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TPGfolitécuico

1 daGuardaPolyteclinicoC Guarda

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

Licenciatura em Design de Equipamento

Hugo Filipe Correia Gomes

‘9

dezembro 1 2014

Escola Superior de Tecnologia e Gestão

Instituto Politécnico da Guarda

R E L AT Ó R I O D E E S T Á G I O

Hugo Filipe Correia Gomes

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO

EM DESIGN DE EQUIPAMENTO

DEZEMBRO/2014

RELATORIO DE ESTÁGIO

i

Ficha de Identificação

Nome e número de estudante:

Hugo Filipe Correia Gomes nº 1010234

Nome da instituição:

Polisport SA

Morada / localidade:

Avenida Ferreira de Castro 818,

Fontanheira 3720-024 Carregosa

Telefone / Fax:

256 410 230

256 410 249

Nome do Supervisor:

Pedro Miguel Gomes de Sá

Grau Académico:

Licenciado

Nome do Orientador:

João Carlos Cerejo Ayres de Miranda

Grau Académico:

Mestre

Início do Estágio:

01/07/2014

Fim do Estágio:

29/08/2014

RELATORIO DE ESTAGIO

ii

Plano de estágio

O plano de estágio teve em conta aspetos como a integração no Centro de

Design da Polisport, um dos departamentos que compõem a empresa e o objetivo de

auxiliar nos projetos de produção e criação de produto.

As principais atividades realizadas no período de estágio foram:

Desenho 2D de componentes, principalmente metálicos;

Modelação de componentes 3D;

Conceção de Gabaritos de controlo e apoio á montagem de produtos;

Desenho registo de patentes e modelos;

Apoio diário nos serviços/projetos do centro de Design.


iii

Resumo do Estágio

As funções desempenhadas tiveram por base o Desenho 2D e a Modelação em

3D. O primeiro exercício consistiu na modelação de peças já existentes. Este processo

requeria uma análise das peças recorrendo a equipamentos de medida para a obtenção

das dimensões reais e necessárias para a modelação tridimensional.

Após a modelação 3D dos componentes fornecidos criou-se um template, onde

foram colocadas as projeções ortogonais das peças metálicas rigorosamente cotadas.

Estes componentes apresentam uma vasta gama de aplicações, desde suporte, fixação e

montagem de equipamentos diversificados.

De seguida houve a necessidade de montar uns guarda-lamas em bicicletas,

referentes a dois conjuntos distintos, para proceder à análise e avaliação do controlo de

qualidade dos mesmos, realizando o levantamento fotográfico para justificar os

resultados patentes numa tabela criada para o efeito.

Após este trabalho, criou-se um gabarito de controlo de qualidade, com o

objetivo de ter uma medida-padrão para testar se as peças se encontram dentro das

normas.

Posteriormente realizou-se a conceção de um molde para obter estofos, a serem

aplicados nas cadeiras de transporte de crianças em bicicletas, tendo como referência

um estofo físico.

O último projeto realizado consistiu em gerar invólucros para capacetes com o

principal objetivo de os tornar esteticamente apelativos levando ao consumo dos

mesmos e ainda ocultar pormenores de fabricação.

Auxiliei ainda na conceção de desenhos 2D para proceder ao registo no Instituto

Nacional da Propriedade Industrial na categoria de Desenho ou Modelo, referente a uma

cadeira para criança e um pousa pés, retirados de montagens tridimensionais criadas

através de componentes fornecidos. Este processo é extremamente importante na área

do Design, pois as criações devem ser sempre salvaguardadas, evitando concorrência

desleal.

Palavras-chaves: Controlo de Qualidade; Gabarito; Registo de Desenho ou Modelo;

Desenho técnico, Modelação 2D e 3D.


iv

Agradecimentos

Em primeiro lugar gostaria de agradecer ao Professor João Miranda pela

disponibilidade que demostrou em me orientar nesta etapa, assim como, o apoio

prestado no decorrer da minha formação.

Ao Eng. Pedro Sá, diretor do Departamento de Investigação e Desenvolvimento

(I&D), por ter mostrado profissionalismo e recetividade para supervisionar o meu

estágio e ainda ao Carlos Amaral diretor do Centro de Design pela flexibilidade,

responsabilidade e bom humor mostrado.

Agradeço ainda ao Departamento dos Recursos Humanos, pela oportunidade que

me foi concedida em poder realizar o estágio curricular na Polisport.

Ao departamento de I&D e de Design pela integração na empresa, por me terem

orientado e pela disponibilidade em me auxiliar nas dificuldades que fossem surgindo,

sem esquecer o ambiente agradável, amigável e bem-humorado que tive a oportunidade

de vivenciar.

Para finalizar agradeço a todos os professores que contribuíram para a minha

formação e me instruíram enquanto futuro profissional, assim como aos colegas e

amigos que presenciaram e me acompanharam nesta etapa. E ainda, aos familiares que

me concederam apoio diretamente e indiretamente no decorrer do meu percurso

académico.

Um obrigado!


v

Índice

Ficha de Identificação ........................................................................................................ i

Plano de estágio ................................................................................................................ ii

Resumo do Estágio .......................................................................................................... iii

Agradecimentos ............................................................................................................... iv

Índice de Figuras ............................................................................................................ vii

Nomenclatura................................................................................................................... ix

1 - Introdução.................................................................................................................... 1

2 - Caraterização da Instituição ........................................................................................ 2

2.1 – Caracterização ...................................................................................................... 2

2.2 – Localização .......................................................................................................... 4

2.3 – História ................................................................................................................. 5

2.4 – Departamento e Centro de Design ....................................................................... 5

2.5 – Produtos ............................................................................................................... 6

3 – Objetivo do trabalho ................................................................................................... 7

4 - Trabalhos desenvolvidos ............................................................................................. 9

4.1 - Modelação Virtual 3D de componentes ............................................................... 9

4.1.1 - Objetivo da tarefa: ......................................................................................... 9

4.1.2 - Processo de conceção: ................................................................................... 9

4.2 - Desenho técnico de componentes ....................................................................... 12

4.2.1 - Objetivo da tarefa: ....................................................................................... 12

4.2.2 - Processo de conceção: ................................................................................. 12

4.2.3 - Alterações de Template ............................................................................... 15

4.3 - Conceção de Gabarito ......................................................................................... 16


4.3.2 - Processo:...................................................................................................... 17

4.4 - Registo de desenhos ou modelos ........................................................................ 19


4.4.2 - Processo:...................................................................................................... 20

4.5 – Molde de Estampagem para Estofos .................................................................. 23


vi


4.5.2 - Processo:...................................................................................................... 23

4.5.3 - Conceção do molde para estampagem: ....................................................... 25

4.6 – Guarda-lamas ..................................................................................................... 27


4.6.2 - Processo:...................................................................................................... 27

4.7 - Criação de microshell ......................................................................................... 31


3.7.2 - Esponja para capacete ................................................................................. 33

5 - Conclusão .................................................................................................................. 35

6 - Referências ................................................................................................................ 37

Anexos ............................................................................................................................ 38


vii

Índice de Figuras

Figura 1 - Organograma vertical referente à Polisport. .................................................... 3

Figura 2 - Localização Polisport ....................................................................................... 4

Figura 3 – Polisport. ......................................................................................................... 4

Figura 4 - Exemplo de Produtos Polisport........................................................................ 6

Figura 5 - Peça metálica 1. ............................................................................................. 10

Figura 6 - Peça metálica 2. ............................................................................................. 10

Figura 7 - Render peça metálica 1. ................................................................................. 10

Figura 8 - Render peça metálica 2. ................................................................................. 10

Figura 9 - Template A3 realizado para a Polisport........................................................ 12

Figura 10 - Exemplo de um desenho técnico A4............................................................ 13

Figura 11 - Formulário de Desenho Técnico. ................................................................. 14

Figura 12 - Template pertencente à KTM. ..................................................................... 15

Figura 13 - Template pertencente à Polisport. ................................................................ 15

Figura 14 - Desenho técnico do perfil. ........................................................................... 16

Figura 15 – Pormenor do guarda-lama. .......................................................................... 16

Figura 16 - Gabarito designado “passa não passa”......................................................... 17

Figura 17 - Desenho técnico do Gabarito. ...................................................................... 18

Figura 18 - Cadeira para registo de desenho ou modelo. ............................................... 19

Figura 19 - Conjunto de peças para cadeira. .................................................................. 20

Figura 20 - Render cadeira bebé. .................................................................................... 21

Figura 21 - Principais desenhos para registo. ................................................................. 22

Figura 22 - Digitalização do estofo. ............................................................................... 23

Figura 23 - Contorno do estofo....................................................................................... 24

Figura 24 - 3D Estofo. .................................................................................................... 24

Figura 25 - Molde para Estofo. ....................................................................................... 26

Figura 26 - Guarda-lamas Mississipi. ............................................................................. 28

Figura 27 - Guarda-lamas Colorado ............................................................................... 28

Figura 28 - Guarda-lamas: Mississipi 16-20. ................................................................. 29

Figura 29 - Guarda-Lamas: Colorado 24-26. ................................................................. 29


viii

Figura 30 - Guarda-lamas 24-26 em roda 24. ................................................................. 29

Figura 31 - Guarda-lamas roda 24-26 em roda 26.......................................................... 29

Figura 32 - Indicações do capacete................................................................................. 31

Figura 33 - Render capacete + Microshell...................................................................... 32

Figura 34 - Estudos de aplicação de padrões na microshell. .......................................... 33

Figura 35 - Desenho Técnico da esponja........................................................................ 34

Figura 36 – Render da Esponja par capacete. ................................................................. 34

Índice de Tabelas

Tabela 1 – Avaliação guarda-lamas................................................................................ 30

Índice de Anexos

Anexo 1 - Portefólio de produtos Polisport ...................................................................... A

Anexo 2 - Modelação 3D.................................................................................................. B

Anexo 3 - Desenhos técnicos............................................................................................ C

Anexo 4 - Registo de desenho ou modelo ........................................................................ D

Anexo 5 - Desenho técnico: Molde e Estofo .................................................................... E

Anexo 6 – Capacetes ........................................................................................................ F


ix

Nomenclatura

2D Bidimensional

3D Tridimensional

CAD Desenho assistido por computador

CD Centro de Design

Depart. Departamento

Eng. Engenheiro

I&D Investigação e Desenvolvimento

mm Milímetro

PDF Portable Document Format (Formato Portátil de Documento)


x

“Para mim, não há nada mais importante no futuro

que o desenho. É a alma de tudo o que é criado pelo

homem”

Steve Jobs


1

1 - Introdução

No âmbito do estágio da Licenciatura de Design de Equipamento, este relatório

tem como principal objetivo descrever as atividades realizadas ao longo deste período

na empresa “Polisport” e pretende não só aplicar como também aprofundar os

conhecimentos adquiridos ao longo do curso, assim como a integração no meio

profissional.

No mundo atual, as diversas áreas de construção ou de criação como a

arquitetura, engenharia e o design, procedem de forma semelhante no que diz respeito à

linguagem do desenho, respeitando um conjunto de normas.

Para tal surge o desenho técnico que tem como principal objetivo a

uniformização da comunicação do desenho entre a criação e a produção, sendo dessa

forma uma ferramenta indispensável de informação entre a interpretação e a

representação de um projeto. Podendo ser um simples esboço com as cotas máximas

passando por um desenho técnico rigoroso.

Dessa forma a introdução de medidas, escala, perspetivas torna-se indispensável

ao desenho, tornando-o assim mais concreto e possível de o realizar. A aplicação do

desenho técnico é de tal forma importante que não se tornou apenas imprescindível no

mundo industrial, também é visível no mundo da moda, da infografia, entre outros. Esta

é sem dúvida uma linguagem universal que permite comunicar sem dificuldades.

Num primeiro ponto será abordado uma descrição sobre a empresa onde foi

realizado o estágio e no qual será feita uma caracterização detalhada englobando a sua

localização, história, ramo de atividade e produtos.

O segundo tópico irá descrever as tarefas realizadas ao longo da época de

estágio, descrevendo com pormenor os objetivos das tarefas, e ainda a forma como

foram executadas. Conclui-se com uma breve análise das dificuldades encontradas e

como estas foram superadas.

Por último estarão anexados todos os ficheiros relativos aos projetos realizados,

contribuindo para a compreensão do presente documento.


2

2 - Caraterização da Instituição

2.1 - Caracterização

A Polisport é uma empresa que se concentra na produção de produtos

inovadores para veículos de duas rodas, garantindo desempenho, qualidade, segurança e

diferenciação.

A marca é representada em mais de 60 mercados internacionais, estando

inteiramente focada no comércio de acessórios para veículos de duas rodas. A Polisport

labora para as indústrias de bicicletas e motas, sendo especializada em plásticos.

A empresa é a principal produtora europeia de baby-lugares1, no mercado de

bicicletas, esta define quais os padrões exequíveis para a indústria. Esta gama de

produtos inclui ainda guarda-lamas, garrafas de água, capacetes, entre outros.

A estratégia da Polisport tem como principal objetivo promover a inovação,

através de lançamento contínuo de produtos, tecnologias e processos inovadores.

Focaliza-se na divulgação da imagem da marca e do serviço, pela criação de

colaborações com clientes e fornecedores. [1]

A Polisport trabalha segundo o Sistema de Gestão de Qualidade seguindo a

norma NP EN ISO 9002, estabelecida e aplicada em 1998 e encontra-se estruturada

segundo o seguinte organograma, figura 1. A empresa rege-se segundo uma estrutura

vertical.

1 Cadeira infantil, adaptável a bicicleta.


3

Figura 1 - Organograma vertical referente à Polisport.

A organização vertical é aquela que no topo está presente o presidente da

empresa, surgindo abaixo deste, vários departamentos que são comandados pela

responsabilidade de um supervisor.

A tomada de decisões desenvolve-se para cima e para baixo no organograma, a

colaboração entre funcionários e gerentes sobre os processos da empresa ou questões

acontece em um ambiente muito bem estruturado, que inclui reuniões e monitoramento

constante.

Numa organização vertical, as decisões vêm da administração pela hierarquia até

aos funcionários, estes recebem um conjunto de diretrizes a serem seguidas.


4

2.2 - Localização

É uma empresa internacional sedeada no norte de Portugal, justamente em

Oliveira de Azeméis, distrito de Aveiro, e que está organizada em três unidades

produtivas num total de 19000 m² de área coberta e emprega cerca de 160

colaboradores.

Figura 2 - Localização Polisport [2]

Figura 3 – Polisport [3]

Endereço:

Avenida Ferreira de Castro 818,

Fontanheira 3720-024 carregosa.

Oliveira de Azeméis

Telefone:

256 410 230

256 410 249

E-mail:

[email protected]

Website:

www.polisport.com

Horário:

8:00h Às 17:00h


5

2.3 - História

Fundada em 1978, por Pedro Araújo, que para além de líder comercial era

também o único funcionário, só em 1982 o empresário individual, renasce numa firma

com o nome de “Pedro e Paulo Araújo Plásticos, Lda.” e inicia a produção de guarda-

lamas em plástico, onde as primeiras exportações para o mercado espanhol datam de

1984.

Foi entre 1988 e 1996, que se deu início à produção de cadeiras de bebé para

bicicletas, englobando os próprios moldes de guarda-lamas, capacetes e garrafas de

plástico para ciclista, surgindo a empresa no mercado como a conhecemos hoje.

De 2005 a 2011, foram estabelecidos os departamentos de Marketing, Logística

e IDT. Nestes anos a Polisport passa a ser reconhecida como a empresa mais inovadora

de Portugal, tendo vencido diversos prémios de inovação, design e durabilidade dos

seus componentes de plástico e injeção por parte de moldes.

2.4 - Departamento e Centro de Design

Foi neste departamento que realizei o meu percurso enquanto estagiário no qual

fui conduzido e auxiliado pelo designer de produto Carlos Amaral, atual responsável

pelo desenvolvimento de artigo no ramo empresarial. É constituído por um elemento e

funciona em conjunto com o departamento de I&D e de marketing, tendo como objetivo

principal desenvolver produtos e melhorar os já existentes, de modo a serem exequíveis

em produção e gerar vendas.

A metodologia de trabalho utilizada neste contexto consiste em dar resposta aos

pedidos inseridos num sistema informático pelos diversos departamentos, onde esses

são categorizados e organizados segundo as necessidades, através de datas solicitadas

para a sua conclusão.

Para dar início a um pedido, geralmente é realizada uma reunião com o

responsável para saber quais os principais pontos a ter em conta no processo, repetindo

o procedimento quando se conclui o mesmo com o solicitador do pedido. Estas reuniões


6

pressupõem analisar e certificar que tudo se encontra como foi sugerido pelo requerente.

No final do projeto, todos os ficheiros são introduzidos no sistema informático para que

possíveis alterações se possam fazer no futuro.

2.5 - Produtos

A empresa desenvolve produtos autenticados na sua marca, realizando

metodologicamente cada artigo de raiz. Este processo inicia-se com uma pesquisa

detalhada de tudo aquilo que existe no mercado, de modo a obter peças inovadoras.

Todo o processo criativo é realizado internamente desde a análise de mercados até ao

produto final.

Apesar de ter marca própria a Polisport trabalha com outra marcas conhecidas do

seu sector, como a KTM e a Suzuki. Os principais produtos desenvolvidos são

capacetes, garrafas, coletes e proteção individual, assentos para bebés e guarda-lamas.

Na figura 4 estão alguns exemplos de produtos da empresa, no anexo 1 encontram-se

mais produtos desenvolvidos pela empresa.

Figura 4 - Exemplo de Produtos Polisport.


7

3 - Objetivo do trabalho

No primeiro dia de estágio foi-me apresentada a empresa de modo a obter uma

ideia mais aprofundada de como se encontra organizada, quais os trabalhos a realizados

por cada departamento e as suas funções.

O período de estágio compreendeu algumas das fases do design industrial, ou

seja, passar de um esboço ou uma ideia para uma linguagem técnica de forma a

proceder à sua produção. Os projetos de design executam-se segundo uma metodologia

do ponto de vista projetual, isto é, seguem-se várias fases, desde a identificação do

problema até se obter um resultado viável, ou seja uma solução.

A identificação do problema é o início de todos os projetos de design, pois só

assim se consegue atingir a plenitude de um projeto. Este segue várias etapas como a

recolha de dados; a reformulação do problema com base na informação recolhida,

partindo deste modo para o desenvolvimento de uma ideia. É nesta fase que vão

surgindo os primeiros sketches, assim como dar início ao brainstorming2.

Ao longo do estágio foram desenvolvidas diversas atividades, sendo que essas se

basearam no desenho bidimensional e tridimensional. A modelação virtual é uma

ferramenta muito importante no processo produtivo, pois assim o objeto fica

virtualmente concebido para se poder expor e passar à fase de correção e ainda de

produção do mesmo.

Os trabalhos, permitiram ainda o contacto com outras fases de design como a

obtenção do desenho técnico referente a tudo aquilo que foi realizado, uma ferramenta

de comunicação entre projetistas e industrias. Obtive a possibilidade de criar desenhos

para registo na categoria de “Desenho ou Modelos” de uma cadeira de bebé e um pousa

pés para bicicletas, este processo é deveras essencial, pois numa área como o design

cada projeto deve ser salvaguardado pelo seu criador.

No que diz ainda respeito ao design, este nem sempre é um processo obtido de

raiz, isto é, existe o redesign ou a reformulação de algo, que pode englobar o

2 O brainstorming ou tempestade de ideias, é uma atividade desenvolvida para explorar a potencialidade

criativa de um indivíduo ou de um grupo, servindo objetivos pré-determinados.


8

aparecimento de novas técnicas, de novos materiais, para eliminar falhas existentes ou

como estratégia de marketing para renovar o produto no mercado.

Neste parâmetro foi-me solicitado, que realiza-se o microshell de um capacete

para ciclistas, ou seja, a realização do invólucro em plástico, conferindo a este um

aspeto apelativo, levando o público-alvo a adquiri-los quando expostos no mercado.

Este redesign permitiu reformular não só conceitos visuais, como produtos, ou seja,

conferindo a algo já existente uma nova vida.

Concluo que Design pode ser entendido como criação e desenvolvimento de

objetos que serão produzidos industrialmente, estes são obtidos por meio de desenho

técnico.


9

4 - Trabalhos desenvolvidos

4.1 - Modelação Virtual 3D de componentes

4.1.1 - Objetivo da tarefa:

Após uma breve reunião com o Departamento de I&D, o primeiro trabalho

consistiu em modelar virtualmente, no programa informático Inventor profissional

2015, lecionado ao longo do curso, componentes metálicos fornecidos pelo

departamento de I&D. Tinha como objetivo conceber virtualmente peças a 3D, de modo

a obter o desenho técnico para uma possível utilização no futuro, tanto a nível de

simulação virtual, como uma possível produção.

4.1.2 - Processo de conceção:

A realização do desenho assistido por computador permitiu a modelação 3D e

2D das peças. Iniciei o processo como o auxílio de algumas ferramentas de medição

para que o desenho virtual fosse o mais autêntico e fiel ao real.

As ferramentas utilizadas para retirar as medidas necessárias foram a régua,

paquímetro, suta e calibrador de raios, obtendo assim as medidas referentes aos

comprimentos, alturas, larguras, ângulos, raios e outros detalhes necessários.

Nas figuras 5 e 6 estão representadas duas das peças solicitadas, para a criação

do modelo virtual 3D a par do respetivo desenho técnico, ficando os ficheiros

arquivados para uma produção futura.


10

Figura 5 - Peça metálica 1.

Figura 6 - Peça metálica 2.

Nas figuras 7 e 8, estão representados os resultados 3D renderizados, obtendo

imagens realistas. Após a modelação virtual dá-se o cumprimento do trabalho e segue-se a

produção do modelo real tendo em conta os processos de fabrico.

Estes processos consistem na prensagem, quinagem, estampagem, entre outros, que

geram alguns vincos, como se pode analisar nas figuras 5 e 6, ficando assim limitado quanto

à criatividade. Estes são os processos utilizados na confeção das pecas, uma vez que são de

baixo custo de produção, sendo o acabamento um elemento secundário dado que as peças

não ficaram visíveis ao utilizador quando aplicadas.

Uma vez que “A forma segue a função”, este lema é um princípio base do design

funcionalista, as peças formam concebidas tendo em conta a sua utilidade. Esta célebre

frase foi proferida pelo arquiteto Louis Sullivan, cuja influência na arquitetura moderna foi

considerável.

Figura 7 - Render peça metálica 1.

Figura 8 - Render peça metálica 2.


11

Os processos utilizados para a produção de todas as peças devem ser tidos em conta

quando as peças são concebidas e não modeladas, isto quer dizer que atendendo aos

processos é importante analisar as suas vantagens e desvantagens e ainda a função para o

qual as peças são concebidas. O que se conclui com isto é que os processos não restringem

a modelação, mas sim a conceção, pois as peças apenas são modeladas após o processo

criativo.

A modelação virtual também permite a visualização de objetos tridimensionais,

auxiliando à interpretação e ainda facilitando alterações que possam surgir após a

visualização dos mesmos.

No total foram modeladas aproximadamente 23 peças metálicas com máximo rigor,

visando aplicações variadas como fixação, ajustes e suportes de outros componentes como

cadeira de criança ou pousa pés para bicicletas. No Anexo 2 encontram-se todas as peças

modeladas ao longo do estágio.


12

4.2 - Desenho técnico de componentes


Este trabalho teve como principal atributo passar os componentes modelados

tridimensionalmente no ponto anterior para projeções ortogonais de forma a dar

seguimento ao cumprimento do desenho técnico, respeitando a norma Europeia de

projeções. Este é um processo automático, uma vez que as peças se encontram

modeladas virtualmente.

Segue-se a cotagem e o preenchimento da respetiva legenda, tendo como

responsabilidade no final do trabalho reunir com o responsável para saber qual o

material entre outros dados técnicos, assim como confirmar se a cotagem das peças

estariam corretamente inseridas.

4.2.2 - Processo de conceção:

A realização de desenhos 2D de componentes teve por base o desenho técnico

lecionado ao longo do curso, uma língua universal, que tem como objetivo a

interpretação de projetos. Neste trabalho foi exigido a criação de um template3, figura 9,

igual ao existente no departamento CD, pois o software com que laborei é distinto do

que a empresa utiliza, uma vez criado foi a base para a realização deste.

Figura 9 - Template A3 realizado para a Polisport.

3 Template – Folha com margens, configurada e devidamente estruturada, modelo a seguir.


13

Após terminar a configuração do template no Inventor Profissional 2015, foi

inserido como pré-definido no programa utilizado, e deste modo foi possível passar os

desenhos realizados no modo tridimensional para o bidimensional.

Tendo as vistas representadas houve a necessidade de fazer a cotagem, tendo

como objetivo uma leitura perfeita do desenho para a produção da peça. Na figura 10,

está patente um desenho técnico, que foi criado segundo as normas vigentes [A].

Figura 10 - Exemplo de um desenho técnico A4.


14

Como se pode analisar no canto inferior direito, onde é normalmente o local

destacado para a colocação da legenda, esta é composta por tópicos, que são rematados

com informação relativa à peça representada no template. A legenda constitui um dos

elemento importantes do template, pois é aqui que se insere tudo aquilo que é necessário

à interpretação das peças que não está patente nas vistas ortogonais.

O preenchimento da tabela necessita de dados relativos ao nome de quem

desenhou e de quem verificou assim como as respetivas datas destes momentos, o nome

e código da peça englobando o material e espessura, o acabamento e a escala em que se

encontra e ainda, caso necessária uma nota.

Neste caso apresenta o logótipo da empresa e qual o departamento responsável

pelo respetivo trabalho apresentado. Na figura 11, está a representação detalhada de

uma legenda da Polisport preenchida.

Como já foi referido anteriormente foram modeladas virtualmente 23 peças e os

respetivos desenhos técnicos, que podem ser encontrados e analisados no anexo 3, estes

foram elaborados ao longo do período de estágio concluindo assim o trabalho.

Figura 11 - Formulário de Desenho Técnico.


15

4.2.3 - Alterações de Template

Sendo que a Polisport trabalha com outras marcas, sentiu-se a necessidade de

passar alguns dos desenhos técnicos para os template da Polisport, podendo assim

arquivar os ficheiros no respetivo projeto. Como se pode verificar na figura 12, o

desenho no template da KTM é o mesmo desenho no template atual da Polisport, figura

13.

Figura 12 - Template pertencente à KTM.

Figura 13 - Template pertencente à Polisport.


16

4.3 - Conceção de Gabarito


Este trabalho consistiu na criação de um gabarito4, peça com o intuito de avaliar

se os encaixes dos guarda-lamas se encontram nos valores corretos ou incorretos, este é

designado pelo departamento como, “passa não passa”. O gabarito constitui uma

medida-padrão, para testes de controlo e qualidade das peças.

Para conceção deste gabarito ouve uma breve reunião, no qual me foi atribuído

um enunciado com base em medidas máximas, assim como, uma amostra representada

pela figura 15, onde se pode analisar um perfil que será parte integrante de um guarda-

lamas para bicicletas.

O gabarito apresenta em ambas as extremidades, medidas máximas em altura,

ficando de um lado com altura máxima de 5,4 mm (medida correta) do outro 6,6 mm

(medida incorreta), para a verificação das peças.

Este será introduzido nos perfis que darão forma aos guarda-lamas, em ambas as

extremidades, e apenas pode encaixar numa delas seguindo deste modo para produção.

Para facilitar a tarefa do operador este será fixo num suporte rotativo.

Figura 14 - Desenho técnico do perfil.

Figura 15 – Pormenor do guarda-lama.

4 Gabarito – Instrumento, régua, forma ou molde usado para controlar medidas máximas e mínimas.


17

4.3.2 - Processo:

Para a criação do gabarito houve a necessidade de recorrer ao paquímetro para

saber quais as medidas do interior do perfil, medindo a amostra da figura 15. Após a

recriação da “silhueta” foram alteradas as medidas referentes à altura para os valores

fornecidos.

Tendo ambas as extremidades, concebeu-se uma zona retangular no centro, não

só para distanciar as partes constituintes, como também para permitir área de suporte

para a fixação no torno rotativo e facilitar o manuseamento da peça tendo para esse

efeito arredondado as arestas.

Figura 16 - Gabarito designado “passa não passa”.

Na figura 16, está a representação 3D, modelo virtual, do gabarito, onde se pode

analisar as esquinas arredondada para que seja mais fácil penetrar no perfil cerca de 30

mm sem o danificar, não pondo em causa o rigor do controlo exigido.

Na figura 17, está a representação da peça em desenho técnico, segundo as suas

vistas ortogonais minuciosamente cotadas. Este é um processo conseguido de forma

automática uma vez que a peça foi modelada virtualmente.


18

Como se pode verificar no desenho as extremidades correspondem ao pedido

tendo de um lado a altura máxima ficado com 6,6 mm e do outro 5,4 mm.

Dando como concluída este trabalho devo referir que “um projetista deve configurar

a forma a partir da função específica do produto a ser produzido.” [4]

Figura 17 - Desenho técnico do Gabarito.


19

4.4 - Registo de desenhos ou modelos


Este trabalho consistiu em montar componentes virtuais 3D de forma a obter o

produto completo para a realização do registo de desenho ou modelo.

Para executar este trabalho foram-me fornecidos os componentes virtuais 3D da

cadeira, assim como uma fotografia do porta-bebé representada pela figura 18, para me

orientar tanto na montagem como nas linhas a ter em conta para a criação do desenho

para o registo.

Para dar início ao processo de registo o principal objetivo era a criação de uma

imagem nítida, apenas com as linhas necessárias para a representação do produto no que

diz respeito à sua forma, assim como as diversas vistas do produto.

Figura 18 - Cadeira para registo de desenho ou

modelo.


20

4.4.2 - Processo:

Para se proceder ao registo no INPI (Instituto Nacional da Propriedade

Industrial) na categoria de “Desenho ou Modelo” foi necessário proceder às diversas

vistas necessárias da peça, quer ortogonais, quer perspetivadas, para que se possam

mostrar os pormenores necessários patentes na cadeira. Permitindo visualizar o que esta

peça tem de singular tendo em conta outras do mesmo seguimento comercial.

Sendo uma cadeira para transporte de crianças em bicicletas, houve a

necessidade de recriar a cadeira virtualmente em 3D, juntando as diversas peças que a

compõem, obtendo o produto finalizado, sendo assim possível gerar as vistas.

Representadas apenas com as linhas principais que lhe conferem a forma, sem tornar os

desenhos/vistas demasiado pesados ou confusos.

Na figura 19, estão representadas as diversas peças que compõem o conjunto,

dando origem à cadeira designada porta-bebé, apenas não inclui o cinto de segurança.

Figura 19 - Conjunto de peças para cadeira.

Carcaça traz

Carcaça Frente

Estofo

Macho para sinto

Pousa pés

Suporte Cadeira

Suporte pousa pés


21

Após a montagem virtual da cadeira obtive o produto em 3D, como se pode

constatar na figura 20, que constitui um render, ou imagem foto realista do produto

completo.

Figura 20 - Render cadeira bebé.

Na figura 21 temos a cadeira representada com base nas suas linhas principais,

sendo essas as mais notáveis. No anexo 4 encontra-se a continuação do trabalho, que

engloba outra peça para os mesmos fins, essa constitui um pousa pés para cadeira de

criança da coleção Guppy5.

5 Guppy – Nome de uma gama de produtos da mesma coleção destinado a cadeiras de crianças para

bicicletas.


22

Figura 21 - Principais desenhos para registo.

Para concluir o processo de registo, são necessárias descrições detalhadas sobre

os projetos e tudo aquilo que os constitui, assim como os formulários disponibilizados

para registo, estes foram executados pelo supervisor, que procedeu também ao envio

dos ficheiros completos para o advogado da organização, que os faria chegar ao destino

tratando da legalidade dos mesmos quer em território nacional como internacional.


23

4.5 - Molde de Estampagem para Estofos


Inicialmente este projeto consistia em realizar um modelo 3D, assim como o

respetivo desenho técnico de um estofo para um porta-bebé, a partir de uma peça real.

No entanto, foi-me proposto o desafio de criar o próprio molde, para uma futura

produção, de ambas as peças.

Para realizar a conceção do molde para o estofo forneceram-me o ficheiro de

outro. Assim, pude respeitar as medidas máximas bem como os furos e as distâncias

entre eles.

A principal função do molde que concebi é de termoformar uma licra sobre uma

espuma de polietileno ficando assim com o formato pretendido. Houve ainda a

necessidade de otimizar o espaço e consequentemente o tempo de produção, optando

por um molde que executa dois estofos em simultâneo.

4.5.2 - Processo:

O estofo visível na figura 22, foi-me

fornecido fisicamente, para retirar as medidas e

poder modelar virtualmente.

Este foi digitalizado, uma vez que não é

de grandes dimensões, para facilitar a tarefa.

Este estofo é composto por duas partes, a parte

superior é constituída por tecido em licra, sendo

que a inferior é composta por espuma de

polietileno.

Figura 22 - Digitalização do estofo.


24

O passo seguinte, consistiu na importação da imagem à escala real para o

software de modelação e orientá-lo segundo os eixos de coordenadas, podendo de

seguida criar um sketch6, contornando a imagem digitalizada para lhe poder conceder

volume. Na figura 23 está a representação do contorno do estofo em linha verde.

Figura 23 - Contorno do estofo.

Tendo a fase anterior sido concluída foi criado o volume, figura 24, consoante o

modelo real, com uma espessura de 6 mm, e criado posteriormente o desenho técnico,

ver Anexo 5, à escala 1:1. Assim foi possível imprimir e comparar o modelo real sobre

o qual foi criado, verificando se as medidas e a forma coincidiam, terminado esta fase

de conceção.

6 Esboço ou desenho

Figura 24 - 3D Estofo.


25

4.5.3 - Conceção do molde para estampagem:

Para a criação do molde um ficheiro idêntico foi-me facultado para o poder

analisar e usar as medidas máximas, tendo em conta a linha de fabrico.

Em design, é muito importante conhecer os diversos tipos de tecnologias de

produção que existem, pois só assim saberemos quais os processos mais adequados a

empregar na conceção de determinados projetos.

Como fui instruído ao longo da minha formação académica sobre tecnologias de

produção e materiais, tenho consciência quais as vantagem e as desvantagens de cada

processo, o que me leva enquanto futuro profissional a analisá-las sem esquecer

pequenas falhas ou imperfeições que possam surgir, tentando minimizá-las ou tirar

proveito delas. Ser designer é muito mais do que criar, resolver problemas ou marcar

pela diferença num mercado tão vasto como o dos dias que correm, ser profissional de

design é ser conhecedor de todo o processo de industrialização de um componente.

Para realizar este trabalho houve a necessidade de utilizar o ficheiro do estofo

anteriormente criado para dar a forma ao interior do molde, bem como duplica-lo para

poder otimizar o espaço.

Para finalizar o processo tive de ter em conta a espessura do molde atendendo ao

fornecido e respeitando os furos e as ranhuras, para este poder ser concebido e aplicado

nas linhas de montagem da empresa. Como se mostra, na figura 25, o molde tem

capacidade para dois estofos em simultâneo, distribuídos de forma a facilitar a

maquinagem do processo e tendo em vista os baixos custo de produção.


26

Figura 25 - Molde para Estofo.

O molde foi executado em duas partes, sendo que conforme a licra e a espuma

de polietileno eram colocadas sobre o molde em simultâneo, seriam prensados a alta

temperatura, isto é, a parte superior exerce força na inferior, termoformando o tecido na

espuma e cortando a peça final com a configuração pretendida.

O processo de termoformagem alia a precisão técnica ao baixo custo na confeção

dos moldes e na própria moldagem das peças. Por tais características a termoformagem

pode ser utilizada para produção de quantidades grandes ou pequenas, exigindo

precisão, durabilidade, resistência e opções de design.

O perfeito balanceamento entre calor e poder de sucção durante o processo de

moldagem dão às peças termoformadas precisão dimensional e ótima qualidade no

acabamento, quer sejam peças de alto ou baixo-relevo. Este processo é realizado a

quente e obtém-se duas peças em simultâneo.


27

4.6 - Guarda-lamas


Devido a algumas reclamações por parte dos clientes, que adquiriram os

produtos, observaram que estes não estavam bem produzidos, uma vez que não se

adaptavam corretamente ao raio da roda da bicicleta como se encontrava descrito na

embalagem do produto.

No seguimento deste protesto o departamento de qualidade e de I&D solicitou-

me que realiza-se uma análise detalhada de duas famílias de guarda-lamas para

bicicletas. Desta forma o processo consistiu em montar os conjuntos fornecidos nas

respetivas bicicletas, uma vez que variava o raio da roda, de modo a fazer os acertos

necessários e estabelecer comparações introduzindo os dados recolhidos numa tabela.

4.6.2 - Processo:

Inicialmente houve a necessidade de desmontar os guarda-lamas e os

componentes pertencentes às bicicletas, fornecidas para fazer o teste. De seguida a

realização da montagem dos guarda-lamas em que alguns dos modelos permitiam ser

instalados em diversos tamanhos de rodas como mostram as figuras 26 e 27. Na coleção

Mississipi o guarda-lamas para roda 24 também era apropriado para roda 26 antes da

alteração feita por parte do departamento de qualidade.


28

Figura 26 - Guarda-lamas Mississipi. [3]

Figura 27 - Guarda-lamas Colorado [3]

Para poder comparar e analisar se as reclamações realizadas por parte dos

clientes eram ou não fundamentadas, procedi ao registo fotográfico, que nesta situação

era uma ferramenta de trabalho imprescindível. Como verificado nas figuras 28 e 29, é

possível analisar um guarda-lamas bem concebido (Figura 28) e adequado à roda em

que foi montado, já na figura ao lado nota-se que o guarda-lamas é totalmente

desapropriado para o efeito pretendido existindo mesmo falhas no funcionamento quer

no da frente quer no de trás. É possível verificar que o guarda-lamas traseiro é

totalmente impróprio, ficando demasiado alto e perdendo o efeito pretendido, proteger o

utilizador contra salpicos.


29

Figura 28 - Guarda-lamas: Mississipi 16-20.

Figura 29 - Guarda-Lamas: Colorado 24-26.

Numa situação normal, a família de guarda-lamas Mississipi no tamanho 24-26 é

perfeitamente adequado à roda 24, figura 30, mas não à roda 26, sendo que, esta tocava

na roda ao circular, figura 31, tendo sido proposta a alteração da descrição do artigo.

Figura 30 - Guarda-lamas 24-26 em roda 24.

Figura 31 - Guarda-lamas roda 24-26 em roda 26.

Após o registo fotográfico e a análise dos equipamentos montados, houve a

necessidade de organizar e criar uma tabela no Excel para poder organizar a informação.

A tabela está organizada segundo os diversos guarda-lamas testados nos

diferentes tamanhos de rodas, sendo que no fim existe uma cor que indica se esse passa

ou não no teste visual e funcional. Como principais critérios de avaliação a estética e o

funcionamento do equipamento são os mais aplicáveis ao processo.

A avaliação restringe-se a três cores, sendo que a cor verde é de aprovado,

amarelo para discussão e vermelho reprovado.


30

No final, o ficheiro foi enviado para o departamento de controlo e qualidade para

que fosse tomada uma decisão sobre uma possível retirada temporária do produto do

mercado. Isto visava a correção e reavaliação do equipamento.

Tabela 1 – Avaliação dos guarda-lamas.

Mississipi Frente Trás

Avaliação

Guarda-Lamas Tamanho da Roda

Conforme Não

conforme Conforme

Não Conforme

16 - 20 16 X

X

20 X

X

24 - 26 24 X

X

26

X

X

26 - 28 26

X

X

28

X

X

28 28 X

X

Colorado Frente Trás

Avaliação

Guarda-Lamas Tamanho da Roda

Conforme Não

Conforme Conforme

Não Conforme

20 20 X

X

24 X

X

24 - 26 24

X

X

26 X

X

28 28 X

X

Ao interpretar os dados inseridos na tabela, ao longo do processo de avaliação,

pode se observar que no caso do guarda-lamas Mississipi 24-26 é possível apurar que se

encontra bem projetado para a roda de tamanho 24, mas não para o tamanho 26, assim

sendo, a decisão tomada consistiu em mudar a descrição da embalagem do produto para

que a utilização, se empregue apenas no tamanho mais pequeno.

No que diz respeito aos guarda-lamas designado colorado, existem também

falhas de conceção, isto quer dizer que nem todos os modelos se enquadram nos

tamanhos designados, ou seja devem ser ajustados e reformulados.


31

4.7 - Criação de microshell


Este trabalho teve o objetivo de conceber uma mircoshell7 para capacetes de

bicicletas, ou seja, acrescentar um revestimento tornando o produto atrativo de modo a

ingressar no mercado.

Este processo é designado por redesign ou desenvolvimento de produtos

centrado no consumidor, atualmente, é uma abordagem comum à área do design, porém,

nem sempre as empresas atentam para tal necessidade.

Os artigos apresentam uma proposta de reformulação de produto, como

estratégia competitiva, ou seja os resultados baseados em pesquisas com base no

consumidor, pretende reduzir custos e ainda promover o diferencial de mercado

desejado.

Na figura 32, pode ser visualizada a constituição de um capacete, onde as

indicações a vermelho são referentes a zonas que pretendem ser disfarçadas encobrindo-

as por debaixo do invólucro. Estas zonas englobam a localização das fivelas, para não

serem facilmente retiradas, os rasgos para respiração, com melhor acabamento e

esconder pequenas imperfeições de fabricação.

7 Mircoshell - Pelicula fina que recobre a superfície do capacete, sendo geralmente o principal elemento

de decoração.

Figura 32 - Indicações do capacete.


32

O processo de criação da microshell teve por base a modelação virtual 3D, tendo

sido fornecido um ficheiro do interior do equipamento, no qual foi executado por

superfícies de forma a obter uma pelicula exterior sobre este e com a mesma

configuração. Na figura 33, pode ser analisado o capacete renderizado, ou seja numa

imagem foto realista onde já é visível a microshell a laranja.

Este processo de redesign consistiu em conferir ao capacete um acabamento

mais minucioso a ser realizado em plástico por via de molde de injeção. Estes plásticos

protetores que revestem as peças podem ser modificados em cores e introduzidos

padrões tendo em conta as necessidades de mercado assim como o público-alvo a que se

destinam.

Figura 33 - Render capacete + Microshell.

De modo a exemplificar o já referido anteriormente realizei alguns ensaios, onde

inseri padrões sobre as peças, de modo a demostrar a versatilidade da peça. Os padrões

foram escolhidos durante uma pesquisa de imagens, apenas com o intuito de apresentar

um modelo.

Estes padrões ou tonalidades poderão ser personalizadas pelo consumidor se

assim se justificar o investimento.

No caso de peças realizadas para crianças, estas poderão apresentar na sua

ornamentação imagens relativas a desenhos animados com o qual se identifiquem.


33

Figura 34 - Estudos de aplicação de padrões na microshell.

O processo de modelação seguiu algumas normas, para obter a montagem dos

dois componentes alinhados, ou seja obtendo um encaixe sem falhas.

Como tal, houve a necessidade de encontrar um ponto comum entre as duas

peças e associá-las segundo dois eixos de coordenadas, pois só deste modo o produto

final resultaria num ficheiro sem falhas e pronto a ser fabricado.

Este processo englobou três modelos distintos de capacetes, como se pode

verificar na imagem 34. Os ficheiros relativos às microshells podem ser consultados no

anexo 6.

3.7.2 - Esponja para capacete

Para dar resposta a mais um pedido proposto, no seguimento do mesmo projeto,

houve a necessidade de produzir um desenho técnico e vetorial para realizar o corte a

laser de uma esponja, a colocar no interior do capacete para ciclistas.

Esta esponja detém como função conferir conforto ao capacete quando colocado,

uma vez que nem sempre a sua configuração é ergonómica para todo o tipo de crânio,

criando uma ligeira folga que se poderá adaptar, é ainda utilizada de modo a diminuir a


34

transpiração durante a prática de desporto e ainda amortece a pancada numa eventual

queda.

Este é um elemento que é colocado através de um sistema de velcro, o que

permite a sua substituição sempre que necessário.

Na figura 35 encontra-se o desenho em 2D da esponja, o desenho vetorial foi

retirado do mesmo ficheiro sendo gravado em DWG para se poder proceder ao corte,

pois o equipamento interpreta esta extensão.

Foi escolhido este tipo de corte, pois o laser permite um corte preciso e limpo,

obtendo peças finalizadas com qualidade e um acabamento irrepreensível.

Figura 35 - Desenho Técnico da esponja.

Figura 36 – Render da Esponja par capacete.


35

5 - Conclusão

Tendo finalizado o período de estágio e consequentemente a exposição deste

relatório, ao abrigo da organização Polisport, devo referir desde já que o

acompanhamento por parte de toda a equipa foi exemplar. O estágio foi gratificante,

pois o contacto com a indústria, assim como a produção em série são uma mais-valia no

que toca ao design industrial e de equipamento.

Ao longo deste período e no desenrolar das atividades foram surgindo

dificuldades, tendo essas sido superadas graças aos conhecimento adquiridos ao longo

da minha formação académica e ao auxilio dos profissionais que me assistiram nesta

jornada.

As dificuldades que surgiram foram ao nível dos processos de levantamento de

medidas dada a complexidade geométrica das peças para modelar. No que diz respeito

ao desenho técnico virtual, apesar de ser obtido de forma automática nem sempre

apresentava uma leitura simples. Por fim a realização do molde foi uma tarefa

complicada, sendo uma peça dispendiosa onde não há lugar para erros.

Este estágio permite a todos os futuros profissionais um contacto com o mercado

de trabalho, que exige esforço, dedicação, atitude e rigor para que no final o trabalho

seja reconhecido.

No geral os conhecimentos obtidos ao longo destes 3 anos de formação

reforçaram a minha confiança e capacidade de executar os trabalhos solicitados, sendo

que alguns pedidos eram de caráter mais específico e não me foi possível realizar um

projeto desde o início, uma vez que a empresa que me acolheu produz peças de elevada

complexidade e o reduzido tempo não permitiu que isso acontecesse.

O meu desempenho foi sempre coerente, demostrando interesse e empenho em

todas as atividades propostas, assim como a avaliação global por parte da Polisport o

comprova. Apesar de design ser criatividade e conceção, acredito que todos os

profissionais desta área se sentem sábios, pois o conhecimento técnico que é necessário

dominar para dar vida a um projeto é incontestável.


36

Por último este estágio teve como principais influências a evolução na utilização

do Inventor Profissional 2015 uma ferramenta fundamental no processo de conceção de

um projeto, assim como as noções de fabricação.


37

6 - Referências

Bibliografia

[A] Silva A.; Dias, J.; Sousa, L., Desenho Técnico Moderno, Lidel, 8ª ed, 2008

[B] Bruno Munari, Das coisas nascem coisas, Martins Editora, 2 ª ed, 2002

Webgrafia

[1] http://www.barometro.cotec.pt/website/successpractices/case/cid/54/pdf/1

consultado no dia 6/10/2014

[2] https://www.google.pt/maps/place/Polisport consultado no dia 15/09/2014

[3] http://www.polisport.com/Newsletter/POLISPORT_CYCLE_2015_LR.pdf


[4] http://www.empregopelomundo.com/oportunidades/portugal-oliveira-de-

azemeis-polisport-recruta-para-os-quadros/ consultado no dia 12/08/2014

[5] http://aeca.aroucanet.com/v2/index.php?option=com_content&task=view&id=

334 consultado no dia 10/10/2014

[6] http://www.polisport.com/motorbikes/nm_catalogo.php


[7] http://www.polisport.com/bicycles/nm_catalogo.php


[8] http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Desnho-Tecnico/732479.html


[9] http://convergencias.esart.ipcb.pt/artigo/88 consultado no dia 21/11/2014

[10] http://desenho-tecnico.info/ consultado no dia 21/11/2014


38

Anexos

A

Anexo 1 - Portefólio de produtos Polisport

B

Anexo 2 - Modelação 3D

Batente TL Yamaha

Bloco de guiador para cadeira mini

Chapa de Fixação Metalia Pousa Pés Guppy

Junior

Chapa de regulação DFS

C

Anexo 3 - Desenhos técnicos

D

Anexo 4 - Registo de desenho ou modelo

E

Anexo 5 - Desenho técnico: Molde e Estofo

F

Anexo 6 – Capacetes

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