Tipos de Vacinas Farmacia Artigo

download Tipos de Vacinas Farmacia Artigo

of 4

description

a imunologia no estudo de vacinas

Transcript of Tipos de Vacinas Farmacia Artigo

  • VVaacciinnaass:: NNoovvooss DDeessaaffiiooss FFaarrmmaaccuuttiiccooss

    Vaccines: New Pharmaceutical Challenges Rosngela Vieira de Andrade1; Ana Lcia Saliba Santos Avelans2; Ceclia Mangini Correa2; Cludia Mariano

    de Melo2; Jane Moraes de Paiva Defina2; Maurlio Geraldo Borges2 & Poliana dos Reis Danio2

    RESUMO - Vacinao (do latim vacca ) representa a melhor e mais conhecida aplicao dos princpios imunolgicos para a sade do homem. As vacinas de uso corrente so constitudas ou por microrganismos inteiros (inativados), ou mortos ou ainda por subunidades dos microrganismos. Cada uma delas apresentando vantagem e desvantagens. PALAVRAS CHAVE Vacinao , imunidadade e microrganismos. SUMMARY - Vaccination (of the latin vacca) represents the best and more known application of the immunological beginnings for the man's health. The vaccines of the current use are constituted either for whole (inactivated) and died microorganisms or for subunits of microorganisms. Each one of them presenting advantage and disadvantages. KEYWORDS - Vaccination, immunity and microorganisms.

    INTRODUO

    O nascimento da imunologia como uma cincia pode ser datada a partir da vacinao bem sucedida contra a varola, feita por Edward Jenner, em 1796.1 A importncia da vacinao profiltica contra doenas infecciosas mais bem ilustrada pelo fato de que os programas mundiais de vacinao induziram a uma completa, ou quase completa, erradiao de muitas destas doenas em muitos pases. O exemplo mais impressionante o da varola [1]. O desenvolvimento de

    1 Pesquisar, 2 Alunos do curso de Farmcia da UNIPLAC.

    vacinas eficazes contra vrus, bactrias e parasitas persiste como um importante alvo dos imunologistas de todo o mundo.

    O objetivo de toda a vacinao induzir imunidade especfica que evite a invaso bacteriana, que elimine os micrbios j penetrados nos hospedeiros e que neutralize as toxinas microbianas. Uma vez que a vacinao eficaz como uma medida de sade pblica exige uma imunidade de longa durao, a capacidade das vacinas para estimular os linfcitos T e B de memria constitui uma importante considerao ativa na erradicao das doenas infecciosas dependendo de numerosas fatores. Por

  • exemplo, as infeces que so limitadas aos hospedeiros humanos e sejam causadas por fracos agentes infecciosos, cujos antgenos so relativamente invariantes, tm maior probabilidade de serem controladas pela vacinao. Por outro lado, a variao antignica, a existncia de reservatrios animais ou ambientais de infeco e a alta infectividade dos micrbios tornam menos provvel que a vacinao isoladamente possa erradicar uma doena infecciosa em particular [1,5].

    PRINCPIOS E EFEITOS DA

    VACINAO Atualmente sabemos que as

    inoculaes de Jenner funcionaram porque o vrus da varola bovina, que no um patgeno grave, est intimamente relacionado ao vrus da varola. A inoculao, feita por raspagem da pele, provocava uma resposta imune primria nos receptores, levando formao de anticorpo e de clulas de memria. Mais tarde, quando o receptor encontrava o vrus da varola, as clulas de memria eram estimuladas, produzindo uma resposta imune secundria rpida e intensa. Esta resposta mimetiza aquela obtida na recuperao da doena. A vacina da varola bovina foi logo substituda por uma vacina contendo o vrus da vacnia. Apesar de se conhecer muito pouco sobre a origem desse importante vrus ele tambm confere imunidade contra o vrus da varola. Trata-se, provavelmente, de um hbrido que surgiu h muito tempo de uma mistura acidental do vrus da varola bovina com o da varola. O desenvolvimento de vacinas baseadas no modelo da vacina da varola bovina apenas um exemplo das importantes aplicaes da imunologia [5].

    Muitas doenas transmissveis podem ser controladas por mtodos comportamentais e ambientais. Por exemplo, medidas sanitrias adequadas podem impedir a disseminao da clera, e o uso de preservativos pode diminuir a disseminao das doenas sexualmente transmissveis.

    As enfermidades bacterianas podem ser tratadas com antibiticos, caso falhem as medidas de preveno. As doenas virais, contudo, uma vez contradas, no so facilmente tratveis. Por isso, a vacinao freqentemente o nico mtodo exeqvel de controle da doena viral. O controle da doena no requer, necessariamente, que todos sejam imunizados contra ela. Se a maioria da populao estiver imunizada, indivduos suscetveis em quantidade suficiente para sustentar a disseminao de uma epidemia [1,5].

    A experincia tem mostrado que as vacinas contra patgenos bacterianos entricos, como os causadores da clera ou do tifo, no so eficientes ou to duradouras quando aquelas contra doenas virais, como o sarampo e varola. Tm sido produzidas vacinas eficientes contra bactrias e contra vrus, mas vacinas teis contra clamdias, fungos e protozorios ou parasitas helmnticos ainda no esto sendo utilizadas em seres humanos. Contudo, os pesquisadores tm trabalhado no desenvolvimento de vacinas contra vrias doenas [4].

    TIPOS DE VACINAS E SUAS

    CARACTERSTICAS Atualmente existem vrios tipos

    bsicos de vacinas. Algumas das mais novas tiram proveito do conhecimento e da tecnologia desenvolvidos nos anos recentes.

    As vacinas atenuadas com o agente inteiro usam microrganismos

  • vivos atenuados (enfraquecidos). As vacinas vivas mimetizam melhor uma infeco real. A imunidade vitalcia, especialmente com vrus, freqentemente alcanada sem reforos e, no raro, com uma eficcia de 95%. Essa eficcia de longa durao ocorre, provavelmente, devido proliferao dos vrus atenuados dentro do corpo, aumentando a dose original e agindo com uma srie de imunizao secundria (reforos) [1,5].

    Exemplos de vacinas atenuadas so a vacina Sabin (contra poliomielite) e as usadas contra sarampo, caxumba e rubola. A vacina contra o bacilo da tuberculose, amplamente utilizada, e algumas das vacinas tifides administrada oralmente, recentemente introduzidas, contm bactrias atenuadas. Os micrbios atenuados so geralmente derivados de mutaes acumuladas durante o cultivo de longa durao. Um dos perigos dessas vacinas que os micrbios vivos podem sofrer mutao revertendo para uma forma virulenta. As vacinas atenuadas no so recomendadas para pessoas cujo sistema esteja comprometido, devendo ser substitudas pelas vacinas inativadas, quando disponveis [3,4]. As vacinas inativadas com o agente inteiro usam micrbios mortos com formalina ou fenol. As vacinas com vrus inativadas utilizadas em seres humanos incluem as vacinas contra a raiva, gripe e poliomielite. Entre as vacinas inativadas bacterianas esto a vacina contra pneumonia pneumoccica e a clera [3].

    Os toxides, toxinas inativadas, so vacinas dirigidas contra as toxinas produzidas por um patgeno. Os toxides do ttano e da difteria tm participado, por longo tempo, da srie-padro de inoculao infantil. necessria uma srie de injees para se obter imunidade

    completa, seguida de reforo a cada 10 anos.

    As vacinas de subunidades usam somente os fragmentos antignicos de um microrganismo que melhor estimulam uma resposta imune. As vacinas de subunidades produzidas por tcnicas de engenharia gentica, onde outros micrbios so programados para produzir a frao antignica desejada, so chamadas de vacinas recombinantes. Por exemplo, a vacina contra o vrus da hepatite B consiste de um fragmento da protena do envelope viral produzida por uma levedura modificada geneticamente [2].

    As vacinas de subunidades so inerentemente mais seguras porque no podem-se reproduzir no receptor. Elas tambm contm pouco ou nenhum material estranho e por isso tendem a produzir menos efeitos adversos. De modo semelhante, possvel separar as fraes de uma clula bacteriana rompida, isolando as fraes antignicas desejadas [1,6,].

    A vacina de cido nuclico, ou vacina de DNA, um dos mais novos e mais promissores tipos de vacinas, apesar de no ter ainda resultado em nenhuma vacina para seres humanos. Experimentos com animais mostram que a injeo intramuscular de plasmdeos contendo DNA nu resulta na produo da protena modificada por esse DNA. Essas protenas permanecem no organismo receptor e desencadeiam uma resposta imune. A segurana desse tipo de vacina incerta, mas esto sendo consideradas muitas aplicaes, especialmente contra cncer e vrus que possuem altas taxas de mutao (como influenza e HIV) [2].

    DESENVOLVIMENTO DE

    VACINAS

  • Uma vacina eficiente o mtodo mais desejvel de controle de doenas. Ela impede que o indivduo seja acometido de determinada doena alm de ser, geralmente, o meio mais econmico. Isso especialmente importante nos pases em desenvolvimento. A vacina ideal seria ingerida ao invs de injetada. Daria, tambm imunidade por toda a vida em uma nica dose, permaneceria estvel sem refrigerao alm de ser economicamente vivel. Um sonho, no momento, longe de ser realizado.

    Embora o interesse no desenvolvimento de vacinas tenha diminudo com a introduo dos antibiticos, recentemente tem se intensificado. Historicamente, o desenvolvimento de vacina exigia o crescimento do patgeno em grandes quantidades. As primeiras vacinas virais bem-sucedidas foram desenvolvidas atravs do cultivo em animais. O vrus da vacnia para a vacina da varola crescia na barriga raspada de bezerro. O vrus da raiva, usando por Pasteur h 100 anos atrs, crescia no sistema nervoso central de coellhos.

    A introduo de vacinas contra a poliomielite, sarampo, caxumba e muitas outras doenas cujos vrus s crescem no organismo humano tiveram que esperar pelo desenvolvimento das tcnicas de cultivo celular. Cultivos celulares originrios de seres humanos ou, mais freqentemente, de animais como macacos que so mais intimamente relacionados aos humanos, permitiram a produo dessas vacinas em larga escala.

    As vacinas recombinantes e as de DNA no necessitam de clulas vivas ou animais hospedeiros para o crescimento do micrbio. Isso evita o principal problema de determinados vrus, como o

    da hepatite B que no crescem em cultivo celular.

    NOVOS DESAFIOS: Nos ltimos vinte anos, tem

    ocorrido notveis transformao e avanos nas tcnicas para formulao de vacinas, como:

    Uso de bactrias no-alteradas para produzir o antgeno desejado (Hepatite B).

    Uso de peptdeos sintticos em resposta ao rpido avano da clonagem de DNA (cncer).

    Uso de um vetor, normalmente viral para conduzir os genes codificantes dos antgenos necessrios para dentro da clula (Herpes simples).

    Injeo de DNA na forma de plasmdeos em clulas receptoras, normalmente musculares. REFERNCIAS

    1. Brown, F.; Dougan, G.; Hoey, E. M.; Martin, S. J.; Rima, B. K., Trudgett, A.Vaccine Design. Chichest: John Wiley & Sons; 1993.

    2. Donnelly, J. J., ulmer, J. B.; Shiver, M. A.; Liu, M.A. DNA vaccines. Annual Review of Immunology 15: 617-647, 1997.

    3. Kaufmam, S. H. E. Immunity to intracellular bactria. Annual Review of Immunology 9:745-772,1991.

    4. Marrack, P.; Kappler, J. W. Subversion of the immunity system by pathogens. Cell 76: 323-332,1994.

    5. Roit, I.; Brostoff, J.; Male, D., Imunologia. 5 Ed. Editora Manole LTDA. 1999.

    6. ZinKernagel, R. M.; Immunology taught by viruses. Science 271: 173-178, 1996.

    Endereo para correspondncia: Prof. Walter Paulo Filho Faculdade de Farmcia do Planalto Central/Unio Educacional do Planalto Central UNIPLAC SIGA. rea Especial n 02 Setor Leste. Gama-DF-72460-000