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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIAN MIRIAM GARCIA PARQUE CICLÍSTICO ANCHIETA SÃO BERNARDO DO CAMPO 2014

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UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIAN

MIRIAM GARCIA

PARQUE CICLÍSTICO ANCHIETA

SÃO BERNARDO DO CAMPO 2014

2

MIRIAM GARCIA

ARQUITETURA E URBANISMO

PARQUE CICLÍSTICO ANCHIETA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade Anhanguera, UNIAN, como exigência do Curso de Arquitetura e Urbanismo. Orientador: Prof. Fábio Rakauskas

SÃO BERNARDO DO CAMPO

2014

3

MIRIAM GARCIA PARQUE CICLÍSTICO ANCHIETA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO APRESENTADO À UNIVERSIDADE ANHANGUERA – UNIAN, COMO EXIGÊNCIA DO CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

Presidente e Orientador

Nome:

Titulação:

Instituição:

Assinatura: ________________________________________

2º Examinador

Nome:

Titulação:

Instituição:

Assinatura: ________________________________________

3º Examinador

Nome:

Titulação:

Instituição:

Assinatura: ________________________________________

NOTA FINAL: __________

Biblioteca:

Bibliotecário: _______________________________________

Assinatura: ________________________________________

Data: __/__/2014

_______, de_____________ 2014.

4

DEDICATÓRIA

Nestes 5 anos de batalha, dedico esta minha vitória à minha

mãe, guerreira, que sempre esteve comigo e me ajudou em

tudo que precisei. Ao meu pai, pela calma que me passava nas

horas mais difíceis. À Elisangela, amiga de todas as horas que

me incentivou a entrar na faculdade, estando presente desde

o início desta jornada.

5

AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço à Deus, pois sem Ele, nenhuma graça

seria alcançada.

Aos meus pais que sempre me apoiaram em tudo e me deram

forças e motivação o suficiente para não me fazer desistir.

Aos professores que durante esta jornada nos proporcionaram

ensinamentos e valores de vida e agradeço principalmente ao

meu orientador Fábio, por ter paciência e dedicação com todos

os seus alunos.

Aos amigos que conquistei nessa jornada.

6

“Pela liberdade da criação estou disposto a fazer o que for possível."

Santiago Calatrava

7

RESUMO

Ao identificar nos últimos tempos o crescimento do uso da

bicicleta para fins esportivos e recreativos e pela falta de

espaço para este tipo de veículo nas cidades como ciclovias e

ciclofaixas, levaram à criação de um espaço próprio e exclusivo

voltado para esta finalidade, onde tem como objetivo incentivar

o uso da bicicleta e mostrar para a população os benefícios

desse meio de transporte à saúde e ao meio ambiente, num

lugar onde se proporciona a segurança necessária, a

tranquilidade e o convívio amigável.

A proposta em si, consiste na implantação de um Parque

Ciclístico no intuito de atender as necessidades da população

do bairro e fazer parte da infraestrutura da cidade contribuindo

com o desenvolvimento do lazer, cultura e preservação, e

também para contribuir com a busca destes tipos de serviços

para a região de São Bernardo do Campo.

Palavras-chave: Bicicleta; Lazer; Cultura; Segurança.

8

ABSTRACT

By identifying in recent times the growth of bicycle use for

sporting and recreational purposes and lack of space for this

type of vehicle in cities such as bike paths and bike lanes, led

to the creation of an own exclusive space dedicated for this

purpose, which is to intended to encourage bicycle use and

show to the people the benefits of this mode of transport to

health and the environment, in a place where it provides the

necessary security, tranquility and friendly socializing.

The proposal itself consists in implementing a cycling park in

order to meet the needs of the local population and be part of

the infrastructure of the city contributing to the development of

leisure, culture and preservation, and also to contribute to the

search of these types of services for the region of São Bernardo

do Campo.

Keywords: Bicycle; Leisure; Culture; Safety.

9

LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - População de São Bernardo do Campo entre 1960

e 2010. .................................................................................. 37

Tabela 2 - População residente, taxa geométrica de

crescimento anual, TGCA e densidade demográfica por bairro

entre 2000 e 2010. ................................................................ 37

Tabela 3 - População residente do Bairro Anchieta .............. 38

Tabela 4 - População com mais de 10 anos alfabetizadas ... 38

Tabela 5 - Rendimento médio mensal com rendimento ........ 38

Tabela 6 - Rendimento nominal mensal (em salários mínimos)

.............................................................................................. 38

Tabela 7 - Serviços Básicos .................................................. 39

Tabela 8 - Domicílios ............................................................. 39

Tabela 9 - Domicílios Particulares Permanentes ................... 39

Tabela 10 - Condição de ocupação e número de moradores por

domicílio ................................................................................ 39

10

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Castelo Ruspoli, Vignanello, Itália – jardim

renascentista ......................................................................... 16

Figura 2 - Chateau de Vilandry, Vale do Loire, França - jardim

francês .................................................................................. 16

Figura 3 – Stourhead Garden, Reino Unido - jardim inglês ... 17

Figura 4 – Jardim Botânico, Rio de Janeiro. ......................... 18

Figura 5 – Parque do Trianon, São Paulo. ............................ 18

Figura 6 - Mountain Bike ....................................................... 21

Figura 7 – BMX ..................................................................... 22

Figura 8 – Bike Trial .............................................................. 22

Figura 9 – Modelo de bicicleta de Leonardo da Vinci ............ 23

Figura 10 - Modelo de bicicleta draisiana .............................. 24

Figura 11 - Velocípede .......................................................... 24

Figura 12 - Modelo de biciclo Bone Shakers ......................... 25

Figura 13 - Crianças pedalando ............................................ 27

Figura 14 - Mapa do Município de São Bernardo do Campo

mostrando a área de intervenção e seu entorno ................... 28

Figura 15 - Parque Anchieta e suas vilas vizinhas, 1988 ...... 30

Figura 16 - Bairro Anchieta e suas vilas vizinhas, 1988 ........ 31

Figura 17 - Rua do Túnel, Bairro Anchieta – 2006. ............... 32

Figura 18 - Rua Universal, Jardim Hollywood – Anos 70. ..... 33

Figura 19 - Imagem aérea do Bairro Anchieta (sem data) .... 33

Figura 20 – Mapa de Hipsometria na região do terreno ........ 34

Figura 21 - Mapa de Hidrografia na região do terreno .......... 35

Figura 22 - Mapa de Equipamentos Públicos existentes ...... 36

Figura 23 - Imagem aérea do Ginásio Poliesportivo Adib

Moysés Dib ........................................................................... 40

Figura 24 - Mapa de Uso e Ocupação do solo ..................... 41

Figura 25 - Mapa da situação viária ...................................... 42

Figura 26 - Intensidade do tráfego às 08:00h de segunda –

feira ....................................................................................... 43

Figura 27 - Intensidade do tráfego às 08:00h de sábado ...... 43

Figura 28 - Principais vias locais de acesso ao terreno ........ 44

Figura 29 - Projeto funcional do metrô leve .......................... 46

Figura 30 - Circulação do transporte público ........................ 46

Figura 31 - Mapa de Volumetria Urbana ............................... 47

Figura 32 - Mapa do Parcelamento do Solo ......................... 48

Figura 33 - Mapa mostrando o Estado das Edificações ........ 49

11

Figura 34 - Mapa do entorno ................................................. 51

Figura 35 – Entulhos jogados no terreno .............................. 52

Figura 36 - Carros estacionados e brincadeiras como soltar

pipas ...................................................................................... 52

Figura 37 – Edifício Herta e Paul Amir .................................. 54

Figura 38 – Colocação dos painéis pré-moldados de concreto

armado .................................................................................. 56

Figura 39 – Interior do Edifício .............................................. 56

Figura 40 – Parque Superkilen .............................................. 64

Figura 41 - Mercado, cultura e desporto (Praça Vermelha) .. 65

Figura 42 – Espaço para crianças (Praça Verde) .................. 66

Figura 43 – Sala urbana de estar (Praça Preta) .................... 66

Figura 44 - Boxe tailandês (Praça Vermelha)........................ 67

Figura 45 - Quadra esportiva (Praça Verde) ......................... 67

Figura 46 – Playground (Praça Preta) ................................... 67

Figura 47 - Parque Cidade - Escola da Juventude Città di

Marostica ............................................................................... 69

Figura 48 - Street Park .......................................................... 70

Figura 49 – Half Pipe ............................................................. 70

Figura 50 - Dirt Jump ............................................................. 71

Figura 51 – Fullpipe do Street Park ....................................... 71

Figura 52 – Street Infantil ...................................................... 72

Figura 53 – Paredes de escalada ......................................... 72

Figura 54 – Área de Eventos ................................................ 72

Figura 55 – Térreo e Marquise.............................................. 72

Figura 56 – Parque das Bicicletas (Complexo da SEME) ..... 75

Figura 57 – Circuito da Pista Aprendiz (centro) .................... 76

Figura 58 – Ciclovias ............................................................ 76

Figura 59 – Farol ................................................................... 77

Figura 60 – Playground e Área Recreativa ........................... 77

12

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................... 14

2 OBJETIVOS ................................................................... 15

2.1 OBJETIVO GERAL .................................................. 15

2.1.1 Objetivo Específico ............................................ 15

3 HISTÓRICO DO TEMA .................................................. 16

3.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE OS PARQUES

URBANOS E SUA EVOLUÇÃO ............................................ 16

3.1.1 Parques: Usos e funções ................................... 19

3.2 Atividades de aventura em ambientes artificiais ...... 20

3.2.1 Principais modalidades radicais com a bicicleta 21

3.3 Breve histórico sobre a bicicleta ............................... 23

3.4 Vantagens em andar de bicicleta: Para a saúde e

para a cidade ......................................................................... 26

4 HISTÓRICO DA ÁREA .................................................. 28

4.1 LOCALIZAÇÂO DO SÍTIO ....................................... 28

4.2 Histórico do Bairro Anchieta ..................................... 30

5 INSERÇÃO URBANA: DIAGNÓSTICO E PROPOSTA 34

5.1 HIPSOMETRIA ........................................................ 34

5.1.1 Hidrografia ......................................................... 35

5.1.2 Predominâncias e usos ..................................... 36

5.1.3 Densidades Populacionais ................................ 37

5.1.4 Edifícios, espaços, elementos e atividades

significativas.......................................................................... 40

5.1.5 Uso e Ocupação do Solo .................................. 41

5.2 Sistema viário e de transportes ............................... 42

5.2.1 Intensidades do tráfego ..................................... 43

5.2.2 Calhas das vias no entorno do terreno .............. 44

5.2.3 Corte esquemático das calhas das vias ............ 45

5.2.4 Principais meios de transportes existentes ....... 46

5.3 Volumetria Urbana ................................................... 47

5.3.1 Parcelamento do solo ........................................ 48

5.3.2 Caracterização e estado das edificações .......... 49

5.4 Legislação ................................................................ 50

5.4.1 Diagnóstico ....................................................... 51

6 ESTUDOS DE CASO .................................................... 53

6.1 ESTUDOS DE CASO INTERNACIONAIS ............... 54

6.1.1 Museu de Arte Tel Aviv – Edifício Herta e Paul

Amir............... ........................................................................ 54

13

6.1.2 Parque Superkilen ............................................. 64

6.2 ESTUDOS DE CASO NACIONAIS .......................... 69

6.2.1 Visita Técnica - Parque Cidade – Escola da

Juventude Città di Marostica ................................................. 69

6.2.2 Parque das Bicicletas ........................................ 75

7 PROJETO ...................................................................... 80

7.1 CONCEPÇÃO DO PROJETO .................................. 81

7.1.1 Partido Arquitetônico ......................................... 81

7.2 Ficha técnica do terreno ........................................... 82

7.3 Programa de Necessidades ..................................... 82

7.4 Fluxograma .............................................................. 83

7.5 Implantação .............................................................. 84

7.6 Perspectivas ............................................................. 85

8 CONCLUSÃO ................................................................ 94

REFERÊNCIAS ..................................................................... 95

ANEXOS ............................................................................... 98

ANEXO 1............................................................................... 98

Anexo 2 ................................................................................ 99

14

1 INTRODUÇÃO

Andar de bicicleta na cidade é um grande desafio para quem

procura o lazer como opção. Mesmo com as adaptações feitas

para seu uso, como as ciclovias e ciclofaixas, andar ao lado de

veículos e do emblemático trânsito das grandes cidades em

meio à poluição, não nos livra de riscos e não nos permite a

total liberdade que se busca ao pedalar uma bicicleta.

Infelizmente a cultura do nosso país nos mostrou muitas vezes

que a bicicleta não deveria estar nas ruas, pois é vista como

brinquedo ou transporte de “pobre”, não havendo assim o

respeito necessário com os ciclistas.

Hoje os parques se adaptaram a bicicleta e com certeza é a

melhor escolha para quem quer aprender, se exercitar, passear

e ficar em contato com a natureza.

Diante dessa situação, foi pensado sobre a criação de um

Parque na região de São Bernardo do Campo relacionado

somente com o uso da bicicleta, como pistas radicais, trilhas

de mountain bike, área de eventos e um pavilhão onde será

exibido a história e evolução da bicicleta.

A presente dissertação descreve a parte metodológica

estudada e desenvolvida para o projeto citado.

O texto a seguir está estruturado da seguinte forma:

Capítulo 1. Introdução. Contexto geral do assunto que levaram

ao desenvolvimento do projeto.

Capítulo 2. Objetivos. Etapas necessárias para atingir ao

objetivo proposto.

Capítulo 3. Histórico do Tema. Temas referentes aos Parques

Públicos Urbanos; Atividades de aventura em ambientes

artificiais; As principais modalidades radicais com o uso da

bicicleta; Breve histórico sobre a bicicleta; Vantagens em andar

de bicicleta: Para a saúde e para a cidade.

Capítulo 4. Histórico da Área. Localização do sítio com fotos do

entorno e do terreno; Histórico do Bairro Anchieta.

Capítulo 5. Inserção Urbana. Estudo detalhado da região;

Legislação; Diagnóstico feito a partir dos problemas

encontrados no entorno do terreno.

Capítulo 6. Estudos de Caso. Obras referenciais para o Projeto.

Capítulo 7. Projeto. Proposta do Parque Ciclístico Anchieta.

Capítulo 8. Conclusão. Conclusões alusivas ao

desenvolvimento da metodologia.

15

2 OBJETIVOS

2.1 OBJETIVO GERAL

Valorizar uma grande área isolada de vegetação do

Bairro Anchieta e oferecer um Parque com a temática

radical relacionado somente com o uso da bicicleta.

Expor através de um Pavilhão a evolução da bicicleta e

destacar a importância que este veículo pode trazer

tanto para a saúde como para o meio ambiente.

Oferecer ao usuário, principalmente crianças e

adolescentes, uma melhor infraestrutura física, social e

cultural, devendo proporcionar a oportunidade de

convívio para a sua autoafirmação.

2.1.1 Objetivo Específico

Incentivar as crianças a andar de bicicleta desde cedo

para o seu desenvolvimento.

Estimular a integração entre os jovens.

Incentivar a prática de exercícios físicos.

O jovem poderá submeter seu tempo livre com as

diversas atrações oferecidas pelo Parque,

permanecendo assim menos tempo na rua.

16

3 HISTÓRICO DO TEMA

3.1 BREVE HISTÓRICO SOBRE OS PARQUES URBANOS

E SUA EVOLUÇÃO

A partir do século XVI, os jardins e os parques públicos eram

vistos como uma transformação da natureza para um plano

religioso, onde o mais importante era preservar estes espaços

para dar alívio aos problemas da cidade.

Figura 1 – Castelo Ruspoli, Vignanello, Itália – jardim renascentista Fonte: http://www.brasil247.com/pt/247/revista_oasis/86073/Viola-da-gamba-som-m%C3%A1gico-no-Castelo-Ruspoli-em-Vignanello.htm – Acesso em: 13 abr. 2014.

No período do Renascimento, século XV e XVI, os humanistas

começaram a investigar o hábito do crescimento das plantas e

foi onde houve uma transformação dos novos espaços nas

principais cidades da Europa. Havia-se uma grande

preocupação com a estética. Surge então o jardim italiano ou

jardim renascentista, com árvores simétricas e alinhadas.

Estes jardins proporcionavam a plena satisfação.

Figura 2 - Chateau de Vilandry, Vale do Loire, França - jardim francês Fonte: http://institutoecoacao.blogspot.com.br/2013/05/os-mais-belos-jardins-do-mundo-pequenos.html - Acesso em: 13 abr. 2014.

No final do século XVII surge o jardim francês, caracterizado

por mostrar a natureza dominada pelo homem, onde a

geometria e a uniformidade simétrica prevaleciam.

Considerado um jardim barroco francês, foi substituído depois

de dois séculos por um novo modelo, com linhas curvas,

17

extensos gramados, lagos e rios, relevos e colinas, onde se

imaginava tudo o que existia na natureza.

Toda a linguagem geométrica e arquitetônica do jardim francês

começa a ser alterada quando se consolida no final do século

XVII o jardim inglês, que tem a característica oposta ao do

jardim francês, que segundo Terra (2004, p.41), “[ ] a natureza

deve parecer intocada e não um trabalho realizado pelo

homem [ ].”

Figura 3 – Stourhead Garden, Reino Unido - jardim inglês Fonte: http://www.beenthere-donethat.org.uk/wiltshire/stourhead.html – Acesso em: 13 abr. 2014.

No final do século XVIII na Inglaterra, surge o parque como

fator urbano relevante, influenciados pelo passado clássico.

Mas só começa a ter seu pleno desenvolvimento no século XIX

quando surgem os grandes jardins projetados para o uso

público, com o objetivo de promover equipamentos de lazer e

descanso.

Com o crescimento das cidades, com a mudança da expansão

urbana e do novo ritmo de trabalho, veio a necessidade de criar

novos espaços verdes, contrapondo a sociedade industrial,

com extensos gramados, lagos e muita vegetação, onde se

podia comtemplar o ar puro.

“O Parque Urbano é um produto da cidade da era industrial. Nasceu, a partir do século XIX, da necessidade de dotar as cidades de espaços adequados para atender a uma nova demanda social: o lazer, o tempo do ócio e para contrapor-se ao ambiente urbano. ” (KLIASS, 2003)

No século XX, os parques se tornaram em lugares coletivos,

de socialização, como a pratica de ginástica e jogos.

A revisão do modo de projetar os ambientes urbanos foi

marcada nos anos 30 na Europa, como o Bosque de Amsterdã

(1943 a 1963) que foi um exemplo de parque da cidade

moderna funcionalista, onde se criou um ambiente de

recreação na natureza.

Os anos 50 valorizou as características cênicas das áreas

verdes com a tendência do neopaisagismo, despertando o

18

interesse dos usuários. Com a exigência de melhorar a

qualidade dos bairros degradados e os valores estéticos da

cultura moderna, os anos 80 surgiu com essa preocupação.

Ao longo das décadas, a história dos parques urbanos no Brasil

se expressou por diversos estilos como o eclético (final do

século XVIII), moderno (1930 e 1940) e contemporâneo (1980).

O parque urbano foi então criado como uma figura

complementar e compatível ao cenário das elites emergentes.

Podem ser citados o Parque do Ibirapuera (década de 50) e o

Parque do Trianon (1892), em São Paulo e os três primeiros

parques públicos criados no Rio de Janeiro no século XIX,

como o Campo de Santana (1880), Passeio Público

(considerado o primeiro parque público das Américas, século

XVIII) e o Jardim Botânico (criado por Dom João VI em 1808).

Os parques implantados em áreas de fundo de vale ou

ambientalmente degradados são os parques lineares, estes

propiciam a conservação minimizando os efeitos negativos.

Ao longo dos séculos os parques foram evoluindo e ganhando

novas funções de acordo com as necessidades impostas para

sua época. Estas funções associadas aos parques são

mostradas a seguir com citações de alguns autores.

Figura 4 – Jardim Botânico, Rio de Janeiro. Fonte: http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/05_Romantismo%20ecl%E9tico.pdf - Acesso em: 13 abr. 2014.

Figura 5 – Parque do Trianon, São Paulo. Fonte: http://www.rbma.org.br/rbma/pdf/05_Romantismo%20ecl%E9tico.pdf – Acesso em: 13 abr. 2014.

19

3.1.1 Parques: Usos e funções

Comumente os parques públicos são confundidos com os

jardins públicos e praças, mas abrange usos e funções das

mais complexas trazendo a fauna e a flora para dentro das

metrópoles.

É possível atribuir funções e possibilidades aos parques

urbanos devido à necessidade em atender os problemas

gerados pela cidade e pela população. Amenizar as tensões do

cotidiano, proporcionar liberdade e inspirar saúde são alguns

propósitos dos parques há muito tempo.

Para Wright et al. citados por Escada (1992, p. 13), as funções

dos espaços livres são agrupadas em três conjuntos distintos:

- Espaços livres para recreação: local onde o ser humano

possa ter um ambiente adequado ao lazer. Pode ser um parque

de vizinhança, parque de bairro ou parque industrial;

- Espaços livres para a conservação de recursos biofísicos:

espaços que têm o objetivo de satisfazer às necessidades da

1 Fonte: http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo181-

publicacao.pdf - Acesso em: 14 abr.2014.

sociedade em longo prazo. São espaços pouco ou não

alterados destinados à proteção da água de abastecimento,

preservação de enchentes pela absorção da água de declive

acentuado, proteção de áreas de valor paisagístico,

arqueológico ou biológico;

- Espaços livres para o desenvolvimento da forma urbana: são

os espaços que têm o objetivo de modelar o padrão do

desenvolvimento urbano dando uma ideia de identificação e

territorialidade.

Macedo e Sakata (2002) complementam ao dizerem que a

grande solicitação de lazer em vários segmentos, como

esportivas e culturais, dá novas funções aos parques,

diferentes das antigas voltadas basicamente para a

contemplação, tendo como consequência novas

denominações como os parques ecológicos, ligados à

conservação de recursos naturais e os temáticos nas

diversificadas atrações.1

20

3.2 Atividades de aventura em ambientes artificiais

Quando se pensa em esportes radicais logo vem à mente

lugares montanhosos, atividades no meio da mata ou lugares

geralmente distantes. Mas entre os prédios e o trânsito caótico

das grandes cidades é possível encontrar diversas alternativas

de esportes radicais, o que torna a aventura uma opção

acessível para todos.

Estas modalidades podem ser encontradas hoje em

academias, ginásios especializados, estacionamentos

improvisados, nos parques urbanos voltados com esta

finalidade, como é o caso do Parque Cidade – Escola da

Juventude Città di Marostica, em São Bernardo do Campo (ver

página 69).

As atividades de aventura são práticas antigas, executadas

pelo ser humano desde o início de sua história moderna, porém

não por lazer e sim pela necessidade de sobrevivência e pelo

nomadismo natural. Algumas atividades de aventura se

difundem no meio urbano pela possibilidade de sua aplicação

em determinados equipamentos específicos de lazer em

ambientes artificiais como o skate, patins, BMX, pistas de esqui

e snowboard, pistas de bicicross, arvorismo e tirolesa.

Algumas modalidades também, mas não obrigatoriamente,

podem se enquadrar como categoria de ambientes artificiais,

como as pistas de motocross ou de bicicross e até mesmo

down-hill e off-road. Nestes casos, há a existência de rampas,

pontes, obstáculos dos mais variados formatos e tamanhos,

aumentando ou diminuindo a dificuldade dos percursos

efetuados na própria área de atividade, seja ela na natureza

plena ou em parques com locais adequados para estas

atividades.

Estas atividades que antes só eram praticadas em ambientes

naturais, passou a fazer parte do cotidiano urbano e

multiplicam- se cada vez mais os equipamentos de lazer

voltados para esta finalidade.

A seguir serão mostradas as modalidades radicais

relacionadas com o uso da bicicleta onde estas geralmente

acontecem em paisagens naturais, mas destacando que as

pistas artificiais também fazem sucesso no meio urbano.

21

3.2.1 Principais modalidades radicais com a bicicleta

Mountain Bike

Figura 6 - Mountain Bike Fonte: http://f9view.com/mountain-bike-pictures-wallpapers – Acesso em: 10 abr. 2014.

A modalidade Mountain Bike surgiu na década de 1950, na

Califórnia, por brincadeiras de ciclistas e surfistas que

procuravam desafios nas competições de estradas.

As provas disputadas são em pistas de terra com várias

irregularidades, como buracos, obstáculos e elevações, como

também podem ser praticadas em lugares abertos, como

trilhas com caminhos acidentados, subidas e descidas ou até

mesmo nas cidades.

As provas dessa modalidade incluem as seguintes categorias:

- Cross Country: praticada em terreno irregular com muitas

subidas e descidas;

- Free Ride: pistas com saltos e descidas;

- DownHill: descida em alta velocidade;

- UpHill: corrida feita em morros, em média 80% da prova é

nas subidas;

- Trip Trail: prova de percurso longo, geralmente termina em

uma cidade e acaba em outra, alternando em estradas,

trilha e asfalto;

- Freeride: prova que o atleta vai testar as características da

bicicleta, enfrentando barrancos, trilhas, rampas e obstáculos;

- Cicloturismo: é uma forma de viajar pelo mundo, utilizando a

bicicleta como veículo alternativo.

Suspensão resistente e pneus mais grossos são essenciais

para a bicicleta de Mountain Bike resistir aos obstáculos

encontrados.

22

BMX

Figura 7 – BMX Fonte: http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/bmx/historia-do-bmx.php – Acesso em: 10 br. 2014.

O BMX (Bicycle Moto Cross) ou Bicicross é uma modalidade

que se utiliza de rodas de vinte polegadas de diâmetro, ou seja,

de tamanho pequeno se considerada para um homem adulto.

Há dois tipos de provas diferentes: uma que é uma corrida

disputada em terreno acidentado (BMX Racing) e a outra é

caracterizada por manobras com e sobre a bicicleta (BMX

Freestyle). As provas de Racing ocorrem em pistas de 350

metros de extensão com diversos obstáculos.

Bike Trial

Figura 8 – Bike Trial Fonte: http://www.observedtrials.net/vb/f9/koxxdays-06-wallpapers-19896/ - Acesso em: 14 abr. 2014.

O Bike Trial surgiu na Espanha em 1978 e consiste em passar

por uma série de obstáculos e etapas. Os obstáculos podem

ser artificiais ou naturais e seu principal desafio é não ter

nenhum contato físico com o chão, como as mãos e os pés.

O Bike Trial é uma modalidade do ciclismo derivada do trial da

motocicleta e para a sua prática é necessária uma bicicleta

especial, com marcha muito reduzida, pneus macios e freios

poderosos.

23

3.3 Breve histórico sobre a bicicleta

“Quando o homem inventou a bicicleta, ele atingiu o auge de suas realizações. Uma máquina de precisão e equilíbrio para a conveniência do homem, um produto do cérebro do homem que era inteiramente benéfica para aqueles que usaram, e de nenhum dano ou irritação para os outros. O progresso deveria ter parado quando o homem inventou a bicicleta.” (Elizabeth West)

O homem sempre buscou ao longo dos tempos meios de se

locomover com rapidez e eficiência. A ideia de criar um

instrumento que pudesse gerar liberdade fez com que

cientistas e inventores, fascinados pelo assunto,

desenvolvessem por diversas tentativas e gerações, um

veículo de duas rodas movido a força humana.

Os primeiros documentos que relatam essas tentativas

ocorreram nos séculos XV e XVI, com estudos de máquinas

pesadas e desengonçadas movidas à correntes e alavancas.

(SAMPA BIKERS)

Em 1490, Leonardo da Vinci foi o mais notável quando esboçou

700 páginas onde mostrava os conceitos de transmissão

através da força gerada pelas correntes, método este utilizado

até hoje. Este documento só foi descoberto em 1966 por

monges italianos. Antes mesmo de Leonardo já existiam

brinquedos de duas rodas, havendo referências em pinturas de

vasos, relevos e murais. E antes de 1800, a maioria dos

veículos de propulsão humana eram de três a quatro rodas em

forma de carruagem.

Figura 9 – Modelo de bicicleta de Leonardo da Vinci Fonte: http://www.jesuitasbrasil.com/jst/conteudo/visualiza_lo12.php?pag=;portaljesuitas;paginas;visualiza_lo12&cod=8908&secao=202 – Acesso em: 09 abr. 2014.

De fato, a história começa com a criação do “celerífero”, criado

pelo Conde de Sivrac. Feita toda em madeira, duas rodas

alinhadas e unidas por uma viga onde se podia sentar, era

movida por impulsos alternados dos pés sobre o chão. Pesada,

24

rígida e sem nenhum sistema de direção, precisavam descer

uma ladeira para pegar velocidade e tentar o equilíbrio por

apenas alguns metros e era torcer para não cair, pois não tinha

sistema de freios também.

Em 1817, o alemão Barão Karl von Drais instalou em um

celerífero um sistema de direção que permitia fazer curvas e

com isso manter o equilíbrio quando em movimento. O modelo

renomeado de “draisiana” vinha com um sistema rudimentar de

freios e um ajuste de altura do selim. Karl von Drais pode ser

considerado o primeiro inventor da bicicleta. (ESCOLA DE

BICICLETA)

Figura 10 - Modelo de bicicleta draisiana Fonte: http://www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html - Acesso em: 09 abr. 2014.

Ao recebeu em sua oficina uma draisiana para reparos, o

carroceiro francês Pierre Michaux, passou a pensar em algum

sistema de propulsão que fosse ligado diretamente a roda

dianteira e que fizesse o deslocar da máquina mais fácil. Todo

o projeto original da draisiana passou a ser redesenhado e foi

criado um quadro de ferro e um sistema de propulsão por

alavancas e pedais na roda dianteira. Estava criado o que viria

a ser chamado de velocípede. (ESCOLA DE BICICLETA)

Figura 11 - Velocípede Fonte: http://www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html – Acesso em: 09 abr. 2014.

O século XIX foi um momento especial na história da

humanidade, pois trouxe uma impressionante revolução de

ideias, conceitos, inúmeras realizações e transformações

sociais como também foi palco de grandes exposições. Os

veículos de propulsão humana ganharam espaço e atenção do

público aparecendo como destaque nas grandes exposições.

O ferro já era conhecido e as ideias não paravam de surgir.

25

Em 1868 foi levado para a Inglaterra um biciclo “Michaux”, onde

foi repensado por James Starley, responsável pelo

desenvolvimento das máquinas de costura fabricados pela

Coventry e apaixonado por máquinas, deixando- a

completamente diferente do original, ganhando o apelido de

biciclo “bone shakers" (agitador de ossos). A roda dianteira

deixava o condutor acima do centro de gravidade e bastava

uma pedra no caminho para que o fizesse capotar.

Tinha a construção em aço, roda raiada, pneus em borracha

maciça e um sistema de freios inovador. Sua grande roda

dianteira de 50 polegadas ou aproximadamente 125 cm, fazia

dela a máquina de propulsão humana mais rápida até então

fabricada.

Como os pedais são fixos ao eixo da roda, quanto maior o

diâmetro da roda maior é a distância percorrida em cada giro

desta, portanto maior a velocidade alcançada em cada

pedalada. As rodas a partir de então seriam fabricadas com

medidas que atendiam ao comprimento da perna do ciclista.

O modelo foi patenteado em 1870 quando Starley deixa a

Coventry e funda a marca Ariel, que coloca seus biciclos a

venda por 8 libras em 1871, um preço que poucos podiam

pagar. (ESCOLA DE BICICLETA)

Figura 12 - Modelo de biciclo Bone Shakers Fonte: http://www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html - Acesso em: 09 abr. 2014.

A partir daí a bicicleta encontrou seu caminho definitivo. Uma

sucessão de fatos, na segunda metade do século XIX,

consolida a bicicleta como veículo de transporte, lazer e prática

esportiva. (SAMPA BIKERS)

No Brasil o que se sabe é que a bicicleta veio para o país, mais

especificamente no Rio de Janeiro, com a chegada dos

imigrantes europeus no final do século XIX para o início do

século XX. No ano de 1895, as bicicletas já podiam ser vistas

nos estados do Sul e em São Paulo. (TRAVINHA ESPORTES)

A bicicleta desde sua invenção trouxe muita alegria, pois quem

não se lembra da sua primeira bicicleta? Quantas vantagens

em relação a saúde e ao meio ambiente ela nos proporciona?

É o que veremos a seguir.

26

3.4 Vantagens em andar de bicicleta: Para a saúde e para a

cidade

Ter um estilo de vida saudável é reduzir as chances de se

contrair algum tipo de doença no futuro.

As maiores enfermidades causadas são de fato induzidos pelo

próprio indivíduo, pois não conseguem se livrar da rotina diária

e dos vícios, elevando os fatores de riscos para sua saúde.

Especialistas afirmam que “As pessoas que andam de bicicleta

regularmente poupam muitas visitas ao médico”, e por isso

muitas pessoas hoje utilizam a bicicleta como meio de

transporte ou para a prática de atividade física.

Se pararmos para pensar em todos os benefícios gerado pela

bicicleta, pouparíamos um tempinho aos finais de semana para

beneficiar o corpo e a mente. E não tem desculpas para

aqueles que não tem o hábito de se exercitar, passear por 30

minutos já é um bom começo.

Obesidade, dores nas costas, doenças cardiovasculares, são

essas que poderiam ser evitadas se as pessoas usassem por

mais tempo a bicicleta. O coração torna- se mais forte, pois

reduz o mau colesterol e triglicerídeos, sem falar ainda que

quem usa regularmente é menos depressivo, calmo, menos

estressado, são mais resistentes e ficam com o corpo em dia,

com os músculos enrijecidos. Pedalar evita o infarto, pois

diminui a glicemia, controlando o diabetes, que é fator de risco

para a formação da placa aterosclerótica, que leva a angina e

ao infarto agudo do miocárdio.

“Viver é como andar de bicicleta: É preciso estar em constante movimento para manter o equilíbrio.” (Albert Einsten).

Outro fator importante é incentivar tanto as crianças como os

adolescentes, mas sem exageros e supervisionados pelos pais

ou um profissional, a praticarem atividade físicas para seu

desenvolvimento. As possíveis complicações que podem

aparecer na infância por falta de exercício está a obesidade

infantil, o sedentarismo, problemas no desenvolvimento

afetivo-social, falta de autoestima, stress, empobrecimento da

criatividade e prejuízo na coordenação motora.

Motivar os pequenos a pedalar desde cedo, três anos de idade

já é um bom começo pois já possuem um aparato motor

necessário para descobrir o mundo sobre rodinhas, faz com

27

que mantenham o corpo em movimento, desenvolvendo a

coordenação motora e o equilíbrio.

Deixar a criança ter confiança e autonomia é prepara- lá para

novas descobertas, sem medos.

Como diz a pediatra Renata Waksman, presidente do

Departamento de Segurança da Criança e do Adolescente da

Sociedade Brasileira de Pediatria:

"Pedalar estimula a atenção, a disciplina, a concentração e integra amigos".

Figura 13 - Crianças pedalando Fonte: http://melfernandes.com.br/things/passeio-de-bike-com-criancas/ - Acesso em: 10 abr. 2014.

O meio ambiente também sai ganhando já que a bicicleta é um

veículo ecologicamente correto.

Em termos de benefícios econômicos, a bicicleta reduz

congestionamentos; reduz o gasto dos usuários; dá a

possibilidade de criar novos empregos nos serviços de apoio;

permite a criação de pequenos negócios; reduz acidentes no

trânsito; reduz o consumo de combustível; valoriza os espaços

públicos e reduz os gastos da saúde pública.

Nos termos de benefícios ambientais, reduz a emissão de

poluentes atmosféricos e gases de efeito estufa, como o

material particulado, o dióxido de enxofre, óxidos de nitrogênio,

CO, CO2 e compostos voláteis; reduz a poluição sonora; reduz

a produção de resíduos gerados pelo transporte motorizado e

reduz a contaminação da água.

Os benefícios sociais gerados pelo uso da bicicleta estão na

redução de internações hospitalares por problemas

cardiorrespiratórios; redução da obesidade, sedentarismo, etc.;

acessibilidade universal; melhoria da micro acessibilidade

(escolas, lazer, etc.); recuperação de bairros e áreas

residenciais em decorrência da moderação do trânsito.

Como podemos ver, a bicicleta gera para nós, para o meio

ambiente e para a cidade somente pontos positivos.

28

4 HISTÓRICO DA ÁREA

4.1 LOCALIZAÇÂO DO SÍTIO

A região situa-se geograficamente à Nordeste da área urbana

do Município de São Bernardo do Campo e fica

aproximadamente à 2 km de distância do centro da cidade.

As principais vias de acesso para o bairro são a Avenida

Senador Vergueiro, Avenida Kennedy, Marginal Esquerda da

Via Anchieta e Avenida Caminho do Mar.

O terreno escolhido para a intervenção possui uma área de

73.000m² entre a Avenida São Paulo e a Rua São Vitor, no

Bairro Anchieta.

Figura 14 - Mapa do Município de São Bernardo do Campo mostrando a área de intervenção e seu entorno

29

Fotos do entorno e do terreno

Fonte: Fotos tirada pela autora

30

4.2 Histórico do Bairro Anchieta

Figura 15 - Parque Anchieta e suas vilas vizinhas, 1988 Fonte: Serviço de Memória e Acervo – SBC

O Parque Anchieta foi propriedade da família Perrella, de São

Caetano do Sul e adquirida em 1936 por Antônio Domingues

Pinto Junior, que estava se mudando de Santos para São

Bernardo, onde adquiriu 15 alqueires de terras entre o Velho

Caminho do Mar e a estrada do Vergueiro, na região do atual

Bairro Anchieta.

Criou ali o Haras Anhanguera, onde manteve por vários anos.

Seu maior objetivo era criar cavalos de corrida, seu grande

hobbie, conseguindo cumprir seu objetivo. Chegou a ter 40

cavalos de nacionalidades diferentes e da mais pura linhagem,

correndo no hipódromo da Gávea, da Mooca e depois na

Cidade Jardim.

Os 15 alqueires de terras eram áreas cobertas de mato,

abandonados. O atual bosque do Parque Anchieta se deve a

dona Alice Tameirão Pinto, esposa de Antônio, que fez as

plantações na época.

Outra vontade de Antônio era em fazer um loteamento

diferente, com grandes lotes, destinados às casas de fim de

semana. Em 1949, o Parque Anchieta foi loteado, com o

31

objetivo de ser um bairro diferente, um bairro de veraneio

destinado às famílias de Santos, que vieram e começaram a

comprar lotes entre 1.000 à 2.000m².

Nesses loteamentos não podiam ser construídos qualquer tipo

de estabelecimento comercial e as construções antes de serem

feitas, as plantas das casas tinham que ser primeiramente

analisadas por Antônio.

Após a morte de dona Alice em 1951, Antônio se muda para o

interior deixando o loteamento para um de seus cinco filhos,

Ricardo.

Naturalmente, este loteamento que era destinado ao veraneio

passou a ser um loteamento residencial. Na metade dos anos

60, ninguém mais tinha casa de veraneio no bairro, apenas

casas residenciais.

O Parque Anchieta só não foi maior devido a uma grande parte

ser desapropriada nos anos 50 que hoje é o setor de Parques

e Jardins na Avenida Kennedy.

Depois que Antônio faleceu, a fiscalização dos lotes passou a

ser feita pela prefeitura.

Cabe dizer, que o Parque Anchieta é o recanto mais luxuoso

do Grande ABC, onde residem pessoas muito ricas, industriais,

capitalistas e onde cada quarteirão possui de duas a cinco

mansões. É livre de habitações populares, um bairro

arborizado com árvores de todos os tipos e muito tranquilo.

Figura 16 - Bairro Anchieta e suas vilas vizinhas, 1988 Fonte: Serviço de Memória e Acervo – SBC

O Parque Anchieta faz parte do Bairro Anchieta e ocupa o

trecho da linha colonial São Bernardo Velho, outrora espaço da

Fazenda dos Beneditinos.

A antiga Fazenda dos Beneditinos, que sobreviveu ocupada,

entre os séculos 18 e 19, hoje ela é ocupada por uma loja do

32

Carrefour, na confluência do Córrego Borda do Campo com o

Ribeirão dos Meninos, num dos limites de São Bernardo com

Santo André.

O Haras ali existente foi transformado em loteamento em 1949,

sendo aprovado no mesmo ano, em 20 de maio, ocupando

uma área de 174 m2.

Figura 17 - Rua do Túnel, Bairro Anchieta – 2006. Fonte: Serviço de Memória e Acervo – SBC

O Bairro Anchieta possui muitas vilas vizinhas.

Entre a Via Anchieta e a Avenida Kennedy, onde está o Parque

Anchieta, localizam-se também, a Vila Marlene, onde na

década de 20 à 30, o Dr. Rudge Ramos fez a abertura da

Avenida Caminho do Mar trazendo a valorização dos terrenos

à margem da estrada. Um desses loteamentos denominou-se

Vila Miziara, constituída de grandes lotes onde foi loteada (sem

aprovação) pelo proprietário Sr. Gabriel Marão, tendo vendido

alguns lotes antes da paralisação do progresso. Mais tarde o

restante do loteamento foi comprado pelo Sr. José Fongaro,

que por sua vez reloteou a área e foi onde a localidade passou

a ser chamada de Vila Marlene.

- A Vila São João foi um dos mais antigos loteamentos, criado

na década de 20.

- A Vila Daisy foi loteada no início dos anos 50.

- O Parque São Diogo foi loteado em 1953 e aprovado em 20

de outubro de 1958.

Ainda na região, entre a Via Anchieta e a Avenida Senador

Vergueiro, estão uma série de loteamentos residenciais como:

- A Vila Tereza, que foi loteada em 1953 e aprovada em 22 de

maio de 1963;

33

- O Jardim Silvestre, loteado em 1956 e aprovado em 4 de

outubro de 1956;

- O Jardim Copacabana, aprovado em 1970;

- O Jardim Antares, em 1965;

- O Jardim Paramont, aprovado em 1972;

- O Jardim Hollywood, loteado em 1953 e aprovado em 12 de

junho de 1953.

Figura 18 - Rua Universal, Jardim Hollywood – Anos 70. Fonte: Serviço de Memória e Acervo – SBC

Na região, entre a Avenida Kennedy e a Avenida Senador

Vergueiro, estão mais três loteamentos:

- Jardim Três Marias, loteado em 1955 e aprovado em 17 de

abril de 1959;

- Vila Margarida, uma das mais antigas, mas sem registro

específico na Prefeitura;

- Vila Suzana, aprovada em 1964.

Por fim, entre a Avenida Senador Vergueiro e o Ribeirão dos

Meninos, atrás do novo Centro Comercial da cidade, está a Vila

Sonia, um dos mais antigos loteamentos da região.

Figura 19 - Imagem aérea do Bairro Anchieta (sem data) Fonte: Serviço de Memória e Acervo – SBC

34

5 INSERÇÃO URBANA: DIAGNÓSTICO E PROPOSTA

5.1 HIPSOMETRIA

Quase toda a área de intervenção há desníveis, sendo 20

metros a diferença do ponto mais alto para o mais baixo.

Figura 20 – Mapa de Hipsometria na região do terreno Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

35

5.1.1 Hidrografia

Na área de intervenção (em tracejado), corre um rio a céu

aberto, com uma pequena parte canalizado, onde escoa para

o Córrego da Borda do Campo. Sua nascente começa na Rua

Capitão Oberdan de Nicola, no Parque Anchieta.

Canalizado na Avenida Kennedy e a rua de acesso para a

Avenida Lauro Gomes está o Córrego da Borda do Campo, que

viu a cidade nascer às suas margens, desaguando no rio

Ribeirão dos Meninos.

O rio Ribeirão dos Meninos nasce nas proximidades do Jardim

Silvina (S.B.C) e deságua no Córrego do Tamanduateí, divisa

entre São Paulo e São Caetano do Sul e afluente do Rio Tietê.

Figura 21 - Mapa de Hidrografia na região do terreno Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

36

5.1.2 Predominâncias e usos O Bairro Anchieta possui no setor da Educação dez instituições de ensino, sendo duas na rede estadual, cinco municipais, duas particulares e o novo campus da UFABC na rede federal. No setor Recreativo, Esportes e Lazer, encontra-se o Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib, o Centro Recreativo Esportivo Octávio Edgard de Oliveira e o Parque Cidade Raphael Lazzuri, ambos da rede municipal. Existem diversas praças públicas espalhadas pelo bairro, algumas contendo quadras poliesportivas. No setor da Saúde, há o CAPSi (Centro de Atenção Psicossocial Infantil), com o Centro de Referência de Doenças Respiratórias, Policlínica de Reabilitação e a UBS (Unidade Básica de Saúde) Lavínia Flores da Silva, todas da rede municipal. No setor de Utilidade Pública, na rede estadual, há a Defensoria Pública, o Poder Judiciário e a Vara de Infância e Juventude. A maioria destes equipamentos públicos encontram-se no raio de interferência da área da intervenção.

Figura 22 - Mapa de Equipamentos Públicos existentes Fonte: PMSBC/Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo- Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos, B. Anchieta 2010.

37

5.1.3 Densidades Populacionais

Em 2010, São Bernardo do Campo atingiu um total de 765.463

habitantes, aumentando dez vezes ao longo dos últimos 50

anos, segundo os resultados da Sinopse Preliminar do Censo

Demográfico de 2010.

Tabela 1 - População de São Bernardo do Campo entre 1960 e 2010. Fonte: IBGE/Censos Demográficos

São Bernardo é um dos municípios da Região Metropolitana de

São Paulo mais populosos, seguido por Guarulhos.

São Paulo, São Bernardo do Campo e Guarulhos são os únicos

municípios com mais de 700 mil habitantes da RMSP.

Tabela 2 - População residente, taxa geométrica de crescimento anual, TGCA e densidade demográfica por bairro entre 2000 e 2010. Fontes: IBGE/ Censos Demográficos; PMSBC/Secretaria de Planejamento Urbano e Ação Regional.

38

No Bairro Anchieta, a população residente é na maioria idosos

com mais de 60 anos de idade do sexo feminino, onde 99,5%

da população acima de 10 anos são alfabetizadas, como

mostram as tabelas a seguir:

Tabela 3 - População residente do Bairro Anchieta

Tabela 4 - População com mais de 10 anos alfabetizadas

O rendimento médio mensal da população com mais de 10 anos é de R$ 2.494,95.

Tabela 5 - Rendimento médio mensal com rendimento

Tabela 6 - Rendimento nominal mensal (em salários mínimos)

Fonte: PMSBC/Secretaria de Orçamento e Planejamento Participativo-

Departamento de Indicadores Sociais e Econômicos, B. Anchieta 2010.

39

O Bairro Anchieta é um bairro de classe média alta e com boa

qualidade de vida, sendo um dos mais valorizados bairros de

São Bernardo do Campo.

As tabelas a seguir mostram os dados levantados e

comprovam este nível, como os serviços básicos oferecidos

pelo município e o rendimento médio mensal domiciliar:

Tabela 7 - Serviços Básicos

Tabela 8 - Domicílios

Tabela 9 - Domicílios Particulares Permanentes

Tabela 10 - Condição de ocupação e número de moradores por domicílio

40

5.1.4 Edifícios, espaços, elementos e atividades significativas

Figura 23 - Imagem aérea do Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib Fonte: http://turismo.culturamix.com/nacionais/sudeste/sao-bernardo-do-campo - Acesso em: 22 mar. 2014.

O Ginásio Poliesportivo Adib Moysés Dib foi inaugurado com

um amistoso de vôlei masculino entre Brasil e Cuba.

Localizado na Avenida Kennedy, no Bairro Anchieta, recebe

frequentemente grandes eventos nas áreas esportiva, cultural

e religiosa e é um dos mais modernos do Estado, com

capacidade para 7.200 pessoas. Entre os eventos sediados na

instalação, destaca-se o Campeonato Mundial de Handebol

Feminino, o Campeonato Pan-Americano de Handebol

Feminino e a Liga Nacional de Voleibol Masculino e Feminino.

O local está adaptado para receber eventos como feiras e

exposições, convenções, simpósios, reuniões religiosas,

sociais, classistas e políticas, formaturas, colocações de grau,

shows artísticos e culturais.

O Ginásio Poliesportivo torna-se uma referência para o bairro,

valorizando e agregando valores culturais e sociais na região.

41

5.1.5 Uso e Ocupação do Solo

Com bases no mapa, percebe-se que a parte central é

composta por grandes áreas verdes, um grande espaço para a

nova instituição de ensino, espaços vazios como

estacionamentos, serviços e lazer.

Na parte esquerda do mapa predominam as habitações.

No lado direito do mapa existem pequenos comércios

espalhados, habitações em maioria, instituições e praças

públicas.

Abaixo do mapa, próximo à Avenida Senador Vergueiro, estão

os grandes comércios e indústrias.

A região é predominantemente habitacional.

Figura 24 - Mapa de Uso e Ocupação do solo Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

42

5.2 Sistema viário e de transportes

O mapa representa a situação viária no entorno do terreno,

onde podemos observar que as duas vias no limite do terreno

são coletoras, sendo a Avenida São Paulo, que termina na

UFABC e será estendida futuramente ao Bairro Jordanópolis e

a Rua São Vitor.

Os principais corredores viários do local são as arteriais

Avenida Senador Vergueiro e Avenida Kennedy.

Figura 25 - Mapa da situação viária Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

43

5.2.1 Intensidades do tráfego

Os mapas mostram as intensidades do tráfego em dois

horários diferentes nas principais vias de acesso ao terreno.

Figura 26 - Intensidade do tráfego às 08:00h de segunda – feira

Figura 27 - Intensidade do tráfego às 08:00h de sábado

Fonte: https://www.google.com/maps/@-23.6792996,-46.5676969,2788m/data=!3m1!1e3!5m1!1e1 – Acesso em: 23 mar. 2014.

45

5.2.3 Corte esquemático das calhas das vias

Sem escala

Sem escala

Sem escala

Fonte: Cortes feito pela autora.

46

5.2.4 Principais meios de transportes existentes

O mapa ao lado mostra a área ampliada da região e a

circulação do seu principal tipo de transporte existente que é o

transporte coletivo (ônibus/trólebus).

O futuro projeto do monotrilho vai partir da Estação

Tamanduateí para São Caetano, passará por Santo André e o

Paço Municipal de São Bernardo e seguirá até a região do

Alvarenga. São Bernardo possui no Centro uma Rodoviária e

dois Terminais Metropolitanos de trólebus.

Figura 29 - Projeto funcional do metrô leve Fonte: PMSBC – Sumário de Dados, Capítulo XIV (Transportes e vias públicas)

Figura 30 - Circulação do transporte público Fonte: https://www.google.com/maps/@-23.6830339,- 46.5566677,16z/data=!5m1!1e1 - Acesso em: 22 mar. 2014.

47

5.3 Volumetria Urbana

O mapa demonstra a classificação do gabarito no entorno do

terreno.

A região é predominantemente de gabarito baixo (1 à 2

pavimentos).

Pode-se notar que os edifícios mais altos encontram-se

isolados dos demais.

Figura 31 - Mapa de Volumetria Urbana Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

48

5.3.1 Parcelamento do solo

Podemos analisar que na região os lotes são de pequeno,

médio e grande porte.

Os maiores lotes geralmente estão ocupados por

equipamentos públicos e/ou estacionamentos. Os de médio

porte estão os lotes residenciais de alto padrão e os menores,

os lotes padrão residencial (125,00 m²).

Figura 32 - Mapa do Parcelamento do Solo Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

49

5.3.2 Caracterização e estado das edificações

A região se caracteriza como zona residencial onde a maioria

moram em casas tipo sobrados ou em edifícios verticais

isolados, sendo a minoria morando em condomínios.

O mapa mostra o estado de conservação atual das edificações.

Por ser tratar mais de uma zona residencial e de uma

população classificada com renda média alta, as edificações

estão bem conservadas.

As classificadas como regular precisam de manutenção, pois

encontram-se com pichações ou falta de pintura.

As classificadas como ruim, encontram-se em estado de

abandono. Este é o caso da área escolhida para a intervenção.

Há tubulações de esgoto abertas e lixo ao redor do rio.

Figura 33 - Mapa mostrando o Estado das Edificações Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

50

5.4 Legislação

De acordo com a lei nº 6222, do dia 3 de setembro de 2012,

que dispõe sobre o parcelamento, o uso e a ocupação do solo

em todo o território do Município de São Bernardo do Campo,

a MUC (Macrozona Urbana Consolidada) se divide nas

seguintes zonas:

- Zona de Uso Diversificado 1 – ZUD1

- Zona Residencial Restritiva – ZRR

- Zona Empresarial Restritiva – ZER1

O terreno em estudo pertence a zona (ZUD1), na categoria de

uso não residencial (NR), da subcategoria de usos não

residenciais compatíveis (NR1), que caracteriza-se pelo baixo

potencial de impacto ambiental e no grupo de atividades de

Serviços (S1), que se enquadra no grupo de atividades

esportivas, recreação e lazer. Os lotes que pertencem a ZUD1,

não poderão ter dimensões inferiores a 125,00m².

De acordo com o Capítulo III, art. 19, que dispõe da Doação de

áreas públicas e das restrições à edificação em áreas

particulares, “nas áreas de preservação permanente, em

especial ao longo das águas e dormentes e ao redor das

nascentes, ainda que intermitentes, e nos chamados olhos

d´água, qualquer que seja sua situação topográfica, será

obrigatória a reserva de área não edificável, conforme

exigência da legislação aplicável ou nos termos autorizados

pelo órgão ambiental competente”, portanto, será respeitado a

área não edificável em torno do rio que percorre o terreno.

Das diretrizes de ocupação do solo, fica estabelecido no

mínimo os seguintes parâmetros para controle da ocupação:

- Taxa de ocupação: 70%;

- Coeficiente de aproveitamento: Mínimo: 0,2 / Básico: 1,5 /

Máximo: 2,5;

- 15% de área permeável;

- Recuo Frontal: 5,00m no mínimo;

- Recuo lateral e de fundos: 2,00m (quando a altura da

edificação (H) for superior a 6,00m e limitar-se a 12,00m de

altura);

- 5,00m de largura (mínima) para acessos a estacionamentos;

- 2% destinados a bicicletários ou paraciclos;

- 30,00m² para carga e descarga.

51

5.4.1 Diagnóstico

Figura 34 - Mapa do entorno Fonte: Mapa cadastral cedido pela Prefeitura de São Bernardo do Campo

A região em geral tem tudo para atender as necessidades da

população. Tem uma ótima infraestrutura como parques e

praças, grandes comércios, indústrias e é próxima das

principais vias de acesso como a Via Anchieta e próxima do

Centro.

Como sabemos o Bairro Anchieta é composto por outros

bairros, como os denominados Jardins, Parques e Vilas, mas

o próprio Bairro Anchieta, que se localiza na parte central de

todos esses bairros, apesar de ter suas referências como o

Ginásio Poliesportivo, considerado o maior do Estado, a maior

parte do bairro encontra-se numa grande área isolada, pois fica

de fundo com a Via Anchieta, mas sem acesso direto com ela

e sem ligação também com o Parque Anchieta, um bairro

residencial privado de alto padrão que fica ao lado.

52

Como foco principal, o diagnóstico tem o próprio Bairro

Anchieta, pois o projeto consiste em agregar e valorizar ainda

mais esta região que se encontra isolada proporcionando aos

moradores uma área mais adequada para o uso, beneficiando

o público local e a cidade.

Apesar dos eventos que acontecem nessa área como

quermesses, automodelismo, encontros, shows, não são

eventos fixos e é onde se torna num lugar de imprevistos aos

fins de semana. Nos dias normais o local encontra-se

totalmente desértico.

As imagens ao lado mostram que o local é frequentado por

jovens que procuram diversão como soltar pipas, outros que

procuram fazer atos ilícitos e outros que não respeitam o

ambiente e jogam entulhos.

O objetivo é aprimorar este espaço e transformá-lo além de um

ponto de encontro, num lugar onde se possa ter contato direto

com o meio ambiente praticando atividades recreativas ligadas

ao uso da bicicleta. Com temas culturais e convívio saudável a

ideia é incentivar a criança e o jovem os benefícios que a

bicicleta pode gerar, para a saúde e para o meio ambiente.

Figura 35 – Entulhos jogados no terreno Fonte: Foto tirada pela autora

Figura 36 - Carros estacionados e brincadeiras como soltar pipas Fonte: Foto tirada pela autora

53

6 ESTUDOS DE CASO

54

6.1 ESTUDOS DE CASO INTERNACIONAIS

6.1.1 Museu de Arte Tel Aviv – Edifício Herta e Paul Amir

Ficha técnica:

Arquiteto: Preston Scott Cohen, Inc., Cambridge,

Massachusetts

Equipe do Projeto: Preston Scott Cohen (diretor responsável

pelo projeto), Amit Nemlich (arquiteto do projeto), Tobias

Nolte e Bohsung Kong (assistentes de projeto).

Localização: Tel Aviv, Israel

Área do projeto: 18.500m²

Área da construção: 4.500m²

Custo: $ 55 milhões (estimado)

Ano de inauguração: 2011

Figura 37 – Edifício Herta e Paul Amir Fonte: http://www.gaelarnaud.com/index.php?pictdiapoid=6 – Acesso em: 29 mar. 2014.

55

O Edifício foi o vencedor do primeiro prêmio do concurso

Internacional de Herta e Paul Amir.

Em seu programa há galerias de arte, arquitetura e design

israelense, além de exposições temporárias, auditório, salas de

conferência, biblioteca de arte, restaurante e escritórios

administrativos.

Localizado no centro do complexo cultural da cidade, na

Boulevard Shaul ha–Melekh, o Museu de Arte Tel Aviv, está

situado em três edifícios principais: O Pavilhão de Arte

Contemporânea Helena Rubistein, concluída em 1959,

localizada no centro da cidade; o Edifício Principal (Museu de

Arte Tel Aviv), inaugurado em 1971 e o novo Edifício Herta e

Paul Amir, inaugurado em 2011, onde expandiu o espaço de

exposição do Museu de Arte Tel Aviv.

O programa arquitetônico do novo Edifício desafiou a sua

construção, pois o terreno era muito estreito e triangular

criando a necessidade de se projetar galerias retangulares.

São dois subsolos e três pavimentos estruturalmente

independentes em planos empilhados um em cima do outro

com níveis diferentes. A solução encontrada foi retorcer em

superfícies geométricas, para que os ângulos se conectassem

e deixassem a luz natural entrar até os pavimentos inferiores.

Implantação Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/0/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 29 mar. 2014.

56

As galerias em espiral, foram organizadas em torno de uma

claraboia à 26 metros de altura, interligando-as por uma

circulação vertical, através de rampas, elevador, escada

rolante e escadas, com base em um sistema estrutural em aço

e madeira.

As paredes são de painéis pré-moldados de concreto armado,

onde os 465 painéis usados são iguais e a maioria no formato

de quadriláteros ou triângulos.

O processo de fabricação dos painéis foi feito no próprio local

devido à dificuldade em encontrar um fabricante de pré-

moldados competente, ajudando com isso nos riscos que o

transporte poderia causar nas placas por possuírem pontas

finas.

Com guindastes, os trabalhadores levantaram os painéis que

pesavam até 9 toneladas, ajustado a posição antes de soldar

as chapas de aço incorporadas à armadura estrutural.

A escolha desta obra foi pelo seu formato geométrico, tornando

uma referência para o objeto em estudo, desde os materiais

usados e a técnica utilizada.

Figura 38 – Colocação dos painéis pré-moldados de concreto armado Fonte: http://archrecord.construction.com/projects/portfolio/2011/11/tel-aviv-museum-faceted-facade.asp – Acesso em: 29 mar. 2014.

Figura 39 – Interior do Edifício Fonte: http://www.pscohen.com/tel_aviv_museum_of_art.html - Acesso em: 29 mar. 2014.

57

Plantas, cortes e elevações

Planta 1 Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/1/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Planta 2 Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/2/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

58

Planta 3 Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/3/showcase-herta- and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Planta 4 Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/6/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

59

Planta 5 Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/5/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Planta 6 Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/4/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

60

Seção dos cortes Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/15/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Corte A Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/12/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art - Acesso em: 30 mar. 2014.

Corte B Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/13/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Corte C Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/14/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

61

Elevação Norte Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/9/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Elevação Leste Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/8/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Elevação Sul Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/11/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Elevação Oeste Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/10/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

62

Detalhes construtivos

Sistema de suporte Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/18/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Detalhe da claraboia Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/17/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

63

Painéis Fonte: http://archinect.com/features/gallery/25508166/19/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art – Acesso em: 30 mar. 2014.

Análise estrutural:

Sistema de suporte - Na parte inferior dos painéis fica o sistema

vertical de suporte em aço para dar apoio à amarração, estes

são colocados a cada 8 pés no centro e fixada à estrutura

principal do edifício.

Painéis – Os painéis de concreto em formato irregular são

fixados no sistema estrutural em aço e soldadas às lajes do

edifício.

64

6.1.2 Parque Superkilen

Ficha Técnica:

Cliente: Município de Copenhague,

Realdania

Localização: Bairro Norrebro - Dinamarca

Função: Espaço Público

Área do local: 30.000 m2 / 750 m de

espaço público

Conclusão: 2012

Autoria: BIG (Arquitetura), Topotek1

(Arquitetura Paisagista), Superflex (Art

Consultoria)

Colaboração: Lemming Eriksson, Help PR

& Communication

Orçamento: 7,7 Milhões de Euros

Figura 40 – Parque Superkilen Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

65

O Parque Superkilen criou uma cena alternativa no espaço

urbano de Copenhague. Localizado no Bairro Norrebro, onde

possui uma população de 57 culturas diferentes, criou-se a

ideia de promover a integração entre etnia, religião, cultura,

idiomas e compreender o que estes países tem em oferecer

quando se trata de mobiliário urbano. Dividido em três praças

e por cores diferentes (vermelho, verde e preto), formam um

ambiente dinâmico com objetos e móveis das variadas

nacionalidades expostas a céu aberto.

A Praça Vermelha é considerada uma expansão urbana das

atividades internas do Ginásio Norrebro, oferecendo diversos

campos ligados aos esportes, atividades e jogos físicos. A

praça possui mercados, cafés, bancos, quadras de basquete,

ciclovias (se estende por todas as praças), playground, área de

eventos e uma área para exercícios. Uma grande área da

praça é coberta por uma superfície de borracha multifuncional

para permitir jogos, desfiles e patinação no inverno. As

fachadas dos serviços locais seguem a cor vermelha e todas

as atividades, serviços e objetos das três praças são de

nacionalidades diferentes, como Banco do Brasil, boxe

tailandês, tobogã de Chernobyl, bancos belgas, etc. Os

moradores também optam na escolha dos objetos e móveis.

Figura 41 - Mercado, cultura e desporto (Praça Vermelha) Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

66

A Praça Verde com suas colinas suaves é destinada para as

crianças pequenas. As famílias que levam seus filhos podem

fazer piqueniques, tomar banho de sol, brincar na grama, usar

a quadra esportiva e fazer exercícios.

Figura 42 – Espaço para crianças (Praça Verde) Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

A Praça Preta é caracterizada como uma sala urbana de estar,

onde os moradores se encontram ao redor da fonte

marroquina, o banco turco e ficam debaixo das cerejeiras

japonesas. Há jogos de mesas como tabuleiro, xadrez e

gamão.

Ao contrário do padrão usado na praça vermelha, as linhas

brancas se movem em linha reta, de norte a sul, curvando ao

redor do mobiliário para evitar tocá-los, destacando assim os

móveis.

Figura 43 – Sala urbana de estar (Praça Preta) Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

67

Interagir é uma ação muito difícil quando se está num ambiente

novo, com cultura e costumes diferentes.

A escolha deste parque para o objeto em estudo foi pela ideia

de criar um espaço público urbano focado nessas diferenças,

pois faz com que lembramos que não estamos sozinhos e nos

faz sentir mais próximos de onde viemos.

A integração dessas diversas culturas e etnias com o espaço

público, tornou o ambiente num lugar de conhecimentos, de

respeito e de união, pois atende as necessidades e desejos do

povo que ali habita.

Figura 44 - Boxe tailandês (Praça Vermelha) Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

Figura 45 - Quadra esportiva (Praça Verde) Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

Figura 46 – Playground (Praça Preta) Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

68

Implantação do Parque Superkilen Fonte: http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/ - Acesso em: 06 abr. 2014.

69

6.2 ESTUDOS DE CASO NACIONAIS

6.2.1 Visita Técnica - Parque Cidade – Escola da Juventude Città di Marostica

Ficha técnica:

Arquiteto: Jurandir Prestes de Oliveira Jr.

Localização: São Bernardo do Campo

Área do projeto: 21.000m²

Ano de inauguração: 22 de agosto de

2007

Figura 47 - Parque Cidade - Escola da Juventude Città di Marostica Fonte: http://www.abcdoabc.com.br/sao-bernardo/noticia/acoes-sao-bernardo-voltadas-juventude-2012-7755 – Acesso em: 31 mar. 2014.

70

Na década de 80 já existia uma pista de skate no terreno

existente, mas devido ao mau uso da pista, surgiu então a nova

implantação, a do Parque Cidade- Escola da Juventude Città

di Marostica, localizado na Avenida Armando Ítalo Setti, em

frente ao Paço Municipal no Centro de São Bernardo do

Campo.

O acesso ao Parque se dá através dos transportes públicos

municipais ou intermunicipais ou através das três principais

rodovias do Estado de São Paulo, no caso para quem vem dos

municípios vizinhos: Anchieta, Imigrantes e o Rodoanel.

O diferencial do Parque está nos equipamentos esportivos

ligados as atividades radicais como o skate, patins e bike.

O Parque é dividido em ambientes como o Street Park, uma

área que possui uma série de obstáculos e rampas, o Half Pipe

que é uma estrutura de madeira em formato de U, o Dirt Jump,

um espaço com montanhas de terra voltada para a pratica de

saltos com bike, o Fullpipe do Street Park, que consiste numa

passagem através de um túnel e o Street Infantil, uma pista

mirim de skate voltada para crianças.

O Parque ainda conta com paredes de escalada, rapel, tirolesa,

pista de caminhada de 600 metros, equipamentos de ginástica

e playground.

Figura 48 - Street Park Fonte: Foto tirada pela autora

Figura 49 – Half Pipe Fonte: Foto tirada pela autora

71

Há uma excelente estrutura para deficientes como sanitários

adaptados, piso especial e placas de identificação em braile.

O Palco fica em uma grande área de eventos destinados a

apresentações esportivas ou musicais.

No pavimento térreo, situado no meio do Parque, há os

sanitários, o fraldário e a sala de enfermagem, no pavimento

superior encontra-se a lanchonete, a marquise e o vestiário.

Na entrada principal do Parque fica a administração, portaria/

monitoramento e o biciclétario.

Os acessos aos serviços se dão através de duas entradas em

sentidos opostos ao Parque, uma ficando na Avenida Armando

Ítalo Setti e a outra na Rua Lauro G Escola Técnica com a Rua

João Jaime Mônaco. Não há um estacionamento interno no

Parque.

A escolha deste Parque para o objeto em estudo se deu

através da disposição e função dos ambientes, como as

instalações dos equipamentos destinados aos esportes

radicais, tornando assim o Parque convidativo e um referencial

para o Município em termos de atrações esportivas. O lazer se

mistura com o profissionalismo de alguns atletas tornando o

ambiente em uma esfera de desafios.

Figura 50 - Dirt Jump Fonte: Foto tirada pela autora

Figura 51 – Fullpipe do Street Park Fonte: Foto tirada pela autora

72

Figura 52 – Street Infantil Fonte: Foto tirada pela autora

Figura 53 – Paredes de escalada Fonte: Foto tirada pela autora

Figura 54 – Área de Eventos Fonte: Foto tirada pela autora

Figura 55 – Térreo e Marquise Fonte: Foto tirada pela autora

73

Planta de Implantação Fonte: PMSBC – Secretaria de Serviços Urbanos

74

Planta de Circulação Fonte: PMSBC – Secretaria de Serviços Urbanos

75

6.2.2 Parque das Bicicletas

Ficha técnica:

Localização: Moema – SP

Área do projeto: 20.000m²

Ano de inauguração: Agosto

de 2000

Figura 56 – Parque das Bicicletas (Complexo da SEME) Fonte: https://www.google.com/maps/place/Parque+do+Ibirapuera/@-23.5996506,-46.6552637,802m/data=!3m1!1e3!4m2!3m1!1s0x94ce59f1069d11d1:0xcb936109af9ce541 – Acesso em: 05 abr. 2014.

76

Em meio ao concreto da cidade está o Parque das Bicicletas

com uma área total de 20.000m², um lugar criado para quem

gosta de pedalar e manter a forma, passear ou se divertir.

Localizado próximo ao Ibirapuera, na Alameda Iraé e entre as

avenidas Indianópolis e Ibirapuera em Moema, o local já foi

palco de grandes eventos como a Virada Esportiva, o programa

Vida e Saúde nos Parques, além de uma série de eventos do

núcleo de lazer da Coordenadoria de Gestão de Políticas

Públicas e Programas de Esporte e Lazer (CGPE) da SEME.

O Parque das Bicicletas faz parte de um complexo que reúne

também a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e

Recreação (SEME), o Centro Olímpico de Treinamento e

Pesquisa (COTP) e o Clube Escola Ibirapuera. Todo o

complexo pertence a SEME, fundada em 1986.

A infraestrutura do Parque das Bicicletas é constituída de uma

ciclovia asfaltada plana de 3.000m de extensão, para a pratica

de patins, skate, patinete e caminhada, uma área recreativa,

quiosques, sanitários, quadra esportiva e um campo de futebol.

Em seu interior não há restaurantes. No Bosque da Fama, cada

árvore nativa carrega o nome de um atleta relevante e suas

conquistas. O antigo Museu das Bicicletas que havia no Parque

deu lugar para o Gabinete do Secretário.

Figura 57 – Circuito da Pista Aprendiz (centro) Fonte: http://www.encontramoema.com.br/moema/parque-das-bicicletas.shtml - Acesso em: 5 abr. 2014.

Figura 58 – Ciclovias Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:PARQUE-BICICLETAS-MOEMA.JPG – Acesso em: 5 abr. 2014.

77

Na pista Aprendiz foi instalado pela CET um farol e sinalização

apropriada para as crianças poderem praticar as leis de

trânsito.

O Parque das Bicicletas conta ainda com um bicicletário e um

local exclusivo para os pais ensinarem seus filhos a andar de

bicicleta.

O estacionamento fica em uma pequena área na entrada da

Alameda Iraé.

Junto ao complexo, no interior do Parque, há também uma

creche, Espaço da Terceira Idade e a Escola de Ciclismo.

Hoje o Parque conta com uma parte de 15.500 m² do terreno

interditada para a construção da estação AACD da Linha Lilás

do Metrô, localizada no circuito da pista Aprendiz. A previsão

do término das obras dessa linha é para 2015, quando todo o

trecho ocupado será devolvido ao município com projetos de

urbanização e paisagismo específicos para a região do parque

e adjacências.

A escolha deste Parque para o objeto em estudo se deve pela

iniciativa da SEME em apoiar as atividades físicas, esportivas

e o lazer aos hábitos mais saudáveis do cidadão. O Parque das

Bicicletas por ter suas ciclovias e programações ligadas ao uso

da bicicleta, se torna então uma referência.

Figura 59 – Farol Fonte: http://www.sampaonline.com.br/passeios/parquedasbicicletas/ - Acesso em: 5 abr. 2014.

Figura 60 – Playground e Área Recreativa Fonte: http://www.sampaonline.com.br/passeios/parquedasbicicletas/ - Acesso em: 5 abr. 2014.

78

Planta de Implantação - Complexo da SEME Fonte: http://www.behance.net/gallery/Sinalizacao-Parque-das-Bicicletas/955590 – Acesso em: 1 mar. 2014.

79

Planta de Setorização do Complexo da SEME Fonte: http://www.behance.net/gallery/Sinalizacao-Parque-das-Bicicletas/955590 – Acesso em: 1 mar. 2014.

80

7 PROJETO

O Parque Ciclístico Anchieta é um local para quem procura

passear ou praticar esportes relacionados com a bicicleta ou

fazer uma simples caminhada em meio a natureza.

Com uma área de 73.000 mil metros quadrados, o Parque

oferece pistas, trilhas, uma área de eventos com palco para

shows para apresentações diversas, como peças infantis e

principalmente apresentações de bandas novatas.

O Pavilhão da Bicicleta é uma das grandes atrações do Parque

onde mostra através de exposições toda a história da bicicleta,

as invenções, seus inventores e homenageia os campeões das

modalidades do ciclismo que fazem e fizeram história ao longo

dos anos. Toda essa demonstração é vista com um passeio de

bike dentro do Pavilhão.

O conjunto de pistas são voltadas para o lazer com dimensões

não apropriadas para competições. As pistas são variadas,

sendo a de Mountain Bike (uma pista de madeira com subidas

e descidas), a de Trial (obstáculos como escadas e rampas) e

a BMX, sendo a pista Racing (terreno acidentado de terra) e o

Freestyle (pista de manobras com a bicicleta) localizada dentro

da pista Trial.

As trilhas de mountain bike se estendem pelo Parque passando

por pontes, degraus e um túnel camuflado com a vegetação.

Os usuários são observados por instrutores devidamente

identificados por toda a extensão do Parque garantindo que

estes cumprem as leis regidas pelo Parque e dando-lhes

também a segurança necessária.

Os bicicletários são espalhados e próximos das entradas das

pistas e são acompanhados com aparelhos de ginástica e

alongamento.

A Loja de Manutenção e Aluguel de Bicicletas garante a

diversão de todos, podendo o usuário alugar o tipo certo de

bike para desfrutar da pista adequada sem correr riscos.

Outra grande atração do Parque é a Pista Aprendiz que é

destinado as crianças a partir de três anos de idade, onde

aprendem a pedalar desde cedo e a respeitar a sinalização.

O Parque conta ainda com um playground, fraldário,

enfermaria e uma lanchonete.

Não há um estacionamento interno, fazendo com que os

visitantes estacionem ao redor do Parque.

81

7.1 CONCEPÇÃO DO PROJETO

O Parque Ciclístico Anchieta é um equipamento de lazer

urbano, planejado especificamente para o uso da bicicleta e

composto de instalações diversificadas, ambientadas e

equipadas para receber programações socioculturais e

recreativas, principalmente para crianças e adolescentes,

durante todos os períodos da semana. É direcionado para o

atendimento das necessidades da população do bairro, da

cidade e também para habitantes de municípios próximos.

O projeto oferece espaços que despertam emoções e sejam,

pelas particularidades e funções, formadores de um todo com

qualidade e organização.

A troca de experiências proporciona o desenvolvimento

integral do ser humano e a inclusão dos menos favorecidos. O

jovem submeterá seu tempo livre praticando exercícios físicos,

permanecendo assim menos tempo na rua.

7.1.1 Partido Arquitetônico

― Classificação e ordenamento das funções em setores

funcionais, refletidos nos arranjos espaciais das edificações e

em toda a implantação do Parque;

― Construir espaços flexíveis e multifuncionais, que

comportem as atividades oferecidas;

― Espaços amplos de convívio, tanto internos quanto

externos;

― Uso da iluminação natural;

― Uso das formas geométricas na estrutura da edificação

principal, como o triângulo e o retângulo,

― Aproveitamento da água da chuva para fins não potáveis;

― Fácil acessibilidade, ciclistas, pedestres e portadores de

deficiências físicas.

82

7.2 Ficha técnica do terreno

Localização: Bairro Anchieta – São Bernardo do Campo

Área do terreno: 73.000m²

Área construída: 4.735m²

Taxa de ocupação: 70%

Taxa de ocupação do sítio: 51.100m²

Coeficiente de aproveitamento máximo: 2,5

Coeficiente de aproveitamento máximo do sítio:

182.500m²

Recuo mínimo da frente: 5,00m

Recuo mínimo lateral: 2,00m

Recuo mínimo de fundo: 2,00m

Taxa de permeabilidade: 15%

Taxa de permeabilidade do sítio: 10.950m²

Densidade populacional do Bairro Anchieta: 15.639 hab –

Censo 2010.

7.3 Programa de Necessidades

83

7.4 Fluxograma

84

7.5 Implantação

O Pavilhão da Bicicleta é a porta de acesso as pistas e

trilhas. Além da área central destinado as exposições, em

seu interior está localizado também o Setor

Administrativo, Loja de Aluguel e Manutenção de

Bicicletas, Lojas Souvenirs, Enfermaria, Fraldário e os

Sanitários Públicos. Próximo ao Pavilhão, na área

externa, está a Lanchonete, Playground e Pista

Aprendiz.

Devido as diferenças de níveis (de até 20 metros) e o

córrego que corta o meio do terreno, permitiu-se dividir o

Parque em setores diferentes: de um lado a Área de

Eventos, do outro as pistas e trilhas voltadas para o uso

da bicicleta. O Pavilhão da Bicicleta está localizado na

parte alta do terreno e faz a conexão com a parte baixa

através de uma passarela (Pista Pavilhão) e a rampa de

pedestres que dá acesso para a Área de Eventos. O

Setor de Serviços, destinado a manutenção e limpeza

do Parque, está localizado na parte baixa do terreno.

(Ver todos os detalhes das Edificações no Anexo 1)

85

7.6 Perspectivas

Entrada do Parque Ciclístico Anchieta e Pavilhão da Bicicleta Fonte: Perspectiva feita pela autora

86

Pavilhão da Bicicleta (Interno) Fonte: Perspectivas feita pela autora

87

Pista Pavilhão e trilha Mountain Bike 1 Fonte: Perspectivas feita pela autora

88

Pista Mountain Bike (madeira) e Pista BMX Racing Fonte: Perspectivas feita pela autora

89

Praça/Pista Trial e Túnel Fonte: Perspectivas feita pela autora

90

Área de Eventos e Pista Aprendiz Fonte: Perspectivas feita pela autora

91

Fraldário, Enfermaria e Playground Fonte: Perspectivas feita pela autora

92

Lanchonete e Setor de Manutenção e Limpeza Fonte: Perspectivas feita pela autora

93

Vistas do Parque pela Avenida São Paulo e Rua São Vitor Fonte: Perspectivas feita pela autora

94

8 CONCLUSÃO

A inclusão do Parque Ciclístico Anchieta não só valorizará o

bairro e tornar uma referência para a cidade, mas dará vida a

uma área composta de vegetação que hoje “ainda” se encontra

preservada, mas abandonada.

Em virtude do que foi mencionado, conclui-se que a criação do

Parque, um lugar onde serão concedidos o lazer, a cultura, a

recreação, o contato com a natureza e a atividade física,

poderá resultar também na integração do jovem com a

sociedade, num ambiente planejado adequadamente e que

garanta a segurança necessária tanto para os pais, como para

os jovens que gostam de pedalar livremente sem correr os

riscos que as ruas podem causar.

Vale lembrar que é imprescindível que todos se conscientizem

de que a bicicleta como o principal objetivo na elaboração do

projeto, tem extrema importância para o desenvolvimento de

uma vida saudável.

95

REFERÊNCIAS Aspectos Históricos: Parque Anchieta. Disponível em: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/secretarias/sp/SP1/conteudo2.asp?codbairro=2&codassunto=1>. Acesso em: 18 mar. 2014. Ginásio Poliesportivo. Disponível em: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns2/pqt_container_novo2.asp?srcpg=sdet&area=SDET&tipo=Atrativos%20Esportivos&unidade=SDET-3>. Acesso em: 22 mar. 2014. MÉDICI, Ademir. São Bernardo do Campo, 200 anos depois. A história da cidade contada pelos seus protagonistas. Pág. 111. São Bernardo do Campo: PMSBC, 2012. MÉDICI, Ademir. São Bernardo: Seus Bairros, Sua Gente. Vol. 1 de Cadernos Históricos, Págs. 51-53. São Bernardo do Campo: PMSBC, Secretaria de Educação, Cultura e Esportes, 1981.

Perfil Socioeconômico por bairro - Bairro Anchieta, 2010. Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo. s.d. Disponível em: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/dados1/arquivos/PerfilSocioEconomico/2012/ANCHIETA.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2014. São Bernardo do Campo (Município). Lei nº 6222, de 3 de setembro de 2012. Dispõe sobre o Parcelamento, o Uso e a Ocupação do solo em todo o território do Município de São Bernardo do Campo, e dá outras Providências. São Bernardo do Campo, 2012. Sumário de Dados - Cap. III, Demografia, 2011. Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo. s.d. Disponível em: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/dados1/arquivos/sumariodedados/CAPITULO3_2011.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2014. Sumário de Dados - Cap. XIV, Transportes e Vias Públicas, 2011. Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo. s.d. Disponível em: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/dados1/arquivos/sumariodedados/CAPITULO14_2011.pdf>. Acesso em: 11 mar. 2014.

96

ShowCase: Herta and Paul Amir Building, Tel Aviv Museum of Art. Disponível em: <http://archinect.com/features/article/25508166/showcase-herta-and-paul-amir-building-tel-aviv-museum-of-art>. Acesso em: 29 mar. 2014. Tel Aviv Museum of Art. Disponível em: <http://www.tamuseum.org.il/en/about-us-tel-aviv-museum-of-art>. Acesso em: 29 mar. 2014. MILETI, Saulo. O novo Museu de Arte de Tel Aviv. Disponível em: <http://www.brainstorm9.com.br/28144/arquitetura/o-novo-museu-de-arte-de-tel-aviv/>. Acesso em: 29 mar. 2014. GONCHAR, Joann. TEL Aviv Museum of Art - A folded and faceted facade. Disponível em: <http://archrecord.construction.com/projects/portfolio/2011/11/tel-aviv-museum-faceted-facade.asp>. Acesso em: 29 mar. 2014. Parque Cidade Escola da Juventude – Città di Marostica. Disponível em: <http://www.saobernardo.sp.gov.br/comuns/pqt_container_r01.asp?srcpg=parque_esportes_radicais&lIHTM=true>. Acesso em: 31 mar. 2014.

Parque das Bicicletas, uma ótima opção de lazer. Disponível em: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/parque_das_bicicletas/index.php?p=897>. Acesso em: 05 abr. 2014. Parque das Bicicletas e arredores. Disponível em: <http://www.areasverdesdascidades.com.br/2013/09/parque-das-bicicletas-e-arredores.html>. Acesso em: 05 abr. 2014. FREARSON, Amy. Superkilen by Big, Topotek1 and Superflex. Disponível em: <http://www.dezeen.com/2012/10/24/superkilen-park-by-big-topotek1-and-superflex/>. Acesso em: 06 abr. 2014. História da bicicleta. Disponível em: <http://www.sampabikers.com.br/historia-da-bicicleta/>. Acesso em: 09 abr. 2014. A história da bicicleta no mundo. Disponível em: <http://www.escoladebicicleta.com.br/historiadabicicleta.html>. Acesso em: 09 abr. 2014.

97

As crianças e a bicicleta. Disponível em: <http://revistacrescer.globo.com/Revista/Crescer/0,,EMI14732-15131,00.html>. Acesso em: 10 abr. 2014. Andar de bicicleta regularmente poupa visitas ao médico. Disponível em: <http://noticias.r7.com/saude/andar-de-bicicleta-regularmente-poupa-visitas-ao-medico-26122012>. Acesso em: 10 abr. 2014. A importância do exercício físico na infância. Disponível em: <http://www.portaldacrianca.com.pt/artigosa.php?id=58>. Acesso em: 10 abr. 2014. TOLEDO, Fabiane; GOMES DOS SANTOS, Douglas. Espaço livre de construção – Um passeio pelos parques urbanos. REVSBAU, Piracicaba/SP, v.7, n.2, p.10-23, 2012. Disponível em: <http://www.revsbau.esalq.usp.br/artigos_cientificos/artigo181-publicacao.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2014. História do Bike Trials. Disponível em: <http://www.ahistoria.com.br/bike-trials/>. Acesso em: 14 abr. 2014.

FREITAS, Alessandro de. et al. Entre o urbano e a natureza: A inclusão na aventura. In: V Congresso Brasileiro de Atividades de Aventura. São Bernardo do Campo, Rio Claro/SP, 2010. Disponível em: <http://www.rumoaventura.com.br/ImagensUsuario/file/Livro%20CBAA5.pdf>. Acesso em: 14 abr. 2014.

98

ANEXOS

ANEXO 1

Prancha 2: Planta de Implantação, Circulação e Setorização

do Parque e Perspectivas;

Prancha 3: Planta de Implantação + térreo e cortes do perfil

do terreno;

Prancha 4: Pavilhão da Bicicleta - Planta Baixa, Planta de

Setorização e Circulação, Cortes e Elevações;

Prancha 5: Plantas, Cortes e Elevações de todas as

edificações internas do Pavilhão da Bicicleta;

Prancha 6: Plantas, Cortes e Elevações de todas as

edificações externas do Parque;

Prancha 7: Planta de Paisagismo;

Prancha 8: Detalhes.

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Anexo 2

“PARQUE CICLÍSTICO ANCHIETA”

REGULAMENTO

1 – DO HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

A entrada no Parque Ciclístico Anchieta será aberto ao público,

de segunda-feira a domingo, inclusive feriados, no horário das

06h00 às 22h00.

2 - DO USO DO ESTACIONAMENTO

2.1 - De segunda a domingo, no horário entre 06h00 e 22h00,

o estacionamento do Parque Ciclístico Anchieta será de uso

exclusivo dos funcionários e visitantes autorizados

(fornecedores), que portarem crachá de identificação.

2.2 - Caberá à administração do Parque o credenciamento dos

funcionários e visitantes autorizados a utilizar o

estacionamento, competindo-lhe, ainda definir o acesso a ser

utilizado.

2.3 – A velocidade máxima permitida no interior do Parque é

de 10 km por hora.

2.4 – O acesso de veículos de serviço se dará, exclusivamente,

pelo portão da Rua Fernão Sales, mediante prévia e expressa

autorização da administração.

2.5 - Fora dos horários estabelecidos neste regulamento,

somente será permitido o ingresso no Parque de:

2.5.1 - autoridades civis e militares, resgate médico e

ambulância, desde que no desempenho de suas funções e

devidamente identificados.

2.5.2 - prestadores de serviços, organizadores de eventos e

seus contratados, que necessitem exercer no Parque,

temporariamente, atividades relacionadas à realização de

eventos, desde que devidamente credenciados pela

administração do Parque.

2.5.3 - Durante a montagem e desmontagem de estruturas de

eventos no Parque Ciclístico Anchieta, somente poderão

circular pela pista de acesso os veículos relacionados aos

serviços em execução, com prévia autorização da

administração.

100

3 – DOS SERVIÇOS DE VIGILÂNCIA E SEGURANÇA,

MANUTENÇÃO DE ÁREAS VERDES E LIMPEZA

3.1 - Os serviços de vigilância e segurança privada, a

manutenção de áreas verdes e a limpeza no interior do Parque

ficarão a cargo das empresas contratadas pelo Parque

Ciclístico Anchieta.

3.2 - O manejo das áreas verdes somente poderá ser realizado

mediante expresso consentimento da administração do

Parque.

4 - REGRAS A SEREM OBSERVADAS PELOS USUÁRIOS

DO PARQUE PARA UM CONVÍVIO HARMONIOSO E

CIVILIZADO

4.1 - Os usuários do Parque deverão observar, no que couber,

as normas deste regulamento e demais instruções da

administração, devendo atender prontamente às solicitações

dos funcionários representantes da administração e da

Segurança.

4.2 - Não será permitida:

4.2.1 - a entrada e permanência no Parque de vendedores,

camelôs, ambulantes ou qualquer pessoa que pretenda

ingressar no Parque para praticar comércio ou qualquer

prestação de serviço. Apenas as lojas internas do Parque com

os funcionários devidamente credenciados são permitidas.

4.2.2 - a entrada e permanência de animais de estimação.

4.2.3 - danificar, suprimir ou colher plantas, frutos e flores,

retirar mudas, amarrar redes, instalar faixas, escrever ou subir

nas árvores do Parque.

4.2.4 - quebrar, subtrair ou praticar qualquer atividade que

possa danificar os bens que guarnecem o Parque.

4.2.5 - sujar ou lançar quaisquer objetos nas pistas do Parque.

4.2.6 - utilizar churrasqueiras, fogareiros, fogueiras, soltar

balões, empinar pipas, queimar fogos de artifícios e qualquer

outra atividade que possa colocar em risco os frequentadores

do Parque, bem como sua flora e fauna.

4.2.7- montagem de barracas e acampamentos nas

dependências do Parque.

4.2.8 - praticar esporte, de qualquer modalidade, fora das

áreas próprias para essa finalidade.

101

4.2.9 - utilizar bicicleta ou qualquer outro equipamento com

propulsão a motor ou bateria elétrica nas dependências do

Parque.

4.2.10 - importunar, de qualquer forma, os usuários,

frequentadores e animais, devendo-se adotar postura de

civilidade para o adequado convívio social.

4. 2.11 - utilizar buzinas, alto falantes e outros aparelhos de

amplificação de som, sob pena de serem apreendidos pela

fiscalização do Parque. Fica permitida, porém, a utilização de

rádios, gravadores portáteis e quaisquer outros aparelhos de

som, desde que sua utilização não incomode os demais

usuários.

4.2.12 - desenvolver atividades em grupo que provoquem

impactos e/ou perturbe o convívio no Parque, sem prévia

comunicação e autorização da administração.

4.2.13 - desrespeitar ou desacatar as ordens e orientação dos

funcionários da administração e da Segurança.

4.2.14 - alimentar os animais existentes no Parque.

4.2.15 - abandonar animais domésticos e silvestres no Parque,

bem como maltratá-los, conforme Lei Federal nº 9605/98,

devendo a segurança do Parque, em conjunto com a

administração, acionar as autoridades competentes.

4.2.16 - a entrada ou permanência de pessoas portando armas

de fogo, armas brancas ou similares.

4.2.17 - filmar ou fotografar para fins publicitários ou

comerciais, panfletar, colocar banner, faixas informativas,

placas ou similares nas dependências do Parque, salvo em

caso expressamente autorizado pela Administração do

Parque.

4.2.18 - a realização de ações promocionais de qualquer

natureza, sejam elas comerciais, políticas, religiosas, culturais

e outras, devendo todo e qualquer evento dessa espécie ser

submetido à prévia apreciação e autorização da administração.

4.2.19 - qualquer atividade que impeça ou prejudique a livre e

segura circulação dos usuários em qualquer dependência do

Parque, assegurando-se o convívio harmonioso e civilizado de

seus frequentadores.

4.3 - O trânsito de bicicletas deverá ser feito nas pistas, na

velocidade máxima permitida para cada tipo de pista,

respeitando-se a sinalização existente e a orientação dos

funcionários da administração e Segurança do Parque.

4.4 - É dever de todos os usuários e prestadores de serviço

zelar pelo patrimônio arquitetônico e ambiental do Parque,

devendo qualquer dano a ele produzido ser prontamente

102

recuperado. Para tanto, a equipe de segurança deverá informar

à administração do Parque qualquer dano verificando, bem

como comunicar às autoridades competentes, de modo a que

sejam adotadas as medidas cabíveis.

5 - REGRAS A SEREM UTILIZADAS PARA A REALIZAÇÃO

DE EVENTOS

5.1 - Os interessados na utilização das dependências do

Parque para a realização de eventos compatíveis com a

vocação desse equipamento municipal deverão enviar, com a

antecedência necessária a sua viabilidade, solicitação nesse

sentido mediante requerimento por escrito a Secretária, do qual

deverá constar o objeto do evento, sua finalidade, data, horário

de realização, espaço requerido e outras informações

pertinentes.

5.2 - Os promotores de eventos ficarão obrigados a cumprir as

normas e procedimentos para a realização de eventos no

Parque.

i Regulamento extraído do Parque das Bicicletas em Moema e

modificado pela autora. Disponível em:

5.3 - Durante a realização do evento e ao seu término, os

espaços utilizados serão vistoriados por técnicos do Parque e,

verificada a ocorrência de qualquer dano ao patrimônio

arquitetônico ou ambiental do Parque.

5.4 - Todos os eventos deverão contar com segurança,

limpeza, conservação e manutenção, complementares aos

serviços já fornecidos pelo Parque caso seja necessário.

6 – DISPOSIÇÕES FINAIS

6.1 - Os usuários do Parque poderão apresentar suas dúvidas,

reclamações e sugestões, inclusive do tocante às disposições

deste regulamento, mediante a utilização do ”e-mail” do

Parque.

6.2 - Objetivando garantir o normal funcionamento da rotina do

Parque, a administração do Parque sempre manterá atualizada

o Calendário de Eventos.i

http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/esportes/parque_das_bicicletas/index.php?p=897. Acesso em: 06 jul. 2014.