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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PETRÓLEO
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
PARÂMETROS OPERACIONAIS E SUA INFLUÊNCIA NA EFICIÊNCIA
VOLUMÉTRICA DE UMA BOMBA DE FUNDO PARA BOMBEIO MECÂNICO
Thiago Almeida Santoro
Orientador: Prof°. Dr. Rutácio de Oliveira Costa
Novembro de 2017
NATAL, RN
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Thiago Almeida Santoro
THIAGO ALMEIDA SANTORO
PARÂMETROS OPERACIONAIS E SUA INFLUÊNCIA NA EFICIÊNCIA
VOLUMÉTRICA DE UMA BOMBA DE FUNDO PARA BOMBEIO MECÂNICO
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Engenharia de Petróleo da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
como exigência parcial para a obtenção do
título de Engenheiro de Petróleo.
Aprovado em ____de__________de 2017.
____________________________________
Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa
Orientador – UFRN
____________________________________
Prof. Dra. Carla Wilza Souza de Paula Maitelli
Membro Examinador – UFRN
____________________________________
Prof. MSc. Sergio José Gonçalves e Silva
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Thiago Almeida Santoro
Membro Examinador – UFRN
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha mãe, a
minha irmã e a minha tia, Mônica
Almeida Gavilan, Giovanna Almeida
Santoro e Simone Almeida Gavilan,
que sempre me apoiaram e me deram
forças a continuar seguindo em frente
mesmo nos momentos de dificuldade.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Thiago Almeida Santoro
AGRADECIMENTOS
Agradecer primeiramente a Deus por sempre se colocar a minha frente e abrir as portas para
que eu possa atingir o sucesso na minha vida acadêmica, me tranquilizando e me dando forças
para continuar.
A minha família, que nas horas de dificuldade não me deixaram desistir e me incentiva ram
a seguir em frente mesmo diante de dificuldades. Agradecer a meus pais principalmente pela
educação que recebi ao longo da minha vida.
Ao meu orientador, Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa, pela orientação, paciência e
disponibilidade nas horas fora de seu horário de trabalho.
A minha namorada que me incentivou e foi paciente comigo nos momentos de estresse e
ausência, assim como meus amigos nos momentos de descontração durante a elaboração deste
trabalho.
Aos professores do departamento de Engenharia do Petróleo por todo o conhecimento
repassado e orientações ao longo do curso.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Thiago Almeida Santoro
SANTORO, Thiago Almeida. Parâmetros operacionais e sua influência na eficiência volumétr ica
de uma bomba de fundo para bombeio mecânico. 2017. 54 f. TCC (Graduação) – Curso de
Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2017.
Orientador: Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa.
Resumo
Os métodos de elevação artificial vêm sendo cada vez mais utilizados com o passar dos anos, sendo
aplicados tanto em poços jovens que não apresentam bom potencial de surgência como em poços
que já tiveram um decaimento significativo da sua pressão e necessitam de métodos suplementares
para a retirada do petróleo de seu reservatório. Dentre esses métodos está o bombeio mecânico,
sendo um dos mais utilizados em todo o mundo e é de extrema importância otimizarmos ao máximo
seu potencial de produção. A produção de óleo através desse método consiste no movimento
alternativo de uma coluna de hastes que acionam uma bomba de fundo, provendo assim a energia
adicional que esse poço requer para elevar o fluido produzido. O presente trabalho tem como
objetivo avaliar os parâmetros operacionais que afetam a eficiência volumétrica de uma bomba de
fundo, possibilitando assim o engenheiro tomar a melhor decisão do dimensionamento de seu
projeto. O estudo desses parâmetros foi feito utilizando a ferramenta Visual Basics for Applications
(VBA) presente no Excel, através de um programa capaz de estimar a alteração da eficiênc ia
volumétrica da bomba de fundo ao modificar qualquer um dos parâmetros de entrada.
Palavras-chave: Bombeio mecânico; Bomba de fundo; Eficiência volumétrica.
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Thiago Almeida Santoro
SANTORO, Thiago Almeida. Parâmetros operacionais e sua influência na eficiência volumétr ica
de uma bomba de fundo para bombeio mecânico. 2017. 54 f. TCC (Graduação) – Curso de
Engenharia de Petróleo, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, Brasil, 2017.
Advisor: Prof. Dr. Rutácio de Oliveira Costa.
Abstract
The artificial lift methods are increasingly being used over the years, it can be applied even in
young wells that are called “flowing wells” as in wells that already had a significant pressure decay
and need enhanced oil recovery methods to flow the oil to the surface. Among these techniques
there is the sucker rod pumping system, being one of the most used methods in the world, it is
extremely important to optimize and maximize its production potential. The oil production through
this method consists of the alternative movements of rods that will activate the pump, providing he
additional energy required to lift the produced fluid. The present work has as main objective to
analyze the operational parameters that may affect the volumetric efficiency of the pump, allowing
the engineer to take the best decisions for the dimensioning of his project. The study of these
parameters was made using the Visual Basics for Applications (VBA) tool available on Excel,
through a program capable of estimate the changes of the volumetric displacement of the pump
and modify any of these input parameters.
Keywords: Sucker rod pump; Downhole pump; Volumetric efficiency.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 1
2. OBJETIVOS .............................................................................................................................. 5
2.1 Objetivo Geral........................................................................................................................ 5
2.2 Objetivos Específicos............................................................................................................. 5
3. ASPECTOS TEÓRICOS .......................................................................................................... 6
3.1 Propriedade dos Fluidos......................................................................................................... 6
3.1.1 Densidade e Grau API ..................................................................................................... 6
3.1.2 Razão de Solubilidade ..................................................................................................... 6
3.1.3 Fator Volume formação do Óleo ..................................................................................... 8
3.1.4 Fator Volume Formação do Gás...................................................................................... 9
3.1.5 RGO, RAO e BSW ........................................................................................................ 11
3.2 Eficiência de Separação do Gás ........................................................................................... 12
3.3 Espaço morto........................................................................................................................ 16
3.4 Eficiência Volumétrica ........................................................................................................ 18
4. METODOLOGIA .................................................................................................................... 20
4.1 Método API TR 11L ............................................................................................................ 21
4.1.1 Variáveis adimensionais ................................................................................................ 21
4.2.1 Parâmetros calculados ................................................................................................... 25
4.2 Variação de parâmetros para obtenção de novas Eficiências Volumétricas ........................ 27
4.2.1 Curso na superfície ........................................................................................................ 27
4.2.2 Espaço morto ................................................................................................................. 27
4.2.3 Diâmetro interno do revestimento ................................................................................. 28
4.2.4 Diâmetro externo da coluna de produção ...................................................................... 28
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4.2.5 Razão gás-óleo............................................................................................................... 28
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES........................................................................................... 28
5.1 Curso na Superfície .............................................................................................................. 31
5.2 Espaço Morto ....................................................................................................................... 32
5.3 Diâmetro externo da coluna de produção, diâmetro interno do revestimento e diâmetro do
pistão .......................................................................................................................................... 33
5.3.1 Diâmetro externo da coluna de produção ...................................................................... 34
5.3.2 Diâmetro interno do revestimento ................................................................................. 35
5.3.3 Diâmetro externo do pistão ........................................................................................... 36
5.4 Razão gás-óleo ..................................................................................................................... 37
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES.............................................................................. 40
7. REFERÊNCIA ......................................................................................................................... 41
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ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema de poço devidamente equipado para surgência ............................................... 1
Figura 2 - Sistema de bombeio mecânico ........................................................................................ 2
Figura 3 - Esquema de uma bomba de fundo .................................................................................. 3
Figura 4 - Curso ascendente ............................................................................................................ 4
Figura 5 - Curso descendente .......................................................................................................... 4
Figura 6 - Ilustração do espaço morto em uma bomba de fundo................................................... 16
Figura 7 - Tabela de obtenção de fatores registrados .................................................................... 22
Figura 8 - Gráfico para determinação do fator curso do pistão ..................................................... 26
Figura 9 - Eficiência Volumétrica X Curso da haste polida .......................................................... 32
Figura 10 - Eficiência Volumétrica X Espaço Morto .................................................................... 33
Figura 11 - Eficiência Volumétrica X Diâmetro externo da coluna de produção ......................... 35
Figura 12 - Eficiência Volumétrica X Diâmetro interno do revestimento .................................... 36
Figura 13 - Eficiência Volumétrica X Razão gás-óleo .................................................................. 38
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Dados de entrada para a planilha Excel........................................................................ 28
Tabela 2 - Parâmetros calculados a partir dos dados de entrada ................................................... 30
Tabela 3- Relação curso do pistão e eficiência volumétrica.......................................................... 31
Tabela 4 - Relação entre o espaço morto e a eficiência volumétrica ............................................. 33
Tabela 5 - Relação do diâmetro externo da coluna de produção e demais parâmetros com a
eficiência volumétrica.................................................................................................................... 34
Tabela 6 – Relação entre o diâmetro interno do revestimento e demais parâmetros com a
eficiência volumétrica.................................................................................................................... 36
Tabela 7 – Relação entre a Razão gás-óleo e a eficiência volumétrica ......................................... 37
Tabela 8 - Relação diâmetro externo da coluna de produção e eficiência volumétrica (RGO 100)
....................................................................................................................................................... 39
Tabela 9-Relação diâmetro externo da coluna de produção e eficiência volumétrica (RGO 20) . 39
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LISTA DE ABREVIATURAS, SÍMBOLOS E SIGLAS
°𝐴𝑃𝐼 Grau API do óleo;
𝑑𝑜 Densidade relativa do óleo, adimensional;
𝑅𝑠 Razão de solubilidade em scf/STB;
𝑑𝑔 Densidade relativa do gás, adimensional;
𝑝 Pressão, em psia;
𝑇 Temperatura, em °F;
𝐵𝑜 Fator volume formação do óleo, em bbl/STB;
𝐵𝑔 Fator volume formação do gás, em ft³/SCF;
𝑍 Fator de compressibilidade, adimensional;
𝑝𝑠𝑐 Pressão nas condições de superfície, em psia;
𝑍𝑠𝑐 Fator de compressibilidade nas condições de superfície, adimensional;
𝑇𝑠𝑐 Temperatura nas condições de superfície, em °𝑅;
𝑝𝑝𝑟 Pressão pseudo reduzida, psia;
𝑇𝑝𝑟 Temperatura pseudo reduzida, °R;
𝑇𝑝𝑐 Temperatura pseudo crítica, °R;
𝑝𝑝𝑐 Pressão pseudo crítica, psia;
𝐸𝑠 Eficiência de separação do gás, adimensional;
𝜈𝑠𝑙 Velocidade superficial de líquidos, em ft/s;
𝜈𝑏 Velocidade terminal de ascensão de bolha, em ft/s;
𝑞𝑙 Vazão bruta de líquidos, em STB/d;
𝐴𝑎𝑛 Área do anular, em ft²;
𝐵𝑜 Fator volume formação do óleo, em bbl/STB;
𝑓𝑜 Fração de óleo, adimensional;
𝐵𝑤 Fator volume formação da água, em bbl/STB;
𝑓𝑤 Fração de água ou corte de água, adimensional;
𝐼𝐷𝑐 Diâmetro interno do revestimento, em in;
𝑂𝐷𝑡 Diâmetro externo da coluna de produção, em in;
𝜎 Tensão interfacial, em lb/s²;
𝑔 Aceleração da gravidade, em ft/s²;
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𝜌𝑙 Massa especifica do liquido, lbf/ft³;
𝜌𝑔 Massa especifica do gás, em lbf/ ft³;
𝜌𝑜 Massa específica do óleo, lbf/ft³;
𝜌𝑤 Massa específica da agua, em lbf/ ft³;
𝑑𝑔𝑑 Densidade relativa do gás dissolvido, adimensional;
𝑑𝑤 Densidade relativa da água, adimensional;
𝑑𝑔 Densidade relativa do gás, adimensional;
𝐵𝑔 Fator volume formação do gás, em ft³/scf;
𝑅𝐺𝑂′ Razão gás-óleo que escoa através da bomba, em scf/STB;
𝑅𝑠(𝑝𝑠, 𝑇) Razão de solubilidade na pressão de sucção e temperatura da bomba, em
scf/STB;
𝑅𝐺𝑂 Razão gás óleo do reservatório, em scf/STB;
𝐸𝑚 Espaço morto, em in.;
𝐸𝑚𝑙 Espaço morto limite para que não ocorra bloqueio de gás, em in.;
𝐵𝑜(𝑝𝑑, 𝑇) Fator volume formação do óleo na pressão de descarga e temperatura da
bomba, em bbl/STB;
𝐵𝑜(𝑝𝑠, 𝑇) Fator volume formação do óleo na pressão de sucção e temperatura da
bomba, em bbl/STB;
𝑅𝑠(𝑝𝑑,𝑇) Razão de solubilidade na pressão de descarga e temperatura da bomba, em
scf/STB;
𝑅𝑠(𝑝𝑠, 𝑇) Razão de solubilidade na pressão de sucção e temperatura da bomba, em
scf/STB;
𝑅𝐴𝑂 Razão água-óleo, adimensional;
𝐵𝑔(𝑝𝑑, 𝑇) Fator volume formação na pressão de descarga e temperatura da bomba, em
ft³/scf;
𝐵𝑔(𝑝𝑠, 𝑇) Fator volume formação na pressão de sucção e temperatura da bomba, em
ft³/scf;
𝑆𝑝 Curso do pistão, em in;
𝐸𝑣 Eficiência volumétrica da bomba de fundo, adimensional;
𝑃𝐷 Deslocamento volumétrico, em bpd;
𝑁𝑜 Frequência natural da coluna de hastes uniforme, em CPM;
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𝐿𝑡 Comprimento da coluna de hastes, ft;
𝑁𝑜′ Frequência natural da coluna de hastes composta, em CPM;
𝐹𝑐 Fator de frequência, adimensional;
𝐺 Densidade relativa do fluido adimensional;
𝐷 Diâmetro do pistão, em in;
𝐻 Nível dinâmico, em ft;
𝑘𝑟 Constante elástica da mola da coluna de hastes, em lbf/in;
𝑘𝑡 Constante elástica da mola da parte não ancorada da tubulação, em lbf/in.
𝐿 Comprimento da coluna de hastes, em ft;
𝐸𝑟 Constante elástica por unidade de comprimento, em in/lb.ft;
𝑆 Curso da haste polida, em in;
𝑁 Frequência de bombeamento, em CPM.
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1. INTRODUÇÃO
A maioria dos poços de óleo, quando são ainda considerados poços “jovens” fluem
naturalmente para a superfície, chamamos isso de condição de surgência. O pré-requisito básico
para garantir o fluxo da produção é a pressão de fundo de poço ser suficientemente maior que a
soma das perdas de carga ao longo da trajetória do fluxo até a superfície. Quando essa condição
não é satisfeita, o fluxo natural do óleo deixa de ocorrer, resultando na “morte” do poço.
De modo a produzir nesses poços que já estão mortos, ou de modo a aumentar a produção de
poços que já não possuem uma taxa de vazão viável ou desejada, algum tipo de equipamento de
elevação artificial deve ser equipado a esse poço. Existem diversos tipos de métodos disponíve is
para se escolher de acordo com o que for mais viável para cada caso. Um mecanismo básico para
a elevação desse óleo constitui no uso de uma bomba de subsuperfície para aumentar a pressão
dentro do poço de modo a sobrepor-se as perdas de carga. Outros métodos de elevação utilizam
gás comprimido, injetado periodicamente abaixo do liquido presente no reservatório, e usa a
energia de expansão do gás para deslocar os fluidos até a superfície.
Fonte: COSTA, Rutácio, 2008, pág. 2
Fonte: COSTA, Rutácio, 2008, pág. 2
Figura 1 - Esquema de poço devidamente equipado para surgência
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Os tipos de métodos de elevação, sendo mais largamente empregados, são o bombeamento
mecânico (BM), o bombeamento de cavidades progressivas (BCP), o bombeamento centrífugo
submerso (BCS) e o gas lift. O foco deste trabalho é apresentar apenas o método de elevação por
bombeio mecânico, e a análise de eficiência volumétrica de uma bomba de fundo de bombeio
mecânico.
O sistema de bombeio mecânico funciona provendo energia adicional para elevação do fluido
produzido através do movimento alternativo de uma coluna de hastes que aciona uma bomba de
fundo. Esse movimento do pistão no interior da camisa simultaneamente com a operação das
válvulas da bomba possibilitam a transmissão de energia mecânica para o fluido através de um
acréscimo de pressão.
Para falarmos de eficiência volumétrica de uma bomba de fundo é importante termos
conhecimento sobre o funcionamento da mesma. No bombeio mecânico, as válvulas funcionam
por pressão, e essas válvulas são constituídas de sede e esfera. Desse modo, caso a pressão abaixo
da esfera for maior que a pressão acima desta, a válvula abrirá. Se a pressão abaixo da esfera for
Fonte: Adaptada de TAKÁCS, 2003. Pág. 13
Fonte: TAKACS, 2003. Pág. 13
Figura 2 - Sistema de bombeio mecânico
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inferior a pressão acima dela, a válvula fechará. Isso está diretamente relacionado com a
movimentação do pistão. A movimentação do pistão para cima ou para baixo irá determinar o
curso, ascendente e descendente respectivamente.
No curso ascendente, o pistão quando alcança a parte mais inferior de seu curso começa a
se mover para cima. Ele começa a levantar o peso de todo o fluido acima dele, ao mesmo tempo
em que a válvula de passeio se fecha. Conforme o pistão sobe, o volume no interior da camisa -
entre as válvulas de pé e de passeio – aumenta, enquanto que a pressão nessa região diminui. No
momento em que essa pressão se tornar menor do que a pressão de fluxo de fundo de poço, a
válvula de pé se abre e os fluidos provenientes da formação escoam para cima.
Fonte: COSTA, Rutácio. 2008, pág. 39
Fonte: COSTA, Rutácio. 2008, pág. 39
Figura 3 - Esquema de uma bomba de fundo
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A Figura 5 mostra o comportamento das válvulas e do pistão no que se diz respeito ao curso
descendente. Podemos perceber a inversão da posição em relação ao curso ascendente, pois o
deslocamento do pistão para baixo acarretará o aumento da pressão na região entre as válvulas, o
que causará o fechamento da válvula de pé e a abertura da válvula de passeio.
Fonte: COSTA, Rutácio. 2008, pág. 41
Fonte: COSTA, Rutácio. 2008, pág. 41
Fonte: COSTA, Rutácio. 2008, pág. 41
Fonte: COSTA, Rutácio. 2008, pág. 41
Figura 4 - Curso ascendente
Figura 5 - Curso descendente
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Com isso, nota-se que qualquer alteração nessas válvulas da bomba de fundo, como o desgaste
natural, desgaste prematuro ou por acúmulo de produto na sede e cone das válvulas, podem resultar
em uma alteração na operação de bombeamento e na eficiência volumétrica dessa bomba. Esses
efeitos podem ser facilmente identificados na carta dinamométrica, já que tais vazamentos
resultarão em perdas de pressão no interior da camisa.
Esses problemas referentes a equipamentos que resultam em um menor deslocamento
volumétrico dificilmente são impedidos e alguns inevitáveis mesmo com um planejamento e um
dimensionamento apropriado da unidade de bombeio. Porém, no que diz respeito aos parâmetros
operacionais da bomba de fundo, pode-se sim prever comportamentos e alterar dados de entrada
de modo a aumentar sua eficiência volumétrica otimizando a produção do poço.
2. OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
O presente trabalho tem como proposta descrever os principais parâmetros operacionais que
afetam a eficiência volumétrica da bomba de fundo, baseado em pesquisas previamente
desenvolvidas e na comparação quantitativa da eficiência volumétrica prevista por meio de
modelos matemáticos disponíveis na literatura. Tem como objetivo principal estudar e analisar a
maneira em que os dados de entrada afetam a eficiência da bomba, influenciando na tomada de
decisões quanto ao dimensionamento do sistema de bombeio mecânico e suas condições
operacionais.
2.2 Objetivos Específicos
• Identificar as principais causas e frequência do comprometimento da eficiênc ia
volumétrica em uma bomba de fundo.
• Projetar um programa na ferramenta Visual Basics for Applications (VBA) do
Excel, a fim de quantificar a relevância de cada parâmetro operacional prevendo sua
influência na eficiência volumétrica.
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• Análise do comportamento da eficiência volumétrica mediante a alteração de
parâmetros operacionais sob diferentes razões gás-óleo.
3. ASPECTOS TEÓRICOS
Para compreendermos melhor os conceitos e características a respeito da eficiênc ia
volumétrica, esse trabalho foi apoiado em uma literatura já disponível acerca dessa temática. Além
disso, será apresentada toda a parte de equações necessárias para o cálculo e análise da eficiênc ia
volumétrica.
3.1 Propriedade dos Fluidos
3.1.1 Densidade e Grau API
De acordo com Rosa et al. (2006), a densidade de um liquido ou de uma mistura líquida pode
ser expressa tanto pela relação de massas especificas da substância e da água quanto em graus API
(°API), sendo a última uma função hiperbólica da densidade, bastante usada na indústria do
petróleo.
Do mesmo modo que calculamos o grau API a partir da densidade da amostra, em muitos casos
precisamos encontrar o valor de densidade partindo do valor do grau API, a equação reorganizada
se apresenta da seguinte maneira:
𝑑𝑜 =
141,5
°𝐴𝑃𝐼 + 131,5
(2)
3.1.2 Razão de Solubilidade
°𝐴𝑃𝐼 =
141,5
𝑑𝑜
− 131,5 (1)
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A razão de solubilidade ou simplesmente solubilidade, é o parâmetro que representa a
quantidade de gás presente na mistura líquida. Por definição, essa razão quando condicionada a
uma certa pressão e temperatura, é a relação entre o volume de gás dissolvido (condições standard)
sobre o volume de óleo que será obtido da mistura (condições standard). Sendo expressa pela
seguinte expressão:
𝑅𝑠 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜 (𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑)
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 (𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑)
(3)
Neste Trabalho a fim de obter-se a Razão de Solubilidade calculada a partir da densidade do
gás, do grau API do óleo, da pressão e da temperatura, foi utilizada a correlação proposta por
Standing (1981). A seguinte equação é expressa no sistema americano de unidades, demonstrada
por:
𝑅𝑠(𝑆𝐶𝐹 𝑆𝑇𝐵⁄ ) = 𝑑𝑔 [
𝑝
18
100,0125
100,00091 𝑇]
1,205
(4)
Onde:
𝑅𝑠 é a razão de solubilidade, SCF/STB;
𝑑𝑔 é a densidade relativa do gás, adimensional;
𝑝 é a pressão, psia;
𝑇 é a temperatura na sucção da bomba, °F;
°API é o grau API do óleo.
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3.1.3 Fator Volume formação do Óleo
Esse fator expressa a relação entre o volume ocupado da fase liquida (óleo + gás em solução)
em condições de pressão e temperatura especificadas e o volume que se mantém na fase líquida
quando emerge até a superfície atingindo as condições standard. Sendo assim:
𝐵𝑜 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 + 𝑔á𝑠 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑜𝑙𝑣𝑖𝑑𝑜 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑃,𝑇
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 ó𝑙𝑒𝑜 𝑛𝑜 𝑡𝑎𝑛𝑞𝑢𝑒 (𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑)
(5)
Neste Trabalho a fim de obter-se o fator volume formação do óleo no ponto de bolha, a partir
da Razão de solubilidade, das densidades do óleo e do gás avaliadas nas condições padrão e da
temperatura do reservatório foi utilizada a correlação proposta por Standing (1981). A seguinte
equação é expressa no sistema americano de unidades, demonstrada na Equação 6:
𝐵𝑜(𝑏𝑏𝑙 𝑆𝑇𝐵⁄ ) = 0,9759 + 12×10−5 𝐴1,2 (6)
Onde:
𝐴 = 𝑅𝑠 (𝑆𝐶𝐹 𝑆𝑇𝐵⁄ ) (
𝑑𝑔
𝑑𝑜
)
0,5
+ 1,25 𝑇 (7)
Onde,
𝐵𝑜 é o fator volume formação do óleo, em bbl/STB;
𝑑𝑔 é a densidade relativa do gás, adimensional;
𝑑𝑂 é a densidade relativa do óleo, adimensional;
𝑅𝑠 é a razão de solubilidade, em scf/STB;
𝑇 é a temperatura, em °F.
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3.1.4 Fator Volume Formação do Gás
O fator volume formação do gás pode ser conceituado como sendo a relação entre o volume
que ele ocupa em uma determinada condição de temperatura e pressão e o volume ocupado por ele
nas condições standard, então:
De acordo com a lei dos gases, supondo que certa massa de gás real submetido a uma condição
inicial esteja agora sujeito a uma condição final standard, pode-se escrever a seguinte igualdade:
𝑝1 𝑉1
𝑇1 𝑍1
=𝑝𝑠𝑐 𝑉𝑠𝑐
𝑇𝑠𝑐 𝑍𝑠𝑐
(9)
Assumindo que o ponto 1 esteja representando as condições de reservatório e o ponto “sc” as
condições padrões de superfície, pode-se escrever:
𝐵𝑔 =
𝑉1
𝑉𝑠𝑐
=𝑝𝑠𝑐𝑍1𝑇1
𝑝1 𝑍𝑠𝑐𝑇𝑠𝑐
(10)
Como os valores nas condições de superfície são conhecidos, temos:
𝑝𝑠𝑐 = 14,7 𝑝𝑠𝑖𝑎;
𝑍𝑠𝑐 = 1;
𝑇𝑠𝑐 = 520°𝑅.
Assim, pode-se substitui- los na Equação 10, reduzindo-a para a seguinte Equação 11:
𝐵𝑔 =
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 𝑛𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑃, 𝑇
𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑔á𝑠 (𝑐𝑜𝑛𝑑𝑖çõ𝑒𝑠 𝑠𝑡𝑎𝑛𝑑𝑎𝑟𝑑)
(8)
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𝐵𝑔 (𝑓𝑡3/𝑆𝐶𝐹) = 0,0283
𝑍1𝑇1
𝑝1
(11)
Onde,
𝐵𝑔 é o fator volume formação do gás, em ft³/SCF;
𝑍 é o fator de compressibilidade, adimensional;
𝑇 é a temperatura, em °R;
𝑝 é a pressão, em psia.
Embora detenhamos o conhecimento da equação necessária para encontrarmos o fator volume
formação do gás, necessita-se de um método para encontrarmos o valor do fator de
compressibilidade (Z), o método escolhido neste trabalho foi através a correlação proposta por
Papay, sugerida por Takács (2009) expressa na Equação 12:
𝑍 = 1 −
3,52 𝑝𝑝𝑟
100,9813 𝑇𝑝𝑟+
0,274 𝑝²𝑝𝑟
100,8157 𝑇𝑝𝑟
(12)
Onde,
𝑍 é o fator de compressibilidade, adimensional;
𝑝𝑝𝑟 é a pressão pseudo reduzida, adimensional;
𝑇𝑝𝑟 é a Temperatura pseudo reduzida, adimensional.
Os parâmetros pseudo reduzidos são utilizados pois, segundo Silva (2015) os mesmos se
aproximam do comportamento de gases reais quando determinamos o fator de desvio baseado no
teorema de estados correspondentes. Assim, são expressos pelas equações 13 e 14.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
11
Thiago Almeida Santoro
𝑝𝑝𝑟 =𝑝
𝑝𝑝𝑐
(13)
𝑇𝑝𝑟 =
𝑇
𝑇𝑝𝑐
(14)
Onde, 𝑝𝑝𝑐 e 𝑇𝑝𝑐 são constantes pseudo críticas do gás.
Segundo Hankinson-Thomas-Phillips, referenciado por Takács (2009), propôs as correlações
necessárias para se estimar a pressão e temperatura pseudo críticas do gás de composição
desconhecida. As seguintes equações são calculadas em função da densidade relativa desse gás.
𝑝𝑝𝑐 = 709,6 − 56 𝑑𝑔
(15)
𝑇𝑝𝑐 = 170,5 + 307,3 𝑑𝑔 (16)
A partir dessas equações se faz possível encontrar o fator volume formação do gás. Fator esse
que influencia nos cálculos futuros de parâmetros relacionados a eficiência volumétrica de uma
bomba de fundo.
3.1.5 RGO, RAO e BSW
Segundo Thomas (2004), na engenharia de petróleo necessitamos de indicadores de estágios
de vida produtiva de reservatórios e indicadores de características dos fluidos. Esses são
responsáveis por relacionar parâmetros, sendo os mais utilizados, a razão gás-óleo (RGO), a razão
agua-óleo (RAO) e o BSW (do inglês, basic sediments and water).
3.1.5.1 Razão gás-óleo
A Razão gás-óleo representa a relação entre a vazão de gás e a vazão de óleo, sendo elas
medidas em condições de superfície. Conforme o reservatório é depletado essa razão tem um
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
12
Thiago Almeida Santoro
aumento no seu valor. Isso ocorre, pois, a fração de componentes mais voláteis na mistura líquida
do reservatório se torna mais elevada do que era inicialmente.
3.1.5.2 Razão água-óleo
A razão água-óleo expressa a relação entre a vazão de água e a vazão de óleo, sendo elas
medidas nas condições de superfície. Uma razão água-óleo igual a zero significa que, na época da
medição, a saturação de água na zona de onde está saindo a mistura de hidrocarbonetos é igual ou
menor que o valor irredutível. (THOMAS, 2004).
3.1.5.3 Basic Sediments and Water (BSW)
Ainda segundo Thomas (2004), o BSW é o quociente entre a vazão de agua mais os sedimentos
que estão sendo produzidos e a vazão total de líquidos e sedimentos.
3.2 Eficiência de Separação do Gás
A eficiência de separação do gás é um dos fatores mais importantes quando relacionado à
eficiência volumétrica de uma bomba de fundo. Isso pode ser comprovado e analisado quando
verificamos a quantidade de parâmetros que a mesma tem influência sobre, tal eficiência tem
participação no cálculo de parâmetros como: A razão gás-óleo no interior da bomba, o espaço
morto entre as válvulas de pé e de passeio, na densidade do gás no interior da bomba, dentre outros.
Ou seja, influencia no cálculo da eficiência diretamente e indiretamente.
Podemos conceituar a eficiência de separação do gás como sendo a fração de gás livre que não
penetra na bomba, escoando pelo espaço anular entre a coluna de produção e o revestimento
(SILVA, 2015)
Existem métodos de se obter a eficiência de separação do gás, o utilizado neste trabalho é um
modelo simplificado, válido para a separação natural de gás livre, proposto por Alhanati (1993). O
modelo de Alhanati está descrito na Equação 17:
𝐸𝑠 =𝜈𝑏
𝜈𝑏 + 𝜈𝑠𝑙
(17)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
13
Thiago Almeida Santoro
Onde,
𝐸𝑠 é a eficiência de separação do gás, adimensional;
𝜈𝑠𝑙 é a velocidade superficial de líquidos, em ft/s;
𝜈𝑏 é a velocidade terminal de ascensão de bolha, em ft/s.
Neste trabalho a velocidade superficial de líquidos pôde ser calculada por meio da Equação 18:
𝜈𝑠𝑙 = 6,5×10−5 𝑞𝑙
𝐴𝑎𝑛
(𝐵𝑜𝑓𝑜 + 𝐵𝑤𝑓𝑤) (18)
Onde,
𝑞𝑙 é a vazão de líquidos, em STB/d;
𝐴𝑎𝑛 é a área do anular, em ft²;
𝐵𝑜 é o fator volume formação do óleo, em bbl/STB;
𝑓𝑜 é a fração de óleo, adimensional;
𝐵𝑤 é o fator volume formação da água, em bbl/STB;
𝑓𝑤 é a fração de água ou corte de água, adimensional.
De modo a calcularmos a área do anular foi utilizada a Equação 19, que depende do diâmetro
interno do revestimento e o diâmetro externo da coluna de produção.
𝐴𝑎𝑛 = 0,0055(𝐼𝐷2𝑐 − 𝑂𝐷2
𝑡) (19)
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14
Thiago Almeida Santoro
Onde,
𝐼𝐷𝑐 é o diâmetro interno do revestimento, em in;
𝑂𝐷𝑡 é o diâmetro externo da coluna de produção, em in;
E a velocidade terminal da bolha ascendente é dada pela Equação 20:
𝜈𝑏 = √2 √𝜎 𝑔 (𝜌𝑙 − 𝜌𝑔)
𝜌𝑙2
4
(20)
Onde,
𝜎 é a tensão interfacial, em lb/s²;
𝑔 é a aceleração da gravidade, em ft/s²;
𝜌𝑙 é a massa especifica do liquido, lbf/ft³;
𝜌𝑔 é a massa especifica do gás, em lbf/ ft³.
Para encontrarmos o valor da velocidade terminal da bolha ascendente necessitamos
primeiramente dos valores das massas específicas tanto do líquido quanto do gás, como podemos
perceber pela Equação 20. Dessa forma, temos:
𝜌𝑙 = 𝜌𝑜 𝑓𝑜 + 𝜌𝑤 𝑓𝑤 (21)
Onde,
𝜌𝑜 é a massa específica do óleo, lbf/ft³;
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15
Thiago Almeida Santoro
𝜌𝑤 é a massa específica da agua, em lbf/ ft³;
Percebemos com a Equação 21 que o cálculo prévio dos dados de massa específica tanto do
óleo quanto da água se fazem necessários. Sendo assim, temos para o óleo que:
𝜌𝑜 =
62,4 𝑑𝑜 + 0,0136 𝑅𝑠 𝑑𝑔𝑑
𝐵𝑜
(22)
Onde,
𝑑𝑔𝑑 é a densidade relativa do gás dissolvido, adimensional;
E para a massa específica da água, temos:
𝜌𝑤 = 62,4
𝐵𝑤
𝑑𝑤
(23)
Onde,
𝑑𝑤 é a densidade relativa da água, adimensional.
Do mesmo modo, precisa-se calcular a massa especifica do gás, de forma já reduzida com todas
as constantes substituídas podemos perceber na Equação 24.
𝜌𝑔 =
0,0764 𝑑𝑔
𝐵𝑔
(24)
Onde,
𝑑𝑔 é a densidade relativa do gás, adimensional;
𝐵𝑔 é o fator volume formação do gás, em ft³/scf.
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Thiago Almeida Santoro
Com todos os valores das velocidades devidamente calculados podemos substituí- los na
Equação 17 da eficiência de separação do gás, assim estimando a quantidade de gás presente na
sucção da bomba de fundo.
3.3 Espaço morto
Outro parâmetro crucial para o cálculo da eficiência volumétrica é o espaço morto, que consiste
basicamente no espaçamento entre a válvula de passeio e a válvula de pé na posição mais
descendente do curso do pistão. Um valor de espaço morto muito elevado pode gerar complicações
durante a operação de bombeio mecânico, como por exemplo a ocorrência de bloqueio de gás.
A ocorrência de bloqueio de gás é um fenômeno indesejado para os produtores de petróleo pois
a mesma faz com que a eficiência volumétrica seja nula. Esse problema ocorre quando um volume
de gás fica aprisionado entre as válvulas da bomba fazendo com que a válvula de passeio
Fonte: Adaptado de TAKÁCS, 2015 pag. 102
Figura 6 - Ilustração do espaço morto em uma bomba de fundo
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
17
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permaneça fechada durante o curso descendente, pois a pressão sob a válvula não supera a pressão
sobre a válvula.
O segredo par evitar esse tipo de problema é configurar a bomba para que ela possa bombear
gás quase tão bem quanto bombeia líquidos. A chave para que isso ocorra é reduzir ao máximo
possível o espaço morto entre as válvulas.
Para calcularmos o tamanho do espaço morto limite para evitar o bloqueio de gás, precisamos
encontrar os valores de RGO que escoa através da bomba (RGO’) e o novo valor da densidade do
gás (𝑑′𝑔 ), sendo o último usado para calcular o fator volume formação do gás na pressão de
descarga. Esses valores podem ser obtidos a partir das Equações 25, 26 e 27 descritas Costa (2008).
Para calcularmos o RGO que escoa através da bomba teremos:
Onde,
𝑅𝐺𝑂′ é a razão gás-óleo que escoa através da bomba, em scf/STB;
𝑅𝑠(𝑝𝑠 , 𝑇) é a razão de solubilidade na pressão de sucção e temperatura da bomba, em scf/STB;
𝑅𝐺𝑂 é a razão gas óleo do reservatório, em scf/STB.
Para o cálculo da densidade do gás que escoa através da bomba teremos:
Tendo calculado a RGO’, a densidade do gás na bomba, propriedades dos fluidos e
considerando o fator volume formação da água como 1 bbl/STB, basta definirmos o valor do espaço
morto limite para que não ocorra bloqueio de gás a partir da Equação 27. Desta forma, teremos:
𝑅𝐺𝑂′ = 𝑅𝑠(𝑝𝑠, 𝑇) + (1 − 𝐸𝑠 )[𝑅𝐺𝑂 − 𝑅𝑠(𝑝𝑠, 𝑇)] (25)
𝑑′𝑔 =
𝑑𝑔 𝑅𝐺𝑂 (1 − 𝐸𝑠 ) + 𝑑𝑔𝑑 𝑅𝑠(𝑝𝑠, 𝑇)𝐸𝑠
𝑅𝐺𝑂′
(26)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
18
Thiago Almeida Santoro
Onde,
𝐸𝑚𝑙 é o espaço morto limite para que não ocorra bloqueio de gás, em in.;
𝐵𝑜(𝑝𝑑,𝑇) é o fator volume formação do óleo na pressão de descarga e temperatura da bomba,
em bbl/STB
𝐵𝑜(𝑝𝑠, 𝑇) é o fator volume formação do óleo na pressão de sucção e temperatura da bomba, em
bbl/STB
𝑅𝑠(𝑝𝑑, 𝑇) é a razão de solubilidade na pressão de descarga e temperatura da bomba, em
scf/STB;
𝑅𝑠(𝑝𝑠 , 𝑇) é a razão de solubilidade na pressão de sucção e temperatura da bomba, em scf/STB;
𝑅𝐴𝑂 é a razão água-óleo, adimensional;
𝐵𝑔(𝑝𝑑,𝑇) é o fator volume formação na pressão de descarga e temperatura da bomba, em ft³/scf;
𝐵𝑔(𝑝𝑠,𝑇) é o fator volume formação na pressão de sucção e temperatura da bomba, em ft³/scf.
𝑆𝑝 é o curso do pistão, em in.
Tendo esse valor como o espaço morto limite, é possível se estimar o espaço morto máximo
em que se pode trabalhar durante uma operação nessas condições sem ocorrer bloqueio de gás.
3.4 Eficiência Volumétrica
𝐸𝑚𝑙 = 𝑆𝑝 (𝐵𝑜(𝑝𝑑,𝑇) + [𝑅𝐺𝑂′ − 𝑅𝑠(𝑝𝑑,𝑇)] 𝐵𝑔(𝑝𝑑,𝑇) + 𝑅𝐴𝑂
𝐵𝑜(𝑝𝑠,𝑇) + [𝑅𝐺𝑂 − 𝑅𝑠(𝑝𝑠,𝑇)] 𝐵𝑔(𝑝𝑠,𝑇)(1 − 𝐸𝑠) − 𝐵𝑜(𝑝𝑑,𝑇) − [𝑅𝐺𝑂′ − 𝑅𝑠(𝑝𝑑 ,𝑇)]𝐵𝑔(𝑝𝑑,𝑇))
(27)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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A eficiência volumétrica é o parâmetro que expressa em termos de porcentagem o quão
eficiente a bomba de fundo opera durante o processo de bombeio. Segundo Takács (2003), existem
vários fatores que afetam essa eficiência e o principal é a presença de gás livre ou dissolvido na
sucção dessa bomba, porém o fluxo insuficiente de líquidos provenientes da formação ou devido a
restrições da bomba também podem afetar negativamente reduzindo a eficiência. As bombas de
fundo para bombeio mecânico foram projetadas somente para bombear um liquido multifásico e
não são capazes geralmente de atingir elevadas eficiências quando uma fase gás também está
presente na mistura.
De modo a combater os problemas que o gás proporciona para o funcionamento otimizado da
bomba de fundo, temos duas alternativas. A primeira delas consiste em separar o máximo de gás
livre possível antes do mesmo entrar na bomba, isso pode ser feito instalando um separador de gás
no fundo do poço. A outra maneira para melhorar a eficiência volumétrica dessa bomba é reduzindo
os efeitos do gás que já adentrou nela. A redução do espaço morto na bomba, o aumento da pressão
de admissão posicionando a bomba em uma posição mais profunda no poço e o uso de válvulas
aperfeiçoadas contribuem como medidas de combate a esse problema.
A eficiência volumétrica pode ser definida como a razão entre a vazão bruta de líquidos medida
na superfície, em condições padrões, sobre o deslocamento volumétrico. Assim, segundo Costa
(2008), temos as Equações 28 e 29:
𝐸𝑣 =𝑞𝑙
𝑃𝐷 (28)
Onde,
𝐸𝑣 é a eficiência volumétrica da bomba de fundo, adimensional;
𝑃𝐷 é o deslocamento volumétrico, em bpd.
Temos em função dos parâmetros apresentados previamente no trabalho a Equação 29 para o
cálculo da eficiência volumétrica. É de interesse preservar o espaço morto nessa equação para que
possamos calcular o valor de eficiência volumétrica sofrendo a interferência de tal parâmetro
operacional. Sendo assim, tem-se:
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
20
Thiago Almeida Santoro
4. METODOLOGIA
O trabalho foi desenvolvido com o objetivo de estimar a eficiência volumétrica de uma bomba
de fundo e de que maneira os dados de entrada irão influenciar nesse resultado. Para que essa
análise fosse possível de ser realizada, foi criada uma planilha Excel com a utilização da ferramenta
Visual Basic for Applications (VBA). Seu algoritmo é capaz de analisar os padrões de mudança de
valor da eficiência volumétrica a partir de simulações de cálculo da mesma, variando apenas um
parâmetro e mantendo os demais constantes.
A pesquisa tem caráter descritivo, já que seu objetivo principal é descrever o fenômeno da
eficiência volumétrica e relacionar variáveis que influenciam diretamente sobre a mesma. No que
diz respeito aos resultados, serão apresentados de forma quantitativa a partir da análise direta dos
dados de entrada quando inseridos em modelos matemáticos previstos na literatura.
A elaboração deste trabalho e obtenção dos resultados se fez possível a partir execução de uma
sequência de etapas, sendo elas:
1ª Etapa: Aquisição dos dados de um poço para estudo, de forma a posteriormente calcular os
parâmetros necessários.
2ª Etapa: Elaboração de um algoritmo no VBA em uma plantinha Excel, que nos permita
calcular a eficiência volumétrica a partir dos dados iniciais.
3ª Etapa: Após todas as equações estarem devidamente escritas no algoritmo, realizar alterações
em alguns dados para simular novas eficiências volumétricas.
𝐸𝑣 =
1
𝐵𝑜(𝑝𝑠, 𝑇)𝑓𝑜 + 𝑓𝑜 [𝑅𝐺𝑂 − 𝑅𝑠(𝑝𝑠, 𝑇)]𝐵𝑔(𝑝𝑠,𝑇)(1 − 𝐸𝑠 ) + 𝑓𝑤𝐵𝑤(𝑝𝑠, 𝑇)
+
𝐸𝑚
𝑆𝑝
𝐵𝑜(𝑝𝑠, 𝑇)𝑓𝑜 + 𝑓𝑜[𝑅𝐺𝑂 − 𝑅𝑠 (𝑝𝑠, 𝑇)]𝐵𝑔(𝑝𝑠, 𝑇)(1 − 𝐸𝑠 ) + 𝑓𝑤𝐵𝑤(𝑝𝑠, 𝑇)
−
𝐸𝑚
𝑆𝑝
𝐵𝑜(𝑝𝑑 ,𝑇)𝑓𝑜 + 𝑓𝑜[𝑅𝐺𝑂′ − 𝑅𝑠(𝑝𝑑,𝑇)]𝐵𝑔(𝑝𝑑 ,𝑇) + 𝑓𝑤𝐵𝑤(𝑝𝑑 , 𝑇)
(29)
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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4ª Etapa: Obtenção e análise dos resultados das simulações realizadas.
No que diz respeito as simulações, os parâmetros alterados para o estudo foram apenas os
parâmetros operacionais que possamos alterar para melhorar a eficiência volumétrica de um poço
e otimizar a produção. Os parâmetros que independem da ação humana, como por exemplo as
propriedades dos fluidos de reservatório, foram mantidos constantes em todas as simulações.
De modo a obtermos certos parâmetros operacionais se fez necessário o uso de um modelo de
comportamento dinâmico, o modelo utilizado para a realização deste trabalho foi o descrito na
norma API TR 11L.
4.1 Método API TR 11L
Esse método foi utilizado devido a necessidade de se encontrar principalmente o curso do pistão
(𝑆𝑝), parâmetro esse utilizado em diversas equações citadas previamente no trabalho. Para que isso
advenha o método consiste em cálculos baseados em correlações de dados de testes realizados
durante a fase de pesquisa de um projeto organizado em 1954.
Como neste trabalho os únicos dois parâmetros desejados a serem obtidos por meio deste
método são o Curso efetivo do pistão e o deslocamento volumétrico da bomba, devemos ter os
seguintes dados necessários para a execução do modelo:
• Diâmetro do pistão (𝐷), em in;
• Frequência de bombeamento (𝑁), em CPM;
• Nível dinâmico do fluído (𝐻), em ft;
• Profundidade da bomba (𝐿), em ft;
• Curso da Haste polida (𝑆), em in;
• Código API para a coluna de hastes;
• Densidade relativa do fluido produzido, adimensional.
4.1.1 Variáveis adimensionais
Dando continuidade ao procedimento estabelecido pela norma, é necessário a obtenção dos
valores como a constante elástica da coluna de hastes (𝐸𝑟), medida em in/lbf.ft; o fator de
frequência (𝐹𝑐), adimensional. Esses valores são retirados da tabela presente na norma API RP11L
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22
Thiago Almeida Santoro
ilustrada na Figura 7, para se obter os dados citados deve-se ter conhecimento do diâmetro pistão
(𝐷), em in; e do código da coluna de hastes conforme citado no tópico anterior.
Os valores encontrados a partir da Figura 7, considerando o código de hastes de número 76,
serão utilizados para calcular as variáveis adimensionais independentes. Estes podem ser definidos
como:
Fonte: Norma API TR 11L. pág. 8.
Figura 7 - Tabela de obtenção de fatores registrados
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Thiago Almeida Santoro
𝑁𝑁𝑜
⁄ = Velocidade de bombeio adimensional para uma coluna de hastes uniforme,
adimensional
𝑁𝑁𝑜′⁄ = Velocidade de bombeio adimensional para uma coluna de hastes composta,
adimensional
𝐹𝑜𝑆𝐾𝑟
⁄ = Esforço na haste devido ao peso do fluido adimensional, adimensional
Devido ao modelo de coluna de hastes deste trabalho ser composto, não podemos considerar
apenas um único diâmetro para o cálculo da frequência natural não amortecida (𝑁𝑜). Tendo em
mente que de acordo com Takács (2003), o cálculo dessa frequência se dá a partir da seguinte
equação:
𝑁𝑜 =
15 . 16300
𝐿 ≅
245000
𝐿
(30)
Onde,
𝑁𝑜 é a frequência natural da coluna de hastes uniforme, CPM;
𝐿 é o comprimento da coluna de hastes, ft.
Como a Equação 30 só pode ser aplicada para colunas de hastes uniforme com diâmetro único,
é descrito na literatura que para se considerar uma coluna composta deve-se considerar o fator de
frequência (encontrado na Figura 7) possibilitando descobrir o valor para a frequência natural não
amortecida de hastes composta (𝑁𝑜′ ).
𝑁𝑜′ = 𝐹𝑐𝑁𝑜 (31)
Onde,
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Thiago Almeida Santoro
𝑁𝑜′ é a frequência natural da coluna de hastes composta, CPM;
𝐹𝑐 é o fator de frequência, adimensional.
O outro parâmetro a ser encontrado é o esforço na haste polida resultante do peso do fluido
(𝐹𝑜
𝑆𝐾𝑟⁄ ) . Dividiremos o cálculo em duas partes, a primeira para encontrar a carga de fluido em
toda a área do pistão, e a segunda parte para encontrar a carga necessária para alongar toda a coluna
de hastes em um valor igual ao curso da haste polida.
A carga de fluido sobre o pistão (𝐹𝑜) está presente na seguinte equação:
𝐹𝑜 = 0,34 𝐺 𝐷2 𝐻 (32)
Onde,
G é a densidade relativa do fluido adimensional;
D é o diâmetro do pistão, em in;
H é o nível dinâmico, em ft.
De modo a definirmos o valor de 𝑆𝐾𝑟, devemos previamente definir a força em libras necessária
para que toda a haste se alongue uma polegada 𝑘𝑟 . A equação para definir esse parâmetro pode ser
simplificada devido ao fato de a norma API TR 11 L apresentar os valores de constante elástica
padronizados baseado no código de coluna de hastes.
1
𝑘𝑟
= 𝐿 𝑡 𝐸𝑟 (33)
Onde,
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25
Thiago Almeida Santoro
𝑘𝑟 é a constante elástica da mola da coluna de hastes, em lbf/in;
𝐿 𝑡 é o comprimento da coluna de hastes, em ft;
𝐸𝑟 é a constante elástica por unidade de comprimento, em in/lb.ft.
Por fim devemos encontrar a carga necessária para alongar a coluna de hastes num valor
equivalente ao curso da haste polida, que é a razão entre o curso na superfície sobre o valor da
constante elástica encontrado na Equação 33.
𝑆𝐾𝑟 = 𝑆1𝑘𝑟
⁄ (34)
Onde,
𝑆 é o curso da haste polida, em in.
4.2.1 Parâmetros calculados
Como primeiro parâmetro a ser encontrado teremos o curso do pistão, uma vez que já
possuímos todos os valores necessários para efetuar os procedimentos para encontra-lo. Um dos
fatores levado em consideração é o ancoramento da coluna, caso não seja o curso do pistão sofre
influência do movimento da coluna. Como mostra a Equação 35.
𝑆𝑝 = 𝑆
𝑆𝑝
𝑆−
𝐹𝑜
𝑘𝑡
(35)
Onde,
𝑆𝑝 é o curso efetivo do pistão, em in.
𝑘𝑡 é a constante elástica da mola da parte não ancorada da tubulação, em lbf/in.
Caso a coluna esteja ancorada, podemos desconsiderar o fator da constante elástica da mola
pelo fato dela ser desprezível, simplificando a equação para a Equação 36.
𝑆𝑝 = 𝑆
𝑆𝑝
𝑆
(36)
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Thiago Almeida Santoro
É importante salientar que para a obtenção do fator da haste polida (𝑆𝑝
𝑠⁄ ) apresentado em
ambas as equações de cálculo do curso do pistão, a norma descreve que esse valor deve ser obtido
graficamente a partir dos valores encontrados da velocidade de bombeio adimensional para uma
coluna de hastes composta (𝑁𝑁𝑜′⁄ ) e do esforço na haste devido ao peso do fluido adimensiona l
Figura 8 - Gráfico para determinação do fator curso do pistão
Fonte: Norma API RP 11L. pág. 12.
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Thiago Almeida Santoro
(𝐹𝑜𝑆𝐾𝑟
⁄ ). No caso de pontos fora das curvas apresentadas no gráfico apresentado da Figura 8,
foram realizadas interpolações a fim de se obter um valor mais preciso.
O segundo parâmetro a ser calculado é o deslocamento volumétrico da bomba (PD) definido
como a vazão máxima proporcionada pela bomba de fundo, assumindo que em cada curso ocorre
o enchimento completo da mesma. Assim, o deslocamento volumétrico da bomba pode ser
expresso por:
𝑃𝐷 = 0,1166𝐷2𝑆𝑝𝑁 (37)
Onde,
𝑁 é a frequência de bombeamento, em CPM.
4.2 Variação de parâmetros para obtenção de novas Eficiências Volumétricas
Com base na literatura disponível, foi possível a percepção de parâmetros que afetam
diretamente e indiretamente a eficiência volumétrica de uma bomba de fundo. De modo a observar
o comportamento de tal eficiência variamos individualmente cada um desses parâmetros mantendo
os demais constantes, para isso, foram realizadas as seguintes alterações. Todos os seguintes
parâmetros são considerados sendo operacionais, com exceção da razão gás-óleo, que será
abordada devido a sua importância ao se trabalhar utilizando bombas de fundo para bombeio
mecânico.
4.2.1 Curso na superfície
• Valor padrão para o experimento: 52 in.
• Valores modificados: 64 in. / 40 in.
4.2.2 Espaço morto
• Valor padrão para o experimento: 12 in.
• Valores modificados: 12 in. / 8 in. / 5 in. / Desprezível.
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28
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4.2.3 Diâmetro interno do revestimento
• Valor padrão para o experimento: 6,625 in.
• Valores modificados: 7,625 in. / 5 in
4.2.4 Diâmetro externo da coluna de produção
• Valor padrão para o experimento: 3,5 in.
• Valores modificados: 4,5 in / 2,875 in.
4.2.5 Razão gás-óleo
• Valor padrão para o experimento: 100
• Valores modificados: 1/ 20 / 50
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES
De modo a encontrar a eficiência volumétrica a partir das equações citadas no capítulo 3 deste
trabalho, foram assumidos dados de testes de um poço hipotético para serem utilizados no
algoritmo do VBA foram:
Tabela 1 - Dados de entrada para a planilha Excel
DADOS DE ENTRADA
Grau API 30
BSW 0
Densidade relativa do gás 0,7
Razão gás-óleo, scf/STB 100
Temperatura fundo, °F 140
Curso da haste polida, in. 52
Razão água-óleo, scf/STB 0
Pressão de descarga na bomba, psi 1344,68
Pressão de sucção na bomba, psi 100
Densidade relativa da água 1
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Thiago Almeida Santoro
Fonte: Elaborada pelo autor
Os valores dos dados apresentados na Tabela 1 já determinam consideráveis caraterísticas de
produção de óleo do poço idealizado no trabalho. Alguns desses fatores influenciam diretamente a
eficiência volumétrica, já que a mesma não é definida apenas por parâmetros operacionais.
Podemos destacar a Razão gás-óleo que apresenta significativa influencia nesse trabalho, como um
exemplo de propriedade dos fluidos diretamente ligada a eficiência da bomba. Uma razão gás-óleo
elevada, pode vir a gerar complicações e diminuir a produção de óleo por ciclo de bombeio. Isso
ocorre, pois, um fluido com elevado teor de gás em sua composição pode trazer problemas como
pancada de gás ou bloqueio de gás, comprometendo a eficiência e a estrutura mecânica do sistema.
Redimensionamentos do espaço morto, diâmetro do pistão e comprimento do curso do pistão
podem contribuir para evitar problemas como esse.
A aplicação desses dados nas equações descritas no referencial teórico deste trabalho,
possibilitou a estimativa de novos parâmetros necessários para efetuar o cálculo final da eficiênc ia
na Equação 29. Os parâmetros calculados a partir dos dados de entrada podem ser observados na
Tabela 2.
Tensão Interfacial, lb/s² 0,0508
Diâmetro interno do revestimento, in. 6,625
Diâmetro externo da coluna de producão, in. 3,5
Vazão bruta de liquidos, bbl/d 165
Diâmetro do pistao, in. 1,75
Frequência de bombeamento, cpm 16
Nivel dinâmico, ft 3116,8
Profundidade da bomba, ft 3280,84
Er, em in/lb.ft 7,95 e-07
Fc 1,088
Et, lbf/in 3,07 e-07
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Tabela 2 - Parâmetros calculados a partir dos dados de entrada
PARÂMETROS CALCULADOS
Velocidade terminal da bolha ascendente, em ft/s 0,565
Velocidade superficial de liquidos, em ft/s 0,066
Área do anular, em ft² 0,174
Massa especifica do liquido, lbf/ft³ 58,702
Massa especifica do gás, lbf/ft³ 5,047
Massa especifica do óleo, lbf/ft³ 58,702
Massa especifica da água, lbf/ft³ 62,4
Fator volume formação do óleo, bbl/STB 1,075
Fator Volume formação da água, bbl/STB 1
Fator Volume formação do gás, ft³/scf 0,0106
Densidade relativa do gas em solução 0,849
Densidade relativa do óleo 0,876
Razão de Solubilidade, scf/STB 100
Eficiencia de separação do gas 0,895
Espaço Morto, in. 12
Eficiencia volumétrica 0,695
Densidade do fluido 0,886
F0 2875,919
1/kr 2,61E-03
Skr 1,99E+04
F0/Skr 1,44E-01
N/N0 0,0034
N/N0' 0,0031
1/Kt 1,01E-03
Sp/S 0,856
Sp 41,631
Deslocamento Volumétrico, bpd 237,854 Fonte: Elaborada pelo autor
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A partir dos dados das Tabelas 1 e 2, foi possível simular diferentes valores de eficiênc ia
volumétrica, modificando individualmente cada parâmetro enquanto manteve-se os demais
constantes. Com isso se fez possível a análise individual de cada parâmetro operacional.
5.1 Curso na Superfície
O curso na superfície é um importante parâmetro a ser levado em consideração durante o
projeto de dimensionamento de um sistema de bombeio mecânico. No que diz respeito a eficiênc ia
volumétrica podemos observar na Tabela 3 que com o incremento do tamanho do curso, a eficiênc ia
volumétrica também aumenta. Isso ocorre, pois, aumentando o curso na superfície também iremos
aumentar o curso efetivo do pistão. Observa-se um aumento médio de 6,5% de eficiênc ia
volumétrica a cada 12 polegadas a mais de curso para uma eficiência de separação de gás natural
adotada no valor de 0,8.
Tabela 3- Relação curso do pistão e eficiência volumétrica
Curso (in.) Eficiência Volumétrica
64 0,578
52 0,553
40 0,507
Fonte: Elaborada pelo autor
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Fonte: Elaborada pelo autor
5.2 Espaço Morto
Como consequência das alterações nos valores de espaço morto, temos uma relação entre o
tamanho desse espaço com o funcionamento das válvulas e da bomba em si. Como podemos
perceber na Tabela 4, afirma-se que para um maior espaço morto teremos uma eficiência mais
baixa, isso ocorre devido a um dimensionamento inadequado de certos parâmetros. Alguns desses
parâmetros podem ser citados como sendo a seleção de bombas tubulares que possuem diâmetros
maiores ao invés de bombas insertadas e a seleção inapropriada do tamanho das hastes, provocando
um aumento na distância entre as válvulas.
Como o espaço morto é o espaço entre a válvula de passeio e a válvula de pé na parte mais
descendente do curso. Segundo Takács (2003), bombas com determinado arranjo de válvulas
geram favoráveis eficiências volumétricas e são menos suscetíveis ao fenômeno do bloqueio de
gás.
0.4
0.45
0.5
0.55
0.6
35 40 45 50 55 60 65 70
Eficiência
Volumétrica
Curso (in.)
Figura 9 - Eficiência Volumétrica X Curso da haste polida
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Tabela 4- Relação entre o espaço morto e a eficiência volumétrica
Espaço Morto (in.) Eficiência Volumétrica
12 0,695
8 0,724
5 0,745
Desprezível 0,780
Fonte: Elaborada pelo autor
Fonte: Elaborada pelo autor
5.3 Diâmetro externo da coluna de produção, diâmetro interno do revestimento e
diâmetro do pistão
Diferentemente dos demais parâmetros apresentados que podem ser redimensionados e
aplicados após o poço estar em fase de produção, os diâmetros que irão determinar a área do anular
devem ser levados em consideração antes da perfuração e assentamento dos revestimentos.
Portanto, os parâmetros que afetam a eficiência volumétrica não são somente os presentes na fase
0.6
0.65
0.7
0.75
0.8
0.85
0.9
0 2 4 6 8 10 12 14
Eficiência
Volumétrica
Espaço Morto (inches)
Figura 10 - Eficiência Volumétrica X Espaço Morto
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de produção, um estudo prévio dos diâmetros antes da perfuração traria bons resultados a possíveis
operações de bombeio mecânico no decorrer da vida do poço.
5.3.1 Diâmetro externo da coluna de produção
A alteração desse parâmetro, implicará na modificação de diversos parâmetros que afetam a
eficiência volumétrica da bomba de fundo, como podemos perceber na Tabela 5. Nesse tópico, a
fim de observar a alteração da eficiência volumétrica em função da alteração da área do anular,
manteve-se constante o diâmetro interno do revestimento alterando apenas o diâmetro externo da
coluna de produção. Com a redução do valor desse parâmetro, aumentamos a área e
consequentemente a eficiência de separação do gás, que por sua vez é muito sensível a
desempenhar alterações na eficiência volumétrica.
Tabela 5 - Relação do diâmetro externo da coluna de produção e demais parâmetros com a eficiência volumétrica
Diâmetro da
coluna de
produção (in.)
Área do
anular (ft²)
Velocidade
superficial de
líquidos (ft/s) Eficiência de
separação de gás
Eficiência
Volumétrica
4,5 0,130 0,089 0,864 0,644
3,5 0,174 0,066 0,895 0,695
2,875 0,196 0,059 0,906 0,715
Fonte: Elaborada pelo autor
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Fonte: Elaborada pelo autor
Vale salientar a importância da cautela na redução demasiada desse parâmetro, temos que levar
em consideração que dentro da coluna necessita-se certo espaço livre para o pistão. Em virtude
disso tem-se a exigência de definir o diâmetro interno da coluna de produção sempre maior que o
diâmetro externo do pistão.
5.3.2 Diâmetro interno do revestimento
A análise da eficiência volumétrica com a variação do diâmetro interno do revestimento se dá
de forma semelhante ao comportamento do diâmetro externo da coluna de produção abordado no
tópico anterior. Porém, de forma antagônica ao diâmetro da coluna de produção, com o aumento
do diâmetro interno do revestimento aumentasse também a eficiência de separação,
consequentemente a eficiência volumétrica também possui resultados positivos.
É de interesse do produtor, manter a separação de gás sempre o mais eficiente possível, para
isso pode-se tomar decisões de redimensionamento de alguns parâmetros como a possibilidade de
instalação de um separador de gás no poço (caso não exista algum), direcionar a coleta de gás do
revestimento para um sistema de baixa pressão ou posicionar a admissão da bomba abaixo dos
canhoneados estimulando a separação natural do gás.
0.6
0.62
0.64
0.66
0.68
0.7
0.72
0.74
2 2.5 3 3.5 4 4.5 5
Eficiência Volumétrica
Diametro externo da coluna de producao (in.)
Figura 11 - Eficiência Volumétrica X Diâmetro externo da coluna de produção
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Tabela 6 – Relação entre o diâmetro interno do revestimento e demais parâmetros com a eficiência volumétrica
Diâmetro interno do
revestimento (in.)
Área do
anular (ft²)
Velocidade
superficial de
líquidos (ft/s) Eficiência de
separação de gás
Eficiência
Volumétrica
7,625 0,252 0,046 0,925 0,752
6,625 0,174 0,066 0,895 0,695
5 0,070 0,164 0,775 0,522
Fonte: Elaborada pelo autor
Fonte: Elaborada pelo autor
5.3.3 Diâmetro externo do pistão
O diâmetro do pistão é um fator que não possui interferência direta com a eficiênc ia
volumétrica, entretanto, sua alteração pode ser feita quando se deseja um acréscimo no
deslocamento volumétrico da bomba de fundo. Uma vez que para isso ser possível deve-se
aumentar o diâmetro do pistão, e não podemos incrementar esse valor sem aumentar também o
0.5
0.55
0.6
0.65
0.7
0.75
0.8
0.85
0.9
4 5 6 7 8
Eficiência Volumétrica
Diametro interno do revestimento (in.)
Figura 12 - Eficiência Volumétrica X Diâmetro interno do revestimento
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diâmetro da coluna de produção. Foi visto no tópico 5.3.1 que para um diâmetro maior de coluna
de produção temos um decréscimo significativo na eficiência volumétrica da bomba.
Uma alternativa para aumentar o deslocamento volumétrico através do aumento do diâmetro
do pistão sem prejudicar a eficiência volumétrica seria optar por um diâmetro interno do
revestimento maior. Com essa alteração, compensaríamos a perda de eficiência devido ao aumento
do diâmetro da coluna de produção para comportar o novo pistão.
5.4 Razão gás-óleo
Embora a razão gás-óleo não se classifique como um parâmetro operacional, tal fator foi
analisado no trabalho devido a sua importância para a determinação da eficiência volumétr ica.
Baseado nos valores encontrados na tabela a seguir podemos confirmar que a alteração dessa razão
variando de 1 a 100 scf/STB implica em significantes mudanças na eficiência volumétrica.
Um determinado óleo com uma elevada razão gás-óleo tende a apresentar uma eficiência menor
em comparação a outro com baixa razão. Isso comprova o que foi dito previamente no presente
trabalho, as bombas de fundo não foram projetadas para bombear fluidos com elevado teor de gás
em sua composição, resultando em perdas de produção e possíveis danos aos equipamentos de
fundo de poço.
Tabela 7 – Relação entre a Razão gás-óleo e a eficiência volumétrica
Razão gás-óleo (scf/STB) Eficiência Volumétrica
100 0,695
50 0,834
20 0,930
1 0,965
Fonte: Elaborada pelo autor
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Fonte: Elaborada pelo autor
Outra importante informação que podemos tirar deste trabalho ao observarmos o
comportamento da razão gás-óleo é que a influência da alteração dos parâmetros operacionais se
dá menos significativa em poços com baixa presença de gás em solução nos fluidos produzidos.
Por outro lado, quando trabalhamos com poços de elevada RGO (cenário esse apresentado no
trabalho) podemos perceber significativas mudanças na eficiência volumétrica ao alterarmos os
parâmetros operacionais.
Na tentativa de ilustrar esse comportamento, tomou-se como exemplo a alteração do diâmetro
externo da coluna de produção e como o mesmo modificava a eficiência volumétrica em um poço
de RGO 100 scf/STB e outro de RGO 20 scf/STB. Observamos esse resultado nas Tabelas 8 e 9,
respectivamente.
Razão gás-óleo de 100 scf/STB:
0
0.2
0.4
0.6
0.8
1
1.2
0 20 40 60 80 100 120
Eficiência Volumétrica
Razão gás-óleo
Figura 13 - Eficiência Volumétrica X Razão gás-óleo
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Tabela 8 - Relação diâmetro externo da coluna de produção e eficiência volumétrica (RGO 100 scf/STB)
Diâmetro coluna de produção Eficiência Volumétrica
4,5 0,644
3,5 0,695
2,875 0,715
Fonte: Elaborada pelo autor
Razão gás-óleo de 20 scf/STB
Tabela 9-Relação diâmetro externo da coluna de produção e eficiência volumétrica (RGO 20 scf/STB)
Diâmetro coluna de produção Eficiência Volumétrica
4,5 0,929
3,5 0,936
2,875 0,938
Fonte: Elaborada pelo autor
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6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
É fundamental nos dias de hoje em que a crise do petróleo acomete de maneira acentuada o
cenário da indústria do petróleo, o desenvolvimento de métodos para melhor avaliarmos e
intensificarmos a produção de poços petrolíferos. Diante dessa situação, vem a aplicabilidade deste
trabalho cujo objetivo é de melhorar a produção de poços submetidos ao sistema de elevação por
bombeio mecânico, através da análise quantitativa da relação que os parâmetros operacionais têm
com a eficiência volumétrica de uma bomba de fundo.
O algoritmo elaborado mostrou eficácia nos cálculos dos parâmetros operacionais,
proporcionando resultados confiáveis e possíveis de serem interpretados, além da viabilidade de
serem relacionados com os conceitos e definições abordados na bibliografia do trabalho. Com
destaque para alguns parâmetros que demonstraram influenciar mais na eficiência volumétrica do
que outros, como: o tamanho do espaço morto; a eficiência de separação sendo consequência da
alteração dos valores da área do anular. Como resultado secundário tivemos a observação do
comportamento desses parâmetros mediante a alteração da razão gás-óleo, que não so afeta a
eficiência volumétrica como também sensibiliza os resultados da análise dos parâmetros
operacionais.
Portanto, concluímos que todos os objetivos foram atingidos com sucesso, assim como
realizando a proposta e validando sua efetividade na análise de parâmetros que objetivam melhorar
a produção em poços que utilizam ou pretendem utilizar o bombeio mecânico. Como sugestão para
uma futura pesquisa acerca do assunto, se tem a análise da razão gás-óleo como fator determinante
na produção de poços instalados com bombeio mecânico.
Trabalho de Conclusão de Curso – Engenharia de Petróleo – CEP/CT/UFRN 2017.2
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Thiago Almeida Santoro
7. REFERÊNCIA
ALHANATI, F. J. S. Bottomhole Gas Separation Efficiency in Electrical Submersible Pump
Installations. Tese (Doutorado) — The University of Tulsa, Tulsa, Oklahoma, 1993.
American Petroleum Institute, API TR 11L - Design Calculations for Sucker Rod Pumping Systems
(Conventional Units), 5ª Edição, Washington D.C.: American Petroleum Institute, 2008.
COSTA, R. O. Curso de bombeio mecânico. Petrobras, 2008.
ROSA, A. J.; CARVALHO, R. S.; XAVIER, J. A. D. Engenharia de reservatórios de petróleo.
Rio de Janeiro: Interciência, 2006.
SILVA, Raphael Eliedson – Modelos de comportamento dinâmico e análise nodal para bombeio
mecânico. Trabalho de Conclusão de Curso, Departamento de Engenharia de Petróleo,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal – RN, Brasil, 2015.
STANDING, M. B. , Volumetric and Phase Behavior of Oil Field Hydrocarbon Systems, 9. Ed,
Society of Petroleum Engineers of AIME, Richardson, TX (1981).
TAKÁCS, G. Electrical Submersible Pumps Manual: Design, Operations, and Maintenance. 30
Corporate Drive, Suite 400, Burlington, MA 01803, USA, 2009.
TAKÁCS, G. Sucker-Rod Pumping Handbook: Production Engineering Fundamentals and Long-
Stroke Rod Pumping. Kidlington, Oxford: Elsevier Science & Technology Books, May 8, 2015.
TAKÁCS, G. Sucker-Rod Pumping Manual. Tulsa, Oklahoma: PennWell Corporation, 2003.
THOMAS, J. E. Fundamentos de Engenharia de Petróleo. Interciência, 2ª Edição, 2004.