Toque no coraçãoMúsica - Sunshine in my shoulder

Cantor - Andy willians

Elaborado em Julho/2004

LhT

O mendigo e o publicitário

Este artigo de autoria desconhecida estava publicado no mural de uma repartição pública.

Um publicitário muito competente estava viajando à Paris a trabalho. O tempo estava lindo e as flores dos canteiros das praças e avenidas estavam se desabrochando, proporcionando aos transeuntes uma visão maravilhosa. Quando o publicitário estava se dirigindo a uma reunião, deparou com um mendigo cego, sentado na calçada.

À sua frente havia um chapéu surrado e

desbotado com algumas moedas depositadas no seu interior. Ao seu lado tinha uma placa escrita a giz com os seguintes dizeres: “Ajude um podre cego, por favor”.

Ao ver a placa e o mendigo, o publicitário parou e sem dizer nada, pegou a placa e apagou o que estava escrito e reescreveu uma nova frase, e depois seguiu o seu caminho.

À tardinha, quando o publicitário estava voltando para o seu hotel e estava novamente passando no mesmo local, o mendigo reconhecendo o publicitário pelo barulho dos seus passos, o chamou.

Senhor! posso lhe falar por um instante? O publicitário respondeu: pois não, o que deseja? Ao olhar o chão viu o mesmo chapéu, só que agora estava com muitas moedas e notas.

O mendigo perguntou: posso saber o que o senhor reescreveu na minha placa? Claro que sim. O sentido é o mesmo, só que a escrevi de outra forma, a frase é “Estamos na primavera em Paris, infelizmente eu não posso ver”.

Um simples ato sem nenhuma pretensão, sem nenhuma grandiosidade, muitas vezes nos sensibilizam. Uma frase, um gesto, um olhar, um sorriso, um abraço, um aperto de mão faz milagres. Eles podem tocar profundamente os nossos corações. Essas pequeninas coisas podem nos emocionar e despertar sentimentos que ficam permanentemente gravados em nossas memórias.

Ao contrário, o choque emocional de alguns acontecimentos, principalmente quando criança provoca traumas que indelevelmente ficam gravadas na mente, no subconsciente. Porem, esses traumas não são possíveis de serem lembrados. Não temos consciência da existência deles. Eles ficam escondido nas profundezas de nossa mente.

Em determinadas situações inconscientemente associamos um objeto, uma música, uma pessoa, um acontecimento ao trauma, provocando reações emocionais e fisiológicas indesejáveis. Essas reações são inexplicáveis para essa pessoa que as sente. É o caso de muitas fobias, medo de altura, medo de espaço apertado, medo do escuro, etc.

Durante a vida nós participamos direta e indiretamente de uma infinidade de acontecimentos. Alguns são lembrados durante toda a vida. São os momentos em que os nossos corações ficaram profundamente sensibilizados. Foram os momentos que sentimos muita felicidade, alegria, satisfação ou nos provocou uma imensa comoção.

Quem não se lembra quando perdeu um ente querido; a morte de um ídolo; o encontro com a primeira namorada; o primeiro diploma; o primeiro emprego; o casamento; primeiro filho; o primeiro neto; a compra da sua casa própria; o primeiro automóvel; o primeiro amor; o primeiro beijo.

Muitas vezes, sentimos felicidade, alegria ou imensa satisfação, mas nesses momentos não conseguimos avaliar bem quão felizes, alegres e satisfeitos estávamos.

Passado o momento, decorrido algum tempo, alguns anos, então vêm às nossas mentes as recordações. Agora ao recordar conseguimos avaliar quão felizes éramos, e sentimos imensa saudade. Algumas vezes, chegamos a conclusão que éramos felizes e não sabíamos.

Meus Tempos de Criança - Ataulfo Alves

Eu daria tudo que eu tivessePra voltar aos dias de criança, Eu não sei pra que a gente cresceSe não sai da gente essa lembrança...

Aos domingos missa na matrizDa cidadezinha onde eu nasci,Ai, meu Deus, eu era tão felizNo meu pequenino Miraí.

Que saudade da professorinhaQue me ensinou o Bê a Bá,Onde andará Mariazinha,Meu primeiro amor, onde andará?

Eu igual a toda meninada,Quanta travessura que eu fazia,Jogo de botões sobre a calçada,Eu era feliz e não sabia!

Eu daria tudo... que eu tivessePra voltar aos dias de criança,Eu não sei pra que a gente cresceSe não sai da gente essa lembrança...

Com o crescimento da população as cidades crescem e as selvas de pedra tomam conta de quase tudo, nos afastando da natureza cada vez mais.

Vivendo nas selvas de pedra os nossos corações também silenciosamente vai endurecendo. Se não tomarmos o devido cuidado eles podem se transformam também em pedra. Podemos perder sensibilidade, a humanidade, a compaixão, a solidariedade, o calor humano. Podemos nos transformar em uma máquina, sem sentimentos, frio e calculista.

À medida que crescemos, à medida que comemoramos mais aniversários, premidos pelas necessidades de sermos cada vez mais competitivo, ou envolvidos pelas agruras da vida, gradual e inconscientemente vamos perdendo a nossa doce inocência, a pureza dos sentimentos, a alegria juvenil, os sonhos ah! que sonhos..., a esperança interminável, e as delícias dos contatos com as belezas da natureza.

Esse desaparecimento da criança que existe em nós torna a vida um fardo. Assim, com muita tristeza sentimos profunda nostalgia dos nossos tempos de criança.

Por acaso umas perguntas: Qual foi a última vez que você contemplou as estrelas? Apreciou o luar? Procurou o Cruzeiro do Sul? Buscou Marte?Tomou um banho em um córrego, no meio das matas? Parou para ouvir os cânticos dos pássaros? Comeu o seu fruto preferido fresquinho apanhado da árvore? Bebeu aquela cálida água na fonte? Sentiu o completo silencio da noite ou da madrugada? Apreciou o maravilhoso entardecer ou amanhecer? Quando esteve somente consigo mesmo?

Andou descalço pelos campos, sentindo a fresca relva aos seus pés? Tomou banho de mar completamente nu? Sentiu o cheiro da terra? Sentiu o frescor dos ventos no rosto em dia de sol? Tomou banho de chuva? Apreciou as gotas das chuvas caindo e regando os campos?

O poeta Casemiro de Abreu em sua maravilhosa poesia “Meus oito anos” expressa com grande propriedade e simplicidade esses sentimentos de nostalgia do tempo de criança.

Meus oito anos - Casemiro de Abreu

Oh ! Que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueiras,À sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais!

Como são belos os diasDo despontar da existência!Respira a alma inocênciaComo perfumes a flor;O mar é - lago sereno,O céu - um manto azulado,O mundo - um sonho dourado,A vida - um hino d'amor!

Que auroras, que sol, que vida,Que noites de melodiaNaquela doce alegria,Naquele ingênuo folgar!O céu bordado d'estrelas,A terra de aromas cheia,As ondas beijando a areiaE a lua beijando o mar!

Oh ! dias da minha infância!Oh ! meu céu de primavera!Que doce a vida não eraNessa risonha manhã!Em vez das mágoas de agora,Eu tinha nessas delíciasDe minha mãe as caríciasE beijos de minha irmã!

Livre filho das montanhas,Eu ia bem satisfeito,Da camisa aberta o peito,Pés descalços, braços nus Correndo pelas campinasÀ roda das cachoeiras,Atrás das asas ligeirasDas borboletas azuis.

Naqueles tempos ditososIa colher as pitangas,Trepava a tirar as mangas,Brincava à beira do mar;Rezava às Ave-Marias,Achava o céu sempre lindo,Adormecia sorrindoE despertava a cantar!......................................................

Oh ! Que saudades que tenhoDa aurora da minha vida,Da minha infância queridaQue os anos não trazem mais!Que amor, que sonhos, que flores,Naquelas tardes fagueiras,À sombra das bananeiras,Debaixo dos laranjais! .

Como é bom recordar os doces momentos de nossas vidas, não é mesmo? Tem um ditado que diz que: “Recordar é viver”. Sem dúvida que é viver. E viveremos muito melhor se estivermos presente de corpo e alma o momento presente.

Entretanto, muitas vezes isso não ocorre. Ou estamos a recordar o passado, ou estamos preocupados e trabalhando exclusivamente para o futuro. O momento presente fica esquecido. Não vivenciamos o momento presente.

Portanto, se não quisermos viver exclusivamente de recordações, temos que fazer com que todo o nosso ser esteja presente a cada momento de nossas vidas, seja de trabalho ou lazer, de alegria ou tristeza, de dor ou prazer, de felicidade ou sofrimento.

Temos que desfrutar e sentir o momento presente. Só o agora é que importa. O amanhã ainda não chegou. Ontem é passado, agora só é lembrança.

Mas não devemos esquecer que todos os nossos atos deste momento tem reflexo no futuro, o futuro é determinado pelos atos de agora. Devemos também aproveitar as lições do passado, aprendendo com os nossos erros e dos outros.

Todas as coisas da vida são importantes. Entretanto o que é mais valioso são os nosso relacionamentos. A convivência com a família, amigos, colegas e outras pessoas. E se essa convivência for afetuosa a vida vai fluir naturalmente sem muitas dificuldades.

Os nossos relacionamentos ficarão melhores se sempre usarmos as palavras mágicas. Temos que empregá-las com sinceridade e com sentimentos. Assim, nos tocamos os corações das pessoas e o nosso também.

As palavras mágicas são: Muito abrigado, Me desculpe, Me perdoe, Por favor, Meu amor, Meu amigo, Querida, Precisa de ajuda? Sinto muitoConte comigo.

Nunca devemos perder uma oportunidade para elogiar um trabalho bem feito, o esforço também, mesmo que o resultado não seja satisfatório.

Nem sempre o resultado é importante. Tão importante quanto o resultado é o trabalho dedicado, é o esforço árduo.

Afinal, somos todos iguais e um dia, sem exceção, todo nos passaremos para um outro plano. Iremos todos para ao mesmo lugar.

Enquanto seguirmos esta breve jornada, sempre que for possível, por que não fazer as pessoas se sentirem melhores e mais felizes?

Por que não tocar os corações com aquele olhar que ilumina a alma, dando aquele sorriso que derrete até um iceberg, dando aquele abraço carinhoso e afetuoso, dando aquele aperto de mão firme, mas suave que diz: eu gosto de você, estou feliz em te ver, senti saudade, senti muito a sua falta?