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FACULDADES SUDAMRICA

PLANEJAMENTO FINANCEIRO FAMILIAR E ORAMENTO DOMSTICO: prtica e importncia em um grupo no municpio de Cataguases - MG

Alessandra Batista de Melo Nbrega Alves

CATAGUASES 2010

ALESSANDRA BATISTA DE MELO NBREGA ALVES

PLANEJAMENTO FINANCEIRO FAMILIAR E ORAMENTO DOMSTICO: prtica e importncia em um grupo no municpio de Cataguases - MG

Trabalho de Concluso de Curso apresentado s Faculdades Sudamrica como exigncia parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis. Orientadora: MSc. Luciana M. M. Rocha Alves

Cataguases 2010

ALESSANDRA BATISTA DE MELO NBREGA ALVES

PLANEJAMENTO FINANCEIRO FAMILIAR E ORAMENTO DOMSTICO: prtica e importncia em um grupo no municpio de Cataguases - MG

Trabalho de Concluso de Curso apresentado s Faculdades Sudamrica como exigncia parcial para obteno do ttulo de Bacharel em Cincias Contbeis.

Aprovado: xx de dezembro de 2010.

_____________________________________ MSc. Srgio Luiz

__________________________________ MSc. Valria Boya

________________________________________ MSc. Luciana Margarete Mendes Rocha Alves (Orientador)

DEDICATRIA

minha preciosa famlia que foi alicerce no qual me apoiei todas as vezes que pensei em desistir, minha conquista tambm pertence a vocs e a todos que juntos trilhamos o caminho rduo mais gratificante rumo busca do saber.

AGRADECIMENTOS Deus, o autor e consumador de todas as coisas, a honra e glria. Ao meu esposo Luciano pelo estimulo desde o incio e por compreender e apoiar meu esforo, minha filhinha Isabela, meu tesouro, razo da minha vida. minha querida me Rosalina, pelo apoio e por cuidar de minha filha quando eu estava ausente. A toda a minha famlia especialmente aos tios Sebastio e Maria e tambm a tia Marluce e ao primo Rafael. Ao meu pai, que com sua vida me ensinou a buscar objetivos maiores e a no subestimar a minha capacidade. Aos professores, diretor, auxiliares, todos da Faculdade Sudamrica por me ensinarem com suas atitudes a ser uma pessoa melhor. Aos colegas de turma por compartilhar e aprender durante todo esse tempo lies que vou levar pra sempre. A todos os professores, que durante esse percurso me ajudaram a construir meu conhecimento em especial ao professor Alexandre Siqueira, Guaracy Eugnio e Valria Boya por me mostrarem caminhos pelos quais pude chegar ao resultado almejado. minha orientadora professora e mestra Luciana por colaborar to positivamente com o meu crescimento e estar ao meu lado.

uma grande conquista aprender a manejar a prpria vida.

L. Martinez

SUMRIO1 2 INTRODUO .............................................................................................................. REFERENCIAL TERICO........................................................................................ 9 7 12

2.1 Importncia do Planejamento Financeiro Familiar (PFF)........................................

2.2 Planejamento Financeiro Familiar e Oramento Domstico: conceitos e 13 caractersticas................................................................................................................ 2.3 Influncia dos fatores scio-econmicos no hbito de planejar ................................. 15 2.4 O impulso consumista .................................................................................................... 16 3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 18

3.1 Tipo de pesquisa ............................................................................................................. 18 3.2 Forma de coleta dos dados ............................................................................................ 3.3 Tratamento e apresentao dos dados coletados......................................................... 4 5 6 7 18 19

RESULTADOS E DISCUSSES ................................................................................ 20 CONCLUSES .............................................................................................................. 27 REFERNCIAS............................................................................................................. ANEXO 1 - Questionrio............................................................................................... 29

LISTA DE SIGLASPFF PMC Planejamento Financeiro Familiar Prefeitura Municipal de Cataguases

BACEN Banco Central CVM ENEF Comisso de Valores Mobilirios Estratgia Nacional de Educao Financeira

DIEESE Departamento Intersindical de Estudos Socioeconmicos PNAD IEF Pesquisa Nacional de Amostras de Domiclio Instituto de Estudos Financeiros

RESUMO

O planejamento financeiro familiar um assunto que tem ganhado notoriedade com as mudanas decorrentes do grande estimulo comercial e tambm pelas polticas de crdito e financiamento cada vez mais voltadas ao consumidor e suas necessidades. Este trabalho teve como objetivo verificar a prtica e a importncia do Planejamento Financeiro Familiar (PFF) para um grupo de pessoas participantes de uma igreja situada no municpio de Cataguases MG, buscando evidenciar a importncia do PFF enquanto prtica contbil; discutir a influncia da idade, escolaridade e renda no habito do planejamento financeiro e controle oramentrio, bem como analisar as caractersticas e formas de controle oramentrio e verificar o hbito de poupar, o uso de crdito extra-oramentrio e o impulso consumista alm de identificar os meios pelos quais os respondentes tm obtido informaes sobre PFF e controle oramentrio. O Planejamento Financeiro Familiar (PFF) uma forma de organizar as finanas domsticas objetivando criar reservas que possibilitem uma situao mais favorvel ou at mesmo a aquisio de bens. O oramento uma importante ferramenta desse planejamento, pois aponta a origem e as aplicaes dos recursos auferidos. As informaes iniciais obtidas sobre o PFF e oramento so frutos de pesquisas bibliogrficas. Dados primrios foram coletados por meio de questionrio, apontando para o interesse que a maior parte dos respondentes tem pelo assunto. Variveis como idade, escolaridade e renda podem influenciar no processo de deciso sobre o ato de poupar ou gastar. grande a importncia dada para a prtica do planejamento, entretanto alguns encontram dificuldades em concretiz-lo por desconhecerem como executar. Aqueles que conhecem o assunto, em grande parte obtiveram informaes com familiares e amigos, alm de cursos ou escola. Palavras chave: oramento domstico, planejamento e controle.

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1 INTRODUO

No lar ,assim como em uma empresa, a administrao dos recursos de suma importncia, pois serve de base para decises, sobre quanto e como gastar dinheiro. O assunto ainda pouco explorado nas salas de aula, mas j se vem notando uma mudana de hbitos da populao como aponta Nakata (2010) ao externar sua opinio sobre a busca crescente por conhecimentos sobre planejamento financeiro, o mesmo citou o publico presente na 50 edio da Expomoney, que contou com aproximadamente 20.000 (vinte mil) pessoas. Segundo Nakata (2010) tem se percebido que a cada ano que passa a procura por eventos, cursos e palestras sobre esse tema tem aumentado consideravelmente. Por esta razo, surgiu o interesse de pesquisa sobre o tema, e a pergunta: At onde controlamos nosso dinheiro e at onde ele nos controla?. Essa pergunta embora tenha conotao figurada retrata a realidade de algumas famlias que no conseguem administrar suas finanas e por isso torna-se oportuno o estudo do oramento enquanto ferramenta de controle financeiro familiar. Esse trabalho se justifica pela importncia do tema no contexto familiar, pois o emprego dos recursos financeiros da famlia exerce influncia na forma de vida dos indivduos. Assim, o estudo de um grupo especfico de pessoas pode contribuir para o conhecimento e entendimento dos aspectos envolvidos no hbito de realizar o planejamento financeiro familiar. Saber como utilizar os recursos e praticar o planejamento financeiro familiar pode ajudar as famlias a exercerem melhor o seu papel de formadoras de indivduos crticos e socialmente livres e independentes, tanto que a educao financeira j item obrigatrio nos currculos da pr-escola ao ensino mdio de pases como a Inglaterra (Cerbasi citado no MANUAL DE DUCAO FINANCEIRA, 200). Esse estudo desenvolve-se em seis captulos, a contar desta introduo que justifica e expe os seus objetivos.

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No captulo 2 (dois) encontra-se o referencial terico que encontra-se dividido em subcaptulos: a importncia do planejamento financeiro, planejamento financeiro familiar e oramento domstico: conceitos e caractersticas, influncia dos fatores socioeconmicos no hbito de planejar e como administrar o impulso consumista. No captulo 3 (trs) descrita a metodologia utilizada nesse estudo. No capitulo 4 (quatro) so apresentados e discutidos os dados colhidos por meio de pesquisa exploratria realizada a partir da observao indireta que utilizou o questionrio como instrumento de pesquisa. O captulo 5 (cinco), reservado s concluses, foram evidenciados os principais resultados deste trabalho, algumas consideraes e sugestes. Logo em seguida, encontra-se listado o material referenciado que serviu de base a esse trabalho de pesquisa. No existiu a pretenso de se esgotar o tema, haja vista sua complexidade e amplitude. Buscou-se explorar o contedo bibliogrfico existente sobre o tema e realizar levantamento de dados sobre as atitudes, opinies e hbitos de controle financeiro de um grupo especfico de indivduos.

1.1 Objetivos gerais O presente trabalho buscou verificar a prtica e a importncia do Planejamento Financeiro Familiar (PFF) para um grupo de pessoas participantes de uma igreja situada no municpio de Cataguases MG.

1.2 Objetivos especficos Evidenciar a importncia do PFF enquanto prtica contbil; Discutir a influncia da idade, escolaridade e renda no habito do planejamento

financeiro e controle oramentrio; Analisar as caractersticas e formas de controle oramentrio Verificar as estratgias adotadas em situaes emergenciais que envolvem o

uso de recursos financeiros;

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oramentrio

Elucidar o hbito da poupana e do consumo por impulso Identificar os meios pelos quais se obtm informaes sobre PFF e controle

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REFERENCIAL TERICO

2.1 A importncia do Planejamento Financeiro Familiar (PFF)

A contabilidade enquanto cincia social estuda os fenmenos que causam a mutao do patrimnio das entidades e com isso verifica a obteno de recursos e aplicao dos mesmos. Esse mesmo conceito pode ser aplicado ao cotidiano familiar, pois, nas palavras de Assis (1995) citado por Xavier (2009, p. 14) a Contabilidade domstica ou familiar tem como objetivo administrar os recursos econmicos familiares de forma que se possa apurar e demonstar o equilbrio entre os rendimentos e os gastos familiares ou individuais. Atravs de um planejamento financeiro possvel estabelecer metas de consumo realistas e planejar aquisies de mdio e longo prazo, como aquisio de veculo, imveis ou investimento em educao. Controlar aquilo que se ganha e o que se gasta fundamental para ter sucesso financeiro. fato que, com controle financeiro possvel ter uma renda no muito alta e qualidade de vida. O contrario tambm ocorre, pessoas com rendimentos altos e nenhum controle parecem ver seu dinheiro escorrer entre os dedos devido o mau uso deste. Nessa linha de pensamento escreveu Cerbasi (2004) pontuando que riqueza no depende de quanto se ganha, mas sim da forma como se gasta. A realizao de sonhos como a compra da casa prpria, de veculos ou ainda o planejamento do futuro da famlia passa pelo controle financeiro o que vem se tornando uma onda ainda que de forma tmida como citou Cerbasi ao dizer apesar de no ser a principal fonte de preocupao dos brasileiros a busca por controles vem surgindo e provavelmente mostrar o seu esplendor ainda nessa dcada (s.d., p. digital, acesso em 2010). Como pontuou o autor todo jornal, revista e programa de televiso de variedades possui hoje uma seo voltada a economia domstica, aos cuidados com o dinheiro e com os investimentos.

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Mas ainda que no esteja no topo das prioridades da sociedade, o avano do tema tem sido para alguns autores, satisfatrio, pois remete a um possvel futuro mais consciente e financeiramente prspero como afirma Cerbasi (s.d., p. digital, 2010):Estamos amadurecendo, apesar desse assunto ainda estar em segundo plano nos pilares de qualidade de vida, que incluem boa alimentao e cuidados com o corpo. Em um futuro breve, a preocupao com o desempenho das finanas da famlia ser to intenso quanto hoje a preocupao com os hbitos alimentares.

O IEF (Instituto de Estudos Financeiros, 2010) afirma que um bom planejamento financeiro pessoal comea pela criao de um oramento pessoal confivel, o que significa previses com um satisfatrio grau de preciso. E continua analisando que muitas pessoas se deparam com o fato de que as despesas projetadas so sempre superadas. Isto acontece, geralmente, porque o oramento de despesas foi elaborado de modo incompleto.

2.2

Planejamento

Financeiro

Familiar

e

oramento

domstico:

conceitos

e

caractersticas.

Frankemberg apud Strate(s.d., p.digital 2010) conceituou planejamento familiar como o ato de estabelecer e seguir uma estratgia que permita acumular bens e valores que formaro o patrimnio de uma pessoa ou famlia. Cerbasi (s.d., p.digital, 2010) definiu: Planejar suas finanas significa, portanto, entender o mximo que podemos gastar hoje sem comprometer esse padro de vida no futuro. No universo familiar, grandemente caracterizado por laos de afeto, a questo financeira pode influenciar de forma negativa nas relaes que se estabelecem, visto que o descontrole oramentrio e a falta de planejamento e comunicao sobre gastos so capazes de gerar desarmonia e conflitos. Balbi (2006) discute esta questo mostrando que menos da metade dos casais entrevistados fazem planejamento conjunto para decidir prioridades e que boa parte deles brigam devido a questes financeiras. O oramento apresenta-se como ferramenta para se atingir o planejamento financeiro (TEIXEIRA, 2005) sendo a caderneta uma forma de organizar o oramento e com isso obter um planejamento de despesas e gastos utilizar a caderneta que possibilita listar despesas j consolidadas como: gastos com gua e esgoto, energia eltrica, alimentao, gasolina e transporte.

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A prtica de anotaes oramentrias discutida como fonte de informaes que geram qualidade na efetivao do controle financeiro conforme exposto nas palavras do Instituto de Estudos Financeiros (IEF 2010):Um oramento escrito indica a existncia de um maior interesse pela sua utilizao e fornece informaes de melhor qualidade. Se o oramento no est escrito (apenas na memria da pessoa), fornecendo-lhe informaes sem uma maior preciso, sua efetiva utilidade ser bem menor.

Entretanto, o IEF afirma, tambm, que um oramento escrito e formalmente organizado apenas uma condio necessria para se ter um planejamento financeiro satisfatrio. Muitas pessoas chegam a elaborar um oramento, mas desistem ao verificar que ele no funciona a contento. Na maioria das vezes, o descontrole se d pelo fato das receitas serem menores que as despesas e por falta de um planejamento correto e sistemtico dos gastos. Para Strate (2010) a condio para que o oramento seja construdo e vivenciado levar em conta as implicaes decorrentes dele. Ela afirma ser importante se atingir pelo menos o ponto de equilbrio, o nvel onde receitas so iguais as despesas. Mas segundo a autora esse nvel no aponta sade financeira e sim ausncia de dvidas. Mas na busca pelo equilbrio oramentrio deve-se pensar na seguinte proposta: importante atentar para o fato de que elaborar um oramento no garantia de que o indivduo ter uma vida financeira melhor, pois no basta apenas conhecer onde aplicado o dinheiro preciso refletir sobre as aplicaes. (Infomoney, 2010). Para alguns planejar no tarefa fcil como observou Cerbasi apud Strate (2010) ao afirmar: passar a controlar esses gastos requer intensa disciplina durante um curto perodo de tempo, at que comecemos a prestar mais ateno nele. O entendimento das finanas de um modo geral passa pelo conceito de origens e aplicaes, o que se pode chamar de receitas e despesas. Para se estabelecer um melhor entendimento de receitas e despesas importante enumerar esses fenmenos dentro do ambiente domstico. Todos os autores citam as receitas e despesas mais normais e corriqueiras como destacado a seguir: Receitas so em geral: salrios, receitas de aluguel, penses, mesadas. Despesas, por sua vez so todos os gastos necessrios manuteno do lar como, por exemplo: energia eltrica, gua, alimentao, transporte, moradia entre outros. H ainda

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os gastos eventuais com manutenes espordicas, presentes. Num terceiro grupo os gastos de carter especfico e urgente como doenas, falecimentos e emergncias. Nesta perspectiva, o PFF, algo mais amplo, abordado como um instrumento de controle importante e altamente significativo, por agregar ao mbito familiar a idia da administrao consciente dos recursos, por envolver o estabelecimento de metas e prioridades. Porm em alguns casos isso no tarefa simples, haja vista a diferena cultural e econmica dos indivduos, sobre isso afirma Marques apud Teixeira (2005, pg. 11) que conhecer os recursos e saber como e onde capt-lo e aplicar de forma suficiente requer habilidade e experincia. O oramento domstico de acordo com Assis apud Xavier (2005) um agente de educao e prudncia, no devendo ser utilizado apenas na concepo de controle e racionalidade. um item importante do controle financeiro pessoal que permite o monitoramento de despesas e a previso de eventuais dificuldades.

2.3

Influncia dos fatores socioeconmicos no hbito de planejar

Ao abordar os fatores culturais e sociais envolvidos no hbito de planejar e poupar discutidos em pesquisa sobre estrutura do oramento domstico no municpio de So Paulo, o DIEESE (s.d., p. digital, 2010) relacionou a estrutura de consumo com base no rendimento familiar, ilustrando as diferenas que envolvem o hbito e a motivao de planejar, segundo o estudo:Quanto mais elevada for a renda familiar, tanto maior ser o gasto das famlias em termos absolutos e haver tambm maior diversidade no leque de produtos e servios consumidos entre os membros da famlia. Justamente por isso, as famlias com renda mais baixa acabam por concentrar seus gastos, em termos relativos, nas necessidades bsicas de sobrevivncia com um leque menos diversificado e mais homogneo de consumo.(...) Tais associaes so importantes no somente por verificar o impacto das polticas sociais e econmicas sobre as famlias, mas tambm para analisa-las ao longo do tempo, observando a estrutura do oramento domstico entre regies ou pases, por exemplo.

A influncia da idade, renda e escolaridade so citadas por Trindade et al (s.d., p.14 acesso em 2010) quando atravs de estudo de uma populao feminina verificou-se que quanto menor o nvel de renda auferida pela famlia e individualmente maior a propenso ao endividamento.

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J Sen apud Rocha (2004) o impacto da renda sobre as capacidades sociais contingente e condicional, visto haver necessidades especificas a cada faixa etria de vida. Ainda fazendo meno dos autores acima afirmam que a renda um meio importantssimo de obter capacidades e dentre elas est a de se obter entendimento sobre como administrar seus prprios recursos de maneira racional e eficiente. Em relao idade, Sabia apud Administradores (2007), explicita as diferentes fases financeiras na vida do indivduo. Cada fase tem suas caractersticas, necessidades e objetivos, sempre visando ao longo prazo: Fase pr-aprendizado: 0 a 13 anos a fase da educao financeira. Os pais e educadores so os grandes aliados nesta preparao, que formaro os consumidores, poupadores e investidores de amanh. Fase 1: 14 a 23 anos Largada e formao. A sade financeira comea nesta etapa. Mesada, carto de crdito, cheque. nessa fase que se formam os consumidores e gastadores conscientes. Fase 2: 24 a 33 anos - Perodos e tentativas. a fase das tentaes. O mercado est atrs das pessoas nesta fase com propostas "irrecusveis" de crdito e financiamento. Essa a hora de separar o joio do trigo e avaliar cada gasto e despesa. Fase ideal para assumir riscos maiores e traar metas. Os investimentos que comearem nesta etapa sero importantes e essenciais para seu futuro e tranqilidade financeira. Fase 3: 34 a 43 anos - A vida comea aos 40 Fase da famlia, da especializao, profissionalizao e atualizao. Com os filhos na escola, essa a fase de focar em sua carreira e educao. Sempre de olho, tambm, no seu futuro financeiro. poca de acumular patrimnio. Fase 4: 44 a 53 anos - Meia-idade Com os filhos na faculdade, essa a fase de pensar na aposentadoria. Quanto voc j tem e quanto tempo tem para guardar mais? poca de fazer seguros.Fase 5: 54 a 64 anos - Preparao para as mudanas poca de agir com cautela e conservadorismo. Cuidado para no acabar com tudo o que conseguiu at agora. Fase 6: acima de 65 anos - Merecidas aposentadorias Fase das respostas de tudo o que voc fez nas primeiras fases. Quanto voc guardou? Como est sua situao financeira? Fase 7: Ps-aposentadoria Hora de aproveitar! O importante viver cada fase, pensar no futuro, mas sem esquecer do presente. Conforme as fases acima, possvel perceber que as etapas esto interligadas e que o sucesso de cada uma depende da forma como lidamos com a outra. S para mulheres De acordo com o instituto, o nmero de mulheres com 100 anos ou mais supera em duas vezes o nmero de homens na mesma faixa. Dessa forma, fica claro que elas precisam se preocupar ainda mais em como planejar o futuro financeiro.A maior tarefa, e talvez a mais complicada, o acmulo patrimonial. Nesse ponto,

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as mulheres ainda se encontram em desvantagem. No s recebem menos (na mdia) do que os colegas do sexo masculino, o que acaba refletindo nas contribuies previdencirias e capacidade de poupana, como tambm correm o risco de se ausentar por alguns perodos do mercado, para garantir a criao dos filhos. Com relao ao fator educao em seu artigo Rocha (2004) afirma que:A educao no um bem de mercado nem pblico, mas um bem misto, pois alm dos ganhos diretos das pessoas que esto recebendo a educao, uma expanso geral da mesma pode favorecer a mudana da sociedade. (...) A recompensa oriunda da busca pelo desenvolvimento humano vai alm da melhoria na qualidade de vida, mais inclui tambm a influncia sobre as habilidades produtivas das pessoas e, portanto, sobre o crescimento econmico em uma base mais slida e amplamente compartilhada.

A varivel educao tem fator importantssimo na formao de indivduos mais conscientes de suas finanas como afirma Nakata (2010) ao pontuar que: com a educao financeira, as pessoas passaram a conhecer melhor os produtos financeiros disponveis no mercado, a fazer escolhas inteligentes com aquilo que ganham (...). O autor defende que a busca pelo conhecimento sobre planejamento financeiro pode proporcionar ao indivduo o alvio de anos e anos de sacrifcio e trabalho duro e completa, com a opinio de Derek Bok, ex-reitor da faculdade de Havard que diz: se voc acha a educao cara, experimente a ignorncia, e de fato, as pessoas que buscam conhecer suas finanas e organizar sua vida financeira de forma equilibrada e racional tendem a obter o xito em seus objetivos.

2.4 O impulso consumista

O apelo consumista a causa do endividamento de alguns indivduos da sociedade. De acordo com dados do Banco Central (s.d., p. digital, 2010):A evoluo dos emprstimos, em linha com os gastos referentes a investimento e consumo, segue impulsionada pela demanda intensa em modalidades especficas, como o crdito habitacional (...) as operaes para aquisio de veculos e o crdito consignado.

Segundo Freitas e Moraes (s.d., p. digital, 2010) ao citar dados da Pesquisa Nacional de Amostras de Domiclios realizada em 2008 (PNAD, 2008), se constatou um aumento na renda dos brasileiros de 2,8% (dois vrgula oito por cento) se comparados aos dados do ano de 2007.

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Em linhas gerais esse aumento de renda pressupe aumento tambm no consumo, e por isso possvel observar um aumento de oferta de linhas de crdito, cartes, financiamentos e toda espcie de armadilha aos menos preparados. A administrao dos prprios recursos segundo Sousa e Torralvo (s.d., p. digital, 2010) o caminho para que o indivduo consiga entre outras coisas, satisfazer seus desejos consumistas. Nesse mesmo estudo os autores abordaram o perfil consumista da populao ao citarem o aumento no nmero de cartes de crdito. Teixeira (2005 p. 84) afirma que o consumismo desenfreado pode ser prejudicial ao oramento domstico quando itens mais importantes deixam de ser comprados, uma maneira bem simples de evitar tal fato tambm e sugerida pela autora como, por exemplo: no andar com cartes de crdito na carteira, buscar atividades no mbito familiar ou mesmo fora dele que dispense o uso de dinheiro, buscar ajuda profissional quando for detectado um impulso incontrolvel por comprar, etc. Comprar ou no comprar um ato de deciso, em seu trabalho Souza e Torralvo levantaram esse aspecto do processo decisrio defendendo que o mesmo exerce influncia direta no PFF e afirmaram essa idia da seguinte forma: quando se depara com a possibilidade de comprar uma mercadoria ou contratar um servio, o consumidor forado a tomar uma deciso: efetuar a compra ou satisfazer o desejo de poupar. O estmulo consumista existente no comercio em geral pode desfavorecer os indivduos que no conseguem resistir aos impulsos e lev-los a comprometer seu oramento de forma inconseqente (idem) Existem algumas dicas disponveis em pginas eletrnicas como, por exemplo, o website meubolsoemdia, que podem fazer a diferena antes de tomar a deciso de comprar: verificar quanto a divida ira comprometer o oramento mensal e analisar se realmente uma necessidade urgente e de toda a famlia. Feitas essas consideraes ser possvel ter um planejamento disciplinado e capaz de evitar situaes como, por exemplo, inadimplncia. Outros hbitos simples podem contribuir para o controle do impulso consumista, como sugere Teixeira (2005 p. 85) so eles: nunca comprar no mesmo dia que viu a mercadoria, comparar preos em pelo menos trs estabelecimentos antes de finalizar a compra, estimar quantas horas de trabalho so necessrias para pagar pelo item e sobretudo planejar antes de comprar.

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O Instituto de Estudos Financeiros (IEF) pontua em sua matria Planejamento Financeiro Pessoal que os dissabores das compras feitas por impulso costumam ser bem mais fortes e duradouros que as satisfaes por elas proporcionadas. E sugere como forma de controlar esses impulsos aes como sair sem tales de cheque e cartes de crdito, evitar passar em certos lugares ou mesmo levar as crianas s compras. Strate (2010) ao discutir sobre o assunto declara: necessrio racionalizar para sobreviver dentro daquilo que se recebe e buscar melhoria de vida (s.d., p.digital, acesso em 2010). A administrao dos prprios recursos um processo de auto-conhecimento. Sobre isso afirma Teixeira (2005, p. 11) a maneira como a famlia administra seus recursos tambm afeta sua qualidade de vida, por serem os recursos escassos, considerando a escassez como sendo: Utilizao de um recurso para satisfazer necessidades ou desejos, impossibilitando seu uso para outro propsito (idem). Para Teixeira (2005, p. 19) a organizao familiar influencia na forma com que seus membros interagem uns com os outros e se reflete nas decises que esses tomam e que afetam aos demais. O que importante a um membro do grupo pode no ser para outro e o processo decisrio deve envolver a conversa aberta a fim de dirimir situaes ambguas. Como afirma Oliveira apud Teixeira (2005, p. 50), novas e variadas concepes de valores acerca da vida em comum emergiram no Brasil ao longo das ultimas dcadas, e apesar da crescente evoluo observada em diversos segmentos de nossa sociedade alguns fatores contribuem de forma negativa para um ambiente de estimulo ao consumo consciente e o hbito de poupar e gastar racionalmente.

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3 METODOLOGIA3.1 Tipo de pesquisa

O presente estudo um levantamento de dados primrios do tipo quantitativo, descritivo, que utilizou o questionrio como mtodo de pesquisa indireta que segundo Marconi e Lakatos (2007, p. 98) um instrumento de coleta de dados constitudo por uma srie ordenada de perguntas que visa responder s necessidades de conhecimento de certo problema ou fenmeno. Inicialmente como fonte de dados secundrios, a pesquisa bibliogrfica teve papel relevante para identificao de publicaes existentes sobre o tema, que serviram de suporte para a definio de variveis que direcionaram a pesquisa de campo e as discusses dos resultados apresentados.

3.2. Forma de coleta dos dados

O questionrio utilizado foi construdo com base no exposto pelos autores Halles, Sokolowski e Hilgemberg quando estudaram os hbitos financeiros dos funcionrios da polcia civil e corpo de bombeiros da cidade de Ponta Grossa RS. Originalmente os autores usaram 19 (dezenove) questes dentre estas algumas de cunho especfico queles respondentes, por isso estas perguntas foram subtradas, no presente trabalho, por contar com objetivos diferentes, sem com isso prejudicar na interpretao das questes. O presente estudo se refere aos dados colhidos num grupo determinado de indivduos na cidade de Cataguases MG. O ambiente escolhido para o estudo foi uma igreja protestante

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de denominao Batista, situada na cidade de Cataguases, MG. A Igreja Batista Memorial de Cataguases possui pouco mais de 70 (setenta) membros. Foram distribudos 35 (trinta e cinco) questionrios, obtendo-se retorno de 20 (vinte) desses, ou seja, 28.5% da populao total estimada.. O questionrio usado na coleta de dados continha a identificao da instituio e o motivo de sua aplicao alm de garantir aos entrevistados o anonimato. Foi aplicado no ms de novembro do ano de dois mil e dez, em um dia em que havia grande parte dos freqentadores da igreja e distribudo de forma aleatria a indivduos de ambos os sexos. As perguntas, todas fechadas, foram divididas em 2 (duas) categorias: geral, onde foram colhidos os dados socioeconmicos dos respondentes e especifica, indagando sobre a relao de consumo e posio diante de situaes-problema bem como o nvel de conhecimento acerca do assunto tratado. No Anexo 1 (um) encontra-se o questionrio utilizado nesse estudo.

3.3 Tratamento e apresentao dos dados coletados

Aps a devoluo dos questionrios pelos respondentes, os mesmos foram examinados para verificao de que estavam completos e compreensveis. As respostas foram tabuladas usando a estatstica descritiva bsica para obteno da freqncia relativa e absoluta das variveis. A ferramenta utilizada para tabular os dados foi o Microsoft Office Excel 2003 definido por Strate (2010, p. 14 e 15) como planilhas eletrnicas formadas por clulas, que podem ser alimentadas com dados numricos ou alfabticos. Permite realizar clculos simples como soma, multiplicao, como tambm funes complexas, financeiras e condicionais. O tratamento dos dados foi feito de forma no probabilstica usando o critrio da varivel quantitativa de dados simples fruto da contagem dos resultados obtidos por questo e representados por meio de tabelas segundo prope Silva, Costa e Matias (2010).

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4 RESULTADOS E DISCUSSESNa Tabela 1 encontram-se os dados socioeconmicos dos respondentes. Como apresentado, em sua maioria (45%) os respondentes tinham entre 18 e 30 anos; seguidos por 35% (trinta e cinco por cento) cuja idade estava entre 31 e 45 anos. Apenas vinte por cento (20%) da amostra, ou seja, quatro (4) respondentes apresentavam idade acima de 45 anos. TABELA 01 - Idade, escolaridade e renda dos respondentes. Frequncia absoluta Idade (em anos) 18 a 30 31 a 45 Acima de 45 Total Escolaridade alfabetizados Ensino fundamental Ensino mdio Superior Total Renda De 1 a 2 salrios De2 a 3 salrios Acima de 3 salrios TotalFonte: Dados da pesquisa

9 7 4 20 1 2 8 9 20 6 7 7 20

Frequncia relativa % 45 35 20 100 5 10 40 45 100 30 35 35 100

Ainda de acordo com a Tabela 1, verifica-se que o nvel de escolaridade compatvel com a idade dos respondentes, considerando que se somadas as duas categorias,

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oitenta e cinco (85%) tem no mnimo o ensino mdio cuja idade mnima para seu trmino 18 anos. Pode-se assim, considerar como elevado o nvel de escolaridade dos respondentes, pois quase a metade da amostra (45%) tem nvel superior, seguido pelos de nvel mdio que totalizaram 40% (quarenta por cento), A verificao da renda mdia da populao estudada apontou que 70% (setenta por cento) dos respondentes aufere de 2 (dois) a mais salrios, considerados como referncia o Salrio Mnimo vigente de R$ 510,00 (quinhentos e dez reais) mensais. Estes dados scio-econmicos permitem a inferncia de que o grupo estudado tende a realizar o planejamento financeiro e busca o controle financeiro. Isto pode ser confirmado com os dados contidos na Tabela 2, pois mais da metade desses respondentes (cinquenta e cinco por cento) possui uma caderneta de poupana, o que de incio pressupe interesse em planejar e se precaver acerca de situaes emergenciais e tentativas de projeo do futuro. Entretanto no que concerne ao uso de crditos e emprstimos em situaes emergenciais a Tabela 2 (dois) aponta um resultado para a discusso. A tabela mostra que mais da metade dos entrevistados, 55% (cinquenta e cinco por cento) recorreria caderneta de poupana, seguido de 20% (vinte por cento) que recorreriam a cartes de crdito ou crdito de lojas, segundo o mesmo dado do total 15% (quinze por cento) fariam uso de emprstimos por meio de financeiras e 105 (dez por cento) dos respondentes lanariam mo de outro tipo de meios para auferir o recurso financeiro. Interessante notar que 60% (sessenta por cento), s vezes, recorrem a recursos extraoramentrios e nesse grupo a caderneta de poupana o meio mais usual de captao dos mesmos. TABELA 02 - Meios para suprimir emergncias financeiras e freqncia de utilizao de recursos extra - oramentrios Freqncia absoluta Meios pesquisados Caderneta de poupana 11 Limite de carto de credito carto de lojas 4 Limite de cheque especial 0 Emprstimos em financeiras 3 Outros 2 total 20 Com que frequncia recorre a tais meios nunca 3 As vezes 12 Sempre 5

Freqncia relativa % 55 20 0 15 10 100 15 60 25

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Quase Sempre Total

0 20

100

Fonte: Dados da pesquisa

O resultado obtido demonstra que a caderneta de poupana a forma mais comum de resgate em casos de necessidade e pode ser notada tambm a busca por emprstimos que corresponde a 35% (trinta e cinco por cento) se somados os itens: limite de carto de crdito/carto de lojas; supermercados mais emprstimos em financeiras, o que aponta para um ndice que possibilita a gerao de descontrole e endividamento, visto os altos juros cobrados por tais consignantes de dinheiro.

As questes: voc tem registro de compras onde anota seus gastos e outras despesas mensais? e se voc tem um controle ou registro escrito de suas despesas, de que forma o utiliza? Podem ser analisadas em conjunto, pois tem ligao e se complementam como visto na tabela 3 (trs). A populao pesquisada tem em sua maioria indivduos com algum controle financeiro e desses 60% (sessenta por cento) vislumbra aplicar suas reservar em projetos futuros, (um quarto) da populao disse ter interesse na prtica do planejamento financeiro atravs do uso de um oramento, mas admitiu conhecer pouco sobre o assunto.

TABELA 03 Prtica de PFF e controle oramentrio. Freqncia absoluta Sim, anoto tudo e sei onde est indo o meu dinheiro. Gostaria de ter, mais no sei como fazer. J tentei, mas acabo esquecendo de anotar despesas. No acho necessrio fazer esses controles. TotalFonte: Dados da pesquisa

Relativa (%)

12 5

60 25

2 1 20

10 5 100

A administrao dos recursos financeiros na famlia requer cuidado, pois envolve decises uni e multilaterais. O processo decisrio existe at quando inexistem os controles

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visto que no ter controle tambm pode ser uma deciso. Se h falhas ou lacunas no ato de transferir as despesas para o papel podem surgir desinteresses e por consequncia o abandono da prtica. O aspecto consumista h que ser observado como exemplificado na Tabela a seguir. A maioria absoluta dos entrevistados admitiu comprar por impulso o que em alguns casos pode comprometer a destinao correta dos recursos se o bem ou servio adquirido no satisfizer o grupo.

TABELA 04 - Compra por impulso Frequncia Voc costuma comprar por impulso? nunca s vezes Quase sempre Sempre Total absoluta 1 17 1 1 20 Frequncia relativa - % 5 85 5 5 100

Fonte: dados da pesquisa

De acordo com a Tabela 4 (quatro) 85% (oitenta e cinco por cento) dos respondentes admitiram comprar por impulso s vezes, j os que disseram nunca comprar por impulso totalizaram 5% (cinco por cento) do total, esse tambm foi o nmero dos que disseram comprar por impulso quase sempre e sempre respectivamente. A elaborao de um oramento domstico bem como a sua correta utilizao pode contribuir para que os reflexos do consumismo impulsionado pelo apelo comercial no ocasionem conflitos nem suprimam as necessidades bsicas familiares. Pessoas que saem a fazer compras num supermercado, por exemplo, sem a lista dos itens a adquirir fatalmente compram mais do que necessitariam e muitas vezes acabam deixando de levar o que foram buscar, isso ocorre devido falta de planejamento e poderia ser evitado simplesmente houvesse o hbito de estabelecer uma lista com os itens.

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TABELA 5 Fontes de informao sobre PFF Fontes de informao sobre o assunto Conversa com familiares e amigos Leitura de livros sobre o assunto No tenho Aprendi na escola/ faculdade/ cursos Total N. de indivduos 9 3 2 6 20 % 45 15 10 30 100

Fonte: Dados da pesquisa

Atravs dessa tabela se pode observar que o ambiente familiar responsvel por boa parte do que se sabe de planejamento domstico visto que no grupo analisado a mostra corresponde a 45% (quarenta e cinco por cento), os centros de ensino inclusive educao de nvel superior vem inserindo em suas grades curriculares a discusso, dentre os respondentes 30% (trinta por cento) declararam ter contato com o assunto por meio de instituies de ensino. 15% (quinze por cento) dos que participaram desse estudo exploratrio disseram procurar aprender sobre o assunto por meio de leitura de livros e do total dos respondentes 10% (dez por cento) disse na obter informao alguma sobre o assunto. O envolvimento de todos os membros da famlia e o conhecimento dos objetivos faz com que a confeco e o uso dos controles no seja um fardo e sim uma ferramenta capaz de oferecer condio de maximizar os recursos e minimizar os gastos com suprfluos obtendo com isso um resultado positivo para todos os envolvidos no processo. O numero de pessoas que desconhece educao financeira foi pequeno, mas demonstra que ainda preciso avanar nessa rea. Envolver todos os componentes do lar pode ser uma estratgia altamente produtiva, mesmo aqueles que no contribuem para a obteno dos recursos como, por exemplo, as crianas. Inserir desde cedo os conceitos de poupar e gastar conscientemente ajuda com certeza a formar cidados mais responsveis e economicamente educados e visvel e relevante o papel da famlia na formao do carter dos indivduos como pudemos notar no estudo do ultimo dado proposto. Somente para exemplificar o que foi citado agora, o consumo sem limites usado pelos pais separados como moeda de troca para que os filhos no se sintam prejudicados, esse mtodo usado para comprar o afeto e a aceitao dos filhos diante de tais fatos, embora seja no consiga faze-lo e no oferea nenhum resultado para a educao financeira dessa criana.

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5 CONCLUSES

O presente trabalho procurou demonstrar a importncia pratica do planejamento financeiro no contexto domstico. Ao dissertar sobre o mesmo ficou claro a abrangncia do tema o que o torna atrativo e inesgotvel. Contudo foi possvel entender como a ferramenta oramento pode se aliar realidade daqueles que se dispe em organizar suas finanas e procuram construir bases financeiras mais slidas para o grupo familiar. O oramento sem dvida uma excelente forma de organizar as finanas familiares e obter um planejamento mais eficiente. Adotar a caderneta de anotao dos gastos pode ser o primeiro passo para a aplicao dos controles financeiros na famlia e esse o caminho para aqueles que buscam conhecer melhor suas finanas e controla-las de forma mais pontual e organizada. Ao explorar a literatura possvel observar o consenso dos autores acerca do enorme caminho a ser percorrido rumo educao financeira. A dificuldade encontrada em relacionar material de pesquisa chama ateno e expe uma deficincia que pode acarretar como consequncia um empobrecimento social causado pelo descontrole financeiro. O estudo da bibliografia encontrada mostrou que o assunto tem sido explorado e que a prpria sociedade mostra sinais de interesse por esta realidade.

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Embora a literatura impressa no seja to vasta, os materiais disponibilizados por meios eletrnicos como artigos e trabalhos acadmicos demonstram uma mudana de hbitos e denotam uma visvel preocupao com esse tema e sua importncia no cotidiano familiar. O contato indireto feito por meio do questionrio tambm contribuiu para mostrar o grau de interesse de um grupo a respeito do assunto. O questionrio proposto ao grupo em questo tinha como objetivo conhecer o nvel de entendimento daquele grupo sobre o assunto e apontou que a maioria dos respondentes sabe o que planejamento financeiro familiar e efetua o controle por meio da ferramenta oramento. Ficou evidente na anlise dos dados obtidos o aspecto consumista da populao estudada, e como esse aspecto afeta a renda das famlias. Tambm foi percebido por meio do questionrio aplicado que o grupo tem conhecimento sobre planejamento financeiro familiar e que a grande parte dos envolvidos nesse estudo aprendeu no seio familiar esses conceitos, ficou evidente que a grande maioria dos participantes tem o desejo pela organizao de suas finanas. O desafio da mudana dos hbitos do consumidor frente realidade sufocante e apelativa em que vivemos nos d a exata dimenso do que temos que renunciar. Mas engana-se quem pensa que ter que sofrer privaes por conta do planejamento financeiro, pois quando se tem disciplina tudo fica mais fcil. importante ressaltar que ter planejamento financeiro requer alm de habilidade e conhecimento tambm pacincia e dedicao, para que os resultados possam refletir na ntegra a realidade e a sade financeira da famlia, proporcionando a esta condies de cumprir seu papel de agente formador de indivduos capazes de tomar e assumir suas prprias escolhas. Cidados mais bem preparados para assumir as rdeas da prpria vida e de suas finanas com conhecimento e senso crtico. Muito h que ser estudado ainda e essa busca pelo saber que liberta as pessoas da ignorncia, inclusive financeira, e os tornam capazes de tomar decises frutferas para si prprias e suas famlias. Espera-se, contudo, que este trabalho contribua para o conhecimento dos controles financeiros no lar e como sua aplicabilidade pode trazer resultados satisfatrios para o grupo.

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Sugere-se que trabalhos e cursos abrangendo a aplicabilidade do oramento como ferramenta possam ser realizados e ampliadas a sua ocorrncia nas escolas regulares, nos diversos nveis de ensino, considerando que este meio desponta como um dos espaos em que o tema ganha importncia em pases que se caracterizam pelo desenvolvimento. Esta sugesto tem validade para o nvel municipal, consideradas as especificidades de cada grupo, tendo em vista que o presente estudo apontou o interesse do grupo pelo tema, confirmando uma tendncia geral. Assim, o presente estudo contribui para indicar caminhos de interface entre a Contabilidade e as famlias na busca de um maior controle oramentrio e o melhor uso dos recursos na esfera domstica.

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