Thiago Almeida

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cLho UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS II CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA THIAGO DE ALMEIDA REIS ATIVIDADE FÍSICA EM PORTADOR DE LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO Alagoinhas Bahia 2010

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cLho

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO - CAMPUS II

CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA

THIAGO DE ALMEIDA REIS

ATIVIDADE FÍSICA EM PORTADOR DE LÚPUS

ERITEMATOSO SISTÊMICO

Alagoinhas – Bahia

2010

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THIAGO DE ALMEIDA REIS

ATIVIDADE FÍSICA EM PORTADOR DE LÚPUS

ERITEMATOSO SISTÊMICO

Monografia apresentada à Universidade do Estado da Bahia, como requisito de avaliação do componente curricular Monografia do curso de Licenciatura em Educação Física, sob orientação do professor Valter Abrantes Pereira da Silva.

Alagoinhas – Bahia

2010

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Dedico este trabalho à minha fonte inspiradora, que não está mais

presente entre nós, mas enquanto esteve me deu

imenso apoio e coragem para que eu

chegasse até o fim desta etapa,

minha eterna MÃE.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por ter me iluminando e me dado forças para concluir mais uma etapa

da minha vida;

À minha eterna mãe, uma pessoa iluminada, muito especial, que fez de mim

um homem, que me apoio, incentivou, me fez ver que sou capaz, me ensinou a

viver, me ensinou a ser responsável e cumprir com minhas obrigações, me preparou

para que com a sua partida eu estivesse pronto para assumir as responsabilidades

de cuidar da família e não desistir dessa batalha;

Ao meu pai que me apóia, meu eterno agradecimento, por tudo que faz por

mim;

À minha Irmã Larissa pelo carinho e atenção que tem comigo, ao meu irmão

Leonardo que também tem influência nas minhas decisões;

À minha avó, tios e tias por estarem sempre torcendo, orando e pedindo a

Deus que meus objetivos sejam alcançados;

À minha noiva Ataline, a qual amo muito, que desde o início me apóia e está

sempre presente em todos os momentos da minha vida;

À minha sogra e meu sogro pessoas que tenho um imenso carinho e respeito,

meu eterno agradecimento por tudo que fez e estão fazendo por mim;

Ao meu primo Marcelo pelo incentivo em cursar Educação Física e pelos anos

de convivência;

Aos amigos André, Marcos e Moreno pelos momentos inesquecíveis,

obrigado pela verdadeira amizade;

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Ao grande amigo Samuel, que desistiu do curso, mas que também me deu

apoio e me ajudou ter a oportunidade de estagiar na academia;

À Gleiton e Elaine pela confiança e oportunidade de atuar como estagiário na

academia e pelo conhecimento compartilhado que com certeza irá ajudar na minha

formação profissional;

Aos amigos que fiz durante o curso, pela verdadeira amizade que

construímos, em particular aqueles que estavam sempre ao meu lado nos trabalhos,

estágios, etc, por todos os momentos que passamos durante esses quatro anos meu

especial agradecimento. Sem vocês essa trajetória não seria tão prazerosa;

Ao meu orientador, professor Ms. Valter Abrantes, pelos ensinamentos e

dedicação no auxílio à concretização dessa monografia;

À todos os professores do curso de Educação Física, especialmente aqueles

que me deram pelo menos um pouco de atenção e não me tratava com indiferença,

obrigado pela dedicação e conhecimento disponibilizados nas aulas, cada um de

forma diferente contribuiu para a conclusão desse trabalho e consequentemente

para minha formação profissional;

Em fim, gostaria de agradecer a todos os amigos e familiares, pela

compreensão, a todos que contribuíram direta ou indiretamente para a realização

desse trabalho meu eterno AGRADECIMENTO.

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“Numa sociedade com base no conhecimento,

por definição é necessário que você

seja estudante a vida toda”.

(Tom Peters)

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RESUMO

As doenças reumáticas possuem grande importância na saúde e na qualidade de vida dos indivíduos, exigindo cuidados especializados por parte dos profissionais da saúde. Dentre as doenças reumáticas, o lúpus eritematoso sistêmico, destaca-se pela forma que afeta os órgãos e sistemas do corpo e os mecanismos responsáveis pela produção da doença permanecem pouco esclarecidos. A prática regular de atividade física gera muitos benefícios, dentre eles a redução do estado de depressão e ansiedade, mantém o bom funcionamento do sistema musculoesquelético, promove o bem-estar psicológico, melhora a capacidade aeróbia e reduz a fadiga. No lúpus eritematoso sistêmico, os portadores podem se beneficiar tanto pela prática de exercício resistido quanto pelo exercício aeróbio, porém devem ser realizados respeitando as limitações do portador, gerando alguns benefícios como a melhora da capacidade aeróbia, redução da fadiga, melhora da depressão e melhora da qualidade de vida. Visto que em muitas academias de musculação existem poucos professores graduados e pós-graduados que tem conhecimento sobre o lúpus eritematoso sistêmico, foi realizada esta pesquisa com o objetivo de apresentar uma revisão da literatura sobre os benefícios da atividade física em portador de lúpus eritematoso sistêmico. Para tanto, foi realizado um trabalho de base qualitativa, tendo como tipo de estudo a revisão bibliográfica, cuja estratégia de busca incluiu consulta de base de dados Scielo, Lilacs e Medline, tendo como critérios o ano de publicação, definido entre 2000 a 2010 e o idioma em português e inglês, além de fontes secundárias como livros. Com base nas informações obtidas, conclui-se que a atividade física é eficaz no tratamento não farmacológico no lúpus eritematoso sistêmico, podendo ser combinado o exercício aeróbio com o resistido. Palavras-chave: Lúpus Eritematoso Sistêmico/ Saúde/ Atividade Física.

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ABSTRACT

Rheumatic diseases are of great importance in health and quality of life for individuals requiring specialized care by health professionals. Among the rheumatic diseases, systemic lupus erythematosus, stands in the way that affects the organs and body systems and the mechanisms responsible for production of the disease remain poorly enlightened. The practice of regular physical activity produces many benefits, among them the relief of depression and anxiety, maintains the proper functioning of musculoskeletal system, promotes psychological well-being, improves aerobic capacity and reduces fatigue. In SLE, patients can benefit both the practice of resistance exercise on the aerobic exercise, but should be done respecting the limitations of the carrier, generating some benefits such as improved aerobic capacity, decreased fatigue, improved depression and quality improvement of life. Since in many bodybuilding academies there are few graduates and postgraduates teachers who have knowledge about systemic lupus erythematosus was conducted this research with the aim of presenting a review of the literature about benefits of physical activity in a patient with SLE. For this was conducted a base work qualitative, with type of study bibliographic review, which search strategy included consultation database Scielo, Lilacs and Medline, having as criteria the year of publication, set between 2000 to 2010 and the languages in Portuguese and English, beyond secondary sources as well as book. Based in obtained information, concludes that physical activity is effective in non-pharmacological treatment in SLE and may be combined aerobic exercise with resistance. Key Words: Systemic Lupus Erythematosus/ Health/ Physical Activity.

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

LES LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

SBR SOCIEDADE BRASILEIRA DE REUMATOLOGIA

SNC SISTEMA NERVOSO CENTRAL

HA HIPERTENSÃO ARTERIAL

DM DIABETES MELLITUS

CA CÂNCER

IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA

OMS ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

PA PRESSÃO ARTERIAL

BPM BATIMENTOS POR MINUTO

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 11

2 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 14 2.1 CLASSIFICAÇÃO, CONCEITO, CARACTERÍSTICAS 14 E EPIDEMIOLOGIA 2.2 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DO LÚPUS NAS 17 ESTRUTURAS DO CORPO

2.2.1 Renais 18 2.2.2 Cardíacas 18 2.2.3 Pulmonares 19 2.2.4 Articulares 19 2.2.5 Sistema Nervoso Central 20

2.3 DIAGNÓSTICO 20 2.4 TRATAMENTO 21

3 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 23 3.1 ATIVIDADE FÍSICA 23 3.2 SAÚDE 25 3.3 RELAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE 26 4 ATIVIDADE FÍSICA E LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 31 4.1 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO NO LES 31 4.2 BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO RESISTIDO E AERÓBIO 33 COMBINADOS NO LES 4.3 BENEFÍCIOS DO EXERCÍCIO AERÓBIO NO LES 35 5 METODOLOGIA 4O 6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 42 REFERÊNCIAS 44 ANEXOS 51

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1 INTRODUÇÃO

Segundo Goldenberg (2008), existem mais de cem doenças e síndromes

reumáticas distintas, presentes em todas as faixas etárias, que possuem grande

relevância e impactam na saúde e na qualidade de vida dos indivíduos. Essas

doenças exigem cuidados especializados por parte dos profissionais da saúde e a

participação ativa dos pacientes com conscientização e com adesão plena,

representando uma em cada seis consultas realizadas pelos clínicos gerais e

comprometendo um número significativo de indivíduos da população.

Dentre as doenças reumáticas o Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) destaca-

se pela gravidade em que são afetados os órgãos e sistemas do corpo. Para

Martinez et al. (2008, p. 49) o LES é definido como uma doença inflamatória crônica,

de causa multifatorial, de natureza caracterizada por presença de auto-anticorpos

em especial contra antígenos nucleares, alguns dos quais se associam à lesão em

vários órgãos-alvos.

O LES apresenta vários fenômenos que primeiro é interpretado pelo próprio

paciente. É importante que qualquer profissional saiba reconhecer os significados

dados a esses fenômenos, pois a partir do momento que o profissional faz o

reconhecimento poderá agir com mais segurança e precisão no tratamento.

Segundo Mattje e Turato (2006), o caráter do lúpus é auto-imune, isto é, o

próprio sistema imunológico ataca os tecidos do indivíduo, representando um

fenômeno da natureza: uma produção de “auto-anticorpos” ocorre e outras células

do sistema imune juntam-se á luta, provocando inflamações e depósitos que

conduzem ao dano do tecido. Apesar desses dados, os mecanismos responsáveis

pela produção dessa resposta imune permanecem pouco esclarecidos.

De etiologia não esclarecida, o desenvolvimento da doença está ligado à

predisposição genética e aos fatores ambientais. É uma doença rara, incidindo mais

frequentemente em mulheres jovens, ou seja, na fase reprodutiva, numa proporção

de nove a dez mulheres para um homem, com prevalência variando de 14 a

50/100.000 habitantes. (SATO et al., 2006).

A classificação diagnóstica do LES é realizada através da presença de quatro

ou mais critérios, simultaneamente ou não, durante o intervalo de observação, são

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eles: eritema malar, lúpus discóide, fotossensibilidade, úlceras orais, artrite, serosite,

nefrite, distúrbio neurológico, alterações hematológicas, alterações imunológicas e

fator antinuclear. (MAGALHÃES; DONADI; LOUZADA, 2003, p. 409). Porém,

existem autores que afirmam não ser comum, mas sim possível existir pacientes

com menos de quatro dos critérios de classificação.

O lúpus é uma doença que requer tratamento multiprofissional e algumas

medidas podem ser recomendadas como apoio psicológico, dieta, educação,

proteção e atividade física. De acordo com o Consenso Brasileiro de Tratamento do

Lúpus, no tratamento da doença são indicadas algumas medidas terapêuticas, entre

elas está à atividade física.

Souza e Bier (2008) definem a atividade física como qualquer

movimento produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto energético.

De acordo com Araújo, Calmeiro e Palmeira (2005, p. 258), os benefícios inerentes à

prática da atividade física são amplamente reconhecidos, quer do ponto de vista

fisiológico, quer do ponto de vista psicológico, entre eles estão: redução do risco de

morte prematura por doenças cardiovasculares, redução dos estados de depressão

e de ansiedade, ajuda a controlar o peso corporal, reduzir a tensão arterial, manter o

bom funcionamento do sistema musculoesquelético, melhorar a mobilidade em

idosos e promover o bem-estar psicológico.

A atividade física no LES pode ser realizada através do exercício resistido e

aeróbio. O treinamento resistido pode aumentar a força muscular e dar uma melhor

sustentação ao paciente na realização de suas atividades diárias, já o exercício

aeróbio leva ao aumento do aporte de oxigênio e de substratos energéticos para os

músculos em atividade.

Durante a realização de exercício físico, ocorre liberação da b-endorfina e da

dopamina pelo organismo, proporcionando um efeito tranquilizante e analgésico no

praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-

esforço e, em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais

estável frente às ameaças ao meio externo. (CHEIK et al., 2003, p. 48).

Para Póvoa (2010) é importante que o exercício aeróbio e resistido seja

realizado de maneira adaptada às limitações da dor, cansaço ou de amplitude de

movimento. Essa afirmação advém de resposta a questionamentos acerca dos

impactos e dos prováveis riscos que o exercício poderia causar aos pacientes.

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Apesar da possível indicação da atividade física no LES é necessário compreender

melhor estudos sobre o tema.

Diante desse contexto surge a seguinte pergunta: em que medida a atividade

física é eficaz no tratamento do LES?

Na orientação ou prescrição de exercícios físicos nas academias, clubes,

centro de reabilitação, clínicas e até em hospitais, o professor tem como função

elaborar um programa de treinamento específico relacionado ao objetivo de cada

aluno. Quando se trata da melhoria dos indicadores de saúde nos alunos portadores

de alguma patologia, o mesmo deve ter um conhecimento mais específico sobre a

fisiopatologia e sua relação com o esforço físico para fazer com que a atividade

física seja um fator positivo no tratamento, utilizando-se para isso princípios

mecânicos, fisiológicos e comportamentais na adaptação do treino, a fim de

minimizar os acometimentos e, assim, contribuir na melhoria da qualidade de vida do

aluno.

Esta monografia decorre justamente da intenção de debater esta problemática

e oferecer dados para um aprofundamento do tema e sua abordagem terapêutica,

especificamente no campo da atividade física. Além destes motivos, são poucos os

professores graduados e pós-graduados que tem conhecimento sobre o LES, não

por falta de interesse, mas por ser mínimo o número de alunos nas academias com

esta doença e ter poucos estudos relacionando a doença com a atividade física.

Nesse contexto, esta monografia tem por objetivo apresentar uma revisão da

literatura sobre os benefícios da atividade física nos indicadores de saúde em

portador de LES, assim como apresentar propostas de programas de exercício físico

para o tratamento não-farmacológico do LES.

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2 LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

A proposta deste capítulo é abordar o LES, iniciando com a classificação,

conceito, características e epidemiologia e prosseguindo para as principais

manifestações do lúpus nas estruturas do corpo, diagnóstico e tratamento. O estudo

de Araújo e Traverso-Yépez (2007) aponta que considerar os processos de

subjetivação da pessoa portadora na interação com o contexto do qual ela faz parte

pode influenciar positivamente no tratamento e na forma de lidar com as dificuldades

implícitas nesse processo do adoecer. Pode, ainda, contribuir para que profissionais

e pessoas afetadas estejam mais cientes dessa complexidade.

2.1 CLASSIFICAÇÃO, CONCEITO, CARACTERÍSTICAS E EPIDEMIOLOGIA

O LES classifica-se como uma doença reumatológica difusa do tecido

conjuntivo, uma vez que cursa com inflamação do tecido conjuntivo e relaciona-se

com os distúrbios do sistema imunológico que passam a reagir contra uma célula,

tecido ou outro antígeno do próprio organismo. Segundo a Sociedade Brasileira de

Reumatologia (SBR), a palavra reumatismo foi introduzida por Galeno no século II

depois de Cristo, provém da palavra “rheos” que significa “fluir”, pois, naquela época,

acreditava-se que o reumatismo aparecia pelo fluxo de um “humor” vindo do cérebro

até as articulações. A SBR afirma ainda que o termo reumatismo não é um termo

adequado para denominar um grande número de diferentes doenças que tem em

comum o comprometimento do sistema músculo-esquelético, pois muitos pacientes

com doenças reumáticas podem não apresentar esse comprometimento, mas sim de

diversos órgãos, como rins, coração, pulmões, pele, entre outros.

Desde o período medieval, o termo lúpus vem sendo utilizado para descrever

diferentes tipos de lesões cutâneas com aparência da face de um lobo. (RIBEIRO et

al., 2008). Recentemente, Pereira (2009) afirmou que a palavra latina lúpus significa

lobo e sugere uma comparação entre as lesões faciais da doença e as marcas

observadas na face de alguns lobos.

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Basicamente existem três tipos de lúpus: lúpus discóide (ANEXO A), lúpus

induzido por drogas e lúpus sistêmico (ANEXO B). Segundo Araújo (2004, p. 29-30),

o termo discóide quer dizer forma circular e as lesões surgem, normalmente, em

áreas da pele expostas ao sol, aparecendo sobre a parte central da face e nariz,

produzindo a característica lesão em forma de “asa de borboleta”, mas também

podem ocorrer no couro cabeludo. O lúpus induzido por drogas ocorre em

decorrência ao uso de medicamentos, sendo comuns a hidralazina e a procaínaida,

porém isso não significa que o uso desses medicamentos necessariamente resulte

no surgimento da doença. E, por fim, o lúpus sistêmico caracteriza-se pela gravidade

em que são afetados os órgãos e sistemas do corpo.

Martinez et al. (2008, p. 49) definem o LES como uma doença inflamatória

crônica, de causa multifatorial, de natureza caracterizada por presença de auto-

anticorpos em especial contra antígenos nucleares, alguns dos quais se associam à

lesões em vários órgãos-alvos. Borba et al. (2008, p. 196) acrescentam que trata-se

de uma doença multissistêmica e de causa desconhecida. Seu curso clínico varia de

leve a grave e observam-se períodos alternantes entre a remissão e a recaída.

(MATTJE; TURATO, 2006).

O LES é uma doença auto-imune, caracterizada por inflamação vascular e do tecido conjuntivo e pela presença de anticorpos antinucleares, em particular anticorpos anti-DNA dupla cadeia. É uma doença multissistêmica, recorrente, com uma apresentação clínica extremamente variável e uma história natural imprevisível, sendo progressiva e potencialmente fatal, se não tratada. (FERREIRA et al., 2008, p. 200).

Os mecanismos responsáveis pela produção e perpetuação dessa resposta

imune permanecem pouco esclarecidos. (KOMINSKY et al., 2005, p. 53). Apesar

disso, Mattje e Turato (2006) mencionam que o lúpus é auto-imune devido ao

próprio sistema imune atacar os tecidos do indivíduo, representando um

surpreendente fenômeno da natureza: uma produção de “auto-anticorpos” ocorre e

outras células do sistema imune juntam-se à luta, provocando inflamações e

depósitos que conduzem ao dano do tecido. O surgimento de complexos de

anticorpos-antígenos e complemento, somados a uma deficiência na supressão da

sua formação, contribuem em parte para o estado clínico do doente. (PEREIRA,

2009). Numa explicação mais ampla, Ayache e Costa (2005) citam que a

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fisiopatologia do LES caracteriza-se pela formação de imunocomplexos constituídos

por autoanticorpos e auto ou heteroantígenos que se depositam na parede de vasos

de pequeno e médio calibres, em território da microcirculação. Estes, após a

ativação do sistema de complemento, ativam os mediadores da inflamação,

produzindo ao final um processo de vasculite leucocitoclástica, com frequente

necrose da parede vascular e dos tecidos por ela nutridos, gerando alterações

estruturais e funcionais em vários órgãos ou sistemas. A vasculite leucocitoclástica é

também conhecida como vasculite alérgica, angiíte por hipersensbilidade e vasculite

necrotizante e é uma doença que acomete pequenos vasos mediada por

imunocomplexos. (CASANOVA, 2000, p. 209).

Para muitos autores, a etiologia do LES ainda não é esclarecida, porém o

desenvolvimento de tal patologia está relacionado à predisposição genética e aos

fatores ambientais. Falcão et al. (2007, p. 75) acrescentam que os fatores hormonais

também estão envolvidos. O estudo de Mattje e Turato (2006) menciona que o

Colégio Americano de Reumatologia sugere que a afecção pode acontecer devido a

um defeito em retirar as células velhas e danificadas do corpo, o que causaria uma

estimulação anormal do sistema imune, porém a grande variedade de sintomas e

seu desenvolvimento gradual fazem com que, com frequência o lúpus seja

infelizmente mal reconhecido.

De acordo com Garriga, Segura e Franco (2005, p. 1942-1943), os fatores

hormonais, genéticos e ambientais constituem os fatores etiológicos do LES. Para

esses autores os estrógenos desempenham um papel importante nos fatores

hormonais devido às seguintes considerações: maior incidência feminina; diminuição

do tempo em que não existe um nível de estrógeno elevado na menarca e pós-

menopausa; e agudização da doença no puerpério ou na administração de

anticoncepcionais orais. Apesar desses dados, o mecanismo de modulação desses

hormônios ainda não está estabelecido. Com relação aos fatores genéticos os

autores afirmam que é possível que o LES resulte do impacto de certos números de

genes que atuam de forma ativa, porém um indivíduo poderia ter todas as variáveis

genéticas possíveis para adquirir a doença e mesmo assim, não adquiri-la. Já nos

efeitos ambientais, diversos estudos epidemiológicos têm documentado a ligação

dos fármacos com os sintomas clínicos do LES coincidindo com os achados de

Gomes et al. (2004, p. 220). Conforme esses autores, dentre os fatores ambientais

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envolvidos na etiologia desta doença, destacam-se determinados medicamentos

como a hidralazina, a procainamida, a D-penicilamina e a hidrazida.

O LES é mais frequente em mulheres jovens, na fase reprodutiva, numa

proporção de nove a dez mulheres para um homem, com prevalência variando de 14

a 50/100.000 habitantes em estudos norte-americanos, podendo ocorrer em todas

as etnias e em todas as partes do mundo. (SATO et al., 2006). Ferreira et al. (2008,

p. 200) afirmam que com uma incidência entre os 0,36 e os 0,53 por 100.000

casos/ano, variável de acordo com as regiões e grupos étnicos, alguns registros

referem que corresponde a 1% das doenças reumatológicas em pediatria no Reino

Unido, 1,5 a 3% no Canadá e 4,5% nos EUA. Já no Brasil, na cidade de Natal, a

incidência do LES é de 8,7 casos novos/100.000 habitantes/ano. (BEZERRA et al.,

2005).

2.2 PRINCIPAIS MANIFESTAÇÕES DO LÚPUS NAS ESTRUTURAS DO CORPO

Segundo Ferreira et al. (2008, p. 202), a forma de apresentação clínica do

LES é muito heterogênea, podendo variar entre a doença crônica e insidiosa, com

sinais e sintomas intermitentes e a doença aguda e rapidamente fatal. Pereira (2009)

relata que os sinais e sintomas do LES são febre, fadiga, emagrecimento, artrite

(ANEXO C), artralgia, erupção tipo borboleta (ANEXO D), fotossensibilidade,

alopecia, linfadenopatia, pleurite, pericardite, diarréia, anemia vasculite, síndrome

nefrótica, doenças do sistema nervoso central (SNC) e alterações da personalidade.

Alguns desses sinais podem ser melhor observados nas figuras em anexo.

Na sua forma sistêmica, o LES afeta órgãos importantes como os rins, o

coração, os pulmões e as articulações, podendo ser fatal devido às complicações

nefróticas e hematológicas. (GOMES et al., 2004, p. 221). Para Martinez et al.

(2008) fazem parte também dos órgãos acometidos a pele, serosas, sistema

nervoso central, artérias e veias.

A seguir serão esclarecidas algumas manifestações clínicas do lúpus nas

estruturas do corpo.

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2.2.1 Renais

De acordo com Ferreira et al. (2008, p. 202), a doença renal é uma das

formas mais frequentes de apresentação do LES, ocorrendo em 30-70% dos

doentes e podendo ser a sua única manifestação. Para Magalhães, Donadi e

Louzada (2003, p. 410) uma das manifestações comuns do LES, que exige

tratamento de urgência é a glomerulonefrite proliferativa difusa, esta se apresenta,

clinicamente, por haver edema, hipertensão arterial e, ocasionalmente, uremia.

Outra forma de apresentação da nefrite lúpida é a síndrome nefrótica pura que

ocorre na maioria das vezes em pacientes com glomerulonefrite membranosa.

Para Meinão e Sato (2008, p. 43) cerca de 10% dos pacientes com nefrite

evoluem para insuficiência renal e o pior prognóstico está relacionado à forma

proliferativa da doença. A hipertensão arterial (HA) é a manifestação mais frequente,

ocorrendo em cerca de 40% dos pacientes.

2.2.2 Cardíacas

As complicações cardiovasculares do LES têm recebido especial atenção nos

últimos anos, pois representam a terceira causa de mortalidade na doença.

(CARDOSO et al., 2006, p. 96). Para esses autores a forma mais frequente de

apresentação cardiovascular do LES é a pericardite, encontrada em 62% dos casos

de necropsia, mas existem também outras formas de acometimento do coração que

atingem as valvas e a cardiomiopatia com incidência de 43% e 40%

respectivamente. Esses achados coincidem com os de Araújo e Traverso-Yépez

(2007), os quais afirmam que o lúpus pode atingir todas as partes do coração, sendo

a inflamação no pericárdio a doença mais comum, que pode ou não, gerar dores no

peito, entretanto, tais prejuízos do coração podem ser oriundos da inflamação

causada pela doença em atividade ou pelo uso de medicamentos.

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2.2.3 Pulmonares

Segundo Magalhães, Donadi e Louzada (2003, p. 413-414), o paciente com

LES pode evoluir com pneumonite que se assemelha a uma pneumonia, com

dispnéia, tosse, febre, hemoptise e pleurisia. A pneumonite aguda não é uma

manifestação comum no LES, representando menos de 10% do envolvimento

pulmonar e a pneumonite crônica caracteriza-se por dispnéia progressiva, tosse

seca, estertoses pulmonares, basais e infiltrado pulmonar, intersticial e bibasal na

radiografia de tórax.

Os mesmos autores acrescentam outras manifestações pulmonares do LES:

o derrame pleural, onde o paciente apresenta dor torácica, ventilatório-dependente,

dispnéia e atrito pleural; e, a hemorragia alveolar que apesar de ser uma

manifestação pulmonar rara é frequentemente fatal e possui um quadro clínico de

dispnéia, tosse, hemoptise, hipóxia, evoluindo para insuficiência respiratória, aguda

e franca hemoptise.

Para Furtado et al. (2001) fazem parte também das manifestações

pulmonares a pleurite, hemorragia, vasculites e HA, entretanto, de modo geral, a

alveolite fibrosante é considerada uma manifestação incomum da doença, sendo a

fibrose intersticial difusa ainda mais rara. Estima-se que somente cerca de 3% dos

casos de LES mostram sinais radiológicos de fibrose intersticial, com uma proporção

significativamente menor correspondendo a casos de fibrose intersticial grave.

2.2.4 Articulares

Para Martinez et al. (2008, p. 49) um assunto pouco estudado é o impacto do

LES e/ou de seu tratamento no tecido ósseo. O mesmo autor cita que quanto ao

envelhecimento direto do osso, não há referência de osteíte lúpica, mas a

associação entre LES e redução da densidade óssea pode ocorrer tanto pela

doença como pelo uso de terapêutica corticóide e imunossupressores. Soma-se a

isso o sedentarismo, distúrbios emocionais, proibição de exposição ao sol e mesmo

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a incapacidade funcional relacionada à doença temos um número significativo de

fatores de risco para doenças ósseas metabólicas, tais como a osteoporose.

Apesar desses achados, o papel do LES na fisiologia óssea se mantém

controverso na literatura.

2.2.5 Sistema Nervoso Central

Carneiro et al. (2006, p. 460) afirmam que os doentes com LES podem

desenvolver disfunções do SNC. Afirmam também que a sua incidência não está

firmemente estabelecida, variando entre os 14 a 75%, dependendo da população

estudada e dos critérios de inclusão utilizados, observando-se dificuldade em definir

quais as alterações que devem ser atribuídas diretamente ao LES.

O SNC é frequentemente atingindo, gerando sintomas neurológicos e/ou

psiquiátricos, como convulsões, cefaléia, síndrome orgânica cerebral e psicose.

Alguns trabalhos têm correlacionado estas manifestações à presença de alguns

anticorpos, como o anti-P ribossomal, anti-SSA, anti-DNA, anticardiolipina e

antifosfolípide, entre outros. Especula-se ainda que a ativação do sistema

imunológico possa resultar em alterações de neurotransmissores e,

consequentemente, de comportamentos. (AYACHE; COSTA, 2005).

2.3 DIAGNÓSTICO

O LES é uma doença que, pela sua complexidade e gravidade, implicando

sofisticados meios diagnósticos e terapêuticos, se insere na área de atuação dos

cuidados hospitalares. Porém, o seu processo diagnóstico pode ser iniciado a nível

dos cuidados de saúde primários, nomeadamente perante doentes com queixas

inexplicáveis de dois ou mais órgãos ou sistemas. (GRANJA, 2006, p. 445).

Na prática, costuma-se estabelecer o diagnóstico, utilizando-se os critérios de

classificação propostos, em 1982, pelo American College of Rheumatology e

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revisados em 1997. (SATO et al., 2006). A classificação diagnóstica do LES é

realizada através da presença de quatro ou mais critérios, simultaneamente ou não,

durante o intervalo de observação, são eles: eritema malar, lesão discóide,

fotossensibilidade, úlceras orais/nasais, artrite, serosite, comprometimento renal,

alterações neurológicas, alterações hematológicas, alterações imunológicas e

anticorpos antinucleares. (BORBA et al., 2008). Porém, existem autores que afirmam

não ser comum, mas sim possível existir pacientes com menos de quatro dos

critérios de classificação.

Um fator importante para o diagnóstico do lúpus é a pesquisa de anticorpos

ou fatores antinucleares por imunofluorescência indireta, utilizando como substrato

as células HEp-2. A positividade deste teste, embora não-específico, serve como

triagem, em razão de sua sensibilidade, sendo altamente improvável a presença da

doença se o teste resultar negativo. (BORBA et al., 2008, p. 197).

2.4 TRATAMENTO

Mattje e Turato (2006) relatam que embora o lúpus possa ser um problema

fatal de saúde, atualmente, a medicina traz melhores expectativas devido às

diversas condutas terapêuticas disponíveis e, portanto, melhor qualidade de vida

para esses pacientes.

A abordagem terapêutica no lúpus depende dos órgãos afetados e a gravidade da doença. [...] São fundamentais na terapia os cuidados com nutrição, balanço hidroeletrolítico, profilaxia e tratamento precoce das infecções, além de suporte educacional e emocional dos pacientes e de sua família, o que contribui para melhor adesão à terapia. (MENDES et al., 2009, p. 402).

Para Borba et al. (2008, p. 197) e Sato et al. (2006) existem algumas medidas

gerais que fazem parte das medidas terapêuticas no tratamento do lúpus. Os

autores citam as seguintes medidas: educação, apoio psicológico, atividade física,

dieta, proteção, evitar tabagismo e controle rigoroso dos fatores de risco

cardiovasculares.

Page 22: Thiago Almeida

22

Segundo Sato et al. (2002, p. 364), o tratamento medicamentoso deve ser

individualizado para cada paciente e dependerá dos órgãos ou sistemas acometidos

e da gravidade desses acometimentos. O autor também esclarece que em pacientes

com comprometimento de múltiplos sistemas, o tratamento deverá ser orientado

para o mais grave. Quando houver manifestações que não responda a uma droga

pode ser necessário fazer o uso concomitante de diversos medicamentos como os

antimaláricos. Independentemente, do órgão ou do sistema afetado, os

antimaláricos, preferencialmente do sulfato de hidroxicloroquina, é indicado com a

finalidade de reduzir a atividade da doença e tentar poupar o uso de corticóides.

Além dos antimaláricos, os glicocorticóides também são utilizados no

tratamento do LES, como afirmam Amarante et al. (2008, p. 259) ao mencionarem

que a corticoterapia tem sido amplamente utilizada, em virtude de suas capacidades

antiinflamatórias e imunossupressoras em várias doenças , como no LES.

Os glicocorticóides são hormônios que atuam no controle transcricional de

geneses envolvidos na regulação de funções metabólicas, cardiovasculares e

imunológicas e esse efeito se processa através do receptor nuclear de

glicocorticóide, que é ativado, apenas após a exposição das células aos

glicocorticóides. Na década de 1950, a descoberta do potente efeito antiinflamatório

dos glicocorticóides levou à sua prescrição no tratamento de doenças reumáticas

crônicas e, atualmente, são bastante utilizados no tratamento de doenças auto-

imunes. (PINHEIRO et al., 2009, p. 401).

Diante desse contexto, é importante a participação de médicos, enfermeiros e

outros profissionais da área de saúde no tratamento do portador de LES como

também, que estes profissionais tenham a capacidade de identificar os diferentes

fenômenos desenvolvidos no LES.

Até aqui, abordou-se os principais aspectos do LES, tendo as medidas gerais

de tratamento como um fator de extrema importância no tratamento do Lúpus, bem

como as definições necessárias para o melhor entendimento do assunto. O próximo

capítulo irá abordar os benefícios da atividade física na saúde.

Page 23: Thiago Almeida

23

3 ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

Este capítulo abordará a atividade física e saúde, enfatizando os principais

benefícios da atividade física na saúde e em algumas doenças como HA, diabetes

mellitus (DM) e câncer (CA). Dados recentes, colhidos no estudo “Atividade Física e

doenças crônico-degenerativas”, mostram que diversos documentos de vários

países que tratam de prevenção e do tratamento de doenças incentivam a prática de

atividade física regular como forma de promover, de manter e de melhorar a saúde

geral de indivíduos e populações. (FERRAZ; MACHADO, 2008, p. 27).

3.1 ATIVIDADE FÍSICA

A atividade física sempre existiu na história da humanidade, sendo

confirmada através dos estudos antropológicos e evidências históricas que relatam a

existência desta prática desde a cultura pré-histórica, como um componente integral

da expressão religiosa, social e cultural. (ANTUNES et al., 2006). Atualmente, as

pessoas de todas as idades têm procurado cada vez mais pela prática de atividade

física com o objetivo de evitar o sedentarismo, melhorar o bem estar geral e, assim,

obter uma melhor qualidade de vida.

Inicialmente, convém conceituar atividade física, exercício físico e aptidão

física diante das divergências encontradas na literatura e de seu uso por vezes

incorreto. Para Souza e Bier (2008) a atividade física pode ser definida como

qualquer movimento produzido pelos músculos esqueléticos que resulte em gasto

energético. Teixeira et al. (2009, p. 146) acrescentam que esse gasto energético

deve ser maior que os níveis de repouso. Para Pitanga (2002, p. 51) a atividade

física é exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos,

atividades laborais e deslocamentos.

O exercício físico é conceituado por Gonçalves et al. (2007, p. 206) como uma

atividade realizada com repetições sistemáticas de movimentos orientados, com

conseqüente aumento no consumo de oxigênio devido à solicitação muscular,

Page 24: Thiago Almeida

24

gerando, portanto, trabalho. Esses autores citam ainda que o exercício representa

um subgrupo de atividade física planejada com a finalidade de manter o

condicionamento podendo ser definido, também, como qualquer atividade muscular

que gere força e interrompa a homeostase. Segundo Brum et al. (2004, p. 21), o

exercício físico caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de sua

homeostase, pois implica no aumento instantâneo da demanda energética da

musculatura exercida e, consequentemente, do organismo como um todo.

Já aptidão física é considerada não como um comportamento, mas uma

característica que o indivíduo possui ou atinge, como a potência aeróbica,

endurance muscular, força muscular, composição corporal e flexibilidade.

(MATSUDO; MATSUDO; NETO, 2001).

De acordo com Araújo, Calmeiro e Palmeira (2005, p. 258), os benefícios

inerentes à prática da atividade física são amplamente reconhecidos, quer do ponto

de vista fisiológico, quer do ponto de vista psicológico, entre eles estão: redução do

risco de morte prematura por doenças cardiovasculares, redução dos estados de

depressão e de ansiedade, ajuda a controlar o peso corporal, reduzir a tensão

arterial, manter o bom funcionamento do sistema musculoesquelético, melhorar a

mobilidade em idosos e promover o bem-estar psicológico.

Esses achados coincidem com os de Gonçalves et al. (2007, p. 206), os quais

afirmam que o exercício físico provoca uma série de respostas fisiológicas nos

sistemas corporais e, em especial, no sistema cardiovascular. Com o objetivo de

manter a homeostasia celular em face do aumento das demandas metabólicas

alguns mecanismos são acionados e funcionam sob a forma de arcos reflexos

constituídos de receptores, vias aferentes, centros integradores, vias aferentes e

efetores, porém muitas etapas desses mecanismos ainda não foram completamente

elucidadas.

Os benefícios a médio e longo prazo, da prática regular de atividade física,

contribuem para diminuir os fatores de risco para o desenvolvimento da doença

cardiovascular, através da melhora do perfil lipídico, da contribuição para a

normalização da pressão arterial, do aumento da circulação colateral, da diminuição

da frequência cardíaca no repouso e durante o exercício. (MERCURI; ARRECHEA,

2001, p. 348).

Page 25: Thiago Almeida

25

Diante dos benefícios citados, pode-se constatar que a atividade física

desempenha papel importante no cotidiano das pessoas, sendo um assunto cada

vez mais estudado por pesquisadores como Hallal et al. (2007). Esses autores citam

que a literatura internacional relacionada à epidemiologia da atividade física vem

apresentando rápido crescimento nas últimas décadas. Uma busca na base de

dados Medline e PubMed por artigos contendo o termo “physical activity” no título ou

resumo mostrou crescimento marcante desde 1950, sendo publicados 19.956

artigos de 1950 a 1990 e na década atual encontram-se mais de 13.000 artigos já

publicados. No Brasil, a produção de conhecimento científico na área de

epidemiologia da atividade física foi iniciada mais tardiamente, sendo que o primeiro

estudo nacional com amostras populacionais incluindo a atividade física como

variável principal somente foi publicado em 1990.

Apesar desses dados, o estudo de Antunes et al. (2006) relatou que no Brasil

a tendência a inatividade física de forma semelhante a observada nos EUA, segundo

o relatório sobre padrões de vida dos brasileiros, elaborado pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE), 26% dos homens realizam atividade física regular

e somente 12,7% das mulheres estão envolvidas em algum programa de

treinamento. Ao verificar a quantidade de pessoas que se exercitam pelo menos

trinta minutos ou mais por dia, no mínimo três dias na semana, encontra-se 10,8% e

5,2% de homens e mulheres respectivamente. Para Matsudo et al. (2002, p. 42) a

inatividade física é o fator de risco de doenças crônicas não transmissíveis mais

prevalente na população, de acordo com diferentes autores.

Por tudo que foi exposto, a prática de atividade física se torna cada vez mais

importante em todas as faixas etárias, possibilitando ao praticante, entre os diversos

benefícios citados, uma melhor qualidade de vida e, consequentemente, um estilo

de vida mais saudável.

3.2 SAÚDE

O processo de urbanização e industrialização tem provocado, nos últimos

anos, importantes impactos no estilo de vida das pessoas, com repercussões que

Page 26: Thiago Almeida

26

tem distanciado o homem da sua relação com a natureza, incluindo a forma como

este dela se apropria para produzir bens e produtos adquirindo comportamentos e

hábitos sedentários numa busca de conforto e praticidade. (MOSER; KERBIG, 2006,

p. 90). Esta condição tem levado inúmeras pessoas a serem sedentárias e com isso

doentes, deixando o estilo de vida saudável para trás e a saúde muito longe da

desejada.

Diante desses aspectos, o conceito de saúde reflete a conjuntura social,

econômica, política e cultural, ou seja, saúde não representa a mesma coisa para

todas as pessoas, dependerá da época, do lugar, da classe social, de valores

individuais, de concepções científicas, religiosas e filosóficas. (SCLIAR, 2007).

A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde como o estado do mais

completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de enfermidade.

Pitanga (2002, p. 51) também define saúde não apenas como a ausência de

doenças, mas sim como uma multiplicidade de aspectos do comportamento humano

voltados a um estado de completo bem-estar físico, mental e social.

Para Almeida (2005, p. 34) embora sejam claras essas constatações,

observa-se também que quando o assunto é trabalhar atitudes positivas e mostrar

os benefícios de hábitos saudáveis à sociedade, isso implica na divulgação desses

hábitos e requer um desenvolvimento desde a infância, o que poderá impedir o

surgimento de muitas doenças crônicas tipicamente de adultos: pressão alta, taxa de

colesterol elevada, alto percentual de gordura corporal, e diversas enfermidades do

coração. Sendo que para a OMS 70% das doenças estão ligadas ao estilo de vida

das pessoas.

Assim, um estilo de vida saudável implica em saúde e, dentro desse contexto

a atividade física desempenha um importante papel, sendo que é necessária uma

discussão maior do assunto para uma melhor compreensão.

3.3 RELAÇÃO DA ATIVIDADE FÍSICA E SAÚDE

A relação entre atividade física e saúde vem sendo cada vez mais discutida e

analisada cientificamente. (MATSUTO; MATSUTO; NETO, 2001). Essa relação não

Page 27: Thiago Almeida

27

é recente, tendo sido mencionada em antigos textos da China, da Índia, da Grécia e

de Roma como relata Matsuto et al. (2002, p. 42). Para esses autores desde os

textos clássicos gregos, romanos e orientais, a atividade física tem sido mencionada

como instrumento de recuperação, manutenção e promoção da saúde.

Em nenhum momento histórico a prática de atividade física esteve tão

presente na agenda de saúde pública e no debate acadêmico da área da saúde

como nos últimos anos. (HALLAL et al., 2007). Atualmente, o exercício físico é uma

necessidade absoluta para o homem, pois com o desenvolvimento científico e

tecnológico advindo da revolução industrial e da revolução tecnológica pela qual

passamos, nos deparamos com elevado nível de estresse, ansiedade e

sedentarismo que compromete a saúde de boa parte das populações de países

desenvolvidos e em desenvolvimento. (ANTUNES et al., 2006).

Ao longo dos anos, o homem tem vivenciado diversas mudanças no seu estilo

de vida devido ao processo de modernização e industrialização, que podem refletir

diretamente na vida dos indivíduos, modificando seus hábitos diários, resultando em

um estilo de vida próprio de uma sociedade cada vez mais consumista e dinâmica.

(FERRAZ; MACHADO, 2008, p. 26).

Com a transição epidemiológica, que gerou um decréscimo das doenças

infecciosas e um aumento das doenças crônicas, a atividade física tem ganhado

destaque nas investigações na área de saúde pública. (TASSITANO et al., 2007, p.

57). Recentemente, Teixeira et al. (2009, p. 146) relataram que os impactos

positivos da prática regular de exercícios físicos para a saúde são evidenciados na

literatura por meio de estudos epidemiológicos.

Tassitano et al. (2007, p. 56) afirmam que os benefícios da prática da

atividade física para a saúde e qualidade de vida de pessoas de todas as idades

estão bem documentados na literatura científica. A atividade física apresenta

diversos efeitos benéficos ao organismo, sendo recomendada como uma estratégia

de promoção da saúde para a população. (SOUZA; BIER, 2008). Esses benefícios

podem ser observados também na HA, no DM e no CA através de diversos estudos.

Monteiro e Sobral (2004) afirmam que a pressão arterial (PA) sistólica

aumenta diretamente na proporção do aumento do débito cardíaco e a PA diastólica

reflete a eficiência do mecanismo vasodilatador local dos músculos em atividade,

que é tanto maior quanto for a densidade capilar local. A vasodilatação do músculo

Page 28: Thiago Almeida

28

esquelético diminui a resistência periférica ao fluxo sanguíneo e a vasoconstricção

que ocorre em tecidos não exercitados induzida simpaticamente compensa a

vasodilatação, consequentemente, a resistência total ao fluxo sanguíneo cai

drasticamente quando o exercício começa.

O estudo realizado por Brum et al. (2004, p. 23) sobre “Adaptações agudas e

crônicas do exercício físico no sistema cardiovascular” relata que em relação ao

exercício aeróbio, a influência da duração desse exercício está bem demonstrada,

apontando para o fato de que exercícios mais prolongados possuem efeitos

hipotensores maiores e mais duradores.

Já o estudo de Forjaz et al. (2003, p. 121) deixa claro que em hipertensos, os

exercícios de baixa intensidade parecem promover aumentos seguros da PA e há

alguns indicativos de que exercícios resistidos de alta intensidade não têm mostrado

nenhum efeito hipotensor e promovem picos pressóricos extremamente elevados

durante sua realização.

No DM a American Diabetes Association reforça que os efeitos benéficos do

exercício físico são substanciais, e estudos recentes reforçam a importância de

programas de atividades físicas a longo prazo para o tratamento e prevenção desta

anormalidade metabólica e suas complicações. Os efeitos benéficos são: diminuição

das concentrações de glicose sanguínea antes e após o exercício, melhora do

controle glicêmico, diminuição de medicamentos orais ou insulinas, melhora da

sensibilidade à insulina e do condicionamento cardiovascular e conseqüente

diminuição dos fatores de risco cardiovascular. (FRANCHI, 2008).

Segundo Silva e Lima (2002), é uma conduta bem recomendada um

programa de exercício físico, com atividades aeróbias e de resistência muscular

localizada, quatro vezes por semana, com sessões de sessenta minutos para DM

tipo 2, resultando na melhora da glicemia de jejum e HbA1, diminuição de

triglicérides e da frequência cardíaca de repouso e aumento de HDL-C, melhorando

a eficiência cardíaca.

Os indivíduos diabéticos e não diabéticos apresentam melhor sensibilidade à

insulina induzida pelo exercício. Estes efeitos são induzidos pelo treinamento físico

dinâmico em decorrência de várias adaptações: aumento da densidade capilar,

aumento da expressão e translocação de GLUT4 para a membrana plasmática,

aumento das fibras musculares mais sensíveis à ação insulínica, possíveis

Page 29: Thiago Almeida

29

alterações na composição de fosfolípides do sarcolema, aumento na atividade de

enzimas glicolíticas e oxidativas e aumento na atividade de glicogênio-sintetase.

(ANGELIS et al., 2006). Esses autores afirmam ainda que apesar da melhora no

controle glicêmico não ser um achado universal em indivíduos com DM tipo 1

treinados, a redução da resistência á insulina induzida pelo treinamento físico

dinâmico pode promover outros benefícios como a melhora cardiovascular e no perfil

lipídico.

Vários estudos mostram a eficácia da atividade física no CA como pode ser

observado no de Pedroso, Araújo e Stevanato (2005, p. 157). Para esses autores

através do exercício preconiza-se que o organismo passe a melhor aproveitar a

energia e os extratos metabólicos, isso provoca uma reação às ações dos

carcinógenos, em função do aumento da eficácia do sistema imunológico, no que diz

respeito a linfócitos e células “natural-killer”, reduzindo assim a quantidade

disponível para a absorção pelos possíveis tumores e oferecendo maior resistência

às metástases.

Segundo Battaglini et al. (2004, p. 99), o metabolismo de pacientes

portadores de CA sofre modificações drásticas devido ao estresse criado pela

própria doença, como também pelos efeitos colaterais produzidos pelos tratamentos

tradicionais administrativos. Assim, a atividade física produz alterações metabólicas

e morfológicas crônicas que podem torná-la uma opção importante no tratamento e

no processo de recuperação envolvendo pacientes com CA.

Esses achados coincidem com aqueles postulados por Spinola, Manzzo e

Rocha (2007, p. 41). Esses autores citam que níveis elevados de aptidão

cardiorrespiratória podem impedir a formação de neoplasial, o que, por sua vez,

inibe certos mecanismos e, assim, pode ajudar a prevenir o CA. Dessa forma, a

atividade física pode inibir certos mecanismos e, assim, pode ajudar a prevenir o CA

por três motivos: primeiro, a atividade física pode inibir a oxidação do DNA,

impossibilitando o processo de iniciação da neoplasia; segundo, a propagação das

neoplasias pode ser inibida por intermédio de funções imunes, tais como as ações

de células NK (natural killer), realçadas pela aptidão cardiorrespiratória e, terceiro, a

secreção adicional de insulina pode ser inibida pela atividade física.

Como foram discutidos, muitos estudos mostram os benefícios da atividade

física na saúde de indivíduos acometidos por diversas patologias, porém quando se

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30

trata da atividade física no LES poucos estudos são encontrados, principalmente na

língua portuguesa. Diante deste fato, torna-se importante a abordagem desse tema

para uma maior compreensão deste assunto, o qual será esclarecido no próximo

capítulo com mais detalhes.

Page 31: Thiago Almeida

31

4 ATIVIDADE FÍSICA NO LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO

O capítulo em questão abordará a atividade física no LES, desde a prescrição

do exercício físico até os possíveis benefícios do exercício resistido e aeróbio, assim

como algumas propostas de outros estudos para a prescrição do exercício físico.

Estudos mostram que comparando indivíduos não portadores de lúpus com

indivíduos com LES, estes apresentam baixa capacidade aeróbia, baixo pulso de

oxigênio durante o exercício, maior fadiga e baixa qualidade de vida. (CARVALHO et

al., 2005, p. 838). Diante desses dados, surge a seguinte pergunta: será que os

portadores de LES também podem se beneficiar com a prática do exercício físico?

4.1 PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIO FÍSICO NO LES

A prescrição do exercício físico para o portador de LES deve ser realizada

como qualquer outra prescrição para grupos especiais, porém o profissional deve

sempre respeitar o limite de cada indivíduo, evitando assim o aumento dos

acometimentos, buscando pela melhora da aptidão física, diminuição dos

acometimentos e melhora da qualidade de vida.

Para uma prescrição sistematizada do exercício físico, até mesmo na

prevenção e/ou tratamento de patologias, quatro princípios básicos devem ser

utilizados para obter melhores resultados num menor tempo possível, são eles:

princípio da sobrecarga, da especificidade, individualidade biológica e da

reversibilidade. Segundo Ciolac e Guimarães (2004, p. 321), no princípio da

sobrecarga é necessário que o exercício seja realizado numa sobrecarga maior do

que a que se está habituado, podendo ser controlada pela intensidade, duração e

frequência do exercício; no princípio da especificidade as modalidades específicas

de exercício promovem adaptações específicas e respostas fisiológicas específicas;

no princípio da individualidade respeita-se a individualidade biológica de cada

indivíduo na prescrição do exercício, pois indivíduos treinados com a mesma

sobrecarga e modalidade de exercício irão apresentar respostas diferentes; e, no

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32

princípio da reversibilidade as adaptações fisiológicas promovidas pela realização de

exercício físico retornam ao estado original de pré-treinamento quando o indivíduo

retorna ao estilo de vida sedentário.

Tribess e Virtuoso (2005, p. 167) acrescentam que os componentes

essenciais para uma prescrição de exercício sistematizada e individualizada

caracterizam-se por modalidade apropriada, intensidade, duração, frequência e

progressão da atividade física, sendo utilizados nas prescrições de exercícios para

qualquer pessoa, independentemente da idade, capacidades funcionais e de fatores

de risco ou doenças. Portanto, deve-se prescrever a partir da condição individual da

saúde, perfil do fator de risco, características comportamentais, objetivos pessoais e

preferências de exercícios.

Para um bom desenvolvimento e eficácia do programa de exercício, os testes

físicos e a avaliação da saúde individual caracterizam-se em instrumentos de grande

importância, principalmente em pessoas com doenças crônicas. Alguns cuidados

devem ser tomados na aplicação dos testes selecionados como o risco de doença e

o estado de saúde. Portanto, antes dos testes deve ser feito a anamnese e a

observação do histórico de saúde e, se possível, exames laboratoriais para uma

prescrição segura. (SILVA; NAHAS, 2002, p. 58).

Vale destacar que nos pacientes com artralgias ou artrites são recomendados

exercícios aeróbios e resistidos, nos pacientes com maior inflamação e degeneração

articular devem ser feitos exercícios isométricos uma vez ao dia, por 6 segundos em

cada grupo muscular, nos pacientes com menos limitações nos movimentos e

menos dor devem ser realizados exercícios resistidos dinâmicos, de 8 a 10

repetições para cada grupo muscular numa intensidade de leve a moderada e nos

pacientes com necrose avascular a indicação é exercícios isométricos no ambiente

aquático para que não haja prejuízo nas articulações. Já nos pacientes com

manifestações inativas da doença deve-se dar prioridade à prática de exercícios

aeróbios, cerca de 15 a 20 minutos de duração, 3 vezes por semana. (PÓVOA,

2010).

Ciolac e Gimarães (2004, p. 322) relatam, ainda, que a realização de pelo

menos 30 minutos de atividade física formal ou de lazer, de maneira contínua ou

acumulada em sessões de pelo menos 10 minutos, de intensidade no mínimo

moderada, realizada na maioria dos dias da semana (de preferência todos), em que

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33

haja um dispêndio total de 700 a 1.000kcal por semana, tem sido proposta para a

manutenção da saúde e prevenção de uma grande variedade de doenças crônicas.

4.2 BENEFÍCIOS E PROPOSTAS PARA A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO

RESISTIDO E AERÓBIO COMBINADOS NO LES

Segundo Forjaz et al. (2003, p. 120), exercício resistido é a denominação que

vem sendo utilizada na área médica e exercício de força, exercício localizado,

exercício com pesos ou exercícios de musculação na área de educação física. Para

esses autores esse tipo de exercício caracteriza-se por exercícios nos quais ocorrem

contrações voluntárias da musculatura esquelética de um determinado segmento

corporal contra alguma resistência externa, ou seja, contra uma força que se opõe

ao movimento, sendo que essa oposição pode ser oferecida pela própria massa

corporal, por pesos livres ou por outros equipamentos, como aparelhos de

musculação, elásticos ou resistência manual.

O exercício resistido, quando bem orientado, consiste em estratégia segura

para o sistema cardiovascular e musculoesquelético, promovem aumento da

freqüência cardíaca, PA sistólica e PA diastólica, favorecendo o fluxo coronariano,

aumentando o suprimento de oxigênio ao miocárdio e, consequentemente,

diminuindo os incidentes isquêmicos e arrítmicos. (CÂMARA et al., 2007, p. 249).

O treinamento resistido pode aumentar a força muscular e dar uma melhor

sustentação ao individuo na realização de suas atividades diárias. Há dois tipos de

exercício resistido: o estático e o dinâmico, sendo que o estático é caracterizado por

contrações isométricas em que não há movimento articular, gerando assim, menos

inflamação e pressão intra-articular que outras maneiras de exercício resistido,

porém esse tipo de exercício se realizado de forma sustentada por muito tempo

pode desencadear problemas cardíacos. O exercício dinâmico envolve movimento

articular e realiza alongamentos e encurtamentos da fibra muscular promovendo a

geração de força de maneira mais acentuada. (PÓVOA, 2010).

Recentemente, o estudo realizado por Gomes et al. (2007, p. 82-83) sobre

“Efeito de um programa em circuito com pesos sobre parâmetros cardiovasculares e

Page 34: Thiago Almeida

34

musculares no lúpus eritematoso sistêmico – um estudo de caso” teve como amostra

um individuo do sexo feminino, 58 anos com diagnóstico de LES a cinco anos,

fazendo pulsoterapia endovenosa de glicocorticóide ciclofosfamida de 1 grama,

apresentando os sintomas da doença como artrite reumatóide, fibromialgia,

hipertensão e diminuição da resistência aeróbia e força muscular. O protocolo

realizado deu ênfase ao treinamento com pesos, sendo alternado por segmento sem

intervalo de recuperação, durante o período de doze semanas, três vezes por

semana com duração de 40 minutos de treino dividido em alongamento inicial de

todos os grupos musculares, aquecimento de 15 minutos e sequência dos cinco

exercícios em forma de circuito: flexora em pé unilateral, pulley frente com triângulo,

leg press 45, supino inclinado articulado e abdominal solo. O trabalho em ergômetro

de bicicleta foi utilizado apenas para aquecimento.

Foi realizado um teste ergoespirométrico, utilizando o protocolo 3-5 NEW

escalonado, em esteira ATL Inbrasport, iniciando a 3 Km/h aumentando 0,5 Km/h a

cada 1 minuto, chegando à 5 Km/h incremento de inclinação de 1% a cada 1 minuto,

limitado por cansaço físico diagnosticando o percentual limiar I e II, com o objetivo

de estipular um treino moderado com precisão. A frequência cardíaca e intensidade

do treino foram acompanhadas através do monitor de frequência cardíaca Polar A3

e da Escala de Percepção de Esforço subjetiva.

Os resultados desse estudo mostraram que o pré-teste ergoespirométrico

identificou o limiar I em 115 batimentos por minuto (bpm) e o limiar II em 125 bpm,

apresentando um desempenho fraco com VO2 máximo em 16,8 ml/min/Kg. Já o pós-

teste identificou o limiar I em 151 bpm e o limiar II em 159 bpm, apresentando um

desempenho médio com VO2 máximo em 26,2 ml/min/Kg, mostrando, dessa forma,

que houve uma melhora no VO2 máximo de 9,4 ml/min/Kg o que equivale a

155,95%. Após as doze semanas de treino foi observado um aumento de força de

333,33% no supino inclinado, 400% no leg press 45, 500% no pulley, 300% na

flexora unilateral e 150% no abdominal, mostrando que houve melhora também da

força muscular.

Ayan e Martin (2007) afirmam que os programas musculares de resistência

devem levar em consideração que os pacientes com LES têm menos força

isométrica e atrofia mais elevada da fibra II, assim um programa de treinamento

apropriado da força deve consistir nos exercícios de resistência isométrica de forma

Page 35: Thiago Almeida

35

progressiva, executados três vezes na semana de 2 a 3 séries de 10 contrações

repetidas por um grupo de músculo que usa pesos crescentes, descansando três

minutos entre as séries.

4.3 BENEFÍCIOS E PROPOSTAS PARA A PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO

AERÓBIO NO LES

O exercício aeróbio programado e realizado de maneira contínua e

progressiva leva ao aumento do aporte de oxigênio e de substratos energéticos para

os músculos em atividade. Esta capacidade de suprir a demanda do oxigênio é

determinada pelo aumento do fluxo sanguíneo, pela quantidade de oxigênio que o

sangue pode transportar por litro e pela capacidade dos tecidos em captar

substratos, por meio de recrutamento de capilares, o que traz benefícios aos

sistemas corporais. (PÓVOA, 2010).

Carvalho et al. (2005, p. 838) afirmam que há poucos estudos na literatura

que avalia os efeitos do exercício em pacientes com LES que não demonstraram

nenhuma melhora significativa na capacidade aeróbia, na qualidade de vida e na

fadiga como demonstram Strombeck e Jacobsson (2007, p. 198) ao relatarem que o

exercício aeróbio supervisionado possui efeito benéfico na capacidade física e na

redução da fadiga e depressão no portador de LES. Esses autores realizaram uma

busca na Medline, através da PubMed, sobre os efeitos do exercício aeróbio na

reabilitação dos adultos com LES no período de junho de 2006, sendo encontrado

seis artigos relacionados a busca, chegando a conclusão de que a intensidade, a

freqüência e a duração de programas do exercício devem ser igual àqueles

recomendados a outros grupos na comunidade, tendo como efeitos positivos

melhora da capacidade aeróbia, fadiga, tolerância ao exercício.

Para Carvalho (2004, p. 103) o exercício físico provoca melhoria na

capacidade aeróbia, tanto pelo aumento no débito cardíaco quanto pelo

aprimoramento na habilidade dos tecidos para extração do oxigênio do sangue. Já

Peres, Tedde e Lamari (2006, p. 144) afirmam que o exercício tem efeito positivo na

redução da fadiga porque o índice de fadiga pode estar relacionado à falta de

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36

condição física, depressão, má qualidade do sono, atividade da doença, associação

com fibromialgia ou a associação dos cinco. O estudo de Raposo et al. (2009, p. 28-

29) mostrou que a depressão e o exercício físico são duas variáveis que apresentam

uma relação inversa, quando uma das variáveis aumenta a outra tende a diminuir

significativamente. Assim, a depressão é, em média, superior nos indivíduos que

não atingem os níveis de exercício físico recomendado em relação aos que atingem

os níveis recomendados, podendo, dessa forma, a prática de exercício físico ser um

caráter positivo na prevenção ou redução da depressão.

Ayan e Martin (2007) são mais específicos em suas afirmações, ao

mencionarem que o exercício regular de no mínimo 40 minutos de atividade aeróbia,

quatro vezes por semana é eficaz na melhora da perda mineral da densidade do

osso. Com relação aos distúrbios do sono, estes autores mencionam que níveis

baixos na participação de exercícios estão associados com a qualidade mais pobre

do sono, o qual é relatado em portadores de LES. Nos pacientes com fadiga, um

programa de circuito aeróbio reduz significativamente o nível de fadiga e em relação

à qualidade de vida, esta afeta aspectos da saúde em uma idade mais adiantada no

portador de LES o que seria uma boa razão para a prática de exercício físico, com o

objetivo de reduzir o nível de inabilidade e melhorar a saúde.

Em relação a essa questão, há relatos dando conta de que quase todos os

portadores de LES relatam a fadiga excessiva como o maior problema limitador de

sua qualidade de vida e aptidão física. A fadiga é causada por atenuada capacidade

do metabolismo oxidativo para o abastecimento energético durante a atividade

física, o que, por sua vez, reduz a capacidade aeróbia. (PERES; TEDDE; LAMARI,

2006, p. 143).

A fadiga muscular pode ser definida como sendo a incapacidade do músculo para manter uma determinada potência, ou uma deficiência em sustentar um nível particular de desempenho durante um exercício físico. (SANTOS; DEZAN; SARRAF, 2003, p. 8).

Tench (2003) realizou um estudo randomizado sobre a fadiga no LES, através

de um programa de doze semanas de exercício aeróbio. Todos os participantes

foram instruídos a exercitar-se em casa pelo menos três vezes na semana, durante

30 a 50 minutos, em uma frequência cardíaca correspondente a 60% do consumo

máximo do oxigênio. O exercício principal era realizar caminhada, mas os

participantes também foram incentivados a nadar e praticar ciclismo, sendo vistos a

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37

cada duas semanas para uma sessão supervisionada do exercício. Após as doze

semanas de exercício houve uma melhora significativa da fadiga.

Durante a realização de exercício físico, ocorre liberação da b-endorfina e da

dopamina pelo organismo, proporcionando um efeito tranqüilizante e analgésico no

praticante regular, que frequentemente se beneficia de um efeito relaxante pós-

esforço e, em geral, consegue manter-se um estado de equilíbrio psicossocial mais

estável frente às ameaças ao meio externo. O exercício leva o individuo a uma maior

participação social, resultando em um bom nível de bem-estar, fatores esses que

contribuem para a melhora da qualidade de vida. (CHEIK et al., 2003, p. 48).

Na mesma direção de alguns estudos citados, o de Carvalho et al. (2005, p.

838) investigou mulheres com LES a fim de evidenciar se o exercício cardiovascular

supervisionado promove melhoria na tolerância ao exercício, na capacidade aeróbia,

na fadiga, na depressão e na qualidade de vida. Os pacientes que concordaram em

participar do estudo foram divididos em dois grupos: um grupo controle que não

participava do treinamento e um grupo de treinamento que participava de um

programa de formação supervisionado por 12 semanas consecutivas, três vezes na

semana durante 60 minutos, sendo 10 minutos de aquecimento, 40 minutos de

caminhada e 10 minutos de desaceleração, com o objetivo de voltar à calma.

As variáveis estudadas foram realizadas através do inventário de depressão

de Beck para avaliar a depressão, do questionário de avaliação da saúde (HAQ)

para avaliar a capacidade funcional, da escala analógica visual para avaliar a dor e

do formulário SF-36 para avaliar a qualidade de vida. Como resultado os autores

obtiveram melhora significativa da capacidade aeróbia e da depressão e nenhuma

melhora significativa da dor no grupo do treinamento e no grupo controle nenhuma

diferença significativa. Concluindo que um programa supervisionado do exercício

melhora a capacidade aeróbia, capacidade funcional, tolerância ao exercício, pulso

de oxigênio, fadiga, depressão e qualidade de vida nos portadores de LES.

Como os estudos citados abordam a capacidade aeróbia, é importante sua

definição para melhor compreensão do assunto abordado. Esta é definida como a

capacidade do organismo em se adaptar a esforços físicos moderados, envolvendo

a participação de grandes grupos musculares, por períodos de tempo relativamente

longos, ou seja, é a maior quantidade de oxigênio que pode ser consumida pelo

organismo durante o esforço físico. Requer participação bastante significativa dos

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sistemas cardiovascular e respiratório para atender à demanda de oxigênio e manter

de forma eficiente os esforços físicos dos músculos. (PITANGA, 2004, p. 101 apud

GUEDES E GUEDES, 1995; WHALEY et al., 1995). Como no LES esses sistemas

também vão estar afetados, o portador de LES terá uma limitação da capacidade

aeróbica e assim mais probabilidade a fadigar.

O estudo de Bostrom et al. (2008) foi realizado convidando as mulheres

portadoras de LES a participar de um programa de atividade física por um ano. Para

avaliar a capacidade aeróbia cada paciente realizou o teste do ergômetro bicicleta,

60 voltas por minuto, começando em 30 w e aumentando pelo eletrocardiograma de

10 w/minuto e o esforço foi avaliado de acordo com a Escala de Borg, tendo como

resultado valores baixos de VO2 máximo, o que poderia estar relacionado com a

doença ou com o baixo percentual de atividade física no grupo do estudo.

Para Ayan e Martin (2007) um programa de exercício aeróbio para o portador

de LES consiste em caminhar numa intensidade de 70% da freqüência cardíaca

máxima, três vezes na semana, iniciando com 25 minutos de atividade na primeira

semana e elevando a 40 minutos até a terceira semana, esta forma facilita o

aprimoramento da capacidade aeróbia, buscando também o objetivo da redução da

fadiga sem danos ao paciente. A natação e a bicicleta, numa intensidade entre 70-

80% da freqüência cardíaca máxima durante 30-50 minutos, três vezes na semana

também podem ser eficazes. Apesar dos sinais do LES como redução da

capacidade de exercício, observado através do ponto inicial anaeróbico mais baixo,

da freqüência cardíaca máxima reduzida e da capacidade aeróbia geralmente

reduzida estes portadores podem melhorar sua capacidade aeróbia em até 19%, a

tolerância do exercício e a duração do exercício em até 18% após um programa de

exercício aeróbio.

Para Póvoa (2010) é importante que o exercício aeróbio e resistido seja

realizado de maneira adaptada às limitações da dor, cansaço ou de amplitude de

movimento. Essa afirmação advém de resposta a questionamentos acerca dos

impactos e dos prováveis riscos que o exercício poderia causar aos pacientes.

Diante do mencionado, pôde ser observado que tanto a prática de exercício

resistido quanto a prática de exercício aeróbio é relevante no portador de LES,

gerando alguns benefícios como a melhora da capacidade aeróbia, redução da

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39

fadiga, melhora da depressão e, consequentemente, melhora da qualidade de vida,

o que no percurso da doença poderão estar afetados.

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40

5 METODOLOGIA

Uma pesquisa é sempre um relato de longa viagem empreendida por um

sujeito cujo olhar vasculha lugares muitas vezes visitados. Nada de absolutamente

original, mas um modo diferente de olhar e pensar determinada realidade a partir de

uma experiência e de uma apropriação do conhecimento que são bastante pessoais.

(DUARTE, 2002).

No intuito de alcançar os objetivos previstos nesta pesquisa, o estudo é

caracterizado como uma revisão bibliográfica, uma vez que para Polit, Beck e

Hungler (2004) consiste num resumo crítico de pesquisa sobre tópico de interesse,

geralmente preparado para colocar um problema de pesquisa num contexto, ou para

identificar as falhas em estudos anteriores de modo a justificar uma nova

investigação.

Trata-se de uma abordagem qualitativa e, segundo Silva e Menezes (2001),

essa abordagem é caracterizada por uma interpretação dos fenômenos e atribuição

de significados básicos, não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas, o

ambiente natural é a fonte direta para coleta de dados, o pesquisador é o

instrumento-chave, o pesquisador tende a analisar seus dados indutivamente e o

processo e seu significado são os focos principais de abordagem.

Para Turato (2000, p. 94) a pesquisa qualitativa é multimetodológica quanto

ao foco, envolvendo uma abordagem interpretativa e naturalística para o assunto.

Isto significa que os pesquisadores qualitativos estudam as coisas no seu stting

natural, tentando dar sentido ou interpretar fenômenos em termos dos significados

que as pessoas lhes traz.

Com a implementação desta monografia foram analisados e discutidos os

efeitos da atividade física sobre os indicadores de saúde em portador de LES,

através de pesquisas nas bases de dados Scielo, Lilacs, Medline e Highwire, tendo

como critérios o ano de publicação, definido entre 2000 a 2010 e o idioma em

português e inglês, além de fontes secundárias como livros.

Os descritores utilizados no Scielo, Lilacs e Medline foram: lúpus eritematoso

sistêmico; lúpus eritematoso sistêmico AND atividade física; lúpus eritematoso

sistêmico AND exercício resistido; lúpus eritematoso sistêmico AND qualidade de

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vida; lúpus eritematoso sistêmico AND depressão; lúpus eritematoso sistêmico AND

fadiga, assim como também systemic lupus erythematosus; systemic lupus

erythematosus AND physical activity; systemic lupus erythematosus AND resistance

exercise; systemic lupus erythematosus AND quality of life; systemic lupus

erythematosus AND depression; systemic lupus erythematosus AND fatigue. As

buscas foram feitas tanto pelas palavras encontradas nos títulos quanto nos

resumos dos artigos.

Para uma melhor organização do processo de coleta de dados o estudo foi

dividido em três etapas:

Na primeira etapa foi realizada a leitura e interpretação do material

encontrado, observando as opiniões dos autores sobre o assunto;

Na segunda etapa foi realizada a sistematização do conteúdo lido e

interpretado, elaborando uma ligação das opiniões, concordâncias e

controvérsias entre os autores, como também entre o pesquisador e os

autores;

Todas as buscas foram realizadas durante o período de setembro de 2009 a

julho de 2010.

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42

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A prática da atividade física vem se tornando cada vez mais comum em

pessoas de todas as idades, não só pela busca do corpo perfeito, mas também pela

melhora da saúde e qualidade de vida. Seus benefícios são bem conhecidos, entre

eles estão à redução da depressão e ansiedade, mantém o funcionamento do

sistema musculoesquelético, promove o bem-estar físico e mental e controla os

níveis pressóricos.

Ficou evidenciado que a atividade física é eficaz no tratamento não

farmacológico do portador de LES, podendo este se beneficiar tanto pela prática de

exercício resistido quanto pelo aeróbio. Vale ressaltar que estes portadores

possuem atrofia da fibra do tipo II e menos força isométrica, o que, por sua vez, irá

influenciar no tipo de treinamento, devendo ser trabalhada também a força

isométrica. Assim, os benefícios da atividade física nos indicadores de saúde em

portador de LES são evidentes, já que com a prática de exercício físico ocorre

melhora da capacidade aeróbia, redução da fadiga e melhora da depressão.

O treinamento para portadores de LES deve ser elaborado de forma

sistematizada, combinando o exercício aeróbio com o resistido, sendo que o

treinamento aeróbio deve ser feito no mínimo três vezes na semana com o tempo de

30 a 50 minutos de caminhada, bicicleta ou natação e o treinamento resistido pode

ser feito alternado por segmento em forma de circuito, três vezes por semana com a

duração de 40 minutos ou utilizando um trabalho de resistência isométrica três vezes

na semana de 2 a 3 séries de 10 contrações por grupo muscular com intervalo de 3

minutos entre as séries.

Alguns autores apontam que ainda não existem evidências que comprove

qual o tipo de exercício proporcionará o melhor resultado, porém a prescrição do

exercício deve ser de forma individual e supervisionada, levando em consideração

as limitações de cada pessoa.

Diante do exposto, esta pesquisa apresenta limitações causadas pela

dificuldade do recolhimento de material sobre o tema, principalmente na língua

portuguesa. Portanto, é importante a continuação deste estudo como também a

realização de outras pesquisas a cerca do tema, a fim de obter novos resultados.

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ANEXOS

Anexo A – Lúpus discóide: placas hiperpigmentadas e lesões cicatriciais

Anexo B – Lúpus eritematoso sistêmico

Anexo C – Artrite dos dedos

Anexo D – Lesão em vespertílio ou “asa de borboleta”

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Anexo A- Lúpus discóide: placas hiperpigmentadas e lesões cicatriciais

Fonte: RIBEIRO, L. H. et al. Atualizações no tratamento do lúpus eritematoso cutâneo. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 48, n. 5, set./out., 2008. Não paginado.

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Anexo B – Lúpus eritematoso sistêmico

Fonte: http://4.bp.blogspot.com

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Anexo C – Artrite dos dedos

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Artralgia.

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Anexo D – Lesão em vespertílio ou “asa de borboleta”

Fonte: http://lucianefigueira.files.wordpress.com/2009/05/lupus1.jpg.