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UFRJ - UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO FACULDADE DE LETRAS

CURSO: BACHAREL EM LETRAS - PORTUGUS E ESPANHOLDISCIPLINA: ESPANHOL VIII PROFESSORA: THAS PASSOS ALUNA: BRUNO ALBERTO DA SILVA PEIXOTODATA: 09/05/2015

ARROJO, R. "A que so fiis tradutores e crticos de traduo? Paulo Vizioli e Nelson Ascher discutem John Donne". In: Traduo, desconstruo e psicanlise. Rio de Janeiro: Imago, 1993. p. 15 a 26.

"A tarefa do tradutor, como a tarefa do crtico de traduo, norteada por preocupaes relativas a uma pretensa fidelidade devida ao chamado texto original. Entretanto, o que em geral se omite na tentativa de se atingir ou avaliar essa fidelidade exatamente o statvs do original." (p. 15 )

PERSPECTIVAS TERICAS

Significado Transcendental

"... o que Jacques Derrida chama de significado transcendental, tm considerado o texto de partida como um objeto definido, congelado, receptculo de significados estveis, geralmente identificados com as intenes de seu autor. Obviamente, esse conceito de texto traz consigo uma concepo de leitura que atribui ao leitor a tarefa de descobrir os significados originais do texto (ou de seu autor). Ler seria, em ltima anlise, uma atividade que prope a proteo dos significados originalmente depositados no texto por seu autor. Embutida nessa concepo de leitura, delineia-se a concepo de traduo que tem orientado sua teoria e prtica: traduzir transportar, transferir, de forma protetora, os significados que se imaginam estveis, de um texto para outro e de uma lngua para outra. Assim, quanto mais protetor puder ser o trabalho do tradutor, quanto mais prximo do original conseguir chegar, melhor ser seu resultado." (p. 16)

Pensamento Contemporneo

"Nietzsche desmascara a grande iluso sobre a qual se aliceram nossas verdades,... Segundo Nietzsche, toda verdade" estabelecida como tal foi, no inicio, apenas um estmulo nervoso. Todo sentido que chamamos de literal foi, no inicio, metfora e somente pode ser uma criao humana, um reflexo de suas circunstancias e no, a descoberta de algo que lhe seja exterior:" (p. 17)

"Ao admitir, em sua teorizao sobre o signo, que o significante motivado, arbitrrio em relao ao significado, com o qual no tem nenhum lao natural na realidade (p. 83), Saussure teria que admitir tambm que esse significado , tambm, sempre atribudo e nunca imanente, o que implica dizer que esse significado sempre produzido por convenes e nunca descoberto, e que mudar medida que mudarem as sociedades c as convenes que as regem." (p. 17)

"Assim, de acordo com a perspectiva aberta por Nictzsche, o homem no um descobridor de verdades originais ou externas ao seu desejo, mas um criador de significados que se plasmam atravs das convenes que nos organizam em comunidades. " (p. 18)

"... a psicanlise de Frcud, cujo conceito de inconsciente vira do avesso a prpria noo de sujeito: o homem cartesiano que se definia pelo seu racionalismo passa a definir se pelo desejo que carrega consigo, que molda seu destino e sua viso de mundo, e do qual no pode estar plenamente consciente..." (p. 18)

"o sujeito no poder escapar dos desejos que o constituem e cias circunstncias seu tempo, sua ideologia, sua formao, sua psicologia que, literalmente, fazem sua cabea,..." (p. 18)

"O leitor de um texto no pode proteger os significados originais de um autor porque, a rigor, nem o prprio autor poderia estar plenamente consciente de todas as intenes e de todas as variveis que permitiram a produo c a divulgao de seu texto. Da mesma forma, no momento da leitura, o leitor no poder deixar de lado aquilo que o constitui como sujeito e como leitor suas circunstancias, seu momento histrico, sua viso de mundo, seu prprio inconsciente. Em outras palavras, o leitor somente poder estabelecer uma relao com o texto (como todos ns, a todo o momento e em todas as nossas relaes), que ser sempre mediada por um processo de interpretao, um processo muito mais criativo do que conservador, muito mais produtor do que protetor," (p. 18 e 19)

"O que vemos num texto exatamente o que nossa comunidade interpretativa nos permite ler naquilo que lemos, mesmo que tenhamos como nico objetivo o resgate dos seus significados supostamente originais, mesmo que tenhamos como nico objetivo no nos misturarmos ao que lemos." (p.19)

Dois textos fiis versus um crtico

"Enquanto a tradio na qual se inscreve Augusto de Campos valoriza a luta com a linguagem, os jogos de palavras, a tradio qual se filia Vizioli parece privilegiar outras caractersticas." (p. 23)

"Se nos detivermos apenas nos subttulos das antologias assinadas por Vizioli e Augusto de Campos (respectivamente, o poeta do amor e da morte e o dom e a danao), podemos observar que, enquanto Augusto privilegia o wit o gosto pela ironia, pelo paradoxo e pelo jogo de palavras Vizioli privilegia o que ele mesmo chama de o terrvel dualismo da poca em que viveu Donne." (p. 23 e 24)

"Ao afirmar que o que distingue de fato as duas tradues a concepo de traduo que as norteia, Ascher parece estar se referindo s duas concepes opostas de traduo tradicional- mente citadas: uma, atribuda a Vizioli, a traduo literal, prxima s palavras do original, obra empenhada dc um erudito, que se contenta com uma linguagem conservadora e com uma dico poeticamente ultrapassada, valioso subsdio para o estudo e a apreciao do autor, correta e esclarecedora; a outra, atribuda a Augusto dc Campos, a traduo supostamente criativa, com lances inventivos, trabalho magistral de um poeta, que consegue o impossvel: criar, de certa forma, o prprio John Donne em portugus. Obviamente, essas duas concepes de traduo tambm se baseiam na hiptese de que h uma essncia, um sentido original e estvel, na poesia de Donne, qual apenas alguns eleitos podem ter acesso." (p. 24)

"... a traduo de um poema e a avaliao dessa traduo no podero realizar-se fora de um ponto de vista, ou de uma perspectiva, ou sem a mediao de uma interpretao. Portanto, a traduo dc um poema, ou de qualquer outro texto, inevitavelmente, ser fiel viso que o tradutor tem desse poema e, tambm, aos objetivos de sua traduo. Portanto, a questo no como afirma Nelson Ascher que Vizioli se contenta com uma linguagem conservadora e com uma dico potica ultrapassada, ou que ao seu trabalho erudito falte o gnio de poeta. A linguagem e a dico potica escolhidas por Vizioli so resultado de suas concepes acerca da poesia de Donne e acerca da traduo de poesia, isto , so, como ele mesmo observa em sua rplica ao crtico Ascher, propositadamente ultrapassadas por se tratar de um autor que nasceu no sculo XVI." ( p. 24)

ESTEVE, Lenita Rimoli; AUBERT, Francis Henrik; Shakespeare in the bush - histria e traduo. In: Traduo e Comunicao - Revista Brasileira de Tradutores, N. 17, Ano 2008. So Paulo, Anhanguera Educacional Ltda, p. 135-159.

Transposio cultural em traduo

"Shakespeare in the bush, [...], que o julgam muito til como ilustrao de diferenas culturais e de nossa incapacidade de realmente considerar outras formas de organizao social e cultural." (p. 135)

"Toda a delcia da histria est no fato de pessoas de contextos to diferentes, apesar de no se entenderem perfeitamente, suporem que as pessoas no mundo so iguais, e que, apesar de diferenas pontuais, as grandes questes so sempre as mesmas para a humanidade. No entanto, essa concordncia nasce de uma cegueira, de uma incapacidade de ver o outro como outro." (p.136)

"Em vez de pensar em Bohannan como uma antroploga ingnua ou confusa, talvez seja mais adequado enxerg-la como uma estudiosa que no estava muito satisfeita com o modo de fazer cincia em sua poca e que, sua maneira, fez seu protesto. O resultado um texto que beira a fico, mas tem um fundo de verdade e ajudanos a entender as diferenas entre culturas distantes. Diferenas que acabam por desafiar tambm os tradutores, a comear pelo tom do ttulo a traduzir: Shakespeare in the bush, Shakespeare na floresta, em plena selva, nos arbustos, ou no meio do mato. Embora no se possa negar, como afirma Venuti (2004), que a comunicao seja a primeira funo buscada numa traduo, a verdade que o tradutor precisa negociar tanto as diferenas lingsticas quanto as culturais." (p. 140)

BORGES, Jorge Luis. Pierre Mnard, autor do Quixote. In: BORGES, J.L. Fices. (Trad. Davi Arriguci). So Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Adaptao ou atualizao temporal de cultural em traduo

"Como todo homem de bom gosto, Menard detestava esses carnavais inteis, somente aptos dizia para produzir o prazer plebeu do anacronismo ou (o que pior) para embelezar-nos com a idia primria de que todas as pocas so iguais ou de que so distintas.... Aqueles que insinuaram que Menard dedicou sua vida a escrever um Quixote contemporneo caluniam sua lmpida memria." (p. 45)

"No queria compr outro Quixote o que fcil mas o Quixote. Intil acrescer que nunca visionou qualquer transcrio mecnica do original; no se propunha copi-lo. Sua admirvel ambio era produzir pginas que coincidissem palavra por palavra e linha por linha com as de Miguel de Cervantes." (p. 45)

"Ser, de alguma maneira, Cervantes e chegar ao Quixote afigurou-se-lhe menos rduo por conseguinte, menos interessante que continuar sendo Pierre Menard e chegar ao Quixote atravs das experincias de Pierre Menard....Minha empresa no essencialmente difcil, leio noutro lugar da carta.Bastar-me-ia ser imortal para realiz-la. (p. 46 e 47)

"Meu solitrio jogo est governado por duas leis polares. A primeira permite-me tentar variantes de tipo formal ou psicolgico; a segunda obriga-me a sacrific-las ao texto Original e a raciocinar, irrefutavelmente, sobre essa aniquilao... Convm somar outra, congnita, a essas travas artificiais. Compor o Quixote no incio do sculo XVII era uma empresa razovel, necessria, quem sabe' fatal; nos princpios do XX, quase impossvel. No transcorreram em vo trezentos anos, carregados de complexssimos." (p. 48)

AS DIRETRIZES DA EDUCAO NA NOVA LDB

Conceito de Educao

[...] a educao escolar emergiu na modernidade como uma forma principal e dominante deeducao, erigindo-se em ponto de referncia e critrio para se referir as demais formas de educar.(p. 202).

CONSIDERAES