To Diseert Sala de Estimulos Visuais

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  0  UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium  Curso de Terapia Ocupacional  Juliana Campeotti Spera Milena Rezende de Melo Mirella Augusta de Souza PROJETO DE IMPLANTAÇÃO DE UMA SALA DE ESTIMULAÇÃO VISUAL PARA CRIANÇAS DE 0 A 6 ANOS COM BAIXA VISÃO NO SETOR DE TERAPIA OCUPACIONAL DO CENTRO DE REABILITAÇÃO FÍSICA DOM BOSCO DE LINS. LINS SP 2008 

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    UNISALESIANO Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium

    Curso de Terapia Ocupacional

    Juliana Campeotti Spera Milena Rezende de Melo Mirella Augusta de Souza

    PROJETO DE IMPLANTAO DE UMA SALA DE ESTIMULAO VISUAL PARA CRIANAS DE 0 A

    6 ANOS COM BAIXA VISO NO SETOR DE TERAPIA OCUPACIONAL DO CENTRO DE

    REABILITAO FSICA DOM BOSCO DE LINS.

    LINS SP 2008

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    JULIANA CAMPEOTTI SPERA MILENA REZENDE DE MELO

    MIRELLA AUGUSTA DE SOUZA

    PROJETO DE IMPLANTAO DE UMA SALA DE ESTIMULAO VISUAL PARA CRIANAS DE 0 A 6 ANOS COM BAIXA VISO NO SETOR DE

    TERAPIA OCUPACIONAL DO CENTRO DE REABILITAO FSICA DOM BOSCO DE LINS.

    Trabalho de Concluso de Curso apresentado Banca Examinadora do Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium, curso de Terapia Ocupacional, sob a orientao da Prof. M.Sc. Rosana Maria Silvestre Garcia de Oliveira e orientao tcnica da Prof Esp. Jovira Maria Sarraceni.

    LINS SP 2008

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    Melo, Milena Rezende de; Souza, Mirella Augusta de; Spera, Juliana Campeotti.

    Projeto de Implantao de uma Sala de Estimulao Visual para Crianas de 0 a 6 anos com baixa viso no Setor de Terapia Ocupacional do Centro de Reabilitao Fsica Dom Bosco de Lins / Juliana Campeotti Spera; Milena Rezende de Melo; Mirella Augusta de Souza.

    Lins, 2008. 91p. il. 31cm.

    Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium

    UNISALESIANO, Lins-SP, para graduao em Terapia Ocupacional, 2008

    Orientadores: Jovira Maria Sarraceni; Rosana Maria Silvestre Garcia de Oliveira.

    1. Estimulao visual. 2. Baixa viso 3. Sala de estimulao visual 4 Terapia Ocupacional. I Ttulo.

    CDU 615.851.3

    M486p

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    JULIANA CAMPEOTTI SPERA MILENA REZENDE DE MELO

    MIRELLA AUGUSTA DE SOUZA

    PROJETO DE IMPLANTAO DE UMA SALA DE ESTIMULAO VISUAL PARA CRIANAS DE 0 A 6 ANOS COM BAIXA VISO NO SETOR DE

    TERAPIA OCUPACIONAL DO CENTRO DE REABILITAO FSICA DOM BOSCO DE LINS.

    Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium, para obteno de Bacharel em Terapia Ocupacional.

    Aprovada em: ____/____/____

    Banca Examinadora:

    Prof Orientadora: Rosana Maria Silvestre Garcia de Oliveira Titulao: Mestre em Distrbio da Comunicao Humana pela Universidade de Marlia.

    Assinatura: ____________________________________

    1 Prof (a): _____________________________________________________ Titulao: _______________________________________________________

    Assinatura: ____________________________________

    2 Prof (a): _____________________________________________________ Titulao: _______________________________________________________

    Assinatura: ____________________________________

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    DEDICATRIA

    Aos meus pais Roberto e Cidinha

    Dedico este trabalho a vocs que sempre me motivaram e incentivaram... que me mostraram o caminho certo e me alertaram quanto ao errado.

    Durante toda a minha vida me ensinaram valores preciosos que jamais sero esquecidos. Tudo o que sou graas a vocs! Obrigada pelos esforos e por acreditar que eu conseguiria.

    Que Deus os proteja sempre e guarde-os perto de mim! Eu os amo muito!

    J

    minha Tata

    Obrigada pelo carinho, ateno e disponibilidade em me ajudar e me ver feliz. Voc tambm responsvel pelo meu crescimento e amadurecimento, mesmo que pra sempre

    me chame de sua criana. Que Deus te abenoe e te faa muito feliz!

    Eu te amo muito! J

    Aos meus avs Silvina e Orlando (in memorian) Obrigada pelo incentivo para que eu continuasse.

    Pelo apoio e ajuda que cada um, em sua particularidade me deu durante toda esta caminhada, esperando ansiosos quando eu voltava pra casa nos fins de semana.

    Que Deus os proteja! Eu os amo muito! J

    Ao meu namorado Ricardo

    Por participar ao meu lado desta conquista. Por me passar segurana com palavras de carinho e conforto, quando senti medo das

    dificuldades.Agradeo a Deus por ter colocado voc na minha vida, algum com quem eu posso dividir preocupaes e tambm grandes realizaes como esta.

    Voc muito importante pra mim! Eu te amo, meu amor!

    Juliana

    s companheiras de estgio Bruna Mara, Bruna me, Ana Paula, Mayara e Thas

    Nos divertimos e rimos bastante, mesmo quando as dificuldades e o cansao eram grandes. s vezes uma palavra amiga era o conforto, outras vezes era a compreenso na hora do humor

    exaltado. A partir de agora cada uma de ns tomar um rumo diferente, mas os bons momentos permanecero em forma de lembranas...

    Ana, lembra dessa...: Que pena...que pena, amor!...rs Boa sorte a ns!

    Jzinha

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    Aos meus pais: Loureno e Rosa

    difcil traduzir o sentimento em poucas palavras, quando se trata de vocs, pois vocs trabalharam e renunciaram a seus sonhos, no mediram esforos para ver isso acontecer, tenho

    certeza que sem vocs esse trabalho no seria possvel. Dedico esse trabalho pela fora, pelas vezes que deixei vocs preocupados, pelo incentivo e

    motivao que me deram durante esse quatro anos. Agradeo a Deus por ter esses pais maravilhosos, que Deus ilumine os durante todas as suas

    vidas. A vocs dedico esse trabalho com carinho, respeito e amor.

    Amo muito vocs!!! De sua filha Milena (Mi)

    Aos meus irmos: Jonas e Marina

    Dedico a vocs esse trabalho por ter me ajudado nas minhas dificuldades durante os trabalhos, espero que vocs tambm consigam essa vitria.

    Milena (Mi)

    minha famlia e av Pierina

    Obrigada por fazer parte desta minha vida de estudo, dando conselhos, oraes, ajudando em minhas viagens e nos trabalhos. Obrigado por tudo.

    Milena (Mi)

    minha amiga: Mirella

    No fcil colocar no papel nossa amizade de quatro anos, nossos passeios que foram poucos, mas que no vou esquecer, pela ajuda durante os momento de fragilidade por estar fora de

    casa, pois voc estava sempre me acalmando, escutando o que tinha para falar e dando conselhos, pelos momentos bons e pelas alegrias, isso tudo vai ficar na lembrana e na nossa

    amizade.

    Milena (Mi)

    minha amiga: Selma

    Obrigada por fazer parte dessa fase da minha vida, por ser minha amiga, que me agentou durante as horas de almoo, janta, nas conversas, nas reclamaes dando conselhos e broncas,

    pois no vou esquecer dessa amizade.

    Milena (Mi)

    Aos meus amigos

    Dedico esse trabalho aos amigos, amigas do Osis e amigos que encontrei durante esses quatro anos, que de uma forma ou de outra ajudaram a construir meu sonho.

    Milena (Mi)

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    Aos meus pais

    Carlinhos e Mrcia

    A vocs no basta dedicar somente esta vitria, pois vocs so responsveis por cada conquista em minha vida, que em muitas vezes abriram mo de seus prprios sonhos para que eu realizasse os meus. Vocs me ensinaram a lutar, enfrentar obstculos e nunca desistir dos

    meus objetivos. em casa que se renova minhas foras e o meu nimo de continuar, em casa que

    encontro segurana...tudo porque vocs so o meu lar. Me voc sinnimo de aconchego, e voc pai refugio sempre presente.

    Amo muito vocs e ainda quero dar-lhes muito orgulho. Essa conquista nossa!!!! Mirella Augusta

    Ao meu irmo Do

    Do, obrigada por ter aberto o caminho, talvez se no fosse voc com sua coragem de lutar pelo seu sonho de ser um profissional (motivo de respeito), eu no estaria aqui. Agradeo sempre a Deus por voc existir e por ser meu irmo mais velho que cumpre to bem o papel de

    ser exemplo. Te admiro, te amo muito, sinto muito sua falta por voc estar longe. Mirella Augusta

    Ao meu amor

    Conrado

    Meu anjo... Sempre o primeiro a incentivar que meus sonhos se realizem e me d condies para que eles ocorram. Com sua gentileza, seu carinho, ateno e romantismo me

    deram suporte, me tranqilizou e deu segurana de que meus sentimentos estavam sendo bem cuidado e protegido.Obrigada por me fazer feliz por tantos anos que estamos juntos. Somos a

    prova de que: O amor salva a quem se ama -(Cruyff).Voc me salvou e me encheu amor. Te amo!!!

    Mirella Augusta

    Minha av Alzira e ao meu av Mauriles (in memrian) Oh vzinha, quanta paixo tenho por voc... mais uma conquista, nem sei o que dizer,

    voc e o meu av sempre me fizeram sentir que sou a neta mais amada, sei que a senhora ama todos da mesma forma, mas voc sempre me fez e me faz sentir ser nica, rsrs. Como bom

    ter voc!!! Mirella Augusta

    Tios, tias e aos meus primos e agregados

    Como vocs foram compreensveis!!! Dedico a vocs que tanto tm orgulho de mim, que tanto me apiam, me escutam, que choram e que se alegram comigo. E mesmo eu to

    ausente pela distncia, vocs me fazem sentir muito prxima, com o pouco tempo que temos juntos. Amo vocs.

    Mirella Augusta

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    A vocs minhas amigas irms do Osis

    Lidjuka

    to amiga ,companheira, que no deixa eu em paz um minuto.

    Gabi

    exemplar em tudo que faz,

    Carol

    minha amiga das invenes, que podia ser T.O...

    Patchuska

    sempre pronta para ajudar no que for preciso.

    Laura (Carneirinho)

    a alegria em pessoa, sempre pronta...para sair !!! rsrs

    L Portes

    apareceu de repente e fez muita diferena em nossas vidas.

    Ligia Abrao

    to atenciosa ,dedicada, que sorri comigo e chora tambm

    Gi

    sempre presente, est em tudo e em todo lugar. Olha a Gi a!!! Amo vocs, transformaram meus dias em Lins em diverso, baguna, confidncias,

    crescemos muito; muitas vezes esquecendo das dificuldades que apareciam. Estou indo de volta pra casa!!! Vocs j esto fazendo muita falta.

    Mirella Augusta

    A minha amiga e companheira de faculdade Milena.

    S tenho a agradecer, uma amiga que no seu silncio e no olhar j diz tudo... conselhos que so pra guardar pra vida toda. De pensar que uma amizade que surgiu desde o

    primeiro dia de aula, e assim at hoje. Voc sabe que sua companhia me tranqiliza e me deixa livre para criar produzir e o principal sermos quem somos sem precisar esconder nada,

    nem nossos pensamentos. No vou te esquecer minha amiga companheira. Mirella Augusta

    A minha amiga de todos os estgios Thas Cristina

    Agradeo voc pela amizade, companheirismo e dedicao durante estes perodos que passamos juntas, e agora conseguimos vencer mais uma etapa.

    Mirella Augusta

    A todos que de alguma forma ajudaram para que eu continuasse e no desistisse do sonho de ser T.O.,obrigada pela compreenso e de muitas vezes pela ausncia aos finais de semana em Assis, muitas festas que precisei chegar atrasada ou por ter que ir

    embora mais cedo e pior as que no estive, pelas viagens que deixei de ir, mas valeu a pena!!!

    No posso deixar de lembrar, minha amiga Anelisa,Tati e Andria que sempre estiveram por perto. E aos meus candidatos a sogro e sogra (Ottmar e Martha) que

    contriburam para que os finais de semana fossem mais animados, dando assim um novo nimo para voltar a Lins.

    Mirella Augusta

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    AGRADECIMENTOS

    A Deus

    Reconhecemos que sem tua misericrdia, graa e fidelidade no teramos chegado to longe. Obrigada por sempre nos acompanhar nos momentos felizes e nos

    fazer fortes para vencer os grandes obstculos. Obrigada por permitir que nossas famlias, amigos e professores fizessem parte desta

    nossa histria. Em paz me deito e logo pego no sono, porque, Senhor, s tu me fazes repousar seguro.

    (Salmos 4,8) Juliana, Milena e Mirella

    A nossa orientadora Rosana

    Agradecemos por ter dedicado e compartilhado seu tempo e sua sabedoria para nos ajudar no medindo esforos.

    Aprimorou nossos conhecimentos e no deixou de acreditar no nosso grande potencial Desde o principio sabamos que seria voc...

    Sentiremos saudades!!! Juliana, Milena e Mirella

    Jovira

    Agradecemos pelo apoio e incentivo para a realizao deste trabalho, pelo ensinamento dado e experincia compartilhada.

    Juliana, Milena e Mirella

    Aos professores

    Os nossos agradecimentos pela amizade e companheirismo. Pela ateno, colaborao e incentivo necessrio para concluirmos este trabalho. Obrigado pela pacincia.

    Juliana, Milena e Mirella

    Carneiro e Bruno

    Obrigada pela pacincia, colaborao e por estar presente nos momentos de formatao ...rsrs

    Juliana, Milena e Mirella

    A ns

    Estvamos perdidas e nos encontramos...decidimos nosso tema e foi ai que comeou nosso caminho juntas, onde nos conhecemos melhor, rimos muito, compartilhamos

    esforos e sacrifcios. Foi bom enquanto durou e o resultado de nossa conquista est pronto, podemos comemorar!!!

    Estamos indo de volta para casa...

    Juliana, Milena e Mirella

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1: Anexo do globo ocular ........................................................................ 17 Figura 2: Representao esquemtica da estrutura do olho humano .............. 18 Figura 3: Tabela de optotipos ............................................................................ 20 Figura 4: Tabela de Snellen............................................................................... 20 Figura 5: Chocalho sensorial ............................................................................. 40 Figura 6: Chocalho gruda-gruda........................................................................ 40 Figura 7: Guizo p-mo ..................................................................................... 41 Figura 8: Capa de mamadeira ........................................................................... 42 Figura 9: Trio em preto e branco ....................................................................... 42 Figura 10: Cubos de alto contraste.................................................................... 43 Figura 11: Tapete de alto contraste................................................................... 44 Figura 12: Bola baby.......................................................................................... 44 Figura 13: Cala da vov: .................................................................................. 45 Figura 14: Mbile de bolinhas............................................................................ 46 Figura 15: Rodo ............................................................................................... 47 Figura 16: Formcolor.......................................................................................... 48 Figura 17: Como gente grande.......................................................................... 48 Figura 18: Sacoleca ........................................................................................... 49 Figura 19: Pranchas de alimentao ................................................................. 50 Figura 20: Livro das grandezas ......................................................................... 51 Figura 21: Livro Dolly ......................................................................................... 52 Figura 22: Piscina de bolinhas........................................................................... 53 Figura 23: Caixa de luz e lanternas ................................................................... 53 Figura 24: Materiais diversos ............................................................................ 54 Figura 25: Fachada da sede da LARAMARA So Paulo ............................... 56 Figura 26: Unidades de negcios LARAMARA ................................................. 57 Figura 27: Ambiente favorvel explorao ..................................................... 61

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    LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

    AV - Acuidade Visual AFV - Avaliao Funcional da Viso BV - Baixa viso CAT - Cartes de Acuidade de Teller CEP - Comit de tica e Pesquisa CRFDB - Centro de Reabilitao Fsica Dom Bosco CV - Campo Visual DNPM - Desenvolvimento Neuropsicomotor DV - Deficincia Visual DVC - Deficincia Visual Cortical OMS - Organizao Mundial de Sade SUS Sistema nico de Sade TO - Terapeuta Ocupacional

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    SUMRIO

    INTRODUO ..................................................................................................15

    CAPTULO I - SISTEMA VISUAL BAIXA VISO ......................................... 17 1 INTRODUO .................................................................................. 17 1.1 Fisioanatomia .................................................................................... 17 1.2 Funes visuais ................................................................................. 19 1.2.1 Acuidade visual.................................................................................. 19 1.2.2 Campo visual ..................................................................................... 21 1.2.3 Outras funes visuais ..................................................................... 21 1.3 Desenvolvimento visual ................................................................... 22 1.3.1 Seqncia do desenvolvimento visual .............................................. 24 1.4 Baixa viso ........................................................................................ 25 1.5 Epidemiologia ................................................................................... 25 1.6 Disfunes que causam a baixa viso ............................................. 26 1.6.1 Alterao do campo visual ............................................................... 26 1.6.2 Alteraes na percepo das cores ................................................. 27 1.6.3 Anomalia relacionada luminosidade ambiental ............................. 27 1.6.4 Afeces oculares ............................................................................ 27 1.7 Tipos de baixa viso ......................................................................... 30

    CAPTULO II ESTIMULAO VISUAL ........................................................ 32 2 CONCEITUAO ............................................................................ 32 2.1 A importncia da estimulao visual ................................................ 33 2.1.1 Estimulao visual precoce .............................................................. 34 2.2 Atuao do terapeuta ocupacional ................................................... 36 2.2.1 Equipamentos bsicos utilizados na terapia de estimulao visual 38 2.2.1.1 Chocalho sensorial e chocalho gruda-gruda .................................... 40 2.2.1.2 Guizo p-mo ................................................................................... 41 2.2.1.3 Capa de mamadeira ......................................................................... 42 2.2.1.4 Trio em preto e branco ..................................................................... 42

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    2.2.1.5 Cubas de alto contraste .................................................................... 43 2.2.1.6 Tapete de alto contraste ................................................................... 44 2.2.1.7 Bola baby .......................................................................................... 44 2.2.1.8 Cala da vov ................................................................................... 45 2.2.1.9 Mbile de bolinhas ............................................................................ 46 2.2.1.10 Rodo ............................................................................................... 46 2.2.1.11 Formcolor .......................................................................................... 47 2.2.1.12 Como gente grande .......................................................................... 48 2.2.1.13 Sacoleca ........................................................................................... 49 2.2.1.14 Pranchas de alimentao .................................................................. 50 2.2.1.15 Livros das grandezas ....................................................................... 51 2.2.1.16 Livro Dolly .......................................................................................... 52 2.2.1.17 Piscina de bolinhas............................................................................ 52 2.2.1.18 Materiais luminosos........................................................................... 53 2.2.1.19 Materiais diversos que podem auxiliar na estimulao visual .......... 54

    CAPTULO III - A PESQUISA .......................................................................... 55 3 INTRODUO .................................................................................. 55 3.1 A LARAMARA.................................................................................... 55 3.2 A rotina de atendimento na Laramara .............................................. 57 3.2.1 Acuidade visual ................................................................................. 58 3.2.2 Avaliao Funcional da Viso (AFV) ................................................ 58 3.2.3 Avaliao funcional do desenvolvimento .......................................... 59 3.3 A interveno precoce na Laramara ................................................. 59 3.4 Opinio dos profissionais .................................................................. 61 3.4.1 Pedagogo ......................................................................................... 62 3.4.2 Oftalmologista.................................................................................... 62 3.4.3 Terapeuta Ocupacional ..................................................................... 63

    CAPTULO IV - PROJETO DE IMPLANTAO DE UMA SALA DE ESTIMULAO VISUAL PARA CRIANAS DE 0 A 6 ANOS COM BAIXA VISO NO SETOR DE TERAPIA OCUPACIONAL DO CENTRO DE

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    REABILITAO FSICA DOM BOSCO DE LINS............................................ 65 4 CONSIDERAES PRELIMINARES .............................................. 65 4.1 Caracterizao do Centro de Reabilitao Fsica Dom Bosco de Lins,no setor de Terapia Ocupacional............................................... 66 4.2 O projeto ............................................................................................ 67 4.2.1 Objetivos............................................................................................ 67 4.2.2 Planta para o projeto de implantao de uma sala de estimulao visual no CRFDBL, no setor de T.O......................... 68 4.2.3 Descrio do projeto da sala e outras sugestes ............................. 68 4.2.4 O protocolo de implantao............................................................... 69 4.3 Discusso ......................................................................................... 70 4.4 Parecer sobre a pesquisa.................................................................. 71

    PROPOSTA DE INTERVENO ..................................................................... 72 CONCLUSO .................................................................................................... 73 REFERNCIAS ................................................................................................. 74 APNDICES ...................................................................................................... 77

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    RESUMO

    O presente projeto demonstra a necessidade de um espao apropriado e os materiais utilizados na estimulao visual para crianas de 0 a 6 anos com baixa viso. Define-se como baixa viso o comprometimento do funcionamento visual em ambos os olhos, mesmo aps tratamento e ou correo de erros refracionais comuns. O desenvolvimento do sistema visual dessas crianas raramente se produz de forma automtica e espontnea, necessitando de interveno com estimulao visual o mais precocemente possvel. A estimulao visual tem como fundamento utilizar a viso residual que a criana possui, com finalidade de alcanar o mais alto desempenho, aprendendo a lidar com a sua prpria limitao, ter auto-estima suficiente para poder superar os obstculos, adquirir autonomia e independncia proporcionando assim uma melhor qualidade de vida. Uma adequada estimulao visual, a experincia prvia, a motivao para ver e o cultivo da ateno, faro com que as capacidades visuais inatas se manifestem e se aperfeioem. Para isso, o terapeuta utiliza mtodos e tcnicas, sua criatividade e equipamentos especficos que podem ser confeccionados com materiais de baixo custo, favorecendo a aquisio e aplicabilidade pelas famlias, escolas, creches e profissionais da reabilitao. O projeto tem por objetivo demonstrar os materiais utilizados na estimulao visual e a necessidade de um espao apropriado, no evidenciando especificamente o trabalho realizado pelo profissional Terapeuta Ocupacional, com deficientes visuais. Foi realizada uma visita LARAMARA

    Associao Brasileira de Assistncia ao Deficiente Visual, em So Paulo, onde foi recolhidas informaes e observados os equipamentos bsicos para fundamentar o projeto de implantao de uma sala de estimulao visual no Centro de Reabilitao Fsica Dom Bosco de Lins no setor de Terapia Ocupacional.

    Palavras-Chave: Estimulao Visual. Baixa Viso. Sala de Estimulao Visual. Terapia Ocupacional.

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    ABSTRACT

    This project shows the need for an appropriate space and the materials used in visual stimulation for children from 0 to 6 years with low vision. It is defined as low vision the commitment of visual function in both eyes, even after treatment and / or correction of refractive errors common. The development of the visual system of these children rarely occurs automatically and spontaneously, requiring the intervention with visual stimulation as early as possible. The visual stimulation is based using the residual vision that the child has, with the aim of achieving higher performance. The visual stimulation is based using the residual vision that the child has, with the aim of achieving higher performance, learning to deal with its own limitations, have enough self-esteem to overcome obstacles, gain autonomy and independence thereby a better quality of life. Proper visual stimulation, the previous experience, the motivation to see the attention and cultivation, will cause the visual capabilities innate occur and to ripen. For this, the therapist uses methods and techniques, their creativity and special equipment that can be made with low-cost materials, favoring the acquisition and application by families, schools, kindergartens and professionals in rehabilitation. The project aims to demonstrate the materials used in visual stimulation and the need for a suitable non-showing specifically the work done by professional occupational therapist with the visually impaired. We performed a visit to LARAMARA - Brazilian Association for Assistance to the visually impaired in Sao Paulo, where information was collected and observed the basic equipment to support the project for the installation of a visual stimulation room at the Center for Physical Rehabilitation of Don Bosco in Lins sector of Occupational Therapy.

    Keywords: Visual Stimulation. Low Vision. Room Visual Stimulation. Occupational Therapy.

    INTRODUO

    A viso o principal meio de aprendizagem na infncia, portanto, uma criana com deficincia visual necessita de estimulao extra, tanto visual como global, o mais precocemente possvel.

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    A criana com baixa viso, mesmo com seus diferentes graus de deficincia visual, possui uma viso residual, e esta que necessita ser estimulada para um aprimoramento e melhora de sua qualidade.

    A estimulao visual realizada na Terapia Ocupacional busca resgatar todos os potenciais perceptivos existentes na criana, alm de combater alteraes fsicas e psicolgicas atravs de atividades que proporcionem prazer e segurana.

    O Terapeuta Ocupacional o profissional apto a intervir, estimulando e integrando as funes visuais, fornecendo, desta forma, clientela assistida experincias sensrio-motoras adequadas explorao funcional e ao desenvolvimento global. (ALBUQUERQUE; ALVES, 2003)

    Com isso, surgiu o interesse em elaborar um projeto para a implantao de uma sala de estimulao visual em crianas com baixa viso que freqentam o Centro de Reabilitao Fsica Dom Bosco de Lins, no setor de Terapia Ocupacional, que proporcionar equipamentos e condies adequadas para a interveno teraputica.

    O presente trabalho teve como referncia a Associao Brasileira de Assistncia ao Deficiente Visual - LARAMARA, em So Paulo, que atua desde 1991.

    Este estudo tem por objetivo demonstrar os materiais utilizados na estimulao visual e a necessidade de um espao apropriado, no evidenciando o trabalho especfico realizado pelo profissional com o deficiente visual.

    O trabalho parte do seguinte questionamento: A realizao de um projeto de implantao de uma sala de estimulao

    visual possibilitar o atendimento pacientes com baixa viso, atravs do uso de equipamentos especficos maximizando a eficincia visual?

    Em resposta a este problema foi levantado a seguinte hiptese que norteia o trabalho: o projeto beneficiar a estimulao do desenvolvimento neuropsicomotor da criana de 0 a 6 anos com baixa viso, facilitando seu cotidiano, colaborando de forma significativa para uma integrao scio-familiar adequada.

    O presente trabalho est assim dividido: Captulo I Sistema visual baixa viso

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    Captulo II Estimulao visual Captulo III A pesquisa Captulo IV

    Projeto de implantao de uma sala de estimulao visual para crianas de 0 a 6 anos com baixa viso no setor de Terapia Ocupacional do Centro de Reabilitao Fsica Dom Bosco de Lins.

    Para encerrar o trabalho, vem a proposta de interveno, discusso e a concluso.

    CAPTULO I

    SISTEMA VISUAL BAIXA VISO

    1 INTRODUO

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    Viso o sentido

    pelo qual se consegue perceber o mundo exterior que se relacionam com ele. Tudo o que se enxerga fruto da traduo, feita pelo crebro, dos estmulos luminosos que atingem os nossos olhos.

    1.1 Fisioanatomia

    Conforme Doenas e Cirurgia (2007) o globo ocular est situado dentro de uma cavidade ssea e possui aproximadamente 24mm de dimetro anteroposterior e 12mm de largura. Os anexos oculares, as sobrancelhas, os clios e as plpebras so protetores do globo ocular. Impedem que partculas, como poeira, caiam dentro do olho. As plpebras tambm tm como funo a distribuio de lgrima, ocorrida durante o piscar.

    Fonte: Viso Laser, 2007 Figura 1: anexo do globo ocular

    Segundo Martn; Bueno (2003) o olho est localizado no plano sagital em ambos os lados, tem como proteo as plpebras, os clios e as lgrimas.

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    Fonte: Iida, 2005, p. 83 Figura 2: Representao esquemtica da estrutura do olho humano

    De acordo com Gardner; Gray; O Rahilly (1988), o bulbo do olho apresenta trs revestimentos concntricos: uma tnica fibrosa externa, de proteo, uma tnica vascular ou mdia, que pigmentada e uma tnica nervosa interna, que denominada retina.

    Cada tnica possui componentes, formando a estrutura do olho humano, (Figura 2), que so descritas a seguir:

    A tnica fibrosa externa composta pela crnea e pela esclertica. A crnea clara e transparente a maior superfcie de refrao do olho

    e sua funo manter a superfcie do olho lisa e transparente, enquanto protege o contedo intra-ocular. (MARTN; BUENO, 2003)

    Esclera a tnica externa branca e fibrosa do globo ocular, popularmente chamada de "branco do olho". opaca e contm fibras de colgeno e elastina. (GARDNER; GRAY; O RAHILLY, 1988)

    A tnica vascular a camada intermediria, frequentemente denominada vea composta pela ris, coride e corpo ciliar. (GARDNER; GRAY; O RAHILLY, 1988)

    A coride situa-se entre a esclera e a retina, composta por vasos sanguneos que a deixam de cor parda, tendo como funo nutrir a retina, o corpo vtreo e o cristalino. (MARTN; BUENO, 2003)

    Corpo ciliar o espessamento da tnica mdia, conecta a coride com a ris. (GARDNER; GRAY; O RAHILLY, 1988)

    ris uma membrana que possui cor varivel, com forma circular e no

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    centro dele localiza a pupila. Seu tamanho varia pela ao dos msculos controlando a quantidade de luz que entra no olho. (MARTN; BUENO, 2003)

    A tnica nervosa a camada interna, tambm denominada retina. Retina uma membrana fina, composta por dez subcamadas

    transparentes, a camada mais profunda do olho. Possuem dois componentes neuronais, os cones e os bastonetes que so os rgos terminais da viso, os cones competem acuidade visual e a discriminao das cores com iluminao de grande intensidade, os bastonetes correspondem viso com iluminao escassa. (MARTN; BUENO, 2003)

    Conforme Martn; Bueno (2003) existe ainda o aparelho refringente do olho que compreende a crnea, humor aquoso, cristalino e corpo vtreo ou humor vtreo.

    O humor aquoso um lquido que contribui para a manuteno da presso intra-ocular e facilita o metabolismo do cristalino e da crnea.

    O cristalino est localizado entre a cmara aquosa e vtrea, uma esfera oca de clulas epiteliais. Sua funo junto com a crnea de focalizar os raios para formar uma imagem sobre a mcula.

    Corpo vtreo uma massa transparente, incolor, de consistncia mole que ocupa a cavidade posterior do globo ocular. Constitui o volume mais amplo do olho, nutrido pelos tecidos proximais, coride, corpo ciliar e a retina.

    1.2 Funes visuais

    1.2.1 Acuidade visual

    Segundo Iida (2005), a acuidade a capacidade visual para discriminar pequenos detalhes. Ela depende de muitos fatores, sendo que os dois mais importantes so o iluminamento e o tempo de exposio.

    Acuidade Visual (AV) o grau de aptido do olho, para discriminar os detalhes espaciais, ou seja, a capacidade de perceber a forma e o contorno dos objetos. Essa capacidade discriminatria atributos

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    dos cones (clulas fotossensveis da retina), que so responsveis pela acuidade visual central, que compreende a viso de forma e a viso de cores. (ACUIDADE VISUAL, 2007)

    A viso pode ser dividida em viso perifrica e central: a) segundo Martn; Bueno (2003) a viso perifrica aquela quando a

    imagem de um objeto no incide sobre a mcula, ocasionando uma viso sem nitidez, porm de grande importncia para a leitura, para ver imagens de grande tamanho, para o deslocamento e outras atividades de segurana e guia.

    b) De acordo com Cavalcante (1995) viso central aquela na qual a imagem cai no centro da retina, e capta imagens com exatido. importante na leitura para perto, para longe e nas atividades que exigem percepo de detalhes.

    Conforme Acuidade Visual (2007) a acuidade visual central medida mostrando-se objetos de diferentes tamanhos a uma distncia padro de 5 metros do olho. Por exemplo, "Tabela de Snellen" composta de uma srie progressiva de fileiras menores de letras aleatrias usadas para medir a viso a distncia. Cada linha na tabela diz respeito a uma graduao que representa a acuidade visual.

    Fonte: Vejam.com.br, 2007 Fonte: Vejam.com.br, 2007 Figura 3: Tabela de Optotipos Figura 4: Tabela de Snellen

    As tabelas de optotipos para avaliao da acuidade visual de longe so oferecidas em duas verses. A primeira similar verso clssica de Snellen

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    (Figura 4), a segunda, indicada para testes de crianas e adultos iletrados, e formada por verses da letra E em uma de quatro posies (Figura 3).

    A acuidade visual no corrigida medida sem a ajuda de culos ou lentes de contato.

    1.2.2 Campo visual

    A expresso "Campo Visual" refere-se a toda a rea que visvel com os olhos fixados em determinado ponto, isto , o campo visual de um dos olhos de um indivduo a rea passvel de ser vista para a frente, para as laterais direita e esquerda, para cima e para baixo, quando este mantem o olho que est sendo examinado, imvel em um ponto fixo, em uma linha reta horizontal paralela ao solo.(CAMPO VISUAL, 2007)

    Segundo Campo Visual (2007) para se verificar o campo visual utiliza-se entre outros exames a campimetria, utilizado para medir o campo visual, indicando os campos cegos que existem no olho, sendo que a perda da viso perifrica irreversvel e progressiva.

    1.2.3 Outras funes visuais

    Cavalcante; Galvo (2007) descrevem algumas outras funes visuais: a) sensibilidade aos contrastes - a capacidade que o sistema visual

    possui em detectar a diferena de brilho (luminncia) entre duas superfcies adjacentes.

    b) Viso de cores - a capacidade de perceber e distinguir diferentes sombreamentos (nuances). A presena de cor no ambiente visual aumenta o significado dos objetos.

    c) Adaptao visual

    a habilidade que o sistema visual possui para se adaptar a diferentes condies de iluminao.

    d) Viso binocular

    o resultado da coordenao de imagens dos dois olhos, percebidas simultaneamente, resultando em noo de

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    profundidade. e) Viso tridimensional ou estereoscpica

    possibilita a percepo da posio dos objetos no espao, o calculo da distncia entre eles e a noo de profundidade. Ocorre quando h binocularidade.

    f) Funes oculomotoras so responsveis por controlar a posio e os movimentos dos olhos e do olhar.

    1.3 Desenvolvimento visual

    importante o conhecimento do desenvolvimento global da viso em crianas de viso normal, para facilitar a identificao de possveis necessidades da criana com baixa viso.

    Escala de Desenvolvimento Visual (GESELL apud CAVALCANTE,1995) 0 ms

    a) no responde a qualquer estmulo no campo visual, exceto luz; b) algum grau de fixao.

    01 ms a) segue movimento lento de objetos; b) comea a coordenao binocular.

    02 meses a) ateno a objetos a 20 cm ou mais.

    03 meses a) aperfeioa o movimento dos olhos e a viso binocular; b) aperfeioa a acuidade visual- observa pequenos objetos; c) reage a cores diferentes; d) ateno a objetos apenas quando manipula.

    04 meses a) fixa os olhos sobre a mo e permanece; b) interesse em objetos pequenos e brilhantes; c) tenta mover-se em direo aos objetos no campo visual.

    05 meses a) desenvolve coordenao olho-mo: esforos sucessivos do agarrar;

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    b) procura intencionalmente os objetos prximos de seus olhos; c) examina os objetos com os olhos.

    06 meses a) ateno em um objeto entre dois ou trs; b) reconhece pessoas; c) tenta alcanar objetos; d) vira os olhos para a direita e esquerda.

    07/08 meses a) manipula objetos: batendo, pegando; b) tenta pegar objetos alm do alcance; c) convergncia dos olhos; d) vira o objeto na mo e explora visualmente

    09 meses a) pode ver pequenas peas ( 2 a 3 mm ) colocadas prximo; b) observa expresso das pessoas prximas e tenta fazer o mesmo; c) pega peas de 7 mm.

    01 ano a) boa A.V. para longe e para perto; b) boa viso binocular; c) focalizao e acomodao.

    1 ano a) orientao vertical: constri 02 ou 03 blocos; b) junta objetos idnticos; c) aponta figuras num livro.

    02 anos a) inspeciona objetos; b) imita movimentos dos outros; c) procura visualmente objetos ou pessoas perdidas.

    03 anos a) junta formas simples, faz contornos de formas simples ou monta

    quebra-cabea usando ainda algumas pistas tteis; b) tenta pegar figuras da pgina de um livro; c) pode desenhar um crculo.

    04 anos

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    a) faz discriminao acurada de tamanho juntando objetos de formas idnticas pelo tamanho;

    b) livre coordenao. 05 anos

    a) coordenao matura: pega e cola bem objetos; b) colore, corta e pinta; c) controle muscular fino

    06 anos a) manipula e tenta usar instrumentos e materiais; b) copia e escreve letras maisculas mas apresenta reverses; c) pode desenhar um tringulo; d) comea a ler sentenas.

    1.3.1 Seqncia do desenvolvimento visual

    O uso do sistema visual segue seqncias progressivas sob o ponto de vista perceptivo e de aprendizagem. (MARTN; BUENO, 2003)

    Nascimento; Bruno; Ordeiro (198_) descrevem a seqncia do desenvolvimento visual da seguinte maneira:

    a) sensao: ateno, fixao, movimento. Depende do ngulo da viso, do campo visual, distncia e luz.

    b) Percepo de formas: objetos concretos tangveis, bi e tridimensionais. Focalizao de curvas, linhas, cantos, pontos e contornos. Depende das formas, cores e intensidade (claro/escuro)

    c) Representao de formas: representao de objetos em diferentes posies e relaes espaciais. Diminuio de tamanho e formas, figuras planas e desenhadas, detalhes de objetos e em figuras.

    d) Representao de figuras e cenas: descrio e reconhecimento de aes e situaes (perto/ longe).

    e) Anlise e sntese visual: capacidade de analisar, juntar e separar. f) Simbologia abstrata: discriminao, reconhecimento, associao e

    interpretao de letras, palavras e frases.

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    1.4 Baixa viso

    Caracteriza-se pela capacidade, quando menos, para a percepo de massas, cores e formas, e por limitao para ver de longe, embora com possibilidade para discriminar e identificar objetos e materiais situados no meio prximo a uma distncia de poucos centmetros; quando mais, a poucos metros. O resduo visual pode permitir a leitura de grandes cartazes, embora no se d a leitura funcional em tinta, inclusive com meios especficos. (MARTN; BUENO, 2003, p. 43)

    Sintomas que indicam a baixa viso (BAIXA VISO, 2007): a) dificuldades na viso noturna; b) viso turva ou duplicada; c) linhas onduladas na zona central da viso; d) perda da viso perifrica; e) pontos flutuantes; f) flashes de luz; g) manchas claras ou escuras que surgem ou esto permanentemente

    no campo visual.

    Conforme S. Hugonnier-Clayette et al. (1989) as principais causas da baixa viso no so conhecidas. Nos indivduos jovens, as cataratas congnitas, degeneraes tapetorretinianas e os nistagmos congnitos parecem estar no primeiro plano, com a miopia forte. No adulto, atrofias pticas, deslocamento da retina, diabetes e traumatismos oculares parecem desempenhar o papel mais importante.

    1.5 Epidemiologia

    A Organizao Mundial de Sade relata que, anualmente, cerca de 500.000 crianas ficam cegas no mundo. Destas, 70 a 80% morrem durante os primeiros anos de vida, em conseqncia de doenas associadas ao seu comprometimento visual. (MASINI, 1999)

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    Estudos populacionais indicam baixa prevalncia da cegueira infantil, de 0,2 a 0,3 por 1000 crianas em pases desenvolvidos e de 1,0 a 1,5 por 1000 crianas em pases em desenvolvimento. J a prevalncia de baixa viso estimada como sendo trs vezes maior, segundo a OMS Banco de Dados Mundiais sobre a Cegueira.

    Segundo Willemann (2004) as causas comuns da baixa viso em adultos so retinopatia diabtica, coriorretinite macular, degenerao macular senil, retinose pigmentar, glaucoma, atrofias do nervo tico e alta miopia. Em crianas, so mais comuns a coriorretinite macular, catarata congnita, atrofia tica e glaucoma congnito.

    Fonseca; Pianetti; Xavier (2002) relatam que estudos epidemiolgicos sobre baixa viso mostram que muitos desses portadores, principalmente crianas, so prejudicados, pois a maioria dos profissionais no sabe o que fazer aps o tratamento clnico ou cirrgico, nem como reabilit-los para usar sua viso residual. Dados de 1990 da Organizao Mundial da Sade revelam a presena de cerca de 1,5 milhes de crianas cegas no mundo, estando 90% em pases em desenvolvimento. Acrescenta-se que 70% dos considerados cegos apresentam viso residual, e 30% a 70% dos portadores de deficincia visual apresentam outras deficincias associadas.

    1.6 Disfunes que causam a baixa viso

    1.6.1 Alteraes do campo visual

    As alteraes no campo visual afetam muito mais a capacidade funcional do indivduo que a prpria acuidade visual, sendo elas as limitaes perifricas e os escotomas. (MARTN; BUENO, 2003, p. 38)

    Para Martn; Bueno (2003) as limitaes no campo visual podem afetar toda a periferia por igual ou podem afetar uma poro desigual, com reduo superior e inferior ou de um dos lados. Os escotomas se manifestam por

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    manchas de lacunas de viso no interior do campo visual de maneira que diminuem a percepo da luz ou anulam.

    1.6.2 Alterao na percepo das cores

    Segundo Martn; Bueno (2003) a viso distorcida das cores, geralmente congnita e de transmisso hereditria, se apresenta com perda de percepo de uma ou duas cores fundamentais e perda de cada uma das cores primrias. No se discrimina uma cor da outra.

    Os defeitos de percepo das cores so sintomas de enfermidades oculares, afeces da mcula e zonas centrais, ou advindas de leses de nervo ptico.

    1.6.3 Anomalia relacionada luminosidade ambiental

    De acordo com Martn; Bueno (2003) a fotofobia uma sensibilidade anormal luz, encontrada em pessoas com inflamaes nos olhos ou pouca pigmentao para absorver a claridade excessiva. Algumas anomalias determinam essa inadaptao luz, como: ceratite, albinismo, glaucoma, que sero descritas no item a seguir.

    1.6.4 Afeces oculares

    Martn; Bueno (2003) descrevem afeces oculares como sendo aquelas que causam as perdas e anomalias das funes visuais e as repercusses nas diversas facetas do comportamento. So algumas delas:

    Ceratite: inflamaes da crnea associadas a traumatismos, infeces, transtornos da nutrio corneana, exposies prolongadas a agentes externos.

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    caracterizada por dor, fotofobia, lacrimejamento, diminuio da viso, sobretudo distncia, opacidade corneana.

    Ceratocone: caso de distrofia corneana caracterizada por uma crnea cnica (abaulamento), por afinamento e desvio gradual do vrtice para baixo e para dentro. caracterizado por opacidade da crnea; astigmatismo; perda de viso perifrica, com aumento de distoro em todo o campo e diminuio progressiva da acuidade visual.

    Albinismo: ris translcida por diminuio ou ausncia de pigmentao. caracterizado por fotofobia varivel; nistagmo; acuidade visual diminuda por hipoplasia macular; anomalias de refrao (astigmatismo e miopia, preferencialmente); pele plida, cabelo embranquecido, loiro ou castanho claro, da mesma forma que sobrancelhas e clios, em decorrncia da hipopigmentao.

    Coloboma: defeito ou ausncia de estruturas por fechamento imperfeito da fenda fetal, existindo uma nica cavidade da ris, geralmente na poro inferior, ou abrangendo sua totalidade. caracterizado por nistagmo, estrabismo, fotofobia, fenda e ausncia de tecido, acuidade visual diminuda e perda perifrica do campo visual.

    Cataratas congnitas: opacidade congnita de etiologia hereditria, embrioptica (rubola) ou metablica (galactosemia) que afeta o cristalino. So caracterizadas por microftalmia; acuidade visual varivel em relao colorao e densidade da catarata; viso noturna normalizada; perda de viso perifrica; miopia; perda da percepo de profundidade.

    Coriorretinite: inflamao da retina, associada inflamao da coride, produzida como manifestao de uma enfermidade geral de etiologia varivel (como toxoplasmose), de origem congnita ou adquirida. caracterizada por diminuio varivel da acuidade visual; anomalias na viso perifrica de diferentes tipos; diminuio do senso de luminosidade; fotofobia.

    Degenerao macular: anomalia de desenvolvimento e processo degenerativo que afeta a mcula. Produzem-se em qualquer idade (congnita, juvenil ou senil). caracterizada por viso central reduzida; perda progressiva, na infncia e na adolescncia, da acuidade visual at 1/10; nistagmo; fotofobia; dificuldade para discriminar cores e ausncia de percepo de detalhes a distncia.

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    Retinopatia diabtica: alterao da retina por tratamentos prolongados insuficientes ou por repetidos tratamentos deficientes do diabetes. caracterizada por hemorragias de vtreo e retina, observveis nos exames mdicos; acuidade visual varivel; distoro da imagem; anomalias no campo visual central; viso noturna defeituosa.

    Atrofia ptica: degenerao das fibras pticas associada a leses cerebrais. caracterizada por diminuio da acuidade visual; diminuio do senso luminoso; dilatao e imobilizao progressiva da pupila; progresso rumo cegueira.

    Glaucoma: aumento da presso intra-ocular por anomalias no fluxo de sada do humor aquoso, provocando defeitos do campo visual atribudo atrofia das clulas ganglionares retinianas e do nervo ptico. Apresenta-se congnito ou associado a outras anomalias congnitas, ou secundrio a enfermidades, traumatismo ou intervenes cirrgicas oculares. caracterizado por fotofobia; lacrimejamento; aumento do dimetro corneano; aumento da presso intra-ocular; diminuio geral da capacidade visual; viso noturna diminuda; pode evoluir para cegueira.

    Nistagmo: oscilao curta, rpida e involuntria do globo ocular que conduz a uma viso imperfeita. caracterizado por diminuio da acuidade visual; movimentos ou oscilaes oculares iguais em natureza, direo e freqncia (se no existirem outros tipos de leses).

    Estrabismo: consiste no desvio manifesto do paralelismo dos olhos nas posies primrias e cardinais dos olhos, de maneira que enquanto um olho fixa, o outro se desvia para dentro (estrabismo convergente) ou para fora (estrabismo divergente).

    Hipermetropia: uma anomalia congnita, com freqncia hereditria, produzida em conseqncia de um encurtamento do dimetro ntero-posterior do globo ocular, por alteraes dos meios refringentes, entre as quais est a ausncia de cristalino.

    Miopia: est associada a um aumento do dimetro ntero-posterior do olho, ou a um aumento de refrao do cristalino ou a uma maior curvatura da crnea. Raramente congnita, embora exista forte tendncia hereditria. A miopia produz viso imperfeita distncia.

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    Astigmatismo: devido, geralmente, a uma alterao na curvatura da crnea, a um encurtamento ou alargamento do eixo ntero-posterior, ou a um defeito na curvatura do cristalino. Normalmente congnito e, com freqncia, hereditrio.

    1.7 Tipos de baixa viso

    Fonseca; Pianetti; Xavier (2002) afirmam que a associao da deficincia visual com outras deficincias pode alterar a capacidade da criana de usar as informaes visuais. Se a viso s for usada casualmente, sem a anlise de seu contedo, passam a ser mnimas as chances de um bom desenvolvimento da funo visual. Isso ocorre porque a viso no depende apenas da estrutura e do funcionamento dos olhos, mas compreende muitas partes do sistema visual e do crebro, assim como de outros sistemas e do exerccio de ver.

    Se a viso no for exercitada nos primeiros anos de vida, o que ocorre muitas vezes pelo seu comprometimento, e os estmulos visuais no chegarem s clulas nervosas, no ocorrer a formao de sinapses e o desenvolvimento das vias pticas e do crtex visual estar comprometido. (FONSECA; PIANETTI; XAVIER, 2002, p. 950)

    Em oftalmologia, cincia mdica que trata do estudo dos olhos e das suas doenas, so considerados diversos nveis de baixa viso, de acordo com a acuidade visual (AV) ou com o campo visual (CV), segundo Centro Especializado em Baixa Viso (BV), 2007:

    a) BV Moderada AV 3/10 (0,3) a 1/10 (0,1) e CV 20. b) BV Severa AV 1/10 (0,1) a 1/20 (0,05). c) BV Profunda AV 1/20 (0,05) a 1/50 (0,02) e CV entre 5 e 10. d) Cegueira Quase Total AV < 1/50 (0,02) e CV < 5. e) Cegueira Total Ausncia total de percepo luminosa.

    O termo baixa viso compreende os graus 1 e 2 dos itens acima e os termo cegueira os graus 3, 4 e 5. (CID-10, 2003, p. 442-3)

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    Segundo Veitzman (apud FONSECA; PIANETTI; XAVIER, 2002) nem sempre possvel detectar os atrasos do desenvolvimento visual infantil e nem todos mantm um ritmo regular de evoluo, o que seria importante tanto para decidir qual a melhor conduta clnica a ser seguida quanto para ser instituda uma terapia especializada. Alm disso, o acompanhamento do desenvolvimento visual permitiria determinar com segurana o grau de dficit visual existente; cegueira ou baixa viso.

    A ocorrncia de desenvolvimento visual atpico de origem cerebral ou cortical tem grande chance de ser aumentada devido hipxia perinatal e a um tempo de gestao muito reduzido. (FONSECA; PIANETTI; XAVIER, 2002, p. 951)

    Conforme Fonseca; Pianetti; Xavier (2002) as crianas portadoras de baixa viso associadas a outras deficincias podem apresentar comprometimento de memria, reconhecimento e compreenso da imagem, devido a alterao cognitiva da funo visual. , principalmente, nessas crianas que detectada a ocorrncia de deficincia visual cortical (DVC), que pode ser definido como distrbio da viso causado pelo comprometimento da funo retroquiasmtica do sistema visual. Nesses casos, o desenvolvimento visual diminudo pelo dficit na entrada, sada e processamento da funo visual.

    As crianas portadoras de deficincia visual cortical no so, geralmente, confundidas com crianas cegas. Elas apresentam um olhar fixo para a luz, movimentam seus olhos lentamente, mas sem direo, tendem a desviar o olhar do contato, e suas faces so pouco expressivas. A viso perifrica parece ser mais eficiente que a central, e magnificada em ambientes familiares, seu uso espontneo se faz por curtos intervalos de tempo, pois se cansa rapidamente durante o aprendizado visual, os objetos, para serem vistos, devem ser aproximados, mas a viso desviada quando feito o alcance. (FONSECA; PIANETTI; XAVIER, 2002, p. 952)

    Segundo Fonseca; Pianetti; Xavier (2002) pode no ocorrer o reconhecimento de objetos estticos e faces, sendo mais fcil a identificao de cores. Seu alcance no preciso, pois suas estimativas de distncia pobre, precisando, muitas vezes de fazer movimentos de busca com as mos. A viso, muitas vezes, compensada pelos outros sentidos, principalmente pelo tato, ocorrendo constantemente o abandono dela para que outros sentidos sejam usados.

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    CAPTULO II

    ESTIMULAO VISUAL

    2 CONCEITUAO

    Para Fonseca; Lima (2004) a capacidade de ver e interpretar imagens depende principalmente da funo cerebral. Assim como ocorre a maturao do sistema nervoso, o sistema visual tambm passa por transformaes, evoluindo durante as primeiras semanas de vida, quando a retina, as vias pticas e o crtex visual desenvolvem os contatos celulares, ocorrendo, portanto o processo seletivo durante o perodo crtico. A funo, portanto, necessria para o desenvolvimento tpico do crtex visual e vias pticas.

    Segundo Tartarella (apud NAKAHARA, 1997), todos os bebs nascem com uma viso baixa. A maturao do sistema visual se inicia aps o nascimento e s se completa por volta dos oito anos de idade. Mas h uma poca de maior plasticidade do sistema visual, o chamado "Perodo Crtico".

    Perodo crtico, idade plstica ou perodo sensitivo o perodo da vida durante o qual as funes visuais podem ser modificadas por experincias visuais anmalas, o perodo de maior plasticidade do Sistema Nervoso Central. (TARTARELLA apud NAKAHARA et al., 1997)

    Para Martn e Bueno (2003) o desenvolvimento do sistema visual em criana com baixa viso raramente se produz de forma automtica e espontnea.

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    Quando uma criana devido, a alguma alterao, no atinge o desenvolvimento da eficincia visual de forma natural e espontnea, se faz necessria uma interveno com estimulao visual.

    A estimulao visual consiste em utilizar a viso residual que a criana possui, proporcionando exerccios especficos que se baseiam no funcionamento visual com o objetivo de alcanar o mais alto desempenho possvel desse resduo visual. (AMCIP- Associao Mantenedora do Centro Integrado de Preveno, [s.d.])

    Quando se fala em funcionamento visual parte-se, ento, da primeira funo oculomotora que est relacionada aos processos de:

    a) Localizao Visual - que significa o alcance visual; b) Fixao Visual

    que a habilidade para responder ao estmulo visual depois da localizao, mediante a ateno visual;

    c) Seguimento Visual - que a habilidade dos olhos de permanecerem sobre um objeto durante os movimentos horizontais, verticais, circulares, diagonais.

    d) Alternncia do olhar

    que um movimento de fixao de um ponto para outro. a mobilidade ocular que se d em todos os planos.

    A funo viso-motora abrange as funes oculomotoras e as funes motoras apendiculares (alcanar, agarrar, controlar os movimentos dos braos, mos e dedos, preenso e manipulao). Cada um desses componentes fundamental para o desempenho motor funcional, assim como a informao sensorial, juntamente com o sistema vestibular para a estabilizao do corpo, influncia no tnus muscular, manuteno da mira visual, direo espacial e das posies dos olhos para movimentos precisos direcionados e metas. (FONSECA; LIMA, 2004)

    Afirma AMCIP [s.d] que a segunda funo ptica a perceptiva que diz respeito concentrao nas tarefas visuais para discriminao, reconhecimento, identificao e memria visual. A terceira funo ptica a perceptivo viso-motora que compreende o trabalho culo-manual com as funes perceptivas.

    A aprendizagem por meio de um sistema visual alterado, embora se produza mais lentamente e inclusive em alguns casos de forma defeituosa, segue o mesmo processo de desenvolvimento que um

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    sistema visual normal, sendo fundamental nesse momento a aplicao de programas voltados a promover a eficincia visual. (MARTN; BUENO, 2003, p.71)

    2.1 A importncia da estimulao visual

    Durante muito tempo, os portadores de baixa viso foram tratados como cegos e incentivados a pouparem a viso, acreditando-se que o uso levaria a uma acelerao do processo de enfermidade ocular. (MARTN; BUENO, 2003, p. 177)

    Hoje, no s acredita-se na necessidade de uma ateno especificamente direcionada ao portador de baixa viso, como tambm se difunde a idia de que mais importante que saber o quanto eles enxergam, saber o que so capazes de realizar com seus resqucios visuais. (FONSECA; LIMA, 2004)

    De acordo com Vietzman (2000) a ausncia de estimulao visual pode retardar ou prejudicar o desenvolvimento visual.

    Segundo Nakahara et al. (1997), o ideal conseguir resgatar todos os potenciais perceptivos existentes na criana, ajud-la a usar sua viso residual e possibilitar estmulos para que haja um melhor desenvolvimento global, logo que for detectada a deficincia visual, pois a viso uma funo que se aprende e sua qualidade pode ser melhorada durante o perodo crtico.

    Para Masini (1999), em crianas portadoras de baixa viso importante reconhecer o potencial perceptivo e habilidade de aprendizado, entendendo que necessitam de estimulao para efetiv-los. Se no for estimulada a olhar , a acuidade visual da criana poder diminuir ou ainda poder ocorrer

    outro tipo de perturbao que altere a viso binocular e o desenvolvimento da viso central.

    O atraso em receber estmulos ir predispor no s a aquisio de deficincia visual, como tambm ir comprometer outras reas de seu desenvolvimento. (MASINI, 1999, p. 32)

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    Para Martn; Bueno (2003) uma adequada estimulao visual, a experincia prvia, a motivao para ver e o cultivo da ateno, faro com que as capacidades visuais inatas se manifestem e se aperfeioem.

    2.1.1 Estimulao visual precoce

    Segundo Tartarella; Castro (1994) os objetivos da estimulao visual precoce baseiam-se em identificar o resduo visual da criana, aprimorar a eficincia visual atravs de estmulos adequados, orientao aos pais, prescrio e uso correto de auxlios pticos, e reintegrao da criana na famlia, na sociedade e na escola.

    As reaes de busca visual na criana que apresenta perdas visuais tornam-se limitadas, pois o desenvolvimento sensrio-motor est relacionado s experincias proprioceptivas e atuao do sistema visual que, conseqentemente, est encarregado de mobilizar com movimentos oculares a cabea e o corpo todo atravs de busca visual da luz, brilho e objetos em movimento. Esses exerccios funcionais com a cabea, olhos e depois com o corpo so essenciais para reao e integrao do sistema vestibular, equilbrio, movimentos harmoniosos e postura adequada.(BRUNO, 1993, p. 12)

    Para Bruno (1993) a criana com perda visual apresenta baixas reaes vestibulares, rejeitando a movimentao e mudana postural, mostrando-se insegura aos movimentos do corpo.

    Para Nakahara et al. (1997), a criana estimulada globalmente, porm com nfase no desenvolvimento da eficincia visual. Incentiva-se a criana a descobrir o que ela capaz de ver, assim ela passar a gostar de ver e a utilizar sua viso residual de forma mais eficiente. Alm disso, com a estimulao dos outros sentidos passa a descobrir novas possibilidades motoras, evoluindo tambm no DNPM. A avaliao funcional da viso importante, pois alm do profissional, os pais necessitam conhecer os resultados, as limitaes e possibilidades da criana.

    A estimulao visual prope um resgate do potencial visual da criana, promovendo condies para que ela estabelea relaes com o meio, vivenciando experincias significativas que iro formar uma subestrutura

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    cognitiva, a qual servir de base para posteriores construes da inteligncia como as reaes emocionais e a afetividade subseqente. (FONSECA; LIMA, 2004)

    Rex (1999) assegura que a eficincia visual ocorre se a quantidade de estmulos no exceder ao nvel de desconforto e de respostas ineficientes da criana.

    preciso estar sempre muito atento s aquisies e, principalmente limitaes da criana para no exigir dela algo alm de suas possibilidades e evitar criar falsas expectativas nos pais e familiares. (NAKAHARA et al., 1997)

    Conforme afirma Nakahara et al. (1997), importante respeitar o tempo que a criana demora para assimilar a estimulao e responder a ela.

    A real proposta da estimulao visual promover oportunidades, aes e recursos significativos para a criana, que despertem nela o desejo de atuar no meio. O processo de desenvolvimento da eficincia visual se d sob essas condies. A partir da motivao para aprender a ver, estrutura-se a possibilidade e a responsabilidade de obter ganhos junto famlia e outras pessoas do meio. (FONSECA; LIMA, 2004)

    Os recursos utilizados pelos programas de estimulao visual variam, de acordo com a idade e o interesse da criana, em tamanho e tipo. Geralmente, apresentam caractersticas de alto contraste, cores, brilho, iluminao. So tambm utilizados auxlio ptico para perto, como culos e lupa, auxlios pticos para longe, como sistemas telescpicos, circuito fechado de televiso, e ainda auxlios no-pticos, como filtros, materiais de alto contraste, bon ou viseira. (FONSECA; LIMA, 2004, p. 380)

    Fonseca; Lima (2004) consideram que alguns itens so importantes sobre a estimulao visual:

    a) a estimulao visual deve ser instituda o mais precocemente possvel, sendo mais efetiva nos perodos crticos de organizao do desenvolvimento neurolgico da criana.

    b) A estimulao visual justifica-se como procedimento de escolha para prevenir a privao visual da criana depende da sua condio perceptivo-cognitiva.

    c) Cada criana apresenta um nvel ptico de funcionalidade visual e este deve ser respeitado.

    d) A estimulao visual permite aumentar a eficincia visual, porm no

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    cura ou modifica o processo ou a extenso do comprometimento visual da criana.

    e) A integrao sensrio-motora necessria realizao de estimulao visual.

    f) A estimulao visual parte integrante de outras atividades especficas: atividades sociais, de vida funcional, escolar e de lazer.

    2.2 Atuao do terapeuta ocupacional

    A terapia ocupacional um tratamento que, potencialmente, pode ser um processo transformador de uma situao e das pessoas envolvidas. (FERRIGNO; MONTILHA apud CAVALCANTI; GALVO, 2007, p. 409)

    Segundo Hagedorn (1999) o terapeuta ocupacional deve descobrir a natureza do problema do paciente e os meios de solucion-los .

    Gagliardo e Nobre (2001), ao citarem a atuao do terapeuta ocupacional com crianas visualmente deficientes, afirmam que tal profissional utiliza estratgias que facilitam o aprendizado de habilidades, fortalecem a eficincia das funes essenciais para a adaptao ao meio, promovem e mantm o crescimento, o desenvolvimento e a sade.

    Estudos de Haith demonstraram algumas estratgias utilizadas por recm-nascidos para a explorao visual de objetos, tais como: fixao do olhar em contornos e em fronteiras que separam duas zonas de cores diferentes; direo do olhar para as zonas que tm mais informaes visuais; preferncia pelos alvos que oferecem certa complexidade. (LEBOVICI, 1987)

    Embora muito pobre ao nascimento a sensibilidade aos contrastes j permite ao beb recm-nascido diferenciar os olhos e os lbios do rosto de uma pessoa, o que importante para a comunicao inicial. Nessa fase, os estmulos visuais que mais chamam a ateno so os de alto contraste e no muito complexos, como os padres de listras pretas e brancas. (BARBIERI, [s.d.])

    Para Neistadt; Crepeau (apud CAVALCANTI; GALVO, 2007) durante os atendimentos necessrio analisar a atividade e decidir quais pores desta atividade tm valor teraputico e requerem nfase ou so irrelevantes ou

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    inapropriadas. necessrio tambm decidir sobre a necessidade de adaptao de ferramenta, utenslios e materiais. Os principais tipos de adaptao so: ambiental (localizao, disposio de mveis e objetos), de equipamentos (ferramentas, utenslios e adaptao dos mesmos), social (nmero de pessoas, fora, alcance e preciso), cognitiva (complexidade, seqncia, necessidade de instrues), emocional (interesse, significado e auto-expresso).

    Conforme Montilha (2000), durante os atendimentos de terapia ocupacional, por meio de atividades teraputicas, o sujeito vivencia situaes novas, num ambiente adequado, sem a ocorrncia de riscos, e mediado pelo vnculo teraputico estabelecido entre ele e o terapeuta. Durante a realizao das atividades, o paciente expressa seus sentimentos, adquire segurana e melhora auto-estima medida que verifica que pode realizar algo que se props a fazer.

    A terapia ocupacional considera os indivduos e seus papis, ocupaes, atividades e interaes no seu ambiente pessoal; capacita e permite que o indivduo seja um realizador apto e seguro de suas tarefas cotidianas, aprimorando seu bem-estar; utiliza atividades de modo criativo e teraputico para alcanar objetivos significativos para o indivduo, minimizando os efeitos da disfuno; exige que o indivduo se empenhe ativamente no processo teraputico e que seja um parceiro do terapeuta no planejamento e na direo desse processo. (NEISTADT; CREPEAU apud CAVALCANTI; GALVO, 1998, p. 409)

    Conforme afirmam Haddad et al. (2001), a habilitao e a reabilitao do paciente com baixa viso constituem-se numa atuao conjunta com profissionais de reas diversas, direcionadas obteno do mximo aproveitamento da viso presente e de todos os ganhos dele decorrentes, desde o desenvolvimento global da pessoa com baixa viso at a explorao do ambiente pelo indivduo.

    Montilha et al. (2004) afirmam que a interveno teraputica ocupacional aps avaliao oftalmolgica contribui para a compreenso pelos pais, das possibilidades de desenvolvimento dos seus filhos, apesar da dificuldade apresentada por eles.

    Algumas condutas apropriadas a todos que interagem com o beb deficiente visual (BARBIERI, [s.d.]):

    a) lembre-se que o beb deficiente visual est cercado por sons, cheiros e sensaes que no so significativas at que receba ajuda

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    para formar associaes fundamentadas. b) Esteja sempre alerta em nutrir a curiosidade do beb e o seu desejo

    de alcanar e participar do mundo. c) Chame o beb pelo nome, porque assim o ajudar a saber que ele

    faz parte da ao de forma a concentrar-se em entender o que acontece ao seu redor.

    d) A voz humana introduz interao, por isso sempre fale com a criana mesmo que sejam palavras que no possam ser compreendidas no momento.

    e) Sempre fale com a criana antes de peg-la ou toc-la para antecipar a ao e a mudana.

    f) Segure-a sempre que possvel no colo. g) Explique o que est fazendo, assim ela poder estar consciente do

    que acontece, reduzindo o medo do desconhecido. h) Avise-a sempre que for haver desconforto para evitar que o medo se

    generalize. i) No mantenha rdio, televiso ou outros sons artificiais por muito

    tempo ligados, isto impede que a criana trabalhe com outras pistas sonoras e estimula a ecolalia.

    j) Introduza-a aos objetos diferentes demonstrando como funcionam para ajud-la a terem independncia e a sentirem como suas aes produzem relaes de efeito.

    2.2.1 Equipamentos bsicos utilizados na terapia de estimulao visual

    A viso o sentido mais importante para a vida da criana. atravs da interao sujeito-objeto que ela formar um sistema de significaes, por isso fundamental possibilitar, facilitar e mediar essa interao. (HEYMEUER; GANEM, 2004)

    A utilizao dos equipamentos depender dos objetivos a serem alcanados em cada caso especificamente e da indicao pelos terapeutas ocupacionais das atividades a serem desenvolvidas.

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    Os objetos devero ser confeccionados em cores contrastantes o que ir atrair o olhar e a ateno do paciente, motivando-o para que explorem os equipamentos.

    fundamental que o terapeuta utilize sua criatividade e elabore materiais considerando o espao disponvel, a necessidade de cada paciente e da famlia e os objetivos propostos.

    Deve-se observar as respostas dos pacientes para que se possa incluir um grau maior de dificuldade, quando o mesmo j adquiriu os benefcios de determinada atividade.

    Os equipamentos so confeccionados com materiais de baixo custo, o que favorece a aquisio e a aplicabilidade pelas famlias, escolas, creches, profissionais da reabilitao, possibilitando um DNPM satisfatrio tornando-o mais ativo e participativo no seu cotidiano.

    Os equipamentos devem ser colocados de maneira que favoream movimentos, facilitando o manuseio e a procura.

    Devem-se ter precaues quanto a levar os objetos boca, quanto forma pontiaguda, pesada, de material cortante ou de material de pouca qualidade.

    A seguir, alguns exemplos de objetos que podem auxiliar no processo de significaes atravs da estimulao visual.

    2.2.1.1 Chocalho sensorial e Chocalho gruda-gruda

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 5: Chocalho sensorial Figura 6: Chocalho gruda-gruda

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    Pote de forma cilndrica, medindo aproximadamente 10 cm de altura e 7 cm de dimetro, forrado com tecido de cores contrastantes, como por exemplo: preto e branco, preto e amarelo, xadrez, listrado. Colocar em seu interior objetos que produzem som, como por exemplo, arroz, milho, feijo etc.

    Os objetivos gerais so: a) favorecer a abertura das mos, sua juno na linha mdia e o

    desenvolvimento da coordenao bimanual; b) desenvolver a coordenao ouvido-mo; c) desenvolver a preenso, estimulando o desejo de buscar o objeto

    para tocar e pegar; d) favorecer a identificao e reconhecimento dos sons do ambiente e a

    localizao de objetos pelo som; e) desenvolver a viso e iniciar o aprendizado das cores.

    2.2.1.2 Guizo p-mo

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 7: Guizo p-mo

    Um par de pulseiras de tecido vermelho com aproximadamente 20 cm de comprimento onde esto presos trs guizos e um par de tornozeleiras de tecido azul com 20 cm de comprimento onde esto presos trs guizos.

    Os objetivos gerais so: a) desenvolver a coordenao olho-mo, olho-objeto, ouvido-mo; b) desenvolver a integrao dos sentidos viso, tato, audio;

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    c) conhecer e entender seu corpo e o ambiente; d) compreender e identificar os sons; e) desenvolver a coordenao motora, o movimento e fortalecimento

    das mos, braos, pernas e corpo; f) fortalecer a musculatura do pescoo e peito e desenvolver o controle

    ceflico. g) trazer as mos linha mdia, desenvolver a coordenao bimanual;

    2.2.1.3 Capa de mamadeira

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 8: Capa de mamadeira

    Feita de croch, com cores contrastantes, listras alternadas por exemplo: em preto e branco ou preto e amarelo. Importantssimo que ele seja incentivado a olhar, mesmo que enxergue pouco, pois quanto mais cedo usar a viso, mais cedo aprender a ver.

    Os objetivos gerais so: a) trazer as mos linha mdia, desenvolver a coordenao bimanual e

    a preenso; melhorar a eficincia visual; b) melhorar a eficincia visual.

    2.2.1.4 Trio em preto e branco

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    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 9: Trio em preto e branco

    As almofadas so revestidas em tecido de algodo, com estampas diferentes, tamanhos variado em preto e branco. Trazem em seu interior elementos sonoros e substncias aromticas.

    Os objetivos gerais so: a) despertar a curiosidade e o prazer de ver e buscar; b) desenvolver as aes de agarrar, pegar, raspar, apertar, morder,

    chacoalhar, bater; c) melhorar a eficincia visual.

    2.2.1.5 Cubos de alto contraste

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 10: Cubos de alto contraste

    Trs cubos feitos de espuma, com 12 cm de lado, revestidos com tecidos de cores contrastantes, preto e branco, sendo um cubo de listras, um xadrez e o outro de bolas. Na lateral de cada cubo h uma faixa de velcro, para

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    prender um ao outro. No interior dos cubos h um guizo, que produz som quando eles so agitados.

    Os objetivos gerais so: a) despertar a curiosidade e o prazer de ver, buscar, fixar e seguir

    objetos a diferentes distncias; b) despertar a curiosidade e o prazer de ver e buscar; c) desenvolver as aes de agarrar, pegar, raspar, apertar, morder,

    chacoalhar, bater; d) desenvolver o tato para o reconhecimento de formas, texturas,

    tamanho, peso, consistncia e tipo de material; e) descobrir o prazer de brincar.

    2.2.1.6 Tapete de alto contraste

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 11: Tapete de alto contrate

    Tapete feito em tecido macio e acolchoado, com desenhos e formas como listras, crculo, bolas, xadrez etc. As formas esto em relevo no tapete.

    Os objetivos gerais so: a) melhorar a eficincia visual; b) desenvolver o controle de cabea, o sentar, engatinhar e andar; c) descobrir o prazer de brincar.

    2.2.1.7 Bola baby

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    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 12: Bola baby

    Bola pequena, macia, cujo revestimento feito com quatro tecidos diferentes na cor e na textura, com por exemplo: vermelho, outro branco, um com listras pretas e brancas e preto com bolas brancas. No interior da bola existe um guizo.

    Os objetivos gerais so: a) despertar a curiosidade e o prazer de ver e buscar; b) favorecer a integrao com pessoas e objetos; c) desenvolver a coordenao motora, fortalecendo mos e braos; d) descobrir o prazer de brincar; e) estimular sensibilidade ttil.

    2.2.1.8 Cala da vov

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 13: Cala da vov

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    A cala da vov uma cala de adulto recheada de tecido, toalha ou l, de forma que fique pesada, mas flexvel. Os objetivos gerais so:

    a) facilita as mudanas posturais da criana; b) promove um aconchego; c) possibilita a organizao motora ; d) libera as mos para a brincadeira.

    2.2.1.9 Mbile de bolinhas

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 14: Mbile de bolinhas

    Bastidor com dimetro em torno de 17 cm. No bastidor existem quatro furos onde passam barbantes de aproximadamente 40 cm. Na ponta de cada barbante est presa uma bola com guizo em cores variadas e os barbantes se unem na parte superior. Na ponta de unio dos quatro barbantes est preso um quinto barbante com bola na ponta.

    Os objetivos gerais so: a) desenvolver a coordenao motora e fortalecer mos e braos; b) desenvolver coordenao olho-mo-objeto; c) melhorar a eficincia visual: fixao, focalizao, seguimento visual,

    acomodao e coordenao binocular; d) desenvolver a audio, identificar e reconhecer os sons do ambiente,

    localizar objetos pelos sons;

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    e) desenvolver a coordenao ouvido-mo-objeto; f) descobrir o prazer de brincar.

    2.2.1.10 Rodo

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 15: Rodo

    Uma cmara-de-ar cheia, medindo aproximadamente 140 cm de dimetro, revestida com tecido de tric, em quatro cores vivas e contrastante como: vermelho, azul, amarelo e verde. Na parte de cima do Rodo esto presos, com elstico de 15 cm de comprimento, diferentes objetos e brinquedos: bola, escova de cabelo, caneca, esponja de banho, sanfona, pandeiro, corneta, embalagem de desodorante e bolsa com zper. Os elsticos devem ser presos de forma que possam ser colocados e retirados com facilidade, para que os objetos no sejam usados todos ao mesmo tempo. Na parte inferior existe uma base de tecido acolchoado. O Rodo proporciona um espao aconchegante para criana que tem dificuldade de ficar sentada. Um pequeno travesseiro serve de encosto.

    Os objetivos gerais so: a) desenvolver habilidade para preenso; b) conhecer formas; c) facilitar a preenso e o manuseio de objetos;

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    d) aprender a usar o tato para reconhecimento de forma, textura, tamanho, peso, material e consistncia dos objetos;

    e) descobrir o prazer de brincar; f) melhorar a eficincia visual.

    2.2.1.11 Formcolor

    Fonte:

    Brincar para todos, 2005 Figura 16: Formcolor

    Prancha preta, retangular, com textura lisa, de material leve e macio, medindo aproximadamente 27cm x 22cm, tendo em uma das faces 20 orifcios nas quatro formas geomtricas principais: cinco quadrados, cinco crculos, cinco retngulos e cinco tringulos. 20 placas de textura granulosa, com as mesmas formas geomtricas, sendo cada forma uma cor: amarelo, azul, verde e vermelho.

    Objetivos gerais so: a) desenvolver a coordenao olho-mo-objeto; b) facilitar a preenso, o manuseio de objetos e a habilidade de

    encaixe; c) desenvolver a coordenao motora e fortalecer mos e braos.

    2.2.1.12 Como gente grande

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    Fonte:

    Brincar para todos, 2005 Figura 17: Como gente grande

    Um tapete acolchoado, medindo aproximadamente 50 cm x 100 cm, com duas alas que o transformam em uma sacola. No lado de dentro da sacola existe 18 bolsos de plstico, nove em cada metade da sacola. Uma sacola suplementar com as mesmas caractersticas, medindo 45 cm x 50 cm, com 18 objetos, sendo nove de cozinha e nove de banheiro, em sua forma e tamanho reais: peneira, funil, palha de ao, esponja, espremedor de laranja, garfo, pasta de dente, escova de cabelo, pente, bucha para banho, talco, desodorante.

    Os objetivos gerais so: a) reconhecer os objetos do ambiente, seu nome, uso e funo; b) favorecer a ampliao do vocabulrio, o desenvolvimento da

    linguagem, da comunicao; c) desenvolver a habilidade ttil para reconhecimento de forma,

    tamanho, textura, peso e consistncia; d) estimular a explorao dos objetos do ambiente e promover a sua

    funo.

    2.2.1.13 Sacoleca

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    Fonte:

    Brincar para todos, 2005 Figura 18: Sacoleca

    Tapete regular, medindo aproximadamente 95 cm x 50 cm, com ala nos dois lados mais estreitos; ao ser dobrado ao meio, forma uma sacola. Presa ao tapete h uma boneca de pano, em cores contrastantes e estampas diferentes, com cabelos longos, amarrados com fita. O vestido de listas, tem na cintura uma fita vermelha. Os braos e as pernas se soltam por serem presos com velcro. Outra pequena sacola de plstico contm elementos que representam olhos, nariz, boca e orelhas e devem ser colocados pela criana no rosto da boneca.

    Os objetivos gerais so: a) desenvolver a imagem corporal; b) aperfeioar a linguagem e enriquecer o vocabulrio; c) iniciar o aprendizado das cores; d) desenvolver o tato para reconhecimento dos objetos; e) ter curiosidade e sentido de busca e direo; f) conhecer seu corpo e melhorar sua auto-imagem.

    2.2.1.14 Pranchas de alimentao

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    Fonte:

    Brincar para todos, 2005 Figura 19: Pranchas de alimentao

    Prancha regular, feita de madeira leve, macio e agradvel ao tato, medindo aproximadamente 42 cm x 34 cm.

    A prancha branca, lisa e os elementos que representam o prato, o copo os talheres so pretos, recortados e feitos de madeira com textura granulosa; as figuras recortadas do prato, copo e talheres podem ser removidas e facilmente recolocadas. A textura e a cor desses elementos destacveis so diferentes e contrastam bastante com a prancha.

    Os objetivos gerais so: a) desenvolver o olfato e o paladar para o reconhecimento de

    alimentos; b) integrar os sentidos; c) adquirir independncia e autonomia para movimentar-se e realizar as

    atividades cotidianas; d) melhorar a coordenao motora; e) reconhecer alimentos pelo tato, olfato e paladar; f) nomear alimentos.

    2.2.1.15 Livro das grandezas

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    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 20: Livro das grandezas

    Livro feito de velcro colorido, de aproximadamente 30 cm x 25 cm, com dez folhas, incluindo a capa, presas com um lao de fita. Em cada folha esto presos elementos concretos, bidimensionais, que mostram formas e grandezas diferentes: comprimento, largura, altura e grossura. Figuras de bonecas do noo de altura e amplitude do corpo. Os elementos coloridos facilitam o conhecimento de cores. Contm zper e lao de fita que ajudam no aprendizado de atividades manuais.

    Os objetivos gerais so: a) estabelecer comparaes, semelhanas e diferenas; b) fazer seriao e classificao; c) favorecer o jogo simblico, a brincadeira, o faz-de-conta.

    2.2.1.16 Livro Dolly

    Fonte: Brincar para todos, 2005 Figura 21: Livro Dolly

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    Livro de feltro, em torno de seis folhas, de aproximadamente 20 cm x 20 cm. Na capa encontra-se um cachorrinho de pelcia. Na parte superior de cada folha h uma frase correspondente histria de um cachorrinho, escrito em tinta. Todas as folhas contm brinquedos, miniaturas de objetos que ilustram a frase ali escrita.

    Os objetivos so: a) favorecer o aprendizado da representao bidimensional de objetos,

    forma, grandeza, cenas e histrias; b) estimular na comunicao por meio da escrita; c) desenvolver a habilidade ttil para reconhecimento de formas, textura

    e grandeza; d) estimular raciocnio.

    2.2.1.17 Piscina de bolinhas

    Fonte: Autoras, 2008 Figura 22: Piscina de bolinhas

    Pode ser de plstico, de tamanho varivel, devendo ter uma distncia segura do cho, acolchoada nas extremidades e permanecendo cheia de bolinhas plsticas coloridas.

    Os objetivos so: a) estimular a eficincia visual; b) desperta o interesse em: procurar, pegar, apertar, jogar;

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    c) desenvolver a coordenao motora, o movimento e fortalecimento das mos, braos, pernas e corpo;

    d) favorecer o aprendizado de cores.

    2.2.1.18 Materiais luminosos caixa de luz e lanternas

    Fonte: Autoras, 2008 Figura 23: Caixa de luz e lanternas

    A caixa feita de madeira leve, contendo cinco soquetes com lmpadas coloridas e inclusive a transparente, cinco interruptores e um fio eltrico com um pino na ponta para conectar na tomada.

    Os objetivos gerais so: a) estimular a eficincia visual; b) favorecer o aprendizado das cores; c) proporcionar a estimulao sensorial; d) favorecer o interesse, a curiosidade, o sentido de busca e direo.

    2.2.1.19 Materiais diversos que podem auxiliar na estimulao visual

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    Fonte: Autoras, 2008 Figura 24: Materiais diversos

    Materiais de cores contrastantes, com texturas, formas, tamanhos variados e alguns objetos possuem guizos dentro.

    Os objetivos gerais so: a) estimular a eficincia visual; b) desenvolver a habilidade ttil para reconhecimento de forma,

    tamanho, textura, peso e consistncia; c) facilitar a preenso e o manuseio de objetos; d) descobrir o prazer de brincar.

    CAPTULO III

    A PESQUISA

    3 INTRODUO

    Para demonstrar que a realizao de um projeto de implantao de uma sala de estimulao visual possibilitar o atendimento a pacientes com baixa viso, atravs do uso de equipamentos especficos, maximizando a eficincia visual, e aps a aprovao, em maio de 2008, pelo CEP-Comit de tica e Pesquisa do UNISALESIANO, foi realizada durante o ms de setembro o estudo de caso atravs de pesquisa, observao e visita ao LARAMARA - Associao Brasileira de Assistncia ao Deficiente Visual em Sao Paulo.

    Os mtodos utilizados na pesquisa foram:

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    Estudo de Caso: foi realizada uma visita LARAMARA, onde foram coletadas informaes e observados os equipamentos bsicos para fundamentar o projeto de implantao de uma sala de estimulao visual no CRFDB, no setor de Terapia Ocupacional.

    Observao Sistemtica: foram coletados os dados da instituio, dados da equipe, de sua clientela, rotina de atendimento, recursos fsicos e equipamentos utilizados.

    Entrevista com profissionais: foram coletadas as opinies de profissionais sobre o trabalho realizado com crianas de baixa viso.

    As tcnicas utilizadas na pesquisa foram: Roteiro de Estudo de Caso. (Apndice A) Roteiro de Observao Sistemtica. (Apndice B) Roteiro de Entrevista com Terapeuta Ocupacional. (Apndice C) Roteiro de Entrevista com Oftalmologista. (Apndice D) Roteiro de Entrevista com Pedagogo. (Apndice E) Termo de responsabilidade (Apndice F) Planta Baixa da Sala de Estimulao Visual. (Apndice G) Planta Baixa com equipamentos. (Apndice H)

    3.1 A LARAMARA

    A LARAMARA - Associao Brasileira de Assistncia ao Deficiente Visual atua desde 1991 e referncia no Brasil nos tratamentos para baixa viso e apoio educao e incluso de crianas com deficincia visual e mltipla deficincia, na faixa etria de 0 a 21 anos.

    tambm um centro de propagao de conhecimentos e experincias, alm de produzir materiais pedaggicos, gerar recursos e tecnologias para melhorar a qualidade de vida e promover a incluso social da pessoa com deficincia visual (Figura 25).

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    Fonte: Laramara, [s.d] Figura 25: Fachada da sede da LARAMARA - So Paulo

    Com sede na Barra Funda, em So Paulo, a instituio tem uma equipe de mais de 200 funcionrios, sendo 25 com deficincia visual, e 150 voluntrios, ocupa uma rea superior a 8.000 m2. Alm da contribuio de empresas e voluntrios, a LARAMARA conta com o apoio de unidades de negcios como grfica, agncia de publicidade, estdio de som, auditrio e restaurante (Figura 26). Cada unidade independente e tem todo o lucro revertido para o trabalho da Instituio.

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    Fonte: Laramara; [s.d.] Figura 26: Unidades de negcios LARAMARA

    Nesses dezesseis anos de trabalho recebeu 8.000 famlias e possui 700 crianas e jovens integrados em algum tipo de programa ou servio. O programa de Preparao para o Trabalho capacitou cerca de 500 jovens em seus cursos.

    3.2 A rotina de atendimento na LARAMARA

    Na LARAMARA, antes de ser integrada ao atendimento, a famlia passa por uma triagem que inicia-se com a avaliao no Servio Social. Depois, encaminhada para avaliao clnica e funcional.

    As crianas so avaliadas por oftalmologistas que realizam o exame oftalmolgico completo e determinam a conduta. Estes so submetidos s avaliaes especficas para:

    3.2.1 Acuidade visual

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    As crianas so submetidas medida da acuidade visual pelo mtodo de Cartes de Acuidade de Teller (CAT). Trata-se de um mtodo objetivo de quantificar a acuidade visual em bebs, crianas pr-verbais e portadoras de mltiplas deficincias.

    O CAT baseia-se na preferncia natural das crianas por alvos com padro, olhar preferencial. O padro utilizado no CAT o de listras brancas e pretas alternadas. composto por uma srie de pranchas de listras com larguras decrescentes em uma metade e um campo homogneo na outra.

    Atravs de um orifcio central, o examinador observa a direo do olhar da criana.

    So considerados o primeiro e o ltimo resultado da medida de AV pelo CAT, sempre com melhor correo ptica e so considerados sempre a resposta do melhor olho da criana.

    3.2.2 Avaliao Funcional da Viso (AFV)

    Sua definio pode ser descrita como um processo de observao informal do