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Terminal 1 Terminal 2 Um porto seguro Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: decisão conjunta, por Wanderlei Passarella | COP 21: mudanças climáticas e impactos na economia, por Ricardo Zibas | Segurança e confiabilidade em E&P: atualmente seriam importantes temas de pesquisa?, por Luiz Fernando Seixas de Oliveira e Márcio José das Chagas Moura | Mercado de gás natural e peak-shaving no Brasil, por Marcio Balthazar da Silveira | Túnel de fuga e à prova de explosão para FPSOs, por Ian Nash OPINIÃO 13ª Rodada de Licitações: o leilão das pequenas e médias empresas Coberturas especiais: Riopipeline 2015 – Demanda por dutos irá aumentar para atender o pré-sal OTC Brasil 2015 – Produtividade e eficiência são os desafios do setor de O&G Quem é o dono do petróleo no Brasil?, de Evandro La Macchia, mestre em Engenharia de Produção na área de Gestão de Negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina. ENTREVISTA EXCLUSIVA Alexandre Chequer, sócio da Mayer Brown e Tauil & Chequer Advogados Temos um caos regulatório a equacionar Ano XVI • novembro/dezembro 2015 • Nº 104 • www.tnpetroleo.com.br ESPECIAL: PORTO DO AÇU para as operações offshore

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Terminal 1

Terminal 2

Um porto seguro

Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: decisão conjunta,

por Wanderlei Passarella | COP 21: mudanças climáticas e impactos

na economia, por Ricardo Zibas | Segurança e confiabilidade em E&P: atualmente seriam

importantes temas de pesquisa?, por Luiz Fernando Seixas de Oliveira e Márcio José das Chagas

Moura | Mercado de gás natural e peak-shaving no Brasil, por Marcio Balthazar da Silveira |

Túnel de fuga e à prova de explosão para FPSOs, por Ian Nash

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13ª Rodada de Licitações: o leilão das pequenas e médias empresas Coberturas especiais:

Riopipeline 2015 – Demanda por dutos irá aumentar para atender o pré-saloTC Brasil 2015 – produtividade e eficiência são os desafios do setor de o&G

Quem é o dono do petróleo no Brasil?, de Evandro La Macchia, mestre em Engenharia de produção na área de Gestão de negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina.

EnTREviSTa ExCLUSiva

Alexandre Chequer, sócio da Mayer Brown e Tauil & Chequer advogados

Temos um caos regulatório a equacionar

Ano XVI • novembro/dezembro 2015 • Nº 104 • www.tnpetroleo.com.br

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para as operações offshore

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sumário edição nº 104 nov/dez 2015

noss

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Cobertura especial OTC Brasil 2015

Produtividade e eficiência são os desafios do setor de O&G

Entrevista exclusiva

Especial porto do açu

13ª Rodada de Licitações

Rio pipeline 2015 Demanda por dutos irá aumentar para atender o pré-sal

com Alexandre Chequer, sócio da Mayer Brown e Tauil & Chequer advogados

um porto seguro para as operações offshore

Temos um caos regulatório a equacionar

O leilão das pequenas e médias empresas

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3429

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24 Movimentação de minério de ferro e bauxita

39 Empresas apresentam serviços e inovações tecnológicas

42 Lloyd’s register do Brasil | Maior confiabilidade e segurança para a indústria de óleo e gás no Brasil

43 Oil & Gas Brasil Meeting

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Fino Gosto

perfil profissional

CONSELHO EDiTOriAL

affonso vianna Junior

alexandre Castanhola Gurgel

antonio Ricardo pimentel de

oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Gary a. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

ivan Leão

Jean-paul Terra prates

João Carlos S. pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

nathan Medeiros

paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

60 Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade: Decisão conjunta, por Wanderlei Passarella

62 COP 21: mudanças climáticas e impactos na economia, por ricardo Zibas

71 Segurança e confiabilidade em E&P: atualmente seriam importantes temas de pesquisa?, por Luiz Fernando Seixas de Oliveira e Márcio José das Chagas Moura

74 Mercado de gás natural e peak-shaving no Brasil, por Marcio Balthazar da Silveira

76 Túnel de fuga e à prova de explosão para FPSOs, por ian Nash

2 editorial

4 hot news

8 indicadores tn

29 eventos

46 perfil profissional

51 caderno de sustentabilidade

63 pessoas

65 produtos e serviços

78 fino gosto

80 coffee break

82 feiras e congressos

83 opinião

artigos

Ano XVI • Número 104 • nov/dez 2015Fotos: Prumo Logística

seções

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3º CHC Brazil Safety & Quality Summit

Especialistas debatem segurançana aviação e setor de óleo e gás

adhemar da Silva Freire Júnior

Cautelosa ousadia

O sabor e as cores do Japão

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2 TN Petróleo 104

editorial

Rua Buenos Aires, 2/406Centro – CEP 20070 022rio de Janeiro – rJ – BrasilTel/fax: 55 21 [email protected]

DirETOr EXECuTiVOBenício Biz - [email protected]

DirETOrA DE COMuNiCAçãOLia Medeiros (21 98241-1133)[email protected]

EDiTOrABeatriz Cardoso (21 99617-2360)[email protected]

EDiTOr DE ArTE, CuLTurA E GASTrONOMiAOrlando Santos (21 99491-5468)

rEPÓrTErFelipe Salgado (21 98247-8897) [email protected]

Mehane Albuquerque (21 98629-8185) [email protected]

rELAçÕES iNTErNACiONAiSDagmar Brasilio (21 99361-2876) [email protected]

DESiGN GrÁFiCOBenício Biz (21 99194-5172)[email protected]

PrODuçãO GrÁFiCA E WEBMASTErLaércio Lourenço (21 2224 1349)[email protected]

rEViSãOSonia Cardoso (21 3502-5659)[email protected]

DEPArTAMENTO COMErCiALJosé arteiro (21 99163-4344)[email protected]

Rodrigo Matias (21 2224 1349)[email protected]

ASSiNATurAS(21) 2224 [email protected]

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DiSTriBuiçãO Benício Biz Editores Associados.

Filiada à ANATECOs artigos assinados são de total responsabilidade dos autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores. Tn petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos, técnicos, pesquisadores, fornecedores e compradores do setor de petróleo.

precisamos de uma agenda para o futuro

Benício BizDiretor da Benício Biz Editores

TN Petróleo

TAGS#104

ESTaMoS no FinaL DE UM DoS anoS mais difíceis já enfrentados pela indústria de óleo e gás no país – e também no âmbito internacional, considerando os baixos preços do petróleo, que fizeram companhias do mundo inteiro rever seus investimentos. no nosso caso, a situação é agravada pela crise política e as su-cessivas denúncias de corrupção.

a despeito de tudo isso – inclusive da recessão que ronda o mundo – um país que está entre as oito maiores economias do planeta não pode ‘cair’ na inércia, tendo um parque industrial qualificado e com capacidade para atender aos mais distintos mercados, e uma cadeia produtiva de óleo e gás, naval e offshore que deu um salto evo-lutivo na última década, apoiado na política de conteúdo nacional.

Some-se a isso o fato de o Brasil ter grandes reservas de petróleo e gás (o que, por si, representa um ativo de valor inquestionável para qualquer na-ção) e expertise para produzir hidrocarbonetos em novas fronteiras, mesmo tendo uma das matrizes energéticas mais limpas do planeta.

Problemas não são primazia do Brasil, nem mesmo na área de corrup-ção (vide ocorrências em outros setores). O que é necessário é estabelecer prioridades. E uma delas é uma agenda efetiva para o futuro, que vá mais além de propostas a serem implementadas por todos os atores econômicos, sem demagogia.

precisamos de ações e iniciativas, dentro de uma visão de curto, médio e longo prazo, que possam ser tocadas adiante, em um esforço conjunto do setor público e privado, e com o apoio e proatividade da sociedade organi-zada. Não basta protestar, é necessário descontruir o velho – a estrutura viciada – e construir o novo.

E isso diz respeito a cada um de nós, inclusive à Benício Biz, que por meio de suas publicações impressas e digitais tem apoiado a indústria que produz, inova, cresce e propõe soluções sustentáveis. E que tem dado voz a todos aqueles que podem contribuir para disseminar e ampliar conhecimen-tos; e promovido e apoiado os debates em torno de questões relevantes para a indústria e o país.

Temos resistido bravamente para não perdermos a independência, a ob-jetividade e a própria capacidade de reconstrução. Vamos sair dessa!

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WWW.FGPE.COM.BR

RESERVE SUA AGENDA24 e 25 de Outubro de 2016 São Paulo - SP

informações e inscrições: (11) 3266-3591 |[email protected]

4ª EDIÇÃO

Participação de Investidores e provedores de equipamentos e serviçosTendências e informações inovadoras e exclusivas do setorNetworking qualificado com líderes do mercado eólicoNovas tecnologias e soluções para os desafios do segmentoOportunidades de negócios e parcerias entre os players do mercado

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hot news

Parque Tecnológico da uFrJ abre chamada pública para novas empresas

EmprEsas saídas há menos de um ano de incubadoras de todo o país terão desconto de 50% nos primeiros 24 meses de contrato caso queiram se candidatar a um espaço no parque Tecnológico da Universidade Federal do rio de Janeiro (UFrJ), que abriu edital para instalação de novas empresas, no formato de Chamada pública com validade por um ano (até 1/10/2016), podendo ser renovado.

Estão sendo oferecidos 808 m2 para ocupação de até 16 salas e 377 m2 de dois galpões (para aque-las que necessitem de uma estru-tura para laboratório e/ou de uma planta-piloto). são candidatas em potencial as empresas que atuam na área de pesquisa e desenvolvimen-to, organizações sem fins lucrativos e demais companhias que mante-nham ou pretendam estabelecer parcerias em pesquisa, desenvolvi-mento e Inovação com a UFrJ.

as empresas serão classificadas de acordo com as seguintes moda-lidades e portes, com base na re-ceita operacional bruta, conforme os seguintes critérios estipulados pelo BNdEs: 1) micro, pequenas e médias empresas: receita operacio-nal bruta anual menor ou igual a r$ 90 milhões; 2) média-grande e grande empresas: receita operacio-nal bruta anual maior que r$ 90 milhões.

Os valores do metro quadrado para o prédio em formato de salas comerciais e para galpões estão disponíveis no site www.parque.

ufrj.br. dentro deste custo opera-cional, além da oferta da infraes-trutura urbanística, as empresas terão acesso a serviços de assesso-ria de gestão de negócios, comu-nicação, ampliação de networking e articulação corporativa (integra-ção das empresas com universida-de e entre empresas de pequeno porte com grandes, dos setores em que atuam). as médias-grandes e grandes empresas que se inte-

ressarem pelo espaço somente poderão ocupar área de até 400 m2 de extensão.

as interessadas devem apre-sentar documentação e proposta descritas na Chamada pública. as propostas serão qualificadas pela Comissão de avaliação do Con-selho diretor do parque, formada por representantes da UFrJ e da Fundação Coppetec, instituição gestora do parque.

Companhias de micro, pequeno e médio porte terão prioridade para ocupar até 16 salas e dois galpões.

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apóS 20 anoS à frente do parque e da Incubadora de Empresas da Coppe/UFRJ, Mauricio Guedes, idealizador desse empreendimento emblemáti-co, passa o bas-tão ao professor José Carlos Pinto, que tomou posse como diretor exe-cutivo no dia 16 de novembro. Ele tem a missão de conduzir o relacionamento entre as 46 empresas instaladas no Parque, a

Universidade e demais agentes pro-motores de inovação e empreende-dorismo, além de atrair novos atores para o ambiente.

Mestre e doutor em Engenharia Quí-mica pela Coppe/UFRJ, Pinto é pro-fessor titular da UFRJ, onde ingressou como docente no programa de Enge-nharia Química da Coppe (1992). Com pós-doutorado na área de reatores quí-micos (2000), ele foi diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Coppe (2013 a 2015) e da Fundação Coppetec (2011 a 2015). Desde setembro de 2015 ocupava a diretoria de assuntos acadêmicos da instituição.

Sob novo comando

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a pETRoBRaS informou no dia 30 de novembro a renúncia do presi-dente de seu Conselho de admi-nistração, Murilo pinto de oliveira Ferreira, de licença do colegiado desde 14 de setembro de 2015, quando o conselheiro Luiz Nélson Guedes de Carvalho passou a ocu-par a presidência em exercício.

De acordo com a Petrobras, Luiz Nélson continuará na presi-dência do conselho pelo menos até a próxima reunião ordinária do colegiado, que analisará a questão.

a estatal não revelou quando foi encaminhado o pedido e nem quando ocorrerá a reunião, mas informou que “fatos julgados relevantes sobre o tema serão oportunamente comunicados ao mercado”.

Desde abril, Murilo Ferreira acumulava as funções de presi-dente do Conselho de adminis-tração da Petrobras e de diretor--presidente da Vale S/A (nomeado em maio de 2011).

Príncipe da Noruega conhece projeto de robótica da parceria Petrobras-Statoil

Murilo Ferreira renuncia à presidência do Conselho de Administração da Petrobras

O príNCIpE da NOrUEga, Haakon Magno, e uma comitiva de autoridades daquele país, visitaram as instalações do Centro de pesquisas da petrobras, no dia 17 de novembro, onde assisti-ram a uma demonstração do protótipo do robô doris, realizada sob condições industriais simuladas. O projeto é fruto de uma cooperação entre a petrobras e a petroleira norueguesa statoil.

desenvolvido em parceria tam-bém com a Universidade Federal do rio de Janeiro (UFrJ), o sistema robótico móvel para inspeção remota de instalações offshore permite um monitoramento frequente com pos-sibilidade de pequenas intervenções em áreas com estrutura complexa e pouca acessibilidade.

Trata-se de um veículo teleoperado cuja movimentação se dá por meio de trilhos. Ele é capaz de captar e analisar áudio, vídeo, imagens térmicas, vibra-ção e composição atmosférica. possui processamento inteligente para diag-

nóstico e alarmes. E pode ser instalado em plataformas que já se encontram em operação, sem necessidade de re--projeto. ainda não há previsão para testes de campo com o robô doris.

No mesmo dia, a Coppe/UFrJ recebeu uma delegação norueguesa liderada pelo vice-ministro de Edu-cação e pesquisa, Bjørn haugstad. acompanhado por representantes das principais universidades daquele país, ele participou de um seminário sobre pesquisas desenvolvidas na instituição.

recebida pelo diretor da Coppe, Edson Watanabe, e demais membros da diretoria, a delegação conheceu ainda o Trem de Levitação magné-tica (maglev-Cobra) da Coppe e o LabOceano, que abriga o tanque oceânico mais profundo do mundo, utilizando como meio de transpor-te um ônibus híbrido a hidrogênio (h2+2), primeiro veículo a hidrogê-nio produzido no Brasil.

Robô Doris foi desenvolvido para inspeção remota de instalações offshore.

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hot news

CoM voLUME pREviSTo de R$ 4,9 milhões em expectativa de negócios para os próximos 12 meses, a 8ª Rodada de negócios, da Feira polo Naval, em Rio Grande (RS) sinali-za boas perspectivas para o setor em 2016. O evento, promovido pelo Sebrae/RS no dia 10 de novembro, mobilizou grandes compradores, microempresas e empreendimentos de pequeno porte.

“Em um momento de incertezas no Brasil, as rodadas superaram as expectativas”, avalia a gerente da Regional Sul do Sebrae/RS, rosâ-ni Boeira da Silva, destacando que

o evento foi ampliado e reuniu 21 compradoras. “além das empresas do polo naval, convidamos corporações do segmento de fertilizantes, logística e energia, e ainda órgãos públicos”, informou. Um total de 132 micro e pequenas empresas vendedoras participaram da rodada, que teve nada

menos que 819 reuniões.

Entre os compradores estavam o Centro de intendência da Marinha de Rio Grande; a Foton,

de Guaíba; a Fundação Universidade de Rio Grande (FURG); a Refinaria de petróleo Riograndense; o Tecon Rio Grande; a Yara Fertilizantes, de Rio Grande; e a CPMC/Celulose Riogran-dense Ltda.

o Centro de intendência da Marinha em Rio Grande (CeIMRG) e o Sebrae/RS firmaram um acordo de cooperação no qual se comprometem a adotar ações que promovam um ambiente favorável aos pequenos negócios. “a medida vai ampliar o mercado para as micro e pequenas empresas como fornecedoras da Marinha”, conclui Rosâni.

Tenaris inaugura laboratório de corrosão para atender projetos offshorea TENarIs INaUgUrOU, no dia 24 de novembro, um avançado e especia-lizado laboratório de corrosão, em sua planta produtiva em pindamonhan-gaba/sp. Com investimento de Us$ 2,8 milhões, construído numa área de 180 m² de infraestrutura, o laboratório terá como foco a realização de testes para a qualificação e certificação de tubos e acessórios para aplicação em ambientes ácidos (sour service) de exploração e produção de óleo e gás.

O novo espaço conta com avan-çada tecnologia de monitoramento e controle que garante a integração dos modernos equipamentos de en-saio com os sistemas de seguran-ça e controle ambiental. Com esta expansão, a Tenaris cria um centro de excelência em inovação, apto a desenvolver novos materiais, rea-

lizar testes normatizados de longa duração e garantir a qualidade dos projetos já implantados ou em fase de implantação pelas empresas par-ceiras e outros players do setor.

O Laboratório de Corrosão so-ma-se aos investimentos da Tenaris no Brasil, que busca oferecer recur-sos de excelência, alta tecnologia

e inovação às operações do setor energético brasileiro e mundial. No rio de Janeiro, por exemplo, a empresa inaugurou ano passa-do seu quinto centro de p&d no mundo, visando o desenvolvimen-to tecnológico de áreas como a do pré-sal, que possui características específicas de corrosão.

rodada de Negócios do Polo Naval supera expectativasSebrae/RS firma parceria com Marinha do Brasil para estimular aquisição de bens e serviços de micro e pequenas empresas.

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a pETRoBRaS inFoRMa que a perfu-ração de um poço de extensão compro-vou a descoberta dessa acumulação, a primeira em águas profundas da Bacia potiguar. o poço 3-BRSa-1317-RnS, in-formalmente conhecido como pitu norte 1, é o primeiro de extensão na área do Plano de Avaliação da Descoberta (PAD) e está localizado a 60 km do litoral do estado do Rio Grande do norte, em profundidade de água de 1.844 m, com profundidade final de 4.200 m.

A descoberta foi comprovada por meio de análise de perfis e de amostras de fluido, que serão re-analisadas em laboratório.

A Petrobras é a operadora da con-cessão BM-POT-17, com 40% de parti-cipação, em parceria com a BP (40%) e a Petrogal (20%).

Declaração de Comercialidade da área de Sépia Leste, no pré-sal da Bacia de Santosa pETrOBras aprEsENTOU à agência Nacional de petróleo, gás Natural e Biocombustíveis (aNp) a declaração de Comercialidade da acumulação de petróleo localizada na porção noroeste do plano de avaliação da descoberta (pad) de Júpiter – Bloco Bm-s-24, no pré--sal da Bacia de santos.

Na declaração encaminha-da à aNp, o consórcio formado pela petrobras (80%) em par-ceria com a petrogal Brasil s/a (20%) sugeriu que o novo campo seja denominado sépia Leste. O volume recuperável total estimado para este campo é de 130 milhões de barris de óleo equivalente (boe).

O campo sépia Leste está localizado a 250 km da costa do estado do rio de Janeiro e em profundidade d’água de 2.165 m. durante a atividade explorató-ria foi constatada a extensão da

acumulação do campo de sépia (Cessão Onerosa) para a área de sépia Leste, caracterizando uma mesma jazida de petróleo.

O campo de sépia foi decla-rado comercialmente viável pela petrobras em setembro de 2014 e apresenta reservatórios de exce-lentes características de porosida-de e permeabilidade, com óleo de boa qualidade (26º apI).

atualmente, o consórcio do Bm-s-24 e a petrobras (operado-ra do Campo de sépia) discutem a unitização da jazida composta pelos campos de sépia e de sépia Leste, por meio de um acordo de Individualização da produção (aIp). O processo de unitização consiste na viabilização, por um projeto único, do desenvolvimento e da produção de uma jazida que se estende por áreas de concessão pertencentes a concessionários diferentes.

Tratando-se de uma única jazida, a produção do Campo de sépia Leste será feita pelo mesmo sistema a ser utilizado no Campo de sépia, que entrará em operação em 2019.

O consórcio do Bm-s-24 tem até fevereiro de 2016 para concluir a avaliação da descoberta do res-tante da área que compõe o pad de Júpiter.

Novo poço confirma descoberta em águas profundas da Bacia Potiguar

Campo Sépia Leste

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a CONCLUsãO da TraNsaçãO acontece após a aprovação regu-latória da operação em mais de 20 países e regiões, incluindo a União Europeia, EUa, Brasil, China, índia e Japão. Trata-se da maior aquisição industrial da história da gE.

Em 2014, a gE fechou acordo com a alstom para a compra dos negócios de energia por € 12,35 bilhões. após ajustes relacionados à criação de joint-ventures em junho de 2014 (que contemplam os negócios de energias renováveis, grid e nuclear), mudanças na estrutura do acordo, remediações e caixa líquido no fechamento, bem como efeitos do câmbio, o preço final da compra foi fixado em € 9,7 bilhões (perto de Us$ 10,6 bilhões).

a gE espera que o acordo gere entre Us$ 0,05 e Us$ 0,08 em lucro por ação já em 2016 e Us$ 0,15 e 0,20 em lucro por ação até 2018. a empresa tem por objetivo atingir Us$ 3 bilhões em sinergias de cus-tos no quinto ano das operações da nova estrutura e crescimento robusto dos negócios. a estratégia econômi-ca permanece a mesma anunciada em abril de 2014.

“a conclusão da aquisição dos ne-gócios de energia da alstom é mais um passo significativo na transforma-ção da gE. as tecnologias comple-mentares, a capacidade de atuação global, a base ins-talada e o talento dos profissionais vindos da alstom contribuirão para fortalecer nosso crescimento in-dustrial ao redor do mundo. Já estamos prontos para trabalhar juntos e para entregar uma das ofertas de tecnologia mais abran-gentes no setor da energia para nos-sos clientes”, diz Jeff Immelt, presi-dente e CEO global da gE.

Os clientes vão perceber benefícios imediatos a partir da combinação da gE e da alstom já em projetos atuais, como:PSEG Sewaren (central de ciclo

combinado em Nova Jersey/EUA): turbina a gás gE 7ha + gerador de vapor de recuperação de calor (hrsg) alstom.

Punjab Pakistan Bhikki (central de ci-clo combinado no Paquistão): duas

turbinas a gás gE 9ha + turbina a vapor alstom.

Usinas de energia Exelon (projetos de energia no Texas/EUA): quatro turbinas a gás gE 7ha + quatro alstom hrsgs.

Chempark (projeto de energia combi-nada de calor em Leverkussen, na Alemanha): turbina a gás gE 9ha.

a gE e a alstom são os licitantes preferenciais para um projeto de usi-na de ciclo combinado na ásia que usaria duas turbinas a gás gE 7ha, duas alstom hrsgs e um gerador de vapor da alstom. a alstom é a licitante preferencial para um projeto de turbi-nas a vapor arabelle em dois reatores nucleares no reino Unido, é licitante preferencial para caldeiras, turbinas a vapor e geradores em projeto de carvão limpo no Oriente médio. E emitiu com sucesso o primeiro transformador de potência na índia (800 kV high Vol-tage direct Current – hVdC) para o projeto Champa-Kurukshetra.

a gE também anuncia a con-clusão da venda de seu negócio de sinalização ferroviária à alstom por cerca de Us$ 800 milhões. E segue em linha com sua estratégia para se tornar uma empresa mais simples e mais focada em seus negócios indus-triais. além da aquisição da alstom, está adiantada em relação ao seu pla-no de deixar o negócio financeiro – já com Us$ 126 bilhões em acordos de venda da gE Capital firmados.

recentemente, também foi anun-ciada a formação da gE digital, con-solidando todas as capacidades digitais da companhia para oferecer aos clientes as melhores soluções industriais e sof-twares. graças a todas essas mudanças e transformações, a gE continua ga-nhando mercado e entregando fortes resultados financeiros.

GE conclui aquisição dos negócios de energia da Alstom

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rEUNIdas COm O OBJETIVO de promover investimentos em óleo e gás no país, 23 entidades de todos os elos da cadeia lançaram em outubro, numa iniciativa inédita, o documen-to ‘agenda mínima para o setor de petróleo’, em evento realizado na Firjan (Federação das Indústrias do Estado do rio de Janeiro).

Com propostas a serem levadas ao governo para aprimorar regras, normas e políticas de apoio, a ‘agen-da mínima’ visa contribuir para supe-rar a difícil fase por que atravessa o setor e sugere iniciativas para tornar o Brasil mais atrativo a investimentos e para desenvolver a indústria de fornecedores de forma competitiva.

O diretor geral da Onip (Orga-nização Nacional da Indústria do petróleo), Eloi Fernández y Fernán-dez, ressaltou que a adoção dessa agenda irá “me-lhorar o ambien-te de negócios do setor”.

O executivo apresentou as principais pro-postas a serem encaminhadas ao governo, como a regularidade de leilões de blocos de exploração de

óleo e gás, a multiplicidade de ope-radores no pré-sal (um ajuste no modelo de partilha) e mudanças na política industrial para o setor, com regras mais simples de conteúdo local focadas em segmentos estra-tégicos.

Fernández afirmou que o docu-mento deve ser apresentado ao mi-nistro de minas e Energia, Eduardo Braga, na próxima semana. para o presidente do IBp (Instituto Brasi-leiro do petróleo, gás e Biocombus-tíveis), Jorge Camargo, a união “iné-dita” das entidades ocorre “em um momento especial de crise, oportuno para oferecer propostas concretas e objetivas” para ajudar a fomentar o setor. “Toda crise é uma oportunidade e não desperdiçamos esse momento, com essa ampla convergência a fim de oferecer propostas para pavimen-tar o crescimento.”

O Brasil, diz Camargo, tem um potencial muito grande com as des-cobertas do pré-sal (40% de todo o petróleo offshore encontrado no mun-do nos últimos anos), mas precisa fazer ajustes em pontos importantes para o setor se tornar mais competiti-vo. E citou que o Brasil deve receber investimento de cerca de Us$ 25 bilhões em 2016, fatia relativamente

pequena diante dos Us$ 700 bilhões estimados para o mundo todo.

Feitos os ajustes propostos, o país poderá atrair mais recursos e ter uma participação de até 10% nos investimentos globais, de acordo com Camargo.

durante a apresentação, o presi-dente do Conselho deliberativo da Onip e presidente da Firjan, Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, ressaltou

a importância do setor de petróleo e gás para a eco-nomia, principal-mente em tempos de crise, já que é um segmento que não depende apenas do merca-

do interno. “Com o petróleo, temos enorme potencial para a exportação. Isso evidentemente carrega uma gi-gantesca cadeia produtiva, já insta-lada no país. são empresas brasilei-ras e estrangeiras que apostaram e continuam apostando no setor e que trouxeram tecnologia e centros de pesquisa. a ‘agenda mínima’ é uma oportunidade e um caminho para sair dessa pasmaceira de investimentos, sobretudo, se criarmos uma janela para o exterior”, afirmou Vieira.

o núMERo DE FUSõES e aquisições em óleo e gás realizadas no terceiro trimes-tre é o pior dos últimos cinco anos. De julho a setembro foi feita apenas uma transação, enquanto no mesmo período de 2014 foram fechadas quatro. Essa é uma das conclusões da pesquisa realiza-da pela KpMG.

na comparação dos nove meses des-se ano, também foi registrada uma queda drástica em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em 2015, houve

apenas cinco negociações concretizadas contra 19 no acumulado de 2014.

“a queda nas fusões e aquisições é re-flexo do momento que o setor está viven-do. no cenário externo, houve uma que-da significativa do preço do Brent, o que acabou mexendo com a rentabilidade de várias empresas. Já no contexto interno, incertezas políticas, escassez de fontes de financiamento e o contexto da ope-ração Lava-Jato tiveram impacto direto em toda indústria e afetaram, inclusive,

a cadeia de forne-cedores. por outro lado, esses fatores de instabilidade do segmento e a des-valorização do real frente ao dólar se tornaram atraentes para os investidores

estrangeiros que estão buscando opções de negócios no Brasil”, analisa o sócio da KpMG, Paulo Guilherme Coimbra.

Fusões e aquisições em óleo e gás têm o pior terceiro trimestre dos últimos cinco anos

Entidades do setor de óleo e gás propõem agenda mínimaCoalizão apresentará ao governo propostas sobre calendário fixo de rodadas de licitação, ajustes no modelo de partilha, no licenciamento ambiental e na política industrial para o setor.

Page 12: TN Petróleo 104

10 TN Petróleo 104

indicadores tn

SEGUnDo a aGênCia Reuters, a or-ganização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), em um relatório inter-no, afirmou que a demanda global por petróleo permanecerá sob pressão nos próximos anos, o que alimenta o debate sobre sua estratégia de defesa da parcela de mercado em vez dos preços.

O esboço do relatório de estratégia da Opep, no longo prazo, ainda de acordo com a Reuters, estima que a oferta de petróleo do grupo – que tem uma meta de produção de 30 milhões de barris por dia (bpd) – cairá levemente diante do nível de 2015 até 2019, a menos que a produção rival desacelere com mais rapidez que o esperado.

O relatório de 44 páginas, marcado como confidencial, inclui um anexo con-tendo comentários de dois membros, Irã e argélia, sugerindo o retorno da opep à sua antiga política de sustentação de preços a um nível desejado, ajustando a oferta.

“Atingir um acordo sobre um preço justo e razoável para o petróleo nos pró-

ximos seis a 12 meses” é uma das reco-mendações do irã: “o teto de produção da Opep deve ser estabelecido por intervalos de seis a 12 meses.”

os ministros do petróleo da opep vão se encontrar em 4 de dezembro para decidir se estenderão sua estratégia de permitir a queda dos preços para desacelerar a oferta de maior custo dos rivais. Desde novembro de 2014, quando

o grupo adotou tal política, a produção do grupo subiu, mas os preços se apro-fundaram em seu colapso, atingindo as receitas do petróleo.

o relatório vê apenas uma leve re-cuperação ao longo dos próximos anos no preço do petróleo, o qual caiu para mais do que a metade (50 dólares por barril), desde junho de 2014 em função da ampla oferta.

relatório confidencial da Opep vê parcela de mercado encolhendo até 2019

O rEsULTadO NEgaTIVO é 29,6% menor do que o prejuízo de r$ 5,339 bilhões acumulado de ju-lho a setembro de 2014. segundo a petrobras, entre janeiro e setembro, o balanço ainda é positivo, com lucro de r$ 2,102 bilhões, o que representa queda de 58,1% sobre o mesmo período do ano passado.

de acordo com a empresa, o prejuízo foi decorrente do au-mento das despesas financeiras líquidas em função da desvalori-zação cambial e do acréscimo nas despesas com juros. O resulta-do operacional ficou em r$ 5,8 bilhões, com redução de 39% na comparação com o segundo trimestre de 2015. Os números decorrem do menor lucro bruto e maior despesa com contingências judiciais, especialmente com pro-

cessos trabalhistas e tributários, que somaram r$ 2,3 bilhões.

Os investimentos totalizaram r$ 55,5 bilhões, 11% menor que o mesmo período de 2014. O seg-mento de Exploração e produção no Brasil concentrou 78% dos re-cursos. Em dólares, os investimen-tos atingiram Us$ 17,5 bilhões,

36% abaixo do mesmo período de 2014 (Us$ 27,3 bilhões).

houve impacto ainda de maio-res gastos com baixas de poços secos e/ou subcomerciais, da or-dem de r$ 668 milhões, e maiores gastos com devolução de campos à agência Nacional de petróleo, gás Natural e Biocombustíveis (aNp).

Petrobras tem lucro líquido de r$ 2,1 milhões nos nove meses de 2015

Foto

: Agê

ncia

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Produção de países-membros da Opep e não membros – nov/2013 a out/2015

mb/d (Opep) mb/d (total)Produção de países-membros da Opep

Outros paísesprodutores

96

95

94

93

92

91

90

89

32

31

30

29

28

27

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3

Dez

13

Jan

14

Fev

14

Mar

14

Abr

il 14

Mai

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Jun

14

Jul 1

4

Ago

14

Set

14

Out

14

Nov

14

Dez

12

Jan

15

Fev

15

Mar

15

Abr

il 15

Mai

o 15

Jun

15

Jul 1

5

ago

15

Set

15

out

15

No terceiro trimestre de 2015, a companhia apresentou prejuízo de R$ 3.759 milhões.

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TN Petróleo 104 11

PELO MuNDO

EuA: a pro-dução do shale gas/oil dos EUa, que

impulsionou um período de ex-pansão de seis anos na produção de petróleo do país, cairá em 600 mil barris por dia (bpd) em 2016, segundo a agência internacional de Energia (AIE). A oferta total de petróleo dos EUa deverá aumen-tar em 830 mil bpd, impulsionada pelas formações de folhelho do Texas e de Dakota do Norte.

ArÁBiA SAu-DiTA: ape-sar da crise financeira que

aflige o reino saudita, o país está determinado a assegurar sua cota de produção no mercado global. o maior exportador de petróleo do mundo vai produzir o suficien-te para atender a demanda de seus clientes, indicando que não está disposto a mudar de rumo antes da próxima reunião em viena com o cartel dos produ-tores da opep. “a única coisa a fazer agora é deixar o mercado cumprir o seu trabalho”, disse Khalid al-Falih, presidente da es-tatal Saudi Arabian Oil Company (Saudi Aramco).

rÚSSiA: o país está enfrentando a concorrência

na Europa, depois que a Arábia Saudita reduziu o preço para compradores da região noroeste do continente europeu e começou a vender a mercados consolidados dos russos, como a polônia.

VENEZuELA: De acordo com o ministro do petróleo, Eu-

logio Del Pino, a Venezuela está exortando a opep a adotar um “preço de equilíbrio” que cubra o custo dos novos investimen-tos em capacidade de produção. “não podemos permitir que o mercado continue controlando o preço”, disse Del pino. “os princípios da opep eram de agir sobre o preço do petróleo bruto e nós precisamos retomar estes princípios."

NOruEGA: investidores de private equity estão

comprando ativos do setor de petróleo da noruega, atingido pela crise, e apostando em uma recuperação nos preços do barril, cortando acordos com empresas de energia cujo foco está em outros locais.

irã: o país lançou um modelo aprimorado

para seus contratos de longo prazo de petróleo com o obje-tivo de atrair US$ 30 bilhões em investimentos estrangeiros, caso as sanções internacionais sejam suspensas sob um acordo nuclear alcançado neste ano. o governo iraniano disse ainda que as empresas norte-americanas seriam bem-vindas a partici-par. o novo modelo de contrato substitui o anterior no qual os contratantes pagavam os custos de investimento iniciais em troca de receitas provenientes do pe-tróleo produzido sob o acordo.

Foto

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12 TN Petróleo 104

indicadores tn

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil

Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Bacia de Campos 1.476,7 1.436,2 1.480,7 1.519,5 1.390,4 1.442,1

Outras (offshore) 444,1 462,9 472,7 498,6 480,4 471,4

Total offshore 1.920,7 1.899,1 1.953,4 2.018,1 1.870,7 1.913,5

Total onshore 190,2 188,7 188,6 187,6 187,5 187,0

Total Brasil 2.111,0 2.087,8 2.142,0 2.205,7 2.058,3 2.100,5

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Bacia de Campos 25.336,1 24.687,6 26.326,2 27.187,5 25.162,1 25.196,2

Outras (offshore) 31.069,3 32.008,6 30.350,5 31.949,4 31.804,2 32.146,3

Total offshore 56.405,4 56.696,2 56.676,7 59.136,9 56.966,3 57.342,5

Total onshore 17.187,8 17.190,1 17.847,4 17.390,3 18.063,3 18.045,1

Total Brasil 73.593,3 73.886,2 74.524,0 77.182,0 75.029,6 74.732,8

Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Exterior 101,4 101,9 95,9 101,2 96,8 99,5

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Exterior 15.326,7 15.424,8 15.078,1 15.416,4 15.491,0 16.133,0

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Brasil+Exterior 2.765,5 2.745,2 2.795,3 2.883,1 2.718,1 2.765,0

Produção da Petrobras de óleo, lgn e gás natural Período de 05/2015 a 10/2015

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

bovespa (%)

dólar comercial*

DJ Oil & Gas (%)

euro comercial*

*Valor de venda, em R$

24.11.201511.09.2015

24.11.201511.09.2015

24.11.2015

24.11.2015

11.09.2015

11.09.2015

3.6993.870

0.28-0.22

2.30-0.84

3.934.38

Variação no período: 8.66%

Variação no período: 4.38%

Variação no período: -3.25%

Variação no período: -8.96%

a CrIsE NO sETOr dE petróleo vai deixar de gerar r$ 62 bilhões em renda para o país até 2019. O número foi apresentado pelo grupo de Economia da Energia (gEE) da UFrJ. de acordo com o estudo, a queda no preço do petróleo fez com que as principais petroleiras revis-sem seus investimentos no Brasil. No ano passado, quando a crise co-meçou, houve uma redução de 16% dos investimentos no setor, que pas-saram de r$ 104 bilhões, em 2013, para r$ 87 bilhões em 2014. Já em 2015, o montante de investimento anunciado pelas petroleiras redu-

ziu de Us$ 236,7 bilhões para Us$ 130,3 bilhões – a queda é de 45% e o impacto na renda nacional, de r$ 12,4 bilhões por ano.

Os prejuízos causados pela crise afetam ainda a geração de emprego e as receitas de estados e municípios dependentes dos royalties, principal-mente no rio de Janeiro. Em agosto de 2015, o repasse para o estado foi de r$ 200 milhões, o que, apesar do aumento em relação ao mês anterior, representa r$ 69 milhões a menos do que o mesmo período de 2014. No primeiro semestre, a queda de arrecadação nos municípios produ-

tores foi de 25% em relação a igual período de 2014.

“Essa queda se deve, sobretudo, à redução da cotação do petróleo no mercado internacional. O preço

do Brent passou de uma média de Us$ 110 no pri-meiro trimestre de 2014 para me-nos de Us$ 50 em agosto de 2015”, explicou o econo-

mista do gEE, Marcelo Colomer. O estudo revela ainda que hou-

ve uma queda de 26% na criação

Crise no setor vai deixar de gerar r$ 62 bi

Page 15: TN Petróleo 104

TN Petróleo 104 13

FrASES

“A expectativa é que o mercado retorne para uma situação de maior equilíbrio em 2016... Como ocorreu em ciclos anteriores, a indústria vai superar o atual. Na verdade, os ciclos têm ajudado a tornar (o mercado) cada vez mais resistente e eficiente.” Abdalla Salem el-Badri, secretário-geral da Opep, 9/11/2015.

“Seria um grande erro nossa atenção com a segurança do suprimento de petróleo estar ligada à trajetória de curto prazo dos preços.” Fatih Birol, diretor-executivo da agência interna-cional de Energia (IEA), 26/10/2015 – Reuters.

“Se as políticas governamentais oriundas da COP 21, e do que vier depois, forem levadas a cabo, anteciparemos em cinco anos, pelo menos, a penetra-ção de renováveis na matriz energética global e, ao mesmo tempo, reduziremos o ritmo do aumento da demanda por energia.”

Clarissa Lins, economista e sócia da Cata-vento, 23/11/2015 – Tendências para o Setor de Energia no Longo Prazo, iBp.

“Antes de 2005, o petróleo nunca ficou acima dos US$ 50 e foi neste período que a Petrobras desenvolveu alguns de seus campos gigantes.”

Anelise Lara, gerente executiva do projeto de

Libra, 29/10/2015 – Folha de São Paulo.

“Se dermos espaço para a

Petrobras respirar, tenho confian-

ça que ela vai conseguir superar

a fase atual e continuar fazendo

coisas essenciais para o Brasil.”

Joaquim Levy, ministro da Fazenda,

23/11/2015 – Valor Econômico.

r$8,81

r$19,45

r$12,64

r$7,66

r$15,67

r$15,25

r$10,45

r$14,47

r$10,90

r$8,50

r$12,03

r$25,59

petróleo brent (US$)

petróleo WtI (US$)

petrobras

CPFL BRASKEM

VALE

Período: 11.09.2015 a 24.11.2015 | ações ações ações ações

ON

ON

ON

PN

PNA

PNA

24.11.201511.09.2015

24.11.201511.09.2015

45.9248.14

42.7244.63

Variação no período: -4.65%

Variação no período: -5.53%

Variação no período: 15.82%

Variação no período: -28.91%

Variação no período: -15.84%

Variação no período: 10.24%

Variação no período: -26.22%

Variação no período: 50.74%

de vagas de empregos no setor em cinco anos. Os mais atingidos serão os empregados do setor de serviços, que responde por 34,65% do total de empregos diretos criados pela indús-tria e por 18,52% dos indiretos. de acordo com levantamento realizado pelo professor rodrigo Leandro, da FgV, o número de demitidos no se-tor no primeiro semestre desse ano ultrapassa 30 mil pessoas.

para o secretário executivo do IBp, Milton Costa Filho, os dados são preocupantes e é preciso construir uma agenda positiva na tentativa de atrair novamente os investimentos para o país. “O último leilão da agên-cia Nacional de petróleo, gás Natu-

ral e Biocombustíveis (aNp) reforçou a preocupação, com a participação de poucos atores. precisamos rever algumas questões regulatórias para fazer do Brasil um país mais atrativo aos investimentos das companhias, ainda mais neste momento de crise, quando elas estão mais seletivas.”

Em contrapartida, o cenário favo-rece a balança co-mercial. segundo o estudo, o saldo comercial da área de petróleo melho-ra em função da re-dução da deman-da, provocada pela

crise e pelos aumentos de preços.

Page 16: TN Petróleo 104

14 TN Petróleo 104

entrevista exclusiva

Quem afirma é o advogado Alexandre Chequer, sócio de Mayer Brown e Tauil

& Chequer Advogados, associado a Mayer Brown. Colíder do grupo de Energia

do Mayer Brown e líder global do grupo de petróleo e gás, Chequer faz uma

análise crítica do marco regulatório brasileiro nesse setor, afirmando que é

necessário derrubar entraves para que a cadeia produtiva possa retomar o

crescimento iniciado nos anos 2000.

Temos um

CaoS REGULaTóRioa equacionar

CoM FoRTE aTUação na área de fusões e aquisições, joint ventures e desenvolvimento de projetos e infra-estrutura, o advogado consolidou um portfólio de casos nessa área, tanto no Brasil como no exterior, posicionando--se com um dos principais experts jurí-dicos da indústria de óleo e gás, tendo realizado análises de risco político e regulatório, gestão de investimentos e estruturação de financiamentos na indústria energética para investido-res internacionais – dentre os quais a petroleira China national offshore oil Corporation (CNOOC), na sua habili-tação na primeira Rodada do pré-sal.

Tn petróleo – Em novembro, celebra-remos os 20 anos da flexibilização do monopólio do petróleo no Brasil. Em sua avaliação, quais foram os ganhos que essa abertura assegurou à indústria de O&G?

Alexandre Chequer – o ápice de todo esse processo culminou com a descoberta do pré-sal. Até ali, tudo es-tava dando certo e o Brasil era e foi

um modelo a ser seguido, como a Co-lômbia, e mais recentemente o México. De repente, criamos um regime (o de partilha) que atrasou nossa indústria em dez, 20 anos. Com essa mudança, perdemos uma oportunidade histórica de crescimento da indústria de petróleo e gás, impactando o desenvolvimento de toda a cadeia produtiva do setor. Foi um grande erro em todos os sentidos, que prejudicou a indústria como um todo.

O que ainda precisa ser reformulado nessa regulação, uma vez que ainda vigora o monopólio em outras atividades (refino, por exemplo)?

No âmbito da regulação do downs-tream, não há monopólio de direito. Mas, de fato, ele existe. Hoje, a Petrobras controla 98% a 99% da capacidade do refino instalada no país. Com a necessi-dade de caixa da companhia combinada com queda dos preços do petróleo, acho que seria mais factível para a companhia vender ativos de downstream do que upstream. Faria mais sentido ela tirar esse peso das costas em relação ao re-

fino de petróleo no país, implementando uma concorrência que seria benéfica e diminuiria o poder do governo de con-trolar o preço dos combustíveis. Enfim, a regulação não precisa ser reformulada: basta dar continuidade ao que vinha sendo feito até 2007. as coisas deveriam ser mais simples.

O Brasil tem hoje três regimes de explo-ração e produção de óleo e gás. Quais as vantagens e desvantagens desse modelo misto?

Esse modelo misto é um caos regu-latório. Certamente virará case sobre o que não deve ser feito. Existe uma série de projetos que não estão avançando porque as empresas não se entendem com o governo em relação ao plano de desenvolvimento de alguns campos que se estendem para fora da área de concessão – o que chamamos de uniti-zação. O caos regulatório trazido pelos três regimes está travando o desenvol-vimento da indústria em áreas já com descobertas comerciais e afastando os investidores para novos projetos.

por Felipe Salgado

Page 17: TN Petróleo 104

TN Petróleo 104 15

Qual a sua avaliação do projeto de lei que visa alterar as regras da exploração do pré-sal?

o modelo de concessão consolidou o aumento da produção ao longo dos anos. De repente, as regras mudaram, os preços do petróleo caíram e o país tornou-se menos atraente devido ao caos regulatório e ao baixo preço do petróleo. Então, seria melhor voltarmos para o modelo que deu certo. Considero uma grande bobagem a afirmação do governo de que somente o regime do pré-sal pode garantir e preservar recei-tas para educação. ora, o governo não precisa mudar o regime para arrecadar mais. Basta aumentar a participação especial e vincular esses recursos à educação. assim, terá retorno com a

atividade econômica – além do que vai aumentar o interesse dos investidores com relação ao Brasil. É bom lembrar que foi sob o regime de concessão que tivemos as maiores descobertas de pe-tróleo no mundo nos últimos 30 anos. Fomos vítimas do nosso próprio sucesso devido a uma visão equivocada.

É possível combinar um arranjo jurídico--regulatório que tire a obrigatoriedade da empresa de operar e ter 30%, mas que lhe confira preferência em suas escolhas?

Do ponto de vista jurídico, não acho legal, muito menos prudente, estabelecer uma base jurídica para conceder privi-légios à Petrobras, uma sociedade de economia mista que possui o controle

majoritário do governo. Como compa-nhia aberta com ações negociadas na bolsa de valores, ela deve ser tratada como qualquer outra empresa. aliás, é assim que a Lei a trata, com exceção do regime jurídico do pré-sal. Reitero que tenho minhas dúvidas com rela-ção à legalidade dessa estrutura. além disso, conferir preferência a ela pode gerar insegurança aos competidores e à própria Petrobras, que poderá ser obri-gada a investir onde não tem interesse. Organizar algo intermediário, em que a Petrobras teria preferência, não condiz com as melhores práticas e nem com a posição dela na indústria. isso afasta investidores e diminui o valor dos ativos. Quando alguma empresa tem interesse em alguma área e decide participar de

o CaoS REGULaTóRio

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novoS pRoJEToS.

Alexandre Chequer, sócio da Mayer Brown e Tauil & Chequer advogados

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16 TN Petróleo 104

entrevista exclusiva

uma licitação, ela faz investimentos, compra pacote de dados sísmicos, em-prega recursos e pessoas para realizar a análise. Uma sociedade de economia mista com ações negociadas em bolsa não deveria gozar de tal privilégio.

O processo de unitização é um dos pon-tos mais complexos da regulação do setor. A Shell, por exemplo, descobriu uma acumulação de petróleo em sua zona de concessão que avança para uma região do pré-sal. A quem pertence o direito de comercialidade da área?

A descoberta de Gato do Mato é em-blemática. Essa área está sob regime de concessão e se estende para a do pré-sal. Considerando que já houve a descoberta e não existe mais o risco exploratório, o governo deveria licitar essa área o mais rápido possível e ar-recadar muito dinheiro com o bônus de assinatura com a empresa que ganhasse o direito de exploração. assim, a Shell teria um sócio para fazer os investimen-tos necessários para o campo de Gato do Mato começar a produzir petróleo. Isso é que gera riqueza.

Segundo a Agência Nacional de Pe-tróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), nos últimos três anos o des-cumprimento das regras de conteúdo

local gerou multas de R$ 315 milhões. A maior parte é questionada judicialmente, sobretudo pela Petrobras, responsável por 42% do volume total das multas. Em sua opinião, os critérios de con-trole local são falhos? O que pode ser aprimorado?

Sou a favor do conteúdo local como política de Estado desde que a dose/implementação seja razoável. Os níveis de exigência de conteúdo deveriam ser progressivos. o que aconteceu foi que as empresas acabaram não conseguindo cumprir as exigências pela falta da ca-pacidade da indústria local de entregar bens e serviços a custos razoáveis. Isso acabou gerando o ônus das multas. Em alguns casos, era mais barato para a empresa pagar a multa do que cumprir as exigências de conteúdo local. a política do governo com relação ao conteúdo local falhou e deve ser revista, como já está sendo.

Como vê a questão do conteúdo local como critério de leilão e regra inserida nos contratos?

Seria mais fácil estabelecer conteú-dos mínimos, condizentes com a realida-de, arrecadando mais com a venda dos direitos de exploração e produção. Como eu disse, não adianta o governo exigir altos níveis de conteúdo local sem criar

condições e/ou estrutura para atender essa demanda. isso criou um impasse na indústria local e boa parte das empresas não conseguiram cumprir as regras, inclusive a Petrobras.

A divisão dos royalties do petróleo tem gerado muita polêmica. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) impede que uma nova lei fira o direito adquirido dos produtores. Esse imbróglio envolve diversas questões e interesses. Poderia esclarecer o cerne dessa confusão e como o mesmo se estabeleceu?

Considero essa tentativa um gol-pe nos estados produtores, que afeta a credibilidade do país por falta de transparência e critério das regras. a confusão começa com a inserção do regime de partilha. os governadores de estados não produtores cresceram o olho com relação à participação dos royalties. Acho que houve uma inabili-dade política muito grande. os estados do Nordeste poderiam ter sido trazidos para o lado do Rio de Janeiro, São paulo e Espírito Santo, na medida em que grandes descobertas estão sendo feitas hoje na margem equatorial. E a discussão estaria encerrada. Obvia-mente, parto da premissa de que os políticos teriam uma visão de médio e longo prazo, mas as coisas não fun-cionam assim no Brasil.

A criação do fundo soberano tem sido partidarizado e ideologizado. Seu obje-tivo é separar parte da renda petrolífera para revertê-la em setores sociais (com-bate à pobreza, fomento à educação, ciência, tecnologia e meio ambiente). Os fins já existem, mas faltam os meios. Estão claras as regras acerca da divisão e aplicação de renda para cada uma das finalidades?

Não sei se esse fundo de R$ 15 bi-lhões está capitalizado ou não. O que eu sei é que eu não vi, até agora, nenhum tipo de aplicação desse fundo soberano. A maior preocupação do governo é cobrir o rombo que ele criou no orçamento – o famoso ajuste fiscal. Acho engraçado

o pRoCESSo JUDiCiaL

noS EUa é aLGo MUiTo

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noRTE-aMERiCana

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Page 19: TN Petróleo 104

TN Petróleo 104 17

Temos um caos regulatório a equacionar

quando começam a enxergar o Brasil como a Noruega. Ouvi isso de membros graduados do governo. nossas necessi-dades são imediatas e precisamos dar conta delas agora. não podemos nos dar ao luxo de criar fundos e nos com-pararmos à noruega, que tem a maior ou a segunda maior renda per capita do mundo. Temos que consertar o presente para organizarmos o futuro.

A Petrobras é alvo de diversas ações co-letivas movidas por investidores lesados por informações financeiras incorretas e enganosas divulgadas no mercado. O que a empresa pode esperar desses processos judiciais?

O processo judicial nos EUA é algo muito sério. a legislação norte--americana protege os investidores de informações que eventualmente foram prestadas e que não condiziam com a realidade. Caso seja comprovada essa conduta, a Petrobras será condenada a

indenizar os investidores lesados. Além disso, existe a ação conduzida pelo go-verno americano no que se refere às práticas de corrupção – previstas na Lei anticorrupção dos Estados Unidos, Foreign Corrupt Practices Act (FCPA) e que deverá ser muito mais contundente do que aquelas movidas pelos investi-dores do ponto de vista reputacional e, eventualmente, do ponto de vista finan-ceiro. Existe uma série de exemplos com outras grandes corporações em situação similar à da Petrobras.

Em audiência na corte federal de Nova York, o advogado da Petrobras roger Cooper culpou a fraude de alguns indi-víduos e disse que a empresa não po-deria ser responsabilizada pelas ações indevidas dessas pessoas. Essa defesa tem sustentação e legitimidade jurídica?

os indivíduos a que ele se refe-re são os diretores indicados pelo acionista controlador. a companhia

responde perante os investidores e os diretores responderão perante a companhia. Obviamente, a companhia vai acionar, ou já acionou, esses indi-víduos. por ter ações negociadas na bolsa de Nova York, a Petrobras está sujeita às leis dos Estados Unidos. Essa seria a lógica, mas não me sinto apto a dar opinião sobre isso.

Quais são os riscos que a Petrobras corre em termos financeiros (no civil e no penal) por causa desse processo nos EuA?

Em se comprovando os crimes, o go-verno norte-americano aplicará multas com base na FCPA. Como há também as ações dos investidores, que reivindicam indenizações, fica difícil mensurar o montante do prejuízo financeiro que poderá ser imputado à companhia. Mas existem casos em que empresas foram condenadas a pagar até US$ 1 bilhão nos casos de corrupção.

Page 20: TN Petróleo 104

18 TN Petróleo 10418 TN Petróleo 104

Um porto seguropara as operações offshore

Detalhe1

32

Terminal 2

1 - Wärtsilä

3 - Edison Chouest e Petrobras

2 - Technip e NOV

especial: porto do açu

por Felipe Salgado

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TN Petróleo 104 19 TN Petróleo 104 19

Um dos maiores empreendimentos do país, o complexo logístico industrial do porto do açu está pronto para iniciar a prestação de serviços à indústria offshore. Sua localização estratégica, no Norte Fluminense, possibilitará reduzir custos operacionais das atividades de exploração e produção de hidrocarbonetos nas bacias de Campos, Espírito Santo e no pré-sal brasileiro.

4

Terminal 16

5

4 - Correia transportadora 5 - Carregador de navios 6 - Terminal de Petróleo (TOIL)

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20 TN Petróleo 104

Com o término da pri-meira fase das obras dos terminais 1 e 2 (T1 e T2), o porto do açu, da prumo Logís-tica, prepara-se agora

para iniciar a prestação de serviços à indústria petrolífera – uma vez que vem operando para o setor de mineração desde outubro do ano passado.

Com retroárea de 90 km², que representa cerca de 20% do terri-tório do município de são João da Barra, no Norte Fluminense, o em-preendimento é considerado um dos maiores investimentos das américas em infraestrutura portuária.

O T1 é um terminal offshore com capacidade para receber navios de grande porte, como Capesize (220 mil toneladas) e VLCC (320 mil toneladas). Já o T2 é um terminal onshore instalado no entorno de um canal para navegação, que já conta com 13 km de cais, 6,5 km de extensão e 300 m de largura.

Em junho, a Oiltanking assinou contrato de Us$ 200 milhões para a compra de 20% da subsidiária açu petróleo, responsável pelo desen-volvimento do Terminal de petróleo (TOIL). Com a aquisição, a em-presa alemã vai gerenciar as ope-rações de transbordo no terminal, com capacidade para movimentar até 1,2 milhão de barris por dia (bpd) e receber os maiores navios em uso atualmente no transporte de petróleo (os VLCCs, em inglês: very large crude carrier).

O TOIL, instalado no T1, com-partilhará a infraestrutura com o terminal de minério de ferro (Fer-roport), uma joint venture entre a prumo (50%) e a mineradora bri-tânica anglo american (50%), com capacidade para movimentar 26,5 milhões de toneladas por ano.

Com capacidade para arma-zenar de 7 a 10 milhões de barris de petróleo, o TOIL deve iniciar

operação até agosto de 2016 com o transbordo de 200 mil bpd pro-duzidos pela Bg Brasil/shell de suas participações em campos do pré-sal. O contrato de 20 anos, assinado com a petroleira no início de junho deste ano, prevê ainda a possibilidade de expansão para 320 mil bpd.

“Oferecemos às empresas ope-rações de transbordo e, no futu-ro, armazenamento de petróleo, blending e unidade de tratamento.

acreditamos que o terminal terá grande impacto positivo na logís-tica e economia do setor de petró-leo no Brasil”, afirma Daan Vos, diretor-geral da Oiltanking.

O T1 abriga uma área para as at iv idades offshore de ex-ploração e pro-dução de óleo e gás natural, c o m 3 , 2 k m ²

especial: porto do açu

investimentos – Total r$ 11,2 bilhões

PruMO

R$ 5,5 bi

ANGLOAMEriCAN

r$ 3,3 bi

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950

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WäRTSILä – R$ 50 mi

TECHNiPR$ 650 mi

raio de atuação do porto

BrasilBacia do Espírito Santo

Bacia de Campos

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TN Petróleo 104 21

da área total com infraestrutu-ra instalada para montagem e integração de módulos das pla-taformas offshore de produção e armazenamento de petróleo do tipo FpsO (Floating production, storage and Offloading).

Maior base de apoio offshore do mundo

Em abril, a Edison Chouest Offshore (ECO), uma das empre-sas instaladas no complexo do açu, ampliou em 220 m o cais de sua unidade, que vai servir como base de apoio logístico offshore e de estaleiro de reparos navais para suas próprias embarcações. Com área total de 597.400 m², 1.030 m de frente de cais e 15 berços de atracação, passará a ser a maior base de apoio offshore do mundo – a previsão é de que movimente 10.800 embarcações/ano e de que

sejam investidos r$ 950 milhões no desenvolvimento da unidade.

a petrobras assinou um contrato com a empresa americana para uso de seis berços (número total deles no porto de macaé), com operação prevista para novembro deste ano – outros nove estão em negociação. “O início da operação do porto e a conclusão desta etapa de obra proporciona uma procura crescen-te das empresas de petróleo por so luções que a u m e n t e m a produtividade e reduzam seus custos de operação. O porto do açu é essa solução”, destaca Eduardo Parente, presidente da prumo.

a operação do terminal de trans-bordo de petróleo é um exemplo de alternativa que o porto do açu

oferece aos produtores de petróleo, que atualmente precisam realizar este tipo de operação no Uruguai ou no Caribe. Na operação ship to ship, o óleo é transportado de na-vios aliviadores para embarcações convencionais, reduzindo o frete de exportação do petróleo brasileiro e integrando o desafio do pré-sal, que demanda a utilização de na-

vios service point shipping Tool.

“a expansão da base no por-to do açu nos p repara para atender as de-m a n d a s d o s

atuais clientes e também do pré--sal. a extração de petróleo, nos campos offshore, é fundamental para o desenvolvimento do nos-so país”, disse Ricardo Chagas, diretor da Edison Chouest.

um porto seguro para as operações offshore

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22 TN Petróleo 104

além do aumento de seguran-ça e competitividade do pré-sal, a empresa destaca como principais benefícios que essa infraestrutura vai possibilitar ao setor petrolífe-ro: a redução de até 60% do frete de exportação, com muito mais segurança, no transbordo de pe-tróleo abrigado; e a minimização de gargalos de infraestrutura para esse setor.

dentre as vantagens do comple-xo está o fato de ser a única opção com atracação na costa brasileira, com porto com profundidade mí-nima de 10 m, estaleiro de reparo naval, que permitirá a nacionali-zação de uma série de serviços, além de ser o porto mais próximo da Bacia de Campos com heliporto.

Cadeia produtiva ‘ancorada’ no Açu

as unidades industriais da Wärt-silä , Technip, Intermoor e Natio-nal Oilwell Varco (NOV) já estão em operação no açu. Em março,

a finlandesa Wärtsilä instalou sua primeira planta industrial nacional de montagem e produção de grupos geradores e propulsores azimutais. Com 4 km² de área construída e investimentos de €20 milhões, a planta industrial já entregou seis grupos de geradores ao estaleiro Jurong, em Cingapura, e o primeiro par de thrusters ao estaleiro Jurong, em aracruz (Es).

“O investimento na fábrica for-talece nossa presença no país para

atender a crescente demanda pe-los produtos e serviços da Wärtsilä, além de cumprir as exigências de

conteúdo local, sobretudo na in-dústria offshore”, destaca Robson Campos, presi-dente da Wärtsi-lä Brasil, que vai oferecer soluções

e serviços nas áreas de energia e propulsão marítima.

especial: porto do açu

EM SETEMBRo, a prumo apresen-tou ao inea (instituto Estadual do Ambiente) os estudos ambientais (EIA/Rima) para a instalação de usina termelétrica a gás no porto do açu. a UTE será instalada em área de 40 hectares e será dividida em duas unidades geradoras de energia elétrica, que juntas terão capaci-dade de produzir 3.100 MW. A UTE está localizada estrategicamente dentro de uma área industrial, próxi-ma a um terminal GNL já licenciado e a uma subestação de energia.

a térmica operará com Ciclo Combinado, que usa turbinas a gás e vapor associadas em uma única planta, ambos gerando energia elétrica a partir da queima do mes-

mo combustível. Para isso, o calor existente nos gases de exaustão das turbinas a gás é recuperado, produzindo o vapor necessário para o acionamento da turbina a vapor.

A utilização do Ciclo Combinado contribui para o aumento da efici-ência na geração de energia e pro-porciona a produção de eletricidade com custos reduzidos. A termelétri-ca usará como matéria-prima o gás natural, que será transportado do Terminal GnL do porto do açu até a UTE pelo gasoduto, que terá cerca de 2,5 km de extensão.

“a instalação da termelétrica significa uma importante opor-tunidade para o estado do Rio de Janeiro alcançar a autossuficiên-cia de oferta energética. no atual cenário brasileiro, com a deman-

da de energia aumentando de modo significati-vo, é necessário ampliar a oferta disponível, so-bretudo a gerada por meios mais

sustentáveis, como o gás”, explica Décio Oddone, diretor de Projetos de óleo e Gás da prumo.

o investimento previsto para o projeto é de R$ 6,2 bilhões, com previsão de geração de cinco mil empregos na construção das duas unidades e 262 empregos diretos na operação das unidades.

instalação de termelétrica

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Com 500 m de frente de cais e 289.800 m² de área total, para apoio à indústria offshore, com área para armazenagem e teste de material, a unidade da francesa Technip pos-sui capacidade para produzir dutos submarinos de até 22 polegadas de diâmetro interno para atender as demandas do pré-sal. a planta ocu-pa a área de 29.300 m² no canal do T2 e também irá oferecer soluções e serviços nas áreas de energia e propulsão marítima. O contrato terá a duração de 30 anos (renováveis por mais 30).

a primeira operação comercial no canal do T2 aconteceu em 2014, quando o navio Happy Dynamic veio da China e atracou no cais da fábrica da NOV – líder mundial no fornecimento dos principais com-ponentes mecânicos para sondas de perfuração –, carregando um guindaste para movimentação os carretéis de tubos flexíveis.

a empresa tem uma unidade de produção de tubos flexíveis para apoio à indústria offshore com 210 m de frente de cais e 121.905 m² de área total. Com capacidade para produzir de 220 km a 250 km de dutos flexíveis por ano, além de área para armazenagem e teste de mate-rial, a unidade recebeu investimen-to da ordem de Us$ 200 milhões.

Outras vantagens competitivasa prumo criou uma joint ventu-

re com a britânica Bp: a Bp prumo, para comercialização de combus-tível marítimo no porto do açu, fornecendo aos clientes do porto uma alternativa competitiva para reduzir os custos de suas operações offshore. Ela vai importar, exportar, armazenar, distribuir e/ou comer-cializar combustíveis marítimos, sob a marca da Bp marine.

Este centro de abastecimento deverá atender as demandas de navios de variados portes e ativida-des, como psVs (platform supply

Vessels), navios de cabotagem e de longo curso, por combustíveis como diesel marítimo (mgO/marine gas Oil) e bunker (IFO/Intermediate Fuel Oil). a previsão é de que a unidade, que ocupará uma área de mais de 215.000 m², comece a ope-rar no primeiro trimestre de 2016.

Também está no complexo outro grupo francês, a Vallourec, que for-nece soluções tubulares premium, principalmente para o mercado de energia (óleo e gás, powergen). a empresa assinou contrato para instalação de uma base logística no polo metalmecânico, em área de 150.000 m², destinada ao atendi-mento das companhias de petróleo que atuam na Bacia de Campos, através da armazenagem e forne-cimento “just in time” de tubos e serviços especializados.

a Intermoor, empresa inte-grante do grupo acteon, também vai instalar uma base de apoio lo-gístico e serviços especializados à indústria de óleo e gás, com 90 m de frente de cais e 52.302 m² de área total.

Outra integrante do empre-endimento é a marca ambiental, especializada em multitecnologias para o gerenciamento integrado de resíduos, localizada no municí-pio de Cariacica (Es). sua central de tratamento, instalada em área de mais de 2 milhões de m², está preparada e licenciada para re-ceber resíduos Classes I e II a, B de municípios, indústrias, portos, aeroportos, de estabelecimentos de serviços de saúde, entre outros.

a prumo assinou em maio um contrato com a incorporadora cario-ca inter Rio para a instalação de um hotel no porto do açu. o empre-endimento, que ocupará uma área de 10.649 m² entre a entrada dos Terminais 1 e 2, contará com 200 quartos, divididos em dez andares.

a unidade é o primeiro em-preendimento de um centro de conveniência (mixed use) que está sendo desenvolvido no Complexo industrial, e terá salas comerciais, serviços de conveniência e 200 quartos em padrão standard, com cerca de 20 m² cada.

o centro de conveniência será instalado na área total de 250 mil m² e a previsão é de que atenda a demanda das empresas e dos trabalhadores do complexo, gerando cem empregos na operação. por meio de uma parceria com a inter Rio, a prumo será proprietária de 22 quartos.

Contrato para instalação de hotel no Porto do Açu

um porto seguro para as operações offshore

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indicadores tn

Movimentação de minério de ferro e bauxita

oT1 possui uma ponte de acesso de 3 km de exten-são, nove píeres para mo-

vimentação de minério de ferro e petróleo, canal de acesso e bacia de evolução. dos nove berços para atracação de navios, quatro são dedicados ao minério de ferro, que podem movimentar até 100 milhões de toneladas por ano. Em outubro de 2014, ocorreu o car-regamento do primeiro navio, o Key Light, com 80 mil toneladas da commodity. a anglo american é a empresa que opera minério de ferro no T1 – proprietária das minas em serra do sapo, em mi-nas gerais.

Esse minério é processado e bombeado (mistura de 60% de minério de ferro e 40% de água) através de um mineroduto – que possui 550 km de extensão, atra-vessa 33 municípios e tem duas estações de bombeamento – até o porto do açu. da saída da filtra-

gem até o embarque final deste minério, a responsabilidade é de uma empresa chamada Ferroport, joint-venture entre prumo e anglo american (50% cada).

O contrato assinado é de 25 anos com volume garantido com a anglo american (26,5 milhões de toneladas por ano a Us$ 7/to-nelada).

Único porto na região Sudeste a operar bauxita

a primeira operação do Termi-nal multicargas (T-mULT) ocorreu em setembro. a Votorantim metais exportou 33 mil toneladas da bau-xita extraída de sua unidade em miraí (mg) para a China. O navio Turquoise Ocean, da Libéria, atra-cou no T-mULT, em sua primeira operação – operação esta que fez parte do comissionamento do ter-minal. durante o embarque, foram ajustados os tempos da operação e dos equipamentos.

O contrato com a Votorantim pre-vê a movimentação de 300 mil to-neladas por ano de bauxita e coque. O T-mULT deve movimentar 2 mi-lhões de toneladas de bauxita por ano. Nos dois primeiros embarques foram exportados mais de 75 mil to-neladas de bauxita. atualmente, o volume estocado no pátio do T-mULT corresponde a 15 mil toneladas.

T-MuLTCom dois berços instalados em

500 m de cais, o T-mULT – locali-zado no T2 – tem capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas por ano (entre granéis sólidos e carga geral). Com 14,5 m de pro-fundidade, o terminal pode receber navios do tipo panamax.

ademais, o terminal conta com três pátios com capacida-de estática de armazenamento superior a 100 mil toneladas de granéis sólidos e mais de 20 mil toneladas de carga geral. No terminal serão instalados dois guindastes mhC, duas empi-lhadeiras de pátio, duas moegas com capacidade nominal de 360 toneladas por hora cada, e duas balanças rodoviárias.

Com possibilidade de expansão para 1.200 m de cais, o T-mULT também operará carvão, clínquer, fertilizantes, rochas ornamentais, contêineres e veículos, além de con-tar com acesso ferroviário, previsto no plano de Logística e Infraestru-tura do governo Federal.

especial: porto do açu

Com 17 km de cais, 90 km² de retroárea e profundidade de até 24 m, o porto tem capacidade para receber até 47 embarcações simultaneamente.

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leilão anp

13ª rodada de Licitações

o leilão das pequenas e médias empresas

A13ª rodada de Licitações de blocos exploratórios da agência Nacional do petróleo, gás Natural

e Biocombustíveis (aNp), reali-zada no dia 7 de outubro, gerou r$ 121.109.596,73 em bônus de as-

sinatura e previsão de investimen-tos na ordem de r$ 216.042.000,00 referente ao programa Exploratório mínimo a ser cumprido pelas em-presas que fizeram lances. O que soma quase r$ 340 milhões em in-vestimentos para os próximos anos.

apenas 17 das 37 empresas habilitadas fizeram ofertas por 37 blocos em nove setores (com área total de 33.617,83 km²), distribuí-dos em quatro bacias sedimenta-res: parnaíba, potiguar, recôncavo e sub-bacia de sergipe-alagoas. O conteúdo local médio foi de 73,14% para a fase de exploração do contrato de concessão e de 79,51% para a fase de desenvolvi-mento. a assinatura dos contratos será realizada no dia 23 de dezem-bro de 2015.

Os blocos arrematados repre-sentam em torno de 14% dos 266 blocos ofertados em 22 setores de dez bacias sedimentares brasilei-ras, num total de cerca de 125.000 km2, localizados em 12 estados bra-sileiros. Não houve ofertas para áreas das bacias do amazonas, Camamu-almada, Campos, Espí-rito santo, Jacuípe, pelotas.

“Nesse cenário, temos a política de oferecer operação de negócios

Com volume total de R$ 340 milhões, entre bônus de assinatura e investimentos mínimos, rodada sem pré-sal teve 37 blocos arrematados, dos quais 35 em terra e dois no mar.

por Felipe Salgado

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TN Petróleo 104 27

para pequenas e médias empresas. por isso consideramos o resultado do leilão altamente positivo nessas bacias maduras”, avaliou Magda Chambriard, diretora-geral da aNp. Ela destacou o interesse na exploração de gás natural na bacia do parnaíba (maranhão). “Essa ba-cia começa a despontar como uma nova fronteira terrestre, reforçando a ideia da busca por gás natural não associado em terra. Isso é re-sultado da continuidade da política que viemos implementando nos últimos anos. É bastante positivo termos 17 empresas participantes do leilão, sendo 11 delas nacionais. houve protagonismo de empresas brasileiras”, completou.

Grupos da Lava-Jato fazem lances

O número de empresas bra-sileiras vencedoras também foi apontado por magda como um dos pontos importantes do leilão,

sendo o maior valor de bônus de assinatura, de r$ 63,8 milhões, ofe-

recido pelo bloco ssEaL-m-351, da bacia sergi-pe-alagoas, pela empresa Queiroz galvão Explora-ção e produção s/a – que ficou

com os dois únicos blocos arre-matados nessa área, entre os dez ofertados. a QgEp não foi a única pertencente a grupos empresariais envolvidos na operação Lava-Jato que fez lances nesse leilão. a outra foi a UTC E&p, que arrematou três blocos dos seis blocos concedidos na bacia potiguar.

além da bacia do parnaíba (na qual foram arrematados 11 dos 22 blocos ofertados), também atraiu investidores a bacia do recônca-vo, que registrou o maior ágio do bônus de assinatura – de 387,51%, para o bloco rEC-T-212, pago pela

empresa Imetame. Ela que ficou com três dos 18 blocos arrematados nessa bacia, dos quais quatro pelo consórcio formado pela canadense alvopetro e a francesa gdF suez, e cinco pela brasileira Tarmar. Os outros seis blocos foram concedidos a grupos internacionais.

Empresa

Blocos ArrematadosPem Ofertado (UT)*

investimento Mìnimo Previsto (R$)*

Bônus Ofertado (R$)

Total Comprometido (R$)*Como

operadoraComo não-operadora

alvopetro 4 0 725 3,264,300.00 463,132.80 3,727,432.80

BPMB Parnaíba 1 2 3,249 14,619,150.00 2,041,595.70 16,660,745.70

GDF Suez E&P Brasil 0 6 5,293 23,817,150.00 2,349,379.20 26,166,529.20

Geopar - Geosol 0 1 591 2,660,850.00 135,000.00 2,795,850.00

Geopark Brasil 4 0 3,342 15,037,650.00 1,308,800.00 16,346,450.00

imetame Energia 4 0 2,868 12,906,000.00 1,710,000.00 14,616,000.00

oil M&S perfurações 2 0 400 1,800,000.00 350,000.00 2,150,000.00

op Energia 3 0 1,387 6,241,500.00 1,808,125.75 8,049,625.75

Parnaíba GN 6 0 15,338 69,020,550.00 7,314,200.00 76,334,750.00

Parnaíba 0 1 618 2,782,350.00 615,255.30 3,397,605.30

petrosynergy 1 0 1,000 4,500,000.00 309,408.00 4,809,408.00

phoenix 0 2 309 1,390,500.00 236,000.00 1,626,500.00

Queiroz Galvão E&P 2 0 300 36,600,000.00 100,003,699.98 136,603,699.98

Tarmar Energia 5 0 1,275 5,737,500.00 746,000.00 6,483,500.00

Tek Óleo e Gás 1 0 2,173 9,778,500.00 201,000.00 9,979,500.00

UTC E&p 3 0 490 2,205,000.00 407,000.00 2,612,000.00

vipetro 1 0 818 3,681,000.00 1,111,000.00 4,792,000.00

TOTAL DE EMPrESAS VENCEDOrAS: 17 40,176 216,042,000.00 121,109,596.73 337,151,596.73

* valores ponderados segundo a participação da empresa nos consórcios vencedores

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Ausência da PetrobrasComo já havia sinalizado o

presidente da petrobras, aldemir Bendine, na apresentação do pla-no de Negócios e gestão 2015-2019, em junho, a estatal ficou de fora do leilão, aumentando o quadro de incertezas. sinal claro de que a empresa está priorizando a solução de sua situação finan-ceira e concentrando-se em seu portfólio. Isso pode ter afastado as petroleiras estrangeiras, que an-seiam em realizar parcerias com a companhia. “Estou na aNp há 13 anos, e perdi a conta de quantas vezes recebi empresas estrangei-ras querendo se associar à petro-bras”, afirmou magda.

O secretário de petróleo e gás do ministério de minas e Ener-gia, Marco Antônio Martins Al-meida, afirmou que o governo pretende reali-zar licitações a cada dois anos. “assumimos o c o m p r o m i s s o com a indústria do petróleo, com operadoras e pres-tadoras de serviços, de que iríamos ofertar áreas pelo menos a cada dois anos, para que as empresas mantivessem suas operações, com as equipes de geologia e explora-ção funcionando no Brasil, possibi-

litando às prestadoras de serviços exploratórios dar continuidade às suas atividades”, afirmou.

O resultado abaixo das expec-tativas não representa um ponto fora da curva. afinal, a queda do preço de petróleo, aliada aos efeitos da operação Lava-Jato tornam o cenário pouco favorável à atração de investimentos no setor. Não foi diferente com o certame realizado no méxico em julho, o primeiro que contou com a participação da iniciativa privada após a quebra do monopólio estatal. Na ocasião, o leilão não atraiu as gigantes pe-trolíferas do setor.

O secretário-executivo de Explo-ração e produção do Instituto Brasi-leiro do petróleo, gás e Biocombus-tíveis (IBp), Antônio Guimarães, apontou entraves que podem ter

desestimulado os investimen-tos . segundo ele, o contrato de concessão foi “o pior de todos os tempos” porque trouxe incertezas

ao incluir em seu escopo a defi-nição de campo de produção de óleo e gás – e não na legislação específica do setor. “Isso trouxe uma insegurança regulatória muito grande e provavelmente afastou investimentos”, apontou.

leilão anp

A QUEIROZ GALVãO Exploração e produção pagou apenas R$ 150 acima do bônus mínimo nas duas áreas arrematadas e mesmo assim foi responsável por 82% (ou R$ 100 milhões) do total de bônus de assinatura arrecadado pelo gover-no. “Das independentes brasileiras,

a QGEP é a que tem a melhor si-tuação financeira porque captou R$ 1,5 bilhão com a oferta pública inicial de ações (ipo, na sigla

em inglês)”, disse Edmar Almeida, diretor do instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A Parnaíba Gás Natural (ex-OGX Maranhão, outrora um braço da petroleira de Eike Batista) ficou com seis blocos, quatro em parceria com a GDF Suez e dois com a BPMB Parnaíba, da BTG Pactual. O mesmo grupo que chegou a apoiar Batista e acabou desistindo de dar cobertura financeira ao empresário mas que, ao que tudo indica, não esqueceu as ‘tacadas certeiras’ que o mesmo deu naquela bacia, que agora atrai investidores estrangeiros.

as grandes apostas

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Demanda por dutos

Considerada a segunda maior conferência da área de dutos no mundo, a rio pipeline foi realizada entre

os dias 22 e 24 de setembro, no Centro de Convenções sulamérica, no rio de Janeiro. durante três dias, os participantes tiveram uma programação ampla, com exposi-ção, cursos, workshops, painéis e eventos paralelos.

além do tema central referen-te às tecnologias subsea, também foram abordados temas relativos à montagem, operação, inspeção,

manutenção e modelos de negócios para atração de investimentos com vistas à construção de novos dutos para derivados no Brasil.

ao todo, 70 empresas marca-ram presença no evento, que teve rosen, T.d.Williamson, Tenaris, pe-trobras, TBg e smart Tech como patrocinadores.

Potencial brasileiroa cerimônia de abertura contou

com a presença de representantes e executivos de instituições e em-presas do setor. “Vislumbramos um

grande potencial de desenvolvi-mento da cadeia produtiva e, em particular, do segmento de du-tos submarinos,

que irá requerer novas tecnologias e soluções para expansão da ma-lha”, afirmou o gerente executivo de abastecimento, petroquímica e Biocombustíveis do IBp, Ernani Filgueiras.

Com uma produção diária de-vendo ultrapassar a marca de 2,8

A Rio Pipeline Conference & Exposition chega à 10ª edição comemorando 20 anos. Promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), o evento debateu o papel dos dutos submarinos no desenvolvimento do pré-sal.

eventosRio Pipeline 2015

irá aumentar para atender o pré-sal

por Felipe Salgado

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milhões de barris de petróleo por dia (bpd) em 2020, o pré-sal brasi-leiro promete alavancar o setor de dutos no país. Estimativas da pré--sal petróleo s/a (ppsa) indicam que 6,8 mil quilômetros de dutos submarinos serão necessários para atender a demanda.

O presidente da Transpetro, An-tônio Rubens Silva Silvino, disse que o braço logístico da petrobras, que opera atualmente 14.000 km de dutos terres-tres e aquaviá-rios, vai investir r$ 1,7 bilhão nos próximos cinco anos. Os recursos serão distribuídos em vários segmentos, desde a frota de navios, docagem e segurança, meio ambiente e saúde (sms) à melhoria da gestão dos ativos – em especial a malha dutoviária. Em relação ao corte nos investimentos e à crise no setor, silvino afirma que a questão da financiabilidade e otimização dos recursos são prio-ridades: “Estamos nos preparando para sair muito mais fortes dessa crise que vivemos”, afiançou.

Principais desafiospara o gerente geral de dutos

da shell nas américas, Luís Cos-me, a questão operacional é um ponto chave: “Temos o desafio de equilibrar projetos levando em consideração fatores como pressão, temperatura e profun-didade. Com investimento em inovação, precisamos entregar crescimento com base em redu-ção de custos e recuperação de ativos”, afirmou.

O dirigente da associação Bra-sileira das Empresas de serviços de petróleo (abespetro), paulo Cesar martins, afirma que o país superou dificuldades do passado e agora se prepara para um novo momento.

“gargalos de engenharia e cadeia de suprimentos foram vencidos. Temos um parque industrial de primeira classe para o pré-sal e estamos prontos para uma deman-da três vezes maior que a atual. É preciso trabalhar com visão estra-tégica para aumentar a competiti-vidade”, afirmou o presidente da entidade que reúne cerca de 50 empresas associadas.

Na visão da petrobras, o cres-cimento da produtividade se dá por meio do investimento em três pilares: “Traba-lhar tecnologia o p e r a c i o n a l , qualificação de pessoal e pa-dronização de processos são os pontos cruciais dessa indústria”, avaliou Cristina Pinho, gerente executiva de ser-viços de Exploração & produção da petrobras.

Um dos temas prioritários do evento, a questão da manutenção e inspeção de dutos foi abordada em palestras e trabalhos técnicos; e ainda na exposição, quando as empresas apresentaram as mais modernas tecnologias para ga-rantir a segurança e a integrida-de desses ativos estratégicos. “a tecnologia de inspeção é funda-mental para garantir a seguran-ça e integridade dos dutos, além de cumprimen-to de regula-mentos. graças a ela é possível antecipar o com-portamento do duto, entender a performance do material e as possíveis falhas de operação”, disse Hermann Rosen, presidente do grupo que leva seu nome, em participação no painel “Inspeção e manutenção: Evolu-ção e desafios”.

eventos

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o SUpERin-TEnDEnTE de Segurança ope-racional e Meio Ambiente da agência nacio-nal do petróleo, Gás natural e

Biocombustíveis (ANP), Marcelo Mafra, apresentou no evento a nova

proposta de regulamento técnico para sistemas submarinos.

As novas regras estabelecem o Sistema de Gerenciamento de Sistemas Submarinos (SGSS), e o Sistema de Gerenciamento de inte-gridade de Poços (SGIP), que está em fase de consulta pública.

Focados em gestão de segu-rança aliada a performance, os

novos tópicos do regulamento absorvem mudanças geradas por inovações tecnológicas. Foram adotados requisitos padronizados a serem seguidos por todas as empresas, tais como: integridade mínima, critérios para a seleção de contratados, auditoria interna e investigação de acidentes, exten-são de vida útil, etc.

ANP apresenta nova regulamentação para sistemas submarinos

Profissional do Futuroa entrada no mercado de traba-

lho foi um dos principais assuntos do profissional do Futuro. mais de

400 estudantes acompanharam as duas sessões do programa, que ressaltou as oportunidades de carreira no setor. participa-

ram do debate o gerente de Qua-lificação profissional da petrobras, Marcelino Guedes, o presidente da pipeway, guto silva, e alessandra simões, sócia da Uphill.

Investir na qualificação e de-finição de uma área de interesse para concentrar esforços é uma necessidade: “pense desde o iní-

cio em ser especialista. Escolha um segmento e faça cursos que se adequem a esse projeto. domine o inglês. O que faz a empresa contra-tar um profissional é a capacidade que ele demonstra em dar retorno ao investimento”, apontou guedes.

Na segunda sessão do dia, participaram dos debates o vice--presidente Comercial e marketing da subsea 7, Felix rachid, o ge-rente do Centro Nacional de Con-trole Operacional de gasodutos da Transpetro, Eduardo merçon, e a coordenadora de rh da radix, Claudia pittioni.

PremiaçãoNo último dia (24), foram entre-

gues prêmios ao reconhecimento de projetos inovadores do setor e

documentos técnicos do evento. dos 177 trabalhos apresentados na conferência, a comissão técnica avaliou e premiou 17 deles com menções honrosas. Estão distri-buídos em diversas áreas, como automação, sistemas supervisórios e medição, confiabilidade e avalia-ção de risco, logística e operação, meio ambiente e segurança ope-racional.

durante o almoço de premia-ção, também foram entregues o Calgary award, destinado ao me-lhor trabalho técnico apresentado na International pipeline Confe-rence (IpC), no Canadá, e o global pipeline award (gpa), premiação da divisão de sistemas de dutos (psd) da sociedade americana de Engenheiros mecânicos (asme).

Demanda por dutos irá aumentar para atender o pré-sal

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ENTrE ELas está a EASySUB-SEA, residente da incubadora da Coppe/UFrJ, que apresentou soluções inovadoras em controle, automação e monitoração petro-lífera. Com alto teor de conteúdo local, seus produtos e serviços são utilizados durante toda a etapa de produção de um poço de petróleo e escoamento.

a empresa já recebeu fo-mento da Fundação de amparo à pesquisa do Estado do rio de Janeiro (Faperj) e está captando recursos pela Financiadora de Estudos e projetos (Finep) para o desen-volvimento de soluções em comunicação sem fio subsea. Também está recebendo apoio do serviço de Brasileiro de apoio às peque-nas e microempresas (sebrae) para prototipagem de produtos e depósito de patentes junto ao Instituto Nacional da proprieda-de Industrial (Inpi).

Em 2015, a startup foi uma das vencedoras do prêmio Engie Brasil de Inovação 2015, que visa fomentar a criatividade em-

preendedora no setor de ener-gia. “Nosso maior diferencial é a capacidade de desenvolver circuitos de processamento de sinais de sensores e protocolos de comunicação para ambien-tes subsea e downhole”, afirma Rhuan Barreto, diretor de Ope-rações da easysubsea.

INSFoR – Com soluções em robótica de alta tecnologia, a Insfor apresentou o sistema de Inspeção e medição de altura de solda, que ajuda a identificar possíveis problemas de vaza-mento em dutos. a startup criada em 2011 por egressos da pUC--rio, dedica-se a levar soluções inovadoras dos laboratórios de pesquisa para o mercado.

“Com a experiência obtida em anos com trabalhos com robóti-

ca, eletrônica, mecânica e programação, é possível dire-cionar o espírito criativo dos laboratórios, adequando

às necessidades do mercado”, avalia Daniel Freitas, um dos fundadores da Insfor.

a utilização da tecnologia de impressão 3d para a fabri-cação de protótipos é outro diferencial da empresa, assim como a aplicação das tecno-logias Fdm, sinterização por laser de náilon e metais (alu-mínio, aço inox e até titânio).

eventos

Startups prospectam o mercado subsea

A novidade deste ano foi o pavilhão de startups intitulado “Invenção para Inovação”, que reservou espaço para 15 empresas apresentarem novidades.

Sistema de inspeção e Medição de altura de Solda, da insfor

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ATIVATEC – a ativatec é uma empresa de robótica submarina com foco em tecnologias de inspeção, intervenção e moni-toração de equipamentos de produção em águas profundas, que desenvolve equipamentos com tecnologia nacional. seu principal cliente é a petrobras – a estatal utiliza as soluções para garantir a manutenção e integridade de dutos e equipa-mentos submarinos, permitin-do a continuidade e segurança da produção de óleo em águas profundas.

Incubada na Coppe/UFrJ, a ativatec está desenvolvendo, em parceria com a pUC-rio, um scanner de Ultrassom com alta resolução de dutos submarinos no pré-sal para profundidade de 3.000 m e um sistema autônomo para monitoramento e alarme de Vazamentos de hidrocarbone-tos. Com a Faperj, a startup está construindo um manipulador robótico Flexível submarino para inspeção em locais de difícil acesso, como no interior de ma-nifolds submarinos.

a empresa já recebeu três prêmios Inventores da petrobras referentes a patentes deposita-das em conjunto na área subsea,

e dois prêmios tecnológicos por trabalhos apresentados nos con-gressos internacionais rio Oil & gas e rio pipeline. “O mercado subsea no Brasil é o mais pro-missor do mundo. E a petrobras tem de reconhecer e confiar na capacidade das empresas de base tecnoló-gica nacional para que o mercado não seja explora-do totalmente pelas multi-nacionais estrangeiras”, frisa Daniel Camerini, sócio-diretor da ativatec.

ENGSET-NAV – sediada na incubadora da Coppe/UFrJ, a empresa dá suporte à engenharia apoiada em computação móvel. sua principal solução é o NaV (Núcleo avançado de Visuali-zação), voltado para grandes empreendimentos de construção civil, indústria de óleo e gás, naval, mineração e hidrelétricas que buscam otimizar processos de fiscalização, comissionamen-to, manutenção, fiscalização e melhoria na gestão equipamen-tos e recursos humanos.

Um dos módulos que fazem parte da solução NaV é o sistema de reconhecimento geométrico. apoiando-se na visão computacional, o técnico pode ir a campo e simples-mente apontar a câmera de um smartphone ou um tablet em direção às peças que pretende reconhecer. a tecnologia se aplica, por exemplo, às peças tubulares de grande porte e difícil manuseio utilizadas na indústria de óleo e gás, pois estas acabam por se misturar. assim, o software certifica por imagem que a peça a ser des-pachada é a correta, evitando perdas e atrasos nos processos.

“Visamos desenvolver novas soluções com base nas ten-dências tecno-lógicas proje-tadas para os próximos dois, três anos. dessa forma, procura-mos lançar pro-dutos inovadores. Nosso grande diferencial é a capacidade de adaptação de nossas soluções às demandas dos clientes”, pontua o sócio-diretor da Engset-NaV, Gerson Cunha.

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eventos

Em tempos de barril de petróleo a preço baixo, a 3ª edição da OTC Brasil debateu a necessidade do investimento em Pesquisa, Desenvolvimento

e Inovação (PD&I) para a indústria de óleo e gás superar desafios, otimizar custos e aumentar a eficiência operacional e a produtividade.

são os desafios do setor de O&G

Cobertura Especial OTC Brasil 2015

produtividade e eficiência

por Felipe Salgado

Vitrine tecnológica e fórum de debates, a Offshore Techno-logy Conference, realizada entre os dias 27 e 29 de ou-

tubro, no Centro de Convenções do riocentro, no rio de Janeiro, teve como tema ‘O atlântico: de leste a oeste – um oceano de inovações’, reiterando aquilo que foi o mote de sua criação: a necessidade de a in-dústria de óleo e gás natural investir continuamente em pd&I para ga-rantir sua sustentabilidade. afinal, o evento que há três anos é realizado no Brasil, em parceria com Instituto Brasileiro de petróleo, gás Natural e Biocombustíveis (IBp), foi criado por 12 entidades norte-americanas da área de engenharia e organiza-ções científicas como uma resposta à necessidade crescente de novas tecnologias de exploração e desen-volvimento das reservas de petróleo e gás em ambiente offshore.

a conferência reuniu 1.355 profissionais do setor e de univer-sidades brasileiras, especialistas, executivos de oil companies, e empresas fornecedoras, além de instituições, com o objetivo de discutir tendências, soluções e processos que viabilizem e oti-mizem a produção de hidrocar-bonetos em cenários offshore.

a exposição realizada em simul-tâneo com a conferência, tam-bém foi uma oportunidade para as empresas dessa cadeia produtiva prospectarem novos negócios e parcerias. O OTC Brasil 2015 teve representantes de 16 países, entre empresas e instituições, e recebeu cerca de oito mil visitantes.

a exploração e desenvolvi-mento em águas profundas e ul-traprofundas, caracterização de reservatórios, tecnologias subsea, estruturas avançadas de produ-ção (flutuantes e submarinas), com destaque para as aplicações no pré-sal e ênfase na seguran-ça e eficiência do setor foram os temas abordados no evento que teve ampla programação: 39 sessões técnicas, 12 painéis e quatro almoços-palestra, com a presença de 160 empresas, sete pavilhões internacionais e 226

área total ......................... 6 mil m²visitantes ............................... 8 milEmpresas ..................................160países .......................................... 16pavilhões internacionais ............ 7Sessões técnicas ......................39painéis ........................................ 12Trabalhos técnicos ................. 226

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trabalhos técnicos, cobrindo tó-picos em geociências, sistemas de perfuração, processamento submarino.

Uma novidade este ano foi a ‘Universidade r&d showcase’, exposição que reuniu 11 univer-sidades e centros de pesquisa bra-sileiros para apresentar as novas tecnologias que estão sendo de-senvolvidas para a indústria. além

disso, foi monta-da uma área para startups brasilei-ras mostrarem seus produtos e serviços. Outro destaque foi o programa pro-fissional do Futuro, com a partici-pação de mais de 400 estudantes universitários brasileiros.

“Este é um evento muito im-portante para o setor, não apenas no Brasil, mas em todo o mun-do. a conferência é o local ideal para compartilhar conhecimentos técnicos e as melhores práticas. Ficamos muito satisfeitos por realizar com sucesso a terceira edição da OTC Brasil, no rio de Janeiro”, destacou o presidente da OTC, Joe Fowler.

eventos

EMBORA TENHA CANCELADO a presença na feira, a Petrobras re-cebeu, no dia 28, a primeira premia-ção entregue na oTC Brasil, durante almoço-palestra que teve como tema ‘Desenvolvimento do pré-sal brasileiro e as inovações tecnológicas em águas ultraprofundas na Petrobras’, apresen-tado pela diretora de Exploração e pro-dução da estatal, Solange Guedes.

Na ocasião, Solange falou sobre a redução significativa de mais de 50% do tempo de construção dos poços do pré-sal desde 2010 e o custo de produ-ção por barril nesta camada – de US$ 9 em comparação com a média das prin-cipais majors, de US$ 15. Ela também destacou a alta produtividade dos poços do pré-sal, o fato de a produção ter tri-plicado em 30 meses e a alta eficiência operacional, de 92,4%, na média dos últimos três anos. “A Petrobras atingiu uma combinação única de custos, pro-dutividade e eficiência”, explicou.

A empresa Subsea 7 também foi premiada na categoria Corporativa pelo projeto Buoy Supporting Risers (Boia de Sustentação de Risers), desenvol-vido em parceria com a Petrobras. A tecnologia BSR é um sistema inovador composto por uma boia submersa que isola o movimento dos risers (dutos) rígidos dos movimentos das platafor-mas instaladas em águas ultraprofun-das, aumentando sua vida útil. o prê-mio foi recebido pelo vice-presidente da empresa, vitor Bomfim. “Este foi, sem dúvida, o projeto mais intenso da

empresa realizado no Brasil. Mas não é uma coincidência, afinal temos déca-das de investimentos em engenharia submarina”, declarou.

na parte da tarde, Joe Fowler en-tregou o Spotlight on new Technologies award para a FMC Technologies, pelo projeto Ligas com Memória de Formato para Equipamentos Submarinos, tecno-logia utilizada na área de perfuração e completação que tem por objetivo reti-rar e controlar o fluxo do fluido desde o poço até a plataforma. o vice-presiden-te de Engenharia e Tecnologias da FMC,

Paulo Couto, recebeu o prêmio e fez uma demonstração da tecnologia ven-cedora. “A inovação é utilizada em ou-tros setores, como o automotivo, mas é sua primeira aplicação na indústria do petróleo e gás”, disse Couto.

João Carlos de Luca, presidente do Comitê Consultivo da oTC Brasil, entregou o prêmio individual do Dis-tinguished achievement award para o engenheiro antonio Capeleiro pinto, agraciado pela contribuição para o de-senvolvimento técnico e gerenciamen-to dos campos de petróleo em águas profundas e ultraprofundas. Capeleiro é especialista na área de engenharia de reservatórios e concepção de pla-nos de desenvolvimento de campos offshore da Petrobras e nos últimos nove anos tem atuado nas áreas do pré-sal da Bacia de Santos. “a petro-bras possibilitou que eu alcançasse to-dos os meus sonhos. após 33 anos na companhia, tenho que agradecer aos profissionais competentes que traba-lharam comigo em cada desafio”, disse antonio pinto.

Premiação para o pré-sal

Entrega do Spotlight on New Technologies Award para a FMC Technologies

Antonio Capeleiro Pinto (petro-bras) e Vitor Bomfim (Subsea 7)

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Produtividade e eficiência são os desafios do setor de O&G

Conteúdo local e SMSNa abertura do evento, a pre-

sidente da agência Nacional de petróleo, gás Natural e Biocombus-tíveis (aNp), Magda Chambriard, afirmou que o governo estuda intro-duzir mudanças e aprimorar as re-gras do conteúdo local por meio de um decreto. “Não vou ad ian ta r nada do decreto, é uma questão do governo. O que posso dizer é que estamos trabalhando nisso”, disse.

“as decisões que poderiam ter sido tomadas para tornar o am-biente favorável foram adiadas e eclodiram no momento de crise”, avaliou Karine Fragoso, gerente de petróleo, gás e Naval do sistema Firjan (Federação das Indústrias do Estado do rio de Janeiro). Ela afirma que a questão dos cré-ditos de conteú-do local deve ser avaliada com cuidado. “devemos criar uma filosofia de progressão invertida para quem quer iniciar algo do zero. a metodologia de es-tabelecer um índice máximo não pode servir apenas para agregar valor ao que já foi feito.”

Já o diretor de petróleo, gás, Bionergia e petroquímica da as-sociação Brasileira da Indústria de máquinas e Equipamentos (abimaq), Al-berto Machado, afirmou que “o conteúdo local favoreceu epe-cistas e estalei-ros, mas não a indústria de má-quinas e equipamentos.”

No dia 27, o ex-diretor de E&p da petrobras, José Formigli, me-

diou o painel ‘Caminhos para uma indústria competitiva’, com a pre-sença do presidente do IBp, Jorge Camargo, e o diretor-presidente da Barra Energia, João Carlos de Luca, quando se discutiu o papel crucial da inovação tecnológica e

ambos lançaram uma interrogati-va que contem-pla os dilemas da indústria: “Como fornecer energia para o planeta com segurança

de abastecimento, preço acessível e de forma sustentável?”

O presidente do IBp destacou o papel da tecnologia como motor das transformações. “No cenário atual, há uma oferta excedente de petróleo no mercado e, portanto, segurança de abas-tecimento. graças a essa oferta, os pre-ços despencaram. E isso só foi possível por meio da revolução tecnológica de extração das fontes não convencionais (shale gas/oil) nos EUa”, frisou.

Petrobras como operadora única

Na palestra do dia 29, o se-cretário-geral do IBp, milton Cos-ta Filho, mediou o debate com o prefeito de macaé e presidente da Ompetro (Organização dos muni-cípios produtores de petróleo), Dr. Aluízio (pmdB-rJ), que analisou

os sinais da crise do município. de acordo com o prefeito, grandes empresas estão indo embora do país por não terem perspectiva de atuação no setor. “a crise chegou da forma mais drástica e sofrida – que é o desemprego”, afirmou. Costa Filho ainda destacou que a questão do papel exercido pela petrobras como operadora única deve ser enfrentada e revisada. Em sua opinião, essa decisão não cabe mais no atual contexto da compa-nhia. “O grande erro é colocar na mão de um único ente a exploração e produção de petróleo”, disse.

Profissional do FuturoO Instituto Brasileiro de petró-

leo, gás e Biocombustíveis (IBp) promoveu a segunda edição do profissional do Futuro, programa de relacionamento com estudantes e universidades, durante a OTC Brasil 2015. O programa, criado há 13 anos pelo IBp, busca apresentar de maneira dinâmica a indústria do petróleo e gás aos jovens es-tudantes.

Com o tema “Conversas petro-leiras: um bate-papo sobre energia, carreiras, crises e oportunidades”, a programação desse ano teve um

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a 20ª EDição do encontro anual da World Energy Cities partnership (WECP), entidade que reúne 23 cida-des de 19 dos principais países produ-tores de petróleo do mundo, avaliou o cenário atual do mercado brasileiro.

Representantes de instituições se-toriais do Brasil, Jorge Camargo, presidente do iBp, e Paulo Martins, presidente da as-sociação Brasileira das Empresas de Serviço de petróleo (AbesPetro), desta-

caram o volume de reservas comprova-das e os investimentos que já estão sen-do realizados como razões de reforço de confiança na indústria local.

o ponto de vista das companhias internacionais reuniu no painel An-

dré Araújo, presi-dente da Shell do Brasil, Gilberto Pe-ralta, presidente da GE Brasil, Stepha-ne vignet, presi-dente da Schlum-berger Brasil e pål Ertrheim, pre-

sidente da Statoil. O debate girou em torno da redução de custos – com pa-dronização e integração de sistemas – e da defesa de mais investimento em ino-vação. “Existe uma tendência para de-sacelerar os poços durante os tempos de crise, mas inovação reduz custos a longo prazo”, declarou o presidente da Schlumberger Brasil.

ao final do evento, Maurício Guedes, diretor do parque Tecnológico da UFRJ, fez apresentação sobre o desenvolvi-mento da área de inovação no Brasil.

UM LEvanTaMEnTo feito após a Rodada e negócios, promovida pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), mostrou que 91% das reuniões foram avalia-das pelas âncoras como sendo acima da média, com ótima e boa expectativa de negócios para os próximos 12 meses.

a rodada contou com 20 em-presas âncoras – Alphatec, Nuclep, Delp, FMC, Sotreq, oil States, Shell Materiais, Queiroz Galvão, UTC, Schlumberger, Teekay, Subsea 7, Wärtsilä Brasil, Shell Serviços, Techint, GE óleo e Gás, Expro, Halliburton, Transpetro e Petrobras Uo-BC –, 113 fornecedores e foram realizadas 445 reuniões em dois dias de rodada.

a partir da compilação de dados feita no último dia da Rodada de negócios, a expectativa é gerar, em um ano, 222 milhões e 500 mil reais contra os R$ 196 milhões da edição de 2013.

World Energy Cities Partnership e OTC realizam eventos integrados

rodada tem expectativa de negócios de R$ 222,5 milhões

formato inovador: um bate-papo descontraído entre executivos, fu-turos líderes do setor, especialistas em recursos humanos e estudantes. Os estudantes tiveram a oportu-nidade de participar do programa em três sessões, duas no dia 28 e uma no dia 29.

WEPC e OTC Brasil 2015O terceiro dia de trabalho

(27/10) foi integrado com o primei-ro dia de atividades da OTC Brasil. Os participantes acompanharam os debates sobre ‘políticas públicas e pesquisa e desenvolvimento para setor de óleo e gás’ e ‘projetos de transformação urbana’.

No seminário sobre transfor-mação urbana, foram apresen-tados projetos do rio de Janeiro financiados com parcerias públi-co-privadas. No segundo painel, as cidades de Karamay, halifax, Esbjerg e daqing debateram os desafios de realizar transformações

de infraestrutura nas cidades para melhorar a qualidade de vida e estimular o desenvolvimento de negócios.

No tema de p&d, Brasil, No-ruega e Estados Unidos abriram o primeiro painel apresentando o cenário do mercado regional e uma visão de futuro. No segundo painel, quatro dos principais repre-sentantes da pesquisa científica do Brasil na área de óleo e gás deba-teram os desafios de integração da indústria de óleo e gás com a área de pesquisa e desenvolvimento das universidades.

No dia 28/10, a WECp encerrou seu encontro anual com a reunião do Comitê diretor nas instalações da Firjan. Na pauta, a discussão sobre as tendências globais da ma-triz energética. ainda durante a reunião, foi realizada a transição da presidência da entidade, das mãos de Christine helgø (stavanger) para michael savage (halifax).

eventos

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Uma das maiores fornecedo-ras da indústria mundial de petróleo, a francesa Technip

apresentou as principais novidades tecnológicas do segmento de tubos flexíveis, entre elas a utilização de fibra de carbono na produção. O uso deste material compósito – a fibra de carbono – em linhas flexíveis per-mite a redução da tensão de topo exercida nas embarcações offshore e a extensão do uso de configuração em catenária livre nas aplicações em lâminas d’água ultraprofundas. Quando comparado a armaduras de tensão padrão, as de fibra de carbono são cinco vezes mais leves e duas vezes mais resistentes que as em aço-carbono.

Os tubos flexíveis vêm, cada vez mais, se mostrando uma solução técnico-econômica extremamente adequada ao pré-sal, principalmente para atender as condições de gran-des profundidades, que ultrapassam 2.000 m, e a presença de fluidos com alto teor de contaminantes.

HALLiBurTON – O grupo norte-americano aproveitou a OTC Brasil para anunciar que duas instalações brasileiras– macaé e rio de Janeiro – e nove linhas de negócios da empresa receberam a Certificação de Especificação Q2 do american petroleum Institute (apI), uma norma de certificação avançada do setor para empresas que prestam serviços na área de petróleo e gás natural.

segundo a halliburton, elas são as primeiras instalações a receber essa certificação na américa Latina.

as linhas de negócio que obti-veram a certificação são Fluidos, Cimentação, Completação, Brocas e serviços, Estimulação, Controle e prevenção de poço, perfuração, ava-liação de Formações e perfilagem e Canhoneio. “a Certificação de Espe-cificação Q2 do apI é um marco para a indústria e um reconhecimento do

compromisso da halliburton com a melhoria da efici-ência operacional por meio da exe-cução impecável de nossos servi-ços”, declarou

Daniel Casale, gerente de Operações da halliburton para o Brasil.

a halliburton foi a primeira empresa a alcançar essa norma quando sua linha de serviço de fluidos de perfuração, Baroid, re-cebeu a certificação, em julho de

2014, por sua atuação no golfo do méxico. duas instalações da empresa na Indonésia foram as primeiras do hemisfério oriental a receber a certificação.

DNV GL – a dNV gL lançou o BOp rdT, retrieval decision Tool, uma ferramenta em tempo real, baseada em métodos de conhecimento de riscos. O novo sistema funciona como suporte na decisão de recuperação de BOp (blowout preventer) e permite que os operadores determinem quando repará-los após a detecção de falhas de componentes.

desenvolvido no Centro de pes-quisa e desenvolvimento empresa no rio de Janeiro, a ferramenta BOp rdT fornece um sistema de apoio à decisão bastante abran-gente, que utiliza métodos quali-tativos e quantitativos para auxiliar o processo de tomada de decisão, reduzindo substancialmente o seu grau de subjetividade.

Além de destacar os principais players mundiais, a OTC Brasil promove o encontro de profissionais diretamente envolvidos em

projetos e soluções inovadoras para a indústria.

Empresas apresentam serviços e inovações tecnológicas

Entrega da Certificação de Especificação Q2 do American Petroleum Institute (API) à Halliburton.

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“Qualquer falha em um BOp du-rante a perfuração é, sem dúvida, motivo de preocupação”, afirma Luiz Fernando oliveira, desenvolvedor

da ferramenta e gerente do Cen-tro de pesquisa e desenvolvimen-to da dNV gL no rio de Janei-ro. Isso porque retirar um BOp

do leito marinho após a detecção de qualquer falha é uma operação necessária, porém dispendiosa, que pode atingir valores superiores a Us$ 2 milhões de dólares. Este custo pode facilmente dobrar em regiões de águas ultraprofundas, como o Brasil, áfrica Ocidental e golfo do méxico. portanto, seu principal ob-jetivo é maximizar a disponibilida-de operacional da sonda, reduzir o Opex (Operational Expenditure), e sobretudo manter as margens de segurança em níveis aceitáveis.

HONEYWELL – a honeywell process solutions (hps) apresentou a plataforma Experion® Orion Console, solução tecnológica para salas de controle de indústrias de vários segmentos. a solução fornece um sistema de controle projetado para unificar todos os recursos envolvidos no processo produtivo em um único painel/tela, aumentando a produtividade do processo. segundo a empresa, foi

projetada a partir da observação da atuação dos operadores de plantas, visando oferecer uma única tela de todo o ambiente de trabalho que ele deve controlar, proporcionando respostas mais eficazes e menor desgaste humano.

O objetivo da hps foi trazer a sala de controle para o futuro por meio de um design ergonômico arrojado, monitores displays me-lhores, e atendendo as necessi-dades de se garantir uma maior mobilidade aos operadores das plantas.“O Experion Orion muda significativamente o conceito de ‘operações nas fábricas’, transfor-mando os operadores de processos em operadores mais eficientes. Isso significa que os operadores

poderão enten-der não apenas como a planta funciona, mas também fazê-las funcionarem de forma mais efi-ciente e rentá-

vel”, pontua Francisco Casulli, presidente da hps no Brasil e di-retor de Vendas da divisão para a américa Latina.

segundo ele, a participação na OTC Brasil foi muito estraté-gica para a honeywell. “É uma ótima oportunidade para fazermos contato com os nossos clientes e discutirmos as tendências para o setor petróleo e gás, especialmente

para o Brasil, um mercado muito estratégico para nós”, conclui.

SANDVik – a sandvik materials Techology (smT) é uma fornecedora global de aços inoxidáveis, materiais especiais de liga leve e soluções de aquecimento industrial para as indústrias nuclear, de petróleo e gás, petroquímica e aeroespacial.

a empresa inaugurou em outu-bro seu hub para américa do sul, no rio de Janeiro, composto por um centro de serviços de Linhas de Controle, centro de vendas e esto-que para melhor atender as necessi-dades de clientes como a petrobras. No ano passado, a multinacional dobrou o tamanho de sua equipe dedicada ao mercado de O&g.

Em 2015, a sandvik assinou um contrato com a petrobras como fornecedora de linhas de controle sem costura para o mercado sub-sea, com o objetivo de atender a exploração e produção de hidro-carbonetos no pré-sal.

“a expansão na américa do sul é parte da nossa estratégia para reforçar a posição no mercado de petróleo e gás e o Brasil é um mer-cado com oportunidades muito inte-ressantes. Investimos anualmente cerca de r$ 1,3 bilhão em pesquisa e desenvolvimento para atendermos as necessidades da indústria e de nossos clientes” ressalta Matts Pe-terson, gerente de produtos de óleo e gás da sandvik.

Experion® Orion Console, da Honeywell.

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Na feira, a empresa apresentou os produtos hot Isostatically pres-sed (hIp) e powder metallurgy (pm) – itens com propriedades únicas (isotrópicos) para os clien-tes que trabalham com infraes-trutura subsea. “Estes materiais conferem força e menos risco de rachaduras causadas por estresse, são excelentes, pois são opções confiáveis e de baixo custo. O outro forte be-nefício do ma-terial powder-- m e t a l l u r g i c hIp é que ele é produzido de maneira a permitir customização em qualquer forma para atender exatamente a necessidade dos clientes” afirmou matts.

PETrEC – Incubada no parque Tecnológico da UFrJ, a petrec apresentou na OTC Brasil sua proposta de terceirização de serviços integrados de geologia e geofísica. a empresa disponibiliza serviços de processamento e interpretação conjunta de dados geofísicos através da infraestrutura computacional e utilização de softwares comerciais.

a partir da metodologia da pe-trofísica Computacional – que se baseia na digitalização de amos-tras de rocha através de ensaios não destrutivos de tomografia de raios X –, a petrec desenvolveu um workflow completo para extrair im-portantes propriedades, tais como a porosidade, permeabilidade, pa-râmetros elétricos e propriedades elásticas para a caracterização de reservatórios convencionais e não convencionais.

“Nosso diferencial competiti-vo está na junção de uma equipe multidisciplinar composta por geólogos, geofísicos e engenhei-ros. desta forma, conseguimos

agregar tecno-logias de ponta ao processamen-to e interpreta-ção geofísica”, destaca Josias Silva, diretor da petrec.

rADiX – apostando no potencial de negócios da OTC, a radix – Engenharia e software colocou uma equipe de 40 profissionais à disposição do público no estande, para apresentar os projetos e soluções no segmento offshore e, ainda, conversar sobre como a empresa se reinventou neste momento delicado da economia.

Uma das atrações da empre-sa foram os robôs fabricados por equipes acadêmicas patrocinadas pela empresa, como a rioBotz, da pUC-rio, equipe campeã do mun-dial deste ano. a radix aproveitou o evento ainda para apresentar projetos universitários, apoiados por ela, sobre temas relacionados à sustentabilidade, como gestão de resíduos sólidos, Eficiência Energética e recursos hídricos.

“Estamos vivendo um momen-to difícil, mas sabemos que existe muita coisa a ser feita e que tanto a petrobras quanto as outras em-presas do setor ainda têm seus desafios. há alguns projetos no-vos que continuam acontecendo e existem unidades em operação

que precisam de melhorias, adap-tações operacio-nais e também de investimentos nas áreas de efi-ciência energé-tica, segurança,

meio ambiente e saúde”, obser-vou Luiz Eduardo Rubião, pre-sidente da radix, afirmando que a empresa soube se reinventar e ampliou seu portfólio de serviços. “É isto que mostramos na OTC: nossa capacidade de se reinven-tar”, conclui.

TELEDYNE – presente há 15 anos no Brasil, o conglomerado norte-americano, Teledyne, possui uma divisão especializada em serviços de petróleo e gás e pesquisa ocea nog rá f ica , a Te ledy ne marine, que fornece tecnologia submarina para a petrobras, como sensores para monitoramento de corrosão, temperatura e pressão. “aproveitamos a feira para manter nossos clientes bem informados sobre as nossas t e c n o l o g i a s , buscando sempre o aprimoramento e a qualidade dos nossos serviços” afirmou Howard Painter, vice-presidente de desenvolvimento de Negócios da Teledyne.

Produtividade e eficiência são os desafios do setor de O&G

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eventos

para a indústria de óleo e gás no BrasilMaior confiabilidade e segurança

RECONHECIDA INTERNACIONALMEN-TE como uma das maiores empresas certificadoras do mundo, a Lloyd’s Re-gister do Brasil possui uma área voltada para energia (Lloyd’s Energy) e, além de classificar e certificar instalações e produtos, oferece outros serviços e novas tecnologias que ajudam as indús-trias, a de petróleo e gás entre elas, a operar com mais eficiência e seguran-ça. Conformidade, gerenciamento de ativos, SMS e treinamento profissional são alguns dos serviços que a empresa oferece no Brasil.

“As organizações precisam de as-sessoria e suporte nos quais possam confiar. a reputação do Lloyd’s Register foi construída ao longo de mais de 250 anos, a partir de uma atuação decisiva na proteção da vida humana e de bens em todo o mundo”, ressalta John Wishart, CEo de Energia da empresa.

Tn petróleo – Há quanto tempo o Lloyd’s register opera no Brasil?

Jonh Wishart – é uma longa his-tória. Estamos no Brasil desde 1888. O Lloyd’s Register começou em uma loja de café em Londres, a cafeteria Edward Lloyd, por volta de 1760, ou seja, há 255 anos! Por isso, tivemos nosso primeiro supervisor no Brasil em 1888. Estamos felizes em estar aqui desde então.

Entre os serviços prestados pelo Lloyd’s register do Brasil, quais são os que têm mais demanda no país hoje?

nós prestamos vários serviços. A inspeção de equipamentos sob pressão, o cumprimento de regulações, e outros serviços relacionados à QSMS (qualida-de, segurança, meio ambiente e saúde) têm sido bastante requisitados, assim como atividades mais amplas envolvendo conhecimento técnico, avaliação de ca-pacidades e alinhamento das ações com

estudos de segurança. Estamos come-çando a fazer o trabalho de integridade de ativos – como são mantidos e os cuidados para garantir que atendam a regras e padrões de segurança.

atuamos em uma área ampla e exe-cutamos diferentes atividades. Quere-mos oferecer outros serviços no Brasil. Mas não é simples, porque trabalhamos em um ambiente global, que compartilha recursos especializados de uma área para outra. alguns regimes fiscais não nos permitem trabalhar de forma tão ágil. no cenário competitivo, se você estiver usando conhecimento de fora, tem de pagar mais imposto sobre ele. Então, estamos planejando treinar os profissionais no Reino Unido para voltar e trabalhar aqui e criando condições para adequar nossos serviços ao ambiente em que trabalhamos.

Quais são os principais clientes no Brasil?

Temos uma carteira de clientes bem variada, mas fazemos trabalhos para a Petrobras, Statoil, BG, BW, Technip e Odebrecht, entre outras. No caso da Ode-brecht, na área de perfuração, prestamos vários serviços, inclusive treinamento de pessoal. Estamos trabalhando para atrair outros clientes que operam no país. por isso, procuramos fazer um bom trabalho, seja em grandes ou pequenos serviços.

Neste momento em que tantas empresas estrangeiras do setor de petróleo e gás

estão se instalando e operando no país, que tipo de serviço o Lloyd’s register do Brasil oferece a essas companhias?

a operação no Brasil é vista como uma atividade em alta. Muitos de nos-sos clientes internacionais têm essa visão, e querem entrar como parceiros da Petrobras ou de outras empresas. nós estamos aqui, conhecemos o país e podemos oferecer tudo o que eles precisam para operar com segurança e dentro das normas brasileiras. Se eles precisam dos nossos serviços lá fora, precisarão mais ainda aqui no Brasil.

Prestamos orientação também em relação à conformidade, disposições legislativas e regulações. Eu não diria que as leis no Brasil são muito diferentes de outros países, mas são ligeiramente diferentes, os processos são diferentes. os códigos e as normas são semelhantes ao redor do mundo, mas existem especi-ficidades e coisas que devem ser feitas de forma particular. é importante seguir esses processos, mas para as empresas que chegam aqui nem sempre é fácil entender essas diferenças de imediato.

Quais os planos do Lloyd’s register para expandir suas operações no Brasil? Quais os próximos passos?

Queremos trazer mais de nossa ati-vidade na gestão de ativos; já fazemos esse serviço em todo o mundo, tanto em terra, quanto offshore. Queremos trazer para cá e aumentar nossa pegada no Brasil. vivemos um momento em que a indústria está em baixa e esperamos para ver o que vai acontecer. Mas esta-mos ansiosos para trazer para o Brasil todos os serviços que prestamos em outros países, para ajudar a Petrobras e outras companhias – as estrangeiras inclusive – a produzir petróleo e gás de forma segura e eficiente, e para reduzir o Capex e o opex.

Lloyd’s register do Brasil

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o subsecretário de desenvolvi-mento Econômico, Indústria e Energia do Estado do rio

de Janeiro (sedeis), Marcelo Ver-tis, abriu o evento – que teve apoio da TN Petróleo – no dia 28/10 e falou sobre os desafios atuais, ressaltando que o país continua sendo boa opção para investimen-tos com muitas oportunidades de negócios. “O estado do rio tem um posicionamento forte no desenvol-vimento do setor e o pré-sal é pro-

vavelmente a fronteira mais promis-sora da indústria offshore mundial”, assegurou ele.

O vice-presidente Comercial e Estratégia da Bg Brasil, marcelo menicucci (foto), falou sobre a im-portância estratégica do portfólio da petroleira britânica no país. ressal-tou que “a Bg Brasil mantém um trabalho contínuo, em conjunto com a petrobras, para otimizar a produção dos campos na Bacia de santos e abrir novos mercados para as reser-vas de pré-sal, onde a empresa é a segunda maior produtora”.

Também participaram empre-sas como gE, Odebrecht, FmC

Technologies, andrade gutierrez, Edison Chouest, rolls-royce, Te-naris e o grupo argentino Indalo, que arrematou três blocos onshore na 13ª rodada de Leilões. “Em um momento de oportunidades escassas e com empresas fazendo redução de custos para buscar equilíbrio finan-

ceiro, o evento foi fundamental para que pudéssemos ter um ambiente para trocar ideias e ver que existem possibilidades de negócio”, afirmou

Márcio Robles, Country manager da Oil states do Brasil.

para a Zoom Out Comunicação, organizadora do encontro, o mais importante foi conseguir reunir exe-cutivos do setor e criar oportunida-

des de negócio. “No momento que estamos vi-vendo, procura-mos fazer algo inovador para promover um ambiente otimis-

ta e promissor”, afirmou o diretor da empresa, Wamilton Falcão.

Em sua segunda edição, o encontro global de energia Oil e Gas Brasil Meeting reuniu cerca de 300 empresários brasileiros e diversos parceiros internacionais – consulados, câmaras de comércio e delegações de países como Estados Unidos,

Noruega, Reino Unido, Israel e Holanda – para discutir novas oportunidades de negócio e promover relacionamento.

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eventos

Estudiosos de segurança nacional e internacional discutem melhores

práticas e processos na indústria petrolífera durante o 3º CHC Brazil

Safety & Quality Summit.

Especialistas debatem segurança na

3º CHC Brazil Safety & Quality Summit

aviação e setor de óleo e gás

A Bhs (Brazilian helicopter services), subsidiária brasi-leira da canadense ChC he-

licopter, líder global em serviços de helicópteros, e da empresa operadora do ChC group Ltd., trouxe para o Brasil importantes especialistas de segurança durante a terceira edi-ção do ChC Brazil safety & Quality summit, no rio de Janeiro. O evento, realizado nos dias 22 e 23 de outubro, restrito a convidados e com um pú-blico de mais de 150 pessoas, reuniu profissionais e lideranças de setores da aviação geral, aviação offshore, óleo e gás, entre outros.

Duncan Trapp, vice-presidente de safety Quality da ChC, abriu a sessão plenária do primeiro dia lembrando que “o mais importante para as empresas de transporte de pessoas por heli-cóptero é levar to-dos de volta para

casa com segurança, e é isso que move a ChC na busca diária pela melhoria de seus processos”. O di-retor regional das américas da ChC, Tomas Salazar, falou na sequência e reforçou que o tema segurança não deve ser um diferencial compe-titivo no mercado, mas sim um item essencial para to-das as empresas de transporte aé-reo: “meu sonho é ter zero acidente no transporte aéreo de helicópteros nos próximos anos.”

O diretor fundador da Baines sim-mons Limited, Keven Baines, especia-lista em regulação na aviação, confor-midade e segurança de gestão, com parcerias com organizações mundiais de aviação civil e de defesa, ressaltou a importância do envolvimento de qualquer empresa no processo de se-gurança, principalmente das lideran-ças. “para alcançar boa performance

no sistema de segurança é preciso envolver também as lideranças da corporação”, salientou ele.

Baines também citou as etapas que as empresas precisam seguir na busca por excelência operacional: compreensão do cenário; construção dos processos; operação do planeja-mento; aprimoramento do projeto; e excelência nos resultados. seguir esses passos, trabalhar com uma lide-rança ativa e atuante, ciente de que é preciso ter capacidade de assumir e controlar os riscos da operação, e ter uma cultura organizacional aberta potencializam as chances de êxito da área de segurança.

No período da tarde, três dos principais operadores de aviação offshore do país compartilharam suas melhores práticas em segurança. O gerente geral de operações da ChC Brasil /Bhs, ricardo maltez, abriu o painel no qual abordou a im-portância da cultura de reportar as ocorrências. segundo ele, a ChC Brasil vem trabalhando para “elevar

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a cultura de reportes para o próximo nível”. a empresa realiza pesquisas internas para identificar os principais fatores que levam seus colaboradores a não reportarem possíveis falhas na operação e, assim, consegue traba-lhar para melhorar seus números.

Campanhas internas de comu-nicação, como o Follow procedures, programa formal de reconhecimento da equipe, envolvimento de toda a alta gestão na cadeia e o estudo de casos de outras empresas do setor são algumas das ações que a ChC Brasil realiza na busca pelo aprimo-ramento da segurança em todos os procedimentos.

representando a Omni Táxi aé-reo, Virgínio augusto Corrieri de Cas-tro, da área de segurança em Voo, explicou brevemente como a empresa utiliza o Losa (Line Operations safety audit, ou auditorias de segurança das Operações) e cada passo que deve ser seguido para que o processo seja bem executado. “além de identificarmos erros e ameaças durante o voo, toda empresa que aplica o Losa também precisa do apoio do cliente, pois é preciso analisar todo o processo”, lembrou Castro.

Jorge Luiz França alves, gerente de segurança da Líder aviação, falou sobre o tema ‘disciplina operacional’ e, assim como Ricardo Maltez, apre-sentou algumas campanhas de boas práticas realizadas pela empresa com seus colaboradores, além de campa-nhas de segurança e cuidado, uso correto de EpIs (Equipamentos de proteção Individual), e atualização constante da TV Corporativa.

O especialista em aviação, Keven Baines, dissertou sobre ‘Compliance/Conformance vs. performance’, apon-tando que algumas premissas básicas quando se fala em aviação são extre-mamente necessárias para se obter boa performance, como seguir as regras. “pode parecer ingênuo, mas observar a maneira que executamos determinada tarefa quando não há ninguém olhando é muito importan-te. as regras precisam ser seguidas em qualquer circunstância.”

de acordo com Baines, o relató-rio não basta, é preciso haver uma investigação sobre cada um deles e como resultado uma intervenção no processo, se for o caso, para que haja um constante aprimoramento dos procedimentos. O gerenciamento do sistema de riscos também é mui-to importante, pois a partir dele é possível gerar feedback e promover o desenvolvimento de nova metodo-logia, quando preciso.

professor e membro permanente do departamento de Fatores e sis-temas humanos na Universidade aeronáutica de Embry-riddle, dr. scott shappell, também marcou presença no evento. Com 20 anos de experiência na marinha dos Es-tados Unidos na área de psicologia

Experimental ae-roespacial, sha-ppell explanou sobre o compor-tamento huma-no e como isso interfere na área de segurança das empresas aéreas.

seu principal tema para debate foi a diferença entre erros e violações. O professor esclarece que os erros, quando não resultam da violação das regras, não devem ser punitivos. “Todos nós erramos, seja por falta de informação, conhecimento ou experiência. aqueles que já contam com todos esses itens também po-dem errar por falta de atenção, me-mória ou técnica. Isso é normal do ser humano. a punição só funciona quando o erro se torna algo recor-rente ou quando há uma violação, seja ela rotineira (a mais grave) ou excepcional”, explicou ele.

a legislação brasileira, normas de voo e órgãos de fiscalização na aviação foram temas abordados du-rante a palestra do brigadeiro Carlos alberto da Conceição, gerente da mcLarens aviation no Brasil. para ele, segurança de voo deve ser sem-pre incluída na missão de todas as empresas atuantes no setor. “Na pre-venção de acidentes não deve haver segredos nem bandeiras. Informação é o maior bem para se prevenir um acidente aéreo”, salientou.

a última apresentação do evento foi a do diretor de operações de heli-cópteros e aeronaves da Losa Colla-borative, stephen Ingham. Voltada especialmente para pilotos, a palestra abordou os procedimentos do Losa. O objetivo foi mostrar a importân-cia do procedimento de auditoria e seus reais resultados, salientan-do que todas as análises geradas a partir desse processo são anônimas e não punitivas. “Um trabalho de auditoria do Losa leva em torno de oito meses para ser realizado, e é algo que envolve toda a empresa, desde os pilotos até os técnicos de manutenção e clientes. Trata-se de um diagnóstico, por si só ele não promove soluções, não existe uma ciência exata”, ressaltou Ingham.

O 3º ChC Brazil safety & Qua-lity summit foi patrocinado pela Willis, heli-One, agustaWestland, mcLarens aviation, safran Turbo-meca, Expeditors, helibras airbus helicopters, ags Logística, CaE, Kennedys e aIg.

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Vencer a timidez é um dos desafios do brasileiro Adhemar da Silva Freire Júnior, que, reservadamente e sem alardes, tornou-se uma figura conhecida e respei-tada na indústria de óleo e gás. Além de presença obrigatória na maioria dos eventos desse setor realizado no Brasil, ele também costuma receber empre-sários e especialistas brasileiros que participam de missões à Noruega ou que vão a feiras internacionais de óleo e gás, naval e offshore. Foi essa experiência de mais de 30 anos que o levou, em janeiro de 2013, a ser escolhido para co-mandar a seção Brasil da Intsok – Norwegian Oil and Gas Partners, instituição norueguesa que está presente fisicamente em 17 países considerados merca-dos estratégicos para a indústria daquele país.

perfil profissional

COmaNdar a sEçãO de uma organização internacional que atua em todos os continentes era algo que passava longe da cabeça do tímido jovem de 18 anos, que em 1981 saiu da cidade natal, Barra de piraí, no sul Fluminense, para cursar engenharia mecânica na Universidade gama Filho, na capital.

aos 52 anos, o engenheiro mecânico e bacharel em direito – “curso que todo cidadão deveria fazer, pois o ajuda a viver sua cidadania na plenitude” –, que fala fluentemente inglês, espanhol e estuda norueguês, conclui um mBa em gestão Estratégica e Econômica de Negócios.

O menino do interior, que sempre teve rédea curta em casa, com ousadia e discrição vem escrevendo uma trajetória de sucesso em um seleto mercado de trabalho. “meu pai, que era fiscal ferroviário e não teve muita oportunidade de estudar, sempre me incentivou e a minha irmã, susana, a ir para a universidade”, lembra adhemar. a mãe, Zilma, fiscal da previdência social, apoiava o marido, também adhemar, nessa decisão.

Foi assim que o tímido barrense foi para o rio, cursar a universidade. “a timidez é algo natural em quem veio do interior e via a capital quase como um outro país”, diz rindo. a opção pela engenharia mecânica foi a única divergência com o pai, que preferia que ele estudasse engenharia elétrica. “Como meu pai trabalhava na rede ferroviária, eu tinha certa curiosidade pela mecânica”, diz ele, lembrando um episódio que mar-cou sua infância: “Um dia, meu pai, ao parar no sinal vermelho, perto de casa, fez soar o apito do trem no qual estava realizando o trabalho de fiscalização. Fui correndo ver e meu pai me levou para conhecer o trem. Fiquei encantado com aquele maquinário. Isso é algo que nunca esqueci”, confessa adhemar.

Cautelosa ousadia

por Beatriz Cardoso

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Desvio de caminho – O encanto o levou, na época em que cursava engenharia, a sonhar com um es-tágio na rede ferroviária. Como as oportunidades eram poucas em um país que estava deixando de lado este importante modal de trans-porte, ele se inscreveu no Centro Integrado Empresa Escola (Ciee), onde todos os estudantes buscavam oportunidades de estágio na área que havia escolhido.

Foi lá que adhemar acabou sendo desviado para o setor que marcou sua trajetória – ele saiu dos trilhos, mas não descarrilou na profissão. “minha ficha foi parar na petrobras, onde passei pelo meu primeiro processo de seleção. Fui escolhido para ser o estagiário da antiga divisão regional de Com-pletação, restauração e Estimula-ção de poços (dircres), onde fiquei 11 meses”, diz ele, contando que auxiliava nas atividades do setor de Completação, avaliação e Inter-venção de poços (dicres/secople).

“acabei trabalhando toda minha vida nesse setor”, diz sorrindo, citan-do dois grandes mestres – os enge-nheiros de petróleo Toshio Kakihara, hoje aposentado, e Tadachi Takashi-na, ainda no E&p da petrobras. Foram eles que o ajudaram, inclusive, a se-guir nesse mercado de trabalho, indi-cando-o, após o período de estágio, para a brasileira Engemaq Comércio e Indústria Ltda, onde ingressou em julho de 1985.

Como assistente técnico, era responsável pelo preparo de pro-postas técnicas e comerciais e pela avaliação de toda a documentação técnica exigida nos editais para compor os envelopes de propostas a serem enviados aos clientes da em-presa brasileira. “Vivenciei o início de um processo no qual a petrobras adotou a política de incentivar as empresas brasileiras a nacionali-zarem equipamentos – no caso da Engemaq, de completação de poço, em um período delicado, com alta inflação e várias crises econômicas”, lembra. “Foi o primeiro conteúdo local, sem política ou regulamento,

e sim uma iniciativa da petrobras de desenvolver uma indústria local para reduzir custos, uma vez que era tudo importado e pago em dólares, além de incentivar outras empresas a fazerem o mesmo”, observa.

Chão de fábrica – Em agosto de 1986, quando se formou, foi con-vidado pela empresa para ser o supervisor comercial e engenheiro assistente da fábrica em Caxias do sul (rs), onde ficaria por três anos. “Era uma empresa gaúcha, daí o convite. Claro que dava um friozinho na barriga. mas sempre acreditei em mim. Nunca duvidei de minha capacidade e, ainda que eu tivesse meus momentos de ti-midez e estivesse em processo de aprendizado, encarei tudo como parte da minha formação”, afirma.

Ele diz que, na fábrica gaúcha, teve a oportunidade de trabalhar de

perto no chamado chão de fábrica, embora respondesse pela coordena-ção das atividades do setor comercial no preparo de propostas técnico-co-merciais para as companhias de pe-tróleo, em especial para a petrobras.

Era ele também quem acompa-nhava os inspetores da estatal nas visitas de inspeção à fábrica, assim como pela coordenação junto aos diversos setores para regularização de divergências encontradas, vi-sando o despacho e faturamento da mercadoria com aprovação técnica pelo cliente.

“Eu buscava a cooperação de to-dos os setores da fábrica envolvidos na produção das mercadorias com fins a mitigar potenciais riscos de atraso na fabricação/entrega ou ain-da causar danos para a companhia”, explica o engenheiro, lembrando--se da estratégia para receber em tempos de alta inflação. “se atra-sasse mais de um dia, as perdas financeiras seriam enormes e íamos ter problemas para cumprir com os pagamentos. por isso quando tinha faturamentos de grande porte a fazer, saía com as notas fiscais debaixo do braço, pegava um avião até o rio, um carro da empresa e seguia para macaé, para protocolar a nota, economizando uns dez dias de trâmite”, conta ele. daí começa-va a contar os 30 dias para receber.

adhemar vivenciou também os avanços da petroleira brasileira em águas profundas. “Na época, eram os 600 m. Os equipamentos, gigan-tescos. a Engemaq forneceu muitos risers de completação, um dos pri-meiros fabricados no Brasil para a petrobras e para grandes campos que estão produzindo até hoje”, re-corda. E lembra um episódio interes-sante, na época em que participaram pela primeira vez da rio Oil & gas, lá pelos idos de 1988. a Engemaq selecionou alguns equipamentos para expor no estande. “montamos tudo quando uma pessoa da petro-bras, passando no local, avisou que um equipamento estava de cabeça para baixo (sentido inverso de como é utilizado no poço). Tivemos que

Local de nascimento: Barra do Piraí (RJ)

Estado civil: Solteiro, mas com dois companheiros inseparáveis: uma boxer, Tuta, e um Golden retriever, o Dunga. “o mais querido, que faleceu, era um dog alemão, o Cascata”, lembra, com pesar.

Hobby: gastronomia. Um bom cozinheiro. “Dizem que meu yakisoba, minha paella e meu churrasco são bons. E que meu bacalhau é melhor ainda.” Também adora plantas, os animais e a natureza.

Leitura: devora todos os jornais e revistas, principalmente na internet. “Sou um homem conectado.”

Música: jazz, MPB e clássica.

O que gosta de fazer quando não está trabalhando? Viajar para conhecer outras culturas, que é fundamental.

Time? Fluminense, mas sem ser doente.

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perfil profissional

inverter a posição antes que cha-masse a atenção de outros visitantes da feira”, conta rindo. “Isso faz parte da aprendizagem.”

Novos desafios – Em outubro de 1989 voltou ao rio para assumir como gerente de filial da Engemaq, con-tinuando à frente de todo o processo de elaboração e propostas e parti-cipação em licitações da estatal em todo o Brasil. “Eu era muito jovem, tinha apenas 26 anos, mas com ex-periência consolidada nessa área”, pontua. No total foram nove anos na Engemaq, de onde saiu em novem-bro de 1994, já então com ‘um pé’ no curso de direito, que concluiria em 1998, no Instituto metodista Ben-nett, no rio de Janeiro.

“acredito que essa formação é importante para qualquer pessoa, embora eu tenha feito por questões profissionais, pois sempre trabalhei na área comercial e de marketing, nas quais a pessoa precisa conhe-cer os termos jurídicos, as questões contratuais. Essa formação dá um ganho em termos comerciais e até mesmo para minimizar os riscos, permite um olhar técnico, comer-cial e jurídico dos negócios, ao mesmo tempo”, afiança.

No final de 1994, sob a forte crise gerada na era Collor, a Enge-maq propôs a ele que abrisse um negócio próprio para representá-la. “Várias empresas viviam momen-tos difíceis e ela decidiu fechar a fi-lial do rio, mas não podia ficar sem suporte da minha equipe (eram quatro pessoas além de mim)”, enumera adhemar. decidiu criar a Terratek assessoria e represen-tações Ltda, em dezembro de 1994 (que manteria ativa até o final de 2000) para representar a Engemaq e outros potenciais parceiros.

Ele foi representante comercial exclusivo da empresa Engemaq para o sul-sudeste até agosto 1995, quando a fábrica foi comprada pelo grupo Energy Ventures Incorporation (EVI), que adquiriu outras empresas no Brasil. “representei a empresa até 1998, quando a EVI incorporou a We-

atherford, mantendo o nome – graças à força dele no mercado mundial. passei então a responder pela repre-sentação comercial nas vendas da Weatherford para toda a região sul--sudeste e assessoria comercial para a região Norte-Nordeste até 2000. E tive participação ativa na integração das empresas adquiridas pela EVI, como a Engemaq, marservice e a Irmãos geremias, para unificação em uma só corporação”, afirma.

Freire Junior também deu seu aporte no start up de vendas e dis-tribuição de produtos de empresas estrangeiras no Brasil, acompanhan-do a qualificação e promovendo a inclusão nos cadastros dos clientes, em especial a petrobras. E teve par-ticipação determinante na constitui-ção da Weatherford no Brasil a partir de 2000, inclusive compartilhando o escritório da Terratek, quando se iniciou a chegada dos primeiros exe-cutivos estrangeiros da Weatherford para trabalhar no Brasil.

No universo dos gigantes – Em ja-neiro de 2001, a multinacional norte-americana do setor de óleo e gás Weatherford, disse que que-ria atuar por conta própria. mas que gostaria de ter adhemar em seu quadro. Ele decidiu aceitar o desafio, acabando por alçar voos internacionais. Ingressou como gerente de desenvolvimento de Negócios com a tarefa de fortalecer a posição da empresa como forne-cedor no mercado local.

além de promover novas linhas do portfólio da companhia, ele cui-dava do relacionamento com clientes e da qualificação de produtos na petrobras para inclusão no cadastro e participação em licitações públi-cas. “sinto que dei uma contribuição efetiva no start up da Weatherford , ampliando sua participação no mer-cado brasileiro e, consequentemen-te, aumentando as receitas, além de atuar na negociação de contratos”, avalia o engenheiro.

Um ano depois, assumiria a gerência de Operações Norte--Nordeste (Completion systems),

coordenando as atividades das ba-ses operacionais e de serviços da empresa norte-americana em sal-vador (Ba), aracaju (sE) e mossoró (rN), com um orçamento anual da ordem de Us$ 20 milhões. “Fomos responsáveis pela introdução de novas tecnologias na região, que faziam parte do portfólio da compa-nhia fora do Brasil”, diz adhemar, que se reportava diretamente ao country manager e comandava uma equipe de 40 colaboradores.

Em 2003, assumiu como district manager na área de completação e sistemas de produção do sul-su-deste da Weatherford, respondendo pelas áreas comercial e operacio-nal da empresa, com foco na área offshore de completação de poços e elevação artificial, responden-do pela definição de estratégias comerciais com valores na ordem de Us$ 40 milhões. “Fornecíamos equipamentos e serviços para as bacias do Espírito santo e de Cam-pos. havia um trabalho intenso, pois foi a época de grandes desco-bertas, de ativos que continuam a produzir até hoje”, recorda.

Também cuidava do acompa-nhamento junto à gerência ope-racional das equipes onshore e offshore (embarcados); pelo geren-ciamento dos contratos globais de longo prazo e contratos individuais (compras spot) e das equipes de operações; além de representante da empresa junto a organizações e instituições, entre as quais o Ins-tituto Brasileiro de petróleo, gás Natural e Biocombustíveis (IBp), Organização Nacional da Indústria do petróleo (Onip) e associação Brasileira da Infraestrutura e In-dústria de Base (abdib).

América Latina – adhemar ficou dois anos nessa posição, até ser nomeado, em julho de 2005, geren-te para a américa Latina de Linha de produto (Flow Control). “Eu era responsável pelo desenvolvimento da linha de produto na américa La-tina, com ênfase no Brasil, argen-tina, Colômbia, Trinidad-Tobago

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e Venezuela”, lembra. E também gerenciava um orçamento anual de Us$ 30 milhões em receitas, sendo o primeiro brasileiro a ocupar essa posição na multinacional. reporta-va suas atividades diretamente aos vice-presidentes regional (améri-ca Latina) e mundial da linha de produtos Flow Control (houston--Usa). E ainda cuidava da movi-mentação e transferência de ativos e colaboradores entre as operações nos países, auxiliando os country managers de cada país na prepa-ração e elaboração do orçamento anual, assim como na estratégia do negócio e na avaliação de perfor-mances dos colaboradores.

Em meados do ano seguinte, 2006, assumiu como Country ma-nager/Completion and production systems, tendo sob sua responsa-bilidade a administração de quatro áreas operacionais e três fábricas no Brasil, e o acompanhamento, in-centivo e garantia de recursos para as gerências atingirem as metas e a performance financeira de cada base de operação ou fábrica, além do planejamento financeiro anual, trimestral e mensal.

sob a alçada de adhemar es-tava ainda a gestão de todos os procedimentos e metas de Qsms (Qualidade, segurança, meio am-biente e saúde), visando a melho-ria contínua da qualidade, nível zero de acidentes e redução de impactos ambientais.

Com um orçamento anual de Us$ 80 milhões, respondendo di-retamente ao vice-presidente regio-nal (américa Latina), o engenheiro barrense encerraria com sucesso uma trajetória de sete anos na We-atherford, de onde saiu em 2007 para assumir um novo desafio.

De volta as origens – Em meados de 2007, Freire Junior foi chamado para assumir um cargo na brasilei-ra Lupatech, detentora de vários negócios, com foco principalmente no setor de petróleo e gás. Forne-cedora de válvulas industriais e de equipamentos e serviços, ela

havia feito em 2006 um IpO (Initial public offering), primeira oferta pú-blica de ações, para se capitalizar.

“a companhia começou a in-vestir na aquisição de empresas do setor de óleo e gás, como a gasoil, petroima, Tecval, entre outras. Eles me convidaram para trabalhar em mais um start up”, lembra adhe-mar, que assumiu a gerência co-mercial da Lupatech Equipamentos e serviços para petróleo Ltda em julho de 2007.

Ele ficou responsável pelos negócios da empresa na região sul-sudeste, em especial no seg-mento de operações offshore. Fazia o acompanhamento e orientação de todos os processos de cotação junto à engenharia e áreas de suporte co-mercial e gerenciamento de riscos comerciais e técnicos através de seleção de processos de licitação. “Também cuidava da negociação de condições técnicas e comerciais com os clientes; acompanhamento do andamento das cláusulas con-tratuais; definição de estratégias comerciais e de precificação visan-do o aumento na participação de mercado e rentabilidade do negó-cio”, explica o engenheiro.

Em maio de 2010, foi nomeado gerente de desenvolvimento de Ne-gócios Internacionais, passando a negociar as parcerias com empresas estrangeiras, além de promover a transferência de tecnologia com pa-gamento de royalties. Também era responsável pelo desenvolvimento de representantes comerciais e distribui-dores em países da américa do sul,

Oriente médio e ásia. “Nessa função, atuei fortemente na identificação e implementação de novos negócios no mercado externo para a linha de equipamentos de completação de poços e tubos revestidos, buscando a internacionalização destas linhas e com a ambição de tornar a empre-sa menos dependente do mercado local”, complementa adhemar – ele ficou na Lupatech até o final de 2012.

Novos horizontes – Com 30 anos de experiência na indústria de óleo e gás, trabalhando em companhias nacionais e multinacionais, com grande conhecimento em geren-ciamento empresarial nas áreas de completação e produção de poços de petróleo, adhemar Freire Ju-nior tinha o perfil adequado para qualquer multinacional.

some-se a isso a expertise con-solidada em marketing, vendas, inteligência empresarial, desenvol-vimento de negócios e parcerias, além de conhecimentos multidis-ciplinares em finanças, contabi-lidade, planejamento, análise de resultado, custos e grande conheci-mento da legislação brasileira – em especial, as trabalhista, tributária e de comércio exterior.

“No decorrer desses anos, de-senvolvi e implementei estratégias para condução das equipes opera-cionais e de vendas, buscando a melhoria contínua da lucratividade (lucro operacional/Ebitda) e parti-cipação no mercado, planejamento de orçamento anual (Budget) e re-dução de custos”, complementa o engenheiro mecânico.

Foi com essa bagagem que ele se aventurou a disputar um car-go que ficaria vago na instituição norueguesa Intsok. “Vi que eu possuía o perfil profissional que eles procuravam. E que seria um novo desafio, o qual me obrigaria a conhecer outro universo, pois eu vivia no ‘mundo do poço’, atuando sempre em negócios a ele relacio-nados”, conta adhemar, sorrindo.

desde janeiro de 2013 na seção Brasil da Intsok, ele diz que o mais

Cautelosa ousadia

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desafiante e instigante foi a opor-tunidade de trabalhar com outras empresas da área de E&p – “mais além do poço”, enfatiza, rindo –, que vão desde o segmento de sísmica ao de descomissionamento, construção offshore, perfuração, entre outros.

Aprendizagem contínua – “Nessa função, ampliei minha visão de negócio para a área de E&p em toda a sua cadeia de valor e de suprimentos, assim como adquiri relevante experiência no aconse-lhamento e consultoria para empre-sas norueguesas com interesse em iniciar, ampliar ou manter relações comerciais com o Brasil na área do upstream offshore”, diz adhemar.

segundo ele, o mais importante é a aprendizagem contínua que vem tendo, ganhando conhecimen-to em diversas áreas de atuação dentro do segmento de E&p offsho-re no qual a Noruega se destaca, tais como drilling (sondas de per-furação), UEp (unidade estacioná-ria de produção, como são chama-das tecnicamente as plataformas offshore), tecnologia submarina, soluções para uma produção limpa, sistemas de segurança etc.

“penso que a ausência de medo é que me possibilitou construir essa trajetória”, explica, com simplicida-de. “Embora fosse um mundo novo, entrei nele sem medo, como sem-pre fiz. acredito que é importante se jogar, ser aberto aos desafios”, afirma.

Ele acredita que contribui para o bom desempenho na Intsok a experiência de gestão adquirida em todos esses anos nas empre-sas em que atuou. “do chão de fábrica ao contato com o cliente, no atendimento direto, passando pelo comercial e a gestão de uma grande empresa multinacional”, acrescenta.

realismo sem retoques – Também é de grande valia a atuação que teve no start up de outras empresas. “aqui auxilio no start up de uma empresa em outro cenário: meu

papel não é de operacionalizar e sim aconselhar, dar suporte, indicar os caminhos. É o que se espera de mim nesse trabalho”, diz ele.

adhemar destaca que as empre-sas querem ‘ouvir o que precisam saber’ e não o que querem ou de-sejariam ter. “atendemos a diversas demandas, desde empresas interes-sadas em se estabelecer, ou em pro-cessos de avaliação e aceitação do mercado local para o produto deles, como também organizações que já têm parceiros locais ou que já atu-am, sozinhas, no mercado brasileiro. mesmo as empresas já estabelecidas consultam a Intsok”, aponta.

daí a importância em ter al-guém para aconselhar, mostrar a realidade sem retoques mas de forma objetiva, transparente e ho-nesta. “Estamos sempre em busca do resultado positivo para a empre-sa. ao mostrarmos que não existe mercado para ela ou que ela não está pronta para atuar nesse, essa apresentação da realidade pode ser um incentivo, uma maneira de criar novos sonhos”, conclui.

de acordo com ele, das 250 empresas (que chegam a quase 300 com as subsidiárias) que inte-gram o Intsok, cerca de 86 estão, de alguma maneira, presentes no mercado brasileiro. “Nunca ima-ginei que aquele garoto que joga-va bolinha de gude e soltava pipa com os amigos, em Barra do piraí, estaria aqui, dando consultoria a empresas norueguesas”, diz, sor-rindo, adhemar.

O segredo de tal sucesso, para ele, é que o mais importante é ven-cer as próprias barreiras pessoais. “sem vaidades, pois o que traz es-tes ganhos são as conquistas ao longo da vida, o conhecimento ad-quirido. Quando a vaidade começa a tomar conta de uma pessoa, ela se perde”, alerta o country mana-ger da Intsok Brasil.

O que o estimula é saber que ainda há muito a aprender, a viver. “Quando se tem essa visão, se está mais aberto ao novo. Isso é que me encanta: me dar esse direito de

viver como a juventude, de utilizar uma ferramenta como o face time – que permite realizar chamadas de vídeo e de áudio para o iphone – para reuniões ‘intercontinentais’ e achar o máximo”, finaliza.

O que faz a intsok – Fornece consul-toria e aconselhamento para empre-sas norueguesas que fazem parte do networking da entidade e que possuem interesse em iniciar, am-pliar ou manter relações comerciais com o Brasil. “Trabalho em parce-ria e colaboração com o Consulado real da Noruega no rio de Janeiro, com a Innovation Norway, com a associação Brasileira de armadores Noruegueses (abran) e com a Câ-mara de Comércio Noruega-Brasil”, conta adhemar Freire. “Trabalho em parceria e colaboração com o Con-sulado real da Noruega no rio de Janeiro, com a Innovation Norway, com a associação Brasileira de ar-madores Noruegueses (abran) e com a Câmara de Comércio Norue-ga-Brasil”, conta adhemar Freire.

É responsável pela organiza-ção de workshops, seminários e encontros para networking para dar visibilidade para as empresas norueguesas e fornecer oportuni-dade para que possam explorar o mercado apresentando tecnologias, soluções e sistemas já utilizados na Noruega e em outros mercados.

a Intsok também promove a capacitação e portfólio de pro-dutos e serviços dessas empresas junto ao mercado brasileiro, entre companhias de petróleo nacionais (NOCs) e internacionais (IOCs), aos órgãos reguladores como a aNp e o Instituto Brasileiro do meio ambiente e dos recursos Naturais renováveis – Ibama, assim como junto às principais prestadoras de serviço nas áreas de perfuração, completação, inter-venção e de sistemas submarinos (subsea). adicionalmente, oferece suporte para a entrada/acesso ao mercado, compartilha informações mercadológicas e orienta na solu-ção de problemas.

perfil profissional

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Ano 4 • nº 42 • novembro de 2015 • www.tnsustentavel.com.br

Sumário

52 56 58Energia renovável TecnologiaEntrevista com Fabio Feldmann

Entra em operação o parque eólico de Dois riachos

Empresas brasileiras criam placa solar híbrida

Hora de refletir e agir... ainda dá tempo!

Lia Medeiros, diretora do núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

[email protected]

Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

Brasil precisa tratar meio ambiente como tema estratégico

ENQUANTO FECHáVAMOS ESTA EDIçãO, a 21ª Conferência Internacional do Clima (COP-21) começava em Paris, trazendo muitos

questionamentos, mas também a esperança de que o mundo vai poder caminhar mais rápido para uma economia de baixo carbono.

Pouco antes, fomos vítimas da pior tragédia ambiental no país: o rompimento da barragem de resíduos tóxicos da empresa

Samarco, em Mariana/MG. A impressão que temos, com tantas notícias e acontecimentos ruins, é de que o mundo está perto do

fim. Por tudo isso, o momento não requer apenas uma grande reflexão, mas uma mudança pra valer, que seja protagonizada não

apenas por dirigentes de países, políticos e empresas-líderes da economia, mas por todos nós.

Ainda dá tempo! É possível, ainda, evitar o aquecimento global e suas terríveis consequências climáticas. Existem pessoas

trabalhando arduamente para isso. Na opinião de alguns especialistas em meio ambiente, como é o caso do advogado, consultor e

ex-deputado federal Fabio Feldmann – o entrevistado desta edição –, o rompimento da barragem em Mariana deverá ser um divisor

de águas no modo como as empresas avaliam e mitigam seus riscos, colocando a questão da segurança ambiental entre os principais

pontos a serem discutidos daqui para a frente.

As pesquisas em energia solar no país avançam. Sorte! Segundo dados do Plano Decenal de Energia Elétrica, até 2024 a geração

fotovoltaica no Brasil será da ordem de 7.000 MW. Na matéria, apresentamos o ‘coletor solar híbrido’, que gera energia e aquece

água, desenvolvido pela Sunlution e pela E2solar, empresas brasileiras. E falamos da iniciativa da GE ao criar a Current, empresa

do grupo que atuará nas áreas de LED, solar, armazenamento de energia e veículos elétricos.

A edição traz ainda um artigo sobre os impactos das mudanças climáticas na economia e outro sobre sustentabilidade e de-

senvolvimento humano.

Boa leitura!

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suplemento especial

Apesar de o Brasil possuir organismos e leis para gerir e cuidar do

patrimônio ambiental que possui, o não cumprimento dessas mesmas

leis e o descaso com o tema por parte de governos, empresas e da

própria sociedade colocam em risco todas as conquistas alcançadas

até agora em termos de redução de emissões, desmatamento e

conservação da biodiversidade.

ENQUANTO AS MUDANçAS climáti-cas avançam com rapidez, deixando estragos e evidenciando que gover-nos, empresas e população não estão preparados para enfrentá-la, o país é abalado por uma tragédia ambiental sem precedentes, na barragem de resíduos da mineradora Samarco, em Mariana (MG).

“É preciso que haja um grande diálogo, colocando temas sérios como esse em discussão. a partir de agora, muita coisa terá de mudar. é preci-so rever leis, aplicá-las com mais rigor, cobrar dos responsáveis, rever medidas e ações, principalmente em função das mudanças do clima, para evitar que novas tragédias aconte-çam”, diz o ex-deputado federal do Partido Verde (PV), Fábio Feldmann, que hoje deixou a política partidária e atua como consultor na área am-biental, participando de seminários e conferências sobre o tema.

Formado em direito pela Uni-versidade de São Paulo (USP) e em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), Feldmann trabalha na área do meio ambiente desde 1970, como militante, fundador e conselheiro de organiza-ções não governamentais – o SoS Mata Atlântica, entre elas – além de parlamentar, secretário estadual e consultor. ainda pelo pv, foi candi-dato ao governo de São paulo nas eleições de 2010.

Deputado federal eleito para três mandatos, um de seus principais pro-jetos de lei, aprovado em 1993, trata da redução de emissão de poluentes por veículos automotores. outros projetos aprovados incluem a Lei da Mata Atlântica, em 2006; a Política Nacional de Educação Ambiental, em 1999; e a Lei de Acesso Público à informação, em 2003. Foi relator da Convenção sobre Biodiversidade e

de projetos como o da Lei Antitrus-te, de 1994, e da Política Nacional de Recursos Hídricos, aprovada em 1997. Foi presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, Minorias e Meio Ambiente na Câmara. Atuou ainda como relator adjunto da revi-são constitucional para as matérias relativas ao meio ambiente, defesa do consumidor, minorias e abuso do poder econômico.

Feldmann recebeu o Prêmio Global 500 das Nações Unidas em 1990, em reconhecimento à sua luta em favor do meio ambiente. Foi o criador, junto com outros advogados, da Sub-comissão do Meio Ambiente da Comissão de Direitos Humanos da OAB/SP, a primeira do Brasil. Como secretário do Meio Ambiente do estado de São paulo, deu prioridade à implantação da agenda 21, introdu-zindo temas como: apoio às organiza-ções não governamentais, consumidor

por Mehane Albuquerque ribeiro

meio ambiente Brasil precisa tratar

como tema estratégico

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e meio ambiente, controle ambiental, gestão ambiental descentralizada, mu-danças climáticas globais, prevenção à redução da camada de ozônio, con-servação da biodiversidade, recursos hídricos, resíduos sólidos e educação ambiental.

Também foi um dos principais articuladores do movimento da socie-dade civil contra a comercialização do diesel sujo pela Petrobras, conseguin-do importante vitória junto ao Conar e à Bovespa, no sentido de pressionar a estatal brasileira a cumprir a lei.

Como secretário executivo do Fórum paulista de Mudanças Climá-ticas Globais e Biodiversidade, foi um dos principais responsáveis pela elaboração e articulação da Políti-ca Estadual do Clima, que institui uma redução de 20% nas emissões de São paulo até 2020 e serve de

modelo e incentivo a outros estados que queiram também atuar mais for-temente nesta área. Atuou também na elaboração da Política Nacional de Mudanças Climáticas, sancionada pelo presidente Lula em dezembro do ano passado.

É membro do Climate Change Advisory Board, do Deutsche Bank, do conselho consultivo do Fundo itaú Ecomudanças e do Conselho Brasilei-ro de Construção Sustentável (CBCS), dentre outros. Em 2009, se tornou o curador da primeira biblioteca especializada em meio ambiente da prefeitura, a Biblioteca temática sobre Meio Ambiente Raul Bopp, localizada no parque da aclimação.

Em entrevista exclusiva ao Caderno de Sustentabilidade, Fabio Feldmann fala sobre os problemas socioambien-tais que o Brasil enfrenta hoje.

Caderno de Sustentabilidade – Você foi um dos autores do projeto da Lei nº 9.966, de 2000, que dispõe sobre a prevenção, controle e fiscalização da poluição causada por lançamento de óleo e outras substâncias quími-cas em portos, instalações portuá-rias, plataformas, navios e instala-ções de apoio em águas nacionais. Quais mudanças a lei provocou nesse setor no Brasil? Você diria que foi um marco para a questão da segurança na área de petróleo no Brasil?

Fabio Feldmann – Foi criada a legislação para tratar do assunto por-que havia muitos acidentes. alguns problemas podiam ser facilmente resolvidos, como no caso de São Sebastião, no litoral paulista, que era só mudar o ponto de fundeio das embarcações, pois os cascos batiam nas pedras, causando vazamentos nos tanques. o Brasil diminuiu em muito o número de acidentes no setor depois da Lei, especialmente em relação a navios. antes, as empresas contrata-vam navios com bandeiras estrangei-ras, sucateados, de firmas de terceira categoria... eram mais baratos. Isso mudou. as empresas passaram a se preocupar muito mais com segurança, não só pela legislação, mas porque também aprenderam com seus erros e prejuízos financeiros. Mas ainda hoje as pessoas desprezam a possibilidade de acidentes, ainda mais os ambien-tais. a tragédia de Mariana, com o rompimento da barragem de rejeitos da mineradora Samarco, comprova isso. o que houve em Minas Gerais vai mudar muito a postura em relação a questões de risco e segurança. To-das as instalações que oferecem risco no Brasil terão que ser revistas.

No Capítulo Vi da Constituição Federal de 1988, no artigo 225, de sua autoria, ficou pela primeira vez estabelecido no país que: toda obra ou atividade causadora de degra-dação ambiental deve apresentar previamente um estudo de impacto

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(EIA/Rima). Porém, muitas obras e instalações de grande porte acabam obtendo licença, apesar de apresen-tarem estes estudos mal elaborados, projetos criticados por cientistas e outros setores da sociedade, além de impactos socioambientais que deve-riam ser evitados. Como mudar isso?

antes da Lei, havia uma resolução do Conama (Conselho nacional de Meio Ambiente), que já exigia EIA/Rima, mas que só ganhou força depois que a Constituição tratou da matéria. a partir daí, o licenciamento passou a ser considerado um entrave para algumas empresas que tiveram de se adequar às regras. Existem muitas distorções, mas o que vale ressaltar é que quando há um bom processo de licenciamen-to – quando a empresa apresenta um estudo bem elaborado e cumpre as condicionantes exigidas pelo órgão licenciador – o risco de acidentes diminui muito. é isso que as empresas precisam entender.

Mas existem várias obras de gran-de porte rejeitadas por diferentes setores da sociedade e que, mesmo assim, hoje estão em curso. As hidrelétricas no rio Madeira, em rondônia, e Belo Monte, no Pará, são exemplos...

apesar da Lei e de todo o rigor que se espera no processo de licen-ciamento de grandes obras, temos que analisar caso a caso. Em relação a Belo Monte, Jirau e das outras hidrelétricas na Amazônia, houve claramente uma grande desconside-ração pelos aspectos socioambientais e pelas populações da floresta. agora, veja o caso da Samarco. Já imaginou o prejuízo que a empresa teve com isso? Vai ter de pagar indenização de milhões, a imagem sai muito arranha-da e para sempre. o rompimento da barragem foi um conjunto de erros. não havia plano de contingência, a defesa civil era despreparada, e houve falta de comunicação entre os envol-vidos, além de informação confusa

para a população. é preciso investigar a causa, pois a empresa possui todas as licenças ambientais exigidas. Por isso digo que tudo precisa ser revisto.

Um dos grandes temas da se-gurança do clima é a questão das barragens e reservatórios de rejeitos, especialmente barragens construídas dentro da chamada ‘série histórica’, que é de um tempo em que não havia fenômenos climáticos tão extremos. Com a mudança do clima, elas não se-rão mais suficientes em períodos de anormalidade. no caso das hidrelétri-cas, quando há uma chuva torrencial e o volume de água ultrapassa os níveis de segurança, as comportas são abertas e a água retida é liberada. Vai inundar tudo em volta e causar prejuí-zos materiais, porém nem se compara aos danos causados por resíduos tóxicos, se houver rompimento em uma barragem de mineração, como aconteceu em Mariana.

No caso da mineração, além das feri-das abertas no solo para a extração, há também os reservatórios de rejeitos, muitas vezes próximos a mananciais, sem falar nos garimpos clandestinos. Como o Brasil poderia resolver a ques-tão da mineração? É possível tornar o setor mais seguro e sustentável?

nas instalações de grandes mineradoras é possível identificar o proprietário, ou o culpado, em caso de acidente. Isso já não acontece nos garimpos. Ter uma grande mine-radora, porém, não é uma garantia de segurança, especialmente se ela estiver em área próxima a mananciais ou unidades de conservação. Havia uma proposta de seguro ambiental no Código de Mineração que foi supri-mida. agora, depois da tragédia de Mariana, vai ter que voltar. o Código de Mineração, aliás, foi aprovado sem nenhum cuidado com as questões socioambientais. Depois do que houve em Mariana terá que ser revisto com muito cuidado, levando em conta a questão do seguro ambiental, da análise dos riscos, da proximidade de cursos d’água ou de áreas de preser-vação. E deverá aumentar o grau de exigências em segurança.

O Congresso Nacional nunca teve uma bancada ruralista com tanto espaço de atuação como hoje, além de uma ruralista no ministério da Agricultura. Somadas a isso, temos a expansão das fronteiras agrícolas sobre áreas de floresta e a redução de Unidades de Conservação (UC) em função disso. Até que ponto o fortalecimento desse grupo político pode afetar as metas de redução de emissões, desmatamento e combate à perda da biodiversidade que o Brasil deve e precisa ter?

Os ruralistas já tiveram mais força e espaço, mas agora a situação mudou. A bancada ruralista criou uma arma-dilha para si mesma ao querer mudar novamente o Cadastro Ambiental Rural (CAR) – que traz medidas positivas

O BRASIL FOI O PAíS QUE

MaiS CUMpRiU CoM aS

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DiáRia...

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para os problemas ambientais e fun-diários no Brasil – e ao causar tanta polêmica na criação do Código Flores-tal. agora os ruralistas não querem o CAR e a população, por sua vez, quer a implantação do Código Florestal para que o Brasil atinja as metas de redução de desmatamento e de recuperação de apps (áreas de preservação perma-nente). O jogo se inverteu.

Em 1997, você foi relator da Lei n. 9.433, que institui a Política Nacional de recursos Hídricos, uma das leis mais modernas do mundo sobre o tema. um dos pontos trata da preven-ção contra eventos hidrológicos críti-cos de origem natural ou decorrente do mau uso dos recursos. Passamos por uma crise de abastecimento em função da seca, mas que tem a má gestão da água – não só no esta-do, mas em outros também – como agravante. Parece que os gestores não estão levando em conta os riscos do clima e tampouco se esforçando para administrar de forma eficiente os recursos...

A Lei vai fazer 20 anos e trouxe pontos positivos, como a criação da Agência Nacional de Águas (ANA), mas não funcionou. Ela envolve a participação do Conselho nacional de Recursos Hídricos, de Comitês de Bacias Hidrográficas, da sociedade civil, da academia, do setor empresa-rial, mas o fato é que o modelo não funciona. por incapacidade de prever ou de exigir a tomada de medidas ne-cessárias diante de problemas como o da seca, por exemplo. os comitês de bacias deveriam acompanhar o moni-toramento e a gestão das águas, mas não fizeram isso. Foram incapazes de prever a crise hídrica. a ideia era ter metas de qualidade e quantidade. Cada bacia hidrográfica deveria ter uma meta de redução da poluição, de melhoria da qualidade da água, de eli-minação do esgoto, em um espaço de tempo específico. Mas rigorosamente nada foi feito. A questão é saber

as razões de o plano ter falhado. O Fernando Gabeira escreveu um artigo que compara o Sistema nacional de Recursos Hídricos a um conjunto habitacional vazio. É uma imagem que traduz exatamente o que acontece.

Você participou da elaboração da Convenção internacional sobre Diversidade Biológica, ratificada pelo Congresso Nacional, e que entrou em vigor em 1994. O Brasil tem cumpri-do os compromissos assumidos na área de proteção à biodiversidade?

o Brasil foi o país que mais cumpriu as metas de biodiversidade no mundo. o que mais criou unidades de conservação e áreas protegidas. Mas nós sabemos da precariedade existente nas unidades de conserva-ção. São muitos problemas: falta de infraestrutura, de regulação fundiá-ria... algumas foram criadas apenas no papel, e não possuem meios para se manter. é aquele velho ditado: “casa de ferreiro, espeto de pau”.

Estamos às vésperas da COP-21. Em sua opinião, como tem sido a participação do Brasil nas negocia-ções climáticas? Poderia ser mais ousada, em termos de compromissos e metas?

o Brasil poderia ser mais ousado, mas objetivamente a proposta brasi-leira é melhor que a da Índia, China

e Estados Unidos. nossa proposta é boa, mas pode ser melhorada. Ainda assim, se comparada a outros países, é muito audaciosa. acho que desta vez teremos um acordo climático que talvez não seja ainda o ideal, mas que abre caminho para uma solução. Em Quioto, por exemplo, nem todos os países – os principais emissores, como China e Estados Unidos – foram signatários. E mesmo os que aderiram, apresentaram metas tímidas de redu-ção de Co

2, que era de 5%, em média. Em paris a adesão de países foi maior e hoje a percepção sobre a dimensão do problema é outra. O papel do Brasil é influenciar outros países a adotar metas mais ambiciosas.

Qual o maior desafio para o Brasil na área de meio ambiente?

a sociedade, assim como os governantes, compreenderem que o meio ambiente é uma questão estratégica para o futuro e para o desenvolvimento do Brasil. Enquan-to os temas socioambientais forem considerados periféricos e marginais, vamos enfrentar muitas dificuldades. Só vamos poder caminhar na direção correta quando eles forem considera-dos estratégicos. Com as mudanças climáticas, o Brasil tem de fazer logo a transição para uma economia de baixo carbono. Ou nosso futuro estará comprometido.

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Entra em operação o parque eólico de Dois riachos

Com capacidade instalada de 30 mW, dois riachos será capaz de gerar mais de 140

gWh por ano, o equivalente às necessidades de energia de mais de 70 mil domicílios brasileiros, e evitará a emissão anual de cerca de 14.000 toneladas de CO2 para a atmosfera.

O complexo de energia eólica de serra azul será composto por outros três parques eólicos: damas-cena (30 mW), maniçoba (30 mW) e Esperança (28 mW). Quando em operação, o complexo será capaz de gerar mais de 500 gWh por ano – igual ao consumo de cerca de 280 mil domicílios brasileiros – evitando a emissão de mais de 50.000 tone-ladas de CO2.

serra azul é de propriedade do parque Eólico serra azul Ltda, sub-sidiária da Enel Brasil participações Ltda. a energia gerada pelo comple-xo será principalmente vendida por meio de contratos de fornecimento de energia no mercado regulado.

a Egp está investindo perto de 220 milhões de dólares na constru-ção de serra azul, em linha com as metas de crescimento estabeleci-das em seu plano estratégico atual. Este investimento é parcialmente financiado com empréstimos da In-ternational Finance Corporation, membro do grupo Banco mundial, e do Itaú Unibanco s/a. ambos os empréstimos estão relacionados com a construção de parques eóli-cos no Nordeste do Brasil.

A Enel Green Power (EGP) conectou à rede o parque eólico de Dois Riachos, localizado na Bahia. Trata-se da primeira parte do complexo de 118 MW de energia eólica de Serra Azul a entrar em operação.

a GERação eólica no Brasil bateu novo recorde. No dia 2/11, a geração eólica no Sistema Interligado Nacional (SIN) alcan-çou 4.215 MW médios, superando os 3.921,5 MW médios gerados no dia 9 de agosto deste ano, e atingindo marca recorde.

a energia gerada pelos ventos no feriado de Finados em todo o Brasil é suficiente para abastecer aproximada-mente 18,5 milhões de unidades con-sumidoras residenciais, com base no consumo de energia elétrica residencial de 164 kWh/mês.

Contribuiu para esse resultado prin-cipalmente a geração eólica na região

Nordeste, onde também foi superado recorde anterior, com 3.198 MW médios gerados pelos ventos.

As usinas eólicas brasileiras aumen-taram em 98,2% a produção acumulada de energia nos últimos 12 meses, con-siderando o período de setembro/2014 a agosto/2015, quando comparado com o mesmo período anterior. De acordo com dados do último Boletim Mensal de Monitoramento do Sistema Elétrico, do MME, a geração média em agosto de 2015 foi de 3.364 MW médios frente aos 1.865 MW médios alcançados no mesmo mês do ano anterior.

Geração de energia pelos ventos bate novo recorde

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Pneus marcam próximo passo para entender o papel do guaiúle na indústria

A Bridgestone Corporation anuncia que fabricou com sucesso pneus de passeio

com 100% dos componentes de borracha natural derivados do guaiúle (arbusto da família asteraceae, nativo do deserto de Chihuahua, no méxico e sudoeste dos Estados Unidos). Fabricados no Centro Técnico da Bridgestone no Japão, os pneus são particularmente únicos por-que foram construídos usando a borracha natural de guaiúle cultivado pela Bridgestone no Centro de pesquisas de processo de Bioborracha em mesa, arizo-na, nos Estados Unidos.

Em um esforço global, a Bridgestone fabricou pneus de passeio similares em sua fábrica em roma, Itália, na metade deste ano. Na fabricação dos referidos pneus, todos os principais com-ponentes de borracha natural – incluindo a rodagem, lateral e enchimento de talão – foram substituídos por borracha natural extraída do guaiúle cultivado e colhido pela Bridgestone.

É esperado que a demanda por pneus aumente em con-junto com o crescimento da população global e o avanço de motorização em nações em desenvolvimento. hoje, cer-ca de 90% de toda a borracha natural são colhidos da árvore seringueira, que cresce princi-palmente em regiões tropicais no sudoeste da ásia. O objetivo da Bridgestone, maior empresa de pneus e borracha do mundo,

no investimento e na pesquisa e desenvolvimento de novas fontes sustentáveis de borracha é aliviar a superconcentração de produção de borracha natu-ral em certas regiões.

a borracha natural é a princi-pal matéria-prima utilizada para fabricar pneus ao redor do mun-do e é consumida em grandes quantidades. Futuros esforços de pesquisa da Bridgestone serão focados na otimização do teor de borracha natural em cada ar-busto de guaiúle, assim como na avaliação de aplicações em uma ampla gama de tipos de pneus e compostos de borracha.

a borracha natural feita de guaiúle é um biomaterial deriva-do de planta similar à borracha natural extraída da árvore serin-gueira. Como o guaiúle cresce em regiões áridas, o oposto de regiões tropicais onde a árvo-re seringueira é encontrada, o

desenvolvimento adicional dessa borracha é esperado para con-tribuir com a diversificação de fontes de borracha natural.

depois de comprar um lote de terreno agrícola em Eloy, arizona, com uma área de 114 hectares, ou quase 281 acres, o grupo Bridgestone montou uma fazenda de pesquisa para empregar práticas de reprodu-ção avançadas e desenvolver técnicas de cultivo de guaiúle. a Fazenda de pesquisa de agro--operações Bridgestone come-çou a funcionar em setembro de 2013. Um ano depois (setembro de 2014) a empresa abriu o Centro de pesquisas de processo de Bioborracha e estabeleceu no local todos os processos neces-sários para desenvolver borra-cha natural de guaiúle para uso em pneus, incluindo pesquisa e desenvolvimento, produção experimental e fabricação.

Bridgestone revela primeiros pneus feitos inteiramente de componentes de borracha natural de guaiúle.

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a GE anUnCioU sua nova empresa, a Current, a primeira empresa de energia que integra os negócios de LED, solar, armazenamento de energia e veículo elétrico da GE à sua plataforma de força industrial predix, para identificar e oferecer soluções mais econômicas e eficientes em termos de energia, exigidas pelos clientes de hoje e do futuro.

Maryrose Sylvester, que como presidente e CEo da GE Lighting liderou a transformação de uma das empresas mais emblemáticas da empresa, estará no comando do novo empreendimento.

A Current terá o apoio do balanço e expertise de financiamento da GE e está comprometida com o avanço bem-sucedido de soluções de tecno-logia com certificação Ecomagination, novos modelos de negócios e solu-

ções predix para o setor de energia. E começará com mais de US$ 1 bilhão em receitas, aproveitando o legado em energia e as profundas raízes em tecnologia da GE. além disso, trará ao mercado uma oferta holística de energia como serviço, que não existe na indústria hoje, incluindo hardware habilitado para sensores, softwares, execução, gestão de produtos e solu-ções de financiamento.

por meio do predix, a GE irá ana-lisar o consumo de energia e fornecer aos clientes dados sobre padrões e necessidades, juntamente com recomendações para aumentar a efici-ência – desde a redução dos níveis de energia até a geração de energia no local, criação de novos fluxos de receita para os clientes através da utilização de sensores e sistemas em rede em edifícios.

Estas soluções avançadas vão ajudar os clientes a economizar cerca de 10% a 20% em suas contas de energia, e ajudar os parceiros de serviços públicos a gerenciar melhor sua carga distribuída.

vários clientes importantes, incluindo Walgreens, Simon property Group, Hilton Worldwide, JPMorgan Chase, Hospital Corporation of Ame-rica (HCA), Intel e Trane, uma marca ingersoll Rand, estão testando as soluções da Current para transformar suas operações, promover a eficiência energética e reduzir custos.

a sede da Current será em Boston (EUA), área metropolitana de Massachussetts, com presença adicional no vale do Silício. a empre-sa deverá criar cerca de 200 novos postos de trabalho com foco em sof-tware, comercialização de resultados e gestão de produtos de energia ao longo dos próximos anos. as opera-ções já foram iniciadas e continuarão a aumentar em 2016.

Empresas brasileiras criam placa solar híbrida

Asunlution, empresa brasi-leira de geração distribuída – solar e híbrida – e a E2so-

lar, fabricante e desenvolvedora de soluções solares térmicas fotovol-taicas, criaram o coletor solar híbri-do para gerar energia e aquecer a água. a previsão de negócios com a parceria é da ordem de r$ 10 milhões no próximo ano.

a placa capta os raios solares e gera energia elétrica na forma fo-tovoltaica para aquecer torneiras, chuveiros e piscinas. a produção de eletricidade ocorre por meio de placas metálicas de dimensões de 2 m x 0,80 (1,60 m²), com 140 Wp. “O sistema aproveita a inci-dência de raios solares na parte externa de residências, comércios

e indústrias e é capaz de aquecer, além da piscina, a água do chu-veiro e de torneiras, quase sem nenhuma perda de eficiência tér-mica”, afirma orestes Gonçalves, diretor da sunlution.

as empresas informam que o novo produto estará disponível no varejo ainda este ano, com baixo custo de instalação e ma-nutenção para o uso residencial.

a sunlution é uma empresa brasileira na área de microgera-ção solar e eólica, com atuação nas áreas de produtos pessoais, micro e minigeração solar e hí-

brida, usinas de geração solar de médio e grande porte, iluminação pública e projetos de eficiência energética. Com a tecnologia ex-clusiva de placas fotovoltaicas flexíveis trazida dos Estados Uni-dos, alemanha e China, a empre-sa tem o objetivo de expandir o mercado de geração distribuída no país para empreendedores e consumidores finais.

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Nova startup Current para transformar o setor de energia

Parceria entre Sunlution e E2solar gera placa solar que gera energia e aquece água.

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Perfil energético de importador para exportador

Oprognóstico positivo é do secretário de planejamento e desenvolvimento Ener-

gético do ministério de minas e Energia, Altino Ventura Filho. O engenheiro eletricista es-teve presente no 23º semi-nário Nacional de produção e Transmissão de Energia Elétrica (sNpTEE), evento realizado entre 8 e 21 de outubro, em Foz do Iguaçu (rs).

Entre outros temas, o executivo falou sobre a expansão do sistema energético nacional no horizonte decenal 2015/2024. Ele reconhece que o Brasil enfrenta hoje proble-mas conjunturais no setor elétrico mas, se comparado a outros paí-ses, tem uma situação privilegia-da: tamanho continental, grande potencial de matriz diversificada a ser explorada e energia limpa e renovável em abundância.

Enquanto a matriz energética do mundo hoje é composta por 81% de combustíveis fósseis, no Brasil esse índice é de 59%. a participa-ção de fontes primárias (energias renováveis) no território nacional é de 39,4%, enquanto nos demais países é de apenas 13,6%.

Em sua palestra, Ventura lem-bra que, em 1979, a matriz ener-gética brasileira era composta por 50,4% de petróleo, 0,9% de gás natural, 4,8% de carvão mineral, 8,9% hidráulica, 7,3% de cana-de--açúcar e 27,8% de outras fontes. Já a matriz de energia elétrica apresentava o seguinte panora-ma: 92% de base hidráulica, 4,2% petróleo, 1,9% carvão, 0,9% carvão e 1,0% outros. O Brasil importava naquele ano 45% da energia con-

sumida, enquanto em 1970 a impor-tação correspondia a 27%.

a dependência brasileira foi di-minuindo pouco a pouco. Em 1990, passou para 30%. a desejada autossufi-ciência, perseguida pelo Brasil em 1970, foi sendo alcançada por ações es-tratégicas da petrobras, entre elas investimentos em grandes e médias usinas e prospecção de petróleo no mar.

mais recentemente, vieram os investimentos no pré-sal, o que permitirá que já a partir de 2019 o país seja autossuficiente e, em 2024, exportador de ener-gia, segundo altino Ventura Fi-lho. a produção de petróleo, diz o secretário, saltará dos atuais 2,3 milhões de barris\dia para 5,1 milhões de barris\dia em 2024, um crescimento estimado de 8,5% ao ano. Com isso, o Brasil terá um superávit, em 2024, de 2,2 milhões de barris\dia.

Em gás natural, a produção atual, de 87,4 milhões de m3/dia, deverá saltar para 172 milhões de m3/dia em 2024, um aumento de 7% ao ano. mesmo assim, continuare-mos precisando importar gás, mas em pequena quantidade (9 milhões de m3/dia).

a produção atual de etanol, de 28,5 milhões de m3, deverá subir em 2024 para 43,9 milhões de m3, um crescimento de 4,4 % ao ano, o que permitirá ao Brasil exportar em torno de 1,8 milhão de m3 naquele ano. Já a produção de biodiesel passará dos atuais de 3,4 milhões de m3 para 5,6 milhões de m3, com crescimento de 5,1% ao ano. Isso

garantirá a mistura de 7% de biodi-sel ao diesel fóssil. Os investimen-tos previstos em petróleo e energia, segundo Ventura Filho, somam r$ 993 bilhões.

Em eletricidade, serão r$ 376 bilhões e em biocombustíveis ou-tros r$ 39 bilhões. Total: r$ 1,408 trilhão. a expansão prevista para a produção primária de energia possibilitará um superávit de 24% sobre a demanda total de energia, revertendo os atuais déficits, pró-ximos de 13%.

O potencial hidrelétrico brasi-leiro, de 260.000 mW, está entre o 3º e 4º do mundo. atualmente, con-ta-se com segurança com 150.000 mW, montante necessário até o final do quinquênio 2025/2030 (função do cenário energético e socioambiental futuro).

após o aproveitamento viável, para 2030, o governo brasileiro tra-balhará ainda com outras frentes: programa térmico (operação de base); gás natural (outros usos, matéria-prima na indústria, oferta e preço); nuclear (aceitação pública, resíduos, segurança e outros); car-vão mineral (queima limpa, gases de efeito estufa e captura do carbo-no); Fontes Energéticas renováveis Eólica Biomassa (bagaço de cana--de-açúcar); solar fotovoltaica; lixo urbano; e eficiência energética com avanços tecnológicos.

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Desenvolvimento Humano e Sustentabilidade Decisão conjunta

Muitas empresas enfrentam hoje

o desafio de gerenciar crises

multidimensionais, principalmente na esfera econômica.

A retração de demanda e a perda de credibilidade na

capacidade de os agentes políticos

resolverem as mazelas estruturais do país trazem um impacto

significativo aos negócios.

Uma consequência curiosa dessa retração é o chamado ‘efeito--chicote’. Esse fenômeno é a exacerbação de uma pequena perturbação, que se propaga e se transforma em grande oscila-

ção. sempre que um fato novo modifica as condições de um regime estável, esse fato, mesmo que pequeno, pode trazer amplitudes ines-peradas. parece que é o que estamos observando agora na economia brasileira. diversas pequenas perturbações, que vieram se somando ao longo dos últimos anos, trouxeram disrupturas severas aos negó-cios.

diante desse quadro, as lideranças se perguntam como mobilizar novamente o seu grupo para deliberar as respostas adequadas aos desafios multidisciplinares a serem enfrentados. É claro que cada caso é um caso, e não se pode generalizar. mas, via de regra, as empresas carecem de mecanismos de tomada de decisão em conjunto que valorizem o potencial de cada um e que tragam visões diferentes e criativas para a solução dos problemas.

Em um caso muito peculiar, no final da década de 2010, participa-mos da direção de uma empresa em extrema dificuldade financeira, devido a investimentos históricos sem retorno, e com uma dívida muito grande em relação a sua geração de caixa. Ela foi pega na crise de 2008, com vários bancos pedindo resgate de suas linhas de crédito. a empresa passou a dever para seus fornecedores, quase quebrou, e ficou três anos (até meados de 2011) executando um plano de salva-ção que incluía a gestão diária de caixa, venda de ativos não opera-cionais, fechamento de unidades, emissão de ações em grupo priva-do, redução de custos, e outros.

Entretanto, em pleno turbilhão de um caso de crise extrema, ob-servamos um turnover de pessoal muito baixo, na casa de 2% anuais. alguns headhunters nos perguntaram como conseguimos isso, já que tentaram convidar alguns de nossos profissionais para novos desafios e não conseguiram. de fato, a resposta a essa pergunta não é tão sim-ples, e podemos dizer que uma série de fatores foram os responsáveis pelo bom clima interno, apesar das enormes dificuldades externas. Um dos pontos foi nossa obsessão em propiciar ‘fatores higiênicos’ – salários, condições de trabalho, ambiente físico, etc. – adequados à nossa equipe (de acordo com o preconizado por Frederick herzberg) e um equilíbrio destes com os chamados ‘fatores motivacionais’ – re-conhecimento, qualidade de supervisão, meritocracia, etc.

Talvez a atitude mais importante que procuramos desenvolver nesse período tenha sido a prática de um sistema de reuniões (pre-senciais e por videoconferências) com todos os níveis hierárqui-cos da empresa, para que eles acompanhassem de forma aberta e transparente o que estava ocorrendo e, ao mesmo tempo, pudessem participar das decisões principais, com suas visões, sugestões e con-tribuições. É claro que um processo desse tipo é mais difícil de ser conduzido, mas traz resultados impressionantes, entre eles: alinha-mento da equipe, senso de pertencimento, ganho de responsabilida-

Wanderlei Passarella é mestre em adminis-tração de Empresas e bacharel em Economia pela FEA-USP, e também engenheiro mecânico pela Escola politécni-ca da USP; pós-graduado na Abordagem Transdisciplinar Holística, pela Unipaz/FSJT. atualmente dirige a Synchron participações e é coach de executivos. Foi diretor presidente da GPC Química S/A e da Petroflex S/A. Também foi diretor geral da Menasha Materials Handling South America e exerceu cargos gerenciais na nitroquími-ca (Grupo Votorantim) e Ipiranga Química.

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de e clima de abertura com participação. Em um episódio memorável, conseguimos não parar uma de nossas unidades devido à ação de um de nossos porteiros, que convidou o motorista do caminhão de um fornecedor para tomar café e explicou por que ele deveria nos aguardar até que resolvêsse-mos uma importante pendência...

Talvez o resultado mais efetivo desse ambiente de tomada de decisão conjunta seja a qualidade da decisão em si. É sabido que “duas ou mais cabe-ças pensam melhor que uma”, mas a prática dessa máxima no ambiente organizacional tem ficado constantemente relegada a um segundo plano, o que pode ser uma séria inversão de valores.

durante os últimos anos, temos praticado uma dinâmica muito esclarecedora com nossos alunos e com os executivos que passam por nossos desen-volvimentos gerenciais. Em primeiro lugar, pedimos que eles ouçam atentamente a leitura de uma repor-tagem. Em seguida, pedimos que respondam indivi-dualmente a um questionário sobre o que ouviram. E, por fim, pedimos que se reúnam em grupos e res-pondam coletivamente ao questionário. anotamos as respostas certas, individuais e dos grupos. O que observamos é uma leve melhora percentual nas notas (1,5%) quando discutem em grupo.

mas, em um segundo momento, discutimos an-tecipadamente sobre o que é trabalhar em equipe. Esclarecemos como funciona de fato uma equipe que trabalha e toma decisões em conjunto. aqui vai um resumo do que é debatido nesse momento.

1º – O processo decisório melhora quando:•as pessoas se preparam. se os membros do grupo

estiverem mal preparados, sem informações sobre o assunto, a decisão muito provavelmente será pior do que se houver preparação prévia.

•a equipe está treinada. se os membros se cons-cientizarem do valor do grupo, da riqueza da di-versidade e da importância de ouvir atentamente cada contribuição individual.

•O facilitador do trabalho, em caso de haver um, está convicto de que o processo deve seguir o confronto x consenso. Confronto de ideias e não de egos, seguido de um consenso, uma decisão conjunta, sobre os rumos de ação. E, então, a bus-ca pelo construto coletivo (a construção coletiva de um caminho) é algo desejado e valorizado.

2º – O trabalho de equipe pode ser desperdiçado quando ocorrerem algumas situações comuns, que devem ser sobrepujadas:•Quando uma pessoa está mais próxima da respos-

ta ou solução desejada, mas os outros membros da equipe o deixam de lado.

•Quando um elemento é mais impositivo, tentando fazer valer sua opinião ‘a qualquer preço’.

•Quando algumas pessoas não estão interessadas em defender seus pontos de vista e concordam facilmente com qualquer posição.

•Quando as pessoas não despertam para o fato de que é preciso mudar quando o outro mostra fa-tos sólidos, ou uma argumentação mais concreta e sensata.

•Quando o grupo não se prepara para ouvir e escutar, e um espírito de grupo não é formado. Os povos ancestrais utilizavam um ‘bastão falador’ – quem o possuísse poderia falar enquanto os outros deveriam ouvir, e assim por diante.

após esses esclarecimentos, realizamos um segundo round, passando um pequeno filme e de novo o questionário individual e depois em grupo. O que se observa, então, é uma expressiva melhora nas notas (38%)! a figura abaixo ilustra o quanto se consegue de avanço por meio dessa metodologia, aplicada a centenas de pessoas.

Conclusões •O trabalho em equipe é importante porque tenta

extrair o melhor de cada um. •Cada pessoa retém na memória fatos mais afeitos

a suas preferências, histórias de vidas, etc. •E ainda, entra em questão a diversidade de atribu-

tos, personalidades e experiências. •assim, uma equipe transdisciplinar, se as pessoas

estiverem preparadas para tal, tem maior probabi-lidade de resolver, criar, inovar do que uma equipe composta por pessoas com estilos, personalidades e conhecimentos semelhantes.

assim, a chave para a formação de uma boa equipe é a diversidade, porém que todos tenham algo em comum: a capacidade de respeitar as diferenças e a vontade de chegar mais perto da verdade. a liderança tem papel crucial em atuar para que esse ambiente de decisão conjunta possa evoluir na empresa. No final das contas, em um pa-ralelo estatístico aproximado, estaremos deixando 38% de lucros na mesa, se assim não o fizermos!

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ricardo Zibas é sócio--diretor responsável pela Prática de Sustentabili-dade da KpMG no Brasil e américa Latina.

Nas últimas décadas, os avisos da natureza

apontam a necessidade de a sociedade dar atenção a questões

relacionadas às mudanças climáticas

no planeta.

Com este pano de fundo, as Nações Unidas organizam uma reunião anual com as principais autoridades governamentais de diversos países para dis-cutir sobre como devemos lidar com as mudanças climáticas, que apresen-

tam consequências aparentemente cada vez mais drásticas, tais como secas pro-longadas, tempestades, derretimento dos polos e aumento do nível dos oceanos.

a próxima Conference of the parties (COp), em sua 21ª edição, marcada para acontecer entre 30 de novembro até o dia 11 de dezembro deste ano, em paris, será uma das mais importantes já realizadas. as chances de sucesso ago-ra são mais altas, já que todos os países signatários da ‘Convenção – Quadro das Nações Unidas sobre mudanças do Clima’ (United Nations Framework Convention on Climate Change/UNFCCC) antecipadamente concordaram em assinar um tratado vinculante até 2015, para reduzir suas emissões de gases causadores de efeito estufa.

O que favorece essa convicção positiva são os novos posicionamentos do mercado quanto ao tema. Uma delas foi a modificação nos cenários políticos dos dois maiores emissores de gases de efeito estufa no mundo, Estados Unidos e China, os quais flexibilizaram as negociações e no ano passado anunciaram que irão cortar suas emissões de gases até 2025 e 2030, respectivamente. além disso, houve uma drástica redução nos custos das tecnologias capazes de diminuir tais emissões ao meio ambiente, isso em razão do aumento de projetos de energia renováveis disponíveis e pela maior facilidade em financiar a aquisição desses recursos – como é o caso dos títulos verdes (green bonds) e do financiamento coletivo (crowdfunding).

a grande questão, aqui, é de que maneira os novos comprometimentos, com os quais as nações estão se dispondo a cumprir no decorrer dos próximos anos, afetarão as empresas e a economia. há previsão de que as atividades intensivas na emissão de carbono (como, por exemplo, as que geram energia a partir da queima de derivados de petróleo) se tornarão mais caras e as organizações terão de lidar com regulamentações mais rigorosas, preços de carbono menos acessíveis e metas de corte mais rígidas de emissões de gases.

Contudo, os efeitos da mudança do clima obrigarão as empresas a estabele-cerem um plano de resiliência para lidar e adaptar as atividades em detrimento dos impactos, como escassez de água, clima extremo, migrações populacionais e instabilidade social. Na contramão disso, no entanto, vantagens surgirão, como, obviamente, a de tornar-se uma empresa de emissões reduzidas de poluentes; e oportunidades também estarão em vista, criadas pelo crescimento da economia sustentável embasada em energias renováveis.

apesar das rigorosas consequências que já afetam o meio ambiente, medidas urgentes são necessárias para lidar agora com essa questão, e os governos em todo o mundo, com o auxílio das empresas e da sociedade civil, precisarão traba-lhar para dissociar as emissões de gases de efeito estufa do crescimento econômi-co e direcionar o mundo para uma economia de baixo carbono.

assim, o caminho para uma atividade perene e sustentável é que as organiza-ções e seus administradores apliquem tempo e experiência para o aprimoramento no desenvolvimento ambiental e social das empresas; isso inclui tornar perma-nente a mensuração e a redução das emissões de carbono, bem como a preparação e divulgação de informações transparentes e confiáveis sobre tais emissões, apre-sentando à sociedade e ao mercado a contribuição da empresa na minimização dos efeitos das mudanças climáticas.

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o CEnTRo DE Tecnologia em Dutos (CTDUT) elegeu para presidente Mar-celino Guedes Gomes, da Petrobras,

sucedendo Raimar van den Bylaardt, do instituto Brasi-leiro de petróleo, Gás e Biocombus-tíveis (IBP), que permaneceu quase dez anos na presi-dência do Centro

e esteve à frente do desenvolvimento de diversos laboratórios, entre eles

o recente oleoduto de Testes de 12”, único Loop multifásico, em escala real, de que se tem conhecimento.

o novo Conselho foi escolhido em Assembleia Geral no último dia 13 de outubro e será composto de seis membros dos associados fundadores, três membros repre-sentando os associados mantene-dores e dois membros da comuni-dade, indicados pela Assembleia.Conselho Executivo – Triênio 2015-2018 representantes dos Associados Fun-dadores: Marcelino Guedes Ferreira

Mosqueira Gomes – Petrobras (presi-dente); Eduardo Fernando Gomes dos Santos – Petrobras; Luiz Fernando Alzuguir Azevedo – PUC-Rio; José Luiz de França Freire – PUC-Rio; Wal-mir Gomes dos Santos – Transpetro; Claudio de Brito Garcia – Transpetrorepresentantes dos Associados Mantenedores: Geraldo Luiz Rochocz – Radix; Raimar van den Bylaardt – iBp; Mauro Chaves Barreto – iECMembros da Comunidade indicados pela Assembleia: Rogério amaury de Medeiros – Finep; João Sergio Vereza Mariano – Shell Brasil (vice--presidente).

Claudia rabello cria a empresa de consultoria OGE

a OgE TEm pOr objetivo dar supor-te às empresas do setor de óleo e gás em assuntos regulatórios e relações governamentais e também atuar em projetos de comunicação, marketing e capacitação.

Claudia rabello tem 16 anos de experiência na indústria do petróleo no Brasil, dos quais 11 deles atuan-do na agência Nacional do petró-leo, gás Natural e Biocombustíveis (aNp), nas áreas de promoção de Licitações, relações Institucionais e Comunicação.

Como superintendente de pro-moção de Licitações na aNp, foi responsável pelo planejamento, co-ordenação, elaboração de edital e contrato das três licitações realizadas em 2013, além da modelagem das li-citações de transporte de gás natural. Como superintendente de promoção de Licitações da aNp coordenou a realização da 11ª e da 12ª rodadas de concessão de blocos e a 1ª licitação de partilha de produção (Libra), em maio, outubro e novembro de 2013, respectivamente. além das licitações de E&p, foi sob sua gestão que a aNp elaborou a modelagem de licitações de transporte de gás natural.

afora prestar serviços direta-mente às empresas do setor de óleo e gás, a OgE também fechou acor-

do com Tauil & Chequer associado a mayer Brown advogados para atuação conjunta.

Claudia iniciou suas atividades na indústria do petróleo na consul-toria multidisciplinar Expetro, em 1999, no braço de desenvolvimento profissional e marketing do grupo e, em 2004, foi contratada pela aNp. Formada em Comunicação social pela pUC-rio, com diploma de mBa pelo Ibmec/rJ e pós-graduada em gestão de Óleo e gás pela Coppe/UFrJ, foi um dos principais nomes responsáveis pelas três licitações de E&p acima mencionadas, realizadas no Brasil em 2013.

atuar na atração de investimen-tos para o a indústria brasileira de petróleo era uma de suas atribuições na agência. Claudia recepcionou comitivas estrangeiras e representou a aNp em eventos nacionais e es-trangeiros, divulgando e acreditando, verdadeiramente, no potencial da indústria brasileira de petróleo.

E por acreditar, tomou a iniciativa de criar a OgE óleo. gás. energia, onde aplica os conhecimentos e a experiência adquirida ao longo des-ses 16 anos. Ela é uma apaixonada pelo segmento e enxerga boas pers-pectivas de crescimento. “O Brasil tem menos de 10% de suas bacias

sedimentares exploradas e já che-gou em um patamar respeitável na geopolítica do petróleo. Imagine quando explorar os 90% restantes! É nisso que estou apostando”, diz Claudia, ao comentar sobre a aber-tura da empresa.

defensora da realização de ro-dadas de Licitações de concessão de blocos anualmente e do aprimora-mento da política de conteúdo local, acredita que o momento atual está favorável para os ajustes que aumen-tarão a competitividade do Brasil na atração de investimentos para o se-tor... e cita Churchill: “o pessimista vê dificuldade em cada oportunidade, o otimista vê oportunidade em cada dificuldade”.

CTDuT indica seu novo Conselho Executivo

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World Energy Cities Partnership elege novo presidente

dUraNTE a 20ª EdIçãO da reunião geral da World Energy Cities partnership (WECp), o Co-mitê diretor deu as boas-vindas a seu novo presidente eleito: Mike Savage, prefeito de halifax (Ca-nadá) – seu mandato de dois anos começa em janeiro de 2016.

“Estou honrado em poder servir como presidente da World Energy Cities partnership”, disse savage. “Esse é o mais importante fórum para conectar players globais de energia. as 23 cidades-membro trazem experi-

ências ímpares e estarei sempre à procura de seus conselhos enquanto vamos atrás de oportu-nidades na economia de energia

que passa por mudanças”, completou.

O prefeito mike savage tem sido um líder ativo na WECp desde outubro de 2012. Ele facilitou diver-

sas parcerias dentro da WECp, incluindo um acordo

de colaboração entre hali-fax e aberdeen (Escócia), no

qual as cidades se unem para a identificação de oportunidades mútuas nas áreas de óleo e gás, energia renovável, desenvolvi-mento sustentável e educação.

membros do Comitê da WECp também agradeceram à presidente Christine sagen helgø, prefeita de stavanger (Noruega) pela dedicação duran-te os últimos dois anos. Ela foi reconhecida por expandir a base de membros, com a adição de Cidade do Cabo (áfrica do sul) e Kuala Lumpur (malásia). sua liderança também fortaleceu

os elos entre universidades e pesquisadores, especificamente na formação de um acordo de co-operação entre universidades em stavanger, houston (EUa), st. John’s (Canadá) e aberdeen para recursos no ártico. a prefeita helgø desejou sorte ao prefeito savage e indicou seu apoio con-tínuo à organização.

a edição desse ano da reunião anual da WECp foi realizada pela rio Negócios, agência oficial de atração de investimentos do rio de Janeiro. Três temas foram a pauta: o desenvolvimento da indústria de óleo e gás, transformação urbana e as políticas públicas para apoiar pesquisa e desenvolvimento.

Os prefeitos das cidades--membro funcionam como o Comitê da WECp, que é servido por um secretariado em houston, EUa. Os novos oficiais eleitos são: mike savage, prefeito de halifax, Canadá (presidente); patricia de Lille, prefeita de Cidade do Cabo, áfrica do sul (vice-presidente); andy Icken (secretário-geral); e Janet moore (tesoureira).

o ExECUTivo TEM grande experiên-cia nas áreas de cultura organizacio-nal, relações trabalhistas, gestão de projetos, aquisições, reestruturação de processos e sistemas de qualidade.

Sua trajetória profissional inclui car-gos de liderança em grupos como itaú Unibanco, Ambev, GOL – neste último foi diretor de Recursos Humanos e Sustentabilidade – e Allis, na qual era diretor executivo de Gente e Gestão.

Formado em Engenharia de pro-dução pelo Centro Universitário FEi, Thomé possui especialização em En-genharia de Qualidade pela Unicamp, MBa em Finanças pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e partici-pou do Programa Executivo de RH oferecido pela Universidade de Mi-chigan (EUA).

a escolha de Thomé para o car-go está em linha com as diretrizes do programa de Transformação da CPFL Energia, que tem por objetivo implementar uma nova cultura cor-porativa voltada para a inovação e a colaboração entre as diversas áreas da companhia com foco na sustenta-bilidade empresarial.

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CPFL Energia anuncia novo diretor de Gestão de Pessoas e Performance

Luiz Thomé irá se reportar ao vice-presidente de Planejamento e Gestão Empresarial, Wagner Schneider de Freitas, que acumulava o cargo interinamente desde maio deste ano.

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Na contramão do mercado, a brasi-leira hirsa/sistemas de automação e Controle dedicou um ano e meio e investiu r$ 1,8 milhão em equi-pamentos, treinamento e pessoal, para obter a acreditação na NBr IsO 17025, que será obrigatória a partir de dezembro de 2015 para todos os laboratórios de medição que prestam serviços ao mercado de óleo e gás natural. Com isso, passou a integrar o seleto grupo da rede Brasileira de Calibração (rBC).

“a decisão de investir tal volume de recursos em um cenário crítico, principalmente no mercado de óleo e gás, mostrou-se acertada, pois ob-tivemos acreditações, de uma vez só, para cinco grandezas básicas do sistema de medição de setor: vazão, pressão, temperatura, dimensional e massa específica”, comemora o presidente da hirsa, hiram Freitas.

Essa acreditação atende a re-solução conjunta n. 1 da agência Nacional do petróleo, gás Natural e Biocombustíveis (aNp) e do Instituto Nacional de metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), publicada em 10 de junho de 2013, que estabele-ce o novo regulamento Técnico de medição de petróleo e gás Natural.

“a hirsa se posiciona entre as empresas com melhor Capacidade de medição e Calibração (CmC) do Brasil nas grandezas em que está acreditada. Ou seja, está qualificada para assegurar uma das menores incertezas do país na medição dos equipamentos de seus clientes”, complementa o executivo.

Medição chega até o consumidor fi-nal – Os sistemas de medição do setor petrolífero abrangem desde o poço produtor de óleo e gás até a saída do

derivado (combustível) na bomba de gasolina, passando pelo escoamento e transporte na malha de dutos, dis-tribuição de gás natural e entrada e saída de produtos nas refinarias.

É por meio dos instrumentos que integram esse sistema de medição, por exemplo, que se estabelece não apenas a produção de um campo e de todos os ativos de uma companhia petrolífera, como também os valores de royalties e participações especiais pagos a União, Estados e municí-pios. Eles também asseguram que o gás natural transportado pela malha de gasodutos esteja nas condições adequadas, dentro das normas es-tabelecidas pela aNp, em termos de pressão, pureza etc. ao consumidor final, vai garantir que o volume de combustível que está abastecendo seu veículo no posto está na medida mais aproximada (99,99%) daquela apresentada na bomba.

“as petroleiras em geral contam com sistemas próprios de gestão metrológica. No entanto, o core bu-siness dessas empresas é a produ-ção, o refino e o transporte, e não a metrologia ou a gestão metrológica”, explica Matheus Freitas. razão pela qual a hirsa desenvolveu um siste-ma próprio de gestão integrada, que atende às normas das IsOs 9.001 (qualidade), 14001 (meio ambiente)

e a Osha 18001 (segurança Ocupa-cional e saúde), além da IsO 10.012 (gestão de medição) e, agora, a IsO/IEC 17025, de acreditação dos seus laboratórios.

“a conformidade com a lei, evi-tando multas pesadas e a garantia da medição correta para os dois lados – o de quem vende e o de quem com-pra, ou de quem entrega e de quem recebe produto – são ganhos que o nosso sistema de gestão integrada oferece aos clientes”, acrescenta o diretor de Operações.

Com mais de 34 anos de atuação na área de automação e controle para diversos segmentos da indústria, a hirsa tem participação em diversos projetos de grande porte no setor de óleo e gás do Brasil. atualmente tem contratos de gestão metrológica e serviços de assistência técnica em plataformas das bacias de Campos, como as unidades de produção p-38,

p-40, p-43, p-48, p-51, p-56, pra-1, FPSO-Marlim Sul (mLs) e o FSO Cidade de Ma-caé – este, com capacidade para armazenar 2,5 mi-lhões de barris, é

um dos maiores do mundo neste tipo em operação.

Hirsa

Empresa obtém NBR ISO 17025Empresa do setor de automação e controle investiu R$ 1,8 milhão para obter acreditação que será obrigatória a partir de dezembro.

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ABB

Sistema de alimentação costeira de energia submarina para plataforma Troll A

a aBB ENTrEgOU seu segundo sistema de fonte de alimentação costeira para a plataforma Troll a, a maior plataforma offshore de gás do mundo, operada pela statoil e localizada no mar do Norte, cerca de 70 km a oeste da usina de tratamento de gás onshore Kollsnes, próxima a Bergen.

Como ocorreu com o primeiro sis-tema, o objetivo é servir de fonte de alimentação para dois compressores que foram equipados no lado supe-rior da plataforma para compensar a pressão decrescente no reservatório. Os módulos de 3.000 toneladas do compressor foram equipados no ano passado e começaram a operar em outubro deste ano.

a energia elétrica é entregue por meio da tecnologia hVdC Light da aBB, que coleta a corrente alterna-da (Ca) da rede elétrica nacional da Noruega, converte em corrente contínua (CC), e transmite-a para a plataforma usando uma série de cabos de 70 km de comprimento. Quando a energia elétrica chega à plataforma Troll a, ela é convertida de volta para Ca a fim de fazer a operação dos compressores. a aBB forneceu estações de conversores onshore e offshore, e colocou dois pa-res de cabos CC e um cabo trifásico Ca para outras exigências elétricas. E, ainda, forneceu motores de alta tensão de 50 megawatts (mW)/60 quilovolts (kV) que farão a operação dos compressores.

“Este projeto é um marco impor-tante para a aBB, pois os nossos pro-dutos estão permitindo um aumento de produção e protegendo a entrega de gás natural para o mercado eu-

ropeu. através da fonte de alimen-tação costeira, o aumento da re-cuperação pode ser concretizado de forma susten-tável e lucrativa”, disse Per Erik Holsten, diretor de petróleo, gás e produtos Químicos da aBB.

a energia elétrica onshore possui uma série de vantagens em relação à geração de energia offshore. No-venta e cinco por cento da energia elétrica da Noruega provêm de fon-tes renováveis, portanto, a operação no campo Troll será uma operação de baixo consumo de carbono. Um sistema de fonte de alimentação costeira possui um nível superior de eficiência e confiabilidade, com uma quantidade menor de peças móveis necessitando manutenção. Evitar a geração por turbinas térmicas a gás das turbinas offshore significa maior disponibilidade de gás para venda e uma economia de espaço altamente valiosa e significativa na plataforma.

desde que apresentou os cabos hVdC ao mercado na década de

1950, a aBB tem sido responsável por cerca da metade da base instalada global. Nas indústrias petrolíferas e de gás, a aBB foi pioneira em fonte de alimentação costeira, e foi premia-da recentemente com contrato para conexão de 100 mW/80 kV para o desenvolvimento do campo de petró-leo Johan sverdrup, 150 km a oeste de stavanger.

O campo de petróleo e gás na-tural Troll foi descoberto em 1979 e se tornou comercialmente viável em 1983. a plataforma Troll a, com seus 472m de altura, é a estrutura mais alta já movimentada pela humani-dade. a produção de gás se iniciou em 1996 e naquele momento as ne-cessidades elétricas da plataforma foram satisfeitas por um cabo Ca de 20 megawatts fornecido pela aBB.

350 km de cabeamento submarino trazem energia renovável aos gigantescos compressores que prolongarão a vida útil do campo de gás da Statoil no Mar do Norte.

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Wärtsilä

Nova unidade móvel de GNL

a WärTsILä, líder global em so-luções energéticas de ciclo de vida completo para mercados marítimos e de geração de energia, lança o Wärt-silä mobile LNg, um novo conceito de regaseificação e armazenamento de gás natural liquefeito. a unida-de móvel proporciona flexibilidade para atender demandas de peque-na e média escala em locais onde são insuficientes as opções de bases terrestres de gNL. O novo projeto, desenvolvido em conjunto pelas divi-sões Energy solutions e marine so-lutions da empresa, será apresentado na exposição e conferência gastech, que acontece de 27 a 30 de outubro, em Cingapura.

O Wärtsilä mobile LNg pode ser combinado com uma usina de energia instalada em barcaça com capacidade de produção de até 250 mW, assim como também pode ser usado para fornecer gás natural a plantas geradoras convencionais em terra. Com a unidade móvel será possível disponibilizar o gNL para novos segmentos de consumidores, beneficiando tanto empresas de energia como consumidores finais.

além disso, a flexibilidade de des-locamento da base possibilita levar energia limpa para áreas com pouco ou nenhum acesso à rede nacional de eletricidade.

“Nossas soluções são compatíveis com toda a cadeia de valor do gás, desde a perfuração e produção ao for-necimento, liquefação, regaseificação, armazenamento e produção de ener-gia. Esse é um passo importante em direção à expansão da nossa oferta de infraestruturas de gNL. a maioria das instalações existentes atende a gran-des clientes, enquanto que o Wärtsilä mobile LNg oferece uma opção móvel e flexível para pequenas e médias de-mandas”, afirma Timo Koponen, vice-

-presidente de Flow e gas solutions da Wärtsilä marine solutions.

O projeto foi desenvolvido para locais onde gasodutos e terminais de recepção de gNL de grande escala não são viáveis, ou para regiões com menor demanda. O Wärtsilä mobile LNg re-presenta a solução ideal para áreas de águas rasas nas quais o acesso de gran-des embarcações não seria possível sem a construção de um cais ou operações de dragagem. Comparado à construção dos terminais convencionais em terra, sem as condições ideais de solo e uma infraestrutura pouco desenvolvida, a unidade móvel pode representar um investimento significativamente mais baixo e de fornecimento mais rápido.

Wärtsilä Mobile LNG atende demandas de pequena e média escala.

MacLog Solutions

CRiaDa CoM o oBJETivo de repre-sentar empresas estrangeiras para o fornecimento de produtos e serviços no segmento de Exploração e produção (E&P), a MacLog Solutions conquistou a representação da Osbit Power, que atua no desenvolvimento e instalação de dutos flexíveis e umbilicais.

a empresa inglesa é uma das prin-cipais fornecedoras de sistemas Walk to

Work (Gangways) para o mercado offsho-re. a linha de equipamentos Maxcess utiliza tecnologia patenteada para permitir transferências seguras entre navios de apoio, plataformas e floatels.

A Osbit está fabricando os Interven-tion Tension Frames (ITFs) dos dois navios da Helix (Siem Helix 1 e 2), que estarão operando no Brasil em 2016 na interven-ção de poços para a Petrobras.

MacLog Solutions conquista a representação da Osbit Power

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Clariant Oil Services

Georadar

HOSTAFrAC™ SF 13213 traz solução para fluidos de fratura

a CLarIaNT, Uma das empresas líderes mundiais em especialidades químicas, anuncia o novo hOsTa-FraC™ sF 13213, uma inovação química para o fluxo de retorno do fluido utilizado nas operações de fraturamento hidráulico.

O novo tensoativo derivado de açúcar diminui drasticamente a ten-são superficial da interface do fluido, aumentando de modo significativo o retorno dele após o fraturamento hi-dráulico. O hOsTaFraC™ sF 13213 reduz com eficiência o dano causado pela tendência dos fluidos de fratura de formar emulsões no reservatório. Embora somente 13% do fluido usado durante o processo de fraturamento hi-dráulico possam ser recuperados sem a ajuda de aditivos de refluxo, a inovação eleva esses níveis de recuperação de fluido em até 87%.

por oferecer excelentes vantagens sustentáveis, o inovador sistema – não tóxico – recebeu o selo de sustentabili-dade EcoTain® da Clariant. Os produtos com esse selo passaram por um proces-so sistemático e detalhado de avaliação, que utiliza 36 critérios considerando as três dimensões da sustentabilida-de: social, ambiental e econômica. Os produtos EcoTain® superam em muito os padrões de sustentabilidade do mer-cado, oferecem melhor desempenho na

categoria e contribuem para os esforços de sustentabilidade da Clariant e de seus clientes.

“a utilização de açúcares como fontes sustentáveis nesse avançado sistema representa uma solução de última geração e um passo impor-tante em termos de sustentabilidade no processo de fraturamento hidráu-lico”, declara o Dr. Jonathan Wylde,

diretor global de inovação da Cla-riant Oil services. “Esse desenvol-vimento de fato fará diferença nas operações de nossos clientes, ao proporcionar

uma solução química de alta perfor-mance que também aprimora o perfil ambiental de suas operações.”

a GEoRaDaR iniciou no dia 18 de ou-tubro a coleta dos primeiros registros de aquisição de dados sísmicos não exclusivos na Bacia do Recôncavo, após a emissão do licenciamento ambiental, emitido pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado da Bahia, em 2 de setembro de 2015.

O projeto, com a duração estimada em 120 dias, conta com cerca 350 pro-fissionais, além do apoio de 35 veículos para o transporte terrestre. a campanha abrange os municípios de Alagoinhas, araçás e Entre Rios, na Bahia, para a

aquisição referente a 81 km² de sísmica 3D, com 4.045 registros.

“a atuação de nossas equipes na região do Recôncavo representa um momento importante nos serviços prestados pela Georadar, um retorno a áreas de bacias maduras do nordeste brasileiro. O estudo para geração de dados ESpEC, não exclusivos, está em linha com a nova estratégia da em-presa de ampliação de mercado e oferta da expertise em sísmica para produtores e ex-ploradores de óleo e gás interessados

nas áreas prospectadas”, avalia ricardo Savini, presidente da Georadar.

Uma vez finalizada a aquisição sísmica de propriedade da Georadar, licenças de uso do volume sísmico 3D serão disponibilizadas à Imetame Energia de acordo com negociação já concluída.

O inovador sistema químico permite um retorno mais rápido e eficiente do fluido de fratura. Composto por tensoativos não tóxicos, derivados de fontes sustentáveis, com amidas à base de açúcar, esse produto recebeu o selo EcoTain® por sua excelência em sustentabilidade.

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rregistros de levantamento sísmico Espec na Bacia do recôncavo

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Aposta no mercado brasileiro

O ENOrmE pOTENCIaL do mer-cado de seguros no Brasil, que hoje corresponde a cerca de 5% do produ-to Interno bruto (pIB), atraiu para o país a centenária Travelers, segunda maior seguradora norte-americana, com um faturamento de Us$ 27 bi-lhões em 2014. Ela adquiriu 95% da divisão de seguros de riscos patri-moniais e de responsabilidades do grupo paranaense J. malucelli, à qual estava associada desde 2010. Com isso, passou a ter exclusivida-de na comercialização das linhas de negócios destes seguros sob sua marca no Brasil.

“O Brasil é o primeiro país es-colhido pela empresa para iniciar seu processo de internacionalização. Trata-se de um mercado promissor, que tem capacidade de crescimento por ser uma economia emergente”, pontuou Leonardo Semenovitch, executivo que lidera a operação da Travelers. Essa internacionalização da empresa centenária se deve ao

fato de o mercado dos Estados Uni-dos ser maduro, sem muito espaço para crescer.

“É bem verdade que o cenário brasileiro é diferente daquele que vislumbramos em 2010, quando começamos nossa parceria com a J. malucelli. mas nossos objetivos são de longo prazo. por isso deci-dimos assumir o controle acionário da parceira, para lançar produtos com a nossa marca”, acrescenta semenovitch.

a expectativa é conquistar uma parcela significativa de um merca-

do com potencial de expansão, mas que hoje ainda representa pou-co mais de 5% do pIB no Brasil, contra 10% nos Estados Unidos e 15% na Inglater-

ra. a Travelers Companies começa a operar no Brasil com foco no mercado

corporativo – ainda que nos Estados Unidos tenha uma posição de lide-rança no mercado de seguros para veículos, residências e empresas.

“dentro desse contexto, acredi-to que nossos produtos vão poder atender a muitas empresas da ca-deia produtiva de óleo e gás, naval e offshore”, conclui o executivo. Isso não se aplicaria a grandes empreen-dimentos, como plataformas offshore e refinarias, que em geral são atendi-das por seguradoras específicas, que buscam diminuir seus riscos com-partilhando com outras, por meio do resseguro.

Em seus 160 anos de atividades, a Travelers consolidou um denso portfó-lio, incluindo apólices emblemáticas, como a do primeiro automóvel e do primeiro avião fabricado nos Esta-dos Unidos, além dos astronautas da apolo 11 e de um seleto grupo de viajantes do Titanic, incluindo financistas do empreendimento que naufragou.

Travelers

Segunda maior seguradora norte-americana adquire 95% da paranaense J. Malucelli Seguros, de olho no potencial de nosso mercado emergente.

Onip – Cetip

a oRGanização naCionaL da Indústria do Petróleo (Onip) e a Cetip S/A- Mercados Organizados firma-ram, em 2 de outubro, protocolo de cooperação técnica. Com este acordo, a Onip formaliza o intuito de contratar a Cetip como empresa de infraestru-tura para a implementação do registro de Certificados de investimento Local (CIL). O acordo possibilita que as duas empresas possam atuar com agilidade se a regulamentação do segmento passar a incluir no cálculo do Conteú-do Local os investimentos realizados pela indústria.

a iniciativa da onip é inspirada nos atuais Certificados de Conteúdo Local (CCL) e também alinhada às sinalizações recentes do Governo

Federal quanto à necessidade de apri-moramentos nas atuais políticas de conteúdo local no setor de óleo e gás.

a ideia da onip é permitir que sejam computados como conteúdo local investimentos realizados em áreas prioritárias definidas pelo Governo. Dessa forma, espera-se um aumento no nível de investimentos para atendimento das obrigações de conteúdo local das companhias de pe-tróleo, ampliando a cooperação entre fornecedores e investidores e contri-buindo para o aumento dos níveis de emprego e renda locais.

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Parceria de cooperação técnica

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Vextrom

Especialista em materiais elétricos para atmosferas explosivas, com foco na consolidação de um portfólio de produtos que alie melhor desempenho com o mais alto grau de segurança, a vextrom vem ampliando seu portfólio de soluções.

Criada em 2014, a empresa é forne-cedora de ampla gama de produtos para diversos segmentos de mercado, entre os quais a indústria de óleo & gás (onshore e offshore), naval, mineração, química e petroquímica, de açúcar & álcool, siderur-gia, metalurgia, alimentícia, farmacêutica, papel & celulose, entre outras.

para o diretor Marcos Vergani, a vex-trom já está consolidada no segmento de

óleo e gás, forne-cendo soluções de tecnologia de ponta para atmosferas explosivas – razão pela qual o executivo acredita no potencial de crescimento da jovem empresa no mercado, mesmo em tempos de crise.

“Estamos sempre atentos à demanda atual. Dispomos de soluções inovadoras, algumas ainda inéditas no Brasil, que além de garantirem a segurança de pessoas e do ambiente, proporcionam redução de custo nas operações”, afirma o executi-

vo. Ele lembra ainda que a Vextrom tem parcerias com diversos parceiros fabri-cantes de equipamentos, que possibilitam oferecer um portfólio de diferentes linhas de produtos.“Também dispomos de um excelente serviço de pronta-entrega, pois nosso centro de estoque está localizado estrategicamente em São paulo”.

Com um portfólio de produtos ino-vadores, com tecnologias exclusivas, a Vextrom oferece soluções sob medida para empresas das áreas de engenharia, construção e montagem e integradoras, tanto em novos projetos como na atuali-zação, manutenção e reposição de peças em instalações já existentes (MRO).

Soluções para atmosferas explosivas

produtos e serviços

ENi homologa tecnologia do grupo brasileiro Forship

a hmsWeb Tecnologia da Informação, subsidiária do grupo brasileiro Forship, teve sua ferra-menta de gestão da engenharia do comissionamento, o hmsWeb©, homologada pela petrolífera ita-liana Ente Nazionale Idrocarburi (ENI). as norte-americanas Che-vron e Exxonmobil já qualificaram a solução, que teve sua versão mobile apresentada em maio, na OTC, em houston (EUa).

“passamos por um processo rigoroso de qualificação, para avaliação e inclusão de nossa tecnologia na qualified vendor list (cadastro de fornecedores) da ENI. O hmsWeb© foi qualificado como uma tecnologia de informação apta a atender aos parceiros comerciais da ENI em seus empreendimen-tos no mundo inteiro”, comemora o diretor executivo da hmsWeb, Luciano Gaete.

a homologação reforça ainda mais a estratégia de internacio-nalização da Forship, que tem

forte atuação em mercados emer-gentes como os da áfrica, onde vem participando de projetos em distintos países. a ENI registrou recentemente a maior descoberta de jazidas de gás natural no me-diterrâneo, no Egito, e tem vários ativos em exploração ou desen-volvimento em moçambique, na costa leste daquele continente. “além dos atributos técnicos e funcionais do hmsWeb, somos a única solução de ponta disponibi-lizada também no idioma portu-guês”, acrescenta gaete.

O software hmsWeb© é a so-lução desenvolvida pela hmsWeb

Tecnologia da Informação, uma empresa do gru-po Forship, para a gestão comple-ta do processo de completação mecânica, co-missionamento

e qualidade. a tecnologia é 100%

web e móvel e facilita o geren-ciamento, controle, certificação e verificação de todas as ativida-des relacionadas ao processo de comissionamento e executadas durante o desenvolvimento de um projeto industrial.

O grupo Forship oferece solu-ções e serviços de engenharia para plantas industriais dos setores de óleo e gás, petroquímico, naval, energia, mineração, infraestrutura e indústria em geral. referência em comissionamento, a empresa destaca-se também pelo desenvol-vimento e implantação de tecno-logia de ponta, assim como pelo fornecimento de serviços de Opera-ção & manutenção, Construção & montagem e Consultoria Técnica.

Com sede no rio de Janeiro, a Forship tem atuado em projetos nas américas, Europa, áfrica e ásia, com o reconhecimento de mais de cem clientes nacionais e internacionais que utilizam os serviços do grupo.

Forship

HMSWeb© passa a integrar a qualified vendor list da petroleira italiana.

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confiabilidade

Luiz Fernando Seixas de Oliveira é especialista em risco e confiabilidade com mais de 30 anos de experiência no Brasil e no exterior, tendo sido um dos pioneiros na

introdução e aplicação de análise de risco e confiabilidade no Brasil. PhD pela UC Berke-ley (CA, EUA) em 1979. É Vice-Presidente da Dnv GL, responsável pela gerência do Centro de p&D no Rio de Janeiro.

Márcio José das Chagas Moura é professor adjunto da Universidade Federal de Pernambuco (Ufpe). Pesquisador do Centro de Estudos e Ensaios em Riscos e

Modelagem Ambiental (Ceerma), membro permanente do programa de pós-Graduação em Engenharia de produção (ppGEp-Ufpe, nível 6 da Capes) e coordenador do Programa de Formação de Recursos Humanos PRH-47 da ANP, e, atualmente 1º vice-presidente no mandato 2015-2016 da Associação Brasileira de análise de Risco, Segurança de processo e Confiabilidade (Abrisco)

Responder negativamente equivaleria a dizer que já conhecemos o suficiente sobre os métodos, técnicas e processos necessários para a garantia de altos níveis de segurança e confiabilidade nas re-feridas atividades. mesmo que assim o fosse, como segurança e

confiabilidade são áreas de grande interesse social, seria imprescindível continuar a melhorá-las com métodos e técnicas inovadoras. mas os resul-tados das investigações dos grandes acidentes acontecidos recentemente (ver figura, p.72) deixaram bastante evidente a existência de grandes de-ficiências nessas áreas.

É bem verdade que a quase totalidade dos operadores proclamam em seus documentos e sites a grande importância da “produção com segurança e confiabilidade”. Colocam este lema como um “valor” perene da empresa e não apenas como uma prioridade (que poderia ser passageira). Conside-rando então que haja consenso sobre a importância da segurança e confia-bilidade, então por que esta importância não está sendo levada em conta nas propostas de projetos de pd&I submetidas pelas empresas operadoras à agência Nacional do petróleo, gás Natural e Biocombustíveis (aNp)?

antes de discutir esta questão, tomamos a liberdade de fazer uma breve apresentação da associação Brasileira de análise de risco, segurança de processo e Confiabilidade (abrisco), da qual temos a honra de ser, respec-tivamente, os atuais presidente e 1º vice-presidente.

a abrisco é uma associação que congrega profissionais brasileiros das três áreas incluídas no seu nome, com o objetivo principal de promover o avanço, o desenvolvimento e a implementação dessas áreas em todos os setores da indústria brasileira. Entre seus associados destacam-se impor-tantes membros da academia (universidades e institutos de pesquisa), de entidades governamentais, de empresas dos mais diversos setores indus-triais (notadamente os de óleo & gás e nuclear) e das principais empresas de consultoria que trabalham nas áreas de interesse.

dentre os objetivos mais importantes da abrisco, destaca-se o seguinte: “promover atividades relacionadas à análise de risco, segurança de processo e Confiabilidade, e engajar seus membros na organização de eventos e na co-operação com entidades nacionais e internacionais visando a pesquisa e dis-seminação de conhecimentos relativos às áreas de interesse da associação.”

dentre vários temas de interesse no âmbito da abrisco, estamos come-çando a discutir a questão do desenvolvimento de pesquisas nas áreas de

Com os registros de acidentes ocorridos nas atividades de E&P nos últimos anos,

principalmente relacionados a “acidentes de grandes consequências”, típicos de

falhas em segurança de processo, dificilmente alguém responderia negativamente

à pergunta no título deste artigo.

Segurança e confiabilidade em E&P: Atualmente seriam importantes temas de pesquisa?

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confiabilidade

segurança e confiabilidade, particularmente na área de óleo e gás, em função da obrigação de investimento esta-belecida pela aNp para as empresas produtoras do setor. de fato, desde sua criação, esta obrigação tem gerado e destinado uma quantidade realmente expressiva de re-cursos para o desenvolvimento de pesquisas nesta área.

segundo dados da aNp, de 1998 a 2014, foram gera-dos mais de 10 bilhões de reais. Com o significativo in-cremento esperado da produção de petróleo offshore, este investimento continuará aumentando nos próximos anos, apesar da grande redução do preço do petróleo. Isto cer-tamente será um importante fator de crescimento, tanto em qualidade como em quantidade, das pesquisas reali-zadas em nosso país, algo que realmente é fundamental para o desenvolvimento econômico do setor.

No entanto, fazendo uma análise dos projetos de p&d aprovados pela aNp desde 2013 (quando a agên-cia começou a divulgar os projetos no seu Boletim de p&d) até maio de 2015, constatamos que, de cerca de r$ 1,1 bilhão destinados aos projetos aprovados, apenas 0,5% (r$ 4,7 milhões) envolve explicitamente pesquisa nas áreas de segurança e confiabilidade. mesmo consi-derando a imprecisão desta avaliação, baseada unica-mente na análise dos títulos dos projetos, este percen-tual nos parece extremamente baixo, quase irrisório.

Considerando que dentro das regras atualmente em vigor os projetos são gerados pelas empresas, sen-

do a aNp apenas responsável pela qualificação e apro-vação dos mesmos quanto ao seu enquadramento nas regras da “cláusula do 1%”, fica então a pergunta já mencionada: por que as empresas não estão submeten-do projetos de p&d relacio nados à segurança e confia-bilidade das instalações de petróleo?

pode-se pensar em três respostas distintas: primei-ra, de fato não consideram a segurança e a confiabi-lidade como itens importantes; segunda, consideram importantes, mas não como temas atuais de pesqui-sa, pois entendem que talvez não haja muito mais a se aprender sobre eles; e terceira, pensam que não há grupos de pesquisa capacitados para desenvolver pes-quisas sobre segurança e confiabilidade no Brasil.

pessoalmente, descartamos a primeira razão, pois estamos certos de que as grandes empresas de petróleo conhecem e dão grande importância aos temas. É ver-dade que algumas têm dado muita ênfase à segurança ocupacional e relativamente pouca importância à segu-rança de processo, fator este que tem sido visto como grande contribuinte para a ocorrência de alguns dos maiores acidentes indicados na figura aqui reproduzida.

a terceira razão não é de todo verdadeira, pois bas-ta olhar para a relação de associados da abrisco para se contar certamente mais de dez grupos nacionais de pesquisa envolvidos nos temas segurança e confiabi-lidade, particularmente na área de segurança de pro-cesso, trabalhando em importantes universidades bra-sileiras, bem como grupos que lidam com as grandes empresas de consultoria do setor.

portanto, descartadas a primeira e a terceira razões, fica nossa dúvida sobre a possibilidade de que a segun-da seja aquela que tenha norteado o referido comporta-mento das empresas de petróleo no Brasil. Embora não haja espaço neste pequeno artigo para discorrermos so-bre cada tema, deixamos aqui a sugestão de alguns te-mas, dentre os inúmeros, que são hoje objetos de impor-tantes pesquisas envolvendo segurança e confiabilidade de atividades de E&p sendo realizadas em diversos pa-íses do mundo, inclusive no Brasil (não há qualquer or-dem de prioridade ou importância na relação a seguir).• riscos geológicos para dutos e outras instalações

submarinas; métodos para previsão e detecção pre-coce das condições de subsuperfície e dos perigos geológicos.

•sistemas de perfuração e Completação – redução de riscos operacionais e sistemas de suporte para deci-sões operacionais envolvendo segurança e confiabi-lidade.

•Instalações de superfície e Umbilicais – melhorias de sistemas e desempenho para ambientes extremos (águas ultraprofundas, por exemplo); aspectos de se-

Grandes acidentes em instalações offshore em vários países

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gurança e confiabilidade no envelhecimento e exten-são de vida de instalações offshore.

•Confiabilidade de sistemas submarinos – melhoria da confiabilidade dos sistemas por meio de automa-ção e tecnologia avançada; métodos de gestão de integridade de sistemas submarinos, incluindo dutos rígidos e flexíveis.

•detecção rápida e Caracterização In situ – melhora das condições de segurança da perfuração em águas profundas através do aumento do entendimento da dinâmica de fluidos multifásicos de misturas de hi-drocarbonetos.

•métodos de avaliação dos riscos envolvidos em di-ferentes alternativas para o descomissionamento de instalações offshore; idem para fechamento e aban-dono de poços.

•Cultura de segurança e erros humanos; o papel da liderança na cultura de segurança das empresas; avaliação da cultura de segurança em todos os as-pectos do trabalho na organização; desenvolvimento de empresas de alta confiabilidade (high reliability organizations); complexidade interorganizacional e risco de acidentes maiores.

•gestão dinâmica de barreiras de segurança; desenvol-vimento de modelos de suporte à decisão envolvendo riscos operacionais em instalações offshore; sistemas de avaliação de risco online e em tempo real.

•gestão integrada de operações e soluções inteligentes para o desenvolvimento, visualização e integração de processos de trabalho confiáveis; segurança e confia-bilidade em operações remotas de unidades offshore.

•análise quantitativa de riscos de instalações offshore usando CFd (Computational Fluid Dynamics); apli-cação à dispersão de gás, incêndios e explosões; mé-todos probabilísticos para avaliação das consequên-cias de eventos de green water em FpsOs.

•avaliação das consequências de vazamentos de pro-dutos criogênicos para as estruturas de instalações offshore; idem para os efeitos de vazamentos de CO2 em alta pressão.

muitos dos temas aqui assinalados serão objeto de discussão em painéis de especia listas e de várias apre-sentações técnicas a serem realizadas no Congresso da abrisco 2015, a ser sediado, de 23 a 25 de novembro, nas instalações da Federação das Indústrias do rio de Janeiro (Firjan), no Centro do rio de Janeiro (maiores detalhes no hotsite do evento www.abrisco2015psam.com.br).

para terminar, gostaríamos de citar um pequeno trecho extraído do relatório da Comissão presidencial sobre o acidente de macondo, que diz: “a exploração e produção de petróleo em águas profundas, particu-larmente na fronteira da experiência, envolvem riscos para os quais nem a indústria nem o governo tem se preparado adequadamente, mas para os quais podem e devem estar preparados no futuro”.

O investimento em pesquisa em temas relativos à segurança e confiabilidade, como os aqui identifica-dos, é de fundamental importância para garantir um bom nível de preparação das empresas e instituições atuantes nas atividades de E&p na plataforma conti-nental brasileira.

Segurança e confiabilidade em E&P: atualmente seriam importantes temas de pesquisa?

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MErCADO DE GÁS NATurAL

A Petrobras sempre arcou com o suprimento de óleo, gás natural e derivados ao

mercado nacional. No início dos anos 2000, a partir dos sinais de esgotamento da

geração hidrelétrica, foi dado novo impulso à geração termelétrica, com a instituição

do PPT (programa prioritário de termeletricidade). Surgia mais uma incumbência

da Petrobras, instada a garantir gás natural em condições especiais para viabilizar

novas usinas, que complementariam o suprimento de energia do país.

e peak-shaving no Brasil

De lá para cá, pouco se avançou em uma solução para viabilizar a participação de outros agentes no suprimento de gás natural às termelétricas, que têm custo de geração mais elevado, de manei-ra a equacionar uma matriz energética hidrotérmica sustentável.

autoridades responsáveis pelo planejamento energético do país atuam de forma reativa à questão, administrando crises pluviométricas e adiando uma solução definitiva, deixando todos os riscos para a petrobras, a União e o contribuinte.

de crise em crise, os reservatórios do subsistema sudeste/Centro--Oeste, principal mercado de energia do Brasil, que responde por 70% da capacidade de armazenamento da energia hídrica, atingiu níveis espe-cialmente críticos. Com isso, as termelétricas contribuíram com quase 20% da geração em 2014, distorcendo o princípio de que teriam a função de back-up do sistema.

para qualquer produtor de petróleo e gás natural como a petrobras, demandas incertas implicam riscos operacionais e, portanto, custos mais elevados. No controle de quase 100% do transporte de gás natural, a esta-tal acomodou esse risco, inicialmente, com o armazenamento nos próprios gasodutos. Com o crescimento do mercado consumidor essa alternati-va foi se esgotando, levando à criação de uma estrutura voltada para a importação de gás natural liquefeito (gNL) em terminais flutuantes no Ceará, rio de Janeiro e Bahia.

a petrobras passou a assumir um duplo risco. Em uma ponta, para o negócio de exploração e produção no qual a continuidade operacional é fundamental. Na outra ponta, um risco de mercado, dado que precisa ga-rantir suprimento a uma demanda cuja maior característica é justamente a descontinuidade.

a movimentação de gNL envolve elevados investimentos que se estendem da produção e liquefação do gás, transporte, regaseificação, até a inserção no sistema de gasodutos. Uma cadeia de eventos que demanda escala, regularidade de suprimento, o que explica por que a contratação de gNL é tradicionalmente baseada em contratos de longo prazo.

matriz energética

Marcio Balthazar da Silveira é sócio da natGas Economics.

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países que são tradicionais consumidores de gNL contratam o insumo em bases previsíveis e programa-das. Volumes destinados ao mercado spot em geral são fruto de excedentes contratuais. Esse mercado vem crescendo, mas na proporção da ampliação do mercado total de gNL. Excetuando o Brasil e a argen-tina, nenhum país no mundo importa gNL em bases ininterruptas, em função da imprevisibilidade dos custos da commodity, que flutua à mercê das circuns-tâncias do mercado.

Confiar na importação de gNL em bases ininter-ruptas para abastecer termelétricas no Brasil significa assumir um risco relevante de suprimento. Corres-ponde a operar num regime sobre o qual não se tem controle de disponibilidade a um preço razoavelmente previsível.

À medida que o mercado de gás no Brasil cresce, será crucial modular e flexibilizar a demanda junto ao sistema de transporte. afinal, as expectativas de produção são relevantes e muito pouco se fez no sen-tido de operar os picos decorrentes das flutuações de demanda do setor termelétrico.

Como a petrobras concentra o portfólio de supri-mento, naturalmente essas questões parecem adorme-

cidas já que riscos e custos vão sendo diluídos junto ao mercado. por consequência, os preços praticados para o gás natural não refletem condições de flexibi-lidade, penalizando consumidores industriais mais estáveis em relação à demanda variável do setor elétrico.

a única iniciativa até hoje no sentido de dotar o mercado de uma unidade de modulação de picos e vales ocorreu com a implantação de uma unidade de liquefação e armazenamento de gNL em paulínia (sp), conhecida como gemini, com o propósito de capturar volumes não consumidos pelo mercado.

No mundo, a estocagem de gás natural é um re-curso logístico que visa otimizar e dar confiabilidade à malha de gasodutos. Os estoques atenuam os efeitos da variação nos níveis de produção e demanda, otimi-zando volumes movimentados e reduzindo perdas por ociosidade do sistema.

No momento em que o gemini é questionado na Justiça por supostas práticas anticoncorrenciais e que a petrobras busca formas de maximizar a venda de ativos que não estão no core business da compa-nhia, é oportuno observar a vocação dessa instala-ção como uma planta de peak-shaving, nos moldes dos sistemas de armazenamento instalados mundo afora. Com uma simples expansão na capacidade de estocagem, a unidade tem potencial para se tornar em breve em um grande hub de gás natural para a região sul-sudeste.

Peak-Shaving em Paulínia. Uma sugestãoa continuidade operacional das regiões produ-

toras de petróleo e gás natural dependem da regu-laridade do fluxo de escoamento. a insuficiência de unidades de estocagem e modulação de oferta junto ao sistema de transporte pode resultar em interrup-ções operacionais e perdas por descontinuidades na demanda de gás natural.

Contudo, a decisão de investir em unidades de peak-shaving tem que vir acompanhada de duas precondições. Uma delas é a garantia de livre aces-so ao sistema de transporte mediante a cobrança de uma tarifa regulada por uma autoridade independen-te. a outra é a criação de um mercado livre para a comercialização de gás, acessível a qualquer agente interessado.

Certamente novos atores, como produtores de petróleo e gás, comercializadores, consumidores, distribuidoras de gás canalizado e agentes financeiros poderão ingressar neste mercado compartilhando riscos que hoje são integralmente absorvidos pela petrobras. Fonte: Natgas Economics

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ian Nash é gerente de negócios SpS para usos marítimos e offshore.

O conceito de ter um

túnel de fuga que se

estendesse ao longo

do comprimento do

navio foi originado

pela BP para atender

a requisitos rigorosos

de segurança para a

unidade offshore.

TÚNEL DE FuGAe à prova de explosão para FPSOs

Um túnel de fuga e à de prova de explosão confeccionado em sps (sistema sandwich plate) para o FpsO Quad204 de propriedade da petroleira inglesa Bp foi construído e montado na hyundai heavy Industry na Coreia do sul em 2013.

de crise em crise, os reservatórios do subsistema sudeste/Centro--Oeste, principal mercado de energia do Brasil, que responde por 70% da capacidade de armazenamento da energia hídrica, atingiu níveis especial-mente críticos. Com isso, as termelétricas contribuíram com quase 20% da geração em 2014, distorcendo o princípio de que teriam a função de back-up do sistema.

a especificação do projeto exigia que esse túnel fosse projetado para o mar do Norte (cargas marítimas ecológicas e movimentações de navios), para operar em condições limite acidentais associadas a explosão e incên-dio, a fim de permitir que o pessoal possa ser evacuado com segurança durante o período mínimo de uma hora, de qualquer parte do navio e por múltiplos pontos de acesso.

Isso significa que o túnel precisa resistir a uma pressão de explosão de 2 bar seguido de um jato de fogo (J30) e hidrocarboneto (h60) que atinge temperaturas de 1.150oC.

Materiais compósitosO sps é um material compósito estrutural, feito de placas paralelas em

aço ou aço inoxidável ligadas por um núcleo de elastômero em poliuretano. O núcleo fornece total suporte às placas evitando ondulações das mes-

mas e permitindo a obtenção de rendimento máximo em termos de flexão, compressão e cisalhamento em combinação com as altas pressões laterais. O sps possui comprovadamente capacidade de absorção da energia ge-rada em impacto, explosão e balística. Tem sido utilizado como proteção lateral em FpsOs, como piso na área de carga pesada em convés e na construção de área circundada e protegida contra pirataria.

O Lloyd’s register introduziu o sps na indústria marítima pela primeira vez no ano 2000, identificando na época que essa é “a primeira nova tecno-logia de materiais em engenharia pesada em 150 anos”. a IE (Intelligent Engineering Ltd), inventor e proprietário do sps, já investiu mais de 300 homens/ano com desenvolvimento em testes para comprovações de todos os aspectos relacionados ao seu desempenho, economia, segurança e sustenta-bilidade em laboratórios internacionalmente reconhecidos.

mais de 400 projetos foram executados em todo o mundo, todos aprova-dos pelas sociedades classificadoras, estados de bandeiras (flag states), e as autoridades pertinentes nacionais e estaduais através dos seus comitês executivos de saúde e segurança para estruturas de engenharia civil.

O sps é superior ao aço endurecido. Ele elimina a necessidade de re-forços, tornando as estruturas mais simplificadas, mais leves, com melhor aproveitamento de espaço e maior resistência à fadiga e à corrosão assim minimizando a necessidade de manutenção durante sua vida útil.

tecnologia

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Embora as estruturas que utilizam o sps tenham sido projetadas para cargas padrão, a construção possui inerente resistência à perfurações, explosão, balística e ao fogo. Também tem sido utilizado para modificar es-truturas navais para reduzir ruído e vibração.

O projeto consiste em dois túneis em sps, concên-tricos, separados por um espaço de ar onde o túnel ex-terno é a camada principal de sacrifício, uma vez que absorve o impacto a qualquer explosão e fornece a re-querida resistência a fogo.

a placa exterior desta camada principal é feita de aço inoxidável que fornece a resistência e a barreira necessárias contra a erosão provocada por incêndios e jatos de alta pressão. O espaço entre os dois túneis (interno e externo) em sps permite que o plástico se deforme, fornecendo uma barreira térmica de proteção contra o fogo.

O túnel interior é uma camada de proteção secun-dária que proporciona a passagem de fuga e é isolada do túnel externo. sob as condições padrão de carga em acidentes, ela não é afetada e permanece fria ao toque. Este túnel é pressurizado (pressão de ar inter-no positivo) para impedir a penetração de fumaça e gases perigosos.

Análises e testesCada aspecto do projeto do túnel de fuga em sps

foi submetido a uma verificação extensa. Todo o traba-lho técnico foi submetido à avaliação independente e aprovação pelo Lloyd’s register. para verificar a resis-

tência à explosão, foram conduzidos ensaios em escala real e testes na instalação especializada em spadea-dam operada pela gL-Noble denton.

para demonstrar conformidade a 12 hidrocarbone-tos e jatos de fogo, que são os mais onerosos utilizados na indústria, os testes/ensaios foram realizados no UK Building research Establishment e em spadeadam. O Lloyd’s register emitiu os certificados h60, h120, J45 e J60 para a estrutura do túnel de fuga em sps.

Ficou comprovado que o sps é uma tecnologia se-guraa, totalmente testada e aprovada, que oferece van-tagens significativas sobre as soluções convencionais, além de conduzir a uma construção simplificada, mais rápida, e proporcionar uma montagem mais eficiente.

Com superior resistência a impacto e perfurações, fornece excelente proteção contra danos causados por queda de objetos, colisões e outros eventos aLs (aci-dental limits states).

a proteção reforçada e built-in contra incêndio, ba-lística e explosão proporciona maior segurança para a tripulação e para a proteção dos equipamentos.

Enfim, o sps melhora a vida útil das estruturas e minimiza as necessidades de manutenção devido à simplificação, à área reduzida de revestimento e à re-dução dos detalhes propensos à fadiga.

Túnel de fuga do FPSO Quad204o túnel de fuga em SpS consiste em cinco pontos de

acesso à câmara a vácuo ligados por quatro seções (30-35 m de comprimento cada uma) e se estende desde a extremidade dianteira da plataforma de processo até a zona de acomodação na popa (onde fica localizado o pon-to de fuga) totalizando 152 m de comprimento. O túnel é montado e colocado acima de quatro módulos de topsides, conforme demonstrado na figura abaixo. O adaptação foi concluída a bordo.

Atributos e características principais do túnel

• Um tubo de forma retangular com cantos arredonda-dos para permitir que as pressões de explosão passem sobre e ao redor do túnel com maior facilidade, assim minimizando as cargas de arrasto.

• Uma superfície interior lisa e limpa no piso e nas pare-des que fornece um espaço desobstruído para facilitar a circulação de pessoal (sem nenhum reforço secun-dário projetado para dentro do túnel).

• ao contrário de estruturas de aço convencionais, que possuem uma camada de PFP (como rockwool) e que é suscetível de ser danificado ou desalojado durante uma explosão comprometendo assim a resistência ao fogo, as placas SpS são construídas para ter resistên-cia ao fogo inerente que permitirá uma eficácia total.

• Corrediças de náilon que permitem que as seções in-teriores do túnel possam expandir ou contrair livre-mente em relação ao seu eixo.

• Alívios de pressão nos selos de água fazem a vedação entre as seções dos túneis exterior e interior.

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fino gosto

o EMpRESáRio anTônio RoDRiGUES, CRiaDoR Da BEM-SUCEDiDa REDE

BELMONTE, NãO PARA DE SURPREENDER. QUANDO TODO MUNDO ACREDITAVA

QUE ELE JÁ TINHA SE DADO POR SATISFEITO EM CRIAR BOAS OPçõES NO

ENTORNO DA PRAçA XV (CAIS DO ORIENTE, BELMONTE, BAR DO GENGIBRE),

REVITALIZANDO O POLO GASTRONôMICO DA ÁREA, EIS QUE O CEARENSE RETIRA

DA CARTOLA UM NOVO EMPREENDIMENTO NO CENTRO HISTÓRICO DO RIO.

por Orlando Santos

e as cores do Japão

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uMAi Culinária Japonesa

Rua do Rosário, 36 – Centro

Tel.: (21) 2253-2282

para ver mais fotos desta matéria, use o leitor de

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O SABOrO SABOr

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a MaiS nova REaLização, o restaurante de culinária japonesa Umai, abriu as portas na rua do Rosário, onde durante algum tempo funcionou o restaurante Lampado-sa. Depois de ampla e demorada reforma, o prédio foi adaptado para abrigar apreciadores da comida japonesa em seus três espaços.

Para levar a cabo esta empreitada, Antônio cercou-se da consultoria do chef japonês Takashi kanamura, que elaborou todo o cardápio e está dia-riamente na casa ajudando a receber os clientes. é ele quem explica que a palavra ‘umai’ pode ser traduzida como coisa saborosa, diferente, gostosa.

Parte do cardápio elaborado por Takashi é amplo nas opções para quem já conhece a comida oriental ou deseja se aventurar nessa saborosa culinária. São pratos rápidos, de sabores diferenciados e que resumem toda a gastronomia de uma das culinárias mais interessantes e saborosas do planeta – em especial entre os jovens. É só experimentar para conferir, garante o chef.

Aromas orientais – O Umai abriu as portas em outubro para levar o melhor dos sabores e aromas orientais ao público que percorre o polo cultural da cidade durante a semana e os familiares que passeiam pelos museus nos finais de semana.

Como entrada há as habituais opções: sunomono, shiitake ou shimeji, missoshiru, harumaki de legumes, ikafurai e tartar de salmão ou atum, entre outros. Como prato principal, estão os apreciados robata, as duplas, os combos e ainda bifun, yakisoba de legumes e teppan – itens sempre utilizados com muita criatividade.

Para finalizar, as sugestões de sobremesas: haru-makis de banana com sorvete, de nutela com castanha de caju e sorvete ou o julieta com sorvete. Um cardápio clássico para os amantes da culinária japonesa, mas com um toque diferenciado do chef.

O destaque das bebidas fica para as cervejas japo-nesas Kirin Ichiban e a Sapporo, assim como os tradi-cionais saquês Azuma Kirin Dourado, o Hakushika Tra-dicional e o especial Sake Hakushika Gold, com flocos de ouro. Entre os não alcoólicos, há o tradicionalíssimo banchá, típico chá verde servido nas refeições orientais.

O ambiente caprichado está em harmonia com a alta gastronomia. Com muitos detalhes orientais, as paredes são cobertas por mais de 50 fotos sobre a cultura no Ja-pão: vestimentas, alimentação, paisagens e rituais.

o espaço conta ainda com o cantinho do tatame; uma área premium muito aconchegante para reunir a galera e fazer a refeição nas clássicas mesas baixas. Tudo pensa-do pela decoradora Cristiana Lefèvre.

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Salmão Brulle

Teishoku

Mini sashimi

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Bifun de Frutos do Mar

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Pela vigésima primeira vez, personalidades

do mundo inteiro estarão reunidos – agora

em Paris – para debater a questão da

sobrevivência do planeta, e nenhum grito

tem ecoado com tanta intensidade, há

décadas, do que a posição mais do que

engajada do artista Frans Krajcberg.

coffee break

O planeta pede socorro

ChEmIN DU mONTPARNASSE/ESPACE krAJCBErG

21 avenue du Maineparis, França

De terça a domingo: 14 às 18h – entrada franca

+33 9 50 58 42 22www.espacekrajcberg.com/

A arte/denúncia dekrAJCBErG

dUraNTE mUITOs aNOs este polonês naturalizado brasileiro tem denunciado a destruição sistemática do planeta, em especial a amazônia, por aquilo que ele chega a considerar um verdadeiro massacre. ainda mais por se tratar, no caso da amazônia, de uma floresta única em nosso sistema. a conferência do clima em paris será uma grande oportunidade para mais uma vez Krajcberg emi-tir seu grito de revolta. E ele será ouvido tanto na capital francesa quanto no rio de Janeiro, através de eventos simultâneos, sempre com a presença deste homem que aos 94 anos, encontra forças para denunciar e debater questões vitais à sobrevivência da Terra.

até meados de dezembro, paris vai sediar a 21ª Conferência do Clima (COp 21), com a presença de chefes de Estado e de gover-no dos 196 países-membros da ONU, mas, em âmbito local, as atenções no Brasil estarão voltadas para a realização do grito para o planeta, que acontecerá simultaneamente ao evento na capital francesa – à frente, tanto no rio como em paris, ninguém mais que Krajcberg! Na França, ele tem o Espace Krajcberg, dedicado à sua obra.

há décadas suas esculturas produzidas a partir de troncos e raízes calcinadas pelos incêndios que derrubam densas áreas ver-des para transformá-las em pastos fazem parte de todo um engaja-

por Orlando Santos

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mento do artista para denunciar o agravamento da situação. No grito do planeta, no rio (no Jar-dim Botânico) ou em paris (no museu do Quai Branly), esta denúncia terá grande repercussão mundial. O grito do planeta contará com a parti-cipação de outros artistas, como Cildo meireles, Tunga, Ernesto Neto e Oskar metsavaht. Em ambos, uma vasta programação inclui mostra de filmes de realizadores indígenas e debates.

as propostas apresentadas em nível mundial, todo mundo reconhece, será, como sempre, insuficientes para frear o aquecimento e a des-truição do planeta. mas nada será mais encora-jador do que a luta constante – e até certo ponto dramática – travada por este artista chamado Frans Krajcberg.

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feiras e congressos

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 2224-1349 ou [email protected]

feiras e congressos

13 a 14 - HolandaThe Future of Aromatics 2016Local: Amsterdam, HolandaTel.: +44 (0)20 3141 0624Email: [email protected]/aci/conferences/eu-cam3.asp

26 a 28 - PaquistãoOil & Gas Asia ExhibitionLocal: Karachi, paquistãoTel.: (92-21) 111-222-444Email: [email protected]/index.htm

26 a 28 - NigériaOffshore West Africa 2016Local: Lagos, nigériaTel.: +234 802 223 2864Email: [email protected]/index.html

3 a 5 - Índiaiptex – international Power Transmission Expo 2016Local: Mumbai, índiaTel.: +91 80 25357028Email: [email protected]

8 a 10 - BarémGEO 2016Local: Manama, BarémTel.: +44 207 840 2136Email: [email protected]://geo2016.com/

22 a 24 - EUASubsea Tieback Forum 2016Local: San antonio, TxTel.: +1 918 832 9245Email: [email protected]/

3 a 6 - IraqueBasra Oil & Gas Conference & Exhibition 2016Local: Basra, iraqueTel.: +90 212 356 00 56Email: [email protected]

10 a 11 - peruPeru Energia 2016Local: Lima, peruTel.: (511) 605-2780Email: [email protected]/

18 a 21 - Abu DhabiEnergysummitLocal: Abu DhabiTel.: +971 2 491 76 15Email: [email protected]

2016Janeiro Março

Fevereiro

Todos bem na foto!Para relembrar bons momentos dos grandes eventos do setor, acesse a nossa galeria de fotos no Flickr. Afinal de contas, recordar é viver!

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opiniãode Evandro La Macchia, é mestre em Engenharia de produção na área de Gestão de negócios pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutorando em Engenharia – Sistemas de Gestão Sustentáveis na Universidade Federal Fluminense (UFF.)

A Constituição brasileira determina em seus artigos 176 e 177 que “as jazidas, em lavra ou não, e demais recursos

minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou

aproveitamento, e pertencem à União”.

Estabelece ainda que “Constituem monopólio da União: I – a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos

fluidos.” por este mineral pertencer à União, a Cons-tituição lhe garantiu, ainda, a liberdade de “contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades” da indústria do petróleo (Emenda Consti-tucional n. 9, de 1995). assim, por garantia constitu-cional, “O petróleo é nosso”.

a decisão da liberdade de contratar se deu sob a influência dos ventos democráticos que sopraram no país no final dos anos 1980. Vale lembrar que entre 1953 e 1995, além de monopólio, as atividades da indústria do petróleo deveriam ser exercidas apenas pela petrobras. Uma empresa mista, de capital público e privado, controlada pelo Estado, criada para o exercício do monopólio pelo então presidente getúlio Vargas. Ele entendia que essas atividades deveriam ser exercidas unicamente pelo Estado, declarando que a empresa seria “constituída com capital, técnica e trabalho exclusivamente brasileiros” (Lei 2004/53).

O país seguiu sob o autoritarismo estatal por longo período. Em 1988, porém, foi formalmente inaugurada nossa caminhada democrática. E a indústria do petró-leo passou também a ser influenciada por este novo momento. mas, a despeito das orientações de nossa Carta magna, em 1995, dando plena liberdade à Na-ção de contratar empresas privadas e estatais, ainda no final no ano de 2014 a petrobras era a responsá-vel por 91% da operação de exploração e produção de óleo do país. E por quase 100% das atividades do refino, da logística primária dos líquidos e gás natural, e da importação e exportação de petróleo, gás natural e de derivados combustíveis (aNp 2015). permanece uma espécie de monopólio da indústria no Brasil.

acadêmicos de renome internacional, como mark armstrong e david sappington, em artigo “regulation,

Competition, and Liberalization”, publicado no Journal of Economic Literature (vol. XLIV, p. 325–366, June 2006), destacam que o caminho entre o monopólio e a liberalização de um mercado é longo e difícil de ser atingido. Os autores sugerem que regulações antimo-nopólio devem ser consideradas, pelo menos no perío-do de implantação das liberdades de empreendimento – uma das conquistas das democracias.

seguindo em direção contrária à liberdade de contratar, em 2010, por meio da Lei 12.351, que esta-beleceu o regime de partilha de produção, foi determi-nado que as operações de exploração e produção de petróleo, em áreas definidas como especiais, como as do pré-sal, deveriam ser novamente monopólio da em-presa petrobras. Foi transferido, como nos anos 1950, um monopólio que é da Nação para a empresa petro-bras. Na prática, enquanto durar esta Lei, perde o país sua liberdade de contratar outros operadores. perde também o seu direito de contratar, para as ditas áreas especiais, empresas nacionais ou estrangeiras, ou consócios formados pelas mesmas em que não conste a participação da petrobras em pelo menos 30%.

Nota-se, também, a perda de liberdade da pe-trobras. a despeito do que pense seu Conselho de acionistas ou sua diretoria, a empresa passou a ser obrigada por lei a participar de todos os leilões das áreas especiais, de ter 30% de participação no con-sórcio ganhador, independente de concordar ou não com o conjunto de empresas que o formam, e de ser sempre o operador de tais áreas.

sabemos que a escolha de sócios é uma das liber-dades mais prezadas pelas organizações empresariais. Estas obrigações impostas a petrobras se dão inde-pendentemente das condições econômicas, financei-ras e operacionais vividas pela empresa. É sempre bom lembrar que, apesar de ter como controladora a União, a petrobras tem 54% de outros donos (dados da

dono do petróleono Brasil?

Quem é o

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inFoRMação DE QUALIDADE.

na ponta dos seus dedos

www.tnpetroleo.com.br

A tecnologia da informação se aperfeiçoa em ritmo acelerado. Não basta ser rápido na transmissão dos fatos; é preciso ser eficaz, saber onde prospectar a informação e ser ágil ao transformá-la em notícia.

opinião

petrobras, 2015) que, ao que me consta, nunca foram consultados sobre tais imposições. No leilão realizado em 7 de outubro deste ano, para áreas sob o regime de Concessão, a petrobras exerceu sua liberdade de não participação, opção esta que não lhe é dada nos leilões do regime de partilha.

perdem também as empresas de petróleo, nacionais ou estrangeiras, quando não têm liberdade de partici-par individualmente ou em consórcios sem a presença da petrobras, em novas áreas especiais oferecidas. Estas também são obrigadas a ter a empresa petrobras sempre como operadora das áreas concedidas.

destaca-se que, na formação de consórcios de exploração e produção da indústria de petróleo, duas variáveis são caras às empresas: a decisão de quem vai ser sócio e de quem será o operador. Tal-vez aqui se tenha uma boa explicação para o fato de apenas um consórcio, capitaneado pela petrobras, ter feito uma oferta no primeiro leilão sob o regime de partilha da produção, ocorrido em 2013, tendo sido cedida pela Nação a área, por valor mínimo. Isso ocorreu a despeito do altíssimo potencial de produção e baixo risco geológico da área oferecida, de Libra (aNp).

Fica a pergunta: o que o cidadão brasileiro ganha com este retrocesso? desde os anos 1970, estudos da academia têm demonstrado que os exercícios de mo-nopólio por empresas estatais, não obrigatoriamente atendem aos interesses das nações. O professor mi-chael ross, da Universidade da Califórnia, alerta que o atendimento a interesses destas empresas, governos, grupos ou indivíduos, pode não significar o atendi-mento aos interesses das nações. Neste caso, pode-se transformar o petróleo, ao invés de bênção, em uma verdadeira maldição.

É interessante notarmos que não vemos em paí-ses produtores de petróleo regidos por Estados com virtudes democráticas, tais como Canadá, Estados Unidos, Escócia, Inglaterra, austrália, Noruega, exercícios de monopólio como o recém instalado no Brasil. prevalece nestes países a liberdade em con-tratar a exploração e produção.

hoje se debate no Congresso Nacional essa opera-ção monopolista da petrobras nos campos do pré-sal, em área concedida sob o regime de partilha, com foco na obrigatoriedade de a petrobras deter pelo menos 30% de todo e qualquer consórcio que se apresente para este fim em futuros leilões. Neste caso, a Nação é obrigada a contratar a petrobras, seja individualmente ou em consórcios, tendo a mesma como operadora. a discussão se acentua, dadas as fortes restrições financeiras e de investimento sofridas pela empresa. Os leilões das áreas especiais, cedidas sob o regime de partilha, não poderão ocorrer enquanto a petrobras não apresentar condições operacionais, econômicas e financeiras.

Em sentido contrário às restrições aqui apresen-tadas, segundo relatório da agência Internacional de Energia, World Energy Outlook 2013 (IEa 2013), em capítulo dedicado ao Brasil, a agência indicou que o país tem potencial geológico para descobrir reservas de até 120 bilhões de barris de óleo equivalentes e estimou potencial de produção de 6 milhões de barris por dia em 2035.

Está novamente colocada a questão se o desenvol-vimento do potencial de riquezas ficará subordinado às dimensões e restrições vividas pela petrobras ou se a Nação terá a liberdade garantida pela Constituição de contratar a operação de outras empresas. a verda-deira discussão que devemos ter é: quem é o dono do petróleo no Brasil?

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revista TN Petróleo

Edição especial Retrospectiva 2015

Contato

Tels.: +55 21 2224 1349 / 21 3786 8245

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Este é um ano muito especial para a TN Petróleo. Estamos entrando no 17º ano de experiência e conhecimento no mercado brasileiro de petróleo, gás e energias alternativas. A TN Petróleo é fonte indiscutível de informação para esse movimentado mercado.Mais do que apenas retratar os novos cenários da indústria,após a flexibilização do mercado, a TN Petróleo ajudou a mostrar a história de pioneirismo desse mercado e os novos desafios enfrentados pela indústria brasileira de petróleo. as páginas da revista sempre apresentam aos investidores - estrangeiros e nacionais - as oportunidades e o imenso potencial de nosso país.

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