The Ladder - Peticov

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The Ladder- 1981 Escada: Símbolo dos níveis de consciência entre o homem e o cosmo, entre o céu e a terra. É um caminho de comunicação em sentido duplo entre o sagrado e o profano em diferentes níveis. Expressão da ascensão progressiva da valorização, da lapidação. Constitui um itinerário espiritual que comporta diversos estados de consciência representado em seus degraus. Invoca a ascensão do mundo material em sua base para a espiritualidade. O reflexo inferior evoca a descida ao interior de si mesmo, em busca daquilo que está oculto para que seja conhecido e lapidado, invoca o alquimico Vitriol- (Vinae interiora terrae retificandum interiora ocultum lapidum) caminho único para o autoconhecimento. Traduz desde muito antigamente para os sumérios: posição de vitória e força. Vista nas escrituras, a escada de Jacó assegura o contato entre os homens e Deus, representando aqui o homem consciente intermediário entre o céu e a terra, o ser capaz de perceber a “divina magia”, graças a aquisição da sabedoria. A partir da pedra bruta, do mais concreto e primitivo elemento, a escada ascende composta desde ai por sete degraus invocando aqui a doutrina esotérica dos Persas, a escada filosófica que relaciona a terra com o sol, a lua e os planetas. Há os movimentos que ascende, indicando o homem que percebe as leis celestes e as faz respeitar, enquanto que o movimento descendente indica que aquele mesmo que ascende deve descer, só assim que se cumpre a dualidade inerente ao homem, o encontro dos opostos.

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The Ladder- 1981

Escada:

Símbolo dos níveis de consciência entre o homem e o cosmo, entre o céu e a

terra. É um caminho de comunicação em sentido duplo entre o sagrado e o profano

em diferentes níveis.

Expressão da ascensão progressiva da valorização, da lapidação. Constitui um

itinerário espiritual que comporta diversos estados de consciência representado em

seus degraus.

Invoca a ascensão do mundo material em sua base para a espiritualidade. O

reflexo inferior evoca a descida ao interior de si mesmo, em busca daquilo que está

oculto para que seja conhecido e lapidado, invoca o alquimico Vitriol- (Vinae interiora

terrae retificandum interiora ocultum lapidum) caminho único para o

autoconhecimento.

Traduz desde muito antigamente para os sumérios: posição de vitória e força.

Vista nas escrituras, a escada de Jacó assegura o contato entre os homens e

Deus, representando aqui o homem consciente intermediário entre o céu e a terra, o

ser capaz de perceber a “divina magia”, graças a aquisição da sabedoria. A partir da

pedra bruta, do mais concreto e primitivo elemento, a escada ascende composta

desde ai por sete degraus invocando aqui a doutrina esotérica dos Persas, a escada

filosófica que relaciona a terra com o sol, a lua e os planetas. Há os movimentos que

ascende, indicando o homem que percebe as leis celestes e as faz respeitar, enquanto

que o movimento descendente indica que aquele mesmo que ascende deve descer,

só assim que se cumpre a dualidade inerente ao homem, o encontro dos opostos.

A pedra bruta esconde o milagre genético, impulsionada pela ambiguidade a

combinação cromossômica atinge o céu e na contraposição do movimento chega ao

inferno. Os opostos refletem o “querer” do homem O Amor é quem destina a ascensão

gloriosa e a queda. Multicolorida reflete afetos: e contrários Amor/Ódio, Superfície/

Profundidade, Objetivo/ Subjetivo e sempre mobilidade.

Mobilidade que fecunda: gera pele, órgãos e amores. Amores como a pedra

imóvel instigante. Energia transformadora que modifica a esterelidade da pedra,

fecundada gera sonhos, imagens.

A figura colorida, os degraus em cores que mudam tanto ao ascender quanto

ao descender refletem a necessária vivencia afetiva do homem que se expressa

inexoravelmente nos interesses pelo outro, pelos objetos, por seus ideais e por si

mesmo.

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Evidencia o ritual iniciático que impõe ao neófito a busca do conhecimento para

que se cumpra a jornada do herói, relaciona-se aqui com a espiral evolutiva em torno

do eixo cósmico. Aponta para o cosmo infinito e simultaneamente para o profundo

subterrâneo limitado.

A luz que incide em ambos os movimentos indica o potencial humano ora

divino, ora diabólico, ora pleno de conhecimento, ora repleto de profundas sombras.

Há aqui a beleza do lidar com os opostos que fazem necessariamente parte do todo o

tudo de cada parte. Luz que refere força latente que vivifica e fecunda os mundos, cuja

radicação criou a extensão como uma vibração de Ordem no Caos, símbolo do Eu,

centro da personalidade traduzindo estado de alma que transcede a sujeição ao Eu

individual, indicando o eu como parte do todo e no todo sinalizando o eu. Expressa o

desejo lúdico e por este motivo necessita de aperfeiçoamento. Há a beleza amorosa

que nos leva a lidar com os opostos, com a grande sabedoria e com a falibilidade

humana. Reflete o profundo Eu sou, na arte é suporte imaginário da ascensão

espiritual.

Segundo Bachelard “Todo progresso é concebido como uma subida”, “toda

elaboração se descreve por curvas que vai de baixo para cima”. A imagem descreve

movimento, inclusive quando se volta para o interior, o reflexo da leve inclinação, é

curvo induzindo às idéias de crescimento. A luz que permite o acesso à escada é

curva e sai do interior remetendo a visão dos degraus que ainda sugerem

profundidade necessária a ”visão interior”. No símbolo a idéia sugere a comunicação

entre os diferentes pólos é quase universal, encontramos a referencia de “interrelação”

nos escritos judaicos, escoceses, vietnamitas, islamitas e hinduístas.

Arquetipicamente aciona no mais profundo da mente sugestões de urgência que as

mudanças suscitam no homem contidas no processo transformativo.

The Ladder, com seus degraus iluminados estabelecem uma comunicação

intima entre si. Aqui observa-se a idéia de escada, nesta forma de matéria etérea,

“como os degraus da perfeição interior”. Chevalier, Jean, Gheerbrant Alain, Dicionário

de símbolos.

A pedra sugere ainda a androginia, a perfeição do estado primordial. A fixação

da escada levemente inclinada sobre a pedra refere a reunião dos princípios

masculino e feminino, a integração dos opostos.

Na medida em que agrega em si este casamento perfeito onde dois se tornam

um, afirma a idéia de Oráculo onde se encontra com o divino local da Presença Real.

Bruta a pedra é a meteria passiva, ambivalente e que como tal repudia o

trabalho humano acolhendo sim a atividade espiritual que a enobrece, passagem da

alma obscura à alma iluminada.