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Desenvolvimento humano e sustentabilidade – Negócios conscientes: o grande desafio, por Wanderley Passarella | Análise capacitiva: medição versátil de teor d’água para o setor petrolífero, por Robert J. Irving | Sobrevivendo à transição entre crises – Atratividade do segmento upstream onshore de petróleo e gás natural em bacias maduras e campos marginais no Brasil, por Grupo de pesquisa CNPq OPINIÃO ARTIGOS Retrospectiva 2014 Um ano difícil A importância do regime de Repetro, de Paulo Cesar Alves Rocha, consultor tributário, engenheiro industrial, mestre em Engenharia de Transportes e diretor executivo da LDC. ENTREVISTA EXCLUSIVA José Gutman, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) “A perspectiva é de produção crescente.” ESPECIAL: EXPLORAÇÃO Ano XVI • janeiro/fevereiro 2015 • Nº 99 • www.tnpetroleo.com.br O PETRÓLEO DÁ AS CARTAS NAS AMÉRICAS 9 771415 889009 9 9 0 0 0 ISSN 1415889-2 O México entra no jogo Pré-sal brasileiro: desenvolvimento em tempo recorde Riscos ambientais da exploração intensiva

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Revista Brasileira de Petróleo, Gás e Biocombustíveis

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Desenvolvimento humano e sustentabilidade – Negócios conscientes: o grande desafio, por Wanderley Passarella | Análise capacitiva: medição versátil de

teor d’água para o setor petrolífero, por Robert J. Irving | Sobrevivendo à transição entre crises – Atratividade do segmento upstream onshore de petróleo e gás natural em bacias maduras e campos marginais no Brasil, por Grupo de pesquisa CNPq

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a r t i g o s

Retrospectiva 2014

Um ano difícil

A importância do regime de Repetro, de Paulo Cesar Alves Rocha, consultor tributário, engenheiro industrial, mestre em Engenharia de transportes e diretor executivo da LDC.

EntrEvista ExCLusiva

José Gutman, diretor da agência nacional do petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anp)

“A perspectiva é de produção crescente.”

ESPECiAl: ExPloRAção

Ano XVI • janeiro/fevereiro 2015 • Nº 99 • www.tnpetroleo.com.br

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o méxico entra no jogoPré-sal brasileiro: desenvolvimento em tempo recordeRiscos ambientais da exploração intensiva

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• Comissionamento • Automação industrial • Calibração de Instrumentos e relés • Start-up de plantas • Supervisão de montagens e testes • Torqueamento e estanqueidade • O&M de plantas

www.arimar.com.brTel/fax: (21) 3298-8021 • (21) 2756-8021

Av. Nilo Peçanha, 26, grupo 904/908 – CentroCEP: 20020-100 – Rio de Janeiro BrasilTel.: 55 21 2524-0296www.navium.com.br

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Mais uma unidade instalada.

FPSO CIDADE DE MANGARATIBAno campo de Lula em Iracema Sul na Bacia de Santos

Outras unidades instaladas: Cidade de Macaé, Cidade de Niterói, Cidade de Santos e Cidade do Rio de Janeiro

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Contato: Nathan de Medeiros | Tel.: 5521 98143-0700 | [email protected]

Segurança total!Soluções de engenharia para a indústria de óleo e gás no Brasil.

RepresentadasAirsense • Cendec Systems • Chromatics Industries • Comlab • Davidson Instruments • Detcon Inc • Extronics • Firebus • HPI • Lelas • Neptec • Rebellion • Photonics • RTP • Senscient • Sidus Câmeras • Systel

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BACIA DE CAMPOS 2015

Um projeto, três plataformas A alta complexidade do projeto demandou inovações tecnológicas para produzir óleo pesado em águas ultraprofundas. O CAMPO DE PAPA-TERRA, localizado na porção sul da Bacia de Campos, a cerca de 111 km da cidade de Arraial

do Cabo (RJ), entre profundidades que variam de 400 e 1.600 m, é um dos projetos offshore de produção de petró-

leo mais complexos implantados no Brasil.

Devido às características do óleo pesado do reservatório (14º API a 17º API) e das condições de tempe-

ratura a que estará sujeito o fluxo de óleo produzido em águas profundas, é ao primeiro empreendimento

da América do Sul a utilizar tecnologia flutuante com completação seca e não submarina, como a grande

maioria dos ativos offshore brasileiros.

O sistema de desenvolvimento da produção deste campo coloca em operação, pela primeira vez na

região, uma plataforma do tipo Tension-Leg Wellhead Platform (TLWP), denominada P-61, interligada a uma

plataforma semissubmersível SS-88, unidade de apoio do tipo Tender Assisted Drilling (TAD), em águas de

1.200 m de profundidade. A P-61 também foi a primeira TLWP construída no Brasil.

A produção da P-61 é transferida para uma unidade do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and

Offloading Unit), a P-63, em operação desde novembro de 2013, e que produz, armazena e escoa todo o petró-

leo do campo de Papa-Terra. Juntas, as duas unidades têm capacidade para produzir 140 mil barris de petróleo por

dia, a partir de 18 poços aos quais estão interligadas. A P-63 também é capaz de comprimir 1 milhão de m3/d de gás

natural e o gás excedente ao consumo nas plataformas será injetado no reservatório.

AqUISIÇÃO E DESCOBERTA – O Campo de Papa-Terra, antigo bloco BC-20, foi conce-

dido na Quinta Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-

combustíveis (ANP), realizada em 2003, pelo consórcio formado pela Petrobras (62,5%)

e Chevron Brasil (37,5%). A área concedida para a explotação totaliza 182,78 km2.

O primeiro óleo foi descoberto em junho de 2003, no pós-sal da Bacia de Campos.

Estudos indicaram que os cinco reservatórios de petróleo, reconhecidos até então,

são arenitos turbidíticos, dos quais dois eocênicos e três cretácicos. Os reservatórios

foram denominados: RO-RJS641, EN110-RJS631, EN110-RJS632, RO/CRP-RJS529 e

RO/CRP-RJS631.

Em novembro de 2010, a ANP aprovou o Plano de Desenvolvimento do Campo de

Papa-Terra, integrado por um FPSO, uma TLWP e uma semissubmersível SS-88 (TAD

– Tender Assisted Drilling), unidade que foi afretada pela Petrobras junto à empresa ame-

ricana Bass Drill para prestação de serviços de perfuração e completação de poços. Ancorada ao lado da TLWP

P-61, dará suporte de energia, acomodações, armazenamento de fluido de perfuração e sistemas de apoio para

possibilitar a perfuração dos poços a partir da TLWP P-61.

TECNOLOgIA E INOvAÇÃO – A combinação de reservatórios com petróleo de grau API variando entre 14 e 17, em

águas de mais de 1.000 m, demandou a incorporação de diversas soluções inovadoras, que incluem a própria P-61.

O modelo TLWP se assemelha às semissubmersíveis (SS), com a diferença de que usa tendões verticais

para sua ancoragem, ao invés das linhas de ancoragem padrão. Essa tecnologia faz com a que a plataforma

tenha uma baixa amplitude de movimentos, permitindo que as árvores de natal (válvulas de controle de poços)

sejam secas, instaladas no convés da TLWP, ao invés de no fundo do mar, como ocorre nas SSs e FPSOs.

O uso dessa alternativa possibilita maior facilidade de intervenção nos poços, por usarem bombeio

centrífugo submerso, minimizando, assim, as perdas de produção.

O projeto do TLWP aliou a expertise de várias empresas em sua execução. A engenharia de topsides foi

fornecida pela J. Ray McDermott, projetista da plataforma, e a do casco, pela Floatec, responsável pela operação

e manutenção da unidade por um período inicial de três anos. O casco foi construído pela BrasFels, no Brasil.

PARCEIROS ESTRATÉgICOS – Várias empresas concorreram para o sucesso desse projeto histórico.

A siderúrgica Usiminas foi responsável pelo fornecimento de 14 mil toneladas de aço naval utilizadas na

construção da TLWP P-61, realizada no Estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis (RJ).

A Sotreq forneceu quatro grupos geradores Caterpillar para a plataforma TLWP, os quais foram

instalados em contêineres customizados com atenuação acústica e proteção contra fogo. Três deles são

destinados à geração de energia principal, modelo C280-08 de média rotação, com potência contínua de

2.200 kWe, 13.8 kV, 60 Hz e 900 rpm. O quarto é um grupo gerador de emergência, modelo 3516 CHD, com

potência contínua de 2.000 kWe, 480 V, 60 Hz e 1.800 rpm.

Os equipamentos foram fabricados pela Caterpillar Inc., em Lafayette, IN (EUA), e especialmente

configurados de acordo com as especificações do projeto da P-61. Os sistemas de refrigeração dos grupos

geradores principais atuam por meio de radiadores para operação offshore e foram montados remotamente

com circuitos fechados de água doce, tanto para o motor a diesel quanto para o gerador, que tem invólucro

de proteção IP56, refrigerado a água.

O FPSO P-63 é a primeira unidade desse tipo a utilizar motores a gás para produzir energia superior

a 100 MW. O projeto da plataforma abrange três módulos geradores, cada um composto por dois motores

Wärtsilä 50DF de 18 cilindros, com configuração em V. A empresa forneceu, ainda, alternadores e todo o

equipamento auxiliar necessário, assim como os serviços de comissionamento.

Além do gás natural, os motores desse tipo também podem funcionar com óleo cru tratado ou óleo

diesel marinho, o que permite uma notável redução dos custos operacionais. A flexibilidade dos motores

bicombustíveis garante, mais do que economia, a redução de impactos ambientais – operando com gás é

capaz de reduzir as emissões de CO2 em até 93 mil toneladas por ano.

CONSTRUÇÃO – A P-63 e a P-61 fazem parte dos projetos de produção programados no Plano de Negócios

e Gestão (PNG) 2013-2017 da Petrobras.

A construção do convés e dos quatro módulos – dois de acionamento e controle de bombeio centrífugo

submerso (BCS) dos poços, um para distribuição elétrica e controle da plataforma e um de alojamento – da

TLWP P-61 ocorreu em Cingapura, na Ásia. De lá, foram trazidos até o Estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis,

onde foi construído o casco. A empresa também foi responsável pelo união e integração das diversas partes,

o deck mating, realizada em maio de 2013, na Baía da Ilha Grande (RJ). No pico das obras, a P-61 gerou 2.450

empregos diretos e 7.350 empregos indiretos. O conteúdo local dos seus serviços chegou a 65%.

A P-63 foi convertida em FPSO a partir do navio-tanque BW Nisa, no Estaleiro Cosco, na China, e as

últimas etapas de construção foram realizadas no Canteiro da QUIP/Honório Bicalho, localizado em Rio

Grande (RS). Os serviços foram executados pelo consórcio formado pela Quip (Queiroz Galvão, UTC, Iesa e

Camargo Correa) e a BW Offshore.

DUTOS FLEXívEIS – Os poços da P-63 são conectados por dutos flexíveis submarinos com aquecimento

elétrico, conhecidos por IPB (Integrated Production Bundle), e os da P-61, através de completação seca

(válvulas de controle do poço na plataforma em vez de no fundo do mar). Todos os 18 poços de produção do

campo Papa-Terra dispõem de bombas centrífugas submersas. A produção da P-61 é transferida em fluxo

multifásico para o FPSO P-63.

PN 2010-2014Petrobras em números (dez/2014)

Receita de vendas (1º semestre de 2014) ...................R$ 163,8 bi Lucro líquido (1º semestre de 2014) ...........................R$ 10,352 bi Investimentos totais (1º semestre de 2014) ..................R$ 41,5 bi Investimentos em PD&I ..........................................................R$ 1,4 bi Investimentos PN 2014-2018 (previsão) .................US$ 220,6 bi Investimentos E&P no PN 2014 a 2018 (previsão) ........US$ 153,9 bi Exportação de petróleo e derivados (bpd) ..........................336 mil Valor de mercado (agosto/2014) ....................................R$ 217,7 bi Royalties e participações governamentais (1º semestre de 2014) ...R$ 15,8 bi Contribuição ao país (impostos, taxas e contribuições sociais) .......................................................R$ 37,5 bi

Empregados próprios ....................................................................81.994Empregados próprios da holding (1º semestre de 2014) .....59.258Reservas (critério ANP/SPE) ............................................16,5 bi boeProdução média boe/d (Brasil e exterior) .......................2.556.000Produção média boe/d (Brasil – nov 2014) .....................2.111.000Recorde de produção no Pré-sal (28/11/2014) ......... 673.000 bpdRecorde de produção bpd (27/12/2010) ..........................2.256.000Recorde produção em águas profundas (Lula) ...................2.140 mPlataformas de produção em operação .........................................136Sondas de perfuração em operação (terra e mar) .......................90Poços produtores (Brasil e exterior) ..........................................8.420

Malha dutoviária .....................................................................34.639 kmNavios petroleiros próprios .................................................................57Navios petroleiros afretados ............................................................269Terminais no Brasil .................................................................................48Refinarias no Brasil ................................................................................ 12 Refinarias no exterior ... ..........................................................................3Refino em bpd (Brasil e exterior) ..................................2,44 milhõesPostos de serviço e abastecimento .............................................7.710Usinas de etanol ......................................................................................10Geração elétrica (termelétricas) .........................................6.549 MwFornecedores cadastrados .............................................................6 mil

Extensão territorial: 8.515.767,049 km²População: 202 milhões; (aproximadamente 23,7 habitantes por km²)PIB: R$ 4,84 trilhões / US$ 2,6 trilhões / percapta: R$ 24.065 (equivalente a US$ 10.528 em 08/09/2014)IDH: 0,747

BACIAS SEDIMENTARES DO BRASIL O Brasil possui aproximadamente 7,5 milhões de km² de bacias sedimentares, sendo 2,5 milhões de km² em mar e 5 milhões de km² em terra. São no total 38 bacias sedimentares, das quais 29 com potencial para petróleo e gás natural. Fonte: IBGE e ANP

BRASIL

P-63

Linhas de transferência de óleo em varal

P-63

P-61

P-61

SS-88 TAD

Campo de Papa-Terra na Bacia de Campos

Módulos de compressão

Módulos de geração de energia

Alojamentos e escritórios

Offloading

Flare

Planta de polímeros

Injeção e tratamento de água

Módulo de compressão de gás

Planta de processo

Remoção de sulfato

Separador de baixa pressão

Separador de alta pressão

CARACTERíSTICAS TéCNICASDimensões do casco: comprimento 340 m x largura 58 m x altura 28 mAcomodação: 110 pessoasPeso total de topsides (deck/módulos): 18.500 tConteúdo local: 65%Produção de óleo: 140 mil bpdCompressão de gás: 1 milhão m3/diaInjeção de água: 340 mil bpdInvestimento: US$ 1,3 bilhãoLDA: 1.165 mConsórcio: Quip (Queiroz Galvão, UTC, Iesa e Camargo Correa) e a BW Offshore.Poços interligados: 5 produtores; 11 injetores

LOCAL DE CONSTRuçãOConversão do casco BW Nisa: Estaleiro Cosco, ChinaFinalização: Estaleiro Honório Bicalho, Rio Grande, RS

CARACTERíSTICAS TéCNICAS

Capacidade: 100 mil barris/diaCompressão de gás: 550 mil m3/diaProfundidade de água: 1.200 m Acomodações: 60 pessoasComprimento total (incluindo módulo de acomodações): 77,6 mLargura total: 84,1 mAltura (excluindo o flare): 83,6 mComprimento do casco: 83,4 mLargura: 83,4 m

HelideckMódulo de separação e tratameto de óleo

TLWPTension Leg Wellhead Platform

P-61

FPSOFloating Production, Storage and Offloading

P-63

Helideck

Acionamento e controle de bombeio centrífugo submerso (BCS)

Guindastes

Acomodações

Encarte Especial Revista TN Petróleo nº 99 TLwP (Tension Leg wellhead Platform) P-61 e FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) P-63

Revista Brasileira de TECNOLOgIA e NEgÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

Bacia de Campos – BC-20Fonte: IBP, ANP, Petrobras, Chevron Brasil, Floatec, Estaleiro BrasFels, J. Ray McDermott, Caterpillar, Wärtsilä, Estaleiro Cosco, Queiroz Galvão, UTC, Iesa, Camargo Correa, BW Offshore e Bass Drill

Projeto Papa-TerraRua Buenos Aires, 2/ sala 406 • Rio de Janeiro, RJ, Brasil • CEP 20070-022 • Tel/Fax: 55 21 2224-1349 [email protected] • www.tnpetroleo.com.br • www.tbpetroleum.com.br

© 2015 - Benício Biz Editores Associados Ltda.

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FPSO CIDADE DE MANGARATIBAno campo de Lula em Iracema Sul na Bacia de Santos

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BACIA DE CAMPOS 2015

Um projeto, três plataformas A alta complexidade do projeto demandou inovações tecnológicas para produzir óleo pesado em águas ultraprofundas. O CAMPO DE PAPA-TERRA, localizado na porção sul da Bacia de Campos, a cerca de 111 km da cidade de Arraial

do Cabo (RJ), entre profundidades que variam de 400 e 1.600 m, é um dos projetos offshore de produção de petró-

leo mais complexos implantados no Brasil.

Devido às características do óleo pesado do reservatório (14º API a 17º API) e das condições de tempe-

ratura a que estará sujeito o fluxo de óleo produzido em águas profundas, é ao primeiro empreendimento

da América do Sul a utilizar tecnologia flutuante com completação seca e não submarina, como a grande

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O sistema de desenvolvimento da produção deste campo coloca em operação, pela primeira vez na

região, uma plataforma do tipo Tension-Leg Wellhead Platform (TLWP), denominada P-61, interligada a uma

plataforma semissubmersível SS-88, unidade de apoio do tipo Tender Assisted Drilling (TAD), em águas de

1.200 m de profundidade. A P-61 também foi a primeira TLWP construída no Brasil.

A produção da P-61 é transferida para uma unidade do tipo FPSO (Floating, Production, Storage and

Offloading Unit), a P-63, em operação desde novembro de 2013, e que produz, armazena e escoa todo o petró-

leo do campo de Papa-Terra. Juntas, as duas unidades têm capacidade para produzir 140 mil barris de petróleo por

dia, a partir de 18 poços aos quais estão interligadas. A P-63 também é capaz de comprimir 1 milhão de m3/d de gás

natural e o gás excedente ao consumo nas plataformas será injetado no reservatório.

AqUISIÇÃO E DESCOBERTA – O Campo de Papa-Terra, antigo bloco BC-20, foi conce-

dido na Quinta Rodada de Licitações da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Bio-

combustíveis (ANP), realizada em 2003, pelo consórcio formado pela Petrobras (62,5%)

e Chevron Brasil (37,5%). A área concedida para a explotação totaliza 182,78 km2.

O primeiro óleo foi descoberto em junho de 2003, no pós-sal da Bacia de Campos.

Estudos indicaram que os cinco reservatórios de petróleo, reconhecidos até então,

são arenitos turbidíticos, dos quais dois eocênicos e três cretácicos. Os reservatórios

foram denominados: RO-RJS641, EN110-RJS631, EN110-RJS632, RO/CRP-RJS529 e

RO/CRP-RJS631.

Em novembro de 2010, a ANP aprovou o Plano de Desenvolvimento do Campo de

Papa-Terra, integrado por um FPSO, uma TLWP e uma semissubmersível SS-88 (TAD

– Tender Assisted Drilling), unidade que foi afretada pela Petrobras junto à empresa ame-

ricana Bass Drill para prestação de serviços de perfuração e completação de poços. Ancorada ao lado da TLWP

P-61, dará suporte de energia, acomodações, armazenamento de fluido de perfuração e sistemas de apoio para

possibilitar a perfuração dos poços a partir da TLWP P-61.

TECNOLOgIA E INOvAÇÃO – A combinação de reservatórios com petróleo de grau API variando entre 14 e 17, em

águas de mais de 1.000 m, demandou a incorporação de diversas soluções inovadoras, que incluem a própria P-61.

O modelo TLWP se assemelha às semissubmersíveis (SS), com a diferença de que usa tendões verticais

para sua ancoragem, ao invés das linhas de ancoragem padrão. Essa tecnologia faz com a que a plataforma

tenha uma baixa amplitude de movimentos, permitindo que as árvores de natal (válvulas de controle de poços)

sejam secas, instaladas no convés da TLWP, ao invés de no fundo do mar, como ocorre nas SSs e FPSOs.

O uso dessa alternativa possibilita maior facilidade de intervenção nos poços, por usarem bombeio

centrífugo submerso, minimizando, assim, as perdas de produção.

O projeto do TLWP aliou a expertise de várias empresas em sua execução. A engenharia de topsides foi

fornecida pela J. Ray McDermott, projetista da plataforma, e a do casco, pela Floatec, responsável pela operação

e manutenção da unidade por um período inicial de três anos. O casco foi construído pela BrasFels, no Brasil.

PARCEIROS ESTRATÉgICOS – Várias empresas concorreram para o sucesso desse projeto histórico.

A siderúrgica Usiminas foi responsável pelo fornecimento de 14 mil toneladas de aço naval utilizadas na

construção da TLWP P-61, realizada no Estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis (RJ).

A Sotreq forneceu quatro grupos geradores Caterpillar para a plataforma TLWP, os quais foram

instalados em contêineres customizados com atenuação acústica e proteção contra fogo. Três deles são

destinados à geração de energia principal, modelo C280-08 de média rotação, com potência contínua de

2.200 kWe, 13.8 kV, 60 Hz e 900 rpm. O quarto é um grupo gerador de emergência, modelo 3516 CHD, com

potência contínua de 2.000 kWe, 480 V, 60 Hz e 1.800 rpm.

Os equipamentos foram fabricados pela Caterpillar Inc., em Lafayette, IN (EUA), e especialmente

configurados de acordo com as especificações do projeto da P-61. Os sistemas de refrigeração dos grupos

geradores principais atuam por meio de radiadores para operação offshore e foram montados remotamente

com circuitos fechados de água doce, tanto para o motor a diesel quanto para o gerador, que tem invólucro

de proteção IP56, refrigerado a água.

O FPSO P-63 é a primeira unidade desse tipo a utilizar motores a gás para produzir energia superior

a 100 MW. O projeto da plataforma abrange três módulos geradores, cada um composto por dois motores

Wärtsilä 50DF de 18 cilindros, com configuração em V. A empresa forneceu, ainda, alternadores e todo o

equipamento auxiliar necessário, assim como os serviços de comissionamento.

Além do gás natural, os motores desse tipo também podem funcionar com óleo cru tratado ou óleo

diesel marinho, o que permite uma notável redução dos custos operacionais. A flexibilidade dos motores

bicombustíveis garante, mais do que economia, a redução de impactos ambientais – operando com gás é

capaz de reduzir as emissões de CO2 em até 93 mil toneladas por ano.

CONSTRUÇÃO – A P-63 e a P-61 fazem parte dos projetos de produção programados no Plano de Negócios

e Gestão (PNG) 2013-2017 da Petrobras.

A construção do convés e dos quatro módulos – dois de acionamento e controle de bombeio centrífugo

submerso (BCS) dos poços, um para distribuição elétrica e controle da plataforma e um de alojamento – da

TLWP P-61 ocorreu em Cingapura, na Ásia. De lá, foram trazidos até o Estaleiro BrasFels, em Angra dos Reis,

onde foi construído o casco. A empresa também foi responsável pelo união e integração das diversas partes,

o deck mating, realizada em maio de 2013, na Baía da Ilha Grande (RJ). No pico das obras, a P-61 gerou 2.450

empregos diretos e 7.350 empregos indiretos. O conteúdo local dos seus serviços chegou a 65%.

A P-63 foi convertida em FPSO a partir do navio-tanque BW Nisa, no Estaleiro Cosco, na China, e as

últimas etapas de construção foram realizadas no Canteiro da QUIP/Honório Bicalho, localizado em Rio

Grande (RS). Os serviços foram executados pelo consórcio formado pela Quip (Queiroz Galvão, UTC, Iesa e

Camargo Correa) e a BW Offshore.

DUTOS FLEXívEIS – Os poços da P-63 são conectados por dutos flexíveis submarinos com aquecimento

elétrico, conhecidos por IPB (Integrated Production Bundle), e os da P-61, através de completação seca

(válvulas de controle do poço na plataforma em vez de no fundo do mar). Todos os 18 poços de produção do

campo Papa-Terra dispõem de bombas centrífugas submersas. A produção da P-61 é transferida em fluxo

multifásico para o FPSO P-63.

PN 2010-2014Petrobras em números (dez/2014)

Receita de vendas (1º semestre de 2014) ...................R$ 163,8 bi Lucro líquido (1º semestre de 2014) ...........................R$ 10,352 bi Investimentos totais (1º semestre de 2014) ..................R$ 41,5 bi Investimentos em PD&I ..........................................................R$ 1,4 bi Investimentos PN 2014-2018 (previsão) .................US$ 220,6 bi Investimentos E&P no PN 2014 a 2018 (previsão) ........US$ 153,9 bi Exportação de petróleo e derivados (bpd) ..........................336 mil Valor de mercado (agosto/2014) ....................................R$ 217,7 bi Royalties e participações governamentais (1º semestre de 2014) ...R$ 15,8 bi Contribuição ao país (impostos, taxas e contribuições sociais) .......................................................R$ 37,5 bi

Empregados próprios ....................................................................81.994Empregados próprios da holding (1º semestre de 2014) .....59.258Reservas (critério ANP/SPE) ............................................16,5 bi boeProdução média boe/d (Brasil e exterior) .......................2.556.000Produção média boe/d (Brasil – nov 2014) .....................2.111.000Recorde de produção no Pré-sal (28/11/2014) ......... 673.000 bpdRecorde de produção bpd (27/12/2010) ..........................2.256.000Recorde produção em águas profundas (Lula) ...................2.140 mPlataformas de produção em operação .........................................136Sondas de perfuração em operação (terra e mar) .......................90Poços produtores (Brasil e exterior) ..........................................8.420

Malha dutoviária .....................................................................34.639 kmNavios petroleiros próprios .................................................................57Navios petroleiros afretados ............................................................269Terminais no Brasil .................................................................................48Refinarias no Brasil ................................................................................ 12 Refinarias no exterior ... ..........................................................................3Refino em bpd (Brasil e exterior) ..................................2,44 milhõesPostos de serviço e abastecimento .............................................7.710Usinas de etanol ......................................................................................10Geração elétrica (termelétricas) .........................................6.549 MwFornecedores cadastrados .............................................................6 mil

Extensão territorial: 8.515.767,049 km²População: 202 milhões; (aproximadamente 23,7 habitantes por km²)PIB: R$ 4,84 trilhões / US$ 2,6 trilhões / percapta: R$ 24.065 (equivalente a US$ 10.528 em 08/09/2014)IDH: 0,747

BACIAS SEDIMENTARES DO BRASIL O Brasil possui aproximadamente 7,5 milhões de km² de bacias sedimentares, sendo 2,5 milhões de km² em mar e 5 milhões de km² em terra. São no total 38 bacias sedimentares, das quais 29 com potencial para petróleo e gás natural. Fonte: IBGE e ANP

BRASIL

P-63

Linhas de transferência de óleo em varal

P-63

P-61

P-61

SS-88 TAD

Campo de Papa-Terra na Bacia de Campos

Módulos de compressão

Módulos de geração de energia

Alojamentos e escritórios

Offloading

Flare

Planta de polímeros

Injeção e tratamento de água

Módulo de compressão de gás

Planta de processo

Remoção de sulfato

Separador de baixa pressão

Separador de alta pressão

CARACTERíSTICAS TéCNICASDimensões do casco: comprimento 340 m x largura 58 m x altura 28 mAcomodação: 110 pessoasPeso total de topsides (deck/módulos): 18.500 tConteúdo local: 65%Produção de óleo: 140 mil bpdCompressão de gás: 1 milhão m3/diaInjeção de água: 340 mil bpdInvestimento: US$ 1,3 bilhãoLDA: 1.165 mConsórcio: Quip (Queiroz Galvão, UTC, Iesa e Camargo Correa) e a BW Offshore.Poços interligados: 5 produtores; 11 injetores

LOCAL DE CONSTRuçãOConversão do casco BW Nisa: Estaleiro Cosco, ChinaFinalização: Estaleiro Honório Bicalho, Rio Grande, RS

CARACTERíSTICAS TéCNICAS

Capacidade: 100 mil barris/diaCompressão de gás: 550 mil m3/diaProfundidade de água: 1.200 m Acomodações: 60 pessoasComprimento total (incluindo módulo de acomodações): 77,6 mLargura total: 84,1 mAltura (excluindo o flare): 83,6 mComprimento do casco: 83,4 mLargura: 83,4 m

HelideckMódulo de separação e tratameto de óleo

TLWPTension Leg Wellhead Platform

P-61

FPSOFloating Production, Storage and Offloading

P-63

Helideck

Acionamento e controle de bombeio centrífugo submerso (BCS)

Guindastes

Acomodações

Encarte Especial Revista TN Petróleo nº 99 TLwP (Tension Leg wellhead Platform) P-61 e FPSO (Floating Production, Storage and Offloading) P-63

Revista Brasileira de TECNOLOgIA e NEgÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

Bacia de Campos – BC-20Fonte: IBP, ANP, Petrobras, Chevron Brasil, Floatec, Estaleiro BrasFels, J. Ray McDermott, Caterpillar, Wärtsilä, Estaleiro Cosco, Queiroz Galvão, UTC, Iesa, Camargo Correa, BW Offshore e Bass Drill

Projeto Papa-TerraRua Buenos Aires, 2/ sala 406 • Rio de Janeiro, RJ, Brasil • CEP 20070-022 • Tel/Fax: 55 21 2224-1349 [email protected] • www.tnpetroleo.com.br • www.tbpetroleum.com.br

© 2015 - Benício Biz Editores Associados Ltda.

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sumário edição nº 99 jan/fev 2015

o navegante negro

Entrevista exclusiva

Especial exploração

Retrospectiva 2014

com José Gutman, diretor da agência nacional do petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anp)

o petróleo dá as cartas nas Américas

“A perspectiva é de produção crescente.”

Um ano difícil

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entrevista exclusiva

A afirmação do diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis José Gutman está embasada no monitoramento contínuo da produção de hidrocarbonetos no Brasil. Esta é uma das tarefas desse engenheiro elétrico que se tornou o primeiro concursado a assumir um cargo de direção na agência, em junho de 2014, e que soma mais de 14 anos de trajetória na instituição. Gutman fala das ações que a ANP adotou nos últimos anos para atuar com a abrangência que um órgão regulador deve ter em um mercado estratégico como este.

PRODUÇÃO CRESCENTE.”

“A perspectiva é de

“A ANP ESTÁ EM VIAS de aprovar uma nova regulamentação do Plano de Desenvolvimento que focará a análise dos campos de grande produção, acompanhando o projeto desde sua concepção”, antecipa Gutman, nessa entrevista exclusiva à TN Petróleo, na qual avalia que a queda de preço não inviabilizará projetos no país. “Já havia essa expectativa de redução do preço do petróleo em função do contexto mundial relacionado ao balanço de oferta e demanda desse hidrocar-boneto”, pontuou.

TN Petróleo – O Relatório da Goldman Sachs, publicado em outubro, prevê que a produção de petróleo do Brasil deve subir 325 mil barris/dia (quase mil barris por dia) em 2015, registrando o maior crescimento no continente sul-americano, com a produção da Bacia de Santos superando os declínios registrados na de Cam-

pos. Qual a sua expectativa em relação a isso?José Gutman – Os Programas Anuais de Produção (PAPs) apre-sentados à ANP, no mês de outu-bro/2014, pelas empresas produ-toras, sinalizam que a produção de petróleo do Brasil deve crescer em 2015. Isso deve ocorrer sobretudo pelo ramp up [i.e. elevação rumo ao pico de produção] das plataformas que iniciaram a operação recente-mente, tais como o FPSO Cidade de Ilhabela (Sapinhoá), FPSO Cidade de Mangaratiba (Lula), P-58 (Jubar-te) e P-62 (Roncador). Há também a previsão de entrada de produção de uma nova plataforma em 2015: a FPSO Cidade de Itaguaí (Lula).

O mesmo relatório afirma que atividades de manutenção reali-zadas na Bacia de Campos “estão levando a um alinhamento gradual das taxas de declínio da produção para o padrão geológico de 10% a

11% por ano”. O senhor concorda com isso? Esse é um nível positivo de declínio? É melhor que o de outras regiões produtoras?

É importante esclarecer que a Bacia de Campos é constituída por um conjunto de campos em diferentes momentos do ciclo de produção: crescimento (Papa--Terra), pico (Roncador, em 2015) e declínio (a maioria dos campos, com destaque para Marlim e Al-bacora). Em relação a este último grupo, verifica-se um declínio mé-dio atual em torno de 10%, o que pode ser considerado um número aceitável na indústria do petróleo. É importante frisar que o declí-nio de cada campo depende das características de rocha, fluido, mecanismos primários de recupe-ração e estratégia de desenvolvi-mento adotada. A ANP busca ava-liar o controle do declínio de modo personalizado, com foco no bom gerenciamento do reservatório e

por Beatriz Cardoso

José Gutman, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

A ANP BUSCA AVALIAR

O CONTROLE DO

DECLÍNIO DE MODO

PERSONALIZADO,

COM FOCO NO BOM

GERENCIAMENTO DO

RESERVATÓRIO E NA

BUSCA CONTÍNUA

PELA MAXIMIZAÇÃO

DA RECUPERAÇÃO

DE PETRÓLEO E

GÁS NATURAL DOS

RESERVATÓRIOS POR

MEIO DE PROJETOS

COMPLEMENTARES.

na busca contínua pela maximiza-ção da recuperação de petróleo e gás natural dos reservatórios por meio de projetos complementa-res. Assim sendo, observando-se a produção da bacia desde 2010, verificam-se oscilações entre crescimento e queda, sendo que a produção deste ano deve superar a do ano passado.

Segundo boletim da ANP, a produ-ção de petróleo do Brasil atingiu em outubro cerca de 2,393 mi-lhões de barris/dia e 92,7 milhões de m³/d, totalizando em torno de 2.976 milhões de boed (mil barris de óleo equivalente por dia). Au-mento de mais de 15% na produ-ção de petróleo se comparada com

30 TN Petróleo 99 TN Petróleo 99 31

O ANO QUE SE ENCERRA NÃO SERÁ

ESQUECIDO TÃO CEDO PELO SETOR DE

PETRÓLEO E GÁS, QUE A DESPEITO DO

VENDAVAL QUE VARREU TODA A CADEIA

PRODUTIVA, NOS DEIXA UM LEGADO

IMPORTANTE: TEMOS DE PRESERVAR

A MAIOR E MAIS REPRESENTATIVA

EMPRESA BRASILEIRA, A PETROBRAS,

POIS A ESTATAL MUDOU A CARA

DA ECONOMIA NOS ÚLTIMOS ANOS.

DEFENDÊ-LA DO USO POLÍTICO –

PRÁTICA DE TODOS OS GOVERNOS,

SEM DISTINÇÃO OU PARTIDOS, DESDE

A SUA CRIAÇÃO, EM 1953. E DEFENDÊ-

LA DE UM SETOR DO EMPRESARIADO

QUE ACREDITA NO VALE-TUDO NA

BUSCA DE LUCROS E MAIS LUCROS:

AFINAL, NÃO HÁ CORRUPÇÃO SEM

CORRUPTOR. E É ISSO QUE NÃO

PODEMOS ESQUECER.

DIFÍCILUM ANO

retrospectiva 2014

por Beatriz Cardosoe Felipe Salgado

48 TN Petróleo 99 TN Petróleo 99 49 48 TN Petróleo 99

O niteroiense Leonardo Pacheco de Souza não é o Mestre--sala dos Mares, como foi chamado João Cândido, líder da revolta da Chibata, que hoje empresta seu nome a um dos navios petroleiros da Transpetro. Mas é um navegador pre-ciso, que soube traçar uma rota muito bem-sucedida no setor de petróleo e gás. “O bom navegador não espera o vento oportuno, ele vai atrás”, diz o engenheiro de explora-ção e produção.

perfil profissional

PRIMEIRO DA FAMÍLIA com formação superior, o menino que ajudava o pai no bar buscou o conhecimento para singrar novos mares: com dois mestrados pela Coppe/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), um em Engenharia de Petróleo e outro em Negócios em Petróleo (MBP/Master Business Petroleum), hoje Leonardo Pacheco conclui o MBA exe-cutivo pela Fundação Dom Cabral.

Esse aprimoramento contínuo lhe valeu uma sólida experiência: em apenas 16 anos de mercado, ele já passou por algumas das principais companhias internacionais do setor, como Repsol, Schlumberger, Baker Hughes, Halliburton, além da brasileira PetroRecôncavo.

Sempre atuando nas atividades relacionadas à exploração e produção de petróleo, em terra e mar, em maio de 2014 Leonardo resolveu assumir a ‘ponte de comando’ de seu próprio negócio, a Ubuntu Treinamentos e Serviços, com dois focos: atuar no mercado de campos maduros e mar-ginais e na qualificação profissional. “Sempre tive uma postura corajosa para implantar a mudança”, afirma o homem que, quando pequeno, queria apenas “ser alguém”.

O leme – Foi seguindo à risca a frase que abre essa entrevista (“O bom navegador não espera o vento oportuno, ele vai atrás”), que Leonardo escolheu a engenharia de exploração e produção de petróleo. “A multidis-ciplinaridade dessa atividade, a possibilidade diária de aprender coisas novas e descobrir que dificilmente você estará pronto, me faz acordar todo dia querendo mais”, afirma ele.

“A humanidade que minha profissão me possibilita e que me faz convi-ver em harmonia com pessoas de diferentes culturas, pensamentos, raças e religiões, tornando-me uma pessoa plural e tolerante, foi que me seduziu e me levou a adotar essa profissão como meu leme”, complementa esse niteroiense que nunca havia pensado em entrar nessa área do mercado.

“Imaginava apenas ser alguém”, diz com simplicidade Leonardo, que começou a trabalhar aos 13 anos, ajudando o pai no Café e Bar Irmãos.

O NAVEGANTE NEGRO

por Beatriz Cardoso

Foto

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“Sabia que tinha habilidades para lidar com o público e trabalhar em equipe, pelo contato diário que tinha com pessoas de diferentes formações, distintas classes sociais e sonhos diversos”, lembra.

Foi justamente isso que o levou a pensar em ter uma direção diferente daquela traçada pelo pai e pelas pessoas com quem eles trabalhavam no bar. Ajudou nessa mudança de caminho a grande faci-lidade que ele tinha para Matemá-tica e Física, pavor dos mais jovens. O ensino médio foi feito na Escola Técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (ETFQ), na Tijuca.

O caminho difícil – Foi lá que ele acabou se interessando pela enge-nharia e, especialmente, por petró-leo. “Como na época não existia o curso de engenharia de petróleo, fiz vestibular para engenharia elétrica na Universidade Federal Fluminense (UFF) e passei direto. Mas, com greves e paralisações, 1993 foi um ano muito complicado na UFF, recorda ele.

Leonardo não conseguiu se adaptar, pois já tinha um rumo na vida. “Queria muito mais! Por isso optei em fazer um novo vestibular, desta vez para o curso de engenha-ria de petróleo da Uenf, uma uni-versidade pioneira que teve como mentor o Darcy Ribeiro”, explica o engenheiro. Ele ficou encantado com a filosofia da universidade, com uma iniciativa pioneira, visto que não existiam cursos e estrutura aca-dêmica semelhantes no Brasil. “Tro-quei o conforto de morar a menos dez minutos da universidade pelo desafio de viver em outra cidade, em uma república de estudantes”, lem-bra ele. O que mais doeu, confessa, foi trocar a comida preparada pela mãe pelo cardápio do bandejão.

Qualificação é essencial – Daí em diante, Leonardo nunca mais parou

de estudar e trabalhar. Com dois mestrados concluídos e um MBA na reta final, ele cita outra frase, para explicar o porquê dessa busca contínua pelo conhecimento. “Eins-tein tem uma frase que sempre re-pito: ‘A alegria de ver e entender é o mais perfeito dom da natureza’.”

Sua única tristeza é não ter concluído o doutorado em enge-nharia na Coppe, depois de seis anos de dedicação e muito esforço. “Problemas particulares me impe-diram de me dedicar à tese. Tinha mais de 50% dela desenvolvida e os créditos finalizados”, relembra. No entanto, o aprendizado con-solidado o ajudou a montar uma estratégia para a carreira.

O MBA foi mais um passo nes-se sentido. Segundo ele, a busca

incessante de melhoria no quesito ‘liderar’ foi o que o inspirou a fazer o curso. “Estudei continuamente 13 anos de engenharia e jamais me foi oferecida uma disciplina de humanidades. Percebi que, pela minha posição, necessitava urgente desenvolver competência e habilidades em itens como lide-rança, negociação e trabalho em equipe”, avalia. Ele não queria fa-zer os cursos internos da empresa em que trabalhava na época, visto que a mesma era muito voltada para o negócio. Queria fazer algo diferente e dividir sua experiên-cia com outras pessoas. “Também tinha curiosidade de saber qual eram as posturas de meus pares, para fazer uma autorreflexão do que eu estava fazendo, se certo ou errado”, comenta.

Leonardo buscava adquirir com-petências para aprimorar o desem-penho em gestão de empresas. “Ne-cessitava entender mais de algumas áreas que não tive contato na minha formação, como gestão de pessoas, marketing e finanças”, explica.

O engenheiro também que-ria conhecer gestores de outros setores e desenvolver network fora do setor de óleo e gás. “Lembro de uma aula cujo estudo de caso era a dificuldade de um gestor de um hospital para fechar suas contas praticamente sem margem de lucro e ter que lidar com vaidades de sua equipe. Isso me mostrou a importância de fazer adaptações em meu estilo de liderar e condu-zir o negócio.”

Primeiro estágio – O que o levou a estagiar na Halliburton Energy Service, um dos grandes players internacionais, um ano antes de concluir a faculdade, foi a paixão pela área de engenharia de poço. “Na época, graças à minha inicia-ção científica, consegui uma vaga de estágio no setor de perfuração

Idade: 41 anosCasado: há 13 anos, com Vanessa, funcionária públicaFilhos: Bernardo (6 anos) e Vitória (3 anos) Mora: em Niterói, onde nasceuHobby: escutar discos de rock das décadas de 80 e 90Música preferida: ‘Comida’ (Titãs)Livro preferido: A busca de um caminho para o Brasil, do professor Hélio dos Santos. Hobby: Passear e viajar com a família Filme preferido: Men of honor (Homens de honra) com Cuba Gooding Jr. e Robert de NiroMaior alegria da vida: a família

25 Riscos ambientais da exploração 26 o méxico entra no jogo28 Pré-sal brasileiro: desenvolvimento

em tempo recorde20 TN Petróleo 99 TN Petróleo 99 21

especial: exploração

O petróleo dá as cartas

NAS AMÉRICASpor Felipe Salgado

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Fino gosto

Coffee Break

CoNSElHo EDitoRiAl

Affonso Vianna Junior

alexandre Castanhola gurgel

antonio ricardo pimentel de oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

gary a. Logsdon

geor thomas Erhart

gilberto israel

ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. rêgo

Luiz Eduardo Braga xavier

Marcelo Costa

Márcio giannini

Márcio rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das graças silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

nathan Medeiros

paulo Buarque guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

ronaldo schubert sampaio

rubens Langer

samuel Barbosa

67 Desenvolvimento humano e sustentabilidade – Negócios conscientes: o grande desafio, por Wanderley Passarella

74 Análise capacitiva: medição versátil de teor d’água para o setor petrolífero, por Robert J. irving

78 Sobrevivendo à transição entre crises – Atratividade do segmento upstream onshore de petróleo e gás natural em bacias maduras e campos marginais no Brasil, por Grupo de pesquisa CNPq

2 editorial 4 hot news 8 indicadores tn 41 eventos 48 perfil profissional 53 caderno de sustentabilidade

artigos

Ano XVI • Número 99 • jan/fev 2015Foto: Cortesia CNPC

seções

Desenvolvimento humano e sustentabilidade – Negócios conscientes: o grande desafio, por Wanderley Passarella | Análise capacitiva: medição versátil de

teor d’água para o setor petrolífero, por Robert J. Irving | Sobrevivendo à transição entre crises – Atratividade do segmento upstream onshore de petróleo e gás natural em bacias maduras e campos marginais no Brasil, por Grupo de pesquisa CNPq

O P I N I Ã O

A R T I G O S

Retrospectiva 2014

Um ano difícil

A importância do regime de Repetro, de Paulo Cesar Alves Rocha, consultor tributário, engenheiro industrial, mestre em Engenharia de Transportes e diretor executivo da LDC.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

José Gutman, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

“A perspectiva é de produção crescente.”

ESPECIAL: EXPLORAÇÃO

Ano XVI • janeiro/fevereiro 2015 • Nº 99 • www.tnpetroleo.com.br

O PETRÓLEO DÁ AS CARTAS

NAS AMÉRICAS

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O México entra no jogoPré-sal brasileiro: desenvolvimento em tempo recordeRiscos ambientais da exploração intensiva

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Com pouco mais de um mês de funcionamento, o Belmonte, da Praça XV (RJ), já mostrou a que veio: preencher uma lacuna na área, que é a de conciliar uma boa comida, a preços acessíveis, na hora do almo-ço, com um ambiente agradável; e para quem quer petiscar e tomar uma bebida durante a tarde, entrando na noite... de preferência com as famosas empadas fechadas ou abertas que tornaram famoso o pri-meiro Belmonte, instalado na Praia do Flamengo há 13 anos.

Na concepção da arquitetura e da decoração do Belmonte da rua do Rosário, foi marcante a participação de Cris Levefre, cenógrafa, em parceria com o arquiteto Arnobio. Da mesma forma, os dois atuaram juntos no casarão da rua Mem de Sá, que abriga o Antonio’s, da rede Belmonte, e que agora, inteiramente redesenhado internamente, mais parece um lugar cinematográfico. Já é um dos locais mais frequenta-dos da área. Cris, além de cenógrafa, traz na sua bagagem a formação cinematográfica, daí as suas intervenções sempre muito bem-sucedidas, na valorização e recriação dos espaços, como os dois citados.

DEMOROU PARA o cearense Antonio Rodrigues fincar o pé na Praça XV. Agora, com o ‘caçula’ Belmonte ele amplia o espaço que já tem na área.

A trajetória vitoriosa de Antonio tem sido analisada por amigos, estu-diosos do comportamento dos donos de bares. E todos são unânimes em afirmar que a diferença entre ele e outros que estão no mesmo ramo de negócio é uma capacidade extraordinária de trabalho: ele começa às seis da manhã e não tem hora para acabar.

Além dos empreendimentos no entorno da Praça XV, que começou com o Cais do Oriente, Antonio tem mais 14 espalhados pela cidade, com a ‘grife’ Belmonte ou identificados pelo nome Antonio. Na Lapa, por exemplo, são quatro os bares da região sob sua direção. Outros bares estão localizados na Zona Sul, inclusive no Leblon e no Jardim Botânico, onde já tem clientela fiel. A rede emprega mais de 500 funcionários.

A principal característica de Antonio é saber conviver com seus em-pregados. No Belmonte da Praça XV, um dos escudeiros dos primeiros tempos do Belmonte no Flamengo, Washington Luis Ferreira, retorna à

por Orlando Santos

fino gosto

por Orlando Santos

BELMONTERua do Rosário, 24De segunda a sábado, das 9h até o último cliente.Telefone: (21) 2263-7248 (reservas)

rede para integrar a equipe. Ele terá ao lado outro mestre na arte de receber, o Benones Rodrigues Rosa, acostumado a entreter uma clientela esclarecida, bem informada e exigente, como a que circula no Centro da cidade.

LADO A LADO – O sírio Moufid Hassan, dono do res-taurante Al Khayam, vizinho ao novo Belmonte, velho conhecido de Antonio, só tem elogios para o amigo, que a cada dia cria empreendimentos que valorizam o entorno e faz retornar antigos fregueses que andavam desaparecidos.

Com o término das obras de revitalização do Porto Maravilha e o moderno prédio que vai suceder o an-tigo edifício do Lloyd nas imediações, a tendência é a área se transformar num dos lugares mais visitados do Centro histórico do Rio.

Disso ninguém tem a menor dúvida. Muito menos o talento empreendedor desse cearense de Hidrolân-dia. Por isso ele tem razões fundadas para investir e muito, como tem feito, em alguns projetos gastronômi-cos na área. A cidade só tem a agradecer.

O SABOR ÚNICO DO NOVO-ANTIGO – Concebido pelo arquiteto Arnobio de Barros, o mesmo que pratica-mente idealizou e executou todas as casas da rede, o Belmonte da Praça XV em nada lembra o restaurante português do chef Santos, que funcionou ali durante cinco anos.

Mais de três meses de obra transformaram intei-ramente o espaço do velho casarão da rua do Rosário, que agora exibe uma arquitetura moderna, futurista, ampla e bastante confortável para os clientes que já se identificaram com o novo local.

Do amplo salão interno, com capacidade de abri-gar mais de 80 pessoas durante o almoço, avista-se sem nenhuma dificuldade a grande cozinha, além da área externa, que ocupa boa parte da rua do Mercado e seu entorno.

Com vocação para se tornar o grande point do verão, o Belmonte chega com um cardápio variado e cervejas long neck para atender aos mais exigentes fregueses. Sem falar nas deliciosas empadas, bolinhos de bacalhau e muitos petiscos que vão fazer muita gente antecipar o relógio no final do dia.

fino gosto

A GRIFE DESEMBARCA NO CAIS

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pensa-dor e escri-tor. E permite um mergu-lho nas profun-dezas do seu uni-verso criativo, em suas

referências iniciais, colocando lado a lado suas obras e as dos seus contemporâneos, além de peças que são joias da arte popular do norte da Sibéria e objetos de rituais xamânicos. Emerge dessa exposição um Kan-dinsky que poucos, no Ocidente, conhecem.

O tempo de permanência das obras de Kandinsky no país também é algo inusitado: em geral, os museus não costumam ceder suas preciosidades por períodos tão longos. Os CCBBs têm grande expectativa de pú-blico em virtude do ineditismo da mostra.

A trajetóriaA proposta curatorial de Evgenia Petrova e Joseph

Kiblitsky organiza a exposição em cinco blocos, de forma a ajudar os visitantes a conhecer não só as principais obras de Kandinsky, mas também suas influências e o relacionamento com os outros artistas. Trata-se de um mergulho no mundo que cercou e influenciou o artista. Os blocos são:• Kandinsky e as raízes de sua obra em relação à cul-tura popular e o folclore russo• Kandinsky e o universo espiritual do xamanismo no norte da Rússia• Kandinsky na Alemanha e as experiências no grupo Der Blaue Reiter, vida em Murnau• Diálogo entre música e pintura: a amizade entre Kandinsky e Schoenberg

• Caminhos abertos pela abstração: Kandinsky e seus contemporâneos

“A maior parte da exposição apresentada ao público bra-sileiro é dedicada justamente aos pormenores que explicam e completam o nosso conhe-cimento sobre Kandinsky”, afirma Petrova.

O diretor-geral da ex-posição, responsável pela concepção do projeto, Rodol-fo de Athayde, acredita que entender esse gênio criativo implica também entender a sensibilidade que marca a arte desde o início do século XX. “Esta mostra apresenta o prólogo dessa história enri-quecida que é a arte moderna e contemporânea: o modo como se forjou a passagem para a abstração, os recursos a partir dos quais a figura-ção deixou de ser a única via possível para representar os estados mais vitais do ser

humano e, finalmente, o novo caminho desbravado a partir dessa ruptura”, aponta.

O Kandinsky que os brasileiros poderão ver no CCBB foge, em muitos aspectos, à visão ocidental que se tem do artista: “Kandinsky – tudo começa num ponto é também resultado da construção de um relacionamento de confiança entre o Museu Estatal Russo de São Petersburgo, o Centro Cul-tural Banco do Brasil e a Arte A Produções, que realizou a bem-sucedida exposição Virada Russa, realizada em 2009, no circuito do CCBB”, afirmam Athayde e a coordenadora Ania Rodriguez. “Foi a profunda relação de parceria e os valores humanos e artísticos compartilhados com Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky que tornaram possível o sonho de um empreendimento dessa magnitude”, comenta Rodolfo de Athayde.

Segundo ele, Petrova, diretora científica do Mu-seu Russo, “é uma figura lendária que se apresenta aos meus olhos como a ‘guardiã’ dos 400 mil tesou-ros que sobreviveram a uma revolução social, duas guerras mundiais e a sanha de uma visão autori-tária imposta à cultura nos períodos mais contro-versos da ex-União Soviética. Sob sua custódia e de muitos outros anônimos foi possível salvar estas obras para o patrimônio cultural da humanidade”, frisa Athayde.

Em matéria de arte, o ano começa muito bem.

AOrigens, influências e os desdobramentos do processo criativo do artista russo Wassily Kandinsky, e parte de sua obra, vão estar expostos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio, do dia 28 de janeiro até meados de março de 2015.

Kandinsky – Tudo começa num ponto Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

De 28/01 a 30/03 de 2015

Rua Primeiro de Março, 66 - Centro, RJ

Tel.: (21) 3808-2020

Horário: de quarta a segunda, das 9h às 21h

A MOSTRA Kandinsky – tudo começa num ponto, que vai percorrer du-rante quase um ano outras capitais brasileiras, começou sua itinerância por Brasília. Fica na capital fluminense até o dia 30 de março, seguindo depois para Belo Horizonte, em 19 de abril, e depois São Paulo, onde ficará de julho a outubro.

A expectativa é de que, ao final da megaexi-bição, um milhão de pessoas tenham entrado em contato com as obras e objetos que fizeram desse artista um dos mais importantes do século XX, e um pioneiro da abstração.

A exposição reúne mais de uma centena de obras e objetos de Kandinsky, seus contemporâneos e suas influências. Esse acervo diverso tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de São Petersburgo, enriquecido com obras de mais de sete museus da Rússia e coleções procedentes da Alemanha, Áustria, Inglaterra e França.

Única sob vários aspectos, a exposição conta também com o apoio da Embaixada da França e apresenta uma sequência de quadros do pintor,

por Orlando Santos

A cor da alma está no CCBB-RJKANDINSKY

coffee break

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A grife desembarca no Cais

a cor da alma está no CCBB-RJ

BotecoBelmonte

Kandinsky

69 pessoas 70 produtos e serviços 82 fino gosto 84 coffee break 86 feiras e congressos 87 opinião

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editorial

Rua Buenos Aires, 2/406Centro – CEP 20070 022Rio de Janeiro – RJ – BrasilTel/fax: 55 21 [email protected]

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EDitoRABeatriz Cardoso (21 99617-2360)[email protected]

EDitoR DE ARtE, CUltURA E GAStRoNomiAOrlando Santos (21 99491-5468)

REPóRtERFelipe Salgado (21 98247-8897) [email protected]

Mehane Albuquerque (21 98629-8185) [email protected]

RElAçÕES iNtERNACioNAiSDagmar Brasilio (21 99361-2876) [email protected]

DESiGN GRáFiCoBenício Biz (21 99194-5172)[email protected]

PRoDUção GRáFiCA E WEBmAStERFabiano Reis (21 2224 1349)[email protected]

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DEPARtAmENto ComERCiAlJosé Arteiro (21 99163-4344)[email protected]

rodrigo Matias (21 2224 1349)[email protected]

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DiStRiBUição Benício Biz Editores associados.

Filiada à ANAtECos artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

Queremos crescer

Benício BizDiretor da Benício Biz Editores

tN Petróleo

tAGS#99

Depois de um ano conturbado, acredito que a expectativa de todos os brasileiros e princi-

pais setores da economia, como o da indústria de petróleo e gás, é uma só: retomarmos o rumo do crescimento sinalizado no início da década e que foi perdido nos dois últimos anos.

Crescer não apenas em produto interno bruto (PIB), como também em produtividade e competi-tividade, na geração de patentes e na inovação – recursos não faltam, uma vez que, até setembro, as obrigações de investimento em pesquisa, Desenvolvimento e inovação (PD&I) das petroleiras somavam mais de R$ 1 bilhão, com a expectativa de chegar a R$ 1,4 bilhão este ano. Crescer de forma sustentável e com maior transparência nos negócios.

a retrospectiva que a tN Petróleo traz nessa edição mostra que, a despeito das dificuldades por que passamos, avançamos em alguns aspectos. a produção total de óleo e gás natural no país vem mantendo uma linha ascendente desde o início do ano, com poucas variações, decorrentes de paradas programadas de unidades offshore.

a petrobras superou a ExxonMobil, como a companhia aberta com a maior produção de líquidos (óleo e condensado) do mundo. E o pré-sal aproxima-se dos 800 mil barris de óleo e gás natural por dia.

Estes números refletem o desenvolvimento da indústria petrolífera do Brasil, que joga hoje um novo papel no tabuleiro geopolítico energé-tico, ao lado dos Estados unidos, com uma produção crescente de sha-le oil e shale gas, e do México, que promoveu uma reforma do marco regulatório, como veremos na matéria de capa dessa edição.

A atratividade do Brasil poderá ser ainda mais reforçada se hou-ver mais previsibilidade nos leilões de áreas da agência nacional do petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anp). “o Brasil apresenta oportunidades para variados tipos de empresas, uma vez que temos cerca de 7,5 milhões de km2 de área sedimentar espalhados por 38 bacias, que englobam desde as já maduras, passando pelas de novas fronteiras tecnológicas ou de conhecimento, e culminando com as de elevado potencial petrolífero”, afiança José Gutman, diretor da ANP, em entrevista exclusiva.

O que queremos é que o país não perca estas oportunidades e que as expectativas se transformem em realidade.

2015 dirá se estamos ou não no caminho certo...

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The Established Petrobras Forum for Senior Decision Makers

• Meet the decisions makers from Petrobras

• Find out more about Brazil’s fastest growing gas and LNG market

• Hear directly from the government about Brazil’s gas and power regulatory framework

• Find out more about 2015 bidding rounds recently announced by ANP

• Identify challenges and solutions to overcome Brazil’s increasing power demand

Why attend? What makes this forum unique:

• The only annual gas and power forum hosted by Petrobras

• 5 years record of bringing together senior representatives of the gas and power industry from Brazil and the rest of the Southern Cone

• Gathers the highest level of industry experts, government, regulators to discuss those key issues surrounding the Brazilian gas and power industry

• Unrivalled networking opportunities including the annual Petrobras gala dinner

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hot news

Concluída a entrega de módulos para a P-66Está navEgando rumo a angra dos Reis (RJ) o módulo de lançadores, recebedores e manifolds do FPso P-66 . a balsa São Luís, na qual o módulo foi embarcado, saiu do Porto de Maceió (aL) no dia 24 de dezem-bro e chegou ao estaleiro Brasfels, em angra dos Reis (RJ) no dia 3 de janeiro. Com a ação, está concluída a entrega dos módulos para o primeiro replicante, construído no Consórcio tomé Ferrostaal. FPso (Floating Production storage offloading Unit) é uma unidade flutuante de produção, armazenamento e trans-ferência de óleo.

devido à sua dimensão (cada base mede 22 m x 18 m, com al-tura de 10 m e peso total de 2.500 t), o módulo 9 foi dividido em duas partes (M09a e M09B) para facilitar o embarque, o transpor-te e a integração do mesmo ao casco. as operações de load out (retirada do canteiro de obras para embarque na balsa) dos Módulos 9a e 9B contaram com

o uso de um sistema de guinchos denominado skid tracionado.

o Estaleiro Brasfel foi contrata-do para construção do pacote I de módulos e integração da P-66. a in-tegração é a conexão dos módulos entre si e com o casco. o casco da unidade saiu rebocado do Estaleiro Rio grande 1 (ERg-1), localizado em Rio grande (Rs), e chegou a angra dos Reis em 16 de dezembro.

a P-66 é a primeira platafor-ma da série de oito FPso repli-cantes, que estão em construção para atendimento às demandas de produção de petróleo do pré--sal da Bacia de santos e será utilizada no bloco BM-s-11. o bloco BM-s-11 é operado pela Petrobras (65%) em parceria com a Bg E&P Brasil Ltda (25%) e a Petrogal Brasil s/a (10%).

CoM UMa MédIa de 96,10 milhões de m³/dia em 2014, a oferta de gás natural da Petro-bras cresceu 10% em relação ao volume médio de 87,30 milhões de m³/dia destinado aos mercados termelétrico e não termelétrico, bem como ao consumo interno da companhia em 2013. Com essa marca, a Petrobras bateu seu próprio recorde anual de oferta de gás natural ao mercado brasileiro.

Para essa performance con-tribuíram de modo significativo o aumento da oferta de gás nacional e a flexibilidade conquistada com a implantação, no país, dos três

terminais de regaseificação de gás natural Liquefeito (gnL) com capacidade para regaseificar 41 milhões de m³/dia de gás natural.

Em 2014, a oferta de gás nacional ao mercado foi de 43,23 milhões de m³/dia, em média. nos terminais de gnL de Pecém (CE), Baía de guanabara (RJ) e da Bahia foram regaseificados ao longo do ano uma média de 20 milhões de m³/dia. da Bolívia fo-ram importados, em média, 32,87 milhões de m³/dia.

da oferta total de gás natural, 41,94 milhões de m³/dia foram entregues ao mercado termelé-

trico, garantindo o suprimento do Parque gerador de Energia Elétrica da Petrobras (que se po-siciona agora como quinta maior do setor) e de usinas de terceiros num período de forte despa-cho termelétrico ordenado pelo operador nacional do sistema Elétrico (ons). ao mercado não termelétrico foram entregues 38,90 milhões de m³/dia. o con-sumo interno da Petrobras em suas refinarias e fábricas de fer-tilizantes foi de 13,33 milhões de m³/dia e o consumo no sistema de transporte de gás natural foi de 1,93 milhão de m³/dia.

oferta de gás natural ao mercado cresceu 10% em 2014Com 96,10 milhões de m³/dia, em média, a companhia bateu seu próprio recorde de oferta de gás natural ao mercado.

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maersk training e transocean firmam acordo global

ANP autoriza produção antecipada no campo de Búzios

a MaErsk training firmou um acordo global com a transocean, líder em perfuração marítima. Pio-neira na utilização de simuladores de perfuração, a Maersk prestará serviços de treinamento em segu-rança e Eficiência Operacional para a tripulação offshore da Transo-cean nos próximos cinco anos. o objetivo é capacitar o pessoal da contratante para atuar de forma mais rápida, integrada e segura em condições cada vez mais comple-xas e desafiadoras do ambiente offshore. O acordo ainda prevê a aquisição de várias instalações da Transocean pela Maersk. Dentre elas, o centro de treinamento loca-lizado em Macaé (RJ).

Com atuação em dez países, a Maersk Training treinou mais de 25 mil pessoas ao redor do mundo em 2014. Só no Brasil, foram cinco mil. Para 2015, a expectativa é de formar de seis a sete mil pessoas no país. “Quando chegamos ao Brasil, em 2013, nosso objetivo era investir us$ 10 milhões. Cum-primos a nossa meta. E continua-mos a investir e expandir nossas operações no mercado brasileiro. nos próximos dois anos, podemos dobrar este valor”, afirmou Hans Dürke Bloch-Kjær, diretor da Maer-sk Training no Brasil.

a PEtRoBRas RECEBEU au-torização da agência nacional do Petróleo, gás natural e Bio-combustíveis (anP) para iniciar o sistema de produção ante-cipada (sPa) do poço 2-anP--1RJs, localizado no campo de Búzios (antiga área de Franco), no pré-sal da Bacia de santos. Por meio desse sistema provi-sório, a empresa poderá produ-zir durante quase sete meses e, assim, obter informações essenciais para a otimização do primeiro sistema de produção definitivo do campo.

Localizado a cerca de 200 km da costa do Rio de Janeiro, a uma profundidade de água de 1.600 a 2.100 m, o campo de Búzios teve sua comercialidade declarada pela Petrobras em dezembro de 2013. tal declara-ção se dá quando a companhia ou consórcio que explora a área conclui que a produção de petróleo e gás natural é viável comercialmente. no campo de Búzios, já foram realizados estudos de sísmica 3d (técnica utilizada para mapeamento dos reservatórios) e perfurados 11 poços, com o objetivo de delimi-tar e caracterizar a jazida.

o campo de Búzios respon-de pelo maior entre os volumes contratados pela Petrobras através do regime de Cessão onerosa – 3,058 bilhões de bar-ris de óleo equivalente (petró-leo e gás) do total de 5 bilhões de barris a serem produzidos segundo o contrato. o petróleo encontrado pela Petrobras nes-se campo é de boa qualidade (entre 26º e 28º aPI).

Cessão Onerosa – a Cessão onerosa é um conjunto de áreas e campos do pré-sal da Bacia de santos – áreas de Entorno de Iara e campos de Búzios (antiga área de Franco), sépia (antiga área de nordeste de tupi), Itapu (antiga área de Florim), sul de Lula (antiga área de sul de tupi) e sul de sapinhoá (antiga área de sul de guará) – que foram transferidas onerosamente pela União à Petrobras. ou seja: a Petrobras pagou à União pelo direito de exercer atividades de pesquisa e produção de petróleo e gás natural nestas áreas e, con-forme estabelecido em lei, terá o direito de explorar e produzir até 5 bilhões de barris de óleo equivalente (petróleo e gás).

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a PEtRoBRas aPREsEntoU no dia 29 de dezembro à agência nacional de Petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anP) as de-clarações de comercialidade das acumulações de petróleo e gás das áreas de Iara (Plano de avaliação da descoberta/Pad – do poço 1-BR-sa-618-RJs – Consórcio BM-s-11), e Entorno de Iara (Bloco 4, do con-trato de cessão onerosa), localizadas no pré-sal da Bacia de santos.

na área do Plano de avaliação de Iara, sob regime de concessão, os trabalhos realizados pelo Con-sórcio BM-s-11 começaram em setembro de 2008 e consistiram na aquisição de dados sísmicos 3d, na perfuração e avaliação de sete poços e na realização de um teste de Longa duração (tLd). Como resultado, foram identifi-cadas duas jazidas com a per-furação dos poços 1-BRsa-618 RJs e 3-BRsa-1032 RJs, cujos limites se estendem para o bloco Entorno de Iara.

nesse bloco, durante a execu-ção do Programa de Exploração obrigatório (PEo), a operadora Petrobras (100%) adquiriu dados sísmicos 3d e perfurou três poços com o objetivo de descobrir, deli-mitar e caracterizar os reservató-rios. além disso, foram realizados três testes de formação e um tLd para avaliar a produtividade dos reservatórios. Foi identificada uma jazida com a perfuração do poço 1-BRsa-1146 RJs, cujo limite se estende para a área de Concessão do BM-s-11.

dessa maneira, a atividade ex-ploratória no Pad e no bloco 4 da cessão onerosa resultou na delimi-tação de três acumulações. Por for-ça da regulação vigente e por se tratar de contratos distintos (con-

cessão e cessão onerosa) foram declaradas as comercialidades de oito campos, que serão objeto de acordos de Individualização da Produção (aIP).

Em razão da extensão das jazi-das entre a concessão BM-s-11 e a área Entorno de Iara, a anP foi formalmente comunicada na forma da regulação vigente.

os volumes recuperáveis es-timados totais desses campos su-peram 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), comprovando o alto potencial das acumulações.

Desenvolvimento da produção – os campos estão localizados a cerca de 230 km da costa do Rio de Janeiro, em profundidade d’água entre 2.000 e 2.300 m. todos os campos são portadores de óleo de boa qualidade (24º a 30º aPI).

Para esses campos, a Petrobras e seus parceiros planejam o desen-volvimento inicial da produção por meio de três FPsos.

os projetos de engenharia para drenagem dos campos serão deta-

lhados quando houver a apresen-tação dos respectivos Planos de desenvolvimento à anP.

o desenvolvimento da produ-ção nos campos descobertos na área de Iara se soma à implemen-tação da produção do campo de Lula (áreas de tupi e Iracema), também no BM-s-11, onde serão instalados dez FPsos.

o consórcio BM-s-11 é operado pela Petrobras (65%), em parceria com a Bg E&P Brasil (25%) e Pe-trogal Brasil (10%).

Revisão do contrato da cessão onerosa – Com a declaração de comercialidade do Entorno de Iara, encerra-se a fase explora-tória do contrato de cessão one-rosa e assim terá continuidade o processo formal de revisão do contrato a ser realizado bloco a bloco, levando-se em consi-deração as premissas técnicas e econômicas de cada área. a expectativa é de que a revisão do contrato da cessão onerosa seja concluída em 2015.

Petrobras declara comercialidade das áreas de iara e Entorno de iara

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a PEtRoBRas informa os resulta-dos da perfuração do poço 9-sEs--188d (nomenclatura Petrobras) / 9-BRsa-1280d-sEs (nomenclatura anP), localizado na concessão BM--sEaL-11, bloco sEaL-M-426, em águas ultraprofundas da Bacia de sergipe. os resultados ratificam a descoberta de óleo leve e gás na área de Farfan (entre 37º e 40º aPI), conforme comunicado ao mercado no dia 9 de agosto de 2013.

Essa perfuração também consta-tou a presença de uma nova acumu-lação de óleo leve em reservatório mais profundo, com espessura de 28 metros.

Localizado a 107 km da cidade de aracaju, capital de sergipe, a 5,7 km do poço descobridor e em profundidade de água de 2.492 m, o poço alcançou a profundidade final de 5.900 m e, no momento, encontra-se em avaliação.

Essa acumulação integra o pro-jeto exploratório da Bacia de ser-gipe-alagoas em águas profundas, conforme previsto no Plano de ne-gócios e gestão da Petrobras para o período 2014-2018.

a Petrobras dará continuidade ao Plano de avaliação da descober-ta (Pad), conforme aprovado pela agência nacional de Petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anP).

a Petrobras é a operadora do consórcio (60%) em parceria com a IBv-Brasil (40%).

Descoberta nova acumulação de petróleo na Bacia de Sergipe

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indicadores tn

Petrobras bate recordes e supera patamar de 700 mil barris diários no pré-sala PEtRoBRas InFoRMa que ba-teu novo recorde histórico de pro-dução própria diária de petróleo e Lgn (líquido de gás natural) no dia 21 de dezembro, quando produziu 2 milhões e 286 mil barris. o volu-me não considera a parcela de seus parceiros e supera o recorde ante-rior de 2 milhões e 257 mil barris, alcançado no dia 27 de dezembro de 2010. a Petrobras também bateu recorde diário de produção operada em 21 de dezembro, tendo produzi-do 2 milhões e 470 mil bpd.

o novo patamar histórico decorre principalmente da contribuição de nove sistemas de produção: cinco deles começaram a operar em 2013 e tiveram novos poços interligados ao longo de 2014, quando foram ins-taladas outras quatro plataformas.

das unidades instaladas em 2013, contribuíram para esse resultado a P-63, no campo de Papa-terra, e P-55, no campo de Roncador – ambas na Bacia de Campos, além do FPso Ci-dade de Itajaí, em Baúna, no pós-sal da Bacia de santos. no pré-sal da Bacia de santos, destaque para a produção dos FPsos Cidade de São Paulo, no campo de sapinhoá, e Cidade de Pa-raty, na área de Lula nordeste.

os sistemas de produção que en-traram em operação em 2014 e que colaboraram para o desempenho da produção foram a P-58, no Parque das Baleias, e P-62, no campo de Roncador, na Bacia de Campos; além dos FPsos Cidade de Mangaratiba, na área de Iracema sul, e Cidade de Ilhabela, na de sapinhoá norte, ambos no pré-sal da Bacia de santos.

Contribuiu para o recorde a alta eficiência operacional dos campos localizados nas porções fluminense e capixaba da Bacia de Campos, como resultado do Programa de aumento da Eficiência operacional (Proef). Essas áreas têm mantido a produção sustentável, diante do declínio natu-ral dos reservatórios. Cabe destacar a alta eficiência operacional e a manu-

tenção da estabilidade da produção nas Unidades operacionais do norte e nordeste do país, que praticamente compensaram todo o declínio natural dos campos maduros da área.

Com a chegada de novas em-barcações de apoio do tipo PLsv (Pipe Laying support vessel) e com a redução do tempo não produtivo dessas unidades – fruto das ações do Programa de Redução de Custos em sistemas submarinos (PRC-sub) – a companhia interligou 68 novos poços, produtores e injetores, até novembro de 2014, o que já é um número bem superior aos 45 poços interligados ao longo de todo o ano de 2013.

Novo recorde no pré-sal – a produ-ção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na província do pré--sal das bacias de santos e Campos atingiu a marca histórica de 700 mil barris de petróleo por dia (bpd) em 16 de dezembro de 2014. desse volume, cerca de 74% (523 mil bpd) corres-pondem à parcela da companhia e o restante à das empresas parceiras nas diversas áreas de produção da camada pré-sal.

a produção de 700 mil barris por dia foi alcançada apenas oito anos depois da primeira descoberta de petróleo na camada pré-sal, ocorrida em 2006, e apenas seis meses após a marca dos 500 mil barris, obtida em junho. Essa produção representa

uma marca extremamente significa-tiva na indústria do petróleo, ainda mais diante do fato de os campos se situarem em águas profundas e ultraprofundas. atualmente, o pe-tróleo do pré-sal é produzido por 12 diferentes plataformas, oito delas produzindo exclusivamente naquela camada geológica.

o patamar de 700 mil bpd foi conseguido com a contribuição de somente 34 poços produtores. Isso evidencia a elevada produtividade dos campos já descobertos na cama-da pré-sal. desses poços, 16 estão localizados na Bacia de santos, que responde por cerca de 61% do volu-me produzido no pré-sal – perto de 429 mil barris por dia. os demais 18 poços estão localizados no pré-sal da Bacia de Campos e respondem pelos 39% restantes da produção – cerca de 273 mil barris por dia.

o aumento da produção se deve, também, ao excelente desempenho operacional das atividades de cons-trução e interligação de poços, com suporte dos programas estratégicos PRC-Poço (Programa de Redução de Custos em Poços) e PRC-sub. Es-ses programas integram iniciativas que vêm incorporando melhorias contínuas na redução da duração e dos custos não apenas de poços, como também de instalações sub-marinas dos projetos de exploração e produção.

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a EConoMIa BRasILEIRa, que amargou uma recessão técnica no primeiro semestre do ano, deve encerrar 2014 com o tímido crescimento de 0,1%. E para o próximo não é esperada recu-peração que resulte em uma alavancada do Produto Interno Bruto (PIB). as estimativas são da Federação e do Centro das In-dústrias do Estado de são Paulo (Fiesp e Ciesp).

durante a divulgação do balanço de 2014 e das perspec-tivas para 2015, a direção das entidades fez uma estimativa de ligeiro crescimento de 0,5% do PIB em 2015.

a projeção do departamento de Pesquisas e Estudos Econô-micos (depecon) da Fiesp e do Ciesp para o PIB da indústria é de queda de 1,7% em 2014 e aumento de 0,1% em 2015. “nós nos preocupamos porque estamos saindo de um ano sem crescimento, com crescimen-to negativo da indústria de transformação, para um ano de pouco crescimento”, disse o presidente das entidades, Paulo skaf, em almoço com jornalistas no dia 11 de dezembro.

a indústria extrativista mine-ral deve ser a única a apresentar um crescimento mais expressivo no final de 2014 e em 2015, com aumento de 6,6% e 5,2% do PIB, respectivamente.

Já o PIB da indústria de transformação deve fechar o ano com queda de 3,5%. a previsão do depecon para o PIB do setor em 2015 também é de queda: 1,1%, enquanto o PIB do segmento agropecuário deve ficar estagnado em 2014 e 2015 em uma variação positiva de 0,9%, também de acordo com a equipe de economia da Fiesp e do Ciesp.

a atividade da indústria pau-lista deve encerrar 2014 negati-va em 5,4%. o prognóstico para 2015 também é arrefecimento do desempenho do setor, com uma taxa negativa prevista em 1%.

a tendência de queda tam-bém permanece para o mercado de trabalho da indústria paulista para o próximo ano. Em 2014, o emprego industrial deve mostrar recuo de 5,4%, seguido por que-da de 1,2% em 2015.

o depecon projeta queda para o emprego e para a produ-ção industrial do Brasil. segundo o departamento, a PIM-Brasil, pesquisa de produção física do setor industrial medida pelo IBgE, deve anotar uma baixa de 2,7% em 2014 e de 0,6% em 2015. E o emprego no setor manufatureiro do país deve ficar negativo em 3,6% em 2014 e 1,8% em 2015.Consumo e investimento – o consumo das famílias deve

apresentar queda de 2014 para 2015. segundo as projeções do depecon, o consumo deve mostrar alta de 1,3% em 2014, mas a variação, ainda que positiva, deve diminuir para 0,8% no próximo ano.

ao longo do 2014, a Fiesp alertou para a significativa queda de investimentos na economia brasileira. Em 2013, a Formação Bruta de Capi-tal Fixo (FBCF), medida do que se investe em máquinas e equipamentos, apresentou uma variação positiva de 5,2%. Mas é esperada uma queda de 7,1% em 2014 e re-cuo de 1,5% em 2015.Setor externo – a equipe de economia da Fiesp espera um saldo negativo de Us$ 2,6 bilhões da Balança Comer-cial em 2014. Já para 2015, é estimado um saldo positivo de Us$ 7,9 bilhões.

as exportações devem apre-sentar queda de 6,1% em 2014 e ligeiro crescimento de 1,1% no próximo ano. o prognóstico do depecon para as importações é de queda de 4% em 2014 e de 3,5% em 2015.

de acordo com Paulo skaf, o motivo principal para os números positivos é um espe-rado recuo das importações por conta de um dólar em níveis mais elevados.

Fiesp prevê crescimento de 0,5% do PiB em 2015PIB da indústria deve crescer apenas 0,1% no próximo ano.

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indicadores tn

a organização DE países Exporta-dores de petróleo (opep) reduziu sua projeção para 2015 em cerca de 300 mil barris diários, para 28,9 milhões por dia. Trata-se de cerca de 1,15 milhão de barris diários a menos do que foi extraído pelos 12 países-membros no mês passado e fica abaixo da meta de 30 milhões de barris que eles reafirmaram em uma reunião em Viena em 27 de novembro.

segundo a organização, o impacto do desmoronamento de 40% dos preços sobre a oferta e a demanda ainda não é claro: “A revisão para baixo reflete o ajuste para cima da oferta fora da Opep, bem como a revisão para baixo feita na demanda global”, apurou-se no departa-mento de pesquisa do grupo com sede em viena, no seu relatório mensal sobre o mercado de petróleo.

Os preços futuros do petróleo bruto do tipo Brent desmoronaram para us$ 65,29 por barril, seu menor valor em cinco anos, em meio à especulação sobre a decisão da organização de manter os níveis de produção apesar do crescimen-to da oferta da América do Norte inten-sificar a superabundância nos mercados mundiais de petróleo.

a demanda pelo petróleo bruto da Opep cairá para 28,92 milhões de bar-ris diários no ano que vem, segundo o relatório. É uma cifra inferior a 28,93 milhões requeridos em 2009, e a me-nor desde o patamar de 27,05 milhões por dia que foi necessário em 2003, mostram os dados do grupo.

Queda em novembro – A produção dos 12 países-membros declinou em 390 mil bar-ris por dia em novembro, totalizando 30,05 milhões por dia, em meio a uma menor produção na Líbia, segundo dados de ana-listas e organizações de mídia mencionadas no relatório como “fontes secundárias”.

a produção da Líbia experimentou no mês de dezembro de 2014 um recuo de 248.300 barris diários, para 638.000 por dia. As extrações no campo petrolífero de sharara, o ativo de maior produção do país, e no local vizinho de El Feel, foram suspensas depois que ele foi ‘tomado’ por atiradores, segundo a agência in-ternacional de Energia.

A produção também diminuiu na Ar-gélia, em Angola, no Kuwait, no Catar, nos Emirados Árabes unidos e na arábia Saudita, cuja produção declinou 60.100 barris por dia, para 9,59 milhões.

A organização reduziu suas proje-ções de demanda mundial pelo petróleo

em 2015. O consumo mundial de com-bustível aumentará em 1,12 milhão de barris por dia, ou 1,2%, em 2015, totali-zando 92,26 milhões por dia. Trata-se de uma redução de 70 mil barris por dia em relação ao relatório do final de 2014.

a opep incrementou os prognósticos de reservas fora do grupo em 2015 em 120 mil barris por dia. A oferta fora da organi-zação, impulsionada pelos Eua, Canadá e Brasil, se expandirá em 2015 em 1,36 milhão de barris diários, para 57,31 milhões por dia. a produção de países não membros aumentará em 1,72 milhão de barris diários, cerca de 580 mil por dia acima das esti-mativas iniciais da organização.

o total de inventários de petróleo das economias mais avançadas do mundo continuou 15 milhões de bar-ris acima da sua média há cinco anos, em outubro, com 2,7 bilhões de barris, mesmo com um declínio de 5,1 milhões de barris, segundo o relatório.

opep reduz as projeções de demanda mundial

Produção de países-membros da Opep e não membros – dez/2012 a nov/2014

mb/d (Opep) mb/d (total)Produção de países-membros da Opep

Outros paísesprodutores

93

92

91

90

89

88

31

30

29

28

27

26

Dez

12

Jan

13

Fev

13

Mar

13

Abr

13

Mai

o 13

Jun

13

Jul 1

3

Ago

13

Set

13

Out

13

Nov

13

Dez

13

Jan

14

Fev

14

Mar

14

Abr

14

Mai

o 14

Jun

14

Jul 1

4

Ago

14

Set

14

Out

14

Nov

14

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TN Petróleo 99 11

PElo mUNDoVENEzUElA: Detentora de uma das maiores re-servas provadas

de óleo e gás no mundo (298 bilhões de barris), a Venezuela também pos-sui a maior reserva provada de óleo cru do planeta, localizada na Faixa de Orinoco, uma área de 55.300 km² que corta o país.

NoRUEGA: o maior produtor de petróleo da Europa também

é um importante fornecedor de energia para o continente. Entre-tanto, a produção no Mar do norte alcançou o pico em 2001, com 3,4 milhões de barris por dia, e decli-nou para 1,8 milhão de barris por dia em 2013.

QAtAR: Desde 2006, o país é o maior exportador de

gás natural liquefeito (GNL) do mundo. Atualmente, a sua oferta responde por 32% das exportações globais. A sua economia é extremamente dependente das receitas advindas da exportação de gnL, óleo cru e derivados.

iRã: apesar de ter a quarta maior re-serva provada de petróleo do mundo

e a segunda maior de gás natural, as sansões econômicas imputadas à na-ção afetaram profundamente o setor energético. Há alguns anos o país enfrenta o declínio da sua produção de petróleo.

NiGéRiA: o maior produtor de petróleo

da África também é um dos maiores exportadores de gás natural liquefeito. Entretanto, a ação de grupos extremis-tas como o Boko Haram e a falta de

infraestrutura prejudicaram o setor de gás. a produção de óleo declinou em 100 mil barris por dia.

mAláSiA: situada no corredor estratégico

do comércio de energia no sudeste asiático, a Malásia é o segundo maior exportador de gás natural li-quefeito do mundo, atrás do Qatar. O setor energético responde por 20% do PIB do país.

ARGEliA: Lí-der na produ-ção de gás na-tural na Africa

e segundo maior fornecedor de gás para a Europa, apesar de ser um dos três maiores produtores de petróleo do continente africano, a produção de óleo e gás da Argélia vem declinando há alguns anos.

EmiRADoS ARáBES UNi-DoS: Membro da opep e do

gas Exporting Countries Forum (GECF), o país é um dos dez maiores produtores de óleo e gás do planeta. sua produção diária gira em torno de 3,6 milhões de barris por dia.

omã: o maior produtor de petróleo e gás do oriente Médio não faz

parte da opep. assim como seus vizinhos na região, omã depende das receitas dos hidrocarbonetos. Para se capitalizar frente a sua localização estratégica, o país está construindo um complexo de refino e armazenamento de petróleo na cidade de Duqm, perto do estreito de Hormuz.

(Fonte: U.S. Energy Information Administration / BP World Outlook Energy (Jun/2014).

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12 TN Petróleo 99

indicadores tn

Produção de óleo e lGN (em mbpd) - Brasil

Junho Julho Agosto Setembro outubro Novembro

Bacia de Campos 1.505,0 1.547,9 1.579,9 1.600,1 1.579,4 1.572,5

outras (offshore) 304,9 303,6 328,8 321,3 349,5 342,9

total offshore 1.809,9 1.851,4 1.908,8 1.921,4 1.928,9 1.915,4

total onshore 198,2 198,0 195,9 196,3 197,5 195,2

total Brasil 2.008,0 2.049,5 2.104,6 2.117,6 2.126,4 2.110,6

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Junho Julho Agosto Setembro outubro Novembro

Bacia de Campos 23.971,7 25.934,6 26.712,6 26.520,2 26.723,7 26.419,1

outras (offshore) 26.030,9 25.772,4 27.518,7 27.422,1 28.397,1 27.385,5

total offshore 50.002,6 51.707,0 54.231,3 53.942,3 55.120,8 53.804,6

total onshore 16.408,2 16.584,4 16.790,2 17.194,7 16.919,0 16.971,2

total Brasil 66.410,8 68.291,4 71.021,5 71.137,0 72.039,8 70.775,8

Junho Julho Agosto Setembro outubro Novembro

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 113,8 121,0 115,0 119,7 117,9 99,4

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 15.828,3 16.921,5 15.807,0 16.292,7 16.630,8 14.554,6

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.632,7 2.698,7 2.759,3 2.780,6 2.795,2 2.740,9

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 06/2014 a 11/2014

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

*Valor de venda, em R$

06.01.201530.10.2014

06.01.201530.10.2014

06.01.2015

06.01.2015

30.10.2014

30.10.2014

2.7002.403

1.022.52

-1.35-0.38

3.213.03

Variação no período: -12.64%

Variação no período: -5.97%

Variação no período: 9.71%

Variação no período: 3.25%

o sIndICoM (sindicato nacional das Empresas distribuidoras de Com-bustíveis e Lubrificantes) divulgou no dia 16 de dezembro, durante coletiva anual, realizada no Rio de Janeiro, o balanço de 2014 para o setor. apesar do freio na economia, as vendas das associadas ultrapassaram a marca dos 100 bilhões de litros de combustí-veis distribuídos aos postos e demais clientes, registrando expansão das vendas em 6,1%. no total, 105 bilhões de litros de combustíveis foram co-mercializados. Com esse volume,

ampliou-se em 0,4 ponto percentual a participação no mercado, na com-paração com o ano anterior.

no etanol hidratado, o desem-penho foi impulsionado pela deso-neração do PIs/Cofins, ocorrida em 2013, a que se somou a ampliação da frota de biocombustíveis (flex fuel). “a desoneração equilibrou a concorrên-cia e fez com que nossas associadas recuperassem mercado, pois as em-presas que deixavam de recolher o PIs/Cofins perderam essa vantagem econômica”, afirma o diretor de Mer-

cado e Comunicação do sindicom, Cesar guimarães. Ele acrescenta que a venda do etanol hidratado cresceu 11,1%, em relação a 2013, chegando a 7,9% bilhões de litros.

a comercialização de gasolina C expandiu 7,7% nas filiadas, so-mando 33 bilhões de litros. Em todo o mercado, foram distribuídos 44,3 bilhões de litros do produto – 7,1% a mais do que em 2013. Por trás desse resultado, esteve o aumento da frota de passeio em cerca de 3%. Computados a gasolina C, o etanol

Sindicom divulga balanço e projeções para 2015Associadas ultrapassaram a marca dos 100 bilhões de litros de combustíveis distribuídos, registrando expansão das vendas estimada em 6,1%.

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TN Petróleo 99 13

FRASES

“O grande problema é não ter

dinheiro em caixa. Qualquer

empresa de petróleo iria ex-

plorar uma reserva como a do

pré-sal, mesmo com o preço do

petróleo baixo, pois o retorno do

investimento é de longo prazo

(de 20 a 30 anos).” Edmar Almeida, diretor do instituto de Eco-

nomia da UFRJ, 07/01/2015 – O Globo

“Com a queda nos gastos, as companhias de serviços para campos petrolíferos e empre-sas responsáveis pelo transpor-te do produto devem começar a sentir esse estresse.” Steven Wood, diretor de Finanças Corporativas

da Moody’s, 06/01/2015 – Estado de S. Paulo

“No curto prazo, o que mais afeta as ações da Petrobras é o escândalo de corrupção dentro da empresa e seu impacto no balanço da economia. Mas, no longo prazo, a cotação do petró-leo prejudica bastante a petrolei-ra. Dependendo do nível em que o preço se estabilizar, pode até inviabilizar o pré-sal.” Fernando Góes, analista da Clear Corretora, 05/01/2015 – Folha de S. Paulo

“Quero manter um diálogo construtivo com os repre-sentantes do setor privado, em especial os investidores, em todas as áreas sob nossa jurisdição, com o propósito de construir um ambiente propício aos investimentos. Precisa-mos valorizar cada vez mais a parceria entre o Governo e os empresários.” Eduardo Braga, ministro de Minas e Energia,

03/01/2015 – Portal Brasil

R$13,78

R$23,70

R$13,04

R$14,32

R$20,50

R$17,40

R$7,95

R$21,51

R$11,65

R$8,20

R$19,02

R$16,01

petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

CPFL BRASKEM

VALE

Período: 30.10.2014 a 06.01.2015 | ações ações ações ações

ON

ON

ON

PN

PNA

PNA

06.01.201530.10.2014

06.01.201530.10.2014

51.1086.24

47.9381.12

Variação no período: -41.35%

Variação no período: -41.69%

Variação no período: -41.24%

Variação no período: -13.13%

Variação no período: -11.07%

Variação no período: -41.51%

Variação no período: -11.37%

Variação no período: -9.03%

hidratado e o gás natural veicular (gnv) – combustíveis do ciclo otto para veículos leves –, as vendas das associadas cresceram 7,8%, contra 7,2% na totalidade do mercado.

Diesel – os números da distribuição em 2014, projetados com base em dados das filiadas e da anP, atestam que também no segmento do diesel o consumo automotivo se manteve firme, mesmo com a desaceleração da econo-mia. a procura do produto aumentou 2,9% nas associadas ao sindicom, que venderam 49,3 bilhões de litros, en-quanto a comercialização total deve alcançar 59,9 bilhões, com acréscimo de 2,4% ao volume de 2013.

a demanda por diesel nos postos de serviços decorreu do predomínio

do modal rodoviário no transporte de insumos e bens de consumo e do in-cremento da logística no agronegócio.

Óleo combustível – o maior per-centual de crescimento em 2014 foi alcançado nas vendas de óleo combustível, demandado pela ope-ração em níveis elevados das usinas termelétricas complementares, em mais um ano com déficit de chuvas e baixa nos níveis dos reservatórios das hidrelétricas. a distribuição do produto pelas filiadas, que atendem a quase todo o mercado, deve atingir alta de 26,5%, totalizando 6,3 bilhões de litros. Foi o segundo ano conse-cutivo de consumo atípico do óleo combustível, que havia aumentado 26% em 2013.

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14 TN Petróleo 99

entrevista exclusiva

A afirmação do diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis José Gutman está embasada no monitoramento contínuo da produção de hidrocarbonetos no Brasil. Esta é uma das tarefas desse engenheiro elétrico que se tornou o primeiro concursado a assumir um cargo de direção na agência, em junho de 2014, e que soma mais de 14 anos de trajetória na instituição. Gutman fala das ações que a ANP adotou nos últimos anos para atuar com a abrangência que um órgão regulador deve ter em um mercado estratégico como este.

PRoDUção CRESCENtE.”

“A perspectiva é de

“a anp EstÁ EM vias de aprovar uma nova regulamentação do plano de Desenvolvimento que focará a análise dos campos de grande produção, acompanhando o projeto desde sua concepção”, antecipa gutman, nessa entrevista exclusiva à tN Petróleo, na qual avalia que a queda de preço não inviabilizará projetos no país. “Já havia essa expectativa de redução do preço do petróleo em função do contexto mundial relacionado ao balanço de oferta e demanda desse hidrocar-boneto”, pontuou.

tn petróleo – o Relatório da Goldman Sachs, publicado em outubro, prevê que a produção de petróleo do Brasil deve subir 325 mil barris/dia (quase mil barris por dia) em 2015, registrando o maior crescimento no continente sul-americano, com a produção da Bacia de Santos superando os declínios registrados na de Cam-

pos. Qual a sua expectativa em relação a isso?José Gutman – os programas anuais de produção (paps) apre-sentados à anp, no mês de outu-bro/2014, pelas empresas produ-toras, sinalizam que a produção de petróleo do Brasil deve crescer em 2015. Isso deve ocorrer sobretudo pelo ramp up [i.e. elevação rumo ao pico de produção] das plataformas que iniciaram a operação recente-mente, tais como o Fpso Cidade de Ilhabela (sapinhoá), Fpso Cidade de Mangaratiba (Lula), P-58 (Jubar-te) e P-62 (Roncador). Há também a previsão de entrada de produção de uma nova plataforma em 2015: a Fpso Cidade de Itaguaí (Lula).

o mesmo relatório afirma que atividades de manutenção reali-zadas na Bacia de Campos “estão levando a um alinhamento gradual das taxas de declínio da produção para o padrão geológico de 10% a

11% por ano”. o senhor concorda com isso? Esse é um nível positivo de declínio? é melhor que o de outras regiões produtoras?

É importante esclarecer que a Bacia de Campos é constituída por um conjunto de campos em diferentes momentos do ciclo de produção: crescimento (papa--Terra), pico (Roncador, em 2015) e declínio (a maioria dos campos, com destaque para Marlim e al-bacora). Em relação a este último grupo, verifica-se um declínio mé-dio atual em torno de 10%, o que pode ser considerado um número aceitável na indústria do petróleo. É importante frisar que o declí-nio de cada campo depende das características de rocha, fluido, mecanismos primários de recupe-ração e estratégia de desenvolvi-mento adotada. a anp busca ava-liar o controle do declínio de modo personalizado, com foco no bom gerenciamento do reservatório e

por Beatriz Cardoso

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TN Petróleo 99 15

José Gutman, diretor da agência nacional do petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anp)

a anp BusCa avaLiar

o ControLE Do

DECLínio DE MoDo

pErsonaLizaDo,

CoM FoCo no BoM

gErEnCiaMEnto Do

rEsErvatório E na

BusCa Contínua

pELa MaxiMização

Da rECupEração

DE pEtróLEo E

gÁs naturaL Dos

rEsErvatórios por

MEIO DE PROJETOS

CoMpLEMEntarEs.

na busca contínua pela maximiza-ção da recuperação de petróleo e gás natural dos reservatórios por meio de projetos complementa-res. Assim sendo, observando-se a produção da bacia desde 2010, verificam-se oscilações entre crescimento e queda, sendo que a produção deste ano deve superar a do ano passado.

Segundo boletim da ANP, a produ-ção de petróleo do Brasil atingiu em outubro cerca de 2,393 mi-lhões de barris/dia e 92,7 milhões de m³/d, totalizando em torno de 2.976 milhões de boed (mil barris de óleo equivalente por dia). Au-mento de mais de 15% na produ-ção de petróleo se comparada com

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16 TN Petróleo 99

entrevista exclusiva

o mesmo mês de 2013. Esse é um bom índice para a agência?

a anp vem empreendendo todos os esforços para gerenciar o declínio natural dos campos madu-ros e fomentar o desenvolvimento do pré-sal. A expectativa é que nos próximos anos a produção dobre, gerando aumento na arrecadação das participações governamentais (como royalties etc.), desenvol-vendo a indústria nacional (via conteúdo local), além de fomentar a pesquisa e desenvolvimento. nesse cenário, o Brasil se tornará também um potencial exportador líquido de petróleo, que o colocará em uma nova posição na geopolíti-ca energética mundial.

o avanço da produção do petróleo no Brasil acontece em um momen-to em que os preços do petróleo estão em trajetória de queda. En-tretanto, de acordo com a Goldman Sachs, isso não ameaça a susten-tabilidade de projetos no pré-sal. “A manutenção de preços fracos não representa uma ameaça à produção de Santos, uma vez que tem um dos mais baixos custos marginais neste espaço”, afirmou o banco de investimentos. Qual a sua avaliação?

Os projetos de E&P, incluídos os do pré-sal, são submetidos pelas empresas, em regra geral, a uma avaliação da viabilidade técnica e econômica levando em conta um cenário de longo prazo, contem-plando uma posição conservadora. Ademais, já havia essa expectativa de redução do preço do petróleo em função do contexto mundial relacionado ao balanço de oferta e demanda desse hidrocarboneto.

Mais de 90% da produção de petróleo e gás natural são prove-nientes de campos operados pela Petrobras. o senhor acredita que esse predomínio da Petrobras na

produção deve sofrer uma altera-ção mais expressiva antes do final da década?

Embora tenhamos cerca de 80 empresas atuando em E&P no Brasil, com perspectivas de novos entrantes a cada leilão e fomento inclusive da participação das em-presas de pequeno e médio porte, a perspectiva de produção do pré-sal (operado majoritariamente pela Petrobras) é algo grandioso. E que acaba, em termos de volume, se sobrepondo às demais produções, que são também muito importantes para o país. De qualquer forma, o Brasil apresenta oportunidades para variados tipos de empresas, uma vez que temos cerca de 7,5 milhões de km2 de área sedimen-tar espalhados por 38 bacias, que englobam desde as já maduras, passando pelas de novas fronteiras tecnológicas ou de conhecimento, e culminando com as de elevado potencial petrolífero.

o campo de Roncador, na Ba-cia de Campos, foi o de maior produção de petróleo em outubro, e tem dividido essa liderança com marlim há mais de uma década. E ambos são campos do pós-sal. Há a expectativa de que haja mudan-ça nessa liderança? Que campo do pré-sal tem mais condições de atingir seu ápice de produção para superar Roncador e marlim?

o Campo de Marlim sul vem dividindo a liderança com o Campo de Roncador desde janeiro de 2009. Com a entrada da P-55, o Campo de roncador assumiu a liderança definitiva em maio de 2014. A expectativa é que o campo de Lula, cuja produção integral é oriunda do pré-sal geológico, seja o primeiro a superar a liderança de roncador, o que pode ocorrer já em 2016.

lula já é o maior produtor de gás natural, com média diária de 8,9 milhões de m3, e o Brasil produz 20 milhões de m³ a mais por dia do que em outubro de 2013. o senhor acredita que essa linha ascendente deve se manter?

A tendência é de crescimento da produção de gás natural nos próximos anos, em especial em função do crescimento da pro-dução do pré-sal, que em sua maioria possui alta razão gás--óleo (RGO).

A meta de o país produzir 100 mi-lhões de m³ por dia de gás natural pode ser atingida em 2015?

Existe esta expectativa, confor-me previsto nos programas anuais de Produção já mencionados. Vale destacar que, em outubro deste ano, a produção de gás natural já foi de quase 93 MMm³/d (milhões de m3 por dia).

A produção do pré-sal passou de 436,1 mil boed (358,8 mil barris/

a ExpECtativa É QuE nos próxiMos anos a proDução DoBrE, gEranDo auMEnto na arrECaDação

Das partiCipaçõEs govErnaMEntais

(CoMo royaLtiEs EtC.), DEsEnvoLvEnDo a

inDústria naCionaL (via ContEúDo LoCaL),

aLÉM DE FoMEntar a pEsQuisa E

DEsEnvoLviMEnto.

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TN Petróleo 99 17

A perspectiva é de produção crescente

dia de petróleo por dia e 12,3 milhões m³/d de gás natural), com 27 poços produzindo em janeiro deste ano, para 739,5 mil boed (607,1 barris/dia de petróleo e 21,0 milhões m³/d de gás natural), com 40 poços em produção. Aumentou mais de 60% com apenas 13 poços a mais. isso se deve à melhor produtividade de poços? ou alguns atingiram o pico?

Em primeiro lugar, é impor-tante apontar que o chamado pré--sal geológico engloba também reservatórios de menor produtivi-dade, como é o caso dos campos de Pampo, Trilha e Linguado. Há também poços do pré-sal geoló-gico nos campos relevantes da Bacia de Campos (Marlim/Voador, albacora, Marlim Leste, Barracu-da/Caratinga), mas que possuem produção inferior aos poços do pré-sal da Bacia de Santos.

Esses poços de menor produção também são contabilizados como poços do pré-sal e respondem por um número representativo dos 27 poços que produziram em janei-ro/2014. Outro aspecto relevante é que a situação dos poços é dinâmica e particular. Um poço pode, eventualmente, deixar de produzir por um tempo, por ques-tões operacionais ou por estraté-gia de explotação do reservatório. novos poços começam a produzir à medida que são interligados às novas plataformas ou a platafor-mas já existentes. Na comparação com janeiro/2014, a produção do pré-sal em setembro/2014 teve 15 poços diferentes, dos quais dez aparecem na lista dos 30 poços com maior produção, e juntos produziram cerca 290 Mil boed, ou 66% da produção no pré-sal em setembro. portanto, o maior

número e produtividade dos po-ços que produziram em setembro explicam em boa parte a variação de produção no período.

Como está a produtividade do pré--sal na avaliação da ANP? é um bom índice? ou está abaixo da expectativa?

A produção do pré-sal apre-senta bons números. Como exemplo, podemos citar que, no mês de outubro, 22 dos 30 poços com maior produção no Brasil são poços do pré-sal.

Quantos poços produtores o pré--sal tem hoje, e em que campos?

Em outubro, foram 40 po-ços produtores em 11 campos e duas áreas exploratórias. Esses dados são publicados no site da anp mensalmente, no Boletim da produção.

PreServ_um-quarto 1 18/03/14 08:59

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18 TN Petróleo 99

entrevista exclusiva

A ANP tem acompanhado o es-forço da Petrobras para recu-perar os índices de eficiência e produtividade na Bacia de Campos?

Evidentemente, a Bacia de Campos, por ser madura com grande quantidade de campos que já apresentam alta produção de água e expressivas movi-mentações de gás, requer maior acompanhamento nas eficiências operacionais das unidades. neste intuito, a ANP a regula e fiscali-za, buscando que as plataformas de todos os concessionários operem de forma que a produ-ção realizada se alinhe com o potencial instalado, minimizando perdas nos sistemas de topside, subsea e de poços.

Qual a avaliação que a ANP faz hoje do Programa de otimiza-ção da Eficiência operacional da Petrobras (Proef)? Ele tem gerado os resultados esperados pela agência, que tem de zelar pela produção brasileira desse energético estratégico?

A ANP fomenta programas como o Proef, bem como iniciati-vas de quaisquer outros operado-res que impliquem a melhoria na eficiência operacional na região. as decisões da anp em relação aos planos de Desenvolvimento de grandes campos recentemente revisados (roncador, Marlim sul, Marlim e albacora) vão ao encontro desta diretriz. ademais, destaca-mos o programa anual de redução de Queimas (parq), que implicou a redução de queima de gás natural, e uma maior utilização deste recur-so energético. Em 2009, a quei-ma de gás no Brasil representou cerca de 16% do total produzido, enquanto em 2013 a queima baixou para um patamar inferior a 5%. Em suma, uma enorme redução em tão pouco tempo.

Que desafios ainda há a vencer, sobretudo para evitar que haja um declínio acentuado de uma bacia madura, mas que está se renovando com o pré-sal?

Embora a produção brasilei-ra esteja se renovando com o pré-sal, existe uma concentra-ção de esforços no controle dos declínios das bacias maduras, principalmente a de Campos, que responde por parcela significativa da produção. Assim, é importante que sejam viabilizados projetos complementares nos campos, como a perfuração de novos poços, a ampliação do método de recuperação secundária (como a injeção de água), a implanta-ção dos métodos de recuperação avançada (Eor), investimentos em novas tecnologias, como os equipamentos subsea, que podem aumentar o fator de recuperação dos reservatórios e prolongar a vida útil do campo. tais ativi-dades são cobradas e compro-missadas pela ANP no âmbito da análise e aprovação dos planos de Desenvolvimento.

Por isso a ANP tem revisado di-versos planos de desenvolvimen-to da produção. Quais os resulta-dos e objetivos desta ação?

na aprovação do plano de Desenvolvimento de Marlim foi determinado, por exemplo, a apresentação do projeto de revitalização do campo. ou-tros planos de desenvolvimento aprovados recentemente, como os de Marlim sul, roncador, Pampo e Albacora, também compromissaram uma série de projetos complementares que seguem a diretriz mencionada. Para 2015, ainda deliberaremos sobre outros campos relevantes, como o de Marlim Leste, Barra-cuda e Caratinga. os resultados que vêm sendo obtidos com essas

revisões são os compromissos de investimento, redução do declínio da produção e consequente au-mento da produção nacional. vale mencionar que a anp está em vias de aprovar uma nova regu-lamentação do plano de Desen-volvimento que focará a análise dos campos de grande produção, acompanhando o projeto desde sua concepção. isto garantirá um acompanhamento mais próximo dos campos que respondem pela maior parcela da produção. por outro lado, haverá uma simplificação da análise dos campos de pequena produção.

Como têm sido os resultados de outras bacias produtoras? Quais as expectativas da ANP em rela-ção a elas?

A performance das bacias produtoras brasileiras está dire-tamente relacionada ao nível de explotação das mesmas, e, neste contexto, o tratamento deve ser personalizado. a Bacia de santos, por exemplo, nos reservatórios do pré-sal, está em seu estágio inicial de explotação e, portanto, espera--se o crescimento da produção. Há bacias com grau de explotação elevado que também possuem no-vas oportunidades sendo avaliadas no seu offshore, como é o caso das bacias do sergipe, potiguar e Espí-rito Santo. Como já abordado aqui, no onshore destas bacias maduras o esforço é para que haja o contro-le do declínio e o prolongamento da vida útil do campo. Mesmo assim, há também todo um esforço ex-ploratório englobando áreas já na Fase de produção, para que novos reservatórios sejam descobertos e produzidos. portanto, a anp trabalha no sentido de promover o desenvolvimento das bacias, sempre buscando o incremento da produção nacional, com base nas melhores práticas da indústria de petróleo e gás natural.

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Quem nos acompanhou até aqui, não pode faltar na edição histórica

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Chegamos ao número 100

da tn petróleo com a sensação

de que é possível recriar,

todos os dias, aquela mesma

emoção que nos levou

a lançar a revista, em 1998.

E temos mais de cem mil motivos

para comemorar este marco da

Benício Biz editores.

Foram muitos os parceiros que contribuíram para chegarmos a esta edição da tn petróleo. Instituições, empresas e profissionais do setor de petróleo e gás nos acompanharam nesta trajetória e nos ajudaram a escrever as páginas de nossa história.Portanto, não podemos fazer esta edição especial sem sua bem-vinda participação.

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por Felipe Salgado

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À medida que a revolução tecnológica do fratura-mento hidráulico (ou fracking) disponibiliza grandes volumes de .petróleo e gás, o con-

tinente americano se depara com um futuro promissor de crescimento da oferta destes insumos energéticos.

desde que os EUa começaram a explorar as primeiras formações de rochas de folhelho, em 2008, a indústria norte-americana iniciou uma nova era na produção de fontes não convencio-nais, aproximando-se cada vez mais da autossuficiência em hidrocarbonetos.

os números confirmam esta expectativa, que deve se con-

cretizar ainda nesta década. Em dezembro de 2007, os EUa pro-duziam 6,7 milhões de barris de petróleo por dia (bpd).

Com a entrada das fontes não convencionais, a produção do país alcançou a marca de 11,5 milhões de barris de óleo equiva-lente (boe) em 2014, de acordo os

A revolução das fontes não convencionais nos Estados Unidos, o pré-sal brasileiro e a mudança no marco regulatório mexicano estão posicionando as Américas, de Norte a Sul, como uma das mais pujantes fronteiras de exploração de hidrocarbonetos. Expectativas de autossuficiência, recordes de produção e abertura de mercado fraturam a estrutura monolítica do centro do tabuleiro energético mundial.

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o petróleo dá as cartas nas Américas

Petróleo nas Américas

PaísesReservas provadas (bilhões de barris)

Produção (milhões bpd)

Consumo (milhões bpd)

Eua 44,2 10,0 18,9Canadá 174,3 3,9 2,4México 11,1 2,9 2,0total América do Norte 229,6 16,9 23,3argentina 2,4 0,7 0,6Brasil 15,6 2,1 2,9Colômbia 2,4 1,0 0,3Equador 8,2 0,5 0,2peru 1,4 0,1 0,2trinidade & tobago 0,8 0,20 0,04venezuela 298,3 2,7 0,8

Outros América do Sul e Central

0,5 0,1 1,6

total América do Sul e Central

329,6 7,3 6,8

obs.: Consumo do Chile: 377 – Fonte: BP Statistical Review of World Energy (Junho 2014)

RP 229,6P 16,9C 23,3

RP 329,6P 7,3C 6,8

relatórios da U.s. Energy Infor-mation administration. sinal de que as não convencionais estão alterando a configuração da geo-política da energia.

Atividade em expansão“os Estados Unidos colocaram

cerca de um 1 milhão de barris de petróleo a mais no mercado nos últimos cinco anos. Isso significa que sua produção está crescendo mais do que o mercado mundial”, afirma Edmar Almeida, diretor de Pesquisa do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

E m b o r a o n e g ó c i o d o s não convencio-nais tenha sido iniciado a partir do boom do sha-le gas, a gran-de novidade é o crescimento dos investimentos em shale oil. acompanhando esse mercado, um grupo de pe-quenas empresas independentes se fortaleceu.

se até os anos 2000 o merca-do norte-americano de petróleo era dominado pelas empresas majors, nos últimos 15 anos o que se assistiu foi a ascensão de empresas de menor porte que já chegaram a faturar até Us$ 50 bilhões.

diante do rápido crescimen-to dos não convencionais nos EUa, são diversos os fatores de sucesso que determinaram a revolução energética no país: “o conhecimento da geologia local e a capacidade tecnoló-gica possibilitam a formação de uma cadeia de fornecedores bastante competitiva.”

além disso, continua o eco-nomista, “a regulação para o acesso rápido às áreas de ex-ploração facilita a entrada das empresas. Em áreas privadas, a negociação é feita com os proprietários do terreno que detêm os recursos do subsolo. Em terras públicas, são frequen-temente realizados leilões; a regulação ambiental também é feita de forma muito ágil.”

Edmar almeida ainda acres-centa que: “a lógica predomi-nante é que as empresas se com-prometam a realizar uma série de procedimentos licenciatórios. a ênfase está na fiscalização do cumprimento das normas esta-belecidas; e, por fim, o fato de existir um mercado de E&P com mais de dez mil empresas dispu-tando o mercado, o que facilita o processo de captação de recur-sos e investimentos. Esses são os ingredientes da receita dos Estados Unidos.”

os estados do texas, Pen-silvânia, Louisiana e arkansas passaram a ser responsáveis pela produção de 79% desses insu-mos não convencionais em 2013. o maciço Marcellus, formação geológica de rochas arenosas impregnadas de gás e óleo, se estende por quase 1.000 km ao longo das montanhas apalaches do estado de nova York até o da virgínia ocidental.

é a segunda maior reserva de não convencionais do planeta. desde 2011, sete mil poços foram

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Reservas estimadas Reservas prováveis

Shale oil (billões de barris) – 10 maiores reservas/país Shale gas (trilhões de m³) – 10 maiores reservas/país

Fonte: EIA – U.S. Energy Information Administration; e ARI – Advanced Resources Internation, Inc. Maio de 2013

localização das bacias de shale oil e shale gas

3231,6 China

1812,4 Austrália

758 Rússia

9 Paquistão

26 líbia

13 Venezuela

2723 Argentina

20 Argélia

11 áfrica do Sul

7 Brasil

5833 EUA

916 Canadá

1315,5 méxico

perfurados lá. Com uma área de 246 mil km², estima-se que esse campo detenha uma reserva re-cuperável de 4 trilhões de m³ de gás. o gás de Marcellus é rico em líquidos, matéria-prima para a indústria petroquímica.

a bacia de Eagle Ford shale, no estado do texas, teve 3.500 poços perfurados apenas em 2013. no ano seguinte, 300 sondas terrestres estavam em operação na região. a produ-ção de petróleo aumentou de 15 mil barris/dia em 2010 para 1,6 milhão de barris/dia em no-vembro de 2014. a produção de gás natural aumentou de 9 milhões de m³/dia em 2010 para 200 milhões de m³/dia em no-vembro de 2014.

Pressão da opepPara 2015, a agência Interna-

cional de Energia (IEa) prevê o aumento de mais 1,3 milhão de barris por dia nos Estados Unidos.

Um alerta vermelho para a organi-zação dos Países Exportadores de Petróleo (opep). afinal, os norte--americanos vêm reduzindo grada-tivamente a sua dependência dos mercados externos.

dos 9,8 milhões de barris diá-rios importados em dezembro de 2007, esse número caiu para 7,5 milhões. se considerarmos ape-nas as vendas que a opep fez aos Estados Unidos, veremos que a média registrada de 5,41 milhões

de barris diários em 2007 caiu para 2,9 milhões em 2014.

de acordo com a administra-ção de Informação de Energia dos EUa, a produção local deve-rá superar o consumo doméstico em 2020, ano em que o país se tornará exportador líquido do combustível e deverá alcançar sua independência em matéria de energia.

Para frear o ímpeto da trans-formação energética americana em curso, os árabes deram uma espécie de choque do petróleo às avessas. Motivada pelo excesso de oferta no mercado, a opep de-cidiu manter os atuais níveis de produção para derrubar a cotação do preço do barril.

Uma tentativa de inviabilizar a exploração das não convencionais. a arábia saudita, preocupada em assegurar o seu mercado, colocou todas as fichas na mesa. Resta sa-ber quem terá mais fôlego para bancar a aposta.

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As maiores reservas mundiais de shale gas estariam na Chi-na (36,1 trilhões de m³), que somente em março de 2012

perfurou seu primeiro poço. Em se-gundo lugar vem os Estados unidos, seguidos da Argentina. Há depósitos semelhantes em outros países, inclusive no Brasil, sendo que a Argentina é onde a exploração do gás não convencional mais se expandiu na América do Sul.

Mas os EUA foram os primeiros a desenvolver tecnologia economica-mente viável para extrair o gás e, em alguns lugares, também o óleo conti-do no xisto. Entretanto, apesar de ser mais barato do que a gasolina e menos poluente do que o carvão, os riscos de extração dessa fonte de energia para o meio ambiente ainda não são totalmente conhecidos.

para extrair esse gás, que está pre-so em camadas profundas, as compa-nhias petrolíferas utilizam a técnica do fracking, que consiste em fraturar as finas camadas de folhelho (é uma rocha com formação em camadas) com jatos de água sob pressão. a água recebe adição de areia e de produtos quími-cos que mantêm abertas as fraturas provocadas pelo impacto, mesmo em grandes profundidades. A outra técnica é a perfuração horizontal.

E para ter maior produção e renta-bilidade, as petroleiras têm de perfurar milhares de poços e injetar milhões de litros de água sob altas pressões, abrindo as lâminas da rocha (por isso o xisto é também chamado de folhelho). grãos de areia misturados à água se alojam entre elas, mantendo-as aber-tas, e assim, o gás escapa através do poço até a superfície.

produtos químicos são usados para ajudar no fraturamento da rocha. Cerca de metade da água retorna contamina-da à superfície. Segundo os críticos, essa técnica deveria ser proibida por-que causaria a contaminação do solo e dos lençóis freáticos por gases e produtos químicos.

Em pittsburgh, cidade do estado americano da Pensilvânia, fazendas convivem com os polos de produção desse energético. E as empresas que ali detêm os direitos de exploração do subsolo recusam-se a indenizar os fazendeiros que alegaram contamina-ção das águas e morte de animais por

defeitos genéticos. Desde então, o mo-vimento ambientalista norte-americano mobilizou-se contra o fracking.

Produção de vida curta – Um fator crucial que poderá acentuar os im-pactos ambientais e comprometer a sustentabilidade econômica dos pro-jetos de exploração do shale gas, é que a técnica do fraturamento hidráulico gera uma produção de vida muita curta.

O alcance do pico de produção é tão rápido quanto o seu declínio. Torna-se necessário perfurar vários poços que de-mandam muitos investimentos. E quando a produção entra em queda, montanhas de dívidas se acumulam e colocam em risco qualquer objetivo de rentabilidade.

para evitar a diminuição do lucro, as companhias prosseguem escavan-do e bombeando outros poços para compensar aqueles que se esgotaram. Alguns especialistas afirmam que os Estados unidos podem estar criando uma “bolha do gás”, que ao explodir provocará uma crise de abastecimen-to e aumento de preços que afetará a economia mundial.

As reservas de folhelho representariam 10% do total do petróleo e 32% do gás disponível no planeta, segundo a IEA dos Estados Unidos. Mais de 30 países possuem reservas desse energético, mas poucos iniciaram a exploração comercial.

Riscos ambientais da exploração intensiva

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O México está abrin-do o

monopólio mais antigo da histó-ria do petróleo. o país foi um dos principais produtores do mundo e a sua produção começou a decair pela própria incapacidade de investimentos”, afirma David Zylbersztajn, da dZ negócios e ex-diretor-geral da agência na-cional de Petróleo, gás natural Biocombustíveis (anP).

a reforma vem em um momento de crise da indústria petrolífera mexicana. apesar de o país ter elevado os investi-

mentos de Us$ 4,8 bilhões em 2001 para 26 bilhões de dólares em 2013, a produção de petró-leo declinou desde o pico de 3,4 milhões de barris por dia em 2004 até 2,5 milhões de barris por dia em 2012.

Uma perda de quase um milhão de barris diários nos últimos oito anos. “Pela localiza-ção, o conhecimento geológico e a tradição que o México tem no setor de petróleo, o país tem

tudo para deslanchar e retomar o status de relevante província petrolífera” completa.

Com o fim do monopólio, a Pemex (Petróleos Mexica-nos) está autorizada a celebrar contratos de licença de produ-ção, produção compartilhada, contratos de compartilhamento de lucros e contratos de servi-ços. Ultrapassada recentemente pela Petrobras no ranking das maiores petroleiras do mun-do – divulgado pelo Petroleum Intelligente Weekly (PIW) – a companhia deverá alcançar a produção de 3,5 milhões de bar-ris por dia em 2025.

na primeira licitação da chamada “Rodada Um” – que abrange um total de 169 blocos

O México está pronto para realizar o primeiro leilão de blocos para exploração de petróleo e gás natural, abrindo o mercado para empresas e investidores internacionais.

o méxiCoENtRA No JoGo

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em uma área de 4.222 km² – o governo apresentou os 14 blocos no golfo do México que serão explorados por meio do regime de partilha por um período de 25 anos, com possibilidade de duas prorrogações de cinco anos cada. a licitação das áreas estará aber-ta de 15 de janeiro a 15 de julho de 2015. de acordo com Juan Carlos Zepeda, presidente da Comissão nacional de Hidrocar-bonetos, os especialistas estimam que os 14 blocos contêm um total de 687 milhões de barris de produção de petróleo.

as condições estabelecidas pelas autoridades mexicanas permitem que as empresas concorram individualmente ou através de consórcios, desde que o capital contábil seja de Us$ 1 bilhão. nenhuma delas poderá concorrer em mais de cinco blocos. alguns analistas estimam que os investimentos no setor podem chegar a Us$ 15 bilhões por ano.

No rastro do Brasilas mudanças do setor energé-

tico mexicano estão provocando debates que implicam diferentes perspectivas legais. a reforma requer a elaboração de um novo marco regulatório de exploração e produção de óleo e gás no país. E o novo arcabouço jurídico guarda

fortes semelhanças com as práti-cas adotadas no Brasil à época da edição da Lei do Petróleo (1997) – à exceção do nível de conteúdo local para a aquisição de bens e serviços que, no primeiro mo-mento, a secretaria de Energia do México (sener) fixou em 25%, portanto, bem inferior à média de conteúdo local para a fase explo-ratória no Brasil.

Foi estabelecido que deve haver uma “Rodada Zero” antes que as companhias privadas tenham a oportunidade de obter direitos exploratórios. À Pemex ficam garantidos os direitos sobre as áreas em que investi-mentos em atividades de explo-ração e produção já tenham sido iniciados. só depois as empresas poderão competir de igual para igual com a estatal.

“o Poder Legislativo no Mé-xico criou a chamada ‘Rodada Zero’, prevendo a retenção de campos produ-tores (100%), áreas com reservas prova-das e possíveis (83%) e explo-ratórias (31%) pela Pemex”, analisa Paulo Valois, advogado da L. o. Bap-tista, schmidt, valois, Miranda, Ferreira, agel.

o modelo do regime de partilha também foi pensado de forma bastante similar à brasileira: “assim como a Pe-trobras, a participação predo-minante da Pemex no cenário geopolítico local foi preserva-da, com a retenção de 30% de participação em alguns ca-sos”, finaliza o advogado.

Em busca do eldoradodos 169 campos de pro-

dução que serão ofertados pelo Ministério de Energia do México, 47 estão situados num raio de 110 km de tampico, cidade localizada no golfo do México e berço da indústria petrolífera do país. Conhecida como “Cinturão dourado”, a região tem um longo trecho de terras onde estão depositadas imensas reservas de petróleo não convencional.

outra bacia promissora é a de Chicontepec, uma área de 3.800 km² que abriga 40% das reservas petrolíferas do México. descoberta em 1926, lá o petróleo é encontrado em rochas com pouca permeabili-dade e porosidade. Uma com-plexidade geológica que exige maiores investimentos em tecnologia, razão pela qual a Pemex nunca conseguiu obter uma produção estável. Mesmo tendo estipulado uma meta de produção de 600 mil bpd em 2014, a companhia teve que se contentar com 47 bpd.

apesar de ter perfurado alguns poços em águas pro-fundas no golfo do México, a Pemex ainda não possui produção comercial por falta de recursos. agora, a estatal terá a oportunidade de acessar reservas outrora inexploradas e se beneficiar da proximidade com os Estados Unidos.

EM 1938, O CARISMÁTICO general revolucionário lázaro Cárdenas, en-tão presidente do México, anunciou, através de uma mensagem radiofô-nica, a nacionalização da indústria petrolífera do país. Com a desco-berta do complexo de Cantarell, em 1976 – que entrou em operação em 1979 e chegou a ser o segun-do maior produtor do planeta – a pemex se tornou umas das maiores

petrolíferas do mundo. Mas com o passar do tem-po, o declínio do campo produtor, que atingiu o seu pico em 2004, aliado à inefici-

ência e à má gestão paralisaram a capacidade da empresa em reinves-tir em tecnologia e exploração.

Reestruturação de uma gigante

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PRé-SAlBRASilEiRo:DESENVolVimENto Em tEmPo RECoRDE

O imenso reservatório dessa nova fronteira, que se estende por mais de 800 km (e 200 km de largura),

desde a costa de santa Catarina até o norte do litoral capixaba, abrangendo as bacias de santos, Campos e Espírito santo, fez com que os olhos do mundo se voltas-sem para cá. a camada de sal, que não está distribuída de maneira uniforme, atinge espessuras de até 2.000 m em águas ultraprofundas da Bacia de santos.

a despeito dos desafios tecno-lógicos e logísticos, apenas oito anos depois da primeira descober-ta de petróleo na camada pré-sal, em meados de 2006, a Petrobras atingiu a produção de 739,5 mil

barris de óleo equivalente por dia, sendo 607,1 mil barris diários de petróleo e 21 milhões de m³ de gás natural por dia, de acordo com a agência nacional do Petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anP). Um feito que levou dez anos para ser alcançado no Mar do norte e 20 anos na porção americana do golfo do México.

a alta produtividade dos poços do pré-sal vem possibilitando ao país, e à Petrobras, principalmente, retomar a curva de crescimento da produção. Este índice, bem acima da média mundial explica-se, em grande parte, pelos esforços da petroleira em melhorar a eficiência operacional dos projetos relacio-nados à exploração e produção do

pré-sal, construindo e interligando novos poços.

soma-se a isso a entrada em operação de novos sistemas de produção em 2014: começaram a produzir na Bacia de Campos, a P-58, no Parque das Baleias, e a P-62, no campo do Roncador. na Bacia de santos, entraram em operação os FPsos (floating production, storage and offloading) Cidade de Mangaratiba (na área de Iracema sul, no campo de Lula, em outubro) e o Cidade de Ilhabe-la (sapinhoá), em novembro.

até 2018, os investimentos em desenvolvimento das reservas esti-madas do pré-sal alcançarão o valor de Us$ 200 bilhões. serão insta-ladas mais 20 plataformas, sendo

O Brasil também sofreu forte impacto na primeira década desse século com a descoberta do pré-sal, em 2006, que o elevou a um novo patamar no cenário energético mundial.

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o petróleo dá as cartas nas Américas

19 na Bacia de Campos e uma na Bacia de santos. ainda em 2018, o pré-sal responderá por metade da produção total da Petrobras.

Novas fronteiras exploratóriasno final de dezembro de 2014,

a Petrobras anuncia que a produ-ção total de petróleo atingiu de 2 milhões e 111 mil bpd em novem-bro, somando 2 milhões e 556 mil barris de óleo equivalente (óleo e gás natural) por dia, o que repre-senta um crescimento de 10% ao longo do ano de 2014. a empresa anuncia também que a Unidade operacional da Bacia de Campos atinge eficiência de 85,8%, a maior dos últimos 55 meses.

Para 2020, o plano estratégico da empresa prevê que a produção diária alcance 4 milhões. E tem grandes expectativas em relação às novas fronteiras, em águas ultraprofundas da Bacia sergipe--alagoas e na margem equatorial brasileira. as primeiras incursões foram promissoras nessas regiões, com descobertas de gás e petróleo de boa qualidade.

as atividades na Bacia sergipe--alagoas começaram em 2010, com a perfuração do poço Barra e, em 2012 e 2013, dos poços Farfan, Muriú e Moita Bonita, que confirmaram a existência de uma nova província petrolífera naquela região. tanto que já há previsão para o início da produção dessa bacia, com o primeiro óleo datado para 2018, conforme o Plano de negócios e gestão 2014-2018 da Petrobras.

na Margem Equatorial, que alcança uma área entre a Bacia Potiguar, no Rio grande do norte, até a foz do rio amazonas, a pri-meira descoberta significativa foi realizada no final de 2013, sendo confirmada em 2014. é também a primeira descoberta em águas ul-traprofundas da Bacia Potiguar, em profundidades de água de 1.731 m, a cerca de 55 km da costa do estado do Rio grande do norte. o poço vai superar os 5.028 m.

Com mais de 8,5 mil km² de costa, novas fronteiras podem ser desbravadas na costa brasileira. Principalmente após a retomada dos leilões, que tem a 13ª rodada prevista

para maio de 2015. a expectativa é de que o governo anuncie até feve-reiro as áreas a serem ofertadas pela anP. o pré-sal terá leilão próprio, mas ainda com data indefinida.

a ForMação gEoLógiCa de vaca Muerta, na bacia neuquina, no sudo-este da argentina, tem uma área que se estende por 30.000 km² com um potencial estimado de 21 bilhões de m³ de shale gas e 26.900 milhões de barris de petróleo não convencional.

Esta jazida tornou a Argentina a segunda maior detentora de reservas recuperáveis de shale gas do planeta. Dos 30 mil km², a YPF (Yacimientos Petrolíferos Fiscales) é dona de 12 mil. apesar dos problemas econômicos

que afetam o país, empresas como a Chevron, a Dow e a Petronas fecharam acordos para viabilizar a exploração dos depósitos de xisto no país.

Há três anos, a Argentina enfrenta o problema de insuficiência energética. um custo que onera us$ 6 bilhões por ano aos cofres do país. Isso faz com que a extração das reservas de vaca Muerta, enterradas a quase 3 km de profundi-dade, se torne fator indispensável para que o país consiga suprir a sua demanda interna e volte a exportar energia.

Vaca muerta, um trunfo geológico

2 TN Petróleo 94

indicadores tn

Shale oil e gas na ARGENTINA: áreas identificadas

Oceano Atlântico

Bacias identificadasCidade

Vaca Muerta

Fonte: EIA – U.S. Energy Information Administration; e ARI – Advanced Resources Internation, Inc. Maio de 2013

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difícilUm ano

retrospectiva 2014

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TN Petróleo 99 31

O ANO qUE sE ENCERRA NãO sERá

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DEfENDê-lA DO UsO POlítICO –

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A sUA CRIAçãO, EM 1953. E DEfENDê-

lA DE UM sEtOR DO EMPREsARIADO

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BUsCA DE lUCROs E MAIs lUCROs:

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CORRUPtOR. E é IssO qUE NãO

PODEMOs EsqUECER.

difícilpor Beatriz Cardosoe Felipe Salgado

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Um prólogo mais do que necessário se considerar-mos que outros resultados, principalmente operacio-nais, demonstram avanços

importantes da indústria petrolífera brasileira, que encerra o ano de 2014 registrando mais um marco: o Brasil pode ter alcançado a marca de 3 mi-lhões de barris de petróleo equivalente (boe) por dia, uma vez que ainda não foi consolidada a produção de dezem-bro. Encerrou novembro com uma pro-dução de 2,935 milhões de barris de óleo equivalente (boe) por dia, sendo 2,358 milhões de barris/dia de petróleo e 91,7 milhões de metros cúbicos de gás natural – depois de ter chegado a 2,965 milhões de boe/dia, em outubro.

Menos de dez países têm essa pro-dução. Um fato importante, mesmo frente a uma nova crise do petróleo – o mais baixo preço dos últimos cinco anos. Fruto da queda do consumo de-vido à crise econômico-financeira que assola, principalmente, o ocidente. E também de mais uma ‘queda de braço’ da organização dos Países Exportado-res de Petróleo (opep) com os Estados Unidos, que aumentou 80% de sua produção, respaldada no shale gas e shale oil. a aposta da opep é que com petróleo a preço baixo fica inviabili-zada a produção não convencional de hidrocarboneto de um dos maiores consumidores do planeta.

diante deste cenário, cabe-nos res-gatar alguns dos fatos mais importantes do ano, com a expectativa de que 2015 traga menos incertezas e conflitos e mais crescimento econômico.

PlAtAfORmA P-55 ENtRA Em OPERAçãO – o ano começou com o lançamento da plataforma de pro-dução P-55, no campo de Roncador, na Bacia de Campos. Projetada para processar 180 mil barris de petróleo por dia, comprimir 6 milhões de m³ por dia de gás natural e injetar 290 mil barris de água por dia, a unidade de produção foi interligada a 17 po-ços, sendo 11 produtores de petróleo e gás e seis injetores de água. Com 52 mil toneladas, 10 mil m² de área, a P-55 é a maior plataforma semissub-mersível construída no Brasil e uma das maiores do gênero no mundo.lANçAmENtO DE NOVAS gA-SOliNAS DE ultRAbAixO tEOR DE ENxOfRE – a Petrobras lançou novas gasolinas comum e premium de ultrabaixo teor de enxofre – 50 mg/kg ou partes por milhão (ppm) – que substituíram integralmente as gaso-linas comum e premium anteriores. COmEçA A OPERAR O quARtO NAViO DO PROmEf – Com 183 m de comprimento e capacidade para 56 milhões de litros de com-bustíveis, o navio Rômulo Almeida,

a quarta embarcação do Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef), começou a operar com o objetivo de transportar derivados claros de petróleo, como gasolina e diesel. tRANSPEtRO PõE Em OPERA-çãO NAViO JOSé AlENCAR – o José Alencar, sexta embarcação do Promef, saiu do Estaleiro Mauá, em niterói (RJ), onde foi construído, para ser carregado com nafta e seguir até o terminal de são sebastião, em são Paulo, onde foi descarregado. Com 183 m de comprimento, o navio tem capacidade para transportar 56 milhões de litros de combustíveis.iNíCiO DA OPERAçãO DO tER-CEiRO tERmiNAl DE REgASEi-fiCAçãO DE gNl – o terminal de Regaseificação de gás natural Li-quefeito (gnL), localizado na Baía de todos os santos, em salvador (Ba), foi inaugurado com capacidade para regaseificar 14 milhões de m³/dia de gás natural. Com sua entrada em operação, a capacidade de regasei-ficação de gás natural da Petrobras sobe de 27 milhões de m³/dia para 41 milhões de m³/dia.R$ 30 bilhõES Em iNVEStimEN-tOS Em PD&i NOS PRÓximOS DEZ ANOS – a anP divulgou em seu Boletim Petróleo e P&D n.5 que nos próximos dez anos serão gerados mais de R$ 30 bilhões em investi-mentos obrigatórios em Pesquisa, desenvolvimento e Inovação (Pd&I) nas áreas de petróleo e gás. a obri-gação de investimento nesta área contempla 1% da receita bruta das concessionárias que operam campos de grande produção e 0,5% no caso do contrato de cessão onerosa. ANP CONSOliDA NORmAS DE SEguRANçA OPERACiONAl PARA REfiNARiAS – a Resolução anP n. 5/2014 consolida e aprimora normas de segurança operacional de refino de petróleo. o texto aprova-do contempla 16 práticas de gestão, divididas em três grupos: Práticas

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JANEiRo

iNDiCADoRES PEtRoBRAS

-40.03%

petrobras ON (R$)02/01/2014 .......................15,8230/12/2014 .........................9,59

variação no período

-41.33%

petrobras pN (R$)02/01/2014 .......................16,7530/12/2014 ...................... 10,02

variação no período

-47%

petrobras: valor (r$ bilhões)31/12/2010 .......................... 38030/12/2014 ..........................180

variação no período

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relativas à Liderança, Pessoal e ges-tão; Práticas relativas a Instalações e tecnologia; e operacionais.

PEtRObRAS ASSiNA CONtRA-tO DE PARCERiA tECNOlÓgiCA COm A WilliAmS – a presidente da Petrobras, graça Foster, e a che-fe-adjunta e diretora comercial da equipe de Fórmula 1 Williams, Claire Williams, assinaram o novo contrato de parceria tecnológica. Para o novo contrato, as duas partes trabalharão em conjunto com a Mercedes para desenvolver novos combustíveis e lubrificantes automobilísticos para uso pela equipe a partir da tempo-rada 2015. PEtRObRAS iNiCiA PRODuçãO Em NOVO POçO DE SAPiNhOá – o poço 9-sPs-77a, no campo de sapinhoá, no Polo Pré-sal da Ba-cia de santos, entrou em operação com produção de 33 mil barris de petróleo por dia. Interligado ao FPso Cidade de São Paulo, por um sistema pioneiro de conexão à plataforma, o poço está locali-zado a uma profundidade d’água de 2.118 m. PRODuçãO NO PRé-SAl ultRA-PASSA 400 mil bPD – a produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na chamada provín-cia do pré-sal nas bacias de santos e Campos atingiu a marca de 407 mil barris de petróleo por dia (bpd), configurando novo recorde de pro-dução diária.

PEtRObRAS COmPROVA DES-CObERtA NA áREA DA CESSãO ONEROSA – ao concluir a perfu-ração de dois poços localizados em áreas da Cessão onerosa, na Bacia de santos, a Petrobras comprovou a descoberta de óleo de boa qualida-de nos reservatórios do pré-sal, nas áreas denominadas Florim e Entorno de Iara. os resultados obtidos com a perfuração do poço Entorno de Iara 2 comprovaram a descoberta de petróleo de boa qualidade (26º aPI) em reservatórios carbonáticos de excelente qualidade, situados logo abaixo da camada de sal, a partir da profundidade de 5.116 m.NOVOS RECORDES NO PRé-SAl, REfiNO E ENtREgA DE gáS – a produção média mensal de petróleo operada pela companhia na camada pré-sal atingiu a marca de 387 mil barris de petróleo por dia. também no mês de março, a Petrobras atingiu novo recorde mensal de processa-mento de petróleo nas suas refina-rias. a carga média processada foi de 2.151 mil barris de petróleo por dia, representando um volume de 12 mil barris. Em relação à entrega de gás natural, a Petrobras ultrapas-sou a barreira dos 100 milhões de m3 por dia entregues ao mercado consumidor.PEtRObRAS COmPROVA DESCO-bERtA Em águAS PROfuNDAS NA bACiA POtiguAR – a Petro-bras concluiu a perfuração do poço pioneiro 1-BRsa-1205-Rns (1-Rns-

158), localizado em águas profun-das da Bacia Potiguar. os resultados comprovaram a descoberta de óleo médio de 24º aPI. denominado infor-malmente de Pitu, o poço localiza-se em profundidade d’água de 1.731 m, a uma distância de 55 km da costa do estado do Rio grande do norte. o poço atingiu a profundidade final de 5.353 m e constatou uma coluna de hidrocarbonetos de 188 m. Foi realiza-do teste de formação que confirmou as boas condições de permeabilidade e porosidade do reservatório. ShEll REAliZOu O mAiOR SimulADO DE RESPOStA A EmERgêNCiA NO bRASil EN-VOlVENDO mAiS DE 300 PES-SOAS – no mesmo mês, a petro-leira anglo-holandesa um trabalho de redesenvolvimento dos campos de Bijupirá & salema, em produ-ção desde 2003, com o objetivo de reduzir o declínio natural em campos maduros.PEtRObRAS ANuNCiA 7ª RODA-DA DO PROREfAm – no dia 17, a presidente da Petrobras, graças Foster, e o diretor de Exploração e Produção da companhia, José For-migli, anunciaram o início da 7ª rodada do Programa de Renovação da Frota de apoio Marítimo (Prore-fam). na ocasião, foi apresentado o escopo do programa que prevê a contratação total de até 146 em-barcações distribuídas em sete ro-dadas, de 2008 a 2014. o conteúdo local mínimo de construção varia entre 50% e 60% de acordo com o tipo de embarcação e chega a 70% na fase de operação offshore.P-58 ENtRA Em OPERAçãO NO PARquE DAS bAlEiAS – Localiza-da no complexo Parque das Baleias, na Bacia de Campos, a plataforma P-58 (foto) entrou em operação. a unidade foi instalada a cerca de 85 km da costa do Espírito santo, em águas com profundidade de 1.400 m. a ela serão interligados 15 poços produtores, dos quais oito do pré-sal

FEVEREiRo

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e sete do pós-sal, e nove poços inje-tores, por meio de 250 km de dutos flexíveis e dois manifolds submari-nos. do tipo FPso, a unidade tem capacidade para processar diaria-mente até 180 mil barris de petróleo e 6 milhões de m3 de gás natural.

NOVO RECORDE DE REfiNO NO bRASil – no mês de março, a Petro-bras atingiu novo recorde mensal de processamento de petróleo nas suas refinarias no Brasil. a carga média processada foi de 2,151 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), o que representa um volume de 12 mil bpd superior ao recorde mensal anterior de 2,139 milhões de bpd, obtido em julho de 2013. mAiS um POçO OPERANDO Em SAPiNhOá E NOVO RECORDE NO PRé-SAl – o poço 7-sPH-04-sPs, local onde a profundidade d’água é de 2.120 m, no campo de sapinhoá, no Polo Pré-sal da Bacia de santos, entrou em produção. Esse poço, que tem potencial de produção estimado em 26 mil barris de petró-leo por dia (bpd), está interligado ao FPso Cidade de São Paulo por meio do sistema pioneiro de conexão à plataforma denominado BsR (Boia de sustentação de Risers). tRANSPEtRO iNiCiA OPERA-çãO DO PEtROlEiRO DRAgãO DO mAR – a sétima embarcação encomendada a estaleiros nacio-nais pelo Promef, o Dragão do Mar (foto), saiu do estaleiro com destino

à Bacia de Campos, no litoral do Rio de Janeiro. de lá, depois de ser carregado com petróleo cru, seguiu para o terminal aquaviário de são Francisco do sul (sC), onde o pro-duto foi descarregado.

PEtRObRAS APROVA A CONtRA-tAçãO DE 23 EmbARCAçõES DE APOiO mARítimO – a direto-ria Executiva da Petrobras aprovou as contratações de 23 embarcações de apoio às suas atividades marí-timas. Essas embarcações fizeram parte da 6ª rodada do terceiro Pro-grama de Renovação da Frota de Embarcações de apoio Marítimo (Prorefam). na 6ª rodada foram contratadas 19 embarcações do tipo Platform supply vessel (Psv, embarcações para transporte de cargas para as plataformas). 12ª RODADA: CONtRAtOS AS-SiNADOS NA PRimEiRA EtAPA – Foram assinados 52 contratos de concessão relativos a blocos loca-lizados nas bacias do Recôncavo, sergipe-alagoas e Paraná arrema-tados na 12ª Rodada de Licitações, realizada em novembro de 2013. as empresas que assinaram os contratos foram: alvopetro, geopark, nova Pe-tróleo, Petrobras, Cowan, ouro Preto, gdF suez, Petra Energia, tucuman, Bayar, Copel e trayectoria. PRODuçãO DE ÓlEO E gáS Su-PERA 2,7 milhõES DE bOE – a produção no pré-sal aumentou 9,1% em relação ao mês anterior, totalizan-

do 549,3 mil barris de óleo equiva-lente por dia, sendo 448,2 mil barris diários de petróleo e 16,1 milhões de m3 de gás natural por dia. a pro-dução teve origem em 33 poços. Já o aproveitamento do gás natural no mês foi de 94,4%. POçO DA CESSãO ONEROSA COmPROVA A ExiStêNCiA DE 5 bilhõES DE bARRiS – a Petro-bras concluiu a perfuração do último poço exploratório em áreas previstas no contrato de Cessão onerosa, no pré-sal da Bacia de santos. PEtRObRAS iNiCiA PRODuçãO Em NOVO POçO DE lulA – Inter-ligado ao FPso Cidade de Paraty por um sistema de conexão à plataforma, o poço 7-LL-22d-RJs no Campo de Lula, na área do Piloto de Lula nE, no Polo Pré-sal da Bacia de santos, entrou em produção com potencial de 26 mil barris de petróleo por dia. ShEll – a empresa realizou en-contros com empresários de Minas gerais para favorecer o desenvolvi-mento do mercado de fornecedores locais. novos encontros foram pro-gramados para julho (santa Catarina) e dezembro (Rio grande do sul).PlAtAfORmA P-62 ENtRA Em OPERAçãO NO CAmPO DE RON-CADOR – a plataforma de produção P-62 (foto), um dos projetos estraté-gicos do Plano de negócios e gestão 2014-2018 da Petrobras, entrou em operação, no campo de Roncador, na Bacia de Campos. a P-62, instalada em profundidade de água de 1.600 m, é parte integrante do projeto Mó-dulo 4 do campo de Roncador. nela foram interligados 22 poços, sendo 14 produtores de óleo e gás e oito injetores de água. PRODuçãO NO PRé-SAl SuPE-RA 470 mil bPD – a produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras, nas Bacias de santos e Campos, superou o patamar de 470 mil bpd. Esse patamar foi atingido com a produção de 24 poços, sendo nove provenientes da Bacia de san-

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tos. Com isso, a produtividade média por poço no Polo Pré-sal da Bacia de santos alcançou 28 mil bpd.CONfiRmADA mAiS umA DES-CObERtA NA bACiA DE SAN-tOS – a Petrobras concluiu o tes-te de formação do poço 1-sPs-98 (1-BRsa-1063-sPs), informalmente conhecido como sagitário, localizado em águas ultraprofundas no pré-sal da Bacia de santos. os resultados obtidos com o teste de formação comprovaram a boa produtividade da descoberta. o teste também in-dicou que os reservatórios têm boa permeabilidade.

VOlumES ExCEDENtES DE CESSãO ONEROSA – a 28ª reu-nião do Conselho nacional de Po-lítica Energética (CnPE) aprovou a contratação direta da Petrobras para produção do volume excedente ao contratado sob o regime de cessão onerosa em quatro áreas do pré-sal – Búzios, Entorno de Iara, Florim e nordeste de tupi. os contratos de partilha de produção para estas quatro áreas terão vigência de 35 anos. a decisão trata de volumes adicionais aos 5 bilhões de barris de óleo equivalente contratados no regime de cessão onerosa.ShEll bAtEu SEu RECORDE DE PRODuçãO (foto)– a produção atin-giu a marca de 96 mil barris diários de óleo equivalente, alcançados com a perfuração de novos campos em Bijupirá & salema, na Bacia de

Campos, e com a adoção da técnica de injeção de água nos reservatórios do Parque das Conchas, na Bacia de Campos. Este incremento na produ-ção ajudou o país a bater o recorde de até então, com 2,245 milhões de barris produzidos.

PRODuçãO NO PRé-SAl Su-PERA 500 mil bARRiS DE PE-tRÓlEO/DiA – a produção de petróleo nos campos operados pela Petrobras na camada pré--sal, nas bacias de santos e de Campos, superou a marca dos 500 mil barris por dia (bpd).PEtRObRAS bAtE RECORDE DE PROCESSAmENtO Em RE-fiNARiAS NO bRASil (foto) – a Petrobras alcançou, no mês de junho, recorde de processamento de petró-leo em suas refinarias no Brasil. a carga média processada foi de 2,172 milhões de barris de petróleo por dia (bpd), que representa um volume de 21 mil bpd superior ao recorde mensal anterior, de 2,151 milhões de bpd, obtido em março de 2014.fmC ENtREgA DA 1ª ANm DO PRé-SAl – a primeira árvore de natal submarina (anM) do pacote das 127 para o pré-sal foi entregue para a Petrobras. a encomenda representa um marco para a FMC technologies Brasil devido ao vo-lume das encomendas e atendi-mento das metas de fabricação.lANçAmENtO DA gASOliNA PEtRObRAS gRiD – Com um in-

vestimento de R$ 85 milhões, a ga-solina aditivada Petrobras grid foi lançada em substituição à supra. o combustível foi desenvolvido no Centro de Pesquisas e desenvolvi-mento Leopoldo américo Miguez de Mello, da Petrobras (Cenpes), com teor máximo de enxofre de 50 ppm (50 partes por milhão de enxofre).

JUNHo

JUlHo

GRANDES NúmERoS DA PEtRoBRAS - 2014

produção de petróleo

2,4 milhões de bpdprodução de gn

92,7 milhões de m3/dProdução total em boe/d

2,97 milhões

Produção do pré-sal (através de 40 poços)

607 mil bpd de petróleo21 milhões de m3/dProdução total em boe/d

739,5 mil bpd

produção onshore (petróleo)

256 mil bpd

investimento em pD&i (r$)

r$ 1,4 bilhão

Capacidade de refino

2,2 milhões de bpd

produção onshore (gn)

6,8 milhões de m3/dpoços em produção

9.029Poços em produção offshore

814poços em produção onshore

8.215

Fonte: ANP, outubro de 2014

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ShEll ANuNCiA 3ª gRANDE DESCObERtA NO gOlfO DO mé-xiCO – a shell anunciou a terceira grande descoberta da companhia em norphlet, em águas profundas do golfo do México. o poço Rydberg, lo-calizado a 120 km da costa, no bloco Mississippi Canyon 525, com lâmina d’água de 2.280 m, foi perfurado a uma profundidade total de 8.038 m e encontrou uma coluna de petróleo de 122 m.PEtRObRAS iNStAlA tECNOlO-giAS Em PROfuNDiDADE RE-CORDE NO gOlfO DO méxiCO – a Petrobras iniciou a produção do poço Cascade-6, em profundidade de água de 2.500 m no golfo do Mé-xico (EUa), com a utilização de um sistema de Completação Inteligen-te (Intelligent Well system /IWs), capaz de informar com precisão a quantidade de petróleo proveniente de cada zona produtora do poço e de controlar a abertura e o fechamento destas zonas, permitindo o melhor gerenciamento dos reservatórios de petróleo. a profundidade total do poço é de 8.200 m, o que representou um recorde mundial de profundidade para este tipo de equipamento.

REfiNARiA DE PAulíNiA iNAu-guRA últimA uNiDADE DO PROJEtO DE mODERNiZAçãO – a entrada em operação da Unida-de de tratamento de gás Residual (UtgR) marca a conclusão de um dos maiores e mais complexos pro-

gramas de modernização dentre as refinarias da Petrobras, com um in-vestimento de mais de Us$ 5 bilhões. os novos equipamentos melhoram a eficiência na recuperação do enxo-fre gerado no processo produtivo e possibilitam o aumento da produção de diesel e gasolina, em função da integração e otimização com as uni-dades da refinaria.PEtRObRAS fiRmA ACORDO COm JAPãO PARA fiNANCiA-mENtO DE CONStRuçãO E CONVERSãO DE PlAtAfOR-mAS – a Petrobras assinou acordo de emissão de garantia para emprés-timo no valor de Us$ 500 milhões destinados a projetos de construção e conversão de 12 cascos de plata-formas do tipo FPso. o acordo foi firmado com a agência japonesa de seguro de crédito nippon Export and Investment Isurance/nexi e com o Banco Mizuho.ShEll CONCluiu A PERfuRA-çãO DE POçOS DA fASE 3 DO DESENVOlVimENtO DO PAR-quE DAS CONChAS – Foram perfurados sete poços, sendo cinco produtores e dois injetores de água, que devem entrar em produção em 2016. no seu auge, esta fase po-derá produzir até 30 mil barris de óleo equivalente por dia (boe/dia). desde que foi iniciada sua produ-ção em 2009, o projeto do Parque das Conchas já entregou mais de 70 milhões de boe. as sócias da shell neste ativo são Qatar Petroleum (23%) e ongC (27%).fmC RECEbE ENCOmENDA DE NOVOS mANifOlDS PARA O PRé-SAl – Petrobras encomenda cinco manifolds adicionais para os campos do pré-sal. Essa encomenda finaliza o contrato assinado em 2013 para 16 manifolds. mARiNtEC NAVAlShORE 2014 (foto) – a principal plataforma de ne-gócios da indústria naval que reúne armadores, estaleiros, fabricantes e fornecedores, nacionais e interna-

cionais foi realizada no Centro de Convenções sul-américa.CONSÓRCiO DE libRA iNiCiA PERfuRAçãO DO PRimEiRO POçO ExPlORAtÓRiO – de-nominado 3-RJs-731, o poço está sendo perfurado pela sonda ns-36 (schahin Cerrado). Esse é o primeiro de dois poços previstos na primeira fase do Programa Exploratório Mí-nimo (PEM), firmado com a anP. o poço 3-RJs-731 atingirá a profun-didade final (água e sedimentos) de 5.850 m e está a cerca de 170 km da costa do estado do Rio de Janeiro e a cerca de 5 km a sudoeste do poço descobridor, 2-anP-2a-RJs.quARtO POçO NA áREA DE Jú-PitER CONfiRmA A ExtENSãO DA DESCObERtA NO PRé-SAl DA bACiA DE SANtOS – a per-furação do poço 3-BRsa-1246-RJs (3-RJs-732), informalmente conhe-cido como apollonia, comprovou a extensão da descoberta de Júpiter, localizado no pré-sal da Bacia de santos. Esse poço localizado a 296 km do litoral do Rio de Janeiro, em profundidade de água de 2.183 m, é o quarto poço perfurado na área de Júpiter e está a 8 km a sudoeste do poço descobridor (1-RJs-652a). a perfuração comprovou uma co-luna de hidrocarbonetos de cerca de 313 m, a partir de 5.166 m de profundidade, com rochas apresen-tando boas condições de porosidade e permeabilidade. NAViO-PlAtAfORmA CiDADE DE mANgARAtibA DEixA EStAlEi-RO RumO AO PRé-SAl – o consór-cio schahin-Modec, contratado pela Petrobras para construir e operar o FPso Cidade de Mangaratiba, deu início à saída da unidade do estaleiro BrasFels, em angra dos Reis. Com conteúdo local previsto de 65%, este navio-plataforma vai operar na área de Iracema sul, no campo de Lula, localizada no Polo Pré-sal da Bacia de santos, no litoral do estado do Rio de Janeiro.

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PEtRObRAS DEClARA COmER-CiAliDADE DAS áREAS DA CES-SãO ONEROSA Sul DE guARá, NORDEStE DE tuPi E flORim – a Petrobras apresentou à anP a declaração de comercialidade das acumulações de petróleo e gás de sul de guará, nordeste de tupi e Florim, áreas previstas no contrato de cessão onerosa, localizadas no pré-sal da Bacia de santos. o volu-me contratado por meio da cessão onerosa para as três áreas, de 1,214 bilhão de barris de óleo equivalente, foi constatado na fase exploratória.NOVA uNiDADE DE tRAtAmEN-tO DE DiESEl DA REfAP ENtRA Em OPERAçãO – a Petrobras ini-ciou a operação da unidade de hi-drotratamento de diesel da Refinaria alberto Pasqualini (Refap), em Cano-as, no Rio grande do sul. a unidade produzirá o diesel s10, com ultra-baixo teor de enxofre, atendendo ao mercado gaúcho e de influência da Refap. ShEll iNAuguROu O PRimEiRO CAmPO DE futEbOl ilumiNA-DO COm ENERgiA DOS JOgA-DORES – o evento contou com a participação de Pelé. a tecnologia foi desenvolvida por um jovem empreen-dedor dentro de um projeto da shell. RiO Oil & gAS 2014 – Um dos maio-res eventos da indústria de petróleo e gás no mundo, a Rio oil & gas Expo and Conference (foto) fechou a sua 17ª edição com saldo positivo. organizado pelo Instituto Brasileiro

de Petróleo, gás e Biocombustíveis (IBP), o evento deste ano bateu re-corde no volume de negócios e no número de universitários e levou mais de 47 mil pessoas ao Riocentro.fPSO CiDADE DE ilhAbElA iNi-CiA NAVEgAçãO Em DiREçãO AO CAmPO DE SAPiNhOá – o consórcio Qgog (Queiroz galvão Óleo e gás) / sBM (single Buoy Mo-orings Inc.), contratado pela Petro-bras para construir e operar o FPso Cidade de Ilhabela, deu início à saída da unidade da Baía de guanabara, com destino ao campo de sapinhoá no Polo Pré-sal da Bacia de santos, no litoral do estado de são Paulo. an-corado a 310 km da costa do Rio de Janeiro, em águas com profundidade de 2.140 m, o Cidade de Ilhabela será conectado a oito poços produtores e sete poços injetores.

SEtEmBRo

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PREço Do PEtRólEo 2014

-47.80%

Petróleo Brent (US$)02/01/2014 .....................107,7830/12/2014 .......................57,90

variação no período

-45.17%

Petróleo WTI (US$)02/01/2014 ......................95,4430/12/2014 .......................54,12

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DESCObERtA DE ACumulAçãO DE gáS NA bACiA DO ESPíRitO SANtO – a Petrobras descobriu nova acumulação de gás no pós-sal da Ba-cia do Espírito santo. a comprovação ocorreu por meio de perfilagem em reservatórios localizados em profun-didade de cerca de 2.880 m. PEtRObRAS AtiNgE SuA mAiOR PRODuçãO mENSAl hiStÓRiCA DE PEtRÓlEO NO bRASil – a Pe-trobras atingiu sua maior produção mensal histórica de óleo. segundo a empresa, a produção consolidada de petróleo e gás, no Brasil e no exte-rior, alcançou 2,79 milhões de boed. Já a produção de petróleo no Brasil atingiu em outubro a média de 2,12 milhões barris/dia (bpd), 0,4% maior que o produzido em setembro, se 2 milhões 118 mil bpd.PEtRObRAS AtiNgE Em Outu-bRO RECORDE DE PROCESSA-mENtO Em uNiDADES DE hi-DROtRAtAmENtO – a Petrobras atingiu em outubro recorde mensal de processamento em unidades de hidrotratamento de diesel nas suas refinarias no Brasil. a carga pro-cessada foi de 105 mil m³/dia, o que representa um volume adicional de 1 mil m³/dia em relação ao recorde mensal anterior, obtido em setembro de 2014. desde outubro de 2013, a Petrobras aumentou em 29% o pro-cessamento em suas unidades de hidrotratamento de diesel, o equiva-lente a um volume de 25 mil m³/dia.ShEll bRASil APRESENtA O PRimEiRO lubRifiCANtE fEi-tO A PARtiR DE gáS NAtuRAl – a shell Brasil lançou o lubrificante shell Helix Ultra com a tecnologia PurePlus feito a partir de gás natural. o produto utiliza o processo gás--para-líquido (gtL), que produz um lubrificante sintético puro, oferecen-do um nível ainda maior de limpeza e proteção.DESCObERtA Em águAS ul-tRAPROfuNDAS NA bACiA DO ESPíRitO SANtO – a Petrobras

confirmou a extensão de uma acu-mulação de hidrocarbonetos em águas ultraprofundas, no pós-sal da Bacia do Espírito santo, através da perfuração do poço de extensão 3-Ess-219d. Esse poço está locali-zado na área do Plano de avaliação da descoberta (Pad) de Brigadeiro, a 121 km da cidade de vitória (Es). Foi comprovada a presença de óleo de boa qualidade em reservatórios localizados em profundidade de cer-ca de 3.550 m.PEtRObRAS bAtE RECORDE DiáRiO DE PROCESSAmENtO Em uNiDADES DE hiDROtRA-tAmENtO DE DiESEl E qAV – a Petrobras alcançou recorde diário de processamento em unidades de hidrotratamento de diesel e quero-sene de aviação nas suas refinarias no Brasil. a carga processada em 10 de setembro foi de 109 mil m³, o que representa um volume de 4 mil m³ superior ao recorde diário anterior.PEtRObRAS iNiCiA PRODuçãO COmERCiAl Em iRACEmA Sul NO PRé-SAl DA bACiA DE SAN-tOS – Entrou em operação o navio--plataforma Cidade de Mangaratiba, (foto) instalado na área de Iracema sul, no campo de Lula, no bloco BM-s-11, no pré-sal da Bacia de santos. o navio-plataforma foi ancorado em profundidade de 2.200 m, a cerca de 240 km da costa e terá capacidade para processar até 150 mil barris diá-rios de petróleo e 8 milhões de m3 de gás, além de armazenar 1,6 milhão de barris de petróleo. o Cidade de Mangaratiba será conectado a oito poços produtores e oito injetores ao longo dos próximos meses. NOVA DESCObERtA Em águAS PROfuNDAS NA bACiA DO ESPí-RitO SANtO – a Petrobras informou a descoberta de acumulação de hi-drocarbonetos em águas profundas, no pós-sal da Bacia do Espírito san-to, por meio da perfuração do poço 4-BRsa-1265-Ess (nomenclatura anP) / 4-gLF-42-Ess (nomenclatura

Petrobras), informalmente conhecido como Lontra, em profundidade de água de 1.319 m.PRimEiRO POçO DE libRA CON-fiRmA DESCObERtA DE PEtRÓ-lEO – a perfuração do primeiro poço de extensão na área de Libra, o 3-BRsa-1255-RJs (3-RJs-731), comprovou a descoberta de petróleo de boa qualidade na porção noroeste da estrutura. o poço, informalmente conhecido como nW1, está localiza-do no pré-sal da Bacia de santos, a cerca de 170 km da costa do estado do Rio de Janeiro e a quase 4 km a sudeste do poço descobridor, o 2-anP-2a-RJs. PROCESSAmENtO DE DiESEl Em uNiDADES DE hiDROtRA-tAmENtO DA PEtRObRAS bAtE RECORDE mENSAl – a Petrobras atingiu recorde mensal de processa-mento em unidades de hidrotrata-mento de diesel nas suas refinarias no Brasil. a carga processada em setembro foi de 104 milhões de litros por dia, em média, o que representa um volume de 2 milhões de litros superior ao recorde mensal anterior, obtido em junho.

PEtRObRAS E PPSA ASSiNAm ACORDO DE iNDiViDuAliZA-çãO DA PRODuçãO DA JAZiDA COmPARtilhADA DE tARtARu-gA mEStiçA NA bACiA DE CAm-POS – a Petrobras e a PPsa assina-ram o acordo de Individualização da Produção da jazida compartilhada

retrospectiva 2014

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de tartaruga Mestiça, localizada na porção sul da Bacia de Campos. o acordo estabelece as regras da execu-ção conjunta das operações de desen-volvimento e produção de petróleo e gás natural da área, bem como as participações de cada uma das par-tes. o início da produção comercial do FPso de tartaruga verde e tar-taruga Mestiça, por meio de poço localizado no campo de tartaruga verde, está programado para 2017. Já o início da produção comercial do campo de tartaruga Mestiça está programado para 2018. PEtRObRAS RECEbE AutORiZA-çãO PARA OPERAçãO DE uNi-DADES NA REfiNARiA AbREu E limA – a Refinaria abreu e Lima (RnEst), em Ipojuca, Pernambuco, recebeu autorização da anP para operação das unidades de destilação atmosférica, de tratamento cáustico e de hidrotratamento de nafta. PEtRObRAS COlOCA Em OPERA-çãO CiDADE DE ilhAbElA – En-trou em operação o navio-plataforma Cidade de Ilhabela (foto), instalado no campo de sapinhoá, no pré-sal da Bacia de santos. a plataforma terá capacidade de produzir até 150 mil barris de petróleo por dia (bpd), comprimir até 6 milhões de m³/dia de gás natural e armazenar 1,6 milhão de barris de petróleo.NOVO RECORDE DE PRODuçãO DA bg bRASil: 100 mil bARRiS/DiA – a Bg Brasil alcançou o recorde de produção de 100 mil barris de óleo equivalente por dia (boed) em outubro. o resultado, que considera apenas a parcela da Bg Brasil, deve--se a um aumento significativo na produção de óleo e gás no pré-sal da Bacia de santos, onde a empresa tem participação em três blocos em parceria com a Petrobras, incluindo grandes descobertas como Lula, Ira-cema, sapinhoá, Iara e Lapa.PEtRObRAS CONClui PERfu-RAçãO DO PRimEiRO POçO DE ExtENSãO DO CONSÓRCiO DE

libRA – a Petrobras concluiu a per-furação do primeiro poço de exten-são na área do Consórcio de Libra, o 3-BRsa-1255 (3-RJs-731), infor-malmente conhecido como nW1. Localizado na porção noroeste do bloco de Libra, no pré-sal da Bacia de santos, nesse poço foi confirma-da a existência de uma coluna de hidrocarbonetos de cerca de 290 m e um reservatório que apresenta boa porosidade e permeabilidade. REfiNARiA AbREu E limA iNiCiA SEguNDA EtAPA PARA OPERAçãO DA uNiDADE DE DEStilAçãO AtmOSféRiCA – Foi iniciada a segunda etapa para operação da Refinaria abreu e Lima (RnEst), localizada em Pernambu-co, com a admissão de petróleo na Unidade de destilação atmosférica.

Rlam registra recorde de carga processada e de produção de diesel – a unidade Refinaria Landulpho alves (RLaM), na Bahia, bateu recordes de carga processada e de produção de diesel. a carga total processada pela refinaria foi de 51 mil m³/dia. a produção de diesel s-10 também foi destaque: ampliada, saiu do patamar de 80 mil m³/mês em julho de 2014, para 95 mil m³/mês.

REfiNARiA AbREu E limA iNi-CiA PRODuçãO DE DERiVADOS DE PEtRÓlEO – a Petrobras iniciou a produção de derivados de petróleo na Unidade de destilação atmos-férica (Uda) da Refinaria abreu e

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Um ano difícil

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retrospectiva 2014

Lima (RnEst). os produtos foram enviados para armazenamento em tanques e esferas da refinaria. a primeira carga de petróleo, após o processamento na Uda, gerou gás liquefeito de petróleo (gLP), nafta, diesel e resíduo atmosférico (Rat).PEtRObRAS APROVA A CONtRA-tAçãO DE 11 EmbARCAçõES DE APOiO mARítimO – a diretoria Executiva da Petrobras aprovou a contratação de 11 embarcações de apoio às suas atividades de explo-ração e produção marítimas. Essas unidades fazem parte da 7ª rodada do terceiro Prorefam.ANP VAlORiZA OS PROJEtOS mAiS iNOVADORES PARA A iN-DúStRiA DE PEtRÓlEO E gáS Em 2014 – o Prêmio anP de Ino-vação tecnológica foi entregue aos seguintes projetos desenvolvidos no Brasil por categoria:

Instituição Cientifica e tecnológica (ICt) – sistema de Monitoramento Ópti-co direto no arame (Moda) – Petrobras e Monflex em aprceria com a PUC –Rio;

Micro, pequena ou média em-presa fornecedora em colaboração com empresa petrolífera – Proteção anticorrosiva de juntas soldadas em campo em tubos de aço carbono com revestimento externo em polietileno tripla camada (PE3L) e polipropileno tripla camada (PP3L), desenvolvido pela MEI Engenharia Ltda, em par-ceria com a Petrobras;

Empresa fornecedora de grande porte em colaboração com empresa petrolífera – árvores de natal molhadas aplicadas ao redesenvolvimento dos campos Bijupira e salema, Bacia de Campos, da shell Brasil em parceria com a FMC technologies do Brasil;

troféu Personalidade Inovação do ano de 2014 – entregue ao professor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, por sua contribuição à pesquisa, ao desenvolvimento tecnológico e à ino-vação no setor energético brasileiro. PEtRObRAS Dá iNíCiO à PRO-DuçãO DO CAmPO DE St. mAlO,

Em águAS ultRAPROfuNDAS DO gOlfO DO méxiCO NORtE--AmERiCANO – teve início a produ-ção do campo de st. Malo, localizado a perto de 450 km ao sul de nova or-leans, Louisiana, nos Estados Unidos. a profundidade de água é de cerca de 2.100 m na área de Walker Ridge, no golfo do México, e a profundidade do reservatório é de 8.077 m.CNPE RECOmENDA REAliZAçãO DA 13ª RODADA DE liCitAçãO DE PEtRÓlEO E gáS NAtuRAl – o Conselho nacional de Política Energética (CnPE) aprovou a re-comendação para que a anP possa realizar a 13ª rodada de licitações de blocos exploratórios de petróleo e gás natural. Essa proposta será subme-tida à presidenta dilma Rousseff. a rodada tem o objetivo de assegurar as atividades exploratórias em bacias maduras e atrair investimentos para a descoberta de novas jazidas em bacias de novas fronteiras. a licitação tam-bém visa manter a produção no médio e longo prazo a partir da oferta de áreas de elevado potencial, além de estimular a participação de empresas de pequeno e médio porte nas ativi-dades de exploração e produção, por meio da oferta de campos marginais.ChEVRON CONfiRmA PRODu-çãO DO PRimEiRO ÓlEO NO CAmPO PAPA-tERRA NA bACiA DE CAmPOS – a Chevron Corpora-tion confirmou que sua subsidiária brasileira e a Petrobras iniciaram a produção de petróleo em sua Uni-dade Flutuante de Produção, Esto-cagem e transferência (FPso) no campo offshore de Papa-terra. a Chevron detém uma participação de 37,5 % no campo de Papa-terra, enquanto a Petrobras, operadora do projeto, detém 62,5%. Localizado a 110 km a sudeste do Rio de Janeiro, em profundidade de cerca de 1.190 m de água, Papa-terra é um campo de desenvolvimento de óleo pesado no bloco BC-20, na porção sul da Bacia de Campos.

CONCluíDA A ENtREgA DE mÓ-DulOS PARA A P-66 CONStRuí-DOS Em mACEiÓ – o módulo de lançadores, recebedores e manifolds da P-66 (foto) – a primeira plataforma da série de oito FPso replicantes, que estão em construção para atendi-mento às demandas de produção de petróleo do pré-sal da Bacia de san-tos – embarcaram rumo ao estaleiro Brasfels. Com a ação, está concluída a entrega dos módulos para o primei-ro FPso replicante, construídos no Consórcio tomé Ferrostaal.PEtRObRAS é AutORiZADA A iNi-CiAR PRODuçãO ANtECiPADA NO CAmPO DE búZiOS – a Petro-bras recebeu autorização da anP para iniciar o sistema de produção ante-cipada (sPa) do poço 2-anP-1RJs, localizado no campo de Búzios (antiga área de Franco), no pré-sal da Bacia de santos. através desse sistema pro-visório, a empresa poderá produzir durante aproximadamente sete meses e, assim, obter informações essenciais para a otimização do primeiro sistema de produção definitivo do campo.PEtRObRAS DEClARA COmER-CiAliDADE DAS áREAS DE iARA E ENtORNO DE iARA - a Petrobras apresentou à anP as declarações de comercialidade das acumulações de petróleo e gás das áreas de Iara (Plano de avaliação da descoberta – Pad - do poço 1-BRsa-618-RJs – Consórcio BM-s-11), e Entorno de Iara (Bloco 4, do contrato de cessão onerosa), localizadas no pré-sal da Bacia de santos.PEtRObRAS SuPERA PAtAmAR DE 700 mil bARRiS DiáRiOS NO PRé-SAl - a Petrobras bateu um novo recorde histórico de produção própria diária de petróleo e Lgn (lí-quido de gás natural) no último dia 21/12, quando produziu 2 milhões 286 mil barris. na província do pré--sal, a produção de petróleo operada pela Petrobras nas bacias de santos e Campos atingiu a marca histórica de 700 mil barris de petróleo por dia (bpd) no dia 16 de dezembro.

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CFD oileventos

O evento promoveu o intercâmbio de conhecimento entre profissionais que utilizam a simulação computacional aplicada à área de óleo e gás.

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eventos

A Feira e Congresso Bra-zil onshore é o principal evento brasileiro especifi-camente voltado para ativi-

dades petrolíferas em terra, área em que o Rio grande do norte é líder em produção no país. o local de expo-sição tem 700 m2. Lá, 80 empresas, entre fornecedores de equipamentos e companhias de serviços, exibiram seus produtos e habilidades tecnoló-gicas. Entre elas Petrobras, schlum-berger, Parnaíba, e outras.

a conferência deste ano contou com palestrantes de países como EUa, Canadá e México. viabilida-de econômica de campos marginais, licenciamento ambiental de poços terrestres e temas técnicos, como tecnologias acessíveis para campos terrestres marginais, e reservatórios não convencionais foram alguns dos temas abordados nos painéis.

a programação trouxe uma novi-dade: sessões pôsteres digitais, que apresentaram trabalhos técnicos de estudantes de sete universidades brasileiras com foco no E&P onsho-re. o Congresso incluiu também em sua programação sessões técnicas, com apresentações de casos reais das boas práticas de produção de óleo e gás em campos terrestres.

“a Brazil onshore é, sem dúvida, uma grande oportunidade para le-

vantar a discussão de como será o ce-nário das ativida-des de exploração terrestre no país e os investimentos futuros. Este é um ambiente opera-

cional importante para as empresas de pequeno e médio porte do setor. E natal, por sua posição estratégica, continua a ser o centro de inteligência dessas atividades”, afirma o secretá-rio-geral do IBP, milton Costa filho.

Rodadas de Negócios – Uma das grandes novidades da 4ª edição da Brazil onshore foi a criação de uma Rodada de negócios, organizada

pela Rede Petro-Rn. durante um dia, os executivos tiveram a oportu-nidade de se reunir com a intenção de fechar acordos e parcerias. “o objetivo é fomentar negócios que ajudem a desenvolver ainda mais os players do segmento onshore no país”, afirma Milton.

além disso, o evento deste ano contou com um pavilhão para star-tups de base tecnológica do segmen-to onshore. as startups transformam resultados de P&d em produtos ou serviços comerciais (Inovação). Com custos operacionais significativamen-te mais baixos, expertise de alta qua-lidade e com poder de decisão, os produtos são entregues com mais rapidez.

O Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) e a society of Petroleum Engineers (sPE) promoveram, de 25 a 27 de novembro, a 4ª edição da feira e Conferência Brazil Onshore. Com o tema ‘Crescer, Inovar e Revitalizar’, o evento deste ano recebeu cerca de 400 congressistas brasileiros e estrangeiros, no Centro de Convenções de Natal (RN). Eles debateram os desafios e soluções tecnológicas para a produção de petróleo terrestre no Brasil.

Conferência reuniu palestrantes das três Américas

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Pavilhão de Exposições – Formado por 80 estandes de empresas nacio-nais e multinacionais, o pavilhão de exposições da Brazil onshore 2014 apresentou as inovações do mercado de exploração do petróleo em terra (onshore). são produtos, serviços e equipamentos de alta tecnologia que despertaram a atenção e a curiosidade dos par-ticipantes. Um dos destaques foi a Unidade de Pistoneio automatiza-da (UPa), equipamento totalmente automatizado que ajuda a extrair petróleo em poços de pequena profundidade. a primeira unidade deste tipo vai começar a funcionar em fevereiro de 2015, a partir de uma parceria com a UtC o&g, no município de governador dix sept Rosado (Rn).

o acesso gratuito do público à feira proporcionou corredores cheios de interessados em conhecer as no-vidades do setor. Um dos pavilhões mais movimentados foi o de startups. Formado por pequenas empresas, geralmente iniciantes no mercado, eles ofereceram inovações tecnoló-gicas no segmento onshore.

Em geral fundadas por pesqui-sadores de áreas estratégicas na in-dústria e no ambiente acadêmico, as empresas startups são capazes de produzir com maior agilidade e custos bem menores que os de mercado.

o gerente de vendas da Lithos, Bento Mansano, exibiu no estan-de os três produtos desenvolvidos pela empresa: um anticorrosivo e um biocida (agente químico) de-senvolvidos a partir de produtos naturais e um kit de diagnóstico para bactérias redutoras de sulfato que reduz o tempo de espera pelo resultado da água do poço de 20 dias para duas horas.

Já a UPa foi desenvolvida pelo grupo Editel Brasil, uma empresa com sede na cidade de Mossoró (Rn). o equipamento foi projetado para trabalhar em poços de petró-

leo de até 700 m de profundidade e extrair em média 7 barris/dia. Foi a solução pensada pelo empresário Edmilson da Costa para os casos em que os custos gerados pelas técnicas de produção do sistema convencional são maiores que o lucro gerado pelo poço, tornando inviável a produção e ocasionando o abandono da unidade de produção.

Costa adianta que a primeira uni-dade deve começar a funcionar em fevereiro, a partir de uma parceria com a UtC o&g.

Participação internacional – Pela quarta vez consecutiva, a Brazil onshore conta com a participação do Canadá como representante inter-nacional na exposição. o país enviou uma delegação, formada por oito empresas fornecedoras de equipa-mentos de prospecção, perfuração e completação de poços, além de uma equipe representante do governo de alberta, para participar do evento. a iniciativa foi da EdC, agência oficial de crédito à exportação e do Consu-lado geral do Canadá.

Novas tecnologias e desafios para o setor são destaques na brazil Onshore – a Brazil onshore foi marcada pela pluralidade de pa-lestras e apresentações focadas em novidades tecnológicas do setor de produção de petróleo em área terrestre (onshore). novos proce-dimentos de sondagem, como o de circulação reversa (RC), o uso de válvulas autônomas de controle de influxo na completação de poços, novos revestimentos que reduzem a corrosão e os custos de constru-ção, além de questões envolvendo as bacias sedimentares e o fratura-mento hidráulico em reservatórios não convencionais estiveram entre os temas debatidos.

o engenheiro Joseir Percy, da Petrobras, mostrou que a perfuração por circulação reversa consegue, por

exemplo, melhorar a limpeza dos poços. ao mesmo tempo, reduz o orçamento da sonda, por demandar menos manutenção e menor consu-mo. Com isso, a perfuração por circu-lação reversa ajuda a viabilizar cam-pos com sondas remotas e aumenta o ganho operacional por manter o influxo em ambiente fechado, cons-truído em aço, possibilitando maior controle e evitando possibilidade de gerar fraturas.

Especialistas de empresas como apolo tubulars e schlumberger mos-traram estudos de casos, analisando vantagens relacionadas à perfuração com revestimento (casing drilling), que traz inúmeros benefícios, tais como redução no tempo, nos custos de construção dos poços e aumento da segurança dos processos.

A realidade do onshore brasileiro – À tarde, os debates sobre os de-safios e a realidade do segmento onshore brasileiro lotaram o salão principal do evento. o engenheiro anabal santos, representante da associação Brasileira dos Produ-tores Independentes de Petróleo e gás (abpip), falou sobre a necessi-dade de investimentos em P&d no setor, para auxiliar na retomada, fundamental para reposicionar o Brasil no cenário mundial e afastar a fama atual de setor decadente.

normando Lins, da associa-ção Brasileira dos Perfuradores de Petróleo (abrapet), falou sobre a realidade do segmento dos perfu-radores de petróleo e reforçou a necessidade de investimentos vol-tados para o aumento da presença de pequenas e médias empresas no setor onshore.

o engenheiro gustavo Bezerra, da UtC Engenharia, ressaltou que para avançar no controle de custos, uma das saídas é pensar em operações conjuntas, firmar contratos conjuntos, para compras de produtos e serviços oferecidos pelos fornecedores

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eventos

Após a mesa de abertura, au-rélio amaral apresentou as principais mudanças intro-duzidas pelas Resoluções

anP n. 41/13 e 57/14 (revenda) e 58/14 (distribuição). “as novas resolu-ções da anP têm como pilares o cres-cimento e desenvolvimento do mer-cado e a obtenção de um ambiente concorrencial melhor. Muitas ques-tões, inclusive, foram trazidas pela Revenda e distribuição.” de acordo com aurélio, muitos pontos têm sido questionados pelos revendedores, em especial a exigência de documentos como o alvará municipal, a licença ambiental e a autorização do Corpo de Bombeiros. “não é nosso obje-tivo fechar postos e desabastecer o mercado. Mas também não podemos deixar de cobrar a documentação que a legislação exige, sob pena de tam-bém sermos cobrados pelo Ministério Público”, explicou. E lembrou ainda que a principal alteração trazida pela Resolução 57/14 foi a concessão do prazo de um ano para a apresentação desses documentos.

Com relação à Resolução 58/14, o superintendente destacou que o objetivo das mudanças é melhorar a infraestrutura de distribuição, como no

caso da nova norma para base de dis-tribuição, que agora precisa ser própria com capacidade mínima de 750 m3: “o objetivo é amarrar a distribuidora a um ativo. Esse é um serviço público, uma concessão.” aurélio destacou ain-da que a resolução prevê prazos para adaptação: “não poderíamos fazer mudanças desse porte sem dar prazos para o mercado se adequar.”

lentidão no licenciamento am-biental – Um dos principais pontos abordados no debate foi a demora de alguns órgãos em conceder as

licenças exigidas pela anP. aurélio lembrou que a anP já concedeu o prazo de um ano para conseguir essa documentação, mas que não pode assumir uma responsabilidade que não está em suas atribuições legais. “a anP aceitará qualquer documento emitido pelo órgão responsável con-cedendo uma autorização, mesmo que provisória. Mas não podemos, por exemplo, aceitar um protocolo, pois ele não garante que a licença será concedida no final”, afirmou. outra questão levantada foi o motivo de levar amostras de combustíveis ao

“Ampliar os canais de diálogo com o mercado acerca das novas regras para a revenda e na distribuição de combustíveis”, foi dessa forma que o coordenador do escritório de são Paulo da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), francisco Nelson Neves, resumiu o objetivo do encontro realizado no dia 27 de novembro entre a Agência e o mercado. O evento teve a participação do superintendente de Abastecimento da ANP, Aurélio Amaral, e de representantes do sindicom (sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de lubrificantes), do sincopetro e da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

ANP reúne mercado de distribuição e revenda em São Paulo

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Jorge luiz oliveira, diretor executivo do sindicom, Aurélio Amaral, superintendente de Abastecimento da ANP, Francisco Nelson Neves, coordenador do escritório de são Paulo da ANP, José Alberto Paiva, presidente do sincopetro e Antonio de Pádua, diretor da Unica

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A DIRETORA-GERAL da anp, magda Chambriard, abriu a solenidade e frisou a importância desta premiação para o fortalecimento da indústria de petró-leo, gás natural e biocombustíveis do país. “Esse prêmio busca reconhecer o esforço e o mérito de quem contri-buiu com avanços tecnológicos para o desenvolvimento da indústria. Além de reconhecer o passado, queremos incen-tivar o futuro”, disse a diretora-geral.

Coube ao diretor Helder Queiroz iniciar a entrega dos troféus e certi-ficados aos vencedores da Categoria I - Inovação Tecnológica desenvolvida no Brasil por ICT (Instituição Cientifi-ca e tecnológica). Desenvolvido pela instituição PUC-Rio com as empresas Petrobras e Monflex, o projeto “Sistema MoDa (sistema de Monitoramento óp-tico Direto no Arame)” foi o ganhador.

Na Categoria II - Inovação Tec-nológica desenvolvida no Brasil por micro, pequena ou média empresa fornecedora em colaboração com em-presa petrolífera, a entrega do troféu foi feita pelo diretor Florival Carva-lho. O projeto ganhador “Proteção anticorrosiva de juntas soldadas em

campo em tubos de aço carbono com revestimento externo em polietileno tripla camada (PE3L) e polipropileno tripla camada (PP3L)” foi desenvolvi-do pela empresa MEi Engenharia Ltda, em parceria com petrobras.

O diretor José Gutman entregou o prêmio para os representantes da shell Brasil e FMC technologies do Brasil pela vitória na Categoria III - Inovação tecnológica desenvolvida no Brasil por empresa fornecedora de grande porte em colaboração com empresa petrolí-fera. O projeto ganhador foi “Árvores

de natal molhadas aplicadas ao rede-senvolvimento dos campos Bijupira e Salema, Bacia de Campos”.

O troféu Personalidade Inovação do Ano de 2014 foi entregue pela direto-ra-geral da ANP para o professor da Coppe/UFRJ, Luiz Pinguelli Rosa, por sua contribuição à pesquisa, ao desen-volvimento tecnológico e à inovação no setor energético brasileiro. Encerrando a solenidade, a diretora-geral agradeceu a presença de todos e ressaltou a im-portância do avanço tecnológico para o desenvolvimento do país.

três projetos foram premiados, cada um em uma categoria.

ANP valoriza os projetos mais inovadores para a indústria de petróleo e gás em 2014

laboratório para análise após uma fiscalização, mesmo se a análise em campo for aprovada. Francisco nel-son respondeu que a análise em cam-po é uma medida cautelar. “se houve algum problema, o equipamento será interditado cautelarmente. Mas se a análise não apresentar problema não significa que ele não exista, podendo ser detectado no laboratório.”

Para Francisco nelson, a reunião, realizada em são Paulo, no auditório do sincopetro (sindicato do Comércio varejista de derivados de Petróleo de são Paulo), foi uma oportunidade para identificar os principais pontos de dú-

vidas e questionamentos sobre as no-vas resoluções. o presidente do sin-copetro, José alberto Paiva gouveia, afirmou que o evento demonstra uma abertura da anP para discutir com o mercado. “Isso é importante para que possamos implementar melhor as normas. Hoje, estão representados aqui cerca de 8.600 postos, por meio dos quatro sindicatos do estado de são Paulo”, observou Paiva gouveia.

o diretor da Unica, antonio de Pádua, também ressaltou a importân-cia da iniciativa. “é fundamental esse tipo de encontro, pois reúne o órgão regulador, o produtor (de etanol), o

distribuidor e o revendedor. sem a existência da distribuição e da re-venda, o nosso produto não chega ao consumidor.” segundo o representan-te do sindicom, Jorge Luiz oliveira, a anP tem cumprido papel importante ao rever sua legislação. “é claro que alguns pontos ainda precisam ser dis-cutidos, e isso ocorre exatamente em eventos como esse”, declarou.

além de agentes econômicos e sindicatos, o evento contou com a pre-sença de representantes de parceiros institucionais da anP, como o Inmetro, o Ipem, a secretaria de Fazenda, a Cetesb e o Corpo de Bombeiros.

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O niteroiense leonardo Pacheco de Souza não é o Mestre--sala dos Mares, como foi chamado João Cândido, líder da revolta da Chibata, que hoje empresta seu nome a um dos na-vios petroleiros da transpetro. Mas é um navegador preciso, que soube traçar uma rota muito bem-sucedida no setor de petróleo e gás. “O bom navegador não espera o vento oportu-no, ele vai atrás”, diz o engenheiro de exploração e produção.

perfil profissional

PRIMEIRo da FaMíLIa com formação superior, o menino que ajudava o pai no bar buscou o conhecimento para singrar novos mares: com dois mestrados pela Coppe/UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), um em Engenharia de Petróleo e outro em negócios em Petróleo (MBP/Master Business Petroleum), hoje Leonardo Pacheco conclui o MBa exe-cutivo pela Fundação dom Cabral.

Esse aprimoramento contínuo lhe valeu uma sólida experiência: em apenas 16 anos de mercado, ele já passou por algumas das principais companhias internacionais do setor, como Repsol, schlumberger, Baker Hughes, Halliburton, além da brasileira PetroRecôncavo.

sempre atuando nas atividades relacionadas à exploração e produção de petróleo, em terra e mar, em maio de 2014 Leonardo resolveu assumir a ‘ponte de comando’ de seu próprio negócio, a Ubuntu treinamentos e serviços, com dois focos: atuar no mercado de campos maduros e mar-ginais e na qualificação profissional. “sempre tive uma postura corajosa para implantar a mudança”, afirma o homem que, quando pequeno, queria apenas “ser alguém”.

O leme – Foi seguindo à risca a frase que abre essa entrevista (“o bom navegador não espera o vento oportuno, ele vai atrás”), que Leonardo escolheu a engenharia de exploração e produção de petróleo. “a multidis-ciplinaridade dessa atividade, a possibilidade diária de aprender coisas novas e descobrir que dificilmente você estará pronto, me faz acordar todo dia querendo mais”, afirma ele.

“a humanidade que minha profissão me possibilita e que me faz convi-ver em harmonia com pessoas de diferentes culturas, pensamentos, raças e religiões, tornando-me uma pessoa plural e tolerante, foi que me seduziu e me levou a adotar essa profissão como meu leme”, complementa esse niteroiense que nunca havia pensado em entrar nessa área do mercado.

“Imaginava apenas ser alguém”, diz com simplicidade Leonardo, que começou a trabalhar aos 13 anos, ajudando o pai no Café e Bar Irmãos.

o NAVEGANtE NEGRo

por Beatriz Cardoso

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“sabia que tinha habilidades para lidar com o público e trabalhar em equipe, pelo contato diário que tinha com pessoas de diferentes formações, distintas classes sociais e sonhos diversos”, lembra.

Foi justamente isso que o levou a pensar em ter uma direção diferente daquela traçada pelo pai e pelas pessoas com quem eles trabalhavam no bar. ajudou nessa mudança de caminho a grande faci-lidade que ele tinha para Matemá-tica e Física, pavor dos mais jovens. o ensino médio foi feito na Escola técnica Federal de Química do Rio de Janeiro (EtFQ), na tijuca.

O caminho difícil – Foi lá que ele acabou se interessando pela enge-nharia e, especialmente, por petró-leo. “Como na época não existia o curso de engenharia de petróleo, fiz vestibular para engenharia elétrica na Universidade Federal Fluminense (UFF) e passei direto. Mas, com greves e paralisações, 1993 foi um ano muito complicado na UFF, recorda ele.

Leonardo não conseguiu se adaptar, pois já tinha um rumo na vida. “Queria muito mais! Por isso optei em fazer um novo vestibular, desta vez para o curso de engenha-ria de petróleo da Uenf, uma uni-versidade pioneira que teve como mentor o darcy Ribeiro”, explica o engenheiro. Ele ficou encantado com a filosofia da universidade, com uma iniciativa pioneira, visto que não existiam cursos e estrutura aca-dêmica semelhantes no Brasil. “tro-quei o conforto de morar a menos dez minutos da universidade pelo desafio de viver em outra cidade, em uma república de estudantes”, lem-bra ele. o que mais doeu, confessa, foi trocar a comida preparada pela mãe pelo cardápio do bandejão.

qualificação é essencial – daí em diante, Leonardo nunca mais parou

de estudar e trabalhar. Com dois mestrados concluídos e um MBa na reta final, ele cita outra frase, para explicar o porquê dessa busca contínua pelo conhecimento. “Eins-tein tem uma frase que sempre re-pito: ‘a alegria de ver e entender é o mais perfeito dom da natureza’.”

sua única tristeza é não ter concluído o doutorado em enge-nharia na Coppe, depois de seis anos de dedicação e muito esforço. “Problemas particulares me impe-diram de me dedicar à tese. tinha mais de 50% dela desenvolvida e os créditos finalizados”, relembra. no entanto, o aprendizado con-solidado o ajudou a montar uma estratégia para a carreira.

o MBa foi mais um passo nes-se sentido. segundo ele, a busca

incessante de melhoria no quesito ‘liderar’ foi o que o inspirou a fazer o curso. “Estudei continuamente 13 anos de engenharia e jamais me foi oferecida uma disciplina de humanidades. Percebi que, pela minha posição, necessitava urgente desenvolver competência e habilidades em itens como lide-rança, negociação e trabalho em equipe”, avalia. Ele não queria fa-zer os cursos internos da empresa em que trabalhava na época, visto que a mesma era muito voltada para o negócio. Queria fazer algo diferente e dividir sua experiên-cia com outras pessoas. “também tinha curiosidade de saber qual eram as posturas de meus pares, para fazer uma autorreflexão do que eu estava fazendo, se certo ou errado”, comenta.

Leonardo buscava adquirir com-petências para aprimorar o desem-penho em gestão de empresas. “ne-cessitava entender mais de algumas áreas que não tive contato na minha formação, como gestão de pessoas, marketing e finanças”, explica.

o engenheiro também que-ria conhecer gestores de outros setores e desenvolver network fora do setor de óleo e gás. “Lembro de uma aula cujo estudo de caso era a dificuldade de um gestor de um hospital para fechar suas contas praticamente sem margem de lucro e ter que lidar com vaidades de sua equipe. Isso me mostrou a importância de fazer adaptações em meu estilo de liderar e condu-zir o negócio.”

Primeiro estágio – o que o levou a estagiar na Halliburton Energy service, um dos grandes players internacionais, um ano antes de concluir a faculdade, foi a paixão pela área de engenharia de poço. “na época, graças à minha inicia-ção científica, consegui uma vaga de estágio no setor de perfuração

idade: 41 anosCasado: há 13 anos, com Vanessa, funcionária públicaFilhos: Bernardo (6 anos) e Vitória (3 anos) mora: em niterói, onde nasceuHobby: escutar discos de rock das décadas de 80 e 90Música preferida: ‘Comida’ (Titãs)livro preferido: A busca de um caminho para o Brasil, do professor Hélio dos santos. Hobby: Passear e viajar com a família Filme preferido: Men of honor (Homens de honra) com Cuba Gooding Jr. e robert de niromaior alegria da vida: a família

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direcional, por meio de um convê-nio da universidade com a empre-sa”, lembra.

a Halliburton era líder no mercado e detentora de tecnologia de ponta. “tinha sede de querer estar nas melhores empresas e de aprender o que era moderno e tecnológico”, complementa.

E teve medo no começo, pois não queria levar a experiência de balconista de bar. “Pensava que seria tudo diferente, porém me enganei. observei que minha experiência no bar poderia somar nos quesitos trabalho em equipe, engajamento voltado para o clien-te interno e externo e a simpli-cidade. ou seja: me ajudava em 70% do meu trabalho no estágio. Quando percebi que esses três itens eram fundamentais para o melhoramento contínuo de minha carreira, resolvi acoplar o bal-conista com o engenheiro e deu nisso”, comenta, risonho.

Além da fronteira – Em 1999, já formado, viveu a primeira expe-riência profissional no exterior, quando foi trabalhar na Repsol/YPF del Ecuador, em Quito. na época o preço do barril de petróleo estava muito baixo e existiam poucas oportunidades no Brasil. Ele estava fazendo mestrado na Coppe/UFRJ quan-do surgiu a oportunidade de tra-balhar na YPF, estatal argentina, em projeto de desenvolvimento de campo no Equador. “Como sou movido a desafios, resolvi encarar a oportunidade. sabia que tinha que me preparar para o mundo. Comprei uma mala grande, dois casacos e muita manteiga de cacau e fui para Quito. nem olhei para trás, pois achava que dificuldades são apenas uma barreira a ser pula-da na corrida da vida”, recorda o engenheiro.

Único brasileiro e único ne-gro em uma empresa latina, ele chamava um pouco a atenção: “Procurei simplesmente fazer acontecer: escutei mais do que falei, observei muito as diferenças de cultura e procurei me adaptar e dedicar à equipe da qual fazia parte”, explica.

Ele foi trabalhar no bloco 16, dentro da floresta amazônica equatoriana. “só em estar traba-lhando naquele local e naquelas condições climáticas já me exi-gia dedicação, atenção e atitude de liderança. Procurei passar minha experiência de trabalho em equipe para diminuir a difi-culdade do idioma e do choque de cultura”, comenta.

De volta ao brasil – Em 2000, ao ser entrevistado por executivos da PetroRecôncavo, ficou fascinado com o projeto pela oportunidade que lhe foi oferecida. “Começar uma empresa do zero e com a pos-sibilidade de participar da tomada de decisão, não mais como um simples executor e sim como autor do projeto, fez meus olhos brilha-rem”, afiança. Foi assim que ele decidiu voltar para o Brasil.

Leonardo ficou na petroleira brasileira durante quatro anos. “Foi a experiência mais enri-quecedora que tive em minha carreira. Ela me deu sustentação no estilo de conduzir projetos e equipes e me ensinou a ser mul-tidisciplinar”, lembra. a experi-ência mostrou a necessidade de uma formação multidisciplinar, e vocação para formação de equipes e coaching de pessoas.

“tenho muito orgulho de ter participado da parte inicial de implantação da empresa, como também da elaboração e parti-cipação em vários projetos que estão levando a PetroRecôncavo a uma posição de destaque entre as

empresas produtoras de petróleo e gás no Brasil”, avalia.

Rumo à áfrica – o desafio de voltar a ter uma nova experiência profissional fora do país, liderando um projeto pioneiro da Halliburton com a sonangol acabou incen-tivando-o a fazer as malas em 2004 e partir para o outro lado do atlântico. “Em 2005, a sonangol estava iniciando alguns projetos de desenvolvimento de campos no offshore angolano. Foi uma experi-ência maravilhosa, pois me deram toda liberdade para a tomada de decisões”, frisa Leonardo.

Ele se orgulha também de ter participado no processo de montagem de uma equipe integra-da por 80% de angolanos. “Como coaching, capacitei os técnicos de minha equipe para o atendimen-to ao cliente. E mostrei que era possível montar uma equipe de quase 100% de angolanos e obter sucesso”, complementa.

Com o final do contrato com a sonangol e a gravidez da esposa, vanessa, Leonardo decidiu voltar para o Brasil em 2006, ainda na Halliburton. de lá, sairia apenas um ano depois, para ir trabalhar em outra gigante do setor: a Baker Hughes. “Fui contratado para participar do principal contrato de perfuração direcional daque-la época. Era o primeiro grande contrato da Baker/Inteq no Brasil. E eu acreditava que já era hora de ter uma experiência em projetos com a Petrobras”, lembra o intré-pido engenheiro.

Conhecimento ampliado – Ele foi liderar o time de engenheiros responsável pela elaboração dos programas de perfuração da Baker Hughes. “a experiência me possi-bilitou participar e entender me-lhor os projetos de perfuração nas bacias offshore brasileiras, princi-

perfil profissional

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palmente nas bacias de Campos, santos e Espírito santo”, observa. Participar de licitações e auxiliar outros setores que pouco conhecia, visto que nesta época tinha maior experiência em empresas de E&P, foi outro aprendizado.

de acordo com Leonardo, na Baker ele aprendeu que para atender uma demanda crescente é necessário ter atitudes proativas para conseguir o alto desempenho das pessoas. “Coaching, Mento-ring e educação continuada foram os pilares de sustentação para o pessoal que eu liderava. aprendi que para obter êxito nos projetos era necessário ter uma equipe com alta capacidade de trabalho e de aprendizagem”, apregoa.

depois, ele ainda trabalharia na smith do Brasil e, mais tarde, na schlumberger dt&R, onde ficou cinco anos, até 2014, sempre atuando no Brasil. “nesse período tive novamente a oportunidade de iniciar um projeto do ponto zero, como gerente de conta atendendo à ogX. E ainda pude participar da estratégia comercial, de marketing e operacional.”

Para Leonardo, o grande apren-dizado durante esse período foi a sinergia e integração entre os se-tores. “aprendi que 1+1 é sempre maior que dois. E que a integração entre setores e/ou empresas é fator primordial para o amadurecimento e para o aumento da competitivi-dade das empresas”, pontua.

Prós e contras – Com tantas idas e vindas e passagem por diver-sas empresas, Leonardo Pacheco faz um balanço de sua trajetória. segundo ele, a carreira de um en-genheiro de petróleo deve passar por algumas áreas-chaves: tanto técnica-operacional como técnica de gestão, além da área acadêmi-ca. “sempre tive claro que eu era responsável por minha carreira.

Por isso elaborei uma estratégia que me fez passar pelo menos cinco anos da minha carreira em cada uma dessas áreas. Queria ser um engenheiro generalista com experiência em cada uma dessas áreas, em diferentes cenários (no caso, cenário offshore e cenário onshore)”, explica.

Ele considera que a mudança de emprego traduz essa estra-tégia estabelecida. “Creio que essa experiência é um diferen-cial no mercado”. os pontos negativos desta rotatividade são as férias que não teve tempo de cumprir, o pouco tempo para a família e saudade dos amigos que deixou pelo mundo.

Dono do negócio – Em 2014, aos 40 anos, Leonardo Pacheco decidiu criar um negócio próprio, a Ubuntu treinamentos e servi-ços. “vi uma palestra do professor govindarajan, um dos gurus de estratégia empresarial, na qual ele disse que para criar, qualificar e quantificar o futuro é preciso esquecer seletivamente o passado. a estratégia não é o que você pre-cisa fazer daqui a 15 anos, mas os projetos que você deve implantar agora para chegar lá. a estratégia tem a ver com a competição para o futuro e não a competição no presente”, lembra.

Ele entendeu que as empresas que desejam participar do futuro devem gerenciar o presente, pois tudo o que nasce será preservado. E decidiu, então, estudar os pro-váveis cenários para o mercado de campos maduros e marginais no Brasil. “vi que existia uma grande oportunidade de implantar minha própria empresa e começar um novo projeto do zero”, afirma.

Foi assim que em julho de 2014 ele iniciou as atividades e logo conseguiu uma parceria com uma empresa estrangeira, para avaliar

os campos maduros oferecidos pela agência nacional do Petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anP). “Estamos em processo de avaliação desses campos para que possamos participar da licitação, caso a agência realize alguma lici-tação no próximo ano”, revela.

Paralelamente, a empresa viu oportunidades na área de educa-ção continuada para profissionais que já trabalham na área e neces-sitam desenvolver habilidades e competência para galgar cargos de coordenação e não conseguem se capacitar pelo fato em traba-lharem em regime de embarque. “Estamos buscando parcerias com universidades para desen-volver cursos de especialização e educação continuada para esse nicho de mercado. Penso que em março de 2015 já estaremos lan-çando um pacote de cursos volta-dos para esses profissionais”, diz o empreendedor.

Para Leonardo, a nova realida-de de ser dono do negócio não o assusta: “sempre tive uma postura corajosa para implantar mudanças. Penso que ter coragem é a capa-cidade de enfrentar o medo e não admitir que esse sentimento se transforme em pânico ou em imo-bilidade. Me preparei para esse momento e agora estou buscando oportunidades para expandir o portfólio da empresa”, afirma.

a expectativa da empresa é crescer no segmento de campos maduros e marginais, participando de licitações e buscando parce-rias para avaliações e aquisições de campos maduros. E também na área de educação continuada, buscando parcerias com empresas e universidades, com o propósito de oferecer cursos de educação continuada voltados para nossa realidade. “o mercado necessita urgentemente desenvolver essa área”, conclui.

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2ª Edição

Realização

09 e 10 de Fevereiro de 2015Hotel Golden Tulip Paulista Plaza - São Paulo | SP

Informações e Inscrições: (11) 3266-3591 | [email protected]

www.blueoceanevents.com.br

Apoio Institucional

Balanço e Perspectivas para o Mercado de Comercialização de Energia no Brasil e Posição dos Agentes frente a um

Novo Cenário de Incertezas em 2015

Fórum de Comercializaçãode EnergiaOutlook 2015

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Ano 4 • nº 37 • janeiro de 2015 • www.tnsustentavel.com.br

Sumário

54 57 58termelétrica Energia solarEntrevista com André trigueiro

Brasil terá maior usina termelétrica à base de biomassa da América latina

Energia solar térmica representa mais de 1% da matriz energética brasileira

Mudanças

lia medeiros, diretora do núcleo de sustentabilidade da tn petróleo

[email protected]

Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

‘Estamos operando no vermelho’

Começamos o ano com a notícia da última descober-

ta feita pela Nasa, de mais oito novos planetas, nas chamadas zonas habitáveis, sendo dois deles muito semelhantes à terra em tamanho e estrutura.

Coincidências à parte, o tema principal dessa edição trata dos impactos negativos que o homem está promovendo no planeta com sua forma de ocupação, propondo uma revisão de hábitos e paradigmas de consumo. A prepotência de nos considerarmos os únicos habitantes do Universo tem nos levado a viver sem limites, num modelo que precisa ser posto em xeque. E nada melhor do que o início de um novo ano para pensarmos sobre isso, não é mesmo?

E para começar bem, a entrevista dessa edição é com André trigueiro, um dos principais profissionais de comunicação especia-lizados em meio ambiente no país. Ele nos fala sobre os impasses civilizatórios da grave crise ambiental que estamos vivendo e alerta para o fato “O estoque de recursos naturais suficientes para sus-tentar a humanidade nos 365 dias do ano exauriu-se.”

Algumas empresas também já entenderam o dilema e estão investindo em iniciativas para contribuir com algumas mudanças. A Ampla lançou uma plataforma de crowdsourcing como base do projeto NO.v.A. – Nós vivemos o Amanhã, uma iniciativa inédita no Brasil que permitirá ao público contribuir com ideias para a construção de uma moradia do futuro, sustentável, com tecnologias inovadoras que possam facilitar a vida das pessoas e solucionar problemas que existem hoje nessa área. E o Centro de tecnologia

senai Ambiental (Cts Ambiental) investiu na modernização de duas unidades já existentes para dobrar a capacidade de produção do Centro no atendimento às indústrias que estão em busca de tecnologia e inovação para reduzir os impactos no meio ambiente. Excelentes notícias!

trazemos ainda a matéria “Economia, ciência da abundância ou da escassez?” do jornalista felipe salgado, que faz uma análise sobre a evolução da economia e suas implicações, promovendo uma reflexão sobre os limites do consumo e o verdadeiro sentido da felicidade.

E, por fim, no artigo “Negócios Conscientes: o grande desafio”, Wanderlei Passarella aborda a crise de enorme profundidade que atinge diretamente o setor de óleo & gás e afirma que essa crise tem contornos que ultrapassam os limites da preocupação econômica e adentra as áreas da ética, da psicologia e até mesmo da filosofia existencial dos negócios.

Pela frente, caros leitores, um grande desafio que envolve não apenas o nosso país e o nosso setor, mas toda a humanidade. Nada existe de forma isolada. O que estamos vivendo é resultado da atuação de todos. Mas, em contrapartida, teremos um ano novo inteirinho de oportunidades para mudanças.

que essa edição, primeira do ano, possa contribuir com reflexões e ideias para tirarmos do papel as propostas que podem ajudar nessas mudanças. vamos juntos?

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A afirmação é do jornalista André trigueiro, editor-

chefe e apresentador do programa Cidades e

soluções, da Globo News, ao discorrer sobre os

impasses civilizatórios de uma crise ambiental sem

precedentes na história da humanidade. “O estoque

de recursos naturais suficientes para sustentar

a humanidade nos 365 dias do ano exauriu-se. Estamos

operando no vermelho, ou melhor, no cheque

especial”, afirma um dos principais profissionais de

comunicação especializados em meio ambiente no país.

“Estamos operando

No VERmElHo”

suplemento especial

Nessa entrevista exclusiva à tN Petróleo, trigueiro trata de temas controversos ao analisar a crise sistêmica

que afeta o mundo em transformação em que vivemos. Questões como a crise hídrica, o papel da economia, o hiperconsumismo, a finitude dos recursos naturais e a ética no mundo contemporâneo são alguns dos assun-tos abordados por ele, que alerta: “o relógio está correndo.”

tn petróleo – o Brasil detém a maior reserva de água doce do planeta. En-tretanto, a má gestão dos recursos naturais aliada à estiagem provocou um estresse hídrico sem precedentes no país em 2014. Em meio a abundância e desperdício, essa crise poderá se repetir?

André trigueiro – principalmente se não houver a gestão inteligente e correta dos recursos hídricos, que não se resume apenas à água doce super-

ficial de rio ou às águas subterrâneas. precisamos estender o cardápio bas-tante variado das águas que hoje não são consideradas recursos hídricos no Brasil. Eu falo de água de chuva, água de reúso e situações em que a dessalinização possa ser empregada eventualmente para melhorar cenários de escassez. o que está acontecendo no sudeste do país, principalmente em são paulo, são as consequências catastróficas de destruição e degrada-

por Felipe Salgado

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ção do rio paraíba do sul nos últimos cem anos. Essa bacia tem apenas 20% de cobertura vegetal, uma carga mo-numental de esgoto in natura sendo lançada todos os dias, assoreamento, mata ciliar devastada e licenciamento ambiental frouxo para certos tipos de intervenções. Há uma retirada sistemá-tica de água sem que a gente consiga prestar atenção nas melhores condi-ções para que essa bacia continue respondendo à crescente demanda de consumo. É preciso reconhecer que há uma estiagem. Dizem que é a pior em 80 anos. Eu não gosto dessa terminologia. Afinal, São Paulo não era o que é há 80 anos. Se a bacia tivesse o tratamento correto e inteligente, não teríamos esse cenário desolador e angustiante que se verifica hoje. Isso é claro, científico e mensurável.

Em tempos de estresse hídrico, recur-sos vitais como a água doce podem ser tratados como mercadoria?

os relatórios da organização das nações unidas (onu) apontam que, apesar do crescimento populacio-nal e a geografia desigual da água no planeta, o maior problema que enfrentamos é a gestão desastrada dos recursos hídricos. ao tratar a água como mercadoria, abriremos um espaço para que as leis de mer-cado determinem quem terá acesso a ela. Então, é preciso separar o joio do trigo. vamos precisar do capital privado e de um planejamento de negócios que permita a maior oferta de recursos hídricos e a sua gestão inteligente sem que haja qualquer risco ao direito humano fundamental que é o acesso à água de qualidade. Eu digo isso porque existem alguns casos no mundo, como em Burkina Faso, na África, que determinou a privatização dos recursos hídricos com leis estranhíssimas. Lá existem diversos tipos de gradação das águas disponíveis ao consumidor. De acordo com o seu nível de renda, o cidadão escolherá a qualidade da água que

puder pagar. portanto, temos que ter cuidado e prestar atenção para os enormes riscos que isso significa.

Um dos fatores que disparou o gatilho da crise econômica de 2008 foi a ri-queza especulativa superar em até dez vezes a riqueza produzida. Ainda dá tempo de reorientar a roda da economia a serviço do bem-estar coletivo?

Esse cenário descrito por você não é sustentável. Temos claramente a urgência de outra forma de pensar o capital. E o capital precisa estar a ser-viço da vida e não da morte. Ele precisa estar a serviço do equilíbrio e não da destruição. não estou ideologizando ou proferindo um discurso religioso. Estou falando pura e simplesmente de sobrevivência. Isso significa que qual-quer empreendimento real ou virtual precisa adotar uma nova contabilidade. Precisamos fazer a conta de trás para a frente nos seguintes termos: o movi-mento de migração do meu capital, ou o ato de consumo que eu venha a realizar, determinará que tipo de impacto sobre o meio ambiente? se essa pergunta não é feita, há um risco enorme de a gente onerar a sobrecarga que já é mensu-rável e visível no planeta.

Quais são os indicadores que lhe per-mitem dizer que estamos vivemos uma crise ambiental sem precedentes na história da humanidade?

De acordo com a organização glo-bal Footprint Network, referência para exercício da pegada ecológica (como o nosso modo de vida é mais ou menos compatível com o equilíbrio do planeta), o dia 19 de agosto é o dia da Sobrecarga da terra (em inglês, Overshoot Day). ou seja, o estoque de recursos naturais suficientes para sustentar a humani-dade nos 365 dias do ano exauriu-se. Estamos operando no vermelho, ou melhor, no cheque especial. a data de sobrecarga da terra tem sido de-cretada cada vez mais precocemente. Até quando o planeta suportará, ainda não sabemos. Mas temos o padrão de

catástrofe. Estamos nos aproximando de um momento de ruptura. a ciência avançou o suficiente para não conside-rar isso apenas como uma hipótese. isso vai acontecer se a gente não corrigir o rumo... o grande capital é uma peça cha-ve no tabuleiro para a qualificação dos investimentos. Estamos vivendo num mundo onde essas escolhas precisam ser tomadas agora. Não é o planeta que precisa ser salvo, mas a humanidade é que precisa ser salva. a humanidade depende do planeta, e não contrário. o relógio está correndo.

Quanto mais produzimos e consumi-mos, maior o Produto interno Bruto (PiB). Quanto maior o PiB, maior a taxa de emissão de Co2. Nessa relação obsessiva, onde o PiB vai parar?

O PIB é uma unidade defasada e ultra-passada de medição da riqueza e progres-so de uma nação. Esse indicador foi objeto de algumas investigações metodológicas, uma delas chefiada, inclusive, pelo ex--presidente francês Nicolas Sarkozy, que reuniu economistas do mundo inteiro. Existem alternativas mais inteligentes e interessantes de medir a riqueza de uma nação. Em março, eu estive num país que ostenta os indicadores mais impressio-nantes de PIB nas últimas décadas: a China. Eu vi uma situação estarrecedora e assustadora... eu não tinha noção da gravidade até estar lá: a nuvem espessa de fumaça que os chineses respiram, inalam e engolem em proporções cada vez maiores, que faz com que as pessoas andem com máscara cirúrgica nas ruas! Esse PIB chinês se transformou numa ameaça real, concreta e mensurável à qualidade de vida dos chineses. o país está queimando carvão mineral para sus-tentar esse crescimento e licenciando 1 milhão de automóveis por mês para sustentar esse piB. É um país que está ‘à beira de um ataque de nervos’. Nós estamos muito defasados quanto a outras possibilidades de medir riqueza, qualidade de vida e estoque de recursos naturais. tudo isso deveria estar contabilizado ou medido nesse novo indicador.

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suplemento especial

A qualidade do ar que respiramos, o ma-nancial de água doce que nos abastece ou o serviço de polinização que prestam as abelhas à agricultura são valorados e valorizados apenas quando nos faltam. Por que esses custos não entram na conta do PiB?

Mas têm que entrar e vão entrar. o re-cente acordo firmado entre EUA e China, os dois maiores poluidores do planeta que respondem por 45% das emissões globais de gases de efeito estufa, abre espaço para sobretaxar o carbono. Ou seja, se um país que realiza esforços para reduzir sua emissão de gases de efeito estufa produz bens industriais dentro dessa economia de baixo carbono, ele poderá sobretaxar monetariamente com base na quantificação do carbono qualquer país que se torne competitivo em seu mercado, por ser ineficiente. Afinal, se sou eficiente e agrego valor ao meu produto com base nesses princípios, e o outro fabrica mais barato com um custo ambiental maior, é justo que ele seja competitivo no meu país e estrangule a minha concorrência? não! É uma questão de promoção da justiça fiscal. Internalizar os custos ambientais é um processo gradual e progressivo. nós estamos vendo que os países de-senvolvidos estão empregando fontes de energia limpas e renováveis para sair do nível de dependência dos combustíveis fósseis. Há uma corrida tecnológica nessa direção. Então, vivemos em um mundo onde as pessoas têm que prestar atenção nos cenários: o ex-economista-chefe do Banco Mundial, nicholas stern, lan-çou dois relatórios revelando o custo da inação, ou seja, quanto vai custar para a humanidade não fazer o dever de casa na área climática. E nós não estamos fazendo o dever de casa subsidiando combustíveis fósseis.

o cidadão foi relegado à condição de consumidor. Por que consumir pare-ce ser mais atraente do que exercer cidadania nesse sistema extrativista, consumista e poluidor?

vivemos num mundo onde a alie-nação, a dispersão, a distração são

muito convenientes para quem se locupleta no ato de consumo que é confundido ou entendido como diver-são, entretenimento e afirmação de poder. Essa é uma armadilha civili-zatória. O consumo favorece a vida. precisamos consumir para viver. o consumismo ou hiperconsumismo é uma tragédia porque gera desper-dício e produz excesso. num mundo onde os recursos são finitos, a hu-manidade terá sérios problemas ao ignorar os limites do planeta. tudo o que consumimos é um pedacinho de natureza: tem água, matéria-prima e energia. Então, tudo o que a gente coleciona, tem mais do que precisa e extrapola o necessário entra numa conta perigosa. Já somos mais de sete bilhões de pessoas e aproxima-damente metade não está inserida na sociedade de consumo.

os países industrializados não querem abandonar os velhos hábitos de con-sumo, enquanto os países emergentes querem consumir mais do que apenas o necessário. tem planeta suficiente para todos satisfazerem seus desejos e anseios materiais?

Quando a gente fala de inclusão social – um princípio muito justo –, estamos falando em aumentar o poder de consumo de quem consome apenas o necessário. Isso não é possível se não promovermos a educação para o consumo consciente e não reduzirmos a sanha consumista das classes mais abastadas. Não há planeta suficiente para que todas as pessoas achem que há natureza suficiente para saciar a sanha consumista de todos. Estamos falando de um mundo em que os valores civilizatórios que predominam remetem ao ‘ecocídio’, o colapso da mãe-natureza quando o vírus apaga o software inte-ligente da vida. precisamos entender as leis que regem a vida e o universo para viver num planeta em equilíbrio. E não é possível viver em um planeta em equilíbrio quando o consumismo é um valor civilizatório.

Se a natureza é o limite da economia, qual é o limite da riqueza individual?

Eu acho que existe uma função providencial da riqueza. Ela precisa ter utilidade e serventia. precisa ser aplicada de forma menos individua-lista, egoísta e hedonista. a riqueza não existe para sustentar ostentação. Ela não precisa retroalimentar a cul-tura da acumulação ilimitada de bens e posses como se fosse uma creden-cial, um passaporte para os eleitos que venceram. Quem tem abundantes recursos financeiros está sendo desa-fiado ética e moralmente a fazer algo que extrapole apenas os seus desejos e idiossincrasias. É outro conceito de como exercer a posição de rico na so-ciedade. Em algumas culturas, o rico que se locupleta e não tem essa visão da riqueza é discriminado. Ele não é visto como alguém bem-sucedido. Ele é visto como um parasita que pesa para a sociedade. Ele está do lado errado da gangorra porque não está empre-gando minimamente esses recursos na direção do que realmente importa. E aqui, muito rapidamente, uma visão que eu tenho: toda a riqueza ou todo bem nos é dado por empréstimo. Nós achamos que somos donos, mas não somos. porque quando a gente parte desse mundo, a gente não consegue levar nada. Isso fica. Então, nós somos aqueles que vão usufruir durante um tempo de uma riqueza que é passageira. Ela não nos pertence. ao deixar de ter a presença física aqui, já que a reali-dade inexorável da vida é a morte, a gente morre ou, segundo alguns creem, como eu, ‘faz a passagem para outro plano’. Essa riqueza que fica, enquanto estiver sob a nossa tutela e custódia, pode ter utilidade mais nobre do que apenas o deleite do número de zeros que há no extrato bancário mensal. Há uma questão importante que é cultural: como a pessoa abastada num mundo onde há tanta pobreza, miséria e de-sigualdade se posiciona no tabuleiro? Cada um que reflita de acordo com a sua consciência.

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A Bolt Energias assinou contrato para desenvol-vimento da UtE Campo grande BioEletricida-

de, maior usina termelétrica a biomassa da américa Latina, localizada em são desidério (Ba). a Leme Engenharia, do grupo francês gdf suez, prestará serviços de engenharia do pro-prietário, etapa que contempla a gestão das obras do projeto, logo após a fase de planejamento.

ao todo, 18 profissionais da Leme Engenharia atuarão, a par-tir deste mês, na revisão do pro-jeto executivo (design review), que terá duração de 12 meses. ainda farão a supervisão das obras de construção da usina, a partir do primeiro trimestre de 2015, estendendo-se por cerca de 30 meses.

a obra vai gerar perto de 700 postos de trabalho e tem previsão de ser inaugurada no segundo semestre de 2017. o investi-mento total da Bolt Energias na térmica é de R$ 650 milhões.

Para o presi-dente da Leme Engenharia, flavio Cam-pos, o contrato celebrado com a Bolt Energias para o desenvol-vimento da UtE Campo grande BioEletricidade reforça o posicio-namento estratégico da empresa de ampliar sua participação em novos setores de atuação. “o nosso objetivo é manter uma

taxa de crescimento anual de 5%. Para isso, nos apoiamos em uma série de estratégias, entre elas a ampliação da nossa participa-ção em novos mercados. somos reconhecidos por nossa vasta experiência em hidroenergia, geração térmica, sistemas elétri-cos e infraestrutura, e buscamos esse reconhecimento também em outros setores, principalmente no de energias renováveis. a opor-tunidade de participarmos de um projeto de geração a biomassa de tamanha envergadura é um grande estímulo para mantermos o nosso posicionamento estraté-gico”, afirma.

o presidente da Bolt Ener-gias, Ricardo Junqueira, con-sidera que esta nova parceria agrega ainda mais segurança ao projeto, que segue os mais elevados padrões internacionais.

“a Leme Enge-nharia amplia a excelência internacional para construção da UtE Campo grande, que já conta com a

participação da areva Renewa-bles, responsável por toda enge-nharia, compras e construção da usina”, conclui.

Este é o segundo contrato fir-mado entre a Leme Engenharia e a Bolt Energias para o desen-volvimento da Campo grande BioEletricidade. o primeiro, fina-lizado em abril deste ano, con-templou a avaliação de propostas e negociação com empresas EPC (engineering, procurement and construction) e interface com fornecedores da região onde será instalada a usina.

Bolt Energias assina contrato com a leme Engenharia para desenvolvimento da maior usina termelétrica a biomassa da América latina

Brasil terá maior usina termelétrica à base de biomassa da América latina

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suplemento especial

Energia Solar térmica representa mais de 1% da matriz energética brasileira

O Brasil encontra-se na 5ª po-sição no ranking mundial na utilização de energia solar térmica, de acordo

com o relatório da IEa (International Energy agency) 2014, com capa-cidade instalada de 5.783 MWth e produção de energia anual de 5.785 gWhth, energia proveniente dos 8,4 milhões de m² de área de co-letores solares térmicos instalados até o ano de 2012, de acordo com o citado relatório.

a associação Brasileira de Re-frigeração, ar-Condicionado, ven-tilação e aquecimento (abrava), que representa o setor de energia solar térmica em todo o território nacional, chama a atenção para os benefícios do uso desta fonte de energia, limpa e renovável, frente aos desafios energéticos por que passa o país, pois apresenta múl-tiplas formas de contribuição na geração de água quente (energia) para residências, comércio, hospi-tais, clubes e indústrias, e apresenta versatilidade em diversos tipos de aplicações, deslocando consumo de energia elétrica no horário de pico.

Para Marcelo Mesquita, secre-tário executivo do departamento nacional de aquecimento solar - dasol da abrava, o Brasil pode e deve explorar muito mais e de maneira inteligente essa energia, que apre-senta o menor custo dentre vários energéticos disponíveis e tem a van-tagem de ser uma geração instalada no ponto de utilização, ou seja, 100% distribuída e que não depende de conexão com a rede pública de ele-tricidade, como é o caso da energia solar fotovoltaica.

de acordo com estudos recen-temente publicados pela abrava, a partir de dados desse mercado, no ano de 2013, e de informações do BEn (Balanço Energético nacional), a energia solar térmica já representa 1,03% da matriz elétrica brasileira, pouco atrás da energia eólica com 1,09% (gerada pela produção dos ventos), e bem à frente da fotovol-taica (energia solar para a geração de eletricidade) com 0,01%.

o parque solar térmico existente no Brasil, em 2013 com 6.363 gWh, já supera a energia gerada pela usina nuclear de angra 1 (5.395,5 gWh). a capacidade instalada é de 1.397 MW, que equivale à potência de duas turbinas de Itaipu (2x700MW), sendo que essa energia elétrica equivalen-te é suficiente para abastecer uma cidade inteira como Curitiba, que possui população de 1,8 milhão de habitantes e atividade econômica

que a faz ter o 4º maior PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil

Aquecimento solar é energianos últimos anos, a matriz energética brasileira tem sofrido alterações e perdendo sua característica renová-vel. Esse cenário se intensificará ain-da mais, pois a crescente demanda por energia se depara com a escassez de chuvas e especulações no que se refere às garantias do abasteci-mento, que passam a contar com o funcionamento contínuo das usinas térmicas, e que acarretam a elevação contínua e expressiva dos preços da eletricidade e o consequente aumen-to da poluição devido às emissões de gases que ampliam o efeito estufa e agridem a camada de ozônio.

nesse contexto, se destaca a contribuição dos sistemas de aquecimento solar (sas), que pode substituir fontes energéticas

Considerando a alta incidência solar em todo o território brasileiro, podemos refletir: Por que esse tipo de energia com tantos benefícios é ainda pouco utilizado no país?

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tradicionais, como a eletricidade e o gás, pela energia solar térmica (aquecimento de água) em diversos segmentos da economia, tais como: hotéis, hospitais, residências, habi-tações de interesse social, clubes, piscinas e academias e, até mes-mo, em processos industriais, que apresentam enorme potencial. Em todos esses setores são amplos os benefícios, não apenas nos aspec-tos energético e ambiental, como também social e econômico.

Para Luís augusto Ferrari Mazzon, presidente do dasol, o uso da ener-gia solar térmica se traduz também em expressiva economia de ener-gia para os cidadãos e para o país e traz, ainda, redução da demanda de energia elétrica no horário de pico do sistema, minimizando o risco de apagões. desta forma, os sistemas de aquecimento solar colaboram de forma efetiva com o setor energético e na diversificação de sua matriz de geração, com energia advinda de fonte totalmente limpa, gratuita e obtida por equipamentos etiquetados e aprovados pelo Inmetro, produzi-dos por indústrias eminentemente nacionais, que geram mais de 40 mil empregos aqui no Brasil.

ainda de acordo com o citado relatório da agência Internacional de Energia, no ano de 2012 o Brasil ampliou a capacidade instalada da tecnologia de aquecimento solar de água em 806 MWth, superando a alemanha (805) e Estados Unidos (699), nesse mesmo período.

no contexto da matriz energética brasileira, um destaque importante é que o valor da energia produzida pelo aquecedor solar para o consu-midor final é apenas cerca de 1/3 do custo da eletricidade, ou seja, algo próximo a R$ 120,00 por MWh.

de acordo com os dados mais recentes do dasol, o Brasil fechou o ano de 2013 com 9,8 milhões de m² de área de coletores instalados de sas, com geração de 6.830 gWh/ano, equivalente ao consumo anual de uma cidade como Curitiba, com cerca de 2 milhões de habitantes.

os benefícios da utilização em habitações de interesse social

só com o uso do aquecedor solar é possível economizar cerca de 35% no valor da conta de energia. o uso do chuveiro elétrico representa 25% da conta de energia e no inverno pode aumentar mais 30%.

Para o dasol, um ponto de parti-da na contribuição do setor ao país, é o governo estender a instalação compulsória de aquecedores solares para todas as residências do Progra-ma Minha Casa Minha vida, um total de 3 milhões de habitações e geração de 4.645 gWh/ano, superior ao consumo distribuído pela Conces-sionária do estado do Rio grande do norte em 2013 (Cosern: 4.418 gWh), mas hoje, o uso do equipamento é restrito apenas a casas da “faixa 1” do Programa, e deve atingir apenas 263 mil residências.

Para a entidade, algumas medi-das tomadas por parte do governo se-riam assertivas, como, por exemplo, a adoção de um programa motivacional e de incentivo com desconto no valor da aquisição de aquecedores solares de água que viabilizaria muitos be-nefícios à sociedade brasileira, como:

a. Redução do consumo de ener-gia elétrica, principalmente em subs-tituição ao consumo do chuveiro elé-trico. Em média, para uma instalação residencial, pesquisas demonstram economias mensais superiores a 30%;

b. Redução do pico de demanda de eletricidade ao substituir/reduzir o uso do chuveiro elétrico, concentrado no horário entre 17 e 22 horas, sem privação do conforto;

c. Economia financeira para as famílias no valor da conta de energia, promovendo a transferência interna dos recursos domésticos para alimen-tação, educação e moradia, ou seja, aumento da renda líquida para as famílias de menor poder aquisitivo;

d. Maior adimplência por parte dos mutuários nos pagamentos de parcelas dos financiamentos dos programas habitacionais e condomínios nas uni-dades multifamiliares;

e. geração de empregos distribuí-da por toda a cadeia de valor do setor.

mudança de paradigma no cál-culo de energia solar térmica

de forma a facilitar o entendi-mento dos consumidores e profis-sionais de mercado, assim como ampliar o reconhecimento pelos órgãos de governo da aplicação dessa importante fonte de energia para o Brasil, desde agosto de 2014 o setor de aquecimento solar adota uma nova forma de apresentação da produção de energia solar tér-mica de seus equipamentos, an-tes expressa apenas em m², mas que agora é apresentada também pela sua contribuição energética em kWh/mês.m², sendo um modo simples e já de conhecimento das pessoas e que está indicado nas etiquetas do Inmetro para o pro-duto, ou seja, a Produção Mensal de Energia (PME) do coletor solar. se multiplicada por 12 (meses do ano) e pela quantidade de m² de coletores instalados na edificação, resultará na Produção anual Padro-nizada de Energia (Pape), resultado da produção de energia solar me-dida em kWh/ano.

No que se refere à preservação do meio ambiente, o uso de aquecedores solares apresenta vantagens, funcio-nando a partir de uma fonte natural, o sol, é ecológica, gratuita, de aplicação descentralizada, que não agride o meio ambiente, é inesgotável, entre outras.

Com o uso de 1 m² de coletor solar por ano, pode-se:1. Deixar de inundar cerca de 56 m² para geração de energia elétrica.2. Eliminar o consumo de 215 kg de lenha.3. Poupar 67 m³ de gás natural.4. Economizar 55 kg de GLP.5. Poupar 73 litros de gasolina.6. Deixar de consumir 223 m³ de gás natural para termelétricas.7. Deixar de consumir 227 litros de diesel para termelétricas. 8. poupar 66 litros de diesel.

Do PoNto DE ViStA AmBiENtAl

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suplemento especial

Ampla apresenta o projeto No.V.A. – Nós Vivemos o Amanhã

A ampla, empresa do grupo Enel, lançou a plataforma de crowd-sourcing que será a

base do projeto no.v.a. – nós vivemos o amanhã, uma ini-ciativa inédita no Brasil. o investimento previsto será de R$ 5 milhões, financiados por meio do programa de Pesquisa & desenvolvimento (P&d) da agência nacional de Energia Elétrica (aneel).

o projeto será realizado em parceria com a Prefeitura de niterói, a Fundação getúlio vargas (Fgv) e a Pontifícia Uni-versidade Católica (PUC-Rio). a plataforma digital interativa (nosvivemosoamanha.com.br) permitirá que o público contri-bua com ideias para a constru-ção de uma moradia do futuro, sustentável, com tecnologias inovadoras que possam facilitar a vida das pessoas e solucionar problemas que existem hoje.

a ativação da plataforma, que já começou e vai até o fim do primeiro semestre de 2015, é uma evolução da página nós vivemos o amanhã, comunidade do Facebook que reuniu em ape-nas três meses cerca de 35 mil pessoas interessadas em contri-buir com ideias para a melhoria da qualidade de vida e preserva-ção do planeta.

Um comitê avaliador, com-posto por representantes da ampla, das universidades, especialistas em crowdsourcing e do escritório de arquitetura studio arthur Casas, que ficará responsável pela concepção final

do projeto, definirá as ideias que serão efetivamente aplicadas. os usuários que mais interagirem na plataforma ganham prêmios como uma viagem para Expo Milano 2015, principal evento internacional de Inovação e tec-nologia que ocorre em Roma.

vários temas serão abordados na fase de crowdsourcing: de mobilidade urbana a combustí-veis menos poluentes, de ino-vação a economia colaborativa, de arquitetura verde e design a saúde e bem-estar. Em comum entre eles, a ótica da sustenta-bilidade e a perspectiva de um novo consumidor consciente de seu papel na preservação dos recursos naturais.

a Innocentive, maior pla-taforma de crowdsourcing do mundo, vai participar da iniciati-va desenvolvendo soluções para ideias inovadoras que surgirem

durante a construção colabo-rativa do no.v.a. “Envolver os mais de 13 milhões de experts de nossa plataforma na busca de soluções dos diversos aspectos relacionados à casa do futuro é missão nobre e de caráter huma-nitário”, afirma ari Piovezani, CEo Innocentive Latin america.

a segunda fase do projeto será marcada pela construção da moradia, com previsão de conclusão em 2016. Finalizada a obra, o espaço será utilizado pela ampla para estudos de eficiência energética, além de funcionar como um living lab, testando novas experiências de consumo e convivência num modelo inédito. a casa será habitada por pessoas dispostas a colaborar com o proje-to nós vivemos o amanhã, com o objetivo de estudar o impacto da mudança de hábitos e da tecnolo-gia no dia a dia.

lançamento de plataforma de crowdsourcing marca a fase de coleta de sugestões da sociedade, que culminará com a construção de uma casa do futuro.

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O vice-prefeito de Niterói, Axel Grael e o presidente da Ampla, marcelo llévenes, assinando o termo de compromisso.

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CNi e ANA pactuam ações para o uso eficiente da águaEntidades trabalharão em conjunto para aprimorar a gestão dos recursos hídricos e reduzir os riscos de desabastecimento no setor industrial.

Prêmio ANA 2014 para boas práticas de gestão e uso da águaA maior premiação do Brasil com o tema água recebeu o recorde de 452 inscrições.

A Confederação nacional da Indústria (CnI) firmou, no dia 4 de dezembro, um acordo com a agên-

cia nacional de águas (ana) para desenvolver ações de uso eficiente da água e melhorar o gerenciamen-to dos recursos hídricos. a parceria foi celebrada durante reunião entre dirigentes de ambas as entidades, na sede da CnI, em Brasília. o Ministé-rio do desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MdIC) também participará dessas ações.

a diretora de Relações Institucio-nais da CnI, mônica messenberg,

ressaltou que a indústria já adota mecanismos e tecnologias volta-dos para o reúso da água. Para ela, a atuação con-junta, por meio do planejamento

de ações para a gestão dos recur-sos hídricos, propiciará melhores

resultados para o setor industrial. “Estamos todos com o mesmo pro-pósito. o objetivo é consubstanciar um planejamento para a melhor utilização da água pela indústria”, afirmou. Messenberg acrescentou que a agenda incluirá medidas “rea-listas” para que, de fato, saiam do papel rapidamente. “não podemos deixar de ser ambiciosos, mas temos que ser realistas. a crise da água chegou, infelizmente, de uma forma drástica e num momento complica-do para o setor”, completou.

o gerente executivo de Meio ambiente e sustentabilidade da

CnI, Shelley Carneiro, refor-çou a importân-cia da parceria com a ana. “é imprescindível que as em-presas reco-nheçam que o

embate com o governo não traz benefícios. Buscar o diálogo e

o entendimento mútuo levará a resultados positivos para todos”, enfatizou Carneiro. de acordo com o coordenador da Rede de Recursos Hídricos da CnI, Percy soares, a troca de informações e a elaboração de ações conjuntas qualifica a governança da água no Brasil. “a aproximação da CnI e da ana contribuirá para a melhoria do uso da água na indústria e do desempenho da Política nacional de Recursos Hídricos”, disse.troca de informações – na ava-liação da diretora da ana gisela Forattini, a parceria tem poten-cial para qualificar a informação sobre o uso da água na indústria. o também diretor da ana Paulo varella reforçou a necessidade de aprimorar a gestão das demandas da água. segundo ele, aumentar a oferta de água é um passo impor-tante, mas reduzir e racionalizar o consumo é fundamental nas regiões de crise.

NO DIA 3 DE DEZEMBRO, no auditório da Caixa Cultural de Brasília, a agência nacional de Águas (ana) anunciou os trabalhos vencedores desta edição nas sete categorias em disputa: Empresas, Ensino, governo, imprensa, ong, orga-nismos de Bacia, e pesquisa e inovação Tecnológica. Os projetos apontam caminhos para assegurar água de boa qualidade e em quantidade suficiente para o desenvolvimento e a qualidade de vida das atuais e futuras gerações.

No Prêmio ANA 2014, um estado que nunca tinha ganhado a premiação saiu com dois vencedores: o Rio de Ja-neiro. Trabalhos fluminenses venceram as categorias imprensa e organismos

de Bacia. Os demais cinco Troféus prêmio ana, peças criadas pelo mestre vidreiro italiano Mario seguso, foram para o Ceará (Governo), Minas gerais (ong), pará (Ensino), paraná (Empresas) e pernambuco (pesquisa e inovação tecnológica.

outro prêmio aos vencedores será uma viagem ao próximo Fórum Mundial da Água, que acontecerá de 12 a 17 de abril de 2015 na Coreia do Sul. Durante o maior evento do mundo sobre água, os vencedores apresentarão seus trabalhos a pessoas de todo o planeta no pavilhão Brasil, estande do país no Fórum.

a ministra do Meio ambiente, izabella teixeira, apontou a premiação

como uma forma de perceber as mudanças vividas na sociedade do ponto de vista ambiental. “Premiar não é só reconhecer quem faz; é reconhecer

que está acontecendo uma mudança de atitude no país. Esta é a melhor mensagem em torno dos prêmios de toda a área ambiental”, destaca.

A Caixa Econômica Federal é a pa-trocinadora exclusiva do prêmio ana e a rede Brasil de organismos de Bacias Hidrográficas (Rebob) apoia o evento.

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Firjan promove palestra sobre gestão ambiental para mPEs

Senai Rio inaugura novos laboratórios

Evento gratuito no Rio teve a participação de gerente de suprimentos dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016. Manual da federação está disponível para download gratuito.

Instituto de pesquisas desenvolve estudos para minimizar impactos da indústria no meio ambiente.

suplemento especial

O sistema Firjan promoveu em sua sede no Rio de Janeiro, no dia 26 de novembro, palestra

sobre gestão ambiental focada em micro e pequenas empresas. Foram abordados temas como licenciamento ambiental e os impactos econômi-cos da implantação e disseminação da cultura da gestão ambiental nas maiores empresas do país, que dão preferência à contratação de fornece-dores atentos às questões ambientais.

o Comitê Rio 2016, que organiza os Jogos olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, também adota esse critério nas suas compras, que devem gerar R$ 3 bilhões em negócios. desse total, cer-ca de R$ 300 milhões são destinados às micro e pequenas empresas.

outra ferramenta de orienta-ção aos empresários sobre o tema é o Manual de gestão ambiental

para micro e pequenas empresas, produzido pela gerência de Meio ambiente da Firjan. a publicação esclarece, por exemplo, que uma empresa sem licenciamento am-

biental, ou com a licença vencida, não consegue financiamentos de órgãos públicos nem de agências de fomento. o manual foi atualizado com informações do decreto Esta-dual n. 44.820, de 3/6/2014, sobre o novo sistema de Licenciamento ambiental (slam) e está disponí-vel para download gratuito no link http://migre.me/mUfk7.

Política nacional de Resíduos sólidos, gestão da água e efluen-tes e sustentabilidade na cadeia de fornecedores foram outros te-mas abordados no ciclo de pales-tras, que teve edições no interior do estado. Em 24 de novembro, o evento ocorreu em teresópolis; volta Redonda, dia 26; e Cordeiro, dia 27 de novembro. no dia 9 de dezembro, houve a última palestra do ano, em três Rios.

O Centro de tecnologia senai ambiental (Cts ambiental) inaugurou no dia 11 de de-

zembro novas instalações. dois no-vos laboratórios e a modernização de duas unidades já existentes vão dobrar a capacidade de produção do Centro, que atende indústrias que estão em busca de tecnologia e ino-vação para reduzir os impactos no meio ambiente.

os novos laboratórios, de Pes-quisa e desenvolvimento e de Cro-matografias, e a modernização do laboratório de análises Químicas e Físicas e daquele focado na Ca-libração volumétrica vão permitir a ampliação da gama de serviços oferecidos às indústrias. nas novas unidades, serão desenvolvidos estu-dos para a melhoria da ecoeficiên-

cia, da qualidade do ar, da gestão de áreas contaminadas, dentre outras plataformas tecnológicas.

segundo o gerente do Centro de tecnologia senai ambiental, Paulo Roberto furio, os novos laboratórios vão permitir o aumento, de forma expressiva, da precisão das análises. “nossos novos equipamentos têm a sensibilidade de analisar a parte

por um trilhão. Isso é importante, por exemplo, nas análises de amos-tras da camada do pré-sal, que fazemos a partir de uma parceria com o centro de

pesquisas da Petrobras”, ressalta. além da cadeia de petróleo e

gás, o Cts atua na área de serviços e pesquisa e desenvolvimento para outros setores da indústria, como o Químico e Farmacêutico e o de Cons-trução Civil, por exemplo. o objetivo é auxiliar as empresas a aperfeiçoar seus processos, usando os recursos naturais de maneira racional, re-duzindo os custos e aumentando a competitividade.

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ciência da abundância ou da escassez?ECoNomiA,“Um crescimento infinito é incompatível com um planeta finito.” A afirmação de Nicholas Georgescu Roegen, heterodoxo economista romeno, provocou uma profunda revisão no pensamento econômico mundial. Ao conceber o planeta como um ecossistema global, ele foi rotulado de ‘ecologista’ ao sinalizar à comunidade científica que a natureza é o limite da economia. Em um mundo que multiplicou em seis vezes sua população no século xx, Roegen enfatizou o papel fundamental dos recursos naturais na reprodução material do sistema econômico.

Em tal sistema, o homem retira energia e matéria--prima dos solos e reser-vatórios subterrâneos.

Com o trabalho, transforma esses insumos em bens e serviços. Polui a atmosfera com bilhões de toneladas de Co2 (dióxido de carbono). Consome aquilo que produz. Cria o Produto Interno Bruto (PIB). E nesse modelo

econômico baseado na queima intensiva de carbono, a relação obsessiva entre PIB e Co2 coloca a humanidade diante de um im-passe civilizatório: as mudanças do clima e seus efeitos globais. Um fenômeno cientificamen-te mensurável que faz parte da realidade de um planeta que hoje tem mais refugiados ambientais do que refugiados de guerra.

Entre nossa sobrevivência e a demanda por recursos, precisa-mos de água, comida, moradia e energia. aprendemos a produzir mais comida em menos terras, empregando petróleo e alta tec-nologia. Mas diferentes ameaças interagem entre si. além de ter-mos problemas agrícolas, temos problemas com energia. E o problema agrícola interage com

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por Felipe Salgado

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o da água. Precisamos de imen-sas porções de terra para culti-var grãos, hortaliças, legumes e colocar os rebanhos para saciar a fome de sete bilhões de pessoas. Energia para impulsionar neces-sidades, mercados, indústrias, produtos e serviços. Espaço para construir moradias, hospitais, escolas e áreas de lazer.

quando a procura supera a oferta – atualmente, um quinto da população mundial exerce o consumo de 80% da capacida-de total do planeta, enquanto 780 milhões de pessoas não têm acesso à água potável, 2,5 bilhões carecem de serviços de saneamento básico e 1,3 bilhão não possuem eletricidade. ago-ra, imagine-se o que aconte-cerá caso a população mun-dial alcance a marca de nove bilhões de pessoas em 2050, como preveem os relatórios da organização das nações Uni-das (onU).

a organização das nações Unidas para agricultura e alimen-tação (Fao) estima que a produ-ção agrícola terá de aumentar em até 70% para garantir comida na mesa de todos. o incremento do cultivo acarretará maior estresse hídrico. o custo ecológico de alimentar rebanhos para o nosso consumo também se tornará cada vez mais insustentável. a expansão das atividades agrárias requer a derrubada de florestas (depositárias de água e Co2). o desmatamento afetaria a estrutura dos solos, a biodiversidade, o clima, o ciclo hidrológico e a disponibilidade de água doce. Paradoxalmente, provocaríamos uma crise de alimentos. Um planeta estéril, desertificado e poluído. Reduzi-do a um verdadeiro oásis. Com muito mais gente.

não há desenvolvimento sus-tentável num sistema predatório que privatiza os lucros e socia-liza os custos ambientais. nesse modus operandi extrativista, con-sumista e poluidor, o crescimento bruto deforma o desenvolvimen-to, distorce as desigualdades, mascara as relações de trabalho e exaure os recursos naturais. os limites do planeta não são capa-zes de suportar o consumo voraz de imensas massas demográficas como os EUa e a China em es-cala global. os países industria-lizados não querem abandonar seus velhos hábitos, enquanto os países emergentes querem dar vazão a seus impulsos. Esse modelo favorece o desequilíbrio, a destruição e a morte.

Energia movendo as ideias – desde a descoberta do fogo, o homem vem transformando o meio em que vive. Essa primeira fonte de energia serviu como ferramenta de sobrevivência e mudança de paradigmas. En-quanto o calor do fogo melhora-va a luminosidade e a alimenta-ção, trazia também segurança e, consequentemente, espaço para novas reflexões.

Há 12 mil anos domesticamos animais e os ensinamos a puxar o arado. aumentamos drastica-mente a produtividade dos nos-sos esforços em cultivar a terra.

superamos a condição nômade e fincamos as raízes da sedenta-rização. Passamos a gastar menos energia e a ingerir mais proteínas e calorias. as populações cres-ceram e se adensaram em vilas e comunidades. Fizemos do es-toque agrícola excedente o fator decisivo na fundação das primei-ras cidades. Inventamos a roda. a escrita. o artesanato. as leis. a organização do trabalho. a buro-cracia. Em suma, a civilização.

Milhares de anos se passa-ram até que a máquina a vapor transformou fogo em movimento durante a Revolução Industrial. Isso permitiu a construção de grandes fábricas e a evolução dos transportes. a sociedade agrícola deu lugar à socieda-de industrial que transformou a forma pela qual os produtos eram fabricados e consumidos. o carvão mineral passou a ser indispensável na era moderna e estimulou de forma decisiva a criação do setor metalúrgico.

Mas foi somente há pouco mais de 150 anos que a inven-ção da lâmpada incandescente permitiu a criação dos sistemas de iluminação que transforma-ram os grandes centros urba-nos e industriais. a energia elétrica tornou-se o símbolo energético da Era da Infor-mação, ao conectar milhares de pessoas ao redor do mundo

As pessoas lutam porque precisam de recursos – “Controle o petróleo e você controlará as nações; controle a comida e você controlará as pessoas”, afirmou, em certa ocasião, Henry Kissinger. As grandes potências buscam o acesso e o controle de recursos que possam lhes garantir sua segu-rança alimentar, energética e militar. O Programa da Orga-nização das nações unidas para o Meio ambiente (pnuma) afirma que 40% de todos os conflitos internos nos últimos 60 anos estão associados ao aproveitamento dos recursos, sejam de alto valor, como diamantes, madeira, petróleo e ouro, ou escassos, como a água e terra fértil.

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pelo rádio, televisão, telefone e internet.

E não foi diferente com o petróleo. Com a invenção do motor de combustão e o flo-rescimento da indústria au-tomobilística, o “ouro negro” colocou carros em movimento nas estradas pavimentadas com os seus derivados. depois, colocou aviões no ar. Permitiu encher supermercados de frutas e legumes em grande escala, esterilizar hospitais, aquecer e iluminar as casas.

o petróleo gerou as maiores riquezas que conhecemos. o seu poder calorífico é insuperável: três colheres equivalem à ener-gia média de oito horas de tra-balho humano. Passamos a crer que a oferta abundante e barata de energia duraria para sempre. a transição definitiva para uma matriz energética de fontes lim-pas e renováveis terá que passar pelos combustíveis fósseis.

Energia, consumo e susten-tabilidade – nosso futuro está ligado à ocupação, conservação e utilização sustentável do solo. os alimentos devem ser produzidos de forma orgânica, sustentável e economicamente acessíveis,

com uma quantidade menor de pesticidas se acumulando no solo e na água. a nova agricul-tura requer o manejo sustentável do solo, das águas e das pragas, assim como a integração da lavoura, pecuária e floresta, o que pode contribuir para a recu-peração das pastagens. Requer também o emprego de bioener-gia associada à fixação biológica de nitrogênio.

Para haver um estoque de água para o futuro, é urgente a gestão inteligente dos recursos hídricos através do reúso da água para fins não nobres, a cap-tação da água de chuva, assim como a preservação de manan-ciais e aquíferos. Investimentos em saneamento, desenvolvimen-to de sistemas avançados de irri-gação, racionalização do consu-mo doméstico e industrial. além da dessalinização em eventuais cenários de escassez.

a energia do futuro se renova todos os dias. o sol nasce, o vento sopra, o calor vem da terra e os rios e mares movem usinas. do bagaço da cana vem o bio-combustível. do lixo, o biogás. a sustentabilidade não se esgota. também precisamos avaliar o ciclo de vida dos produtos, do

“berço ao túmulo”. tudo isso faz parte do entendimento de que tudo o que consumimos é um pedaço da natureza. E de que não existe ‘jogar fora’. o excesso produz desperdício.

Da economia marrom até a verde – Estamos vivendo o mo-mento mais perigoso da história da humanidade. temos que nos adaptar às mudanças que estamos provocando. E o único caminho é por meio da susten-tabilidade. antes de reciclar o planeta, devemos reciclar valores e paradigmas.

antes, poucas pessoas viviam num planeta com muita fartura. Hoje, há muita gente e poucos recursos. Mas a organização eco-nômica mundial vendeu a crença do crescimento ilimitado. agora, a fome, os desastres ambientais e as crises financeiras estão desa-creditando esta ilusão.

outrora baseado na confiança, o sistema financeiro fez sumir tri-lhões de dólares das poupanças de um dia para o outro em 2008. Mi-lhares de pessoas perderam seus empregos e suas casas. E quando falta confiança e cooperação, as pessoas recorrem à violência.

se não colocarmos limites éticos na economia, ela esbarra-rá nos limites do planeta. a velocidade da informação e a quantidade de energia que nos move ultrapassaram nossa ca-pacidade de lidar com o tempo. Que a descarbonização do PIB traga menos ansiedade, estres-se e loucura para as grandes cidades. Espaços urbanos mais inteligentes e sadios. Com pes-soas mais felizes.

suplemento especial

PiB x FiB: Quando a riqueza é “ser feliz” – o peque-no reino do Butão, encravado no Himalaia, trocou o PIB pelo FIB. Lá, o progresso é medido pela felicidade. Elaborado com ajuda do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (pnud), esse conceito subver-teu o indicador de riqueza ao colocar o homem como centro da avaliação. são nove dimensões que integram o FIB: bem-estar psicológico, saúde, resiliência ecológi-ca, governança, padrão de vida, uso do tempo, vitalidade comunitária, educação e cultura.

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Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade

NEGóCioS CoNSCiENtES: o GRANDE DESAFio

Enfrentamos uma crise de enorme profundidade que atinge diretamente o setor de óleo & gás. Essa crise tem contornos que ultrapassam os limites da preocupação econômica e adentra as áreas da ética, da psicologia e até mesmo da filosofia existencial dos negócios.

Dia a dia novos fatos vão se juntando para formar um quadro em que, provavelmente, o chamado ‘Petrolão’ desembocará em demis-sões, corte de investimentos, quebra de empresas, perda de linhas de crédito, e outras consequências funestas em toda a cadeia de

negócios ligada ao sistema Petrobras. superar esses desafios será crucial para os que quiserem sobreviver. Meu ponto de vista é que se qualificarão melhor à superação aqueles que realizarem mudanças nos negócios como um todo, principalmente em sua dimensão humana.

Muitos executivos ou empresários ainda trabalham com a filosofia de que se forem conseguidos bons resultados o mérito é seu, caso con-trário, a culpa é da equipe. num momento de superação de grandes obstáculos, como o que se desenha para 2015, essa lógica precisa ser suplantada, senão quem se coloca na linha de tiro é o próprio persona-gem que dela comunga.

Para conseguir superar crises que apresentam dimensões múltiplas, somente a vontade conjunta de um grupo que se solidariza, que arregaça as mangas para executar um trabalho difícil. o grupo pode fazer isso se encontrar um significado na tarefa, algo que transcenda a contribuição in-dividual de cada um. a história está cheia de exemplos desse tipo, como o recente desastre do tsunami no Japão, em março de 2011. Em semanas, as televisões mostraram o antes e o depois da calamidade em áreas devasta-das que foram rapidamente reconstruídas.

o momento de destruição, o qual poderão enfrentar as empresas for-necedoras do sistema Petrobras, requer uma liderança fortemente centra-da na consciência de cada um. Uma liderança que desperte o melhor das pessoas para realizarem um trabalho ímpar de reconstrução. Uma lide-rança que desperte um sentido ético e colaborativo nos negócios para se contrapor ao caos instalado pela dilapidação das regras contratuais e pela corrupção. tempos de verdadeira transição.

Para inúmeros brasileiros, o que estamos assistindo diariamente nos noti-ciários é algo estapafúrdio. alguns jornalistas atestam que se trata do maior escândalo de corrupção da história da humanidade. outros calculam que o montante de desvios, apurados até agora, ultrapassem o PIB de dezenas de países. Ficamos estarrecidos ao compreender como funcionava um esquema organizado para dilapidar a maior empresa brasileira, em prol de alguns po-líticos e empresários. Perguntamo-nos: será que nenhum deles nunca imagi-nou o tamanho do estrago que causaria à vida de tantas pessoas?

Por outro lado, ao observarmos que as instituições estão funcionando, particularmente a Polícia e o Juizado Federal, há uma ponta de esperan-ça, não para agora, mas para o futuro das novas gerações. será que o que estamos vendo é o começo do fim ou o fim de um ciclo para um novo começo? Prefiro crer que este é um período de caos que engendra uma destruição criativa, uma transformação para um Estado superior, mais

Wanderlei Passarella é mestre em Adminis-tração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também Engenheiro Mecânico pela Escola

Politécnica da USP. Pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/FSJT. atualmente dirige a synchron participa-ções e é coach de executivos. Foi diretor presidente da GPC Química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor geral da Menasha Materials Handling South America e exerceu cargos gerenciais na nitroquímica (grupo votorantim) e ipiranga Química.

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suplemento especial

organizado e ético, tal qual uma fênix que ressurge das cinzas.

E é nesse movimento de ressurgimento que vejo o papel de negócios mais conscientes. Estes são os negócios dirigidos por seres humanos com princípios e valores. Pessoas que desejam construir empresas em sólidos alicerces, deixando um legado que possa transcender sua própria vida; pessoas que trabalham para um resultado mais amplo, acima da vontade li-mitada de seus egos.

a literatura administrativa tem mostrado que os negócios longevos (sustentáveis, portanto, ao longo do tempo) são aqueles em que os seus fundadores o impregnam de valores e princípios, inspirados por uma ética virtuosa; e que conseguem que essa cul-tura permeie a organização, em todos os níveis, de forma a que todos se sintam como seus donos, levan-do-os para a frente em qualquer desafio ou situação a ser enfrentada.

as mudanças necessárias, portanto, são de ordem a evoluir a cultura organizacional com atitudes con-cretas, tais como:• Redefinir o papel estratégico de RH e desenvolvimen-to de líderes com uma postura integral e consciente.• Capacitar a equipe para a tomada de decisão e ação conjunta.

• Revisar valores e princípios, criando um Pacto de ação Consequente, uma cartilha amplamente discuti-da a priori, e depois endossada por todos.• Desenvolver mecanismos de checagem indepen-dente, para atitudes incongruentes, tais como um ombudsman ou uma linha aberta, sem censura, para aqueles que desejam relatar o que não concordam.• Criar uma Governança Corporativa atuante, mes-mo em empresas pequenas ou médias e com capital fechado, e com ela comitês independentes para a auditoria, riscos e compliance.

Essas são apenas algumas ideias de posturas que po-dem ser iniciadas como ‘resoluções de ano novo’. Elas se referem ao lado humano das empresas, muitas vezes visto como soft, mas que fazem toda a diferença para a sobrevivência em tempos de crise e para o sucesso em longo prazo. é claro que a elas se somam outras medidas em relação aos fundamentos do negócio, como custos, posicionamento estratégico, linhas de produtos, estrutura de capital etc., e que variam de negócio a negócio.

Pois então que os tempos difíceis, se e quando che-garem, nos encontrem preparados e com nossos negó-cios repensados. Posicionados de forma a que valores e princípios sólidos, alicerçados pela ética virtuosa, sejam os verdadeiros norteadores da visão, missão e propósito de nossas organizações.

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pessoas

FoRMado EM engenharia mecâni-ca e engenharia naval, oguri atuou, pela primeira vez na indústria, no antigo Estaleiro Ishibras, em 1959, onde chegou a ocupar o cargo de vice-presidente da empresa.

Foi, em diversas ocasiões, presi-dente do sindicato nacional da In-dústria da Construção e Reparação naval e offshore (sinaval).

nascido no Japão no dia 6 de dezembro de 1925, oguri chegou ao Brasil aos 2 anos de idade, acom-panhado dos pais. o temperamento introvertido, a ausência da família e a solidão levaram-no ao refúgio interior e à concentração no estudo, além da voracidade pela leitura, na busca por conhecimento e entrete-nimento, e profunda dedicação ao desenho, cujo domínio foi de grande valia para a vida prática futura.

seus trabalhos sempre foram reconhecidos pela indústria, co-mandando projetos importantes e integrando equipes de técnicos que desenvolveram eficiente metodolo-gia na gestão de estaleiros. Muitos profissionais que trabalharam com ele ocupam, atualmente, posição destaque em diversos estaleiros e empresas de engenharia naval.

durante o tempo em que este-ve no Ishibras, foram construídos e

entregues 172 navios, incluindo os maiores navios já construídos no Brasil, os petroleiros/graneleiros Docefjord e Tijuca, de 305 mil tone-ladas, que iniciaram operações em 1986 e 1987. de 1978 a 1980, quatro navios petroleiros de 277 mil tone-ladas foram entregues à Petrobras.

de 1991 a 1994 foram entre-gues oito navios petroleiros (cinco com capacidade de 150 mil tPB e três de 132 mi tPB) para operado-ras internacionais, principalmente a Chevron. “o fundamental para que os integrantes de estaleiros tenham sucesso é, primeiramente,

vestir a camisa. Em segundo lugar, é transmitir ensinamentos para os mais novos. a experiência que é aprendida na empresa é patri-mônio de todos os que trabalham para ela”, dizia.

Em setembro de 2004, foi distinguido com a Medalha ti-radentes e o título de Cidadão Fluminense.

nobuo oguri morreu no dia 27/11/2014, mas o seu legado de liderança, compromisso com a qua-lidade e respeito ao meio ambiente permanecerá vivo, lembrado pelas gerações futuras.

no dIa 2 dE JanEIRo, o novo mi-nistro de Minas e Energia, Eduardo Braga, recebeu o cargo de seu ante-cessor, Edison Lobão. Em discurso, Braga destacou a importância do diá-logo entre governo e iniciativa priva-da. também comentou as denúncias que afetam a Petrobras na operação Lava Jato. “Creio que a Petrobras tem dado resposta aos órgãos de fiscali-zação com absoluta transparência. é preciso que se investigue, que

os possíveis cul-pados, após seu amplo direito de defesa, possam ser condenados. Mas não pode-mos confundir isso com a Petro-bras, ela é maior

que tudo isso. o que precisamos é fortalecer e aprimorar a governança na empresa”, avaliou.

Para ele, o envolvimento de grandes companhias nas investi-gações da Polícia Federal não deve esvaziar os leilões de usinas hi-drelétricas previstos para 2015. “é preciso entender que neste momen-to de dificuldades é que surgem grandes oportunidades para novos investidores. o que queremos dei-xar muito claro é que almejamos um diálogo franco, ampliado com o setor privado.”

Nobuo oguri: exemplo de compromisso com a indústria naval brasileira

Anunciado o novo ministro de minas e Energia

Ricardo Vahia, Amec; Nobuo oguri; Coaracy da Silva, CDs Consultoria e oswaldo Pedrosa, PPsA, durante evento organizado pela tN Petróleo.

Um símbolo da indústria naval brasileira. é dessa forma que o engenheiro Nobuo Oguri ficou conhecido no segmento, onde esteve presente por 55 anos.

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produtos e serviços

Shell

Edra Equipamentos

Shell vence Prêmio ANP de inovação tecnológica

Edra Equipamentos se prepara para atender o setor de óleo e gás

MaIoR CoMPanHIa de petró-leo internacional com produção operada por ela no Brasil, a shell recebeu duas indicações e foi ven-cedora em uma das categorias do Prêmio anP de Inovação tecno-lógica, no dia 28 de novembro. o projeto de árvores de natal molhadas aplicadas ao redesen-volvimento dos campos Bijupirá e salema, na Bacia de Campos, implementado pela FMC com su-pervisão da shell, foi o vencedor em ‘Inovação tecnológica desen-volvida no Brasil por empresa fornecedora de grande porte em colaboração com empresa petrolí-fera’. além deste sistema, a shell foi indicada ao prêmio pelo projeto de sistema de elevação artificial no Parque das Conchas, também na Bacia de Campos.

“o reconhecimento da anP nos deixa ainda mais felizes porque, além de evidenciar nosso esforço de inves-tir e empregar tecnologia de ponta no Brasil, mostra que a agência e as empresas do setor estão trabalhando juntas para solucionar os desafios

das atividades de exploração, desen-volvimento e produção de petróleo e gás”, declarou o presidente da shell Brasil, andré araujo.

o projeto vencedor adaptou árvores de natal molhadas já uti-lizadas em outras operações da shell para o redesenvolvimento dos campos de Bijupirá e salema. ao promover a reutilização de projetos

bem-sucedidos, esta experiência possibilita a redução de custos to-tais dos empreendimentos, além de proporcionar prazos menores na execução do projeto.

o segundo projeto da shell que concorreu ao Prêmio anP de Ino-vação tecnológica foi o sistema de elevação artificial nos campos de ostra e argonauta, no Parque das Conchas. o sistema inovador separa óleo e gás ainda no fundo do mar e bombeia para a FPso Espírito Santo, na superfície. desenvolvido com 100% de conteúdo nacional, este projeto foi posteriormente aplicado no campo de Perdido, no golfo do México (EUa). Em atuação desde o primeiro óleo dos campos, em 2009, esta é até hoje a mais profunda apli-cação instalada em todo o mundo, sob lâmina d’água de 2.000 m.

Com mais de cem anos de atua-ção no Brasil, a shell conta hoje com oito ativos no país, sendo operadora em cinco deles. a companhia tam-bém faz parte do consórcio de Libra, operado pela Petrobras no pré-sal da Bacia de santos.

a EdRa dECIdIU estender sua expertise em moldagem de com-pósitos – um tipo de polímero de alta performance – à fabricação de tubos, acessórios e equipamentos de plataformas onshore e offsho-re. Com isso prepara sua entrada definitiva no setor de óleo e gás.

“Começaremos com as tubulações para o transporte de óleo, água salgada, gases e fluidos em geral, mas a ideia é agregar ao nosso portfólio outras soluções em compósitos de alta performance para as operações

de prospecção, extração e refi-no de petróleo”, afirma Jorge Braescher, pre-sidente da Edra Equipamentos.

orçada em R$ 30 milhões,

a primeira etapa deste investi-mento concentra-se na expansão fabril, aquisição de equipamen-tos e demais adequações. “tam-bém investimos na formação de um time composto por profissio-

nais com bastante experiência na produção de tubos para aplica-ções reconhecidamente comple-xas”, ele ressalta.

o presidente da empresa estima que, em cinco anos, o fornecimento para o setor de óleo e gás responda por uma receita anual próxima a R$ 150 milhões. “o Brasil apresenta um potencial gigantesco nessa área, sem contar que ainda há oportunidades pouco explora-das envolvendo os compósitos”, completa o executivo.

Companhia recebeu duas indicações e foi vencedora com projeto de árvores de natal molhadas no redesenvolvimento de Bijupirá e salema.

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Prumo

Prumo realiza primeira operação no canal do t2a PRUMo realizou no dia 14 de no-vembro a 1ª operação comercial no canal do terminal 2 (t2) do Porto do açu, em são João da Barra (RJ). o primeiro navio a atracar no t2 foi o Happy Dynamic, do tipo Heavy Lift, que veio da China e atracou no cais da fábrica da nov. Com um calado de 7 m, a embarcação estava carrega-da com um guindaste, que pesa 520 toneladas. Ele será afixado no cais da nov e utilizado para movimentar os carretéis de tubos flexíveis.

o cargueiro Heavy Lift é espe-cializado no transporte de estruturas muito pesadas e de difícil manipula-ção. no final de outubro aconteceu a 1ª operação de minério de ferro no terminal 1 (t1), com o carregamento do navio Key Light, que tem 14,7 m de calado e foi carregado com 80 mil toneladas de minério de ferro no píer dedicado.

Sobre o Porto do Açu – Com 17 km de píeres, que poderão receber até 47 embarcações ao mesmo tempo, o

Porto do açu está localizado em são João da Barra, no norte fluminense. Com área de 90 km², o empreen-dimento é formado pelo terminal 1 (t1, offshore) e pelo terminal 2 (t2, onshore).

o t1 é composto por uma ponte de acesso com 3 km de extensão, píer de rebocadores, nove píeres para movimentação de minério de ferro e petróleo, canal de acesso

e bacia de evolução. o terminal contará na sua totalidade com 4 km de cais.

o t2 está instalado no entorno de um canal para navegação, que conta com 6,5 km de extensão, 300 m de largura e profundidade de até 14,5 m. Com mais de 13 km de cais, o t2 irá movimentar carga de projetos, coque, bauxita, veículos, granéis sólidos, carga geral e petróleo.

JDR

multinacional de subsea inaugura unidade de Facility no Brasila JdR, FoRnECEdoRa de tecno-logia de conexão para a indústria global de energia e offshore, acaba de abrir sua unidade de Facility no Brasil. a cerimônia de lança-mento contou com representantes da Prefeitura de Macaé, Comissão de Empresários da cidade, gover-no do Estado, grandes empresas do setor como a Petrobras, FMC technologies, Expro, Halliburton, ogX, one subsea, além dos prin-cipais fornecedores da cadeia.

ao longo das duas últimas décadas, a JdR tem consolidado posição como empresa especia-lizada na concepção e produção de cabos umbilicais submarinos, cabos de alimentação e de Inter-venção Work sobre sistemas de Controle (IWoCs), que operam

em ambientes offshore mais severos.

a empresa tem expectativa de faturar cerca de £ 60 milhões no país nos próximos dois anos e, com a intenção de montar uma fá-brica de umbilicais aqui no Brasil, esse faturamento pode aumentar ainda mais. a JdR tem planos de

iniciar a produção de umbilicais em larga escala contando com o desenvolvimento do porto de Macaé (RJ).

de acordo com a empresa, o mercado de subsea brasileiro é um investimento crítico de longo prazo, mas está confiante de que sua tecnologia e qualidade podem ajudar as empresas brasileiras a melhorar sua funcionalidade e produtividade.

Esta nova instalação em Macaé vai ter um alto percen-tual de conteúdo local. “Esta-mos contratando toda a nossa equipe no Brasil. não vamos executá-lo com expatriados, va-mos executá-lo com uma equipe de gestão local”, afirmou Pat Herbert, presidente da JdR.

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produtos e serviços

Yasuda marítima

Yasuda marítima cria nova área de riscos de petróleo

a YasUda MaRítIMa, subsidiária do grupo sompo Japan nipponkoa, uma das maiores empresas segura-doras do mundo, acaba de criar uma nova área – Riscos de Petróleo. de olho na crescente demanda do segmento, o grupo já trabalha na estruturação do novo produto, o primeiro a ser lança-do após a aprovação definitiva pela susep (superintendência de seguros Privados) da incorporação da Yasuda seguros pela Marítima seguros.

Para essa nova iniciativa, a empresa japonesa contou com a expertise da equipe da Canopius, player mundial do segmento ad-quirida pelo grupo sompo em dezembro de 2013. a Canopius possui décadas de atuação no seg-mento de seguros para a área de energia, petróleo & gás, com co-berturas de riscos tanto para opera-ções onshore quanto offshore, bem como nas áreas de armazenamento, transporte e responsabilidade civil.

“Essa é uma carteira que tem volume de pro-dução crescente e estamos tratando de um mercado para especialis-tas, com um nú-mero limitado de

players. é uma nova fronteira de atuação para o grupo no Brasil, mas que passamos a trilhar com seguran-ça, já que contamos com a Canopius no suporte das operações”, destacou luiz macoto Sakamoto, diretor exe-cutivo da Yasuda Marítima seguros.

a empresa contratou Mario Luiz Ferreira (ex-grupo schahin) como novo gerente de Riscos de Petróleo. Com mais de 16 anos de experiência no mercado de seguros, dos quais sete dedicados exclusivamente à car-teira de Riscos de Petróleo, Ferreira é graduado em Marketing pela Unip (Universidade Paulista) e concluiu

o Willis Masters of Energy Course, em Londres (Reino Unido), em 2012.

segundo dados da susep, o seg-mento de Riscos de Petróleo no Brasil registrou um crescimento de 68%, passando de R$ 403 milhões em 2011 para R$ 678 milhões em 2013.

as perspectivas para expansão des-sa modalidade de seguros são bastante significativas, já que, segundo dados do Ministério de Minas e Energia (MME), a oferta Interna de Energia (oIE) – energia necessária para movimentar a econo-mia – deverá atingir o montante de 425,8 milhões de toneladas equivalentes de petróleo (Mtep) em 2023, o que equivale a um crescimento de 3,7% ao ano.

os investimentos em infraestrutu-ra energética para suprir a demanda necessária alcançam o valor de R$ 1.263 bilhões, representando 2,5% do PIB acumulado entre 2013 e 2023, e 11,6% dos investimentos totais acu-mulados. Petróleo e gás deverão ab-sorver 70% dos investimentos.

Nova área é fruto de parceria com a Canopius, player mundial no mercado de seguros da área de energia, do mesmo grupo.

GE

GE entrega primeira Nacelle produzida no país

no dIa 18 dE dezembro, a gE anunciou a entrega da primeira nacelle (cabeça da turbina eólica) produzida localmente. o equipa-mento será entregue à Eletrosul para equipar o Parque Eólico Herme-negildo (181 MW), no Chuí (Rs). Para se antecipar às normas de fi-nanciamento do Banco nacional de desenvolvimento social (BndEs), que exige a nacionalização dos equipamentos a partir de janeiro de 2015, a gE investiu na contratação e qualificação de novos fornecedores e na atração de empresas que ainda

não atuavam no Brasil para serem parceiras locais. no período de um ano, 35 novos fornecedores diretos foram contratados e seis empresas globais se instalaram e se creden-

ciaram para atuar em parceria com a gE no Brasil.

Entre os fornecedores que ainda não possuíam operação no país, a gE firmou contratos com vCI Mol-de, duomo, grupo Iraeta e sKF--Kaydon. outros dois contratos fo-ram assinados com fabricantes que atuavam somente com redes de dis-tribuição ou operações para outros segmentos no mercado brasileiro: sanmina e Bonfiglioli, que agora também contam com fábricas locais que vão produzir componentes para turbinas eólicas..

Com a entrega, a GE se torna o primeiro fabricante de equipamentos eólicos no Brasil a nacionalizar os componentes que integram a Nacelle do Aerogerador, equipamento essencial para a operação das pás da turbina.

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Sotreq

Sotreq anuncia vendas para AHtS do Grupo CBo

a sotREQ anUnCIa a venda de equipamentos para quatro embar-cações do grupo CBo (Companhia Brasileira de offshore), que serão afretadas à Petrobras. as embarca-ções foram licitadas na sexta roda-da do Programa de Renovação da Frota de Embarcações de apoio Marítimo (Prorefam) da estatal.

os equipamentos serão utili-zados nos próximos navios aHts (anchor Handling tug supply ves-sels), que serão construídos pelo grupo CBo. as embarcações de apoio marítimo foram projetadas para desempenhar operações de manuseio de âncoras, reboque e suprimento de plataformas. Estão previstas duas entregas: para o segundo semestre de 2015 e para o primeiro semestre de 2016. a ex-pectativa é de que os navios entrem em operação em 2016.

a definição do pacote de propulsão, com motores MaK 6M32C (3.000 bkW @ 600 rpm) e propulsores de passo variável, teve como foco o menor consu-

mo de combustível e custo com manutenção.

“os motores MaK 6M32C possuem o menor consumo de combustível do mercado em sua faixa de potência. auxiliados pela tecnologia de feathering do nosso sistema de propulsão, que permi-te o desligamento de uma linha

de eixo sem causar resistência à embarcação, trazem o grande dife-rencial em relação aos gastos com combustível. além disso, a menor rotação de nossos motores contri-bui para o menor custo total dessa solução”, informa Rodrigo Feria, gerente de vendas de Mercado Marítimo da sotreq.

O novo negócio marca a primeira venda da sotreq de um pacote de propulsão completo, que inclui, além dos motores MaK, os propulsores de passo controlável Cat@ Propulsion.

Christer olofsson (CAt Propulsion), Alfredo Naslausky (CBO), Jimmy de Souza (CBO) e Rodrigo Feria (sotreq).

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www.tnpetroleo.com.brna ponta dos seus dedos

inForMação DE QuaLiDaDE.A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo ace-

lerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é

preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e

ser ágil ao transformá-la em notícia.

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medição versátil de teor d’água para o setor petrolífero

ANáliSE CAPACitiVA:

Em aplicações que variam desde transferência de custódia até teste de poço, sensores capacitivos oferecem uma combinação econômica de precisão e confiabilidade.

A medição da quantidade de água no petróleo, ou “teor d’água”, é uma variável essencial do controle de pro-cesso e da gestão da produção nos campos de petróleo de hoje. também é um fator central para identificar a quantidade de fluidos passíveis de royalties efetivamen-

te disponibilizada para venda.Como o teor d’água é uma medição tão crítica, foram desenvolvi-

das várias tecnologias no decorrer dos anos para medir a composição das misturas de petróleo e água. densitômetros coriolis, analisadores de micro-ondas e espectrômetros infravermelhos oferecem, individu-almente, vantagens em certos nichos; contudo, nenhum se iguala ao baixo custo e à abrangência de aplicações da análise capacitiva para misturas de água em petróleo comuns em campos de petróleo.

o artigo discute os princípios operacionais e as principais caracte-rísticas de desempenho dos analisadores capacitivos e sua utilização efetiva em três aplicações comuns: otimização de separador, teste automatizado de poços e transferência automática de custódia de arrendamento (Lact).

O que é a análise capacitiva? – o analisador capacitivo é, na rea-lidade, um capacitor concêntrico em linha (figura 1) que utiliza a diferença relativamente grande da constante dielétrica entre petróleo (k ≈ 2.3) e água (k ≈ 80) para inferir a composição do fluxo. O siste-ma transmite uma tensão de radiofrequência (RF) ao elemento sensor e mede a capacitância entre a sonda e o duto ao redor. Quanto mais água no fluido em movimento, maior a capacitância.

a partir da capacitância medida, a porcentagem de água no petróleo pode ser calculada com base em uma relação previsível nas propriedades dos materiais (figura 2). além disso, mesmo que a constante dielétrica da água varie pouco com a temperatura, os com-ponentes eletrônicos do sistema podem compensar as variações rela-cionadas à temperatura da constante dielétrica da fase de petróleo.

Esse método conceitualmente elegante tem limitações, mas é simples, relativamente barato e requer pouca manutenção em compa-ração com outras opções. outras vantagens dos analisadores capaciti-vos de teor d’água são:

Robert J. irving é vice--presidente da Ametek sensor technologies.

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Figura 1. A sonda de um analisador capacitivo de teor d’água de tipo inserção forma um capacitor concêntrico com o duto ao redor, permitindo-lhe calcular a composição média de todo o fluxo.

• recursos inigualados de alta temperatura e pres-são (até 450°F e 1.500 psi); • revestimentos sem epoxy, que resistem até a mistu-ras erosivas contendo areia; • relativa imunidade a acúmulo de parafina; • os conjuntos de sonda de inserção são fáceis de instalar, fáceis de limpar e tipicamente simples para calibrar também.

a desvantagem mais óbvia do analisador capa-citivo é que suas características físicas subjacentes o limitam a misturas de petróleo contínuo. À me-dida que aumenta o teor d’água em uma mistura de petróleo contínuo, ocorre um ponto de inversão, após o qual o petróleo se dispersa na água, em vez da água se dispersar no petróleo. nessa altura, o fluido torna-se condutivo e o capacitor efetiva-mente entra em “curto circuito”. do ponto de vista prático, isso limita a faixa do analisador capacitivo para 0-50% de água com petróleo leve e 0-80% com petróleo pesado. outras tecnologias podem medir toda a faixa 0-100% de água, mas são mais comple-xas, exigem mais manutenção e, em geral, custam de três a quatro vezes mais. Felizmente, a maioria das aplicações em campos de petróleo não opera no extremo de água contínua do espectro.

Controle e otimização do separador – Uma das aplicações mais comuns da análise capacitiva de teor d’água em operações em campos de petróleo é o separador térmico, ou “aquecedor tratador”, que utiliza energia térmica em combinação com injeção química e/ou campos elétricos de alta tensão para separar emulsões de petróleo e água. o tempo de residência nessas unidades, em geral horizontais, permite o assentamento do petróleo relativamente seco e da água relativamente isenta de petróleo em dois fluxos paralelos para processamento adicional ou armazenamento (figura 3).

Para o controle de qualidade final da fase de petróleo, utiliza-se um analisador capacitivo de teor d’água em conjunto com outra sonda de radiofrequência para detectar o nível de inter-face elétrica entre as fases de petróleo e água no tanque. (Essa interface elétrica na camada de emulsão é, na realidade, a mesma transição relativamente abrupta entre as fases de petróleo na água e de água no petróleo que tornam os analisadores capacitivos de teor d’água inade-quados para identificar a composição de mistu-ras de água contínua.)

Em conjunto, essas medições viabilizam o controle ideal de um separador com bom com-portamento, ou seja, com uma espessura de emulsão continuamente previsível. o monitor de teor d’água determina o nível no qual man-

ter a interface elétrica (para alcançar o grau necessário de secura do petróleo). o calibrador da interface, por sua vez, determina a posição da válvula de descarga de água necessária para manter o nível da interface na posição pres-crita pelo monitor de teor d’água. Camadas de emulsão com comportamento pior podem incluir um calibrador de interface de alto nível ou uma chave para aumentar a injeção química, redu-zir o escoamento ou fazer outras medições para reduzir a espessura da emulsão.

teste automatizado de poço – o separador de produção descrito na seção anterior poderia ser utilizado para o processamento contínuo da produção combinada de vários poços em um campo, mas os sistemas de teste automatizado de poço (aWt) são uma ferramenta importante para avaliar e gerir a produtividade de poços indivi-duais. Um aWt, em contraste com um separador de produção, consiste em um vaso pequeno, que trabalha com lotes e que é utilizado para o teste sequencial da produtividade e da produção qua-litativa de dezenas de poços por dia.

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Figura 2. A capacitância medida de misturas de petróleo contínuo oferece uma indicação clara do teor d’água.

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Em suma, a produção de determinado poço é medido e introduzido no vaso de teste até chegar a um determinado nível. Uma vez que lhe seja permitido separar, o petróleo líquido é calculado com base em uma combinação de análise capaci-tativa de teor d’água da fase de petróleo, medições do nível de água, nível de interface petróleo-água, vazão da massa (em geral medida com um medidor coriolis) para dentro do tanque, assim como as tem-peraturas e pressões associadas. o petróleo líquido é a quantidade de petróleo produzida a partir da exclusão do teor de “sedimento básico e água” (Bs&W). Um campo de petróleo muito grande po-deria conter até 100 aWts, cada um testando de 20 a 50 poços em um rodízio programado.

os dados coletados pelos aWts oferecem informações cruciais sobre as condições geoló-gicas no solo e podem ajudar na elaboração de estratégias para a gestão ideal do ciclo de vida do campo de petróleo.

transferência automática de custódia de ar-rendamento – o movimento da produção de um campo de petróleo para dutos, caminhões, vagões ferroviários ou tanques de armazenamento, com frequência, representa uma transferência de cus-tódia – uma mudança de titularidade ou alocação que indica uma troca de moeda. Em instalações maiores, o petróleo é vendido por meio de uma transferência automática de custódia de arren-damento (Lact), unidade (figura 4) que mede a vazão e composição do petróleo bruto no momen-

to da mudança de titularidade. as unidades de Lact, ou skids, são designadas segundo normas da aPI – e para atender a eventuais normas adi-cionais de medição e amostragem exigidas pelo comprador. o valor recebido pelo petróleo bruto depende da densidade, do teor d’água (teor de Bs&W) e do volume transferido.

a precisão da medição de volume é assegu-rada pela validação periódica do fluxômetro com um comprovador com precisão de ±0,2%. o teor d’água e a densidade para fins de remuneração são calculados por meio da análise de uma amostra coletada continuamente, desviada do fluxo primá-rio. (a vazão da amostra é calibrada para que seja sempre proporcional ao escoamento total, para que a composição da amostra reflita precisamente a composição média do fluxo.)

nessa aplicação, um analisador capacitivo de teor d’água pode calcular o valor do petróleo bruto trans-ferido e, ao mesmo tempo, monitorar o limite máximo de teor d’água. se o teor d’água aumentar demais, a transferência é interrompida e o petróleo é desviado de volta para a fonte para processamento adicional.

operações de separação, teste automatizado de poço e transferência automática de custódia de arrendamento são apenas três das aplicações em campo de petróleo para as quais a análise capaci-tativa tem apresentado um histórico comprovado de desempenho confiável e de baixo custo. além disso, os monitores capacitivos de teor d’água estão demonstrando seu valor em várias outras situações em que há contato entre petróleo e água.

Figura 3. Junto com o calibrador Rf de nível de interface, um monitor capacitivo de teor d’água pode oferecer o controle efetivo de uma unidade de separação térmica.

Figura 4. Diagrama funcional simplificado de uma unidade de transferência automática de custódia de arrendamento (lact).

produção

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o p i n i ã o

Fornecedores do Vale do Aço avançam no mercado de óleo e gás Desafio Brasil x China Sucata gera aço

Nova instrução normativa sobre o Repetro, de Paulo Cesar Rocha, diretor Executivo da LDC Comex

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Indústria naval e conteúdo local: muda a regra?, por Júlia Motta

Regulação do setor de óleo & gás em Moçambique, por Henrique Rojas e Paulo Ragee

Maré de incertezas exige executivos preparados, por Marcelo Lavall

Cobertura especial:

Entrevista exclusiva

João Candido Gonçalves da Silva, diretor de Competitividade Naval da Enseada Indústria Naval

Uma enseada de grandes projetos

Ano XV • maio/junho 2014 • Nº 95 • www.tnpetroleo.com.br

ESPECIAL: AÇO

UMA INDÚSTRIADE AÇO que produz

óleo e gás

o p i n i ã o

Combustíveis em alta Mais aço para a indústria Capital de energia: São Paulo não quer parar

Nova lei anticorrupção: qual será o impacto na esfera trabalhista?, de Mariana Schmidt, especialista em Direito do Trabalho do escritório Ferreira & Schmidt Consultoria Jurídica.

A complexidade dos riscos marítimos, por Antonio Lleyda

Dispute boards: a redução do risco de judicialização de conflitos com subcontratados, por Alexandre Sion, Giovanni Peluci Paiva e Mariana de Souza Galan

Campos maduros, um ativo estratégico: análise do processo produtivo para campos de petróleo em reativação, por Eduardo Oliveira Telese, Ednildo Andrade Torres e Francisco Gaudêncio M. Freires

Como as petroquímicas podem prosperar com o boom do LGN, por José de Sá

Entrevista exclusiva

Luiz Germano Bodanese, presidente da Gaia

A reinvenção da Gaia

Ano XV • mar/abr 2014 • Nº 94 • www.tnpetroleo.com.br

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78 TN Petróleo 99

As discussões foram realizadas na confiança de que o novo marco regulatório para as atividades de Exploração e Produção (E&P) no Brasil, nos termos do art. 65 da Lei 12.351/2010 – em complemento à Resolução CnPE n. 08/2003, e que teve sua regulamentação estabelecida pela

Resolução CnPE n. 01/2013, de 07/02/2013, do Conselho nacional de Política Energética, aprovada pela Presidência da República –, não se transforme em letra morta.

neste último segmento, diante de tudo exposto e discutido, o Brasil acorda diante de um cenário sombrio: 1) o mercado aponta para a manutenção de preços baixos para o barril de petróleo ao longo dos próximos dois anos; 2) a Petrobras lida com uma crise de integridade que se transformou em pesadelo para a nação, para o Congresso na-cional, o Executivo, as prestadoras de serviços e investidores interna-cionais. todos sabem como isso começou, mas ninguém sabe como, e quando, terminará; 3) a agência nacional do Petróleo, gás natural e Biocombustíveis (anP) acompanha de longe sem ter muito o que fazer, mas sabe que haverá repercussões regulatórias.

após participar ativamente do maior evento nacional do segmento onshore (Brazil onshore 2014, promovido pelo IBP), o nosso grupo (PCM2) comenta e realinha os resultados do trabalho realizado ao

e&p

Sobrevivendo à transição entre crises

Série especial

Atratividade do segmento upstream onshore de petróleo e gás natural em bacias maduras e campos marginais no Brasil

Os autores deste trabalho abordaram em dois artigos anteriores o segmento upstream onshore no Brasil, com ênfase na perspectiva de novos entrantes e pequenos, médios e grandes operadores. As discussões foram pautadas em uma visão de criação de um modelo de governança sustentável, possibilitando o desenvolvimento social e econômico de centenas de municípios brasileiros em estrita observância à legislação pertinente aos aspectos ambientais e de segurança operacional. Mesmo com o objetivo de fornecer um texto enxuto e pragmático, não há como fazê-lo sem que este possa considerar tais critérios.

Grupo de pesquisa CNPq – grupo multi-disciplinar de pesquisa aplicada e desen-volvimento tecnológico para produção de petróleo e gás em bacias maduras e campos marginais – pCM2.

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Figura 1: Cluster da cadeia produtiva onshore. Onde estão as empresas que realmente servem os operadores de pequeno e médio porte?

longo dos últimos anos, considerando possíveis desdobramentos deste novo cenário.

a percepção das atividades de exploração e, principalmente, de produção nas áreas de bacias maduras no Brasil, que, após vários períodos de crescente expectativa, era de frustração, agora pas-sa a ser de temor. será que tudo que foi realizado e investido nos últimos 15 anos está condenado a virar sucata?

os sinais de que a política nacional poderia se desdobrar em um modelo regulatório adequado para o aumento significativo da participação de pequenos e médios produtores são minimizados diante do risco do segmento se transformar em item não importante diante das urgências criadas nos últimos meses.Consideremos:• Parece plausível pensar que o CNPE não vá permitir leilões de licitação enquanto a Petrobras não tiver condições plenas de ofertar. Com sérios problemas de fluxo de caixa para manter seu plano de desenvolvimento do Pré-sal, ampliar seu portfó-lio de obrigações financeiras com risco exploratório não seria a melhor estratégia.

• É possível também considerar que a sociedade exija mudanças no novo Marco Regulatório do Pré -sal, permitindo maior abertura e atratividade para grandes grupos internacionais.• O pré-sal não é nossa área de foco, mas, cer-tamente, trará impactos profundos no segmento onshore. o cenário descrito pode levar a uma paralisação do segmento onshore no Brasil. é possível recordar o marasmo ocorrido durante

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e&p

a discussão do Marco Regulatório. Lembramos também da crise de 1982.

a opinião do grupo é de que, principalmente neste momento, a restauração da credibilidade do setor no Brasil passa, necessariamente, pelo fortale-cimento da agência reguladora. a anP precisa sinalizar a manutenção e ampliação do calendário de leilões onshore. a discussão sobre o pré-sal e a Petrobras prosseguirão ao longo de 2015. todavia, não é necessário que haja a mesma paralisação ocorrida nos últimos anos.

Este é o momento de tornar o segmento onshore atrativo para novos entrantes. o esta-belecimento de um portal 24 horas com ofertas e opção para indicação de áreas onshore é um modelo pleiteado há tempos. a anP precisa da independência para dar o dinamismo necessário para manter vivo o segmento.

neste momento, a ação conjunta de outras áreas do governo é necessária para desonerar o

setor, amenizando os efeitos destrutivos do cená-rio atual. são necessárias ações que forneçam a atratividade necessária para entrada de empresas estrangeiras de prestação de serviços e forne-cimento de equipamentos (figura 1), incluindo um modelo mais flexível de Conteúdo Local para determinados gargalos.

Solucionando gargalos – Um modelo para os fornecedores de bens e serviços já foi discutido (detalhado na tabela 1) com objetivo de servir de guia para compreender os gargalos e ‘forta-lecer ’ a cadeia produtiva. Contudo, mais do que compreender, deve ser papel da agência fornecer incentivos para alavancar este segmento.

Conforme discutido nos artigos anteriores, a regulação com regramentos muito específicos im-pede e retira o incentivo à inovação e solução tec-nológica. a pesquisa e o desenvolvimento de novas tecnologias estão mais bem postos em um ambiente

tabela 1. Fornecedores de bens e serviços do segmento onshore

interpretação e processamento

aquisição

Afretamento Sonda

Perfuração e completação

sistema auxiliares

apoio logístico

Afretamento Sonda

Perfuração e completação

sistema auxiliares

apoio logístico

Árvore de natal

sistema de bombeio

Manifolds

Dutos de escoamento da produção

Engenharia básica

Engenharia de detalhamento

gerenciamento, construção e montagens

Engenharia básica

Engenharia de detalhamento

gerenciamento de serviço

Materiais

Construção e montagem

Geologia e Geofísica

Perfuração, avaliação e completação

apoio operacional

Perfuração, avaliação e completação

sistema de coleta da produção

planta de processo

Exploração

Desenvolvimento e produção

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os autores são gratos ao suporte dado pelo instituto Brasileiro de petróleo, gás e Biocombustíveis (iBp), que tem valorizado as ações de nosso grupo Multidisciplinar de Pesquisa CNPq. E também ao CNPq e Fapesb por di-versas bolsas concedidas a alunos de Iniciação Científica, iniciação tecnológica, Mestrado e Doutorado e “produti-vidade em pesquisa e produtividade em Desenvolvimento Tecnológico”. Somos gratos pelo apoio das instituições de ensino e iCts que abrigam nossos pesquisadores (Ufba, Ufpa, Unifacs, Uneb, UFRJ, Unicamp, C3I, USP, Universidade de Coimbra). Orgulha-nos poder agradecer

às empresas, instituições e organizações governamentais que vêm trabalhando em colaboração e sempre solícitas no fornecimento de dados e informações, visitas técnicas, tempo para discussões, participação em bancas, etc. (se-vero Villares, PetroRecôncavo, Prefeitura de Mata de São João, ANP, Petrobras, Abpip, Appom, Dax Oil, RedePetro--BA, Geo Innova, Governo de Alberta, Consulado Ca-nadense no Rio de Janeiro e Oklahoma Marginal Well Commission, University of Alberta). Por fim, agradecemos ao suporte fornecido pela Fapex e pelo Departamento de Geofísica da Ufba que nos abrigou em seu espaço físico.

AGRADECimENtoS

com metas definidas, quando os caminhos ficam por conta do empreendedor.

assim, o superdetalhamento e a complexidade da regulamentação resultam, além de atraso na instru-ção dos processos, em ambiente inacessível a peque-nos investidores e o fechamento das portas à inova-ção, principalmente devido à ausência de avaliação ex-ante e ex-post aos impactos regulatórios.

destaca-se, igualmente, que uma regulação téc-nica e específica demanda profissionais bem capa-citados e experientes, ademais de uma fiscalização especializada frequente. Logo, existe um custo regu-latório a ser avaliado no âmbito do órgão regulador, dos atores do setor e do próprio futuro da atividade.

a organização para a Cooperação e desenvol-vimento Econômico (oCdE) preparou em 2013 um estudo sobre o papel da regulação setorial para seus países. a pergunta aplicada ao nosso caso é: quem orquestrará a consolidação de um segmento onshore atrativo, transparente e recompensador para os que atuam como agente de criação de capital produtivo e aos que recebem a indústria em seus municípios? Esta pergunta vale para tempos favoráveis e adversos.

dentre os pontos críticos elencados pelo traba-lho da oECd, destacamos:• Prevenção de influências tendenciosas e manu-tenção da confiança, objetividade, imparcialidade e consistência. • Transparência e responsabilidade. O órgão existe para atingir objetivos traçados pelo executivo e legislativo, sempre baseados no interesse da socie-dade. o órgão regulador é, então, responsável por entregar resultados.• Engajamento. Um dos principais objetivos do órgão regulador é aprimorar a confiança da socie-dade e dos atores do setor.• Avaliação de desempenho. Depois de tantos anos promovendo o segmento onshore, a produção em áreas marginais, a consolidação do nicho de

produtores de pequeno e médio porte, quais são os resultados? a avaliação do desempenho promovida pelo próprio órgão comunica à sociedade e, prin-cipalmente, ao setor, que existe a compreensão do papel e da responsabilidade da agência naquilo que dá certo e naquilo que vai mal.

o setor sempre terá altos e baixos. Cabe ao órgão regulador orquestrá-lo diante dos diversos cenários, com a confiança dos que precisam ser li-derados e mantidos dentro das regras. atualmente, o maestro sofre da desconfiança da orquestra. a visão dos participantes é: “o maestro persuadiu os músicos a se engajarem em uma obra que não consegue realizar e pune seus participantes por não tocarem bem sem as condições necessárias”.

a expectativa da implementação de uma política nacional para fomentar a participação de empresas de petróleo de pequeno e médio porte em bacias terrestres foi substituída por um cenário de incerteza sobre o futuro do setor de petróleo como um todo. se o segmento onshore não era uma prio-ridade, nosso receio é que, diante dos problemas atuais, ele possa vir a ser totalmente ignorado.

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Com pouco mais de um mês de funcionamento, o Belmonte, da Praça XV (RJ), já mostrou a que veio: preencher uma lacuna na área, que é a de conciliar uma boa comida, a preços acessíveis, na hora do almo-ço, com um ambiente agradável; e para quem quer petiscar e tomar uma bebida durante a tarde, entrando na noite... de preferência com as famosas empadas fechadas ou abertas que tornaram famoso o pri-meiro Belmonte, instalado na Praia do Flamengo há 13 anos.

dEMoRoU PaRa o cearense antonio Rodrigues fincar o pé na Praça Xv. agora, com o ‘caçula’ Belmonte ele amplia o espaço que já tem na área.

a trajetória vitoriosa de antonio tem sido analisada por amigos, estu-diosos do comportamento dos donos de bares. E todos são unânimes em afirmar que a diferença entre ele e outros que estão no mesmo ramo de negócio é uma capacidade extraordinária de trabalho: ele começa às seis da manhã e não tem hora para acabar.

além dos empreendimentos no entorno da Praça Xv, que começou com o Cais do oriente, antonio tem mais 14 espalhados pela cidade, com a ‘grife’ Belmonte ou identificados pelo nome antonio. na Lapa, por exemplo, são quatro os bares da região sob sua direção. outros bares estão localizados na Zona sul, inclusive no Leblon e no Jardim Botânico, onde já tem clientela fiel. a rede emprega mais de 500 funcionários.

a principal característica de antonio é saber conviver com seus em-pregados. no Belmonte da Praça Xv, um dos escudeiros dos primeiros tempos do Belmonte no Flamengo, Washington Luis Ferreira, retorna à

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na concepção da arquitetura e da decoração do Belmonte da rua do Rosário, foi marcante a participação de Cris Levefre, cenógrafa, em parceria com o arquiteto Arnobio. Da mesma forma, os dois atuaram juntos no casarão da rua Mem de Sá, que abriga o Antonio’s, da rede Belmonte, e que agora, inteiramente redesenhado internamente, mais parece um lugar cinematográfico. Já é um dos locais mais frequenta-dos da área. Cris, além de cenógrafa, traz na sua bagagem a formação cinematográfica, daí as suas intervenções sempre muito bem-sucedidas, na valorização e recriação dos espaços, como os dois citados.

rede para integrar a equipe. Ele terá ao lado outro mestre na arte de receber, o Benones Rodrigues Rosa, acostumado a entreter uma clientela esclarecida, bem informada e exigente, como a que circula no Centro da cidade.

lADo A lADo – o sírio Moufid Hassan, dono do res-taurante al Khayam, vizinho ao novo Belmonte, velho conhecido de antonio, só tem elogios para o amigo, que a cada dia cria empreendimentos que valorizam o entorno e faz retornar antigos fregueses que andavam desaparecidos.

Com o término das obras de revitalização do Porto Maravilha e o moderno prédio que vai suceder o an-tigo edifício do Lloyd nas imediações, a tendência é a área se transformar num dos lugares mais visitados do Centro histórico do Rio.

disso ninguém tem a menor dúvida. Muito menos o talento empreendedor desse cearense de Hidrolân-dia. Por isso ele tem razões fundadas para investir e muito, como tem feito, em alguns projetos gastronômi-cos na área. a cidade só tem a agradecer.

o SABoR úNiCo Do NoVo-ANtiGo – Concebido pelo arquiteto arnobio de Barros, o mesmo que pratica-mente idealizou e executou todas as casas da rede, o Belmonte da Praça Xv em nada lembra o restaurante português do chef santos, que funcionou ali durante cinco anos.

Mais de três meses de obra transformaram intei-ramente o espaço do velho casarão da rua do Rosário, que agora exibe uma arquitetura moderna, futurista, ampla e bastante confortável para os clientes que já se identificaram com o novo local.

do amplo salão interno, com capacidade de abri-gar mais de 80 pessoas durante o almoço, avista-se sem nenhuma dificuldade a grande cozinha, além da área externa, que ocupa boa parte da rua do Mercado e seu entorno.

Com vocação para se tornar o grande point do verão, o Belmonte chega com um cardápio variado e cervejas long neck para atender aos mais exigentes fregueses. sem falar nas deliciosas empadas, bolinhos de bacalhau e muitos petiscos que vão fazer muita gente antecipar o relógio no final do dia.

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AOrigens, influências e os desdobramentos do processo criativo do artista russo Wassily Kandinsky, e parte de sua obra, vão estar expostos no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Centro do Rio, do dia 28 de janeiro até meados de março de 2015.

Kandinsky – tudo começa num ponto Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB)

De 28/01 a 30/03 de 2015

Rua Primeiro de Março, 66 - Centro, RJ

Tel.: (21) 3808-2020

Horário: de quarta a segunda, das 9h às 21h

a MostRa Kandinsky – tudo começa num ponto, que vai percorrer du-rante quase um ano outras capitais brasileiras, começou sua itinerância por Brasília. Fica na capital fluminense até o dia 30 de março, seguindo depois para Belo Horizonte, em 19 de abril, e depois são Paulo, onde ficará de julho a outubro.

a expectativa é de que, ao final da megaexi-bição, um milhão de pessoas tenham entrado em contato com as obras e objetos que fizeram desse artista um dos mais importantes do século XX, e um pioneiro da abstração.

a exposição reúne mais de uma centena de obras e objetos de Kandinsky, seus contemporâneos e suas influências. Esse acervo diverso tem como base a coleção do Museu Estatal Russo de são Petersburgo, enriquecido com obras de mais de sete museus da Rússia e coleções procedentes da alemanha, áustria, Inglaterra e França.

Única sob vários aspectos, a exposição conta também com o apoio da Embaixada da França e apresenta uma sequência de quadros do pintor,

por orlando Santos

A cor da alma está no CCBB-RJKANDiNSKY

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pensa-dor e escri-tor. E permite um mergu-lho nas profun-dezas do seu uni-verso criativo, em suas

referências iniciais, colocando lado a lado suas obras e as dos seus contemporâneos, além de peças que são joias da arte popular do norte da sibéria e objetos de rituais xamânicos. Emerge dessa exposição um Kan-dinsky que poucos, no ocidente, conhecem.

o tempo de permanência das obras de Kandinsky no país também é algo inusitado: em geral, os museus não costumam ceder suas preciosidades por períodos tão longos. os CCBBs têm grande expectativa de pú-blico em virtude do ineditismo da mostra.

A trajetóriaa proposta curatorial de Evgenia Petrova e Joseph

Kiblitsky organiza a exposição em cinco blocos, de forma a ajudar os visitantes a conhecer não só as principais obras de Kandinsky, mas também suas influências e o relacionamento com os outros artistas. trata-se de um mergulho no mundo que cercou e influenciou o artista. os blocos são:• Kandinsky e as raízes de sua obra em relação à cul-tura popular e o folclore russo• Kandinsky e o universo espiritual do xamanismo no norte da Rússia• Kandinsky na Alemanha e as experiências no grupo der Blaue Reiter, vida em Murnau• Diálogo entre música e pintura: a amizade entre Kandinsky e schoenberg

• Caminhos abertos pela abstração: Kandinsky e seus contemporâneos

“a maior parte da exposição apresentada ao público bra-sileiro é dedicada justamente aos pormenores que explicam e completam o nosso conhe-cimento sobre Kandinsky”, afirma Petrova.

o diretor-geral da ex-posição, responsável pela concepção do projeto, Rodol-fo de athayde, acredita que entender esse gênio criativo implica também entender a sensibilidade que marca a arte desde o início do século XX. “Esta mostra apresenta o prólogo dessa história enri-quecida que é a arte moderna e contemporânea: o modo como se forjou a passagem para a abstração, os recursos a partir dos quais a figura-ção deixou de ser a única via possível para representar os estados mais vitais do ser

humano e, finalmente, o novo caminho desbravado a partir dessa ruptura”, aponta.

o Kandinsky que os brasileiros poderão ver no CCBB foge, em muitos aspectos, à visão ocidental que se tem do artista: “Kandinsky – tudo começa num ponto é também resultado da construção de um relacionamento de confiança entre o Museu Estatal Russo de são Petersburgo, o Centro Cul-tural Banco do Brasil e a arte a Produções, que realizou a bem-sucedida exposição Virada Russa, realizada em 2009, no circuito do CCBB”, afirmam athayde e a coordenadora ania Rodriguez. “Foi a profunda relação de parceria e os valores humanos e artísticos compartilhados com Evgenia Petrova e Joseph Kiblitsky que tornaram possível o sonho de um empreendimento dessa magnitude”, comenta Rodolfo de athayde.

segundo ele, Petrova, diretora científica do Mu-seu Russo, “é uma figura lendária que se apresenta aos meus olhos como a ‘guardiã’ dos 400 mil tesou-ros que sobreviveram a uma revolução social, duas guerras mundiais e a sanha de uma visão autori-tária imposta à cultura nos períodos mais contro-versos da ex-União soviética. sob sua custódia e de muitos outros anônimos foi possível salvar estas obras para o patrimônio cultural da humanidade”, frisa athayde.

Em matéria de arte, o ano começa muito bem.

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maio

Abril

Junho

Setembro

outubro

Novembro

Fevereiro

março

feiras e congressos

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de Paulo Cesar Alves Rocha, consultor tributário, engenheiro industrial, mestre em Engenharia de transportes e diretor executivo da LDC.

opinião

A importância do regime

DE REPEtRoOs principais pontos relacionados aos construtores de módulos e dos integradores de plataformas de petróleo e gás natural

O desenvolvimento da indústria de ex-ploração e produção (E&P) de petróleo e gás natural deu um primeiro salto com a descoberta de óleo na Bacia de

Campos, na camada pós-sal, levando a uma especialização inédita no mundo da mesma para águas profundas. o segundo salto se deu com a descoberta de petróleo leve de boa qualidade e gás natural na camada pré-sal, situada em parte em águas ainda mais profundas que a camada pós-sal e a uma longa distância da costa, o que está ocasionando o desenvolvimento de novas tecnologias de ponta e abrindo um grande mer-cado para estaleiros e estabelecimentos indus-triais em geral.

a principal característica da estrutura de funcionamento de bens e equipamentos para a E&P de petróleo e gás natural, no tocante à sua propriedade, é que a mesma tem que ser predo-minantemente estrangeira, em função da natural rotatividade e especialização deste segmento, bem como em função de benefícios fiscais e obtenção de financiamentos.

antes do advento da Lei do Petróleo, como a exploração e produção de petróleo e gás natu-ral era monopólio da União, operacionalizado pela Petrobras, havia a isenção para a admissão temporária dos bens e equipamentos para esta atividade. Esta isenção, embora tornasse parte da indústria nacional não competitiva, não influen-ciava muito porque o mercado ainda era peque-

no. Mesmo assim, era grande a participação de empresas EPC no mercado.

Com o advento da Lei n. 9.430/1996, a admissão temporária de equipamentos e bens para o Brasil – e que tivessem utilização econômica –, passou a ser tributada proporcionalmente ao tempo em que ficassem no Brasil. Com a Lei n. 9.430/1996 e na falta de uma legislação que amparasse as opera-ções de exportação e importação sem que os bens e equipamentos tivessem que realmente embarcar para o exterior, ficou extremamente difícil para a indústria brasileira competir com os fornecedores estrangeiros.

Para resolver esta e outras questões de tributa-ção existentes na época, foi criado o Repetro, um Regime aduaneiro que se tornou indispensável para a competitividade da atividade de E&P de petróleo e gás natural, principalmente porque o mesmo iguala o regime de pagamento de tributos no Brasil aos de outros países, ao isentar a admis-são temporária no Brasil de equipamentos necessá-rios para esta atividade.

Quando foi criado o Repetro, cuidou-se de, entre seus instrumentos, colocar como suas possi-bilidades a de poder um bem ou equipamento ser considerado exportado sem sua saída do território nacional. Listou-se também a possibilidade da utilização do drawback para a industrialização dos bens que seriam assim exportados.

da mesma forma se igualou a indústria brasi-leira aos concorrentes fornecedores estrangeiros,

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ANUNCiANtES DA EDição

Aerodinâmica – pág. 17Brasil offshore – págs. 46 e 47China Brasil – pág. 39China maritime – pág. 89Cyber Security Brasil – 4ª capaGreat ocean – pág. 37icaterm – pág. 09JDR – pág. 41

logan oil tools – pág. 11mac log Solutions – pág. 10Navium – pág. 68outlook 2015 – pág. 52Presserv – pág. 17Rexnord – pág. 07Rio Gas & Power Forum – pág. 03WPC leadership Conference – pág. 63

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opinião

Desenvolvimento humano e sustentabilidade – Negócios conscientes: o grande desafio, por Wanderley Passarella | Análise capacitiva: medição versátil de

teor d’água para o setor petrolífero, por Robert J. Irving | Sobrevivendo à transição entre crises – Atratividade do segmento upstream onshore de petróleo e gás natural em bacias maduras e campos marginais no Brasil, por Grupo de pesquisa CNPq

O P I N I Ã O

A R T I G O S

Retrospectiva 2014

Um ano difícil

A importância do regime de Repetro, de Paulo Cesar Alves Rocha, consultor tributário, engenheiro industrial, mestre em Engenharia de Transportes e diretor executivo da LDC.

ENTREVISTA EXCLUSIVA

José Gutman, diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)

“A perspectiva é de produção crescente.”

ESPECIAL: EXPLORAÇÃO

Ano XVI • janeiro/fevereiro 2015 • Nº 99 • www.tnpetroleo.com.br

O PETRÓLEO DÁ AS CARTAS

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O México entra no jogoPré-sal brasileiro: desenvolvimento em tempo recordeRiscos ambientais da exploração intensiva

fechando a cadeia de benefícios fiscais, porque uma empresa industrial brasileira pode fabricar um equipamento, efetuar sua exportação sem saída do território nacional e em seguida ser este equi-pamento admitido no Repetro para a atividade de E&P de petróleo e gás natural. Um equipamento produzido no Brasil é equiparado a um exportado, fazendo com que os tributos que incidiriam na pro-dução de um bem no mercado interno sejam iguais a zero, aumentando assim a competitividade das empresas industriais brasileiras.

Em suma é um Regime que tanto aumenta a competitividade de quem explora e produz e das in-dústrias que produzem equipamentos e plataformas.

Com o aumento da atividade de E&P de pe-tróleo e gás natural no Brasil nos últimos anos, o Repetro, em sua formatação atual, é de suma

importância para as indústrias que fornecem partes necessárias aos players da área, porque:

1. Podem fabricar os equipamentos no Brasil, com suspensão do pagamento dos tributos que incidem na compra de insumos, sejam eles nacio-nais ou importados, se utilizando do Regime de drawback ou o de Entreposto aduaneiro conforme o caso, também previsto na legislação;

2. Concluída a fabricação, podem efetuar sua venda às empresas estrangeiras que admitirão os equipamentos no Repetro, utilizando a exportação sem saída do território nacional.

nas operações de compra de insumos, fabrica-ção e exportação para entrega, ficam as indústrias isentas do pagamento de tributos, contribuindo assim o Repetro para igualar a competitividade em termos tributários aos fornecedores estrangeiros.

inForMação DE QuaLiDaDE.A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelera-do. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia.

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