TN Petróleo 80

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opinião Ano XII • nov/dez 2011 • Número 80 • www.tnpetroleo.com.br HRT: um ano de IPO Coberturas: Rio Pipeline, OTC Brasil, Vitória Oil & Gas, Sustentável 2011 Alerta no setor de petróleo e gás Revista Brasileira de TECNOLOGIA e NEGÓCIOS de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis Entrevista exclusiva José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) Negócios em alta A nova cláusula arbitral proposta pela ANP, por André Osório Gondinho e Renata de Freitas Carvalho Montagem do Gasoduto Gastal no túnel da Serra do Mar, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira e Francisco Chagas de Medeiros O pré-sal e as novas perspectivas do licenciamento ambiental, por Fábio Medina Osório e José Mauro de Lima O’ de Almeida O petróleo e a ilusão do golpe de sorte, por Fabricio Dantas Leite Tributação pelo ISS nas atividades de E&P de hidrocarbonetos, por Maria de Fátima Caldas Guimarães O conteúdo local e a indústria nacional de bens e serviços, por Flavia Maya Geração Y: pense na carreira em longo prazo, por Jorge Martins Estratégias contratuais em operações de fusão e aquisição, por André de Almeida ESPECIAL: REVESTIMENTO DE DUTOS de tecnologia pura Uma camada Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados, de Bernardo Moreira, sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.

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Revista Brasileira de Tecnologia e Negócios de Petróleo, Gás, Petroquímica, Química Fina e Biocombustíveis

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oAno XII • nov/dez 2011 • Número 80 • www.tnpetroleo.com.br

HRT: um ano de IPO

Coberturas: Rio Pipeline, OTC Brasil, Vitória Oil & Gas, Sustentável 2011

Alerta no setor de petróleo e gás

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Entrevista exclusiva

José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP)

Negócios em alta

A nova cláusula arbitral proposta pela ANP, por André Osório Gondinho e Renata de Freitas Carvalho

Montagem do Gasoduto Gastal no túnel da Serra do Mar, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira e Francisco Chagas de Medeiros

O pré-sal e as novas perspectivas do licenciamento ambiental, por Fábio Medina Osório e José Mauro de Lima O’ de Almeida

O petróleo e a ilusão do golpe de sorte, por Fabricio Dantas Leite

Tributação pelo ISS nas atividades de E&P de hidrocarbonetos, por Maria de Fátima Caldas Guimarães

O conteúdo local e a indústria nacional de bens e serviços, por Flavia Maya

Geração Y: pense na carreira em longo prazo, por Jorge Martins

Estratégias contratuais em operações de fusão e aquisição, por André de Almeida

ESPECIAL: REVESTIMENTO DE DUTOS

de tecnologia puraUma camada

Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados, de Bernardo Moreira, sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.

5 DAYS IN DECEMBER

500 SPEAKERS •50 MINISTERS •500 CEOs•500 MEDIA 5000 DELEGATES

The 20th World Petroleum Congress4-8 December 2011, Doha, Qatar

www.20wpc.com

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TN Petróleo 80 1

VAMOS CONSTRUIR UM NOVO FUTURO ENERGÉTICO. VAMOS JUNTOS.Há 98 anos, a Shell investe no Brasil. E, cada vez mais, acredita em um novo consumidor mais consciente

e responsável em relação à energia. A Shell foi a primeira empresa privada a produzir petróleo na Bacia

de Campos. Desde 1998, investimos mais de 6 bilhões de Reais em projetos de Exploração e Produção

no país, que se a� rma como uma área estratégica para o Grupo Shell. Recentemente con� rmamos

os investimentos para a segunda fase de produção do Parque das Conchas e, nos próximos

dois anos, a companhia prevê a perfuração de sete a dez poços no país. Além disso, este

ano iniciaremos a fase de exploração nos cinco blocos em terra na Bacia de São Francisco.

Nossa caminhada rumo a um novo futuro energético já começou. Vamos juntos.

www.shell.com.br/vamosjuntos

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sumário edição nº 80 nov/dez 2011

Entrevista exclusiva

Relatório Ernst & Young

HRT

Especial: revestimento de dutos

com José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP)

Negócios em alta

Uma camadade tecnologia pura

Alerta no setor de petróleo e gás

Um ano de IPO

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entrevista exclusiva

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Em rEsPosTa ao incremento con-tínuo de suas atividades no setor, a empresa tem colhido bons resultados operacionais, tanto onshore quanto offshore. E pretende intensificar ainda mais sua atuação em E&P, aprovei-tando as oportunidades do mercado brasileiro de óleo e gás, extremamente aquecido. Quem garante isso é José augusto Fernandes, CEo da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).

TN Petróleo – o Grupo Queiroz Galvão completa 58 anos este ano. Qual a importância do negócio que é o único de capital aberto do grupo?

José Fernandes – o negócio de exploração e produção veio comple-mentar as atividades já desenvolvi-das pelo grupo na área de óleo e gás (construção e serviços de perfuração) dando maior abrangência a este seg-mento. a abertura de capital da QGEP foi uma consequência natural do seu crescimento e foi estratégica para a alavancagem de capital para o seu desenvolvimento.

Em julho, a QGEP anunciou a com-pra da fatia da Shell na exploração do bloco BM-S-8, na Bacia de San-tos. Qual a importância desse farm in para os negócios da empresa?

Há planos de novas aquisições por meio de farm in?

a QGEP está sempre atenta às oportunidades do mercado. a aqui-sição da fatia da shell no bloco Bm-s-8 é importante porque reafirma o compromisso de ampliar e diversificar nosso portfólio, assumido com o mer-cado. Com esta aquisição, a QGEP passa a figurar no seleto grupo de empresas que possuem assets do pré--sal brasileiro.

Em que pé estão as atividades no bloco BMS-12, também na Bacia de Santos, onde a empresa tem 30% e o bloco é operado pela Petrobras? Quantos poços já foram perfurados e quantos ainda serão, no total? Quan-tos prospectos serão testados? Quais as expectativas da empresa em rela-ção a esse ativo? Quanto ainda falta para se atingir a profundidade final do poço, estimada em 6.400 metros?

a atividade exploratória no Bloco Bm-s-12 continua como planejada. a perfuração neste bloco foi iniciada em julho de 2011 com a sonda Lone star. o poço Ilha do macuco (3-sCs-15) visa provar a extensão das descobertas realizadas pelo poço Ilha Bela (1-sCs-13) em 2008 nos prospectos santos#1 (arenito do oligoceno) e santos#2

(arenito do cenomaniano / albiano), bem como testar os prospectos de santos#3 (carbonato do albiano) e santos#4 (carbonato do pré-sal). após a conclusão da primeira etapa da perfuração, quando a profundidade de 2.200 m foi atingida, a sonda Lone star foi substituída pela sonda ocean Baroness, que concluirá a perfuração como previsto inicialmente. a profun-didade final de 6.400 m deverá ser atingida em três ou quatro meses. os testes de avaliação serão realizados ao final da perfuração, incluindo o prospecto santos#4, que apresenta um alto potencial em reservatórios do pré-sal.

E no bloco BS-4, também na Bacia de Santos, onde a QGEP é operadora? O que pode ressaltar desta exploração e qual a importância deste bloco, onde a companhia já possui duas descobertas?

a QGEP anunciou no dia 20 de setembro de 2011 que adquiriu 30% de participação no Bloco Bs-4 localizado na Bacia de santos, como já foi dito. a área engloba os campos de óleo de atlanta e oliva, que somam, de acordo com os Planos de Desenvolvimen-to aprovados pela agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (aNP), volumes superiores a 2,1 bi-

NegóciosJosé Augusto Fernandes, CEo da Queiroz Galvão

Exploração e Produção (QGEP)

Já em seu primeiro ano de existência, o braço de exploração e

produção do Grupo Queiroz Galvão é considerado a quarta maior

companhia, frente a todas as empresas do setor de E&P no Brasil em

termos de produção diária em barris equivalentes de petróleo.

por Maria Fernanda Romero

em altao NEGóCIo DE

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lhões de barris de óleo in situ. o Bloco está localizado a 185 km da costa em área de alta prospectividade do pré--sal da Bacia de santos, próximo ao Campo de Libra, potencialmente um dos maiores dessa região. a trans-ferência dos direitos de participação no bloco está sujeita à aprovação da aNP. a QGEP será a operadora do Blo-

co Bs-4, exercendo deste modo sua qualificação de operadora de águas profundas.

Em agosto deste ano houve o fecha-mento temporário para manutenção de poços de produção de gás no Campo de Manati, na Bacia de Camamu, onde a QGEP tem 45% de participação.

Essa parada prejudicou a exploração na região baiana? Qual a perspectiva de vida útil de Manati?

o atraso no retorno da capacida-de total está relacionado à logística necessária para a manutenção e, de acordo com o cronograma mais atu-alizado da operadora, a Petrobras, o Campo de manati deverá retornar à

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especial: revestimento de dutos

Uma camada

a inovação e a busca contínua de soluções que assegurem a integridade de dutos e tubulações – utilizados desde a perfuração de poços até o transporte de derivados de petróleo – vêm mobilizando as empresas fornecedoras de bens e serviços. E elas têm investido pesado não apenas em novos materiais e processos na confecção desses equipamentos, como também em revestimentos que garantam maior longevidade e segurança à cadeia produtiva de óleo e gás. Não somente para atender às demandas e exigências dos próprios operadores de dutos, mas também para garantir uma operação mais segura e de menor impacto socioambiental.

Os investimentos em pesquisa e desen-volvimento na área de revestimento de dutos no setor de petróleo e gás,

tanto onshore como offshore, vêm se mostrando tão essenciais para essa indústria quanto a própria ati-vidade de exploração e produção de hidrocarbonetos. Isso porque tais tubulações ou dutos estão presentes em praticamente toda a cadeia produtiva da E&P, desde a perfuração de poços e o escoamen-to do óleo e gás produzidos no mar ou em terra firme ao transporte de derivados de petróleo que serão entregues ao consumidor final.

Em virtude do envelhecimento natural dos dutos e, principalmen-te, do desgaste e danos inerentes à própria atividade, esses equipa-mentos demandam, mais além do contínuo monitoramento e inspe-ção da malha, serviços permanen-tes de manutenção e reabilitação da malha. Assim, tubulações e malhas de dutos, feitos de aços especiais e materiais que tenham alta resistência e, portanto, mais seguros, ganham uma camada protetora de tecnologia pura, das mais simples aplicações aos mais sofisticados processo, tudo isso para garantir a integridade dos mesmos e a confiabilidades das operações.

por maria Fernanda Romero

de tecnologia pura

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Um latente descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas fará com que os preços do petróleo e do etanol no mundo subam, respectivamente, 43,1% e 125,9% até o final da década. No Brasil, no entanto, as altas médias serão menores, alcançando 18,7% e 7% até 2020.

AlertAno setor de petróleo e gás

Mesmo o país não sendo tão afe-tado por esse movimento, os preços em traje-tória ascendente

serão um fator limitante para o desenvolvimento de praticamente todas as economias, traduzindo-se em um hiato de 0,52 ponto percen-tual em relação ao crescimento potencial do PIB mundial a cada ano, até o final da década. Estas são algumas das conclusões do estudo inédito “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, desenvol-vido pela Ernst & Young Terco em parceria com a FGV Projetos, e que marca o lançamento do Cen-tro de Inteligência de Petróleo e Gás da empresa no país e conta-rá com mais de cem profissionais com foco nessa indústria.

“Trata-se de um extenso estudo que projeta diversos cenários, no Brasil e no mundo, para a oferta, o preço e a demanda por petróleo, gás e etanol, até 2020, e as conse-quências advindas desse panorama para o desenvolvimento econômi-co. O setor de petróleo, etanol e gás é estratégico e essencial para o crescimento do país, por isso, entendê-lo melhor ajudará na pró-pria formulação de políticas pú-blicas”, afirma Elizabeth Ramos, sócia para o setor de petróleo e gás da Ernst & Young Terco.

O estudo foi baseado em um modelo computacional dos merca-dos de energia e suas interações. Ele possibilita projetar os movi-mentos de preços no longo prazo a partir do comportamento de um conjunto de drivers ou condicio-nantes físicos, econômicos, tec-nológicos e político-institucionais da oferta e da demanda. Com base nesse modelo, é possível ainda identificar os condicionantes mais relevantes para cada mercado.

A análise dos resultados desse modelo permite concluir que, du-rante a presente década, o cená-rio global será marcado por uma demanda crescente, movimentos incipientes e insuficientes de subs-tituição e eficiência energética, um crescimento econômico ainda dependente do petróleo e uma ex-pansão de oferta incerta e concen-trada no período pós-2015. “Esses fatores farão com que o preço do petróleo passe a subir já a partir de 2011. De 2017 em diante, o mo-vimento começa a arrefecer com a entrada gradativa em operação de novas reservas e com medidas de substituição e eficiência ener-gética começando a surtir efeito”, analisa Fernando Blumenschein, coordenador da FGV Projetos.

No Brasil, o reflexo dessa reali-dade de preços em alta dependerá da disposição política em transmiti--la ao consumidor final. Por aqui, antes de 2015, de acordo com o Brasil Sustentável, não deve haver aumentos sistemáticos de preço – inclusive, este pode não se alterar durante todo o período analisado.

“O estudo mostra que o fato de a Petrobras exercer um contro-le sobre os preços da gasolina e do etanol praticados diretamen-te ao consumidor faz com que o Brasil usufrua de uma condição

privilegiada em relação ao resto do mundo, no que diz respeito ao impacto do setor de combustível sobre o desempenho do PIB na-cional e no controle de preços”, avalia Elizabeth.

No entanto, acredita-se que, mais cedo ou mais tarde, será ne-cessária uma transição para um regime em que os preços no Brasil acompanhem mais de perto os do mercado internacional. Caso isso de fato aconteça, em 2020, o preço médio da gasolina no Brasil pode alcançar R$ 3,53/ litro, represen-tando um acréscimo de até 41% em relação ao valor cobrado hoje.

De acordo com o levantamento, a produção aumentará, principal-mente, graças a novas fronteiras petrolíferas, como o pré-sal bra-sileiro, que deve representar, até 2020, uma expansão de 77% da oferta atual de petróleo do país. São essas novas reservas do Brasil – somadas àquelas que entrarão em operação em outras regiões do mundo – que ajudarão a compensar a exaustão de reservas de diversas áreas produtoras.

Mas a crescente indisponibi-lidade de “oferta barata” de deri-vados de petróleo limitará o cres-cimento de alguns países – e de forma desigual. “Porém, no geral, todos serão afetados. Nos EUA, por exemplo, nosso estudo apontou que o crescimento econômico será limi-tado, na mediana, em 0,61 ponto percentual por ano. Já no Brasil, esse hiato deverá ser um pouco menor, de 0,42 ponto percentual ao ano”, comenta a sócia da Ernst & Young Terco.

No quesito consumo, a expan-são nesta década ocorrerá nos países emergentes. O Brasil terá um aumento de 29% em sua de-manda, passando a representar 4% do consumo mundial ao final de 2020. Projeta-se que, até lá, o país será responsável por 5% da

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Em outubro deste ano, a brasileira HRT comemorou um ano do seu IPO

(Oferta Pública Inicial, do inglês Initial Public Offering) e anunciou que

reduziu, por força da crise financeira global, de 31 para 19 o número

de poços de petróleo a serem perfurados em 2012. por Maria Fernanda Romero

uM anO dE IPO

HRT

“EsTaMOs aPEnas com um ‘pé no freio’ para proteger nossos negó-cios, mas conseguimos renegociar contratos com parceiros e fornece-dores dispostos a não perder negó-cio e geramos assim uma economia de cerca de 250 milhões de dóla-res”, afirmou o CEO da petroleira, Márcio Rocha Mello.

Os investimentos da HRT pre-vistos para o ano, no entanto, não foram reduzidos e, em 2012, a com-

panhia planeja fazer aportes da ordem de 750 milhões de dólares, o valor deve ser o mesmo para 2013. Segundo o executivo, os fornecedo-res da HRT preferem vender pouco, mas por muito tempo.

A empresa completou no dia 25 de outubro um ano do IPO e, inovando, promoveu no dia an-terior na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), um curso sobre geologia do petróleo para ana-

listas e jornalistas. Na ocasião, a companhia também apresentou um overview, com seus principais resultados durante seu primeiro ano de operações.

O CEO da HRT informou que a empresa quer participar do leilão A-5, em dezembro, como fornecedora de gás natural para uma termelétrica a ser instalada próximo à descoberta da Bacia do Solimões (AM).

Marcio explicou que o acordo com a TNK é importante no caso de atraso na produção de gás na Bacia do Solimões, para que a empresa não sofra punições pela falta do energético. “Esperamos apresentar no início do ano que vem o plano de avaliação e de-senvolvimento da descoberta da Bacia do Solimões, mas adianto que em três anos, esperamos estar produzindo até 10 milhões de m3/dia na região”, concluiu.

Sobre o acordo de compra da participação da Petra nos campos da Bacia do Solimões pela TNK, ele disse que deve ser fechado em breve, viabili-zando assim a garantia de for-necimento para a HRT.

Marcio acrescentou que, no momento, a HRT está conversan-do com empresas interessadas em comprar o gás deles e que a ideia é construir uma planta de fertilizantes próximo à des-coberta. “Os dutos para escoa-mento do gás seriam construídos pela própria dona da planta de

fertilizantes ou da termelétrica. Daí elas mesmas terão de buscar alternativas para escoar o gás produzido pela HRT”, comen-tou, não fornecendo o nome dos players interessados.

Sobre a notícia de que a Pe-trobras não estaria interessada em compartilhar o gasoduto que possui na Bacia do Solimões com a HRT, Marcio esclareceu: “Não solicitamos à Petrobras a utiliza-ção do gasoduto Urucu-Manaus para escoamento do energético. Não temos nenhuma conversa com a Petrobras nesse sentido. Não entendo a declaração de executivo da empresa dizendo

que não podemos usar o duto deles. A interpretação que tenho disso é que o duto está satura-do”, ressaltou.

O plano da HRT inclui nove sondas em 2012, sendo uma de workover para intervenções nos poços e perfuração de poços rasos e mais oito com capaci-dade de perfuração de 4.000 m. Além disso, para exploração na Bacia do Solimões, a empresa contratou quatro sondas com a ATI-HH, que serão construídas na China e chegarão a Manaus em maio de 2012. As sondas têm capacidade de perfuração de 4.000 m.

A venda de 45% dos direitos de concessão sobre 21 blocos lo-calizados na Bacia do Solimões à companhia anglo-russa TNK-BP, foi acertada em outubro e envolve uma área de cerca de 48.500 km2, nego-ciado a US$ 1 bilhão.

Assim que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) aprovar a cessão de direitos de concessão da Petra Energia para a HRT, a empresa efe-tuará a transferência e receberá o valor ao longo de dois anos.

“Somaremos a experiência de ambas para melhor desenvolver nossas áreas”, disse o CEO da HRT, Marcio Mello.

A brasileira permanecerá como operadora dos blocos e terá ainda direito a pagamentos adicionais pela

TNK-Brasil, que incluem o reembolso de custos passados e pagamentos futuros (earn-out), US$ 0,73/bbl para cada barril acima de 500 milhões de boe do total de reservas 2P, podendo atingir US$ 5 bilhões, por um período de dez anos a contar da aprovação da transferência pela ANP.

Para o vice-presidente de ups-tream (exploração e transporte de petróleo) da TNK, Alexander Dodds, o acordo com HRT ajuda a expan-são global da companhia, que tem produção de 17 mil barris no Vietnã e parceria com a estatal PDVSA na Venezuela para o desenvolvimento de diversos blocos.

De acordo com Dodds, faz parte da meta da empresa continuar au-mentando sua produção nos próxi-mos anos, especialmente na área de gás. “Temos um parque na Rússia para produzir um milhão de barris em 2020, e estamos em busca de

tecnologias para desenvolver este parque”. O executivo afirmou que o objetivo é fazer com que o gás re-presente 20% do Ebitda da empresa em 2020.

A TNK-Brasil terá a opção de ad-quirir 10% adicionais dos direitos de concessão da HRT nos blocos do Solimões (call), que será precificada com base nos valores de recursos e reservas. Não havendo o exercício da call, a HRT terá o direito de venda dos mesmos 10% para a TNK-Brasil, em termos similares.

“Na falta de novos leilões de áreas de exploração de petróleo no Brasil, investidores interessados em atu-ar no país passaram a se associar a concessionárias que já possuem di-reitos exploratórios, a exemplo desta aquisição”, afirmou o diretor da ANP, Helder Queiroz, informando que a reguladora está analisando “muitas outras operações deste tipo”.

aquisição russa

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CONSELHO EDITORIAL

Affonso Vianna Junior

Alexandre Castanhola Gurgel

André Gustavo Garcia Goulart

Antonio Ricardo Pimentel de Oliveira

Bruno Musso

Colin Foster

David Zylbersztajn

Eduardo Mezzalira

Eraldo Montenegro

Flávio Franceschetti

Francisco Sedeño

Gary A. Logsdon

Geor Thomas Erhart

Gilberto Israel

Ivan Leão

Jean-Paul Terra Prates

João Carlos S. Pacheco

João Luiz de Deus Fernandes

José Fantine

Josué Rocha

Luiz B. Rêgo

Luiz Eduardo Braga Xavier

Marcelo Costa

Márcio Giannini

Márcio Rocha Melo

Marcius Ferrari

Marco Aurélio Latgé

Maria das Graças Silva

Mário Jorge C. dos Santos

Maurício B. Figueiredo

Nathan Medeiros

Paulo Buarque Guimarães

Roberto Alfradique V. de Macedo

Roberto Fainstein

Ronaldo J. Alves

Ronaldo Schubert Sampaio

Rubens Langer

Samuel Barbosa

OTC Brasil 2011

100 A nova cláusula arbitral proposta pela ANP, por André Osório Gondinho e Renata de Freitas Carvalho

102 Montagem do Gasoduto Gastal no túnel da Serra do Mar, por Conrado Serodio, José Guido de Oliveira e Francisco Chagas de Medeiros

110 O pré-sal e as novas perspectivas do licenciamento ambiental, por Fábio Medina Osório e José Mauro de Lima O’ de Almeida

114 O petróleo e a ilusão do golpe de sorte, por Fabricio Dantas Leite

118 Tributação pelo ISS nas atividades de E&P de hidrocarbonetos, por Maria de Fátima Caldas Guimarães

120 O conteúdo local e a indústria nacional de bens e serviços, por Flavia Maya

123 Geração Y: pense na carreira em longo prazo, por Jorge Martins

124 Estratégias contratuais em operações de fusão e aquisição, por André de Almeida

34 Rio Pipeline 2011 Expansão futura mobiliza setor dutoviário

72 Vitória Oil & Gas 2011 Espírito Santo em debate

59 Tecnologia em exposição66 A sinergia do X69 Universidades e indústria reforçam parcerias

5 editorial 6 hot news 10 indicadores 34 eventos 76 perfil profissional 79 caderno de sustentabilidade

92 pessoas 94 produtos e serviços 126 fino gosto 128 coffee break 130 feiras e congressos 131 opinião

Ela veio pra ficar

artigos

Ano XII • Número 80 • nov/dez 2011Fotos: Agência Petrobras e Ricardo Almeida

seções

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TN Petróleo 80 55 54 TN Petróleo 80

eventosCobertura OTC Brasil 2011

Ela vEiO pra fiCar

Com um público especializado de mais

de dez mil pessoas, a primeira edição

brasileira da Offshore Technology

Conference supera expectativas e

leva organizadores a confirmarem

novas edições a cada dois anos. Além do programa técnico,

a OTC Brasil 2011 promoveu uma exposição de empresas da

comunidade global offshore que apresentaram novidades e

soluções tecnológicas para o setor.

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da

por Karolyna Gomes, Maria fernanda romero e rodrigo Miguez

A primeira edição da OTC Brasil supe-rou a expectativa dos organizado-res , recebendo mais de dez mil

visitantes em três dias de even-to. Entre os destaques da pro-gramação da OTC Brasil esti-veram as sessões técnicas que abordaram questões relevantes da exploração offshore, como so-luções inovadoras para acelerar o desenvolvimento de campos de petróleo, a questão da garantia de escoamento, os desafios da exploração de reservatórios car-

bonáticos, engenharia de poço, entre outros temas relevantes para essa indústria.

A conferência contou com o apoio de três organizações na-cionais: a Associação Brasileira de Engenharia Química (Abeq), a Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) e a Sociedade Brasileira de Geofísicos (SBGF). O evento também recebeu o apoio da Rio Negócios, da Rio Business Agency, e contou com palestrantes da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e do escritório de Comer-cio Exterior do Ministério do

Desenvolvimento, Indústria e o Departamento do Comércio dos Estados Unidos.

Mais de 400 empresas, de 23 países, participaram do evento, distribuídas em estandes insta-lados em dois pavilhões do Rio-centro, nos quais apresentaram as mais modernas soluções em produtos e serviços de explo-ração e produção offshore. Do total de expositores, 90 eram empresas brasileiras, demons-trando a competitividade da in-dústria local em um mercado que atrai cada vez mais players de todo o mundo.

4 TN Petróleo 80

BARCAS S/ABARCAS S/A

Universidade Federal

Fluminense

Copiadora

FUTURO

TN Petróleo 80 5

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DISTRIBUIÇÃO Benício Biz Editores Associados.

Os artigos assinados são de total responsabilidade dos autores,

não representando, necessariamente, a opinião dos editores.

TN Petróleo é dirigida a empresários, executivos, engenheiros, geólogos,

técnicos, pesquisadores, fornecedorese compradores do setor de petróleo.

O setor de óleo e gás no país vive um paradoxo. Passa hoje pelo mais auspicioso período

de sua história, com altos investi-mentos (inclusive de investidores externos), perspectivas de dobrar a produção e o volume de reservas nessa década, alto índice de inova-ção e incorporação de tecnologias, um parque de refino e petroquímico em expansão, além de ter alavanca-do a indústria nacional e contribuído, significativamente para o avanço da economia do país.

Mas, ao mes-mo tempo, vive o maior impasse desde a quebra do monopólio da exploração e pro-dução de petróleo e gás no país, há pouco mais de uma década. A começar pela inde-finição em torno da próxima rodada de licitação de áreas exploratórias, que não é realizada desde 2008 pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

A descoberta dos enormes reservatórios abaixo da camada do pré-sal, que acirrou o interesse de companhias do mundo inteiro por blocos localizados em uma faixa de 800 km da costa brasileira, fez o Governo e o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) adiarem novas licitações.

Essa indefinição, que se arrastou por dois, enquanto o Congresso discu-tia a questão do regime de partilha e a cessão onerosa, dava sinais de que teria fim após a aprovação dessas novas regras. No entanto, uma vez aprovada a mudança na legislação, o potencial de reservas e de produção – que vai gerar um volume de royalties que o país jamais viu – acirrou nova-mente os interesses. Dessa vez de grande parte de estados brasileiros, pois eles não seriam beneficiados por tais riquezas, uma vez que a camada do pré-sal se estende do litoral norte de Santa Catarina até o sul capixaba,

abrangendo três bacias (Santos, Cam-pos e Espírito Santo).

Assim, a aprovação de novo Projeto de Lei que altera a distri-buição dos royalties, reduzindo a participação da União nesse valio-so bolo, que será ‘fatiado’ agora por todos os estados da federa-ção, produtores e não produtores, cria novo impasse.

O risco de que essa questão seja levada ao Supremo Tribunal Federal (STF), coloca por terra as expecta-tivas de realização da 11ª rodada de licitação de blocos exploratórios, assim como o primeiro leilão do pré-sal. Autoridades do setor de energia já afirmaram que os dois serão realizados no próximo ano, de qualquer forma.

Mas muitos acreditam que as áreas próximas ao do pré-sal continuarão seguras nas mãos da ANP enquanto não houver consenso em trono da distribui-ção dos royalties. E que as demais áreas não atrairão os recursos das companhias que vêm investindo no país, acreditan-do no marco regulatório brasileiro que vigora há mais de uma década.

Enquanto legisladores e governan-tes, em todas as esferas, não encon-tram uma solução satisfatória para todos – o que parece cada vez mais difícil, pois ninguém quer abrir mão dos royalties – o país sai perdendo com as incertezas que marcam um dos mais importantes setores da economia brasileira.

Todos podem sair perdendo. Alguns já sofreram o primeiro golpe: as instituições de pesquisa e universi-dades, sempre aquinhoadas com parte dessas riquezas para alavancar a P&D ficaram de lado no novo Projeto de Lei. E o que se teme é que a partilha de riquezas, em meio a tantos interes-ses, acabe atropelando o desenvol-vimento sustentável do país... nosso sonho há décadas.

Ano dos impasses

Filiada à

editorial

Benício BizDiretor executivo da TN Petróleo

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A novA unidAde começará suas operações recebendo as linhas de produção da retroescavadeira 416e e da carregadeira 924H, equipamentos até então fabricados em Piracicaba (SP) e que integram a família da divisão de Produtos de Construção Leve da Caterpillar. os investimentos na planta, que passou por reforma e ampliação, totalizam R$ 170 milhões e, o número de empregos diretos ge-rados, 260 atualmente, deve subir para mil até a fábrica atingir plena capacidade produtiva em 2013.

Segundo o presidente da Cater-pillar, Luiz Carlos Calil, a decisão da empresa em investir na implantação de uma nova unidade é resultado do plano de expansão dos negócios da fábrica, da economia estável do país e da perspectiva de continuidade da crescente demanda por obras de in-fraestrutura no país. destaca ainda que a posição geográfica de Campo Largo, no corredor de exportação para o Mercosul, também foi importante no momento da escolha do local.

“esta nova fábrica produzirá retro-escavadeiras e carregadeiras de rodas de pequeno porte para o mercado doméstico e também para exportação, com foco destacado na América Lati-na, um mercado que apresenta forte demanda para estes equipamentos. Somos hoje líder no mercado interno e a 19ª maior exportadora brasileira.

Portanto, Campo Largo se configura, naturalmente, como um bom lugar para a Caterpillar reforçar esta po-sição e buscar objetivos mais ainda ousados” destaca Calil.

Para o prefeito de Campo Largo, edson Basso, a inauguração da Ca-terpillar representa o bom momento de crescimento e desenvolvimento do município. “É uma empresa sóli-da, que veio para ficar, agora quere-mos investir também em pequenas e médias empresas, que possam atender às demandas das grandes”, disse. Segundo ele, a cidade tem boa infraestrutura e investe na for-mação de mão de obra qualificada. “Campo Largo está atraindo várias empresas e nós estamos preparados para isso”, afirmou.

Basso lembra que nos últimos anos a ascensão de Campo Largo passou a ser destaque no cenário paranaense: “Recebemos grandes investimentos, grandes indústrias e realizamos muitas parcerias em diversas áreas. A Caterpillar faz par-te dessas conquistas e, no próximo ano – quando a sua produção será plena –, vamos colher ótimos frutos, sem falar na grande quantidade de empregos gerados para os campo--larguenses”, ressaltou.

Com 57 anos de atividades no país, a Caterpillar tem sede em Piracicaba, interior de São Paulo, e é considerada uma das mais importantes bases de exportação para mais de 120 países. Ademais, a empresa é a 20ª maior ex-portadora do país.

deSde o LAnçAMento, em ju-nho deste ano, o Programa Progredir já viabilizou a realização de 148 ope-rações de financiamento, em todo o país, com volume de cerca de R$ 719 milhões. desse total, R$ 136 milhões referem-se às 43 operações concretiza-das com empresas paulistas. “Somente nos últimos 60 dias foram fechados 85 financiamentos em todo o território

nacional”, ressaltou a consultora do Programa, Maria Gibbon, em seminário realizado em São Paulo.

em sua apresentação, Maria Gibbon explicou que o Progredir visa viabilizar, de forma ágil e padronizada, a oferta de crédito a custo reduzido para todas as empresas que integram a cadeia de fornecedores da Petrobras. o programa faz parte das ações estratégicas previs-

tas pelo Plano de negócios 2011-2015 da estatal para o fortalecimento e am-pliação de sua cadeia produtiva e foi desenvolvido em parceria com os seis maiores bancos de varejo do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa econômica Federal, itaú, HSBC e Santander) e com o Programa de Mobilização da indús-tria nacional de Petróleo e Gás natural (Prominp).

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Caterpillar inaugura unidade industrial no Paraná

Programa Progredir: 148 empréstimos, totalizando R$ 719 milhões

A Caterpillar Brasil inaugurou em outubro sua nova unidade industrial no país, em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (PR). O projeto para a instalação da Caterpillar na cidade teve início em setembro do ano passado com a aquisição de uma antiga fábrica desativada em 2001.

Mary Bell, vice-presidente da Caterpilllar; Luiz Carlos Calil, presidente da Caterpillar Brasil; Beto Richa, gover-nador do Paraná; Chris Schena, vice-presidente da Caterpillar e o prefeito de Campo Largo, Edson Basso

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diviSão de áGuA da multinacional francesa veolia environnement, a veo-lia Water Brasil está instalando em sua planta de Cotia (SP) um laboratório de apoio às suas operações e serviços. Com toda a estrutura física pronta, a unidade deverá estar em pleno fun-cionamento no início de 2012.

o laboratório terá múltiplos usos, tanto no apoio aos contratos de operação e suporte às unidades móveis, como na análise de água e efluentes, testes de tratabilidade de efluentes (com pilotos de bancada de ultrafiltração) e osmose reversa. Será responsável também pelo con-trole de qualidade da planta de Sdi (Serviço de deionização integral) da empresa, em Cotia.

também serão oferecidos serviços laboratoriais para autópsia de mem-branas de osmose reversa, com a de-terminação dos depósitos orgânicos e inorgânicos e análises BSW (Basic Sediments and Water) para deter-minação de teores de óleo, água e sólidos em amostras de borras oleosas.

“Com a autópsia de membranas poderemos fazer as melhores reco-mendações de adequação do pré-

-tratamento, bem como a indicação dos melhores produtos químicos”, explica Francisco Faus, diretor de soluções da veolia Water Brasil. “to-dos os procedimentos desse serviço estão de acordo com os mesmos executados pelo centro de pes-quisas da veolia na França, onde nossos técnicos foram treinados.”

“Já a análise BSW é importante para o serviço de recuperação de borras oleosas que estamos começando a oferecer para a indústria petroquímica”, explica Faus. o laboratório vai servir ainda de showroom dos purificadores de água da veolia, marca elga, que estarão em exposição no local, em funcionamento. “também testare-mos os equipamentos elga antes de serem enviados ao cliente”, destaca o executivo, concluindo: “o novo laboratório está em sintonia com a nossa estratégia SvR de oferecer ao mercado, serviço, valor e res-ponsabilidade.”

A indúStRiA do petróleo e gás deve contratar, pelo menos, 212 mil trabalha-dores nos próximos três anos. A estima-tiva é do consultor da coordenação do Programa de Mobilização da indústria nacional de Petróleo e Gás natural (Pro-minp), Marco Antonio Ferreira.

Ferreira participou no dia 1º de no-vembro de um debate sobre o pré-sal na sede da Federação das indústria do es-tado de São Paulo (Fiesp). Segundo ele, o Prominp fez no ano passado um estudo para saber qual a demanda de mão de obra da indústria do petróleo até 2014. o estudo apontou que pelo menos 212 mil vagas de emprego serão abertas no setor. “essas são as lacunas que verificamos em nosso plano de negócios”, disse.

o Prominp é um programa do go-verno federal criado para treinar tra-balhadores para atuarem no setor de petróleo e gás natural. Ferreira explicou que a coordenação do programa levanta os investimentos programados e estima quantos trabalhadores serão necessários para que os projetos sejam executados.

Quando a demanda é detectada, o Prominp promove cursos de quali-ficação, que treinam os trabalhadores para que estejam aptos a trabalhar nos projetos programados. de acordo com Ferreira, 78 mil trabalhadores já foram qualificados desde 2006. nú-mero que deve aumentar por causa do desenvolvimento da cadeia do petróleo.

Veolia Water Brasil inaugura, em 2012, laboratório em Cotia (SP)

Prominp: indústria do petróleo vai precisar de 212 mil trabalhadores até 2014

A Petrobras e a universidade Federal de Minas Gerais (uFMG) inauguraram no dia 1º de no-vembro dois laboratórios que têm o objetivo de ampliar a infraes-trutura do país para ensaios de desenvolvimento de combustíveis associados a análises de suas pro-priedades e combustão.

Com investimentos de R$ 5 milhões, o Laboratório de ensaio de Motores e veículos para desenvolvi-mento de Combustíveis e o Labo-ratório de Análise e Modelagem de Combustíveis e Combustão fazem parte da Rede de desenvolvimento veicular e da Rede de Fluidodinâmi-ca Computacional em Processos de Refino, respectivamente.

essa infraestrutura permite in-tegrar, de forma inédita no Brasil, estudos avançados para correlação de propriedades físico-químicas, levantamento de parâmetros de combustão e desempenho de com-bustíveis em motores e veículos. o principal benefício desses labo-ratórios é a viabilização em menor tempo do desenvolvimento de no-vas formulações de combustíveis, incluindo suas interações com os biocombustíveis, através da realização de estudos avançados para redução de consumo e das emissões de gases poluentes, bem como o aumento de desempenho em motores e veículos.

Petrobras e UFMG inauguram laboratórios para desenvolvimento de combustíveis

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A v&M do BRASiL é a mais nova empresa que vai integrar o Parque tecnológico da universidade Federal do Rio de Janeiro (uFRJ), na ilha do Fundão. o contrato entre a multina-cional e a universidade foi assinado no início de outubro no próprio Par-que tecnológico do Rio.

denominada vallourec Research Rio de Janeiro (vRRJ), a empresa terá como foco principal a realiza-ção de pesquisas do pré-sal, além da criação de projetos voltados para o desenvolvimento do uso de tubos e produtos tubulares com fins estrutu-rais, automobilísticos, de transpor-tes e robótica. também irá otimizar o modelo energético e tecnologia ambiental. o investimento na nova empresa pode atingir, anualmente, a casa de R$ 3 milhões.

de acordo com Marcelo Ferrei-ra, superintendente de Pesquisa e desenvolvimento da v&M do Brasil, a presença da empresa será uma ótima oportunidade de coope-ração científico-tecnológica junto a uma universidade de grande ex-pressão nacional. “vamos estreitar e dinamizar nossa interação com a comunidade científica nacio-nal. Além disso, participaremos efetivamente do desenvolvimen-to tecnológico do país frente aos desafios do pré-sal e, sobretudo,

contribuiremos para a formação de recursos humanos”, diz.

ele acrescenta que, no espaço, também serão realizadas outras atividades como capacitação pro-fissional e treinamentos, por meio da interação de grupos de pesquisa da uFRJ, visando à inserção dos estudantes de pós-graduação no desenvolvimento de pesquisas de interesse mútuo.

“também consideramos o apoio a bolsas de mestrado e doutorado junto ao instituto Alberto Luiz Coim-bra de Pós-Graduação e Pesquisa de engenharia (Coppe) em temas específicos, bem como apoio às equi-pes envolvidas na participação em eventos nacionais e internacionais e publicações técnicas e científicas diversas”, explica.

Com previsão de iniciar as ope-rações no segundo semestre de 2012, o prédio no qual a vRRJ se instalará já está em fase de cons-trução. Serão três pavimentos com infraestrutura laboratorial desenvol-vida para atender a pesquisadores, alunos e equipe de apoio.

o Parque tecnológico do Rio ocupa uma área de 350 mil m2, e já conta com empresas instala-das no local. Além da vRRJ, tam-bém estarão no local a Petrobras, Baker Hughes, FMC technolo-gies, Halliburton, tenaris Confab, usiminas, Schlumberger, BG e&P Brasil Ltda, eMC Computer Sys-tem Brasil Ltda, Siemens Ltda, entre outras. A ideia é que, até o final de 2014, o parque esteja em completo funcionamento.

V&M do Brasil chega ao Parque Tecnológico

Da esquerda para a direita, Carlos Tadeu Fraga, diretor executivo do Cenpes/Petrobras; Maurício Guedes, diretor do Parque Tecnológico da UFRJ; Philipe Crouzet, diretor–presidente da Vallourec; Antônio Ledo Alves da Cunha, vice-reitor da UFRJ; Alexandre Lyra, diretor geral da V&M do Brasil; Flávio de Azevedo, diretor de Tecnologia, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação do Grupo Vallourec

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LUIS ANTôNIO GOMES ARAUJO foi contra-tado como novo presidente da Aker Solutions no Brasil. Formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Gama Filho (UGF) e com MBA pela Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, Luiz Araujo vai liderar a estruturação regional da companhia e dará suporte a todas as unidades de negócios estabelecidas no país, comandando estrategicamente os grandes pro-jetos e reposicionar a empresa na Brasil.

“Estou muito satisfeito que Luis Araujo tenha aceitado liderar nossa empresa no Brasil. Durante este tempo de reestruturação no Brasil, sua sólida experiência no mercado de óleo e gás e suas qualidades de liderança, serão muito importantes para a Aker Solu-tions. Estou ansioso para trabalhar com ele a

fim de fortalecermos nossas operações no Brasil,” diz Oyvind Eriksen, CEO da Aker Solutions.

Com mais de 28 anos de atuação na in-dústria de óleo e gás, Araujo já trabalhou como presidente da

Wellstream, como gerente geral na ABB e como engenheiro, gerente de projetos e de vendas de empresas como Coflexip, Vetco e a FMC Technologies no Brasil e no exterior.

“Estou ansioso para assumir este desa-fio, trabalhando para uma empresa com base sólida, e com produtos e serviços de alta

tecnologia no seu portfolio, além de possuir valores claros e ser um negócio que está bem posicionado e com foco no Brasil”, diz Araujo.

Hoje, a Aker Solutions emprega cerca de 1.400 pessoas no Brasil e continua com planos e expansão na indústria brasileira de óleo e gás. Além dos investimentos signifi-cativos na unidade de produção subsea em Curitiba, também estão sendo considerados investimentos para a base de serviços de drilling e de subsea em Rio das Ostras. A Aker Solutions também tem planos de expandir sua engenharia e os negócios da divisão de “process systems” no Rio de Janeiro. Além disso, a companhia opera no Brasil, o Skandi Santos, navio especializado na instalação e

recuperação de equipamentos subsea.

Aker Solutions tem novo presidente no Brasil

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O DIAGNóSTICO é do engenheiro Joaquim Maia, diretor da Abemi (Associação Brasi-leira de Engenharia Industrial).Para elevar o desempenho do setor, a associação está estruturando projeto de capacitação e certificação de mão de obra. A proposta, que deve ser colocada em prática já no primeiro trimestre de 2012, é realizar cursos nos próprios canteiros de obras, envolvendo cinco importantes categorias profissionais em diversas praças do país.

As categorias de encanador, soldador, montador, caldeireiro e eletricista, que correspondem a 60% da mão de obra especializada utilizada na montagem industrial – excluindo-se aí a construção civil – serão os alvos de aprimoramen-to. “Precisamos capacitar o nosso pessoal no mesmo nível de competência do primeiro mundo. Teremos um cres-cimento no volume de obras de todos os setores, principal-mente no segmento de petróleo e gás”, afirma o empresário Carlos Maurício Lima de Paula Barros, presidente da Abemi.

De acordo com Joaquim Maia, a inspi-ração para o projeto vem da experiência da NCCER (National Center for Construction Education and Research), entidade de treinamento e certificação de mão de obra mantida por empresas norte-americanas e que há 15 anos atua para melhorar a eficiência nas atividades de construção e montagem. “Grandes contratantes daquele país exigem que os trabalhadores sejam certificados pela NCCER e alguns pedem que 75% da mão de obra seja certified plus, certificação que comprova a experiência prática”, explica o executivo.

Para viabilizar o programa, foi firmado acordo entre a Abemi e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) – este

último ministrará os cursos, enquanto a certificação ficará a cargo da Abemi. Os primeiros polos devem ser implantados no Rio de Janeiro (Comperj), São Paulo (onde está concentrada a maior parte da mão de obra das indústrias associadas da Abemi, incluindo as refinarias Revap, Replan e RPBC) e Pernambuco (Abreu Lima e Pe-troquímica da Odebrecht e Petrobras). Em uma segunda etapa, o projeto deve chegar ao Rio Grande do Sul, Ceará, Maranhão e Bahia, explica Barros.

Embora não tenha uma estimativa de quantos profissionais serão beneficiados, o presidente da Abemi lembra que apenas no polo do Comperj há um efetivo total de mais de 20 mil trabalhadores. “Não temos um número de vagas a serem geradas, nem uma meta, pois por enquanto estamos em fase de planejamento, mas o universo é enorme”, avalia Carlos Maurício.

Mais de R$ 145 bilhões em Manutenção em 2011

A indústria da manutenção deverá mo-vimentar mais de R$ 145 bilhões em 2011, segundo a pesquisa Mapa da Manutenção, realizada pela Associação Brasileira de Manutenção (Abraman). O investimento atual é 21% maior do que na última edição da enquete, quando as empresas revela-ram um aporte de R$ 120 bilhões na área. O crescimento está diretamente ligado ao

aumento da produção e a investimentos para evitar paradas não programadas e acidentes ambientais. O levantamento foi realizado com as maiores empresas do país. Foram consultadas companhias dos setores de papel e celulose, petróleo e gás, siderúrgico, saneamento, metalúrgico, petroquímico, têxtil, energia, transporte e automotivo. A pesquisa completa será apresentada no 26º Congresso Brasileiro de Manutenção, que acontece entre os dias 19 e 23 de setembro em Curitiba, Paraná.

Do total de investimentos, as em-presas deverão gastar, de acordo com a composição histórica dos custos de manutenção, 33% com material, 31% com pessoal próprio e 27% com serviços contratados. Já o turnover de pessoal nas empresas se manteve no mesmo patamar da última enquete, que foi de 3,26%, embora nas últimas edições esse índice apresentasse uma curva ascendente. “O indicador ficou estável depois que o setor passou a contratar diversos profissionais de empresas de prestação de serviço. As companhias contrataram pessoas espe-cializadas e que já conheciam a função antes que esse trabalhador fosse levado para outra empresa”, explica João Ricardo Lafraia, presidente da Abraman.

Outro dado bastante impactado pelo aquecimento do mercado de trabalho foi a relação entre pessoal contratado e o total

Construção e montagem industrial: baixa produtividade no Brasil Qualquer atividade de montagem industrial realizada no Brasil consome mais horas de trabalho que a mesma etapa realizada nos Estados Unidos. Essa dife-rença de produtividade é um dos fatores que impactam negativamente a com-petitividade da indústria de construção e montagem brasileira.

Bacia de Campos

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DE ACORDO COM o relatório da Opep, a demanda de petróleo em 2011 será de 87,81 milhões de barris diários (mbd), 1,01% a mais do que no ano passado; já a demanda no próximo ano terá um acréscimo de 1,36%, com um volume de cerca de 89 milhões de barris por dia.

A Opep considera que uma das maiores preocupações no momento são a zona do euro e a desaceleração nas economias emergentes, como o Brasil, que está com o cenário econômico des-favorável devido ao seu setor industrial menos competitivo. Além disso, a situa-ção dos Estados Unidos e o acidente nu-clear em Fukushima, no Japão, no início do ano, alteraram consideravelmente os rumos da indústria em 2011.

Em meio às incertezas e temores, os preços do petróleo mostraram uma “crescente volatilidade desde maio, com padrão de constantes altas se-guidas por abruptas quedas”, aponta o relatório. O valor do barril de refe-rência da Opep oscilou em setembro entre US$ 102 e US$ 112, com média

mensal de US$ 107,61, 1,2% mais do que em agosto.

A alta dos preços se deveu em grande parte ao crescimento da demanda pela falta de abastecimento da Líbia, em vista dos conflitos pela saída do ditador Kadafi da presidência do país.

Em outubro, o petróleo foi fortemente pressionado para baixo e a cotação da Opep caiu a menos de US$ 100 no início do mês, da mesma forma que o barril do Brent, de referência na Europa, enquanto o petróleo do Texas (WTI) chegou aos US$ 76.

A Opep calcula que a demanda mundial dos membros totaliza os 29,9 mbd, tanto neste ano quanto no próximo, por isso não espera aumento na procura. Frente a tal quadro, a produção total do grupo de 12 países desceu em setembro para os 28,89 mbd, 77.400 bd menos do que em agosto. Parte das reduções foi compensada pelo aumento da produção de Angola, em 84.900 bd, e da Líbia, que subiu de 7.000 para 96.000 bd entre agosto e setembro, em direção à normalização de 1,6 mbd de antes do início dos conflitos.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) revisou para baixo, em seu relatório de outubro, sua previsão de crescimento do consumo mundial de petróleo este ano e em 2012, fixando-o agora em 1,01% e 1,36%, respectivamente, devido à incerteza com relação à conjuntura econômica mundial.

Economia mundial faz Opep rebaixar previsão de consumo de petróleo

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Produção de países-membros da Opep e não membros – outubro/09 a setembro/11

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de executantes da manutenção. Enquanto em 2009 a relação era de 40,15%, em 2011 caiu para 31,50%. Muitas empresas, prin-cipalmente do setor de petróleo e de ener-gia, foram obrigadas por lei a contratar os profissionais das listas de reserva dos concursos públicos. Essa medida também causou impacto significativo no aumento do quadro de funcionários próprios.

Quando o tema é ativo físico, a pesqui-sa revela que, para 39% das companhias

ouvidas, a idade média dos equipamentos e das instalações é de no máximo dez anos de utilização. Já 35,34% das empresas têm ativos entre 11 a 20 anos e apenas 25,56% das indústrias possuem máquinas e plan-tas com idade superior a 21 anos.

“É importante destacar que as empre-sas declararam na pesquisa um aumento da manutenção preditiva, permanecendo o nível da preventiva. Por essa razão, verificou-se um aumento na disponibili-

dade operacional dos equipamentos, dado que mede o valor médio do tempo em que os ativos físicos estiveram aptos para pro-duzir, que ficou em 91,30%. Esse número está dentro dos padrões internacionais”, explica Lafraia.

A última edição também revela a tendência, que é percebida desde 2005, do crescimento do nível hierárquico da Gerên-cia de Manutenção. Isso significa ênfase na gestão e, por consequência, necessidade,

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cada vez maior, de pessoal especializado (conhecimento, capacidade e competência) na condução da gestão da manutenção nas companhias. A pesquisa mostra que 49,65% das empresas demandam por mão de obra com maior grau de especialização, além de exigir cada vez mais a capacitação do profissional de manutenção em mais de uma especialidade. “Esse dado cresceu 7% nos últimos dez anos, o que mostra a aten-ção e a relevância que as organizações estão atribuindo à manutenção”, conclui Lafraia.

Desembolsos do BNDES somam R$ 91,8 bilhões até setembro

O Banco Nacional de Desenvolvi-mento Econômico e Social (BNDES) informou no final de outubro que os desembolsos da instituição entre janeiro e setembro deste ano somaram R$ 91,8 bilhões. O resultado é 28% inferior ao valor liberado no mesmo período do ano passado, R$ 128 bilhões.

Segundo relatório divulgado pelo presidente da instituição, Luciano Couti-nho, no Rio de Janeiro, o banco “calibrou algumas linhas” e reduziu sua participação máxima nos financiamentos, para acompa-nhar o comportamento dos indicadores da economia brasileira.

Em relação aos desembolsos no acu-mulado deste ano até setembro, o setor de infraestrutura, puxado pelas obras do Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC), recebeu o maior montante de dinheiro, 41%, o equivalente a R$ 38 bilhões. O de transporte rodoviário ficou com R$ 19,7 bilhões e o de energia elétri-ca, com R$ 9,7 bilhões.

Para as micro, pequenas e médias empresas, o banco liberou volume recor-de de R$ 36,2 bilhões, até setembro. O indicador é 8% maior do que o do mesmo período de 2010.

O documento destaca que os de-sembolsos em 2010 nos nove primeiros meses do ano foram influenciados pela operação de capitalização da Petrobras, de R$ 24,7 bilhões, em setembro, e pelos investimentos no setor elétrico. Tirando a operação da Petrobras, a queda dos desembolsos é 11%.

Neste ano, o BNDES aumentou juros do Programa de Sustentação do Investi-mento (BNDES PSI), criado para ajudar a enfrentar a crise, o que de acordo com o banco, refletiu-se na redução de desembolsos, consultas e aprovações de financiamentos.

“O Brasil vai conseguir uma gigantesca reserva de petróleo (...), tomara que continue conseguindo e certificando reservas”, disse o presidente, venezue-lano, Hugo Chávez, quando propôs incluir o Brasil em uma reduzida lista de “gigantes petroleiros” que farão parte de uma Opep paralela, devido à discórdias com alguns dos parceiros do cartel que a Venezuela ajudou a fundar. AFP, 07/10/2011.

“Em política, temos de jogar com a realidade. Esperança não existe. O passo agora é procurar corrigir o texto na Câmara. Se não der certo, temos o direito de reivindicar o veto presidencial. Em última instância, nos restará ir ao STF”, disse o senador Francisco Dornelles (PP-RJ), a respeito do projeto do senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), aprovado pelo Senado, que muda as regras referente à distribuição dos royalties. O Globo, 22/10/2011.

“Seria mais sensato resolver o imbróglio e fazer a rodada depois”, afirmou o diretor da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Florival Rodrigues de Carvalho, diante do risco da questão dos royalties ir parar no Supremo Tribunal Federal (STF), o que adiará ainda mais a 11ª rodada de licitações (de blocos do pós-sal) e a primeira rodada do pré-sal. O Estado de S. Paulo, 21/10/2011.

“Estamos prevendo que nos tornaremos um grande exportador líquido até 2020, não só de produtos derivados de petróleo mas de petróleo em si.”, disse o presi-dente executivo da estatal, José Sérgio Gabrielli, prevendo que as exporta-ções, hoje em torno de 520 mil barris por dia de petróleo, alcancem entre 1,5 milhão e 1,6 milhão de barris por dia até 2020. Reuters News, 01/11/2011.

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Frases

Produção total de óleo, LGN e de gás natural (em mboe/d)

Abr Maio Jun Jul Ago SetBrasil+Exterior 2.565,7 2.586,3 2.641,5 2.568,0 2.555,3 2.591,6

Produção de óleo e LGN (em mbpd) - Brasil Abr Maio Jun Jul Ago SetBacia de Campos 1.670,6 1.650,3 1.694,9 1.612,3 1.615,5 1.654,1 Outras (offshore) 119,1 146,1 141,2 142,1 133,0 131,6Total offshore 1.789,7 1.796,4 1.836,2 1.754,4 1.748,5 1.785,7Total onshore 213,7 206,9 210,6 214,0 214,3 216,5Total Brasil 2.003,4 2.003,2 2.046,8 1.968,4 1.962,8 2.002,2

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d)* - Brasil

Abr Maio Jun Jul Ago SetBacia de Campos 23.728,3 22.885,5 22.687,9 21.382,5 21.653,0 21.842,4Outras (offshore) 14.820,7 17,878,9 18.388,3 19.295,9 19.486,7 17.876,6Total offshore 38.549,0 40.764,5 41.076,3 40.678,4 41.140,1 39.718,9Total onshore 15.915,2 16.134,4 16.240,6 16.034,2 15.946,5 16.057,1Total Brasil 54.464,2 56.898,8 57.316,9 56.712,6 57.086,6 55.776,0

Produção de óleo e LGN (em mbpd)** - Internacional

Abr Maio Jun Jul Ago SetExterior 129,9 131,7 133,1 141,1 132,1 139,7

Produção de GN sem liquefeito (em mm³/d) - Internacional

Abr Maio Jun Jul Ago SetExterior 15.259,0 15.897,8 17.171,9 17.298,6 17.231,0 16.804,6

Produção da Petrobras de óleo, LGN e gás natural – 04/2011 a 09/2011

(*) Inclui gás injetado.

(**) Em 2003 inclui os dados da Petrobras Energia (ex-Pecom). Fonte: Petrobras

TN Petróleo 80 13

entrevista exclusiva

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EM RESPOSTA AO incremento con-tínuo de suas atividades no setor, a empresa tem colhido bons resultados operacionais, tanto onshore quanto offshore. E pretende intensificar ainda mais sua atuação em E&P, aprovei-tando as oportunidades do mercado brasileiro de óleo e gás, extremamente aquecido. Quem garante isso é José Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP).

TN Petróleo – O Grupo Queiroz Galvão completa 58 anos este ano. Qual a importância do negócio que é o único de capital aberto do grupo?

José Fernandes – O negócio de exploração e produção veio comple-mentar as atividades já desenvolvi-das pelo grupo na área de óleo e gás (construção e serviços de perfuração) dando maior abrangência a este seg-mento. A abertura de capital da QGEP foi uma consequência natural do seu crescimento e foi estratégica para a alavancagem de capital para o seu desenvolvimento.

Em julho, a QGEP anunciou a com-pra da fatia da Shell na exploração do bloco BM-S-8, na Bacia de San-tos. Qual a importância desse farm in para os negócios da empresa?

Há planos de novas aquisições por meio de farm in?

A QGEP está sempre atenta às oportunidades do mercado. A aqui-sição da fatia da Shell no bloco BM-S-8 é importante porque reafirma o compromisso de ampliar e diversificar nosso portfólio, assumido com o mer-cado. Com esta aquisição, a QGEP passa a figurar no seleto grupo de empresas que possuem assets do pré--sal brasileiro.

Em que pé estão as atividades no bloco BMS-12, também na Bacia de Santos, onde a empresa tem 30% e o bloco é operado pela Petrobras? Quantos poços já foram perfurados e quantos ainda serão, no total? Quan-tos prospectos serão testados? Quais as expectativas da empresa em rela-ção a esse ativo? Quanto ainda falta para se atingir a profundidade final do poço, estimada em 6.400 metros?

A atividade exploratória no Bloco BM-S-12 continua como planejada. A perfuração neste bloco foi inicia-da em julho de 2011 com a Sonda Lone Star. O poço Ilha do Macuco (3-SCS-15) visa provar a extensão das descobertas realizadas pelo poço Ilha Bela (1-SCS-13) em 2008 nos prospectos Santos#1 (arenito do

oligoceno) e Santos#2 (arenito do cenomaniano / albiano), bem como testar os prospectos de Santos#3 (carbonato do albiano) e Santos#4 (carbonato do pré-sal). Após a conclu-são da primeira etapa da perfuração, quando a profundidade de 2.200 m foi atingida, a Sonda Lone Star foi substituída pela Sonda Ocean Baro-ness, que concluirá a perfuração como previsto inicialmente. A profundidade final de 6.400 m deverá ser atingida em três ou quatro meses. Os testes de avaliação serão realizados ao final da perfuração, incluindo o prospecto Santos#4, que apresenta um alto po-tencial em reservatórios do pré-sal.

E no bloco BS-4, também na Bacia de San-tos, onde a QGEP é operadora? O que pode ressaltar desta exploração e qual a impor-tância deste bloco, no qual a companhia já possui duas descobertas?

A QGEP anunciou no dia 20 de setembro de 2011 que adquiriu 30% de participação no Bloco BS-4 localizado na Bacia de Santos, como já foi dito. A área engloba os campos de óleo de Atlanta e Oliva, que somam, de acordo com os Planos de Desenvolvimen-to aprovados pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP), volumes superiores a 2,1 bi-

NegóciosJosé Augusto Fernandes, CEO da Queiroz Galvão

Exploração e Produção (QGEP)

Já em seu primeiro ano de existência, o braço de exploração e

produção do Grupo Queiroz Galvão é considerado a quarta maior

companhia, frente a todas as empresas do setor de E&P no Brasil, em

termos de produção diária em barris equivalentes de petróleo.

por Maria Fernanda Romero

em alta

TN Petróleo 80 15

O NEGóCIO DE EXPLORAçãO E PRODUçãO

VEIO COMPLEMENTAR AS ATIVIDADES Já

DESENVOLVIDAS PELO GRUPO NA áREA DE óLEO

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DANDO MAIOR ABRANGêNCIA A ESTE

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lhões de barris de óleo in situ. O Bloco está localizado a 185 km da costa em área de alta prospectividade do pré--sal da Bacia de Santos, próximo ao Campo de Libra, potencialmente um dos maiores dessa região. A trans-ferência dos direitos de participação no bloco está sujeita à aprovação da ANP. A QGEP será a operadora do Blo-

co BS-4, exercendo deste modo sua qualificação de operadora de águas profundas.

Em agosto deste ano houve o fecha-mento temporário para manutenção de poços de produção de gás no Campo de Manati, na Bacia de Camamu, onde a QGEP tem 45% de participação.

Essa parada prejudicou a exploração na região baiana? Qual a perspectiva de vida útil de Manati?

O atraso no retorno da capacida-de total está relacionado à logística necessária para a manutenção e, de acordo com o cronograma mais atualiza-do da operadora, a Petrobras, o Campo de Manati deverá retornar à sua capa-

entrevista exclusiva

16 TN Petróleo 80

cidade total durante o quarto trimestre de 2011. O Campo de Manati perma-nece gerando fluxo de caixa positivo, mesmo considerando a restrição de sua capacidade de produção.

De acordo com a ANP, no final de 2010, o Campo de Manati era o maior produtor de gás natural do Brasil, po-sição hoje ocupada por Urucu. Mas, de acordo com boletim da mesma agência, de junho de 2011, Manati figura como o sexto maior produtor de gás (e a concessionária está em oitavo lugar na produção nacional de óleo e gás equivalente). Atualmente, qual o estágio da produção no campo? Quais as tecnologias utilizadas?

O Campo de Manati está produzindo através de três poços, de um total de seis, o que representa uma capacidade diária de produção de 4,1 MMm³. O atraso no retorno da capacidade total está relacionado à logística necessária para a manutenção e, de acordo com o cronograma mais atualizado do operador, a Petrobras, o Campo de Manati deverá retornar à sua capacidade total durante o quarto trimestre de 2011. O Campo de Manati permanece gerando fluxo de caixa positivo, mesmo considerando a restrição de sua capacidade de produção.

Por que a exploração no BM-J-2, na Bacia do Jequitinhonha, é estratégica para a em-presa? Como está a exploração na região?

Todos os nossos blocos explora-tórios são estratégicos. Temos uma posição privilegiada na exploração do BM-J-2, na Bacia de Jequitinhonha, pois além de sermos os operadores, possuímos 100% deste bloco. Em junho de 2011, foi iniciada a perfura-ção do prospecto Alto de Canavieiras (Jeq#1) visando atingir os reservató-rios na seção pré-sal e a profundidade final do poço está estimada em 4.700 m. A perfuração deste poço foi inter-rompida temporariamente a 2.540 m em função da condicionante da licença ambiental (LO 1029) emitida pelo Ins-tituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que restringe atividades de perfuração entre os meses de outubro e feverei-ro. A licença ambiental é válida até junho de 2013, portanto o reinício da perfuração deve ocorrer no segundo trimestre de 2012.

Qual o peso hoje do negócio petróleo no faturamento do grupo?

O grupo Queiroz Galvão atua há mais de 30 anos no setor de óleo e gás, sendo o mais longevo player privado brasileiro em atuação inin-

terrupta nessa área. Começamos em 1980, atuando somente onshore. Em 1994, passamos a atuar offshore e, há dois anos, iniciamos a experiência em águas profundas. Em 2010, con-centramos a prestação de serviços no setor de óleo e gás na QGOG e criamos a QGEP, uma concessionária e operadora de exploração e perfura-ção de petróleo e gás, cujo capital foi aberto neste ano. Já investimos mais de US$ 900 milhões, nas atividades de exploração e produção de petróleo.

A QGEP pretende ainda explorar mais blocos no pré-sal? Vocês têm inte-resse também na Bacia de Campos?

Naturalmente, o pré-sal é um de nossos objetivos. Queremos participar de modo ativo tanto no pré-sal quanto no pós-sal.

A empresa pretende participar dos próximos leilões em parceria ou pre-tende fazer algum lance sozinha?

Estamos procurando conversar com outras companhias. Ir sozinho é possível também, mas seria uma exceção e não a regra. Com outras companhias podemos diluir os riscos, trocar ideias, catalisar novos conhecimentos.

O que mudou para a empresa depois da oferta pública inicial de ações (IPO) feita em 2010?

Em fevereiro deste ano, realizamos nossa IPO, com a captação líquida total de mais de R$ 1,5 bilhão. Com esta ca-pitalização, a empresa abre um leque de oportunidades para investimento em farm in e aumenta seu poder de fogo para os próximos leilões da ANP.

Quanto a QGEP ainda prevê investir até o final deste ano? E para 2012?

Investirá US$ 150 milhões este ano e pretende manter um volume de in-vestimentos de US$ 150 milhões/ano, considerando o atual portfólio. Este número poderá crescer, de acordo com os resultados das perfurações em andamento, bem como através da aquisição de novos ativos.

EM FEVEREIRO DESTE

ANO, REALIZAMOS NOSSA

IPO, COM A CAPTAçãO

LíQUIDA TOTAL DE MAIS

DE R$ 1,5 BILHãO. COM

ESTA CAPITALIZAçãO, A

EMPRESA ABRE UM LEQUE

DE OPORTUNIDADES

PARA INVESTIMENTO EM

fARM IN

Que negócios refletiram no lu-cro de R$ 58,4 milhões que a QGEP teve no segundo trimestre deste ano?

O lucro líquido de R$ 58,4 mi-lhões no 2T11 foi decorrente da combinação dos lucros operacional (proveniente do campo de Manati) e financeiro. O aumento de 73,1% em relação aos níveis registrados no 2T10 é resultado do crescimento significativo da receita financeira.

Qual a expectativa e/ou metas da empresa para os próximos anos?

Para os próximos anos, seguimos a estratégia de expandir e diversificar nosso portfólio com ativos de alta qua-lidade. Concluímos com sucesso duas aquisições-chave na área de exclusão do pré-sal este ano, incorporando ao nosso portfólio ativos localizados em áreas de alto potencial petrolífero da Bacia de Santos.

negócios em alta

PRODUçãO – Em produção, há o Campo de Manati, o maior campo de gás natural não associado em produção do Brasil, onde a QGEP é majoritária com 45% de participação. Este campo é operado pela Petrobras. Em 2010, este bloco apresentou produção recorde, com média de produção de 6,2 MMm³/dia durante o ano. Esta produção poderá ser elevada de acordo com a demanda do Nordeste, podendo chegar até 8 MMm³/dia de gás.Participação no Campo de Manati: QGEP (45%); Petrobras (35% operadora); Brasoil (10%); Panoro (10%)O campo de Camarão Norte, na Bacia de Camamu, teve declarada a sua comercialidade, e tem a mesma estrutura acionária de Manati.

EXPLORAçãO – A empresa possui 6 (seis) blocos em fase de exploração: - BM-J-2, na Bacia de Jequitinhonha, onde a GQEP tem 100% de participação, sendo a operadora; BM-CAL-5, na Bacia de Camamu, onde foram feitas duas descobertas: a) Copaíba – Petrobras (59,21%) sendo operadora, QGEP (22,46%) e El Paso (18,33%), b) Jequitibá – Petrobras (72,5%) sendo operadora, QGEP (27,5%), - BM-S-12, na Bacia de Santos – Petrobras (70%) sendo operadora, QGEP (30%),- BM-CAL-12 (incluindo dois Blocos: CAL-M-312 e CAL-M-372), na Bacia de Camamu – Petrobras (60%), QGEP (20%), El Paso (20%), - BM-S-8, na Bacia de Santos – Petrobras (66%), Petrogal (14%), QGEP (10%), Barra (10%).

Portifólio da Queiroz Galvão Óleo e Gás

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especial: revestimento de dutos

UMA CAMADApor Maria Fernanda Romero

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A inovação e a busca contínua de soluções que assegurem a integridade de dutos e tubulações – utilizados desde a perfuração de poços até o transporte de derivados de petróleo – vêm mobilizando as empresas fornecedoras de bens e serviços. E elas têm investido pesado não apenas em novos materiais e processos na confecção desses equipamentos, como também em revestimentos que garantam maior longevidade e segurança à cadeia produtiva de óleo e gás. Não somente para atender às demandas e exigências dos próprios operadores de dutos, mas também para garantir uma operação mais segura e de menor impacto socioambiental.

Os investimentos em pesquisa e desen-volvimento na área de revestimento de dutos no setor de petróleo e gás,

tanto onshore como offshore, vêm se mostrando tão essenciais para essa indústria quanto a própria ati-vidade de exploração e produção de hidrocarbonetos. isso porque tais tubulações ou dutos estão presentes em praticamente toda a cadeia produtiva da e&P, desde a perfuração de poços e o escoamen-to do óleo e gás produzidos no mar ou em terra firme ao transporte de derivados de petróleo que serão entregues ao consumidor final.

em virtude do envelhecimento natural dos dutos e, principalmen-te, do desgaste e danos inerentes à própria atividade, esses equipa-mentos demandam, mais além do contínuo monitoramento e inspe-ção da malha, serviços permanen-tes de manutenção e reabilitação da malha. Assim, tubulações e malhas de dutos, feitos de aços especiais e materiais que tenham alta resistência e, portanto, mais seguros, ganham uma camada protetora de tecnologia pura, das mais simples aplicações aos mais sofisticados processo, tudo isso para garantir a integridade dos mesmos e a confiabilidades das operações.

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Cientes das demandas das operadoras de dutos e da própria sociedade, no que diz respeito aos impactos que os acidentes podem provocar no meio ambiente – e, por tabela, nas comunidades –, as fornecedoras de bens e serviços buscam desenvolver as melhores soluções e tecnologias para se-rem aplicadas nessas tubulações. o intuito supera o aumento da lon-gevidade desses equipamentos e prevê tornar cada vez mais seguro esse modal de transporte (duto-viário), utilizado cada vez mais por diversos segmentos (setores sucro-alcoleiro, minerador, produtor de biocombustíveis, etc.).

Afinal, a malha de dutos tem, quase sempre, grande extensão, sendo implantada tanto no fundo do mar (para escoar a produção offshore) como em terra firme, em regiões de diferentes níveis de acesso – dos mais fáceis aos mais complexos, como no leito marinho, a 3.000 m de profundi-dade, ou atravessando montanhas e áreas de preservação. e com a expansão contínua das cidades, muitas malhas terrestres estão hoje próximas e até mesmo em áreas de grande densidade humana. ou seja, além de durar muito, os dutos têm que ser seguros e protegidos não somente das intempéries da

natureza, mas também da inter-venção humana.

essa preocupação ganha nova dimensão com a expansão da ma-lha terrestre de dutos nos últimos dez anos, que mais do que do-brou, e a projeção de incremento desse modal para escoamento da produção da camada do pré-sal, nas bacias de Santos, Campos e espírito Santo. Com mais e mais dutos em terra e no mar, o setor tem pela frente um enorme desa-fio: o de prover soluções eficazes e que garantam maior eficiência e segurança a essa indústria, que vem crescendo de forma acelera-da e atraindo novos players para o país, inclusive no segmento de revestimento destes dutos.

Polímeros de alta performance

“o setor de petróleo e gás está na pauta de prioridades do país e, portanto, da própria evonik, que oferece uma série de soluções específicas para este mercado”,

destaca Harol-do Paganini Ro-drigues, chefe de produto da América do Sul da evonik, uma das líderes mun-diais em especia-

lidades químicas. ele reforça que a evonik considera o mercado duto-viário brasileiro muito importante para os negócios da companhia, pois está em franca expansão e tem ainda grande potencial de desen-volvimento.

no entanto, o executivo pondera que a introdução de novas tecnolo-gias no setor de dutos ainda é um problema no Brasil. “É difícil con-vencer as empresas que operam du-tos a testar novas tecnologias. Porém, com o desenvolvimento de produtos, soluções e tecnologias cada vez mais eficientes, aos poucos, as resistên-cias vão sendo superadas”, diz.

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especial: revestimento de dutos

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A empresa, que oferece vasta linha de produtos e soluções para todos os mercados, tem um foco especial no setor de petróleo e gás. embora sejam inúmeras as apli-cações disponibilizadas pela evo-nik para esse segmento, Haroldo Rodrigues aponta quatro soluções desenvolvidas pela empresa que representam grande diferencial competitivo: o revestimento de tripla camada em Poliamida 12, o liner para dutos onshore, o liner como revestimento interno de du-tos offshore e o PA12 para dutos flexíveis offshore.

o primeiro, um polímero de alta performance para aplicação em dutos metálicos, é um composto de primer epóxi, adesivo e cama-da externa em poliamida 12, para garatir maior resistência a impacto e à propagação rápida e lenta de trincas, à abrasão e dureza. “essa solução proporciona maior inte-

gridade ao revestimento externo durante as instalações, manuseio e transporte dos tubos, conferindo ainda mais segurança e aumento da vida útil dos dutos durante as operações”, observa Rodrigues. o poliamida 12, que é comerciali-zado com o nome vestamid, como material de engenharia, e com o nome vestosint, em forma de pó, tem tido uma demanda crescente nos últimos cinco anos.

Mas não se trata de uma so-lução recente: criado há quase 50 anos, o produto vem sendo desenvolvido e atualizado conti-nuamente, para atender às novas exigências, assim como sua pro-dução vem aumentando a cada ano. o vestamid foi a primeira poliamida 12 a ter a aprovação da Lloyd’s Register para produ-zir tubulações flexíveis usadas no transporte da produção offshore e ainda na injeção de fluidos (de

forma a aumentar a produtividade nos reservatórios).

Reabilitação de dutos A outra solução é o liner para

dutos onshore. Rodrigues explica que a evonik, em parceria com a britânica Swagelining, oferece instalação de liners de poliamida 12 em dutos metálicos onshore e offshore. no cenário onshore, eles são utilizados na reabilitação de dutos enterrados mais antigos. “em geral, estes dutos apresentam pro-blemas de corrosão e sua remoção, seguida de instalações de novos dutos, é um processo muito caro, que exige parada da produção”, observa.

Sem contar que algumas vezes essa operação é até mesmo impos-sível de ser realizada por questões ambientais. A instalação de liners (tubo plástico) nos tubos metálicos permite a reabilitação do sistema

Nesta edição.

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e estende a vida destes dutos por mais de 50 anos sem a necessidade de troca.

Rodrigues lembra que os dutos metálicos utilizados em aplicações offshore são extremamente susce-tíveis à corrosão, uma vez que os fluidos injetados na extração do pe-tróleo, bem como o próprio petróleo com água e outros gases, aceleram muito o processo de corrosão. Para evitar o desgaste destes dutos, são utilizadas ligas metálicas nobres resistentes a corrosão (CRA) e li-ners metálicos cladeados (o clade-amento consiste no revestimento interno de tubos de aço com ligas metálicas anticorrosivas).

Segundo ele, os dutos de CRA são extremamente caros e de baixa disponibilidade no mundo inteiro. os dutos cladeados, também de alto custo, são de difícil produção quando comparados aos dutos nor-mais de aço carbono. Rodrigues salienta que o polietileno é o polí-mero mais utilizado na confecção dos liners (tubos), porém apresen-ta algumas limitações, como, por exemplo, a temperatura.

ele explica que os liners de po-lietileno são utilizados para tem-peraturas de no máximo 60°C e, quando utilizado em contato com fluidos com altos teores de H2S e Co2, perde muito de suas pro-priedades. “Já os liners de PA12 podem ser utilizados em tempe-raturas de até 100°C, dependendo da composição do fluido, em altos índices de Co2 e H2S, e possuem melhor resistência química e à abrasão. Assim, são utilizados em situações em que os liners de Pe não atendem aos requisitos ne-cessários”, destaca.

Haroldo Rodrigues pontua que além de ser uma alternativa mais barata, em comparação às já ci-tadas, podem ser instalados em dutos novos de aço carbono, fazen-do um revestimento interno para

protegê-los contra a corrosão. e mais ainda: o PA12 pode ser apli-cado em dutos flexíveis offshore. “A poliamida 12 é, regularmente, utilizada como camada de barreira para proteção das partes metálicas e para evitar a corrosão dos mes-mos, ou como camada externa dos mesmos tubos flexíveis offshore. desde sua aprovação em 2006, mais 800 km de tubos já foram utilizados por mais 15 diferentes empresas do setor.”

de acordo com Rodrigues, no Brasil, a poliamida 12 vem sen-do utilizada com regularidade e está cada vez mais presente nas operações onshore e offshore no país. “A solução PA12 pro-longa o tempo de vida útil des-tas tubulações e garante maior segurança e confiabilidade nas operações offshore.”

Tecnologia químicavisando complementar de for-

ma integrada seus produtos e ser-viços, o grupo suíço de soluções químicas Clariant, também dispõe de soluções para revestimento de dutos utilizados na indústria de óleo e gás. Apesar do mercado du-toviário brasileiro ainda ser um ni-cho relativamente novo, a compa-nhia está investindo para ampliar sua oferta de valor no mercado de óleo e gás.

Eduardo Castilho, gerente do segmento de Óleo e Gás da Cla-

riant no Brasil, observa que o grande diferen-cial da empresa é a nanotecno-logia, que per-mite o desenho de soluções que

atendam a diferentes necessidades em uma única tecnologia com pro-dutos multifuncionais. e destaca que a multinacional investe de forma contínua em suas opera-

ções locais para garantir que 95% de seu portfólio tenham conteúdo nacional.

o gerente pontua que o princi-pal desafio é garantir a integrida-de dos dutos que têm quilômetros de distância e, muitas vezes, em regiões inóspitas. “Portanto, a tec-nologia aplicada deve proteger os dutos internamente, com inibido-res de corrosão de alta persistên-cia de filme, e ao mesmo tempo não interferir na especificação do produto transportado. A Clariant com seu portfólio diferenciado pode apresentar excelentes so-luções para este mercado”, com-plementa Castilho.

Assim, a empresa vem desen-volvendo tecnologias químicas de última geração para garantir a in-tegridade dos dutos em diferentes condições de produtos transpor-tados e ambientes altamente cor-rosivos. um exemplo é a solução contra a corrosão microbiana, para garantir o controle de bactérias en-contradas em ambientes corrosivos, e sulfato de bactérias redutoras que geram o sulfeto de hidrogênio cor-rosivo a gás.

o executivo salientou ainda que a empresa está na liderança no as-pecto de inovação, particularmente no que diz respeito à integridade de dutos e equipamentos, citando a tecnologia Scavtreat 7107C, que elimina a corrosividade do H2S (gás sulfídrico), contribuindo para o desenvolvimento sustentável e destacando-se no quesito segu-rança e meio ambiente.

Castilho observou que a Cla-riant desenvolveu essas tecnolo-gias de controle/abatimento de H2S na produção de óleo para atender especificamente ao mer-cado brasileiro, mas que acabou se tornando um produto global. “desenvolvemos no Brasil, mas elas já estão sendo utilizadas em outros continentes”, pontuou.

especial: revestimento de dutos

TN Petróleo 80 23

tendo em vista as perspectivas de crescimento e as novas deman-das do mercado, ele revelou que a Clariant está investindo em novos centros tecnológicos e na capacita-ção de sua equipe com o objetivo de manter sua posição de liderança em especialidades químicas para o setor de óleo e gás na América Latina. o novo laboratório global para desenvolvimento de tecnolo-gias, a ser instalado no Brasil, tem como foco a exploração e produção de óleo em águas ultraprofundas (sobretudo no pré-sal).

Desafios industriaisSegundo Fernando Cruz, enge-

nheiro de aplicação da Braskem, maior produtora de resinas ter-moplásticas das Américas e maior conglomerado do setor petroquími-co do país, os requisitos técnicos dos revestimentos são elevados. e o desenvolvimento de soluções que atendam às necessidades do revestidor, lançador/instalador e usuário final são desafiadores para os fabricantes de resinas.

Hoje, a Braskem dispõe das tecnologias de resinas em po-lietileno (Pe) para 3LPe e po-lipropileno (PP) para 3LPP e 5LPP, para atender a demanda de revestimento de dutos de óleo e gás – todas inteiramente desenvolvidas e produzidas no Brasil, salienta o executivo.

“Para a companhia, o mercado dutoviário brasileiro é importan-tíssimo. Com os investimentos em exploração de óleo, gás e o pré-sal, as perspectivas de crescimento e necessidade de infraestrutura para transporte dos fluidos são muito altas. Queremos participar deste momento e aproveitar a oportunidade”, afirma Cruz. e a empresa não tem deixado escapar nenhuma oportunidade, como o próprio engenheiro destaca, ci-tando alguns projetos importantes

para os quais forneceu soluções: os risers da P-55, fornecimento de polipropileno para os campos de Lula e Guará.

Sem falar no projeto de eta-nolduto da Logum Logística, uma parceria da Petrobras com a Co-persucar, Cosan, otP (odebre-cht), uniduto e Camargo Corrêa. Criada no início desse ano, a nova empresa vai atuar na logística do etanol, e cuidará não somente da implantação de um duto para o transporte de etanol como tam-bém da instalação de centros co-letores do produto.

Fernando Cruz destaca como solução de ponta para tubos rígi-dos offshore, muito usados no pré--sal, as resinas de PP PCd 0140BR, que atendem a elevados requisitos de instalação como resistência a abrasão sob altas pressões. “esta solução é protegida contra radia-ção uv e permite manutenção de propriedades durante o transporte até a instalação. A baixa condu-tibilidade térmica das camadas internas (under coating) é promo-vida pela resina de PP PCd0140”, explica. “estamos também com perspectivas de participação do polipropileno sintético, que é uma mistura de polipropileno com mi-croesferas ocas de vidro, para os próximos projetos”.

de acordo com Fernando Cruz, a meta dos próximos anos da Braskem é aumentar o portfólio de grades de PP e Pe para reves-timento de tubos de transporte de óleo e gás, principalmente os ade-sivos. Além disso, a empresa quer se tornar referência internacional como provedor de soluções para este segmento. Para o engenheiro, segurança e funcionalidade são os principais desafios desta área cuja aplicação deve durar décadas.

Tintas protetorasApesar de hoje disputar o lugar

a um concorrente de peso, as tintas anticorrosivas ainda são um mé-todo eficaz e muito utilizado para revestimentos em dutos. É nesse cenário que se destacam algumas grandes empresas de atuação glo-bal, que veem o Brasil como um mercado estratégico.

É o caso da Sherwin-Williams, especializada em revestimentos e proteção marítima para aplicação em navios, plataformas offshore, tanques de armazenamento, aço, concreto e pavimentação. Além de uma gama de tintas para o setor de engenharia e construção, a empre-sa oferece revestimentos com baixo voC (do inglês volatile organic compounds, ou seja, compostos orgânicos voláteis), tecnologia em

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uma camada de tecnologia pura

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tintas epóxis, poliuretanos e base de zinco, entre outros.

“Participamos ativamente da expansão do mercado dutoviário no Brasil fornecendo tinta para

revestimento de dutos e gasodu-tos da Petrobras”, afiança Durival Teixeira Pitta , diretor comercial da unidade da Sherwin-Williams

em Sumaré (SP). A empresa parti-cipou ainda de projetos das novas refinarias da Petrobras.

ele observa que grande parte dos projetos de expansão da malha dutoviária já foi concluída. Mas a empresa já se envolveu em novos empreendimentos. “Hoje partici-pamos do projeto de revestimento de aquadutos e desenvolvemos alta tecnologia em revestimento de tu-bulações para óleo e gás”, detalha, acrescentando que “os investimen-tos ligados à infraestrutura do país são de grande relevância para nos-sa empresa”.

ele observa que, em função da demanda cada vez maior por solu-ções que garantam a integridade de dutos e, consequentemente, maior segurança nas operações, é constante a busca por novos mate-riais visando estender os períodos de manutenção das redes dutoviá-rias. Apontando entre as principais soluções da empresa para o setor, as resinas à base de epóxi novolac e poliamina – aplicadas em alta espessura, com alta resistência a impacto, abrasão e flexibilidade – ele frisa que os produtos são pro-duzidos na unidade de Sumaré, em São Paulo, atingido plenamente as exigências de conteúdo local.

Anticorrosãotambém nesta área de tintas

para revestimento anticorrosivos, a WeG tintas busca desenvolver tecnologias sustentáveis para o se-tor de petróleo e gás, no segmento de pintura de oleodutos, gasodu-tos e saneamento, com tintas de alto sólidos, baixo voC e livres de alcatrão. Reinaldo Richter, di-

retor superintendente da empresa, afirma que a meta da empresa é continuar crescendo acima dos dois dígitos/ano e com produtos que sigam as novas tendências de sustentabilidade.

“As novas tecnologias, fruto de nossas pesquisas, estão afinadas com o mercado no que tange a tin-tas com baixo voC e tintas à base de água. outro aspecto importante é que esta nova tendência de pro-dutos foca no aumento da produ-tividade do processo de pintura sem perder as características de proteção”, pontua.

o diretor comenta que para pintura interna de oleodutos, a empresa disponibiliza a linha Weg tar Free 712 n 2851, que é uma tinta epóxi livre de alcatrão de secagem rápida, com a van-tagem da versatilidade na apli-cação. “Já para pintura externa disponibilizamos a linha Weg tar Free Wt, que consiste numa tin-ta epóxi de alto sólidos livre de alcatrão. Seu grande diferencial é a aplicação de altas espessuras até 720 microns em uma única demão”, complementa.

Para pintura interna de gasodu-to, a WeG tintas oferece as linhas de produto Wegpóxi Gasoduto e Wegpoxi Block n 2912 tipo i, tin-tas epóxi novolac de alta espessura, com excelente resistência química em temperaturas de até 150°C, in-cluindo vários solventes orgânicos, possuindo excelente resistência anticorrosiva e à abrasão.

Reinaldo Richter revela que alguns produtos desenvolvidos pela companhia são comerciali-

zados em outros países do Mer-cosul, como as tintas surface to-lerants, usadas principalmente na pintura de grandes embar-

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especial: revestimento de dutos

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cações e plataformas. “do ponto de vista da tecnologia, no que se refere a produtos, a WeG tintas atende às demandas do Brasil, mas deve-se destacar como desa-fio a qualificação da mão de obra para assegurar o correto manu-seio, aplicação e instalação dos dutos”, afirma.

o executivo indica que o seg-mento dutoviário dá suporte aos diversos investimentos que estão sendo feitos no Brasil como os seg-mentos petroquímico, químico, offshore e de óleo e gás, mas apon-ta também como área estratégica para a empresa os investimentos nas áreas de saneamento e etanol. “neste mercado competitivo, um dos diferenciais da WeG tintas é ser uma empresa 100% brasilei-ra. todo o desenvolvimento tec-nológico já acontece no Brasil. As matérias-primas tendem a atender às exigências de conteúdo local”, assegura Richter.

dentre os projetos mais impor-tantes dos quais a empresa parti-cipou estão as plataformas P-16, P-52, P-54, P-59, P-60, Mexilhão, além de obras de manutenção das atuais unidades em operação no Brasil. diversas embarcações de grande porte e de apoio da indús-tria de óleo e gás também fazem parte do portfólio de projetos da WeG, assim como embarcações da Marinha.

Richter acrescenta que a WeG tintas também tem ampla atuação na área de refino, tendo fornecido soluções para as refinarias Alberto Pasqualini (Refap), de Paulínia (Re-plan), de duque de Caxias (Reduc)

e Henrique Lage (Revap). Mais recentemente, a empresa fechou contrato com a Refinaria Abreu e Lima (RneSt), para fornecer so-luções de pintura interna e externa dos tanques de armazenamento de petróleo e derivados da refinaria.

ela contará com produtos das linhas Lackpoxi n 2630, n 2629 e

n 2288 e Lackthane n 2677. no total, serão 72 tanques – quase 1 milhão de m² de área pintada – que consumirão quase 1 milhão de li-tros de tinta. estes produtos foram fornecidos por meio dos consórcios tAG e techint/Confab/usiminas, que são os responsáveis pela cons-trução dos tanques.

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uma camada de tecnologia pura

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Um latente descompasso entre o crescimento da demanda e a incorporação de novas reservas fará com que os preços do petróleo e do etanol no mundo subam, respectivamente, 43,1% e 125,9% até o final da década. No Brasil, no entanto, as altas médias serão menores, alcançando 18,7% e 7% até 2020.

AlertAno setor de petróleo e gás

estudo ernst & young terco

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Mesmo o país não sendo tão afe-tado por esse movimento, os preços em traje-tória ascendente

serão um fator limitante para o desenvolvimento de praticamente todas as economias, traduzindo-se em um hiato de 0,52 ponto percen-tual em relação ao crescimento potencial do PiB mundial a cada ano, até o final da década. estas são algumas das conclusões do estudo inédito “Brasil Sustentável – Perspectivas dos mercados de petróleo, etanol e gás”, desenvol-vido pela ernst & Young terco em parceria com a FGv Projetos, e que marca o lançamento do Cen-tro de inteligência de Petróleo e Gás da empresa no país e conta-rá com mais de cem profissionais com foco nessa indústria.

“trata-se de um extenso estudo que projeta diversos cenários, no Brasil e no mundo, para a oferta, o preço e a demanda por petróleo, gás e etanol, até 2020, e as conse-quências advindas desse panorama para o desenvolvimento econômi-co. o setor de petróleo, etanol e gás é estratégico e essencial para o crescimento do país, por isso, entendê-lo melhor ajudará na pró-pria formulação de políticas pú-blicas”, afirma elizabeth Ramos, sócia para o setor de petróleo e gás da ernst & Young terco.

o estudo foi baseado em um modelo computacional dos merca-dos de energia e suas interações. ele possibilita projetar os movi-mentos de preços no longo prazo a partir do comportamento de um conjunto de drivers ou condicio-nantes físicos, econômicos, tec-nológicos e político-institucionais da oferta e da demanda. Com base nesse modelo, é possível ainda identificar os condicionantes mais relevantes para cada mercado.

A análise dos resultados desse modelo permite concluir que, du-rante a presente década, o cená-rio global será marcado por uma demanda crescente, movimentos incipientes e insuficientes de subs-tituição e eficiência energética, um crescimento econômico ainda dependente do petróleo e uma ex-pansão de oferta incerta e concen-trada no período pós-2015. “esses fatores farão com que o preço do petróleo passe a subir já a partir de 2011. de 2017 em diante, o mo-vimento começa a arrefecer com a entrada gradativa em operação de novas reservas e com medidas de substituição e eficiência ener-gética começando a surtir efeito”, analisa Fernando Blumenschein, coordenador da FGv Projetos.

no Brasil, o reflexo dessa reali-dade de preços em alta dependerá da disposição política em transmiti--la ao consumidor final. Por aqui, antes de 2015, de acordo com o Brasil Sustentável, não deve haver aumentos sistemáticos de preço – inclusive, este pode não se alterar durante todo o período analisado.

“o estudo mostra que o fato de a Petrobras exercer um contro-le sobre os preços da gasolina e do etanol praticados diretamen-te ao consumidor faz com que o Brasil usufrua de uma condição

privilegiada em relação ao resto do mundo, no que diz respeito ao impacto do setor de combustível sobre o desempenho do PiB na-cional e no controle de preços”, avalia elizabeth.

no entanto, acredita-se que, mais cedo ou mais tarde, será ne-cessária uma transição para um regime em que os preços no Brasil acompanhem mais de perto os do mercado internacional. Caso isso de fato aconteça, em 2020, o preço médio da gasolina no Brasil pode alcançar R$ 3,53/ litro, represen-tando um acréscimo de até 41% em relação ao valor cobrado hoje.

de acordo com o levantamento, a produção aumentará, principal-mente, graças a novas fronteiras petrolíferas, como o pré-sal bra-sileiro, que deve representar, até 2020, uma expansão de 77% da oferta atual de petróleo do país. São essas novas reservas do Brasil – somadas àquelas que entrarão em operação em outras regiões do mundo – que ajudarão a compensar a exaustão de reservas de diversas áreas produtoras.

Mas a crescente indisponibi-lidade de “oferta barata” de deri-vados de petróleo limitará o cres-cimento de alguns países – e de forma desigual. “Porém, no geral, todos serão afetados. nos euA, por exemplo, nosso estudo apontou que o crescimento econômico será limi-tado, na mediana, em 0,61 ponto percentual por ano. Já no Brasil, esse hiato deverá ser um pouco menor, de 0,42 ponto percentual ao ano”, comenta a sócia da ernst & Young terco.

no quesito consumo, a expan-são nesta década ocorrerá nos países emergentes. o Brasil terá um aumento de 29% em sua de-manda, passando a representar 4% do consumo mundial ao final de 2020. Projeta-se que, até lá, o país será responsável por 5% da

28 TN Petróleo 80

produção mundial, o que fará do Brasil um exportador de petróleo. Já os EUA, mesmo continuando na liderança global – 18% do con-sumo total –, verão seu consumo interno retrair em 15% no período.

EtanolCada vez mais o petróleo deve

ser substituído por combustíveis alternativos, como o etanol. No entanto, a estrutura produtiva mundial ainda não está preparada para atender a esse crescimento da

demanda. O impacto da introdução do chamado etanol de segunda ge-ração só passará a ser sentido no final da década. Por isso, até lá, o cenário é de demanda em cresci-mento e oferta que não segue o mesmo ritmo, fazendo com que os preços subam: o preço médio real do boe (barril equivalente), no mundo, deve subir, no período, entre 99% e 154%, alcançando de US$ 292 a US$ 374.

Os dois principais players nes-te mercado – Brasil e EUA – de-

terão, até 2020, 90% da produção mundial do combustível. O consu-mo mundial crescerá 148%, alcan-çando 177,7 bilhões de litros/ano. Nesse período, o resto do mundo (excluindo Brasil e EUA) passará a consumir 50% do etanol produ-zido, motivando uma expansão na capacidade de produção ao redor do mundo.

No Brasil, o custo do etanol ao consumidor é mais impactado pelas variações de preços da ga-solina do que o contrário. A capa-cidade dos fornecedores de etanol de ditar preços se torna bastante limitada, tornando a trajetória re-lativamente estável. Isso porque, apesar de a produção de etanol ser sazonal e sujeita a eventos agrícolas e à sua própria intera-ção com o açúcar, as oscilações de preço tendem a ser temporárias, revertendo para a trajetória de equalização de preços relativos. Por isso, em 2020, o etanol poderá alcançar no país um preço médio que, nas projeções, vai de R$ 1,37 a R$ 2,03 o litro, representando desde uma queda de 13% a um aumento de 29% em relação ao seu valor atual. “Esse cenário de deslocamento entre as cotações nacional e internacional tornará cada vez mais o mercado consu-midor brasileiro desinteressante para o produtor local, vis-à-vis as exportações”, analisa Elizabeth.

Pré-salA descoberta de jazidas de pe-

tróleo em águas ultraprofundas nas bacias de Campos, Santos e Rio de Janeiro deu ao Brasil uma nova condição no cenário global como um player importante no mercado de petróleo e gás natural. “Esti-mamos que as atividades de ex-ploração e produção devam atrair investimentos de US$ 250 bilhões em dez anos. As dificuldades para extrair o petróleo nessas condições

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obrigarão a extensos investimentos em pesquisa e desenvolvimento”, explica elizabeth.

Porém, a expansão da produção do pré-sal será apenas parcialmen-te revertida em exportações, alcan-çando até 2020 cerca de 600 mil barris/dia. esse volume represen-tará receitas de uS$ 27,9 bilhões ao ano, 73% a mais do que em relação a 2010 (uS$ 16,1 bilhões).

Levando-se em conta o cres-cimento do PiB do país ao longo da década passada, as exporta-ções geradas pelo pré-sal terão um impacto positivo de apenas 0,4 ponto percentual para o PiB brasileiro em 2020 – ressaltando a necessidade de uma ênfase não só na produção e na exportação de petróleo bruto, mas também em investimentos no refino, para agregar mais valor.

outros dez desafios a serem superados pelo país e pelos players desse mercado são ana-lisados no estudo Brasil Susten-tável. diante da promessa que o pré-sal representa para o Brasil, a ernst & Young terco desenvol-veu um radar com os pontos mais relevantes. São questões de sus-tentabilidade, legais e financei-ras, de gestão e operacionais e de tecnologia, tais como: o avanço da pesquisa científica e tecnológica para desenvolver os equipamen-tos necessários para se chegar ao petróleo existente em águas ultraprofundas; as dificuldades logísticas e de infraestrutura ge-radas pela localização distante dos blocos de exploração; a busca por financiamento por parte das empresas que já fazem ou que pretendem fazer parte da rede de fornecedores; a ausência de uma regra tributária específica para o setor; conteúdo local; preocupa-ções socioambientais.

um dos grandes gargalos é a falta de mão de obra qualificada.

“o número de técnicos e enge-nheiros que o país já possui ou que serão formados nos próximos anos não será suficiente para su-prir a demanda gerada pela explo-ração do pré-sal”, diz elizabeth. “Mesmo as empresas que estão trazendo mão de obra de fora têm enfrentado dificuldades no que diz respeito à concessão de autoriza-ção de visto de trabalho.”

Gásentre 2011 e 2020, a conversão de

gás natural em combustíveis líquidos (GLt) deve ter maior aplicação com a

ampliação de sua oferta no mercado internacional por conta da exploração de gás de xisto nos euA. o aumento do preço do petróleo ajuda a completar esse cenário.

no Brasil, a entrada em ope-ração dos campos do pré-sal e a extensão das redes de distribuição do produto farão com que o gás natural ganhe peso e relevância na oferta de energia ao longo das próximas décadas. Além do pré-sal brasileiro, devem entrar em opera-ção o campo de Mexilhão, na Bacia de Santos, e o de Camarupim, na Bacia de espírito Santo.

alerta no setor de petróleo e gás

30 TN Petróleo 80

A exPlorAção fuTurA do petróleo da camada do pré-sal, que elevou o Brasil à condição de importante player do merca-do internacional da commodity, colocou em evidência os desafios que o Brasil terá de enfrentar no que diz respeito à vinda de estrangeiros que atuarão nas plataformas marítimas. Segundo o estudo da ernst & Young Terco em parceria com a fGV Projetos, o país precisará gerir a concessão de vistos, a questão de bitributação e incentivar a formação de profissionais brasileiros para ajudar a transformar em realidade a promessa que o pré-sal representa.

“Nossa análise conclui que a explo-ração das camadas do pré-sal já está gerando uma série de desafios para o governo e para as empresas brasilei-ras. Agilizar a entrada de estrangeiros, que ajudarão a trazer a expertise para a extração desse petróleo é uma das mais importantes e urgentes iniciativas a serem observadas. Há grandes riscos de apagão de mão de obra”, afirma Carlos Martins, sócio da área de Capital Humano da ernst & Young Terco.

o volume de investimentos que devem ser atraídos para o Brasil são superiores a uS$ 250 bilhões em dez anos, podendo atingir uS$ 1 trilhão. essas cifras ajudam a explicar a primeira consequência que a descoberta das jazidas em águas ultra-profundas gerou: a vinda em massa para o Brasil de profissionais estrangeiros.

em 2010, foram 56.006 autorizações de trabalho concedidas a não brasileiros, contra 42.914 no ano anterior, segundo o Ministério do Trabalho e emprego (MTe). o setor de petróleo e gás é o principal demandante dessas autorizações. Carlos Martins ressalta: “os estrangeiros não vêm para o Brasil para substituir a mão de obra local e sim, para fazer trans-ferência de tecnologia e preparar os profissionais brasileiros para assumir estas posições quando os estrangeiros retornarem para os países de origem.” os profissionais que aqui chegam são espe-cializados na supervisão de montagem de equipamentos e têm a missão de coman-dar o trabalho, por exemplo, em navios--sonda, usados para perfuração de poços em alto-mar. e a tendência é que esse número dobre em uma década, introdu-zindo um novo perfil de imigrante no país:

o do profissional altamente qualificado e originário de diversos países.

“As empresas precisam de mui-to planejamento para lidar com essas questões. A autorização de trabalho do profissional tem um prazo de validade e quando expira ele não pode continuar atuando. um novo visto pode levar meses para ser conseguido, gerando riscos até de paralisação de produção. As empresas também precisam se certificar de que estão pedindo o visto adequado para seus funcionários”, explica Martins.

outro entrave é o problema da bitributação dos expatriados – como são chamados os estrangeiros que vão trabalhar em outros países. o Brasil possui 29 tratados para evitar que dois ou mais países tributem um mesmo rendi-mento. No entanto, muitos estrangeiros são de países com os quais não há esses acordos, o que encarece os processos de transferência desses profissionais. Além do Imposto de renda, é comum o pagamento de contribuições sociais em duplicidade.

“As empresas podem e devem procu-rar mecanismos para remediar ou evitar o excesso de pagamento de impostos”, diz o sócio da ernst & Young Terco. “Por exemplo, o planejamento tributário das transferências internacionais deve antever as necessidades do negócio. Neste sentido, há duas políticas muito praticadas: tax equalization e tax protec-

tion. esses mecanismos podem evitar que o excesso de tributos prejudique e/ou beneficie o expatriado. Mas o ônus acaba recaindo sobre as empresas, cujos custos da transferência podem aumentar.”

Adicionalmente, o Brasil possui acordos previdenciários que permitem o pagamento dessas contribuições em apenas um dos países, sem prejuízo dos benefícios garantidos ao segurado. em um processo de transferência de trabalho, tudo isso deve ser avaliado e planejado.

Carlos Martins, no entanto, afirma que o principal desafio – e também oportunidade – para o Brasil, no que diz respeito à gestão de capital humano para a exploração do pré-sal, é a urgente for-mação de novos profissionais brasileiros. Atualmente, muitas companhias já sofrem com a falta de pessoal técnico qualificado.

“Já que o principal objetivo com a ex-ploração do pré-sal é o desenvolvimento socioeconômico do país, o mais urgente é que, nos próximos anos, as universidades formem mais engenheiros de petróleo, navais, de perfuração, de meio ambiente, geólogos e profissionais de TI, assim como devemos formar técnicos para estas áreas. Mesmo sendo profissionais jovens, trabalharão com estrangeiros superqualificados, que poderão transferir conhecimento. e isso apenas beneficiará o Brasil. esse talvez seja um dos mais importantes legados que o pré-sal pode nos deixar”, conclui Martins.

Concessão de visto e bitributação de estrangeiros são entraves para o pré-sal

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estudo ernst & young terco

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Com isso, os números do con-sumo de gás no país serão maiores. Atualmente são absorvidos 50 mi-lhões de m³/dia; em 2019, serão 169 milhões de m³/dia. Agregada à re-cente implantação da infraestrutura

de transporte que integra as regiões Sudeste e nordeste, a nova oferta deve aumentar a gaseificação do con-sumo energético, atendendo a novas indústrias e garantindo a geração de termelétricas a gás natural.

Sobre o Centro de Petróleo e Gás da Ernst & Young TercoO Centro de Petróleo e Gás já inicia

sua atuação no Brasil com mais

de cem profissionais, com foco no

acompanhamento das mudanças

relacionadas às questões que

representam desafios significativos

para empresas do setor, tais

como: políticas energéticas,

complexidades geopolíticas, gestão

de custos e alterações climáticas.

O Centro Global conta com

uma rede de mais de oito mil

profissionais no mundo, com

atuação na área de Auditoria,

Consultoria, Impostos e Transações

Corporativas nos subsetores de

extração, processamento, logística

de vendas de derivados e serviços

no campo petrolífero.

O Centro é o primeiro no Brasil e

na América do Sul. Outras unidades

estão localizadas nos Estados

Unidos, índia, Inglaterra, Austrália

e Oriente Médio – 12 escritórios

regionais de vendas e serviços.

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alerta no setor de petróleo e gás

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Em outubro deste ano, a brasileira HRT comemorou um ano do seu IPO

(Oferta Pública Inicial, do inglês Initial Public Offering) e anunciou que

reduziu, em função da crise financeira global, de 31 para 19 o número

de poços de petróleo a serem perfurados em 2012. por Maria Fernanda Romero

UM ANO DE IPO

HRT

“ESTAMOS APENAS com um ‘pé no freio’ para proteger nossos negó-cios, mas conseguimos renegociar contratos com parceiros e fornece-dores dispostos a não perder negó-cio e geramos assim uma economia de cerca de 250 milhões de dóla-res”, afirmou o Ceo da petroleira, Márcio Rocha Mello.

os investimentos da HRt pre-vistos para o ano, no entanto, não foram reduzidos e, em 2012, a com-

panhia planeja fazer aportes na ordem de 750 milhões de dólares, o valor deve ser o mesmo para 2013. Segundo o executivo, os fornecedo-res da HRt preferem vender pouco, mas por muito tempo.

A empresa completou no dia 25 de outubro um ano do iPo e, inovando, promoveu no dia an-terior na Bolsa de valores de São Paulo (Bovespa), um curso sobre geologia do petróleo para ana-

listas e jornalistas. na ocasião, a companhia também apresentou um overview, com seus principais resultados durante seu primeiro ano de operações.

o Ceo da HRt informou que a empresa quer participar do leilão A-5, em dezembro, como fornecedora de gás natural para uma termelétrica a ser instalada próximo à descoberta da Bacia do Solimões (AM).

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Marcio explicou que o acordo com a tnK é importante no caso de atraso na produção de gás na Bacia do Solimões, para que a empresa não sofra punições pela falta do energético. “esperamos apresentar no início do ano que vem o plano de avaliação e de-senvolvimento da descoberta da Bacia do Solimões, mas adianto que em três anos, esperamos estar produzindo até 10 milhões de m3/dia na região”, concluiu.

Sobre o acordo de compra da participação da Petra nos campos da Bacia do Solimões pela tnK, ele disse que deve ser fechado em breve, viabilizando assim a garan-tia de fornecimento para a HRt.

Marcio acrescentou que, no momento, a HRt está conver-sando com empresas interes-sadas em comprar o gás deles e que a ideia é construir uma planta de fertilizantes próximo à descoberta. “os dutos para escoamento do gás se r iam construídos pela própria dona da planta de fertilizantes ou da

termelétrica. daí elas mesmas terão de buscar alternativas para escoar o gás produzido pela HRt”, comentou, não for-necendo o nome dos players interessados.

Sobre a notícia de que a Pe-trobras não estaria interessada em compartilhar o gasoduto que possui na Bacia do Solimões com a HRt, Marcio esclareceu: “não solicitamos à Petrobras a utilização do gasoduto urucu--Manaus para escoamento do energético. não temos nenhuma conversa com a Petrobras nesse sentido. não entendo a decla-ração de executivo da empresa

dizendo que não podemos usar o duto deles. A interpretação que tenho disso é que o duto está saturado”, ressaltou.

o plano da HRt inclui nove sondas em 2012, sendo uma de workover para intervenções nos poços e perfuração de po-ços rasos e mais oito com capa-cidade de perfuração de 4.000 m. Além disso, para exploração na Bacia do Solimões, a em-presa contratou quatro sondas com a Ati-HH, que serão cons-truídas na China e chegarão a Manaus em maio de 2012. As sondas têm capacidade de perfuração de 4.000 m.

A venda de 45% dos direitos de concessão sobre 21 blocos lo-calizados na Bacia do Solimões à companhia anglo-russa TNK-BP, foi acertada em outubro e envolve uma área de cerca de 48.500 km2, nego-ciado a US$ 1 bilhão.

Assim que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) aprovar a cessão de direitos de concessão da Petra Energia para a HRT, a empresa efe-tuará a transferência e receberá o valor ao longo de dois anos.

“Somaremos a experiência de ambas para melhor desenvolver nossas áreas”, disse o CEO da HRT, Marcio Mello.

A brasileira permanecerá como operadora dos blocos e terá ainda direito a pagamentos adicionais pela

TNK-Brasil, que incluem o reembolso de custos passados e pagamentos futuros (earn-out), US$ 0,73/bbl para cada barril acima de 500 milhões de boe do total de reservas 2P, podendo atingir US$ 5 bilhões, por um período de dez anos a contar da aprovação da transferência pela ANP.

Para o vice-presidente de ups-tream (exploração e transporte de petróleo) da TNK, Alexander Dodds, o acordo com HRT ajuda a expan-são global da companhia, que tem produção de 17 mil barris no Vietnã e parceria com a estatal PDVSA na Venezuela para o desenvolvimento de diversos blocos.

De acordo com Dodds, faz parte da meta da empresa continuar au-mentando sua produção nos próxi-mos anos, especialmente na área de gás. “Temos um parque na Rússia para produzir um milhão de barris em 2020, e estamos em busca de

tecnologias para desenvolver este parque”. O executivo afirmou que o objetivo é fazer com que o gás re-presente 20% do Ebitda da empresa em 2020.

A TNK-Brasil terá a opção de ad-quirir 10% adicionais dos direitos de concessão da HRT nos blocos do Solimões (call), que será precificada com base nos valores de recursos e reservas. Não havendo o exercício da call, a HRT terá o direito de venda dos mesmos 10% para a TNK-Brasil, em termos similares.

“Na falta de novos leilões de áreas de exploração de petróleo no Brasil, investidores interessados em atu-ar no país passaram a se associar a concessionárias que já possuem di-reitos exploratórios, a exemplo desta aquisição”, afirmou o diretor da ANP, Helder Queiroz, informando que a reguladora está analisando “muitas outras operações deste tipo”.

Aquisição russa

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eventos

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Cobertura Rio Pipeline 2011

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A oitava e maior edição do encontro promovido pelo Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), com a participação da American Society of Mechanical Engenieers (Asme), consagrou o Rio Pipeline como um dos mais importantes eventos da indústria dutoviária mundial. Tanto na conferência como na exposição, o pré-sal foi apontado como o grande motivador do desenvolvimento de novas tecnologias do setor e um dos maiores desafios a serem enfrentados nos próximos anos. por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Com mais de dois mil visi tantes e 1.300 especialis-tas de 27 países, a Rio Pipeline 2012, em sua oitava edi-

ção, consagrou-se como um dos maiores eventos do setor duto-viário, no qual foram apresen-tados 342 trabalhos técnicos. A feira, realizada em simultâneo, também superou as expectati-vas, com cerca de 150 exposi-tores (10% a mais que a última edição) com apresentação de portfólios de produtos e serviços

O escoamento da produ-ção do pré-sal, tendências e desafios tecnológicos na área de dutos foram os grandes te-mas desta edição, na qual os grandes destaques ficaram por conta da expansão da malha dutoviária submarina e dos mi-nerodutos.

Na abertura da Rio Pipeline, o se-cretário-executivo do IBP, Álvaro Tei-xeira, falou sobre o crescimento do evento, que hoje faz parte do ca-

lendário internacional: “Isso se deve à importância que o setor teve no país, assim como no resto do mundo, nos últimos anos. Observamos um inte-resse da comunidade internacional muito grande no que está sendo feito em nosso país. Maior prova disso é que tivemos profissionais de 27 países reunidos aqui”, disse.

Pa r a M a rc G o l d s m i t , presidente da Asme, debater s o b r e n o v a s tecnologias na malha dutoviá-ria e participar

da Rio Pipeline é motivo de orgulho. “É um prazer estar no Brasi l , um país que tem expertise nesta área. Os enge-nheiros brasileiros sempre têm muito a ensinar ”, comentou.

Abrindo o evento, Maurício Tolmasquim, presidente da Em-presa de Pesquisa Energética (EPE), traçou um panorama da situação energética brasileira até 2020, indicando o estágio dos in-vestimentos e desenvolvimentos deste setor. Sobre o cenário duto-viário no Brasil, Tolmasquim afir-mou que o governo brasileiro se prepara para iniciar o plano de ex-pansão da malha de gasodutos do país. “A EPE, que responde pelo planejamento do setor de energia, está começando a desenvolver um estudo que servirá de base para a licitação de novos gasodutos. Já foi concluída a primeira etapa deste processo”, disse.

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eventos

o documento, que de acordo com tolmasquim deverá ser en-tregue ao Ministério de Minas e energia (MMe) no primeiro tri-mestre de 2012, apontará onde os dutos deverão ser construídos para consolidar a malha brasileira. Posteriormente, o documento será encaminhado à Agência nacional de Petróleo, Gás natural e Biocom-bustíveis (AnP). “depois disso, de forma interativa e com a assessoria da ePe, o MMe vai redimensionar o gasoduto de referência, elaborar as tarifas e fazer o edital da chama-da pública, tanto para a construção de gasodutos como também para seu uso. Após a chamada pública, são assinados os termos de com-promissos”, explicou.

ele lembrou que atualmente apenas a Petrobras possui uma malha de gasodutos, mas a partir da promulgação da Lei do Gás, em março de 2009, a regulamentação abre caminho para que outras em-presas também participem desse processo, construindo, operando e utilizando essa infraestrutura dutoviária.

na cerimônia de encerramen-to, ernani Filgueiras, gerente de abastecimento e petroquímica do iBP, enalteceu a importância da Rio Pipeline, que, segundo ele, já está consolidada como um dos mais importantes eventos espe-cializados do mundo.

o presidente do Comitê orga-nizador, Marcelo Rennó, destacou os desafios que o setor dutoviário vai enfrentar da-qui para a frente.

Rennó lembrou que a segurança do meio ambiente e a economici-dade são os segmentos que preci-sam ser trabalhados e discutidos pelos profissionais para que haja um avanço na área.

Personalidades durante a cerimônia foi en-

tregue aos autores Cesar Buque, Xavier deleye e niels Portzgen, da Applus Rtd Group, vencedo-res do Calgary Awards, o prêmio de maior contribuição técnica do evento, com o estudo “3d ultra-sound tomography: eliminating toFd and Phased Arrays”. tam-bém foram anunciados os agra-ciados com as menções honrosas em 16 categorias.

Representada por César Bu-que, a Applus recebeu o Calgary Award e terá sua ida ao iPC (in-ternational Pipeline Conference), que acontece no ano que vem, no Canadá, custeada pelo iBP. “Fico muito orgulhoso de receber esse prêmio na Cidade Maravilho-sa”, comemorou ele, ao receber a premiação das mãos de ernani Filgueiras.

Presidente do Comitê técnico em 2007 e 2009, Lino Moreira foi

homenageado pelo iBP em reco-nhecimento ao trabalho na área de transporte dutoviário. os pre-miados com a Menção Honrosa podem ser encontrados no site da Rio Pipeline, cuja próxima edi-ção será realizada em setembro de 2013.

outro prêmio concedido du-rante a Rio Pipeline foi o Global Pipeline Award, promovido pela Asme, e que teve a Liderroll como grande vencedora. A contribui-ção tecnológica para a indústria, a eficácia na resolução de pro-blemas, assim como o impacto na segurança e meio ambiente, são alguns dos critérios de seleção dessa premiação.

A companhia conquistou o prêmio com a tecnologia para instalação de dutos em ambien-tes confinados e de difícil aces-so. “estou muito orgulhoso com este prêmio, pois essa empresa nasceu há apenas quatro anos”, disse o presidente da Liderroll, Paulo Fernandes.

Acordo estratégico no último dia da Rio Pipeline,

a Asme e a Associação Brasileira de Ciências Mecânicas (ABCM) assinaram acordo de parceria no Brasil, pelo qual a entidade bra-sileira torna-se o braço local da instituição internacional.

o instituto Brasileiro de Petró-leo, Gás e Biocombustíveis (iBP) foi o anfitrião do encontro que reuniu, além das duas entidades, representantes da Petrobras, Pon-tifícia universidade Católica do Rio de Janeiro (PuC-Rio), eletro-nuclear e tSSC.

na ocasião, os representantes do setor pediram que o acordo dê prioridade à formação e ao trei-namento de engenheiros, maior suporte em tecnologia e aumento da participação de brasileiros na Asme. Para o diretor-presidente da

Rio PiPeline 2011FeiRa

Área de exposição: 2.300 m²

expositores: 150

Países: 15

Visitantes: 2.000

ConFeRênCia

Congressistas: 1.300

Trabalhos: 342

Países: 27

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Refinaria Abreu e Lima (RneSt) da Petrobras, Marcelino Gomes, o acordo fará com que a entidade internacional comece a olhar para o Brasil com mais atenção. “de-sejamos e precisamos ter a Asme mais presente no país. Conseguir mais engenheiros para o Brasil será um fantástico desafio para as duas parceiras”, destacou.

durante o encontro, o presidente da Asme, Marc Goldsmith, fez um apelo à comunidade de dutos. ele disse que pretende ampliar a parti-cipação de membros da associação em todo o mundo com a finalidade de responder melhor às demandas do setor. “Quero homens ativos. Pessoas que estejam envolvidas de fato na proposta de avançarmos. Queremos mais estudantes, mais engenharia, mais gente adquirindo tecnologias”, concluiu.

Terminais exigem mais segurança

A segurança nos terminais ma-rítimos que recebem embarcações com petróleo e outros produtos derivados foi tema de discussão na Rio Pipeline. Membros de as-sociações ligadas ao setor e tam-bém empresas mostraram ações que estão sendo realizadas para a melhoria na gestão das operações.

Luciano Maldonado, líder da equipe de projetos de terminais do Comitê de dutos e terminais da Associação Regional de empresas do Setor de Petróleo, Gás e Bio-combustíveis na América Latina e Caribe (Arpel), afirmou que os acidentes vêm diminuindo muito no setor nos últimos 20 anos. de acordo com ele, 35% do transporte marítimo têm ligação com o mer-cado petrolífero. “Hoje, o cenário do transporte marítimo de petróleo e derivados está muito menos tur-bulento”, afirmou.

durante as palestras, a gestão dos portos foi tida como fundamen-

tal e necessária para garantir uma melhor operacionalização e controle das normas de segurança. Com me-didas eficientes nos terminais em que atua, a Pemex Refining viu os incidentes caírem de 237 em 1993, para apenas sete este ano.

o diretor adjunto da oil Com-panies international Marine Fo-rum (ocimf), Garry Hallett, apre-sentou um sistema para reduzir acidentes nos terminais. o sistema gerencia o risco de transportes em mar, melhorando a comunica-ção dos navios com os terminais. “Queremos fazer com que esse procedimento seja mais seguro em pelo menos dez mil terminais no mundo”, destacou Garry.

Já Kurt Hallier, diretor de terminais Marítimos da Conoco-Phillips, afirmou que é muito im-portante implan-tar normas cada vez mais rígidas para garantir a segurança nas operações nos terminais, principalmente em função do aumento na produção de óleo e gás no Brasil. “o Brasil tem que aproveitar esse momento para otimizar as operações nos terminais e garantir cada vez mais a segurança”, disse.

de acordo com os palestran-tes, o grande desafio do setor é a

Marivaldo Scafom, diretor executivo e Paulo Fernandes, presidente da Liderrol

Cesar Buque, da Applus RTD Group, e Ernani Filgueiras, do IBP

expansão futura mobiliza setor dutoviário

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conscientização da necessidade do treinamento dos profissionais que atuam nos terminais marítimos.

Prevenção e segurançao monitoramento e controle

para prevenção de ação de tercei-ros em dutos se destacaram entre os temas discutidos no terceiro dia da Rio Pipeline. Robert Kipp, representante da onG Common Ground Alliance, abriu o painel de ações preventivas falando sobre o que há relacionado à extensa rede norte-americana de dutos, que é prejudicada principalmente por es-cavações e obras próximas à malha.

Para mitigar estes danos, foi criada a onG, que conta com o

apoio de empresas como Shell, BP America, el Paso, entre outras empresas com malha de dutos no país. Com abrangência em todo o país, a entidade tem foco na pre-venção e prestação de serviços em caso de acidentes, divulgando informações sobre obras e escava-ções que podem impactar a malha dutoviária. de acordo com Kipp, esse sistema foi bem sucedido graças a um grande trabalho de marketing e esclarecimento sobre a importância da prevenção de acidentes.

o Brasil ainda busca o melhor formato para lidar com a questão. Representantes das empresas tBG, Comgás e Petrobras transporte,

que também participaram de pa-lestras, apontaram o crescimento urbano e a desinformação como os principais entraves atuais.

o gerente de Manutenção de oleodutos da Petrobras transporte (transpetro), edgar de Castro Sou-za, destacou os grandes avanços do setor, exemplificando o históri-co da malha paulista de dutos, que começou em áreas pouco povoa-das, mas ao longo do tempo teve que se adaptar ao crescimento desordenado da cidade.

de acordo com ele, a partir de 2000, os programas, como inspeção por pig instrumen-tado, melhoria do sistema de produção catódica e inspeção

eventos

O SERVIçO BRASILEIRO de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) montou um pavilhão para as pequenas empresas de tecnologia que atuam na região de Duque de Caxias e no Rio de Janeiro. A grande maioria das empre-sas presentes no espaço está em incu-badoras de empresas como o Instituto Gênesis, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). A ideia do espaço foi apresentar algu-mas empresas com potencial tecnoló-gico para a indústria de petróleo e gás, na área de dutos.

“Começamos com esse espaço menor para ter uma ideia da resposta do mercado à ini-ciativa, mas nossa intenção é ter um pavilhão tecnoló-gico bem maior na Rio Oil & Gas, com mais empresas.

A Rio Pipeline foi um ensaio para a Rio Oil & Gas”, afirmou Denise Cha-lom, analista do Sebrae e gestora do projeto do convênio entre a instituição e a Petrobras.

No Rio de Janeiro, por conta do Cenpes, o comitê gestor viu a neces-sidade de colocar para o mercado as

patentes do Centro de Pesquisa, assim, o Sebrae fez um levantamento e sele-cionou 18 empresas para atender a oito patentes. Além desse trabalho, também ajuda as empresas que querem entrar no cadastro da Petrobras, tirando todas as dúvidas dos empresários.

O Convênio entre o Sebrae Nacional e a Petrobras Corporativa envolve 14 estados, sendo que o Rio de Janeiro é o único com quatro convênios es-pecíficos: Reduc, Bacia de Campos, Comperj e Cenpes.

Em Duque de Caxias, o projeto foi criado com o intuito de dar um supor-te técnico para as diversas empresas que atuam no entorno da Refinaria de Duque de Caxias (Reduc). A função do Sebrae é de aproximação das pequenas e médias empresas com as grandes, e de capacitação para que elas atendam

às exigências téc-nicas necessárias.

“Muitas em-presas aqui pre-sentes, estão na fase de prática de gestão. Nós diag-nosticamos o ní-vel que cada uma

delas está e, em cima disso, a gente dá a capacitação para que alcance a

maturidade de gestão, com foco na excelência”, disse Ueliton Macedo, analista do Sebrae e gestor do projeto em Caxias, onde atuam mais de mil empresas ligadas ao setor.

A I-Dutto trabalha com tecnologia de localização e identificação eletrô-nica sem fio, através do RFID (Radio--Frequency Identification), também conhecida como ‘etiqueta inteligente’, munida de um chip que pode guardar informações a serem lidas digitalmente através de um equipamento. “A grande vantagem dessa tecnologia é que no momento de inspeção ou de vazamen-to, a localização do duto é muito mais rápida, além de se poder saber todas as informações sobre o duto”, disse Alexandre Forno, gerente da I-Dutto.

Outro produto da empresa é um tubo de perfuração, que guarda tec-nologias de monitoramento capazes de identificar, por exemplo, durante a perfuração, quantos metros o tubo já perfurou. A tecnologia foi desen-volvida para utilização tanto para onshore quanto offshore. A I-Dutto já está trabalhando com a Petrobras, mas ainda em fase de protótipo e com a Schlumberger, em um trabalho de desenvolvimento conjunto há mais de um ano.

Sebrae promove pavilhão tecnológico

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de revestimento, reduziram quase totalmente a questão de corrosão externa, fazendo da ação de terceiros o maior obstáculo a ser vencido.

Castro Souza enumerou impor-tantes ações tomadas para evitar acidentes. em 2001, Petrobras e transpetro elaboraram o Programa de integridade de dutos (Pid), e em 2002, a AnP estabeleceu a por-taria 125, que regula os processos de interferência junto à faixa de dutos. Mas foi o Plano diretor de dutos (Pdd), iniciado em 2003, que marcou a mudança de ação da empresa. Focado em grandes centros, como Rio de Janeiro e São Paulo, o Pdd tem por objetivo retirar dutos de áreas com extrema urbanização.

entre as práticas contínuas de prevenção, edgar citou a inspeção aérea e por terra, o uso de sina-lização, barreiras de concreto –

em especial o muro palito –, e o programa de conscientização do público, que engloba um plano de comunicação junto aos órgãos públicos, escavadores, comuni-dades e proprietários (donos de terrenos).

Dutos submarinosA malha dutoviária para o es-

coamento do óleo no pré-sal terá grande avanço nos próximos três anos. A previsão foi feita pelo en-genheiro da dnv, Hélio Alves, em sessão dedicada aos dutos subma-rinos. ele pontuou que o setor de petróleo e gás sabe das limitações existentes na região, mas, ao mes-mo tempo, a experiência do país em águas profundas permite que os desafios sejam vencidos com mais rapidez.

Para Alves, a falta de navios é um dos principais entraves para o escoamento no pré-sal. ele re-

força que o país precisa ampliar a malha dutoviária na região para o transporte do gás, cuja produção irá aumentar. “o ideal é ter alter-nativas e não apostar tudo em um único modal.”

o engenheiro acrescenta que é preciso desenvolver novos ma-teriais, como aço resistente à cor-rosão – mais alta no pré-sal. “es-tas tecnologias são caras e temos como desafio buscar soluções mais viáveis e que atendam a condições severas.”

na sessão, o engenheiro da Subsea 7, danilo Fernandes, apresentou um trabalho pionei-ro no Brasil para cruzamento de tubulações submarinas por meio de estruturas de concreto, o que hoje é feito com aço. o projeto foi implantado na plataforma P-56, na Bacia de Campos, inspirado em trabalhos feitos em outros países. o modelo foi uma solução encon-

expansão futura mobiliza setor dutoviário

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eventos

trada pela empresa para se tornar mais competitiva, já que esta es-trutura reduz custos. “A manuten-ção pode ser feita a cada 30 anos e a mão de obra é mais barata.”

Certificações para dutosos órgãos reguladores preci-

sam criar normas certificadoras

para projetos e fabricação de dutos terrestres. esta é a conclusão do estudo apresentado na Rio Pipe-line. na opinião de Bruno Pitella, gerente do Bureau veritas e um dos autores do estudo, a AnP po-deria promover a discussão junto aos órgãos certificadores e toda a indústria para diminuir os riscos de acidentes com dutos terrestres. “Há inúmeros projetos de dutos no país. o tema precisa ser discutido, pois a nossa grande preocupação é evitar problemas de impactos ambientais”, defende.

Pitella lembra ainda que o pro-cesso de certificação já é prática comum no caso dos projetos e fa-bricação dos dutos submarinos. ele observou que os custos são maiores e as atividades envolvem grandes riscos, por isso, as empre-sas construtoras e projetistas já utilizam o critério. “vale ressaltar que a Petrobras exige um nível mínimo de certificação, mas para dutos terrestres isso ainda não é praticado”, critica.

Transporte de biocombustíveisos desafios na área de lo-

gíst ica para fazer frente ao crescimento da produção de biodiesel no Brasil foi outro tema em debate.

o gerente geral de produção, da diretoria de Biodiesel da Pe-

t robras , João Augusto Araú-jo Paiva, infor-mou que o país saltou de zero produção para 2,4 bilhões de litros em cinco

anos, e diante deste cenário a Petrobras Biocombustível atua de forma crescente no setor nos últimos três anos.

Paiva disse que a empresa opera atualmente três usinas próprias e duas em sociedade e conta com capacidade de produ-ção de cerca de 700 milhões de litros/ano. “Atuamos no nordeste, Minas Gerais e Sul do Brasil na produção de biodiesel. desen-volvemos um projeto de parceria tecnológica com o Cenpes, em unidade no Polo de Guamaré, e dois importantes e pioneiros projetos no estado do Pará, que utilizarão a palma como matéria--prima”, apontou.

o gerente destacou a tecno-logia avançada das unidades industriais e a flexibilidade no uso da matéria-prima. “o Brasil tem diversidade de oleaginosas e nossas usinas estão aptas a rodar com diferentes matérias--primas, o que permite o desen-volvimento de uma cadeia de suprimento que inclui a agri-cultura familiar.”

nesta linha de diversifica-ção da matriz de suprimentos para biodiesel, Paiva citou o uso de Óleos e Gorduras Re-siduais (oGR) nas usinas da empresa. “A unidade de Qui-xadá (Ce) , por exemplo, já processou mais de 100 tone-ladas de óleo adquirido de co-operativas de catadores. des-sa forma, a atividade também gera renda no meio urbano e contribui com a preservação do meio ambiente.”

EM SESSãO TÉCNICA, no último dia da Rio Pipeline, a Samarco Mine-radora apresentou proposta para regulamentação do segmento de minerodutos. Com base no RTDT (Regulamento Técnico de Dutos Terrestres para Movimentação de Petróleo, Derivados e Gás Natural), da ANP, a proposta da Samarco tem como alvo principal o controle da corrosão e da erosão, problemas que afetam os dutos de minério em maior intensidade que os de óleo e gás.

“Nosso objetivo não é determinar como deve ser esse regulamento, e sim trazer tal discussão de respon-sabilidade até o fórum”, explicou Vinícius Fileto Mansur, da Samarco, e idealizador do trabalho. O executivo ressaltou que ainda não se sabe qual órgão poderia criar o regulamento, que também trata do plano de emer-gência, do plano de integridade, do manual de manutenção e do plano de inspeção, entre outros.

Regulamentação de minerodutos

o Brasil produz atualmente cerca de 2,4 milhões de m3 de biodiesel. na opinião do execu-tivo, o país tem a vantagem de apresentar diversas fontes em diferentes regiões. Fato este que aumenta a complexidade logística. novas alternativas estão come-çando a surgir, como o sistema da Lógum, apresentado por Luiz Augusto Fonseca, diretor comer-cial da empresa.

A Lógum, recém-formada pela fusão dos projetos de logística do etanol, iniciou em setembro deste ano as obras do primeiro sistema de logística de etanol do país. Com investimento de R$ 6,5 bilhões, já estão sendo construídos 1.300 km de dutos, que se juntarão aos 500 km já existentes da Petrobras, entre outras construções, como terminais.

Com 80% do investimento, finan-ciado pelo Banco nacional de de-senvolvimento econômico e Social

(BndeS), o novo sistema logístico de etanol promete ser econômico e efi-ciente. “esperamos reduzir custos e tempo. Cerca e 20% a menos de gastos do que outros modais. o tempo será bastante reduzido e com isso o impacto

ambiental e nas estradas, com redução de caminhões”, explica Fonseca.

Conteúdo localencerrando o evento, durante

o painel ‘tendências tecnológicas

Clariant apresenta tecnologia para inibição da biocorrosãoGESSIE ANDRADE, engenheira química da Clariant Oil Services, responsável por Desenvolvimento de Aplicações, apresentou durante o evento o trabalho técnico ‘New Te-chnologies for Biocidal Treatments’, com o qual mostrou a nova tecnolo-gia à base de biocidas empregada na indústria, em especial em empresas produtoras e operadoras de petróleo.

O produto pode ser aplicado no tratamento de tanques e linhas de produção e transporte, nos quais incidem bactérias BRS, decorrentes do processo de produção de petróleo.

“A solução contribui para a redução da biocorrosão das linhas de trans-portes de óleo, já que o produto tem uma versão menos ácida, com pH neutro, que permite maior integrida-de dos equipamentos das platafor-mas de petróleo, evitando paradas não programadas”, explica Gessie. O produto foi lançado pela primeira vez na Rio Pipeline, mas já está em fase de aprovação pela Petrobras. O novo biocida foi desenvolvido nos laboratórios de biocidas, em São Paulo, e de desenvolvimento de aplicação, em Macaé.

expansão futura mobiliza setor dutoviário

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eventos

O presidente da Empresa de Pes-quisa Energética (EPE), Maurí-cio Tolmasquim, afirmou que os

46.122 MW dos 61.560 MW de energia previstos no Plano Decenal de Energia 2020 (PDE 2020), para os próximos dez anos, já estão contratados. “Isso traz uma tranquilidade grande para o Brasil que pretende crescer 5% ao ano. Com a expansão, o total do Sistema Interligado Nacional (SIN) passará dos atuais 109.578 MW para 171.138 MW em 2020”, complementou.

Ele afirmou que o Brasil tem uma situação ímpar no mundo. “Apesar de termos a perspectiva de nos tornar-mos um grande produtor e exportador de petróleo, nossa matriz energética não deve se alterar significativamente nesse período, permanecendo focada em energias renováveis.”

Isso é muito importante em tem-pos de mudanças climáticas, avaliou, lembrando que o Brasil utiliza apenas um terço do seu potencial hidrelétrico, enquanto países como Estados Unidos usam 60% do seu potencial. “Temos uma fonte que pode atender grande parte da nossa demanda. O problema é que a maior parte desse potencial está no bioma Amazônia e é preciso ter cuidado em sua exploração, mas acredito que podemos explorar parte desse potencial em harmonia”, lembrou.

Sobre o leilão de energia A-5, pre-visto para dezembro deste ano, Tolmas-quim informou que nove hidrelétricas já estão confirmadas: “Tem uma que ainda está em dúvida, mas nove estão certas e estamos encaminhando para o Tribunal de Contas da União (TCU) e recebendo as inscrições dos outros empreendedores de outras fontes”, pontuou.

Entre as usinas confirmadas no leilão, que licitará empreendimentos que deverão gerar energia a partir de 2016, Tolmasquim ressaltou a parti-cipação das unidades de São Manuel (700 MW) e Sinop (400 MW), no rio Teles Pires, no Mato Grosso; São Ro-que (214 MW), no rio Canoas, em San-ta Catarina; Cachoeira do Caldeirão

(134 MW), no rio Araguaí, no Amapá; e outras quatro localizadas na bacia do Parnaíba, no Piauí: Cachoeira (63 MW), Estreito (56 MW), Castelhano (64 MW) e Ribeiro Gonçalves (113 MW). A décima usina, a de Riacho Seco (276 MW), ainda é dúvida e aguarda licença ambiental.

Na ocasião, Tolmasquim comentou também que o aumento do Imposto so-bre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis importados deve elevar a proporção de veículos flex no país, com a produção nacional de carros adapta-dos ao etanol. Para ele, o Brasil deverá chegar a 2020 com 80% de carros flex, contra 49% de hoje: “Nossa projeção de que haverá 50,3 milhões de auto-móveis em circulação no país em 2020 é conservadora. Até lá, acredito que a frota chegará a 53 milhões de veículos, contra 27,9 milhões de hoje.”

Ainda de acordo com a EPE, a oferta de energia interna no Brasil vai crescer dos atuais 271 milhões de tep (tonelada equivalente de petróleo) para 440 milhões de tep entre 2010 e 2020, uma elevação de 62%. No período, a participação das energias renováveis na matriz energética brasileira sobe de 45,5% para 51,7%, principalmente pelo aumento da contratação de energia eólica, gás e biomassa.

A transformação da matriz ocor-re porque o governo quer reduzir a contratação de energia de térmicas a óleo combustível e estimular a oferta em leilão de energias alternativas, como eólica, cujo potencial é hoje

de 143.000 MW, o que representa a capacidade de dez usinas de Itaipu. Tolmasquim considera que este po-tencial poderá dobrar nos próximos anos. O projeto brasileiro é crescer ainda seu potencial hidrelétrico, já que só utiliza um terço.

O presidente da EPE apresentou um cenário otimista em relação à previsão de crescimento de oferta de energia para sustentar o desenvolvimento brasileiro. Ele prevê que o país crescerá a uma taxa de 5% ao ano, enquanto a oferta de energia será de 5,3%. Além disso, o executivo também mostrou que, dos 61.000 MW previstos para a década, 46.000 MW já foram contratados. “Isso dá uma tranquilidade muito grande para o Brasil crescer 5% ao ano”, afirmou.

O Brasil também possui uma parti-cipação relativamente pequena em uso de petróleo e gás, com 48% da matriz, em relação aos 54% mundiais. No mun-do, a participação do carvão é grande, com 41% para a geração de energia elétrica, enquanto aqui é de apenas 6%. Quase 90% da geração de energia elétrica no Brasil são provenientes de fontes renováveis.

As previsões de oferta da pro-dução de petróleo são bastante oti-mistas. Atualmente, são produzidos 2,3 milhões de barris por dia, mas a estimativa com os investimentos da Petrobras e das empresas pri-vadas é aumentar para 6 milhões de barris por dia. Haverá uma so-bra de 3 milhões de barris por dia, já que o consumo de petróleo não acompanha a produção.

Matriz energética acelerada

Foto

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Pet

robr

as

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na atividade du-toviária’, o presi-dente do Centro de tecnologia em dutos (Ctdut), Raimar van der Bylaardt, disse que o Brasil está preparado para auxiliar as empresas estrangeiras a atingirem o percen-tual de conteúdo local exigido pela AnP e, para isso, o país tem hoje laboratórios suficientes e qualifica-dos para realizar os testes de que as companhias necessitam, contri-buindo, inclusive, para a redução dos custos desses experimentos. “o Brasil precisa de uma indústria forte e estamos aptos a auxiliar a indústria estrangeira a encontrar aqui esse apoio, contribuindo para desenvolver o conteúdo local”, de-clarou o executivo.

na opinião de Bylaardt, o de-safio tecnológico para alcançar o conteúdo local deve receber a mesma atenção que os desafios tecnológicos exigidos na explora-ção e produção do pré-sal. no mo-mento, o Centro está concluindo um pedido da AnP para desenvol-ver propostas de regulação de du-tos submarinos e outros terminais.

o executivo informou, ainda, que o centro tecnológico está cons-

truindo um Loop 12 polegadas, que é um pipeline multifásico para tra-balhar com óleo cru, gás, água e diversos outros líquidos que possam ser de interesse para testes em pigs de uma forma geral ou testes de vazamento nestas instalações.

“Além disso, estamos concluin-do no final de outubro, um labo-ratório de proteção catódica que será utilizado para diversos tipos de testes e treinamentos e um la-boratório para testes de válvulas e acessórios de tubulações em con-dições operacionais e extremas, de forma a atender aos requisitos previstos na norma ABnt nBR 15827. esta norma atenderá tam-bém a ampliação da infraestrutura para modelagem computacional

de válvulas no Lamcem / Coppe / uFRJ”, assegura Bylaardt.

o presidente do Ctdut fina-lizou sua apresentação afirmando que hoje o Brasil tem um conjunto de centros de pesquisa e de ser-viços tecnológicos absolutamen-te preparados para atender esta produção local. e convidou os em-preendedores nacionais e interna-cionais a participarem da nossa indústria: “Podem vir produzir no Brasil porque os setores de tecnolo-gia de laboratórios e os outros que trabalham com testes estão aptos para dar suporte e ajudar vocês nas produções locais. o Brasil precisa de uma indústria forte e vocês en-contrarão o que precisam aqui para se desenvolver”, apostou.

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eventos

GDK – Com o tema ‘Construção e montagem do gasoduto Caragua-tatuba-taubaté (Gastau, no túnel da Serra do Mar)’, a empresa par-ticipou do evento este ano como expositora, mas principalmente apresentando um trabalho técnico sobre o assunto.

Com 96 km de extensão, o gasoduto transpõe a Serra do Mar por um túnel de 5 km de extensão. Além de outros tre-chos, a montagem no interior do túnel foi realizada pela GdK e entregue em março deste ano – cinco dias antes do prazo previs-to, teve que contar com soluções inovadoras diante dos enormes desafios, dentre eles o logístico.

de acordo com o vice-pre-sidente de operações da com-

panhia, Conrado Serodio, a GdK aplicou técnicas d i f e r e n c i a d a s desenvo lv idas exc lus ivamen-te pela própria empresa, traba-

lhou com desafios técnicos e logísticos e teve de construir equipamentos especiais. o exe-

cutivo foi o autor do trabalho apresentado, em parceria com os engenheiros Guido viana e Francisco Medeiros. “Pelo quar-to ano consecutivo, a GdK teve um trabalho técnico aprovado para apresentação na Rio Pipe-line”, festejou.

A const r ução do Gastau destaca-se pela aplicação de metodologia construtiva e pro-cedimentos de engenharia dife-renciados. “Foi um projeto bem específico: montagem dentro do túnel do Gastau, que na verdade é um túnel sem saída”, pontuou.

Serodio esclareceu que a transposição da Serra do Mar através de um túnel interligado a um shaft vertical com 500 m de altura foi um dos desafios mais marcantes do projeto. “As condições de montagem no tú-nel demandaram estudos apro-fundados e o desenvolvimento de novos métodos para enfren-tar situações adversas presentes na obra, como a complexa geo-metria da tubulação, a simulta-neidade das atividades de mon-tagem do duto e o cronograma desafiador ”, completou.

Os 150 expositores, 10% a mais que a última edição, apostaram em novas tecnologias para o pré-sal na exposição deste ano da Rio Pipeline. Palestras para estudantes e robôs inspetores foram algumas das novidades apresentadas pelos expositores para atrair a atenção dos visitantes.

exposiçãoTecnologias para o pré-sal são os destaques na

o vice-presidente da GdK lembrou ainda que a companhia recebeu recentemente, ainda na obra do Gastau, pelo trabalho executado no trecho ii (São José dos Campos-Caçapava-taubaté), o Prêmio Petrobras/engenharia de Qualidade, Segurança, Meio Ambiente e Saúde (QSMS), edi-ção 2010, no segmento Constru-ção de dutos.

A GdK atua no segmento da construção, montagem e ma-nutenção de gasodutos, oleo-dutos e polidutos, além de ser-viços em plataformas offshore. também atua na montagem e manutenção de instalações de produção de petróleo e gás, além de instalações industriais no segmento petroquímico e de refinarias.

Serodio informou que além do projeto do Gastau, na área de dutos, a empresa está tra-balhando em consórcio com a Sinopec, na construção dos 400 km de tubulação do mineroduto Samarco, que irá transportar minério de ferro. “Já inicia-mos a construção, que levará 22 meses. no pico da obra 2.500 pessoas estarão trabalhando. e mais: esta construção tem características diferenciadas como espessura da tubulação e condição de implantanção, então para nós este projeto é mais um desafio técnico e de logística”, indicou.

A GdK também está traba-lhando na Bahia e no nordeste como um todo em linhas de pro-dução para poços de petróleo, linhas de injeção de água, e ser-viços de reabilitação de dutos. na área industrial, a empresa participa de obras importantes como na unidade de Sulfato de Amônia, da Fábrica de Fertili-zantes nitogenados (Fafen) e na uFn-3 (unidade de Ferti-

lizantes nitrogenados) de três Lagoas (MS) – ambas da Petro-bras e ainda na usina termelé-trica de Canoas (RS). “embora nossa origem tenha sido na área de dutos terrestres e marítimos, hoje temos experiência e uma carteira bastante diversificada, incluindo a área de montagem industrial”, conclui o vice-pre-sidente da GdK.

V&M – A fornecedora de tubos de aço, v&M do Brasil, apre-sentou na Rio Pipeline seus pro-dutos e serviços direcionados

ao mercado de petróleo e gás. Segundo o ge-rente de proje-tos linepipe da empresa, Mar-co Paulo Cola, os destaques fo-

ram as inovações implementadas como melhoria de tolerância di-mensionais, logística, condições de soldagem de produtos, entre outros.

de acordo com ele, a empre-sa também levou ao evento os serviços oferecidos aos clien-tes do setor petrolífero, quan-do são realizados por equipe técnica. “temos uma gerência de projetos que realiza atendi-mento personalizado, visando a melhor servir às empresas do ramo que atuam no país”, dis-se, acrescentando que a parti-cipação da empresa no evento se baseia na tendência de au-mento da demanda por bens e serviços da indústria de dutos e o crescimento sustentável do ramo esperado pelo Brasil para os próximos anos.

os produtos da v&M Brasil estão presentes em todos os pro-cessos de perfuração e completa-ção de poços onshore e offshore: perfuração, produção e transpor-

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te de petróleo/gás até a refinaria. e para a perfuração de poços, segundo ele, é necessário o drill Pipe (tubo de perfuração). em seguida, outros dois produtos são utilizados: o Casing (tudo de revestimento, utilizado para contenção da parede do poço) e o tubing (tubo de completação, utilizado para a condução do fluido, desde o reservatório até o leito marinho).

Além disso, o executivo acres-centa que existem os tubos de condução, chamados de line- pipe, que podem estar instalados em campos offshore e onshore, conduzindo os fluidos. e o Riser é um tubo de elevação que atua no setor offshore e interliga a plataforma dos equipamentos instalados no leito marinho. “im-pede que qualquer fluido entre em contato com a água do mar

quando conduzido até a super-fície”, finaliza.

Tenaris Confab – este ano, a fa-bricante de tubos de aço tenaris Confab levou à feira soluções que atendem aos desafios da exploração offshore, sobretudo na era do pré-sal. Além disso, durante a conferência os pro-fissionais da empresa apresen-taram cinco trabalhos técnicos

ESTIVERAM NA PAUTA do evento, en-tre outros temas, o crescimento das malhas de mineroduto e alcoolduto no país – que se tornam cada vez mais estratégicas para o desenvolvimento dos setores de minério e biocombus-tíveis –, a necessidade de qualificação de mão de obra, a prevenção contra ação de terceiros - que abordou o ge-renciamento das faixas de servidão, e a sustentabilidade na indústria.

O tema do primeiro painel da Rio Pipeline 2011 foi o escoamento dutovi-ário do pré-sal e a grande notícia dada na ocasião foi o anúncio da produção de 29 mil barris no campo de Lula, no pré-sal da Bacia de Santos, por Mauro Yuji Hayashi, gerente de Planejamento do Pré-sal da Petrobras.

O executivo indicou que o campo de Lula já está produzindo 29 mil barris de óleo por dia com apenas um poço. Hayashi apresentou o estágio de de-senvolvimento e estratégia do pré-sal durante o painel, quando comemorou os resultados obtidos pela Petrobras com o pré-sal, em especial o início da operação do gasoduto Lula-Mexilhão (que liga o campo de Lula à platafor-ma de Mexilhão, na Bacia de Santos) anunciado um dia antes do início do evento. A capacidade de escoamento do gasoduto é de até 10 milhões de m3 por dia. “Pela primeira vez a molécula [de gás] do pré-sal está abastecendo o mercado brasileiro”, frisou.

O executivo comentou que é na Bacia de Santos que estão sendo en-contradas as maiores acumulações: “Os três poços produzem mais de 59

mil barris de óleo por dia, enquanto na Bacia de Campos o pré-sal contribui com outros 42 mil barris de óleo por dia.” O gerente da Petrobras afirmou ainda que o índice de sucesso explo-ratório da Petrobras no pré-sal tem se mantido acima de 80% e observou que, no pós-sal, a empresa tem áreas a serem exploradas.

Dos mais de 40 poços perfurados pela Petrobras na região do pré-sal, 80% obtiveram resultados positivos.

O dado foi apresentado pelo gerente geral do Centro de Pesquisas da Petro-bras (Cenpes), Ricardo Luiz Carneiro Beltrão. Atualmente, o pré-sal é respon-sável pela produção de 130 mil barris de petróleo por dia, em apenas sete poços.

Apesar dos desafios encontrados na área exploratória do pré-sal, as perfura-ções são consideradas um sucesso. “A Bacia de Campos, comparada ao pré-sal, é um paraíso”, disse Beltrão, sobre as dificuldades logísticas da nova fronteira.

Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Cenpes, também participou do painel e afirmou: “O sucesso das descobertas é muito significativo. Na década de 1980, éramos importadores, em 2020 passare-mos a exportadores”, assegurou.

De acordo com a diretora comercial da BG, Valéria Lima, que também estava no debate, o pré-sal traz grandes be-nefícios para a indústria brasileira. “Há aumento da transparência da indústria, possibilidade de conexão de infraestru-tura de terceiros, agilidade nas nego-ciações de acordos, otimização do uso de gasodutos e alinhamento do Brasil a bacias sedimentares maduras”, citou.

A camada pré-sal enfrenta desafios de logística, metalúrgica e de custos.

A situação é bem distinta se com-parada às explorações do Mar do Golfo e Mar do Norte. Para conseguir resulta-dos, a Petrobras investiu US$ 200 mi-lhões durante cinco anos para o desen-volvimento de uma série de tecnologias nas quais o país não tinha expertise. “Conseguimos trazer grandes empresas para o Brasil, e elas trouxeram seus centros de estudo. A Ilha do Fundão se transformou no Vale do Silício do petróleo. Isso certamente beneficiará todo o país”, ressaltou Beltrão.

“O pré-sal tem uma pujança muito grande em oportunidades de inovação, construção de empregos, e uma capa-cidade de engenharia brasileira bem maior do que a atual. Além disso, ele traz grandes oportunidades de retorno para as organizações que nós repre-sentamos, e tanto aqueles que operam nos campos, como para os sócios e os fornecedores”, afirmou Carlos Tadeu Fraga, gerente executivo do Cenpes.

A garantia de escoamento dutoviário e o desenvolvimento de novas tecnolo-gias foram apontados pelos palestrantes do painel como os principais desafios dos oleodutos, mas, de acordo com Mau-ro Yuji Hayashi, a capacidade da indús-tria e da engenharia nacional é ainda um gargalo importante. “A indústria e a engenharia brasileira tem que se capa-citar de forma competitiva para oferecer seus serviços e equipamentos. Eles têm também de fazer um aporte em preparo de recursos humanos para atender as demandas do pré-sal”, apontou.

Pré-sal acelera expansão de malha submarina

eventos

divididos pelas áreas de dutos submarinos, integridade estru-tural e projeto, construção, mon-tagem e materiais.

A tenaris Confab destacou um trabalho técnico feito em conjun-to com a Petrobras, que trata do desenvolvimento de tubos APi 5L X70MS sour service com alta tena-cidade para aplicações em águas profundas e ultraprofundas. os demais trabalhos apresentaram soluções como: tubos alto colapso para aplicação linepipe offshore, eCA de tubos de alta tenacidade, tubos X100 para linepipe de alta resistência e mecânica da fratura para linepipe.

diante dos novos desafios tecnológicos e o aquecimento da demanda por bens e serviços da indústria de pipeline, a par-ticipação na feira tem um sig-nificado especial para a tenaris Confab. “o Rio de Janeiro é hoje o polo de pesquisa e desenvolvi-mento do pré-sal, um momento extraordinário pelo qual o Brasil está passando e temos o orgu-lho de participar ”, afirma Luis Chad, gerente de engenharia do produto da empresa.

Por meio de uma rede inte-grada de produção, de serviços

ao cliente e de centros de pes-quisa e desenvolvimento, a te-naris Confab trabalha junto aos clientes para responder às suas necessidades na entrega pontual de produtos de alto rendimento, em ambientes operativos cada vez mais complexos.

Para fazer frente aos novos desafios, a empresa está insta-lando um Centro de Pesquisa e desenvolvimento na ilha do Fundão, no Rio de Janeiro.

o novo centro focará no desen-volvimento de produtos e de tec-nologias para oCtG (tubos para revestimento de poços), linepipe e outros mercados – como automo-tivo, nuclear, de mineração, etc. Receberão atenção temas como aperfeiçoamento de diversas técni-cas, como tecnologias de soldagem (longitudinal e circunferencial), revestimentos diferenciados (por exemplo, clad, poliméricos e or-gânicos), conexões premium e pesquisa e desenvolvimento de produtos de alta resistência ao colapso e à corrosão.

A companhia possui também uma base em Rio das ostras, que funciona como um estoque para os clientes, com entrega just in time.

Merax – A piracicabana impor-tadora e distribuidora de equipa-mentos industriais, apresentou na Rio Pipeline 2011, dentre outros produtos, sua linha com-pleta de biseladoras de tubos (máquinas que fazem o bisela-mento e o faceamento de tubos com fixação na parede interna ou externa da tubulação).

“A participação da Merax na Rio Pipeline é sempre uma vitrine importante para a divulgação da empresa e da marca. este ano, a empresa elegeu quatro eventos do gênero para expor seus produtos”, afirmou o gerente de vendas da Merax, José Antonio Ruiz.

Tecnofink – o objetivo da em-presa, especializada em manu-tenção industrial, foi apresentar ao mercado na Rio Pipeline a tapeGlass, solução para reparos de corrosões, furos ou trincas em tubulações de qualquer diâme-tro, com até 500 psi.

A tapeglass é uma bandagem industrial composta por fibra de vidro impregnada com resina hi-drativa e evita grandes períodos de paralisação da produção. “va-zamentos em tubulações quase sempre geram altos prejuízos

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para as empresas devido ao tempo perdido até que os tubos sejam trocados, o que favorece a aplicação do tapeGlass”, afirma thomas Georg Fink, diretor da tecnoFink.

dentre as vantagens do ta-peGlass, destacam-se sua apli-cação, feita em menos de cinco minutos, e a cura funcional do sistema – menos de 30 minu-tos. o custo da manutenção é bastante inferior aos métodos convencionais e a área aplicada pode se tornar mais resistente que a tubulação original.

Produto seguro, não tóxico, não combustível e inodoro, com ótima aderência em metais, aço, aço inox, PvC, FRP, cerâmica, concreto e borracha, a tapeGlass pode ser aplicada em superfícies

irregulares, molhadas ou sub-mersas, e é resistente a tempe-raturas constantes de até 148°C, ou 260°C intermitentes.

Liderrol – nesta edição, a com-panhia que trabalha com solu-ções de engenharia para os seto-res energéticos de petróleo, gás e mineração, destacou na feira uma nova tecnologia para ins-talação de dutos em ambientes confinados e de difícil acesso, desde o projeto, fabricação e instalação de dutos. A solução nunca foi utilizada no mundo.

A Liderrol também aprovei-tou a Rio Pipeline para expor com exclusividade a solução por roletes bidirecionais que resol-veram os problemas estruturais da ponte do taic, píer da Petro-

bras na Baía de Guanabara, bem como os revolucionários roletes guias que anularam a instabi-lidade funcional da tubulação do loop do Gastau (solução e Patente Liderroll).

A tecnologia apresentada pela empresa tem vantagens, como mais segurança na opera-ção e para os funcionários, me-nor impacto ambiental e mais rapidez na execução do servi-ço. no Gastau, por exemplo, a montagem dos dutos foi feita em apenas 19 dias, quando em geral leva sete meses.

IEC – Apresentou diversas so-luções nas áreas de corrosão, proteção catódica e integridade de dutos. Conectada com as ino-vações do mercado, a empresa

COM CERCA DE 20 empresas represen-tadas na Rio Pipeline 2011, o Canadá foi o país que mais trouxe participantes para a feira, sendo o único a ter um pavilhão ex-clusivo com as cinco empresas que vieram na missão canadense ao Rio de Janeiro. No pavilhão, também estavam representados o Consulado Geral do Canadá e o Governo de Alberta, estado que recebe a cada dois anos o IPC (International Pipeline Conference), na cidade de Calgary.

A participação canadense na Rio Pi-peline é uma tradição, já que o país é refe-rência mundial no setor de dutos. “Existe uma parceria institucional e técnica na área de dutos, entre o Canadá e o Brasil, principalmente com as duas feiras, IPC e Rio Pipeline, acontecendo em anos simul-tâneos”, afirmou Nadine Lopes, gerente de Desenvolvimento de Negócios em óleo e Gás do Consulado Geral do Canadá.

As empresas que estavam no pa-vilhão do Canadá eram Absolute NDE, Broadsword Corrosion, Civis Canadá, Global Thermoeletric e a Pure Techno-logies. Atuando há 13 anos no mercado de dutos, a Pure Technologies é líder

mundial no desenvolvimento e aplicação de tecnologias para inspeção, monitora-mento e manutenção da infraestrutura física dos equipamentos. A empresa apresentou na Rio Pipeline, a Smart Ball (Bola Inteligente), uma novidade na indústria, e que foi projetada para fazer a detecção de vazamento em dutos de óleo e gás e o seu monitoramento.

A empresa já realizou inspeções para a Transpetro e está fazendo trabalhos de inspeção e monitoramento de dutos para a Petrobras utilizando a tecnologia da bola inteligente. “Estamos entrando no mercado de detecção de gás, que está em expansão e há grandes possibilidades de negócios”, afirmou Muthu Chandrasekaran, vice-pre-sidente da Pure Technologies.

Forte presença canadense

Nadine Lopes, gerente de Desenvolvimento de Negócios em óleo e Gás do Consulado Geral do Canadá, Muthu Chandrasekaran, vice-presidente da Pure Technologies e Beatriz Peixoto, assistente de Desenvolvimento de Negócios do Consulado Geral do Canadá.

eventos

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expôs a seus clientes o sistema de ancoragem de dutos Pipesak, um sistema de controle de flu-tuabilidade de dutos para áreas alagadas.

“tivemos um retorno muito positivo neste lançamento devi-do à praticidade de instalação. o Pipesak substitui o concreto, não agride o meio ambiente e representa um impacto conside-rável na diminuição dos custos de logística das obras”, informou Mauro Barreto, diretor da ieC.

Além disso, a ieC divulgou os tubos compósitos de Pead reforçados com fibra de vidro ou aço galvanizado para con-dições de corrosão agressiva e elevada pressão interna de fluido, que foram desenvolvi-dos pela Flexpipe, empresa do grupo ShawCor, especializada na fabricação de tubos flexíveis compósitos.

“São aplicáveis para projetos de escoamento de fluidos em geral, como linhas de coleta de poços de produção onshore, li-nhas de injeção de água, dutos de distribuição e transporte de gás natural e de transporte de petróleo e derivados, entre ou-tros”, explica Barreto.

nesta edição da Rio Pipeli-ne, a empresa também partici-pou da conferência com a apre-sentação de um trabalho técnico sobre vantagens do revestimento de base polipropileno para dutos em ambiente agressivo, enterra-dos ou submersos.

o mercado dutoviário res-ponde pela maior parte do fatu-ramento da ieC, mas a empre-sa também tem sinergia com os mercados de tanques de arma-zenamento, tubulações indus-triais, estruturas portuárias e plataformas. “nosso maior de-safio é acompanhar a evolução tecnológica muito rápida em um

setor cuja demanda oscila muito. A Rio Pipeline tem sido essen-cial para enfrentar este desafio”, indicou.

Barreto disse que hoje a em-presa está atuando no Gasoduto Rio-São Paulo (Gaspal ii), Ga-soduto Caraguatatuba-taubaté (Gastau), etanolduto Paulínia Riberão Preto, iii Mineroduto da Samarco e no Mineroduto Rio-Minas, da Anglo American.

de acordo com o executivo, as principais soluções fornecidas pela ieC para o setor dutoviário e de petróleo e gás é a proteção catódica, desde o projeto até o comissionamento, passando pelo fornecimento de todos os mate-riais e a montagem dos sistemas; o monitoramento e o controle da corrosão interna de dutos; o fornecimento, instalação e operação de equipamentos de diversas técnicas intrusivas e não intrusivas para medição de taxas de corrosão; além disso, a empresa representa, também, a norte-americana CRtS, especia-lizada em revestimento interno robótico de juntas de campo de dutos de aço; e na área de inspeção de dutos e tanques, a ieC representa a Rosen, líder no mercado brasileiro de pigs instrumentados.

A ieC é distribuidora de vá-rios produtos para a área du-toviária, dentre eles mantas termocontráteis Canusa, tubos de plástico reforçado com fibra de vidro Flexpipe e juntas iso-lantes Projoint. “Fornecemos, também, com pessoal e tecnolo-gia próprios, levantamentos de dutos sobre a faixa, como passo a passo, dCvG, atenuação de corrente e geoposicionamento e recentemente, introduzimos no mercado brasileiro a técnica de ‘direct Assessment’ (eCdA e iCdA), um método de análise de integridade de dutos apoiado nas técnicas de levantamento mencionadas antes”, lembra Barreto.

o diretor da ieC comentou que recentemente a ieC lançou o PipePillo, que serve como su-porte para a tubulação, levan-tando os tubos ao lado da vala a uma altura ideal para o trabalho de solda, preparação de superfí-cie e aplicação de mantas.

ele destacou ainda no portfó-lio da empresa os tubos termo-plásticos compósitos reforçados da Flexpipe, uma solução eco-nômica e competitiva, reduzindo os custos de instalação de dutos e proporcionando menor prazo de conclusão das linhas.

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Trade Locações – Para a em-presa o mercado dutoviário é estratégico, pois a companhia é especializada em solda para dutos, mantendo mais de mil equipamentos do modelo mo-tossoldadora (equipamentos de solda a diesel) em seu parque.

“o mercado dutoviário re-presenta uma fatia considerável dos nossos negócios, no entanto, com a acelerada expansão das obras em refinarias começamos a dedicar também atenção es-pecial a estes projetos. nosso principal desafio é manter a qualidade e agilidade dos nossos atendimentos a todos os projetos demandados”, aponta o diretor comercial da empresa, Bruno Alves Pereira.

A empresa participou des-ta edição da Rio Pipeline, para onde levou sua linha completa de solda para venda e locação, tendo como principal foco as motossoldadoras, além de uma torre de iluminação Allmand e um Grupo Gerador da marca Cummins. As soluções da tra-de Locações atendem os merca-dos de equipamentos para pipe shop, offshore, onshore, monta-gem industrial e terraplanagem.

de acordo com o diretor da trade Locações, atualmente a

companhia atende aos três maio-res projetos de pipe em execução no país: um mineroduto da An-glo, sendo executado em MG de 500 km, uma obra de dutos em São Paulo, de 1.200 km e uma obra em Minas Gerais/espírito Santo de 400 km de duto. “So-mos também um dos maiores locadores dentro do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj)”, completa.

o executivo comenta ainda que a grande novidade da em-presa no segundo semestre deste ano é que o Grupo trade é agora dealer da Wacker neuson, uma linha de minicarregadeiras, mi-niescavadeiras e skid steer.

Sobre expectativas da em-presa para os próximos anos,

P e r e i r a d i z que apesar da turbulência na europa e es-tados unidos no câmbio , a e x p e c t a t i v a no Brasil para

o final de 2011 e para o ano de 2012 é positiva. “dentre as nossas metas estão o aumento de produtos em nosso portfó-lio, expansão de novas bases, aperfeiçoamento técnico e ex-pansão da equipe, aquisições

de empresas também não estão descartadas”, disse.

Vanasa Multigas – Participou do evento com um estande e apre-sentou sua linha de produtos para pipeline, frutos da parceria com a Ge (General electric), Sypris technology, Alfa engine-ering e taylor valves. esta foi a terceira participação da empresa no evento.

o mercado dutoviário repre-senta hoje 13% do faturamento global da vanasa Multigas, sen-do o segundo mais importante segmento que a empresa atua. “o grande desafio é manter o rit-mo de crescimento dos negócios nesta linha de produtos, uma vez

que as incerte-z a s s o b r e a s futuras amplia-ções da malha dutovária estão parc ia lmente indefinidas até o presente mo-

mento”, indica Walter Lapietra, presidente da vanasa Multigas.

Para o mercado de petró-leo e gás e dutos, a companhia oferece as seguintes soluções: lançadores e recebedores de PiG; tampas de abertura Rápida (QoC); acessórios para reparo de dutos; acessórios para furo em carga (trepanação); juntas de isolamento elétrico; pontos de entrega (City Gates); esta-ções de medição para óleo e gás (com e sem provador); es-tações de redução de pressão; filtros separadores, scrubbers e ciclones; aquecedores indi-retos; medidores tipo turbina e rotativos; válvulas reguladoras de pressão, controle e bloqueio automático (Shut-off); válvulas de alívio e segurança (PSv); e indicadores e transmissores de nível – dentre essas, Walter La-

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pietra destaca a nova linha de lançadores e recebedores de PIG compactos em Skids e a nova linha de estações de medição para transferência de custódia com provadores compactos.

Para o executivo, no mo-mento a empresa está envol-vida no projeto da fábrica de fertilizantes nitogenados (Fa-fen) e na UFN-3 (Unidade de Fertilizantes Nitrogenados), em Três Lagoas; e estão fornecendo lançadores de PIG para as pla-taformas WHP1, WHP2, FPSOs para o pré-sal, Canto do Amaro e Guamaré. Além de pontos de entrega de gás natural de Jape-ri II, Cidade do Aço, Resende, Duque de Caxias, Caçapava, Três Lagoas, UTE João Neiva, UTE Cacimbas; e estações de redução de pressão e medição para Córdoba.

Ainda de acordo com La-pietra, a expectativa da Vana-sa Multigas para os próximos anos é manter o crescimento médio de 20%, agregando no-vas soluções para as áreas de produção (E&P) e ampliando o atual portfólio de produtos para gás natural e pipeline (oleoduto e gasodutos).

TDW – Participando outra vez da Rio Pipeline, a TDW apre-sentou seu mais novo produto, o Spiral Magnetic Flux Leaka-ge (SMFL). A nova tecnolo -gia permite identificar onde a corrosão está através do envio de um sinal com as informa-ções coletadas na inspeção do duto, dizendo onde estão os problemas de corrosão. Além disso, o equipamento também detecta defeitos na estrutura dos tubos.

“O SMFL é uma inovação para a indústria e vai mudar a maneira de se fazer inspeções

em dutos”, afir-mou Richard W i l l i a m s o n , c h a i r m a n d a TDW. “Estamos preparados para ajudar a Petro-bras a vencer

os desafios que vêm pela frente quanto à exploração offshore no Brasil”, completou.

A TDW produz equipamentos para operações tanto onshore quanto offshore, e tem entre seus clientes, no Brasil, a Pe-trobras e a Comgás (Companhia de Gás de São Paulo).

Instor – A empresa 100% brasilei-ra, especializada em sistemas de inspeção robótica, situada no Par-que Tecnológico da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, trouxe para a feira Rio Pipeline 2011 um scanner para inspeção interna de tubulações.

A ferramenta, chamada de ‘inspetor de dutos’, utiliza siste-ma ultrassônico multiplexado que aumenta a velocidade de mapea-mento e transforma as informações em gráficos precisos sobre local e grau de profundidade de corrosão, o que difere a tecnologia dos pigs já conhecidos.

“Ele é basicamente um robozi-nho que consiste em um anel bi-partido que se abre em duas partes, e, com movimentação automática, consegue escanear longitudinal-mente e transversalmente a tubu-

lação mapeando a superfície do duto e medindo sua espessura”, afirmou Miguel Serrano, sócio diretor da em-presa. A tecno-

logia está preparada para atuar em dutos rígidos, com chuva ou em regiões alagadas.

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CM do Brasil – A empresa trou-xe para a edição 2011 da Pipe-line sua linha de equipamentos e produtos para movimentação, elevação e transporte de cargas. o destaque da empresa é a ca-pacidade de desenvolver pro-dutos especiais de acordo com a necessidade do cliente. “A CM é líder mundial no merca-do, nosso diferencial é oferecer produtos para as diversas apli-

cações. Quando os produtos con-vencionais não reso lvem, nós desenvolvemos a solução”, a-firma Jefferson de Oliveira, co-

ordenador de marketing da CM do Brasil.

Fluxo – especializada em equi-pamentos e serviços para au-tomação de sistemas, a Fluxo Soluções integradas levou algu-mas soluções para o setor que foram representadas por quatro parceiros na feira. A companhia apresentou uma microturbina para produção de energia da Capstone turbine Corporation, um gerador baseado em uma pequena turbina que queima gás gerando energia limpa e de qualidade. A tecnologia é

ideal para lugares isolados, como plataformas offshore ou gasodutos, que necessitem de fonte de energia confiável.

“ela usa um pouco do gás pro-duzido em uma plataforma ou ga-soduto, por exemplo, e gera ener-gia elétrica, sem precisar de água ou óleo lubrificante, somente ar.

Pode alimentar lâmpadas, bom-bas, sistemas de compressão, de medição, áreas de controle. o lugar f ica in-dependente de

rede elétrica”, afirma o gerente da Capstone turbine Corporation para na América do Sul, Edgardo Oscar Vescovo.

A Fluxo apresentou também em seu estande um medidor por

ultrassom de vazão de gás, que dimensiona o equipamento para ter o tamanho adequado ao volume de gás que passa na tubulação, da da-niel Measurement & Control, uma das divisões da emerson electric Co. o produto dá condições para o operador obter diagnósticos de correções no sistema.

Completando as soluções representadas pela Fluxo, as empresas Automind Automação industrial Ltda. e emerson vA/Bettis & Shafer apresentaram seus serviços de consultoria e implan-tação de sistema de automação industrial e de automação de vál-vulas, respectivamente.

Vermeer – neste ano, a empresa apresentou na feira suas solu-ções para o mercado offshore, que são as valetadeiras e as perfuratrizes horizontais dire-cionais, máquinas para aber-turas de valas e travessias pelo método não destrutivo para a instalação de dutos.

“Levamos para a Rio Pipeli-ne 2011 nossas valetadeiras de diversos tamanhos, sobre pneus ou esteiras para abertura de va-las exatas em diversos tipos de solos com alta produtividade, e as perfuratrizes horizontais direcionais também em diversos tamanhos com forças de puxada das tubulações de 6.000 libras a 1.300.000 libras para travessias

de ruas, rodo-vias, córregos, rios, etc.”, ex-plica o gerente geral da verme-er, Flávio Leite.

d e a c o r -do com ele, o

mercado dutoviário brasileiro é de grande importância para a empresa, pois ela tem forte presença neste segmento ao re-dor do mundo e pretende tam-

eventos

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bém ter no mercado brasileiro. “Possuímos uma gama grande e completa de equipamentos para a instalação de dutos”, comple-menta.

“A distribuição dos nossos pro-dutos aqui no Brasil é de nossa responsabilidade e feita dire-tamente pela fábrica. estamos fazendo um forte investimento aqui no Brasil desde que assu-mimos a distribuição em 2008, com forte crescimento nas vendas e consequentemente em nossa estrutura”, explica Leite.

Segundo o executivo, a ver-meer pretende continuar com o crescimento no país e na Améri-ca Latina, oferecendo as melho-res soluções para seus clientes. Atualmente a empresa fornece máquinas para diversas empre-sas prestadoras de serviços nos mercados de saneamento, gás, telecomunicações e energia.

Salzgitter Mannesmann Inter-national – A empresa apresen-tou a fábrica Salzgitter Man-nesmann Line Pipe, de tubos soldados e disponilizou seu pro-cesso contínuo de fabricação de tubos de aço. “Fabricamos tubos com solda por indução de alta frequência para dutos onsho-

re ou offshore, com qualidade 5 LX 70, diâmetro externo até

24 polegadas e espessura de p a r e d e a t é 1 polegada, com r e v e s t i m e n t o 3 - c a p a M A -PeC ou FBe”, indicou Carlos

Zemella, diretor da Salzgitter Mannesmann international.

de acordo com ele o mercado dutoviário brasileiro é estratégi-co para a companhia que ofere-ce soluções de engenharia para dutovias com diâmetro externo de 16” (406 mm) a 24” (609 mm) e com espessura de parede até 1” (25,4 mm).

dentre as principais solu-ções que a empresa disponi-biliza para o mercado de pe-

tróleo e gás e dutos, Zemella destacou: “um tubo APi produ-zindo com tecnologia própria, com gerenciamento do sistema produtivo certificado pela tuv noRd com os critério da din en iSSo 9001: 2000, din eM 14001: 2005 e BS oHSAS 18001:2007, e com notável his-tórico de fornecimentos para indústria petrolífera em várias regiões do mundo”.

Ainda no portfólio da Salzgitter Mannesmann, o executivo destacou o sistema produtivo de garantia de qualidade e infalível sistema de verificação do produto final (tubo e revestimento), como uma solução de ponta que a empresa oferece ao mercado. “esperamos poder forne-cer 100 km de tubos 24” x 1” APi 5LX 70 para os próximos anos”, complementou.

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eventosCobertura OTC Brasil 2011

ELA VEIO PRA FICAR

Com um público especializado de mais

de dez mil pessoas, a primeira edição

brasileira da Offshore Technology

Conference supera expectativas e

leva organizadores a confirmarem

novas edições a cada dois anos. Além do programa técnico,

a OTC Brasil 2011 promoveu uma exposição de empresas da

comunidade global offshore que apresentaram novidades e

soluções tecnológicas para o setor.

por Karolyna Gomes, Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

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A primeira edição da otC Brasil supe-rou a expectativa dos organizado-res , recebendo mais de dez mil

visitantes em três dias de even-to. entre os destaques da pro-gramação da otC Brasil esti-veram as sessões técnicas que abordaram questões relevantes da exploração offshore, como so-luções inovadoras para acelerar o desenvolvimento de campos de petróleo, a questão da garantia de escoamento, os desafios da exploração de reservatórios car-

bonáticos, engenharia de poço, entre outros temas relevantes para essa indústria.

A conferência contou com o apoio de três organizações na-cionais: a Associação Brasileira de engenharia Química (Abeq), a Associação Brasileira de Geólogos de Petróleo (ABGP) e a Sociedade Brasileira de Geofísicos (SBGF). o evento também recebeu o apoio da Rio negócios, da Rio Business Agency, e contou com palestrantes da Agência nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (AnP) e do escritório de Comer-cio exterior do Ministério do

desenvolvimento, indústria e o departamento do Comércio dos estados unidos.

Mais de 400 empresas, de 23 países, participaram do evento, distribuídas em estandes insta-lados em dois pavilhões do Rio-centro, nos quais apresentaram as mais modernas soluções em produtos e serviços de explo-ração e produção offshore. do total de expositores, 90 eram empresas brasileiras, demons-trando a competitividade da in-dústria local em um mercado que atrai cada vez mais players de todo o mundo.

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“esse foi o momento certo de trazer a otC para o Brasil. o país está se preparando para ser um dos maiores produtores de petróleo do mundo e reúne, cada vez mais, as mais influentes associações e players da indústria”, comentou Ricardo Juiniti, copresidente do Programa técnico da otC Brasil.

“estamos extre-mamente satisfei-tos com a partici-pação e o sucesso do evento”, asse-gurou.

“o grande nú-mero de empresas

brasileiras que expôs na otC Bra-sil – associado ao grande interes-se do mundo –, garante que este evento foi uma mostra verdadei-ramente global e de grande repre-sentatividade”, avaliou Stephen Balint, presidente do Conselho de Administração da otC.

Ao todo, a otC Brasil 2011 contou com 24 sessões técnicas, dez sessões especiais e duas ple-nárias. Além disso, foram reali-zados seis almoços/palestras por dia com alguns dos principais participantes do evento, que

discorreram sobre os desafios do financiamento em tempos de crise, e experiências no mercado brasileiro como operadores.

o modelo regulatório bra-sileiro e a questão da segu-rança operacional do setor de petróleo e gás foram os temas abordados na cer imônia de abertura pelas representantes da Agência nacional do Petró-leo, Gás natural e Biocombus-tíveis (AnP): a diretora Magda Chambriard – que convidou os estrangeiros a investirem no país, mas solicitou o cumpri-mento das regras e objetivos nacionais –, e a técnica Caro-line Morais, da área de segu-rança operacional da Agência.

“A otC é um evento con-sagrado no setor de petróleo mundial e nós da AnP enten-demos que a vinda da otC para o Brasil é um atestado da nossa competência, do nosso suces-so exploratório e também a de-monstração de que a indústria internacional quer participar do sucesso dos nossos negócios em petróleo”, comentou Magda Chambriard.

A diretora da AnP forneceu um panorama completo do ce-nário de petróleo e gás do país, assim como o sistema regulatório brasileiro vigente. “temos mais de uS$ 350 bilhões de reser-vas internacionais; encerramos 2010 com 14 milhões de barris de petróleo e 420 milhões de m³ de gás de reservas provadas; te-mos 74 empresas operando como concessionárias (nacionais e in-ternacionais); produzimos 2,2 milhões de barris de petróleo no ano passado; além disso, no ano passado, exportamos cerca de 300 mil barris de petróleo por dia e 35 milhões de m³/dia de gás”, lembrou. Magda indicou ainda que o Brasil é a sétima maior economia do mundo, com estabilidade política, econômica e regulatória.

Segundo Chambriard, o obje-tivo da AnP hoje é alavancar o desenvolvimento nacional e da indústria e diminuir a desigual-dade social do país. Magda infor-mou ainda que serão realizadas mais duas rodadas de licitação para a área do pré-sal até 2015.

Carolina Moraes, da área de segurança operacional da AnP,

falou sobre as ações da Agên-cia com relação à s e g u r a n ç a operacional nas plataformas de petróleo no país. Para ela, esse é

o principal foco da entidade, que tem um calendário de auditorias previamente agendadas com as empresas concessionárias.

na fiscalização das platafor-mas, a AnP tem uma parceria com a Marinha do Brasil, o instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Re-curso naturais Renováveis(ibama) e o Ministério do trabalho, para garantir a segurança das opera-

A OTC É UM EVENTO

CONSAGRADO NO SE-

TOR DE PETRóLEO MUNDIAL

E NóS DA ANP ENTENDEMOS

QUE A VINDA DA OTC PARA O

BRASIL É UM ATESTADO DA

NOSSA COMPETêNCIA, DO

NOSSO SUCESSO EXPLORA-

TóRIO E TAMBÉM A DEMONS-

TRAçãO DE QUE A INDúS-

TRIA INTERNACIONAL QUER

PARTICIPAR DO SUCESSO

DOS NOSSOS NEGóCIOS EM

PETRóLEO.Magda Chambriard, diretora da ANP

eventos

TN Petróleo 80 57

ções, dos equipamentos e também dos trabalhadores.

o regulamento de segurança da AnP é formado por 17 reso-luções, com regras para cada si-tuação específica a ser avaliada. Para Carolina Moraes, os grandes acidentes só ocorrem quando há falhas nas auditorias e nas práti-cas de segurança das empresas. “A presença a bordo de técnicos da AnP tem sido um fator positivo para a manutenção da segurança nas plataformas”, afirmou.

em 12 meses, a AnP aplicou multas que alcançaram a soma de uS$ 20 milhões, interditou a operação de 11 plataformas e identificou 600 não conformida-des durante as suas vistorias. So-bre o futuro, a representante da Agência disse que a entidade se-guirá atualizando suas normas, mantendo o foco na segurança operacional. ela acrescentou que a AnP precisa também aumentar as atenções para a segurança dos projetos.

Programação diferenciadaos topical luncheons (almo-

ços/palestras) foram uma ativi-dade diferenciada na progra-mação da primeira otC Brasil, nos quais foram apresentadas as experiências brasileira e mundial nas operações offshore da indús-tria de óleo e gás.

os convidados tiveram a oportu-nidade de ouvir alguns dos princi-pais expositores discorrerem sobre temas relevantes como os desafios do financiamento em tempos de crise e experiências de várias ope-radoras no mercado brasileiro.

no primeiro dia do evento, Maria Pena, gerente de produ-ção do BC-10 da Shell, falou sobre o Parque das Conchas, um projeto da Shell em águas profundas no Brasil, com uma produção atual de 70 mil b/d,

e com um sistema pioneiro de separação submarina.

A executiva lembrou que a produção no Parque das Conchas conta com duas fases e a produ-ção inicial foi traçada a partir de três campos: Abalone, ostra e Argonauta B-West. “A primeira etapa, operada em 2009, envol-veu nove poços produtores e um poço injetor de gás e a segun-da fase, iniciada em 2010, tem como foco o campo Argonauta o-north”, indicou.

Ainda no primeiro dia, Felipe Bayon, chefe de projetos espe-ciais para a BP America, fez pa-lestra sobre os impactos, as lições aprendidas e aplicadas após o acidente da deepwater Horizon no Golfo do México, para evitar ocorrências similares em suas operações no mundo, incluindo no Brasil, onde tem hoje dez blo-cos exploratórios, adquiridos em maio da devon.

Bayon informou que os atuais investimentos e ações da empre-sa estão focados em melhores práticas, e citou: prevenção e se-gurança de perfuração, controle, contenção para minimizar vazão, poços de alívio para interromper

o fluxo e gerenciamento de crise. “o atual desafio da indústria é criar equipamentos móveis de resposta para poços profundos”, ressaltou.

no segundo dia, denis Palluat de Besset, da total e&P do Brasil, destacou as novas tecnologias, pesquisa e desenvolvimento e as soluções que a companhia vem desenvolvendo para o Brasil. o executivo falou sobre o início da operação em Pazflor, campo ope-rado pela companhia francesa em Angola, cuja capacidade de produção é de 220 mil barris de petróleo/dia. ele destacou o uso das tecnologias inovadoras de separação plena subsea e a ins-talação do maior FPSo do mundo (FPSo Pazflor), com 325 m de cumprimento, 62 m de largura e 120 mil toneladas de peso, com capacidade para armazenar até 1,9 milhão de barris.

no último dia foi a vez de João Clark , da colombiana

ecopetrol, falar sobre a experi-ência no Mar das Caraíbas, na Colômbia, na costa do Peru e no Golfo do Mé-xico, além das

expectativas da empresa na costa do Brasil nas bacias de Santos, Campos, Pará-Maranhão e es-pírito Santo.

o executivo apresentou os números da companhia, há 60 anos atuando no mercado de pe-tróleo e líder em exploração na Colômbia. no Brasil, a ecopetrol comparece em oito blocos: dois na Bacia de Campos, dois na Ba-cia de Santos e quatro na Bacia de Pará-Maranhão.

de acordo com o plano de ne-gócios para 2020, os investimen-tos em exploração e produção serão de uS$ 80 bilhões. Além

OTC BRASIL EM NúMEROSPúblico de mais de dez mil

pessoas

420 empresas expositoras

23 países representados

90 empresas brasileiras

4 pavilhões internacionais –

Canadá, Finlândia, Noruega e

Estados Unidos

Área: 14.450 m²

otc brasil 2011: ela veio pra ficar

58 TN Petróleo 80

disso, a produção de petróleo chegará a 1,3 milhão de barris de óleo por dia em nove anos. em 2020, 60% das reservas ex-ploratórias da empresa serão em campos offshore.

Quem fechou a sessão de topi-cal luncheons foi Paulo Mendon-

ça, diretor geral e de exploração e produção da brasileira oGX. ele compartilhou a experiência da empresa em qua-tro anos de ope-

ração e a produção do primeiro óleo ainda esse ano, na Bacia de Campos.

Mendonça comemorou a che-gada do FPSo oSX-1 na Baía de Guanabara que aconteceu no dia do almoço, e encerrou dizendo que está ansioso para a décima Primei-ra Rodada de Licitação da AnP.

P&D são cruciais para a indústria

o debate sobre pesquisa e desenvolvimento e suas reper-cussões nas empresas e univer-sidades marcou o segundo dia da otC Brasil. um entendimento que permeou todo o debate é de que tanto a indústria quanto a universidade devem entender o perfil uma da outra.

“estamos investindo no apri-moramento das potencialidades locais. Sabemos que o retorno pode levar alguns anos e, à me-dida que o mercado brasileiro for amadurecendo, iremos expandir os investimentos”, afirmou o re-presentante da Schlumberger, Ram Shernoy.

Já o representante da Ca-meron, John Bartos, destacou a importância do planejamento e do compromisso com as metas das pesquisas para o sucesso das parcerias. “Quando financiamos

uma pesquisa estabelecemos marcos junto aos pesquisadores. dessa maneira, cada etapa acon-tece dentro de um planejamento e quando o marco é alcançado nós iniciamos uma nova fase de pesquisas, o que é motivador para os pesquisadores e para nossos negócios”, ressaltou.

Giorgio de tomi, professor asso-ciado do departamento de engenha-ria de Minas e de Petróleo da uSP (universidade de São Paulo) e mode-rador do painel, também enfatizou o trabalho em equipe. “não devemos simplesmente enfatizar as diferen-ças entre universidade e empresas, mas entender que são pessoas que fazem as pesquisas e que o princi-pal é buscar a viabilidade das ações conjuntas”, concluiu.

o último dia da conferência teve palestra sobre os desafios e oportunidades do setor de óleo e gás no Brasil, com representantes das principais empresas do setor que atuam no país.

Harold Mesa, da Hallibur-ton, afirmou que os principais desafios no pré-sal estão no es-coamento do petróleo e do gás,

a corrosão dos dutos e equipa-mentos e o Co2, que terá que ser reinjetado. ou-tro ponto dito-por Mesa foi a alta demanda

por profissionais no mercado. Se-gundo ele, o setor precisa de 50

mil pessoas. A Halliburton vem contratando muitos profissionais no Brasil, sendo de brasileiros o maior número de funcionários da empresa, que tem no recruta-mento e na retenção de talentos sua fórmula para chegar a solu-ções cada vez melhores.

A inovação fo i indicada como uma das soluções para os desafios da indústria. Para isso, a Halliburton já investiu no seu Centro de tecnologia, no Parque tecnológico da uni-versidade Federal do Rio de Ja-neiro (uFRJ), que já está em funcionamento. “enxergamos que desafios geram oportuni-dades”, assinalou.

Já Ana Zambelli, presidente da Schlumberger no Brasil, disse que a excelência na execução

dos projetos é um foco da em-presa que preza pelo mínimo de erros. “nessa indústria é pre-ciso acertar na primeira tenta-

tiva sempre”, afirmou.Para Maurício Figueiredo,

vice-presidente da Baker Hu-ghes, o Brasil é o país mais for-te no mundo em oportunidades

nesse setor. de a c o r d o c o m ele, os princi-pais desaf ios do Brasil são o conteúdo local, a carga tributá-ria e o processo

de licenciamento ambiental. ele adiantou que a companhia pre-tende ter 80 sondas offshore atu-ando no país até o fim do ano que vem. esse número vai pular para 120 sondas em 2015. Além disso, dos últimos 20 poços perfurados no pré-sal, em 16 a Baker teve participação.

eventos

TN Petróleo 80 59

Disposta a mostrar que o mer-cado de óleo e gás tornou--se alvo prioritário da sua

estratégia de negócios, a Lord, tradicional fornecedora de adesi-vos, revestimentos e sistemas de controle de ruído e vibração para os mercados industrial, automoti-vo, aeroespacial e de defesa, di-vulgou na otC Brasil que o setor de exploração de petróleo pode se beneficiar de toda essa expertise.

“Mostramos na otC Brasil que a Lord tem totais condições de cor-responder aos anseios do merca-do brasileiro de óleo e gás, pois combina vasta experiência com fornecimento lo-cal”, disse Bruno Fragoso, geren-te de desenvol-vimento de novos negócios da Lord, que está atenta ao mercado brasileiro

A empresa apresentou sete produtos na feira, um eles já utilizado pela Petrobras: o re-vestimento de alta performance HPC-5C. “ele protege os artefatos de borracha contra o ataque do ozônio, evitando o esfarelamen-

to ou cracking dos elastômeros”, explica Fragoso.

outra tecnologia que chamou a atenção dos visitantes foi a MR, composta por fluidos e dispositi-vos magnetorreológicos. usados há anos em diversos sistemas de controle de movimento e vibra-ção, podem ser empregados em várias situações na exploração de

petróleo. “nas plataformas, muitos equipamentos exigem controle de movimento, principalmente devi-do ao efeito das ondas do mar”, complementa.

Ainda para auxiliar no aspec-to de controle de vibração, a Lord fabrica coxins para equipamen-tos de superfície empregados na separação de fluidos – feitos de

Complementando os debates da conferência, as 420 empresas participantes

da exposição, dentre elas 90 empresas brasileiras, apresentaram as principais

tecnologias para exploração e produção offshore com foco na segurança, saúde e

meio ambiente. A feira reuniu os principais fornecedores da cadeia petrolífera, além

dos ‘gigantes’ operadores do setor em nível mundial.

TECnOLOGiAem exposição

otc brasil 2011: ela veio pra ficar

60 TN Petróleo 80

borracha, já podem ser fornecidos revestidos com o HPC-5C. Produz também um equipamento deno-minado tuned vibration Absorber (tvA), que controla a vibração das tubulações ocasionada pela passa-gem de fluidos.

Segundo eduardo terciotti, exe-cutivo de contas para o mercado de óleo e gás da Lord, milhares desses equipamentos operam há mais de 20 anos no gigantesco gasoduto aéreo que atravessa o estado do Alasca (euA). “Sua função é com-pensar a vibração interna, gerada pelos fluidos, e a externa, causada pelas rajadas de vento típicas da região.”

os adesivos da Lord também encontram espaço na exploração de petróleo. A família Chemlok®, por exemplo, segundo o executivo, pode ser usada na adesão do tipo metal/borracha, bastante comum na fabricação de mangotes – dutos que transportam o óleo entre as plataformas e os navios. Já os ade-

sivos estruturais são adotados tanto na fabricação quanto nos reparos de diversos tipos de peças, sobre-tudo nas de compósitos e metal.

Por último, terciotti destacou os elementos flexíveis e as resi-nas encapsulantes. os primeiros são responsáveis por proporcionar os movimentos de torção e flexão nas juntas flexíveis, enquanto as resinas – à base de silicone, po-liuretano e epóxi – servem para encapsular circuitos elétricos diver-sos. “Além de diminuir a vibração, protegem as peças contra o ataque químico do meio, bem como redu-zem a temperatura e a condutivi-dade elétrica”, conclui.

TECNOLOGIA EM LUBRIFICANTES – A Cosan Lubrificantes e espe-cialidades, detentora do direito de uso da marca Mobil no Brasil, além de ter apresentado o que tem de mais sofisticado em se tratando de lubrificantes para a cadeia de óleo e gás, a empresa levou palestran-

tes ao evento. dois engenheiros da companhia falaram sobre solu-ções de lubrificação para aumen-tar a produtividade e reduzir os impactos ambientais na indústria offshore.

o público pôde, ainda, conhe-cer a linha de lubrificantes mine-rais, sintéticos e biodegradáveis, que atendem às mais rigorosas exi-gências deste segmento, além de outros tipos de óleos e graxas ates-tados e reconhecidos por inúmeros fabricantes de equipamentos. “A presença da marca Mobil visou reforçar a alta tecnologia encontra-da em seus produtos e as diversas

possibilidades de serviços vol-tados par as mais variadas formas de aplicação”, ressaltou Sid-nei Bincoletto, coordenador de

marketing da Cosan Lubrificantes e especialidades.

exemplo forte dos investimen-tos da Cosan nessa tendência, o sistema oilXplorer Analysis é um dos principais serviços oferecidos. “nosso sistema de análises de óleo foi desenhado cuidadosamente para garantir total conveniência e máxima proteção dos equipa-mentos. A equipe técnica possui alto padrão de treinamento e está apta a dar assistência técnica e treinamento ao pessoal de bordo, checando o resultado da aplica-ção e assegurando que os clien-tes recebem todos os benefícios do nosso programa de lubrificação”, observa ele.

Para o mercado de marinha offshore, a marca Mobil destacou sua linha de produtos sintéticos, que favorecem o desempenho e proporcionam vantagens econô-micas na administração dos equi-pamentos que operam em variadas temperaturas.

eventos

TN Petróleo 80 61

ENERGIA OFFSHORE – A Schnei-der electric, especialista global na gestão de energia, apresentou na otC Brasil o projeto da empresa desenvolvido para a exploração sustentável de petróleo. A solução, chamada de subsea, promove a dis-tribuição elétrica de média tensão sob condições extremas.

“temos tecnologia desenvolvida para soluções de distribuição elé-trica até 3.000 m de profundidade, proporcionando aumento da vida útil e eficiência na produção”, disse o vP da unidade de ne-gócios energy da Schneider elec-tric, Luis Felipe Kessler.

os visitantes puderam conferir ainda o Shore Connection (tomada de terra) para portos, solução ino-vadora em tecnologia.

o recurso tem como objetivo garantir a estabilidade energética nos portos, sendo o único no mer-cado a utilizar a plataforma de um uPS (unidades de Alimentação ininterrupta). destaque também para o lançamento da linha de quadros elétricos (QeP e Qee),

além das soluções MAS e PMS para embarcações, que promovem uma economia de até 20% da ener-gia com o PMS a bordo.

Além disso, a Schneider elec-tric apresentou as soluções em parceria com a telvent, a sua mais nova aquisição. “A telvent com-plementa a arquitetura integra-da ecoStruxuretM da Schneider electric, proporcionando uma so-lução de gestão de informações para controlar, monitorar e otimizar redes”, indicou o executivo.

CENTRO DE PESQUISA – Atenta ao crescimento do potencial do setor de óleo e gás no Brasil, a multina-cional alemã Siemens apresentou ao mercado na feira suas principais soluções para o segmento. entre eles, o sistema de distribuição elé-trica submarina para 3.000 m de lâmina d’água e a engenharia mul-tidisciplinar da Siemens, aplicada nos setores de automação, gera-ção, transmissão e distribuição de energia, compressão, tratamento de água, além de aplicações para a tecnologia marítima.

“o momento é de extrema im-portância para a economia brasi-leira. A Siemens é líder global no

setor offshore e, mundialmente, temos feito investimentos que con-

tribuíram para a liderança tam-bém em setores como energia eólica e solar”, afirma Welter Benício, diretor da divisão de

Óleo e Gás da Siemens no Brasil.Segundo Benício, a estratégia

da Siemens com o setor de óleo e gás é respaldada pelo novo centro de P&d da companhia, a ser ins-talado no Parque tecnológico da ilha do Fundão (RJ), com previsão de ser inaugurado até o final de 2012. “A iniciativa eleva o país a centro de excelência mundial em engenharia avançada, pesquisa e desenvolvimento em óleo e gás e tecnologias submarinas no Grupo Siemens”, comenta o diretor.

durante a otC Brasil, a compa-nhia também apresentou o Subsea Powergrid, rede elétrica submarina que permite a produção e proces-samento de óleo e gás a partir de módulos instalados a até 3.000 m de profundidade.

Além de destacar seu portfólio completo de soluções, a companhia

A CATERPILLAR, FABRICANTE americana de maquinário agrícola e de construção, anunciou durante a OTC Brasil que adqui-riu, no dia 31 de agosto de 2011, 100% do controle da Pyroban Group Ltd. O Grupo Pyroban é líder no oferecimento de solu-ções de segurança em áreas perigosas para os mercados de petróleo e gás, manuseio de materiais industriais, mineração e tam-bém para o setor marítimo. Com escritório central em Shoreham, no Reino Unido, o Grupo Pyroban tem ainda instalações na Europa, em Cingapura e na China.

A aquisição permite que a Caterpillar Global Petroleum ofereça aos clientes um alcance mais abrangente de soluções de energia totalmente integradas da marca

Cat e aumente sua presença no setor de proteção de áreas perigosas, em âmbito mundial. O Grupo Pyroban é reconhecido como fornecedor de soluções de segurança e proteção em áreas sujeitas a explosões, inclusive de kits e componentes especí-ficos projetados para modificar motores, sistemas de motores, empilhadeiras, mani-puladores telescópicos de materiais e equi-

pamentos de mineração para adequar-se às certificações de segurança. No mercado atual, os motores da Cat Petroleum são fre-quentemente modificados e equipados com soluções da Pyroban para operar em áreas perigosas e ajudar a preservar a segurança dos canteiros de obras de nossos clientes.

“Esta aquisição vai nos permitir ofe-recer uma gama completa de soluções de segurança para nossos clientes no mun-do todo”, declarou o vice-presidente da Caterpillar, Richard Case. “A segurança é primordial para a Caterpillar, por isso estamos satisfeitos por sermos capazes de oferecer produtos adicionais para au-mentar a segurança dos locais de trabalho de nossos clientes.”

Caterpillar adquire Grupo Pyroban

otc brasil 2011: ela veio pra ficar

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também conduziu palestras durante a conferência sobre competências e recursos do setor de petróleo e gás, soluções submarinas inovadoras, ser-viços para turbomáquina e inovações no tratamento de água produzida.

Segurança e eficiência – A Honeywell, provedora de so-luções de ponta e tecnologias integradas, esteve presente na feira e na conferência da OTC Brasil. Na ocasião, a americana teve representantes das áreas de Process Solution, Scanning & Mobility, Marine Solution e Safety Products em seu lounge, onde destacou sua tecnologia para melhorar segurança e efi-ciência.

“Segurança, eficiência, con-fiabilidade e sustentabilidade são alguns dos elementos que os ope-radores de offshore precisam para ter sucesso nesta área. Ficamos felizes em mostrar aos partici-pantes da OTC como eles podem atingir esse sucesso, reunindo a tecnologia de nossos muitos ne-gócios”, afirmou Jodir Marprates,

presidente da Honeywell Process Solution no Brasil.

As quatro divisões da em-presa oferecem ampla gama de tecnologia para instalações industriais, como instrumen-tação de campo, sistemas de controle de processo avança-do, computadores móveis e leitores de código de barras, medição do tanque automá-tico e sistemas de segurança da carga, além de uma linha completa de equipamentos de proteção individual.

Marprates contou ainda que três executivos da Honeywell par-ticiparam como palestrantes na conferência da OTC Brasil. Se-gundo ele, os temas abordados foram: soluções de automação da empresa para o mercado offshore,

sistemas de pro-teção de infraes-trutura offshore e soluções para gerenciamento de carga e se-gurança no mar e em petroleiros.

fornecedor global – A Expro, empresa internacional prestadora de serviços para o setor petrolífe-ro, apresentou suas mais recentes tecnologias, as quais oferecem um pacote com soluções para explo-ração em águas profundas, den-tre eles, sistemas de segurança subsea, conectores de fluxos e o AX-S, um sistema de intervenção submarina.

O AX-S aumenta a produção de hidrocarbonetos através do aumento do ciclo de vida deles, proporcionando a intervenção de menos risers nas explorações de até 10 mil pés de água. Um mo-delo do produto foi exposto no es-tande da empresa na OTC Brasil. “Vemos o Brasil como uma área chave para a nossa nova tecnolo-

gia, particular-mente em águas profundas. Te-mos investido nosso tempo e dedicação no AX-S para ofere-cer uma solução

completamente nova quanto a questão da intervenção em águas profundas”, afirmou o executivo da Expro, Charles Woodburn.

Além disso, a Expro também exibiu sua linha de cordas e siste-mas submarinos que minimizam riscos da completação subsea e assegura as operações de inter-venção em caso de emergência. Os serviços de inspeção de risers, os sistemas de conexão da repre-sentante Tronic, os recém-lançados conectores e medidores de fluxos e os intervençores de telefonia fixa (câmeras, pinças e ferramentas de registro) da Expro também fizeram parte do portfólio apresentado pela companhia na feira.

“A presença da Expro no evento foi para demonstrar o nosso inves-timento contínuo no desenvolvi-mento de novas tecnologias para

A FlexliFe, esPeciAlisTA em projetos de gestão e integridade de submarinos para a área de petróleo e gás, assinou um memorando de entendimento com a Petrobras para desenvolver e fornecer um novo sistema de gestão da integridade e serviços de engenharia especializada para seus projetos internacionais de petróleo e gás offshore.

O acordo, assinado durante a OTc Brasil, inclui o fornecimento de produtos e serviços inovadores da Flexlife para prolongar a vida útil dos ativos.

Na opinião do presidente executivo da empresa, Stuart Mitchell, o acordo é o resultado do desenvolvimento da forte presença da Flexlife no Brasil. “Além de estarmos investindo na instalação de

novos escritórios no Rio de Janeiro, na rua Assembleia, a Flexlife está fabricando produtos de gerenciamento de integridade local e oferecendo um serviço de implan-

tação, montagem e manutenção integral de pessoal com base na região”, informou.

Mitchell acrescentou ainda: “Nós construímos uma alta expertise no mer-cado de águas profundas e a compro-vação desse sucesso é o fornecimento de serviços que ajudam as operadoras a reduzir o risco de uma forma custo-be-nefício. Tudo isso nos ajudou a chegar a este acordo com a Petrobras”.

flexlife assina memorando de entendimentos com a Petrobras internacional

eventos

TN Petróleo 80 63

satisfazer os nossos clientes e as necessidades da indústria. Com o foco de segurança e qualidade, a otC Brasil nos ofereceu uma oportunidade fantástica de mostrar como continuamos a aumentar nos-so portfólio e nosso posicionamento como um fornecedor global”, com-plementou Woodburn.

NEGÓCIOS EM ALTA – A americana Halliburton, prestadora de servi-ços para exploração e produção de petróleo, anunciou projetos em qual está envolvida. A compa-nhia apresentou em seu estande as tecnologias optimized drilling Performance (odP), digital Asset e Project Management, todas, so-luções de óleo e gás adaptáveis à exigência dos clientes.

no primeiro dia, a empre-sa informou que fabricou um equipamento para o projeto de exploração de petróleo da HRt na Amazônia. o equipamento “Heli Lift Sust Package” é um separador de óleo, gás, água e outros sólidos, fabricado pela Halliburton nos estados unidos e trazido para o Brasil para a HRt. Serão fornecidos quatro equipamentos desses, sendo que dois já estão no Brasil, prontos para ser usados e dois que ainda vão chegar ao país.

Segundo Daniel Torres, geren-te de desenvolvimento de negócios da Halliburton no Brasil, a par-ceria com a HRt engloba a gerên-cia do projeto e todos os servi-ços associados a ele. A america-na está adaptando sua estrutura para trabalhar com a brasileira na região amazônica, através de serviços de logística e fabricação de equipamentos necessários. o contrato foi assinado por dois

A HRT foi um dos destaques da edi-ção brasileira da OTC, participando de importantes palestras e apresentando seus projetos no Brasil e na áfrica. A empresa chamou a atenção de todos que passavam pelo pavilhão 3 do Rio-centro, com o seu estande. Fugindo do comum, a empresa construiu um espaço feito com pedaços de árvores e muita vegetação, para fazer referência à exploração de petróleo e gás da empre-sa na bacia do Solimões, na Amazônia.

O presidente da HRT, Marcio Mello, afirmou durante o primeiro dia da OTC Brasil, que a assinatura do contrato de venda da participação de 45% nos blocos de exploração de petróleo na Bacia do Solimões, na Amazônia, para a TNK-BP será feita em breve. Segundo Mello, a concretização do negócio de-pende apenas de alguns papéis.

“Escolhemos a TNK-BP porque ela é uma empresa de excelência em produção e desenvolvimento de cam-po. Queremos toda a experiência e conhecimento da TNK-BP dentro da HRT”, disse o executivo. “Essa parceria vai colocar a HRT em outro patamar no Brasil”, completou. O acordo terá transferência de tecnologia, e em cada área de especialização da HRT terá um profissional de excelência da TNK-BP

para agregar conhecimento aos fun-cionários brasileiros.

De acordo com Márcio Mello, a companhia irá participar dos próximos leilões da ANP, que irão acontecer no ano que vem, em conjunto com a TNK-BP.

Sobre as sondas que serão utiliza-das na exploração de petróleo na Bacia do Solimões, o CEO da HRT afirmou que quatro já estão assinadas e pagas, mas que a companhia tem interesse em outras quatro, porém, essas aquisições serão pensadas com mais cautela, em função da crise econômica mundial. Várias companhias irão operar essas sondas, entre elas a Queiroz Galvão.

Outro local que converge as aten-ções da empresa é a Namíbia, onde a HRT opera em 12 blocos, nas bacias de Namibe, Walvis e Orange. Segundo a empresa, o estágio em quatro poços está bastante avançado, para que seja iniciado em junho do ano que vem a perfuração do primeiro poço.

A confiança da HRT na região se deve a um fator histórico e geográfi-co, já que na época do deslocamento dos continentes, a área onde hoje é a Namíbia ficava junto da Bacia de Santos. Durante palestra concedida durante a OTC, Márcio Mello afirmou acreditar que a Namíbia é a “nova Bacia de Santos”. Além da Namí-bia, a HRT está em conversas com o governo de Gana para explorar petróleo no país.

Sustentabilidade é o destaque da HRT

otc brasil 2011: ela veio pra ficar

64 TN Petróleo 80

anos, podendo ser estendido por mais dois.

“operar na Amazônia é mais complicado do que operar em offshore e apesar de já haver ex-plorações ali, ainda é uma nova fronteira, pois você tem toda a questão logística e as limitações de peso e transporte. Por isso produzimos tecnologias e equi-pamentos que atendam a esta demanda tão especial”, observou torres salientando a cautela que é explorar na Amazônia e indicando que a empresa está planejando produzir outros equipamentos para atender as demandas da HRt na região.

de acordo com o gerente da Halliburton a companhia recen-temente ampliou sua base em Ma-naus (AM) e pretende ainda ou ampliar mais um pouco a base ou instalar novas outras nas proximi-dades, o que facilita o negócio com a HRt. “temos planejado também uma grande expansão no país para os próximos cinco anos, mas não posso dar maiores detalhes. temos uma questão forte de conteúdo lo-cal, principalmente com foco nas pessoas na nossa atuação aqui e com isso já posso adiantar que va-mos investir na contratação e no desenvolvimento da mão de obra local”, informou.

no segundo dia, a Halliburton anunciou que está adaptando o seu sistema de Liner Conveyed Gra-vel Pack para operações multila-terais em conjunto com o sistema de multilateral nível 5 FlexRite® para melhorar a produtividade no Campo de Peregrino, localizado na Bacia de Campos, atualmente operado pela Statoil.

A solução desenvolvida pela empresa ajudará a mitigar os ris-cos do controle de areia por gra-vel packing, tanto no poço prin-cipal como no lateral, e otimizará o processo de completação.

e no último dia da otC Brasil, a Halliburton anunciou que fechou contrato com a oGX para fornecer um sistema de acompanhamento da produção em tempo real no campo de Waimea, na Bacia de Campos.

“o sistema chamado de Lan-dmark Software and Services irá controlar a pressão, a temperatu-ra e diversas outras variáveis que permitirão o cálculo das variáveis de produção do campo para serem gerados mais tarde pelos indicado-res de desempenho da área”, afir-mou Marcelo Batocchio, gerente da Halliburton, destacando que um dos principais componentes do sistema é a parte de automação do relatório de produção.

Segundo Batocchio, o sistema já foi entregue à oGX e será utilizado no campo de Waimea.

o executivo lembrou que o softwa-re já foi customizado para atender a algumas demandas da Petrobras.

GRANDES INVESTIMENTOS – A Ge oil & Gas focou sua participação na otC Brasil em tecnologia de ex-ploração offshore e em águas pro-fundas internacionais e ressaltou que nos últimos 30 anos produziu e instalou mais de 1,2 mil sistemas de cabeças de poços e 180 árvores de natal submarinas no Brasil.

Com a recente aquisição no valor de uS$ 1,3 bilhão da Wells-tream – fabricante líder de tubos e risers flexíveis submarinos – a Ge

aumentou sua presença no mer-cado, e agregou em seu portfólio uma fábrica em niterói, além de 500 funcionários. Como já anun-ciado, a empresa planeja investir uS$ 200 milhões para ampliação desta unidade. A Ge irá dedicar, ainda, uS$ 20 milhões adicionais para criar um laboratório focado no setor petrolífero, que fará parte do Centro de Pesquisa Global da Ge, o primeiro no país. no total, a companhia irá investir uS$ 170 milhões no novo Centro de Pes-quisa Global.

na ocasião, o presidente da Wellstream, Luis Araújo, informou que a empresa vai investir R$ 100 milhões para ampliar e moder-nizar sua planta industrial em niterói (RJ), que foi criada para atender as demandas de tubos fle-xíveis e equipamentos submarinos

da Petrobras no pré-sal. Segundo ele, a Wellstream irá dobrar a ca-pacidade de pro-dução da unida-de, que hoje tem 270 km de linhas flexíveis por ano.

“essa será a maior fábrica de linhas flexíveis do mundo. no momento estamos estruturando o projeto básico da nova fábrica, que deve estar operacional no final de 2013. A unidade terá capacidade para produzir linhas mais robustas, resistentes ao Co2 e que poderão ser aquecidas para evitar que o óleo parafine”, explicou Araújo.

o contrato com a Petrobras pre-vê a guarda, manuseio e manuten-ção das linhas por cinco anos, pror-rogáveis por mais cinco. As obras da ampliação da base da Wellstream devem iniciar em novembro.

A instalação que contava com cer-ca de 35 mil m², terá com a obra 110 mil m² no total. o executivo salientou que

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a base contará com o maior guindaste do Brasil e será construído ainda um píer, que começará a ser feito também em novembro deste ano.

na opinião de Fernando Mar-tins, vice-presidente da Ge oil&Gas da América Lati-na, investimen-tos em amplia-ções também estão presentes nas outras uni-dades da em-presa para este mercado.“em Macaé, no Rio de Janeiro, estão sendo aplicados uS$ 32 milhões e isso pratica-mente triplicará o tamanho das instalações atuais, com o obje-tivo de atender as necessidades do mercado de petróleo”, disse. A previsão é que as obras sejam concluídas até abril de 2012.

Já em Jandira (SP), outra fábrica da Ge oil&Gas, uS$ 30 milhões são inves-tidos em uma ampliação de capacidade e modernização, que atenderá a demanda do mercado. “As unidades da empresa são responsáveis pela manutenção de equipamentos utilizados na perfuração e produção de petróleo, como cabeças de poço, e árvores de natal e ferramentas associadas”, explica.

o executivo também comen-tou sobre outra aquisição da ve-tco Gray e Hydril, que adicionou produtos, sistemas e serviços para perfuração onshore e offshore, am-pliando sua gama de ofertas. e in-formou, ainda, que empresa fechou em outubro contrato de longo prazo com a oGX para fornecimento de equipamentos de perfuração e pro-dução para três plataformas fixas offshore, a serem implantadas nos campos de óleo e gás de Waimea e Waikiki na Bacia de Campos.

também no segundo semestre, Martins disse que a companhia conquistou contrato com a Shell Brasil para a exploração offshore e projetos de desenvolvimento, no

valor de uS$ 30 milhões, estima-do para 26 sistemas de cabeças de poço submarinas para serem instalados em águas profundas.

“outro projeto recentemente anunciado foi com a Petrobras. Fechamos por quatro anos ser-viços para entrega dos reparos, manutenção e modernizações da frota de equipamentos submarinos instalada na Bacia de Campos”, finalizou. o valor do acordo é de cerca de uS$ 120 milhões.

ÁGUAS PROFUNDAS – A trelle-borg offshore, líder mundial na fabricação de soluções à base de polímeros e espuma sintática para a indústria offshore anunciou um novo sistema de módulo de flutu-ação para perfuração em águas profundas. Batizado de ‘Landing String Solutions’, o novo sistema irá proporcionar mais segurança e economia às operações.

o sistema foi projetado para compensar em até 80% o peso da coluna de assentamento dos tubos de perfuração, com isso, é mais segura a utilização de colunas com revestimentos pe-sados a partir de navios-sonda em águas profundas.

Ademais, a empresa informou que as instalações da sua nova fábrica, em Macaé, serão inauguradas em janeiro do próximo ano. de acordo com o presidente da empresa, Alan Wilson, as obras já estão bastante adiantadas. “As descobertas de petróleo e gás na-tural feitas nos últimos anos fez com que assumíssemos o compromisso de fortalecer a nossa presença e a assistência ao cliente nessa região tão importante”, afirmou.

A nova fábrica produzirá todo o portfólio de produtos da trelle-borg, incluindo grande variedade de soluções à base de polímeros para a exploração offshore de óleo e gás, ambiente de super-fície ou submarinos.

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O FPSo vai ser instalado na acumulação de Waimea, na Bacia de Campos, onde a

unidade dará início ao processo de produção do primeiro óleo de seu cliente âncora, a oGX, braço de óleo e gás do grupo. na otC Brasil, as empresas do grupo que ocuparam o maior estande do evento, apresenta-ram seus principais projetos, tecnolo-gias e toda sua expertise no setor de petróleo e gás brasileiro.

Com 300 m² de área, o espa-ço do grupo na feira contou com atrações inovadoras e tecnológicas, como uma tela semiesférica multi-mídia exibindo imagens da atuação da oGX e maquetes do Superporto do Açu e da uCn Açu, empreen-dimentos que estão em construção em São João da Barra (RJ).

A oSX apresentou ainda uma maquete do FPSo OSX-1, com holografia interativa, timeline apresentando o histórico, como funciona o processamento de óleo, dados técnicos e demais informações sobre a unidade. Já a LLX, braço logístico do grupo, que faz o maior investimento em infraestrutura portuária das Américas, também teve no local uma mesa interativa de projeção com informações detalhadas sobre o Superporto do Açu, incluindo sua localização estratégica para a produção de petróleo e gás.

Primeiro óleoo FPSo OSX-1, que será res-

ponsável pelo tLd do prospecto

de Waimea, no bloco exploratório BM-C-41, em águas rasas da Bacia de Campos, foi o grande destaque do Grupo eBX na otC Brasil.

Construído no estaleiro da Samsung na Coreia e customi-zado no estaleiro da Keppel, em Cingapura, o FPSo chegou na Baía de Guanabara no dia 6 de

outubro, depois de uma via-gem de 45 dias. A unidade, que deverá entrar em produção até o final do ano, está atracada no Porto do Rio e conta com suporte logístico da G-Comex na gestão de materiais, infraestrutura, mo-vimentação de carga e logística de pessoal.

Para o Grupo EBX, a semana da OTC Brasil teve um gostinho mais que especial. no último dia da feira, a unidade flutuante de produção, armazenamento e transferência de óleo e gás, o FPSO OSX-1, da OSX, braço de construção naval e serviços offshore do grupo, chegou à Baía da Guanabara, no Rio de Janeiro.

A SinERGiA DO X

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o comissionamento do FPSo está sendo concluído pela também brasileira Forship, que manteve uma equipe a bordo durante toda a viagem. nesse período, a unidade deverá passar pela inspeção das autoridades portuárias e ambien-tais, além da própria AnP.

A meta de produção da oGX em Waimea é de 15 a 20 mil barris/dia nos primeiros cinco meses, de acordo com o diretor geral e de ex-ploração e produção da empresa, Paulo Mendonça durante coletiva a jornalistas na otC Brasil.

Segundo o executivo, a partir de abril ou maio do próximo ano, a produção será ampliada para 45 a 50 mil barris por dia. Mendonça disse que a produção do primeiro óleo do FPSo OSX-1 está prevista para este ano, entre novembro e dezembro. “Se o mar virar uma lagoa começa-mos em novem-bro, se não virar, começamos em dezembro”, brin-cou Reinaldo Belotti, diretor de Produção da oGX, que também participou da coletiva.

“Já temos todos os equipa-mentos necessários, mas ainda aguardamos algumas licenças. Só para vocês terem noção um FPSo precisa de pelo menos 135 diferen-tes licenças e nós temos algumas licenças ainda a serem tiradas, pois só estas podem ser tiradas aqui no país e o FPSo chegou hoje na Baía de Guanabara, mas tudo esta dentro do nosso cronograma”, informou Belotti.

em relação à Waimea, o diretor da oGX comentou ainda: “temos um poço perfurado lá, já estamos equipados, e no momen-to estamos cravando as estacas que vão segurar a bóia e depois colocamos a bóia e depois encai-xamos o FPSo”.

Sobre o FPSo OSX-3, que será dedicado ao prospecto de Waikiki, operado pela oGX no bloco BM-

C-39, em águas rasas da Bacia de Campos, a empresa informou que o mesmo será convertido no esta-leiro Jurong, em Cingapura.

Novas descobertasMendonça não descartou a

possibilidade do anúncio de novas declarações de comercialidade ain-da para este ano, e ressaltou que a empresa está trabalhando plena-mente na sua campanha explora-tória. “não paramos nossa campa-nha exploratória, vamos continuar e novas descobertas certamente serão anunciadas. estamos na me-tade do caminho em Santos, não começamos nem Pará-Maranhão e espírito Santo ainda, e no Parnaí-ba só exploramos 10%. Sem dúvida novas descobertas com números ainda maiores virão”, disse.

o executivo lembrou que a oGX quer fechar 2012 com 50 mil barris por dia e que o pico de produção chegará a 150 mil barris dia em 2013. Ademais, nossa meta de produção é de 1,380 milhão de barris/dia em 2019. “devemos encerrar 2013 com uma posição final de caixa de uS$ 1,5 bilhão e ainda neste período teremos a entrada em produção de Waikiki e vamos completar Waimea”, salientou.

no mesmo dia, a oGX comunicou ao mercado que a anglo-holandesa Shell será a compradora do primeiro óleo de Waimea. o contrato de comercia-

lização com a Shell contempla as duas primeiras cargas produzi-das, com um volume total de 1,2 milhão de barris, que será em-barcado em dois lotes de 600 mil barris cada. A Shell tem intenção de processar esse petróleo em uma de suas refinarias.

Adicionalmente, Shell e oGX assinaram uma carta de intenções para buscar oportunidades em logística, compra e venda de petró-leo, gás natural e desenvolvimento de novos negócios.

Complexo do AçuA unidade de Construção

naval (uCn) do Açu, também foi tema das discussões do Grupo no evento. o diretor de engenharia, afretamento e desenvolvimento da oSX, eduardo Musa, infor-mou que as obras do estaleiro es-tão em pleno andamento, quase tudo concluído.

“A supressão da vegetação está quase concluída; a prepara-ção do terreno já está mobiliza-da também, estamos colocando máquinas na área para começar a terraplanagem; o cais e o dique estão em andamento, re-cebemos as propostas até dia 10 de outubro; os contratos para a construção dos edifícios indus-triais já estão assinados; o de fornecimento de equipamentos também grande parte assinado; licitações dos prédios empre-sariais em andamento. enfim, o cronograma está dentro do previsto”, disse.

Foram investidos nas obras da uCn R$ 3 bilhões. o comple-xo entrará em plena operação no primeiro trimestre de 2014. “no final de 2012 já teremos áreas prontas e no início de 2013 a oficina de cortes de chapas já estarão funcionando e o cais já estará pronto para receber cascos de FPSos convertidos”, pontuou Carlos Bellot, diretor de Afretamento e Serviços ope-racionais da oSX, que também participou da coletiva.

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COM MAIS DE 300 empresas de 23 países, os espaços reservados para ex-posição nos dois pavilhões do Riocentro foram dominados pelos estrangeiros. De olho no potencial de oportunidades desse mercado em expansão, alguns países optaram pela apresentação em pavilhões, como o Canadá, Finlândia, Noruega e Estados Unidos.

A participação norueguesa na feira contou com 35 empresas expositoras que vieram ao evento para apresentar solu-ções para o mercado brasileiro de óleo e gás, além de realizar negócios e parcerias. A presença do vice-ministro norueguês de Petróleo e Energia, Per Rune Henriksen, que comandou a cerimônia de abertura do Pavilhão da Noruega, indica o quanto esse mercado é estratégico para as empresas do Mar do Norte.

Segundo a diretora da agência go-vernamental Innovation Norway, Rei-dun Beate Olsen, os dois países es-tão cada dia mais conectados, com empresas norue-guesas buscando maior inserção no mercado brasilei-ro. A agência tem a função de abrir as portas para as em-presas norueguesas, além de prestar serviços de consultoria para diversas ações, como a assinatura de acordos comerciais.

“Os dois países têm semelhanças e facilidade de se comunicar quando o tema é tecnologia. Por isso, é melhor vir para o Brasil do que para a índia e a China, por exemplo”, informa. Ela enfatiza que Brasil e Noruega, assim como empresas como a Statoil e Pe-trobras, estão sempre abertos a testar e desenvolver novas tecnologias, nos mais diversos segmentos.

Reidun Beate Olsen disse que o Brasil é fundamental para o mercado norueguês. “Com o crescente aqueci-mento e volume de investimentos da indústria de óleo e gás no Brasil, o país

é um mercado prioritário para nosso governo”, destacou.

Uma das empresas que está en-trando no mercado brasileiro é a Na-ture Oil & Gas, criada em 1999, e que está no país em busca de parcerias. A companhia atua na área de tratamento de resíduos de perfuração de poços e de água produzida no processo de exploração e produção, além de prestar serviços técnicos.

A Nature desenvolveu um sistema de tratamento de água para platafor-mas, composto por um coletor de pro-cesso, planta de tratamento químico e de monitoramento, que propiciam o reuso de água, reduzindo o volume de efluentes. “O sistema gera uma eco-nomia para o cliente e permite uma redução de até 95% no transporte de resíduos perigosos para a costa”, a-firma Stig Keller, chairman e diretor da Nature Oil & Gas.

Outra empresa norueguesa presen-te na OTC foi a Apply Nemo, especiali-zada em produtos para equipamentos subsea. A companhia, que está no mercado há 22 anos, tem entre seus principais clientes a Statoil, Technip e FMC, e faturou no ano passado em torno de US$ 50 milhões.

Segundo Per Arild Nesje, diretor de negócios da empresa, a companhia está aumentando suas atenções para

o mercado brasileiro, por isso a vinda à OTC Brasil. De acordo com o execu-tivo, a Apply Nemo pretende ainda no próximo ano contratar uma empresa no Brasil para a fabricação de seus equipamentos em território nacional.

Outro pavilhão que também se desta-cou na edição brasileira da OTC foi o dos Estados Unidos. O pavilhão americano contava com cerca de 80 expositores, entre pequenas e médias empresas, que vieram ao Brasil para apresentar seus produtos para os profissionais e empre-sas do setor de óleo e gás brasileiro que não estiveram em Houston.

PAVILHÕES ESTRANGEIROS

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O bom momento vivido pelo mercado de óleo e gás é acompanhado pela urgência de capacitação de mão de obra especializada, o que torna o setor cada vez mais atraente do ponto de vista profissional, mas deixa um enorme gargalo a ser equacionado nos próximos anos.

UNIVERSIDADES E INDúSTRIA

reforçam parcerias

O Plano de negócios 2011-2015 da Petrobras foca 57% de seus investimentos na

exploração e produção do pré-sal, exigindo não só o desenvolvimento de tecnologias que garantam segu-rança e pouco impacto ambiental, mas também conteúdo nacional qualificado.

de acordo com o Programa de Mobilização da indústria nacional de Petróleo e Gás natural (Pro-minp), coordenado pelo Ministério de Minas e energia, há uma proje-ção oficial que apresenta a neces-sidade de capacitação de 212.638 pessoas até 2014. este desafio pertence à indústria e ao governo, que encontram nas universidades uma parceria promissora.

A primeira otC realizada no Brasil confirmou a importância da participação acadêmica no desenvolvimento do mercado, que abrigou, no pavilhão 1 do Riocen-tro, diversas instituições, como a universidade estadual do norte Fluminense (uenf), universidade estadual de Campinas (unicamp), universidade de São Paulo (uSP) e universidade Federal do Rio de Janeiro (uFRJ). Além de cursos e orientação para estudantes do se-tor, as instituições fizeram debates e palestras nos quais represen-tantes de empresas apresentaram programas realizados junto às universidades brasileiras na área de óleo e gás.

Moderada pelo engenheiro e professor da uSP, Giorgio de Tomi, a sessão do painel que abordou tecnologia, desenvolvimento de capacida-des, indústria e universidades, reuniu represen-tantes de empre-sas de grande porte, como a Schlumberger, Cameron e Ge, além da Associa-ção Brasileira de P&d em Petróleo e Gás (ABPG).

Ram Shenoy, vice-presidente de pesquisas da

Schlumberger em Boston, falou sobre o aprimoramento das potencialida-des locais para manter os avanços da companhia, que tem cerca de 70 centros de pesquisa distribuídos pelo mundo, e promove uma filosofia de engajamento que une profissionais e academia. “Queremos a presença de professores na indústria e vice-versa. isso requer algum tipo de investi-mento por parte da empresa”.

“no lado da academia, as insti-tuições querem ser mais relevantes para as necessidades da indústria e também participar dos avanços e desafios tecnológicos”, comple-tou disse Shenoy, que apresentou ações desenvolvidas pela com-panhia. entre elas o Programa embaixador, que reforça a presen-ça da Schlumberger em algumas

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universidades. estas dialogam com profissionais de todos os níveis e cargos, mantendo a troca de conhecimento e necessidades. no Brasil, as universidades embaixa-doras são a uFRJ e a unicamp. “A meta é sempre fazer o recrutamen-to de profissionais para a Schlum-berger”, afirmou.

A empresa também promove um programa para escolas, que no Brasil atende a 14 institui-ções. Chamado de excelência em educação, a iniciativa melhora a capacitação tecnológica de esco-las que não desfrutam de novas tecnologias, levando profissionais até elas, com computadores e re-

des, mostrando o valor da ciência na educação.

John C. Bartos, vice-presi-dente para desenvolvimento de tecnologias da Cameron, enfa-tizou os desafios de investimen-tos. empresas como a Came-ron, que pos-suem várias di-visões, têm que contar com decisões que podem significar maior investimento em mão de obra ou em tecnologia. Bartos citou riscos assumidos e necessidade de retorno financeiro

como fatores de extrema impor-tância no mercado.

definindo a postura do setor de petróleo e gás como “bastante conservadora” e por isso sem mui-ta disposição para assumir novos desafios, Bartos enfatizou a troca entre profissionais e professores que atuam no mercado, pois isso agiliza processos de investimento. “estar presente em universidades também abre a possibilidade de dividir parcerias em investimentos. o governo não pode investir em empresas, mas as universidades têm grandes possibilidades de obter financiamentos para pesqui-

sa, e isso gera possibilidade de conseguirmos financiamento de fontes que não recebería-mos normalmen-te” afirmou o executivo.

Sergio Bordalo, da ABPG mostrou a integração que a ins-tituição privada sem fins lucrati-vos promove entre profissionais e acadêmicos. Além de organi-zar seminários e publicações, a ABPG também tem grupos de pesquisas nas áreas de explora-ção, transporte, petroquímica, gás natural, biocombustíveis, SMS, economia e comércio, regulamentação, qualidade e gestão e recursos humanos. essa rede engloba as principais uni-versidades do país.

EM SUA 7ª EDIçãO, a Maratona Nacional Chemtech de Engenha-ria teve suas finais realizadas durante a primeira OTC brasileira. O desafio era projetar uma plata-forma de exploração de pré-sal e, para isso, estudantes das univer-sidades federais do Rio de Janeiro (UFRJ), Fluminense (UFF), Cam-pina Grande (UFCG), Uberlândia (UFU), Santa Catarina (UFSCAR),

Espírito Santo (Ufes), Paraná (UFPR), Minas Gerais (UFMG), de Brasília (UnB), e estadual de Campinas (Unicamp), puderam uti-lizar uma ferramenta profissional criada pela Siemens Consulting.

Quem venceu a edição 2011 foi uma dupla de instituição estreante nessa competição: os alunos de engenharia mecânica da UnB, Rafael Simões e Paulo

Marçal. Em segundo lugar ficou a dupla da UFF, formada por Rafael Pereira e Felipe Chicralla. A instituição, que já é veterana na Maratona, repetiu o feito de 2008, conquistou novamente uma posição entre os melhores colocados da competição. A dupla Renan Ranelli e Paulo Roberto Polasti, da Unicamp, ficou com o terceiro lugar.

Chemtech realiza as finais da Maratona Nacional de Engenharia

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Com previsão de investimentos de quase R$ 50 bilhões até 2015 no setor de petróleo e de chegar a uma produção de 500 mil barris por dia, o Espírito Santo discutiu os rumos de sua indústria petrolífera para os próximos anos, na Vitória Oil & Gas 2011.

eventosCobertura Vitória Oil & Gas

Espírito SantoEM DEBATE

por Rodrigo Miguez

Realizada em uma área de 1.500 m2, a quarta edição do evento contou com exposição de 50 empresas, entre elas,

Petrobras, Shell, BP e technip, e com palestras para debater temas como a produção de petróleo e gás no espírito Santo, demandas de bens e serviços offshore, compe-titividade da indústria de bens e serviços, perspectivas explorató-rias, desafios tecnológicos e gestão

ambiental da indústria do pe-tróleo. o evento recebeu, durante três dias, mais de quatro mil visitantes, entre estudantes e pro-fissionais do setor de petróleo e gás.

durante a abertura, o presi-dente do instituto Brasileiro de Pe-tróleo, Gás natural e Biocombus-tíveis (iBP), João Carlos de Luca,

afirmou que as perspectivas para o espírito Santo são muito positivas, já que a produção do estado irá chegar a 400 mil barris

por dia até o final deste ano, e a 500 mil barris nos próximos anos.

Alfredo Renault, da organi-zação nacional da indústria do Petróleo (onip), considerou o

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evento uma grande oportunidade para as empresas capixabas se inserirem no mercado de petróleo e gás e fecharem negócios com as grandes empresas do setor. Luiz Robério Ramos, gerente geral da unidade espírito Santo da Petrobras, também ressaltou a importância do evento e lembrou que com o crescimento de petró-leo e gás da indústria capixaba, e também nacional, haverá nos próximos anos uma demanda – somente em exploração e produ-ção – de seis mil novos empregos. Para isso, a Petrobras está mo-bilizando jovens universitários a ingressarem no setor, a fim de absorver essas vagas.

o governador do estado, Renato Casagrande, afirmou que o espírito Santo tem se articulado com outros estados na questão dos royalties, inclu-sive São Paulo. de acordo com ele, a presidente dilma Rousseff tem um compro-misso, tanto com o espírito Santo quanto com os outros estados produtores, como o Rio de Ja-neiro, de que irá vetar qualquer proposta que os prejudique.

Empregabilidade

A empregabilidade na in-dústria de óleo e gás foi um dos destaques da edição deste ano da vitória oil & Gas, que re-servou o espaço Profissionais do Futuro especialmente para essas discussões, com foco nos jovens estudantes. o professor da universidade de São Paulo (uSP), José Pastore, doutor Ho-noris Causa em Ciência, disse durante sua apresentação que o país precisa preparar melhor seus profissionais para continu-ar com o nível de crescimento para os próximos anos. Segundo Pastore, sempre que há um fe-nômeno de elevação no ritmo da

economia do país, no caso 4,5% ao ano, existe a falta de mão de obra qualificada.

“Muitas empresas querem ex-pandir e contratar, mas não estão conseguindo preencher as vagas pela falta de profissionais quali-ficados no mercado para atender à demanda”, afirmou. de acordo com o professor, apenas 20% dos 60 mil estudantes que se formam anualmente em engenharia têm conhecimento das novas tecnolo-gias das indústrias de ponta como petróleo e gás. em função dessa escassez, muitas empresas estão chamando ex-funcionários já apo-sentados de volta ao serviço para dar conta da demanda.

na palestra, o especialista afirmou que para aumentar o nível de empregabilidade dos jovens profissionais é neces-sário que a base, no ensino Médio, seja melhorada, e que o incentivo ao desenvolvimento de conhecimento nas univer-sidades seja maior. Até 2013, a Petrobras, por exemplo, vai necessitar de 200 mil novos profissionais. uma das ideias do professor da uSP é a redu-ção de 50% dos encargos para a contratação de estagiários por um período de 12 meses para que as empresas sejam estimu-ladas a empregar esses futuros profissionais e gerar um merca-

do cada vez mais competitivo e qualificado.

Já as empresas Queiroz Galvão exploração e Produção (QGeP) e Shell apresentaram sua visão sobre o mercado de trabalho no setor de óleo e gás e mostraram também como é o processo de contratação de profissionais nas respectivas empresas.

Com 16,8% de participação no mercado nacional de com-bustíveis, a Shell tem previsão para este ano de contratar 18 recém-formados e 30 profissio-nais experientes, que já atuam a no mínimo dez anos no setor de petróleo. Segundo Raquel nascimento, coordenadora de recrutamento da Shell, a com-panhia busca profissionais com capacidade de criar soluções inovadoras para os desafios da empresa e também que estejam empenhados em aprender.

um dos principais programas de recrutamento da empresa é o novos talentos, que seleciona jovens profissionais no último ano de faculdade ou são recém--formados. Para se ter uma ideia da extensão do programa, este ano foram dez mil inscritos –32 pessoas aprovadas em todo o país. Além de desenvolverem suas habilidades, os novos funcionários têm a possibilidade de trabalhar fora do Brasil.

espírito santo em debate

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o novos talentos também está aberto, agora, para estudantes brasileiros que vivem nos estados unidos e que desejam retornar ao Brasil. Ainda segundo Raquel, a Shell vai oferecer pela primeira vez, este ano, um programa de estágio de verão, com duração de seis semanas, entre os meses de janeiro e fevereiro, no Rio de Janeiro.

Já Simone Rocha, gerente de RH da QGeP, lembrou que a empresa, um braço da Queiroz Galvão Óleo e Gás, ainda tem uma estrutura pequena, mas que pretende contratar cerca de 50 pro-fissionais, entre engenheiros e geólogos até 2014.

Bens e serviçosA demanda de bens e serviços

offshore e o desenvolvimento da exploração e produção no espírito Santo também foi tema de debates na vitória oil & Gas. o estado é hoje o terceiro maior fornecedor nacional de materiais e serviços da indústria de óleo e gás, atrás apenas de São Paulo e do Rio de Janeiro.

As empresas capixabas tiveram um incremento de 40% na sua par-ticipação no cadastro da Petrobras, enquanto as fornecedoras que estavam na categoria ‘qualificadas’ (de acordo com as normas, mas com algum detalhe em falta para aprovação), houve redução de 21% de agosto para outubro deste ano.

Segundo Cristiano Levone, gerente de contratações de bens e serviços da unidade de opera-ções do espírito Santo (uo-eS) da Petrobras, o equipamento de maior demanda no mercado no estado é de tubos de produção. Além desses dados, Levone informou que no próximo ano, na área de pré-sal do campo de Baleia Azul, a FPSo Cidade de Anchieta irá começar a operar, e a plataforma P-58, que está em construção, vai iniciar operação em 2013.

Rodrigo Fahham, gerente de suprimentos da BW offshore,

falou sobre os projetos da empre-sa, que construiu o FPSo Cidade de São Vicente responsável pela extração do primeiro óleo do pré-sal. Segundo Fahham, uma das principais dificuldades é o alto preço dos produtos no Brasil. esse ano, a BW offshore com-prou mais de R$ 51 milhões em bens e serviços, sendo que R$ 45 milhões apenas em bens.

“Comprar no Brasil é um desa-fio que temos hoje, pois os preços praticados aqui são muito maiores se compararmos com os interna-cionais”, afirmou Rodrigo Fahham. “Apesar disso, estamos fazendo todos os esforços para adquirir o máximo de conteúdo local”, completou. Segundo ele, as prin-cipais demandas do setor estão no treinamento, manutenção e reparo, peças e partes e na certificação.

A Rodada de negócios, promo-vida pelo Sebrae e a organização nacional da indústria do Petróleo (onip), gerou uma expectativa de ne-gócios na ordem de R$ 323 milhões para os próximos 12 meses. nos três dias de Rodada, foram 410 reuniões com 11 empresas âncoras, entre elas a Petrobras, Shell, Saipem, technip, transocean, utC e el Paso.

Desenvolvimento exploratóriouma das principais palestras

do evento versou sobre as perspec-

tivas exploratórias no espírito San-to para os próximos anos. Jonilton Pessoa, gerente geral de interpre-tação e Avaliação das bacias da costa Sudeste da Petrobras falou sobre as descobertas da Petrobras este ano, na Bacia do espírito Santo, nos Parques dos doces, dos deuses e dos Cachorros, que podem ter um volume aproximado de um bilhão de barris. Segundo Fernando taboada, gerente de exploração da unidade operacional da Petrobras no espírito Santo, com os três parques de óleo leve o estado terá uma nova campanha exploratória nos próximos anos.

Com 3.000 km² de área e 2.000 m de lâmina d’água, a região tem uma quantidade de petróleo estimada que equivale a dois campos de Golfinho, mas esse volume pode ser duas vezes maior. A Petrobras fará o teste de longa duração (tLd) entre 2013 e 2015.

Jonilton Pessoa afirmou que este ano a empresa realizou a perfuração de 147 poços, e que até 2015, somente no espírito Santo, serão perfurados 25 poços explo-ratórios. “A perspectiva para o estado nos próximos anos é muito positiva”, afirmou. Ricardo Bel-trão, gerente geral de Pesquisa e desenvolvimento em engenharia de Produção do Centro de Pesqui-sa da Petrobras (Cenpes), afirmou durante sua apresentação sobre desafios tecnológicos na indústria de óleo e gás, que o separador de óleo trifásico da empresa vai chegar ao campo de Marlim em novem-bro. o sistema faz parte do visão Futuro, novo programa de inovação tecnológica da Petrobras.

dentre as inovações que a Petrobras pretende implan-tar nos próximos anos está a perfuração sem riser, desenvol-vida em conjunto com a BG, e a perfuração a laser, que chega a triplicar a utilização de uma broca, auxiliando no processo de perfuração. esta tecnologia está sendo testada em labo-ratório e deve ir para teste de campo em 2014.

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Com 61 anos de serviços prestados ao setor petrolífero, o carioca William Zattar, que foi um dos fundadores do Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP), do qual é membro do conselho há 54 anos, declara sua paixão pela indústria que ajudou a criar no país.

por Rodrigo Miguez

perfil profissionalWilliam Zattar

Formado em química industrial, em 1949, pela universidade Federal do rio de Janeiro (uFrJ), William Zattar, 84 anos, tem uma trajetória de vida que se mescla com a própria história da indústria petrolífera brasileira. carioca da gema, criado no bairro da Tijuca, ela garante que desde o início tinha a intenção de trabalhar no setor de petróleo.

Sonho que realizaria três anos depois de formado, ao conseguir um estágio na filial da exxom mobil (esso), na França, onde traba-lhou como técnico e também em terminais de carga e descarga de lubrificantes. Foi assim que deu a partida em uma vitoriosa trajetó-ria de mais de 30 anos na gigante norte-americana, na qual exerceu inúmeras funções, no exterior e no Brasil.

ele foi diretor de uma sucursal regional que abrangia minas Gerais, Brasília e rio de Janeiro à chefe da divisão de Trading (ven-da de petróleo bruto) e coordenador de estratégia de mercado, em Nova York. enquanto trabalhava na esso do Brasil, também presta-va serviços para a exxon internacional, vendendo petróleo para a Petrobras.

Por tudo isso, ele considera a centenária companhia petrolífera como sua grande escola. “Sempre gostei da indústria do petróleo. Para mim, o petróleo é um desafio permanente”, afirmou.

com uma atuação cada vez mais forte no cenário brasileiro de petróleo, Zattar se tornou um homem influente na indústria, sendo

na ativaPioneiro

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na ativa

solicitado sempre que alguma empresa queria fazer negócios no país. e teve papel importante na criação e fundação do iBP, quando a entidade nem ima-ginava que um dia agregaria biocombustíveis ao seu nome.

Há 54 anos como membro do conselho de administração do iBP, Zattar é o único represen-tante vivo da época em que a entidade foi fundada. idealiza-do por Hélio Beltrão, o iBP foi criado para promover o desen-volvimento do setor nacional de petróleo e gás – com a melhoria do ambiente regulatório – e ser um representante da indústria, disseminando informações rele-vantes e a promoção desenvolvi-mento técnico do setor.

Lembrando dos primeiros atos do iBP, William Zattar disse que a primeira comissão do instituto foi sobre laboratório de asfalto, da qual ele partici-pou. Segundo ele, a dedicação dos primeiros funcionários era total, já que na época ninguém recebia salário. “Muitos deixa-vam o que estavam fazendo para vir para o iBP. era um trabalho voluntário”, lembra o pioneiro, que hoje, mesmo aposentado, é um dos diretores mais presentes do instituto.

A sua participação na indús-tria do petróleo vai mais além do iBP e da esso. Após sair da companhia norte-americana, em 1984, assumiu o cargo de secre-tário-geral do Sindicato nacio-nal das empresas distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom), onde ficou até 1999. Mesmo fora dos quadros do Sindicom, ele ainda atua como consultor da entidade.

Conhecedor do setor de petróleo como poucos, Zattar

acha que o perfil das empre-sas mudou muito em relação à época que entrou na indústria. Para ele, no início, havia res-peito mútuo entre as empresas, com uma disputa sadia entre as bandeiras de combustíveis que estavam no mercado, como esso, Shell, Atlantic, texaco e ipiranga e, mais tarde, a Petro-bras distribuidora. Sinais dos tempos?

Professor entusiasmado – Além de engenheiro químico, William Zattar também teve uma longa trajetória como pro-fessor, profissão que começou a exercer ainda durante o perío-do em que cursava Química in-dustrial na uFRJ. Para ganhar dinheiro e se manter, deu aulas em cursinhos pré-vestibulares e nos colégios Andrews, Santo inácio e São José, três das

mais tradicionais instituições cariocas de ensino.

os dois primeiros por pou-co tempo, mas o último ficou marcado na memória. Aos 21 anos, ele ingressou como pro-fessor de Química orgânica, no Colégio Marista São José, onde lecionou por oito anos. “tenho grandes recordações da época do Marista. Lá foi o meu berço”, lembra Zattar, com um sorriso estampado no rosto. A profissão surgiu em sua vida por puro acaso. “virei professor por prazer e necessidade”, completa o filho de libaneses que ajudou a escrever uma parte importante da história industrial do país.

Hoje, além do tempo de-dicado ao iBP, William Zattar é diretor da Bergesen Afreta-mentos, empresa que importa e transporta automóveis pelo país em grandes caminhões cegonha.

Mesmo com tantas ativida-des, ele nunca deixou de lado outras paixões (além do petró-leo). Como um bom carioca, ele é apaixonado por samba e, principalmente, pela estação Primeira de Mangueira, sua escola do coração, que frequen-ta até hoje, todos os sábados. nos seus ‘bons tempos’, fazia sucesso mostrando seu talento na cuíca.

ele também continua a ser um frequentador assíduo da Lapa, reduto da boemia carioca. “Gosto muito de ir ao Carioca da Gema e ao Rio Scenarium. Sou um homem da noite”, afirma.

Para ele, o seu maior orgu-lho é ver o iBP com o respeito e a credibilidade de toda uma indústria, inclusive internacio-nal, graças ao trabalho dele e de muitos outros que acreditaram na instituição, há 54 anos.

Idade: 84

Principais cargos: professor, diretor e presidente

Hobby: assistir ao turfe com os amigos.

Uma paixão: Mangueira

Livro: todos do Ian Fleming, criador do 007, James Bond

Um filme: O poderoso chefão

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Antártica

Ano 3 • nº 18 • novembro de 2011 • www.tnsustentavel.com.br

A ONU pede que as pessoas reflitam sobre as im-plicações da marca de sete bilhões de habitantes no planeta.

Nesta edição do caderno trouxemos a cober-tura do Sustentável 2011 - 4º Congresso Inter-nacional sobre Desenvolvimento Sustentável. O encontro, organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento

Sustentável (CEBDS), representante no país do World Business Council for Sustainable Development (WSBCD), foi o palco inicial para as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), que será realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro. Os desafios do futuro da economia verde no Brasil e no mundo e a participação do empresariado brasileiro na área da sustentabilidade foram os assuntos em destaque do Sustentável 2011, que construiu uma agenda brasileira para a sustentabilidade (Visão 2050 Brasil) a ser levada à presidenta Dilma Rousseff.

E segundo a presidente do CEBDS, Marina Grossi, os principais desafios a serem vencidos incluem a redução da pobreza, a provisão de alimentos para todos, a inclu-são sustentável das pessoas que ainda não participam

dos bens de consumo no Brasil, de forma que os que já consomem o façam de maneira mais inteligente.

Pensar nos diversos problemas que podem nos aguar-dar num futuro bem próximo, por conta desta marca, é muito natural nesse momento e, caso não fique claro para todos que o problema é, antes de tudo, de convivência, não sairemos literalmente do lugar. Estamos nos aglomerando como mariposas em volta da luz, em espaços cada vez menores, para garantir acesso fácil a água, alimento, sane-amento, entre outras coisas que nos ajudam a viver com segurança e conforto. E na verdade todos desejam isto. Antes de falarmos em sustentabilidade, responsabilidade social e outros termos que a um clique na busca da inter-net nos aparecem como fáceis e aplicáveis, precisamos sim e urgentemente aprender a praticar a boa convivência, a generosidade e o respeito pelo outro, pois tudo isso são valores e são eles os alicerces para garantir a cada um de nós dentre os sete bilhões o espaço necessário para viver com os mesmos direitos.

E agora, você? Boa reflexão e boa leitura!

Lia MedeirosDiretora do Núcleo de Sustentabilidade da TN Petróleo

Sumário

82 88 90Sustentável 2011 Energia eólica

Perspectivaspara a Rio+20

Primeiro parque eólico da Petrobras

Energia limpa na estação

Somos sete bilhões. E agora José?

Editorial

Eficiência Energética • Comercialização de Energia • Legislação Ambiental • Reciclagem

suplemento especial

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TN Petróleo - Por que o aço é considerado um material sustentável?

Cristina Yuan - O aço é 100% re-ciclável e é o material mais reciclado no mundo. Aliado à durabilidade e à resistência, a possibilidade de reciclá--lo permanentemente, sem perda de qualidade, é uma de suas mais impor-tantes características.

O ciclo de vida do aço pode ser resumidamente sistematizado em cinco grandes processos: a indústria extrativista; a metalurgia – da qual faz parte a siderurgia; a produção de bens intensivos em aço; a utilização até o descarte desses bens e produtos; e a coleta, comércio e reciclagem do aço contido nos produtos colocados em desuso.

A indústria extrativista é respon-sável por prover grande parte das matérias-primas e insumos neces-sários à produção de aço. Abrange, principalmente, as mineradoras que fornecem minérios de ferro e man-ganês, carvão mineral e calcário que formam a base dos insumos primários usados na siderurgia.

A siderurgia faz parte da metalur-gia, termo usado para classificar todas as indústrias de transformação que

convertem minérios ferrosos e não ferrosos em produtos metalúrgicos, entre eles o aço. Representa, portanto, o principal negócio das empresas as-sociadas ao Aço Brasil. Nas empresas siderúrgicas são produzidos diferen-tes tipos de aço que visam atender a uma ampla gama de setores, como por exemplo, o automotivo, o naval, o de bens de capital e a construção civil, entre outros.

Os produtos feitos a partir do aço, depois de utilizados e terem sua vida útil finda, são coletados e o aço ne-les contido volta às usinas para ser reprocessado e realimentar essa ex-

tensa cadeia. A sucata de ferro e aço proveniente do pós-consumo, também chamada de sucata de obsolescên-cia, é um importante insumo para o processo siderúrgico. Junto à sucata gerada internamente nas usinas ou oriunda de outras indústrias, alimen-ta novamente o processo das usinas siderúrgicas, proporcionando nova produção de aço a partir da reciclagem de materiais já utilizados, reduzindo o consumo de matérias-primas como minério de ferro e carvão mineral.

De que forma ele contribui para o desenvolvimento sustentável?

A indústria do aço no Brasil contribui significativamente para o crescimento econômico do país, gerando empregos e divisas não só devido às atividades intrínsecas ao setor, mas também devido ao seu efeito multiplicador na cadeia, tanto a montante (fornecedores) como a jusante (consumidores).

Do ponto de vista ambiental, o setor busca permanentemente maxi-mizar a ecoeficiência dos processos, por meio da redução e/ou recirculação das águas, recuperação dos gases de processo e cogeração de ener-

Entrevista especialCristina Yuan, diretora de assuntos institucionais

e sustentabilidade do Instituto Aço Brasil

Muitos não sabem, mas o aço é normalmente identificado como um material “amigo do ambiente”

devido essencialmente ao seu potencial de reciclagem. no entanto, a percentagem de material

reciclado utilizado na produção de aço depende do respectivo processo de produção. Diante

disso, Cristina Yuan, diretora de assuntos institucionais e sustentabilidade do instituto Aço Brasil,

esclarece um pouco mais sobre o cenário no Brasil apontando, dentre outras questões, as formas

de contribuição que o aço pode trazer a toda indústria em que é aplicado.

O açoE A SUSTENTABILIDADE

suplemento especial

por Maria Fernanda Romero

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TN Petróleo 80 81 TN Petróleo 80 81

gia e reciclagem de resíduos. O aço é usado em praticamente todas as atividades econômicas e no dia a dia das pessoas, nas suas residências, nos meios de transporte, na produção agrícola, na geração de energia. O aço está relacionado ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao índice de Desenvol-vimento Humano (IDH) de um país. Quanto melhor for o padrão de vida da sociedade de um país, maior será o consumo de aço.

Além disso, todas as empresas do setor desenvolvem programas sociais junto às comunidades, abrangendo projetos culturais, esportivos, saúde e educação ambiental. Alguns projetos de responsabilidade socioambiental de empresas do setor já receberam premiação e reconhecimento das res-pectivas comunidades.

Em decorrência de suas carac-terísticas, o processo de produção do aço gera emissões, efluentes e resíduos. Como a indústria do aço tem tentado combater esses impactos ambientais?

A indústria do aço brasileira tem investido continuamente no desen-volvimento de práticas de gestão e operação que possibilitem o aprimo-ramento do desempenho ambiental de suas atividades. A difusão de tec-nologias limpas de produção, um dos reflexos do compromisso do setor com o desenvolvimento sustentável, traz resultados que transcendem a exigências legais e cumprem rigo-rosos padrões certificadores. Esse empenho faz da gestão do impacto socioambiental um dos diferenciais do aço produzido no país.

Em 2009, das 27 usinas produto-ras de aço das empresas associadas, 23 já tinham obtido a certificação de seus sistemas de gestão ambiental pela norma ISO14001 e outras duas estavam em processo de certificação. Essas usinas foram responsáveis por mais de 99% da produção de aço bruto do setor no período.

O setor siderúrgico brasileiro de-senvolve pesquisas para aumentar a eficiência energética dos processos de produção e a reciclagem do aço e dos coprodutos, com vistas, entre outros benefícios ambientais, a reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Tanto é assim, que já obteve créditos de carbono, por meio da aprovação de projetos MDL (Mecanismo de Desen-volvimento Limpo).

O aço demanda uma enorme quan-tidade de energia, principalmente na forma de carvão mineral ou carvão vegetal. Como trabalhar para uma melhor economia de energia neste processo?

Cabe ressaltar que o carvão mi-neral / coque é utilizado para geração de energia e como agente redutor do minério de ferro nas usinas integra-das. Algumas usinas usam o carvão vegetal como redutor, em substitui-ção ao carvão mineral. No entanto, em altos-fornos de grande porte, não há ainda viabilidade técnica de emprego do carvão vegetal, devido às características desse material, mais friável que o coque.

Em média, 15% da energia utilizada no setor é gerada a partir de fontes renováveis, como carvão vegetal e energia elétrica gerada majoritaria-mente por hidrelétricas. As empresas realizaram estudos para aumentar a eficiência energética no processo de produção do aço. Há recuperação do poder calorífico dos gases de coqueria, dos altos-fornos e da aciaria. Cerca de 32,7% da demanda de energia são obtidos por auto-geração.

O impacto da produção de aço através de um alto-forno (a partir de matérias-primas como minério de ferro, calcário e coque) é maior do que a de um forno arco-elétrico (a partir de sucata)? Qual a que menos impacta o ambiente e por quê?

A produção de aço em fornos elétricos a arco, a partir da suca-

ta, prescinde da etapa de redução, ou seja, dos altos-fornos. Dessa forma, é uma rota bem menos in-tensiva em termos de demanda de matérias-primas e insumos e, consequentemente, gera menos emissões e efluentes.

No entanto, não há como deixar de produzir aço a partir do minério de ferro, em função da economia de escala e demanda do mercado. Atu-almente, cerca de 70% da produção brasileira de aço utiliza a rota integrada a coque, situação similar à da maior parte dos países onde a produção de aço é significativa.

De que forma o Instituto Aço Brasil estimula ações mais susten-táveis do setor e uma melhor uti-lização do aço para a preservação do meio ambiente?

O Instituto Aço Brasil publica, há seis anos consecutivos, seu Rela-tório de Sustentabilidade, seguindo as Diretrizes do Global Reporting Initiative (GRI). A iniciativa refle-te o empenho em conferir mais transparência às práticas do se-tor, buscando ampliar a qualidade e a consistência das informações disponibilizadas sobre as práticas das empresas produtoras de aço do Brasil. Também criou o Centro Bra-sileiro da Construção em Aço, por meio do qual estimula o uso desse material em sistemas construtivos mais sustentáveis e a sua reciclagem após o fim da vida útil.

Recentemente instituiu o Cen-tro de Coprodutos Aço Brasil, cuja missão é agregar valor aos co-produtos do processo, anterior-mente classificados como resí-duos. Por meio de parcerias com instituições de pesquisa, setores consumidores e órgãos governa-mentais, o CCA Brasil pretende desenvolver normas que estabe-leçam requisitos que assegurem a qualidade dos coprodutos para diversas aplicações.

suplemento especial

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suplemento especial

O encontro, organizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representante no país do World Business Council for Sustainable Development (WSBCD), foi o palco inicial para as discussões da Conferência das Nações Unidas sobre Sustentabilidade (Rio+20), que será realizada em junho de 2012 no Rio de Janeiro. Os desafios do futuro da economia verde no Brasil e no mundo e a participação do empresariado brasileiro na área da sustentabilidade foram os assuntos em destaque do Sustentável 2011, que construiu uma agenda brasileira para a sustentabilidade (Visão 2050 Brasil) a ser levada à presidenta Dilma Rousseff.

O Sustentável 2011 (4º Congresso Internacio-nal sobre Desenvolvi-mento Sustentável) re-

forçou ainda mais a expectativa brasileira em sediar a Rio+20. Com a presença de 900 partici-pantes e mais de 50 palestrantes

nacionais e internacionais reu-nidos em plenárias e oficinas, o evento proporcionou o debate e a indicação das principais discus-sões a serem feitas no encontro do próximo ano.

Durante o evento foram reali-zadas 13 oficinas que contaram

com a participação de mais de 450 pesquisadores e especialistas da iniciativa privada, do governo e da sociedade civil em áreas como energia, desenvolvimento huma-no, consumo e insumos, economia, biodiversidade e agricultura, en-tre outros segmentos prioritários

Perspectivas para a Rio+20 e definição da agenda brasileira

para a sustentabilidade

por Maria Fernanda Romero e Rodrigo Miguez

Sustentável 2011

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elencados no visão 2050 para os próximos 40 anos.

A questão educacional foi um tema abordado em todas as ofi-cinas e considerado prioritário para se avançar no desenvolvi-mento sustentável, assim como a necessidade de se consolidar uma regulamentação que incentive a economia verde.

Preparou-se a versão brasilei-ra do visão 2050, documento do WBSCd que será apresentado à presidente dilma Roussef, no próximo ano, com as principais propostas das empresas para a conferência da onu.

“tenho a certeza de que este pequeno ciclo – entre o Sustentá-vel 2011 e a Rio+20 – deixará um legado bastante relevante para a agenda do desenvolvimento sus-tentável brasileiro e mundial nos próximos anos. Mas para o Brasil ser campeão nessa corrida que ele está liderando é preciso que haja uma coordenação, uma parceria público/privada mais efetiva, en-volvendo a sociedade também”, avaliou a presidente do CeBdS, Marina Grossi, durante a cerimô-nia de abertura do evento.

de acordo com ela, o evento foi um importante passo para pro-mover as discussões em torno da sustentabilidade, iniciando a cons-trução brasileira do visão 2050. “Conseguimos reunir em torno do tema as maiores empresas do país, bem como a sociedade civil, em uma reflexão ampliada que subsidiará a posição do Brasil para a Rio+20”, avaliou.

A executiva disse ainda que o Brasil, desde a eCo 92, melhorou muito nessa área, mas lamentou, apenas, que o país não esteja sa-bendo aproveitar as melhorias re-gistradas em várias áreas desde aquela data. “A gente melhorou socialmente, tem uma matriz mais limpa do que a do resto do mun-

do. e hoje, mais do que em 1992, você fala de economia verde com mais propriedade. o Brasil está melhor do que os outros países nessa questão.”

Marina Grossi recomendou, porém, a necessidade de orga-nização das várias iniciativas que hoje são pequenos projetos e pequenos incentivos, mas que não fazem parte de uma gestão mais estruturada. “os princi-pais desafios a serem vencidos

incluem a redução da pobreza, a provisão de alimentos para to-dos, a inclusão sustentável das pessoas que ainda não partici-pam dos bens de consumo no Brasil, de forma que os que já consomem consumam de forma mais inteligente.”

A questão da eficiência energé-tica no país foi o assunto que abriu a conferência com a apresentação do presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo. Se-gundo ele, a es-tatal, que é uma empresa integrada de energia e atua em diversas áreas, acredita fortemente na ideia de que pode trabalhar para uma maior eficiên-cia energética.

Sobre as fontes de energia alternativas, o presidente da Pe-trobras lembrou que todas são necessárias. Mas alertou que “o tamanho do desafio é muito gran-de para que pensemos que a saída é uma só”.

Segundo Gabrielli, se for soma-da hoje toda a geração de energia por fontes alternativas chega-se a 0,9% da matriz energética mun-dial, enquanto a energia gerada por carvão, petróleo e gás natural representa dois terços. “Se as fon-tes de energia alternativas, como eólica e de ondas, crescerem dez vezes mais rápido do que estão crescendo, nos próximos anos chegarão a apenas 10% do total gerado”, disse.

Além disso, o presidente da Petrobras citou, durante a aber-tura, que uma das soluções mais práticas para diminuir o uso da energia comum é utilizar cada vez mais os meios de transportes pú-blicos. “Acredito que dessa forma é possível reduzir a utilização de energia fóssil”, opinou.

OS PRINCIPAIS DESAFIOS A SEREM VENCIDOS INCLUEM A REDUçãO DA POBREZA, A PROVISãO DE ALIMENTOS PARA TODOS, A INCLUSãO SUSTENTáVEL DAS PESSOAS QUE AINDA NãO PARTICIPAM DOS BENS DE CONSUMO NO BRASIL, DE FORMA QUE OS QUE Já CONSOMEM CONSUMAM DE FORMA MAIS INTELIGENTE.

Marina Grossi, presidente do CEBDS

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na ocasião, a secretária da Articulação institucional e Cida-

dania Ambiental, Samyra Crespo, destacou o pro-cesso brasileiro de engajamento na Rio+20. Para ela, existem três desafios a serem

enfrentados no evento: honrar o legado da eCo 92, superar o pessimismo sobre o contexto in-ternacional e mobilizar o Brasil em torno do tema. Sobre a esfera internacional, Crespo disse que acredita que as barreiras a serem superadas são a segurança climá-tica, energética, alimentar, hídri-ca e paz. durante a cerimônia, a secretária falou sobre o grande otimismo quanto à vinda da con-ferência ao Brasil.

“temos boas experiências em projetos sustentáveis, agora é a nossa vez de ganhar escala.” Além de falar sobre o desejo do Brasil em mostrar sua agenda, Samyra enfatiza a importância de acolher as ideias de outros países. “Agora é a hora e a vez do nosso desen-volvimento, e que ele seja susten-tável”, comentou.

A primeira plenária do encon-tro tratou das principais mudan-ças que ocorreram no período da Conferência de estocolmo, pri-meiro encontro mundial sobre o homem e o meio ambiente, ocorri-da em 1972, até agora, oito meses antes da realização da Rio+20. Moderado pelo Ceo da Philips

Brasil e chairman do CeBdS, o de-bate contou com a participação do ministro do Supe-rior tribunal de Justiça do Brasil, Antonio Herman

Benjamin; o presidente da Funda-ção Pró-natura (Funatura), Hen-

rique B. Cavalcanti; e o secretário geral assistente da organização das nações unidas (onu) e coor-denador executivo para a Rio+20, Brice Lalonde. os palestrantes fi-zeram um pequeno levantamento dos principais acontecimentos e marcos no período de realização dessas conferências.

na ocasião, o ministro Her-man Benjamin indicou que o pa-pel do direito é fundamental para o desenvolvimento da economia verde. Relembrou o motor ético da Conferência eco 92, uma vez que não existiam leis que prote-gessem o meio ambiente e encer-rou afirmando que é necessário amarrar os debates às ferramentas legais, pois é fundamental deixar um marco legal que incorpore as diversas visões.

“não vai adiantar parte das pessoas se engajar e outra parte não. o direito tem um papel im-portante neste sentido, precisamos implementar uma norma ambien-tal. temos que ter uma política justa e transparente de proteção ambiental”, explicou. devemos utilizar a Rio+20 para mostrar que tudo que alcançamos não pode retroceder. não podemos permitir que os outros países imponham retrocessos”, indicou Benjamin.

Para o representante da onu, Brice Lalonde, toda a sociedade deve se envolver na questão da

sustentabilida-de: “o assunto não diz respeito apenas ao go-verno federal.” de acordo com o executivo, as discussões so-

bre o homem e o meio ambiente começaram na verdade em 1969 quando o homem pisou na Lua e observou a situação do planeta.

Brice salientou que na eCo 92 foram levantados os principais

pontos entre o planeta e seu de-senvolvimento. Hoje, com isso já identificado, buscamos saber ge-renciar isso para solucionar a es-cassez dos recursos. “temos que criar uma nova justiça social para saber administrar e gerenciar o nosso planeta. também temos que aprender a viver sem consumir, a viver com limitações. Precisamos mudar nossa cultura, acho que os diretores de cinema têm que se engajar em trabalhar com o tema, pois os filmes inspiram as pessoas”, informou.

durante a discussão, o presi-dente da Funatura lembrou tam-bém do dilema da biodiversidade brasileira e fez um apelo: “o Brasil é campeão em biodiversidade e diversificação de espécies, mas também é campeão na extinção delas. temos que levar este as-sunto à Rio+20”. Cavalcanti disse ainda que o Brasil precisa definir um papel de atuação maior ao lado dos outros países da Amé-rica Latina. o executivo acredita que o país deve desenvolver uma estratégia e ter um compromisso com os vizinhos também.

Foram levantados pelos pales-trantes, como pontos importantes para o processo de implantação da economia verde e do desen-volvimento sustentável como um todo: a necessidade de uma go-vernança mais participativa na qual sociedade, governo e empre-sários trabalhem juntos apontan-do suas posições e atuações para o melhor e mais rápido desenvol-vimento dos países; as parcerias internacionais estratégicas entre os países para que todos possam falar da mesma forma e ter obje-tivos e metas similares e comple-mentares; justiça social em todos os âmbitos do desenvolvimento das nações; e as questões da água e dos alimentos, para controlar seus recursos.

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Durante a plenária ‘Perspec-tivas para a Rio+20’, a diretora e representante do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) para a Amé-r ica Lat ina e Caribe, Marga-rita Astralága, destacou que as soluções sus-tentáveis foram encontradas e são conhecidas. A grande questão é como colo-cá-las em prática. “Os esforços não devem ser concentrados só no meio ambiente, mas em ele-mentos-chave para o nosso futuro, para que o desenvolvimento seja sustentável com a participação de todos: governo, cidadãos, setores públicos e privados”, ressaltou.

As ‘cidades sustentáveis’ também foram estudadas como importante por constituírem as principais discussões da Rio+20. O presidente da Câmara de De-senvolvimento Sustentável da Prefei tura do Rio de Janeiro, o economista S e r g i o B e s -serman, disse, durante painel no evento, que quer estimular a mobilização e participação da ci-

dade, principalmente dos jovens, na Rio+20.

Para ele, é importante que o Rio “não só acolha, como cidade anfitriã, mas participe com toda a sua vida política, cultural e social da discussão do tema do desenvol-vimento sustentável”.

Segundo Besserman, o crono-grama da Prefeitura para a Rio+20 está de acordo com o que foi esta-belecido de início. O Itamaraty e a Prefeitura do Rio estão trabalhan-do na organização do evento há mais de um ano e meio. Um dos comitês criados pelo governo fe-deral para preparar a conferência da ONU trata do próprio evento, enquanto o outro se concentra na participação da cidade em termos de conteúdo.

O Rio de Janeiro participará das discussões de conteúdo da Rio+20 por meio do debate sobre o tema das cidades. “Certamente, o projeto Cidades Sustentáveis, do Instituto Ethos, será um dos atores relevantes na discussão de como as cidades podem participar desse processo de grandes transforma-ções em direção à sustentabilida-de”, destacou Besserman.

Liderança brasileiraFoi unanimidade entre os pa-

lestrantes a indicação do Brasil como o país com papel de lide-

rança no cenário global da susten-tabilidade. Segundo Brice Lalon-de, secretário assistente e diretor executivo da ONU para Rio+20, o país deve aproveitar o fantás-tico momento que está vivendo e dar nova direção às questões sustentáveis.

Entretanto, apesar do cenário brasileiro positivo, Aron Belinky,

coordenador de processos in-ternacionais do Instituto Vitae Civilis, enfati-zou que as mu-danças no có-digo florestal e

a manutenção de investimentos em grandes projetos na Amazônia são contrárias ao posicionamento que o Brasil pretende apresen-tar na Rio+20, de um país preo-cupado com o desenvolvimento sustentável e em busca por uma economia verde. “Há uma enorme contradição nisso. É uma loucura o Brasil sediar um evento como a Rio+20 e querer mostrar liderança para a economia verde e ter uma proposta para o código florestal deste tipo, que é um retrocesso na legislação ambiental”, avaliou o coordenador.

De acordo com ele, o governo deve trabalhar proativamente nas ações da política nacional de re-

Nos três dias de evento, mais de 400 pessoas participaram do Open Space, um espaço para livre discussão de 30 temas propostos pelos participantes do evento. Entre os principais temas esta-vam: Mata Atlântica; Poluição dos Mares; Modelo de Negócios e Política; Brics e Sustentabilidade; o poder das redes sociais; entre outros assuntos.

O Open Space contou com par-ticipações importantes como: a do

presidente da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentá-vel, Israel Klabin; do surfista pro-fissional Carlos Burle; e do líder

da Área Costeira e Oceanógrafa de Engenharia da Coppe/UFRJ, professor Paulo Cesar Rosman, entre outros.

Open Space

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síduos sólidos, no plano nacional sobre mudanças do clima e em outras legislações que possam avançar e mostrar um lado posi-tivo, de coerência do governo com os objetivos da economia verde.

na opinião de Belinky, a so-ciedade ainda tem pouco conhe-cimento sobre desenvolvimento sustentável, economia verde e Rio+20. “As pessoas estão sabendo pouco, acreditamos que elas vão começar a acordar mais para o tema a partir do começo do ano que vem, quando estiver mais cla-ra a programação e que tipo de evento será a conferência. A partir disso vai começar um crescimento do debate em massa”, disse.

o executivo assegurou ainda que o mundo tem que aproveitar a atual capacidade de conexão rápida e eficiente da internet para disseminar e esclarecer o desen-volvimento sustentável. “A inter-net pode contribuir com um maior engajamento da sociedade para a Rio +20. ela é uma importante ferramenta de comunicação da sustentabilidade e que está ga-nhando cada vez mais espaço neste cenário”, informou.

Mobilização empresarialA crescente participação do

empresariado brasileiro na área da sustentabilidade também foi um dos assuntos mais debatidos no

encontro. Marcos Bicudo, Chairman do CeBdS e Ceo da Phillips Brasil, apontou que em 1972, apenas um empresário do se-tor privado esteve

presente. no momento atual, te-mos uma maior participação no processo. Hoje, por exemplo, o CeBdS conta com 64 empresas associadas, destacou. A presidente do CeBdS, Marina Grossi, com-

pletou que não só as empresas estão ganhando espaço na discus-são, mas também todos os outros setores. É necessário organizar a participação de todos os atores para darmos concretude ao tema, avaliou.

o executivo destacou ainda o fortalecimento da coalizão do em-presariado nacional para promover mudanças práticas na maneira de gerar negócios. “Contamos com a participação de vários Ceos neste evento, o que demonstra o engajamento cada vez maior das lideranças acerca do assunto e in-fluencia decisivamente o poder de transformação para uma realidade mais sustentável”, ressaltou.

Marina Grossi disse que para aumentar a rapidez do processo de mudança em direção ao de-senvolvimento sustentável é ne-cessário mais ousadia e que o setor empresarial tem um papel essencial no processo de difusão do desenvolvimento sustentável. “Para mudarmos nosso modelo atual de economia, temos que im-plementar medidas econômicas, mas primeiramente mudar nossos valores. o empresariado alavan-ca mais rápido isso, mas também não muda sozinho; precisamos de mudanças no governo e na socie-dade”, afirmou.

o presidente executivo da Global Reporting initiative (GRi),

Ernst Ligterin-gen , t ambém presente no en-contro, desta-cou em um dos painéis de dis-cussão do Sus-tentável 2011 a

importância de as empresas se posicionarem como parte da so-lução das questões sustentáveis e não do problema. “As empresas brasileiras investem em questões sustentáveis, mas devemos mos-

trar o que está sendo feito. o Brasil tem que apresentar um relatório com dados reais, ou explicar por que não apresenta”, comentou.

FinanciamentoA secretária de Fazenda do Rio

de Janeiro, Eduarda La Roque, afirmou ser necessário mudar

a cultura nas empresas, nos governos e tam-bém na socie-dade como um todo, para que as ações sus-tentáveis sejam

disseminadas, e que é essencial o envolvimento de todos os setores em projetos de sustentabilidade.

“o Banco nacional de desen-volvimento econômico e Social (BndeS) poderia, por exemplo, financiar a prazos maiores e juros diferenciados a projetos sustentá-veis, como forma de incentivo a esses empreendimentos”, sugeriu a secretária.

Segundo ela, a Prefeitura do Rio já vem trabalhando para in-centivar negócios verdes, com a criação da agência Rio negócios. Além disso, iniciativas como a chamada ‘sustentabilidade fiscal’, resultou na revisão de gastos do município e aumentou o nível de investimento na cidade de R$ 700 milhões para R$ 4 bilhões.

Para Jorge Abrahão, presi-dente do instituto ethos, é impor-

tante a adoção, pelas empresas, de uma política sustentável vol-tada para proje-tos verdes, para a inclusão social e a responsabi-

lidade corporativa, como forma de aumento do poder aquisitivo da população e da disseminação da sustentabilidade. “As empre-

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o índiCe doW JoneS of Sus-tainability index (dJSi World) di-vulgou em setembro sua carteira para 2011, com 342 empresas de 30 países. Com relação ao ano passa-do, 43 empresas foram acrescenta-das e 21 foram cortadas do índice. entre as que foram retiradas estão nove empresas americanas, entre elas a Coca-Cola Co., a Hewlett--Packard Co e a PG&e Corp., a francesa ArcelorMittal e a ale-mã volkswagen AG non-vtg Pfd. A francesa Societe Generale S/A e a sul-coreana Hyundai Mobis Co. Ltd entraram na carteira.

nesta edição, as companhias participam do índice em 57 setores da indústria, sendo 23 empresas do setor de petróleo e gás. Atualmen-te, mais de uS$ 8 bilhões estão in-vestidos em fundos que se baseiam exclusivamente nas empresas per-tencentes aos índices dJSi.

o dJSi World seleciona empre-sas de todo o mundo que apresentam ações de gerenciamento de riscos e

aproveitamento de oportunidades relacionadas a fatores econômicos, ambientais e sociais.

ele é o índice econômico mun-dial mais importante; sendo assim, estar em sua publicação como ‘em-presa sustentável’ faz valorizar as ações da empresa, uma forma de incentivá-la a dar continuidade às práticas sustentáveis e ainda incen-tivar outras empresas a adotá-las.

A Repsol alcançou pontuação máxima no índice dow Jones en-tre as 12 petrolíferas incluídas no índice global, e situa-se como lí-der mundial do setor óleo e gás na edição 2011. A empresa também lidera o setor óleo e gás no índice europeu (dJSi europe) que inclui três empresas europeias.

A empresa foi qualificada com a máxima pontuação nos critérios de transparência, gestão de riscos e crises, sistema de gestão ambiental, biodiversidade, estratégia frente às mudanças climáticas, refinação e combustíveis limpos, desenvolvi-

mento de capital humano, impacto social na comunidade e envolvimen-to com as partes interessadas. tam-bém obteve a máxima qualificação do seu setor em gestão da relação com o cliente, responsabilidade cor-porativa e filantropia, e em padrões para fornecedores e contratantes.

e a Petrobras se manteve no ín-dice pelo sexto ano consecutivo. de acordo com os critérios de avaliação do índice, a estatal obteve melhora na avaliação das dimensões econô-mica e social e manteve o desempe-nho na dimensão ambiental. deve-se destacar ainda que, pela quinta vez, a companhia obteve a nota máxima no critério ‘transparência’.

no setor de petróleo e gás, a Petrobras apresentou significativa melhora no indicador de refino/combustíveis limpos, alcançando uma avaliação bem acima da média do setor, como resultado dos inves-timentos realizados no refino para melhoria da qualidade dos combus-tíveis produzidos.

sas e as entidades têm que atuar juntas em prol dessas mudanças, que têm resultados tanto na eco-nomia quanto na sociedade”, afir-mou. “A Rio+20 será uma grande oportunidade para esses avanços”, concluiu.

As tendências sustentáveis para os próximos 40 anos foram o tema central do encerramento do evento. em 2050, o planeta terá nove bilhões de habitantes, necessitando de água, comida e qualidade de vida, daí as metas de reduzir as emissões de Co2, acabar com desmatamento e au-

mentar cada vez mais a mobilida-de nas cidades. Houve, também, destaque para a melhoria das con-dições de vida e trabalho para as mulheres.

Para os especialistas, um dos grandes desafios em 2050 ainda será o clima e suas mudanças. tais efeitos climáticos irão afetar dire-tamente a produtividade agrícola,

por essa razão urge desenvolver soluções para manter o abaste-cimento de alimentos! Segundo eles, a escassez de água será mais presente na áfrica, países árabes e no sul da ásia.

dentre as soluções para me-lhorar a qualidade de vida de todos e garantir um ambiente sustentável está a já citada mu-dança no pensamento das cor-porações, para um novo modelo de gestão, além da união para uma economia verde, com base na integração entre economia, ecologia e sociedade.

O próximo Sustentável acontecerá no dia 10 de maio de 2012, também no Rio de Janeiro, um mês antes da Rio+20.

Petroleiras no índice de sustentabilidade Dow JonesUma parceria envolvendo a Petrobras, Vale Soluções em Energia (VSE) e a Marinha

do Brasil vai possibilitar a produção de energia a partir de motogeradores a etanol na

Estação Antártica Comandante Ferraz.

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Uma parceria envolvendo a Petrobras, Vale Soluções em Energia (VSE) e a Marinha do Brasil vai possibilitar a produção de energia a partir de motogeradores a etanol na Estação Antártica Comandante Ferraz.

Desenvolvido pela vSe S/A, uma sociedade entre a vale e o BndeS, o motor possui

uma tecnologia totalmente brasilei-ra. esta tecnologia permite que mo-tores pesados possam gerar energia limpa, usando etanol sem qualquer tipo de aditivo. esse sistema inclui um sofisticado equipamento de controle e comando via internet e será instalado na estação Antártica no início de novembro, logo após a chegada do navio Ary Rongel. o sistema passará ainda por um programa científico de avalia-ção, para assegurar que todos os requisitos de segurança operacional estejam adequados às rigorosas condições impostas pelo clima antártico. esta operação colocará o Brasil como o primeiro país do mun-do a utilizar biocombustível para a geração de energia elétrica naquele continente.

A Petrobras fornecerá os 350 mil litros de etanol necessários para a operação de avaliação, que validará a eficiência energética do etanol em condições de baixa temperatura na estação. Parceira da Marinha há quase 30 anos, a estatal participa ativamente das operações desenvol-vidas pelo Brasil na Antártica.

A estatal vem desenvolvendo acordo de cooperação com foco na

utilização de uma matriz energética mais limpa na Antártica.

o Proantar, coordenado pela Secretaria da Comissão interminis-terial para os Recursos do Mar (Se-cirm), tem dentre suas prioridades a qualidade ambiental das operações do Brasil na Antártica. o fato de o Brasil ser o primeiro e único país a usar biocombustíveis para gerar

energia limpa naquele continente, com tecnologia 100% nacional, reforça a qualidade da atuação brasileira na Comandante Ferraz, especialmente neste momento, em que se aproximam seus 30 anos de operação contínua.

o projeto é beneficiado pela Lei da inovação, por meio dos progra-mas Finep inova Brasil e Subven-ção econômica.

A estação Antártica Coman-dante Ferraz é operada pela Marinha do Brasil e pode aco-modar até 58 pessoas. A estação possui 13 laboratórios desti-nados às ciências biológicas, atmosféricas e químicas.

Energia limpa na estação científica na Antártica

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Da Antártica à Patagônia, dos mares gelados da Escandinávia

até os extremos subterrâneos das cavernas brasileiras. Das

plantações de arroz do Laos, passando pelas gigantescas dunas

de Gobi à fartura tropical da Floresta Amazônica. Da realidade

árida do sertão baiano aos seculares templos do Camboja, o

livro Água: conservação e cultura é um mergulho profundo

nesse líquido indispensável e nas raízes de cada um de nós.

O fotógrafo Adriano Gambari-ni – da national Geographic Brasil – e a jornalista Laís

duarte, há seis anos repórter da tv Cultura em São Paulo, lança-ram, em novembro, em eventos no Rio de Janeiro e São Paulo, Água: conservação e cultura (editora Cultura Sub).

A edição bilíngue, com 200 páginas e mais de 130 fotos tiradas em 20 anos de viagens a 18 países, retrata o bem mais precioso do planeta: a água. e conta com o patrocínio integral – por meio da Lei Rouanet iR Cultura – da veolia Water Brasil, divisão de água da multinacional francesa veolia environnement, líder mundial na prestação de serviços de tratamento de água e efluentes líquidos.

“Simples e complexa, a água é um insumo indispensável para seres vivos e indústria, sendo essencial para a criação e manu-tenção da vida. o livro é mais um alerta, levan-do em conside-ração que este é um bem que não é um recurso infindável”, observa Giangiacomo Gallizioli, gerente geral da veolia Water Brasil.

“tendo a preocupação com o meio ambiente no centro de suas atividades, para a veolia Water Bra-sil é sempre bem-vinda qualquer iniciativa que resulte numa reflexão sobre a importância da água em nossas vidas e que dê uma contri-buição para que possamos ter mais pessoas conscientes sobre a questão do seu tratamento e reuso”, destaca o gerente.

especialista em imagens de natureza, no ano passado Adriano Gambarini ficou entre os finalistas veolia environnement Wildlife Photographer of the Year, um dos mais prestigiados prêmios interna-cionais da fotografia, realizado em

parceria com o Museu de Histó-ria natural de Londres e com a revista BBC Wildlife com o intuito de promover a conscientização da sociedade para a valorização e o respeito à natureza. o fotógrafo participa da edição deste ano. o resultado do concurso será divulga-do ainda em outubro.

Formada pela Faculdade de Co-municação da universidade Federal de Juiz de Fora, com especialização em Jornalismo econômico, e Meio Ambiente e desenvolvimento Sus-tentável, Laís duarte participou de reportagens especiais para o Globo Rural, Globo Repórter, Globo Esporte e para o canal Globo news.

Veolia Water Brasil patrocina livro fotográfico com temática da água

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As usinas Potiguar, Cabugi, Juriti e Man-gue Seco, que compõem o Parque eólico de Mangue Seco, da Petrobras, já estão operando comercialmente no Rio Grande do norte. Com investimento de R$ 424 milhões, o primeiro parque eólico da es-tatal entrou em operação comercial oito meses antes do compromisso assumido com a Aneel (Agência nacional de ener-gia elétrica).

os contratos de venda de energia para as usinas foram ofertados no primeiro leilão de energia eólica, realizado em dezembro de 2009 e são válidos por 20 anos. o cer-tame de 2009 previa que a energia gerada pelas usinas seria disponibilizada para o Sistema interligado nacional em 1º de julho de 2012, mas a Petrobras antecipou o cronograma e todo o parque eólico está em operação comercial desde 1º de novem-bro, com a entrada em operação da última

usina, a Juriti. A usina de Potiguar está em operação comercial desde 26 de agosto de 2011 e as usinas de Cabuji e Mangue Seco, desde 24 de setembro de 2011 e 6 de outubro de 2011, respectivamente.

Localizadas no entorno da Refinaria Potiguar Clara Camarão, às margens da Rodovia Rn 221, em Guamaré, as usinas são constituídas por 52 aerogeradores de 2 megawatts (MW) cada. estas caracterís-ticas fazem com que o Parque eólico de

Mangue Seco possua a maior capacidade instalada no país com este tipo de aero-gerador (104 MW), suficientes para suprir energia elétrica a uma população de 350 mil habitantes.

Cada aerogerador, com um peso de cerca de 300 toneladas, é composto por uma torre de concreto e aço de 108 m de altura e um conjunto de três pás de fibra de vidro, com 42 m de com-primento. o sistema de transmissão de cada unidade é constituído de uma rede de distribuição interna de 34,5 quilovolts (kv), uma subestação ele-vadora de 34,5/138 kv e de uma linha de transmissão de 138 kv.

A usina Cabugi foi construída em par-ceria com a eletrobrás; a usina Mangue Seco, em parceria com a Alubar energia; e as usinas Potiguar e Juriti, em parceria com a Wobben WindPower.

o Relatório do Worldwatch institute Brasil (WWi Brasil) trata do avanço rumo a uma sociedade sustentável e de questões estra-tégicas para acabar com a fome.

em 2050, nove bilhões de pessoas deverão ser alimentadas. o relatório O Estado do Mundo 2011, em sua recém--lançada edição em português, aborda questões estratégicas para acabar com a fome e nutrir a população do planeta de forma digna e segura. A tarefa não é simples e exige mais do que produção: é preciso governança, segurança alimentar e uma série de outros itens.

o instituto Akatu pelo Consumo Consciente e o WWi Brasil lançaram o relatório no dia 19 de outubro de 2011, em São Paulo, durante a Semana nacio-nal da Alimentação. entre os temas do documento constam a construção de um novo caminho para acabar com a fome, a popularização da agroecologia, mais safra por gota d’água, como lidar com a mudança climática, perdas pós-colheita, como alimentar as cidades e como utilizar o conhecimento dos agricultores, além de um plano estratégico para nutrir o planeta e outros temas correlatos.

Segundo eduardo Athayde, presidente do WWi Brasil, “o consumo da humani-dade aumentou muito e, com isso, a taxa de urbanização é crescente, o que implica muito mais violência, fome e pressão so-

cial. enfim, estamos presos nesse modelo do qual queremos nos libertar”.

Athayde destacou algumas informações que constam no relatório, que este ano não foi impresso, seguindo os preceitos do con-sumo consciente e da sustentabilidade, mas pode ser acessado pela internet. “A organi-zação das nações unidas para Agricultura e Alimentação (FAo) mostra que uma em cada sete pessoas acorda sem saber o que vai comer e se vai comer. isso não pode continuar assim”, afirmou.

o presidente da WWi comentou ainda que o Brasil não é mais “a bola da vez, e sim o target da vez”, referindo-se à bio-capacidade do país. Contudo, é preciso reduzir as perdas e o presidente do Akatu, Helio Mattar, complementou falando sobre a quantidade de desperdício observada no país. Apenas com a redução do desperdí-cio de alimentos seria possível alimentar uma população de nove bilhões de ha-bitantes projetada para 2050. “o Akatu vem trabalhando no sentido de minimizar o desperdício com campanhas e proje-tos de sensibilização, conscientização e mobilização do consumidor, para que ele compreenda os impactos do desperdício de alimentos e seja capaz de contribuir para mudar esse cenário”, afirmou Mattar.

Para Athayde, não podemos mais con-tinuar crescendo num planeta que é finito sem que haja readaptação dos diversos

setores, ou seja, sem um novo modelo de produção e consumo efetivamente mais sustentável.

o documento destaca o problema das perdas pós-colheita. entre 25% e 50% da colheita dos países mais pobres se estraga. esse dado se revela ainda mais preocu-pante quando olhamos para o fato de que uma em cada quatro pessoas que sente fome no mundo vive na áfrica, continente que tem perdido valor agregado na agro-pecuária nos últimos 40 anos, enquanto o planeta como um todo teve um ganho médio de 35%.

Para acessar a íntegra do relatório o estado do Mundo 2011, entre no site www.worldwatch.org.br.

Primeiro parque eólico da Petrobras

‘Inovações que nutrem o planeta’ é o tema de O Estado do Mundo 2011

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Nova gerência Técnica e de Desenvolvimento da Gas Energy

Marcelo Lima de Mendonça acaba de assumir a gerência Técnica e de Desenvolvimento da Gas Energy.

O engenheiro químico, especia-lista em Marketing pela FGV, tem experiência de 12 anos na CEG. Nos últimos nove anos na empresa, Mar-celo foi chefe de vendas de grandes clientes, quando coordenou e admi-nistrou toda a carteira da companhia. Também trabalhou por três anos no Instituto Brasileiro de Petróleo.

Aos 38 anos, o engenheiro será responsável pela carteira de clientes industriais da área de gás natural da Gas Energy.

O Conselho de Administração da Wärtsilä nomeou Björn Rosengren o novo presidente e CEO da Wärtsilä Corporation. Ele assumiu o cargo no início de setembro, sucedendo a Ole Johansson, que se aposentou. Rosengren trabalhou como vice-pre-sidente executivo da empresa sueca Atlas Copco AB e como presidente da área de negócios para a Atlas Copco Construção e Mineração Técnica, em Xangai, na China. Já tem visita programada para o Brasil, onde aterrissa na primeira semana de novembro.

“Björn Rosengren possui uma experiência excepcionalmente boa para assumir a liderança da Wärtsi-lä. Tem uma longa carreira interna-cional, viveu em países como China, Suíça, Holanda e Estados Unidos, além da Suécia, sua terra natal.

A educação técnica em conjunto com marketing, vendas e experiên-cia de gestão no ambiente global industrial prepararam-no muito bem para assumir mais este desafio”, afirma Antti Lagerroos, presidente do Conselho de Administração.

O novo CEO se diz animado e orgulhoso em fazer parte da Wärt-

silä, líder mundial em soluções de energia e serviços sustentáveis. “A empresa parece ter uma oferta incomparável para enfrentar os fu-turos regulamentos ambientais nos mercados marítimo e de geração de energia. As operações globais e uma equipe representando várias nacionalidades tornam o ambien-te de trabalho da Wärtsilä único e emocionante, e estou ansioso para assumir novos desafios para desen-volver o negócio com a ajuda desta equipe”, diz Björn Rosengren.

O engenheiro mecânico Roberto Gonçalves da Rocha é o novo diretor executivo da Forship Engenharia, cargo acumulado até então pelo presidente e fundador da empresa, Fábio Fares.

Com ampla experiência em comissionamento e montagem onshore e offshore de plataformas, navios e indústria de óleo e gás, gerenciamento de projetos e contratos, partida de sistemas de subsistemas e gerenciamento de engenharia, Roberto Rocha acumula quase três décadas de experiência no setor naval e offshore.

Na Forship desde 1999, com um intervalo de um ano fora da empresa (entre 2005 e 2006), é formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Santa úrsula (1982), com pós-graduação em Análise de Sistemas pelo Instituto Brasileiro de Pes-quisa em Informática (1987) e em contratos navais, administração e gerenciamento pela Association for Overseas Technical Scholarship (AOTS), Japão (1990), e MBA em Gerenciamento de Projetos pela Fundação Getúlio Vargas e Ohio University, EUA (2006).

A nomeação de Rocha ocorre como parte de um processo de reestruturação interna que vai dar suporte à expansão e internacionalização da Forship nos próximos cinco a sete anos.

Björn Rosengren é nomeado presidente e CEO da Wärtsilä Corporation

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Forship tem novo diretor executivo

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Marco Viotti Ceriello assume a gerência executiva de projetos da Locar

Siemens nomeia novo presidente no Brasil

A Siemens nomeou Paulo Ricar-do Stark como novo CEO no Brasil. A empresa se desligou, com efeito ime-diato, do CEO que a representava até o momento no Brasil, Adilson Antônio Primo. Por meio de uma investigação interna de compliance, foi descoberta uma grave contravenção das diretivas da Siemens na sede nacional, ocorrida antes de 2007. As investigações internas sobre o caso ainda estão em andamento.

Brasileiro de nascimento, Paulo Ri-cardo Stark é engenheiro elétrico e tem extensa experiência de liderança interna-cional. Ele exerceu diversos cargos para a Siemens no México e em várias estações na Alemanha, onde mais recentemente ocupou a diretoria de uma Unidade de Ne-gócios do setor Industry. No Brasil, Stark assume hoje uma organização de grande importância e crescimento acelerado. A Siemens está no Brasil há mais de 105 anos. No ano fiscal de 2010, a empresa alcançou um faturamento de cerca de 1,8 bilhão de euros e pedidos recebidos no total de 2,1 bilhões de euros.

O Grupo Siemens no Brasil conta com mais de dez mil colaboradores, 13 unida-des fabris e sete centros de pesquisa, desenvolvimento e engenharia. A Siemens quer continuar participando do crescimen-to dinâmico do país – por exemplo, com infraestrutura sustentável para cidades e grandes eventos, bem como para os setores de petróleo e gás e de energias renováveis. Aplica o princípio de tolerân-cia zero para os casos de contravenção de compliance. A empresa defende com convicção os negócios honestos – sempre e sem exceções.

Um dos coordenadores do grupo técnico que elaborou, na Casa Civil da Presidência da República, os projetos de lei do pré-sal, Pedro Dittrich, é o novo sócio responsável pela área de petróleo e gás de TozziniFreire Advo-gados e ficará baseado na unidade Rio de Janeiro.

Além de sua atuação como advogado nos setores de energia, biocombustíveis, petróleo e gás, e da experiência de sete anos no go-verno federal, onde passou também pelo Ministério de Minas e Energia, Dittrich participou de conselhos de empresas do setor elétrico e

da elaboração e regulamentação da Lei do Gás. Formado em Direito e Enge-nharia Elétrica pela Universi-dade Federal do Rio Grande do

Sul (UFRGS), ele tem especializa-ção em Direito Internacional pela mesma instituição, é mestre em Direito Comercial pela PUC-SP e está completando seu mestrado em Direito do Petróleo na Universidade de Dundee, na Escócia.

Presidente da Eletronuclear assume cargo no Conselho Diretor do Clube de Engenharia

TozziniFreire tem novo sócio de petróleo e gás

Na área comercial desde dezembro de 2008, Marco Viotti Ceriello assume agora a gerência executiva de projetos da Locar, empresa líder no segmento de içamentos de cargas por guindastes. Formado em Engenharia Civil pela Escola de Engenha-ria Mauá, com pós-graduação em Gestão de Negócios, Ceriello está cursando agora o MBA Executivo pelo Insper Ibmec, em São Paulo.

Antes de assumir o novo cargo, o executivo era responsável pela gerên-cia comercial da área de projetos. Na nova função, ele vai continuar cuidando dos guindastes de grande porte, dos transportes especiais e das análises estratégicas do segmento. Aos 30

anos, Ceriello considera que o maior desafio será garantir o crescimento e a rentabilidade esperados pelo Conselho Administrativo da Locar, por meio de uma atuação forte sobre os principais clientes e obras.

O presidente da Eletrobrás Eletronu-clear, Othon Luiz Pinheiro da Silva, integra-rá o Conselho Diretor (triênio 2011-2014) do Clube de Engenharia. O vice-almirante Othon Luiz atuou como engenheiro naval do Arsenal de Marinha do Rio de Janei-ro (AMRJ), entre 1967 e 1974; foi diretor de Pesquisas de Reatores do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), entre 1982 e 1984; e fundador e responsável pelo Programa de Desenvol-vimento do Ciclo do Combustível Nuclear e da Propulsão Nuclear para submarinos

entre 1979 e 1994. É o autor do proje-to de concepção de ultracentrífugas para enriquecimento de urânio e da instalação de propulsão nuclear para submarinos.

Desde outubro de 2005 ele é o di-retor-presidente da Eletronuclear. Em junho deste ano, recebeu da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) o título de benemérito do estado do RJ.

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A NORUEGUESA Southern Marine inau-

gurou no início de outubro escritório no

Centro do Rio de Janeiro (RJ). Criada em

Kristiansand, em 1979, a empresa passa a

oferecer sua expertise onshore e marítima,

que inclui, dentre outros produtos e servi-

ços, o fornecimento de sistemas de anco-

ragem, inspeção de navios e plataformas e

o planejamento de

operações heavy-lift.

“O foco principal

da Southern Marine

é a segurança em

alto-mar. Há mais de

dez anos apoiamos os

armadores brasileiros

com nossa experiência”, observa Kjetil Han-sen, diretor geral da Southern Marine. “Temos

todo interesse em expandir ainda mais nossos

negócios no Brasil. Estamos finalizando as

negociações com importantes players interna-

cionais para sermos seus representantes no

país. A abertura do escritório nos deixa mais

próximos de nossos clientes”, conclui.

produtos e serviços

Evonik

Nova fábrica na ArgentinaA alemã Evonik industries está construindo uma nova fábrica de catalisadores para a produção de biodiesel na Argentina.

nA CeRiMôniA oFiCiAL, no dia 15 de setembro, com a presença de repre-sentantes da indústria e de políticos, o dr. dahai Yu, integrante da diretoria executiva da evonik, assentou a pedra fundamental do empreendimento: “Queremos fortalecer e ampliar a nossa posição de principal fornecedor de ca-talisadores para a produção de biodie-sel”, declarou. “este investimento é um sinal claro do nosso comprometimento na América do Sul, e também simboli-za a nossa estratégia de participar do crescimento da região”, acrescentou.

Representantes da direção da evonik se reuniram com a ministra da indústria e do Comércio da Argentina, debora Giorgi, em Buenos Aires, em 16 de setembro, quando foram discutidos o planejamento do presente investimento e as etapas adicionais de uma coopera-ção econômica. A engenharia detalhada da planta já foi concluída. A fábrica, que deverá entrar em operação, no máximo, até o final de 2012, fornecerá alcoolatos prontos para serem usados como catali-sadores na produção de biodiesel, a par-tir de recursos renováveis. A produção, que deverá superar 60 mil toneladas ao ano, basicamente atenderá os mercados argentino e brasileiro.

A planta se localiza no centro da indústria de biodiesel argentina, em Puerto General San Martín, na região metropolitana da Grande Rosário. A evonik integrará uma área na qual a

empresa terminal 6 S/A opera uma unidade de produção de biodiesel de grande porte. “deveremos concluir a construção da fábrica dentro do cronograma. Queremos assegurar que nossos clientes da América do Sul em breve tenham acesso aos nossos cata-lisadores de alta qualidade produzidos localmente”, diz Jan van den Bergh, presidente da unidade de negócios Advanced intermediates da evonik.

A evonik conta com ampla ex-periência e tecnologia comprovadas na fabricação de catalisadores para a produção de biodiesel. em 2009, a empresa deu partida a uma fábrica em Mobile (Alabama, euA), também com capacidade de 60 mil toneladas ao ano. essa planta, que foi construída em ape-nas nove meses, atende à demanda do próspero mercado norte-americano de biodiesel. em virtude do êxito da nova

tecnologia de produção nos euA, a fábrica da Argentina seguirá o mesmo tipo de projeto. A tecnologia envolve a geração de alcoolatos numa reação direta entre álcool e a soda cáustica.

A evonik já detém posição de liderança global quando se trata de catalisadores para biodiesel, inclusive na América do Sul. “As novas instala-ções na Argentina fortalecem o nosso negócio mundial e regional”, observa van den Bergh. “isso nos permitirá participar do crescimento significativo do mercado do biodiesel, que deverá apresentar forte expansão no médio prazo”, acrescenta.

Como líder mundial em catalisa-dores especiais para a produção do biodiesel, a evonik também opera uma fábrica de catalisadores no site alemão de niederkassel-Lülsdorf,

próximo a Colônia.

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Southern Marine inaugura escritório no BrasilSouthern Marine

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O ESTALEIRO EISA, no Rio de Janeiro, lançou ao mar no dia 11 de outubro, o casco do navio graneleiro Log-In Tambaqui que prosseguirá em obras de acabamento ao longo do cais do estaleiro.

O navio com capacidade de carga de 80.100 toneladas será empregado no trans-porte de minério de bauxita para atender contrato da Log-In Logística Intermodal com a Alunorte, operando no rio Amazonas entre o Porto Trombetas e o Porto de Vila do Conde, no estado do Pará.

O projeto de engenharia do navio foi inteiramente desenvolvido pela brasileira Projemar, que também é responsável pelos projetos dos navios porta-contêineres e do Log InTucanaré, outro graneleiro do mesmo porte, todos em construção no estaleiro Eisa para a Log-In Logística Intermodal.

O presidente da Projemar e engenheiro naval Tomazo Garzia, afirma que o projeto

de engenharia do navio Log In Tambaqui, com capacidade de transporte de 80.100 to-neladas de minério, tem o projeto totalmen-te brasileiro. “É maior navio já construído no estaleiro Eisa. E mais um exemplo bem--sucedido da engenharia naval brasileira.

Antes do final do ano, o estaleiro en-tregará o Log-In Jatobá, o segundo navio porta-contêiner com engenharia naval da Projemar, e o estaleiro Mauá entregará o Sergio Buarque de Holanda – navio para transporte de produtos de petróleo – a Transpetro, também totalmente construí-do com engenharia brasileira, atendendo a todas as especificações da Petrobras”, garantiu Garzia.

De acordo com o engenheiro, a ca-pacidade da engenharia naval brasileira alcançou repercussão internacional com a Projemar, responsável pelo projeto de engenharia básica do maior navio de transporte de minérios do mundo, o Vale Brasol, com 400 mil toneladas de capa-cidade de carga. A embarcação foi cons-truída na China, e realizou seu primeiro carregamento de minério brasileiro em maio de 2011.

Fluke

Eisa

Novo Calibrador Multifunção de Processos Fluke 754A FLuKe, eSPeCiALiZAdA em tecno-logia portátil de teste e medição lançou em setembro o calibrador multifunção de processos Fluke 754, para realizar calibrações avançadas de instrumen-tos, principalmente em ambientes que necessitam de equipamentos robustos. A operação do Fluke 754 é tão parecida com a da série 743/744 que os usuários poderão começar a usá-lo imediatamen-te, sem necessidade de treinamento.

Segundo a empresa, a ferramenta de campo calibra temperatura, pres-são, tensão, corrente, resistência e frequência. ela conta com três mo-dos de operação (medida, fonte ou medida/fonte simultâneos), de modo a permitir que os técnicos solucio-nem problemas, calibrem ou realizem manutenção dos instrumentos com apenas uma ferramenta.

o Fluke 754 conta com um visor por menus de fácil utilização, que orienta os usuários ao longo das tarefas. Rotinas de calibração programáveis permitem criar e executar procedimentos da maneira como foram encontrados/deixados para assegurar calibrações rápidas e unifor-mes. “os resultados registrados podem ser baixados com facilidade para um PC

por meio da porta uSB, eliminando a necessidade de transcrição manual”, informa a companhia.

entre os aprimoramentos em relação ao modelo anterior está um visor gráfico brilhante o suficiente para permitir a visualização de leituras em qualquer condição de luminosidade.

outra melhoria é a nova bateria recar-regável de íon de lítio, que fornece energia suficiente para um turno completo e pode ser carregada no calibrador.

A nova bolsa flexível C799 está in-cluída na compra. essa bolsa exclusiva conta com uma janela transparente, que protege o calibrador de elementos externos e permite que o operador tenha acesso total aos controles e ao teclado do calibrador. o design da bolsa inclui slot de entrada-saída para cabos de teste, bolsos laterais abertos para conexão com um módulo de pressão e amplo armazenamento para esse módulo, bom-bas manuais, cabos de teste e cabos de interconexão.

Capacidade de comunicação Hart integrada – o modelo 754 é o primeiro calibrador de campo para os instrumentos Hart que é avançado e fácil de usar. o modelo 754 pro-

porciona comunicação Hart rápida e não necessita de caixa externa nem de ferramenta secundária para realizar as tarefas diárias de cali-bração e manutenção Hart. o 754 pode ser atualizado facilmente à medida que mais instrumentos são adicionados e novas versões Hart são lançadas. Além disso, ele conta com os serviços e o suporte da Fluke, um membro da Hart Communica-

tions Foundation.

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Eisa lança ao mar o navio graneleiro Log-In Tambaqui

Características técnicasCapacidade: 80.100 TPB

Comprimento: 240 mLargura: 40 m

Chapas de aço: 13 mil toneladasTripulantes: 40 pessoas

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o eStALeiRo ALiAnçA, localizado em Guaxindiba, no município de São Gonçalo (RJ), foi concluído e está pronto para ocupação. voltado para a construção de embarcações de apoio para explora-ção de petróleo em áreas operadas pela Companhia Brasileira de offshore (CBo), o estaleiro teve investimentos de quase R$ 25 milhões e envolveu um contingen-te de cerca de 200 operários.

no terreno de 50 mil m2, foram construídos três galpões e um edifício administrativo. Segundo o engenheiro Renato Moreira, da Lafem engenha-ria, empresa responsável pela obra, o prédio administrativo possui três pa-

vimentos com 3.200 m². um galpão é destinado à produção, no qual a me-talúrgica irá produzir blocos, chapas e peças para a construção naval. Com estrutura metálica, a cobertura é de telhas zipadas e fechamento em bloco de concreto. outro galpão funcionará como almoxarifado e o terceiro como área de depósito e serviços.

“A obra inclui também a constru-ção de uma estação de tratamento de esgoto (ete), uma guarita com controle de acesso de funcionários e uma balança eletrônica para caminhão e carreta, destinada à pesagem e con-trole de cargas. Para o reuso da água da chuva foi construída uma cisterna com capacidade de 200 mil litros que

capta a água oriunda do telhado do galpão de produção”, detalha Renato.

no início de 2012, a Lafem irá participar de licitações deste setor nas cidades de Macaé, itaguaí e itaboraí. o diretor da Lafem en-

genharia, Paulo Renato Paquet, destaca o cresci-mento da região leste fluminense e novas oportunida-des para a o setor de construção. “A metalúrgica está

localizada no Polo industrial de São Gonçalo, área que está no auge do desenvolvimento.

Willis Corretores de Seguros

Estaleiro Aliança

Seguro sob medidaDiante das características peculiares do setor de energia, compreender de forma estratégica as necessidades técnicas e operacionais de empresas desta cadeia produtiva torna-se fator decisivo para o sucesso das relações entre corretor e segurado.

AtentA A eStA premissa, a Willis Cor-retores de Seguros, companhia original-mente inglesa e que hoje opera em mais de 120 países, criou uma unidade global de serviços. Projetada para oferecer aten-dimento integrado e ininterrupto a todos os clientes, a plataforma reúne expertise mundialmente comprovada, adaptando-a às realidades locais.

“esta plataforma garante que ope-rações diversas e a experiências vi-

venciadas por nos-sos profissionais em escritórios de todo o mundo possam ser comparti lhadas e aplicadas de forma eficiente nos mais variados segmentos de negócios”, explica

Eduardo Figueiredo, diretor de Property & Casualty da Willis no Brasil.

Segundo o executivo, para definir detalhes dos seguros relacionados ao se-tor de óleo & gás no país, a Willis conta hoje com uma rede de quatro escritó-rios, dois locais e dois internacionais. As equipes de Londres e Houston são

responsáveis pela definição inicial de valores dos seguros, enquanto os times de Seguros e Resseguros brasileiros os traduzem para a realidade local.

“essa capacidade de trazer uma solução do Japão e adaptá-la para as exigências legais e operacionais do Bra-sil é o que chamamos de rede global: recursos integrada, pois os recursos globais são aplicados localmente, de for-ma a atender as demandas específicas de empresas da região”, complementa Figueiredo.

Com o objetivo de tornar a execu-ção deste processo ainda mais sinér-gica, a Willis decidiu criar uma ação para envolver nesta cadeia um dos seus elos mais estratégicos: os clien-tes. Assim, a empresa desenvolveu um treinamento de capacitação técnica cujo objetivo é potencializar os inves-timentos realizados pelas companhias do setor energético.

“Quanto mais o cliente entende de seu próprio negócio, melhor nós pode-mos executar o nosso”, avalia eduardo Figueiredo. “o cliente é, sem dúvida, o maior especialista e a fonte estratégica

para entendermos suas necessidades”, declara.

o treinamento, ministrado em Lon-dres (inglaterra) reúne tanto executivos da área de energia quanto funcionários da Willis no Brasil e no exterior. A pro-posta é compartilhar conhecimento, aproximando profissionais e oferecendo condições para que os decisores possam traçar estratégias cada vez mais asser-tivas e com menos riscos.

Para eduardo Figueiredo, a aliança que rompe fronteiras é um dos grandes diferenciais de atuação da Willis. Porém, uma característica especial eleva os bons resultados alcançados até então. este ingrediente é a criatividade, tão conhecida dos brasileiros.

“o Brasil está evoluindo cada vez mais no que se refere a serviços para o setor de óleo & gás. Há um gran-de potencial de mercado, porém, o maior deles é a criatividade. Com conhecimento, flexibilidade e criati-vidade, os brasileiros são capazes de criar as melhores e mais adequadas soluções do mundo”, finalizada o executivo.

produtos e serviços

Obras concluídas

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A tRiunFo Participações e investimentos S/A comunicou que fará joint venture com o grupo japonês nYK (nippon Yussen Kaisha) na área de transporte marítimo. o objetivo é a prestação de serviços de cabotagem, além de soluções

logísticas e transporte terrestre para clientes.

de acordo com o memoran-do de entendimentos, a nYK vai adquirir 10% do capital so-cial total e votante da Maestra navegação e Logística, que é controlada pelo grupo triunfo,

com a possibilidade de elevar sua participação para até 20%.

A nYK é uma das maiores empresas globais de logística e transportes integrados do mundo, tendo iniciado suas atividades em setembro de 1885 em tóquio, no Japão.

Concert Technologies

Sistemas de automação são essenciais para indústria de óleo e gásSiSteMAS de automação e siste-mas de informação passaram a fazer parte do dia a dia das empresas, ao lado de outros aplicativos como oMS (operations Management Systems), organizados na forma dos chamados Centros de operação, de onde as empresas coordenam suas ativida-des. operadores de infraestruturas complexas como redes de energia, sistemas de telecomunicações, plan-tas industriais complexas, redes de pipelines e sistemas de logística, por exemplo, não podem mais prescindir de um Centro de operações forte-mente informatizado.

o que era solução (sistemas informatizados) começa a se tornar um problema quando uma miríade de sistemas de informação começam a ser utilizados no Centro de operação (incluindo sistemas de backoffice e de gestão corporativa que também são de uso rotineiro nesse ambiente), cada qual com sua própria interface humano/computador.

“Aos operadores desses centros interessa informação de qualidade e capacidade de decisão rápida, independentemente de qual sistema seja a fonte de dados ou informa-ções, configurando-se claramente um problema de integração de sistemas”, explica Ângelo Fares Menhem, dire-

tor de tecnologia da Concert techno-logies, empresa de soluções tecnoló-gicas para Centros de operação de Concessionárias, grandes consumi-dores de energia, água e gás e outras aplicações.

Segundo o executivo, o xoMni Mission Control Center, da Concert technologies, teve sua inspiração na necessidade de prover um ambiente uniforme de interação com os opera-dores dos centros de controle, respei-tando e mantendo os diversos sistemas existentes organizando-os na forma de um painel de visualizações.

“diferentemente de um dashbo-ard convencional, quando os dados de cada aplicativo são organizados e exibidos através de um único apli-

cativo, o xoMni MCC gerencia a apresentação das próprias interfaces de usuário dos diversos aplicativos”, comenta Menhem.

Assim, de acordo com ele, cada interface de usuário, já familiar aos operadores, é preservada em sua totalidade, porém, sua disposição no dashboard e seu comportamento vi-sual é controlado pelo xoMni MCC de forma que cada usuário pode li-vremente organizar os aplicativos em uma disposição de sua preferência.

“o xoMni MCC é uma ferramenta revolucionária na racionalização do ambiente de centros de operação de infraestruturas complexas que utilizem simultaneamente vários sistemas de informação”, finaliza o executivo.

Triunfo Participações e o grupo NYK anunciam joint venture

Triunfo e NYK

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produtos e serviços

SeGundo CARL Alfred orberg (foto), presidente do Grupo Sotreq, a celebração da jornada da empresa veio acompanha-da de um importante reconhecimento: este ano a Sotreq foi a campeã na catego-ria comércio varejista da pesquisa Exame – Especial Melhores e Maiores.

ele afirma que essa premiação é resultado da busca contínua da exce-lência na área de suporte ao produto e inúmeros, por meio de investimentos, em especial na qualificação de profissio-nais. “na área de suporte ao produto a estimativa é de dobrar o quantitativo de técnicos nos próximos quatro anos. São muitos os programas de qualificação profissional, abrangendo desde a escola de formação de mecânicos, certificações nacionais e internacionais em produtos, e mesmo o MBA Sotreq”, afirma.

Ainda nesta linha, a companhia conta com o instituto Social Sotreq (isso), com programas de formação de jovens para o mercado de trabalho, totalizando 3.400 beneficiários desde sua fundação, há seis anos. Além disso, destaca-se a certificação iSo 9001 de seu Centro de Remanufatura de Com-ponentes de Contagem, considerado referência mundial.

Ainda segundo o presidente da Sotreq, outra importante prioridade de investimento é a tecnológica. em 2010 foi constituída uma unidade, visando à representação de produtos de tecno-logia de monitoramento de máquinas, Sitech. Para isso, a empresa conta hoje com duas Centrais de Monitoramento,

uma em Contagem e outra em Sumaré, de onde 3.500 máquinas têm suas

condições vitais acompanhadas em tempo real.

destaca-se ain-da o Laboratório de Análise de Óleo SoS, que em 2010 bateu a marca histórica de mais

de 34 mil amostras realizadas em único mês. “A empresa entende que este vai ser o próximo fator diferenciador em seu mercado.

Monitorar equipamentos nos sites dos clientes, quanto à sua utilização e perfor-mance operacional. trata-se aqui do moni-toramento de condições dos equipamentos representados”, comenta orberg.

Recentemente, a Sotreq, através da un de Petróleo e Marítimo,

assinou contrato com a Petrobras para fornecimento de peças e ser-viços de manutenção para motores Caterpillar que estão instalados em diversas plataformas de produção e perfuração da estatal na uo-BC, uoeS, uo-BS e uo-Rio.

o contrato no valor de R$ 20 mi-lhões, com 22 mil peças cadastradas, terá vigência de três anos e contempla os motores diesel ou a gás natural Ca-terpillar das famílias 3600, 3500, 3400 e outros modelos – aplicados em gru-pos geradores principais, auxiliares e de emergência, bombas de incêndio, guindastes e compressão de gás. A gestão do contrato está sendo exe-cutada por meio da base de serviços da Sotreq em Macaé (RJ), com estru-tura dedicada exclusivamente para atendimento aos clientes do mercado de óleo e gás.

Sotreq completa 70 anosA Sotreq, comercializadora de máquinas e motores Caterpillar, referência no mercado nacional no fornecimento de bens de produção e soluções voltadas para o desenvolvimento da infraestrutura, com atuação nos segmentos de construção, mineração, industrial, agrícola, florestal, energia, petróleo e indústria marítima, completou 70 anos este ano.

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A iniciAtivA da Agência Brasileira de Desenvolvimento industrial (ABDi) e da Organização nacional da indústria do Petróleo (Onip) é inédita no Brasil e teve início em 2009. nesta nova etapa, passa a contar com parceria do Sindicato nacional da indústria da construção e Reparação naval e Offshore (Sinaval). A proposta é ampliar o relacionamento dos fabricantes de navipeças com estaleiros, por meio de visitas, rodadas de negócios e comissões técnicas.

“As áreas de energia e a cadeia de suprimentos de petróleo e gás estão entre as cinco macroprioridades do Plano Brasil Maior. incentivar a competi t ividade dessas cadeias para enfrentar o desafio da exploração exige a construção de um regime especial para a cadeia de fornece-dores e que está pre-visto na política in-dustrial”, assinalou o presidente da ABDi, Mauro Borges Lemos, durante cerimônia na sede da Federação das indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).

O diretor-geral da Onip, Eloi Fernán-dez y Fernández, reforçou que é neces-sária a ampliação do setor de navipeças, assim como de ou-tros segmentos da cadeia. “Precisamos fortalecer a produ-ção de navipeças no Brasil para aumentar o conteúdo nacional e gerar mais valor agregado às embarcações”, enfatizou. Se-gundo o vice-presidente do Sinaval, Fran-co Papini, atualmente os navios petroleiros apresentam cerca de 50% de conteúdo local, enquanto uma plataforma modelo PSO possui cerca de 63%.

De acordo com o assessor da Petro-bras, Ricardo Latgé, o compromisso em atingir conteúdo local é de chegar a 65% na cadeia de desenvolvimento e produção após 2019 e, na área de exploração, ter 37% até 2016. “O esforço do governo e da iniciativa privada é fundamental para ampliar o espaço de empresas e da tecno-logia nacional”, apontou Latgé.

“temos absoluta certeza de que há condições para enfrentar o desafio da ex-ploração de petróleo e gás, e do pré-sal. Esse desafio exige união para mudar o patamar da indústria brasileira e temos enorme preocupação e visão estratégica sobre o que está em jogo”, acrescentou o presidente da ABDi.

O lançamento da nova etapa do catá-logo contou com cerca de 150 profissionais entre players do mercado, como empresários e donos de estaleiros, especialistas e go-verno. na ocasião, o coordenador da área de Energia da ABDi e responsável pelo ca-tálogo pela Agência, Jorge Boeira, fez um balanço da iniciativa que registra um cres-cimento de 30 empresas por mês.

“O catálogo é uma vitrine para armadores, escritórios de projetos e

estaleiros identificarem fabricantes de bens e serviços. Além de ser uma importante ferramenta de promoção do desenvolvimento do setor, serve como instrumento de apoio à política industrial para as cadeias naval e de petróleo e gás”, afirmou Boeira. A nova fase, completou ele, inclui a expansão, qualificação e melhoria da base contí-nua de fornecedores, além de tradução do catálogo eletrônico para o inglês e espanhol.Catálogo em números – Até setembro último, o catálogo navipeças registrava 706 empresas. Dessas, 311 já foram aprovadas, 286 estão inician-do o processo de aprovação, 81 em fase de envio de documentos, entre outras. Além da média mensal de 30 pedidos de empresas para figurar no catálogo, o projeto aprova 13 cadas-tros a cada mês.

O funcionamento do catálogo é simples e o acesso é gratuito. As empresas interessadas se cadastram diretamente no portal www.onip.org.br/navipecas e enviam a documen-tação comprobatória para a análise dos aspectos técnicos e jurídicos pela comissão de Avaliação de Empresas (cAE). Em caso de aprovação, a em-presa passará a figurar no catálogo navipeças, apresentando seus bens e serviços.

ABDI e Onip

Catálogo Navipeças entra em sua segunda faseA construção de um regime tributário especial com objetivo de aumentar a competitividade da cadeia de fornecedores de petróleo e gás no Brasil ganhou destaque durante o lançamento da segunda fase do Catálogo Navipeças, ferramenta online que reúne um banco de dados de empresas brasileiras capacitadas para o fornecimento de bens e serviços utilizados da proa à popa dos navios.

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A nova

proposta pela ANPcláusula arbitral

A Lei 9.478/97, que instituiu a abertura do mercado de exploração de petróleo e

gás no Brasil, estabeleceu uma série de princípios e regras para disciplina dos

contratos de concessão a serem firmados pela Agência nacional do Petróleo, Gás

e Biocombustíveis (AnP) com os concessionários.

O contrato de concessão, como se sabe, instrumentaliza a rela-ção jurídica entre Governo e empresas para a exploração de petróleo e gás no Brasil, com exceção das áreas do pré-sal,

sendo, portanto, fundamental que sua estrutura básica seja regulada diretamente por lei.

É exatamente o que faz o artigo 43 da Lei 9.478/97, ao estabelecer 12 cláusulas essenciais ao contrato de concessão, dentre as quais se encontra a previsão de cláusula que trate das “regras sobre solução de controvérsias, relacionadas com o contrato e sua execução, inclusi-ve a conciliação e a arbitragem internacional”.

desse modo, observa-se que a inserção de regras sobre a utiliza-ção de arbitragem em todos os contratos de concessão para explora-ção de petróleo e gás, excluindo da apreciação do Poder Judiciário questões envolvendo a agência reguladora e o concessionário, é man-datória e foi estipulada em todas as rodadas de licitação existentes até a presente data.

A discussão que pairou em várias rodadas de licitações, em razão da estrutura contratual apresentada, dizia respeito à dinâmica entre a cláusula de eleição de foro e o compromisso arbitral. Houve rodadas em que a primeira apareceu como regra e a arbitragem, a exceção, o que importou em severas críticas por parte dos agentes atuantes no setor. Mais tarde, contudo, a arbitragem acabou estabelecida como a regra, e o foro de eleição a exceção, já que outra dinâmica importaria em perda, quase que total, da eficácia do compromisso arbitral.

A adoção da arbitragem ad hoc com base nas regras do regu-lamento da iCC (international Chamber of Commerce) – e não da arbitragem institucional perante uma instituição brasileira –, por outro lado, sempre esteve presente nas cláusulas de arbitragem, tendo ganhado destaque nas últimas rodadas, o que é consentâneo com a experiência de atuação multinacional de muitas das empresas atuantes no setor.

embora as normas sobre arbitragem da iCC sejam bastante ex-tensas, as principais regras que podem influenciar um procedimento arbitral já têm estado presentes no próprio contrato de concessão. neste sentido, ao se adotar as regras estabelecidas no regulamento da iCC, permite-se: 1) estabelecer o procedimento a ser seguido durante

André Osório Gondinho é sócio da Doria, Jaco-bina, Rosado e Gondinho Advogados Associados.

Renata de Freitas Carvalho é advogada da área de Contencioso e Arbitragem de Doria, Jacobina, Rosado e Gondinho Advogados Associados.

TN Petróleo 80 101

a arbitragem, previamente conhecido pelas partes contratantes, e 2) suprir lacunas na falta de algum indicativo não previsto nas cláusulas do contrato de concessão. Ademais, ao optar pelas regras de arbi-tragem da iCC, a AnP oferece segurança jurídica ao concessionário, pois se trata de regras interna-cionais amplamente conhecidas pela comunidade jurídica e comercial.

no entanto, e apesar de toda a tradição das rodadas anteriores, a AnP introduziu na do con-trato de concessão para a décima Primeira Rodada significativa alteração na cláusula de arbitragem.

trata-se da alínea “f”, que prevê, agora, que a AnP não adiantará qualquer valor referente à instauração e funcionamento do procedimento arbitral, até que seja proferida a sentença arbitral, ficando a cargo do concessionário adiantar todos os valores até a prolação da sentença arbitral.

A mudança procedida pela AnP na redação da cláusula arbitral importa em inegável retrocesso à dinâmica contratual que se vinha estabelecendo ao longo dos anos, em prol da segurança de empresas atuantes no ramo do petróleo e gás que viessem a contratar com o Poder Público.

Parte desse retrocesso pode ser atribuída, mas não justificada, à burocracia imposta aos entes da Administração direta no manejo de suas verbas e orçamentos.

A AnP, constituída sob a forma de autarquia, está sujeita a procedimentos e restrições legais que acabam por interferir, diretamente, na sua capa-cidade de disponibilizar verbas que não estejam previamente aprovadas em seu orçamento.

entretanto, em que pesem tais dificuldades, entendemos que as mesmas deveriam ser enfren-tadas diretamente pela Agência, por meio dos competentes mecanismos legais orçamentários, e não mediante a simples imposição do ônus para o concessionário.

Pois, para se subtrair do dever de arcar com as custas da arbitragem, a AnP resolveu criar norma contratual que faz recair tais ônus exclusivamente sobre o concessionário, o que importa em flagrante desequilíbrio contratual.

Por outro lado, a nova postura da AnP é con-traditória com o regulamento que escolheu para regular o procedimento arbitral, isto é, as normas da iCC. observe-se, neste sentido, que o art. 5º da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96) determina que, se as partes elegerem as regras de alguma entidade especializada, então o procedimento arbitral deverá respeitar tais regras. igualmente, o art. 21 da refe-

rida Lei prevê que a arbitragem “obedecerá ao pro-cedimento estabelecido pelas partes na convenção de arbitragem”. ora, se o contrato de concessão estipula, expressamente, a adoção do regulamen-to da iCC, deve o procedimento nele descrito ser integralmente respeitado.

ora, se o regulamento da iCC estipula, em seu art. 30, o pagamento das custas em parcelas iguais por ambas as partes, a disciplina proposta pela AnP acaba sendo contraditória e de legalidade duvidosa perante os artigos 5º e 21 da Lei de Arbi-tragem brasileira.

A não adequação da nova cláusula arbitral proposta pela AnP torna-se ainda mais patente ao se considerar a possibilidade de, em alguns casos, a instauração do procedimento arbitral vir a ocorrer por iniciativa da própria autarquia, e não do concessionário. nessas hipóteses, a AnP desencadearia o procedimento à sua conveniência, sem suportar qualquer custo, o que é totalmente inaceitável.

Por essas razões, a sugestão de cláusula arbitral apresentada pela AnP para décima Primeira Roda-da representa, em nosso sentir, lamentável retro-cesso e inegável ofensa ao interesse público. não é demais relembrar que a cláusula de arbitragem está inserida em contrato sobre o qual não podem as partes transacionar, apenas aderir. em muitas situações, a nova regra introduzida pela AnP pode vir a inviabilizar a própria eficácia da convenção de arbitragem, acarretando no sepultamento da norma que a própria Lei do Petróleo entendeu por definir como essencial ao contrato de concessão.

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A construção do Gasoduto Gastau, Ø 28” – 96 km se destaca pelas solu-ções diferenciadas tanto de engenharia como de métodos construtivos aplicados. uma das mais expressivas foi a transposição da Serra do

Mar, por meio de um túnel de 5.000 m de extensão, conectado a um shaft vertical de 500 m de altura. Assim, o Projeto Gastau é único, em razão das condições inéditas de montagem, que requereram estudos aprofundados, soluções inovadoras e o desenvolvimento de novos métodos para enfrentar a restrita seção transversal do túnel, a complexa geometria da tubulação em seu interior, as atividades simultâneas de montagem do duto, escavação do túnel e shaft e um cronograma desafiador.

o túnel tem uma configuração não usual, pois ele não atravessa toda a montanha, penetrando nela por cerca de 5 km e no meio do maciço conecta--se em um ângulo reverso com o shaft vertical, deslocado em 4 m do eixo do túnel, em direção ao topo da serra.

o gasoduto foi planejado para ser executado somente após o término da execução do túnel e do shaft. entretanto, em razão de intercorrências geológicas que impactaram os trabalhos do túnel e a necessidade de con-cluir o gasoduto dentro de um exíguo cronograma requerido pela Petrobras, a GdK, como empresa responsável pela construção do gasoduto teve que estudar e aplicar procedimentos inovadores para montar o duto simultanea-mente às demais atividades executadas por outras empresas, nelas incluída a perfuração do túnel.

o caminho para o sucesso foi então construído pela combinação de:a) um planejamento de trabalho bem detalhado, considerando todas

as microatividades da montagem, em estreita coordenação com as demais atividades;

b) uma equipe de engenheiros e supervisores de larga experiência, coordenando os trabalhos em regime de 24 horas/dia;

c) A concepção, projeto e fabricação pela própria GdK de equipamentos especiais e customizados, em menos de três meses, que viabilizassem o trabalho de forma segura na estreita seção do túnel, tais como: plataformas retráteis de soldagem, para permitir os trabalhos de solda da tubulação sem interferência com a escavação do túnel; equipamento autopropelido espe-cial capaz de transportar e posicionar as curvas reversas a quente de 90o e 45o para união dos tramos horizontal e vertical ao final do túnel; pórtico compacto com movimento triaxial; sistema de ventilação e exaustão dos fumos de solda.

o escopo dos trabalhos também incluiu uma conexão primária do gasoduto 28” com duas linhas de 9.5/8” no interior dos shafts; a conexão definitiva com a linha de 28” em novo shaft; um loop aéreo de expansão com 10 m por 150 m junto ao portal do túnel em uma configuração em L reverso, blocos

Desafios e soluções construtivas inovadoras

gasoduto

Gasoduto Gastau Montagem do

no túnel da Serra do Mar

Francisco Chagas de Me-deiros é engenheiro civil e gerente de contratos da GDK S.A.

Este trabalho técnico foi apresentado na 5ª edi-ção da Rio Pipeline Conference and Exposition 2011, realizada de 20 a 22 de setembro de 2011, no Centro de Convenções SulAmérica, RJ.

José Guido de Oliveira é engenheiro civil e diretor de dutos da GDK S.A.

Conrado Serodio é engenheiro civil e vice--presidente de opera-ções da GDK S.A.

TN Petróleo 80 103

de ancoragem no início do loop e interno ao túnel; testes hidrostáticos e inertização de todo o trecho.

As soluções de engenharia construtiva aplicadas es-tabeleceram um novo paradigma na montagem de dutos complexos, combinando novas técnicas, experiência da equipe, equipamentos customizados e um planejamento e coordenação precisos.

Introdução A expansão da rede de gasodutos no Brasil, espe-

cialmente nos últimos três anos, além de demandar expressivos investimentos e a mobilização de recursos para sua construção, trouxe também novos desafios.

Sua implantação não mais se limitou a projetar e cons-truir dutos, mas também implicou em desenvolver solu-ções adequadas para assegurar o correto equilíbrio entre parâmetros críticos como: cronogramas desafiadores para conclusão de uma rede nacional e interligada de gasodutos; o atendimento a novas e rígidas restrições ambientais ao longo das faixas de dutos; a preservação das condições de produtividade e de segurança, segundo os melhores padrões desenvolvidos ao longo do tempo e, finalmente, soluções economicamente eficientes para os projetos.

o gasoduto Caraguatatuba – taubaté Ø 28” – Gas-tau se destaca com um verdadeiro projeto especial, em função das soluções definidas pelo projeto básico e de-finição de traçado, de forma a atender aos fatores acima mencionados e seus impactos na fase de implantação.

o Gastau é claramente um projeto único de dutos que, além de várias outras soluções e técnicas inovadoras em

termos construtivos, no trecho que envolve a transposição da Serra do Mar através de um túnel ‘fechado’, trouxe um novo conceito de trabalho, em razão das condições inéditas para os trabalhos de construção e montagem da linha, sem precedentes em qualquer outro projeto já realizado no país.

o projeto Gastau tem importância destacada no ce-nário brasileiro de gás natural. Sua entrada em operação significa um incremento de 20 milhões de m3/dia adi-cionais no volume fornecido aos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, que concentram mais de 1/3 de toda a atividade industrial do país e respondem por 39% do PiB brasileiro. na mesma proporção, ele reduzirá a ne-cessidade de importação do gás da Bolívia.

Conceito original e novas condições de instalação

um dos maiores obstáculos naturais a serem vencidos pelo Gastau era a Serra do Mar, que se eleva a 760 m entre o nível do mar e o planalto paulista, pontos inicial e final do duto.

o Gastau se inicia na utGCA (estação de tratamento de Gás natural de Caraguatatuba), localizada na região da costa norte do estado de São Paulo, que recebe o gás natural produzido no campo offshore de Mexilhão. Apenas 1 km após a estação, se iniciam as encostas ín-gremes da Serra do Mar, a serem transpostas pelo duto, para atingir o vale do Rio Paraíba, no planalto, onde o gasoduto se desenvolve por 95 km em direção à estação de taubaté e à Refinaria do vale do Paraíba (Revap).

104 TN Petróleo 80

esta é uma região sob estrito controle ambiental, sendo uma APP (área de Preservação Permanente), que contém uma das últimas partes da Mata Atlântica e, portanto sujeita a rígidas restrições ambientais. Após inúmeros estudos desenvolvidos pela Petrobras, chegou--se à conclusão de que a única solução aplicável para atender a estas restrições seria vencer a Serra do Mar com o auxílio de um túnel horizontal, até o núcleo do maciço e, a partir dele, um shaft vertical em direção ao topo da montanha. o projeto básico da Petrobras definiu, portanto, um túnel de cerca de 5.500 m, com um greide ascendente de 3o seguido por um shaft vertical de 500 m.

A Petrobras contratou então, com empresas distintas, a execução do túnel, a perfuração do shaft, a instalação dos roletes de apoio para a tubulação e a construção e montagem do duto. o planejamento original previa iniciar a montagem do gasoduto, como uma sequência lógica, somente após a conclusão total do túnel, shaft e instalação de roletes.

entretanto, intercorrências geológicas, que não raro ocorrem na abertura de túneis em razão de variações inesperadas nas condições do solo, resultaram em um prazo mais dilatado para poder completar a perfuração do túnel.

Para minimizar este impacto sobre a data final de conclusão do Gastau, e diante deste fato novo, a Petro-bras concluiu ser necessário reavaliar o plano original e buscar soluções para executar a montagem do duto dentro do túnel simultaneamente à execução do túnel e de todas as demais atividades, o que era um desafio real. A meta era atingir a completação mecânica do gasoduto e entregá-lo pronto para a operação e transferência do gás poucos dias após a conclusão da escavação do túnel e shaft, em março de 2011. Além disso, o escopo dos tra-balhos incluía a construção civil, fabricação e montagem de uma estrutura metálica de 150 x 10 m para suportar o loop de expansão do gasoduto projetado para absorver a dilatação dos mais de 5.000 m de tubulação exposta no interior do túnel.

os principais aspectos considerados foram:a. o regime de 24 horas/dia na produção da escavação

do túnel não deveria ser afetado;

b. todos os trabalhos deveriam ser realizados sob as mais estritas condições de segurança; e

c. deveria ser desenvolvida uma solução de enge-nharia construtiva capaz de resolver itens críticos na montagem do duto, entre outras: a complexa interligação entre o trecho horizontal do gasoduto 5.000 m dentro do maciço e o trecho vertical e a superposição no mesmo espaço físico extremamente reduzido de diversas ativi-dades simultâneas.

Quando o túnel atingiu cerca de 3.000 m de escava-ção, este quadro desafiador foi apresentado pela Petro-bras à GdK, que após inúmeros estudos de engenharia e levantamentos locais, concebeu a propôs as soluções técnicas para atender ao trabalho, dentro do exíguo cronograma de necessidade de conclusão do projeto.

Redefinindo o conceito para a montagem do gasoduto

o cenário geral aqui mencionado mostrou desde o princípio que este seria um trabalho totalmente não con-vencional e que os métodos e equipamentos usualmente aplicados na construção de dutos não seriam capazes de enfrentá-lo com sucesso.

Ademais, o planejamento deveria levar em conta, no maior nível de profundidade possível, todas as condições, tempos, prazos e planos de trabalho de todos os demais contratados, para permitir elaborar o verdadeiro ‘jogo de xadrez’ representando pelo cronograma, combinan-do cada microatividade e prazo, visando utilizar todo e qualquer espaço e tempo disponível para executar as atividades de montagem do duto dentro de um nível de produtividade que viabilizasse a meta de completação do gasoduto.

outros pontos críticos e restrições deveriam ser igual-mente equacionados:

a. A ausência de espaço de trabalho nas proximida des do portal do túnel, onde deveriam ser realizadas as principais atividades de movimentação, alinhamento, sol-dagem, inspeção e revestimento das juntas dos tubos 28”;

b. A estreita seção do túnel, na qual além do espaço ocupado pelos roletes, suportes e estruturas auxiliares, havia o contínuo trânsito das locomotivas e vagões que transportavam o material oriundo da escavação pela tuneladora (tBM), aduelas de concreto para contenção das paredes, assim como transporte de pessoal e todo o material de apoio, alimentação, água, etc., conforme mostrado na Figura 1;

c. A geometria da interseção entre o túnel e o shaft na extremidade fechada do túnel, resultando em uma complexa curva combinada;

d. o incremento dos gases e fumos no interior do túnel, gerados pelas atividades de soldagem, no portal e no interior;

e. A interferência do loop e dos trabalhos de cons-trução da estrutura de suporte, incluindo fundações profundas, cujo eixo é praticamente coincidente com

Figura 1 – Seção transversal do túnel.

gasoduto

Revestimento Pré-moldado

Painel de acionamento dos grupos de motores

Conjunto Rolete,Mancal, Motor

SEÇÃO TRANSVERSAL DA TUNELADORA

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a coluna do túnel e com os trilhos da seção ferroviária da escavação.

vale a pena ressaltar que todos estes aspectos foram estudados e suas soluções implementadas em curtíssimo espaço de tempo, de forma a iniciar imediatamente as atividades de campo.

Soluções de engenharia construtiva Simultaneamente à rápida mobilização das equi-

pes, equipamentos e canteiro de apoio para o site, um minucioso planejamento das atividades e estudos de recursos especiais eram desenvolvidos, resultando nas soluções para equacionar as variáveis mencionadas no item 3, como segue:

a. Canteiro de fabricação de double-joints: para mi-nimizar a movimentação e soldagem na congestionada entrada do túnel, foi implantando um yard para mon-tagem de seções de 24 m de 28” nas proximidades do túnel, trabalhando com processos semiautomáticos. o canteiro foi equipado com conjuntos de roletes especiais e equipamentos de carga, trabalhando em regime de 24 horas/dia. Apenas dez dias após a ordem de Serviço da Petrobras para início dos trabalhos, o transporte da tubulação e soldagem já tinha sido iniciada;

b. Para a movimentação e transporte dos double-joints foram projetados e fabricados em prazo recorde, dollies especiais, spread-bars (balancins) e faixas de içamento para manipulação e movimentação do yard até o túnel dos tubos com 8,5 ton;

c. no emboque do túnel, onde não havia espaço físico para executar os trabalhos de montagem, em razão da existência de dois córregos transversais ao eixo e ainda o desvio ferroviário, foram construídas pontes metáli-cas reforçadas e com superestrutura também em aço, formando uma plataforma de trabalho segura e estável;

d. Foram projetadas e construídas plataformas de sol-dagem retráteis, montadas ao lado esquerdo do emboque do túnel, para viabilizar ao mesmo tempo os trabalhos de alinhamento e soldagem dos tubos e manter o espaço livre necessário ao contínuo movimento das composições ferroviárias da escavação do túnel. estas atividades simul-tâneas eram coordenadas através de radiocomunicação e sinalização luminosa e sonora, garantindo um modus operandi seguro e eficiente durante 24 horas/dia .

As Figuras 2 e 3 mostram o acoplamento, soldagem, movimentação dos tubos para o interior do túnel e as plataformas retráteis.

e. Como nenhum equipamento de elevação de carga convencional era capaz de entrar na restrita seção do túnel, um equipamento totalmente novo foi concebido, projetado e construído pela GdK, para realizar as tarefas de transporte e posicionamento das curvas de 90º e 45º (Figura 4).

Mediante um estudo preciso de engenharia, foi de-senvolvida esta solução para equacionar aspectos críticos como: estabilidade com carga, capacidade de alinha-mento com o desvio ferroviário de bitola estreita e com

curvas horizontais, capacidade de posicionamento seguro para conexão do gasoduto entre o trecho horizontal e vertical. Menos de três meses foram utilizados, entre a fase de projeto conceitual, cuidadosa fabricação e testes

Figura 2 – Plataforma retrátil de soldagem.

Figura 3 – Posicionamento das double joints no emboque do túnel.

Figura 4 – Equipamento de transporte e posicionamento de curvas de 28”.

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antes de sua utilização. o equipamento final dispõe de sistemas de posicionamento hidráulico, motorização, iluminação e sistemas de freio duplo;

f. uma vagoneta ferroviária equipada com dois guin-dastes hidráulicos compactos de 12 ton cada foi construída, para apoio à movimentação de material, equipamentos de soldagem e apoio ao acoplamento. esta vagoneta era acionada através de um trator tipo agrícola especial-mente adaptado para trafegar na linha ferroviária. um minipórtico desmontável com guinchos que permitiam movimentação nos três eixos foi também fabricado para complementar os demais equipamentos durante a etapa de acoplamento dos tubos;

g. o sistema de ventilação original foi projetado apenas para os trabalhos de escavação com a tBM e, portanto, não seria suficiente para a simultaneidade das atividades no novo programa. desta forma, foi dimensio-nado e instalado um sistema constituído por unidades autônomas de exaustão dos fumos de solda, com uma unidade em cada estação de trabalho nos primeiros 100 m a partir do emboque do túnel. Para permitir o trabalho de soldagem já no interior do túnel, a 5.000 m do portal, equipamentos individuais de fornecimento de ar limpo foram disponibilizados aos funcionários envolvidos nestas atividades.

vale ressaltar que todos os equipamentos especiais e acessórios, exceto quanto ao sistema de ventilação, foram projetados e construídos pelas equipes técnicas da GdK.

Fases de construção e montagem e sua coordenação

o prazo era uma questão vital neste trabalho, visan-do o atendimento a uma dos aspectos mais relevantes para o cliente, no sentido de entregar o gasoduto para a operação na desafiadora data planejada. desta forma, o planejamento e a execução dos trabalhos de montagem deveriam focar toda e qualquer possibilidade de otimi-zação e de redução de prazos das tarefas, não obstante todas as restrições físicas e técnicas inerentes a um tra-balho nestas condições.

Para atender a esta meta, sem comprometer as demais atividades (perfuração do túnel, shaft e instalação de ro-letes), a seguinte sequência foi estudada e implementada, mediante um plano de trabalho detalhado e encadeado até o menor nível de cada atividade de cada uma das empresas, em que cada tarefa específica era controlada no mínimo duas vezes por dia, pela manhã e pela noite, com a participação dos técnicos e gestores de todas as empresas contratadas. Fabricação de double-joints – no canteiro de soldagem, foi criada uma área para receber e armazenar a tubulação, sendo sua movimentação e alinhamento realizados por conjuntos móveis de roletes. Para assegurar o perfeito alinhamento já na fase de doublé-joints, foram utilizadas acopladeiras internas pneumáticas e para o procedimento de soldagem foi qualificado e aplicado processo semiauto-mático com eletrodo tubular, garantindo a produtividade e a qualidade requeridas.

estes cuidados especiais mostraram sua importância, considerando que a coluna a ser montada no interior do túnel, apoiada por roletes motorizados deveria estar totalmente alinhada, para minimizar eventuais forças não coaxiais que poderiam gerar desalinhamentos durante as operações de introdução da mesma no túnel. Graças a este procedimento, a seção final da linha constituiu-se de fato como uma peça única de 5.000 m de extensão, perfeitamente alinhada durante toda sua execução até a posição final.Preparação da área do emboque do túnel – A área junto ao portal do túnel estava totalmente congestionada pelos trilhos de desvio ferroviário no centro, pelos sistemas e equipamentos de ventilação e de energia para o túnel e pela existência de dois córregos transversais à faixa, em um espaço de menos de 100 m. Foi então criada uma área de trabalho construindo-se duas pontes metálicas sobre os córregos, unidas por chapas de aço, constituindo uma plataforma de trabalho segura e estável para todos os serviços de montagem da linha junto ao emboque, incluindo o armazenamento prévio de double-joints, como ‘pulmão’ para garantir a montagem ininterrupta.Obras civis e estruturas metálicas do loop de ex-pansão – A estrutura de apoio para o loop de expansão medindo 150 m por 10 m de altura requereu fundações com estacas profundas, blocos de coroamento e blocos de ancoragem de 400 ton na extremidade de saída do loop. estas atividades foram planejadas e executadas em uma sequência de modo a não interferir nem com as próprias atividades de montagem da linha pela GdK assim como com as atividades das demais contratadas. A estrutura metálica foi construída de forma modular, simultaneamente às obras civis, nas quais foram usados cimentos e aditivos especiais para acelerar sua liberação, reduzindo em mais da metade o prazo para carregamento das mesmas. Ao mesmo tempo, nove curvas a quente eram fabricadas para serem montadas, formando o loop imediatamente após a montagem das estruturas de apoio.

Figura 5 – Loop de expansão no emboque no túnel.

gasoduto

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no loop foi ainda instalado um sistema definitivo de proteção contra descargas atmosféricas.

A Figura 5 fornece uma vista geral do loop durante sua execução.

todas as atividades descritas foram desenvolvidas por equipes específicas para todas as tarefas, trabalhando em regime de 24 horas/dia. Fabricação de equipamentos especiais – os equipamen-tos especiais, tais como: de transporte e posicionamento de tubos, vagoneta ferroviária, dollies especiais para doublé-joints foram projetados e fabricados na Central de equipamentos da GdK; o minipórtico e as platafor-mas de solda retráteis foram fabricados no canteiro de obras. todos os equipamentos e acessórios especiais foram executados em menos de três meses.Montagem do gasoduto no interior do túnel: uma com-plexa execução em etapas – em razão das restrições das demais atividades dentro do túnel, a montagem do gasoduto teve que ser executada em três estágios: o primeiro, com 1.500 m, desde o emboque do túnel até a posição do desvio “californiana” instalado para agi-lizar a movimentação das composições ferroviárias da escavação (1); o segundo, entre este desvio e a posição próxima ao primeiro shaft vertical, a 4.800 m no interior do túnel (2) e o terceiro, cerca de 100 m após o segundo shaft vertical.

(1) este aparelho de mudança de direção ocupava inteiramente a seção do túnel, impedindo, portanto, a se-quência de montagem da coluna. este desvio, entretanto, deveria ser mantido em operação até que a escavação do túnel estive completa, para manter as produções necessárias para a tuneladora (tBM).

(2) Somente após o tubo condução ter atingido o seu ponto mais baixo dentro do shaft, era possível abrir o nicho lateral no túnel até encontrar a tubulação vertical de 9.5/8”.

A primeira etapa foi executada com todas as ativida-des sendo realizadas no limite do emboque do túnel, com duas estações para solda, inspeção e revestimento das juntas. o segundo e terceiro tramos foram executados a partir de cinco estações, sendo a primeira retrátil para manter o acesso livre às demais atividades.

dois guindastes hidráulicos de 50 ton e 110 ton, trabalhando de forma coordenada, eram responsáveis pela contínua alimentação da linha de montagem com os doublé-joints de 24 m preparados anteriormente.

A coluna era posicionada sobre o sistema de roletes motorizados instalados ao longo do comprimento do túnel

e a cada nova solda concluída e aprovada por exame de ultrassom, os roletes movimentavam esta seção 24 m para frente e um novo tramo de 24 m era soldado ao adjacente, numa sequência continua.

o trabalho sequencial de soldagem e avanço da coluna também foi realizado com acopladeiras internas pneumáticas e processos semiautomáticos de soldagem, assegurando a manutenção do perfeito alinhamento da coluna e um índice de reparos extremamente baixo (0,09% em todo o trabalho). o trecho final de 3.500 m foi executado por este método em apenas 5,5 dias.Conexão trecho vertical e horizontal: Uma união crí-tica – uma das etapas mais críticas do trabalho foi a interconexão entre a coluna horizontal montada dentro do túnel e o trecho vertical do gasoduto. esta conexão, no meio do maciço, teve que ser executada num espaço extremamente confinado e através de uma curva reversa e um spool que foi previamente preparado.

Além disso, as duas primeiras conexões foram re-alizadas com um procedimento de soldagem dos mais complexos (5Ct), estudados em conjunto pelas equipes especializadas em soldagem da Petrobras e da GdK. os testes de soldagem, ensaios e qualificação demandaram mais de dois meses, pois implicavam em unir através de soldagem aços com características bastante distintas, um APi X 70 (28”) e um aço equivalente a um APi X 140. Simultaneamente, no topo do shaft já no Planalto, os spools de interconexão eram montados por outra equipe, completando o trecho para o comisisonamento. A terceira conexão será realizada unindo o mesmo trecho horizon-tal de 28” com uma nova descida, de 28”, implicando igualmente em uma geometria reversa e complexa, em local totalmente confinado.

A Figura 6 mostra uma vista panorâmica na inter-secção túnel x shaft.Testes finais e comissionamento – em razão da sequ-ência de montagem que teve que ser aplicada e pelos diferentes materiais, classes de pressão e gradientes hidráulicos, os testes hidrostáticos tiveram também que ser subdivididos em etapas, considerando as pressões específicas e por fim um teste geral de todo o trecho.

Como a meta era operar o gasoduto como um todo imediatamente após a completação do trecho do túnel, foi incluído no escopo de trabalhos da GdK a inerti-zação de um tramo de 53 km desde a utGCA até a válvula de bloqueio Sdv 4 no Planalto. em razão do grande volume de nitrogênio requerido para atender

Figura 6 – Túnel e nicho do primeiro shaft vertical.

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aos parâmetros de inertização num curtíssimo espaço de tempo, foi desenvolvida uma solução técnica que permitiu atender a todos estes quesitos. uma planta de geração de nitrogênio foi previamente instalada junto às conexões da parte superior do shaft e trabalhando de modo ininterrupto durante vários dias permitiu constituir um ‘pulmão’ de nitrogênio de mais de 54 kg/cm num volume de cerca de 50 km de tubo de 28”. Com a conclusão dos testes e desalagamento da linha, este pulmão foi liberado para o novo trecho, garantindo rapidamente as condições de inertização da linha toda e sua entrega para a operação.

Considerações finais e conclusões

A conclusão deste complexo trabalho, cinco dias antes da data prevista e executado dentro dos melhores padrões de segurança, demonstra que a superação dos limites impostos por um projeto único e desafiador como o Gastau, somente pode ser conseguida através da correta combinação de vários fatores, entre eles:

Criatividade na pesquisa e busca de soluções para condições inéditas de execução;

Planejamento e replanejamento precisos de cada microatividade, controlados direta e diariamente, permitindo tomar medidas imediatas e efetivas

para gerenciar desvios e condições imprevistas, durante a execução;

Capacidade de desenvolver de forma ágil equipa-mentos customizados e métodos únicos para atender requisitos especiais;

experiência efetiva e expertise das equipes de ge-renciamento, de engenharia e supervisão;

efetivo envolvimento e comprometimento de todos os players – cliente e contratadas – voltados para um objetivo comum, numa postura de mútua colaboração, sem prejuízo de suas responsabilida-des contratuais.

A construção do Gastau no trecho do túnel esta-beleceu de fato um novo paradigma – desenvolvendo técnicas inéditas para situações inéditas. Por outro lado, o sucesso em sua execução evidenciou o papel essencial da coordenação e mútuo entendimento sobre os fatores críticos relativos ao projeto básico – pelo lado do cliente e aqueles relacionados com a construtibilidade – pelo lado da montadora.

Com um verdadeiro objetivo único e compartilhado, cliente e contratada mantiveram o foco em buscar soluções conjuntas para superar situações inesperadas, em cada dia do projeto, e que se tratadas com distanciamento certamente impediriam o cumprimento de uma meta tão arrojada.

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pré-sal

e as novas perspectivas do licenciamento ambiental

O pré-sal

Desde os primórdios da exploração do petróleo no Brasil, no início do século XX,

não se viu uma descoberta que despertasse tantos interesses como a que ocorre

com a chamada ‘camada de pré-sal’, gigantesco reservatório de petróleo e gás

localizado a mais de 5.000 m de profundidade, entre o Espírito Santo e Santa

Catarina, numa faixa ao longo de 800 km desses estados.

Por estarem abaixo de uma camada de sal, teriam qualidade e pu-reza especiais. A expectativa é de que o Brasil possa tornar-se não apenas um dos maiores produtores de petróleo do mundo, como

venha a ter um produto que lhe permitirá alto grau de competitividade no mercado mundial.

os interesses referenciados são de três ordens, dois deles muito bem defendidos: comercial, dos que pretendem explorar e comercializar os produtos advindos da oportunidade que surge; o político-financeiro, que pretende distribuir benefícios dos royalties aos estados, ao distrito Federal e municípios, em função da produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; e, finalmente, o interesse ambiental, com base no plano da sustentabilidade no longo prazo e no desenvolvimento da nação e sua inserção no cenário mundial.

É sobre este último que pretendemos discorrer, demonstrando que, em realidade, do ponto de vista do conceito de sustentabilidade ambiental, introduzido na Convenção de estocolmo em 1972, não há, necessaria-mente incompatibilidade entre direitos fundamentais relacionados à ordem ambiental e à ordem econômica, à ordem social e mesmo à ordem tributária – também fonte de geração indireta de direitos fundamentais.

o grande desafio, não só para este tema, o da exploração do petró-leo, como também para outros direitos humanos e fundamentais, será estabelecer um liame firme entre o movimento de consolidação do saber ambiental, expressão cunhada por enrique Left, com a racionalidade econômica, que conduziu ao processo tecnológico contemporâneo e que exige cada dia mais insumos para girar esse mundo atual. Afinal, a crise do modelo global capitalista, ou da economia mundial, certamente tem a ver com novos paradigmas de modelo energético ou de “energia limpa”, nos quais o Brasil deverá inserir-se.

nesses quase 40 anos de evolução do processo de interação entre meio ambiente e desenvolvimento, o capitalismo global parece ainda estar longe de encontrar uma harmonização sinérgica de um e de outro, ainda mais quando há envolvidos grandes interesses econômicos e de-mandas sociais. Sob o ponto de vista jurídico doutrinário, é até possível não mais separar a ideia de meio ambiente e economia. no entanto, no

Fábio Medina Osório é advogado, doutor em Di-reito Administrativo pela Universidade Complu-tense de Madri, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ex-promotor de justiça no Rio Grande do Sul e ex-diretor da Associação Brasileira do Ministério Público do Meio Ambiente (Abrampa).

José Mauro de Lima O’ de Almeida é advogado da União, mestre em Direito Público pela Universidade Federal do Pará e consultor jurídico do Ministério do Meio Ambiente. Ex-procura-dor-chefe da União no Pará e membro da Comissão Nacional da Advocacia Pública do Conselho Federal da OAB.

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mundo real, muitas vezes um elemento, em geral o socioeconômico, aparece em primeiro plano, em de-trimento do universo ambiental, sobretudo em áreas em que há os chamados desertos fiscalizatórios, nos quais a máquina pública não consegue entrar, em que as novas tecnologias não avançam, ou o estado simplesmente não se faz presente.

também existem custos necessários a um de-senvolvimento, custos intrínsecos, ou custos que já não se justificam do ponto de vista tecnológico. Para confirmar essa assertiva, basta olhar como foi o processo de desenvolvimento das grandes na-ções nas últimas décadas. Há que se diagnosticar todos os custos para geração de empregos, rendas, tributos e desenvolvimento, à luz da ponderação de direitos fundamentais.

A exploração de petróleo é inegavelmente uma atividade de alto risco, em muitos sentidos, mas, sobretudo, atividade de riscos ambientais. um dos maiores é o relacionado à segurança da perfuração de poços, que pode acarretar prejuízos ao meio am-biente ecologicamente equilibrado para as gerações presentes e futuras.

Perfurar rochas em regiões profundas, enfrentar pressões altíssimas e manipular grandes volumes de material inflamável e explosivo são aspectos a serem acuradamente observados. uma falha no processo pode acarretar imenso dano ambiental, como o de 2007, no Golfo do México, com violência a direitos fundamentais no longo prazo, comprometendo a vida de várias gerações, não apenas a vida em sentido estrito, mas a qualidade da mesma. trata-se de da-nos irreversíveis, que podem comprometer a vida no planeta e afetar interesses difusos em alta escala.

Assim, o processo de licenciamento ambiental das camadas de pré-sal merece ter enfoque especial à luz da compatibilidade dos direitos fundamentais em potencial colisão, tendo em vista a importância do setor no desenvolvimento econômico do estado brasileiro, em decorrência de sua ligação com políticas públicas e desenvolvimento sustentável, associando-se atividades econômicas e meio ambiente ao surgimento de direitos econômicos, direitos sociais e proteção dos interesses difusos relativos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, nos termos dos artigos 225, 6º e 1º, inciso iii e inciso iv c/c o art. 170 da Constituição Federal.

A expansão destes direitos e benefícios sociais está intimamente ligada à infraestrutura e empreen-dimentos dependentes de sustentabilidade ambien-tal e custos ambientais que devem ser absorvidos e suportados pela sociedade sob riscos permanentes.

não há, por exemplo, razão para uma incompa-tibilidade absoluta entre interesses ambientais, eco-nômicos e de fomento a direitos fundamentais como aqueles relacionados ao pleno emprego, erradicação da pobreza, miséria e geração de tributos, de forma a harmonizar e proporcionalizar os conceitos que, para o público em geral, parecem antagônicos, pois desconhecem o verdadeiro sentido da expressão “de-senvolvimento sustentável” e sociedade de riscos e ambientes complexos.

o licenciamento ambiental é um dos mais eficazes instrumentos da Política nacional do Meio Ambiente, estabelecida pela Lei 6.938/81, e regulamentada as Resoluções do Conselho nacional de Meio Ambiente. no caso das atividades envolvendo o petróleo e seus derivados, as Resoluções Conama 23/94, 237/97 e

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pré-sal

350/04 estabelecem todos os critérios prévios, con-comitantes e sucessivos de controle das situações que afetam ou têm potencial de afetar significativa-mente o meio ambiente. Por meio do licenciamento, a Administração Pública busca exercer o necessá-rio controle sobre as atividades que interferem nas condições ambientais, de forma a compatibilizar o desenvolvimento sustentável com a preservação do meio ambiente, naquilo que se designa como ideário de desenvolvimento sustentável.

Para efetivar esse controle, a licença ambiental, que em geral está subdividida em três fases (Licen-ça Prévia/LP, Licença de instalação/Li e Licença de operação/LP), tem alterada a sua sistemática, para exigir dos empreendedores as seguintes medidas: Licença de Pesquisa Sísmica (LPS), Licença Prévia para Perfuração (LPper), Licença Prévia de Produção para Pesquisa (LPpro), além das já referidas Li e Lo, o que reforça sobremaneira as pautas de preo-cupação ambiental na perspectiva de princípios do direito Ambiental.

o procedimento para a obtenção de licenciamento ambiental consiste em uma série de etapas a serem cumpridas, sendo que cabe a definição pelo órgão ambiental competente, juntamente com o empreen-dedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais necessários ao início do processo de licenciamento.

Superada essa questão, agregam-se todas as outras etapas: o efetivo requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado de todos os do-cumentos, projetos e estudos definidos na primeira etapa; a análise pelo órgão ambiental competente dos documentos apresentados e a realização de vistorias técnicas quando necessário; solicitação de esclare-cimentos e complementações pelo órgão ambiental competente; audiência pública, quando couber e a consequente solicitação de esclarecimentos e comple-mentações em decorrência desta; emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico.

encerradas essas etapas, caberá ao órgão ambien-tal decidir sobre o deferimento ou indeferimento do pedido de licença, motivadamente, mas com espaços discricionários próprios, eis que trata de políticas pú-blicas envolvendo temas atinentes ao desenvolvimento sustentável, circunstância nem sempre corretamente compreendida pelos órgãos de controle externo, como tribunais de Contas e, sobretudo, Ministério Público.

Ressalte-se, todavia, que o processo de licencia-mento dos empreendimentos de petróleo e derivados nas localidades chamadas “pré-sal” terá, seguramente, peculiaridades. A exploração em águas profundas é um desafio novo para o direito Ambiental brasileiro

e mundial. Muito provavelmente crescerá de impor-tância um estudo ambiental sísmico e um plano de controle para avaliação de impactos e medidas de controle da atividade de pesquisa sísmica marítima nos ecossistemas marinho e costeiro.

também deverão ficar mais acuradas as avaliações das tecnologias empregadas na exploração e na seguran-ça que transmitirão nesses processos, amplificando-se o princípio da participação no debate entre os setores público e privado. esse princípio – o da participação, corolário do princípio democrático – cresce ou deve crescer em importância em governos democráticos, que valorizem a densificação do princípio democrático em suas máximas vertentes normativas.

Há um crescente questionamento político e eco-nômico que tenta responsabilizar os gestores públicos pela lentidão do processo de licenciamento ambiental e pela não concretização de empreendimentos em solo nacional. Ainda que a legislação brasileira, no que tange à matéria ambiental, seja considerada uma das mais avançadas e especializadas do cenário mundial, é certo que não cabe eximir os gestores públicos de um debate sobre pautas de racionalidade, celeridade e eficiência administrativa em suas ações, diante da previsão do princípio da eficiência diretamente no art. 37, caput, na Carta Magna, o que envolve um aprofundamento das estatísticas no tocante aos vícios e problemas que têm havido nos processos de licenciamento ambiental em geral.

Sabe-se, no entanto, que o conceito de susten-tabilidade ambiental, por si só, já é uma espécie de obstáculo à perspectiva de uma abreviação desmedida de ritos procedimentais em processos burocráticos ambientais mais gravosos, tais como o licenciamento da exploração do pré-sal. isso, porque, para a garantia da integridade ambiental de determinados processos, os estudos ambientais são, em geral, custosos e complexos. Assim, have-ria um limite quase intransponível à tentativa de agilização de determinados processos pautados por essa complexidade inevitável, decorrente de seus potenciais impactos ambientais.

de outro lado, novos paradigmas de gestão pública, com investimentos nas áreas técnicas, em busca da construção de uma burocracia ambiental estável e com independência técnica, traduzem os novos desafios contemporâneos globais nos quais se inserem os gestores públicos que se deparam com os complexos problemas atuais, tais como estes que contemplam licenciamentos altamente impactantes e de longo prazo, mas que, ao mesmo tempo, denotam benefí-cios imensos à sociedade no campo social, capazes

TN Petróleo 80 113

de alcançar saltos históricos no desenvolvimento econômico e na erradicação da pobreza.

deve-se enfatizar com intensidade a importância da continuidade das políticas públicas ambientais – e assim também da distinção entre governo e ad-ministração – e da consolidação de uma burocracia ambiental estável como meta de uma boa gestão pública, valorizando-se os quadros permanentes da administração pública e a especialização funcional.

isso porque, cada vez mais, o campo técnico de atuação exige conhecimentos científicos, o que caracteriza a chamada nueva gobernanza (nova governança). Assim como assinala Fernando Ló-pes Ramón, “nesse sentido convém lembrar que o estabelecimento de um adequado equilíbrio entre as análises de riscos, realizadas pelos cientistas, e a gestão de riscos, incumbência dos políticos, é a questão mais delicada que se coloca no planejamento de toda política ambiental”.

outra discussão que sempre norteará o problema do licenciamento ambiental na área de petróleo e gás, ainda que de forma transversa, é o da segurança energética versus mudanças climáticas e poluição ambiental. A exploração do petróleo é só o início da cadeia de uso de combustíveis que influenciam as mudanças climáticas. e a segurança energética ainda move muito mais as ações governamentais mundiais do que a preservação do meio ambiente.

Há pressões científicas quanto ao modelo econômico-capitalista e a possibilidade de in-sustentabilidade da forma de consumo de bens e serviços. Há pressões também quanto ao apro-fundamento do uso de combustíveis fósseis como matriz energética, ante a possibilidade de uso de fontes renováveis. Mas, convenhamos, tivesse a descoberta do pré-sal acontecido nos estados unidos, por exemplo (ainda a maior economia do mundo e um país muito dependente das reservas de petróleo do oriente Médio), essa discussão se daria apenas no campo da retórica.

vale dizer que sobre a expectativa de uma nova onda de inovações tecnológicas que incluam o setor energético, seguramente nenhum país no mundo abdicaria de uma fonte valiosa, ainda que não reno-vável, de insumos que possibilitassem o seu desen-volvimento e melhoria da qualidade de vida de sua população. o Brasil, alçado à condição de nova força política e econômica junto com outros países como China e índia, de crescimentos anuais médios acima do seu, precisa dessa energia e de seus benefícios econômicos, até para fazer frente às suas demandas urbanas, rurais, sociais, dentre outras.

Mas, frise-se, se confirmados os sutis movimen-tos dos países desenvolvidos rumo à mudança de suas matrizes energéticas dos combustíveis fósseis para outras fontes em escala industrial ou em per-centuais significativos no sentido de diminuírem a dependência deles a esses combustíveis e impri-mirem uma ‘marca suja’ àqueles que mantiverem as suas economias baseadas em ‘fontes sujas’, de duas, uma: o Brasil terá que reforçar o seu mercado interno e suas ligações econômicas com a América Latina a fim de vender os produtos industrializados no país, ou terá grandes dificuldades em vender produtos na zona de influência da europa ou nos estados unidos, pois será considerado um país ambientalmente incorreto.

tudo isso deve estar contido no processo de licenciamento do pré-sal? evidentemente que não. Mas este estará contido num processo teórico, jurídico, político, econômico e social que deve ser levado em conta. este processo possivelmente já foi iniciado com a edição da Lei 12.351, de 22/12/2010, que instituiu um fundo de natureza financeira com o objetivo de ser fonte de recursos para o desenvolvimento social e regional, com foco no combate à pobre-za e promoção do desenvolvimento, incluídos, neste último, o meio ambiente e a mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Ademais, como o processo será conduzido pela união e sua empresa estatal Petrobras, o componente da sensibilidade ambiental deveria estar presente, em conjunto com o sentimento de que a janela de oportunidade de base para o desenvolvimento econômico e social aberto com a descoberta do pré-sal é única, não se replicará e que deve ser administrada com perspicácia e inteligência, com os olhos postos no elemento geopolítico, geoeconômico, e geoestratégico de tudo que foi tratado neste artigo.

Com efeito, em síntese, deve-se observar o fluxo de regulação e de controles externos que culminam em excessiva insegurança jurídica para os empreendedo-res. A exploração do pré-sal suscitará novamente esse debate, diante de novos cenários jurídicos e ambientais. Porém, será importante não descurar da valorização dos processos administrativos internos e o fortaleci-mento das estruturas estatais da República, na medida em que políticas públicas estáveis, transparentes e reguladas delimitam normas jurídicas seguras para todos os atores dos cenários econômico-ambientais, reservando aos controladores externos as situações efetivamente patológicas extremas.

114 TN Petróleo 80

De fato, é um grande golpe de sorte, ainda mais quando se descobriu que a quantidade de energia contida em um barril de petróleo equivalia à de quase cinco quilos de carvão de

qualidade superior, ou a mais de dez quilos de madeira. A descoberta desta equação no final do século XiX alterou defi-

nitivamente a matriz energética e a economia mundial, possibilitou o surgimento do primeiro milionário da história e transformou a geopolítica, com a divisão do mundo em países consumidores, países produtores e países estratégicos, em função do petróleo.

Mais de cem anos depois, pouca coisa mudou neste cenário em termos absolutos. talvez os métodos comparativos tenham evoluí-do, com a entrada em cena da energia elétrica e de outras fontes de energia. Certamente as formas de se aproveitar a energia dos hidro-carbonetos também se aprimoraram, com novos meios de transporte e novos usos industriais, como a petroquímica. Mas, com um sexto de toda a economia mundial atual dedicado às atividades de upstream, procurar e produzir petróleo ainda guardam a mesma importância econômica que possuíam há um século.

A dependência do petróleo como o principal elo da matriz energé-tica mundial em nada difere do que se verificava em 1860, com o uso abundante do querosene na iluminação pública, ou em 1910, quan-do os norte-americanos se deliciavam com as primeiras corridas de automóveis e compravam o popular Modelo t, criado por Henri Ford, gerando um amplo consumo de gasolina.

A tríade quase lotérica de rocha geradora, rocha reservatório e rocha selante, vital para possibilitar a exploração e a explotação do petróleo, cuja existência simultânea é tão difícil quanto a possibili-dade de se tirar um 7, jogando o dado por seis vezes consecutivas, convive com a velocidade voraz do uso do petróleo, ultrapassando em mais de cem mil vezes o tempo necessário para que ocorra a sua acumulação natural.

Por estes fatores, a descoberta em solo brasileiro de reservas abai-xo da camada de sal é motivo de comemoração para o país.

Já para os estados e municípios produtores de petróleo poderá ser um enorme paradoxo. Se, por um lado, de seus territórios ou áreas litorâneas limítrofes, pode jorrar óleo suficiente para colocar o Brasil

O jornalista e escritor polaco Ryszard Kapuscinski dizia que o petróleo dá a ilusão de uma vida totalmente mudada, uma vida sem trabalho, uma vida sem graça, refletindo com perfeição o eterno sonho humano de riqueza conquistada com um golpe de sorte. E concluía que, neste sentido, o petróleo é um verdadeiro conto de fadas e, como todo conto de fadas, um pouco mentiroso.

O petróleo e a ilusãoDO GOLPE DE SORTE

matriz energética

Fabricio Dantas Leite é sócio do escritório Vinhas & Redenschi, graduado em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), pós-graduado em Petróleo e Gás pela Coppe-UFRJ e membro efetivo das Comissões Permanentes de Direito Administrativo e de Direito Financei-ro e Tributário do Instituto dos Advogados Brasileiros. Procurador do Estado do Rio de Janeiro; ex-subsecretário de Fazenda do Estado do Rio de Janeiro e ex-procurador da Fazenda Nacional.

TN Petróleo 80 115

em posição de destaque diante de uma das mais importantes indústrias do mundo, por outro lado, a população destes entes pode vir a sofrer proble-mas imediatos e futuros, caso haja, em pleno jogo, mudança das regras estabelecidas desde a Consti-tuição de 1988.

estas regras foram criadas justamente para reparar os danos regionais decorrentes, não só do claro impacto ambiental da exploração de petróleo e gás, mas também da alocação de recursos ten-dentes a prover somente a pesada e cara infraestru-tura necessária às atividades petrolíferas.

o foco exclusivo de investimentos em unidades de processamento, terminais, oleodutos e platafor-mas promove verdadeiras distorções na economia local que são sentidas a cada queda do preço do barril ou, de maneira mais profunda, quando as reservas começam a secar, e se percebe que ativi-dades mais sustentáveis foram abandonadas total-mente ou deixadas de lado pela ilusão imediatista de se apostar apenas em uma indústria finita como única fonte de desenvolvimento regional.

Para citar um exemplo concreto, quando o petróleo começou a jorrar no Gabão, sua pequena população urbana começou a usufruir os confortos da importação: dos artigos de luxo, aos alimentos de primeira necessidade.

um quarto de século mais tarde, depois de o pequeno país do centro-oeste da áfrica ter chegado a se tornar o maior importador de champanhe per capta do mundo e a consumir produtos agrícolas europeus, quando os poços começaram a secar, a ressaca do petróleo trouxe desespero para a popu-lação que havia deixado de produzir seus próprios alimentos, em prol da dedicação exclusiva a inves-timentos na indústria do petróleo.

É claro que não se pode desprezar o golpe de sorte de um país possuir jazidas de petróleo vultosas e muito menos o fato de ter desenvolvido tecnologia suficiente para tornar sua exploração economicamente viável, ainda que em condições hostis como as altas profundidades do pré-sal.

Porém, não se pode perder de vista o custo que o de-senvolvimento desta indústria e, por via de consequên-cia, do país, irá exigir regionalmente, ou seja, daqueles que conviverão diretamente com esta produção.

neste caso, a necessidade imediata de desen-volvimento do país deve andar em paralelo com a preocupação mediata de desenvolvimento regional, preparando condições para que ao fim e ao cabo das atividades exploratórias, quando as reservas se tornarem economicamente inviáveis, as regiões

produtoras não dependam apenas da política e dos recursos federais, que claramente terão privilegia-do por décadas uma indústria com data marcada.

Por este motivo, a Constituição de 1988, no § 1º do artigo 20, garantiu de modo expresso aos esta-dos e municípios, cuja exploração de petróleo ou gás natural ocorra no respectivo território, plata-forma continental, mar territorial ou zona eco-nômica exclusiva, o verdadeiro “direito subjetivo da unidade federada” de receber compensações financeiras por esta exploração ou participação direta no seu resultado, para suportar uma indús-tria economicamente predatória e com evidentes impactos ambientais.

Atualmente, adota-se no Brasil um modelo que vem dando certo desde a edição da Lei 9.478/97, que se baseia na previsão constitucional da com-pensação financeira. Por este modelo, denomina-do ‘modelo de concessão’, a concessionária fica com todo o resultado da produção e o pagamento à união e aos entes produtores ocorre por via de tributos e compensações financeiras, como, por exemplo, os royalties e as participações especiais.

trata-se do modelo conhecido internacional-mente como Royalty/Tax – R/T, que goza de ampla aceitação do mercado e vem retribuindo de forma justa, não só os estados e municípios produtores, como a própria união.

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A mudança deste modelo para o de partilha da produção, que vem sendo aventada para as áreas de pré-sal, sofre fundada resistência técnica do pró-prio órgão regulador do setor, ou seja, da Agência nacional de Petróleo, Gás natural e Biocombustí-veis (AnP) e causará incerteza jurídica e econômi-ca no mercado.

Além disso, apresentará impacto negativo na ar-recadação dos entes federativos, pois, no desenho que está sendo construído, a obrigação imposta à empresa contratante seria a de financiar por sua conta e risco o desenvolvimento da área contratada, bem como a de pagar remuneração governamental, através de uma parcela líquida da produção (profit oil), após a dedução dos custos da produção (cost oil), e esta parcela ficaria concentrada na união, retirando os demais entes federativos do regime de repasse direto de recursos.

A necessidade de se distribuir os benefícios do petróleo com toda a população do país e não apenas regionalmente, e a alocação equivocada de recursos públicos decorrentes do petróleo, utilizados como principais argumentos para se desconsiderar o texto Constitucional na futura regulamentação legal das reservas do pré-sal, são certamente duas falácias.

em primeiro lugar porque, hoje em dia, a maior parte do valor recolhido com as participações go-vernamentais na indústria do petróleo já é destina-da à união e, por via de consequência, passível de ser utilizada de forma nacional.

Sem contar que o government take petrolífero no Brasil é um dos mais baixos do mundo, equi-parando-se a países desenvolvidos como o Reino

unido, mas bem abaixo de países subdesenvolvidos, como Angola. Caso sejam insuficientes os recursos, tendo em vista as enormes reservas do pré-sal e a dificuldade crescente de se descobrir novos campos economicamente viáveis no mundo, basta aumentar o valor devido pela contrapartida governamental às atividades da indústria do petróleo, com base, inclusive, na atual legislação vigente. e não mudar um regime que vem funcionando bem há mais de uma década, responsável inclusive pela autossufici-ência da produção, atingida depois de menos de um década da implementação do modelo.

Por outro lado, equívocos na utilização de recursos públicos são motivos para se utilizar de garantias que a própria Constituição assegurou à sociedade, com a atuação de órgãos independentes e mecanismos eficazes de controle dos gastos pú-blicos, e não para se desconsiderar norma constitu-cional explícita.

Retirar simplesmente os recursos da disposição dos estados e municípios produtores, além de solução que viola cláusula pétrea (princípio federativo) e o § 1º do artigo 20 da Constituição, causaria, em curto espaço de tempo, o direcionamento exclusivo de vá-rias regiões do país a uma única atividade econômica de vida limitada, e, no médio e longo prazo, pobreza regional por falta de investimento e poder de estímu-lo dos governos locais a outras atividades econômicas com maior sustentabilidade temporal.

Seria como viver na ilusão de um grande gol-pe de sorte e acordar na realidade de uma vida totalmente mudada e efetivamente sem graça e sem trabalho.

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118 TN Petróleo 80

A atividade offshore desenvolvida pela Petrobras atrai ainda a co-biça internacional. A estatal detém a mais avançada tecnologia que se conhece, obtida através das constantes renovações das

técnicas e dos métodos, sempre de acordo com as modernas políticas sociais e ambientais, ensinadas em centros de excelência mundiais especializados, de treinamentos e atualizações constantes de seu quadro. tudo isso contando com a experiência acumulada de anos na exploração e explotação de petróleo e gás natural.

no bojo da área de óleo & gás, flutuam diversas outras atividades, tais como desenvolvimento da indústria náutica, afretamento de em-barcações e plataformas submarinas, transportes pesados, indústrias de equipamentos pesados, desenvolvimento de softwares, serviços de engenharia em geral, etc.

Portanto, esta é uma atividade de vital importância para os mu-nicípios, pelas receitas tributárias e de royalties que geram. Com relação as estas últimas, nos ateremos ao iSS (imposto Sobre Serviços de Qualquer natureza). exporemos sucintamente as dificuldades en-frentadas pelos diversos prestadores de serviço para recolher correta-mente o valor onerado por aquele tributo.

todas as atividades relacionadas com a exploração e explotação de petróleo e gás natural estão previstas no item 7.21, da Lista Anexa à Lei Complementar 116/2003, que rege: “ .... 7.21 – Pesquisa, perfuração, ci-mentação, mergulho, perfilagem, concretação, testemunhagem, pescaria, estimulação e outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos minerais. ....”.

A partir daí, vieram as regulamentações municipais. no município do Rio de Janeiro temos o Código tributário Municipal (CtM), editado pela Lei 691/84 e alterações posteriores, e o Regulamento do iSS (RiSS), constituído pelo decreto 10.514/1991, e alterações posteriores.

o problema principal consiste em se determinar o domicílio tributário, ou seja, a correta determinação do sujeito ativo da obri-gação. Haja vista que o item 7.21 da Lista Anexa à LC 116/2003 não prevê nas exceções contidas nos incisos de seu artigo 3º, o deslocamento do domicílio tributário para o local da prestação, mantendo-o como o previsto no caput do artigo, que impõe a regra

O estado do Rio de Janeiro tornou-se um polo de absorção das empresas de óleo & gás, não só pelas enormes quantidades dessas ricas substâncias contidas em seu mar territorial, mas, principalmente, por se localizar no território de sua capital a sede da Petrobras, a maior empresa da América Latina e uma das maiores do mundo no ramo, se constituindo na mais importante mola propulsora de seu desenvolvimento econômico, tecnológico e social.

Tributação pelo ISSNAS ATIVIDADES DE E&P DE HIDROCARBONETOS

tributação

Maria de Fátima Caldas Guimarães é advogada e sócia do escritório Guimarães e Caldas Ad-vogados Associados.

TN Petróleo 80 119

geral para tal atividade, como sendo o local onde se situa o estabelecimento prestador.

Como a maioria das sedes das empresas de óleo & gás se situa no município do Rio de Janeiro, este com seu apetite voraz, não quer saber se a perfu-ração está sendo feita no norte, nordeste, ou até mesmo nos outros municípios do estado, exigindo que o recolhimento do iSS seja feito em seu favor. ofende, pois, diversos princípios constitucionais, tais como o Princípio Federativo, da territorialidade e da isonomia. e deixa de reconhecer as caracterís-

ticas tributárias de construção civil contidas nesta atividade de óleo & gás, tais como a perfuração, a montagem das plataformas, etc.

Podemos citar também a inconstitucionalida-de contida neste item 7.21 da Lista Anexa à LC 116/2003, que se traduz pela parte de seu texto que diz: “outros serviços relacionados com a exploração e explotação de petróleo, gás natural e de outros recursos minerais”, trazendo à lista a característica da exemplificação, quando os tribunais já decidi-ram pela sua taxatividade.

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www.tnpetroleo.com.brinformaçãoque repercute

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De acordo com a Petrobras, a imposição destas multas pela AnP é descabida, uma vez que se referem a contratos celebrados em período em que o Conteúdo Local era apurado de forma diferente

da atual, em que não havia necessidade de comprovação e certificação. de fato, o Conteúdo Local era tão somente declarado.

neste artigo, serão analisados brevemente alguns aspectos da exi-gência de Conteúdo Local: sua origem, características e consequências para as empresas atuantes no setor de petróleo.

Conteúdo local: o que é?o Conteúdo Local é a proporção de investimento nacional em deter-

minado produto ou serviço. A exigência de níveis mínimos de conteúdo local em fornecimentos para o setor de petróleo e gás faz parte de uma política de incentivo ao desenvolvimento da indústria nacional no setor, bem como capacitação de mão de obra local. essa medida não é exclusiva do governo brasileiro: países como noruega, inglaterra, nigéria, Angola, venezuela, entre outros, aplicam regras de Conteúdo Local, buscando proteger e incentivar a indústria local no setor de petróleo e gás.

Qual a origem das exigências de conteúdo local?Até o momento, no Brasil, foi oferecido um total de 3.500 blocos para

exploração e produção de petróleo, em dez rounds de licitação promovidos pela AnP e, desde o primeiro round, em 1999, o Conteúdo Local foi um fator presente nas licitações. no entanto, ao longo dos anos, as normas que regulam a comprovação de conteúdo local para fornecimento de bens e serviços foram modificadas, conforme será visto a seguir.

nas primeiras quatro rodadas de licitação (1999 a 2002) aplicou-se o sistema de livre oferta. nesse período não havia um mínimo exigido para o Conteúdo Local, o qual era limitado a 50% na fase de exploração e a 70% na etapa de desenvolvimento da produção. Além disso, sua apuração era feita com base numa declaração de origem dos produtos e serviços, não havendo necessidade de comprovação.

e a indústria nacional de bens e serviços

O conteúdo local

Flavia Maya é advogada do escritório Mota

Advogados, cursa LL.M. em Direito Corporativo

e é especializada em consultoria cível e

societária.

Conforme tem sido noticiado pela mídia especializada, a Petrobras, e outras

empresas atuantes no setor de exploração e produção de petróleo, estão na

mira da Agência nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis (AnP)

pelo não cumprimento dos percentuais exigidos de conteúdo local em contratos

celebrados em 2003 e 2004, estando sujeitas ao pagamento de multas.

legislação

TN Petróleo 80 121

Já as duas rodadas seguintes, a Quinta e a Sexta (2003-2004) foram marcadas pela busca da autossu-ficiência energética, com redução da dependência externa e estímulo à aquisição de bens e serviços nacionais, com a resolução CNPE n. 8 de 21 de julho 2003. Um Conteúdo Local mínimo passou então a ser exigido, com fixação de penalidades para o descum-primento da norma.

Ainda nesse momento, a parcela adicional de Conte-údo Local proposta pela empresa passou a ser condição para classificação nas rodadas de licitação.

Por fim, a partir da Sétima Rodada (2005-2008) foram criadas novas regras com o objetivo de elevar os níveis mínimos exigidos de Conteúdo Local. A apuração deste item passou a ser feita de acordo com uma cartilha elaborada pela ANP, devendo ser realizada por uma empresa certificadora, de acordo com a Resolução 36 da própria Agência.

Uma das medidas adotadas foi a segmentação dos itens para apuração de conteúdo local, de forma a evitar que itens irrelevantes nas fases de exploração e desenvolvimento suprissem completa-mente as exigências dos níveis de Conteúdo Local.

Essas regras continuam em vigor, e vêm sendo reforçadas pela ANP, por meio de medidas educativas, notificações e multas.

Regras atuais: como atender as exigências de conteúdo local?

De acordo com as regras atuais, a única forma de comprovação de conteúdo local é por meio de uma empresa certificadora devidamente cadas-trada junto à ANP. A certificação tem por base a cartilha de métodos de avaliação da ANP, e avalia os percentuais de Conteúdo Local de acordo com fórmulas preestabelecidas pela agência reguladora.

Não há, portanto, atualmente, nenhuma forma alter-nativa de comprovação de níveis mínimos de Conteúdo Local no fornecimento de bens e serviços.

É interessante observar que existem critérios e fórmulas diferentes para apuração de Conteúdo Local para bens, bens para uso temporário (bens utilizados mediante contratos de aluguel, afre-tamento, arrendamento, ou leasing operacional ou financeiro), subsistemas, sistemas, conjunto de sistemas e serviços. A ANP define cada um de tais grupos, como por exemplo, o ‘sistema’, como: “a reunião coordenada e lógica de um grupo de equipamentos, máquinas, materiais independentes e serviços associados que, juntos, constituem um conjunto intimamente relacionado e que funcionam como estrutura organizada destinada a realizar

funções específicas. Corresponde, por exemplo, à Plataforma, Petroleiro ou Navio de Apoio Offshore como um todo.

Problemas relacionados à exigência de Conteúdo Local

Uma das questões mais evidentes que se apre-sentam nesta questão é o baixo desenvolvimento da indústria brasileira no setor de petróleo e gás.

Rodada Zero

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

2011

Rodadas 1 a 4Livre Oferta de Conteúdo

Local

Rodadas 5 e 6Limites Mínimos para Oferta

Rodadas 7 a 10Limites Mínimos e Máximos para Oferta

Certificação de Conteúdo LocalCartilha da ANP

Contrato de Cessão Onerosa – Petrobras

Lei 12.276/2010

Fonte: Coordenadoria de Conteúdo Local -ANP

Localização Fase de Exploração Etapa de Desenvolvimento

Mínimo (%) Máximo (%) Mínimo (%) Máximo (%)

Águas Profundas>400 m

37 55 55 65

Águas Rasas100 m < < 400 m

37 55 55 65

Águas Rasas<100 m

51 60 63 70

Terra 70 80 77 85

LIMITES DE CONTEÚDO LOCAL MÍNIMOS E MÁXIMOS

Fonte: Coordenadoria de Conteúdo Local -ANP

Fonte – Coordenadoria de Conteúdo Local - ANP

122 TN Petróleo 80

legislação

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daí surge um paradoxo. Buscando fomentar o desenvolvimento tecnológico e industrial brasileiro no setor, o Governo torna obrigatória a contratação de bens e serviços made in Brazil, estabelecendo percentuais mínimos de conteúdo local. no entanto, tal obrigação antecede a efetiva industrialização do setor no Brasil, criando um vácuo que os fornece-dores brasileiros precisarão se empenhar em suprir, de forma a atender as petroleiras, evitando atrasos e interrupção na produção.

no entanto, sabemos que o desafio é de longo prazo. As causas do fraco desempenho da indús-tria local – infraestrutura deficiente, burocracia excessiva, alta carga tributária e legislação fiscal complexa e ineficiente, sistema trabalhista arcaico e a desenfreada corrupção administrativa – de-vem ser sanadas, pois constituem os verdadeiros entraves que encarecem o investimento no Brasil, comprometendo a competitividade e a eficiência da indústria nacional.

enquanto isso, soluções paliativas vêm sendo utilizadas, como a chamada cláusula de Waiver, que foi inserida no Contrato de Cessão onerosa celebrado em 2010 entre a Petrobras e a união Federal. esta cláusula estabelece exceções aos níveis exigidos de conteúdo local, diante de al-gumas hipóteses: a) preços locais excessivamente altos em relação a fornecedores externos; b) prazos de entrega excessivos em relação a fornecedores externos; c) disponibilidade de nova tecnologia no exterior, ainda não acessível por fornecedores locais; e d) necessidade, justificada, de ajuste nos níveis de conteúdo local.

em todas essas hipóteses, deverá ser apresentada uma solicitação prévia à AnP, a qual poderá autori-zar tais ajustes e exceções em caráter excepcional.

A expectativa atual do setor é que as próximas rodadas de licitação adotem termos semelhantes,

oferecendo uma ponderação às exigências atuais de Conteúdo Local.

O que se pode esperar do futuro?

As empresas produtoras, e especialmente a Petro-bras, estão na mira da AnP pelo não cumprimento dos níveis de Conteúdo Local exigidos nos anos de 2003 e 2004. de acordo com a Agência, essas empresas estão sujeitas ao pagamento de multas em função de haverem informado incorretamente os níveis de conteúdo local de bens e serviços for-necidos nas Quinta e Sexta Rodadas de Licitação para produção e exploração de petróleo.

A Petrobras tem alertado seus fornecedores de que inevitavelmente tais multas deverão ser repas-sadas aos fornecedores de equipamentos e serviços. uma das críticas em relação à política de multas adotada pela AnP é o caráter paralisante que uma multa de alto valor pode ter para empresas de menor porte, causando um indesejável desestímulo no setor.

uma das expectativas para futuras medidas, é que seja adotada uma política de reforço positivo, em detrimento da política de penalização atualmente em vigor, estabelecendo-se formas de bonificação para as empresas que atingirem e ultrapassarem os níveis mínimos exigidos de Conteúdo Local.

uma das opções seria a adoção de uma po-lítica de créditos com redução da aplicação de multas, atualmente aventada pela Coordenadoria de Conteúdo Local da AnP, que também estuda formas de simplificar e aperfeiçoar as regras de conteúdo local.

Com a adoção de medidas dessa natureza, en-tendemos que seria possível avançar nos incentivos ao desenvolvimento da indústria brasileira no setor, sem prejuízo às empresas que buscam se estabelecer na exploração e produção de petróleo no Brasil, e em favor da economia local.

TN Petróleo 80 123

qualificação

pense na carreira em longo prazoGeração Y:

A discussão sobre o perfil dos jovens da Geração Y parece não ter fim.

Se por um lado esse grupo ganhou notório reconhecimento por apresentar

características positivas para o trabalho, como ambição, dinamismo, busca por

resultados, vontade de crescer e proatividade, por outro, aspectos negativos

também permeiam o perfil de jovens desse grupo.

Insubordinação, impaciência, imaturidade, dificuldade em ouvir críticas estão entre fatores negativos atribuídos a jovens dessa geração, que podem até comprometer carreiras altamente promissoras.independentemente dos prós e dos contras de qualquer geração, é importante

observar um fenômeno recente em função do aquecimento da economia, que provoca o aumento da oferta de emprego para atender à necessidade cada vez maior das empresas por mão de obra. o fato é que muitos profissionais oriundos da Geração Y têm ‘atropelado’ a carreira com mudanças frequentes de empre-go. e a motivação tem sido, muitas vezes, por promoções e salários mais altos.

As movimentações constantes têm gerado efeitos negativos no mercado. Boa parte dos profissionais dessa geração, para usar uma expressão popular, aproveita para ‘jogar com a camisa’. ou seja, acreditam que carregam todos os bônus por ser integrantes da Geração Y. Mas se esquecem de que os ônus caminham juntos. e ainda pior: o pouco tempo de permanência nos empregos não permite o amadurecimento suficiente nem a vivência por etapas naturais da carreira. tampouco os jovens ficam tempo bastante para imprimir suas marcas, solidificar a imagem e demonstrar o próprio valor profissional nas empresas por onde passam.

uma questão a se refletir é quais as consequências futuras desse oportu-nismo para as carreiras desses jovens, muitos dos quais com grande potencial de sucesso. o mais prudente seria que, antes mesmo de ingressar no mercado de trabalho, pensassem na carreira como um todo. ter um horizonte de longo prazo, e não apenas na primeira oportunidade que lhes bate à porta, pode fazer a diferença na formação e na consolidação da carreira. este exercício é tão ou mais desafiador na medida que não se tem tanta bagagem profissional, como no caso de jovens da Geração Y.

o primeiro passo é buscar informações a respeito dos segmentos em que se pretende atuar profissionalmente, antes mesmo da escolha da faculdade. Pes-quisas, leituras, participação em feiras e eventos sobre as áreas das carreiras que se quer abraçar, além de contato com profissionais que atuam na área, ajudam a traçar metas reais de quais posições chegar e em qual período da carreira. Com isso definido, o próximo passo é pensar na formação, qual instituição mais apropriada e reconhecida na área, quais estágios podem fazer mais sentido dentro do que se almeja. enfim, ir atrás do máximo de conhecimento possível sobre a carreira a ser seguida.

Com esta linha mestra traçada, o profissional terá melhores parâmetros para avaliar transições na carreira. É justamente nesta fase inicial que é possível – e preciso – fazer investimentos importantes. Alguns passos, aparentemente para trás, serão valiosos para o crescimento e construção de uma carreira sólida no longo prazo. um profissional empregado no segmento comercial no ramo de petróleo e gás e que deseja moldar sua carreira nesta área deve refletir se vale a pena partir para uma oportunidade de salário mais alto no ramo de construção civil, por exemplo, em vez de investir na experiência e formação de uma rede de contatos consistentes. Quando se pensa em carreira, é necessário evitar ser um corredor, sem antes ter cumprido todo o preparo essencial para chegar ao final da maratona, numa boa posição, sem perder o gás.

Jorge Martins é gerente da divisão de Vendas e Marketing da Robert Half.

124 TN Petróleo 80

na primeira etapa estarão englobadas, por exemplo, a venda e compra de ações; a subscrição de ações; a definição de cláusu-las comuns aos contratos dessa natureza, como preço, garantias,

confidencialidade, não competição, indenização, solução de conflitos; as declarações de garantias; dentre outras. na segunda etapa, o Acordo de Acionistas é o principal instrumento para regulamentar a relação entre estes no exercício de seus direitos sociais.

A venda e compra de ações é a forma mais simples de aquisição direta do controle de uma companhia. Por tal mecanismo, a parte compradora paga determinado preço por ação de emissão da companhia-alvo – em geral calculado pelo valor patrimonial acrescido de ágio. trata-se, portan-to, de uma aquisição patrimonial mediante compra de ações já existentes e em poder dos atuais acionistas daquela. A subscrição de ações, por sua vez, revela-se como modalidade de aquisição na qual o ofertante/comprador subscreve aumento de capital na companhia-alvo, mediante a emissão de novas ações, no percentual acordado, para a aquisição ou não do controle acionário. Corresponde, assim, a uma aquisição patrimonial mediante a subscrição e integralização de ações recém-emitidas.

os negócios de fusão e aquisição têm rito próprio, mas os contratos que materializam cada transação devem levar em consideração o negó-cio que está sendo alienado. Assim, no setor de óleo & gás, tão cheio que detalhes de engenharia, geologia, mapeamentos, tecnologia e estratégica, algumas cláusulas contratuais ganham grande relevância.

dentre as cláusulas relevantes em tais negócios merecem destaque: a de não competição, em virtude da qual, na aquisição total das ações os vendedores ficam obrigados a não competir com os compradores no mer-cado da companhia-alvo por determinado prazo e em um determinado território, bem como a que estabelece a maneira como serão solucionados os conflitos porventura ocorridos após a conclusão da operação.

A arbitragem, em regra, é o mecanismo mais utilizado por conferir maior celeridade na composição de conflitos.

na primeira etapa, destacam-se, ainda, as declarações e garantias – do inglês representations and warranties, que nada mais são do que afirmações inseridas nos contratos de venda e compra ou de subscrição de ações, feitas pelas partes e relativas a fatos e/ou questões passadas e presentes, referentes ao objeto do contrato, bem como para determinar aspectos importantes dela decorrentes, tais como preço e obrigações de parte a parte.

As reps and warraties, como são conhecidas, têm por objetivo permitir aos envolvidos a análise das condições do negócio, além de obrigar a ou-tra parte a garanti-las, sob pena de responder, geralmente sob a forma de

nas operações de fusão e aquisição identificam-se duas principais etapas: a dos atos jurídicos que compreendem a aquisição patrimonial e as destinadas à garantia da segurança patrimonial das partes envolvidas em tais operações societárias.

Estratégias contratuais em operações de

FUSãO E AQUISIçãO

mercado

André de Almeida é advogado atuante no setor de M&A e sócio fundador de Almeida Advogados. Formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), com extensão em Corporate Law na Georgetown University, Washington D.C., e na PUC-SP. Presidente eleito para o mandato 2011/2012 da Inter-American Bar Association (Iaba).

TN Petróleo 80 125

1. Art. 118 e ss da Lei 6.404/76 (caput com redação determinada pela Lei 10.303/01).

2. Entendido como o direito de venda solidária, por determinado(s) acionista(s), de sua(s) participação(ões) no capital social da companhia-alvo, na hipótesede determinado(s) outro(s) sócios(s) decidir(em) alienar sua(s) participação(ões) para terceiros interessados.

3. Entendido como o direito de determinado(s) acionista(s) de impor a venda de quotas do capital social da companhia-alvo detidas pelo demais sócios para um terceiro ou grupo de terceiros compradores, o que será efetivado juntamente com a alienação das quotas detidas pelo(s) sócio(s) que o exercer(em).

4. É um direito de comprar ou vender um montante de um determinado ativo a um preço preestabelecido dentro de certo intervalo de tempo. São mecanismos de controle de participação societária, que permitem ao acionista aumentar e/ou reduzir drasticamente sua participação na companhia-alvo.

indenização, pela quebra e/ou não veracidade dessas. Citam-se como exemplo, as que tratam da capitaliza-ção, litígios, bens, questões ambientais (tão próprias em negócios do setor de óleo & gás), dentre outros eventuais passivos encontrados.

Já a segunda etapa de uma operação de fusão e aquisição tem por foco a criação de instrumentos que visem garantir segurança patrimonial às partes. o acordo de acionistas é o principal deles, estando previsto expressamente na Lei das Sociedades Anô-nimas.1 É utilizado pelos detentores de participações acionárias majoritárias ou minoritárias em compa-nhias para regulamentar a relação entre eles nos exercícios dos respectivos direitos. em linhas gerais, dispõe tanto sobre questões de ordem política, como direito a voto, quanto às questões de ordem patrimo-nial, como compromissos de venda de ações.

Referido instrumento ainda é utilizado quando de uma operação societária resulta uma joint venture, assim como nas ocasiões em que os sócios majoritários e minori-tários não pertencem a um mesmo grupo econômico.

Questões de ordem política disciplinam, por exem-plo: a forma como se dará o gerenciamento dos negó-cios da companhia-alvo, com delimitação dos poderes dos administradores, bem como restrições para a prática de atos específicos, como, por exemplo, prática de atos estranhos ao negócio social, como concessão de avais, fianças, dentre outros.

Poderão estabelecer também, quais serão os crité-rios para a escolha e eleição dos membros da adminis-

tração da sociedade, para delimitação de suas respec-tivas atribuições; e, tratar, ainda, do direito de voto dos sócios na companhia-alvo em questões que envolvam a definição de rumos, negócios e/ou para a aprovação de quaisquer matérias relativas à mesma.

As cláusulas de ordem patrimonial, por seu turno, definirão os critérios para a negociação ou alienação de quotas da companhia-alvo, tanto a qualquer de seus acionistas quanto a quaisquer terceiros. Aqui se destacam: a) o direito de Preferência na aquisição de ações de emissão da companhia-alvo; b) o tag--Along;2 c) o drag-Along;3 d) as “opções de compra e/ou venda”.4

do que foi exposto pode-se concluir que, tão im-portante quanto a decisão de realizar uma operação de fusão e aquisição com todos os consectários que decorrem dos atos jurídicos de aquisição patrimonial, também são de fundamental importância os atos jurí-dicos que terão por finalidade a garantia ou a segu-rança patrimonial das partes envolvidas.

o sucesso de uma operação de fusão e aquisição está diretamente relacionado à qualidade da asses-soria jurídica prestada, que demanda a atuação de profissionais, com criatividade e vasto conhecimento jurídico, capazes de traduzir os anseios das partes envolvidas. Assim, o advogado que conhece o setor de óleo & gás, que conhece os conflitos econômicos, ambientais, tecnológicos e de confidencialidade a que são sujeitos, são mais aptos para fazerem um melhor trabalho e bem proteger seu cliente.

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fino gosto

o bistrô é aqui, no Arco do Telles

Aos poucos, o tradicional e charmoso Arco dos telles, na Praça Xv, Centro do Rio, vai incorporando novos e bons restaurantes. isto significa afirmar, sem receio de se estar cometendo algum equívoco, que o Polo Gastronômico desta parte histórica da cidade, a cada dia dá sinais mais

visíveis de uma ampla, sólida e generosa revitalização. É ponto obrigatório para quem trabalha nas proximidades, em

especial pelas várias opções de escolha, sobretudo na hora do almo-ço. o mais novo integrante deste grupo é o Coccinelle, que está na área há dois meses, com proposta de pratos caseiros à francesa, e cujo cardápio é orientado pelos ingredientes mais frescos do dia. tudo à imagem e semelhança de um bistrô parisiense.

os autores desta proposta carregam em suas bagagens algumas décadas de convívio com as panelas, em diferentes e variadas partes do mundo. São eles o francês Yves Roquemaurel, e sua esposa, a chef japonesa Maya, que alterna horas de trabalho pesado na cozinha com outras tantas de meditação e de relaxamento, no mesmo espaço de trabalho. Yves, nascido em Paris, já morou em nova York, tóquio, Bancoc e Hong Kong. Maya também já percorreu o mundo e passou por cozinhas de Paris, vietnã, Filipinas e índia.

A proposta da casa é inovadora, ao aliar a chique cozinha francesa à praticidade japonesa. É o resultado de 20 anos de experiência de Yves

por Orlando Santos

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COCCINELLE BISTRôTravessa do Comércio, 11 – CentroTelefone: (21) 2224-8602

Os proprietários Yves e Madame Coccinelle

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COCCINELLE BISTRô Travessa do Comércio, 11 – Centro Telefone: (21) 2224-8602

e reúne o melhor da França, Japão e nova York. da França, veio a essência dos bistrôs. Yves diz que quando viveu nos euA, no início da década de 1990, os melhores bistrôs franceses estavam por ali. do Japão, o casal buscou o perfeccionismo japonês.

Segundo Yves, é impossível separar cozinha, iluminação, música, ambiente, atendimento. “o

Coccinelle é uma experiência global”, explica.

um dos desta-ques da casa é o ser-viço dos pratos em pontinhos, organiza-

dos em uma bandeja. A inspiração veio dos bentôs (um tipo de marmita japonesa, com uma refeição completa, cheia de cores). Madame Coccinelle faz uma verdadeira construção nas bandejas, com pontinhos, cores, texturas, formas... como se pin-tasse uma tela.

São quatro fórmulas fixas, servidas de segunda a sábado nos almoços, todas com nomes de grandes artistas franceses. o bentô Antoine conta sempre com carne vermelha (R$ 32,00), já o Brigite (R$ 30,00) é a opção com frango, e o Colette (R$ 28,00), com peixe. o bentô Lily (R$ 18,00) é a alternativa mais leve, sem proteína animal.

o Coccinelle Bistrô fica em um charmoso casa-rio restaurado da década de 1920, na travessa do Comércio, no Arco do telles. As obras de restau-ração duraram mais de seis meses. o ambiente é rústico, minimalista, sem perder a sofisticação e o charme carioca.

A mesa coletiva, com capacidade para 12 pessoas, fica em um simpático segundo andar e é feita com madeira de demolição, assim como as grades do mezanino. As garrafas de vinho que enfeitam as mesas do salão são reaproveitadas, do mesmo modo que a madeira da escada que leva ao segundo piso.

Para quem trabalha pelas proximidades, vale o almoço, e para os que não trabalham, vale um pas-seio multicultural gastronômico pelo Centro.

Bentô Antoine, ao ladoBentô Colette, aquiMousse au chocolat, abaixo

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coffee break

por Orlando Santos

EU VI O MUNDO de Cícero Dias e Raymonde DiasEditora Cosac naifCapa dura256 páginas33 ilustraçõesR$ 55,00

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Cidadão do mundo, mas que nunca abandonou suas origens e raízes, Cícero dias (1907-2003) acompanhou praticamen-te todos os movimentos de

arte moderna na europa e conviveu com alguns dos maiores artistas do século XX. Porém, sempre soube guardar as prazerosas lembranças do seu Recife querido. Algumas dessas histórias estão contadas no livro Eu vi o mundo, lançado pela editora paulista Cosac naify, com edição e notas de Augusto Massi e pos-fácio de Mario Helio Gomes.

Pernambucano como Cícero, de quem se tornou amigo, o diretor da Benício Biz editora ouviu do próprio artista algumas dessas recordações. Cícero estava em Paris, quando Be-nício lá esteve para presenteá-lo com um livro dedicado à sua arte – nesta época, ele editava e produzia livros sobre consagrados artistas brasileiros, e com o apoio do banco icatu, Cícero dias fora um dos agraciados.

nascido e criado nos engenhos da Zona da Mata pernambucana, logo cedo Cícero embrenhou-se pelo mun-do afora. Primeiro em Recife, depois o Rio de Janeiro e, por fim, Paris, onde permaneceu até o fim da vida.

Com profunda visão cosmopolita, Cícero dias sempre esteve no centro de questões artísticas fundamentais para o Brasil e para a europa, num mo-vimento marcado pelo ‘regionalismo universal’ que tanto marcou sua obra. Por isso, é fácil perceber que nessa trajetória, além do valor literário, suas memórias podem ser lidas como um retrato sociológico e histórico, tanto do Brasil como das vanguardas europeias.

Eu vi o mundo traz imagens raras e inéditas, como os desenhos do figurino para o balé Maracatu de Chico Rei, com argumento de Mario de Andrade, publicadas pela primeira vez em livro.

São evocadas lembranças da infân-cia na casa-grande, as velas e lampa-rinas eternamente acesas na capela, ladrões de cavalos, as botas duras e lustrosas na primeira comunhão, a biblioteca abarrotada de almanaques e o ateliê da tia Angelina, onde se ini-ciou na pintura.

o livro reconstitui, com humor e vivacidade, o clima de boemia do Rio de Janeiro, nos anos 1920, quando ele frequentava a escola de Belas Artes e os bares famosos da época, como o nacional, o bar do Palace Hotel e o restaurante Reis. São histórias sabo-rosas, envolvendo amigos como Jay-me ovalle, Lucio Costa, ismael nery, Murilo Mendes e Graça Aranha – além de Gilberto Freyre, de quem era amigo desde o Recife, e o músico villa-Lobos.

em 1931, o pintor finalizou o fa-moso painel Eu vi o mundo... ele co-meçava no Recife, depois inaugurado em sua cidade natal. nessa época, o pintor andava às voltas com o painel e costumava andar pra baixo e pra cima... de Santa teresa para o bar na-cional! tudo se mesclava na cabeça do artista: “imagens do começo da minha vida. tantas coisas: mulheres, histórias fantásticas, escada de Jacó, as onze mil virgens. Levaria todas essas imagens para dentro de um grande afresco? executar um afresco era uma realiza-ção material impossível. impraticável.

Pensei então em executar uma grande tela”, confessa dias.

“decidi colocar tudo num painel, onde o imaginário se espalhasse para todos os lados”, concluiu.

o referido painel, de 1928 e a obra mais famosa do pintor modernista, foi criado no Rio de Janeiro e, segundo os críticos, representa a vinculação do artista ao Pernambuco natal. Aliás, as-sim que chegou à europa, Cícero dias foi saudado por surrealistas e cubistas, tendo se tornado grande amigo de Pablo Picasso.

Eu vi o mundo, o livro, contém as memórias do grande pintor e, na parte intitulada “nós vimos o mundo” registra lembranças de sua mulher, a francesa Raymonde dias, com quem viveu seis das sete décadas passadas em Paris.

É obra indispensável em qualquer biblioteca.

Sobre o autor

Cícero Dias (1907-2003) foi um dos mais desta-cados pintores brasileiros do século XX. Também desenhista, escultor, muralista, ilustrador e cenógrafo, ele despontou na década de 1920, com traços surrealistas desde suas primeiras obras.

Estudou arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro e fez sua primeira exposição individual em 1928. Em contato com artistas modernistas, no Rio, levou o movimento para Recife, acompanhado de pesos-pesados, como Manuel Bandeira e Gilberto Freyre.

Em 1932, a exposição do painel Eu vi o mundo... e ele começava no Recife provocou grande escândalo, resultando na depredação de parte da obra. Em 1937, perseguido pela ditadura de Getúlio Vargas, o artista partiu para a França. Um ano depois, realizou sua primeira exposição em Paris, na Galeria Jeanne Castell. No mesmo ano, foi detido e enviado a Baden pela polícia nazista, onde foi trocado por prisioneiros alemães.

De 1942 a 1945, viveu um período em Portugal, como adido cultural da Embaixada do Brasil. De volta a Paris, depois da libertação, fez parte do grupo de artistas abstracionistas da Galeria De-nise René. Sua obra atravessou diversas fases, sem abandonar o profundo vínculo com o Brasil.

Em 1952, realizou uma mostra individual no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, realizando o que o crítico Mário Pedrosa chamou de “transição do figurativo ao abstracionis-mo”. Depois dos anos 1960, voltou à figuração, combinando elementos abstratos e outros de seu repertório imagístico anterior. Em 1965 foi homenageado com uma sala especial na Bienal Internacional de São Paulo. Em 1998 recebeu do governo francês a Ordem do Mérito da França.

No alto, Cícero e Raymonde Dias em Paris e acima, Cícero, sua filha Sylvia, com Picasso em Vallauris, 1951

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feiras e congressos

Novembro01 a 04 – BrasilVI SPEtro - Semana de Petróleo da UFRJLocal: Rio de Janeirowww.ufrj.spe.org www.petroleo.ufrj.br/spetro

01 a 03 – USA9º Deepwater OperationsLocal: Galveston, TXTel.: +1 713 963 [email protected]

03 a 04 – Colômbia6ª Jornada Andina de DuctosLocal: Bogotáwww.aciem.org

7 a 8 – USA 3º New England MREC Technical ConferenceLocal: Cambridge, Massachusettswww.mrec.umassd.edu

07 a 11 – BrasilFeira Brasil Petróleo, Gás & Biocombustível / Pré-SalLocal: Centro de Exposições Imigrantes, São Paulowww.feirabrasilpetroleogas.com.br

07 a 10 – BrasilNNO – Niterói Naval Offshore Local: Niterói, RJTel.: (55 21) [email protected]

08 a 09 – BrasilSeminário Gas Energy 2011Local: Rio de JaneiroTel.: (21) 3553 [email protected]

8 a 10 – USAOffshore CommunicationsLocal: Houston, TXTel.: +1 301 [email protected]

10 a 12 – ArgentinaV ExpoGNC 2011 Local: Buenos AiresTel.: +54 11 4300 [email protected]

10 a 13 – BrasilBrasil Petróleo & Gás 2011- FEIPPETRO 2011Local: Salvador, Bahia. www.multifeirascongressos.com.br

16 a 17 - USAAutomation FairLocal: ChicagoTel.: (11) [email protected]

20 a 25 – BrasilXVI Cila - Congresso Ibero Latino-Americano do Asfalto Local: Centro de Convenções SulAmérica - Rio de Janeiro - RJTel: (+55 21) 2112-9080/9083Email: [email protected]

22 a 24 – BrasilFórum Nacional de Comercialização de Energia Local: São PauloTel.: (11) 3463 [email protected]

22 a 30 - BrasilConferência sobre Comercialização de Energia Eólica no Mercado Livre Local: São PauloTel.: (11) 3017 [email protected]/eolica

24 e 25 – Brasil8º Seminário sobre Meio Ambiente MarinhoLocal: Rio de janeiroTel.: (21) 2283 2482www.sobena.org.br

28 a 30 - BrasilPortos & Terminais Brasil 2011Local: Rio de JaneiroTel.: (11) 3164-5600 [email protected]

28 a 30 – BrasilBrazil Onshore 2011Local: Natal, RNTel.: (21) [email protected] - www.ibp.org.br

25 a 26 – AlemanhaInternational Conference on Climate and EnergyLocal: Munique Fax: +49(0)30 6920 [email protected]

Dezembro04 a 08 - Qatar 20th World Petroleum CongressLocal: DohaTel.: +44 20 7637 [email protected]

06 e 07 – Brasil Oil & Gas Supply Chain ManagementLocal: Rio de Janeiro(11) 3017-6800 [email protected]

07 e 08 – BrasilHydro Environment Forum Local: São PauloTel.: (11) 3164 [email protected]

07 a 08 - BrasilComercialização de GásLocal: São PauloTel.: (11) 3017-6800 [email protected]

08 - Brasil Novo Plano Nacional de Logística PortuáriaLocal: São PauloTel.: (11) 2364-0007contato@conceitoseminarios.com.brwww.conceitoseminarios.com.br

Março - 201205 a 07 - África do Sul6th Africa Economic ForumLocal: Cape [email protected]/events 26 - 28 - Kenya3rd Eastern AfricaLocal: [email protected]/events

Para divulgação de cursos e/ou eventos, entre em contato com a redação. Tel.: 21 3221-7500 ou [email protected]

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profissionais capacitados

As recentes descobertas geram ex-pectativas de o Brasil se tornar um dos principais produtores mundiais de petróleo no futuro. Como reflexo desse crescimento, o setor já enfrenta um aumento da demanda por mão de

obra especializada e por profissões que até então não eram tão demandadas.

Será preciso grande número de profissionais para suprir este segmento. A expectativa é de que deverão ser criados mais de 200 mil empregos dire-tos e indiretos relacionados ao petróleo nos próximos cinco anos, em todos os níveis – médio, técnico e superior –, de acordo com o Programa de Mobiliza-ção da indústria nacional de Petróleo e Gás natural (Prominp).

o estado do Rio concentra 80% da produção de petróleo, e grande parte do mercado de trabalho para esta área está na Bacia de Campos, no lito-ral norte fluminense, onde fica a maior reserva de petróleo do país. Atualmente, estão em operação nesta bacia mais de 400 poços de óleo e gás, 30 pla-taformas de produção e existem 3.900 km de dutos submarinos.

As principais ofertas de trabalho estão concen-tradas também na cidade de Santos, em São Paulo. Além disso, há procura por profissionais na Bahia, Rio Grande do norte, espírito Santo e Amazonas.

É preciso ainda contar com profissionais sufi-cientes e devidamente capacitados para serem em-pregados na construção de cinco refinarias até 2014, incluindo as do Comperj, e 28 plataformas até 2017.

isso sem contar todos os equipamentos que serão necessários para as futuras operações.

As possibilidades de trabalho na cadeia produti-va são muitas e dependem da formação do profissio-nal. A engenharia do Petróleo é uma das profissões mais requisitadas. trata--se de uma área estra-tégica que tem poucos profissionais no Brasil e que está em expansão em todo o mundo.

esta cadeia vem preparando vários pro-fissionais para atuarem no desenvolvimento de campos de prospecção, exploração e expansão de jazidas, transporte, refi-no, industrialização e ati-vidades afins, como processamento de gás natural.

e não para por aí. no momento se discutem novas matrizes energéticas e os engenheiros de petróleo começam a agregar conceitos de sustentabilidade e meio ambiente. olhando para o futuro, o mercado já está buscando profissionais capacitados também na gestão ambiental da produção de petróleo e gás.

os postos de trabalho vão desde as empresas de engenharia, que perfuram os poços, até refinarias e petroquímicas. Além disso, o profissional pode tra-balhar em setores relacionados à gestão do negócio e também na manutenção e no gerenciamento de equipamentos.

Petróleo e gás: sobram vagas, faltam

de Bernardo Moreira, sócio de auditoria da área de Petróleo e Gás da KPMG no Brasil.

O cenário para o mercado de petróleo e gás nos próximos cinco anos é bastante positivo. O início das operações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), previsto para ocorrer em 2012, e a descoberta da província do pré-sal, localizada em águas profundas (entre 5.000 m e 7.000 m abaixo do nível do mar), tornaram o setor um dos mais atraentes e promissores do país.

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do outro lado estão as instituições públicas e privadas que estão abrindo cursos técnicos e de graduação voltados especificamente para a área de petróleo e gás para atender à demanda. Atual-mente, existem 87 cursos de graduação em petró-leo reconhecidos pelo Ministério da educação no país, sendo que muitos outros ainda não obtiveram reconhecimento por serem novos no mercado. esse número de cursos, principalmente nos estados de São Paulo e espírito Santo, pode ser pequeno em vista das expectativas.

A alta empregabilidade e os bons salários, às vezes devidos aos riscos envolvidos no setor, são um fator de destaque e o que mais atrai candidatos ap-tos a atuarem na área. Mas não basta o profissional ter formação, ele precisa estar pronto para atender às necessidades do mercado.

Por ter características de carreira internacional, e pela necessidade de lidar com profissionais de todo o mundo, é essencial fluência em inglês e um constante aprimoramento, já que a tecnologia e a aparelhagem do setor evoluem rapidamente. É pre-ciso ainda ter desenvoltura em liderança.

na área de perfuração, por exemplo, já é bem di-fícil encontrar toolpushers, sondadores e assistentes de sondador com experiência, bom inglês e conheci-mentos suficientes para operar uma sonda cyber.

uma das saídas para esse gargalo pode estar na criação de centros de pesquisa e o investimento em atividades de ensino, pesquisa e extensão, como já vem sendo feito por algumas grandes empresas do setor petrolífero. outra saída é a realização de con-vênios de empresas com universidades.

de acordo com levantamento do Prominp, im-plantado pelo governo federal em 2003 para capa-citar mão de obra para implementação de empre-endimentos no setor de petróleo e gás, a estimativa é de que será necessário capacitar 112 mil pessoas para o setor entre 2008 e 2012.

neste momento crucial para o país, é importante que haja o engajamento das autoridades públicas e privadas para garantir a adequada e efetiva colabora-ção de áreas como as de educação, treinamento e ca-pacitação, visando valorizar e estimular nossos jovens a entrarem neste segmento tão promissor e carente de profissionais devidamente capacitados.

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