Trabalho Câncer Gástrico
-
Author
fernando-henrique-brm -
Category
Documents
-
view
218 -
download
3
Embed Size (px)
description
Transcript of Trabalho Câncer Gástrico

Trabalho câncer gástrico
Introdução
Câncer gástrico - no mundo é um dos tumores malignos letais mais comum
Em alguns países chega a ser o mais frequente e a principal causa de morte
por doença malignas em geral.
Pacientes procuram assistência médica tarde de mais, devido os sintomas
na fase inicial serem muitas vezes mínimos ou inexistentes.
No brasil, é a segunda causa de câncer em sexo masculino e a quarta causa
entre as mulheres.
Em todo o mundo o adenocarcinoma gástrico é a segunda causa de morte
relacionada ao câncer
Mais frequente no sexo masculino(2:1)
Incidência 50 e 70 anos, raro antes do 30 anos de idade
Uma úlcera pépticas não se transformam em câncer. Assim uma úlcera
gástrica deve ser acompanhada e investigada insistentemente para malignidade, não pelo
risco de se "malignizar", mas sim pelo risco de abrigar pequenas áreas de malignidade
ainda pouco desenvolvidas.
A infecção pelo H. Pylori é encontrado em 69% a 95% dos pacientes com
adenocarcinoma gástrico
Cerca de 10% dos pacientes com anemia perniciosa morrem por câncer
gástrico desenvolvido a partir de metaplasia intestinal em um estômago atrófico.
EPIDEMIOLOGIA
extremamente comum em países como: Japão, Costa Rica, Chile e Russia
raro nos Estados Unidos e Austrália.
Os fatores ambientais são considerados de extrema importância, como
documentado pela migração de indivíduos habitantes de áreas de alta incidencia para
baixa incidência: tais indivíduos assumem o risco da área em que estão.
FATORES DE RISCO
1- ingesta de alimentos conversa e defumados, ricos em hidrocarboneto
policíclicos aromáticos e nitrados e nitritos. Estes últimos são convertidos no lúmen

gástrico à N-nitrosaminas, um importante carcinógeno. A hipocloridria, quando presente
favorece esta conversão
2- pobre ingesta de frutas e vegetais crus e baixo consumo de vitaminas A e C
(consideradas antioxidantes).
Embora o tabagismo aumente o risco relativo de câncer gástrico, o álcool não
parece implicado.
Dados epidemiológicos confirmam relação da infecção pelo H. Pylori com câncer
distal mas não com o tumor de localização proximal.
A gastrite crônica atrófica de início em antro com posteiro extensão proximal,
está presente em cerca de 80 a 90%dos pacientes com câncer gástrico em áreas de alta
prevalência para a neoplasia.
o Está é uma entidade complexa onde atrofia de mucosa e
hiperproliferação celular ocorrem juntas
Presença de displasia e metaplasia intestinal põem o
indivíduo em grande risco para malignidade
o Esta gastrite esta epidemiologicamente relacionada à infecção por
H. Pylori.
A anemia perniciosa é caracterizada por gastrite crônica atrófica de fundo
gástrico de etiologia auto-imune e consequente hipocloridria. Está condição acomete
cerca de 3% da população acima de 60 anos. Em indivíduos com mais de cinco anos de
doença, o risco de câncer gástrico é cerca de duas vezes o da população com a mesma
faixa etária, tanto em regiões de alta como de baixa prevalência para a neoplasia.
Indivíduos que se submeteram gastrectomia parcial apresentam um risco de 3x
mais de desenvolver câncer gástrico do que a população. Esta maior incidência é
observada somente após cerca de 25 anos de sua cirurgia.
Carcinoma do colo gástrico apresenta um pior prognóstico por acometer idosos e
ser diagnoesticado em estágios avançado, e não pelo comportamento biológico do tumor.
Outros fatores de risco incluem:
o Doença de Ménétrier (gastrite hipertrófica gigante)o Ingestão de aflatoxinao História familiaro Baixo nível sócio-econômicoo Grupo sanguíneo Ao Exposição prévia à radiaçãoo Síndrome de Peutz-jeghers

o Polipose adenomatosa familiaro Câncer colorretal hereditáio não-associado à polipose (Lynch II)o Infecção pelo vírus Epstein Barr
PATOLOGIA
Macroscopia
A primeira classificação macroscópica foi descrita por Borrmann na década de 20,
sendo utilizada até hoje.
Tipo 1 – Carcinoma polipóide. Esta lesão é bem demarcada com áreas de tecido
normal em toda a sua volta. Responsável por cerca de 10% dos casos. Sobrevida em cinco
anos de 38%
Tipo 2 – Carcinoma ulcerado com margens bem demarcadas e nenhuma
infiltração. Esta lesão é impossível de ser diferenciada, somente pelo aspecto, da ulcera
gastrica benigna. Sobrevida em cinco anos de 34%.
Tipo 3 – Carcinoma ulcerado e infiltrante com margens rasas e pouco definidas;
geralmente há infiltração da submucosa, muscular e serosa. Está é a apresentação mais
comum do cancêr gástrico. Sobrevida em cinco anos de 19%.
Tipo 4 – Carcinooma infiltrativo difuso. Lesão dificil de ser definida. Ela se estende
por todas as camadas do estômago e em todas as direções. A extensão acometida é bem
mais extensa do que é possivel identificar. Quando há infiltração de todos o estômago,
este tipo é chamado de Linitis plastica.

Tipo 5 – Câncer gástrico cuja definição não se encaixa em nenhuma das descritas
anteriormentes
MICORSCOPIA
Classificação histopatologica de Lauren, descrita em 1965, é a mais empregada
pelos patologistas.
Tipo intestinal: as células estão dispostas em uma estrutura glandular que se
assemelha a encontrada no carcinoma de cólon. Observa-se infiltração com células
inflamatórias e metaplasia intestinal.
Tipo difuso: pouca reação inflamatória: infiltração difusa pela mucosa de
diminutos agregados de células. Apresenta um pior prognostico.
SOCIEDADE JAPONESA DE ENDOSCOPIA DIGESTIVA (1962)
Foi adotada pela sociedade japonesa de endoscopia digestiva para identificar
tumores restritos à mucosa e submucosa, independente da presença de metástase ou
invasão de linfonodos.

Broders (1942)
Tem como base o grau de diferenciação celular independete do aspecto
macroscopico ou da história clínica.
Grau 1: carcinoma com arranjo celular semelhante ao de glandulas gástricas
normais, entretanto, as celulas apresentam núcleos com dimensões maiores.
Grau 2: as celuas apresentam uma arquitetura glandular, porem não encontram-se
alinhadas.
Grau 3: células com menor tendência a formação glandular com grande variação
no tamanho de seus núcleos.
Grau 4: não há formação glandular. Células com núclos hipercromáticos e
contornos irregulares. Presença de células em anel de cinete e células gigantes
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Sintomas mais comuns
Melena 20%
A dor costuma ser constante, sem irradiação e não aliviada com a ingestão de
alimento. Em alguns pacientes o alívio temporário poder ser obtido com o uso de
antiácidos ou inibidores da bomba de prótons.
Sintomas considerados tardios
o Sensação de “empanturramento” (dispepsia hipostênica)o Plenitude por-prandialo Disfagia o Desconforto epígastrico persistenteo Vômitos

Diversas síndromes paraneoplasicas podem preceder a detecção de um tumor subjacente – exemplos:Tromboflebite recorrenteAcantose nigricansDermatomiopatiaNeuromiopatiaPoliarterite nedosaSindrome nefrótica
Exames complementaresDiagnóestico radiológico
Exames laboratoriais
Anemia
Sangue oculto nas fezes
Hipoproteinemia
Alterações das provas de função hepática, particularmente,
elevação da fosfatase alcalina e Gama GT
Gastrina sérica elevada

Diagnóstico de imagem
Seriografia Esôfago Gastroduodenal
A SEGD com duplo contraste é capaz de diagnosticar o CG em 80%-99% dos casos
Endoscopia Digestiva Alta
Padrão-ouro quando associado a múltiplas biópsias e são retirados pelo menos dez
fragmentos
Ultrassonografia Endoscópica
Tem como objetivos o estudo da parede gástrica, avaliação de adenomegalias e
invasão de estruturas adjacentes
Tomografia de abdômen
Eficiente para o diagnóstico de comprometimento extragástrico, principalmente
fígado e baço. Isso também ocorre quando se objetiva investigar a ressecabilidade e a
invasão de órgãos adjacentes
Laparoscopia
Tem-se mostrado superior à TC na avaliação pré-tratamento do CG, principalmente
em metástase peritoneal
USG abdominal
Na investigação de metástase intra-abdominais
USG Laparoscópica
Aprimora a detecção de lesões não superficiais

Estadiamento
LINFONODOS REGIONAIS DO ESTÔMAGO
Tratamento
A cirurgia indicada para os tumores do antro gástrico é a gastrectomia subtotal
com ressecção a D2. A reconstrução mais utilizada atualmente é a Y de Roux

Pode ser feita a reconstrução à Billroth II, mas não se deve utilizar BI, pois, em caso
de duodeno com infiltração tumoral, e mesmo se houver recidiva da neoplasia, poderá
ocorrer obstrução da zona da anastomose
Para tumores do corpo e fundo gástrico utiliza-se a gastrectomia total com
reconstrução à Y de Roux. Quando o tumor situa-se na cárdia ou invade o esôfago
distal, a gastrectomia total deve compreender também a ressecção do segmento
distal do esôfago

Tipos de ressecção
R0 : ressecção incompleta dos gânglios linfáticos perigástricos
R1: ressecção completa de todos gânglios linfáticos perigástricos
R2: ressecção completa de todos os gânglios linfáticos perigástricos e de todos os
gânglios linfáticos que acompanham as artérias que nutrem o estômago
R3: R2+ressecção completa de todos os gânglios linfáticos que acompanham o
tronco celíaco
R4: R3+ressecção completa de todos os gânglios linfáticos para-aórticos