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TCNICA DELPHI PARA ANALISE DE SISTEMA DE IN�ORMAÇÃO: ESTUDO DE VIABILIDADE Anna Sylvia Silveira Kairalla Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de o Paulo S.A - IPT Dissertação apresentada ao Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Uni- versidade Federal do Rio de Janeiro para obtenção do grau de Mestre em Ciência da Informação Orientadora: Gilda Maria Braga, PhD Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia São Paulo 1982

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  • Tl:CNICA DELPHI PARA ANALISE DE SISTEMA DE IN�ORMAÇÃO:

    ESTUDO DE VIABILIDADE

    Anna Sylvia Silveira Kairalla

    Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A - IPT

    Dissertação apresentada ao Instituto Brasileiro

    de Informação em Ciência e Tecnologia/Uni

    versidade Federal do Rio de Janeiro para obtenção do grau de Mestre em Ciência da

    Informação

    Orientadora: Gilda Maria Braga, PhD

    Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

    São Paulo

    1982

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    Uma semente na infância de

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    AGRADECIMENTOS

    Minha maior herança - educação, perseverança e espírito de luta - herdei de meus pais. Apoio e compreensão recebi de minha irmã e cunhado.

    A idéia do aperfeiçoamento profissional, que culminou nesse traba

    lho, foi semeada pela mestra e amiga Jerusa Gonçalves de Araújo.

    A realização dessa dissertação foi permitida graças ao apoio do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. - 1 PT e de Mariza da Silva Santos, Bibliotecária Chefe da Biblioteca Central.

    Contribu írani .direta ou indiretamente no desenvolvimento desse trabalho, colegas da Biblioteca Central e de Bibliotecas Divisionais do IPT, em especial Maria Natalina de Almeida Martins e Maria Stella César de Oliveira, bem como as amigas do Curso de Mestrado Maria de Fátima Vieira Peixoto, Regina de Almeida Sá e

    Tânia Marion Zimmermann.

    Dedicação, paciência e boa vontade foram uma constante na pessoa

    de Silvia Marques Carneiro Rodrigues, responsável pela datilografia.

    Contribuiu na leitura e revisão desse trabalho, a amiga Maria Adélia

    de Assis Moura Teubl, de quem se.mpre recebi estímulo.

    Agradeço, em especial, pelo privilégio desta orientação, à Gilda Braga que, com sua grande capacidade profissional, possibilitou a concretização do

    presente estudo. A sua amizade, tolerância e consideração serei sempre grata.

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    RESUMO

    Estuda-se a viabilidade. da aplicação

    da técnica DELPH I para se obter um con

    senso de opiniões dos pesquisadores do IPT sobre Sistema de Informação, como um todo. São seguidos alguns passos tais

    como: a seleção de participantes, a elabo

    ração e a aplicação de questionários bem como a análise das respostas. Os conceitos obtidos refletem o pensamento do grupo de

    respondentes. O método DELPHI amplamente adotado em diversos campos de estudo,

    prova ser viável também na área da Informa

    ção.

    ABSTRACT

    This is a study on the viability of

    applying the DE LPH I Technique to

    obta i n the consensus op i n i on of the scientists and researchers of I PT concerning information systems. The following steps were taken: selection of participants,

    elaboration and application of questionnaires and analysis of the answers. The thoughts expressed reflect the opinion of the group of respondents. The Delphi

    method widely applied to a variety of

    study areas, is proved to be useful also

    in the I nformation fiel d.

  • SUMARIO

    r-1 INTRODUÇÃO 6-27

    2 OBJETIVO 28

    1-3 AMBIENTE DO ESTUDO 29-31

    1 4 MATERIAL E MÉTODO 32-36l 5 RESULTADOS 37-74

    6 CONCLUSÕES 75-77

    7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 78-83

    8 ANEXO 84-99

    9 APÊNDICES 100 - 137

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    INTRODUÇÃO

    Basicamente pode-se estudar um Sistema de Informação consideran

    do dois aspectos: o ponto de vista do próprio sistema e o ponto de vista do usuário. Os estu

    dos sobre usuário da informação são importantes para o conhecimento do fluxo de informa

    ção científica e técnica, de sua demanda, dos resultados da informação sobre o conhecimen

    to, e de tantos outros aspectos direta ou indiretamente relacionados à informação1 . Um relatório da UNISIST vem enfatizar a importância desses estudos de usuários na retroalimentação do Sistema. São considerados instrumentos para o planejamento e política de sistema de

    informação, afetando o comportamento de cientistas e tecnólogos. Lin e Garve/ observa

    ram que os estudos de usuários tomarem impulso não só nos Estados Unidos como também na Rússia, Alemanha, Países Baixos, Inglaterra, etc. Na Universidade de Sheffield foi criado

    um centro voltado especialmente ao usuário - Centre for Research on User Studies.

    O estudo de Sistema de Informação pressupõe a utilização de métodos e técnicas. Alguns desses métodos comumente utilizados são questionários, entrevistas,

    observações diretas, etc. Novas técnicas vêm sendo desenvolvidas em todos os campos poten

    cialmente aplicáveis também à área da Informação, como é o caso da técnica DELPHI.Brittain3 , inclusive, sugere a sua aplicação à Ciência da Informação. Trata-se de uma técnica para obter um consenso de opiniões sobre um determinado assunto sendo sua principal área de aplicação a de previsão tecnológica. Tem sido usada frequentemente em áreas nas

    quais os julgamentos pessoais são necessários.

    Originalmente, DELPHI foi usado como um método de previsão

    tecnológica, para tentar determinar, quando e sob que condições, certos tipos de tecnologia

    seriam viáveis. Tem havido uma grande procura à técnica de previsão, principalmente na indústria que, durante muito tempo, mostrou pouca visão neste aspecto. A velocidade e o im

    pacto tecnológicos têm motivado os administradores e pesquisadores a buscarem meios, ainda que vagos, para se prever o futuro. Previsão de eventos futuros não é usualmente

    precisa. Quando há necessid_ade de um planejamento a longo prazo, algumas decisões baseiam

    se numa série de julgamentos intuitivos. A previsão tecnológica está ainda em fase embrionária, ao contrário das previsões financeira, econômica e mercadológica

    4

    • Alguns dos métodos

    desenvolvidos para previsões tecnológicas, a longo prazo, são modelos matemáticos, basea

    dos em simulações ou em opiniões de especialistas. Dai ke/, por exemplo, admite na previ

    são a longo prazo, três fontes possíveis de predição, três tipos de informação que podem

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    estar presentes em tomadas de decisão. Num extremo, o conhecimento, no outro, a especu

    :�ção ·e entre ambos, a opinião. O conh.ecimento é substanciado por uma sólida evidência, com assertivas altamente confirmadas; a especulação, pela não evidência, e a opinião, por a' :;i '...::-.--:3 evidência, pois as bases que possuem fundamentos à verdade não são suficientemente confirmadas. A linha de divisão entre estes elementos é muito imprecisa. E nessa escala, os processos intelectuais similares aos julgamentos, à sabedoria e à perspicácia não seriam meras especulações. Muitas tomadas de decisão envolvem uma mistura desses três tipos de informação. Ao lado de Dalkey, Brown e Cohran6 acreditam que a intuição é a base para predições, solidificada na experiência e conhecimento de uma ou mais pessoas.

    A RAND CORPORATION, na Califórnia, empenhada em estudar o futuro e a explorar o desconhecido, desenvolveu um projeto voltado ao aperfeiçoamento dos procedimentos para formulação de opiniões de especialistas. O julgamento e as opiniões analisadas de especialistas podem assegurar ao estudo maior objetividade e têm sempre desempenhado papel decisivo nas iniciativas humanas, o que é perfeitamente evidenciado pelo antigo e famoso ditado: "duas cabeças pensam melhor que uma". Comitês, conselhos, painéis de estudos, juris e juntas médicas ilustram essa realidade. Uma discussão tradicional, por exemplo, é frequentemente cercada de fatores psicológicos tendenciosos, tais como a persuasão, o radicalismo de opiniões, rejeições, o desejo de obter aprovação do grupo, etc. Numerosos estudos realizados por psicológos nas últimas décadas têm demonstrado algumas sérias dificuldades com a interação face a face 7•

    Em experiências conduzidas .na RAND CORPORATION, Dalkey descobriu que as discussões face a face são menos precisas do que a média das opiniões individuais emitidas nessas discussões. Também descobriu que as opiniões tendem a ser bem variadas no princípio, mas através de questionários subsequentes há uma convergência e a precisão das respostas cresce com a repetição ou iteração.

    A técnica DELPHI, cujo nome foi sugerido pelo filósofo Abraham Kaplan e desenvolvida no princípio dos anos 50, é destinada a obter um consenso fidedigno de opiniões emitidas por um grupo de especialistas.

    Delphi, cidade grega situada nos penhascos de Monte Parnassus, em Phocis, foi palco do mais antigo e sagrado santuário, o mais famoso oráculo da Grécia Antiga que era devotado a Apolo, o Deus do Sol, da Profecia, Música, Medicina e Poesia. Entende-se por oráculo um templo ou santuário no qual uma pessoa, com inspirações divinas, responde perguntas ou faz profecia aos visitantes em busca de orientação. Geralmente, a pessoa que dava as respostas ou fazia predições, era julgada instrumento especial de Deus.

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    Conta-se que a Pitonisa (Pythia), ao entrar no interior desse santuário, sentiu-se em êxtase,

    aspirando vapores que exalavam das fendas do templo. Completamente transtornada e domi

    nada, começava a pronunciar palavras interpretadas como revelações de Apolo. O oráculo não era acessível a todos. A própria Pitonisa tinha que submetê-los a um processo rigoroso

    de seleção. Antes de apresentar suas questões, o requisitante fazia uma oferenda e sacrifica

    va um animal. Dois profetas ou sacerdotes eram responsáveis pelas respostas de Pythia e agin

    do como intermediários entre a Pitonisa e o requisitante, apresentavam as respostas em verso ... Esse famoso oráculo foi consultado por heróis tais como Hércules, Perseu e Édipo que

    necessitavam de respostas imediatas sobre eventos futuros. Concomitantemente ao misticis

    mo que o envolvia, o Oráculo de Delphi desempenhou uma função secular, proporcionando

    um encontro entre pessoas provenientes de várias cidades e diversos estados. As palavras

    "Delphico" e "Delphian" passaram a ser aplicadas a algo profético, oracular, caracterizado

    pela obscuridade e ambiguidade8 •

    Na presente dissertação, foi considerada a forma adotada na I íngua inglesa - DELPHI - não sendo portanto utilizada a aportuguesada - DELFOS. DELPHI

    é utilizada na literatura consultada nas mais variadas formas: técnica, método, processo,

    estudo, conexão, formato, pesquisa, etc.

    Num artigo do periódico "Management Science", Olaf Helmer e

    Nicholas Rescher9 ' 10 da RAND CORPORATION apresentaram a clássica definição da técni

    ca DE LPH 1: " ... perguntas individuais e sequenciais, planejadas e ordenadas cuidadosamen

    te, melhor conduzidas através de questionários, intercaladas com a retroalimentação dos

    próprios respondentes ... ". DE LPHI substitui assim o confronto direto e o debate por uma

    série de questionários.

    Basicamente, DELPHI é uma técnica para obter opiniões de um

    grupo de especialistas num determinado campo onde uma informação mais precisa se faz

    necessária. Um dos problemas mais difíceis de uma análise é observado diante de situações

    onde há uma informação ou teoria insatisfatória, incompleta ou errada.

    O método DELPHI conta, de um lado, com os elementos que con

    duzem o estudo e, de outro, com respondentes, geralmente um grupo de especialistas do campo a ser investigado. Baseia-se, desta forma, na suposição de que julgamentos intuitivos

    desses especialistas são uma fonte valiosa de percepção ao futuro. Respeito mútuo, coope

    ração e conscientização são indispensáveis nesse tipo de trabalho, tanto para quem aplica,

    quanto para quem responde. Serve então de instrumento aos pesquisadores no exame de

    suas convicções, tendências e percepções. Essa técnica é descrita como uma nova forma de

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    procedimento dentro da comunidade científica.

    Usualmente DELPHI, nas suas formas mais variadas, possui quatro fases, as quais são comumente chamadas etapas ( ou "rounds" ). A primeira etapa é caracterizada pela exploração do assunto sob discussão, onde cada indivíduo contribui com uma informação adicional. A segunda envolve uma compreensão do ponto de vista do grupo, isto é, os elementos concordam ou discordam das opiniões dadas anteriormente. Havendo uma discordância significativa, esta será explorada na terceira e quarta etapas, onde serão esclarecidas as razões e divergências.

    DE LPH I existe em formas distintas: a mais recente, algumas vezes chamada Conferência Delphi ( "Delphi Conference") ou "real time Delphi", substitui o grupo de monitoria por um computador, o qual é programado para compactar os resultados do grupo. Esse tipo tem a grande vantagem de eliminar o atraso causado em cada etapa do DELPHI. No entanto, as características do estudo precisam ser muito bem definidas, já que agora, ao contrário do primeiro caso, não há participação contínua da monitoria a ajustar as resposta/ 1 . A mais comum é a versão papel e lápis, a qual é conhecida também como exercício Delphi ou Delphi convencional. Nesse tipo, um questionário é elaborado por um pequeno grupo monitor e enviado a um conjunto de respondentes. As respostas são analisadas e baseado nelas, um novo questionário é desenvolvido. É dado ao grupo uma oportunidade de reavaliar as respostas originais. No decorrer da presente dissertação serão feitas referências à forma convencional.

    Dois elementos ANONIMATO e RETROALIMENTAÇÃO distinguem DELPHI dos outros processos. O primeiro garante a atribuição de pesos às opiniões. O uso do questionário ou outro canal informal de comunicação, onde as respostas específicas não são associadas aos membros individuais, reduz a pressão e minimiza influências. A retroalimentação controlada esclarece valores e os indivíduos não se sentem inibidos em ferir suscetibilidades alheias. Conduzindo o exercício numa sequência de estágios, um resumo dos resultados do questionário anterior é comunicado aos participantes e isto reduz interferências. Além desses elementos, alguns autores ainda consideram a atribuição de pontos estatísticos, computados das respostas de cada item, como uma terceira característica. O mais importante no entanto é assegurar que a opinião de cada membro esteja representada na resposta final, ou seja, a opinião de cada membro refletida na resposta do grupo. Essas três características são passíveis de variações. O consenso final é uma reflexão apurada

    7 do pensamento do grupo todo .

    A realização de um estudo D E LPH I depende basicamente de dois

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    fatores: a seleção de participantes e a elaboração dos questionários.

    O primeiro passo para aplicação do método DELPHI é a seleção dos respondentes. É considerado um dos estágios mais importantes do estudo. Estabelece�

    critérios para esse fim, constitui um grande problema. Verificar o nível de qualificação de

    cada um torna-se bastante complexo até mesmo quando a categoria dos especialistas está bem definida. A habilidade dos especialistas deve ser julgada pelo "status" entre seus colegas,

    pelos anos de experiência profissional, pela quantidade de informações relevantes às quais

    eles têm acesso. Em alguns casos em que se adota DE LPH 1, usa-se, como um critério de

    seleção, o número e a qualidade das publicações do autor e a reputação nacional dentro da

    disciplina em pauta. A maioria dos estudos seleciona pessoas mais conhecidas. É importante

    lembrar que o total não deverá ultrapassar a cem. Os participantes deverão ter conheci menta

    de que as respostas que voltarem após o prazo, serão ignoradas. 12

    O primeiro contato com o grupo selecionado nem sempre é o pri

    meiro questionário. Pode ser iniciado através de correspondências, cartas enviadas informan

    do sobre o estudo, pedindo colaboração, etc. Depois dos respondentes terem sido escolhidos, cada qual receberá o questionário básico e inicia-se o processo DELPH 1. Os participantes deverão sentir-se pessoalmente envolvidos com o problema em pauta, colaborando com informações pertinentes. Estarão motivados a responder e sentirão que os resultados fornece

    rão informações valiosas, às quais, de outro modo, não teriam acesso. 12

    Em alguns estudos, os próprios participantes sugerem as questões e,

    em outros, recebem o questionário pronto.

    É extremamente importante elaborar grupos de perguntas relevan

    tes abordando problemas críticos decisivos. As questões deverão ser formuladas tão inteligí

    veis e explícitas quanto possível para evitar ambiguidade.

    Uma forma preliminar de questionário é preparada observando-se

    bem o formato e o conteúdo dos itens. Deverá ser testado, perguntando-se aos respondentes

    sobre as dificuldades que podem ter sentido nos itens. Nesse estágio inicial, mudanças podem

    ser feitas baseadas nos comentários recebidos, que resultarão numa contribuição bastante

    positiva.

    Concluído o pré-teste, os respondentes receberão o questionário

    inicial (primeira etapa); esse é usualmente muito extenso e pede-se a cada respondente que

    forneça algumas informações sobre o tópico a que se está investigando além de críticas,

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    comentários e sugestões.

    As questões ou proposições desse questionário inicial são também adequadas a gerar re$postas tais como, a probabilidade ou o grau de benefício obtidos em certos eventos.

    A compilação dos resultados é um passo extremamente importante, porque o primeiro questionário é a base de todos os outros subsequentes. É bastante complexa a compactação das afirmações quando estas contêm conceitos similares. Assim, é vital que esse passo seja desempenhado cuidadosamente por alguém que, além de ter conhecimento do tema, seja dotado de bom senso.

    A essência da segunda etapa é a confrontação do especialista com suas próprias respostas. O segundo questionário consiste de itens desenvolvidos através das respostas da primeira etapa. São solicitados julgamentos individuais pedindo que se ordene os itens prioritariamente. A construção desse segundo questionário é um passo importante da técnica DELPHI e bastante complexo. A informação original deve ser refletida de maneira tal, que os participantes sintam que suas contribuições foram inclusas. A informação obtida até então é transformada em percentuais (de baixo e altos valores) ilustrando a dispersão ou não das opiniões e estimativas dos respondentes e o questionário original é então enviado a estes. Quando as respostas, já analisadas, voltam aos especialistas, algumas modificações devem ser feitas, baseadas nos próprios comentários desses respondentes. 1 nformações adicionais poderão ser enviadas e esclarecimentos poderão ser requisitados, caso a resposta tenha sido muito incomum. Participantes que insistem em manter respostas que diferem da maioria ou da média são questionados no sentido de fornecerem uma justificativa de sua posição. O objetivo desse procedimento é o de levar o indivíduo a questionar seu ponto de vista mais rigorosamente, encorajando-o a expressar suas opiniões. É exatamente essa retroalimentação que distingue DE LPH I dos outros processos convencionais. Embora operando de maneira totalmente diferente, a interação entre os respondentes culmina num consenso.

    Os questionários subsequentes geralmente produzirão um grau de convergência de opiniõe� e após a volta do último questionário, um encontro de todos os participantes deverá ou não ser programado. 13

    É necessário levar-se em conta e ter sempre em mente o fato de que os especialistas são seres humanos e alguns deles persistem em determinadas opiniões por

    várias razões: acanhamento em voltar atrás, falta de argumento, etc. Outros já agem contrariamente, concordando prontamente com a opinião da maioria, numa atitude bastante conformista.

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    A adequação e util idade de D E LPH I serão determinados pela

    circunstância particular que envolve o determinado problema, isto é, um número de ques

    tões chave deverá ser considerado, como por exemplo: quais mecanismo alternativos dispo

    níveis, o que poderó :;3r obtido com e les, de quem deverá ser coletada as opiniões, etc. 14

    Usualmente) um ou mais itens levam à necessidade da aplicação D E LPH 1 , como por exemplo : o problema. a ser enfocado poderá beneficiar-se com julga

    mentos subjetivos ; os indivíduos que contribuem ao exame do problema podem cooperar com sua especial ização e experiência; encontros frequentes de grupos tornam-se cada vez

    mais inviáveis diante do tempo e custos dispendidos; encontros face a face podem ser inten·

    sificados por um processo de comunicação grupal ; a heterogeneidade dos participantes

    deve ser preservada para assegurar a validade dos resultados, isto é, evitar o domínio da . . 14 ma1or1a.

    O método D E LPH I também é utilizado para analisar uma situação presente avaliando cursos al ternativos de ação. Assim, DE LPH I não é visto como um estudo prognóstico somente, prevendo tendências de até 50 anos à frente. Em muitos casos, a prognose oferece oportunidade para analisar a situação passada e presente, detectando tendências

    . 4 atuais.

    A partir de seus primeiros estudos confinados à área mi litar, DE LPH I expandiu sua aplicabilidade às mais diferentes áreas, tais como: educação, previsões

    sociais, previsões tecnológicas, medicina e saúde, indústria, ciências gerenciais, ciências

    sociais, etc. Há uma variedade de outras áreas para sua aplicação, como por exemplo: coleta de dados históricos desconhecidos ou não disponíveis, exame de eventos históricos significativos, planejamento urbano e regional , delineamento de alternativas (prós e contras) de uma política opcional , desenvolvimento de relações causais no complexo fenômeno e econô

    mico, etc.

    Muitas corporações e agências governamentais têm recentemente realizado estudos D E LPH I cobrindo campos tais como potenciais tecnológicos, técnicas de previsão de guerra, índices econômicos, etc. Nos ú ltimos anos, um grande número de indústrias tais como T RW (Thompson Ramo Woodridge Company ) , I BM, Sandia Corporation , etc. , tem aplicado técnicas do tipo DE LPH 1 . Segundo o Futures Director/ 5 cerca de 1 50

    instituições vem usando o método.

    Os estudos citados abaixo servem para i lustrar alguns exemplos

    mais interessantes evidenciados na l iteratura consultada.

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    O primeiro estudo conhecido envolvendo a técnica D ELPH 1 , foi para predizer os resultados de corrida de cavalos em 1 948. 16 Porém, somente entre 1 952 e 1 953, presumível mente, é que se registrou o primeiro uso do método, quando Dai key e Helmer1 7 ' 1 8 o utilizaram para obter opiniões de sete especialistas sobre a guerra atômica com respeito a um esquema de defesa. Esta pesquisa, subvencionada pela United Air Forces, foi realizada então para obter desses especialistas seus pontos de vistas e a estimativa de número de bombas A, necessárias para se reduzir a produção de munição. Esse estudo era secreto e o relato de todo o experimento só foi publicado em 1 962. A metodologia empregada alcançou grande sucesso por ter conseguido obter respostas a muitos problemas até então não respondidos.

    Em 1 966, a TRW - "Thompson Ramo Woodridge Company" adaptou a técnica para usá-la em dois experimentos, a fim de mapear futuros eventos e desenvolvimentos tecnológicos nos próximos 20 anos. O programa era computarizado, de nome "PROBE". Uma lista de 400 eventos foi compilada e examinada por um grupo de selecionados "super-especialistas" que predisseram as probabili_dades de tempo e pré-requisitos para os eventos, assim como suas poss íveis alternativas. Os resultados foram então colocados em fluxograma para facilitar a interpretação e constitu íram uma fonte de informação para planejadores de toda corporação. Como uma das descobertas do estudo, a TRW . . . 1 · h d d 1 7 18 19 inst 1tu1u novas in as e pro utos. ' '

    A fim de sensibilizar estudantes de engenharia quanto à natureza multidiscipl inar de tomada de decisão em situações atuais, elementos de previsão tecnológica tem sido usados como base do curso de graduação. Diante de um problema hipotético, os estudantes aplicaram três tipos de metodologias, para definir quantitativamente a natureza e oportunidades dentro de uma estrutura econômica, pol ítico-social e tecnológica. DE LPH I foi uma das técnicas adotadas. Utilizou-se um computador - Consensor - que serviu para resolver conflitos individuais ou de grupo. O estudo teve como objetivo adaptar o engenheiro ao meio industrial, social, etc., tornando-o apto a tomar decisões importantes. De qualquer forma, os estudantes ampliaram seu conhecimento especializado com uma compreensão cr ítica de previsão tecnológica, seus conceitos, métodos e a importância inerente quanto à necessidade de planejar, comunicar e agir com lógica, com o devido respeito aos fatores interdisciplinares que influenciaram o sucesso ou fracasso das atividades tecno-1 , • 20 og1cas.

    O futuro da indústria química britânica foi um motivo para se adotar a técnica D E LPH 1 ; nesse estudo as maiores indústrias qu ímicas se fizeram representar; seu objetivo era o de elaborar um perfil da indústria qu ímica na Inglaterra na década de S0.

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    Robert Campbel l , do " Educational Policy Research Center" da Syracuse Un iversity, utilizou a técnica D E LPH I para previsão, a curto prazo, de índices de trabalho. 8ois grupos de estudantes graduados fizeram predições para o primeiro trimes

    tre de 1 96�. Um grupo usava métodos tradicionais, o outro util izava D E LP H I . A previsão

    feita pelo grupo que util izou D E LPH I mostrou-se mais apurada. 1 7 ' 1 8

    Em 1 980, o " l nstitution of Production Engi neers" decidiu examinar suas técnicas industriais pesquisando as futuras tendências da tecnologia industrial na Inglaterra com dois objetivos básicos : identificar as principais áreas as quais devem ser te

    ma de mudanças significativas na próxima década e verificar se a indústria estava vagarosa demais em relação aos competidores estrangeiros na adoção de tecnologias modernas. A

    i nstituição não hesitou em aplicar D E LPH I e após o estudo, os comentários foram unâni

    mes em afirmar que o método tem provado ser o melhor para ating ir o objetivo desejado.23

    A técn ica D E LPH I também foi usada para gerar modelos de previsão quanto à mão de obra. Ao mesmo tempo, a uti l idade da própria técnica foi também questionada através de dois itens: a precisão dos resultados gerados pelo estudo, comparada à atual feita pela organização, e a investigação da informação e_ modelos impl íci tos usados pelos especialistas para resultar num modelo de previsão aperfeiçoado. Admin istradores de companhias foram selecionados, levando-se em conta seu envolvimento di reto ou indire

    to com as previsões geradas na firma, sua predisposição em participar e sua disponibilidade.

    D E LPH I demonstrou ter sido útil quando não existem dados confiáveis ou dispon íveis.24

    U ma das preocupações da l'ndia é a alimentação, em vista do crescimento da população, e o método D E LPH I foi util izado com o objetivo de prever as soluções poss íveis para tal . O estudo enfatizou então a necessidade de se resolver dois grandes problemas : a fome e a subnutrição da fndia. A previsão feita por 1 43 cientistas e especial istas desta área, gerou quatro al ternativas como as possíveis soluções ao problema da al i mentação

    na fndia no ano 2000.25

    Um projeto pi loto, uti l izando o método D E LPH I para aval iar as necessidades de uma comun idade na área de Saúde, foi desenvolvido na região do Texas, em 1 O mun ic ípios, num per íodo de 7 meses. Em vista do caráter exper imental do estudo,

    um pai nel l i mitadp foi selecionado por 1 03 pessoas, em meio a uma população de 600.ÓOO

    habitantes. Um questionário preliminar e mais três etapas foram apl icados para tentar conseguir obter uma visão dos problemas de saúde presentes e futuros da região. Dos 1 03 e lementos que in iciaram o estudo, restaram 50, ou seja 48%. Este projeto demonstrou que o

    . � ;; i:odo D E LPH I conseguiu obter informações sobre as necessidades da comunidade na área

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    de saúde, , ati ngindo um consenso de opin iões, sobre suas prioridades. Além d isso, esses

    dados poderão ser anal isados, transformando-se posteriormente em i mportantes informa- 26 çoes.

    Também na Medici na, o método D E LPH I fo i empregado para um estudo de previsão da morta l i dade hu mana, a part i r de u ma experiência com an imais. Um dos problemas que frequentemente os laboratórios enfrentam é justamente a extrapolação dos resu lta.dos dos experimentos an imais a experimentos humanos equ iva lentes.

    Sabe-se que no passado essa transferência t inha bases emp íricas ou era norteada por uma ou duas opin iões de especia l istas. Porém, com D E LPH I , melhorou-se a qua l i dade dos j u l

    gamentos, a lém de se ter obtido u ma maior consistência dos mesmos.27

    Em 1 97 1 , em sua tese de mestrado, R ichard Longhurst, da Corne l l Un iversity, tentou verificar a i nf l uência da nutr ição, d o sa lár io fam i l iar e dos cuidados pré nata is na gravidez, com re lação ao peso e desenvolv imento do futuro bebê. Essa pesqu isa

    foi um exemplo, em que os dados existentes ind icaram que a subnutrição em mães tem a lgum grau de impacto na capacidade i ntel ectual das crianças. 14

    Depois de ter sido apl icado a previsões a longo prazo, mu itos setores da sociedade começaram a ut i l izar a técn ica D E LPH I . No aspecto socia l , destaca-se "Some Potencial Societal Developments : 1 970-2000", desenvolvido por Rau l DeBrigard e O laf Hel mer, sob os ausp ícios do " l nstitute for the Future". Fam íl ia, lazer, u rbaniza

    ção, educação, va lores, economia e i m pacto tecno lóg ico foram, entre outros, os itens i nvest igados por um paine l de 34 pessoas e foi ati ngida u ma convergência de opin iões em a l guns

    1 7 deles.

    Para atua l izar a l i teratu ra ex istente e a inda prever futu ras questões da área, o método D E LPH I foi ap l icado numa pesqu isa em D i reito do Traba lho. 1 6

    Uma ap l i cação da técn ica DE LPH I para previsões a longo prazo foi um estudo de previsão sobre os acontecimentos mund ia is de 25 a 50 anos, rea l izado em 1 964 ( " Report on a Long Range Forecasting Study" ) . Seis grupos de especial istas foram

    sel ecionados para cada área abordada. Cada painel respondeu a quatro questionários sequen

    ciais com dois meses de i nterva l o aprox imadamente. As seis áreas cobertas foram i novações

    cient íficas, crescimento da popu lação, automação, me lhoria do espaço, prevenção de guerra e

    futuros sistemas de defesa. Esse traba lho despertou grande i nteresse pela técn i ca DE LPH 1 � 8 '28

    Nicholas Rescher, professor de f i losofia da Un iversity of P ittsburgh

  • . 1 6 .

    elaborou um questionário para estudar as prováveis mudanças dos valores americanos no ano 2000. No geral, o consenso dos respondentes - cientistas de alto n ível - dizia respeito às rnudançis substanciais nos valores americanos, não atribuindo à tecnologia as causas desta m •rl:Jnça. Posteriormente Welty publicou um estudo baseado no de Rescher e ao invés de especialistas, convocou os melhores sociólogos e concluiu que numa pesquisa desse tipo, sobre valores culturais, especialistas têm pouco a oferecer a não ser o prestígio que

    . d d 1 7 possam vir ar ao estu o.

    A aplicação de DE LPH I na Educação parece ter-se concentrado em três grandes áreas de interesse : objetivos educacionais, planejamento de currículos e desenvolvimento de critérios de avaliação. As primeiras tentativas dessa área foram caracterizadas nos trabalhos de Adelson, Hersch e Helmer. Posteriormente, estudos de James Jacobson, Norman P.Uhl, Robert Judd, De layne Hudspeth e ainda um projeto pelo Coordinating Board of Advanced Education and Acreditation in New Hampshire, vieram demonstrar a utilidade de DELPHI no processo decisório educacional. Uma das aplicações mais evidentes de D ELPH I na Educação é relacionada à avaliação do aluno, do professor ou dos currículos. Escalas de avaliação têm sido desenvolvidas onde os pesos atribuídos aos pontos das escalas são resultantes do grau de concordância obtida através de DE LPH 1. 29

    Fax e Brookshine da University of Northern Colorado aplicaram DELPHI para conseguir listar elementos necessários para uma instrução universitária efetiva. Conseguiram uma lista de 1 95 itens, que, através da incidência de citações, f icou reduzida a quinze.

    Um estudo intitulado "lnnovation in Education" foi realizado pelo lnstitute of Government and Public Affairs da UCLA em 1 966, e posteriormente publ icado por Adelson, Alkin, Carey e Helmer. Esse estudo foi uma tentativa de gerar algumas perspectivas de mudanças na educação americana; um estudo pioneiro, cujos resultados demonstraram que a metodologia DE LPH I pode ser potencialmente útil no planejamento educacional. As inovações propostas cobriam métodos de ensino, administração escolar, curr ícu-

    1 s los, etc.

    Nos anos 74/75, dois estudos na área de Educação foram desenvolvidos. O primeiro deles, patrocinado pela Research Foundation of the State University of New York, era um estudo sobre pesquisas e métodos educacionais no ano 2000. O segundo era um estudo sobre o futuro da biblioteca e do ensino de ciência da informação nos próximos quinze anos. Este foi relatado por Kenneth E. Vance30 da School of Library

    Science, Univers i ty of Michigan. As questões versavam sobre possíveis mudanças nos objeti-

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    . 17 .

    vos dos programas, currículos, métodos de ensino, recrutamento, seleção, admi n istração, financiamento de programas e outros aspectos l igados à educação.

    Em 1 975, Mary Kingsbury, da University of North California, usou a técnica em dois estudos : um deles relacionado ao futuro da atuação de crianças em bi bliotecas públicas e outro voltado aos programas de escolas de n ível médio 1 7 (school media programs).

    O primeiro estudo aplicando a técnica DE LPH I a planejamento de currículos, aconteceu por volta de 1 968/1 969. Relatado por Robert Judd,24 conseguiu muito sucesso, pois levou uma congregação acadêmica conservadora a efetuar mudanças no currículo e na estrutura organ izacional. Os admin istradores, de maneira geral, tendem a resistir à aplicação de DE LPH I buscando um consenso para as mudanças necessárias em seu currículo, o que prejudica a evolução do estudo nessa área.

    Através do Curriculum Committee of the Special l nterest Group Education in Science of AS I S, o método DELPHI foi utilizado em 1 970 para determinar as características dos programas em Ciência da Informação dos Estados Unidos e Canadá em termos de desenvolvimento de currículos e cursos oferecidos. Dezesseis especialistas da área, representando un iversidades, i ndústrias e governo, participaram do estudo e o consenso foi alcançado. Assim, alguns elementos foram destacados na fundamentação do currículos de Ciência da Informação bem como cursos que constituíram o núcleo do programa do Mestrado. Também foi interesse do comitê determi nar o que os educadores e profissionais no campo da Ciência da I nformação consideravam relevante na área. A importância desse estudo foi demonstrada não somente pela estrutura do atual currículo de Ciência da Informação, bem como na identificação de suas falhas.31

    Como DELPHI atingiu popularidade nas várias discipli nas de ciências sociais, os bi bliotecários começaram a se conscientizar de seu potencial para planejamento em bibliotecas. Em 1972/73, De layne Hudspeth32 da Ohio States University, num seminário para avaliar programas de treinamento em bibliotecas, alertou os bi bliotecários sobre a possível aplicação da técnica aos problemas de avaliação e pesquisas em bibliotecas. Segundo ele, a técnica é apropriada quando usada em planejamento a longo prazo para bib l iotecas. 1 7

    A técn ica DELPHI foi util izada nos estágios preliminares de um projeto LSCA TIT L E 1 1 em 1 972 com o objetivo de estabelecer uma rede de i ntercâmbio de materiais dentre diferentes tipos de b ibliotecas na área de Cleveland. Os participantes, representando o público, escola, academia e bi bliotecas especializadas, responderam a

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    . 1 8 .

    eventos considerando a necessidade e utilidade de distribuição dos materiais de B iblioteca baseando-se no tempo de requisição e recebimento de cada item. Este estudo exemplifica o uso de D ELPH I no campo do planejamento. 1 7

    Em seus estudos por volta de 1 976/1 978, Esther Dye/ 7 tinha como objetivo os modelos idea is de cooperação em serviços de bibliotecas infantis. Os participantes foram cuidadosamente escolhidos com base em suas especializações, as qua is foram definidas através da reputação nacional, contribuições literárias, participações em atividades profissionais, etc.

    Foi desenvolvido pela AALS Council of Deans and Directors, mais um estudo sobre o futuro das bibliotecas e o ensino da Ciência da Informação. Adotada a técnica D ELPHI, para colher informações dos membros da Association of American Library School, iniciou-se o estudo l istando-se eventos que poderiam afetar as bibliotecas. Pedia-se também as probabilidades dessas ocorrências. O objet ivo primeiro desse estudo foi o de planejar mudanças necessárias e desejáveis, antecipando-se assim aos futuros acon-

    . 33 tec1mentos.

    Em 1 970, Harold Borko34 do "lnstitute of Library Research of the University of California" ( UCLA) conduziu um estudo D ELPHI, considerando a importância dos projetos de pesquisa para aperfeiçoamento da Biblioteca e do ensino da Ciência da Informação. Ele demonstrou uma preparação mais cuidadosa e uma análise ma is estatística do que os demais estudos. A base de Borko foram os relatórios especia is escritos por educadores de biblioteconomia e nos qua is ele identificou problemas, sugerindo então oitenta projetos de pesquisa que poderiam contribuir na solução desses mesmos problemas. Nem todos eram independentes e foi possível combinar alguns, eliminar outros e eventualmente preparar uma lista de 36 alternativas. Numa segunda fase, aproveitando-se o prognóstico já feito, foi indagada a importância (em escalas) de cada um dos 36 projetos de pesquisa propostos. O primeiro questionário foi enviado a 1 70 pessoas e 1 04 chegaram até a segunda fase. Os especialistas eram professores de biblioteconomia e bibliotecários dos Estados Unidos e Canadá. Esse estudo foi importante pois identificou o número de áreas no campo da Ciência da Informação nas quais a pesquisa é necessária.

    O problema de informação tem despertado grande interesse no · per íodo pós-guerra. Em muitos campos, o aumento crescente da informação tem trazido sérios problemas de eficiência. Reconhecendo este fato, a Swedish Agency for Administrative

    Development and Planning35'36 (SAFAD) empregou, em 1 972, o método D ELPH I para obter informações sobre o futuro tanto da Informação/Documentação, quanto das B ib l io-

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    .19.

    tecas da Suécia. Reduzi r incertezas sobre futuros eventos na área da Informação/Documentação e identificar cursos alternativos de ação era uma das preocupações da instituição. E, paralelamente, tentar adequar as Bibliotecas ao crescimento da Informação/Documentação. ComD alguns resultados, destacaram-se recomendações sobre o papel que a Biblioteca exerce na sociedade, a mecanização de vários serviços bibliotecários de rotina, o tratamento manual no processo de análise de informação, e ainda o estabelecimento de um Sistema de Informação a nível nacional.

    Kunicki,37 do lnsti tute for Scientific Technical and Economic lnformation, relata em 1 978 a aplicação do método DE LPH I em estudos de previsão sobre a atividade da informação na Polônia no ano 2000.

    Um estudo sobre a situação presente e futura do Sistema de I nformação e de Documentação cient ífica na Austria,38 foi desenvolvido pela Austrian Academy of Sciences, de abril de 1 976 a março de 1 978, adotando o método DE LPH 1 . Houve uma breve análise da explosão da informação, suas consequências, tendências para o ano 2000, etc. O estudo foi realizado através de questões versando sobre o impacto de novos desenvolvimentos, educação de profissionais da área, treinamento de usuários, organização, etc. Foram desenvolvidas quatro etapas e o estudo finaliza com uma investigação das crises potenciais e seus entraves bem como algumas sugestões pessoais para aperfeiçoar o Sistema de Informação/Documentação, sugestões essas baseadas em experiências de cada participante.

    Constatando essa grande propagação de DELPHI, Brockhauss e Nickelsen 39 fizera� uma análise sobre suas aplicações e sua metodologia num projeto internacional de pesquisa, em que focalizaram os seguintes itens : as propostas e o grau de sucesso obtido nelas; a frequência de seu uso em vários campos; o futuro do método; a sua relação com outras metodologias; tipos de organização que têm financiado o D E LPH I e ainda outras considerações afetando a aplicabilidade do método. O estudo então envolveu as aplicações, utilidades e futuras aplicabilidades do método DELPH 1 . Para tal, foi necessário obter informações de pessoas familiarizadas com o método. Assim, três grupos foram formados : o primei ro com aquelas que planejaram, dir ig iram ou conduzi ram estudos; o segundo, com aquelas que já haviam participado como membros do painel, e o terceiro ' grupo, com pessoas às quais DELPHI não era desconhecido, embora nunca houvessem se envolvido di retamente nos estudos.

    Através de contatos, indicações e notícias relacionados ao estudo pübl icados no World Future Society Bulletin e em outros, foram identificados 1 500 indi-

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    1 .

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    . 20.

    víduos, dos quais 800 concordaram em participar de tal estudo. Os questionários foram enviados a dezoito pa íses e as conclusões a que chegaram foram as seguintes : mais da metade dos estudos D ELPH I tem se voltado à pesquisa aplicada e obtido grande sucesso em previsões e planejamento; um terço relacionado a problemas operacionais e a menor percentagem de aplicabilidade refere-se à pesqu isa pura.

    O estudo também revelou que o maior número de aplicações do método DELPHI tem sido desenvolvido em Ciências F ísicas e Engenharia e em menor grau, em Ciências Biológicas e Medicina, como mostra a tabela:

    EST UDOS DE LPHI

    ÁREAS NÚMERO DE ESTUDOS P ERCENTAGEM

    Ciências F ísicas e Engenharia 1 53 26 Ciências Sociais 1 40 23 Economia 1 39 23 Educação e Admin istração Pública 1 1 6 1 9 Ciências Biológicas e Medicina 50 1 9 TOTAL 598 1 00

    Ainda como conclusão do estudo, espera-se que haja maior aplicação também na_s ciências socia is, educação e administração pública, já que o uso do método é cada vez mais frequente nos Estados Unidos e demais pa íses.

    No Brasil, a técnica D E LPH I foi utilizada pela Faculdade de Economia e Admin istração dà Universidade de São Paulo no Projeto Próálcool.

    Kossobudzk/9 da Universidade Federal do Paraná, utilizou a técnica em sua tese de doutoramento, defendida na Un iversity of Southern Californ ia, em 1 974 - "The Relation of field dependence - field independence and Delphi response patterns". No momento, elabora um projeto de pesqu isa, com Relinda Kohler, intitulado "A técnica Delfos e sua aplicação aos problemas da Biblioteconomia", a ser desenvolvido na Un iversidade Federal do Paraná.

    Kwasnicka,40 da Faculdade de Economia e Administração da Un iversidade de São Paulo, do Departamento de Admin istração, sob a orientação do profes-

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    sor Ruy Aguiar da Si lva Leme, utilizou a técnica DE LPHI em sua tese de doutoramento defendida em 1 98 1 .

    F ischer1° numa visão crítica41 à DELPHI, apontou alguns itens que merecem um exame : a falta de padrões estatísticos tornam a técnica suspeita para ser um instrumento científico confiável; a falta de um estado de arte aos participantes do estudo sobre a área a ser investigada; a ênfase na seleção de especialistas não significa melhor qualidade de julgamentos; os critérios para determinação do grau de especialidade do indivíduo não são mu ito confiáveis; a ausência de justificativas nas previsões feitas em detrimento das respostas estat ísticas ; o risco de se confundir, num questionário, opinião com especulação; a diminuição natural dos respondentes a cada rodada pode significar que os resultados f inais se baseiam em sub-grupos não representativos, etc.

    Poucos estudos têm se utilizado do computador on line. A maioria emprega questionários, utilizando-se do correio para o envio. Reconhecendo ser baixa a

    · média de respostas, os pesquisadores do The Future Group, uma das maiores institu ições proponentes de D E LPH I, têm abandonado os questionár ios via correio em favor das entrevistas pessoais.

    Um outro aspecto da técnica a ser discutido é o famoso CONSENSO - objetivo a que se propõe o DE LPHI. Hill e Fowles41 questionam "Qual consenso é suficiente ?" "Quais elementos podem indicar quando existe um consenso de especialistas suficiente para se fazer uma previsão confiável ?" A literatura existente sobre DELPH 1 se omite a respeito. Alguns estudos dizem somente que o consenso em relação a um particular evento foi ou não alcançado. Nenhuma explanação é feita no sentido de se saber os critérios de avaliação de extensão de tal consenso. Bender, por exemplo, utilizou um critério onde o consenso foi definido da seguinte forma: " Uma concordância entre 60% dos respondentes onde o evento tenha 50 a 90% de probabilidade de ocorrência num período

    42 de 1 O anos."

    Tal como Fischer, Hill e Fowles4 1 alegam ser a confiabilidade da técnica D E LPH I criticamente enfraquecida pela falta de testes estatísticos padrão reconhecidos. Ao lado disso, uma orientação metodológica firme se faz necessária para que não se conte frequentemente só com avaliações puramente particulares por parte de quem aplica, quer seja na seleção dos partic ipantes, na estruturação dos demais questionários, na seleção das opiniões divergentes, etc. Segundo esses autores, a técnica DELPHI , como um instrumento de previsão, é ainda deficiente. O próprio criador da técnica, Olaf Helmer, francamente reconhece que, não obstante a proliferação do método, os esforços para posicioná-

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    l o sob uma base teórica sól ida são a inda tota lmente inadequados. No entanto, a técnica

    pode ser valorosa apesar de suas fragi l idades.

    Mesmo diante de l imitações, a técnica D E LPH I tem uti l idade

    e força. E la coleta e organiza opiniões de forma sistemática, obtém informações e estabe

    lece prioridades, organiza opin iões d ivergentes e ati nge um consenso. 9

    A técn ica tem a vantagem de não necessitar de grande número

    de pessoas, reunindo os seus pensamentos com o m ín imo de d istorção.

    O processo DE LPH I é assim um meio eficiente de extra i r opiniões

    de um grupo de pessoas bem informadas. Em gera l , ex ige mu ito menos esforço responder

    a um questionário bem planejado do que, por . exemplo, participar de uma conferência,

    escrever um traba lho. Um questionário D E LPH I , desde que bem conduzido, pode ser a l

    tamente motivador.

    O uso da técn ica não é somente no dom ínio da predição do futu

    ro, como já foi dito anteriormente, mas melhor a inda, na á rea do va lor e da aná l i se. D E LPH 1

    fornece um mecan ismo que pode trazer focos de prioridade e preferências de especia l istas

    i nfl uenciando o desenvolvimento do assunto que está sendo considerado.35

    O método D E LPH I está parti cu larmente melhor adequado à i nves

    tigação de áreas nas quais não ex ista um modelo real e para as quais, os dados não sejam

    suficientes. Uma . ava l i ação objetiva de todos os argumentos pode mostrar que um estudo

    DE LPH I bem conduzido levará a uma anál ise compreensiva de um novo campo, à desco-

    . berta de razões para tendências específicas, à observação de conexões e inf luências e até

    a prognósticos de tendências. 38

    Todos futuristas reconhecem que D E LPH I é uma tentativa louvá

    ve l de se s istematizar o que trad iciona lmente tem sido feito ao acaso e de maneira desorde

    nada.

    Algumas dificu ldades, que afetam a confiabi l idade da técnica

    D ELPH I tornando-a i nstáve l , são talvez superadas. A grande precisão com relação ao pro

    cedimento e execução pode reforçar satisfatoriamente o método e a questão da val i dade

    :.,;.;;rmânece.

    Segundo Kwasnicka,40 as vantagens do DELPH I são : perm itir

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    manter a atenção di retamente no assu nto objeto do estudo, fornecer condições para traba l har com indiv íduos de diferente formação e de diferente loca l ização, min imizar o problema das tendências de segu ir u m I íder e outras barrei ras psicológicas à comunicação, pro

    ver igual oportunidades para todos serem ouvidos como indiv íduos, produzindo preciosos

    dados registrados.

    Proponentes do D E LPH I têm demonstrado a l gumas evidências para sustentar sua va l idade. Uma prova está justamente nas inúmeras variações e adapta

    ções rea l izadas nos ú lt imos anos.

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    1 .

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    / .

    . 24 .

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    Mu itos dos artigos consu ltados expl icam a estrutu ra e características de Del phi, como por exemplo, os números 1 1 , 1 3 e 23 da Referência B ib l iográfica.

    A origem do nome Delphi foi abordado em vários a rtigos, como também em fontes de referência . Basicamente os itens 1 2, 1 9, 20, 21 e 22 da Referência Bibl i ográfica foram os consu ltados.

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    S IMSOVA, S. A Del phi survey of comparative l i brarianship . lnternational Library Review, (7 ) : 4 1 7-426, 1 975.

    · o desenvolvimento do estudo D E LPH I foi também abordado em vários artigos consultados, como por exemplo os números 8, 1 1 , 1 2, 1 9, 38, 52, 54 da Referência Bib l iográfica.

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    e

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    Esse estudo foi citado em vários artigos; além desse foi abordado nos itens 1 9 e 23 da Referência B ib l iográfica.

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    . 27 .

    KUNIC KI, M. Application of the Delph i method in studies forecasting information activity in Polland up till the year 2000. lnternational Forum on lnformation and Documentation, 3(4) : 20-24, dec. 1 978.

    38 RAUCH, W. Scientific information and documentation systems tomorrow : the example of Austria. Journal of lnformation Science, ]_ ( 1 ) : 35-4 1 , apr. 1 979.

    39 BROC KHAUSS. W.L. ll MIC KELSEN, J. F. An analysis of prior Delph i applica-

    40

    tions and some observations on its future applicability. Technological Forecasting and Social Change, ( 1 O) : 1 03- 1 1 0, 1 977.

    KWASNIC KA, E.L. O impacto da utilização de um sistema de contabilização de recursos humanos na organização. São Paulo, F EA/USP, 1 98 1 . 1 75p. (Tese de Doutoramento)

    41 HILL e FOWL ES também abordaram esses pontos críticos levantados por F ischer.

    42

    HILL, K.Q. ll FOWL ES, J ib. The methodological worth of the Delph i forecasting technique. Technological Forecasting and Social Change, (7 ) : 1 79- 1 92, 1 975.

    SAC KMAN tendo como base estudos sócio psicológicos de tendências de indiv íduos em se acomodarem à opinião grupal, conclu iu que o consenso Delph i é um consenso falso, significando que "a opinião grupal na última etapa não representa realmente o consenso verdadeiro". Num relatório publicado pela RAND em 1 975 intitulado "Delph i Technique", Sackman apontou as l imitações de Delph i.

  • 2 OBJETIVO

    . 28 .

    A presente dissertação tem como objetivo verificar a viabilidade da técnica DELPH I para análise de Sistema de Informação, do ponto de vista do usuário.

    A partir de pareceres de pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A., procurar-se-á extrair um consenso de opin iões que refletirá o pensamento desses especialistas, sobre diferentes aspectos relativos à estrutura, à natureza, às funções e aos serviços de Sistemas de Informação.

  • 1 •

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    3 AMBIENTE DE ESTUDO

    . 29 .

    O I nstituto de Pesqu isas Tecnológicas - IPT, um dos maiores institutos de pesqu isas do Brasil, nasceu de um núcleo agregado à Escola Politécnica de São Paulo - Gabinete de Resistência dos Materiais, em 1 889.

    A rápida expansão de suas atividades justificou sua transformação em I nstituto de Pesqu isas Tecnológicas em 1 934, quando então foi fundada a Un iversidade de São Paulo.

    O I PT começou a criar novas áreas de capacitação tecnológica, desempenhando um papel crescente em diversos campos : no desenvolvimento de pesqu isa ·tecnológica, na formação de recursos humanos, na organização de um sistema de metrologia legal e de sistemas de padrões i ndustriais, na criação e desenvolvimento de um centro de documentação tecnológica, no controle e proteção de marcas e patentes, e na capacitação e difusão da i nformação tecnológica. A transformação em entidade autárqu ica do Estado de São Paulo, em 1 944, foi o resultado de sua ampla participação no processo de desenvolvimento c ient ífico e tecnológico do pa ís.

    Novamente uma reformulação na estrutura admin istrativa e o IPT passou a ser Sociedade Anôn ima com a denominação de I nstituto de Pesqu isas Tecnológicas do Estado de São Paulo S.A. , vinculado à Secretaria da I ndústria, Comércio, Ciência e Tecnologia do Governo.

    As áreas de atuação em diversos setores tecnológicos passaram a influ ir decisivamente no desenvolvimento da engenharia e da i ndústria, como demonstram seus programas: grandes obras de infra-estrutura; desenvolvimento de processos indus

    . triais; desenvolvimento de equ ipamentos, máquinas; i nstrumentos e sistemas de controle; habitação; energia; desenvolvimento de materiais normalização e qualidade industrial; recursos humanos; i nformação tecnológica, etc.

    O IPT conta atualmente com mais de 3000 funcionários e seu corpo técnico é composto de engenheiros civis, mecân icos, eletricistas, metalúrgicos, agrônomos, florestais, geólogos, qu ímicos, f ísicos, arqu itetos e outras especializações. Tende a ampliar seu quadro na proporção do ritmo acelerado do progresso nacional.

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    O objetivo do I nstituto de Pesqu isas Tecnológicas é, portanto,

    o de atender à demanda da tecnologia do pa ís, prestando serviços à i ndústria e engenharia,

    através da identi ficação dos setores técn icos carentes de tecnologia e oferta de trabalhos

    de equ ipes especia l i zadas sob a forma de consu ltoria e assistênda técn ica.

    Para a lcançar seus objetivos, o I PT conta com uma estrutura orga

    n izacional que procura possib i l itar o cont ínuo aperfeiçoamento de suas equipes, a lém de

    favorecer o traba lho mu ltid iscip l inar.

    A Di retoria do I nstituto compõe-se de um Presidente, um Vice

    Presidente e quatro Di retores Executivos, a saber: D i retor Superintendente, D i retor Técnico,

    D i retor de Desenvolvimento e Di retor de Pesqu isa . A Di retoria Executiva conta também

    com u ma equ ipe de Assessores que se i ncu bem de áreas espec íficas tais como : Cultura l e Cient ífica, Ju r ídica, Energia, Máquinas e Equipamentos, Padron ização, Oceanografia, Metrol ogia, Controle de Qual idade, Bens de Capita l , Habitaciona l , etc.

    As unidades que compõem o I nstituto são classif icadas de acordo

    com suas funções, em operacionais e de apoio admin istrativo. As operacionais constituemse de Divisões ou Centros Técnicos que, por sua vez, são subdivididos em agrupamentos, responsáveis pela execução de estudos e pesqu isas tecnológicas.

    Para prestar apoio admin istrativo aos setores técnicos, . existem

    as Coordenadorias de Recursos Humanos e Organ ização, Recursos F inancei ros e Sistemas

    de Contro le e Recursos de Materiais; o Departamento Comercial e o Departamento de Docu

    mentação Cient íf ica, os quais também prestam assessoria às atividades desenvolvidas pelas

    Divisões, Centros Técnicos e F i l iais, infortunadamente, não constam no organograma. Não está representado também o Núcleo de I novação Tecnológica, órgão assessor da Di retoria

    Técn ica.

    Conforme demonstra o organograma, são doze as Divisões exis

    tentes no I PT, quatro Centros Técnicos e um Núcleo de Tecnologia de Equipamentos I n

    dustriais.

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    4 MATERIAL E Mi;TODO

    . 32 .

    Por ser D E LPH I uma técnica iterativa, Materia l e Método serão

    descr itos em um mesmo cap ítu lo.

    O presente estudo compreendeu as fases de geração de nomes

    de partici pantes, e laboração dos quest ionários, ap l icação dos mesmos e anál ise dos resu l

    tados.

    ·Como DE LPH I é por def in ição uma técnica para obter opin iões,

    e considerando-se sua caracter íst ica e l it ista, todos os qu inze Di retores de Divisões e Centros

    Técn icos do I PT foram contatados e entrevistados in icial mente. Desta forma, onze Divi

    soes e quatro Centros1

    foram considerados. Além desses, os Diretores Técnico e de Pesqu i

    sa também foram convidados a participar, total izando dezessete pessoas.

    Va le ressa ltar que esses Di retores são especia l istas em áreas de

    atuação do I nstituto, sendo portanto usuários rea is ou potenciais da informação.

    O estudo teve i n ício ut i l izando-se a própria técn ica D E LP H I atuan

    do como instrumento para gerar uma l ista de participantes. A seleção desses e lementos

    não foi portanto .b.aseada em amostragem a leatória.

    A cada um dos D i retores foi sol icitada a indicação, de, no máximo,

    dez nomes, considerando e lementos que não pertencessem à Divisão ou Centro entrévista

    dos (funcionários, pesquisadores, chefes de agrupamentos) e pessoas de "maior prest ígio"

    e tidas como "importantes" dentro do I PT (nesse contexto foram identificados e lementos

    com know how, autonomia de decisão ) .

    Os dezessete Di retores f izeram ao todo, 1 69 indicações que cor

    responderam a 68 pessoas; para mel hor visua l izar o processo entre citantes e citados, foi

    elaborado um sociograma, conforme mostra a fig . 1

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    Esse estudo compreendeu duas etapas ( "rounds") ; na primei ra.

    um questionário A (em apêndice) foi elaborado de modo a obter o maior número de informações já que atuaria como gerador do questionário B. As perguntas procuram obedecer

    à sequência lógica de -idéias tendo em vista a estrutura de u m Sistema de I n formação; houve

    uma preocupação quanto à defin ição de conceitos básicos e quanto aos subsistemas prin

    cipais que acionam um Sistema de I nformação, tais como seleção e aqu isição, processamen

    to técn ico, busca, recuperação e disseminação da informação. Foram abordados ainda os

    recursos necessários para sua implantação e a locação f ís ica idea l para u m órgão coordena

    dor do sistema; também a i nteração entre usuários e sistema não foi esquecida. A maioria

    das perguntas foi do tipo aberta, ex ig indo justificativas; não houve del i mitação de espaço

    para as respostas.

    Foram dezessete as questões apresentadas nessa primei ra etapa. A questão O foi e laborada com o intu ito de detectar a fam i l iaridade que os participantes possu íam com relação aos termos l igados à Ciência da I nformação; foram vinte esses termos,

    éscolh idos a leatoriamente. A questão 01 procurou descobrir o i nteresse que os participan

    tes demonstravam sobre Sistema de I n formação. Por suas caracter ísticas, ambas as questões não foram repetidas na segunda etapa.

    Duas cartas antecederam o referido questionário ; a primeira, assinada pelo Di retor de Recursos H umanos do I PT, so l icitava a colaboração dos elementos, incentivando u m retorno máx imo de respostas. A outra trazia esclarecimentos sobre a técnica ut i l izada, bem como os propósitos do estudo em pauta.

    Uma comun idade p i loto de seis B ib l iotecários testou o questioná

    rio A e após o pré-teste i n iciou-se a primeira etapa.

    Foram enviados aos pesqu isadores os 68 questionários, uti l izan

    do-se o sistema de correspondência i nterna do I PT. A percentagem de retorno atingiu 91 %

    ou seja, 62 participantes enviaram suas respostas. No entanto, apenas 48 foram considera

    dos, uma vez que quatro pessoas a l egaram não ter conhecimento suficiente sobre o assunto,

    dez pessoas não tiveram condições de responder às questões pe la escassez do terrpo e seis pessoas encontravam-se em viagem. Desta forma, o total de participantes da primeira etapa

    foi cerca de 77% da popu lação selecionada.

    O questionário B (em apêndice) foi gerado das respostas obtidas

    no primeiro, devidamente anal isadas e agrupadas pela sim i laridade de conteúdo, com base

    em palavras chaves; as mesmas questões foram ut i l izadas, desta vez trazendo já a lternati-

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    vas que representavam o consenso da maioria dos pesquisadores; ao l ado desses conceitos,

    percentuais refletiam as tendências do grupo. Da mesma forma que o questionário A,

    este foi antecedido por cartas; u ma, endossada novamente pelo Diretor de Recursos Huma

    nos do IPT � -outra , de esclarecimentos sobre a continuidade do estudo, a lém de observa

    ções quanto ao preenchimento das questões.

    O questionário B foi enviado a 48 pesquisadores do I nstituto

    os quais haviam participado da primeira etapa ; nesse ínterim um deles desvincu lou-se do

    IPT e a popu lação ficou reduzida a 47 e lementos. A percentagem de retorno foi de 98% ,

    isto é, 46 pessoas enviaram suas respostas.

    A tabu lação mereceu u m cuidado especia l , principal mente na

    primeira etapa, questionário A, que exigiu u ma interpretação das respostas às questões abertas. Em a lgumas delas foram atrubu ídos pesos para faci l i tar o cálcu lo de percentagem.

    No questionário B, ª- .tabu lação foi mais simples pela própria estrutura do mesmo. Cada questão apresentava uma série de a lternativas. Uma só resposta deveria ser esco lh ida para cada i tem. O critério de atribu ição de ·pesos novamente foi ado

    tado em a lgumas questões. As respostas obtidas na segunda etapa evidenciaram grande convergência de opin iões_ e tendo atingido um consenso, não sentiu-se a necessidade de pro

    longar o estudo. ·

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    Geotécnica e Estruturas) Divisão de Engenharia Mecânica Divisão de Engenharia Naval Divisão de Madeiras Divisão de Metalu rgia Divisão de Minas e Geologia Apl icada Divisão de Ou ímica e Engenharia Ou ímica Divisão de Tratamento de M inérios

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    CENTROS

    Centro de Desenvolvimento Ferroviário Centro de Estudos de Ferti l izantes Centro Técnico em Celu lose e Papel Centro Têxti l

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    5 RESULTADOS

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    O primeiro passo para a real ização do estudo foi a geração de uma l ista de indicações feita pelos dezessete Diretores do I PT. É interessante ressa l tar a autocitação destes Di retores como é evidenciado na fig. 2. I sso vem demonstrar o interrelacionamento a n ível de Diretoria ex istente, como uma tendência natural que ocorre em l nstitu-

    . tos de porte e estrutura semelhantes ao do I PT.

    Cerca de 50% dos Di retores contatados conheciam a técn ica D E LPH I , manifestando assim grande interesse no desenvolvimento do estudo.

    Na questão O, a frequência das respostas foi de quase 1 00% em todos seus vinte itens, isto é, quase todos participantes indicaram seu grau de fami l iaridade com os conceitos relacionados à Ciência da I nformação.

    Destacando apenas os extremos, vamos encontrar dois grupos, o de termos mais conhecidos e o de termos desconhecidos. No primei ro observou-se que R ETROAL IMENTAÇÃO mostrou ser o termo mais fami l iar aos pesqu isadores, segu ido de CANAL I N FO R MAL DE I N FO R MAC-ÃO, CDU, BUSCA R ETROSPECTI VA, ESTRATÉG IA DE BUSCA, ESPEC I F I C I DADE e O BSO LESCÊNCIA DA L ITE RATU RA. É interessante destacar que termos l igados à Recuperação da I nformação e Serviços de Disseminação Seletiva da Informação tais como retroal imentação, busca retrospectivà, estratégia de busca e especificidade foram fami l iares aos pesqu isadores do I PT, uma vez que há uma constante preocupação quanto aos serviços de informação oferecidos pelo I nstituto. Por outro lado, uma vez que CDU é adotada em · suas B ib l iotecas e Centros de Documentação, tornase fáci l deduzir a fami l iaridade com o termo. Canal i nformal de informação é bastante difundido entre os pesqu isadores, frequentes participantes de ·eventos. Ligado à estrutura da l iteratura, obsolescência é um fato pass ível de acontecer na área tecnológica e como ta l , pode-se especu lar que seja uma preocu pação frequente dos tecnólogos.

    No grupo de termos desconhecidos, vamos encontrar LE I DE Z I PF, LE I DE B RADFO R D, R EVOCAÇÃO, CO LÉG I O I NV IS IVEL, "BROWS I NG" e I N DEXAÇÃO PROBAB I LfST I CA. É justificável que termos como Lei de Zipf e Lei de Bradford, pertencentes a estudos b ib l iométricos, sejam novos aos pesquisadores; por outro lado, o termo Revocação também demonstrou não ser fami l iar; o hábito de traduzir seu

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    equ iva lente em inglês (reca i ! ) como recuperação ta lvez seja a razão do desconhecimento.

    Muito estranha foi a fa l ta de fami l i aridade com "Colégio invis ível " já que o termo está

    profundamente l i gado contatos informais, tão frequentes no I PT. Por ser um termo mais

    intim�sta de Ciência da I nformação, "Browsing" não é muito divu lgado. E por fim, o des

    conhecimento ao termo I ndexação Probabi l ística demonstrou não ser uma preocupação

    do I PT, o processo de entrada de informação no sistema, por este ou aquele tipo de indexa

    ção.

    Estes resu ltados serão melhor i l ustrados a segu ir :

    GRAU de FAMILIARIDADE com CONCEITOS RELACIONADOS à CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO

    EM PERCENTUAL

    Nenhum Pequeno Regular Grande

    Acoplamento Bibliográfico 72 1 1 1 3 4

    Bibliometria 77 15 6 2

    "Browsing" 83 6 o 1 1

    Busca Retrospectiva 29 19 32 20

    Canal Informal de Infor-mação 21 1 5 36 28

    Classificação Decimal Universal (CDU) 23 23 34 20

    Classificação Fac�tada 78 18 4 o

    Co-Citação 58 15 19 8

    Colégio Invisível 86 4 2 8

    Especificidade 45 23 17 15

    Estratégia de Busca 42 8 34 16

    Estrutura da Literatura 64 8 23 4

    Indexação Coordenada 52 21 17 10

    Indexação Probabilística 82 8 6 4

    Lei de Bradford 96 4 o o

    Lei de Zipf 98 o 2 o

    Obsolescência da Literatura 40 17 28 15

    Retroalimentação / Feedback 25 1 5 29 31

    Revocação 90 2 8 o

    Teoria Semântica de Informação 71 8 17 4

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    Na questão 01 o grau de interesse por Sistema de I nformação

    mostrou ser de regu lar a grande já que 83 pessoas registraram tais opiniões; sete pessoas

    · 1 5% - man ifestaram pouco interesse e apenas u ma pessoa demonstrou não ter nenhum

    jntPresse em Sistema de I nformação.

    Esses resu ltados serviram ainda como u m est ímu lo ao presente estudo u ma vez que 98% da popu lação demonstraram interesse positivo em Sistemas de

    I nformação conforme quadro a baixo:

    Nenhum 2

    G RAU de I NTER ESSE por S ISTEMA de I N FORMAÇÃO

    EM PERCENTUAL

    Pequeno 1 5

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    37 TOTAL

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    Os resu l tados das questões serão anal isados segu indo a ordem decrescente de preferências, registrada no questionário B .

    A questão 1 apresentou o segu inte enunciado:

    Informação é de vital importância em instituições de pesquisa; o trinômio geração/

    uso/transmissão de informação é bem conhecido. Ainda é muito discutido o conceito de informação dada a variedade de definições existentes.

    O que o Sr(a) entende por Informação ?

    Foram geradas 48 respostas, vários conceitos sobre informação foram registrados tendo sido poss ível compactá- los observando-se basicamente cinco enfoques. Assim, na segunda etapa, questionário B , foram apresentados os seguintes conceitos,

    ao lado dos percentuais respectivos:

    51% - Geração / uso / transmissão de dados para tomada de decisão

    35% - Conhecimento gerado (às vezes adicional) , registrado, comunicado e transmitido for-

    mal ou informalmente a respeito de um determinado assunto 8% - Procediment� para gerar, armazenar, transmitir e recuperar dados

    3% - Fato capaz de gerar/modificar um ato

    3% - Publicação na qual o conhecimento é transmitido

  • 1 -

    l

    I

    I

    (

    O primeiro deles emergiu de opin iões do tipo:1

    "Dado transmitido corretamente"

    "Conjunto de elementos que instruem e auxiliam tomadas de decisão"

    "Geração/uso/transmissão de dados, experiências anteriores e fatos e opiniões" etc.

    . 41 . .

    O segundo conceito representou a opin ião dos que consideraram

    1 nformação como :

    "Conhecimento útil transmissível por qualquer processo de comunicação"

    "Conhecimento comunicado ou recebido à respeito de um assunto especifico"

    "Conjunto de idéias, geralmente correlacionadas, transmitido de uma pessoa ou grupo de pessoas para ou

    tra(s) por via verbal ou gráfica"

    ''A to ou efeito de informar-se. Pode ser utilizada como veículo formal ou informal, de transferência de

    conhecimento" etc.

    O terceiro conceito foi gerado de opiniões do tipo :

    "Conjunto de técnicas, metodologias, sistemas, voltados à recuperação de dados necessários à definição

    do conhecimento atualizado sobre determinado assunto"

    "Emissão, transmissão, recepção, busca e armazenamento de uma idéia"

    . "Dado de caráter qualitativo ou quantitivo armazenado de maneira adequada à sua recuperação posterior"

    O quarto conceito foi emitido por u ma só pessoa, e o qu into, por

    uma outra . Além ·desses, um grupo com onze respostas não pôde ser considerado, pois duas

    delas estavam em branco e nove eram amb íguas, como por exemplo :

    "Todo e qualquer dado que pode ser obtido por mediação"

    "Informação é uma ferramenta de trabalho, evidentemente no sentido de que dela fazemos"

    "Código referencial onde se procura representar fatos físicos reais" etc.

    Basicamente, as duas primeiras opções atingiram 85% 2

    do total

    das respostas. A primeira, que obteve o maior consenso, defin iu I nformação tal qual conhe

    cimento, tendendo a um enfoque mais abstrato ; a segunda pôde ser considerada com enfo

    que mais "imediatista" onde a tomada de decisão teve seu lugar de destaque; a terceira

    opção conservou o mesmo percentua l apresentado na primeira etapa e as duas ú lt imas não

    foram sequer escolh idas.

  • 1 .

    . 42 .

    Esses resu ltados serão melhor visual izados aba ixo :

    A B

    51 %

    35%

    8%

    3%

    3%

    26%

    58%

    8%

    o o

    Geração/uso/transmissão de dados para tomada de decisão

    Conhecimento gerado {às vezes adiciona l ) , registrado, comunicado

    e transmit ido formal ou informalmente a respeito de um determi

    nado assunto

    Procedimento para gerar , armazenar, transmit ir e recuperar dados

    Fato capaz de gerar/modificar um ato

    Publ icação na qua l o conhecimento é transmitido

    É interessante observar uma inversão no percentua l das opções,

    pois o conceito que no questionário A obteve 51 % , após a segunda etapa ficou com 26%

    e o que obteve 35% , atingiu posteriormente 58% .

    A questão 2 apresentou o segu inte enunciado :

    O crescimento e o acúmulo de publicações científicas vem gerando inúmeras dificul

    dades na obtenção de informações relevantes. Para solucionar esse problema de ex

    plosão de informação, muitos tipos de Sistemas de Informação evolu íram. Pela va

    riedade de conceitos, "Sistemas de Informação" ainda provoca polêmicas.

    O que é para o Sr(a) um Sistema de I nformação ?

    As respostas foram compactadas em seis grupos, segundo seus d i

    ferentes enfoques, gerando os segu intes conceitos e percentuais :

    59% - Conjunto de procedimentos, computacionais ou não, para gerar, coletar, tratar, arma

    zenar, recuperar e disseminar informações

    33% - Sistema capaz de fornecer informações dispon íveis ou não, num prazo específico para

    uma determinada população

    7% - Sistema organizado para transmitir informações

    5% - Estruturação de canais de comunicação, permitindo acesso a banco de dados, organi

    zados por especialistas da área

    2% - Sistema que permite racional izar a seleção e recuperação da informação

    2% - Sistema de apoio para localizar referências

  • \.

    1 j

    1

    . 43 .

    O primeiro conceito gerado defin iu Sistema de I nformação como:

    · ;;Um método de busca/catalogação/transmissão de informação"

    �Jeta e armazenagem de informação e a sua organização para recuperação"

    "Conjunto composto dos seguintes elementos:

    a) entrada e salda (dados de)

    b) procedimentos para identificação de fontes, aquisição de dados, tratamento de dados, recupera

    ção de informação

    c) sistemática de codificação e arquivamento de dados"

    "Conjunto de pessoas/procedimentos capaz de seletivamente coletar, tratar, recuperar e disseminar informa

    ções" etc.

    No segundo conceito, Sistema de Informação foi assim defin ido:

    "Um sistema que seja capaz de fornecer uma informação específica, num prazo especifico ou responder que

    · tal informação não está disponlvel"

    "Mecanismo para o tratamento adequado da informação"

    "Sistema capaz de nos trazer facilmente quaisquer dados que desejamos digam respeito a assuntos específi

    cos"etc.

    No terceiro conceito foram consideradas opin iões tais como :

    "Processo pelo qual opiniões, conhecimentos e decisões são transmitidos"

    "Qualquer sistema organizado para conseguir transmitir a informação"etc.

    O quarto, qu into e sexto conceitos foram gerados, respectivamente,

    de três opin iões. Além desses seis conceitos, um bloco de seis respostas não pôde ser conside

    rado pela fal ta de clareza e objetividade, conforme alguns exemplos :

    "Sistema de Informação: concretização da linha metodológica de informação adotada"

    "Conjunto de facilidades loglsticas implementadas para levar ao interessado o conhecimento da o