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IndiceIndice .................................................................................................................... 1 1.1 Problema e Justificao do tema....................................................................3 1.2 Objectivos .................................................................................................... 4 1.2.3 Geral ...................................................................................................... 4 1.2.4 Especifico................................................................................................4 2.0 LOCALIZAO DAS INSTALAES.....................................................................5 2.1 Descrio e justificao da escolha do local..................................................5 3.0 REVISO BIBLIOGRFICA .................................................................................6 3.1 Reflorestamento no mundo ..........................................................................6 3.2 Produo de carvo em Moambique ...........................................................6 3.3 Objectivos do reflorestamento ......................................................................7 3.4 Descrio da espcie....................................................................................8 O eucalipto uma das melhores opes para a produo de carvo vegetal, devido rusticidade, produtividade e s caractersticas da madeira. Os reflorestamentos de eucalipto, bem planejados e manejados, produzem rvores de tronco recto, bastante uniformes e madeira com massa especfica adequada para a obteno de carvo de boa qualidade (PINHEIRO et all, 2006)..................9 4.1 Implantao Florestal...................................................................................9 4.2 Produo de Mudas......................................................................................9 4.3 Plantio........................................................................................................... 9 4.4 Preparo do terreno........................................................................................9 4.5 Espaamento e plantio................................................................................10 4.6 Tratos Culturais...........................................................................................10 4.7 Limpeza......................................................................................................10 4.8 Replantio.....................................................................................................10 4.9 Tratos Silviculturais....................................................................................11 4.10 Controlo aos incndios Florestais..............................................................11 4.11 Explorao Florestal ................................................................................11 4.12 Idade de corte..........................................................................................11 4.13 Maneio da Brotao...................................................................................11 4.14 Limpeza das Cepas ..................................................................................12 4.15 Desbrota das cepas...................................................................................12 5.1 Construo do forno ...................................................................................13

Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal5.3 Processo de carbonizao...........................................................................14 5.3 Controle da carbonizao...........................................................................14 5.4 Controle de qualidade................................................................................15 5.5 Resfriamento...............................................................................................15 5.6 Descarregamento do forno..........................................................................15 5.7 Transporte de carvo .................................................................................15 5.8 Segurana e Higiene de trabalho................................................................15 6.0 CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES ..................................................................17 7.0 PLANO FINANCEIRO........................................................................................17 8.0 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS.......................................................................20

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal 1.0 INTRODUO A busca por um melhor aproveitamento da biomassa florestal tem aumentado dia aps dia, decorrente de questes econmicas, sociais, ambientais, e climticas que ameaam a qualidade de vida na Terra. Para Scarpinella (2002), as ameaas climticas so causadas pelo aumento da concentrao de gases como o dixido de carbono (CO2), metano (CH4) e xido nitroso (N2O) na atmosfera, liberados em actividades como a carbonizao da biomassa vegetal. As florestas possuem um importante papel na retirada de CO2 da atmosfera e na sua fixao na superfcie do planeta contribuindo para a qualidade de vida terrestre. No entanto, as florestas plantadas, na sua grande maioria, como no caso da monocultura do eucalipto, sero cortadas. Com isso, deve-se considerar o fim que ser dado para a madeira (Jacovine et al., 2008), como por exemplo, para produo de carvo vegetal. Com todo esse comrcio, a actividade carvoeira se tornou para os pequenos produtores, uma oportunidade de complementao de renda, tornando a preocupao com a subsistncia geralmente prioritria em relao s questes ambientais (Silva, 2006).

1.1 Problema e Justificao do tema O sector de produo dos combustveis lenhoso constitui a principal fora motora de devastao das florestas nativas volta das regies de maior concentrao populacional. Estima-se que a taxa de desflorestamento do territrio nacional em 18 anos (1972-1990) foi de 4,27%. Este desflorestamento crescente medida que se caminha do Norte ao Sul do Pas atingindo nveis particularmente alarmantes na provncia de Maputo com cerca de 20%. Nesta regio, o desequilbrio da relao procura e a oferta de carvo ou lenha tem vindo a aumentar devido ao agravamento dos factores scio-econmicos e do ecossistema (BRITO, 1990). Um dos factores mais importantes que contribui significativamente para o desflorestamento a produo do carvo vegetal por mtodos tradicionais em fornos de baixa eficincia sem obedecer a nenhum programa de maneio florestal, como tambm o uso das espcies nativas. A relao entre a procura e oferta de carvo tem vindo a aumentar devido o agravamento dos factores scio-econmicos da maioria desta populao.

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal Os maiores consumidores de carvo a nvel das provncias de Manica e Sofala so as cidades de Chimoio e Beira com um consumo anual de 600 000 e 700 000 toneladas (SPFFB (2003). Estudo realizado pelo SPFFB (2003), de Sofala e Manica refere que os consumidores locais preferem o carvo por ser mais barato comparativamente a outros fontes de energia. A presso dos recursos florestais na produo de carvo um dos factores que contribui de forma significativa para a mudana de cobertura Florestal. Visto que as espcies nativas esto em via de extino devido as prticas florestais insustentveis como a produo de carvo vegetal, achou-se necessrio fazer o reflorestamento com as espcies de rpido crescimento como o caso de Eucalyptus saligna, de forma a incentivar o uso destas espcies, de forma a diminuir a presso que tem se verificado sobre as espcies nativas. 1.2 Objectivos 1.2.3 Geral Estabelecer uma plantao de Eucalipto para produo de carvo vegetal 1.2.4 Especifico Produzir 7 ha de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal;

Reduzir os impactos provocados pela explorao florestal nas espcies nativas para produo de carvo vegetal;

Incentivar a comunidade a fazer a produo e o uso das espcies exticas na produo de carvo vegetal;

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal 2.0 LOCALIZAO DAS INSTALAES

As instalaes do projecto estaro localizadas na provncia de Manica no distrito do mesmo nome, no Posto Administrativo de Messica. Este distrito, localiza-se na Provncia de Manica, tem limite ao norte com distrito de Bru, a oeste com a Repblica do Zimbabwe, a sul com distrito de Sussundenga e a leste com o distrito de Gondola. 2.1 Descrio e justificao da escolha do local O distrito de Manica concretamente no posto Administrativo de Messica, possui um clima tropical de altitude com duas estaes bem marcadas o vero o inverno, onde os meses mais chuvosos vo de Outubro ao Maro. Possui solos ereno-argilosos e o relevo de 200 e 1000m. revestida de florestas abertas de miombo (MAE, 2005). O Posto Administrativo de Messica possui condies Suficientes para estabelecimento de uma plantao de eucalipto tais como: Condies climticas favorveis para a produo da espcie, caracterizando-se por temperaturas mdias anuais entre 21-30C, precipitao mdia anual de 800-1800mm e solos da classe fino-areno-argiloso. A existncia de reas suficientes para o estabelecimento da floresta, disponibilidade de mo-de-obra na regio e boas vias de acesso podero facilitar o escoamento de produto at aos diferentes consumidores.

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3.0 REVISO BIBLIOGRFICA 3.1 Reflorestamento no mundo De acordo com Adlard (1993), actualmente, todos os pases reconhecem a imperiosa necessidade de reflorestar. O mesmo autor enfatiza que preciso reflorestar a terra, justificando que na Europa, o desflorestamento atingiu seu pico mximo na metade do sculo passado, deixando a maioria dos pases com uma cobertura florestal apenas de 15%. Nos Estados Unidos da Amrica do Norte, a cobertura florestal alcana, em mdia, 30% das terras; entretanto, a destruio das florestas primitivas tornou-se uma questo candente e controvertida, visto que com excepo do Alasca, a superfcie das florestas nativas intocadas foi reduzida a apenas a 1% da territrio. As maiorias das naes industrializadas foram capazes de recuperar a perda de seus recursos florestais atravs do reflorestamento. Amplas reas foram reflorestadas para proteger as bacias hidrogrficas, para recuperar reas degradadas, para expandir ambientes de recreao e, principalmente, para aumentar a produo de madeira para fins industriais. Actualmente, a rea coberta por florestas, na Europa, voltou a abranger 23% do territrio. O Japo possui cerca de 65% de suas terras cobertas principalmente com florestas plantadas e foi capaz de reconstituir florestas em todas as reas onde possvel a sua existncia. Nos trpicos, a necessidade de se implantar florestas premente. O desmatamento tem alcanado 30 hectares por minuto, acarretando danos ecolgicos e sociais e o esgotamento do maior banco gentico da terra. Na regio tropical, o consumo de lenha previsto para o ano 2000 gira ao redor de 1,5 bilhes de metros cbicos, sendo que uma grande proporo desta madeira poder ser suprida pelas plantaes florestais, atendendo s necessidades das populaes locais. 3.2 Produo de carvo em Moambique Moambique um pas fortemente dependente da lenha e do carvo vegetal para satisfao das necessidades energticas domsticas. Cerca de 7% da populao tem acesso electricidade o restante usa lenha, carvo, gasolina e gs. Toda a populao rural e cerca de 85% da populao urbana, depende exclusivamente da biomassa lenhosa como fonte de energia domstica. OElaborado por : Bulaitone Zivale 4 ano Engenharia Florestal Page 6

Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal interesse pela utilizao de novas espcies de madeira para produo de energia e carvo vegetal vem aumentando significativamente em decorrncia da necessidade da busca de melhores rendimentos de produo e melhores propriedades da madeira destinada a esses fins (MINAG, 2011). A descoberta do carvo vegetal e seu uso como combustvel atribuda ao homem primitivo, que ao utilizar a madeira queimada de aspecto preto e frivel nas cavernas, percebeu que esta no produzia chama nem fumaa e gerava calor de forma mais intensa que aquele produzido pela queima directa da madeira. Iniciava-se assim a produo do carvo vegetal (FAO, 1983). Conforme o inventrio florestal nacional de 2007, a principal causa do desmatamento no pas a presso humana que provoca as queimadas das reas florestais para abrir reas de cultivo, colecta de lenha e produo de carvo. O ndice de desmatamento anual no pas de 219.000 hectares/ano, equivalente a uma mudana de 0,58% ao ano, (DNTF, 2002). 3.3 Objectivos do reflorestamento Um reflorestamento, alm dos benefcios econmico-financeiros (madeira, leos, celulose, ltex, resinas, lenha, carvo), produz outros considerados de ordem geral, porm no menos importantes: Controle eroso Um povoamento florestal pode contribuir para o controle da eroso elica e hdrica. No caso da eroso elica, esta ocorre principalmente nas regies de solos arenosos, onde os ventos passam com alta velocidade, em topos de morros descobertos e em reas litorneas. As rvores podero recobrir a rea ou ter a funo de quebra-ventos. Enriquecimento das camadas superficiais do solo As razes profundas das rvores buscam os nutrientes no sub-solo, depositando-os na superfcie quando da queda de folhas, ramos, galhos, flores, frutos, cascas e morte de indivduos, num processo denominado ciclagem de nutrientes. Proteco da flora e fauna As matas servem de refgio e local de alimentao a muitas espcies de animais. Algumas so exclusivamente arborcolas, como a preguia e muitas espcies de macacos, no sobrevivendo

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal em outras condies. Espcies vegetais, como muitas orqudeas, tm seu habitat nas copas de grandes rvores. Influncias sobre o clima O ambiente no interior das florestas e prximo a elas geralmente mais ameno do que nas reas descobertas, devido maior Humidade provocada pela alta transpirao, e diminuio dos extremos de temperatura. Entre o dia e a noite as variaes do clima so menores nas reas florestadas. Turismo e recreao Em pases mais desenvolvidos os parques nacionais, que so reservas de reas virgens destinadas ao lazer, tem infra-estrutura para atender populao, que deseja se recuperar do desgaste da vida urbana, atravs dos passeios, pesca, caa, acampamentos. 3.4 Descrio da espcie Nome vulgar: Eucalyptus

Variedade: saligna Compasso inicial: 3.0x2.0m Ciclo de espcie: 8-10 anos Quantidade de plantas: 16.666

Segundo Longman (1993) o Eucalyptus saligna uma rvore originria da Austrlia (15S at 38S), uma espcie que apresenta com muita frequncia troncos rectilneos, resistentes as pragas devido ao seu cheiro caracterstico, atinge alturas de 35 a 55 m e DAP entre 120 a 150 cm. O Eucalyptus saligna necessita de uma temperatura mdia anual de 28- 300C, precipitao mdia anual de 800 a 1200mm durante o ano, solos areno-argilosos, climas hmidos E com temperaturas, entre 28-30C.

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal O eucalipto uma das melhores opes para a produo de carvo vegetal, devido rusticidade, produtividade e s caractersticas da madeira. Os reflorestamentos de eucalipto, bem planejados e manejados, produzem rvores de tronco recto, bastante uniformes e madeira com massa especfica adequada para a obteno de carvo de boa qualidade (PINHEIRO et all, 2006). Com base os estudos feitos por Silva (1992), mostram que a espcie do Eucalyptus saligna, uma espcie que teve maior crescimento em DAP foi a espcie que teve bom rendimento produtivo de carvo vegetal produzido num forno do tipo Rabo Quente . 4.0 DESCRIO DO PROCESSO PRODUTIVO 4.1 Implantao Florestal Entende-se por "implantao", o conjunto de operaes que vai do preparo do solo at o momento no qual o povoamento possa se desenvolver sozinho, ficando o restante da rotao por conta das operaes de maneio e proteco florestal. (Balloni & Simes, 1979). Para as actividades de estabelecimento da plantao o projecto, incluiro a compra de mudas e contratao de servios de preparao do solo que incluir a construo de estradas e aceiros, como tambm determinao do espaamento que ser de 3.0x2.0m e plantio. 4.2 Produo de Mudas Para o estabelecimento da plantao o projecto ir adquirir 12.000 mudas de Eucalyptus saligna a um produtor de mudas o Sr. Magura, para plantar numa rea de 7ha. 4.3 Plantio Ser necessria a adopo de um conjunto de medidas silviculturas, como, por exemplo, a poca do plantio (Dezembro ate Janeiro), preparo do solo (Agosto Novembro ) e tratos culturais destinados a favorecer o crescimento inicial das plantas em campo. 4.4 Preparo do terreno O preparo do terreno est relacionado com as caractersticas da rea onde ser realizado o plantio. O preparo do solo para o plantio deve ser feito de maneira a propiciar maior disponibilidade de gua para a cultura, visto que o regime hdrico do solo um factor essencial para o crescimento da maioria das espcies de eucalipto.

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal O projecto ir contratar servios de preparao de terreno do Sr. Chihururu, para fazer as actividades de seguinte ordem:

Construo de estradas e aceiros Desmatamento e aproveitamento da madeira Queima das leiras Combate formiga Revolvimento do solo Sulcamento e/ou coveamento

4.5 Espaamento e plantio Visando a produo de carvo vegetal sero utilizados os espaamentos de 3,0 x 2,0m (1.666 rvores/ha). A rea de plantio Ser demarcada no momento de preparao de terreno e o plantio. Ser feito com o auxlio da enxada, para as mudas embaladas em sacos plsticos, as mudas devero ser colocadas a prumo nas covas fazendo-se um coroamento ao seu redor, no nvel da superfcie do solo. 4.6 Tratos Culturais De acordo com Balloni & Simes (1979), algumas espcies, como os eucaliptos, so sensveis em sua fase inicial, s plantas daninhas, necessitando de tratos culturais at o estabelecimento da cultura, que varia com a espcie, regio, condies de solo, espaamento e tratos oferecidos s plantas. Entretanto, em mdia, para o eucalipto a formao se d aos 1 a 2 anos . O povoamento pode ser considerado formado a partir do momento que passa a suplantar a concorrncia com outra vegetao. 4.7 Limpeza A limpeza do campo ser realizada at que as plantas atinjam um porte suficiente para dominar a vegetao invasora e so feitas atravs de mtodo de limpeza manual: atravs das capinas nas entrelinhas ou de coroamento e por roadas na entrelinha. 4.8 Replantio O replantio dever ser realizado num perodo de 30 dias aps o plantio, quando a sobrevivncia deste for inferior a 90%.

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal 4.9 Tratos Silviculturais

Tratamentos silviculturais so intervenes florestais destinadas a manter ou melhorar o valor silvicultural da floresta (Louman et al, 2001). Segundo o mesmo autor os tratamentos silviculturais so aplicados de acordo com as caractersticas do povoamento e para cada caso requer-se informao especfica como por exemplo: o nvel de competio, as espcies pelas quais pretende-se favorecer, a faixa etria que se pretende aplicar o tratamento, o tratamento mais adequado e os procedimentos necessrios para sua aplicao. 4.10 Controlo aos incndios Florestais O fogo na floresta causa a perda de madeiras de valor que poderiam ser aproveitadas em colheitas futuras. Os aceiros e caminhos sero sempre mantidos limpos em todos os momentos em que aproximamos as pocas das queimadas. Para alm de manuteno de aceiro sero construdos torres de vigilncia para evitar de qualquer forma a entrada de incndio na floresta. 4.11 Explorao Florestal Entende-se por Explorao Florestal o conjunto de trabalhos e o consequente transporte (Louman et al, 2001). No presente projectos, far-se- o Inventrio Florestal de Pr-explorao Florestal, mensurando todos os indivduos existentes na rea demarcada para obter os dados de floresta e estimar a sua produtividade. 4.12 Idade de corte A conduo dos talhes de eucalipto para a produo de carvo ser realizada para corte a partir do 6 ano. 4.13 Maneio da Brotao Segundo Balloni & Simes (1979), Eucalyptus saligna, E. urophylla e E. citriodora brotam bem deixando-se as cepas de 5 cm de altura, em qualquer poca do ano que tenha sido aplicado o corte raso na colheita. executados para a colheita da

madeira, compreendendo o corte ou a derrubada, a extraco, o descascamento, o carregamento

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal As operaes de capina e roada tambm devem ser executadas sempre que a ocorrncia de invasoras puder ocasionar abafamento das cepas ou da brotao ou mesmo competir com seu desenvolvimento. Como as cepas podem apresentar inmeros brotos necessrio efectuar a desbrota, que consiste em remover o excesso de brotao, normalmente dez a doze meses aps o corte raso, deixando os dois ou trs melhores brotos, cujo critrio de avaliao deve ser pelo desenvolvimento, pelo estado fitossanitrio e pela disposio aproximadamente distribuda na toua. 4.14 Limpeza das Cepas Aps os cortes ir se seguir o processo de maneio das brotaes para garantir a continuidade da colheita futura. Esta actividade consistir em limpar ao redor das cepas de eucalipto, retirandose a galhada, folhas, cascas, evitando o abafamento da brotao. Devera-se evitar que a madeira cortada seja empilhada sobre as cepas. No dever ser utilizado o fogo para limpeza da rea, pois este inimigo das brotaes do eucalipto. 4.15 Desbrota das cepas Quando os brotos apresentarem 2,5 a 3 m de altura ou seja, aps 10 a 12 meses do corte das rvores, efectuar-se- desbrota. Isso devera ser feito no perodo quente e chuvoso, para garantir o crescimento da brotao. Conforme o tamanho da cepa, deixa-se a seguinte quantidade de brotos: cepas menores que 8 cm: apenas um broto. Cepas maiores que 8 cm: de 2 a 3 brotos.

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5.0 PROCESSAMENTO DE CARVO O processo de produo de carvo vegetal predominante constitudo por fornos de alvenaria e argila, em muitos casos construdos com tijolos de barro fabricados no local onde sero montadas as carvoarias, o que torna seu custo muito baixo (PINHEIRO et. al, 2006). De acordo com Guimares (1982), para o funcionamento do processo de carbonizao com fornos de alvenaria tipo rabo quente deve se seguir as seguintes fases: (Fase de secagem, fase de arrefecimento, Controle da carbonizao) Segundo Colombo et. al, (2006), os fornos do tipo rabo quente realizam um ciclo a cada seis ou sete dias, podendo chegar a dez dias se a humidade da lenha for elevada, cujo perodo se divide em duas partes: Acendimento do forno e controle da entrada de ar, quando ocorre efectivamente a carbonizao. A carbonizao, que pode durar em mdia trs dias. Os fornos sero completamente

vedado com argila e deixados em resfriamento at atingir temperaturas internas em torno de 40oC a 50oC, quando ento ser possvel a descarga dos fornos sem risco de ignio do carvo ao entrar em contacto com o ar. 5.1 Construo do forno Nos fornos do processo de carbonizao em fornos de alvenaria tipo rabo quente , o ciclo de produo inicia-se aps a construo do forno, onde sero utilizados aproximadamente 3.000 tijolos assentados com uma massa preparada com gua e de terra argilosa encontrada em abundncia naquela regio e ainda uma cinta de ao com aproximadamente 12 metros de comprimento, 4 centmetros de largura e uma polegada de espessura envolvendo a parte externa do forno cuja funo dar sustentao s paredes.Elaborado por : Bulaitone Zivale 4 ano Engenharia Florestal Page 13

Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal Cada forno, se bem construdo e adequadamente operado, tem uma vida til de dois anos. As etapas que sero seguidas na construo do forno so: Aquisio da matria-prima: a lenha oriunda de reflorestamento prprio. Preparao da matria-prima: esta etapa utilizar-se- a mo-de-obra de duas pessoas para a produo de doze fornos, e consiste no corte das toras que podem variar de tamanho entre 1,00 e 1,40 m de comprimento, conforme a disposio da carga dentro do forno e poder se basear, principalmente, na experincia do responsvel pelo enfornamento, comummente chamado de formeiro ou queimador; 5.3 Processo de carbonizao Segundo Oliveir et all (1982), para o processo de carbonizao so seguidas as seguintes etapas: Durante o processo de acendimento do forno todos os orifcios permanecero abertos

por cerca de duas horas, quando apenas a chamin ser lacrada permanecendo abertas as baianas orifcios abertos na cpula do forno para permitir o controlo de entrada de ar e sada de fumaa, por cerca de 5-6 horas. Os suspiros - canais construdos nas laterais do forno com a mesma funo das baianas, permaneceram abertos por cerca de 40-80 horas, dependendo da humidade da lenha ou at que uma fumaa azulada se manifeste, quando ento tudo lacrado, iniciando-se, assim, o processo de esfriamento do forno, que poder durar at quatro dias, sendo que esta etapa se conclui a partir da percepo de uma temperatura suportvel ao ser humano; Desenfornamento, ensacamento e despacho: a porta, as baianas e a chamin so abertos, permitindo a entrada de luz tornando possvel o trabalho dos formeiros no processo de desenfornamento e ensacamento do carvo vegetal. Aps o ensacamento faz-se a costura das bordas da embalagem. 5.3 Controle da carbonizao Segundo Netto (1980), neste modelo de produo do carvo vegetal o controles do processo de carbonizao, tais como controle da temperatura, determinao do perfil trmico, rendimentos (volumtricos e gravimtricos), controle de qualidade da lenha (humidade e densidade) e controle da qualidade do carvo vegetal (densidades, anlise qumica imediata e poder calorfico) so feitas de forma emprica, dependendo, principalmente, da experincia do

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal carvoeiro. O carvoeiro poder fazer as seguintes observaes para fazer o controlo de carbonizao: Cor e cheiro da fumaa; Volume da fumaa; Temperatura do forno. O tempo de carbonizao, ser determinado pela colorao da fumaa que sai dos orifcios do forno e se constitui no sinal para que seja executada na actividade de fech-lo ou abri-lo. 5.4 Controle de qualidade Segundo Netto (1980), quando se fala em carvo vegetal deve-se considerar suas propriedades e consequentemente, a necessidade de controlo da qualidade do produto. Os factores que influenciam na qualidade do carvo vegetal so a espcie da madeira, dimenso das madeiras e mtodo de carbonizao. Contudo a empresa ir considerar como carvo de alta qualidade aquele que possuir alto contedo de carbono fixo (> 75%), pouco material voltil (< 30%) e alto poder calorfico, o que significa produo em temperaturas altas (500C). Ir consistir na atribuio de qualidade o carvo com base no menor quebradio, maior durabilidade, sem cheiro caracterstico e pouco fumo no processo de combusto. 5.5 Resfriamento O resfriamento pode demorar 3 a 5 dias. Durante esse tempo, dever se cuidar de vedar Todas as trincas ou rachaduras que possam aparecer. 5.6 Descarregamento do forno Para tirar o carvo, devera -se abrir a tampa e esperar meia hora para ver se no h fogo aceso. Se no aparecer chama, fumaa ou quentura, pode se abrir a porta e tirar o Carvo. Uma ferramenta til a se usar neste processo ser o p de garfo de 12 dentes, pois facilita o enchimento dos sacos e no arrasta o p. 5.7 Transporte de carvo A montagem da carga no caminho ser feita de forma a acomodar a maior quantidade de sacaria maximizando assim o peso transportado, sem prejuzo da segurana no transporte, cuja altura mxima dever ser de 4,40 m do cho, permitida pela legislao rodoviria. 5.8 Segurana e Higiene de trabalho De acordo com Nogueira (2004), os princpios gerais relativos segurana e higiene do trabalho se aplicam a toda actividade econmica, sendo que a preveno dos factores de riscos profissionais deve ser uma preocupao de todos, empregados, fabricantes e revendedores de produtos destinados a esta actividade.

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal Para que os trabalhadores estejam isento de sries de problemas como o caso de queimadura, a empresa fornecer aos trabalhadores um equipamento de segurana como o caso de luvas, fato de macaco, botas, mscaras e entre outros, isso para proteger os trabalhadores de vrios estmulos externos. Iremos dispor de equipamentos de primeiro socorro e servios de atendimento mdico de urgncia. Para garantir a segurana dos trabalhadores na empresa, estes iro se beneficiar de kits de primeiros socorros, material e equipamentos de trabalho em boas condies dos quais sero exigidos o seu uso adequado nas horas de trabalho.

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal 6.0 CRONOGRAMA DAS ACTIVIDADES Perodo Actividades Anos 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020

Elaborao do plano Instalao do projecto Contratao de mo-de-obra Preparao de terreno Plantio do campo definitivo Tratos culturais Tratos silviculturais Explorao Florestal Construo de fornos, Processamento comercializao Maneio da Brotao Avaliao e monitoria do projecto e

7.0 PLANO FINANCEIRO Tabela1: equipamentos necessrio para implantao do plano Custo Investimento Instalao Computador Secretria de Quant 1 2 2 P. Unit P.Total Vida til Valor de Depreciao 10000.00 8000.00 600.00Page 17

100000.00 100000.00 10 20000.00 40000.00 5 1500.00 3000.00 5

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal enxadas 30 botas 30 luvas 30 Carinhos de mo 7 Fita mtrica 3 P 7 Impressora 1 Motorizada 2 Armazns 3 Fato macacos 15 Catanas 30 Corda (m) 300 Total do investimento (mts) 75.00 95.00 65.00 470.00 90.00 150.00 3500.00 77000.00 50000.00 180.00 70.00 10.00 2250.00 2850.00 1950.00 3290.00 270.00 1050.00 3500.00 154000.00 150000.00 2700.00 2100.00 3000.00 469960.00 5 3 3 6 3 6 5 10 10 3 5 5 total depreci. 450.00 950.00 650.00 548.33 90.00 175.00 700.00 15400.00 15000.00 900.00 420.00 600.00 54,483.33

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Plano de produo de Eucalyptus saligna para produo de carvo vegetal Tabela2: custo dos insumos necessriosValor Unitrio Perodo 1 ano Quant 12000 20 30 20 5 0 Total Quant.

ITENS DE CUSTO 1. INSUMOS Mudas (Plantio e Replantio) Nitrognio N Fsforo - P2O5 Potssio - K2O Formicida Cupinicida SUB TOTAL INSUMOS 2.SERVIOS Limpeza da rea Coveamento Transporte interno de insumos Calagem e Adubao na cova Plantio e replantio Combate a formigas Capina manual de coroamento Construo/Manuteno Aceiros Corte e Torragem Carregamento Transporte da colheita SUB TOTAL SERVIOS TOTAL

Unidade

Valor 120000 800.00 1 200.00 800.00 750.00 600.00 3 754 150.00 150 000.00 2 250.00 2 000.00 9 000.00 18 000.00 400.00 15 000.00 8 000.00

2-9 ano Quant Valor

10 ano Quant Valor

Valor

Ud Kg kg kg kg kg mts d/H d/H d/H d/H d/H d/H d/H d/H d/H d/H m3 mts mts

7.50 40.00 40.00 40.00 150.00 3 000.00

45

6 750.00 6 750.00 0.00

500 000 20 30 20 50 0

120.000 800.00 1 200.00 800.00 7 500.00 600.00 3 760 900.00 150 000.00 2 250.00 2 000.00 9 000.00 18 000.00 2 000.00 27 500.00 40 000.00 6 000.00 8 800.00 9 000.00 274 550.00 4 035 450.00

150 000.00 150.00 500.00 600.00 600.00 200.00 500.00 400.00 400.00 400.00 500.00

1 15 4 15 30 2 30 20

8 25 80

1 600.00 12 500.00 32 000.00 15 22 18 6 000.00 8 800.00 9 000.00

1 15 4 15 30 10 55 100 15 22 18

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8.0 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

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USP/ESALQ. Documentos Florestais: Pircicaba. COLOMBO, S.F.O, ( 2006). Produo de carvo vegetal em fornos cilndricos

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DNFFB, Pemba FAO, (1983). Simple technologies for charcoal making. Rome. GUIMARES, S. T. A.; JARDIM, L. S. B. (1982). Aspectos econmicos da produo

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Estratgico

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O

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