TIM 1 - A2 - Relatorio Final
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Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Engenharia
Trabalho de Integralizao Multidisciplinar 1
TIM 1
2 semestre de 2014
Proposta de Diretrizes de Engenharia para o Planejamento
da Ocupao da rea da Bacia do Crrego Pastinho
(Avenida Dom Pedro II)
Relatrio Final
Grupo A2: Claudia Lopes
Guilherme Soares Almeida Rodrigues
Lucas Mendes Mateus
Luciano Camargos Borges
Naiara Silva Cruz
Tutor: Adalberto Carvalho de Rezende
Belo Horizonte
Novembro - 2014
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG II
SUMRIO
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................................................................ IV
LISTA DE TABELAS ............................................................................................................................................... VII
SIGLAS ................................................................................................................................................................ VIII
1. INTRODUO ............................................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS ................................................................................................................................................... 2
3. DIAGNSTICO AMBIENTAL DA BACIA .......................................................................................................... 3
3.1 SITUAO .......................................................................................................................................................... 3 3.2 MEIO FSICO ....................................................................................................................................................... 4
3.2.1 Limites da rea de estudo ..................................................................................................................... 4 3.2.2 Coordenadas UTM ................................................................................................................................. 5 3.2.3 Geologia e Solos .................................................................................................................................... 6 3.2.4 Relevo .................................................................................................................................................... 7 3.2.5 Hidrogeologia ........................................................................................................................................ 8 3.2.6 Hidrografia ............................................................................................................................................ 9 3.2.7 Climatologia ........................................................................................................................................ 10 3.2.8 Cobertura vegetal ................................................................................................................................ 11 3.2.9 reas de Restrio Construtiva ........................................................................................................... 12
3.2.9.1 Riscos de deslizamento e eroso ................................................................................................................ 13 3.2.9.2 Inundaes ................................................................................................................................................. 13 3.2.9.3 Mapeamento das reas de restrio construtiva ....................................................................................... 14
3.3 MEIO BITICO .................................................................................................................................................. 15 3.3.1 Paisagem ............................................................................................................................................. 15 3.3.2 Vegetao ........................................................................................................................................... 16 3.3.3 Qualidade da gua .............................................................................................................................. 18 3.3.4 Principais Alteraes Ocorridas no Tempo .......................................................................................... 19 3.3.5 reas de Restrio Construtiva ........................................................................................................... 19
3.4 MEIO ANTRPICO .............................................................................................................................................. 20 3.4.1 Indicadores Socioeconmicos .............................................................................................................. 21 3.4.2 Abastecimento de gua, esgoto, energia e limpeza urbana ............................................................... 22 3.4.3 Infraestrutura de Servios de Sade .................................................................................................... 23 3.4.4 Educao ............................................................................................................................................. 24 3.4.5 reas de Restrio ............................................................................................................................... 25
4. PLANEJAMENTO FSICO TERRITORIAL ......................................................................................................... 27
4.1 DIAGNSTICO DA OCUPAO FSICA TERRITORIAL ATUAL ............................................................................................ 27 4.1.1 Ocupao do Solo ................................................................................................................................ 27 4.1.2 Diretrizes da Legislao Urbana .......................................................................................................... 28 4.1.3 Usos do Solo e Principais Carncias Identificadas ............................................................................... 30 4.1.4 Principais Impactos Resultantes da Ocupao Atual .......................................................................... 32
4.2 DIRETRIZES PARA O PLANEJAMENTO FSICO TERRITORIAL ............................................................................................ 33 4.2.1 Vocao econmica ............................................................................................................................. 33 4.2.2 Diretrizes bsicas de planejamento ..................................................................................................... 33 4.2.3 Impactos do planejamento fsico territorial e medidas mitigadoras .................................................. 35
5. ESTUDOS DEMOGRFICOS .......................................................................................................................... 37
5.1 INTRODUO .................................................................................................................................................... 37 5.2 DIAGNSTICO DA SITUAO ATUAL ....................................................................................................................... 37 5.3 DIRETRIZES PARA OS ESTUDOS DEMOGRFICOS ........................................................................................................ 38
5.3.1 Estimativas da populao de saturao .............................................................................................. 38
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG III
5.3.2 Modelo de crescimento adotado ......................................................................................................... 39 5.3.3 Projeo Populacional ......................................................................................................................... 40
6. SISTEMA DE TRANSPORTES ......................................................................................................................... 41
6.1 CONTEXTUALIZAO ........................................................................................................................................... 41 6.2 DIAGNSTICO DO SISTEMA ATUAL DE TRANSPORTES ................................................................................................ 41
6.2.1 Matriz Modal ....................................................................................................................................... 41 6.2.2 Localizao de rotas e acessos principais ............................................................................................ 43 6.2.3 Equipamentos especficos ................................................................................................................... 43 6.2.4 Polticas de integrao fsica, tarifria e institucional ........................................................................ 44 6.2.5 Problemas e pontos crticos................................................................................................................. 45 6.2.6 Impactos e externalidades .................................................................................................................. 45
6.3 DIRETRIZES PARA O SISTEMA DE TRANSPORTES ........................................................................................................ 46 6.3.1 Sistema Virio Principal ....................................................................................................................... 46 6.3.2 Circulao Viria ................................................................................................................................. 47
6.3.2.1 Vias Arteriais............................................................................................................................................... 47 6.3.2.2 Vias Coletoras ............................................................................................................................................. 48 6.3.2.3 Vias Locais .................................................................................................................................................. 49 6.3.2.4 Pavimentao ............................................................................................................................................. 50
6.3.3 Transporte no motorizado ................................................................................................................. 51 6.3.4 Transporte Pblico .............................................................................................................................. 52
6.3.4.1 Sistema Proposto ....................................................................................................................................... 52 6.3.4.2 Estimativa da Demanda .............................................................................................................................. 54
6.3.5 Transporte de Carga ............................................................................................................................ 57 6.3.6 Impactos Ambientais ........................................................................................................................... 57
7. ABASTECIMENTO DE GUA ......................................................................................................................... 59
7.1 DIAGNSTICO DA INFRAESTRUTURA ATUAL DE ABASTECIMENTO DE GUA .................................................................... 59 7.2 DIRETRIZES PARA O ABASTECIMENTO DE GUA ......................................................................................................... 60
8. ESGOTAMENTO SANITRIO ........................................................................................................................ 65
8.1.1 Introduo ........................................................................................................................................... 65 8.1.2 Diagnstico da Infraestrutura Atual de Esgotamento Sanitrio ......................................................... 65 8.1.3 Diretrizes para o Esgotamento Sanitrio ............................................................................................ 69
9. DRENAGEM DE GUAS PLUVIAIS ................................................................................................................ 74
9.1.1 Diagnstico da infraestrutura atual de drenagem de guas pluviais ................................................. 74 9.1.1.1 Contextualizao ........................................................................................................................................ 74 9.1.1.2 Caracterizao dos fundos de vale ............................................................................................................. 75 9.1.1.3 Sistema de Macrodrenagem e Microdrenagem ......................................................................................... 76 9.1.1.4 Aspectos positivos e negativos do atual sistema de drenagem ................................................................. 78
9.1.2 Diretrizes para a drenagem de guas pluviais .................................................................................... 79 9.1.2.1 Propostas para o controle de escoamentos na fonte ................................................................................. 79 9.1.2.2 Medidas Mitigadoras .................................................................................................................................. 82
10. GERENCIAMENTO DOS RESDUOS SLIDOS URBANOS ................................................................................ 84
10.1.1 Contextualizao ............................................................................................................................ 84 10.1.2 Diagnstico da infraestrutura atual de gerenciamento de resduos slidos .................................. 84
10.1.2.1 Identificao e classificao dos resduos .................................................................................................. 84 10.1.2.2 Condies existentes de coleta, transporte e disposio final ................................................................... 85 10.1.2.3 Impactos ..................................................................................................................................................... 85
10.1.3 Diretrizes para o gerenciamento de resduos slidos ..................................................................... 86
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................................................................. 95
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG IV
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Situao da rea de estudo dentro do Municpio de Belo Horizonte. ........................... 3
Figura 2 - Principais vias no entorno da rea de estudo. (Fonte: Adaptado de imagem de satlite
do software Google Earth com sobreposio de mapa virio fornecido pela PBH). ...................... 3
Figura 3 - Bairros que em cujo territrio est contida a rea de estudo. (Fonte: Adaptado de
imagem de satlite do software Google Earth com sobreposio de limites dos bairros fornecido
pela PBH). ....................................................................................................................................... 4
Figura 4 Traado dos limites da rea de estudo a partir da topografia da regio. ....................... 5
Figura 5 - Localizao dos pontos representativos do contorno da rea de estudo. ...................... 5
Figura 6 - Mapa da Geologia de Belo Horizonte, com destaque para a regio onde se insere a
Bacia do Crrego do Pastinho. (Fonte: Adaptado de CAMPOS, 2011, p. 28) ............................... 7
Figura 7 - Mapa do relevo do Municpio de Belo Horizonte, com destaque para a rea de estudo.
......................................................................................................................................................... 7
Figura 8 - Mapa de declividades de Belo Horizonte, com destaque para a regio onde encontra-se
a rea de planejamento. (Fonte: Adaptado de Prodabel, 2007 e SMAPU, 2012). .......................... 8
Figura 9 - Declividade moderada a acentuada na Rua Belmiro Braga, cortando um fundo de vale.
......................................................................................................................................................... 8
Figura 10 - Mapa Hidrogeolgico de minas Gerais, com destaque para a regio de Belo Horizonte
......................................................................................................................................................... 9
Figura 11 - Detalhe de mapa hidrolgico de Belo Horizonte, destacando a regio da Bacia do
Crrego do Pastinho. (Fonte: Adaptado de mapa fornecido pelo site da PBH). ........................... 10
Figura 12 - Localizao da Estao Meteorolgica A521. .......................................................... 10
Figura 13 - Grficos dos dados climatolgicos de Belo Horizonte. (Fonte: Site do INMET) ..... 11
Figura 14- Cobertura vegetal na regio de Belo Horizonte. (Fonte: Adaptado de mapa fornecido
no site do IBGE) ............................................................................................................................ 12
Figura 15 - Foto de alagamento na Praa do Peixe (Fonte: site do Jornal Estado de Minas). ..... 14
Figura 16 - Mapeamento das reas de restrio ocupao ........................................................ 14
Figura 17 - Avenida Dom Pedro II com nfase para o canteiro central. (Fonte: Grupo A2) ....... 15
Figura 18 - Ruas adjacentes Avenida Dom Pedro II. (Fonte: Grupo A2) ................................. 16
Figura 19 - Vegetao original da regio de Belo Horizonte ....................................................... 16
Figura 20 - reas de preservao (Fonte: Adaptado do mapa reas verdes protegidas, 2010, do
site da Secretaria de Meio Ambiente da PBH) .............................................................................. 17
Figura 21 - rea vegetada (Fonte: Adaptado do mapa reas vegetada, 2010, do site da Secretaria
de Meio Ambiente da PBH) .......................................................................................................... 17
Figura 22 - Maior rea de preservao da Bacia do Pastinho (Fonte: Adaptado do Google Maps)
....................................................................................................................................................... 18
Figura 23 - Qualidade das guas dos afluentes da bacia do rio So Francisco na regio de Belo
Horizonte. ...................................................................................................................................... 18
Figura 24 - Mapa de prioridades para saneamento de Belo Horizonte (Fonte: adaptado de IGAM)
....................................................................................................................................................... 19
Figura 25 - reas de restrio construtiva, em verde escuro. (Fonte: Adaptado mapa fornecido
pelo Google Maps) ........................................................................................................................ 20
Figura 26 - Mapa de Densidade Demogrfica. rea de Planejamento em destaque. .................. 21
Figura 27 Grfico de Distribuio Local de Classes Sociais .................................................... 22
Figura 28 - rea de restrio construtiva e delimitaes da bacia do Crrego do Pastinho. ....... 26
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG V
Figura 29 - Zoneamento da Regio Noroeste de Belo Horizonte (Fonte: PBH, Lei 7166/96 e
alteraes) ...................................................................................................................................... 27
Figura 30 - Tipologia de ocupao conforme o uso. (Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte) ....... 31
Figura 31 - Fotos de estabelecimentos comerciais ao longo da Avenida Dom Pedro II. (Fonte:
Grupo A2) ..................................................................................................................................... 31
Figura 32 - Fotos de estabelecimentos comerciais ao longo da Rua Padre Eustquio. (Fonte: Grupo
A2) ................................................................................................................................................. 32
Figura 33 - Fotos das ruas Itoror e Marcondes, majoritariamente residenciais. (Fonte: Grupo A2)
....................................................................................................................................................... 32
Figura 34 - Zoneamento bsico proposto pelo Grupo para a nova ocupao da Bacia do Crrego
do Pastinho. (Fonte: Adaptado de mapa fornecido pela equipe da disciplina). ............................ 35
Figura 35 - Grfico da evoluo populacional em Belo Horizonte segundo dados do IBGE ..... 37
Figura 36 Grfico do crescimento populacional atravs do modelo adotado. .......................... 40
Figura 37 - Localizao da rea de estudo, onde se observam rotas e acessos principais como
Avenida Dom Pedro II, Avenida Presidente Carlos Luz e BR-381 no Anel Rodovirio. Destaque
para o Aeroporto Carlos Prates. .................................................................................................... 43
Figura 38- Faixa de pedestre no cruzamento da Avenida Carlos Luz com a Avenida Dom Pedro
II (Fonte: Grupo A2) ..................................................................................................................... 43
Figura 39 - Ponto de nibus na Avenida Dom Pedro II. (Fonte: Grupo A2) ............................... 44
Figura 40 - Mapa do Sistema Virio Principal proposto. (Fonte: adaptado de mapa fornecido pelo
site da Disciplina) .......................................................................................................................... 46
Figura 41 - Esboo da seo tipo da Avenida Dom Pedro II, mostrando apenas um sentido da via.
Considerar o mesmo esquema espelhado para o sentido oposto. (Fonte: produzido pelo Grupo A2
no site www.streetmix.net) ............................................................................................................ 48
Figura 42 - Seo tipo para a Avenida Carlos Luz em trecho onde no h o parque linear, e sim
um canteiro central com ciclovia. (Fonte: adaptado de BARBOSA, 2011) ................................. 48
Figura 43 - Seo tipo das vias coletoras (Fonte: adaptado de BARBOSA, 2011) ..................... 49
Figura 44 - Exemplo de seo tipo de via local (Fonte: Adaptado de BARBOSA, 2011) .......... 50
Figura 45 - Exemplo de seo tipo de via local (Fonte: Adaptado de BARBOSA, 2011) .......... 50
Figura 46 Exemplo de calada larga, com comrcio e mobilirio, adotada em Atlanta, EUA. . 51
Figura 47 Exemplo de elevao de piso para tornar a travessia de pedestres mais segura, nos
EUA. .............................................................................................................................................. 52
Figura 48 Desenho esquemtico de aplicao de rampas para cadeirantes e piso ttil para
deficientes visuais (Fonte: Guia de Acessibilidade Urbana CREA-MG) .................................. 52
Figura 49 - Exemplo de prottipo de veculo para sistema BRT. (Fonte: www.mercedesbenz.com)
....................................................................................................................................................... 53
Figura 50 Exemplo de veculo do BRT de Los Angeles, que permite embarque em nvel para
plataformas baixas, facilitando o acesso de cadeirantes, e com presena de rack frontal para
transportar bicicletas. .................................................................................................................... 54
Figura 51 Exemplos de possveis solues arquitetnicas para estaes, terminais e passarelas
que tornariam o espao visualmente agradvel. (Fontes:
http://leeuwarden.straatinfo.nl/fotos/modern-bushokje-bus-stop_765235/ e
http://www.archdaily.com/48181/transbay-transit-terminal-pelli-clarke-pelli-architects) ........... 58
Figura 52 - Principais Sistemas de Abastecimento e Reservatrios em Belo Horizonte. (Fonte:
Copasa) .......................................................................................................................................... 60
Figura 53 - Grfico de demanda anual de gua. Fonte: Grupo A2. ............................................. 61
Figura 54 - Sistemas de abastecimento de gua da Regio Metropolitana de Belo Horizonte. Fonte:
ANA. ............................................................................................................................................. 63
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG VI
Figura 55 - Lay out do sistema de abastecimento da Bacia do Crrego Pastinho. (Fonte : Grupo
A2). ................................................................................................................................................ 64
Figura 56 -Situao dos cursos dgua e do sistema de esgotamento sanitrio na bacia do Crrego
Pastinho. (Fonte: Prefeitura Municipal de Belo Horizonte) .......................................................... 65
Figura 57 -Fundos de vale da regio do Crrego do Pastinho. (Fonte: Grupo A2). .................... 66
Figura 58 -Regio para construo da ETE dentro da rea de estudo. (Fonte: Grupo A2). ........ 67
Figura 59 -Em verde, bacias atendidas pela ETE Arrudas. E bacia do Crrego do Pastinho em
vermelho. ....................................................................................................................................... 67
Figura 60 -Evoluo das vazes mdias tratadas pela ETE Arrudas. (Fonte: COPASA) ........... 68
Figura 61 -Vista area da ETE Arrudas. (Fonte: COPASA) ....................................................... 68
Figura 62 -Rede de interceptores. (Fonte: Grupo A2) ................................................................. 69
Figura 63 -Seo transversal mostrando os interceptores nos fundos de vales. (Fonte: ETG-
UFMG). ......................................................................................................................................... 69
Figura 64 Grfico da vazo domstica mdia de esgotos nos primeiros vinte anos de implantao.
(Fonte: Grupo A2). ........................................................................................................................ 71
Figura 65 Influncia da urbanizao nos processos hidrolgicos de infiltrao, escoamento e
evapotranspirao. (Fonte: traduo livre de FISRWG, 2001) ..................................................... 74
Figura 66 Mapa indicando as reas de drenagem de cada um dos crregos afluentes e a rea de
contribuio direta ao Crrego do Pastinho. (Fonte: adapatado de mapa fornecido pelo site da
disciplina). ..................................................................................................................................... 75
Figura 67 - Bocas de lobo em rua prxima Avenida Dom Predo II. (Fonte: Grupo A2) .......... 76
Figura 68 - Canalizao do Crrego do Pastinho em 1937, no cruzamento com a Rua Jaguari . 77
Figura 69 - Canalizao do Crrego do Pastinho em 1972. (Fonte:
http://curraldelrei.blogspot.com.br) ............................................................................................... 77
Figura 70 - Foz do Crrego do Pastinho em frente a Rodoviria. (Fonte:
http://curraldelrei.blogspot.com.br) ............................................................................................... 78
Figura 71 - Carta de Inundaes de Belo Horizonte Regio Noroeste (Fonte: SUDECAP) .... 78
Figura 72 Disposio das avenidas sanitrias propostas (em vermelho) dentro da rea de
planejamento. ................................................................................................................................ 80
Figura 73 corte esquemtico mostrando as camadas da pavimentao com asfalto permevel 80
Figura 74 - Piso grama em estacionamento. (Fonte: Tecpar Pavimentos) ................................... 81
Figura 75 - Telhados verdes em edificaes. (Fonte: Lecy Picorell) ........................................... 81
Figura 76 Hidrograma de rea urbanizada versus rea no urbanizada. (Fonte: Instituto de
Pesquisas Hidrulicas da UFRGS) ................................................................................................ 81
Figura 77 - Sistema de captao de guas de chuva por gravidade ............................................. 82
Figura 78 Evoluo da produo de RS ao longo dos anos. ..................................................... 89
Figura 79 - Veculo de coleta seletiva de Belo Horizonte (Fonte:
http://www.jornalwebminas.com.br) ............................................................................................. 90
Figura 80 - Coleta de resduos de podas de rvores. (Fonte:
http://prefeituradeipatinga.blogspot.com.br) ................................................................................. 90
Figura 81 - Veculo compactador de lixo domstico. (Fonte: http://portalpbh.pbh.gov.br) ........ 91
Figura 82 - rea para a construo do centro de triagem de materiais reciclveis. ..................... 91
Figura 83 - Ponto de coleta voluntria de materiais reciclveis. (Fonte:
http://www.portalpmt.teresina.pi.gov.br) ...................................................................................... 92
Figura 84 - Lixeiras de coleta seletiva. (Fonte: http://www.24horasnews.com.br) ..................... 92
Figura 85 - Itinerrio entre a rea de estudo e o local de disposio final RSU. (Fonte: Adaptado
de Google Maps) ........................................................................................................................... 94
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG VII
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Lista das coordenadas UTM para os pontos representativos do contorno da rea de
estudos ............................................................................................................................................. 5
Tabela 2 - Taxa de rea Vegetada e ndice de reas Verdes por Habitante por Regio
Administrativa ............................................................................................................................... 12
Tabela 3 - reas restritas ocupao ........................................................................................... 15
Tabela 4 - Rendimento Nominal Mensal Domiciliar. (Fonte: IBGE 2010) ................................. 21
Tabela 5 - Diviso de Classes Sociais. (Fonte: IBGE) ................................................................. 22
Tabela 6 - Porcentagem da populao com acesso aos servios de energia eltrica, abastecimento
de gua, esgotamento sanitrio e servio de limpeza (Fonte: PBH, 2010) ................................... 23
Tabela 7 - Taxa de Incidncia de Dengue por Distrito Sanitrio. ................................................ 24
Tabela 8 - Acidente e taxa de incidncia de acidentes escorpinicos segundo o Distrito Sanitrio.
Belo Horizonte, Minas Gerais, 1993-1996. (Fonte: BARBOSA, A.D. et al) ............................... 24
Tabela 9 - Cadastro de Escolas - Setembro/2014. (Fonte: Secretaria do Estado de Educao de
Minas Gerais/SI/SIE/Diretoria de Informaes Educacionais) ..................................................... 24
Tabela 10 - Impactos ambientais nos meios Fsico, Bitico e Antrpico .................................... 35
Tabela 11 Medidas mitigadoras dos potenciais impactos negativos ............................................ 36
Tabela 12 - Evoluo populacional em Belo Horizonte, Minas Gerais e no Brasil. Fonte: IBGE
....................................................................................................................................................... 37
Tabela 13 - Densidade populacional de saturao conforme rea. (Fonte: Alm Sobrinho e
Tsutiya, 1999) ................................................................................................................................ 38
Tabela 14 - Densidades populacionais tpicas em funo do solo. (Fonte: adaptado de Fair, Geyer
e Okun (1973) e Qasim (1985) -valores arredondados) ................................................................ 39
Tabela 15 - Tipologia de zoneamento, densidade de saturao, rea e populao de saturao . 39
Tabela 16 Evoluo da populao em funo do tempo ............................................................ 40
Tabela 17 - Variao das viagens por tipo de ligao entre regies 2002 e 2012. .................... 42
Tabela 18 - Variao das viagens com e sem ligao com a rea Central 2002 e 2012. ......... 42
Tabela 19 - Sees para vias arteriais com canteiro central (Fonte: BARBOSA, 2011) ............. 48
Tabela 20 - Largura total da pista de rolamento para vias coletoras (Fonte: BARBOSA, 2011) 49
Tabela 21 - Largura total da pista de rolamento para as vias locais (Fonte: BARBOSA, 2011) . 49
Tabela 22 - Demanda por meio de transporte (Fonte: Adaptado de Plano Diretor de Mobilidade
Urbana de Belo Horizonte, 2014). ................................................................................................ 55
Tabela 23 - Demanda de viagens no horrio de pico na rea de estudo por modo de transporte.
(Fonte: Grupo A2) ......................................................................................................................... 55
Tabela 24 - Capacidade dos Sistemas Produtores para RMBH e BH .......................................... 59
Tabela 25 - Valores para a demanda anual de gua em funo da populao. ............................ 61
Tabela 26 -Populaes e vazes mdias de esgoto nos primeiros vinte anos de implantao.
(Fonte: Grupo A2). ........................................................................................................................ 70
Tabela 27 -Cargas e concentraes de DBO e coliformes fecais para o esgoto com e sem
tratamento. (Fonte: Grupo A2) ...................................................................................................... 72
Tabela 28 rea de cada bacida de contribuio ........................................................................ 75
Tabela 29 Declividades dos fundos de vale .............................................................................. 76
Tabela 30 - Produo anual de RS , em massa. ............................................................................ 87
Tabela 31 Quantidades de matria reciclveis e compostveis. ................................................... 88
Tabela 32 - Quantidades de resduos encaminhados ao aterro sanitrio. ..................................... 88
Tabela 33 - Volume total a ser aterrado. ...................................................................................... 93
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG VIII
SIGLAS
ABAS Associao Brasileira de guas Subterrneas
APP - reas de Preservao Permanente
CTB Cdigo de Trnsito Brasileiro
ETA Estao de tratamento de gua
ETE Estao de tratamento de esgoto
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica
INMET Instituto Nacional de Meteorologia
ISFUC - Instituto Sagrada Famlia
LEVs - Locais de Entrega Voluntria
PBH Prefeitura de Belo Horizonte
PL Poo Lumiar
RCDs - Resduos de construo e demolio
RS Resduos Slidos
RSSs - Resduos de servios de sade
SLU - Superintendncia de Limpeza Urbana
SMAPU Secretaria Municipal Adjunta de Planejamento Urbano
SUDECAP - Superintendncia de Desenvolvimento da Capital
URPVs - Unidades de Recebimento de Pequenos Volumes
UTM Universal Transverse Mercator (Sistema Universal Transverso de Mercator)
ZA - Zona Adensada;
ZAP - Zona de Adensamento Preferencial;
ZAR - Zona de Adensamento Restrito;
ZC - Zona Central;
ZCBA Zona Central do Barreiro;
ZCBH Zona Central de Belo Horizonte;
ZCVN Zona Central de Venda Nova;
ZE - Zona de Grandes Equipamentos;
ZEIS - Zona de Especial Interesse Social;
ZHIP Zona Hipercentral;
ZP - Zona de Proteo;
ZPAM - Zona de Preservao Ambiental.
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TIM 1 Bacia do Crrego Pastinho
Escola de Engenharia - UFMG 1
1. INTRODUO
O presente trabalho, proposto pela disciplina Trabalho Integralizador Multidisciplinar I, um
exerccio de Planejamento Urbano, em que busca-se a integrao de todo o conhecimento tcnico
e conceitual obtido nos primeiros seis semestres do Curso de Engenharia Civil, consolidado num
nico trabalho. Porm, a definio de Planejamento Urbano algo bastante complexo e que
demanda uma reviso bibliogrfica com especial ateno. Segundo Celson Ferrari, o
planejamento no um fim em si mesmo. um meio para se atingir um fim. um mtodo de
trabalho nas mos dos rgos de planejamento e de atuao contnua e permanente. O
planejamento visa um estudo prvio para que seja feita uma previso ordenada capaz de
antecipar suas ulteriores consequncias.
J o autor Fbio Duarte (2011), correlaciona os termos planejamento urbano, desenho urbano,
urbanismo e gesto urbana, afirmando que todos tem como objeto de estudo a cidade,
considerada tanto em relao a suas caractersticas fsicas, quanto sociais, culturais e econmicas.
Para ele, cabe ao planejamento antever as mudanas na organizao espacial da cidade que podem
alterar as relaes econmicas, sociais e culturais.
O importante para entendermos o planejamento urbano que ele no
pode ser restrito a uma disciplina especfica. Nesse sentido, o campo se
abre para conhecimentos e metodologias que abrangem aspectos da
sociologia, da economia, da geografia, da engenharia, do direito e da
administrao. (DUARTE, 2011)
Belo Horizonte foi a primeira cidade planejada do Brasil, nascendo da prancheta do engenheiro
Aaro Reis, sob o positivismo de refletir o ideal de uma cidade funcional e organizada. Ele
acreditava que conseguiria forar o crescimento da cidade do centro para a periferia. Porm no
houve uma continuidade e os fenmenos sociais como urbanizao acelerada, surgimento de
uma classe mdia motorizada, enorme contingente de pobres gerado pelo xodo rural e pelo
processo de concentrao de renda (GOUVA, 2005) produziram um crescimento desordenado
fora dos limites da rea inicialmente planejada, sendo que essas novas ocupaes:
Se desenvolveram buscando se adaptar, muitas vezes sem sucesso,
topografia acidentada da cidade. Vencendo colinas e contornando
montanhas, essas ruas se encontraram com as das cidades vizinhas, que
nunca foram planejadas, vindo a constituir a terceira maior regio
metropolitana existente hoje no pas. (GOUVA, 2005)
Sob este contexto, devemos pensar o planejamento urbano de uma rea hipoteticamente
desocupada, onde temos a chance de minimizar os problemas gerados pela falta de planejamento
e propor novas diretrizes de ocupao, de forma a integrar a regio ao seu entorno e prever como
se daro as relaes sociais, econmicas e culturais dentro dela e nos seus contornos.
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2. OBJETIVOS
O presente trabalho tem como objetivo principal apresentar uma proposta de planejamento urbano
para a rea limitada pela Bacia do Crrego Pastinho, localizada na regio Noroeste do municpio
de Belo Horizonte.
O planejamento proposto teve como princpios norteadores a sustentabilidade e o crescimento
ordenado, partindo-se da hiptese de que a rea de planejamento encontra-se em suas condies
naturais e sem nenhum tipo de ocupao. As solues sugeridas basearam-se na anlise
retrospectiva da ocupao da rea e no diagnstico de seus pontos positivos e negativos.
As diretrizes de planejamento foram elaboradas preservando os preceitos e as exigncias legais
caractersticas de uma expanso urbana para o municpio de Belo Horizonte. Buscou-se tambm
apresentar diretrizes que estivessem em consonncia com a rea de influncia direta.
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3. DIAGNSTICO AMBIENTAL DA BACIA
3.1 Situao
importante, como incio deste trabalho, situar a rea de estudo para facilitar o entendimento do
mesmo. A rea escolhida pela equipe da disciplina, correspondente Bacia do Crrego do
Pastinho, encontra-se totalmente inserida no Municpio de Belo Horizonte, e tambm dentro dos
limites da Regional Noroeste Figura 1.
Figura 1 - Situao da rea de estudo dentro do Municpio de Belo Horizonte.
(Fonte: Adaptado de imagem de satlite do software Google Earth)
A grosso modo, a rea limitada a noroeste pelo Anel Rodovirio, ao sul pela Rua Padre Eustquio
e a leste pela Avenida Pres. Antnio Carlos (Figura 2). O crrego do Pastinho encontra-se
totalmente canalizado e enterrado sob a Avenida Dom Pedro II, que cruza longitudinalmente toda
a rea de estudo. Sua nascente localiza-se prximo interseco da Avenida Dom Pedro II com o
Anel Rodovirio e ele desagua no Ribeiro Arrudas, aproximadamente na altura da Rodoviria.
Figura 2 - Principais vias no entorno da rea de estudo. (Fonte: Adaptado de imagem de satlite do software Google
Earth com sobreposio de mapa virio fornecido pela PBH).
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A rea de estudo engloba territrios de 13 bairros de Belo Horizonte, como mostra a Figura 3.
Porm, como para alguns deles, a porcentagem da rea que est dentro de seus limites muito
pequena, consideramos para efeito dos estudos apenas os seguintes bairros:
Bonfim
Caiara-Adelaide
Caiaras
Carlos Prates
Jardim Montanhs
Minas Brasil
Monsenhor Messias
Padre Eustquio
Santo Andr
Figura 3 - Bairros que em cujo territrio est contida a rea de estudo. (Fonte: Adaptado de imagem de satlite do
software Google Earth com sobreposio de limites dos bairros fornecido pela PBH).
3.2 Meio Fsico
Para a compreenso da rea objeto de estudo deste trabalho, foi feito um levantamento do meio
fsico da mesma como se seguem nos itens abaixo.
3.2.1 Limites da rea de estudo
Os limites da rea de estudo correspondem aos limites da Bacia Hidrogrfica do Crrego do
Pastinho (nmero 4111700). No mapa de Topografia e Quadras, fornecido no site da disciplina,
encontrava-se o traado em azul, presente na Figura 4, mesmo traado que encontrado em
diversos outros mapas fornecidos pelo site da PBH. Ao traarmos novamente os limites da Bacia,
utilizando os mtodos propostos para tal, cruzando perpendicularmente as curvas de nvel,
encontramos pequenas diferenas (linha de cor magenta) e que consideramos no influenciar
significativamente no estudo da rea. Portanto, preferimos adotar o traado que havia sido
proposto inicialmente, devido ao maior nmero de referncias em que o mesmo utilizado.
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Figura 4 Traado dos limites da rea de estudo a partir da topografia da regio. (Fonte: Adaptado de mapa fornecido pela equipe da Disciplina).
Esses limites correspondem a uma rea de 5,45 km2 segundo os mapas fornecidos pela PBH. Ao
medir-se o polgono formado pelas linhas de contorno no software AutoCAD, encontrou-se um
valor de 5,42 km2. Quanto ao comprimento do permetro, tanto os dados fornecidos pela PBH
quanto os encontrados pelo grupo coincidem em 14,7 Km.
3.2.2 Coordenadas UTM
Para situar as coordenadas UTM da rea, foi utilizado o software de geo-referenciamento Google
Earth. Os pontos representativos do contorno aparecem na Figura 5 e, em seguida, apresentada
a Tabela 1, com as coordenadas de cada um deles.
Figura 5 - Localizao dos pontos representativos do contorno da rea de estudo.
(Fonte: Adaptado de imagem de satlite fornecida pelo software Google Earth)
Tabela 1: Lista das coordenadas UTM para os pontos representativos do contorno da rea de estudos
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Ponto Latitude Longitude Ponto Latitude Longitude
1 1954'47.70"S 4356'33.02"W 20 1954'14.28"S 4359'9.68"W
2 1954'43.19"S 4356'32.59"W 21 1954'24.44"S 4359'20.10"W
3 1954'41.67"S 4356'37.35"W 22 1954'30.28"S 4359'18.19"W
4 1954'42.32"S 4356'41.29"W 23 1954'34.60"S 4359'25.99"W
5 1954'31.27"S 4356'51.87"W 24 1954'38.79"S 4359'28.66"W
6 1954'23.25"S 4357'2.65"W 25 1954'44.82"S 4359'32.90"W
7 1954'13.46"S 4357'3.78"W 26 1954'55.60"S 4359'36.96"W
8 1954'2.94"S 4357'0.03"W 27 1954'58.87"S 4359'34.64"W
9 1954'7.64"S 4357'11.29"W 28 1954'52.48"S 4359'25.80"W
10 1954'12.75"S 4357'26.54"W 29 1954'51.64"S 4358'58.71"W
11 1954'13.68"S 4357'45.99"W 30 1954'56.33"S 4358'46.82"W
12 1954'5.86"S 4357'52.63"W 31 1954'51.64"S 4358'39.17"W
13 1953'57.17"S 4358'3.02"W 32 1954'53.33"S 4358'20.08"W
14 1954'8.22"S 4358'16.62"W 33 1954'42.07"S 4357'54.93"W
15 1954'1.25"S 4358'26.73"W 34 1954'38.33"S 4357'43.75"W
16 1954'9.10"S 4358'40.41"W 35 1954'48.51"S 4357'30.86"W
17 1954'17.02"S 4358'37.34"W 36 1954'57.41"S 4356'56.07"W
18 1954'24.62"S 4358'42.16"W 37 1954'47.29"S 4356'38.17"W
19 1954'21.52"S 4358'59.83"W 38 1954'48.41"S 4356'34.06"W
Portanto, os pontos mais extremos, destacados na Tabela 1, so:
Norte: Ponto 13
Sul: Ponto 27
Leste: Ponto 2
Oeste: Ponto 26
3.2.3 Geologia e Solos
A geologia da cidade de Belo Horizonte composta por processos muito antigos de formao, de
acordo com Silva et al.(1995), pode-se agrupar a formao geolgica de Belo Horizonte em dois
grandes grupos: o Supergrupo Minas e o Complexo Belo Horizonte.
O Supergrupo Minas (Grupos Sabar, Piracicaba e Itabira), ocupa 30 % do municpio em sua parte
sul, composto por uma sequncia de rochas metassedimentares. O Complexo Belo Horizonte,
constitui cerca de 70% do territrio municipal. A litologia predominante um gnaisse cinzento,
com bandamento composicional e feies de migmatizao.
A Bacia do Crrego Pastinho se encontra no Complexo Belo Horizonte, conforme pode ser visto
na Figura 6, a Bacia composta por gnaisses. Segundo Carvalho (1999), estes gnaisses so rochas
metamrficas que sofreram refuso parcial em grandes profundidades e recristalizao
generalizada de seus cristais.
Os gnaisses do origem a solos residuais de diferentes espessuras na regio, porm
predominantemente profundos, geralmente susceptveis a eroso e podem ser encontradas rochas
intrusivas e de formaes superficiais da natureza. Possuem permeabilidade moderada e so
classificados como Solos silto-arenosos ou areno-argilosos (Ramos, 1998).
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Figura 6 - Mapa da Geologia de Belo Horizonte, com destaque para a regio onde se insere a Bacia do Crrego do
Pastinho. (Fonte: Adaptado de CAMPOS, 2011, p. 28)
3.2.4 Relevo
O municpio de Belo Horizonte apresenta um relevo bastante acidentado, com altitudes variando
entre aproximadamente 670m a 1500m, ou seja, uma diferena de 830m entre o ponto mais baixo
e o mais alto. A rea de planejamento, porm, encontra-se numa regio no muito acidentada.
Observando-se as curvas de nvel apresentadas na Figura 4, mencionada anteriormente, percebe-
se que o Crrego do Pastinho tem sua nascente na cota 890m e desgua na cota 840m, portando,
longitudinalmente, a rea de estudo tem um desnvel de aproximadamente 50m no fundo do vale.
O ponto mais alto da bacia fica ao norte (margem esquerda do crrego) com um pico de 940m, ou
seja, 100m de desnivel do ponto mais baixo. Outros dois picos, um ao norte e outro ao sul,
apresentam altitudes de 935m. No geral, a margem direita tem altitudes inferiores s da esquerda.
A Figura 7 traz um mapa do relevo de Belo Horizonte, com destaque para a rea da bacia.
Figura 7 - Mapa do relevo do Municpio de Belo Horizonte, com destaque para a rea de estudo.
(Fonte: Adaptado de mapa fornecido pelo site da PBH)
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Quanto declividade dos terrenos, a rea de planejamento no apresenta casos de rampas
acentuadas, exceto em pequenas encostas prximas ao Aeroporto Carlos Prates. Como v-se na
Figura 8, h reas com menos de 10% de inclinao na vrzea do crrego e no proprio Aeroporto,
algumas poucas com inclinao de 30% a 47% e a grande maioria dos terrenos situa-se na faixa
entre 10% e 30%. O traado das ruas existentes, porm, em alguns pontos no obedeceu caminhos
preferenciais (tangenciando as curvas de nvel), tornando algumas ruas ngremes. o caso da Rua
Belmiro Braga, no bairro Caiara-Adelaide, que em determinado ponto corta perpendicularmente
um fundo de vale, como se v na Figura 9.
Figura 8 - Mapa de declividades de Belo Horizonte, com destaque para a regio onde encontra-se a rea de
planejamento. (Fonte: Adaptado de Prodabel, 2007 e SMAPU, 2012).
Figura 9 - Declividade moderada a acentuada na Rua Belmiro Braga, cortando um fundo de vale.
(Fonte: Grupo A2)
3.2.5 Hidrogeologia
Segundo a ABAS (Associao Brasileira de guas Subterrneas), Hidrogeologia o ramo da
Hidrologia que estuda a gua subterrnea, em especial a sua relao com o ambiente geolgico; ,
pois, uma das cincias da Terra, mas tem forte conotao de Engenharia.
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Tendo em vista esta definio pode-se descrever a hidrogeologia da Bacia do Crrego Pastinho.
Como j foi dito anteriormente, a Bacia se encontra no Complexo Belo Horizonte e de acordo com
Silva et al (1995) este representa um dos principais aquferos de Belo Horizonte. De acordo com
Costa (2002), em Belo Horizonte a espessura do aqufero granular muito varivel em todo o
municpio, como conseqncia das condies topogrficas e geolgicas locais, podendo se
ausentar nas reas em que a rocha aflora, at atingir espessuras da ordem de 100 m. Os gnaisses
do Complexo Belo Horizonte apresentam maior competncia aos esforos tectnicos,
deformando-se no regime rptil. Dessa forma, as fraturas so mais abertas e penetrativas, embora
muito espaadas entre si, o que reduz significantemente sua potencialidade como aqufero. A
Figura 10 ilustra a disposio dos aquferos em Minas Gerais, especialmente na regio onde se
encontra Belo Horizonte
Figura 10 - Mapa Hidrogeolgico de minas Gerais, com destaque para a regio de Belo Horizonte
(Fonte: Adaptado de mapa fornecido pelo site da CPRM).
3.2.6 Hidrografia
De acordo com a ABAS, Hidrografia descrio cientfica das condies fsicas dos corpos de
gua superficial. A partir deste conceito pode-se descrever a Hidrografia da Bacia do Crrego
Pastinho. O Crrego Pastinho o principal Crrego de uma Sub-Bacia do Ribeiro Arrudas que
leva seu nome, a Bacia do Crrego Pastinho.
A cidade de Belo Horizonte est localizada na Bacia Hidrogrfica do Rio das Velhas, que integra
a Bacia do Rio So Francisco. Dentro do municpio existem duas sub-bacias, a Bacia Hidrogrfica
do Ribeiro Arrudas e a Bacia Hidrogrfica do Ribeiro do Ona. Internamente a essas bacias mais
abrangentes, encontra-se uma rede complexa de ribeires e crregos. Nesta rede encontra-se a
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Bacia Hidrogrfica do Crrego Pastinho. Esta bacia delimitada de acordo com a Figura 4 . As
cotas altimtricas so fundamentais para a delimitao da Bacia, como foi feita no item 3.2.1, a
Bacia do Crrego Pastinho composta pelos Crregos: da Rua Par de Minas, do Pastinho, da
Avenida do Canal e da Avenida Presidente Carlos Luz. (Figura 11)
Figura 11 - Detalhe de mapa hidrolgico de Belo Horizonte, destacando a regio da Bacia do Crrego do Pastinho.
(Fonte: Adaptado de mapa fornecido pelo site da PBH).
3.2.7 Climatologia
Segundo o Site do INMET, a estao meteorolgica mais prxima da rea de estudo a de cdigo
A521 Belo Horizonte Pampulha, implantada em 2006 (ver localizao na Figura 12). Porm,
os dados climatolgicos disponveis desta estao s constavam dos ltimos 3 meses. Como, no
geral, no h diferenas significativas entre os dados pontuais desta estao especfica e os dados
para a cidade de Belo Horizonte como um todo, decidiu-se considerar, para efeito de estudo, os
dados climticos da cidade.
Figura 12 - Localizao da Estao Meteorolgica A521.
(Fonte: Adaptado de mapa fornecido pelo site do INMET).
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Segundo o site da PBH, o clima de Belo Horizonte caracterizado como Tropical de Altitude, j
que a cidade est a uma mdia de 900m do nvel do mar. Atravs dos Grficos de compilao de
sries histricas (1961 a 1990) obtidos no site do INMET (Figura 13) percebe-se que a
temperatura amena o ano todo, sendo a temperatura mxima mdia cerca de 29C no ms de
fevereiro e a mnima mdia cerca de 13C em julho. As chuvas, por sua vez, no so distribudas
uniformemente ao longo do ano, tendo um vero bastante chuvoso (cerca de 300mm em dezembro)
e um inverno bastante seco (20mm em julho), caracterstica que acompanhada pela umidade
realtiva do ar, sendo este mido no vero e bastante seco nos meses de agosto e setembro.
Figura 13 - Grficos dos dados climatolgicos de Belo Horizonte. (Fonte: Site do INMET)
3.2.8 Cobertura vegetal
A vegetao dominante original na Bacia do Crrego Pastinho, bem como em toda a regio de
Belo Horizonte, marcada pela transio entre Cerrado e Mata Atlntica. Este bioma sofreu grande
devastao ao longo do tempo, enquanto aquele ainda se encontra presente na rea.
O cerrado marcado por gramneas, arbustos e rvores esparsas, as quais tm caules retorcidos e
razes longas para permitirem a absoro de gua disponvel nos solos abaixo de 2 metros de
profundidade, mesmo durante a estao seca do inverno. A Figura 14 mostra os tipos de cobertura
vegetal na rea que circunda Belo Horizonte.
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Figura 14- Cobertura vegetal na regio de Belo Horizonte. (Fonte: Adaptado de mapa fornecido no site do IBGE)
Na rea de estudo deste trabalho, porm, a vegetao nativa foi quase totalmente suprimida,
restando pequenas reas. Se considerarmos que os dados para a Regional Noroeste so
representativos para a bacia do Pastinho, podemos tomar a Tabela 2 como exemplo para mostrar
o quo baixa a taxa de reas verdes para na regio.
Tabela 2 - Taxa de rea Vegetada e ndice de reas Verdes por Habitante por Regio Administrativa
(Fonte: Secretaria Municipal do Meio Ambiente)
Regio Administrativa
(RA)
rea Total
Populao rea Vegetada - 2010 (1) ndice de reas Verdes - 2010 (2)
(km) (hab.) km %
(m/hab)
km %
(m/hab)
Barreiro 53,46 282.552 20,55 38,44 72,73 16,53 30,93 58,52
Centro-Sul 31,73 283.776 7,43 23,41 26,18 4,90 15,45 17,27
Leste 27,90 237.923 6,89 24,70 28,96 4,04 14,48 16,98
Nordeste 39,33 290.969 9,37 23,82 32,20 2,96 7,54 10,19
Noroeste 30,08 268.038 2,01 6,68 7,50 0,55 1,82 2,05
Norte 32,56 212.055 12,81 39,34 60,41 4,70 14,44 22,17
Oeste 35,93 308.549 5,71 15,89 18,51 3,82 10,63 12,38
Pampulha 51,04 226.110 13,98 27,39 61,83 3,97 7,77 17,54
Venda Nova 29,16 265.179 4,22 14,47 15,91 1,80 6,18 6,80
Belo Horizonte 331,19 2.375.151 82,97 25,05 34,93 43,28 13,07 18,22
3.2.9 reas de Restrio Construtiva
reas de restrio construtiva so regies na Bacia do Crrego do Pastinho em que h certos riscos
de deslizamentos de encostas de acordo com o tipo do solo, a declividade de terrenos e os processos
erosivos. Pode haver ainda riscos de inundaes em plancies e alguns conflitos de interesses
quanto ao uso do solo.
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3.2.9.1 Riscos de deslizamento e eroso
Conforme revela o mapa de percentuais de declividade na regio de Belo Horizonte em 2012, a
regio noroeste na qual se insere a Bacia do Crrego Pastinho marcada pela presena de algumas
lagoas e cursos dgua e algumas acentuaes de nveis espalhadas pela rea, mais dispostas a
oeste e nordeste, locais prximos a Contagem e Pampulha.
Do ponto de vista geolgico, o solo da regio da Bacia est sujeito eroso. Dessa forma, no se
recomenda a construo civil nas reas j mencionadas j que apresentam uma acentuao mais
elevada, o que poderia implicar em eroses indesejadas comunidade.
Tais locais podem, portanto, ser considerados reas de restrio em torno da Bacia devido ao
potencial risco que acarretam. O ideal tambm evitar a construo em torno de nascentes para
preservar a nascente de rios em parmetros hidrolgicos.
3.2.9.2 Inundaes
Conforme o relatrio da Superintendncia de Desenvolvimento da Capital (SUDECAP), a Bacia
do Crrego Pastinho considerada um dos principais locais de ocorrncia de inundao em Belo
Horizonte, mais especificamente na regio da Praa do Peixe na Avenida Dom Pedro II. Alega-se
que h a ocorrncia de inundaes anuais, perdas patrimoniais e interrupo de circulao em via
de grande volume de trfego em regies prximas praa.
O diagnstico atual aponta que as bifurcaes locais so insuficientes para o escoamento da galeria
principal. H ainda uma obstruo da bifurcao central devido a estacas do viaduto Sarah
Kubitschek.
O prprio relatrio prope a reconstruo de uma das galerias do trecho bifurcado e o
aprimoramento do sistema de microdrenagem na Praa do Peixe. O oramento para a realizao
de tais investimentos gira em torno de R$1.600.000,00. Todos os gastos seriam direcionados a
obras, sem a necessidade de verbas para manuteno, desapropriao e relocalizao na Avenida
Dom Pedro II.
O critrio geral bsico a respeito dos eventos de inundaes consideradas para a seleo dessa rea
estava relacionado ocorrncia anual e ao sistema de macrodrenagem. Entretanto, h inundaes
anuais pela macrodrenagem em locais sem danos. Logo, so selecionados locais onde as situaes
analisadas correspondem aos critrios bsicos havendo pelo menos um tipo de dano significativo.
Estes riscos envolvem risco de vida humana, perdas patrimoniais e inundaes em via de grande
volume de trfego e equipamento urbano especial. Conforme visto, a Bacia do Pastinho tambm
atende a esses pontos. A Figura 15 traz uma foto de reportagem de 2012 sobre uma inundao na
Praa do Peixe.
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Figura 15 - Foto de alagamento na Praa do Peixe (Fonte: site do Jornal Estado de Minas).
3.2.9.3 Mapeamento das reas de restrio construtiva
Levando-se em conta os critrios citados acima e somando-se a eles a restrio ocupao nas
proximidades de corpos dgua, que ser melhor explanada no diagnstico do Meio Bitico, foi
possvel delimitar as reas restritas ocupao, como v-se na Figura 16. J a Tabela 3 faz um
comparativo entre a dimenso e a porcentagem de cada rea. Fazendo uma aproximao, podemos
dizer que as reas restritas correspondem a cerca de 10% da rea total. Vale lembrar que este
mapeamento no implica em limitar as reas no ocupadas a estes limites mnimos, cabendo ao
estudo do planejamento urbano propor a ampliao das mesmas e/ou criao de outras reas no
ocupadas.
Figura 16 - Mapeamento das reas de restrio ocupao
(Fonte: Adaptado de mapa fornecido pela equipe da disciplina)
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Tabela 3 - reas restritas ocupao
Motivo da restrio rea (Km) Porcentagem da rea total (%)
Declividade acentuada 0,046 0,84
Proximidade a corpo dgua 0,5 9,17
Risco de inundao 0,015 0,28
Total 0,561 10
3.3 Meio Bitico
O diagnstico do meio bitico da rea de estudo segue nos itens a seguir.
3.3.1 Paisagem
A rea compreendida pela bacia do Crrego do Pastinho de ocupao muito antiga e
extensamente modificados pelo homem, sendo composta principalmente por imveis residenciais
e comerciais.
A Avenida Dom Pedro II composta por um canteiro central muito estreito onde h rvores
enfileiradas e muitas vezes espaadas, como pode ser visto na Figura 17. As ruas dos bairros
adjacentes avenida, Figura 18, no so bem arborizadas e existem poucas praas, dando um
aspecto rido e predominantemente impermeabilizado regio.
Figura 17 - Avenida Dom Pedro II com nfase para o canteiro central. (Fonte: Grupo A2)
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Figura 18 - Ruas adjacentes Avenida Dom Pedro II. (Fonte: Grupo A2)
3.3.2 Vegetao
Belo Horizonte localiza-se numa regio de transio entre os biomas Mata Atlntica e Cerrado. A
bacia do Crrego do Pastinho est localizada na regio de Mata Atlntica.
Figura 19 - Vegetao original da regio de Belo Horizonte (Fonte: Adaptado do mapa de Biomas do Brasil, do site da IBGE).
Em visita realizada pelo grupo para pesquisa explanatria da rea de estudo, observou-se a
vegetao original est praticamente suprimida em sua totalidade. Essa foi removida, em sua
maioria, para a construo das edificaes existentes. H a presena frequente de vegetao
plantada, principalmente rvores nas caladas.
So poucas as reas de preservao compreendidas pela rea da bacia, como mostrado na Figura
20. A regio est localizada na regional Nordeste de Belo Horizonte, que tem o ndice de reas
verdes mais baixo da capital, inferior a 6 m2 por habitante.
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Figura 20 - reas de preservao (Fonte: Adaptado do mapa reas verdes protegidas, 2010, do site da Secretaria de
Meio Ambiente da PBH)
As reas efetivamente com vegetao so ainda menores, Figura 21. O que ressalta o aspecto
excessivamente urbanizado da regio.
Figura 21 - rea vegetada (Fonte: Adaptado do mapa reas vegetada, 2010, do site da Secretaria de Meio
Ambiente da PBH)
A maior rea de preservao ambiental encontra-se s margens do Aeroporto Carlos Prates. No
entanto, tal rea no est em boas condies de conservao, como pode ser visto na imagem
adaptada do Google Maps, Figura 22.
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Figura 22 - Maior rea de preservao da Bacia do Pastinho (Fonte: Adaptado do Google Maps)
3.3.3 Qualidade da gua
O crrego do Pastinho um dos afluentes do Ribeiro Arrudas, este tem a qualidade de suas guas
monitoradas pelo Instituto Mineiro de Gesto das guas (IGAM). A classificao do Ribeiro
Arrudas dada como ruim, com ndice de qualidade de gua (IQA) entre 25 e 50, como mostrado
na Figura 23.
Figura 23 - Qualidade das guas dos afluentes da bacia do rio So Francisco na regio de Belo Horizonte.
(Fonte: IGAM)
Apesar da sub-bacia do Pastinho ser afluente de um rio poludo, esse no encontra-se como
prioridade pela Prefeitura de Belo Horizonte, Figura 24, por apresentar qualidade da gua superior
aos demais crregos do municpio.
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Figura 24 - Mapa de prioridades para saneamento de Belo Horizonte (Fonte: adaptado de IGAM)
3.3.4 Principais Alteraes Ocorridas no Tempo
A regio do crrego do Pastinho foi uma importante rea de urbanizao do municpio de Belo
Horizonte. A ocupao inicial ocorreu com a instalao de colnias agrcolas em decorrncia da
proximidade do curso dgua para irrigao e plantao.
Com a maior populao o crrego do Pastinho passou a servir como via de drenagem dos esgotos
e resduos industriais, o que provocou sua morte biolgica. Consequentemente, passou a ser foco
de vetores e foi canalizado.
Hoje o crrego canalizado encontra-se sob a Avenida Dom Pedro II e desagua no Ribeiro Arrudas
prximo Rodoviria de Belo Horizonte.
3.3.5 reas de Restrio Construtiva
Conforme os dois primeiros artigos e respectivos pargrafos nicos da legislao federal (Lei N
4.771, de 15 de setembro de 1965) as florestas e demais formas de vegetao no Brasil cujas
utilidades so reconhecidas pelas suas terras revestidas so bens de interesse e propriedade comuns
aos residentes no pas, com limitaes estabelecidas pela lei. As aes ou omisses contrrias a
tais disposies quanto ao uso e explorao florestal sero nocivas utilizao da propriedade.
As florestas e demais tipos de vegetao natural so considerados reas de preservao permanente
(APP) quando situados:
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a) Ao longo de rios ou cursos dgua em margem cuja largura mnima seja:
1) 5 metros para rios com menos de 10 metros de largura (zona rural); 2) Igual metade da largura dos cursos cuja distncia entre as margens esteja entre 10
e 200 metros;
3) 100 metros para os cursos com largura superior a 200 metros; 4) 30 metros para rios com menos de 10 metros de largura (zona urbana); 5) 50 metros para cursos dgua entre 10 e 50 metros de largura; 6) 100 metros para cursos dgua entre 50 e 100 metros de largura; 7) 150 metros para cursos dgua entre 100 e 200 metros de largura 8) Igual distncia entre as margens para cursos com mais de 200 metros de largura.
b) Ao redor das lagoas, lagos ou reservatrios dgua naturais ou artificiais; c) Em nascentes e olhos dgua independentemente da situao topogrfica; d) No topo de morros, montes, montanhas e serras; e) Em encostas ou partes com mais 45 de declividade, o que equivale linha de maior
declive;
f) Em restingas fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; g) Em bordas de tabuleiros ou chapadas; h) Acima de 1800 metros de altitude, em campos naturais ou artificiais, florestas nativas
e vegetaes campestres.
Em reas compreendidas em permetros urbanos definidos por lei municipal e em regies
metropolitanas e aglomeraes, notam-se as disposies nos respectivos planos diretores e leis de
uso do solo, respeitados os princpios e limites referentes.
Pelo fato de a regio Nordeste de Belo Horizonte se caracterizar como a menos arborizada,
essencial preservar as poucas reas verdes que restam. Estas se encontram prximas ao Aeroporto
Carlos Prates e nas reas de preservao, como v-se na Figura 25.
Figura 25 - reas de restrio construtiva, em verde escuro. (Fonte: Adaptado mapa fornecido pelo Google Maps)
3.4 Meio Antrpico
O diagnstico do Meio Antrpico da rea de planejamento foi realizado a partir da anlise de dados
referentes aos bairros completamente ou parcialmente inseridos nas delimitaes da Bacia do
Crrego Pastinho.
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3.4.1 Indicadores Socioeconmicos
O nmero total de habitantes na regio de planejamento de aproximadamente 44.640 pessoas e
a densidade demogrfica mdia de 9794,8 hab/km ou 97,948 hab/ha, de acordo com dados do
Censo Demogrfico 2010 realizado pelo IBGE e considerando-se para os clculos apenas a
porcentagem do bairro efetivamente inserida na rea de planejamento.
Figura 26 - Mapa de Densidade Demogrfica. rea de Planejamento em destaque.
(Fonte: Disponibilizado no site da disciplina TIM I)
O perfil social da populao foi traado com base nas estatsticas de rendimento mensal domiciliar
apresentadas pelo Censo Demogrfico supracitado, e na diviso de classes proposta pelo IBGE:
Tabela 4 - Rendimento Nominal Mensal Domiciliar. (Fonte: IBGE 2010)
Bairros
Domiclios particulares permanentes
Classes de rendimento nominal mensal domiciliar (salrio mnimo)
At
1/2
Mais
de 1/2
a 1
Mais de
1 a 2
Mais de
2 a 5
Mais de
5 a 10
Mais de
10 a 20
Mais
de 20
Sem
rendimento
Bonfim 6 118 230 580 349 174 62 22
Carlos Prates 12 266 550 1713 1632 888 282 97
Caiaras 9 171 470 1414 1159 750 319 74
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Tabela 5 - Diviso de Classes Sociais. (Fonte: IBGE)
CLASSE SALRIOS MNIMOS (SM)
A Acima 20 SM
B 10 a 20 SM
C 4 a 10 SM
D 2 a 4 SM
E At 2 SM
Figura 27 Grfico de Distribuio Local de Classes Sociais
Com base nas tabelas e grfico apresentados, conclui-se que a populao atualmente residente na
rea de planejamento pertence majoritariamente s classes C e D.
3.4.2 Abastecimento de gua, esgoto, energia e limpeza urbana
Em termos de infraestrutura de servios pblicos, a tabela a seguir mostra que a populao em
quase sua totalidade possui acesso energia eltrica, abastecimento de gua, esgotamento sanitrio
e coleta de lixo.
Alm disso, de acordo com informaes da Prefeitura de Belo Horizonte para o ano de 2010, 95%
das vias pavimentadas urbanizadas da Regio Noroeste so atendidas pelo servio de varrio de
logradouros, capina e limpeza de bocas de lobo. Por falta de informaes detalhadas sobre o
Caiara - Adelaide 4 137 292 903 1031 781 368 60
Jardim Montanhs 6 112 315 739 533 247 66 42
Minas Brasil 1 38 90 297 357 265 150 15
Monsenhor Messias 0 61 148 550 493 271 71 29
Padre Eustquio 23 423 894 2753 2999 1996 788 177
Santo Andr 10 235 402 1008 485 188 54 39
TOTAL 71 1561 3391 9957 9038 5560 2160 555
TOTAL
PERCENTUAL 0,22% 4,83% 10,50% 30,83% 27,99% 17,22% 6,69% 1,72%
Classe E16%
Classes C e D60%
Classes A e B24%
DISTRIBUIO LOCAL DE CLASSES SOCIAIS
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servio de varrio em cada bairro, este percentual ser considerado aplicvel para a rea de
planejamento.
Tabela 6 - Porcentagem da populao com acesso aos servios de energia eltrica, abastecimento de gua,
esgotamento sanitrio e servio de limpeza (Fonte: PBH, 2010)
Bairros Energia eltrica de
companhia distribuidora
Abastecimento de gua pela rede geral
Existncia de banheiro ou sanitrio e
esgotamento sanitrio
Lixo coletado por servio de
limpeza
Bonfim 99,94% 99,94% 99,81% 99,42%
Caiara - Adelaide 100,00% 98,63% 98,97% 99,14%
Caiaras 99,95% 99,95% 99,59% 99,68%
Carlos Prates 99,94% 99,98% 99,32% 99,39%
Jardim Montanhs 99,90% 99,90% 99,38% 95,39%
Minas Brasil 100,00% 99,84% 98,93% 99,67%
Monsenhor Messias 100,00% 100,00% 99,94% 100,00%
Padre Eustquio 99,88% 99,90% 99,68% 98,65%
Santo Andr 99,75% 99,88% 96,38% 99,92%
3.4.3 Infraestrutura de Servios de Sade
A respeito dos servios de sade, constatou-se que a rea de planejamento possui cinco hospitais,
sendo eles:
1. Hospital Alberto Cavalcanti Bairro Padre Eustquio
2. Hospital Ren Guimares Bairro Padre Eustquio
3. Hospital Miguel Couto Bairro Bonfim
4. Hospital BH Mater Bairro Carlos Prates
5. Hospital Promater Bairro Carlos Prates
Alm disso, h quatro Centros de Sade municipais inseridos na rea ou em suas adjacncias:
1. Centro de Sade Padre Eustquio
2. Centro de Sade Jardim Montanhs
3. Centro de Sade Carlos Prates
4. Centro de Sade Santos Anjos
Para caracterizao das condies de sade locais, no menos importante que a infraestrutura de
servios de sade so as taxas de epidemias mais recorrentes na regio. As tabelas a seguir
apresentam taxas de incidncia de dengue e de ataques escorpinicos em todos os distritos
sanitrios de Belo Horizonte.
A partir da anlise das tabelas apresentadas, percebe-se que em todos os anos relatados a regio
Noroeste apresentou altas taxas de incidncia de dengue, sendo que nos anos de 2002 e 2003 estas
taxas foram as mais altas entre todos os distritos sanitrios do municpio.
A anlise da taxa de incidncia de acidentes escorpinicos conduz a concluso semelhante: o
distrito sanitrio Noroeste apresentou uma taxa de incidncia muito superior quelas apresentadas
pelos demais.
A elevada incidncia verificada no DS Noroeste pode ser explicada, em parte, em razo de este
distrito constituir-se, em relao ao municpio, em uma regio de muitos contrastes. o distrito
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que apresenta a maior populao, o segundo maior nmero de domiclios vagos e o maior nmero
de residncias uni-familiares (casas), alm de apresentar extensa rea de ocupao antiga e
estagnada (Nunes, et. al. 2000).
Tabela 7 - Taxa de Incidncia de Dengue por Distrito Sanitrio.
Tabela 8 - Acidente e taxa de incidncia de acidentes escorpinicos segundo o Distrito Sanitrio. Belo Horizonte,
Minas Gerais, 1993-1996. (Fonte: BARBOSA, A.D. et al)
3.4.4 Educao
A caracterizao dos servios de educao ofertados na regio foi feita atravs do Cadastro de
Escolas disponibilizado em Setembro/2014 pela Secretaria de Educao do Estado de Minas
Gerais. A tabela a seguir apresenta todas as instituies de ensino cadastradas nos bairros de
planejamento.
Contabilizaram-se 6 escolas pertencentes rede municipal, 11 escolas estaduais e 54 da rede
privada, totalizando 71 instituies de ensino, sendo que 50 delas ofertam vagas para a educao
infantil, 29 para o Ensino Fundamental (1 ao 5 ano), 19 para o Ensino Fundamental (6 ao 9
ano), 13 para o Ensino Mdio Regular, 8 para Educao Profissional Nvel Tcnico e 4 para o
programa Educao de Jovens e Adultos (EJA).
Tabela 9 - Cadastro de Escolas - Setembro/2014. (Fonte: Secretaria do Estado de Educao de Minas
Gerais/SI/SIE/Diretoria de Informaes Educacionais)
Nome da Escola Dependncia
Administrativa Bairro
CRECHE VOV GUIOMAR PRIVADA BONFIM
INSTITUTO CRISTO GAPE UNIDADE BONFIM PRIVADA BONFIM
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Nome da Escola Dependncia
Administrativa Bairro
JD DE INF CINDERELA PRIVADA BONFIM
CENTRO INTEGRADO ANDRIA AZEVEDO PRIVADA CAIARA
CENTRO UNIVERSITRIO NEWTON PAIVA - UNIDADE CARLOS LUZ PRIVADA CAIARA
COLGIO BERLAAR SO PASCOAL PRIVADA CAIARA
COLGIO FRANCISCANO SAGRADA FAMLIA PRIVADA CAIARA
COMUNIDADE INFANTIL PRNCIPE DA PAZ PRIVADA CAIARA
EM MONSENHOR ARTUR DE OLIVEIRA MUNICIPAL CAIARA
ESCOLA CONSTRUIR PRIVADA CAIARA
ESCOLA DE EDUCAO PROFISSIONAL NEWTON PAIVA UNIDADE CARLOS LUZ III PRIVADA CAIARA
ESCOLA DE EDUCAO PROFISSIONAL NEWTON PAIVA UNIDADE MARECHAL FOCH PRIVADA CAIARA
ESCOLA INCLUSIVA RENASCER PRIVADA CAIARA
ESCOLA INFANTIL ESTRADA DO SOL PRIVADA CAIARA
INSTITUTO CRISTO DO CAIARA PRIVADA CAIARA
INSTITUTO EDUCACIONAL DESPERTANDO PARA O SABER PRIVADA CAIARA
INSTITUTO EDUCACIONAL E CRECHE EVANGLICA ABRIGO DE PAZ PRIVADA CAIARA
INSTITUTO LE PETIT PRIVADA CAIARA
INSTITUTO MTODO E APRENDIZAGEM PRIVADA CAIARA
EE PROFESSOR FRANCISCO BRANT ESTADUAL CAIARA-ADELAIDE
EE CAIO NELSON DE SENA ESTADUAL CAIARAS
EE SANTOS ANJOS ESTADUAL CAIARAS
INSTITUTO FILADLFIA PRIVADA CAIARAS
CENTRO DE EDUCAO SO FRANCISCO PRIVADA CARLOS PRATES
CENTRO EDUCACIONAL CARLOS PRATES - CECAP PRIVADA CARLOS PRATES
CENTRO EDUCACIONAL ROGDO CER PRIVADA CARLOS PRATES
COLGIO PEDRO II PRIVADA CARLOS PRATES
COLEGUIUM - UNIDADE CARLOS PRATES PRIVADA CARLOS PRATES
EDUCANDRIO MINI DOUTOR PRIVADA CARLOS PRATES
EE LCIO DOS SANTOS ESTADUAL CARLOS PRATES
EE MELO VIANA ESTADUAL CARLOS PRATES
EM DOM JAIME DE BARROS CMARA MUNICIPAL CARLOS PRATES
ESCOLA DE EDUCAO INFANTIL BERO AMOR E CIA PRIVADA CARLOS PRATES
INSTITUIO PINTANDO O SETE MILTICENTRO INFANTIL PRIVADA CARLOS PRATES
INSTITUTO EDUCACIONAL COLORIR PRIVADA CARLOS PRATES
INSTITUTO PEDAGGICO LPIS DE COR PRIVADA CARLOS PRATES
INTEGRALLIS CENTRO EDUCACIONAL PRIVADA CARLOS PRATES
UMEI CARLOS PRATES MUNICIPAL CARLOS PRATES
UMEI SABINPOLIS MUNICIPAL CARLOS PRATES
CENTRO CRISTO EVANGLICO EDUCACIONAL CCEE PRIVADA JARDIM MONTANHS
EE ELISEU LABORNE E VALE ESTADUAL JARDIM MONTANHS
JARDIM CANTINHO DO CU PRIVADA JARDIM MONTANHS
COLGIO SANTA MARIA CORAO EUCARSTICO PRIVADA MINAS BRASIL
EE DESEMBARGADOR MRIO GONALVES MATOS ESTADUAL MINAS BRASIL
INST MLTIPLO PRIVADA MINAS BRASIL
INSTITUTO EDUCACIONAL RECANTO DO SABER PRIVADA MONSENHOR MESSIAS
COL OMEGA PRIVADA PADRE EUSTQUIO
COLGIO PADRE EUSTQUIO PRIVADA PADRE EUSTQUIO
COLGIO RAIZ PRIVADA PADRE EUSTQUIO
CRECHE ABRIGO INFANTIL VOV DUDU PRIVADA PADRE EUSTQUIO
CRECHE ABRIGO JESUS PRIVADA PADRE EUSTQUIO
CRECHE CASULO CARAVANA DE LUZ PRIVADA PADRE EUSTQUIO
CRECHE PADRE EUSTQUIO PRIVADA PADRE EUSTQUIO
EE CRISTIANO MACHADO ESTADUAL PADRE EUSTQUIO
EE PADRE EUSTQUIO ESTADUAL PADRE EUSTQUIO
EE PEDRO DUTRA ESTADUAL PADRE EUSTQUIO
EE PROFESSOR MORAIS ESTADUAL PADRE EUSTQUIO
ESCOLA CRIST ARCA DA ALIANA PRIVADA PADRE EUSTQUIO
ESCOLA TCNICA VITAL BRASIL PRIVADA PADRE EUSTQUIO
INSTITUTO EDUCACIONAL CRIANA E ARTE PRIVADA PADRE EUSTQUIO
INSTITUTO EDUCACIONAL DENTINHO DE LEITE PRIVADA PADRE EUSTQUIO
INSTITUTO ROUSSEAU PRIVADA PADRE EUSTQUIO
JARDIM DE INFNCIA CASINHA ENCANTADA PRIVADA PADRE EUSTQUIO
JARDIM DE INFNCIA PADRE EUSTQUIO PRIVADA PADRE EUSTQUIO
NCLEO EDUCACIONAL CRESCER PRIVADA PADRE EUSTQUIO
SENAI CENTRO DE FORMAO PROFISSIONAL PAULO TARSO PRIVADA PADRE EUSTQUIO
EM CARLOS GIS MUNICIPAL SANTO ANDR
EM MARIA DA GLRIA LOMMEZ MUNICIPAL SANTO ANDR
ESCOLA INFANTIL BARBA PAPA PRIVADA SANTO ANDR
ESCOLA INFANTIL ESTRELINHA MGICA PRIVADA SANTO ANDR
INSTITUTO EDUCACIONAL MAGNA VITA PRIVADA SANTO ANDR
3.4.5 reas de Restrio
Os critrios para demarcao de reas de restrio construtiva visando minimizar os impactos ao
meio antrpico foram definidos de acordo com o zoneamento apresentado pela Lei de
Parcelamento, Uso e Ocupao do Solo de Belo Horizonte (Lei 9959/2010).
A restrio de construo deve aplicar-se s zonas definidas como ZA (Zona Adensada), tendo-se
em vista que, de acordo com o Art. 9 da lei supracitada, estas so regies nas quais o adensamento
deve ser contido, por apresentarem alta densidade demogrfica e intensa utilizao da
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infraestrutura urbana, de que resultam, sobretudo, problemas de fluidez do trfego, principalmente
nos corredores virios.
Considerando-se as delimitaes da bacia do Crrego do Pastinho, as zonas adensadas esto
concentradas nos bairros Carlos Prates e Padre Eustquio. A imagem a seguir apresenta o contorno
da bacia hidrogrfica e a rea de restrio construtiva, conforme critrios mencionados acima.
Figura 28 - rea de restrio construtiva e delimitaes da bacia do Crrego do Pastinho.
(Fonte: adaptado de mapa da PBH)
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4. PLANEJAMENTO FSICO TERRITORIAL
4.1 Diagnstico da ocupao fsica territorial atual
4.1.1 Ocupao do Solo
De acordo com a lei municipal n 7166/96 e suas alteraes, a bacia do crrego Pastinho tem
padres de ocupao diferenciados, sendo a Avenida Dom Pedro II o principal limite divisor destes
padres.
Os bairros Padre Eustquio e Carlos Prates, situados em um mesmo lado da avenida, tm a grande
maioria de sua rea caracterizada como Zona Adensada (ZA). Uma pequena parcela do bairro
Padre Eustquio, localizada no entorno do Aeroporto Carlos Prates, definida como Zona de
Preservao Ambiental (ZPAM) e Zona de Proteo (ZP-1).
J a regio de planejamento situada do lado oposto da avenida tem grande parte de sua rea
definida como Zona de Adensamento Preferencial (ZAP). Uma menor parte de rea, j afastada
do permetro da avenida, caracterizada como Zona de Adensamento Restrito (ZAR-2). O bairro
Bonfim possui uma zona definida como Zona de Grandes Equipamentos (ZE), por tratar-se de um
cemitrio.
A rea de influncia direta bacia possui majoritariamente as classificaes de Zona Adensada
(ZA) e Zona de Adensamento Restrito (ZAR-2). Algumas regies especficas foram classificadas
como Zona de Especial Interesse Social (ZEIS-1), sendo elas a Vila Jardim So Jos, Marmiteiros,
So Francisco das Chagas (tambm conhecido como Vila Peru), Pedreira Prado Lopes e Senhor
dos Passos.
O mapa a seguir ilustra a distribuio das zonas de ocupao citadas anteriormente.
Figura 29 - Zoneamento da Regio Noroeste de Belo Horizonte (Fonte: PBH, Lei 7166/96 e alteraes)
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4.1.2 Diretrizes da Legislao Urbana
A lei municipal n 7166/96 e suas alteraes posteriores estabelecem normas e condies para o
parcelamento, ocupao e uso do solo urbano no municpio de Belo Horizonte.
A seguir apresentam-se as principais diretrizes definidas pela legislao mencionada e que se
aplicam diretamente rea de planejamento.
LEI 7166/96 E ALTERAES
CAPTULO II - DO ZONEAMENTO
Art. 6 - So ZPAMs as regies que, por suas caractersticas e pela tipicidade da vegetao,
destinam-se preservao e recuperao de ecossistemas, visando a:
I - garantir espao para a manuteno da diversidade das espcies e propiciar refgio fauna;
II - proteger as nascentes e as cabeceiras de cursos d'gua;
III - evitar riscos geolgicos.
1 - vedada a ocupao do solo nas ZPAMs de propriedade pblica, exceto por edificaes
destinadas, exclusivamente, ao seu servio de apoio e manuteno.
2 - As reas de propriedade particular classificadas como ZPAMs podero ser parceladas,
ocupadas e utilizadas, respeitados os parmetros urbansticos previstos nesta Lei e assegurada sua
preservao ou recuperao, mediante aprovao do Conselho Municipal de Meio Ambiente -
COMAM.
Art. 7 - So ZPs as regies sujeitas a critrios urbansticos especiais, que determinam a ocupao
com baixa densidade e maior Taxa de Permeabilidade, tendo em vista o interesse pblico na
proteo ambiental e na preservao do patrimnio histrico, cultural, arqueolgico ou
paisagstico, e que se subdividem nas seguintes categorias:
I - ZP-1, regies, predominantemente desocupadas, de proteo ambiental e preservao do
patrimnio histrico, cultural, arqueolgico ou paisagstico ou em que haja risco geolgico, nas
quais a ocupao permitida mediante condies especiais;
Art. 8 - So ZARs as regies em que a ocupao desestimulada, em razo de ausncia ou
deficincia de infraestrutura de abastecimento de gua ou de esgotamento sanitrio, de
precariedade ou saturao da articulao viria interna ou externa ou de adversidade das condies
topogrficas, e que se subdividem nas seguintes categorias:
II - ZARs-2, regies em que as condies de infraestrutura e as topogrficas ou de articulao
viria exigem a restrio da ocupao.
Art. 9 - So ZAs as regies nas quais o adensamento deve ser contido, por apresentarem alta
densidade demogrfica e intensa utilizao da infraestrutura urbana, de que resultam, sobretudo,
problemas de fluidez do trfego, principalmente nos corredores virios.
Art. 10 - So ZAPs as regies passveis de adensamento, em decorrncia de condies favorveis
de infraestrutura e de topografia.
Art. 12 - So ZEISs as regies edificadas, em que o Executivo tenha implantado conjuntos
habitacionais de interesse social ou que tenham sido ocupadas de forma espontnea, nas quais h
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interesse pblico em ordenar a ocupao por meio de implantao de programas habitacionais de
urbanizao e regularizao fundiria, urbanstica e jurdica, subdividindo-se essas regies nas
seguintes categorias:
I - ZEISs-1, regies ocupadas desordenadamente por populao de baixa renda, nas quais existe
interesse pblico em promover programas habitacionais de urbanizao e regularizao fundiria,
urbanstica e jurdica, visando promoo da melhoria da qualidade de vida de seus habitantes e
sua integrao malha urbana;
Art. 13 - So Zonas de Grandes Equipamentos - ZEs - as regies ocupadas ou destinadas a usos
de especial relevncia na estrutura urbana, nas quais vedado o uso residencial.
CAPTULO III
DO PARCELAMENTO DO SOLO
Art. 17 - Os parcelamentos devem atender s seguintes condies:
I - a extenso mxima da somatria das testadas de lotes ou terrenos contguos compreendidos
entre duas vias transversais no pode ser superior a 200m (duzentos metros);
II - os lotes devem ter rea mnima de 125 m (cento e vinte e cinco metros quadrados) e mxima
de 10.000 m (dez mil metros quadrados), com, no mnimo, 5,00 m (cinco metros) de frente e
relao entre profundidade e testada no superior a 5 (cinco);
III - obrigatria a reserva de faixas non aedificandae estabelecidas com fundamento em parecer
tcnico:
a) ao longo de guas correntes ou dormentes, com largura mnima de 30,00m (trinta metros) em
cada lado, a parti