos desenhos animados que as crianças preferem, a educadora explica que "há crianças a quem o Bambi e a Branca de Neve não dizem nada e preferem as Tartarugas Ninja, enquanto outros gostam de ambos os géneros. Isso tem a ver com a própria natureza das crianças".O Ursinho tem crianças entre os três e os oito anos de idade, divididas por duas classes. Falá-mos com algumas dessas crianças e ficámos a saber que a sua preferência ia para as Tartarugas Ninja e os Moto-Ratos. O Toninho tem quatro anos e diz que os desenhos animados que prefere são os Flintstones. "Mas eles não batem muito. Às vezes dão pontapés. E eu faço como eles, mas não dou pontapés." O Francisco prefere os Widget e afirma: "Eles não batem muito, só se transformam, mas há uns que são muito maus. Eu quando brinco não bato nos meus amigos, só me transformo; os bons são mais giros. Se eu tivesse que escolher só via desenhos animados com bons." Um dos adoradores das Tartarugas Ninja é o Pedro Miguel, de quatro anos. "Eu gosto mais de ver as Tartarugas Ninja. "Mas elas são boas, batem só nos maus. Eu gosto dos bons e não bato neles quando brinco às Tartarugas Ninja". Os Moto-Ratos são outros dos eleitos. O pequeno Tiago, de cinco anos, diz: "Eu gosto dos Moto-Ratos porque eles são bons e matam os maus. Eu acho bem matar os maus. Quando brinco aos Moto-Ratos também mato os maus e mato-os com a mota. A moto tem tiros e pistolas. Mas se eu pudesse escolher, escolhia só os bons".

In: TV 7 Dias

O texto que acabou de ler é uma reportagem que aborda um assunto que tem sido muito discutido. O assunto do texto divide-se em duas partes.

1. 1. Delimite as partes que constituem o texto e resuma muito brevemente o conteúdo de cada uma delas. 2. 2. Quais são os culpados apontados no texto para os actos violentos praticados pelas crianças? 3. O repórter da revista TV7 Dias desloca-se a um infantário.3.1Como se chama o infantário?

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3.2. Quem ouviu o repórter da revista TV7 Dias no infantário? 3.3. Refira-se, de modo sucinto, à opinião dada pela educadora Teresa Espírito Santo sobre a influência da TV nas crianças. 3.4. Que diferença de comportamento vê nas crianças a directora do infantárioquando têm 4/5 anos e a idade em que frequentam a primária? 4. Atribua um título a esta reportagem e justifique a sua escolha.

II

1. Indique o tipo e a forma da seguinte frase: A TV 7 Dias deslocou-se ao infantário. 1. 1. Reescreva-a na forma negativa e tipo interrogativo. 1.2. Identifique o sujeito e o predicado da frase: 1.3.Identifique os determinantes da frase. 1.4. Diga qual a subclasse a que pertence cada um deles. 2. Identifique os adjectivos da frase: O mais importante para eles é ser forte.

III

Dos dois temas sugeridos escolha apenas um:

A) Os meios de comunicação social são armas poderosas que influenciam diariamente cada um de nós.Com base nesta afirmação, construa um texto sobre os benefícios e prejuízos causados pelos meios de comunicação social.

B) Expresse, numa redacção cuidada, o seu ponto de vista em relação à polémica responsa-bilização da televisão pela violência entre crianças.