Trabalho da bia de artes
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Textos do romantismo
Ainda Uma Vez – Adeus!
I – Enfim te vejo! – enfim posso,
Curvado a teus pés, dizer-te
Que não cessei de querer-te,
Pesar de quanto sofri.
Muito Penei! Cruas Ânsias
Dos teus olhos afastado
Houveram-me acabrunhado,
A não lembrar-me de ti!
Uma febre, um ardor nunca apagado,
Um querer sem motivo, um tédio à vida,
Sem motivo também – caprichos loucos,
Anelo doutro mundo e doutras coisas
Desejar coisas vãs, viver de sonhos,
Correr após um bem logo esquecido,
Sentir amor e só topar frieza,
Cismar venturas e encontrar só flores.
A Lira Quebrada – Último Cantos
Textos do realismo
Círculo Vicioso
Bailando no ar, gemia inquieto vaga-lume:- Quem me dera que fosse aquela loura estrela,que arde no eterno azul, como uma eterna vela !Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
- Pudesse eu copiar o transparente lume, que, da grega coluna á gótica janela,contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela !Mas a lua, fitando o sol, com azedume:
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- Misera ! tivesse eu aquela enorme, aquela claridade imortal, que toda a luz resume !Mas o sol, inclinando a rutila capela:
- Pesa-me esta brilhante aureola de nume... Enfara-me esta azul e desmedida umbela...Porque não nasci eu um simples vaga-lume?
No alto
O poeta chegara ao alto da montanha,E quando ia a descer a vertente do oeste,Viu uma cousa estranha,Uma figura má.
Então, volvendo o olhar ao subtil, ao celeste,Ao gracioso Ariel, que de baixo o acompanha,Num tom medroso e agrestePergunta o que será.
Como se perde no ar um som festivo e doce,Ou bem como se fosseUm pensamento vão,
Ariel se desfez sem lhe dar mais resposta.Para descer a encosta O outro lhe deu a mão.
A uma senhora que me pediu versos
Pensa em ti mesma, acharásMelhor poesia,Viveza, graça, alegria,Doçura e paz.
Se já dei flores um dia,Quando rapaz,As que ora dou têm assazMelancolia.
Uma só das horas tuasValem um mês Das almas já ressequidas.
Os sóis e as luasCreio bem que Deus os fezPara outras vidas.
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