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SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO 3 2 DESENVOLVIMENTO 4 3 CONCLUSÃO 7 REFERÊNCIAS 8 1 INTRODUÇÃO A Educação brasileira caminha em busca de melhoria e qualidade objetivando elevar sua posição no ranking mundial. Muitos brasileiros criticam a forma como o ensino é desenvolvido em nossas escolas, mas ficam inertes e não colaboram para melhorá-la. Mas, se sozinhos não conseguimos mudar o mundo, como podemos contribuir para tal mudança? Quero convidar você a refletir comigo sobre esta pergunta e descobrirmos juntos a resposta. A seguir, vamos explorar a importância da ludicidade na Educação Infantil. Refletiremos como brincadeiras podem ser tão importantes no desenvolvimento das crianças e como elas podem aprender e se divertir ao mesmo tempo. 2 DESENVOLVIMENTO O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), que tem como base a Declaração dos Direitos da Criança adaptada da Declaração Universal dos Direitos Humanos, porém, voltada para as crianças, define o brincar como um direito fundamental a todas as crianças. Devemos ter consciência que a Educação Infantil é a base para o restante da vida dos pequenos e tudo que ensinamos e a forma como ensinamos moldará neles qualidades como um bom caráter, compromisso, responsabilidades, respeito ao próximo e suas diferenças. Tudo o que se ensina a uma criança, a criança não pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar. (J. Piaget) Piaget, neste texto, quer nos alertar para o fato que há coisas queprecisamos ensinar, mas outras é preciso esperar que a criança descubra sozinha e este conhecimento lhe será mais interessante quando ela aprende por si mesma. O desenvolvimento infantil inicia-se quando a criança começa a interagir e se relacionar com o mundo em que vive, onde ela faz descobertas incríveis a respeito de tudo que está ao seu redor e também sobre a funcionalidade de seu corpo como, por exemplo, os sentidos ( visão, audição, paladar, tato e olfato), e as necessidades que vão surgindo a cada dia: comer, andar, falar, etc. Nós, quanto educadores, precisamos nos atentar para o fato que nem todos os alunos aprendem da mesma maneira e com a mesma rapidez. Devemos respeitar o tempo e limitações de cada criança mas sempre estimulando-as a

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SUMRIO1 INTRODUO 32 DESENVOLVIMENTO 43 CONCLUSO 7REFERNCIAS 8

1 INTRODUOA Educao brasileira caminha em busca de melhoria e qualidade objetivando elevar sua posio no ranking mundial. Muitos brasileiros criticam a forma como o ensino desenvolvido em nossas escolas, mas ficam inertes e no colaboram para melhor-la. Mas, se sozinhos no conseguimos mudar o mundo, como podemos contribuir para tal mudana?Quero convidar voc a refletir comigo sobre esta pergunta e descobrirmos juntos a resposta. A seguir, vamos explorar a importncia da ludicidade na Educao Infantil. Refletiremos como brincadeiras podem ser to importantes no desenvolvimento das crianas e como elas podem aprender e se divertir ao mesmo tempo.

2 DESENVOLVIMENTOO ECA (Estatuto da Criana e do Adolescente), que tem como base a Declarao dos Direitos da Criana adaptada da Declarao Universal dos Direitos Humanos, porm, voltada para as crianas, define o brincar como um direito fundamental a todas as crianas.Devemos ter conscincia que a Educao Infantil a base para o restante da vida dos pequenos e tudo que ensinamos e a forma como ensinamos moldar neles qualidades como um bom carter, compromisso, responsabilidades, respeito ao prximo e suas diferenas.

Tudo o que se ensina a uma criana, a criana no pode mais, ela mesma, descobrir ou inventar. (J. Piaget)

Piaget, neste texto, quer nos alertar para o fato que h coisas queprecisamos ensinar, mas outras preciso esperar que a criana descubra sozinha e este conhecimento lhe ser mais interessante quando ela aprende por si mesma.O desenvolvimento infantil inicia-se quando a criana comea a interagir e se relacionar com o mundo em que vive, onde ela faz descobertas incrveis a respeito de tudo que est ao seu redor e tambm sobre a funcionalidade de seu corpo como, por exemplo, os sentidos ( viso, audio, paladar, tato e olfato), e as necessidades que vo surgindo a cada dia: comer, andar, falar, etc.Ns, quanto educadores, precisamos nos atentar para o fato que nem todos os alunos aprendem da mesma maneira e com a mesma rapidez. Devemos respeitar o tempo e limitaes de cada criana mas sempre estimulando-as a buscar novos conhecimentos e novas experincias para que o desenvolvimento realmente acontea. Porm, aprender no uma tarefa fcil, mas podemos, atravs de ambiente e atividades favorveis, proporcionar um aprendizado de forma natural, fluente e sadia.Outro fator importante para o aprendizado o erro. No podemos deixar as crianas terem medo de errar, visto que, o erro faz parte do processo de aprendizado e desenvolvimento, por isso importante no enfatizar tanto o erro mas solicitar que criana explique seu raciocnio para chegar aquele resultado, assim podemos entender seu modo de pensar e poder avaliar o que est errado: apenas o resultado ou o seu modo de pensar.Quando identificamos o modo de pensar de cada aluno possvel criar atividades e situaes que favoream seu aprendizado e desenvolvimento sempre respeitando o tempo de cada um eexplorando suas capacidades ao limite, seja individual ou coletivamente. Alis, o trabalho em grupo uma grande oportunidade de desenvolvimento porque quando as crianas interagem umas com as outras elas percebem que penso e agem de maneiras diferentes diante da situao, com isso elas aprendem desde cedo o convvio com as diferenas, em sociedade e at preparando-os para a vivncia profissional. Esta interao torna o ambiente mais prazeroso para o convvio.

Ao brincar, a criana assume papis e aceita as regras prprias da brincadeira, executando, imaginariamente, tarefas para as quais ainda no est apta ou no sente como agradveis na realidade. (Vygotsky)

Outra questo que tenho observado durante a convivncia com crianas o fato de estarem atentas a tudo que falamos e fazemos. Nossas atitudes so exemplos, elas so muito observadoras e esto sempre atentas a tudo que falamos e fazemos e ao final elas esto imitando nosso comportamento.Com isso podemos chegar a concluso de que nem todas as atividades e o aprendizado acontecem de maneira programada. Muitas vezes o aprendizado surge de situaes ou oportunidades onde percebemos que podem favorecer o desenvolvimento de nossos discentes.Hoje temos convico, atravs de estudos e pesquisas, que possvel aprender brincando sim atravs de momentos conhecidos como ldicos, onde o professor orienta e direciona brincadeiras com a finalidade de promover a interao entre as crianas, estimular seu pensamento e raciocnio lgico, estimulando sua comunicao e at seu desenvolvimento sensrio-motor.

H jogo a partir do momento em que acriana aprende a designar algo como jogo; ela no chega a isso sozinha. Ter conscincia de jogar resulta de uma aprendizagem lingstica advinda dos contextos da criana desde as primeiras semanas de sua existncia. (Brougere, 1998, P. 18)

Para estes momentos ldicos existem, disponveis hoje no mercado, muitos brinquedos com esta finalidade de desenvolver nossas crianas atravs da diverso como, por exemplo, os blocos de encaixe, quebra-cabeas ou jogo da memria. preciso que faamos a adaptao de contedo e de nvel de dificuldade de acordo com a faixa etria a ser desenvolvida.

3 CONCLUSOComo educadores devemos estimular nossas crianas a buscarem constantemente o conhecimento que acharem necessrio, pois este o maior tesouro que elas podem conquistar e que ningum poder roubar.Estimular a criatividade e promover a interao social tambm faz parte de nosso trabalho, e se tratando da Educao Infantil, o que trabalhamos com as crianas ser a base e fundamentao de uma vida inteira, sendo assim, a responsabilidade muito grande, mas com amor e dedicao ao final da etapa, observando o resultados temos a sensao prazerosa de dever cumprido..

REFERNCIASCAVA, Laura Clia SantAna Cabral. Ensino de Arte e Msica. Londrina: UNOPAR, 2014.ARAMAN, Eliane Maria de Oliveira. Ensino da Matemtica na Educao Infantil. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.ANDRADE, Fbio Goulart de. Ensino da Natureza e Sociedade: Pedagogia / Fbio Goulart de Andrade, Okana Battini, Andria de Freitas Zmpero. So Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.A LEITURA COMO FUNO PEDAGGICA: O LITERRIO NA ESCOLAClarice Fortkamp CaldinResumoO literrio e o pedaggico esto imbricados na literatura infantil desde seus primrdios. A escola, ao priorizar o didtico em detrimento do ldico em textos para crianas, transforma a leitura em funo pedaggica. Entretanto, arte e educao podem ser parceiras na fruio literria, se a escola fornecer s crianas os estmulos adequados leitura.

Palavras-chave:Leitura Funo Pedaggica; Literatura Infantil; Escola e Leitura

1 INTRODUODesde o sculo XVII, tem sido objeto de polmica a questo da literatura infantil pertencer arte literria ou reapedaggica. Aps percorrer a fortuna crtica desta problemtica, pode-se pensar que os textos para crianas pertencem tanto literatura quanto pedagogia, pois eles provocam emoes e servem de instrumento educativo.

A exemplaridade implcita nas narrativas para crianas obscurece, muitas vezes, o carter esttico e literrio dessestextos. Tal carter, entretanto, est presente mesmo que timidamente, poder-se-ia mesmo dizer envergonhado desse jogoldico e sedutor.

Porm, acima desta polmica incontestvel que os elementos que estabelecem a arte a inveno, a interpretao, aliberdade so os mesmos que permeiam a infncia, e, por esse motivo, a criana est muito perto da arte.

Lembrando que a arte literria um dos caminhos para aprender a aprender, para descobrir os mistrios e os encantos davida, no estranha a funo pedaggica da literatura infantil. Tal funo implica o dirigir e o orientar o uso da informao eimplica tambm o crivo da escola e da biblioteca no controle da escolha dos textos pelas crianas. Dessa forma, a criana conduzida ao entrar no universo ficcional. Colaboram para isso ainda, a famlia e o mercado livreiro.

Aliado ao texto, que, sob a tutela da escolha da escola - professor e bibliotecrio - a maior parte das vezes contmmensagens formadoras, a ilustrao contribui para explicitar as caractersticas fsicas e morais das personagens, conduzindo aidentificao com o heri e a rejeio ao vilo. Assim, explicam Maria Jos Palo e Maria Rosa de Oliveira (1998), a ilustraodesempenha tambm uma funo pedaggica na medida em que confere veracidade narrao, condiciona o entendimento daintriga e fornece modelos comportamentais. A imagem, ento, procura sintetizar a mensagem para a criana, muitas vezesimpedindo que sua leitura seja polissmica, pois a imaginao j foi suprida pela ilustrao.

Ao afirmar que a leitura uma questo pedaggica, Eni Orlandi (1996), mostra tambm que a escola encara a leituracomo um instrumento til ao aprendizado, desprezando sua funo ldica. Ao propor uma forma de leitura homognea,privilegia a classe mdia em detrimento dos alunos de baixa renda. Acrescenta que a ideologia escolar enfatiza a leituraparafrsica e ignora a leitura polissmica, recusando ao leitor a participao no texto. Tambm, ao ignorar o fato de que o alunoconvive com outras formas de linguagem que no a verbal, a escola legitima leituras sendo a ideal a que o professor assimacredita privando o aluno de manifestar suas outras leituras - as vivncias com as outras formas de linguagem.

Em que pese que a leitura pedaggica muitas vezes desconsidera as ambigidades de sentidos, est presa s amarrasdo sistema e deixa o aspecto ldico obliterado pelo carter didtico, a escola um espao privilegiado para odesenvolvimento do despertar para a leitura.

O presente artigo apresenta algumas ponderaes sobre o pedaggico e o literrio na literatura infantil, o papel da escolana leitura de textos literrios para crianas, e, o didatismo nos livros infantis brasileiros.

2 O PEDAGGICO E O LITERRIO NA LITERATURA INFANTILVale pontuar alguns aspectos do problema de imbricar o pedaggico com o literrio na literatura infantil. Por exemplo,Charles Perrault, emHistoires ou contes du temps pass avec des moralits, escrito em 1697, tem a intencionalidadepedaggica de transmitir valores morais criana do sculo XVII, recm-descoberta na sua particularizao. Essa criana,vista sob uma nova ptica, recebeu no apenas vestimentas e brincadeiras diferenciadas, como tambm e principalmente umaeducao escolar, religiosa e familiar que permitiu mold-la aos ideais dos adultos (CALDIN, 2001).

Com objetivo pedaggico que foi criada a literatura infantil, formadora por excelncia do intelecto e da moral dacriana, que considerada inocente, frgil e totalmente dependente do adulto.

O modelo narrativo para crianas, ento, reveste-se de uma pedagogia do terror, em que o nico sentimento forte o medodo castigo. Por esse motivo, as personagens ms so punidas severamente.

Observa-se que o maniquesmo est sempre presente como ensinamento moral e a ordem/desordem permeiam toda anarrativa. A ordem se configura como o belo e o bem e a desordem, com o feio e o mal.

s personagens-tipo que incorporam o mal, restam dois caminhos: ou se arrependem e se regeneram, ou so castigadascom a tortura ou a morte. Esse clima de terror passado tranqilamente nos textos infantis, em nome da moral e daeducao. Legitima-se como o poder do adulto na punio de comportamentos indesejveis e que devem ser extirpados a todocusto. Nem sempre danosa, a culpa muitas vezes apenas a curiosidade ou a desobedincia autoridade dos mais velhos,que deve ser acatada sem questionamentos.

Um marco de ruptura com esse modelo, fornecido por Lewis Carrol, com Alice no pas das maravilhas, que rompecom o didatismo da literatura infantil francamente utilitria e, pelo Nonsense, instaura o ldico, no que seguido por outrosautores (CALDIN, 2001).

A criana, hoje, neste incio do sculo XXI, no mais considerada ingnua, indefesa ou totalmente dependente.Participa das mesmas recreaes do adulto, tais como televiso, jogos difceis de computador e internet. Tem conscincia de sua sexualidade, questionadora e crtica. Alm disto, no se submete passivamente autoridade e no aceita a leitura dirigidae dogmtica.

A mudana dos tempos e a mudana de paradigmas tm profundos reflexos na literatura em geral e particularmente, naliteratura infantil. por esse motivo que Nelly Novaes Coelho (1987) afirma que a literatura infantil vai sendo despejada nacriana ao sabor dos ventos de mudana: se for poca de consolidao de valores, ela ter sempre intencionalidadepedaggica; se for poca de crise de valores, ela ser arte, ludismo, descompromisso; por outro lado, quando o movimento de renovao, a literatura infantil informativa.

3 O PAPEL DA ESCOLA NA LEITURA DE TEXTOS LITERRIOS PARA CRIANASNo se pode negar que a leitura de textos literrios para crianas passa, predominantemente, pela escola.

A educao clssica, que enfatiza a formao intelectual, valoriza o texto e se constitui na origem do atual sistema escolar, surgiu na Grcia, no sculo V a.C.

De incio utilizava apenas a linguagem verbal e a linguagem corporal, direcionada aos nobres guerreiros a chamada educao integral. Provavelmente, eram narrados de forma oralizada os poemas picos de Homero, como incentivo aos que em breve entrariam na batalha.

A escrita, por essa poca, era de uso exclusivo dos escribas. O nascimento da escola coincidiu com odesenvolvimento da filosofia, da histria, da medicina, da retrica, da poltica, do teatro, da poesia e com a expanso daescrita. Mesmo Plato, que condena a escrita como veneno da memria, utiliza-se da primeira para eternizar sua obra.

Paralela escrita, desenvolveu-se a leitura. Cr-se que as primeiras bibliotecas pblicas destinavam-se, sobretudo, a supriros professores e alunos. De fcil circulao em virtude do baixo custo do livro poca de Plato e durante a dominao doimprio romano, o livro, na baixa idade mdia ficou restrito aos mosteiros e aos novios alfabetizados que se tornavam copistas.

Os manuscritos escondidos nos mosteiros s comearam a circular com a entrada de alunos leigos nas escolas monsticas.Com o advento das universidades, no sculo XII, o livro transformou-se em instrumento de trabalho, sendo copiadosmais e mais textos, preferencialmente revisados pelos professores. Com a ascenso da burguesia e o enfraquecimentodo feudalismo, a leitura no era mais privilgio de poucos. Na sua nsia de ter acesso ao saber anteriormente restrito aosnobres, e ao status advindo disso, a burguesia privilegiou a escola e a difuso dos livros (MESERANI, 1995).

Dessa forma, a escolarizao, tornada obrigatria a partir do sculo XIX, institucionalizou o ensino e proporcionou odireito educao s crianas das camadas populares. Propiciou o desenvolvimento lingstico da criana por meio da leitura euma compreenso do mundo.

Para Regina Zilberman (1985), a emergncia da classe burguesa trouxe um novo conjunto de valores: a promoo deum governo sem influncia da aristocracia, ascenso na sociedade, a livre iniciativa e a educao pessoal. Esse ltimo a alavanca para a promoo do ensino e, conseqentemente, da leitura. As artes se modificaram: a epopia foi substituda peloromance; apareceram os tratados de pedagogia e a literatura infantil.

Assim, pode-se dizer que a criana, cujo contato com o mundo se faz pelo ouvir e pelo ver, ganha o texto escrito pormeio da escola e tem acesso cultura que o adulto usufrui. Presa, entretanto, ideologia dominante, a literatura infantiltransforma-se em instrumento pedaggico, ao transmitir os valores vigentes como forma de garantir sua perpetuao.

O modelo burgus de ensino propicia criana o contato com a literatura infantil recheada de ensinamentos, de normas ede moralismo. Entretanto, a viso de mundo do adulto passada criana com alguma condescendncia: a insero de animais e fadas na narrativa ficcional, que servem como disfarce do autoritarismo e valores adultos. Dessa forma, camuflada etemperada com seres que interessam criana e aguam sua imaginao, a literatura infantil se constitui como um suportepedaggico institucionalizado.

fato que, na escola, d-se uma gradativa, mas irreversvel democratizao do saber, pois pela alfabetizaoque a criana desenvolve o ato de ler, decodifica os sinais escritos e atribui significados ao texto.

A escola, entretanto tem cometido um grave erro: ensina a leitura como um ato mecnico. Uma vez que a criana aprende aler, no esquece o cdigo, mas, perde a assiduidade pela falta de incentivo, de recursos e de informao sobre a importncia da obra literria. L anncios, out-doors, placas mas no l literatura. Isso se deve, em parte, ao fato de a escola operarbasicamente com a funo referencial da linguagem, centrada sobre os referentes textuais, desprezando a funo potica comocapaz de contribuir ao desenvolvimento lingstico.

Existe, entretanto, segundo Perrotti (1990, p. 65), a crena generalizada na possibilidade de escola e bibliotecadesempenharem um papel redentor para vencer a crise da leitura, pois pelo seu carter especializado, escola e bibliotecapoderiam viabilizar o processo de leitura e da formao do leitor, bem como disponibilizar o acesso aos textos literrios eincentivar o uso do livro.

Lembra Perrotti (1990, p.71-72), que colaboram com o desinteresse da criana pelo livro o autoritarismo explcito dasprticas escolares que fornecem modelos pedaggicos baseados na obedincia do aluno a regras definidas peloprofessor.

Cumpre destacar, tambm, que a escola se apropria da literatura infantil que, no mais das vezes, produzida para aescola, no que Magda Soares (1999, p.17-18), chama de literalizar a escolarizao infantil no sentido de tornarliterrio o escolar.

Para Soares (1999), constituem instncias de escolarizao da literatura infantil a biblioteca escolar, a leitura e o estudo detextos literrios. A biblioteca escolar, que funciona como local de guarda e de acesso literatura, organiza o espao e o tempoda leitura, faz a seleo de livros e determina rituais e socializao de leitura. Por sua vez, a leitura escolarizada sempre determinada e orientada por um professor e vem seguida de avaliao francamente explcita ou velada. Assim, no se lpor prazer, mas por dever. O estudo de textos literrios incide, na maior parte, sobre fragmentos enxertados nos livros didticos e contemplam o gnero narrativo e poemas. Ausentes quase sempre esto o teatro, a biografia, o dirio, as memrias e as epstolas.

A respeito do livro didtico, acrescenta Soares (1999, p. 42), se inevitvel escolarizar a literatura infantil, que essaescolarizao obedea a critrios que preservem o literrio e que propiciem criana a vivncia do literrio, e no umadistoro ou uma caricatura dele.

Dessa maneira, a escolarizao da leitura literria no errada em si mesma, consistindo o erro em sua inadequadaescolarizao. A escola e a biblioteca deveriam descobrir uma adequada escolarizao da leitura literria, ou seja, propiciar criana uma vivncia do literrio, conduzir a prticas de leitura literria e formar leitores assduos. Isso acabaria com a tensoexistente entre o discurso pedaggico e o discurso esttico no processo de escolarizao.

Entretanto, em que pesem as desvantagens da leitura conduzida na escola, Eliana Yunes e Glria Pond argumentam que por trabalhar com o leitor desde seu primeiro contato com as letras, a literatura infantil efetivamente pode constituir-se na alternativa competente para a crise da educao e da comunicao no mundo moderno. Lembram ainda que a passagem da oralidade escrita exige o domnio do cdigo especfico, o dos sinais grficos e suas combinatrias, isto , carece de uma competncia adquirida basicamente na escola. ( YUNES; POND, 1998, p. 52, 59).

A esse respeito, manifesta-se tambm Maria Antonieta Antunes Cunha (1999, p. 92), no dizer de que a leitura tem enfoque equivocado na escola no h dvida mas, continua, a menos que decidamos deixar a questo a cargo de acasos felizes, a nossa escola, , sim, uma das ltimas, se no a ltima oportunidade que tm a criana e o jovem de entrar em contato sistemtico com a leitura, em especial com a literatura.

Ao ressaltar o carter educativo da escola, necessrio ser torna inserir a leitura literria como componente educador dacriana. Assim, ao lado da aprendizagem instrucional que admite a mensurao, existe a aprendizagem expressiva, quecontempla a anlise, a avaliao e a transformao que admite a interpretao campo por excelncia da literatura, que pode ser explorado pela leitura de textos.

Daniel Pennac (1998, p.78) condena os currculos escolares que desestimulam e mesmo inibem o desejo de ler, ao dizer que parece estabelecido por toda a eternidade, em todas as latitudes que o prazer no deva figurar nos programas das escolas e que o conhecimento no pode ser outra coisa seno fruto de um sofrimento bem comportado.

Vale lembrar que, muito embora seja a escola a instituio responsvel pela alfabetizao da criana, o estado quedetermina a poltica de leitura a ser desenvolvida, tendo em vista as necessidades da sociedade. Tal ao pedaggica manifesta-se pelas diretrizes de ensino e pelos currculos, pela criao de bibliotecas pblicas e escolares e pela divulgao de obras literrias infantis.

4 O DIDATISMO NOS LIVROS INFANTIS BRASILEIROSO Brasil, ligado tradio europia, desde seus primrdios tem feito circular as narrativas orais do folclore popular.

No Brasil Colnia essas narrativas, sempre de cunho moralizante, foram difundidas pelas escolas dos jesutas. Com areforma instituda por Pombal e a extino das ordens religiosas, o ensino leigo vetou qualquer tipo de movimento cultural, vistocomo ameaa ao poder de Portugal.

Nelly Novaes Coelho (1995) mostra que com a vinda da D. Joo VI ao Brasil e a instalao da biblioteca nacional, houveuma mudana de mentalidade: os livros comearam a circular e se iniciou a traduo e escrita de obras literrias voltadas para acriana, mas sempre vinculadas escola.

Com o romantismo, dada nfase ao saber letrado privilegiou-se o culto da inteligncia. Escritores e educadorespreocuparam-se em organizar livros de leitura, que se consistiram na primeira tentativa de literatura infantil em nossopas. Caracteriza-se pela presena do nacionalismo, da insero do maravilhoso, com contedo humanstico e moralizante.

o que se pode observar nos livros de leitura que os estudantes brasileiros do sculo XIX j dispunham, dos quaispode-se citar, de acordo com Regina Zilberman (1997), Tesouro dos meninos - dividido em trs partes: moral, virtude ecivilidade; e Leitura para meninos - uma coleo de histrias morais relativas aos defeitos das crianas.

No perodo imperial, Ablio Csar Borges, o Baro de Macabas, lanou o Mtodo Ablio, com o objetivo dedesenvolver a leitura nos alunos. Apareceu a srie de livros didticos de Joo Kopke, que priorizava o livro de leitura comobase de memorizao e de linguagem oral elevada. No mesmo perodo, surgiu a seleta Lngua Ptria, com autores consagrados.Impunha-se tal procedimento por acreditar que o gosto literrio seria apurado se o aluno dispusesse de bons autores e se fizesse continuamente a leitura deles (ZILBERMAN, 1997).

A literatura infantil brasileira surgiu, realmente, no perodo de transio entre monarquia e repblica, na ascenso daburguesia, lembra Regina Zilberman (1985). Acrescenta que o texto literrio preenche uma funo pedaggica, associando-semuitas vezes prpria escola e isso por semelhana (convertendo-se no livro didtico empregado em sala de aula) oucontigidade (o livro de fico que exerce em casa a misso do professor) (ZILBERMAN, 1985, p.97).

A revoluo de 1930 e a criao do Ministrio da Educao regularizaram o ensino primrio e o secundrio. Anova matria dos programas do curso fundamental do ensino secundrio, Portugus, tinha por meta principal habilitar oestudante a exprimir-se corretamente e despertar o gosto pela leitura. A leitura era o ponto de partida de todo o ensino, tantocom fins educativos como culturais. Em 1942 foram editadas novas instrues pedaggicas para o curso ginasial, com umcaptulo inteiro do projeto dedicado leitura visando despertar conscincia patritica e a conscincia humanstica(ZILBERMAN, 1997).

As dcadas de 30 e 40 presenciaram o crescimento da rede escolar e o incremento do livro didtico como fator educador enacionalista. Nos anos 30 apareceu o antagonismo entre a realidade e a fantasia que os livros apresentam. Assim, foipriorizada a informao e foram condenados os contos de fadas. A literatura em quadrinhos, na dcada de 40, mostrou o mundo atual da violncia, com seus heris importados, de leitura voltada para os meninos. Para as meninas, adotou-se outropadro, com a Biblioteca das Moas, entre outras uma literatura rsea, de resqucios romntico e paternalista. Nadcada de 50 instalou-se uma crise da leitura, com a preferncia do pblico para o rdio, o cinema e a televiso. Nos anos 60 foi a msica popular que preencheu a lacuna da poesia, num mundo onde a imagem prevalecia sobre o texto (COELHO, 1995).

As reformas educacionais tm continuado a priorizar o didatismo na literatura infantil e, praticamente a excluir omaravilhoso e o ldico. To perto quanto na dcada de 70, observa-se que os livros didticos ainda mantinham a concepode que a leitura formasse a base do ensino e de que a leitura obrigatria na escola abria caminho para a leitura prazerosa egratuita fora dela.

Mas, foram os anos 70 que presenciaram a exploso da literatura infantil no Brasil. Os textos dogmticos cederam lugar aos textos questionadores, abertos a inmeras possibilidades de leitura. O texto literrio ganhou ilustraes sedutoras e pderivalizar com os meios de comunicao de massa. Desde ento tem crescido o nmero de escritores voltados para o pblicoinfantil, num movimento renovador dos textos literrios para crianas. Paralelamente a isso, as diretrizes educacionais tmprivilegiado o texto literrio como entendimento da lngua verncula.

5 CONSIDERAES FINAISConquanto a escola tenha servido como disseminadora da leitura, o que se observa, segundo Samir Meserani (1995, p.41-42), que os textos de vanguarda, mesmo se eruditos, no entram nas leituras escolares, a no ser quando envelhecidos notempo e fora de suas possibilidades inovadoras mais revolucionrias.

Neste sentido, a escola torna-se uma agncia de informao defasada, pois l a cincia e a arte fora da atualidadeem que estas produziram suas informaes. Em decorrncia desta defasagem, a criana fica confinada culturalmente.Edmir Perrotti (1990) condena o confinamento cultural ao qual a criana submetida. Para o autor, esse confinamento, levadopela escolarizao forada, submete a criana a uma leitura sem cultura, reduzida a cunho utilitrio. Desta forma, o ldico naleitura suplantado pelo didtico e pelo instrumental e a leitura uma atividade obrigatria, enfadonha e moralista.

Alm disto, a escola, ao padronizar o texto literrio e esquecer a individualidade da criana, ao invs de criar ohbito da leitura, que seu objetivo, na verdade o que consegue aborrecer o aluno e afast-lo do livro.Para as educadoras Emlia Ferreiro e Ana Teberoski (1985), num sistema educacional que no justo, nemigualitrio, nem eficaz; que apresenta o absentesmo e a desero escolar, no de se admirar que a leitura de textosliterrios no se realize com sucesso. O fato que, ao ser oferecida uma leitura padronizada, a criana no temoportunidade de desenvolver um gosto literrio pessoal.

Segundo a pedagogia de Ezequiel Theodoro da Silva (1981), deveria constituir o objetivo da escola o implementaruma verdadeira ao cultural, promovendo leituras crticas e geradoras de novos significados. Mas o que se observa,entretanto, uma escola que mal consegue alfabetizar, quanto mais formar leitores.

Pode-se dizer que o sentido didtico que a literatura infantil deve ter a que a gerao realista dos autores temapresentado: a realidade atual, com os seus problemas sociais, polticos e econmicos, mostrada sob a ptica da fantasia, domgico e do ldico.

Ao acreditar que possvel educar pelo humor, substituindo a antiga seriedade, os novos textos apresentam situaes engraadas das personagens que, agora, so caracterizadas por crianas que experimentam vivncias diversificadas sem passagens moralizantes.

Muito embora a literatura infantil tenha nascida comprometida com a educao, no se afastou da arte. E o fatode ter uma funo pedaggica no a desmerece, pois, como diz Vera Teixeira de Aguiar (1999, p.242), a funo da arte amplamente educativa, porque o texto literrio abre sempre novas possibilidades de sentido ao leitor.

Assim, a criana ter maiores chances de ser boa leitora se receber os estmulos adequados na escola para a fruio literriapela leitura; se os bibliotecrios montarem um acervo diversificado e atraente de livros infantis; se os professores notransformarem em obrigao o que deveria ser prazer e se a preocupao dos mestres for a aprendizagem cultural e noapenas informativa.

No Brasil, o insucesso escolar, fartamente destacado pela imprensa, em grande parte devido ao no domnio da maioriado povo da habilidade de ler. A reverso desse problema s pode ocorrer se a escola e a biblioteca trabalharem juntas emprol do leitor. Se isso for feito desde as primeiras sries, tal parceria tem possibilidade de estimular, desenvolver e promoverprticas leitoras com o uso da literatura infantil.