The post dezembro 2015

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Eduardo Cunha conduz roteiro do impeachment na Câmara Mercado Central sem animais Aedes Aegypti mais perigoso Newton lança portal multimídia Grupos de defesa dos direi- tos dos animais protestam con- tra a venda de animais no Mer- cado Central de Belo Horizonte. Eles denunciam maus tratos e falta de condições de higiene. PÁGINA 5 Conservador, Cunha do PMDB (RJ) é responsável por aprovar pautas polêmicas no Congresso Nacional. O político, ainda é acusado de ter recebido propina financiada por dinheiro oriundo dos desvios da Petrobrás. Aliados do governo garantem que ele aceitou o pedido de iimpeachment para se vingar da presidente Dilma Rousseff (PT) que não barrou a abertura de processo contra ele no Conselho de Ética. PÁGINAS 11 e 12 Mosquito transmiste além da dengue, o Zica Vírius, que tem sido estudado e responsabilizado como o causador de casos de micro- cefalia em recém nascidos. PÁGINA 7 A Escola de Comunicação do Centro Universitário Newton Paiva coloca no ar o Post, a mais nova plaforma multimídias da institução. O material jornalísti- cos, atualizado diariamente, é feito integralmente pelos alunos do curso de jornalismo. Uma oportunidade única de apren- der na prática. PÁGINA 3 The Post Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação da Newton LUIZA LOBATO COBERTURA NATÁLIA PRADO E MICHELE RIBEIRO

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Publicação da Escola de Comunicação do Centro Universitário Newton Paiva

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Eduardo Cunha conduz roteiro do impeachment na Câmara

Mercado central sem animais

aedes aegyptimais perigoso

newton lança portal multimídia

Grupos de defesa dos direi-

tos dos animais protestam con-

tra a venda de animais no Mer-

cado Central de Belo Horizonte.

Eles denunciam maus tratos e

falta de condições de higiene.

PÁgina 5

Conservador, Cunha do

PMDB (RJ) é responsável por

aprovar pautas polêmicas no

Congresso Nacional. O político,

ainda é acusado de ter recebido

propina financiada por dinheiro

oriundo dos desvios da Petrobrás.

Aliados do governo garantem que

e l e a c e i t o u o p e d i d o d e

iimpeachment para se vingar da

presidente Dilma Rousseff (PT)

que não barrou a abertura de

processo contra ele no Conselho

de Ética. PÁginas 11 e 12

M o s q u i t o t r a n s m i s t e

a l é m d a d e n g u e , o z i c a

Vírius, que tem sido estudado

e responsabilizado como o

causador de casos de micro-

cefalia em recém nascidos.

PÁgina 7

A Escola de Comunicação

do Centro Universitário Newton

Paiva coloca no ar o Post, a mais

nova plaforma multimídias da

institução. O material jornalísti-

cos, atualizado diariamente, é

feito integralmente pelos alunos

do curso de jornalismo. Uma

oportunidade única de apren-

der na prática. PÁgina 3

The PostNúmero 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação da Newton

Eduardo Cunha conduz roteiro

LUIzA LOBATO

COBERTURA NATÁLIA PRADO E MICHELE RIBEIRO

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2Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

opinião

CLICK do mês

editorial

opinião

The PostPublicação realizada pela Escola de Comunicação

EDITORAIzamara Arcanjo

ESTAGIÁRIOS DA ESCOLA DE COMUNICAÇÃOMonitores: Daniel Silva e Eurico Souza Amanda Siqueira, Bruno Silva, Elias Costa, Fernanda Ferreira, Fernando Bezerra, Michele Ribeiro, Natália Prado e Ycaro RodarteAPOIONúCLEO DE PUBLICAÇõES ACADêMICAS - NPAEditora de Arte e Projeto Gráfico: Helô CostaDiagramação: Ariane Lopes e Marina Pacheco - Estagiárias do curso de Jornalismo

MICHELE RIBEIRO

4º período

Todos os mineiros (pelo menos deviam ter si do todos) assistiram a grande tragédia que ocor-r e u no mu n ic íp io de Mar iana. No dia 5 de novembro, a barragem de contenção de rejeitos da empresa Samarco rom-peu-se de i xando um cenário de destruição no município de Bento Rodri-gues. Um rio de lama se formou e l i teralmente tomou conta da cidade. Pessoas ficaram desabri-gadas, perderam tudo o que tinham, sem contar que vidas também foram perdidas. Por falar em vidas, devemos nos lem-brar da morte do rio Doce.

O rio Doce, um rio que tem sua nascente em Minas e passa pelo estado do Espirito Santo, era a fonte de água potável para a população que vivia nos municípios do entorno. Como recuperar as águas

doces do rio que agora se tornou uma grande exten-s ã o d e u m a m i s t u r a amarga de minério e rejei-tos? Como fazer para res-taurar a fauna e a flora que foram perdidas?

E quem é o responsável por essa t ragédia? O Governo que não fiscalizou? A Samarco? O diretor da empresa, Ricardo Vescovi, g a r a n t i u q u e f o r a m c u m p r i d a s t o d a s a s exigências do programa de emergência aprovado pela prefeitura de Mariana e pelos órgãos responsáveis pe la f i sca l i zação da mineradora. Mas é possível uma barragem romper-se de uma hora para outra?

E m m e i o a s dif iculdades, também v e m o s p e s s o a s preocupadas em ajudar e vemos boa parte dos mineiros arrecadando doações para quem perdeu tudo. Os mineiros choram, mas ao mesmo tempo, mostram que ainda sobra forças para a solidariedade.

Facebook | Instagram | Youtube | Flickr | Sound Cloud | Twitter

npa.newtonpaiva.br/post

crime ambiental em marianaNa foto, uma imagem geral do antigo distrito de Bento Rodrigues, em Mariana. A região foi devastada pelo rompomento da barragem de rejeitos da Samarco. Mais fotos no caderno especial do Post. Foto de Natália Prado.

IzAMARA ARCANJOeditora

E 2015 chega ao fim. Muitos dirão: ainda bem! O ano não foi bom! Para falar a verdade, estamos em um momento que pede cautela. Na economia, os números assustam: crescimento do desemprego formal, segundo dados do Caged do Ministério do Trabalho, aumento da inflação, retenção do consumo. Na política, estamos reféns de um congresso conservador, assolado por denúncias de corrupção e com reais possibilidades de vermos aprovado o impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Vá lá que o governo também não está nos seus melhores dias, já há muito tempo, mas, daí a sermos conduzidos pelo acusado Eduardo Cunha ( PMDB- RJ), realmente estamos dignos de misericórdia.

Agora, nós aqui na Newton, temos muito a agradecer. Estamos tirando do forno mais uma edição do Post e, junto com ela, um caderno especial sobre a tragédia de Mariana. Está tudo online no blog e nas mídias sociais. O trabalho é todos nossos alunos e do Núcleo de Publicações Acadêmicas. No mais, é boa leitura e um ótimo 2016!

n a W e bnpa.newtonpaiva.br/post

VeJa tambÉm

Minas chora pelo Rio Doce

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3Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

NATÁLIA PRADO 2o período

No dia 26 de novembro,

ocorreu o lançamento da pri-

meira edição do portal de

notícias Post CPJ. Com muito

orgulho, a equipe apresentou

e contou aos colegas sobre o

aprendizado e desafios na

produção das reportagens. O

evento ocorreu no auditório

da pós-graduação e foi apre-

sentado pela coordenadora

do curso Juliana Dias e pelas

orientadoras Izamara Arcanjo

e Helô Costa.

Alunos de todos os perí-

odos do curso de Comunica-

ção Social se reuniram para

prestigiar os colegas e apren-

der com Iracema Barreto,

diretora executiva do Jornal

Hoje Em Dia. A convidada

palestrou sobre projetos

transmídia como nova opor-

tunidade para o mercado jor-

nalístico. Ela ressaltou a

importância do trabalho da

Central de Produção Jorna-

lística (CPJ) com diferentes

plataformas multimídias, não

somente o impresso, mas

também o portal, Facebook,

Twitter, Youtube e Instagram.

Segundo a jornalista,

este conhecimento é essen-

cial para quem deseja ingres-

sar no mercado de trabalho.

“Eu acho que vocês aqui na

Newton estão saindo com um

diferencial com este projeto,

pois a cabeça de vocês já está

sendo trabalhada para vocês

pensarem a informação de

forma multimídia”, afirma.

Barreto explicou como

todos os veículos de comunica-

ção utilizam de diferentes

mídias para divulgar suas repor-

tagens e atrair novos leitores.

Ressaltou ainda que o consu-

midor de notícia utiliza de dife-

rentes canais para se informar, e

que é preciso apresentar as

matérias de diferentes formas

de acordo com a plataforma.

Para ela, é indispensável ali-

mentar a interatividade do leitor

que também produz conteúdo

e está cada vez mais exigente.

cotidiano

CPJ lança portal de notícias multiplataformasFOTOS NATÁLIA PRADO E MICHELE RIBEIRO

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4Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

A guerra entre o amor e o ódio na internet

cotidiano

NATÁLIA PRADO2o período

Nos últimos anos, surgi-

ram variados portais de mili-

tância ideológica nas redes.

Este é o caso de “Feminismo

Sem Demagogia” que conta

com mais de 800 mil curtidas

e combate todo t ipo de

machismo, inclusive a violên-

cia emocional e patrimonial

cont ra mulheres . Out ro

exemplo é a página Bloguei-

ras Negras, idealizada por

Stephanie Ribeiro, que dis-

cute o racismo e promove a

valorização da mulher negra

por meio de artigos sobre

trabalhos notáveis, identi-

dade, resistência e arte. Con-

tra a homofobia e a transfo-

bia, destaca-se o “Cartazes e

Tirinhas LGBT” com seus

quadrinhos originais.

Entre todos, o maior

sucesso é o canal do Youtube

Jout Jout Prazer. Com muito

bom humor e jeitinho todo

peculiar, a vlogueira Júlia

Tolezano fala sobre tudo. Ela

se tornou conhecida após

viralizar o vídeo “Não tire o

Batom Vermelho” no qual

explica os sinais de um rela-

cionamento abusivo. O hit

alcançou mais de um milhão

e seiscentas mil visualiza-

ções e ajudou incontáveis

pessoas a superar abusos.

Todos são exemplos de utili-

zação das redes sociais por

pessoas que promovem o

bem e todas tiveram suas

páginas injustamente blo-

queadas pelo Facebook.

Por outro lado, muitas

também são as páginas que

incentivam preconceitos.

Portais como o “Orgulho de

Ser Hétero”, “Moça, Não Sou

Obrigado a Ser Feminista” e

“Bolsonaro zuero” usam

principalmente do humor

para debochar de mulheres,

minorias e defenderem até

um novo golpe militar. São

comuns postagens cha-

mando mulheres de interes-

seiras, associando negros à

criminalidade, exaltação à

aparência caucasiana como

único padrão de beleza, e

discursos de que virtudes

como honestidade, coragem

e dedicação são algo exclu-

sivo de homens heteros.

Depois de anos de recla-

mações e denúncias ao

Facebook por promoverem o

ódio, estas páginas foram

finalmente desativadas no

dia 01/11/2015. Seguidores

revoltados, resolveram se

vingar e organizaram datas e

horários para fazer denún-

cias falsas contra todos os

que consideram inimigos.

Embora haja dificuldade

em tirar do ar páginas de

conteúdo duvidoso, em

poucos dias, as páginas de

militância foram desativadas.

A grande mídia divulgou o

erro, e personalidades como

o cartunista Vitor Texeira,

Marcelo Freixo e a prefeitura

d e N i t e r ó i p r e s t a r a m

solidariedade às autoras. No

prazo de uma semana, o

Facebook pediu desculpas e

reativou os perfis bloqueados.

Já os portais que promovem o

ódio foram criados novamente

com o mesmo nome e tipos

de conteúdo. Mesmo depois

de novas denúnc ias , o

Facebook recusa a tirá-los do

a r o q u e d e s p e r t o u a

desconfiança com o sistema

de denúncias da rede social.

D e a c o r d o c o m a s

regras, uma publicação pode

ser bloqueada se violar clara-

mente os termos do uso da

plataforma. O problema é

facilmente resolvido se for

casos de quebra de direitos

autorais e perfis falsos. Mas,

se o assunto é conteúdo ofen-

sivo, a denúncia dependerá

da subjetividade dos avalia-

dores. E é exatamente neste

ponto que ocorrem as falhas

de segurança. A falta de pre-

paro dos funcionários dá res-

paldo a estes absurdos.

conFira no Post, na internet, a matÉria sobre a camPanHa De DiFamaÇÃo contra a blogUeira lola

n a W e bnpa.newtonpaiva.br/post

VeJa tambÉm

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5Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

cotidiano

Venda de animais no Mercado Central ainda sem solução

AMANDA VITóRIA 3º período

Ponto turístico de Belo

Horizonte, o Mercado Central

está na cidade desde o ano de

1929. Conhecido por ser um

ponto querido para os Belo

-Horizontinos e turistas, tem

mais de 400 lojas dos mais

variados produtos como arte-

sanato, temperos, utilidades

domésticas e comidas típicas.

Doze dessas lojas são desti-

nadas a venda de animais,

polêmica que dura anos e até

hoje está sem solução.

No dia 28 de novembro,

houve protesto em frente ao

mercado para cobrar o fim da

venda de animais. Um inquérito

foi aberto devido a uma

denúncia feita por Noraldino

Junior, deputado Estadual que

luta pelo direito dos animais.

“Contratamos um laudo

técnico há dois meses e ficou

comprovada a possibilidade

d e c o n t a m i n a ç ã o d o s

alimentos. Sou contra a venda

de animais no Mercado Central

de Belo Horizonte, assim como

em outros locais similares pelo

Estado”, afirma Noraldino.

A abertura do inquérito

que está em análise reacen-

deu uma discussão antiga da

cidade. Gilson Dias, veteriná-

rio responsável pelo laudo

técnico, afirma que a venda de

animais no Mercado Central é

inaceitável e destaca as situa-

ções de maus tratos sofridas

pelos animais e das doenças

às quais o local está subme-

tido. O veterinário destaca

problemas como as gaiolas

cheias, espécies diferentes

próximas o que causa estresse

aos animais e o ambiente

inapropriado com pouca venti-

lação o que propicia a conta-

minação por doenças. “Ani-

mais que, na cadeia alimentar,

se posicionam em níveis dife-

rentes são colocados um ao

lado do outro, o que causa

estresse em níveis inadmissí-

veis e descargas enormes de

hormônios com consequên-

cias graves para o sistema

imunológico dos animais.

Sem falar que, fechados em

um ambiente mal ventilado, há

chances de se passar alguma

doença de uma gaiola para

outra, principalmente pelas

fezes,” afirma o profissional.

Gilson Dias discute ainda

o problema da venda de

comida e animais em um

mesmo ambiente. “Clientes de

bares e restaurantes passam

pelo corredor dos animais, às

vezes, interagem com esses

animais tocando-os a cami-

nho da mesa aonde irão se ali-

mentar e, uma vez que o

banheiro é cobrado, optam

por se alimentar com suas

mãos contaminadas por

doenças que sequer sabemos

se foi ali que contraímos.”

Segundo Val Consola-

ção, advogada e ativista da

causa animal, várias são as

leis desrespeitadas no mer-

c a d o . U m a d e l a s a l e i

7852/1998 que impede a

entrada com animais em esta-

belecimentos que vendem

comida. “Isso é desrespeitado

no Mercado Central porque o

mercado vende comida, a

gente sabe disso e mantém

animais quase um ao lado do

outro.” A advogada destaca

ainda a resolução 10.069 de

2014 que difere sobre a manu-

tenção dos animais. Ana Cláu-

dia de Paula, uma das organi-

zadoras do evento, afirma que

foram calculadas aproximada-

mente 150 pessoas no pro-

testo. Segundo ela, é possível

acabar com a venda de ani-

mais no Mercado Central, já

que as lojas destinadas a esse

comércio são minoria. Ana

Claudia propõe ainda uma

solução aos comerciantes das

lojas destinadas aos animais.

“Elas podem continuar com a

venda de produtos para ani-

mais, vender ração, shampoo,

roupinha, coleira, só não pre-

cisa necessariamente vender

animais”, afirma.

Em nota, o Mercado Cen-

tral declarou que convocará os

comerciantes do corredor dos

animais e irá orientá-los sobre

as mudanças físicas exigidas

pela comissão e as adapta-

ções que serão feitas. O esta-

belecimento enfatiza que o

comércio de animais não é ile-

gal e que é cumprido o que a

legislação determina.

FOTOS LUIzA LOBATO

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6Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de ComunicaçãoNúmero 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

CULTURA

AMANDA VITóRIA3º período

O Filme é muito mais que uma franquia

adolescente ao tratar de temas como

política, exploração social, manipulação

midiática e guerra.No dia 19 de novembro, a saga Jogos

Vorazes teve o seu desfecho nos cinemas.

Adaptada da trilogia de livros escritos por

Suzanne Collins, a conclusão (A esperança -

final) mostrou-se digna do cenário cons-

truído ao longo dos anos, com boas sequên-

cias de ação, romance na medida certa e um

elenco que surpreendeu desde o primeiro

filme. Tudo construído em cima de um impor-

tante contexto político, tornando o filme inte-

ligente e audacioso.

O filme volta com Katiniss Everdeen

(Jennifer Lawrence), que desde o inicio foi

usada e manipulada como um joguete do

governo totalitário e ditatorial, no qual o Presi-

dente Snow (Donald Sutherland) é o líder. No

desfecho, Katiniss está ainda mais abalada e

perdida, efeitos colaterais da guerra causada

por ela mesma ao desafiar a capital na primeira

arena. Já Peeta (Josh Hutcherson) se encontra

travando uma batalha interior contra as menti-

ras impostas a ele através do telessequestro,

forma de tortura sofrida na capital. O garoto do

pão foi enviado por Snow para atrapalhar e

confundir ainda mais a garota em chamas.

Outro personagem Gale (Liam Hemsworth), se

mostra-se cada vez mais engajado na carreira

militar em prol da luta contra a capital.

O filme começa exatamente do ponto em

que o último terminou (A esperança - parte 1),

divisão que se tornou comum em filmes que

rendem boa bilheteria. Finnick Odair (Sam

Clafin), Gale, Katniss, Peeta e uma equipe que

envolve militares e cinegrafistas saem em

busca de um único objetivo idealizado por

Katniss, a morte do Snow.

Com cenas de ação de tirar o fôlego, a

aventura pela capital se dá por meio de

armadilhas orquestradas para matar. A

arena está de volta, só que dessa vez por

toda a cidade. O filme consegue transmitir

em uma realidade distópica, criada por

Collins, conceitos políticos atuais e que não

estão tão distantes assim da atual reali-

dade. Um governo autoritário, manipulador

e tirano que formulou os Jogos Vorazes

como um entretenimento extremamente

violento, mostrando política de pão e circo

da forma mais cruel possível, já que, além

de entreter, relembra, a cada edição, quem

é dono do poder e qual é o lugar de cada um

na sociedade.

Com o desenrolar da história e o tordo

cada vez mais perto do seu objetivo, é notável

a direção brilhante de Francis Lawrence, que

soube trabalhar com o triangulo amoroso e a

batalha de forma impecável. Snow está irredu-

tível em sua ideologia e Coin revela-se como

uma possível substituta das atrocidades

cometidas por Snow, deixando uma sensação

de reflexão sobre como a humanidade acaba

sempre por repetir os mesmos erros do pas-

sado. Jennifer Lawrence firma-se mais uma

vez como uma atriz excepcional e consagra

uma heroína brilhante da cultura pop.

Um final digno do sucesso conquistado,

que conseguiu abocanhar uma variedade incrí-

vel de público. O filme, ao contrário do livro,

romantizou demasiadamente o final, deixando

uma sensação de “felizes para sempre”, o que

não desmereceu todo o trabalho desprendido

na franquia. Muito mais que uma franquia ado-

lescente, um projeto grandioso que trata de

temas importantes. Não é por acaso que Jogos

Vorazes se tornou um grande sucesso de

público e bilheteria.

“toda revolução começa com uma faísca”

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7Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

7Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

“toda revolução começa com uma faísca”

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8Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

Por amor ou dinheiro?

esporte

DANIEL SILVA

5o período

O que era diversão para muitos tornou-se coisa séria, depois que a grana entrou em campo.O sonho de qualquer criança brasileira é tornar-se um jogador de futebol mas, nem todas elas conseguem realizar o sonho de infância. O futebol profissional com seus altos salários, contratos milio-nários e todo glamour, em nada se compara com as difi-culdades encontradas no futebol amador. E o que para muitos sempre foi diversão ou amor, ao representar o time do bairro ou cidade, vem se tor-nando cada vez mais uma fonte de renda.

Com investimentos ele-vando, ajuda do programa de incent ivo ao esporte do Governo Federal e uma melhor organização dos campeona-tos, o futebol amador deixou de ser apenas uma paixão, para se tornar profissão. Mudanças consideráveis já podem ser vistas: os campos de terra batida, as chuteiras coladas com fita isolante e os uniformes precários estão ficando no passado.

contratosAntes, as negociações

eram realizadas apenas com um breve bate papo, sem a necessidade de assinatura de contratos, até porque não havia dinheiro em jogo. O segu rança e zague i ro , Roberto Teixeira de Souza,26 anos, iniciou sua carreira aos 16 com uma rápida passagem por Atlético e América Mineiro, onde disputou diversos tor-neios da categoria de base. Depois de não alcançar o sucesso no futebol profissio-

nal, Roberto ingressou no futebol amador atuando pela equipe do Brumadinho. “Fui convidado por um amigo, o primeiro acordo é que eu rece-beria R$ 150 incluindo trans-porte e alimentação”, afirma.

Hoje, jogando no São Caetano de Betim, ele acredita que o crescimento do futebol amador se deve à qualidade das competições. Ao ser questionado sobre o atual contrato de trabalho, Roberto não quis responder, mas garantiu que o hoje é bem melhor do que o primeiro.

Roberto revela ainda his-tórias emblemáticas daque-les quem vive do futebol ama-dor. Ele afirmou conhecer Nivaldo DJ, figura notória entre os jogadores de várzea. “Ele foi artilheiro de vários tor-neios, certa vez ele ganhou um lote, só para assinar com o Retiro de Contagem, fora as bonificações por jogo”. A visi-bilidade de Nivaldo foi tama-nha que após ser o goleador de um campeonato, foi convi-dado a assinar um contrato profissional com o Guarani de Divinópolis.

torneiosO segredo do sucesso da

evolução do futebol amador são os torneios de várzea, nos quais as premiações cada vez mais cativam as equipes a participarem. Conhecida pelos atletas como a Copa do Mundo do futebol amador, a Copa Itatiaia reúne, todos os anos, as principais equipes de cada região, que conquistam esse direito por meio de cam-peonatos que servem como seletivas.

Cada equipe participante é premiada com bolas oficiais do campeonato, uniformes

personalizados, além de poder contar com uma trans-missão simultânea dos princi-pais jogos. Ao campeão, o direito de jogar a final no está-dio Independência e levar para casa uma bolada no valor de 30 mil reais em dinheiro. Outros campeonatos impor-tantes também compõe o calendário amador, como o Torneio Corujão, Classista, além do Torneio Especial.

PeregrinoO auxiliar de montagem

e atacante Paulo Romero de Carvalho Vieira, 26 anos, é outro a iniciar carreira no fute-bol amador após algumas frustações. Depois de passar pelas divisões de base do Guarani de Divinópolis, Paulo tentou a sorte fora do Brasil com passagens por Portu-ga l e Suécia , onde seu sonho de ser profissional foi frustrado mais uma vez. Desmotivado por não con-seguir alçar voos maiores, ele enfim encontrou na vár-zea a alegria que precisava para mostrar seu futebol.

Romero que ainda atuou em vários clubes de Belo Horizonte e região metropoli-tana e se destacou no torneio Classista, acaba de assinar com mais uma nova equipe. Contratado junto ao São Caetano de Betim, ele é o mais novo reforço do Renas-cença, rival do seu ex-clube. Paulo Romero não quis reve-lar os valores da negociação, mas disse que a proposta era irrecusável. Apesar de não revelar valores informações com pessoas ligadas ao São Caetano, af irmam que o montante gira em torno de 7 salários mínimos por 3 anos de contrato.

De motorista a PresiDente

O cap ixaba Ad i lson Batista de Oliveira, 53 anos, é motorista e presidente de clube amador. Depois de mon-tar sua escolinha de futebol, percebeu o crescimento das crianças do seu projeto, e viu ali a necessidade de inscrever sua equipe em campeonatos maiores. Então, no final de 2010, ele fundou o São Cae-tano Futebol Clube de Betim, que com pouco mais de qua-tro anos já obteve resultados consideráveis, como disputar a badalada Copa Itatiaia.

Adilson revela que existe uma comissão composta por 12 pessoas que o auxiliam na administração da equipe. “Eles me ajudam em tudo que preciso, inclusive financeira-mente”. Ele ainda revelou que seu sonho é ser eleito vereador para conseguir investimentos maiores na área do esporte.

Para Adilson, a valoriza-ção dos campeonatos já pode ser notada nos campos. “Basta olhar a última final da Copa Capelinha entre São Caetano e São Luís. O torneio reuniu cerca de 3 mil pessoas em torno do campo,” garante.

ARTHUR ANJOS

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9Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

cotidiano

Velho inimigo traz novo vírusBRUNO DANIEL E

DANIEL SILVA2º período e 4º período

A zica é uma infecção

causada pelo vírus zIKV trans-

mitido pelo mesmo mosquito

responsável pela dengue e

pela febre Chikungunya, o

Aedes Aegypti. A primeira apa-

rição do zica Vírus foi regis-

trada no ano de 1947, encon-

trado no sangue de macacos

da floresta zica, em Uganda.

Em meados de 1957, houve as

primeiras infecções do vírus

em seres humanos na Nigéria.

Com o passar dos anos, o

vírus foi se espalhando, atin-

gindo a Oceania em 2007 e a

França no ano de 2013. Em

2015, chegou ao Brasil, cau-

sando as primeiras contami-

nações no Rio Grande do

Norte e na Bahia.

O ciclo de transmissão

a c o n t e c e d a s e g u i n t e

maneira: a fêmea coloca

seus ovos em locais com

água parada. Após o nasci-

mento, as larvas vivem na

água por cerca de uma

semana, período necessário

para se tornarem em mosqui-

tos adultos. Após esse tempo

já estão prontos a picarem

pessoas. O Aedes Aegypti

procr ia de uma maneira

muito rápida, vivendo até 45

dias quanto adultos.

sintomas

Quando uma pessoa é

picada, leva cerca de 3 a 12

horas para as aparições dos

primeiros sintomas da infec-

ção. Sua transmissão ocorre

normalmente em torno de

30º a 32º C . Como o mos-

quito se adapta em áreas

tropicais e subtropicais, a

fêmea coloca os ovos de

maneira estratégica (em

lugares úmidos e quentes) e

em cerca de 48 horas o

embrião já se desenvolve.

A doença evo lu i de

maneira benigna e seus sin-

tomas costumam sumir den-

tro de 3 a 7 dias. Um dos

fatores mais preocupantes

do zica vírus é sua associa-

ção com outras doenças.

Não existe vacina e nem

outro tratamento específico.

Devem ser usados paraceta-

mol e dipirona para amenizar

as dores no corpo e a febre,

segundo o Ministério da

Saúde. A doença é um perigo

para mulheres grávidas, por-

que a criança se contaminam

através do sangue da mãe.

Podendo levar à microcefalia

(circunferência da cabeça

menor ou igual a 32 cm ) e até

mesmo a morte do bebê

após o nascimento.

PreVenÇÃo

Umas das maneiras de

prevenção, sobretudo para

mulheres grávidas, é evitar

lugares com mosquitos, pas-

sar repelente sobre o corpo,

se manter em lugares com

telas de proteção a mosqui-

tos, além de usar roupas que

cubram mais o corpo.

As demais formas de

prevenção são o combate

direto à prol i feração do

mosquito.

coMo evitaR o aeDes aegypti

aRte npa

l Evite água parada em pneus e vasos de plantas;

l Não jogue lixo em terrenos baldios;

l Coloque areia até a borda dos vasos de plantas;

l Mantenha sempre fechado tonéis e caixas d’água.

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10Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

OPINIÃO

POR NATÁLIA PRADO2o período

Eduardo Cunha, embora filiado ao PMDB, partido da base governista, foi eleito presidente da Câmara dos Deputados pela oposição. Conforme previsto, colocou em pauta diversos temas espinhosos que quase sempre divergiam dos interesses do Pla-nalto e do Partido do Trabalhado-res. Evangélico e extremamente conservador, defendeu projetos de lei polêmicos fazendo muitos inimigos também entre a própria população.

Cunha contrariou os interes-ses dos índios, quilombolas e ambientalistas com a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215. O texto transfere as decisões sobre demarcação de terras des-tes povos e das unidades de con-servação do Executivo para o Legislativo. Sabe-se que a deci-são irá beneficiar os ruralistas que financiam campanhas de diver-sos congressistas que, juntos, formam a chamada bancada do boi.

Cont rar iou também os

interesses dos homossexuais ao desarquivar o estatuto que considera família somente a união entre o homem e a mulher. Ele ainda é autor da proposta que determina o dia 3 de dezembro c o m o o d i a d o o r g u l h o heterossexual e prevê pena de reclusão de um a três anos para casos de discriminação contra heterossexuais.

Contrariou os interesses da Associação dos Familiares Víti-mas de Violência e do Instituto Sou da Paz com o projeto de lei que revoga o Estatuto do Desar-mamento. Pesquisas apontam que quanto mais armas em cir-culação, maior é o número de homicídios.

Contrariou todos que defen-dem a laicidade do Estado com a PEC 99/11. A proposta se apro-vada vai permitir que entidades religiosas possam questionar decisões judiciais do STF, como a legalidade da união estável para casais de mesmo sexo.

Ele se tornou o inimigo número um das mulheres ao defender o Estatuto do Nascituro que eliminaria a possibilidade de

aborto legal, inclusive em caso de estupro, bebes acéfalos ou cuja gestação traz risco de morte a gestante. Em caso de identifica-ção do pai estuprador, ele teria de pagar uma pensão. Cunha ainda é autor do Projeto de Lei 5069/13 que cria enormes empecilhos para o acesso ao aborto legal, inclusive da pílula do dia seguinte.

O deputado tem utilizado de seu profundo conhecimento do Regimento Interno da Câmara para se valer de artifícios a fim aprovar pautas conservadoras. Embora a Constituição Federal proíba submeter uma matéria para votação duas vezes no mesmo ano, ele reverteu deci-sões da Casa sobre duas PECs no dia seguinte à votação original.

Em maio, o financiamento privado de campanhas eleitorais foi proibido, sabe-se que empre-sas ao doarem estão na verdade comprando políticos para que seu mandato os favoreça. O financiamento coloca os interes-ses dos eleitores em segundo plano. Descontente, Cunha apre-sentou outro texto que libera o financiamento para partidos o

que foi aprovado. Em julho, a pro-posta de redução da maioridade penal para 16 anos foi rejeitada, ele então alterou a abrangência de crimes pelos quais os menores seriam responsabilizados como adultos e a submeteu novamente a aprovação.

Ou seja, para reverter os resultados, ele colocou para vota-ção em caráter de urgência textos que apresentavam as mesmas propostas com pequenas dife-renças daquelas que foram derro-tadas. Deste modo, ele burlou as regras. Permanece um mistério digno de ser investigado como conseguiu que dezenas de depu-tados mudassem seu voto de um dia parta outro.

Além de exercer o mandato para beneficiar a vontade de uma minoria e contrariar princípios constitucionais, Cunha é respon-sável por inúmeras pautas bom-bas que prejudicariam as contas públicas, como os projetos que alteram o fator previdenciário, que dobra o reajuste do FGTS e outro que realizaria um reajuste do salá-rio do judiciário.

O homem por trás do impeachment

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10Número 2 | Dezembro de 2015 | Publicação realizada pela Escola de Comunicação

Cunha ainda aproveita-se do cargo em benefício próprio. Em agosto, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot o denunciou por corrução e lava-gem de dinheiro na Operação Lava Jato. Ele também é um dos 37 i nves t igados pe la Comissão de Valores Mobiliá-rios, que apura de maneira sigi-losa irregularidades cometidas no mercado financeiro contra o Prece, o fundo de pensão dos

funcionários da Companhia de Água e Esgo to do R io de Janeiro.

O presidente também é invest igado pelo Ministér io Público Federal pelo patrimônio oculto de R$ 61 milhões. O valor corresponde a 38 vezes o valor de seu patrimônio declarado. Para o procurador-gera l o dinheiro é produto de crimes, especialmente da época que presidiu a Telerj na década de 90.

Indicado por Fernando Collor, ele con t ra tou sem l i c i tação a empresa NEC para fazer um tra-ba lho ao cus to de US$92 milhões. No ano seguinte, o novo presidente da estatal, José de Castro Ferreira, pagou um terço desse valor pelo mesmo serviço.

Cunha possui uma antiga relação com o sistema judiciário e figura como autor ou réu em 22 processos só no Supremo Tribu-nal Federal. Por muito menos

outros políticos já foram presos ou tiveram seus mandatos cas-sados, mas ele permanece presi-dindo sem a menor legitimidade um dos mais importantes órgãos do país. O PSOL e a Rede Sus-tentabilidade entraram com uma representação no Conselho de Ética por mentir em uma CPI, no momento que negou ter contas bancárias no exterior. Fato poste-riormente comprovado por auto-ridades suíças.

extensa lista de crimes de corrupção

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OPINIÃO

as personalidades por trás do golpe

as pedaladas fiscais

O pedido aceito foi enco-mendado por Aécio Neves (PSDB), eterno inconformado pela perda das eleições. As peti-ção foi assinada por Miguel Reale Júnior, militante do partido e ex-ministro da justiça do governo FHC, pela advogada Janaína Paschoal e por Hélio Bicudo, jurista e antigo membro do PT.

O ex petista de 93 anos foi vítima de uma polêmica após cinco dos setes filhos se oporem ao pai. Alegaram que ele estaria

sendo usado por articuladores do golpe, por sua vaidade, por adorar estar sob os holofotes e por uma história mal resolvida com Luiz Inácio Lula da Silva, de quem era muito amigo. Desde que romperam, em 2005, passou a ser um energético crítico e opo-sitor do ex-presidente. Os moti-vos que o levaram a deixar o par-tido nunca se tornaram públicos.

A petição foi entregue com assinaturas angariadas por um site criado pelo Movimento Parla-

mentar Pró- Impeachment, lide-rado por Ronaldo Caiado (DEM). O político não é conhecido por sua nobreza. Membro da ban-cada ruralista, o senador vem de uma tradicional família de pecua-ristas, no qual alguns parentes já foram incluídos na relação de empregadores flagrados com trabalho escravo do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Caiado, inclusive fez forte oposi-ção a PEC de combate ao Traba-lho Escravo.

11vinganças políticasPaulinho da Força (Soli-

dariedade), famoso aliado de Cunha, rapidamente agiu para denunciar o líder do PSOL na Câmara, Chico Alencar, por suposta quebra de decoro parlamentar. Ao contrários dos colegas, ambos investigados da Ope-ração Lava-Jato, Alencar não sofre nenhum tipo de pro-cesso e não se deixou intimi-dar. Retaliações são comuns por parte do presidente que não teme usar de toda sorte de artifícios para conquistar seus objetivos.

Desde a sua posse na presidência da Câmara, houve diversos pedidos de impeachment contra Dilma Rousself, muitos completa-mente fora da realidade, como o que alega que ela não merece ser presidenta por ter sido exibido um vídeo em que aparece nua em um programa de televisão da Rede TV, ou ainda, baseado em teorias conspiratórias envolvendo o tão difamado Foro de São Paulo.

Por ser notório desa-feto de Dilma, passou a surgir especulações de porque não havia aceitado ainda se quer um pedido de impeachmen t . Mu i t os sugerem que Cunha utili-zava desta ameaça para pressionar petistas a não mobilizarem para retirá-lo da presidência da Câmara.

Contudo, supostas ameaças ve ladas não foram suficientes. No dia 2 de dezembro o PT pressio-nado por seus militantes decidiu votar contra ele no Conselho de Ét ica. Ao negar a Cunha os três votos que o salvariam, o partido acabou por selar também o destino de Dilma. Poucas horas mais tarde ele aco-lheu o pedido de impeach-ment, em clara at i tude revanchista.

A principal justificativa para o impeachment são as pedaladas fiscais. Segundo a Advocacia Geral da União, a medida utilizada por governos anteriores como FHC e Lula, consiste em atrasar de forma proposital o repasse de dinheiro público para bancos financiadores de despesas sociais e previdenciá-rios do governo. Se por algum motivo, o governo não possui dinheiro suficiente para despesas necessárias e urgentes, ele requer a estas instituições que realize o pagamento para posteriormente arrecadar o dinheiro e pagá-los.

O Tribunal de Contas da União(TCU) infelizmente é presi-dido por Augusto Nardes, investi-gado da Operação zelotes e por venda de sentenças. E este mesmo órgão apontou que o governo atra-sou o repasse de dinheiro a bancos federais para o pagamento de subsídios e benefícios de progra-mas sociais feitos por meio da Caixa Econômica Federal, do Banco do Brasil e do BNDES. Como os bancos realizaram os pagamentos dos programas, o atraso nos repasses proporcionou uma folga no caixa do governo. O tribunal apontou que foram repre-sados bilhões em 2014 referentes ao seguro-desemprego, programa Minha Casa, Minha Vida, Bolsa Família, Programa de Sustentação do Investimento (PSI) e crédito agrícola. O governo diz que a prá-tica não é ilegal, e que os bancos foram remunerados com juros pelo atraso nos pagamentos. Mas os defensores do impeachment argu-

mentam que as pedaladas, além de irem contra a Lei de Responsabi-lidade Fiscal, configuram crime de responsabilidade contra a Lei Orçamentária.

Esses atrasos ajudam a fechar as contas de um determi-nado ano fiscal, uma vez que joga a conta a ser paga para o período seguinte. Deste modo, a pedalada, que também já foi chamada de contabilidade criativa ajuda a ma- quiar as contas do governo e cum-prir a meta fiscal. Assim pode ser usada para impedir um déficit pri-mário maior, quando as despesas são maiores que a arrecadação. Bem como para pagar os juros da dívida, evitando sanções de credores externos e falta de investimentos.

A medida não é correta, o governo por mais que esteja arreca-dando menos do que o esperado e enfrente uma recessão econômica, deve encontrar uma forma de pagar suas contas em dia. De toda forma a medida não é crime, não lesa o erá-rio, não ocorre desvio de verbas públicas, logo não pode ser usado para ser considerado de crime de responsabilidade da presidenta.

É preciso justificativas fortes para contrariar a soberania popular. Ressalta-se que somente o voto e não pesquisas de popularidade determinam mandatos. As alega-ções que embasam o pedido de impeachment se referem a meros atos administrativos, que por mais condenáveis que sejam não podem ensejar medida tão despro-porcional quanto o afastamento de um governante democraticamente

eleito. O resultado é sempre de ins-tabilidade e prejuízos ao país.

Impeachment é uma prática de exceção que deve ser utilizada em casos grave conduta criminosa, como corrupção, obstrução da jus-tiça, atentado contra instituições democráticas, dentre outros. Joa-quim Barbosa, ex- ministro do STF, não vê condições para o impeach-ment. Segundo ele é preciso ter cautela, “Impeachment é um meca-nismo regular do sistema presiden-cialista, mas é traumático. Pode tra-zer consequências que não temos condições de avaliar hoje”. Da mesma forma se pronuncia comis-são da Ordem dos Advogados do Brasil. Segundo o relatório, os “desli-zes administrativos” apontados pelo TCU, “não têm o sentido de comportamento pessoal indigno, com a marca de imoralidade”.

Ainda que se entenda que pedaladas fiscais é um crime con-tra a lei orçamentária que justificaria o impeachment. Este argumento é enfraquecido, uma vez que o con-gresso aprovou uma nova meta fiscal para 2015. Considerando que o exercício financeiro no Brasil coin-cide com o ano civil, os decretos editados neste exercício financeiro foram validados pelo congresso. Logo, se havia eventual ilegalidade que fere a lei orçamentária, ela dei-xou de existir. No direito criminal, há um princípio conhecido como Abolitio Criminis, que determina que um crime perde a tipicidade no momento que há uma nova lei que retira sua ilicitude. Não há razão para continuidade do processo.

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Faria. Aqui ele ensina como preparar uma cremosa

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de Produção Jornalística

FOTOS ELIAS COSTA E EURICO SOUzA

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