TOXICOLOGIA
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1 INTRODUÇÃO A ANÁLISES TOXICOLÓGICAS
De modo geral, toda e qualquer substância química é tóxica,
variando de acordo com as condições e quantidade de exposição. Assim, é
possível estabelecer limites de segurança para exposição aos agentes
químicos no que se refere à garantia da saúde e integridade física humana,
mas podendo se excluir os agentes potencialmente carcinogênicos e
mutagênicos, que são extremanente nocivos, independentemente do nível de
exposição. Desta forma, existem níveis máximos permitidos para a exposição
humana aos agentes químicos, às quais devem ser mantidas sempre em
condições seguras de uso e manuseio. Caso não seja possível manter o devido
controle dos níveis de exposição dos agentes, o recomendado é que esses
produtos químicos não sejam utilizados.
É possível avaliar os níveis de toxicidade das substâncias químicas
através de experimentos em animais, porém a seguridade da avaliação só
poderá ser constatada com fidelidade quando aplicados em organismos
humanos. Existem diretrizes éticas e regulamentadoras que restringem as
substâncias que oferecem potencial perigo à saúde humana, sendo necessário,
então, se guiar pelas recomendações e informações fornecidas por estudos
clínicos e epidemiológicos especializados. No entanto, nem sempre essas
informações estão disponibilizadas, principalmente no que diz respeitos a
produtos químicos desenvolvidos recentemente, sendo necessário fazer testes
e constatações de toxicidade prioritariamente em animais, garantindo a coleta e
maior seguridade dos resultados da exposição aos agentes químicos em fase
experimental.
A confiabilidade pode ser estimada a partir dos testes em animais,
porém realizados com uma determinada frequência e avaliando-se diferentes
condições de aplicação e quantidade de exposição à substância submetida ao
experimento e pesquisa, evitando possíveis riscos e danos à saúde humana.
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1.2 Conceito
A toxicologia é a ciência que estuda os efeitos nocivos dos agentes
químicos em interação com os organismos vivos, com a finalidade principal de
prevenir o aparecimento deste efeito, ou seja, estabelecer o uso seguro destas
substâncias químicas.Desta forma, essa área de estudo se ocupa da natureza
e dos mecanismos das lesões tóxicas e da avaliação quantitativa do espectro
das alterações biológicas produzidos pela exposição aos agentes químicos.
Os agentes tóxicos podem ser definidos como:
a) veneno, quando proveniente de animais que produzem a
substância para autodefesa ou caça; b) droga, diante da indefinição da
composição do agente, mas que causa efeitos no organismo; c) farmaco,
quando se possui estrutura química definida; d) antídoto, que possui o efeito de
anular ou minimizar os efeitos dos agentes tóxicos no organismo; e) ação
tóxica, em que se avalia os efeitos que os agentes produzem no organismo; f)
intoxicação, como efeito patológico resultante da atuação da substância no
organismo; g) xenobióticos, se apresentando como um elemento estranho ao
organismo, porém podem oferecer efeitos benéficos ou nocivos
1.3 Historico
Pode- se afirmar, que a cada época histórica teve seu agente tóxico
específico, e que os venenos desempenharam um importante papel na história,
seja com os fins positivos (caça, extermínio de pragas, medicamentos, etc.) ou
com fins criminais, o qual fez com que seu estudo, dos tóxicos, tenha se
desenvolvido gradual e paralelamente a estas práticas.
Desde o homem primitivo, ao longo da experiência acumulada do
contato humano com as elementos presentes no ambiente natural, já havia a
observação dos efeitos das substâncias no organismo, distinguindo-se o que é
nocivo ou o que poderia trazer efeitos benéficos. Com base no acumulo de
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conhecimento acerca dos efeitos das substâncias químicas sobre o organismo,
se foi atribuindo especifidades para seu uso em diversas finalidades.
Na Idade Antiga e Média, os agentes tóxicos eram utilizados para
fins religiosos, médicos, legais (punitivas) e criminais. Passando pelo período
da renascença, começou-se os experimentos com os agentes tóxicos, dando
origem à exploração científica dessas substâncias. Posteriormente, com a
Revolução Industrial, deu-se origem aos estudos toxicológicos no ambiente de
trabalho.
Com o passar do tempo, mais precisamente após a Segunda
Grande Guerra, os efeitos dos componentes tóxicos tomaram uma dimensão
relevante no ambiente do trabalhado, nas diversas áreas dos saberes humanos
e da sociedade em geral. Essa época se experimentou notável
desenvolvimento, deixando de ser apenas a ciência envolvida com o aspecto
forense, e sim uma ciência voltada também para o desenvolvimento das
tecnologias.
Hoje a ênfase é voltada a avaliação da segurança e risco na
utilização de substâncias químicas, como também à aplicação de dados
gerados em estudos ligados aos agentes químicos como base para o controle
regulatório de substâncias químicas nos alimentos, no ambiente das
residências, nos locais de trabalho entre outros. No Brasil, a resolução 1/88 do
Conselho Nacional de Saúde estabeleceu normas a serem seguidas para os
ensaios pré-clínicos e clínicos. A obrigatoriedade de ensaios de substâncias
químicas que trazem danos à saúde é válida também para substâncias
pertencentes a outras categorias tipo agrotóxicos, domissanitários e aditivos
alimentares, com as quais o homem entra em contato como usuário ou durante
o processo de fabricação, ou no manuseio dessas substâncias em seu
ambiente de trabalho, como no caso em estudo dos postos de combustíveis.
Sua regulamentação é feita principalmente pelo Ministério da Saúde, Ministério
da Agricultura e IBAMA.
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1.4 Áreas
A toxicologia é abordade por especialistas de diferentes áreas de
formação profissional, cada um oferecendo as contribuições peculiares de
acordo com as respectivas especialidades, permitindo, dessa forma, o
aprimoramento constante dos conhecimentos e avanços com contribuição
mútua das diversas áreas de atuação como:
Química Toxicológica – aplicada ao estudo dos componentes
químicos dos agentes tóxicos; Toxicologia Farmacológica – que se ocupa do
estudo dos níveis de toxidade dos medicamentos; Clínica - dedicada ao estudo
de identificação dos sinais clínicos sobre os efeitos da intoxicação, orientando
os devidos tratamentos; Forense – relativo aos estudos de intoxicação no seu
aspecto “médico-legais”, identificando e apresentando a causa mortis para a
justiça e eventuais motivações criminais; Ocupacional – dedicada ao estudo
dos riscos de intoxicação no ambiente de trabalho; Veterinária – dedicada ao
estudo dos efeitos dos agentes tóxicos sobre os animais; Ambiental
(Ecotoxicologia) – que estuda os impactos ambientais causados pela emissão
dos agentes tóxicos no ambiente e como elas afetam o organismo humano;
Aplicada a Alimentos – que avalia os efeitos adversos produzidos por agentes
químicos, contaminantes ou naturais, presentes nos alimentos; Genética –
indentificando os efeitos tóxicos sob o material genético do organismo;
Analítica – dedicada à análise dos agentes tóxicos, coletando dados sobre sua
toxicidade, sua concentração tóxica e efeitos no metabolismo; Experimental e
outras áreas.
1.5 Objetivos
Os objetivos dos estudos toxicológicos podem variar de acordo com
a área de atuação em que essa ciência está sendo utilizada, por ser um tema
de abrangência multidisciplinar. Porém, de modo geral, essa ciência tem como
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foco de estudo a observação dos diversos efeitos das substâncias químicas
sobre os organismos vivos, sendo eles humanos, animais ou do reino vegetal,
de acordo com o foco de atuação.
A interação conjunta dos diversos campos de estudos em torno da
toxicologia são essenciais para se poder atingir os objetivos de previnir,
diagnosticar e tratar os efeitos tóxicos sobre os organismos.
1.6 Elementos Básicos
Existem 3 elementos básicos a serem considerados na toxicologia,
são eles:
1) o agente químico (AQ), ou seja, a substância capaz de produzir um
efeito sob o organismo, causando alterações no regimento ou seu
funcionamento;
2) o sistema biológico (SB), ou seja, a espécie do organismo ou os
órgãos específicos do bioma afetado, com o qual o AQ interage, produzindo um
efeito determinado;
3) os resultados dos efeitos dos agentes químicos sob o sistema
biológico, como elemento final para se verificar as diversas especificidades
características do tóxico em contato o organismo.
1.7 Classificação Dos Agentes Tóxicos
Os agentes tóxicos (AT) são definidos como quaisquer substâncias
que produzam efeitos tóxicos nos organismo diante do seu contato, isto é, que
cause alteração funcional ou óbito. A maior parte das substâncias químicas
consideradas como AT são de origem exógenas e identificadas por sua
xenobióticidade.
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A variar de acordo com critérios utilizados, é possivel se apresentar
uma diversidade de modos de classificação dos agentes tóxicos. Pode-se
classificar os Ats de acordo com suas características físicas, químicas ou pelo
tipo de ação tóxica que a substância proporciona.
As características físicas dos agentes tóxicos podem estar
manifestada nos estados: a) gasoso, como fluídos disformes sob condições
normais de temperatura e pressão, a exemplo do CO, NO, NO2, O3, etc.; b)
vapores, que possuem as mesmas características das substâncias gasosas,
porém que assumem o estado sólido ou líquido em condições ambientais
normais, como os produzidos pela volatização de solventes orgânicos a
exemplo do benzeno, tolueno, xileno, entre outros; c) em partículas ou
aerodispersóides, caracterizados por serem fragmentos microscópicos em
estado sólido ou líquido, como a poeira e fumaça.
A respeito das características químicas, a referência para a
classificação dos agentes tóxicos é sua estrutura química, destacando-se como
exemplo os halogêneos, produtos alcalinos, hidrocarbonetos alifáticos ou
aromáticos, metais, entre outros.
A classificação da ação tóxica, é destacado o modo que a
substância atua sob o organismo ou em algum órgão ou sistema funcional
específico. Neste caso, os critérios de classificação verifica se o agente
químico é, por exemplo: Nefrotóxico (que afeta os rins), Neurotóxico (ataca o
sistema nervoso), Hepatotóxico (atua sob o fígado), Hematopoiético (age no
sangue), ou ainda, se é carcinogênico (AS), mutagênico (Aflatoxina) e
teratogênico (Isotretinoina).
1.8 Fases De Intoxicação
É um conjunto de efeitos nocivos representado pelos sinais e
sintomas que revelam o desequilíbrio orgânico produzido pela interação de
agente químico com o sistema biológico.
Fase de Exposição: corresponde ao contato do agente tóxico com o organismo;
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Fase de Toxico-cinética: consiste no movimento do AT dentro do organismo;
Fase Toxico-dinâmica: corresponde à ação do AT no organismo;
Fase Clínica: corresponde à manifestação clínica dos efeitos resultantes da
ação tóxica no organismo.
1.9 Divisão
A toxicologia pode ser dividida nas categorias analítica, clínica e
experimental, em que:
a toxicologia analítica é responsável por detectar o agente químico ou
seus meios de propagação, seja ele através da água, ar, através dos
alimentos, etc.;
a toxicologia clínica se ocupa com a detecção dos sintomas dos agentes
tóxicos no organismo e com a aplicação dos devidos procedimentos
terapêuticos para tratamento para combater os danos causados pela
substância específicada;
a toxicologia experimental se encarrega de estudar os mecanismos de
atuação dos agentes tóxicos sobre o organismo.
Esses três setores possuem relativa autonomia de estudo, de acordo
com suas próprias especificações, mas se interelacionam por sua
complementariedade mútua, sendo essa dinâmica fundamental para o
desenvolvimento dos estudos gerais em toxicologia, possibilitando um contínuo
avanço nas descobertas, desenvolvimento de tecnologias e aprimoramentos
teóricos e técnicos.
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CONCLUSÃO
Considerando que todos as substâncias existentes são toxicas em
determinadas condições e quantidades, a toxicologia se mostra de fundamental
importância por ser a área que se ocupa de estudar e identificar as
características gerais dos agentes tóxicos, possibilitando o desenvolver
tratamentos adequados para combater ou minimizar os sintomas de
intoxicação.
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REFERÊNCIAS
http://www.portaleducacao.com.br/farmacia/artigos/28362/tipos-e-efeitos-de-
acao-toxica-orgao-alvo-onde-atuam#ixzz3hS7a9nZ9
http://www.farmacia.ufmg.br/lato/APTOXG2006.doc
http://www.saude.pr.gov.br/arquivos/File/zoonoses_intoxicacoes/
Conceitos_Basicos_de_Toxicologia.pdf
http://www.unifal-mg.edu.br/latf/files/Introducao%20toxicologia.pdf