Todos os dias serão nublados, Todas as manhãs serão cinzentas Todas as tarde sonolentas, Todas as...

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Page 1: Todos os dias serão nublados, Todas as manhãs serão cinzentas Todas as tarde sonolentas, Todas as noites chuvosas E as madrugadas barulhentas Que é.
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Todos os dias serão nublados,Todas as manhãs serão cinzentas

Todas as tarde sonolentas,Todas as noites chuvosas

E as madrugadas barulhentasQue é para não se conciliar

A insônia com o sono.E ao amanhecer com olheiras

Ficar patente o abandonoQue o poeta costuma viver,

Longe de você

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A fumaça do cigarro se misturaCom a poluição do ambienteE o pulmão reclama doentePor conta de um respirar afrontadoE do bater de um coração acelerado

Que só faz viver desanimadoPor não querer mais sofrer.

Longe de você.Todo o amanhã será passadoE passará assim tão caladoQue não dará a perceber

Aquilo que eu tinha pra viver.

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O que eu como, não saboreioO que eu bebo, se faz amargo

E o que eu cheiro, rejeito enjoado

E me dá um fastio danado,Coisas de um apaixonado,

Destes que dá dó de se ver,Longe de você.

O violão se cala desafinado,

A poesia perde o encanto e a magia

Do novo, do surreal, do inusitado

E o que se vê é só lamento,

A solidão é desentranhamento

De quem vive tentando um remédio,

Uma vacina, um antídoto para o tédio

De viver sem você.

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Longe de vocêEu já não quero saber de outra dança,

Se alguém me convida, eu recuso!Digo que estou cansado,

Peço licença e saio apressado,Volto para o meu quarto tão frioE deito assim solitário.