Tilopa - Mahamudra

download Tilopa - Mahamudra

of 5

Transcript of Tilopa - Mahamudra

  • 8/13/2019 Tilopa - Mahamudra

    1/5

    1

    Este texto est disponvel no site Shri Yoga Devi , http://www.yogadevi.org/

    MAHAMUDRA , DE TILOPA(Budismo Tibetano, Tantra, Meditao, Yoga)

    A Instruo de Tilopa sobre o Grande Smbolo ( Mahamudra ),para Naropa, em Vinte e Oito Versos

    Homenagem aos Oitenta e Quatro Mahasiddhas!Homenagem ao Mahamudra !Homenagem Vajradakini!

    Tilopa Naropa

  • 8/13/2019 Tilopa - Mahamudra

    2/5

    2

    Vajradakini

    [1] O Mahamudra no pode ser ensinado, inteligente Naropa,Mas como voc passou pela austeridade rigorosa,Com tolerncia no sofrimento e devoo ao mestre, abenoado, guarde esta instruo secreta em seu corao.

    [2] Assim como ningum pode se segurar no espao, No Mahamudra no existe ponto de apoio.Fique parado no estado natural, sem qualquer artifcio.Assim, sem dvida, os ns se soltaro.

    [3] Contemplando o meio do cu vazio, a viso cessa;Do mesmo modo, quando a mente olha para a prpria mente,Termina o fluxo do pensamento discursivo e conceitualE obtido o despertar supremo.

    [4] Assim como a neblina da manh se dissolve no ar,Sem ir a qualquer lugar, mas cessando de ser,As ondas da conceitualizao se dissolvem com ondasQuando voc contempla a verdadeira natureza de sua mente.

    [5] O espao puro est alm das cores e das formas,Permanece imutvel quando vestido de preto ou branco;Assim tambm, a essncia da mente est alm da cor e da formaE permanece imutvel mesmo vestida por aes negras ou brancas.

  • 8/13/2019 Tilopa - Mahamudra

    3/5

    3

    [6] A escurido de mil eras no tem poderPara ofuscar a claridade de cristal do corao do Sol;E do mesmo modo, eras de samsara no tm poderPara encobrir a essncia luminosa do esprito.

    [7] Apesar de o espao ser chamado de vazio,

    Na realidade ele indescritvel;Apesar da natureza da mente ser chamada de clara luz,Mesmo essa concepo no tem fundamento.

    [8] A natureza original da mente como o espao;Ela permeia e abraa todas as coisas sob o Sol.Sem agir, com o corpo naturalmente tranqilo,Em silncio, as palavras vibrando como um eco,Sem pensar, a mente passa para odharma do alm.

    [9] O corpo essencialmente vazio, como um canudo de junco,E a mente como o centro do espao, alm dos objetos do pensamento;Fique nessa esfera, parado, sem rejeitar nem aceitar nada;A mente sem qualquer objetivo o Mahamudra Com a prtica aperfeioada, obtida a iluminao suprema.

    [10] A clara luz do Mahamudra no pode ser reveladaPelas escrituras cannicas ou pelos tratados metafsicosDos que estudam os Tantras, da Prajnaparamita,Do vinaya [escrituras do Hinayana], dos sutras e das outras doutrinas.

    [11] A clara luz encoberta pelos conceitos e idias.As proibies e votos prejudicam o verdadeiro samaya [caminho tntrico]. No no-agir do mental, sem nenhum objetivo,O surgimento e o desaparecimento so espontneos como as ondas; No abandonar o sentido daquilo que no tem moradia, que no tem referncia, manter o samaya , como uma tocha acesa nas trevas.

    [12] Livre de toda inteno, no aceitando nenhuma concluso,So revelados todos osdharmas e ensinamentos.

    [13] Praticar neste estado liberta da priso do samsara ;

    Meditar nesse estado consome todos os vus e a negatividade;Isso o que se chama ser a tocha do conhecimento.

    [14] Os tolos, em sua ignorncia, desprezam o Mahamudra ,So levados continuamente pelas ondas do samsara .Tendo compaixo pelos ignorantes que sofrem de constante ansiedade,Aquele que busca libertar-se de sua infelicidade insuportvelDeve buscar imediatamente um mestre:Sua influncia espiritual, penetrando no seu corao, libertar seu esprito.

    [15] KYE HO! Oua com alegria!

    O investimento no samsara ftil; a causa de todo sofrimento.J que o envolvimento mundano intil, procure o corao da realidade.

  • 8/13/2019 Tilopa - Mahamudra

    4/5

    4

    [16] Na transcendncia das dualidades da mente, est a viso suprema;Em uma mente em repouso e silenciosa, est a meditao suprema; Na no-ao, est a atividade suprema;E quando todas as esperanas e medos morrem, a meta alcanada.

    [17] Alm de todo ponto de referncia, est a natureza luminosa da mente:

    No siga nenhum caminho, para seguir o caminho dos Buddhas, No aplique tcnica alguma, para obter a iluminao suprema.

    [18] KYE MA! Oua com simpatia!Compreenda bem os fenmenos do samsara :Eles no podem durar, como a iluso e o sonho.Como eles, no possuem existncia autntica;Desenvolva a renncia e afaste-se da atividade do samsara .

    [19] Corte todo envolvimento emocional aos objetosE medite sozinho em um retiro na floresta ou na montanha;Fique l em um estado de no-meditao.Atingindo o inatingvel, encontrar o Mahamudra .

    [20] Uma rvore estende seus galhos e pe folhas,Mas quando sua raiz cortada, sua folhagem seca.Assim tambm, quando a raiz da mente cortada,Os galhos da rvore do samsara morrem.

    [21] Uma nica tocha elimina as trevasMesmo se a escurido durou mil eras;Do mesmo modo, um nico lampejo da clara luz da menteApaga eras de cegueira e negatividade da ignorncia.

    [22] KYE HO! Oua com alegria!A verdade alm da mente no pode ser compreendida por qualquer faculdade mental;O significado da no-ao no pode ser compreendido pelo dharma da ao;Para perceber o significado da no-ao e do que est alm da mente,Corte a raiz de sua mente e deixe o conhecimento permanecer na sua nudez.

    [23] Permita que as guas barrentas da atividade mental clareiem;Deixe tudo o que aparece ficar tal como , sem nada produzir nem impedir.

    O mundo dos fenmenos, sem adio ou subtrao, o Mahamudra .[24] A base no-nascida onipresente est livre de tendncias e iluses; No tenha intenes nem previses, repouse na essncia no-nascidaE deixe todos os conceitos de si mesmo e do universo se dissolverem.

    [25] O caminho real e sublime est livre de qualquer concluso;A mais elevada meditao sonda as profundezas sem limite;A mais elevada ao no adota opinio nem partido;O esprito supremo est aqui mesmo, no preciso esperar.

    [26] No comeo, a atividade mental como uma cachoeira;Depois, ela flui como o rio Ganges serpenteando gentilmente;

  • 8/13/2019 Tilopa - Mahamudra

    5/5

    5

    E no fim, como um rio que se torna um com o oceano,Ele termina na consumao, como o encontro de me e filho.

    [27] A pessoa estpida, incapaz de permanecer nesse estado,Retendo o alento essencial e expelindo a seiva da conscincia,Praticando a fixao do olhar mtodos de focalizar a mente,

    Devem se disciplinar at que se estabelea o estado de conscincia total.

    O Buddha Samantabhadra em unio (yab-yum) com sua parceira Samantabhadri.

    [28] Aquele que se dedica a uma parceira (karmamudra ),Se eleva at o conhecimento primordial do xtase e do vazio.Entre na unio da sabedoria ( praja ) e dos meios (upaya ).Docemente, envie abodhichitta devagar para baixo, retenha-a, retraia-a para cima,E, conduzindo-a sua fonte, sature o corpo inteiro.Se no houver apego, ele se elevar ao conhecimento primordial do xtase e do vazio.Com vida longa e juventude eterna, crescer como a Lua,Radiante e clara, com a fora de um leo,Obter rapidamente os resultados comuns e se dedicar ao supremo.

    Possa esta profunda instruo do Mahamudra Permanecer nos coraes dos seres afortunados.

    A Instruo Mahamudra de Tilopa para Naropa em Vinte e Oito Versos foi transmitida pelo grandemestre emahasiddha Tilopa ao erudito, sbio e siddha de Kashmir, Naropa, prximo s margens dorio Ganges, aps completar suas doze austeridades. Naropa transmitiu os ensinamentos emsnscrito, na forma de vinte e oito versos, ao grande tradutor Marpa Chkyi Lodr, que fez umatraduo livre deste texto em sua vila, Pulahari, na fronteira do Tibet com o Buto.

    Ver tambm uma outra traduo, disponvel em:http://caminhodomeio.wordpress.com/2008/01/08/ Mahamudra -de-tilopa/