Texto Memorial Descritivo de Uma Pavilhao

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Trançado cultural Em um país que tem na diversidade um de seus principais atributos, a maneira pluralista de levar a vida é refletida em todas as esferas do conhecimento humano. No Brasil, a produção e o consumo de alimentos evoluem constantemente, reinventando soluções que mantêm aguçada a curiosidade de uma jovem nação de 515 anos. Aliadas à tecnologia, estas evoluções compõem um cenário promissor e significante à construção de um mundo moderno e democrático. A agricultura brasileira ruma à almejada harmonia entre crescimento e desenvolvimento, nivelando o bem estar individual e coletivo. Deste modo, seu futuro é definido a partir da organização em REDE, ou seja, da ligação entre indivíduos que compartilham da mesma missão com parceiros capazes de estreitar sinergias em busca de um propósito. Ao contrário de engessadas estruturas organizadas uniformemente, a REDE é flexível, fluída e descentralizada. Por ser plural, ela possibilita a convivência natural entre a diversidade, mantendo e valorizando as particularidades dos grupos ou pessoas envolvidas. Essa troca de conhecimento e competências, além de maximizar benefícios, alinha-se à visão contemporânea de sociedade. Essa essência não-hierárquica sempre foi própria da agricultura, porém seu conceito não poderia ser mais atual. Os passos da história agrícola evoluíram exponencialmente com a Revolução Industrial e agora avançam ao pé da Era Digital. Hoje, o Brasil é protagonista entre os maiores produtores mundiais de arroz, café, cacau e frutas — representados nos espaços desta exposição. Paralelamente a esses expoentes da produção brasileira, encontram-se os códigos culturais dominantes na identidade nacional. São traços característicos deste povo, detectados em uma pesquisa de linguagem intitulada “O Sonho Brasileiro”, realizada pela Box1824. Partindo de análises semióticas a respeito dos códigos brasileiros mais visíveis em diferentes culturas (Inglaterra, Alemanha, França, China, Índia, Colômbia e Nova Zelândia), o estudo cruzou a imagem interna e externa do país, detectando as quatro maiores vocações do brasileiro: Império das Cores, Fusão Criativa, Sabedoria Natural e Poder Humano. Distribuídas em uma REDE de cidadãos trabalhadores, essas características formam o mais fértil dos nossos terrenos para projetos e ideias transformadoras. É por meio da união delas que o Brasil organiza sua cultura popular. Multi-coloridas, as frutas simbolizam o mais comum dos estereótipos do Brasil vistos do exterior: o Império de Cores. É a alegria nata, a festa infinita, a leveza do espírito que está presente no bem-estar físico e emocional. Já o cacau, este decodifica a Fusão Criativa da diversidade brasileira, que vive a criatividade sem necessitar de sua institucionalização. Essa liberdade de experimentações sempre teve o papel de subverter o status quo, encontrando na escassez de recursos a grande motivação para a inovação. São culturas periféricas que transitam no coração do país. O arroz traz a Sabedoria Natural que vem da natureza e das pessoas. É o conhecimento do poder funcional da biodiversidade, uma herança indígena que inspira o redescobrimento constante de uma nação sempre curiosa por seu folclore. Por fim, o café representa a inclusão social gerada pelo Poder Humano tipicamente brasileiro. O foco nas relações humanas faz do Brasil um lugar onde a cidadania e a

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Trançado cultural Em um país que tem na diversidade um de seus principais atributos, a maneira pluralista de levar a vida é refletida em todas as esferas do conhecimento humano. No Brasil, a produção e o consumo de alimentos evoluem constantemente, reinventando soluções que mantêm aguçada a curiosidade de uma jovem nação de 515 anos. Aliadas à tecnologia, estas evoluções compõem um cenário promissor e significante à construção de um mundo moderno e democrático. A agricultura brasileira ruma à almejada harmonia entre crescimento e desenvolvimento, nivelando o bem estar individual e coletivo. Deste modo, seu futuro é definido a partir da organização em REDE, ou seja, da ligação entre indivíduos que compartilham da mesma missão com parceiros capazes de estreitar sinergias em busca de um propósito. Ao contrário de engessadas estruturas organizadas uniformemente, a REDE é flexível, fluída e descentralizada. Por ser plural, ela possibilita a convivência natural entre a diversidade, mantendo e valorizando as particularidades dos grupos ou pessoas envolvidas. Essa troca de conhecimento e competências, além de maximizar benefícios, alinha-se à visão contemporânea de sociedade. Essa essência não-hierárquica sempre foi própria da agricultura, porém seu conceito não poderia ser mais atual. Os passos da história agrícola evoluíram exponencialmente com a Revolução Industrial e agora avançam ao pé da Era Digital. Hoje, o Brasil é protagonista entre os maiores produtores mundiais de arroz, café, cacau e frutas — representados nos espaços desta exposição. Paralelamente a esses expoentes da produção brasileira, encontram-se os códigos culturais dominantes na identidade nacional. São traços característicos deste povo, detectados em uma pesquisa de linguagem intitulada “O Sonho Brasileiro”, realizada pela Box1824. Partindo de análises semióticas a respeito dos códigos brasileiros mais visíveis em diferentes culturas (Inglaterra, Alemanha, França, China, Índia, Colômbia e Nova Zelândia), o estudo cruzou a imagem interna e externa do país, detectando as quatro maiores vocações do brasileiro: Império das Cores, Fusão Criativa, Sabedoria Natural e Poder Humano. Distribuídas em uma REDE de cidadãos trabalhadores, essas características formam o mais fértil dos nossos terrenos para projetos e ideias transformadoras. É por meio da união delas que o Brasil organiza sua cultura popular. Multi-coloridas, as frutas simbolizam o mais comum dos estereótipos do Brasil vistos do exterior: o Império de Cores. É a alegria nata, a festa infinita, a leveza do espírito que está presente no bem-estar físico e emocional. Já o cacau, este decodifica a Fusão Criativa da diversidade brasileira, que vive a criatividade sem necessitar de sua institucionalização. Essa liberdade de experimentações sempre teve o papel de subverter o status quo, encontrando na escassez de recursos a grande motivação para a inovação. São culturas periféricas que transitam no coração do país. O arroz traz a Sabedoria Natural que vem da natureza e das pessoas. É o conhecimento do poder funcional da biodiversidade, uma herança indígena que inspira o redescobrimento constante de uma nação sempre curiosa por seu folclore. Por fim, o café representa a inclusão social gerada pelo Poder Humano tipicamente brasileiro. O foco nas relações humanas faz do Brasil um lugar onde a cidadania e a

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ética dialogam simultaneamente com diferentes crenças, gerando flexibilidade diplomática. É o calor que aproxima gente e convida para sentar e conversar. O Brasil já se distribui em REDE. Não é à toa que nossa REDE hidrográfica é a maior do mundo. Seja nas ousadas Cosmococas de Hélio Oiticica, nas delirantes instalações de Ernesto Neto ou no balanço marítimo de Dorival Caymmi, a REDE marca forte presença na iconografia cultural brasileira. O potencial contido em sua lógica impulsionará ainda mais a agricultura e as artes nacionais nos próximos anos: quanto mais pessoas se conectarem e distribuírem, mais energia — e, logo, crescimento — haverá. Essa total conectividade é o futuro desejado pelo Brasil. Estendendo as tramas É desse futuro em rede, almejado pela nação brasileira e escrito por nosso curador, e do nosso modo de fazer arquitetura que encontramos na própria REDE o símbolo máximo do projeto para o Pavilhão do Brasil da Expo 2015. Integradas, cenografia e arquitetura partem dessa metáfora que se materializa no elemento organizador do espaço: uma grande rede de acesso ao pavilhão, um percurso que convida a conhecer a grande rede da agricultura brasileira. Agricultura essa sintetizada em quatro clusters – arroz, café, cacau e frutas – que organizam e orientam todo o pensamento expográfico e cenográfico do pavilhão. Para que a arquitetura abrigue, assim, tantos conceitos e um programa tão extenso – em que fizesse o encontro entre a didática e a experiência sensorial, entre a tradição de nossa agricultura e a inovação que queremos apresentar ao mundo, entre o que possuímos hoje e o que almejamos – buscamos para o projeto arquitetônico amplas aberturas, permeabilidade visual, fluidez no percurso e diferentes usos, intercalando apresentações de conteúdo formal, espaços lúdicos e pontos de descanso. Tendo ainda em vista a extrema preocupação com a sustentabilidade do processo de montagem e desmontagem do pavilhão, a reutilização de materiais e a facilidade de transporte optou-se por materiais pré-moldados que remetem à identidade do Brasil, como ferro e minério, além de colocações de terra. Já o programa foi disposto em duas alas, esquerda e direita, criando um joguete com o antigo conceito de lados criativo (direito) e lógico (esquerdo) do cérebro. Assim, na parte esquerda e mais longitudinal do lote, encontra-se o eixo mais lúdico e permeável – de onde é possível ver tanto a World Avenue quanto um belo enquadramento do landscape de Milão – enquanto à direita concentram-se os usos mais densos e as áreas técnicas. Interligados, esses eixos possibilitam que também o projeto arquitetônico e o programa nele contido sejam como uma rede que estende suas tramas. Ala de entrada Começando pelo eixo esquerdo, ala de entrada do pavilhão, destaca-se a experiência sensorial. Aqui, os visitantes são convidados e escolher por um entre dois diferentes percursos, igualmente interessantes, mas de propostas diferentes. A rede De linguagem quase naïf, a rede é a materialização sensorial de seu conceito. Ela convida a caminhar por entre seu trançado e chegar à parte interna do edifício ou

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observar o grande eixo expositivo de outro ângulo. É um convite para ver através, ver com os olhos da rede o plantio do piso térreo e seus conteúdos museográficos, referente aos quatro clusters – arroz, cacau, café e frutas. Sua amorfia acontece a partir da parametrização das informações, adaptando-se as tensões da natureza. Cada vez que a rede chega ao piso, um cluster é apresentado ao visitante. Além da metáfora, cria-se com a rede espaços lúdicos, de descanso e de reflexão. Ampliando a representação do poder transformador do pensamento em rede, essa rede traz consigo a ideia da sustentabilidade: uma trama interativa em que a tensão e o movimento causado pelas pessoas gera energia para suprir parte da demanda energética do edifício. Energia essa que será destinada à parte da iluminação do pavilhão, à irrigação dos plantios e à criação de uma paisagem sonora, como um grande instrumento musical em “tempo real”, uma paisagem de sons da natureza influenciada pelos visitantes. Assim, a rede será um playground informativo, interativo e metafórico. O rio / plantio Na outra opção de percurso, a cenografia foi pensada de forma a tornar-se um grande jardim produtivo de encontros e informação. Neste pavimento, o visitante passeia através de um rio que o leva à parte interna do edifício por entre os clusters – que recriam as culturas do café, do cacau, do arroz e das frutas – e entre um grande largo (praça) para encontros, manifestações culturais e troca de ideias no espaço central. Esse rio, desenhado a partir da pixelização de uma paisagem do Rio Amazonas, gera a ocupação do espaço pelo uso de caixas de madeira, que ora são floreiras, ora banco, ora piso, ora mesa. Feitas de diferentes espécies de madeira nativas brasileiras, cultivadas por manejo sustentável, elas permeiam o assunto do consumo consciente. Consciência essa que chega à dimensão das caixas, pensadas de modo a otimizar o transporte em contêineres – dimensão fixa (125 cm x 125 cm) e alturas variáveis (20, 40, 60, 80 e 100 cm) – e ainda possibilitando diferentes usos para os diferentes programas criados. Para completar a experiência e apresentar os conteúdos mais técnicos e históricos a respeito da agricultura brasileira em cada um dos espaços, idealizou-se uma grande mesa interativa. No cuidado ecoeficiente, estratégias para conforto bioclimático, o uso de sprinklers com água de coleta para umidificar a vegetação e o uso de lâmpadas UV para estimular e controlar o crescimento de plantas. Rede e Rio Separados, esses dois caminhos são repletos de símbolos e conteúdo, mas ao contrapor a ideia de uma geometria regular cartesiana, referenciada na paisagem modificada pelo homem, à ideia da geometria sinérgica da rede, fortalece o entendimento dessas duas camadas, tanto esteticamente quanto conceitualmente.

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Galeria principal Ao adentrar a galeria principal do pavilhão, os quatro clusters expandem seus conteúdos e exposições, transcendendo a agricultura e recriando-se sob o olhar social, cultural e tecnológico. Essa evolução advém do paralelo traçado entre as quatro culturas produtivas e a pesquisa “O sonho brasileiro”. Seu processo de idealização surgiu durante a pesquisa para a Expo 2015, quando foram encontradas quatro principais vocações do Brasil – passíveis de serem exploradas como forma de crescimento nacional – e pareadas aos clusters, surgindo códigos culturais simbolizados por cada plantio: a fusão criativa (inventabilidade) simbolizada pelo Cacau; o poder humano (vitalidade) simbolizado pelo Café, o império das cores (diversidade) simbolizado pelas Frutas; e a sabedoria natural (cultura) simbolizada pelo Arroz. Para a apresentação desse conteúdo, o espaço expositivo foi pensado em três camadas que se cruzam pelos quatro clusters, criando inúmeros modos de percorrer o conhecimento. A primeira camada se destina à compreensão dos Códigos Culturais. Eles são apresentados em uma grande tela que ocupa toda a extensão de uma parede e trabalha as quatro vocações da pesquisa a partir de um filme-propaganda do Brasil, com imagens e informações da própria pesquisa cruzada com as culturas dos quatro clusters principais. Na segunda, os códigos de linguagem trazem, por meio da arte brasileira, uma interpretação das quatro vocações do país e dos clusters. Para esse conteúdo interpretativo sobre o país, a curadoria relaciona artistas a cada código cultural. Espacialmente, serão apresentadas quatro instalações, representando quatro clusters, e uma central, ocupando o pé direito duplo, representando a rede brasileira. Por fim, a tecnologia é apresentada pela metáfora de um laboratório. Uma bancada ocupada com equipamentos é transformada em conteúdo interativo onde o visitante pode ver, ler e interagir com os avanços tecnológicos brasileiro e com a biotecnologia. Equipamentos lúdicos transformam-se em suportes para vídeo, gráficos informativos e bio-arte. Programa e fluxos Na área de entrada, duas opções de percurso – rede ou rio – trazem já a ideia de experimentar o conceito que será apresentada no pavilhão (seu projeto detalhado encontra-se na prancha 2). Para quem busca ir direto à Galeria Principal, uma rampa lateral em aclive suave cria esse acesso. Este primeiro pavimento fica, então, elevado em relação à World Avenue e seu acesso se dá por meio de uma rampa de inclinação suave. Seu aclive cria um pavimento térreo de uso mais eventual e organizado. Neste térreo, está disposto o espaço multiuso com auditório, com pé-direito duplo, e foyer além da pop-up store do Brasil – com artigos que exaltem as belezas e a agricultura nacional. Esta loja ainda trará uma saída alternativa, em uma praça pública, com instalações artísticas, ponto de encontro ou apenas um descanso. Neste primeiro pavimento, se organizam as três camadas do conteúdo expografico, com a grande tela – que ocupa toda a extensão de uma parede e traz um filme-

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propaganda do Brasil que trabalha também os clusters – instalações artísticas com curadoria, que interpretam as quatro vocações do país e dos clusters, e os laboratórios. Também um café, com vista para o auditório de pé-direito duplo. Destaca-se ainda o acesso à rede neste piso. No piso superior, estão dispostos o espaço de negócios, o restaurante – onde acontecerá as edições da Food Experience – e o Smart City. Smart City No último pavimento, onde se encontram o restaurante e as salas de reuniões, deixamos um conteúdo surpresa, o trabalho da Smart City Búzios. Para a exposição, um túnel sonoro interativo em três dimensões. No piso, o desenho da cidade e suas redes identifica cada um dos oito pontos da pesquisa que são acionados com informações de imagem e som conforme a presença dos visitantes. Nas duas laterais, projeções em vidro transparente apresentam o conteúdo do trabalho para quem percorre a instalação e ao mesmo tempo integra-se ao edifício. Para tornar a atividade acessível às pessoas com problemas visuais, alto-falantes direcionais complementam as explicações. Esse recurso será utilizado também nas mesas interativas. Food Experience Completando a experiência do visitante, o paladar será trabalhado junto à gastronomia brasileira, mostrando a antropofagia de nossa culinária, que transforma as referências vindas de fora e as recria abrasileirando-as. Experiências com design food, com a criação de um menu diversificado feito por diferentes chefs de diferentes referências regionais, e a ideia de ter um pop-up café, que circula pelo espaço oferecendo a diversidade brasileira. Sistema Construtivo Para conceber a estrutura do edifício, de modo que fosse compatível com a inovação na experiência sensorial e a sustentabilidade no processo de construção, operação e desmontagem, além do reaproveitamento posterior das peças, iniciamos pelo estudo da história dos pavilhões da Expo. Nessa busca, percebemos que a preocupação com o impacto desses edifícios temporários para o desenvolvimento urbano é assunto de debate desde a década de 1870 e que não existem soluções únicas, tendo em vista entornos e situações individuais. Optamos por buscar, junto aos processos facilitadores e sustentáveis, soluções econômicas. O uso, então, de estruturas metálicas apresentou-se com vantagens inequívocas. Leves, elas têm transporte e manejo facilitado, com elementos (na maioria das vezes) industrializados ou pré-fabricados, seu uso em larga escala não demanda grande logística, além de os processos de montagem e desmontagem serem feito por sistemas modulares, aparafusados e de trama racional, permitindo rapidez na construção e controle de qualidade. Outro de seus benefícios, é a possibilidade de fundações diretas, estruturadas por sapatas de concreto armado, interligadas por vigas de travamento. Como cuidado especial, essas estruturas necessitam apenas de pintura adequada contra corrosão atmosférica e fogo. Já no desenvolvimento da estrutura, foi primordial a adequação às normas brasileiras em vigor (ABNT) e à regulamentação europeia – Eurocódigos, além da norma italiana de referimento para estruturas (NTC 2008).

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Assim, para o bloco de acesso exterior, a solução proposta consiste num conjunto de pórticos estruturais metálicos, constituídos por pilares W360x122 e vigas transversais W360x57,8, afastados 5 metros entre si. Estes pórticos, revestidos do lado interno por uma malha metálica, se mantêm permeáveis, por não possuírem cobertura. Também na edificação principal, onde serão montadas a área expositiva e de eventos, propõe-se uma estrutura de pilares metálicos – W360x122, tubos circulares ou pilares compostos por chapas – sobre os quais se apoiam as vigas principais alveoladas (celulares) com 535mm de altura – do tipo ACB da Arcelor Mittal – afastadas 5 metros entre si. Sobre as vigas principais se apoiam as vigas secundárias – W 150x18 – que estarão afastadas em 1 metro e garantirão o apoio aos painéis de VIROC – 26mm de espessura. Estes painéis, feitos de aglomerado de madeira e cimento, apresentam uma resistência estrutural adequada às cargas permanentes e sobrecargas previstas neste tipo de edificação. Além da segurança estrutural, esses aglomerados apresentam características acústicas e térmicas bastante favoráveis e permitem a aplicação de vários tipos de acabamento. Ainda para o pavimento térreo, propõe-se uma laje térrea com 0,10m de espessura, executada sobre camada de rachão colocada sobre o solo existente compactado. Ecoeficiência Ao elaborar o projeto para a Expo 2015, aplicamos princípios básicos de arquitetura bioclimática e eficiência energética. A análise das modificações climáticas, ao longo dos seis meses de exposição, foi o ponto de partida para toda a estratégia de gestão ambiental. Entre as ações desenvolvidas estão: - modulação e uso de componentes industrializados para racionalização da obra e redução do desperdício de materiais; - escolha de materiais de acordo com seu ciclo de vida e facilidade de manutenção; - uso de ventilação natural para criar sistema misto de esfriamento que reduz a utilização de ar condicionado; - criação de amplos espaços de vegetação, que ajudam no conforto térmico; - estrutura permeável, que protege de insolação excessiva; - amplo uso de iluminação natural indireta; - uso de águas pluviais captadas pelas coberturas e direcionadas a cisternas de armazenamento para reutilização posterior na irrigação e em vasos sanitários (águas cinza); - sistema de geração de energia por meio do uso das redes.