TOPOLOGIA DE CONVERSOR DERIVADO DO CONVERSOR … · um modelo equivalente para um transformador de...
Transcript of TOPOLOGIA DE CONVERSOR DERIVADO DO CONVERSOR … · um modelo equivalente para um transformador de...
TOPOLOGIA DE CONVERSOR DERIVADO DO CONVERSOR TRIPLE ACTIVE BRIDGE PARA
MICRORREDES CC
Walbermark M. dos Santos, Thiago A. Pereira, Henrique R. e Mamede, Denizar C. Martins
Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade Federal de Santa Catarina
Instituto de Eletrônica de Potência, INEP
Florianópolis, Brasil [email protected], [email protected]
Abstract This paper shows a new step up converter derived from TAB (Triple Active Bridge) converter. The proposed con-
verter (here named DAB + DAB) has twice the gain of the conventional DAB converter, 4 bidirectional ports, can operate as a
high-gain DAB or as an interface between monopolar and bipolar dc networks. Have easy making and operation. Has the poten-
tial to be used in microgrids or electric vehicles.
Keywords DAB Converter, TAB Converter, High Step up Converter, Microgrids.
Resumo Neste artigo mostra-se uma nova topologia de conversor elevador derivado do conversor TAB. O conversor proposto
(denominado aqui de DAB+DAB) possui o dobro de ganho do conversor DAB convencional, 4 portas bidirecionais, pode operar
como um DAB de alto ganho ou como uma interface entre redes cc monopolares e bipolares. Possui fácil construção e comando
simples. Tem potencial para ser utilizado em microrredes ou veículos elétricos.
Palavras-chave Conversor DAB, Conversor TAB, Conversor Elevador, Microrredes cc.
1 Introdução
A interligação de diversos conversores e cargas
tem sido atualmente a tendência dos sistemas elétri-
cos e eletrônicos modernos. Carros elétricos e mi-
crorredes têm utilizado cada vez mais conversores
multiportas, pois os mesmo tem a possibilidade de
interligar fontes e cargas de naturezas diferentes.
Dentre os conversores multiportas, merecem des-
taque os que possuem link magnético, principalmente
os conversores da família MAB (Multiple Active
Bridge). As vantagens dos conversores desta família
são: interconexão entre fontes com diferentes níveis
de tensão, o que acontece naturalmente pelo ajuste do
número de espiras dos enrolamentos do transforma-
dor; controle integrado, capacidade de comutação
ZVS (Zero Voltage Switch) e alta densidade de po-
tência (Haimin;Duarte,2008), (Haimin; Kotsopoulos,
2008), (Duarte,2007).
Em contrapartida, a confecção do transformador
de alta frequência e o projeto do sistema de controle
aumenta em complexidade com o crescimento do
número de portas. Todavia, fatores como isolamento
galvânico e a capacidade de manter a alimentação de
cargas em uma porta mesmo com outras portas em
curto-circuito, tornam atrativa a utilização desses
conversores em sistemas como: UPS (Uninterrupti-
ble Power Supply), SST (Solid State Transformer)
e/ou em microrredes.
Em se tratando de microrredes, destacam-se as
microrredes em corrente contínua, existente nos sis-
temas de potência de energia elétrica e também en-
contradas nos veículos elétricos.
Basicamente existem dois tipos de redes (micror-
redes) cc: monopolar e bipolar. A vantagem da rede
cc bipolar reside na capacidade de atender cargas de
mais alta tensão e potência, porém com correntes
menores do que uma rede monopolar equivalente.
Dentro desse contexto, neste artigo é apresentada
uma nova topologia de conversor, pertencente à famí-
lia de conversores MAB. Este conversor, denomina-
do neste trabalho de conversor DAB+DAB, apresen-
ta o dobro do ganho do conversor DAB convencio-
nal, possui 4 (quatro) chaves a mais, porém as chaves
alocadas no barramento de maior tensão estão sub-
metidas à metade da tensão deste barramento.
Para melhor apresentar o estudo, este artigo está
dividido em 4 seções. Na seção 1 foi apresentada a
justificativa da utilização do conversor; na seção 2 é
apresentado o conversor proposto, destacando suas
etapas de operação e principais equações matemáti-
cas; na seção 3 apresentam-se os resultados experi-
mentais obtidos até o momento; por último a seção 4
apresenta as conclusões a respeito do trabalho.
2 O Conversor Proposto
Na Figura 1 apresenta-se o conversor cc-cc bipo-
lar proposto. Este conversor é derivado do conversor
TAB e faz parte da família MAB. O conversor, de-
nominado aqui de DAB+DAB, é formado por 3 (três)
conversores ponte completa conectados de forma a
obter uma saída bipolar no barramento de mais alta
tensão, originando 4(quatro) portas distintas nas
quais podem ser alocados fontes e/ou cargas cc. As
portas podem trocar potência entre si de forma direta
ou pelo transformador. A utilização de um único
transformador facilita a troca de potência entre as
portas e garante uma boa regulação cruzada.
Destaca-se como principais características do
conversor proposto:
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3037
Pertencente à família MAB;
Possui o dobro do ganho estático do DAB equi-
valente;
As chaves do lado de mais alta tensão estão
submetidas à metade da tensão do barramento;
Possui controle simples e centralizado;
Pode ser utilizado como “transformador de esta-
do sólido” em redes cc (monopolares e/ou bipo-
lares) ou como célula básica de SST em redes
ca;
Em quaisquer de suas portas podem ser acomo-
das elementos armazenadores de energia.
Figura 1. Conversor cc-cc bipolar DAB+DAB.
2.1 Determinação das indutâncias equivalentes Lx e
Ly
Para facilitar a análise, os filtros RC de cada por-
ta do conversor são substituídos por fontes de tensão.
A carga na porta 4, é removida e todos os elementos
são refletidos para o lado do enrolamento do trans-
formador que está ligado à porta 1 (um) (enrolamento
primário), segundo o conjunto de equações (1).
2
1 1 2 3' '
i i i i
i i
N NV V ; L L ;com i , .
N N
(1)
As indutâncias 2 3,L L foram projetadas para pos-
suírem valores iguais a 1L L quando refletidas para
o lado primário. Sendo então ' '
1 2 3L L L L , após
a reflexão de todos os elementos para o lado primá-
rio, o conversor passa a ser representado como mos-
trado na Figura 2.
As ondulações das correntes nos indutores de-
pendem de indutâncias equivalentes vistas pelas por-
tas. A indutância equivalente Lx é determinada consi-
derando que a indutância magnetizante tem valor
muito elevado e a corrente iL1 é igualmente dividida
entre as portas 2 e 3, conforme mostrado na Figura 3.
Desta forma, a indutância equivalente xL vista
pela fonte alocada na porta 1 é dada por (2).
Figura 2. Conversor DAB+DAB com todos os elementos
refletidos para o enrolamento do transformador ligado à porta 1.
Figura 3. Circuito equivalente do transformador com as
indutâncias refletidas para a porta 1.
1 52
x
LL L , L (2)
Para determinação da indutância equivalente Ly
um modelo equivalente para um transformador de 3
(três) enrolamentos é apresentado na Figura 4, onde
1 2 3iv ;i , , representa a tensão alternada sob os
enrolamentos do transformador (GU et al 2012).
Figura 4. Circuito equivalente para o transformador de 3
enrolamentos.
Aplicando a Lei das tensões de Kirchhoff, têm-se
as equações de malhas determinadas por (3).
1 21 2
311 3
'
'
'L L
' LL
didiv L v L
dt dt
didiv L v L
dt dt
(3)
Somando-se as equações acima, chega-se a (4).
31 21 2 32 2
'' ' 'LL Ldididi
L L L v v vdt dt dt
(4)
Aplicando a Lei de Kirchhoff das correntes na
Figura 4 têm-se que a do ramo 1 é dada por (5).
1 2 3' 'L L Li i i (5)
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3038
Substituindo-se (5) em (4) e aplicando algumas
simplificações chega-se a (6).
11 2 1 33 ' 'Ldi
L v v v vdt
(6)
De (6) observa-se que a corrente na porta 1 é
formada pela soma das correntes entre a porta 1 e 2 e
a porta 1 e 3. Então a indutância equivalente yL
entre essas portas é dada por (7).
3yL L (7)
2.1 Modulação para o conversor proposto
Diversas técnicas de modulação podem ser apli-
cadas ao conversor DAB+DAB. Todavia, como uma
primeira demonstração de seu funcionamento, será
adotada a modulação PWM a dois níveis. Nesta mo-
dulação, as chaves de cada braço das pontes são co-
mandadas com pulsos complementares. As pontes
alocadas nas portas 2 e 3 são comandadas com a
mesma defasagem angular em relação ao comando da
ponte da porta 1. O fluxo de potência através do
transformador é controlado pela defasagem angular
das tensões aplicadas sob os enrolamentos do mesmo
(técnica phase-shift). Na Figura 5 mostram-se os pul-
sos de comando da modulação a dois níveis.
Figura 5. Modulação a dois níveis 12 13 .
Considerando a indutância magnetizante muito
maior que as indutâncias de dispersão e as indutân-
cias série (com já citado anteriormente), as principais
formas de onda e as etapas de operação nesta modu-
lação são mostradas na Figura 6 e Figura 7 respecti-
vamente.
2.2 Etapas de operação
Para a modulação adotada, este conversor apre-
senta 6 (seis) etapas de operação, mostradas na Figu-
ra 7. Com o objetivo de facilitar o entendimento das
mesmas, será considerado, que em cada etapa, um
conjunto de semicondutores (chaves e/ou diodos)
conduz durante um intervalo angular i , com
1,2,3,4,5,6.i
Etapa 1: esta etapa é caracterizada por não ha-
ver chave conduzindo. Apenas os diodos D1A, D4A,
D3B, D2B, D3C e D2C conduzem a corrente. As corren-
tes nos indutores partem de um valor inicial, e de-
crescem com uma taxa de variação dada por (8). Esta
etapa termina quando todas as correntes passam por 0
(zero) e os diodos entram em bloqueio.
1 31 21 1 1
1 31 22 3 1 1
''
''
L
x x
L L
y y
V VV Vi
L L
V VV Vi i
L L
(8)
Etapa 2: esta etapa inicia-se com o bloqueio dos
diodos e entrada em condução das chaves S1A, S4A,
S3B, S2B, S3C e S2C que já estavam comandadas na
etapa anterior. As correntes nos indutores crescem
com a taxa de variação dada por (9). O final desta
etapa ocorre com o comando de bloqueio de S3B, S2B,
S3C e S2C e habilitação de condução de S1B, S4B, S1C,
S4C.
1 31 21 2 2
1 31 22 3 2 2
''
''
L
x x
L L
y y
V VV Vi
L L
V VV Vi i
L L
(9)
Etapa 3: a terceira etapa tem seu início quando
S3B,S2B,S3C e S2C são bloqueados e S1B,S4B,S1C e S4C
são comandados a conduzir. Contudo, não entram em
condução, devido ao sentido da corrente nos
indutores, que força os diodos D1B, D4B, D1C e D4C a
entrarem em condução. No início desta etapa, o
ângulo de condução, contando desde a origem dos
tempos, é igual ao ângulo de defasagem entre as
tensões, ou seja: . Assim, as correntes nos
indutores assumem o valor ( )Li . Neste instante, a
taxa de variação das correntes nos indutores é mais
suave, sendo determinada por (10). Esta etapa
termina com o bloqueio das chaves S1 e S4.
1 31 21 3 3
1 31 22 3 3 3
''
''
L
x x
L L
y y
V VV Vi
L L
V VV Vi i
L L
(10)
Etapa 4: no início desta etapa, as chaves S2A e S3A
são comandadas a conduzir, mas, devido ao sentido
da corrente, os diodos D2A e D3A entram em
condução. As correntes nos indutores têm valor
( )Li e o ângulo de condução, a contar da origem
dos tempos, é . Nesta etapa, novamente,
nenhuma chave conduz e as três pontes estão em roda
livre. As correntes nos indutores agora decrescem
com uma taxa de variação dada por (11). A etapa 4
termina quando as correntes nos indutores se anulam.
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3039
1 2 1 31 4 4
1 2 1 32 3 4 4
' '
' '
L
x x
L L
y y
V V V Vi
L L
V V V Vi i
L L
(11)
Etapa 5: a quinta etapa tem seu início com o
bloqueio dos seis diodos que estavam conduzindo
anteriormente e a entrada em condução das chaves
S2A,S3A,S1B,S4B,S1C e S4C. As correntes nos indutores
começam a crescer negativamente com uma taxa de
variação dada por (12). A presente etapa é finalizada
quando S1B,S4B,S1C e S4C são comandados a bloquear
e S3B,S2B,S3C e S2C comandados a conduzir.
1 31 21 5 5
1 31 22 3 5 5
''
''
L
x x
L L
y y
V VV Vi
L L
V VV Vi i
L L
(12)
Etapa 6: esta etapa inicia-se com a entrada em
condução dos diodos D3B,D2B,D3C e D2C, devido ao
sentido da corrente nos indutores que, nesse instante,
possui valor ( ) ( )L Li i . A taxa de variação
das correntes durante essa etapa é determinada por
(13). O final desta etapa coincide com o período de
chaveamento da estrutura, quando as correntes nos
indutores assumem o valor (2 ) ( ) (0)L L Li i i .
1 31 21 6 6
1 31 22 3 6 6
''
'' 1
2
L
x x
L L
y y
V VV Vi
L L
V VV Vi i
L L
(13)
2.3 Equacionamento básico
A. Potência transmitida/recebida pelas portas
principais.
Na Figura 6, verifica-se que, durante as etapas 1 e
2 (definidas aqui como trecho I), a corrente nos
indutores podem ser determinadas por (14).
1 21( ) 1
1 22( ) 3( ) 2
'( ) (0)
'( ) ( ) (0)
L I Lx
L I L I Ly
V Vi i
L
V Vi i i
L
(14)
Da mesma forma, durante a etapa 3 (definida aqui
como trecho II), a corrente nos indutores são obtidas
por meio de (15).
Figura 6. Principais formas de onda para o conversor DAB+DAB
na modulação adotada e para 12 13 .
1 21( ) 1
1 22( ) 2
3( ) 2( )
'( ) ( )
'1( ) ( )
2
( ) ( )
L II Lx
L II Ly
L II L II
V Vi i
L
V Vi i
L
i i
(15)
Por serem alternadas e simétricas, as correntes nos
indutores atendem às relações dadas em (16).
01,2,3.
Lj Lj
Lj Lj
i ipara j
i i
(16)
Com base na Figura 6, a corrente média nas por-
tas principais é determinada por (17).
( ) ( )0
2
1,2,3
j Lj I Lj IIs
I i d i dT
para j
(17)
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3040
Figura 7. Etapas de operação do conversor DAB+DAB para a modulação adotada.
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3041
A partir da Figura 6 e de (14) e (15),
determinam-se, (18) (19) e (20)
1 2 1 31
2 3
1 1x x
N V N VI
N L N L
(18)
1 22
2
1y
N VI
N L
(19)
313
3
1y
VNI
N L
(20)
Considerando
3 02 42 3
1 1 2 2N VN V
a ;V VN N
, as
potências demandadas da porta 1 e entregue às
portas 2 e 3 podem ser determinadas por (21), (22)
e (23) respectivamente.
11 1 1 1
2
o
x
V VP V I
a L
(21)
1 22 2 2 1
y
V VP V I
a L
(22)
1 33 3 3 1
y
V VP V I
a L
(23)
Substituindo-se (2) em (21) e (7) em (22) e
(23) encontra-se que a potência demandada da por-
ta 1 e entregue às portas 2 e 3 são dadas respecti-
vamente por (24), (25) e (26).
11
11
3
oV VP
a L
(24)
1 22 12
11
3
V VP P
a L
(25)
1 33 13
11
3
V VP P
a L
(26)
B. Ganho do conversor proposto (MDAB+DAB)
A potência circulante entre as portas 1 e 2 de
um conversor DAB convencional é determinada
pela equação (27) (De Doncker, 1991). Conside-
rando que o conversor supre potência para uma
carga resistiva, a potência demandada pela carga é
encontrada pela equação (28). Combinando-se (27)
e (28) conclui-se que o ganho em malha aberta do
conversor DAB convencional é dado por (29).
1 2 1DABL
V VP
a X
(27)
2
2DAB
VP
R (28)
2
1
* 1DAB
VM k
V
(29)
Onde L
Rk
aX
Para o conversor DAB+DAB, seguindo-se o
mesmo raciocínio, observa-se que o ganho entre as
portas 2 e 3 para a porta 1 são dados respectiva-
mente por (30) e (31).
221
1
* 1V
M kV
(30)
331
1
* 1V
M kV
(31)
Como a tensão na porta 4 é a soma das tensões
da porta 2 e da porta 3 4 2 3oV V V V , pode-se
determinar que o ganho do conversor DAB+DAB é
o dobro do ganho do conversor DAB, como mos-
trado em (32).
2 2 * 1DAB DAB DABM M k
(32)
C. Corrente eficaz nos indutores.
As correntes eficazes que circulam pelos indu-
tores são determinadas resolvendo a equação (33).
Considerando as potências de cada porta dadas
pelas equações (21), (22) e (23), as correntes efica-
zes nos indutores das portas 1,2 e 3 são dadas res-
pectivamente por (34) e (35).
2( ) ( ) ( )0
2
1,2,3
Lj ef Lj I Lj IIs
I i d i dT
para j
(33)
1
1( )12
L ef
x
PI A B C
L
(34)
2( ) 3( ) 1( )
1L ef L ef L efI I I
a (35)
onde
2 3 1 2 3
4
2 2
12 8 2 ;4
4
o
x
x
o
A B VP L
P LC
V
(36)
D. Dimensionamento dos indutores (L1,L2 e L3)
O dimensionamento dos indutores é realizado
utilizando a equação (37) na qual é considerada que
a máxima potência demandada da porta 1 ocorrerá
com a defasagem de 045 .Os indutores das por-
tas secundárias são dimensionados com a equação
(38).
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3042
11
1(max)32
oV VL L
afP (37)
22 3 1L L a L (38)
E. Dimensionamento dos capacitores de filtro (C2
e C3)
Cada porta secundária do conversor pode ser
modelada pelo um filtro RC como mostrado na
Figura 8. As partes destacadas na Figura 6, corres-
pondem à potência reativa que os capacitores C2 e
C3 trocam com a fonte. Nas equações (39) e (40)
são determinadas as parcelas de potência reativa
processada por cada capacitor e pela fonte, respec-
tivamente.
Figura 8. Circuito simplificado da saída do conversor.
2
12 3 1 2
1 2
21
48
V aQ Q aV V
fL aV V
(39)
2
11 1
1
1 2 3
0,5 22 1
12 2o
o
V aQ aV V
fL aV V
Q Q Q
(40)
Os capacitores então podem ser calculados uti-
lizando-se (41).
(max)2 3 2 2
2(m x) 2(min)
2 o
á
QC C
f V V
(41)
3 Resultados experimentais
Um conversor DAB+DAB foi construído e tes-
tado em bancada. Na Tabela 1 mostram-se os dados
do conversor montado. Os testes experimentais
foram realizados com o conversor em malha aberta.
Tabela 1. Dados do conversor DAB+DAB construído.
Grandeza Valores
(V1; V2; V3) tensões das por-
tas
(400; 190; 190)V
(L1; L2; L3)indutâncias exter-
nas (140; 44; 43) μH
a 0,475
P(potência nominal) 1000 W
f (frequência de comutação) 50 kHz
C2 C3 (capacitores de saída) 15 μF
Para o teste inicial da nova topologia, construiu-se um protótipo de baixa potência. Nos testes expe-
rimentais chegou-se a uma potência na carga de 740 W (418 W na porta 2 e 322 W na porta 3). As cor-rentes nas indutâncias são mostradas na Figura 9. Na Figura 10 mostram-se a corrente na porta 2, e as tensões nas portas 2 e 3.Destaca-se que mesmo em malha aberta e com potências diferentes nas portas, a diferença entre os valores medidos e esperados das tensões ficou em torno de 12V para a porta 2 e 14 V para a porta 3. Isso mostra que pode ser esta-belecido um máximo desequilíbrio de potência nas portas para que, mesmo sem nenhum controle, o conversor mantenha as tensões dentro de uma faixa de valores aceitáveis.
Figura 9. Correntes nas indutâncias.
Figura 10. Tensões nas portas e corrente na porta 2.
Na Figura 11 mostra-se a foto do protótipo
construído.
Figura 11. Protótipo do conversor DAB+DAB.
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3043
4 Conclusão
Um novo conversor, denominado de
DAB+DAB, é apresentado neste artigo. O mesmo
possui o dobro do ganho de um conversor DAB
convencional equivalente, e quando comandado
com modulação adequada pode fornecer uma ten-
são bipolar no lado de mais alta tensão. Os semi-
condutores do lado de mais alta tensão são subme-
tidos à metade da tensão do barramento, o que é
uma vantagem deste conversor. Semicondutores de
baixa tensão podem ter menores resistências ou
menores quedas de tensão em condução quando
comparados com alguns semicondutores equivalen-
tes de maior tensão. Outra vantagem é a capacidade
do conversor manter a tensão próxima dos valores
estabelecidos sem a necessidade de malha de con-
trole. O conversor proposto mostra-se então com
grande potencial para ser aplicado em situações na
qual seria utilizado um DAB com uma alta relação
de tensão entre entrada e saída, ou interligando mi-
crorredes cc monopolares e bipolares.
Agradecimentos
Os autores agradecem à CAPES, FINEP e ao
CNPQ pelo aporte financeiro para o
desenvolvimento de pesquisa, e ao INEP (Instituto
de Eletrônica de Potência) pelo suporte logístico e
de infraestrutura necessária para o desenvolvimento
deste trabalho.
Referências Bibliográficas
De Doncker, R. W. A. A.; Divan, D. M.;
Kheraluwala, M. H.,(1991) A three-phase soft-
switched high-power-density DC/DC converter
for high-power applications, , IEEE
Transactions on Industry Applications, vol. 27,
n°. 1, pp. 63-73, 1991.
Duarte, J. L.; Hendrix, M.; Simoes, M. G.( 2007).
Three-Port Bidirectional Converter for Hybrid
Fuel Cell Systems, IEEE Transactions on
Power Electronics, Vol. 22, n°. 2, pp. 480-487.
GU,Chunyang; ZHENG,Zedong; LI,Yongdong;
GAO,Zhigang (2012).Power Balancing Control
of a Multilevel ConverterUsing High-
frequency Multi-winding Transformer, 2012
IEEE 7th International Power Electronics and
Motion Control Conference - ECCE Asia June
2-5, 2012, Harbin, China
Haimin, T.; Duarte, J. L.; Hendrix, M. A. M.(
2008). Multiport Converters for Hybrid Power
Sources, IEEE Power Electronics Specialists
Conference, 2008. Pesc 2008. Vol., pp. 3412-
3418, 15-19 June.
Haimin, T; Kotsopoulos, A.; Duarte, J. L. et
al.(2008), Transformer-Coupled Multiport
ZVS Bidirectional DC-DC Converter with
Wide Input Range, IEEE Transactions on
Power Electronics,Vol. 23, n°. 2, pp. 771-781 .
Anais do XX Congresso Brasileiro de Automática Belo Horizonte, MG, 20 a 24 de Setembro de 2014
3044