TextosSeminários 21set2015 texto 01 Cantos · Ao mesmo tempo que é necessário trabalhar vários...

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1 Cantos distantes Maria Verúcia de Souza 1. Justificativa A formação de cidadãos e cidadãs críticos(as), responsáveis e conscientes do seu papel no mundo, perpassa o currículo escolar e surge como um dos grandes desafios para a escola contemporânea. Ao mesmo tempo que é necessário trabalhar vários temas e diversos conteúdos, é fundamental que os alunos percebam a necessidade de se implicarem com sua formação e não negligenciarem nenhuma possibilidade de aprendizagem, mas agregarem a esse processo não só as novas possibilidades como também as antigas, num jogo em que o atual e o antigo se complementem e que ambos possam ser vistos como importantes para a construção de outros conhecimentos. É inegável que a tecnologia, ferramenta tão importante na atualidade, por meio do computador e da internet, mudou, e muito, a forma de as pessoas se comunicarem, e uma consequência advinda daí é a condição quase obsoleta da escrita de cartas pessoais, como ocorria outrora e quase não se verifica mais em nossos dias. Essa modalidade de comunicação tem perdido espaço para tecnologias mais novas. O fato é que na vida tudo tem seu lado bom, mas também o lado não tão bom assim. Sem sombra de dúvida, a tecnologia trouxe inúmeros ganhos, mas a pouca habilidade para (re)significar nossas estratégias de trabalho tem permitido tão somente substituir o velho pelo novo de forma mecânica e pouco refletida, e assim vamos deixando para trás ferramentas, estratégias e práticas que já tiveram muito significado e, se bem reconduzidas, poderiam fazer grande diferença na leitura e na produção escrita.

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Cantos distantesMaria Verúcia de Souza

1. Justifi cativaA formação de cidadãos e cidadãs críticos(as), responsáveis e conscientes do seu

papel no mundo, perpassa o currículo escolar e surge como um dos grandes desafi os para a escola contemporânea.

Ao mesmo tempo que é necessário trabalhar vários temas e diversos conteúdos, é fundamental que os alunos percebam a necessidade de se implicarem com sua formação e não negligenciarem nenhuma possibilidade de aprendizagem, mas agregarem a esse processo não só as novas possibilidades como também as antigas, num jogo em que o atual e o antigo se complementem e que ambos possam ser vistos como importantes para a construção de outros conhecimentos.

É inegável que a tecnologia, ferramenta tão importante na atualidade, por meio do computador e da internet, mudou, e muito, a forma de as pessoas se comunicarem, e uma consequência advinda daí é a condição quase obsoleta da escrita de cartas pessoais, como ocorria outrora e quase não se verifi ca mais em nossos dias. Essa modalidade de comunicação tem perdido espaço para tecnologias mais novas.

O fato é que na vida tudo tem seu lado bom, mas também o lado não tão bom assim. Sem sombra de dúvida, a tecnologia trouxe inúmeros ganhos, mas a pouca habilidade para (re)signifi car nossas estratégias de trabalho tem permitido tão somente substituir o velho pelo novo de forma mecânica e pouco refl etida, e assim vamos deixando para trás ferramentas, estratégias e práticas que já tiveram muito signifi cado e, se bem reconduzidas, poderiam fazer grande diferença na leitura e na produção escrita.

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De modo geral, nota-se que a maioria dos alunos apresenta dificuldades em escrever cartas e qualquer outro gênero por falta de exercitá-los. Considerando as necessidades das turmas e dos alunos com os quais trabalhamos, foi elaborado o projeto “Cantos distantes”, nome escolhido por um número expressivo desses alunos para trabalhar o gênero Carta, especificamente a carta pessoal de forma mais significativa, menos enfadonha, e pela perspectiva dialógica, ou seja, o aluno recebe cartas de pessoas distantes contando sobre a vida delas e a cultura do local, informando sobre fatos e situações, descrevendo lugares e outros aspectos, e responde para elas, também de próprio punho.

A opção pelo gênero Carta justifica-se por várias razões:

a) o aluno pode desenvolver sua habilidade de criar, interagir, vivenciar a experiência de outros alunos;

b) possibilita compreender a diferença entre o discurso oral e o discurso escrito com base na observação da estruturação do texto e das normas gramaticais;

c) grande parte dos alunos não sabe redigir carta;

d) quem escreve carta aprende a redigir outros textos;

e) o interesse de resgatar esse gênero textual como ferramenta de uso social.

Outro aspecto para além do interesse dos alunos, que foi preponderante na escolha desse gênero, deve-se ao fato de essa modalidade textual abrir um grande leque de possibilidades para que os alunos entrem em contato com outros gêneros discursivos, pois, conforme Bazerman (2006), o gênero Carta desempenha papel especial na formação dos muitos outros gêneros (carta de leitor, carta de sugestão, carta de reclamação, propaganda etc.), tem caráter interativo, persuasivo e de entretenimento, além de possibilitar, por meio do exercício comunicativo, a construção de vínculos que podem ser estabelecidos.

Assim, pretendemos desenvolver o projeto com alunos que estejam cursando o 3º- ano do Ensino Fundamental e envolveremos duas cidades de países distintos: Brasília (Brasil) e Praia (Cabo Verde), cujas respectivas escolas são Escola Classe 308 Sul e Escola São Francisco.

A escolha por Cabo Verde se deve ao fato de ser um espaço em que convivem duas línguas: a portuguesa e a nacional, que é um crioulo de base lexical portuguesa. As cartas trocadas entre alunos de contextos culturais tão diferentes serão sem dúvida bastante motivadoras para todos os implicados no projeto.

Materialmente falando, a carta será o mote para que os alunos de ambos os países possam falar um pouco do dia a dia de seus povos, costumes, gostos e culturas; imaterialmente, servirá para que eles possam conhecer lugares sem precisar deslocar-se fisicamente e, mesmo dentro de seus contextos, se interessarem pela localidade do outro, por exemplo: por meio de visita guiada à embaixada do Brasil em Cabo Verde,

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para os alunos cabo-verdianos; e à de Cabo Verde no Brasil, para os brasileiros; além de palestras enfatizando, entre outras coisas, os aspectos culturais de um e de outro país.

Partindo do pressuposto de que toda atividade, por mais simples que seja, não pode estar desprovida de objetivos, passaremos a apresentar os objetivos que norteiam o referido projeto.

Objetivo geralDesenvolver as habilidades de leitura e escrita de uma carta.

Objetivos específicosa) escrever carta pessoal apresentando-se, descrevendo rotina, lugares e

informando sobre fatos e situações;

b) usar cartas lidas e exploradas em classe como modelos para a escrita;

c) fazer uso adequado de elementos estruturais do gênero Carta, bem como das normas gramaticais;

d) ler e interpretar cartas recebidas explorando imagens e informações para conhecer lugares e interagir com pessoas de diferentes lugares, assimilando diferentes estilos de vida e cultura.

2. Fundamentação teóricaSendo a língua instrumento de poder, a escola tem de criar mecanismos

para democratizar o acesso ao saber como também oportunizar a todos os alunos conhecimentos necessários para que possam participar de forma consciente e efetiva na sociedade com vistas em não ser tão somente conduzido, mas conduzir.

Segundo Vasconcelos e Dionísio (2013, pp. 47-52), “o processo de aprendizagem envolve a compreensão, a significação do conteúdo, assim como a retenção das informações entendidas, para que possam ser utilizadas em outras ocasiões e em outros contextos”. Criar estratégias eficientes que possam atingir um leque de estilos cognitivos, possibilitando experiências significativas de aprendizagem, que permitam não só a ampliação de conhecimentos como o desenvolvimento de níveis de funcionamento cognitivo mais eficiente em relação à demanda da vida cotidiana, deve ser o principal objetivo do ensino.

Nesse sentido, o aluno deve ser visto e incentivado a ver-se como parte do contexto social e exatamente por essa condição de sujeito ativo deve ter capacidade e principalmente iniciativa para questionar, informar, descobrir, analisar e compreender o mundo por meio de uma interação dialógica entre o sujeito e os diversos gêneros textuais. Para fundamentar essa ideia acerca da natureza dialógica da linguagem, recorreremos a Bakhtin (1988), que ao longo da sua teoria deixa muito evidente que toda interação é dialógica e faz parte de um processo contínuo de comunicação que se materializa por meio das palavras.

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“Cantos distantes”, por trazer o gênero Carta como foco principal e por ser a carta um gênero com características bem específicas, já que desde a sua concepção pressupõe dois interlocutores: um remetente e um destinatário, por um lado, permitirá de forma mais evidente uma interação dialógica entre os sujeitos implicados no projeto e, por outro, oportunizará um trabalho sistematizado e focado nas práticas de leitura e escrita, uma vez que ler aprende-se lendo os mais distintos tipos de texto (orais, visuais/imagéticos, escritos etc.) e escrever, à semelhança da leitura, aprende--se escrevendo; contudo, para isso faz-se necessário que os alunos sejam orientados e implicados com a escrita dos vários tipos de texto que circulam na sociedade.

O referido projeto, além de ser um projeto de leitura e de escrita, por partir de uma necessidade real dos sujeitos implicados, é, concomitantemente, um projeto de letramento. Com ele pretendemos articular escrita e leitura, escrita e oralidade, como também dar às práticas de linguagem trabalhadas na escola contextualizações sociais, já que “a linguagem não ocorre num vácuo social e que, portanto, textos orais e escritos não têm sentido em si mesmos, mas interlocutores [...] situados no mundo social [...] constroem seus significados”, segundo Moita Lopes e Rojo (in: Rojo, 2009, p. 108).

É inegável que é por meio da língua, atividade cognitiva, sociointerativa e sócio-histórica, que manifestamos nossos pensamentos, nossos sentimentos, nossa identidade, nossos desejos etc. Para ratificar o que afirmamos, recorremos a Marcuschi (2008, p. 65), quando afirma que “a língua se manifesta no seu funcionamento na vida diária, seja em textos triviais do cotidiano ou prestigiosos e canônicos que persistem na tradição cultural”, isto é, em gêneros textuais.

Segundo Fairclough, independentemente do tipo de discurso a ser estudado, é necessário considerá-lo diante do contexto social e cultural, tendo em vista ser o discurso um modo de ação capaz de alterar o mundo e os indivíduos que dele participam.

No dia a dia, encontramos os mais variados tipos de gênero textual e acreditamos que não há textos melhores ou piores, mas sim textos que mais bem se ajustam a um ou outro contexto, sendo todos vinculados a uma mesma prática: a dos letramentos/multiletramentos.

Muitos são os teóricos que defendem a importância de um trabalho em sala de aula focado nos gêneros textuais, e particularmente acreditamos que os gêneros textuais cabem em qualquer contexto de ensino, que devem ser implementados de forma sistematizada e ampliada desde a mais tenra idade, sendo um dos maiores desafios: intervir para que cada sujeito implicado nos processos de aprendizagem de leitura e escrita (professores e alunos) verdadeiramente se engaje e aprenda.

Nessa área do conhecimento, muitas são as teorias e muitos também os teóricos, e para além dos autores já mencionados recorremos também a Magda Soares, Koch, Lemke, Kleiman, Bronckart, Dolz, Scheneuwly, Kato, Graff, Street, Van Dijk, Halliday, Bazerman, Vieira, entre outros.

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3. Pré-projeto de práticas de letramento em sala de aula3.1. Discussão dos aspectos culturais e sociolinguísticos

implicados no projeto

A intencionalidade primeira desse projeto é resgatar o gênero Carta, refletindo acerca das possibilidades de inter-relações estabelecidas no ambiente escolar e extraescolar.

Ao falarmos das inter-relações, colocamos em evidência os aspectos culturais, já que o referido projeto, tendo como um dos principais focos a troca de cartas, com certeza contemplará os aspectos socioculturais de um e de outro contexto.

Em conformidade com a psicologia histórico-cultural, a cultura está nas ferramentas e artefatos disponíveis para uso do indivíduo numa sociedade e, assim, os meios de comunicação, os gêneros textuais, bem como outros elementos de linguagem, configuram-se como ferramentas disponíveis e historicamente em evolução, por meio das quais se pode realizar a interação social, e não tendo dessa forma como negar que nesse tipo específico de gênero teremos retratada a própria cultura.

Os textos por serem estudados, observados e analisados em “situação de uso”, ou seja, “no momento em que ocorre a interação [...]” (Bagno, 2007), são considerados em seus mais distintos aspectos sociolinguísticos (oralidade, monitoramento estilístico, escolhas lexicais e sintáticas etc.).

Com base nesse pressuposto, pretendemos analisar as variações linguísticas decorrentes desses fatores considerando-se a noção de continuum, evitando assim o reforço de preconceitos linguísticos fortemente ressaltados em práticas tradicionais de leitura e escrita.

3.2. Estratégias gerais para promover a motivação e a adesão dos alunos ao projeto

A motivação ocorrerá, por um lado, pela visualização de imagens que retratem o dia a dia, os costumes, os lugares e a forma como vivem os cabo-verdianos nas dez ilhas que constituem o arquipélago de Cabo Verde e, por outro, como vive o povo brasileiro, neste país de dimensões continentais.

Quando decidimos investigar a linguagem humana, é necessário atentar-nos a campos cognitivos diversos, como o biológico (a linguagem tem sua predisposição biológica), o perceptual (as diversas capacidades sensoriais) e o do conhecimento de práticas sociais (a linguagem relaciona-se com os aspectos históricos e sociais). E o que queremos ilustrar com isso? Exatamente pelo fato de que, por mais simples que seja o gênero textual estudado, é perfeitamente possível e extremamente necessário ampliar o raio de alcance desse gênero. Ao afirmarmos isso, tomamos o termo linguagem como um sistema semiótico cujas formas de representação se constituem em modos semióticos. Ao focarmos os estudos do sistema linguístico, não devemos perder esse

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enfoque funcional, que prioriza o domínio cognitivo que envolve os usos culturais, históricos e ideológicos dos signos (Vasconcelos e Dionísio, 2013, pp. 44-47).

E, assim, a motivação nesse projeto será um construto coletivo em que a visualização de imagens, a escuta das músicas e dos mais diversos sons produzidos em um e outro país serão um dos pontos de partida para a produção dos textos aqui propostos.

A localização geográfi ca de Cabo Verde.

A relação diplomática entre Brasil e Cabo-Verde.

Alguns lugares de Cabo Verde.

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O povo cabo-verdiano e seus costumes.

3.3. Definição do tratamento a ser dado aos gêneros envolvidos na prática

Gênero principal: Carta.

Rede de gêneros: guia turístico, fôlder, mapa, relato, jornal, fotos com legenda, vídeo, cartão-postal etc.

Num primeiro momento, haverá levantamento dos conhecimentos prévios dos estudantes, relacionando-os às práticas de letramento acerca do gênero Carta por meio de uma roda de conversa; na sequência, eles terão a oportunidade de ler diferentes cartas, para, em seguida, com uma atividade pautada na observação e análise, conseguirem identificar as semelhanças e diferenças. Como estratégia, os alunos, em pequenos grupos, farão um levantamento dessas semelhanças e diferenças observadas nas cartas lidas e analisadas.

Antes de escrever (planejar)

a) oferecer aos alunos, ao longo das aulas, cartas informais. Lê-las, explorando as características do gênero: data, endereço, saudação, introdução do tema da carta, despedida etc.;

b) tematizar, durante a leitura dessas cartas, os elementos da situação de comunicação: quem escreve, para quem escreve, por meio de que gênero e com que intenção;

c) discutir a relação existente entre os elementos da situação comunicativa e a textualização da carta (linguagem informal e uso dos tempos verbais);

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d) planejar o texto, listando o seu conteúdo e escolhendo (entre as cartas que servem de modelo) expressões que estejam adequadas aos propósitos comunicativos;

e) socializar o planejamento do texto, retomando as características da situação comunicativa;

f) antecipar parte do vocabulário que poderá figurar nas cartas, compondo um glossário coletivo.

Durante a produção escrita (textualizar)

a) estimular os alunos a usar as cartas estudadas como referência para a produção do texto. Em muitos momentos, eles copiam trechos delas (imitando-as) para atingir seus propósitos comunicativos;

b) pedir aos alunos que usem outras fontes de informação (livro didático, dicionário, internet etc.) para se apropriar de mais conhecimento acerca do que está escrevendo, especificamente no caso em que estiver passando algum tipo de informação e também para resolver eventuais dúvidas na escolha de palavras ou no uso dos tempos verbais;

c) acompanhar a escrita da carta, oferecendo sugestões e recursos por meios dos quais os alunos possam aprender mais sobre a língua portuguesa e os seus usos. Durante esse acompanhamento, selecionar elementos que apareçam nas produções e que mereçam ser tematizados coletivamente.

Depois da produção escrita (revisar)

a) tematizar coletivamente os elementos selecionados para a discussão (podem ser usados trechos das cartas dos alunos, ou as que servem como referência, ou outras em que alguns dos elementos selecionados figurem de forma esclarecedora);

b) pedir aos alunos que releiam seus textos e os revisem com base na discussão realizada. Acompanhar a revisão;

c) solicitar aos alunos que formem duplas e troquem suas produções a fim de contribuírem para o aprimoramento do texto. Eles dão sugestões de alterações para os colegas;

d) pedir aos alunos que avaliem as sugestões dos colegas e façam as mudanças que julgarem necessárias para o enriquecimento do texto. O professor pode discutir, individualmente, as alterações sugeridas e as possíveis mudanças.

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3.4. Levantamento da multimodalidade a que a prática de letramento submete todos esses textos

Os recursos potencializadores da multimodalidade do gênero Carta serão explorados a fim de que os estudantes possam fazer suas escolhas; assim, a exploração das diversas linguagens verbal e visual será uma realidade constante.

Uma das possibilidades de acesso à multimodalidade ao longo do projeto será evidenciada e explorada a partir de cartões-postais, fotografias feitas pelos alunos implicados no projeto, acesso à página oficial dos países, consulta a mapas, visualização de vídeos etc.

3.5. Investigação sobre as possibilidades de integração do projeto com outras disciplinas

O projeto terá natureza interdisciplinar, já que oportunizará aos alunos acesso a informações diversas e, assim, além da língua portuguesa, se integrarão ao projeto as disciplinas:

a) história – análise dos aspectos socioculturais de ambos os países;

b) geografia – análise de mapas a fim de localizar onde ficam ambos os países;

c) artes – desenhos de cenários e pontos turísticos;

d) informática – pesquisa nas páginas oficiais dos países e em sites e possibilidade de ressignificação do gênero Carta;

e) matemática – levantamento dos custos para o envio das cartas, trabalho voltado para o conhecimento das distintas moedas e conversão da moeda dos dois países.

3.6. Eventos de letramento decorrentes do trabalho dentro e/ou fora do ambiente escolar

Depois de produzidas, lidas e revisadas as cartas, os estudantes as remeterão e ao receberem as respostas socializarão as informações entre os demais colegas. É importante destacar que o referido projeto não se encerrará num momento pontual, pois a finalidade é estabelecer laços.

3.7. Avaliação dos trabalhos

A avaliação do projeto será abordada a partir da perspectiva formativa, já que o projeto visa mudanças da prática social dos distintos atores implicados.

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4. BibliografiaBAGNO, M. Nada na língua é por acaso: por uma pedagogia da variação linguística. São Paulo:

Parábola, 2007.

BAKHTIN, M. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1988.

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