Trabalho de Custo Padrão

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CUSTO PADRÃO 1) Introdução: A melhor arma de controle em Custos, é o uso do Custo- Padrão. Este pode ser o ideal, fixado com base em condições idéias de qualidade de materiais, mão de obra e equipamento, bem como de volumes de produção, ou Corrente, fixado com fundamento em desempenhos desses itens considerados altos, mas não impossíveis de se alcançar. O método do custo padrão tem como função principal fornecer suporte para o controle de custos da empresa, proporcionando um padrão de comportamento para os custos. "O custo padrão é a determinação antecipada dos componentes do produto, em quantidade e valor, apoiada na utilização de dados de várias fontes, com validade para determinado espaço de tempo" (Dutra, 1992, p. 166). O Custo-padrão é estabelecido para os materiais, a mão-de- obra e os custos indiretos. Os materiais consideram-se todos os fatores passíveis de modificação, destacando-se a especificação, a quantidade, o preço, a taxa de aproveitamento, as perdas naturais etc. Para a mão-de-obra, considera-se o tempo de execução de cada etapa, o período médio de tempo improdutivo, a taxa horária de cada componente da equipe, as alterações salariais, etc. Para os custos indiretos, há dificuldade para estabelecer um padrão. Existem várias concepções de Custo-Padrão: Custo-padrão ideal, corrente e estimado. 2) Conceitos: 2.1) Custo-Padrão Ideal:

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CUSTO PADRÃO

1) Introdução:

A melhor arma de controle em Custos, é o uso do Custo-Padrão. Este pode ser o ideal, fixado com base em condições idéias de qualidade de materiais, mão de obra e equipamento, bem como de volumes de produção, ou Corrente, fixado com fundamento em desempenhos desses itens considerados altos, mas não impossíveis de se alcançar.

O método do custo padrão tem como função principal fornecer suporte para o controle de custos da empresa, proporcionando um padrão de comportamento para os custos. "O custo padrão é a determinação antecipada dos componentes do produto, em quantidade e valor, apoiada na utilização de dados de várias fontes, com validade para determinado espaço de tempo" (Dutra, 1992, p. 166).

O Custo-padrão é estabelecido para os materiais, a mão-de-obra e os custos indiretos. Os materiais consideram-se todos os fatores passíveis de modificação, destacando-se a especificação, a quantidade, o preço, a taxa de aproveitamento, as perdas naturais etc. Para a mão-de-obra, considera-se o tempo de execução de cada etapa, o período médio de tempo improdutivo, a taxa horária de cada componente da equipe, as alterações salariais, etc. Para os custos indiretos, há dificuldade para estabelecer um padrão.

Existem várias concepções de Custo-Padrão: Custo-padrão ideal, corrente e estimado.

2) Conceitos:

2.1) Custo-Padrão Ideal:

Custo ideal de produção de um determinado bem ou serviço. Seria o valor conseguido com o uso dos melhores matérias possíveis, com a mais eficiente mão-de-obra viável, a 100% da capacidade da empresa, sem nenhuma parada por qualquer motivo, a não ser as já programadas em função de uma perfeita manutenção preventiva.

Está em desuso, nasceu da tentativa de se fabricar um custo em laboratório. É extremamente restrito, pois só serviria para comparações realizadas no máximo uma vez ao ano.

É uma meta a longo prazo, e não uma meta fixada para o próximo ano ou para um determinado período.

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2.2) Custo-Padrão Corrente:

Mais válido e prático, diz respeito ao valor que a empresa fixa com custo de produção para o próximo período para um determinado produto ou serviço, levando-se em conta as deficiências sabidamente existentes em termos de qualidade de materiais, mão-de-obra, equipamentos, fornecimento de energia etc., ou seja, inclui no custo do produto algumas ineficiências da empresa, só excluindo aquelas que a empresa julga possam ser sanadas.

È tomado como meta para todos os setores da empresa, mas em patamares que, ao mesmo tempo que ideais e com certa dificuldade de obtenção, permitem, porém, seu atendimento. È um custo ideal, adaptado, permitindo-se seu alcance, ou seja, é um valor que a empresa considera difícil de ser alcançado, mas não impossível.

Além de experiências passadas, utiliza-se de experiências simuladas dentro

de condições normais de produção. Os dados físicos e monetários são determinados com bases racionais, considera as perdas e as sobras normais de materiais, a ineficiência ou ganho de produtividade da mão-de-obra.

É uma meta de curto e médio prazo pois fixa-se um montante que a empresa deverá empenhar-se para alcançar no próximo período.

2.3) Custo-Padrão Estimado ou Orçado:

É o custo que deverá ser, ou seja, é aquele que procura identificar os custos que deverão alcançar no futuro.

Consiste no custo em que normalmente a empresa deverá obter e parte da hipótese de que a média do passado é um número válido, e apenas introduz algumas modificações esperadas, tais como: volume de atividades, mudanças de equipamentos, etc.

Para a fixação deste custo, pega-se apenas a média passada, e se por um problema de regulagem a máquina estivesse consumindo mais energia do que deveria, esse fato nem seria percebido.

2.4) Custo Real:

O Custo Real representa o custo acontecido. Como instrumento de planejamento estratégico, o custo real têm pouco significado.

Para a reavaliação de inventário serve apenas para atender às necessidades legais e fiscais.

Tem validade no sentido em que, após a análise de suas variações, em cima de um custo-padrão, se identificam as causas do porquê das variações, e através dela, se permitem corrigir os rumos atuais.

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3) Finalidades e Utilidades:

3.1) Finalidades:

A grande finalidade do Custo-padrão (a partir de agora, ao falarmos em Custo-padrão, estaremos nos referindo ao Custo-padrão corrente), é o planejamento e controle dos custos, tendo como objetivo é de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido.

Na realidade, ele só se torna eficaz na medida em que exista um Custo Real, para se extrair, da comparação de ambos, as divergências existentes, ou seja, só tem utilidade à medida que a empresa tem um bom sistema de custo real (quer absorção, quer variável ou qualquer combinação entre eles).

Outra finalidade é o efeito psicológico sobre o pessoal, podendo este efeito ser positivo ou negativo.

Os pontos positivos, se o padrão for fixado considerando-se metas difíceis, mas não impossíveis de serem alcançados, acabará por funcionar como alvos e desafio realmente de todo pessoal, com mais ênfase ainda, se tiver sido firmado com a participação dos responsáveis pela produção. Haverá uma preocupação por parte dos altos administradores em analisar as comparações e eliminação das divergências.

Quanto aos pontos negativos, se o padrão for fixado com base num conceito ideal, cada funcionário já saberá de antemão que o valor é inatingível, que todo e qualquer esforço jamais culminará na satisfação máxima de objetivo alcançado, e poderá haver a criação de um espírito psicológico individual e coletivo amplamente desfavorável. Há tendência dos administradores se acostumarem aos relatórios (considerará utópico para a realidade) e não se preocuparem com as informações nele contidas.

Além disso, cria-se na empresa uma obrigação de registrar e controlar não só os valores em reais de custos, mas também, das quantidades físicas de fatores de produção utilizados.

Contudo, o sucesso do custo-padrão vai depender do grau de seriedade que a empresa der á localização e saneamento das diferenças entre o custo-padrão e o Real.

Assim, as vantagens mais importantes do custo padrão são: remover e medir a eficiência do sistema produtivo; Controlar e reduzir os custos; Simplificar os processos de custo; Avaliar inventários e desempenho; e Fixar preços de venda.

3.2) Utilidades:

O custo-padrão pode ser utilizado para diversas metas ou objetivos.

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Os seus principais objetivos são: determinar o custo que deve ser o custo correto; definir as responsabilidades e a obtenção do comprometimento dos responsáveis por cada atividade padronizada; e avaliar o desempenho e a eficácia operacional.

Podemos, ainda, identificar outros aspectos importantes do custo-padrão, como por exemplo:

a) Substituir o custo real: O custo real representa o custo acontecido. Como instrumento de planejamento estratégico, o custo real não tem nenhum significado. O custo real para avaliação de inventário serve apenas para atender às necessidades legais e fiscais da contabilidade empresarial.

O custo real tem validade apenas no sentido de que, após a análise de suas variações, em cima de um custo-padrão, se identificam as causas do porquê das variações, e através delas, se permitam corrigir os rumos atuais. Para o dia-a-dia, o custo-padrão representa muito mais utilidade que o custo real.

Outra vantagem na substituição do custo real está em que o custo-padrão não precisa ser calculado mensalmente. Seu cálculo pode ser feito a períodos de tempos maiores, como seis meses ou um ano. Sua atualização se fará pelos critérios de inflação da empresa, se possível.

b) Formação de preços de venda: É uma das melhores utilizações do custo-padrão. Apesar de, teoricamente, ser o mercado que dá o preço de venda dos produtos, ele deve ser inicialmente calculado em cima de condições de custo das empresas. Dessa forma, como elemento inicial para formação de preços de venda, devemos utilizar o custo-padrão, pois ele traz todos os elementos necessários para parametrizar um preço de venda ideal.

c) Acompanhamento da inflação interna da empresa: Outra utilização do custo-padrão é no acompanhamento da inflação interna da empresa. Mensalmente, utilizaremos as estruturar padrões para avaliar o crescimento do nível dos custos internos da empresa.

4) Fixação do Padrão:

Cabe a Contabilidade de Custos, a transformação dos padrões físicos, em valores monetários. Uma vez que não é papel de custos fazer o levantamento das horas, kwh, toneladas etc. dos fatores de produção dados como padrão; cabe-lhe a transformação desses itens em reais e o levantamento posterior do Real; se ficar a fixação do Padrão como tarefa de custos, poderá esta fazer simplesmente da média passada e próprio Padrão, o que não é absolutamente desejável.

Portanto, cabe a Engenharia de Produção e a Contabilidade de Custos, em um trabalho conjunto, a fixação final do Custo-Padrão de cada bem ou serviço produzidos.

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Recomenda-se que esta fixação não seja imposta totalmente à empresa, e sim a certos produtos ou departamentos ou para certos tipos de custos, pois deve ser instalado onde se julgue necessário assim, deve-se optar pela implantação do sistema gradualmente, para melhor sucesso do próprio sistema.

Primeiro pode estabelece o Padrão de um Produto, serviço ou setor da produção, para alguns meses depois ampliar-se a outros.

EX: FAZER UM DIAGRAMA COM ALGUM EXEMPLO.

Devido ao seu aspecto dinâmico o Custo-Padrão precisa ser periodicamente revisto, tendo em vista as mudanças freqüentes, inclusive a tecnológica, que existem nos processos de produção.

4.1) Problema da Fixação do Padrão:

Por ocasião da comparação entre o Custo-Padrão e o Custo Real, fica evidente que quando existem grandes variações, acende-se uma luz vermelha alertando os responsáveis pelo controle desses objetos de custeio. Logo os contadores de custos, em conjunto com o pessoal de operações e da administração, definem o que são variações grandes e pequenas. Mas, cada caso é um caso, não existindo medidas padronizadas que possam ser adaptadas a qualquer situação.

5) Construção do Padrão:

As situações mais comuns de construção de um padrão são:

a) Materiais diretos: Os materiais necessários, com suas respectivas quantidades, para produzir determinado produto, são evidenciados pela estrutura do produto. Normalmente esses dados são originados pela engenharia de desenvolvimento de produtos, quando da feitura do projeto original, mais suas atualizações.

Muitos produtos, principalmente os que são elaborados por processo contínuo utilizando matéria-prima a granel, têm certo grau de perda ou refugo, que, dentro de condições técnicas ou científicas, devem ser incorporados ao padrão de quantidade.

O preço-padrão dos materiais diretos são obtidos em condições normais e boas de negociação de compra. A ele devem ser incorporadas as eventuais despesas que devem fazer parte do custo unitário dos materiais. O preço-padrão dos materiais e demais insumos industriais devem ser sempre calculados na condição de compra com pagamento a vista. Com isso será possível a adoção de um custo-padrão numa data-base, e sua atualização pela inflação interna da empresa.

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Exemplo:

Padrão de quantidade

Quilos de material A por unidade de produto 1,10Estimativa de perda no processo 0,04Estimativa de refugos 0,01Quantidade-padrão por unidade de produto 1,15

Padrão de Preço

Preço de compra sem impostos recuperáveis $ 20,70(-) Custo financeiro de pagamento a prazo (2,70)Preço de compra a vista 18,00Frete e despesas de recebimento 2,00Preço-padrão do Material A $ 20,00

b) Mão-de-obra direta: Normalmente a mão-de-obra direta padrão é determinada pela quantidade de horas necessárias do pessoal, ou da quantidade de funcionários diretos, em todas as fases do processo de fabricação do produto.

A base para a construção dos padrões de mão-de-obra direta é então o processo de fabricação. Todas as atividades e processos necessários para fazer o produto requerem operários para manuseio dos materiais ou dos equipamentos durante os processos.

As estimativas ou padrões de necessidade de mão-de-obra direta podem ser cientificamente calculados quando se trabalha em ambientes de alta tecnologia de produção, gerenciados computacionalmente. Em outros casos, podem se fazer estudos de tempo, através de operações simuladas antecipadamente em ambientes reais. Em todos os casos deve haver um estudo para quebras, refugos, retrabalhos, manutenção e necessidades do pessoal.

A base para a valorização dos custos de mão-de-obra direta deve incluir toda a remuneração dos trabalhadores mais os encargos sociais de caráter genérico. De modo geral, utiliza-se o critério de custo médio horário dos salários de cada departamento de produção ou da célula/atividade de processo por onde passa o produto, através dos centros de custos ou centros de acumulação por atividades.

Exemplo:

Padrão de quantidade

Horas necessárias de mão-de-obra para montagem completa de uma unidade do produto final 50,00Paradas para manutenção e necessidades pessoais 7,00Horas estimadas de retrabalhos de qualidade 3,00Horas-padrão por unidade de produto 60,00

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Padrão de valor

Salário horário médio do setor de montagem $ 2,20Encargos sociais legais 1,32Benefícios espontâneos 0,29Custo horário de mão-de-obra direta $ 3,81

c) Custos indiretos variáveis: Os custos indiretos variáveis são padronizados normalmente através da construção de taxas predeterminadas em relação a uma medida de atividade escolhida. Sempre que possível deve-se evitar o uso de taxas baseadas em valores, uma vez que isso impede a correta mensuração das variações de quantidade que ocorrerão, bem como o padrão fica sujeito a eventuais problemas de variação nos preços.

A atividade a ser escolhida como base para a construção das taxas predeterminadas de custos indiretos variáveis deve ter uma relação causal com os diversos custos indiretos variáveis. Também a base de atividade escolhida deve ser simples de ser entendida, para posterior atribuição de responsabilidades.

Exemplos de bases de atividades para elaboração das taxas predeterminadas de custos indiretos variáveis são horas de máquinas trabalhadas, quantidade de produto final, horas de mão-de-obra direta etc., dependendo sempre do gasto e melhor relação que existe entre os custos variáveis e as atividades envolvidas. Como exemplo, o consumo de energia elétrica é um custo variável indireto para tipos de indústrias. Para algumas empresas as horas de máquinas são os principais fatores, para outras há uma relação direta com o produto final. Gastos com lubrificantes e materiais indiretos normalmente têm relação com a quantidade de horas máquinas trabalhadas, e assim por diante.

Exemplo:

Padrão de custos indiretos variáveis

Custos indiretos variáveis estimados para o período $ 275.000,00Horas diretas previstas 453.600Custo variável por hora direta $ 0,60Horas necessárias para uma unidade de produto final 60Custos indiretos variáveis por unidade $ 36,00

d) Custos indiretos fixos e volume de produção ou atividade: Quando se deseja fazer o custo-padrão utilizando o método de custeio por absorção, temos que elaborar também o padrão de custos indiretos fixos. A diferença básica entre os custos indiretos fixos e os custos indiretos variáveis é que os custos indiretos fixos estão normalmente relacionados com denominadores de capacidade de produção e não necessariamente com os volumes atuais produzidos. De qualquer forma, partindo do pressuposto de que o custo-padrão vai estimar o volume de produção ou

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atividade para os próximos períodos, podemos utilizar como denominador o volume de produção orçada ou estimada.

Nesse sentido, nada impede que também se construa o padrão de custos indiretos fixos por unidade, em cima dos mesmos denominadores utilizáveis para os custos indiretos variáveis, como horas de mão-de-obra direta, horas de máquinas trabalhadas, quantidade de produto produzido etc.

Exemplo:

Padrão de custos indiretos fixos

Custos indiretos fixos estimados para o período $ 484.680,00Volume de produção previsto 11.540 unidadesCustos fixos indiretos por unidade de produto final $ 42,00

O custo-padrão deve ser elaborado em determinado mês, considerando aspectos de projeções e metas a serem alcançadas dentro de determinado período, seja seis meses ou um ano.

Pode ser elaborado em uma moeda forte, seja nacional (UFIR, UMC, etc.), ou seja, estrangeira (dólar, marco, iene, etc.). Se elaborado em moeda nacional de determinado mês, deve ser atualizado de tempos em tempos por um indicador de inflação interna da empresa.

6) Variação e Custo-Padrão:

Compreende-se como variação, qualquer afastamento de uma variável em relação a um parâmetro pré-estabelecido, e dessa maneira já se fica implícito de que será necessário haver uma base quantitativa para se mensurar o evento (custo-padrão), a fim de permitir uma análise qualitativa dos desvios a partir da variação, requerendo assim a utilização de modelos matemáticos e estatísticos para o estudo do significado das variações e seus efeitos no resultado desejado.

As variações se verificam normalmente em qualquer organização, dado a dinamicidade da economia e das inúmeras variáveis que circundam a vida de qualquer empresa.

A capacidade administrativa de um gerente pode ser medida através das variações que seu departamento incorre num determinado período. Este se defronta com problemas de todos os níveis e setores do organismo empresarial.

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7) Tipos de variações:

Fixado o padrão e posto em prática, sua composição final abrangerá matéria prima, mão-de-obra direta e custos indiretos de fabricação, e cuja realização trará desvios em quatro significativos aspectos:

a) Variações de preços: Assim compreendido qualquer desvio entre o preço estabelecido e o preço realizado. O mercado é o responsável por tais variações e o critério de reduzi-las ao mínimo é através de estudo econômico baseado no conceito de preço de mercado na forma em que se encontra a indústria em questão (monopólio, oligopólio, concorrência). Deve-se eliminar o efeito da inflação embutido no preço;

b) Variações de quantidades: É a relação entre a quantidade de insumo estabelecida para a produção sob análise e aquela efetivamente incorrida. São variações de natureza técnica, e a melhor forma de controle é aquela realizada concomitante ao processo de fabricação, e sua eliminação se torna relativamente fácil, salvo casos de matérias-primas deficientes qualitativamente ou mão-de-obra despreparada;

c) Variação mista: Neste caso ocorre o efeito das variações de preço na variação de quantidades e seu isolamento deve ser realizado, dado sua importância nas análises. Sua eliminação depende das medidas tomadas quanto às variações de preço e eficiência e

d) Variação por mudança técnica: Só deve existir quando a ocorrência for transitória, pois em caso contrário far-se-ia necessário a fixação de novos padrões. É um instrumento que permite se verificar os resultados de algumas experiências geradas no processo produtivo por técnicas inovadoras ou em casos de escassez de um determinado insumo sem alteração básica no produto. É tipicamente o caso de substituição de uma qualidade de matéria prima por outra substituta.

8) Análise das Variações entre o Padrão e o Real:

Chamamos de variação a diferença entre o custo real e o custo-padrão.

Essas variações podem ser do material, da mão-de-obra ou dos custos indiretos de fabricação, podendo ser de preço ou quantidade.

Equação Fundamental de Custo

Custo do Insumo = Preço do Insumo X Quantidade de Insumo Utilizada

C = P x Q

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Esquematicamente, temos:

VARIAÇÃO TOTAL

Variação de Preço Variação de Quantidade (A - B) (B – C)

- de materiais - de materiais

- de taxa horária - eficiência de mão-de-obra- custos indiretos variáveis - eficiência de custos indiretos

variáveis

A B C Quantidade Real Quantidade Real Quantidade Padrão X X X Preço Real Preço Padrão Preço Padrão

(QR X PR) (QR X PP) (QP X PP)

Exemplo: PRODUTO “A”

DADOS: QUANTIDADE PREÇO

Real Padrão Real Padrão

Material A 5.000 5.100 117,09 104,99Material B 10.000 9.800 49,54 49,73Mão-de-Obra Direta 50.000 51.000 14,84 16,71Custos Indiretos Variáveis 50.000 51.000 4,71 4,03

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Espécie de Custo Custo Real Custo-Padrão Variação D/F

Matérias-primas: Material A 585.450 535.449 50.001 D

Material B 495.400 487.354 8.046 D1.080.850 1.022.803 58.047 D

Mão-de-Obra Direta 742.000 852.210 110.210 F

Custos Indiretos Variáveis 235.500 205.530 29.970 D

Custos Indiretos Fixos 932.516 905.750 26.766 D

TOTAL 2.990.897 2.986.124 4.773 D

- quantidade produzida 5.200 unidades 5.000 unidades 200 unidades F

- custo unitário $ 575,17 $ 597,22 $ 23,87 F

Análise das variações de materiais:

Material A: Variação total : $ 49.958 (D)

Variação de Preço Variação de Quantidade

A B C (QR x PR) (QR x PP) (QP x PP)5.000 x 117,09 5.000 x 104,99 5.100 x 104,99

$ 585.450 $ 524.950 $ 535.449

(A - B) (B - C)$ 60.500 (D) $ 10.499 (F)

$ 50.001 (D)

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Variação Mista(VM)

Diferença de Quantidade x

Diferença de Preço

Material B: Variação total : $ 8.046 (D)

Variação de Preço Variação de Quantidade

A B C(QR x PR) (QR x PP) (QP x PP)

10.000 x 49,54 10.000 x 49,73 9.800x 49,73$ 495.400 $ 497.300 $ 487.354

(A - B) (B - C)$ 1.900 (F) $ 9.946 (D)

$ 8.046 (D)

Variação Mista (Material A)

$117,09

Variação de Preço

104,99Variação

deQuantidade

5.000 5,100 Qtde

Diferença de quantidade = (5.100 - 5.000) = 100 kgDiferença de preço = (117,09 - 104,99) = $ 12,10Variação mista = 100 x $ 12,10 = $ 1.210

Em nossa análise, a variação de preço incorpora a variação mista, já que na maioria dos casos ela representa um valor pequeno.

Como exemplo, vejamos como ficaria a análise se desejássemos trabalhar com a variação mista.

Variação de Quantidade = Diferença de Quantidade x Preço PadrãoVariação de Preço = Diferença de Preço x Quantidade Padrão

Variação Mista = Diferença de Quantidade x Diferença de Preço

Variação de Quantidade = 100 kg x $ 104,99 = $ 10.499 (F)Variação de Preço = $ 12m10 x 5.100 kg = $ 61.710 (D)Variação Mista = 100 kg x $ 12,10 = $ 1.210 (F)Variação Total $ 50.001 (D)

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Análise das Variações de Mão-de-Obra Direta

Variação da Taxa Horária Variação de Eficiência

A B C(QR x PR) (QR x PP) (QP x PP)

50.000 x 14,84 50.000 x 16,71 51.000x 16,71$ 742.000 $ 835.500 $ 852.210

(A - B) (B - C)$ 93.500 (F) $ 15.710 (F)

$ 110.210 (F)

Análise das Variações dos Custos Indiretos Variáveis

Variação de Gastos Variação de Eficiência

A B C(QR x PR) (QR x PP) (QP x PP)

50.000 x 4,71 50.000 x 4,03 51.000x 4,03$ 235.500 $ 201.500 $ 205.530

(A - B) (B - C)$ 34.000 (D) $ 4.030 (F)

$ 29.970 (D)

Análise das Variações dos Custos Indiretos Fixos

O denominador de atividade escolhido em nosso exemplo para os custos indiretos fixos é o volume padrão.

Variação de Valor Variação de Volume

A B C(QR x PR) (QR x PP) (QP x PP)

5.200 unidades x 179,33 5.000 unidades x 181,15 5.200x 181,15$ 932.516 $ 905.750 $ 941.980

(A - B) (B - C)$ 26.766 (D) $ 36.230 (F)

$ 9.464 (F)

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9) CUSTOS CONTROLÁVEIS E CUSTOS NÃO – CONTROLÁVEIS

São os passíveis de serem influenciados diretamente por um supervisor ou gerente durante um lapso de tempo.

Sabe-se que o maior ou menor grau de controle de um responsável sobre um item de custo está diretamente associado ao nível de especificação de sua autoridade. Desta forma um custo pode recair em determinado centro de custo, entretanto seu controle pode escapar de seu responsável.

Diante desse problema é que existe uma contradição entre a acumulação tradicional de custos em centros de custos e suas conseqüentes variações entre previsões (padrões) e realizações, e a necessidade de se atribuírem responsabilidades a nível de pessoa, pelo desempenho.

Observa-se então que os custos ou parte dos custos de um departamento podem ser influenciados por decisões eficientes e ineficientes originadas em outros departamentos, Tabela 1.

Observa-se que a depreciação pelo método da linha reta é incontrolável por qualquer setor ou função da empresa, pois independe seu volume da decisão de qualquer pessoa, estando associada ao uso de uma mera fórmula. Também, apesar da matéria prima ser controlada pelo departamento de produtividade e do diretor de produção, o departamento de vendas não exerce decisão sobre ela.

Sob o ponto de vista de contabilidade por responsabilidade pura, somente deveriam ser reportados como responsabilidade de um setor os custos controláveis pelo responsável do setor, EXCLUINDO-SE os não controláveis, que seriam alocados como responsabilidade de mais alguém, dentro da entidade.

ITENS DE CUSTO

FIXO(F) OU VARIÁVEL(V

)

CONTROLADO PELO

DIRETOR DE VENDAS

CONTROLADO PELO DPTO PRODUTIVO-

ACABAMENTO

CONTROLADO PELO

DIRETOR DE PRODUÇÃO

Custo de matéria prima

V Não Sim Sim

Mão-de-obra V Não Não SimDepreciação pelo método da linha reta no depto de

FNão Não Não

Comissão a vendedores V

Sim Não Não

Honorário do

presidenteV

Não Não Não

Tabela 1 - Exemplo da controlabilidade de custos padrões relacionada

às funções

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10) Análise a Relação Custo/ Benefício:

Uma vez que uma variação foi determinada, a resposta de peso do questionamento é se a causa da variação deveria ser investigada, de forma que as ações corretivas pudessem ser ativadas em decorrência de investigar ou não a variação.

A análise custo/benefício compara o custo de investigar uma variação e corrigir o processo (se uma variação em relação ao padrão ocorreu) com a perda que aconteceria se houvesse a divergência e nenhuma ação corretiva fosse realizada.

11) Custo-Padrão em Novas Tecnologias de Produção e em Just-in-Time:

As novas tecnologias computadorizadas de produção, expressas pelo conceito de CIM (Computer Integrated Manufacturing), possibilitam enorme avanço na qualidade dos padrões de produção. As estruturas de produtos e os processos de fabricação em ambientes computadorizados devem promover um aumento de qualidade dos padrões quantitativos, de forma significativa, já que as partes a serem fabricadas são objeto de um trabalho pormenorizado, ligando a estrutura do produto, do processo e dos equipamentos de produção.

Num sentido inverso, porém, a crescente automação tende a diminuir a importância dos custos de mão-de-obra direta, ensejando menor necessidade de controle de seus custos. É possível, ainda, até, que o tratamento da mão-de-obra direta como um custo fixo seja possível ou necessário, já que a necessidade de manipulação do produto por pessoas também é reduzida.

Com relação aos materiais, também se diminuem as possibilidades de perdas, quebras ou utilização não padronizada, tendo em vista o rigoroso controle de qualidade dos materiais exigido por ambientes automatizados.

Em ambientes administrados pelo conceito de JIT, há uma tendência natural de maiores ociosidades de pessoal, objetivando a redução dos estoques a nível zero, assumida naturalmente pelas empresas que implementam esse conceito de administração de produção. Nesse sentido, as variações de eficiência de mão-de-obra também tendem a não ser relevantes como instrumento de controle e administração de custos.

12) Conclusão:

A grande finalidade do Custo-Padrão é o controle dos custos, tendo como objetivo o de fixar uma base de comparação entre o que ocorreu de custo e o que deveria ter ocorrido. O custo padrão não elimina o Real, nem diminui sua tarefa, aliás, a implantação do padrão só pode ser bem sucedida onde já exista um bom Sistema de Custo Real.

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Para que se possa exercer o controle, para que se saiba o grau de eficiência ou ineficiência que se estar produzindo, não basta, pois, conhecer a variação do quanto custou aquilo que estava previsto. É necessário, pois, que as variações ocorridas sejam analisadas como alguma medida. A economia da informação é essa medida criteriosa para determinar se a variação é suficientemente importante para ser investigada evitando, portanto, decisões que possibilitem um gasto maior para se investigar uma variação e corrigir o processo que o resultado auferido em decorrência da decisão de investigar e corrigir.

Devemos analisar o custo/benefícios para não cometermos nenhum erro e pormos tudo que já foi pré-estabelecido a perder.

O administrador deve tentar corrigir em primeiro lugar as variações desfavoráveis de valores maiores.

Como na empresa o volume de dados é muito grande, devemos trabalhar o conceito de análise das variações de tempos em tempos e por amostragem.